IstoÉ Dinheiro - SP 20/10/2023
A S&P Global reafirmou nesta quinta-feira, 19, o rating da Usiminas em BB, com perspectiva estável. Em comunicado, a agência aponta que a estrutura societária da empresa mudou, e agora a Ternium/Grupo Tenaris detém 61,3% das ações do grupo controlador da Usiminas.
A agência diz que a Usiminas é uma subsidiária estrategicamente importante de sua controladora e que a qualidade de crédito do grupo é mais alta do que a da Usiminas. Mas acrescenta que o potencial de apoio pela controladora seria “incerto”, em um eventual cenário de default soberano.
Já a perspectiva estável reflete fundamentos mais fracos do setor, que poderiam enfraquecer certas métricas, nota.
Diário do Comércio - MG 20/10/2023
A plataforma 100 Open Startups divulgou os resultados do seu ranking anual de empresas que contribuem para a inovação aberta. Neste ano, a ArcelorMittal conquistou a segunda posição na classificação geral, pela terceira vez. A siderúrgica foi premiada ontem (18), em cerimônia no Rio de Janeiro.
Segundo o ranking, o montante de negócios criados para as startups com aportes de grandes empresas alcançou R$ 6,4 bilhões em 2023, com 54 mil contratos, representando um valor maior do que o resultado do ano anterior, que registrou R$ 2,7 bilhões.
A premiação reconhece os investimentos feitos pela ArcelorMittal Brasil para a inovação aberta e nas relações com o mercado de startups. A empresa ganhou destaque na América Latina com seu método de produção de aço integrado; a produção de carvão vegetal pelo uso de fontes renováveis; o lançamento de comércio eletrônico para vendas de aço no Brasil; e por ter criado o Açolab, primeiro hub de inovação da indústria do aço do mundo.
Atualmente, o espaço está ligado a 25 mil participantes ativos no setor de inovação aberta, com 7 mil startups fazendo parte do ecossistema. Em 2021, a ArcelorMittal divulgou o Açolab Ventures, um fundo de R$ 110 milhões para impulsionar as startups que compartilham das visões da siderúrgica.
Também faz parte das ações de inovação aberta da companhia, o iNO.VC – Programa de Transformação Digital, que busca encorajar a transformação digital ao realizar a integração de funcionários, instituições de ensino, startups e espaços de inovação. Além desse objetivo, o programa ainda tem a finalidade de auxiliar a indústria automotiva, máquinas e equipamentos, o setor de construção civil, energia e eletrodomésticos.
Nos últimos dois anos, a iniciativa gerou receita de US$ 24 milhões. Para 2023, a expectativa é de que o retorno financeiro total com os projetos alcance em torno de US$ 36 milhões.
Globo Online - RJ 20/10/2023
A alta dos preços dos serviços, que chegou a atingir quase 10% em 2022, desacelerou com força nos últimos meses: mesmo com o baixo desemprego, o menor desde 2015, caiu a pouco mais que 5% em 12 meses no mês passado. Se essa perda de ritmo se confirmar, deve ajudar o Banco Central a seguir cortando os juros no passo atual.
Na hora de definir a Selic, o Copom (comitê de política monetária do BC) vem olhando principalmente o núcleo da inflação de serviços. Essa é uma medida que desconsidera o impacto de choques temporários sobre os preços, já que decisões de juros demoram muitos meses para serem sentidas por consumidores e empresas.
A preocupação do BC é com o fato de que o núcleo chegou a alcançar aumento de 9,5% em setembro do ano passado. Mas os juros básicos altos (acima de 10% ao ano desde o início de 2022) e o esgotamento do efeito positivo da volta às atividades no pós pandemia vem domando essa inflação, que recuou a 5,19%, a menor alta em 12 meses desde setembro de 2021.
O economista João Fernandes, da Quantitas, que levantou os dados para o blog, avalia que se o núcleo continuar a ceder, chegando a entre 3% e 4%, o BC poderá continuar cortando a Selic em meio ponto percentual. Hoje a taxa está em 12,75% ao ano.
- Se a inflação de serviços continuar com essa dinâmica benigna de estabilização, acredito que o Banco Central vai continuar derrubando juros nesse ritmo que ele tem derrubado, que é 0,50 ponto por reunião - apontou. - É um ritmo bem sustentável e que é condizente com não perder de novo o controle da inflação de serviços ali na frente por ter derrubado juros muito rápido.
Ele diz que há uma preocupação para a inflação, que é exatamente o baixo nível da taxa de desemprego, hoje em 7,8%. Nesse cenário, a tendência é que as pessoas consumam mais, o que poderia gerar pressões inflacionárias. É por isso que, na avaliação do economista, o BC não pode acelerar o ritmo de cortes.
- Se houver um estímulo excessivo à demanda, pode perder esse bônus de estar conseguindo gradualmente colocar a inflação em um patamar mais controlado.
IstoÉ Dinheiro - SP 20/10/2023
A guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza não deve afetar imediatamente o desempenho da balança comercial do Brasil, avaliou o relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta quinta-feira, 19, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O Icomex prevê um superávit recorde entre US$ 90 bilhões e US$ 92,5 bilhões para a balança comercial brasileira em 2023. No relatório anterior, referente a agosto, a previsão era mais modesta, de um superávit de US$ 80 bilhões.
“Não se espera qualquer efeito imediato na balança comercial devido à guerra entre Israel e o Hamas”, resumiu a FGV. “No momento, do ponto de vista do Brasil, a principal questão é a crise humanitária e os possíveis desdobramentos desse conflito. Os impactos irão depender de quanto o conflito possa se estender para outros países da região o que teria um efeito negativo para o crescimento da demanda mundial e impactos ainda não previsíveis com clareza no jogo geopolítico mundial.”
