Agência Brasil - DF 21/03/2023
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, teve uma variação negativa de 5,96% para 5,95% este ano. A estimativa consta no Boletim Focus desta segunda-feira (20), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a projeção da inflação ficou em 4,11%. Para 2025 e 2026, as previsões são de inflação em 3,9% e 4%, respectivamente.
A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior de 4,75%.
Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em fevereiro, puxado pelo grupo Educação, com os reajustes aplicados pelos estabelecimentos de ensino na virada do ano, o IPCA ficou em 0,84%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o indicador acumulou alta de 1,37% no ano e de 5,6% nos últimos 12 meses, percentual mais baixo do que os 5,77% verificados no período imediatamente anterior.
Juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado, e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano em 12,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 10% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano, nos dois anos.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano também variou para baixo de 0,89% para 0,88%.
Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) é de crescimento de 1,47%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 1,8%, respectivamente.
A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,25 para o fim deste ano. Para o final de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,30.
Globo Online - RJ 21/03/2023
A aguardada reunião do Copom ficou ainda mais quente. A reunião do Copom desta semana vem cercada de muitos eventos, e neste fim de semana novos fatos tornaram a decisão da política monetária mais difícil
A crise bancária que começou num pequeno banco dedicada a startups de tecnologia na Califórnia, mobilizou as autoridades monetárias da Suíça nesse fim de semana para garantir que o Credit Suisse ficasse vivo. E pela ação direta do Estado, o UBS comprou o banco de 167 anos sem nem ouvir os acionistas. Foi imposto pelo BC suíço, chamado Banco Nacional da Suíça, não respeitando nem o direito de propriedade. O valor de US$ 3,23 bi foi metade do que o encrencado Credit Suisse valia no mercado. A operação é vista como capaz de estancar a sangria, porém mostra que a crise bancária não é tão simples, nem isolada, quanto se dizia antes. Na verdade, foi um resgate para evitar o pior. O tempo permanecerá instável nas finanças internacionais.
Aqui dentro, o ministro Fernando Haddad ainda não divulgou como será seu arcabouço fiscal. Do presidente Lula na reunião de sexta-feira ouviu que ele precisa mostrar para mais pessoas apresentando a cada vez mais gente. Eu tinha divulgado que o arcabouço não abriria exceções para nenhum tipo de despesas, todas terão limite, mesmo que sejam gastos sociais ou investimentos. Isso não agradou algumas pessoas no PT. Nesse fim de semana a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, já postou um dos seus tuites. Disse que “se é verdade que a economia vai crescer menos esse ano”, é preciso “ aumentar investimentos públicos e não represar nenhuma aplicação social”. O que isso significa é que Haddad antes de divulgar a forma do arcabouço está já sob fogo amigo.
O terceiro ponto que aumenta a expectativa em relação à reunião é que três grandes montadoras, General Motors, Hyundai e Stellantis (dona da Fiat, Jeep, Peugeot e Citroen) anunciaram férias coletivas, por causa da queda das vendas. Isso está hoje no Estado de S.Paulo.
O Banco Central brasileiro em todos os seus comunicados não deu qualquer pista de redução dos juros, mesmo assim o encontro que começa amanhã e termina quarta é aguardado com expectativa. Mesmo se eles fizerem o que é o consenso: a manutenção da Selic em 13,75%, algum sinal terão que dar em relação à mudança clara de cenário nacional e internacional.
Resumindo: desde a última reunião a inflação caiu, o governo reonerou a gasolina melhorando as contas públicas, preparou uma nova proposta de limite dos gastos, a economia está desacelerando e a uma crise bancária, imprevisível como todas as crises desse tipo, está fazendo vítimas no exterior: SVB foi fechado, Signature foi fechado, First Republic recebeu uma injeção de dinheiro dos bancões de Wall Street em operação negociada diretamente pela secretária do Tesouro Janet Yellen e o presidente do FED, Jerome Powell. E neste fim de semana o Credit Suisse foi resgatado pelo UBS com interferência do banco central da Suíça.
O Estado de S.Paulo - SP 21/03/2023
Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, afirmou na manhã desta segunda-feira, 20, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não deu a “palavra final” sobre o projeto de novo arcabouço de regras fiscais desenhado pelo Ministério da Fazenda, mas classificou como “harmônica” a discussão sobre o tema dentro do governo. Alckmin cobrou uma redução na taxa básica de juros: “Não tem inflação de demanda. Pelo contrário, precisamos estimular a economia”.
Pouco antes, durante a abertura de um seminário sobre temas de desenvolvimento econômico, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio, Alckmin havia elogiado a proposta desenhada pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo o vice-presidente e ministro, a proposta é “inteligente e bem feita”.
Questionado, após participar da abertura do evento, se achava que demais setores do governo, como a Casa Civil, concordam com sua avaliação, Alckmin disse que a discussão tem sido “harmônica” no Executivo. “O presidente Lula ainda não deu a palavra final, mas (a proposta) foi bem concebida. O governo inteiro tem discutido de maneira muito harmônica, dentro do princípio de ter uma ancoragem fiscal que controle o crescimento da dívida e, de outro lado, debite investimentos necessários ao crescimento”, disse Alckmin, evitando comentar detalhes da proposta da Fazenda, como se os investimentos públicos ficarão de fora de regras de controle de gasto.
Na rápida entrevista antes de entrar no carro e deixar a sede do BNDES, o vice-presidente cobrou uma redução na taxa básica de juros (Selic, hoje em 13,75% ao ano), independentemente da apresentação do novo arcabouço fiscal. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne esta semana, para definir a taxa Selic para os próximos cerca de 40 dias na próxima quarta-feira, 22. Alckmin cobrou “bom senso”, sem se referir diretamente ao BC, e disse que há espaço para cortar os juros.
“Acreditamos no bom senso. Não tem inflação de demanda. Pelo contrário, precisamos estimular a economia. O mundo inteiro passa por um momento mais difícil. Hoje, grande parte dos países do mundo têm juros negativos. Como disse bem o ministro Fernando Haddad (Fazenda), tem uma gordura muito grande, (juro de) 8% acima da inflação acaba dificultando o consumo, atrasa investimentos e onera o fiscal. Não há nada pior para o fiscal do que isso, porque metade de dívida é (indexada à) Selic. Acreditamos no bom senso, de que vamos ter aí uma redução na taxa de juros”, afirmou Alckmin.