A FGV lembra que a Secretaria de Comércio Exterior (Secex, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) também aumentou a previsão de superávit para o ano de 2023 de US$ 84,7 bilhões para US$ 93,0 bilhões.
“Num primeiro momento, os possíveis efeitos da guerra entre Israel e o Hamas não devem modificar essas previsões. A guerra entre a Ucrânia e a Rússia teve um impacto mais imediato nas exportações brasileiras, via os canais dos fluxos de commodities, grãos e petróleo. Em adição, havia temores dos efeitos na agricultura, dado que a Rússia era o principal fornecedor das importações de fertilizantes para o Brasil”, justificou a FGV, em nota.
O documento lembra que o fluxo de comércio do Brasil é “pequeno” tanto com Israel quanto com a Palestina.
“O Brasil, como membro do Mercosul, tem um acordo de livre comércio com Israel assinado em 2010 e que entrou em vigor em 2011. Da mesma forma, há um acordo Mercosul-Palestina assinado em 2011, aprovado pelo Congresso em 2018, mas que até agora aguarda sanção presidencial”, mencionou.
A FGV ressalta que Israel é destino de apenas 0,2% das exportações brasileiras, 52º colocado na lista de mercados compradores, e responde por 0,6% das importações brasileiras, 34º na lista de países que vendem mercadorias para o Brasil. Já a Palestina seria o 134º mercado para as exportações brasileiras, e o 157º mercado das importações.
“Para o Brasil é possível ganhos com o aumento do preço do petróleo, mas deve ser lembrado que o Brasil também importa petróleo. No acumulado do ano até setembro, a participação do petróleo e derivados nas exportações brasileiras foi de 15,3% e, nas importações, de 12,2%”, acrescentou o Icomex.
A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 71,3 bilhões de janeiro a setembro deste ano, sendo mais da metade desse resultado (52,8%, ou US$ 37,6 bilhões) explicado pelas trocas comerciais com a China.
Houve também superávit no acumulado do ano no comércio do Brasil com a Argentina (US$ 4,6 bilhões), com os demais países da América do Sul (US$ 7,9 bilhões) e com a Ásia excluindo a China (US$ 7,1 bilhões). Por outro lado, o Brasil acumula um déficit de US$ 2,3 bilhões de janeiro a setembro nas trocas comerciais com os Estados Unidos, e déficit de US$ 644 milhões no comércio com a União Europeia.
De janeiro a setembro, o volume exportado pelo Brasil para a China cresceu 28,1% ante o mesmo período do ano anterior; para os Estados Unidos, 3,6%; para a Argentina, 13,0%; e para a Ásia excluindo a China, 6,0%. Houve queda no volume exportado pelo Brasil para a União Europeia, -4,0%, e para os demais países da América do Sul, -5,8%.
A melhora do superávit da balança comercial brasileira neste ano tem sido explicada pelo aumento do volume exportado e redução no volume importado, enquanto os preços têm recuado para os dois fluxos, observou o Icomex.
De janeiro a setembro de 2023, o volume exportado cresceu 8,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o volume importado caiu 2,7%. Os preços das exportações recuaram 8,0%, e os das importações caíram 9,2%. Em valores, as exportações caem 0,1% no acumulado do ano, enquanto as importações recuam 11,7%.
Investing - SP 20/10/2023
A força da economia dos EUA e o mercado de trabalho ainda apertado podem justificar novos aumentos da taxa de juros pelo banco central, disse o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, nesta quinta-feira, em comentários que pareciam contrariar expectativas do mercado de que os aumentos das taxas do banco central dos EUA tenham chegado ao fim.
"Estamos atentos aos dados recentes que mostram a resiliência do crescimento econômico e da demanda por mão de obra. Evidências adicionais de crescimento persistentemente acima da tendência, ou de que o aperto no mercado de trabalho não está mais diminuindo, podem colocar em risco o progresso da inflação e justificar um novo aperto da política monetária", disse Powell em comentários ao Clube Econômico de Nova York.
Para que a inflação retorne de forma duradoura à meta de 2% do Fed, "é provável que seja necessário um período de crescimento abaixo da tendência e um pouco mais de abrandamento nas condições do mercado de trabalho", disse Powell.
Desde que o Fed começou a aumentar as taxas de juros em março de 2022, a taxa de desemprego variou pouco em relação aos atuais 3,8%, abaixo do nível que a maioria das autoridades do Fed considera não inflacionário, e o crescimento econômico geral permaneceu, em geral, acima da taxa de crescimento anual de 1,8% que as autoridades do Fed consideram o potencial subjacente da economia.
O Fed está "procedendo com cuidado" ao avaliar a necessidade de quaisquer outros aumentos nas taxas, disse Powell, provavelmente deixando intactas as expectativas atuais de que o Fed manterá sua taxa básica de juros estável na faixa atual de 5,25% a 5,5% na próxima reunião de 31 de outubro a 1º de novembro.
Há evidências de que o mercado de trabalho está esfriando, disse Powell, com algumas medidas importantes se aproximando dos níveis observados mesmo antes da pandemia.
Powell também observou uma série de novas "incertezas e riscos" que precisam ser levados em conta à medida que o Fed tenta equilibrar a ameaça de permitir que a inflação se reacenda com a ameaça de pressionar a economia mais do que o necessário.
Esses riscos incluem novos riscos geopolíticos para a economia decorrentes do "terrível" ataque a Israel pelo grupo militante palestino Hamas, disse Powell.
"Nossa função institucional no Federal Reserve é monitorar esses acontecimentos quanto às suas implicações econômicas, que permanecem altamente incertas", disse Powell. "Falando por mim, achei o ataque a Israel horrível, assim como a perspectiva de mais perdas de vidas inocentes."
Ele também observou os recentes aumentos nos rendimentos dos títulos, impulsionados pelo mercado, que ajudaram a restringir "significativamente" as condições financeiras gerais.