Anfitrião do seminário no Rio, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, negou que a instituição de fomento vá interferir na discussão sobre o arcabouço fiscal, embora o evento desta semana tenha incluído as regras fiscais entre seus temas. Segundo Mercadante, o arcabouço é um tema da Fazenda. A programação do seminário inclui uma palestra do ministro Haddad, no encerramento, nesta terça.
Questionado sobre posicionamentos contrários ao controle de gastos públicos, como os da presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, Mercadante respondeu: “O PT é um partido plural, de massas, relevante, mas não acho que o problema do novo arcabouço seja o PT. O problema é fazer uma maioria no Congresso Nacional que dê sustentabilidade e respeite a decisão que o governo tomar. Esse é o grande desafio”.
Presidente da FIESP
Josué Gomes da Silva, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). participou do mesmo evento e também criticou a taxa de juros.
“É inconcebível a atual taxa de juros no Brasil”, disse Josué, refutando que seja consequência de um problema fiscal. Segundo ele, a taxa de juros no Brasil atualmente é “pornográfica”. “Não temos mais restrição externa, mas criamos nova restrição interna”, queixou-se. “Se não baixarmos os juros não vai adiantar fazer política industrial.”
Globo Online - RJ 21/03/2023
O Brasil vem sobrevivendo a uma "pena de morte" ao se referir à alta taxa de juros no país, afirma o economista americano Joseph Stiglitz, ganhador do Nobel de Economia em 2001. Ele foi um dos críticos que fizeram coro pela redução da Selic, às vésperas da reunião do Banco Central para decidir a nota taxa..
- É chocante a (taxa de juros) de vocês. Os números de 13,75% ao ano, ou de 8% de taxa real, são do tipo de taxa de juro que vai matar qualquer economia. Na verdade, o impressionante no Brasil é que o país sobreviveu ao que seria de fato uma pena de morte.
Ele participa do seminário realizado pelo BNDES na manhã desta segunda-feira. O evento é organizado pelo banco, Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e Fiesp.
Para Stiglitz, as políticas macroeconômicas precisam ser acertadas ou não deixam espaço "para fazer mais nada". A razão para o Brasil estar sobrevivendo à "pena de morte" da taxa de juro nas alturas viria principalmente do fato de o país contar com bancos de desenvolvimento estatais.
- Historicamente, o Brasil teve taxas e juros mais altas que a média mundial, o que deu uma desvantagem competitiva ao país que tem de compensar isso com inovação e mais empreendedorismo - frisa o economista.
O dilema da inflação
Ele vai ainda além, dizendo que, caso o Brasil tivesse uma outra política monetária, estaria em um patamar de crescimento econômico muito maior. Ou seja, explica Stiglitz, esse teria sido um dos fatores que levaram a um desempenho fraco da economia nos últimos tempos.
A justificativa de que a alta de juros é ferramenta para frear a inflação, continua o economista, funciona de forma paradoxal.
- Na verdade, essas altas taxas de juros são contraproducentes e estão exacerbando a inflação - frisa.
A alta das taxas de juro, continua ele, não se justifica como resposta adequada ao crescimento da inflação.
- Mesmo no contexto do Brasil, com posição fiscal muito ruim. Não há caso em que se possa fazer isso, um lado fiscal aumentando a taxa de juros. É contraproducente. Isso custa para o governo, nas dívidas, faz com que os custos de serviços sejam maiores também - sustenta ele.
Dinheiro para mais ricos
Isso passa pelo problema do desenvolvimento sustentável de longo prazo, pontua Stiglitz, porque reduz os recursos disponíveis no governo que deixa de fazer aportes em educação, tecnologia e em outras frentes que colaboram para aumentar o desenvolvimento econômico.
- Nesse sentido, mesmo pensando no cenário fiscal, aumentar a taxa de juros também será contraprucente. Então essa elevação não pode ser defendida sobre essas bases. Uma consequência séria, porque tem a justificativa de que os credores são aqueles que têm dinheiro, é que o dinheiro vai para os mais ricos, exacerbando um dos problemas mais antigos do Brasil, que é essa diferença a qualidade de vida - destaca o economista.
Na visão dele, o que está demonstrado é que "política de juros e austeridade exacerbam o problema fiscal".
BC no Brasil é excessivamente independente
Em um momento em que o debate sobre a independência do Banco Central tem ocupado os holofotes, como o presidente Lula criticando os rumos da política financeira, Stiglitz avalia que parte do problema do Brasil é que "herdamos um Banco Central excessivamente independente".
- Mesmo num mundo de bancos centrais independentes, temos uma noção de responsabilidade forte. Tem de justificar o que faz para a sociedade. O banco central independente, sem representação das pessoas e olhando só para a inflação não é o melhor refletindo o bem-estar da população como um todo - defende.
No caso do Brasil, ele reforça a importância da reforma tributária, com uma estrutura de tributos que não apenas reflita os valores da sociedade, mas que ajude a levar a economia adiante, com impostos que ajudem na promoção do crescimento com sustentabilidade.
Stiglitz sustenta que situações como a da pandemia da Covid-19 deixaram claro que o mercado não dá conta de resolver problemas societários sozinho. Daí, a necessidade de haver ações coletivas, de políticas públicas, incluindo os bancos centrais.
Agência Brasil - DF 21/03/2023
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, chamou de “pornográficas” as taxas de juros no Brasil. Em discurso nesta segunda-feira (20), no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ele disse que os atuais valores são inconcebíveis e precisam ser reduzidos.
“É inconcebível a atual taxa de juros no Brasil. Muitos querem associá-la a um problema fiscal. A tese é que há um abismo fiscal. Abismo fiscal num país que tem 73% do PIB de dívida bruta. Tirando as reservas [cambiais] são mais ou menos 54% de dívida. Tirando o caixa do Tesouro, Nacional, são menos de 45% do PIB de dívida líquida, num país com a riqueza do Brasil. Então esta não é uma boa explicação para as pornográficas taxas de juros que praticamos no Brasil”, disse.
Segundo ele, altas taxas de juros prejudicam os investimentos da indústria brasileira.
No mesmo evento, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também criticou o valor da taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75% desde agosto do ano passado.
“Não há nada que justifique ter 8% de taxa de juros real, acima da inflação, quando não há demanda explodindo e, de outro lado, no mundo inteiro, há praticamente juros negativos. Nós acreditamos no bom senso e que a gente vá, com a nova ancoragem fiscal, superar essa dificuldade”, disse.
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, se reúne a partir desta terça-feira (21), para definir a nova taxa Selic.
IstoÉ Online - SP 21/03/2023
A estimativa para a inflação medida pelo IGP-M neste ano recuou no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 20, pelo Banco Central. A mediana para 2023 passou de 4,11% para 4,08%. Para 2024, aumentou de 4,17% para 4,20%. Quatro semanas antes, os porcentuais esperados eram de 4,58% e 4,14%, respectivamente.
Calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do câmbio e pelos valores dos produtos de atacado, como as commodities.
CNN Brasil - SP 21/03/2023
A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 2,816 bilhões na terceira semana de março. De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (20) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o valor foi alcançado com exportações de US$ 7,738 bilhões e importações de US$ 4,922 bilhões.
Com isso, o saldo positivo acumulado em março chega a US$ 6,917 bilhões e, no ano, alcança US$ 12,029 bilhões.
As exportações registraram alta de 13,6% na média diária de março ante o mesmo período do ano passado, com aumento de 4,3% na Agropecuária, queda de 46,9% na Indústria Extrativa e alta 2,8% nas vendas de produtos da Indústria de Transformação.
Já a média diária de importações caiu 0,4% no período, com queda de 21,6% na Agropecuária, recuo de 0,6% na Indústria Extrativa e alta de 0,1% em produtos da Indústria de Transformação.
Globo Online - RJ 21/03/2023
A apresentação da nova regra fiscal antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) provocaria um efeito positivo, mas não seria decisiva para a redução da taxa básica de juros, afirmam especialistas. Na avaliação de economistas, a Selic deve permanecer em 13,75% ao ano, mas a ata da reunião pode “deixar as portas abertas” para um corte nos próximos meses.
Na avaliação de Flávio Serrano, economista da Blueline Asset Management, não há espaço para corte de juros ainda. Se o projeto do arcabouço fiscal tivesse sido entregue pelo governo ao Congresso, diz, poderia contribuir para melhorar as expectativas de inflação:
— Mas, no curto prazo, não contribuiriam para a queda de juros. A possibilidade de corte da Selic nesta semana não existe.
Serrano pondera que a atividade econômica está desacelerando, mas que o processo está só no começo. Outro fator a levar em consideração é o mercado de trabalho. O desemprego está em 8,4%, mas em três meses 1 milhão de pessoas pararam de trabalhar.
Para o especialista, a primeira redução de juro deve ocorrer em agosto, de 0,25 ponto percentual. O corte poderia ser antecipado para junho se o BC perceber desaceleração do crédito, após a crise da Americanas, e se persistir o cenário de cautela com os bancos no exterior.
Centenário banco suíço foi comprado pelo rival UBS
Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, entende que a demora do governo em anunciar a proposta de regra fiscal traz insegurança, mas diz que ela pode abrir espaço para corte de juros caso preveja mecanismos de controle de despesas. O economista projeta redução da Selic a partir do terceiro trimestre:
— Sem arcabouço, não tem conversa (sobre queda de juros). Com uma boa regra, é possível. Outra razão que impede a queda é o ciclo de altas promovida pelo Fed (banco central dos EUA) e pelo Banco Central Europeu .
Caio Megale e Rodolfo Margato, da XP, avaliam em relatório divulgado ontem que os dados mais recentes da economia foram ruins para a dinâmica inflacionária. A XP projeta ligeiro aumento das projeções para o IPCA de 2023 (de 5,6% para 5,7%) e 2024 (de 3,4% para 3,5%). Por isso, espera que o Copom mantenha a Selic em 13,75%, na quarta, mas avalia que o BC pode deixar a porta aberta para uma queda de juros daqui para frente, caso seja necessário.
“O novo arcabouço promete entregar uma consolidação das contas públicas no ano que vem, mas carece de detalhes sobre como chegar lá. Além disso, a proposta pode ser muito alterada no Congresso”, diz o documento da XP.
Para o chefe de pesquisa da Guide Investimentos, Fernando Siqueira, a combinação do ambiente negativo no exterior com a restrição de crédito na cena local abre espaço para um corte mais cedo da Selic:
— A crise de crédito aqui e a situação ruim lá fora podem gerar a necessidade de movimentação do BC. Ele deve sinalizar corte de juros nos próximos meses.
Monitor Digital - RJ 21/03/2023
A China anunciou o primeiro corte do ano no volume de dinheiro que os bancos mantêm como reservas, para reforçar o ímpeto de crescimento econômico depois que o investimento se estabilizou e o consumo se recuperou nos primeiros dois meses.
O Banco Popular da China, o banco central, disse na sexta-feira que cortará o depósito compulsório em 0,25 ponto percentual para instituições financeiras a partir de 27 de março, para manter a liquidez razoavelmente ampla e servir a economia real.
Após a redução, o depósito compulsório médio ponderado para os bancos, exceto aqueles que já implementam um de 5%, cairá para cerca de 7,6%.
Espaço Publicitário
O banco central disse que a medida visa servir a economia real e manter a liquidez razoavelmente ampla no sistema bancário.
Com 268,2 trilhões de yuans (US$ 39 trilhões) de depósitos nos bancos chineses no final de fevereiro, o corte vai liberar cerca de 600 bilhões de yuans de liquidez em médio e longo prazos, disse Bruce Pang, economista-chefe da Grande China da empresa de serviços imobiliários e de gestão de investimentos JLL.
Com mais reservas desbloqueadas, os bancos poderão aumentar sua capacidade de expandir o crédito, disseram analistas.
À medida que alguns bancos enfrentam aperto de liquidez após uma forte expansão do crédito nos primeiros dois meses, os fundos estáveis de longo prazo fornecidos pelo corte do depósito compulsório aliviarão as pressões de liquidez dos bancos e permitirão que eles apoiem mais ativamente áreas fracas da economia real e das principais indústrias emergentes, disse Zhou Maohua, analista do China Everbright Bank.
Os novos empréstimos em yuan atingiram um recorde mensal em janeiro, de 4,9 trilhões de yuans. O número recuou para um nível menor porém ainda vibrante de 1,81 trilhão de yuans em fevereiro, um aumento de 592,8 bilhões de yuans em relação ao mesmo período do ano passado.