"Mudanças persistentes nas condições financeiras podem ter implicações para a trajetória da política monetária", disse Powell, com taxas de juros mais altas baseadas no mercado, se sustentadas, fazendo o mesmo trabalho que os aumentos das taxas do Fed.
Mas o presidente do Fed também expressou o que se tornou um tema persistente no banco central dos EUA: que, apesar do progresso constante na redução da inflação, a batalha ainda não terminou, com a possibilidade de novos aumentos das taxas e a duração das condições monetárias restritivas ainda a ser determinada.
"A inflação ainda está muito alta, e alguns meses de bons dados são apenas o começo de o que será necessário para construir a confiança de que a inflação está se movendo para baixo de forma sustentável em direção à nossa meta", disse Powell, citando o progresso feito desde que a inflação atingiu o pico no ano passado, mas também observando que uma das principais medidas de inflação do Fed permaneceu em 3,7% até setembro, quase o dobro da meta do banco central.
"Ainda não podemos saber por quanto tempo essas leituras mais baixas persistirão, ou onde a inflação se estabelecerá nos próximos trimestres", disse Powell. "É provável que o caminho seja acidentado e demore algum tempo... Meus colegas e eu estamos unidos em nosso compromisso de reduzir a inflação de forma sustentável para 2%."
As semanas que se seguiram à reunião de setembro do Fed foram excepcionalmente turbulentas, com o aumento das preocupações com a guerra regional no Oriente Médio e os mercados de títulos elevando as taxas de juros do mercado, tornando as condições financeiras enfrentadas pelas empresas e famílias mais restritivas, independentemente do Fed.
Os dados desde a última reunião do Fed também mostraram uma reaceleração inesperada do crescimento do emprego nos EUA, as vendas no varejo desafiando as previsões de desaceleração e várias medidas de preços oferecendo sinais inconsistentes sobre se a inflação está no caminho certo para retornar à meta de 2% do Fed em tempo hábil.
A aparição de Powell ocorre menos de 48 horas antes do início do tradicional período de silêncio que antecede a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto, que ocorrerá em 31 de outubro a 1º de novembro.
Embora algumas outras autoridades do Fed ainda falarão mais tarde na quinta e na sexta-feira, antes do início do período de silêncio no sábado, são os comentários de Powell que darão o tom das expectativas de política monetária para a reunião.
Se eles deixarem as taxas inalteradas em duas semanas, como agora é amplamente esperado, isso marcará a primeira reunião consecutiva sem aumento das taxas desde que o Fed iniciou sua campanha de aumento em março de 2022.
Uma pesquisa da Reuters com mais de 100 economistas publicada na quarta-feira mostrou que mais de 80% não esperam nenhum aumento nas taxas na próxima reunião, e a maioria também acredita que o Fed já terminou de aumentar as taxas, embora a maioria das autoridades monetárias em sua reunião de setembro tenha projetado que provavelmente seria necessário mais um aumento de um quarto de ponto até o final do ano.
Muitos dos participantes da pesquisa fizeram a ressalva de que, se o progresso da inflação estagnar ou reverter, o Fed não hesitaria em voltar a aumentar as taxas.
Infomoney - SP 20/10/2023
Os principais problemas enfrentados pela indústria continuam sendo a demanda interna insuficiente, a elevada carga tributária e as taxas de juros altas (25,3%). É o que mostra Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com dados do terceiro trimestre e divulgada nesta quinta-feira (19).
Segundo a entidade, é normal que esses fatores sejam citados como os de maior impacto na atividade industrial. A novidade é que, no trimestre, houve um recuo de até seis pontos porcentuais nas citações quando comparado com o segundo trimestre do ano.
A demanda interna insuficiente foi apontada por 33,9% das empresas entrevistadas, um recuo de 3,1 ponto porcentual em relação ao trimestre anterior.
O segundo problema mais reportado pelos empresários industriais foi a alta carga tributária, com 32,6%. Entre o segundo e o terceiro trimestre, no entanto, esse porcentual teve um recuo de 1,1 p.p nos apontamentos.
Em terceiro lugar nas assinalações, as elevadas taxas de juros, com 25,3%, uma queda de 6 pontos porcentuais ante o trimestre anterior. A CNI atribui essa melhora no indicador ao ciclo de cortes na Selic, iniciado em agosto deste ano.
Por outro lado, os porcentuais de outros entraves elencados pelos empresários industriais tiveram aumento, como a competição desleal (alta de 1 p.p, para 16,5%) e falta ou alto custo de trabalhador qualificado (alta de 0,5 p.p, para 16,1%).
“Na pesquisa, é solicitado que o empresário marque até três itens que constituíram problemas reais para a empresa e, com isso, esses outros dois figuraram ali na quarta e quinta posição”, explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
A Sondagem foi realizada entre os dias 2 e 13 de outubro, sendo entrevistadas cerca de 1.700 empresas de pequeno, médio e grande porte.
O Estado de S.Paulo - SP 20/10/2023
A redução de 4% no preço da gasolina anunciada nesta quinta-feira, 19, pela Petrobras consolida a avaliação de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) deverá mesmo ficar abaixo do teto da meta, de 4,75%, este ano.
Salvo em caso de algum acidente — como uma disparada nos preços do petróleo —, economistas do mercado já consideram mais provável que a inflação fique abaixo do limite superior do alvo pela primeira vez desde 2020.
Inflação de volta à meta
A Petrobras reduzirá a partir de sábado, 21, em R$ 0,12 por litro, o preço médio de venda de gasolina A para as distribuidoras nas suas refinarias, que passará a ser de R$ 2,81 por litro, queda de 4% em relação ao preço anterior. Já o diesel, que tem peso bem menor no IPCA, será elevado em R$ 0,25 o litro, alta de 6,6%, reduzindo a defasagem que o combustível registra em relação ao mercado internacional.
No fechamento da quarta-feira, 18, o diesel estava 14% abaixo do preço internacional, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), enquanto a gasolina registrava defasagem negativa de 5%.
Instituições do mercado consultadas pelo Estadão/Broadcast calculam que o corte nos preços da gasolina terá impacto negativo próximo de 0,10 ponto porcentual no IPCA do ano. Matematicamente, deve ser o suficiente para fazer com que a inflação total seja menor do que o teto da meta, já que a mediana do último relatório Focus já indicava um IPCA de 4,75% em 2023.
“Este ano, salvo uma escalada nos preços de petróleo, devemos ficar abaixo do teto da meta”, disse o economista-chefe do Banco BMG, Flávio Serrano, que vê um impacto negativo de 0,10 a 0,12 ponto porcentual no IPCA com a redução dos preços de gasolina.
A estrategista de inflação da Warren Rena, Andréa Angelo, diminuiu de 4,60% para 4,50% a sua projeção de IPCA de 2023, em linha com o impacto negativo de 0,11 ponto porcentual calculado. Segundo a analista, tudo sugere que a inflação deste ano ficará abaixo do teto da meta.
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, avalia que o reajuste nos preços dos combustíveis deve ter “impacto nulo”, em termos diretos, para o IPCA. “Indiretamente, o impacto é gigantesco em função da matriz de transportes de bens da nação, mas o seu repasse ao consumidor tem uma defasagem temporal maior e o coeficiente é mais incerto”, explica.
Para o IPCA, a Ativa reduziu sua perspectiva para 2023 de 4,69% para 4,65%, mediante a queda da projeção de novembro de +0,31% para +0,23%, mas com a elevação da projeção de dezembro de +0,57% para +0,61%. “Ressaltamos que o corte de 12 centavos na gasolina amplia a defasagem para próximo de 30 centavos, ao passo que a alta do diesel ainda deixa resíduo altista de cerca de 35 centavos, para se equiparar aos níveis internacionais”, conclui Sanchez./Com Amélia Alves
O Estado de S.Paulo - SP 20/10/2023
A cadeia produtiva da indústria da construção tem leituras díspares em alguns pontos específicos da reforma tributária. Natural. Afinal, alcançar a totalidade numa proposta que altera um sistema tributário tão confuso, amplo e diverso é praticamente impossível. Saudável que seja assim. Mas buscamos pensar maior e a contribuir com a elaboração da melhor reforma possível, sempre olhando para o contribuinte e para o desenvolvimento do País.
Alguns pontos, no entanto, encontram a convergência integral da cadeia e da sociedade sobre o tema: a necessidade de uma reforma simplificadora, transparente, que incentive a industrialização e alavanque a economia do País sem onerar a população. Esses são fundamentos pacificados e devem ser o norte do texto final.
Hoje, o Brasil carrega o peso de uma legislação complexa, obsoleta e que vai na contramão de todos os esforços do setor produtivo para a formação de um ambiente de negócios promissor e seguro do ponto de vista jurídico. A população paga caro, as empresas perdem eficiência e o País fica sem competitividade. Por isso tamanha expectativa quanto ao tema. O Brasil anseia pela modernização e simplificação do sistema tributário nacional e por um prazo de transição que seja o menor possível. Apesar de ser necessário, é fundamental que esse prazo não se alongue, já que este período implica aumento de custos e complexidades enquanto estiverem convivendo os dois sistemas.
Justiça seja feita: o texto aprovado na Câmara dos Deputados carrega bastante da modernização e da inovação necessárias à atividade econômica. Não agrada integralmente a todos, claro. Mas é uma proposta coerente com a realidade do País, porque alinha pontos que podem melhorar a produtividade da indústria da construção, levando à sustentabilidade do setor e à maior geração de emprego. Ela traz pontos que podem destravar investimentos e conferir segurança jurídica para o bom andamento do ambiente de negócios. Oferece respostas saudáveis a algumas distorções do sistema vigente e tem uma atitude pró-crescimento.
Na esfera cotidiana, uma das grandes dissonâncias do atual sistema de tributação é a discrepância na incidência de impostos entre obras com distintos sistemas construtivos, como aquelas realizadas no canteiro de obras e as denominadas off-site, nas quais as estruturas são pré-fabricadas na indústria e, posteriormente, montadas no local da construção. Independentemente do cenário, toda a cadeia produtiva sofre o impacto, seja na extremidade dos fornecedores de produtos, como blocos, eletrodutos, tintas e assim por diante, ou na outra ponta, abrangendo incorporadores e construtores. Essas discrepâncias criam uma falta de previsibilidade nos custos finais, dificultando a análise precisa da realidade do mercado e a definição do projeto mais adequado para cada situação. Essa vulnerabilidade representa um obstáculo ao desenvolvimento dessa atividade econômica, que carece de um estímulo renovador.
A proposta tem a possibilidade de ajustar este abismo na cobrança entre os dois modelos e facilitar a implementação das construções industrializadas, o que vai melhorar a produtividade do setor, reduzir o custo das obras e deixar os canteiros mais eficientes, limpos e modernos. É um passo importante para a construção brasileira, que dará um salto de competitividade e agregação de qualidade para o consumidor.
Produtor de bens de consumo de longo prazo, o setor merece o regime específico que lhe é de direito. O bem imóvel – seja ele uma ponte, estrada ou moradia – não circula, não compõe prateleira e não deve ser comparado com operações de outros produtos. Os países com sistema de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) mais bem aceitos tratam o imóvel de maneira diferenciada e não há motivo para invertermos essa lógica. Nações com sistema tributário mais moderno, como Portugal e Espanha, tratam o setor de forma específica, reconhecendo que construção é investimento e observando as particularidades que envolvem as operações com bens imóveis.
A construção tem a justa ambição de contribuir cada vez mais com o desenvolvimento do País. Contudo, as distorções do sistema tributário atual impactam a competitividade e descompensam o ritmo da atividade econômica.