A China adotou várias ferramentas políticas para fortalecer o apoio financeiro à economia. Em 2022, o banco central reduziu o depósito compulsório duas vezes para trazer mais de 1 trilhão de yuans de liquidez e também cortou a taxa básica de empréstimos, uma taxa de empréstimo de referência baseada no mercado, três vezes.
Esse mais recente corte de depósito compulsório dará um apoio significativo para manter a recuperação econômica, que se tornou cada vez mais palpável desde o início do ano.
As vendas no varejo do país reverteram uma sequência de três meses de perdas, em janeiro e fevereiro combinados, e sua produção industrial também acelerou em relação a dezembro. Outros indicadores econômicos, incluindo o investimento em ativos fixos e o índice de produção de serviços, também registraram crescimento ano a ano.
A demanda por capital aumentou acentuadamente devido ao aquecimento da economia e crescerá muito mais no segundo e em outros trimestres em consumo, imóveis, tecnologia e inovação e construção de infraestrutura, disse Wang Yunjin, pesquisador do Instituto de Pesquisa de Investimentos Zhixin.
Wang acredita que, com a injeção de liquidez, os bancos estarão mais bem preparados para a próxima fase de expansão da demanda.
Além disso, como a recente turbulência bancária dos EUA e da Europa expôs a fragilidade financeira global, os analistas acreditam que o corte do depósito compulsório enviou um sinal positivo do mercado financeiro estável da China e aumentou a confiança na segunda maior economia do mundo.
A China pretende alcançar um crescimento mais rápido de cerca de 5% com melhor qualidade de desenvolvimento em 2023, de acordo com o relatório de trabalho do governo deste ano. O produto interno bruto do país registrou um aumento de 3% no ano passado. Fim
Valor – SP 21/03/2023
No norte do país asiático, indica o índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro recuou para US$ 126,50 por tonelada
Os preços do minério de ferro voltaram a recuar nesta segunda-feira (20), depois de as autoridades chinesas terem emitido novas sinalizações de que podem intervir no mercado para conter operações especulativas e de novos polos siderúrgicos do país asiático terem indicado que vão adotar medidas para conter as emissões de poluentes a partir desta semana.
No norte do país asiático, indica o índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro recuou 4,2%, para US$ 126,50 por tonelada, menor nível em duas semanas.
Com isso, a principal matéria-prima do aço reduziu a 1,9% a alta acumulada em março. No ano, os ganhos estão em 7,8%.
Já os contratos futuros mais negociados na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), com entrega em maio, encerraram a sessão diurna com perda de 2,5%, para 883 yuan (US$ 128,15) por tonelada.
Valor - SP 21/03/2023
Integrantes querem resgatar o PL 2789/2019, que propõe elevar a taxação em 0,5% no minério de ferro e em 0,2% nas demais substâncias minerais para compor o fundo de ações emergenciais
A Frente Parlamentar da Mineração Sustentável, que será lançada na próxima quarta-feira (22), quer debater um imposto para o próprio setor com o objetivo de criar um fundo de enfrentamento a tragédias ambientais.
Os integrantes querem resgatar o PL 2789/2019, que propõe elevar a taxação em 0,5% no minério de ferro e em 0,2% nas demais substâncias minerais para compor o Fundo de Ações Emergenciais para Desastres de Empreendimentos Minerários e Sustentabilidade da Mineração (Faedem).
Os recursos poderiam ser transferidos diretamente para os fundos constitucionais dos municípios, estados e Distrito Federal, após o reconhecimento de situação de emergência, estado de calamidade pública, ou, ainda, de forma preventiva. O texto ressalta que a elevação da taxação não exclui a responsabilidade de reparação civil das empresas.
Nos últimos anos, a atividade ganhou os holofotes em duas tragédias ambientais: a de Brumadinho e de Mariana. A frente, que já reuniu 200 parlamentares, quer desconstruir a imagem da mineração como um vilão ambiental. De acordo com dados dos congressistas, é um dos setores que mais geram tributos e encargos, tendo transferido em 2021 R$ 117 bilhões aos cofres públicos.
Outros projetos já estão sendo articulados para enfrentar temas como o combate ao garimpo ilegal, transição energética e incentivo à inclusão e à diversidade no setor. A frente será presidida pelo deputado Zé Silva (Solidariedade-MG).
Consultor Jurídico - SP 21/03/2023
Na última semana, representantes do poder público e das empresas que respondem pelo desastre socioambiental de Mariana (MG), com a mediação do Conselho Nacional de Justiça, sentaram-se à mesa para discutir acordo histórico. "Esse acordo, se chegar a ser celebrado, tem potencial para ser o maior acordo ambiental do planeta, envolvendo mais de R$ 100 bilhões. É certamente uma cifra muito vultosa que pode transformar a realidade daquela região do Vale do Rio Doce", destacou o conselheiro do CNJ Luiz Fernando Bandeira de Mello.
Participaram da negociação nove entes do poder público, sendo três integrantes da União e do governo de Minas Gerais e do Espírito Santo, três dos ministérios públicos das esferas correspondentes e a mesma tríade das defensorias públicas. Pelo setor privado, integram a mesa representantes de três empresas: Samarco Mineração, Vale S.A. e BHP Billiton Brasil.
Com a reabertura do diálogo, pretende-se repactuar o acordo celebrado ainda em 2015, logo após a tragédia do rompimento da barragem do Fundão em novembro daquele ano.
O documento anterior previa que, com a criação da Fundação Renova, custeada pelas empresas responsáveis pela barragem, todas as pessoas vítimas da tragédia seriam indenizadas. Também ficou sob responsabilidade da fundação a reparação pelos efeitos ambientais gerados pelos 40 milhões de metros cúbicos de lama que chegaram ao Rio Doce e que foram carregados pelo rio até o Oceano Atlântico, no litoral do Espírito Santo.
Porém, o acordo não tem sido devidamente cumprido, como esclarece o conselheiro. "Infelizmente, passados sete anos, o que se vê é que as pessoas ainda não foram indenizadas, a reparação ambiental ainda não foi feita, de modo que vamos fazer agora uma repactuação, um novo acordo para substituir aquele celebrado em 2015", afirmou.