Os desafios dos legisladores são múltiplos na busca pelas melhores soluções para uma reforma tributária que garanta simplificação, unificação nacional das regras, neutralidade, transparência e cuidados para não tributar insumos com impostos seletivos, além de agregar ferramentas que tenham no setor produtivo a tração para estimular a geração de emprego no País. E tudo isso sem perder o foco no cidadão, que não pode pagar uma conta mais alta do que já paga.
Reforma tributária deve ser sinônimo de resolver obstáculos do passado e garantir fôlego ao País para desenvolver competências novas. Desatar os nós do passado e apontar para o futuro.
Do lado de cá, neste movimento que reúne diversos atores do ecossistema da construção, só há uma certeza: não podemos perder esta oportunidade de fazer uma reforma sustentável para o País, que deve ter como foco o melhor para a sociedade no longo prazo.
Exame - SP 20/10/2023
O minério de ferro se recuperou com a perspectiva de reposição de estoques de aço e crescimento das exportações da China, em meio a esforços do governo de estimular a economia.
Os futuros de minério em Singapura subiram até 1,4%, para US$ 117,55 a tonelada, nesta quinta-feira, 19.
Embora o declínio das margens das usinas chinesas seja um risco para os preços do minério, o inverno que se aproxima no hemisfério norte costuma ser um período de reposição, e o salto de 50% nas exportações chinesas de aço este ano até setembro, junto com as medidas de estímulo, deve sustentar a demanda, segundo a Huatai Futures.
Por outro lado, as perspectivas para o resto do ano parecem desafiadoras. Isso porque há a expectativa de que as usinas chinesas reduzam a produção de aço para cumprir a meta do governo de manter o volume anual abaixo do de 2022. A produção caiu 5,6% em setembro em relação ao ano anterior, segundo dados do governo.
Diário do Comércio - MG 20/10/2023
A Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço, iniciou, em setembro, testes em um caminhão elétrico para atuar na operação de extração de minério de ferro, em Itabirito, região Central de Minas Gerais. A ação, desenvolvida na mina de Várzea Leste-Norte, está vinculada ao plano de descarbonização da empresa. Os testes que acontecem até o final do ano têm o objetivo de avaliar a viabilidade da implementação da troca da frota existente para veículos elétricos nas minas da empresa. O modelo usado na operação teste é o caminhão SANY SKT90E, que tem capacidade de carga para 60 toneladas. O projeto sustentável é feito entre a Gerdau e as empresas Fagundes e Irmen Máquinas.
O uso do veículo elétrico tem como principal objetivo a redução de consumo de diesel e emissão de CO2.
Além disso, é mais silencioso e tem um consumo de energia mais eficiente.
“Essa é a primeira vez que testamos um caminhão deste tipo e estamos satisfeitos com os resultados obtidos até o momento. Sabemos que esse é um grande passo dentro da escala industrial e está alinhado às nossas iniciativas para redução de emissões de carbono dentro de nossas operações. Já nos primeiros dias, conseguimos obter resultados consistentes e tenho certeza de que essa tecnologia vai contribuir para melhorar cada vez mais a eficiência e a qualidade do nosso trabalho”, destaca o diretor executivo da Gerdau, Wendel Gomes.
Descarbonização
Desde o ano passado, a Gerdau vem realizando ações para contribuir com a descarbonização. Em fevereiro, assumiu o compromisso de reduzir suas emissões de gases de efeito estufa dos escopos 1 e 2 de seu inventário para um valor inferior a 50% da média global da indústria do aço. Atualmente, a companhia possui uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa (CO²e), de 0,93 t de CO²e por tonelada de aço, o que representa aproximadamente a metade da média global do setor, de 1,89 t de CO²e por tonelada de aço, segundo os dados de 2020 divulgados pela World Steel Association (worldsteel). Em 2031, as emissões de carbono da Gerdau vão diminuir para 0,83 t de CO²e por tonelada de aço.
O gerente comercial da Irmen Máquinas, representante oficial da SANY no Brasil, fabricante do caminhão, Pedro Brandão, ressalta a importância da parceria com a Gerdau. “É gratificante poder concretizar esse teste do caminhão 100% elétrico, que é uma novidade no mercado nacional. Já estamos com alguns desses caminhões em operações há pouco mais de um ano no Brasil. Na operação da Gerdau, tivemos uma grata surpresa, pois o perfil da operação é muito favorável para o equipamento e conseguimos a maior autonomia de bateria, chegando a dez horas e meia em média. Um resultado muito surpreendente e positivo, aumentando a produtividade com bastante segurança”, comemora o representante da Irmen Máquinas.
Sustentabilidade
A matriz produtiva da Gerdau, cuja produção de aço é de cerca de 80% de uso de fontes recicladas e renováveis, permite a empresa ter uma posição de destaque no setor. Hoje, 73% do aço produzido pela companhia vem da reciclagem de sucata ferrosa, tornando-a a maior recicladora da América Latina, com 11 milhões de toneladas de sucata transformadas em aço anualmente. O aço é um material infinitamente reciclável e, para cada tonelada de sucata reciclada, é evitada a emissão de 1,5 tonelada de CO²e.
Além disso, a Gerdau é a maior produtora de carvão vegetal do mundo para a fabricação de aço. Possui 250 mil hectares de base florestal em Minas Gerais. As florestas plantadas são matérias-primas de fonte renovável para o carvão vegetal, que funcionam como um biorredutor na fabricação de ferro-gusa, o qual produz aço de menor intensidade de gases de efeito estufa.
Diário do Aço - MG 20/10/2023
As diferentes instituições de Justiça que atuam no processo sobre a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco apresentaram nova petição pedindo o julgamento antecipado do mérito, ainda que parcialmente. Na prática, elas querem que haja uma decisão final ao menos para determinadas questões, envolvendo inclusive indenizações.
Protocolada na segunda-feira (16), a petição é assinada por seis instituições: Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ministério Público do Espírito Santo (MPES), Defensoria Pública da União (DPU), Defensoria Pública de Minas Gerais e Defensoria Pública do Espírito Santo. Elas sugerem parâmetros para o cálculo do montante a ser aportado pela Samarco e por suas acionistas Vale e BHP Billiton. Os valores superariam os R$ 70 bilhões.
Perto de completar oito anos da tragédia, as seis instituições entendem que é preciso colocar um ponto final nas discussões relativas aos danos morais coletivos e sociais e aos direitos individuais indisponíveis. Elas sustentam que há fatos incontestáveis, que não precisam mais de provas adicionais.
O rompimento da barragem ocorreu no dia 5 de novembro de 2015 no complexo minerário da Samarco, localizado na zona rural de Mariana (MG). Na ocasião, uma avalanche de rejeitos foi liberada e escoou pela bacia do Rio Doce alcançando a foz no Espírito Santo. Dezenas de comunidades e municípios foram impactados e 19 pessoas morreram.
Para reparar os danos causados na tragédia, um Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) foi firmado em 2016 entre o governo federal, os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, a Samarco e as acionistas Vale e BHP Billiton. Por meio dele, foi criada a Fundação Renova, entidade responsável pela gestão de mais de 40 programas. Todas as medidas previstas devem ser custeadas pelas três mineradoras.
Passados quase oito anos, o processo está marcado pela insatisfação e acumulam-se ações judiciais. Há contestações dos atingidos e das instituições de Justiça - Ministério Público e Defensoria Pública - sobre a atuação da Fundação Renova. Até hoje, as obras de reconstrução das duas comunidades mais destruídas não foram concluídas. Existem divergências sobre o processo indenizatório. O MPMG chegou a pedir a extinção da Fundação Renova por entender que ela não tem a devida autonomia frente às três mineradoras.
Os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, bem como o governo federal, também já manifestaram incômodo com o andamento da reparação. Desde 2021, estão em curso tratativas para uma repactuação. As diferentes partes envolvidas discutem novo acordo que seja capaz de oferecer uma solução para mais de 85 mil processos judiciais que tramitam relacionados à tragédia. No entanto, até hoje as tratativas não levaram a um consenso.
A nova petição apresentada pelas instituições de Justiça indica que elas desistiram de esperar por essa repactuação. Em nota, a Samarco informou que ainda não foi notificada. "A Samarco, com o apoio de suas acionistas Vale e BHP Brasil, reforça o compromisso com a reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, viabilizando medidas de reparação em favor da sociedade e garantindo total suporte para que a Fundação Renova execute as ações, conforme previsto no TTAC", acrescenta o texto.
Tramitação
A discussão do processo de reparação dos danos teve início na Justiça a partir de duas ações civis públicas. Uma delas, movida pela União e pelos governos mineiro e capixaba, foi a que resultou no TTAC e consequentemente na criação da Fundação Renova. Esse acordo, no entanto, não contou com a anuência do MPF, que discordou dos termos pactuados e moveu uma nova ação em maio de 2016. A instituição passou a cobrar das mineradoras uma indenização de R$ 155 bilhões.
A Justiça acabou unificando as duas ações pública em um único processo, posteriormente desmembrado em 12 eixos, tratando de questões como saúde, alimentação, moradia, danos patrimoniais, danos morais, etc. Ao longo da tramitação, especialistas - incluindo peritos judiciais e consultores contratados pelas partes - apresentaram uma série de diagnósticos.
Segundo alegam as instituições de Justiça na nova petição, há conclusões incontestáveis que já foram legitimadas pelas próprias mineradoras, a exemplo da inclusão de algumas categorias no processo indenizatório. Elas sustentam ainda que a condenação deve ter efeito preventivo e pedagógico. “Uma empresa só irá praticar um ato ilícito e lesivo se os benefícios decorrentes desse ato forem maiores do que os custos”, escreveram.
Valores
Ao sugerir parâmetros para cálculo das indenizações, as instituições de Justiça destacaram a magnitude dos danos. Elas estimam que uma população superior a 2 milhões de pessoas foi afetada. Também defendem que a capacidade econômica das empresas envolvidas deve ser considerada e sustentam que a BHP Billiton e a Vale são as duas maiores mineradoras do mundo.
“Da análise de suas demonstrações financeiras, depreende-se que os atos ilícitos não foram capazes de retirar seus status de grandes agentes econômicos ou de reduzir sua capacidade financeira. Pelo contrário, as empresas poluidoras seguem em franco processo de expansão nos últimos anos (com elevado lucro líquido e dividendos distribuídos), o que denota que nem os efeitos da interrupção das atividades das minas onde ocorreram os rompimentos ou os processos de apuração de responsabilidades e reparação foram capazes de alterar a pujança econômica das referidas mineradoras”, registra a petição.
Dessa forma, as instituições sugerem que a indenização pelos danos extrapatrimoniais coletivos seja arbitrada em pelo menos 20% do lucro líquido das duas mineradoras ao longo dos últimos três anos. Esse valor seria superior a R$ 80 bilhões, considerando os balanços da Vale e da BHP Billiton de 2020, 2021 e 2022.
Outra alternativa proposta pelas instituições de Justiça seria corrigir os R$ 155 bilhões pleiteados na ação civil pública movida pelo MPF em maio de 2016 e fixar a indenização em patamar não inferior a 30%. Considerando a inflação até o mês passado, medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), esse valor não seria inferior a R$ 70 bilhões.
Indenizações individuais
A esses montantes, se somariam outros decorrentes do pagamento das indenizações individuais. As instituições de Justiça defendem a adoção da matriz de danos criada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a pedido do MPF. Ela fixa critérios para identificação das categorias atingidas e dos elementos indenizáveis, estabelecendo bases mínimas para compensação de danos socioeconômicos relacionados a renda, trabalho, subsistência e saúde.