Atendimento aos atingidos
Bandeira de Mello explica que a prioridade do acordo continua sendo o atendimento aos atingidos, ou seja, as pessoas que ficaram desabrigadas, perderam familiares e aqueles que ficaram sem o seu meio subsistência, a exemplo dos indígenas e dos pescadores de camarão do Espírito Santo.
Como a lama não poderá ser totalmente removida de determinadas localidades, a total reparação ambiental da tragédia não é possível. Por isso, é necessária a contrapartida das empresas, com investimento em políticas públicas de saneamento básico e de saúde, por exemplo. "O objetivo principal é melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem naquela região", afirmou o conselheiro.
Novas reuniões, no Palácio do Planalto e no CNJ, estão previstas para acontecer dentro de um mês. Com informações da assessoria de imprensa do CNJ.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 21/03/2023
A XCMG Machinery, terceira maior fabricante mundial de maquinário de construção, lançou sua nova estratégia de marca para o mercado dos EUA na ConExpo 2023, que aconteceu de 14 a 18 de março, em Las Vegas, EUA.
A nova estratégia da empresa nos EUA é liderada por um novo slogan global, "Solid for Succeed", bem como por uma nova meta e filosofia da empresa. A XCMG tem como objetivo empregar a nova estratégia para formar uma nova cultura dentro da empresa, ao mesmo tempo em que adota novas tendências visando novos segmentos de mercado.
Sob esta nova estratégia para o mercado dos EUA, a empresa se concentrará em cinco áreas principais como base para o sucesso: internacionalização, produtos de ponta, atendimento ao cliente, desenvolvimento verde e desenvolvimento inteligente.
O quadrante final da nova estratégia da XCMG para o mercado dos EUA diz respeito às ambições da empresa como uma unidade geral.
Segundo a fabricante, o novo slogan, "Solid to Succeed", marca o compromisso da empresa de agir incessantemente em sua resposta a seus clientes, com o objetivo final de tempo de inatividade zero para eles como um parceiro final.
A XCMG também atualizou sua missão para abranger "capacidade de resposta e valor".
.
A XCMG escolheu o novo slogan como meio de demonstrar sua escala global aliada à dedicação em localizar suas operações. O slogan prospectivo também destaca como a empresa responde ativamente a todas as tendências tecnológicas valiosas como parte de sua missão de atender seus clientes de forma eficaz.
“Além disso, o slogan mostra a atitude centrada no cliente da empresa e a rápida resposta às necessidades do mercado de forma ambientalmente responsável. A empresa priorizará produtos de alta qualidade e controle de risco à medida que busca se desenvolver rapidamente como uma empresa de classe mundial”, afirma.
Infomoney - SP 21/03/2023
Empresas asiáticas, em especial as chinesas, lideram o processo de eletrificação dos automóveis no Brasil, com anúncios de fábricas para produção de carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in. Os grupos europeus e americanos mais tradicionais aguardam decisões sobre uma política industrial com foco na descarbonização e o aval das matrizes para investimentos locais nas novas tecnologias de mobilidade.
Líder global no desenvolvimento de veículos eletrificados e com eficiência na produção de baterias e semicondutores, a China registrou, em 2022, participação de quase 30% de eletrificados nas vendas no mercado local, fatia inicialmente projetada para 2025.
Com o consumo em crescimento acelerado, as fabricantes chinesas passaram a escolher outros países para expandir a tecnologia elétrica, e o Brasil entrou nessa rota. A aposta dos asiáticos é de alta constante do mercado, apesar de o segmento participar de apenas 2,5% das vendas de automóveis e não ter subsídios governamentais para a compra, como em outros países. Além disso, tem o etanol, um “combustível verde”, para amenizar os índices de emissão de carbono.
A GWM (Great Wall Motor) e a BYD anunciaram investimentos de R$ 10 bilhões e R$ 3 bilhões, respectivamente, em operações no País. A primeira comprou a fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP), e a segunda está prestes a fechar a aquisição da planta da Ford em Camaçari (BA), ambas desativadas. A Chery escolheu a vizinha Argentina e deve investir R$ 2 bilhões para produzir carros elétricos e baterias, segundo fontes locais.
Entre as montadoras instaladas no Brasil há mais tempo, só a japonesa Toyota e a Caoa Chery produzem modelos híbridos flex (com motor elétrico que auxilia o motor principal a etanol ou gasolina).
“Com políticas públicas eficientes, as empresas chinesas fomentaram e concentraram suas fichas nos elétricos a bateria e estão à frente nessa corrida tecnológica”, diz Adalberto Maluf, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). “Isso fez com que o País ganhasse escala grande em produção e competitividade, e está liderando o processo de eletrificação no mundo.”
Valor - SP 21/03/2023
Há um ano, a justiça local congelou os bens das subsidiárias da Volkswagen no país e interrompeu o processo de venda dos ativos a empresários russos
A Volkswagen pediu para que autoridades da Rússia permitam a venda da sua subsidiária no país, um ano após suspender operações em decorrência da invasão na Ucrânia, com decisão da justiça local de congelar seus bens.
Um tribunal regional da cidade de Nizhny Novgorod, a cerca de 500 quilômetros da capital Moscou, congelou os bens das subsidiárias da Volkswagen no país e interrompeu o processo de venda dos ativos a empresários locais.
No ano passado, a subsidiária interrompeu a importação de veículos e peças de todas as marcas da Volkswagen, incluindo Audi, Porsche e Skoda. No entanto, a montadora alemã ainda tem uma fábrica em Kaluga.
“A Volkswagen está no processo de pedir aprovação de autoridades estatais da Rússia para vender suas operações no país, incluindo a fábrica em Kaluga, com mais de 4 mil funcionários, para um conhecido investidor russo”, diz a companhia.
O congelamento dos seus bens acontecem após a montadora russa GAZ pedir indenização de mais de 15,5 bilhões de rublos (US$ 201,4 milhões) por conta da suspensão da parceria para produção de veículos Skoda.
“Esperamos que a decisão judicial não atrase a operação de venda de ativos, processo que espera garantir as vagas para todos nossos funcionários no país”, segundo a Volkswagen.
Há pouco, as ações da Volkswagen caíam 1,29% na Bolsa de Frankfurt.