As instituições de Justiça também pedem que seja considerada a incidência da súmula 54, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ela que prevê a indenização seja calculada incluindo juros de mora a partir da data do evento danoso.
Diferentes matrizes de danos foram elaboradas ao longo do processo indenizatório. A Fundação Renova, por meio do seu Programa de Indenização Mediada (PIM), apresentou propostas de acordo aos atingidos com base em critérios próprios.
Atingidos também chegaram a elaborar suas matrizes, com o apoio de entidades que escolheram para prestar assessoria técnica. Na cidade de Mariana, epicentro da tragédia, a Cáritas coordenou essa tarefa. No entanto, os parâmetros fixados não foram considerados pela Fundação Renova. Posteriormente, a Justiça determinou a implantação do Sistema Novel, fixando valores tabelados para pagamentos de indenizações. No mês passado, nova decisão apontou uma série de problemas no Novel, considerou que ele fere a lei e determinou seu fechamento.
Valor - SP 20/10/2023
Direção da Volvo no Brasil espera que o tributo comece a ser cobrado em etapas
O presidente da Volvo Cars na América Latina, Luiz Resende, diz que a marca de carros de luxo está preparada para a volta do Imposto de Importação nos carros elétricos importados, que deixou de ser cobrado em 2016. O executivo espera que o tributo comece a ser cobrado em etapas, sendo que a primeira, a ser ainda definida pelo governo, ficaria em torno de 10%.
Isso não quer, no entanto, dizer que ele concorda com a tributação. “Só decidimos nos preparar antecipadamente para não levar o mesmo susto que levei em 2011”, diz. Resende era o diretor comercial da marca sueca no Brasil em 2011, quando subitamente o governo criou uma alíquota de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) adicional de 30 pontos percentuais para carros importados por marcas sem fábricas no Brasil.
Estar preparado significa informar a matriz que o sistema tributário vai mudar, fazer as contas de quanto terá de ser repassado ao preço final e calcular o impacto disso nas vendas.
O sistema de cotas, que permitirá que uma parte dos elétricos entre no país isenta do imposto não será suficiente, afirma Resende, para evitar que a tributação se torne um obstáculo à expansão da eletrificação veicular no país.
“O imposto poderia continuar a ser zero porque a participação desses veículos ainda é pequena”, diz Resende. Os modelos 100% elétricos, que representam a faixa isenta de imposto, representaram 0,5% das vendas de automóveis e comerciais leves no Brasil de janeiro a setembro.
“Mesmo sem imposto, ninguém vai importar 2 milhões de veículos”, destaca o executivo, referindo-se ao tamanho do mercado brasileiro. “É claro que grandes produtoras, como Fiat e Volks vão continuar produzindo no Brasil mesmo que o elétrico receba incentivos”, afirma. “Eu não acredito numa política que não ajuda a vender”, completa.
Não quero levar mais susto como aconteceu com o IPI em 2011”
— Luiz Resende
Para ele, ao contrário do que muitos pensam, incentivar a entrada da tecnologia elétrica ajudaria o país a tornar-se um centro produtor dessa nova geração de veículos. “O Brasil, que tem não apenas o conhecimento de uma indústria, como disponibilidade de minerais para baterias, tem condições de se tornar um polo produtor e, ainda, uma plataforma de exportação, afirma.
Desde janeiro de 2022, a Volvo vende no Brasil apenas veículos carregáveis em tomadas (100% elétricos ou híbridos “plug-in”) e, em parceria com a Weg e a Enel X, tem investido na expansão de pontos de recarga públicos em rodovias.
Para Resende, o que ele chama de “efeito BYD ” ajudou a acabar com os últimos mitos do consumidor em relação aos carros elétricos. A chegada da montadora chinesa, com uma linha de produtos mais barata e planos de produzir no Brasil, fez o consumidor ganhar mais confiança, afirma o executivo.
A Volvo também se prepara para entrar num segmento de mercado abaixo da linha premium, que caracteriza seus produtos hoje. A marca sueca iniciou a pré-venda do modelo elétrico EX30, um utilitário esportivo compacto que será vendido no próximo ano a preços a partir de R$ 220 mil. Até aqui, os modelos mais baratos da marca custavam acima de R$ 300 mil.
O Estado de S.Paulo - SP 20/10/2023
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou, durante seu discurso em evento que formalizou o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), em São Paulo, que carros elétricos são “uma ameaça aos nossos empregos”. A sustentabilidade é um dos principais temas de debate do Cosud, junto com a reforma tributária e a segurança pública.
“Nós temos que lembrar: o carro elétrico é uma ameaça aos nossos empregos aqui. A transição para o carro elétrico envolve a importação de baterias, que pouquíssimos países produzem”, afirmou Romeu Zema em seu discurso, completando: “Envolve nós destruirmos aqui milhões de empregos de uma cadeia produtiva que não vai ter mais sentido, peças de motor à combustão, escapamentos, uma série de itens não são utilizados no carro elétrico. Vai significar a migração de empregos, sem considerar em posto de gasolina, em concessionárias.”
Em seu discurso, o governador mineiro também enfatizou que Minas Gerais tem recebido fortes investimentos na região do Jequitinhonha para a produção do “lítio verde”. O Estado assinou um protocolo de intenções com a empresa norte-americana Atlas para investimento de R$ 750 milhões em cinco cidades da região. A expectativa é de que o projeto crie 1.200 empregos. Além desta, também estão se instalando por lá a australiana Latin Resources e a canadense Lithin Ionic.
A região tem alta abundância do mineral, chamado de “ouro branco” atualmente. Ao contrário de outros locais, no Jequitinhonha a produção tem sido considerada mais sustentável em relação a fabricantes tradicionais de outros países. Com isso, o Brasil pode abrir espaço rapidamente espaço no mercado de fornecimento para carros elétricos. Estima-se que a venda desses veículos pode chegar a 40 milhões a 50 milhões de unidades ao ano em 2030.