G1 - RJ 21/03/2023
A indústria automotiva passa por um novo momento de dificuldades, e voltou a anunciar paralisações de suas principais fábricas. Volkswagen, GM, Stellantis e Hyundai precisaram parar a produção e colocaram funcionários em férias coletivas.
Ao contrário dos episódios recentes, contudo, a pandemia de Covid-19 não está no centro das atenções: o foco, agora, é a alta dos juros.
Como mostrou o g1, os aumentos da taxa básica de juros, a Selic, feitos pelo Banco Central desde 2021, começaram, enfim, a trazer consequências mais fortes para a economia. E uma delas é, justamente, a redução do consumo por meio da dificuldade de concessão de crédito.
Com mercado em desaceleração, montadoras adotam férias coletivas em fábricas do BrasilA demanda por veículos dá sinais de desaceleração em 2023, diz AnfaveaJuros elevados já reduziram o PIB do 4º trimestre e complicam 2023
Para analistas que acompanham o setor, o encarecimento do crédito junto com a redução do poder de compra da população reduziu o potencial de financiamento e, por consequência, a demanda por carros novos.
Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) mostram que janeiro de 2023 começou lento. Comparado ao mês anterior, houve queda de 34% nos emplacamentos de automóveis, veículos comerciais leves, caminhões e ônibus — ainda que o número seja 12% maior que o observado em janeiro de 2022.
Em fevereiro, nova queda: 9% em relação a janeiro. Contra o mesmo mês de 2022, o acumulado também passou ao campo negativo: recuo de quase 2%. Considerando apenas automóveis, houve redução de 7% e 4,2%, respectivamente.
Procuradas, tanto a Fenabrave como a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) não se pronunciaram. As notas das montadoras foram publicadas pelo g1 na segunda-feira.
“A retração de demanda em função da dificuldade de acesso ao crédito é o mais relevante agora. Não dá para dizer que não tem problemas de oferta pontuais na cadeia. Mas esse não é mais o grande problema”, diz Tereza Fernandez, economista da TF Associados.
Para Antônio Jorge Martins, professor de mercado automotivo da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), as paralisações são necessárias para evitar um encalhe de novos modelos no estoque de montadoras e concessionárias. Isso porque dois em cada três automóveis são adquiridos no Brasil por meio de financiamentos, e as condições financeiras do brasileiro se deterioraram.
“Estamos falando de um poder de compra atingido pela inflação, pela falta de ajuste dos salários e um custo mais significativo dos financiamentos. Não se tira um carro novo da concessionária por menos que 25% a 30% ao ano”, afirma.
Martins diz ainda que, durante a pandemia, as montadoras priorizaram a produção de modelos de maior valor agregado, atendendo um público de renda mais alta. Agora que as camadas de renda mais baixa têm acesso mais restrito ao crédito, houve um duplo fator de desaceleração.
Para ele, o mercado só tende a se arrumar quando a população conseguir restabelecer seu nível de renda ou com políticas de acesso facilitado ao crédito. É deste lado que, segundo o analista, o governo tem trabalhado: buscando redução dos juros básicos do país e favorecendo a condição de empréstimos.
“Na medida que tivermos uma sinalização ou mesmo uma reversão do quadro de juros, já deve servir de melhora de expectativas para o mercado como um todo”, diz.
Perspectivas ruins
Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia sua decisão sobre os juros do país. A expectativa do mercado financeiro é de manutenção do atual patamar, de 13,75% ao ano.
Em outras palavras, o custo dos financiamentos continuará elevado e segurando o mercado automotivo por mais tempo. O tamanho do problema, porém, estará nas entrelinhas do comunicado do Copom na quarta-feira.
Isso porque, como disse Martins, o mercado trabalha com expectativas. Se o Copom der vislumbre de que está menos preocupado com a inflação e pretende ser mais complacente com o patamar de juros, as condições de crédito podem melhorar em um prazo mais curto.
O governo federal corre contra o tempo para apresentar a nova regra de política fiscal do país, que substituirá o teto de gastos como artifício para o controle das contas públicas. É o que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chama de novo arcabouço fiscal.
Um bom plano de controle fiscal causa um efeito em cadeia. Em resumo simples, funciona assim: mais confiança com os gastos públicos traz investimentos para o país e acalma as expectativas de inflação, o que permite o BC baixar os juros.
Mas, por ora, o que se tem é uma redução da concessão de novos empréstimos e um aumento da inadimplência no financiamento de veículos.
“Havia sinais de perda de dinamismo e efeitos da contração do crédito, mas caiu além do esperado. E a inadimplência também subiu muito, o que faz com que os bancos limitem a oferta de crédito novo”, diz Isabela Tavares, economista e especialista em crédito da Tendências Consultoria.
Dados do BC mostram que a inadimplência de veículos está nos maiores patamares desde 2013, lembra a especialista. Mas esse é um efeito restritivo que passa por todo o setor de bens duráveis, que depende dos financiamentos como motor de consumo.
Globo Online - RJ 21/03/2023
Depois do crescimento de 6,9% em 2022, o setor de Construção Civil projeta uma alta mais modesta este ano. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a projeção é de 2,5%.
Mesmo com crescimento mais tímido, se confirmada a projeção do mercado financeiro para o PIB de 1.5%, será o terceiro ano consecutivo que o setor setor supera a economia nacional.
A redução de 2022 para 2023 começou a dar sinais no final do ano passado. Houve queda de 0,7% do PIB da Construção no 4º trimestre em relação ao 3º trimestre. A última vez que o setor apresentou queda na comparação de um trimestre em relação ao imediatamente anterior foi no período abril-maio-junho de 2020, ou seja, no início da pandemia no Brasil.
Para a CBIC, os resultados nos últimos dois anos devem-se ao ciclo de negócios imobiliários iniciado com a pandemia. Como o processo de produção do setor é longo (de dois a três anos), os reflexos positivos ainda são sentidos.
Altino Cristofoletti Junior, CEO e um dos fundadores da Casa do Construtor, há alguns sinais que desenham um cenário positivo este ano. O primeiro se refere ao fato de que a construção civil se mostra um segmento resiliente, sobretudo aquele ligado a pequenas obras e reparos.
- Outro ponto é que ainda há um grande estoque de obras de médio e grande porte em andamento, principalmente nas capitais e em cidades grandes de todo o País. Desta forma, prevemos que, diante de um cenário de pressão de custos, cada vez mais empreiteiras e construtoras darão preferência para o aluguel em detrimento à compra de equipamentos - explica ele, cuja franquia pretende abrir 10 unidades no estado do Rio de Janeiro, o que deve gerar um investimento da ordem de R$ 10 milhões.
Porto Gente - SP 21/03/2023
Da adequada incorporação do esforço de todos – e só assim – será confirmada a vocação natural do Porto de Santos como o mais importante do Brasil.
Como era de se esperar, o nome do advogado Anderson Pomini sugerido para presidente do principal porto do hemisfério sul, o de Santos, causou repulsa. Provavelmente, o seu perfil profissional não seria aprovado por uma sabatina na comunidade do porto. Entretanto, há quem aposte que Comini tenha competência como gestor, que seja capaz de buscar com sucesso metas avançadas e fazer entregas valorosas. Neste sentido, o currículo político dele consigna a mediação da candidatura exitosa do ex-governador do pujante estado de São Paulo, o médico Alckmin, como vice do presidente Lula.
O último presidente do Porto de Santos também não tinha perfil profissional compatível para assumir o cargo e, de fato, foi um fracasso. Todavia, Pomini assume com uma meta hercúlea, de construir o porto oceânico e o túnel submerso. Indubitavelmente, toda a comunidade do porto estará alinhada com esses seus propósitos. Um trabalho extraordinário, a fim de construir um novo arranjo logístico e promover aumento relevante da produtividade, com inovação regional. Um conjunto de soluções avançadas, com aplicação e, como porto-indústria, produção de novas tecnologias.
Há pressa para implantar esse porto do futuro, para receber os navios modernos e promover as novas formas de movimentação de mercadorias, como referência nacional na formação de um ecossistema de inovação portuária. É possível ir além do resultado financeiro, na busca do desenvolvimento socioeconômico. A evolução desse projeto na região, vai dinamizar muito potencial adormecido, com tantas capacidades mal aproveitadas, paradigmas ainda atrelados ao padrão pré-contêiner e aplicação intensiva de mão-de-obra não qualificada. No lugar, fomentar oportunidades de porto-indústria sustentável e especializado com profissionais bem treinados.
Ambos da região, o ministro dos Portos Márcio França e o seu secretário Fabrizio Pierdomenico, conhecem bem essa realidade, sob a ótica política e dentro das suas funções, melhor do que os seus antecessores. De pronto, ao atrelar R$ 1,8 bilhão do caixa do Porto de Santos para construção da ligação a seco das margens do porto, em Santos e Guarujá, demonstra espírito empreendedor e gestão competente. São esperadas muitas surpresas, em breve, sobre o porto oceânico.
A eleição dos presidentes das comissões temáticas no Congresso, 5ª feira passada, encerrou uma fase de intensa negociação de cargos. Provavelmente, nesta semana serão indicados os diretores dos portos. O programa de obras para o de Santos, precisa ter sua equipe de gestores estruturada até final de junho próximo. Um panorama destacado no programa do atual governo como promoção de desenvolvimento, para gerar salários, lucros e rendimentos.
A construção do porto oceânico e do túnel submerso no Porto de Santos são duas obras inadiáveis. O governo Lula promete realizá-las. Uma missão de preparar o porto para o futuro através de ações de planejamento , com colaboração de consultores nacionais e estrangeiros, de modo a garantir o aproveitamento geral e integrado da região e servir adequadamente aos usuários e operadores do porto.
Petro Notícias - SP 21/03/2023
O Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou no último final de semana a criação de um programa para aumentar a competitividade do setor de gás natural do Brasil. Além disso, o chefe da pasta, Alexandre Silveira, declarou que o governo está trabalhando na elaboração de uma medida provisória (MP) que permitirá a troca do óleo da União nos contratos de partilha por volumes adicionais de gás natural disponíveis para comercialização.
A troca de óleo por gás natural seria realizada por meio da estatal Pré-Sal Petróleo (PPSA). “Vai tramitar uma MP para que possamos fazer o swap [troca] do óleo diesel que já é da União pelo gás natural e assim aumentando a condição de termos mais gás no Brasil, reindustrializar e nos garantir segurança energética”, disse Silveira.
A MP está dentro do bojo do novo programa voltado ao setor de gás anunciado pelo MME. Batizado de “Gás para Empregar”, o programa terá seu escopo definido por um grupo de trabalho criado pela pasta.
“É um programa que visa o processo de reindustrialização nacional através do gás, não só o gás do pré-sal, mas de todas as petroleiras. A garantia de suprimento de gás natural a longo prazo é determinante nas decisões de investimentos em novas plantas industriais de diversos setores intensivos no consumo de gás natural. Uma política bem elaborada e efetiva de aumento do fornecimento de gás natural tem potencial de elevação do emprego, renda e segurança energética e alimentar para a nossa população”, afirmou Silveira.
O grupo de trabalho estudará, dentre outras medidas:
I – implementação da permuta (swap) do óleo da União por gás natural, para atendimento dos objetivos do programa;
II – desenvolvimento de política de precificação de longo prazo do gás natural da União que leve em consideração os preços da molécula e dos produtos e energia obtidos a partir do gás natural;
III – implementação do reconhecimento como custo em óleo, pela Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A. – Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), do acesso, construção, operação, e manutenção de estruturas de escoamento e processamento do gás natural dos contratos de partilha de produção, como medida de incentivo ao aumento da oferta no mercado nacional; e
IV – outras medidas de incentivo à construção da infraestrutura de escoamento, processamento e transporte de gás natural.
Petro Notícias - SP 21/03/2023
A PPSA anunciou hoje (20) que os contratos em regime de partilha de produção registram novo recorde em janeiro, alcançando uma média de 845 mil barris por dia (bpd) de petróleo. O número volume representa quase o dobro do registrado em janeiro do ano passado. Dos sete contratos que estão atualmente em produção, quatro tiveram participação fundamental: Búzios, Sépia, Mero e Atapu.
O resultado de janeiro é 11% maior do que o de dezembro de 2021 em função de uma melhoria operacional no Campo de Búzios, que apresentou um volume de 428 mil bpd, seguido de 212 mil bpd em Libra e 101 mil bpd em Sépia. O excedente em óleo da União também acompanhou esse incremento, com produção de 42,9 mil bpd. As principais contribuições foram de Libra (32,17 mil bpd) e Búzios ( 6,04 mil bpd). Para fins de comparação, em janeiro de 2022, a parcela da União foi de 16,7 mil barris por dia.
A produção total acumulada em regime de partilha de produção, desde 2017, é de 369 milhões de barris de petróleo. A parcela acumulada em óleo da União, no mesmo período, é de 22,76 milhões de barris.
Em relação ao gás natural com aproveitamento comercial, os contratos apresentaram produção de 2,28 milhões m³/dia. O resultado é 17% maior do que no mês anterior em função da melhoria de performance no Campo de Búzios, que foi responsável por 2,12 milhões m³/dia, seguido de 140 mil m³/dia no Entorno de Sapinhoá e 24 mil m³/dia em Sudoeste de Tartaruga Verde.
A parcela da União foi de 54 mil m³/dia, sendo 30 mil m³/dia de Búzios, 24 mil m³/dia do Entorno de Sapinhoá e 4 m³/dia de Sudoeste de Tartaruga Verde, apresentando uma redução de 57% em relação ao período anterior, devido a instabilidades na exportação de gás em Sapinhoá.
Desde 2017, o volume acumulado de gás natural soma 1 bilhão de m³. O excedente que a União tem direito é de 151,30 milhões de m³.
TN Petróleo - RJ 21/03/2023
Criado no ano passado, o Programa Rede de Oportunidades da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) - Óleo, Gás e Naval já promoveu seis encontros entre empresas fornecedoras de bens e serviços e players demandantes no mercado. Neste período, o programa identificou, dentro da cadeia produtiva, mais de 2 mil fornecedores, que oferecem mais de 4.500 bens e serviços para a indústria de energia.
Nesta terça-feira (21/03), a partir das 15h na sede da federação, ocorre a 7ª edição do programa com a participação da Origem Energia. O gerente da Cadeia de Suprimentos, E&P da empresa, Gabriel Rocha, apresentará as oportunidades, desafios e tendências - informações sobre as oportunidades de fornecimento da Origem. A empresa interessada em participar do encontro deve fazer inscrição em https://www.firjan.com.br/eventos/programa-rede-de-oportunidades-oleo-gas-e-naval-com-origem.htm
“Com o novo ciclo de investimentos do mercado de óleo e gás e as perspectivas de encomendas de bens e serviços para os próximos anos, lançamos em 2022 o Programa Rede de Oportunidades. O objetivo é apoiar a indústria fornecedora do país, em especial do Rio de Janeiro, a se aproximar de modo qualificado de grandes empresas demandantes”, explica Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan.
Uma das principais etapas do programa é a promoção de encontros presenciais, ocasião que uma grande empresa apresenta suas oportunidades e seus requisitos de compras, além de ter um momento importante de aproximação com potenciais fornecedores. Já ocorreram 6 edições com a participação da Nuclep e EBSE, SBM Offshore, Equinor, Estaleiro Jurong Aracruz, MODEC e estaleiro BrasFELS.
O pré-requisito para participar e receber o convite dos próximos eventos do Programa, é preencher o formulário de bens e serviços (https://forms.gle/HACVRJHcx5r2rBTCA). São mapeados os itens demandados e fornecidos e analisado os requisitos mínimos de modo a compatibilizar os participantes e identificar gargalos de fornecimento.
O Petróleo - SP 21/03/2023
O Goldman Sachs Group Inc., um dos bancos mais otimistas em suas perspectivas para o petróleo, reduziu suas previsões de preço para 2023.
A instituição acredita que as preocupações com o setor bancário e o potencial de recessão superam o aumento da demanda da China. As informações são da Bloomberg e foram publicadas em 20 de março de 2023 (fonte).
Os analistas do banco agora veem o Brent atingindo US$ 94 o barril nos próximos 12 meses e US$ 97 o barril no segundo semestre de 2024, contra US$ 100 o barril anteriormente.
Fatores que influenciam a redução das previsões
Segundo o Goldman Sachs, os preços do petróleo caíram apesar do boom da demanda na China devido ao estresse bancário, temores de recessão e um êxodo de fluxos de investidores.
“Historicamente, após tais eventos assustadores, o posicionamento e os preços se recuperam apenas gradualmente, especialmente os preços de longo prazo”, disse o banco em nota de 18 de março (fonte).
Os mercados globais foram agitados recentemente, com a turbulência no Credit Suisse Group AG provocando pânico nos mercados. O petróleo caiu para a mínima de 15 meses, com o Brent caindo 12% esta semana, para menos de US$ 73 o barril.
Bulgária continua a ser um grande comprador de petróleo russo
Impacto na produção da OPEP
Após a queda nos preços, o banco agora espera que os produtores da Opep aumentem a produção apenas no terceiro trimestre de 2024, em comparação com o segundo semestre de 2023 que o Goldman havia estimado antes da queda dos preços.
Com a revisão das previsões, os investidores e produtores de petróleo devem ajustar suas expectativas e estratégias em relação aos preços do petróleo nos próximos anos.
A situação atual do mercado global e as incertezas no setor bancário reforçam a necessidade de acompanhar de perto as tendências e desenvolvimentos do mercado de petróleo.
Money Times - SP 21/03/2023
A produção brasileira de petróleo e gás subiu 0,19% em fevereiro ante o mês anterior e registrou novo recorde mensal de 4,183 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), com impulso do gás natural, apontaram dados publicados pela reguladora ANP nesta segunda-feira.
O volume supera recorde anterior de 4,18 milhões de boed registrado em outubro do ano passado.
Na comparação com um ano antes, a produção de óleo e gás avançou 11,4%, mostraram os dados.
O marco foi puxado pela produção brasileira de gás natural, que cresceu 2,3% em fevereiro ante janeiro e avançou cerca de 10% ante um ano antes, para 146,54 milhões de metros cúbicos por dia.
Já a produção apenas de petróleo recuou 0,39% em fevereiro ante janeiro e cresceu 11,8% versus um ano antes, para 3,261 milhões de barris por dia (bpd).
O recuo mensal da produção de petróleo ocorre após o país ter registrado recorde de produção da commodity de 3,274 milhões de bpd em janeiro.
Associe-se!
Junte-se a nós e faça parte dos executivos que ajudam a traçar os rumos da distribuição de aço no Brasil.
© 2019 INDA | Todos os direitos reservados. desenvolvido por agência the bag.