CNN Brasil - SP 20/10/2023
A crise do mercado imobiliário da China não terá impacto limitado ao país, mas também irá refletir no crescimento global como um todo, afirmou o Fundo Monetário Internacional (FMI) na última quarta-feira (18).
E a desaceleração imobiliária na segunda maior economia do mundo não parece estar tão próxima de cessar.
De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (19) pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (DNE, na sigla em inglês), os preços de novas moradias caíram em setembro, mesmo com os estímulos de Pequim para controlar a crise do setor.
Os dados chegam num momento em que a Country Garden está lutando para sobreviver. A empresa já foi a maior construtora da China.
Os preços das novas casas em 70 grandes cidades caíram 0,1% em setembro em relação ao ano anterior, de acordo com um cálculo da Refinitiv Eikon com base em dados do DNE.
Numa base mensal, os preços caíram 0,2% em setembro, prolongando a queda de 0,3% em agosto e marcando o terceiro mês seguido de declínio.
Impacto na recuperação econômica da China
O Produto Interno Bruto (PIB) do país expandiu 4,9% no terceiro trimestre, segundo o DNE informou na quarta-feira. A economia chinesa cresceu acima da expectativa do mercado.
A alta foi impulsionada principalmente pelo crescimento robusto dos gastos dos consumidores.
Por outro lado, o setor imobiliário continua a ser um grande problema.
Os investimentos imobiliários despencaram 9,1% nos primeiros nove meses de 2023, indicando que o sentimento dos investidores está piorando.
Representando cerca de 30% da economia, o setor entrou em crise há mais de dois anos, após o governo lançar uma série de restrições aos empréstimos de construtoras.
Agora, Pequim busca promover uma série de medidas de estímulo para reforçar o crescimento, incluindo o corte das taxas hipotecárias e a eliminação das restrições à compra de casas nas cidades.
Até agora, os esforços não conseguiram sustentar uma recuperação no mercado.
“Impacto global”
“A perspectiva global enfrenta pressões por conta do agravamento da crise imobiliária da China, das posições políticas rígidas em todo o mundo, das consequências da guerra da Rússia na Ucrânia, do conflito mais recente [em Israel] e da crescente fragmentação geoeconômica”, disse Krishna Srinivasan, diretor do Departamento do FMI para a Ásia e Pacífico.
O fundo baixou recentemente a previsão de crescimento da China para 5% para 2023 e 4,2% para 2024, citando uma recessão imobiliária mais profunda.
Srinivasan disse que é necessário que a China tenha uma “estratégia abrangente” para resolver o problema imobiliário, que envolve garantir que todas as casas pré-financiadas sejam construídas.
Na China, a maioria das casas novas são vendidas antes de serem construídas.
“Há um problema com as construtoras que precisa ser resolvido”, disse o dirigente do FMI. “Até que isso seja feito, isso afetará a confiança.”
Muitas empresas imobiliárias chinesas enfrentam uma crise financeira, com nomes de destaque como a Evergrande enfrentando um agravamento de sua situação com crises internas sendo deflagradas.
Crise na Country Garden
A Country Garden, que já foi a maior construtora do país em vendas, também corre risco de inadimplência.
Um período de carência para pagar US$ 15 milhões (R$ 75,99 milhões) em juros sobre um título em dólares norte-americanos expirou esta semana, sem nenhum pronunciamento sobre o pagamento por parte da empresa, segundo informe da estatal Paper.cn.
Caso a construtora deixe de pagar o que deve, isso poderá marcar o primeiro incumprimento por parte da empresa dos seus bilhões de dólares de dívida offshore, o que poderá levá-la a uma reestruturação da dívida.
A Country Garden emitiu um comunicado na quinta-feira, ameaçando iniciar uma ação legal contra qualquer pessoa que espalhe “rumores maliciosos” sobre a fuga de seu fundador do país.
“A empresa está preocupada com os rumores de que ‘o fundador e sua filha podem ter deixado o país’”, afirmou.
“Esse boato foi postado em diversas plataformas online com segundas intenções, causando um impacto negativo. O fundador da nossa empresa e a presidente do conselho de administração do grupo trabalham atualmente normalmente na China”, acrescentou.
Yang Huiyan atualmente preside o Country Garden. Ela assumiu o cargo em março de seu pai, Yang Guoqiang, que fundou a empresa imobiliária em 1992.
A atual presidente da companhia já foi a mulher mais rica da Ásia e perdeu metade da sua fortuna com a crise no setor.
Infomoney - SP 20/10/2023
As vendas de moradias usadas nos Estados Unidos caíram 2,0% entre agosto e setembro, para o ritmo anualizado de 3,96 milhões de unidades, segundo dados com ajustes sazonais publicados pela Associação Nacional de Corretoras (NAR, na sigla em inglês).A queda foi menor que a esperada por analistas consultados pela FactSet, que previam baixa de 3,47%.
Em relação a setembro de 2022, as vendas de moradias usadas sofreram queda de 15,4%, informou a NAR.
Valor - SP 20/10/2023
Incorporadoras de média e alta renda tiveram desempenho resiliente na comercialização de unidades, mas lançamentos conservadores
A resiliência das vendas de imóveis de médio e alto padrão surpreendeu no terceiro trimestre, apontam analistas do mercado imobiliário. É algo que tem sido recorrente neste ano, porque se esperava um cenário mais complicado para o setor, já que o financiamento imobiliário segue com juros altos e sem perspectiva de queda no curto prazo.
“A economia tem surpreendido positivamente e as vendas do setor de média e alta renda também”, afirma Gustavo Cambaúva, analista do BTG Pactual.
Os lançamentos, por sua vez, estão mais fracos. Para ele, as incorporadoras de médio e alto padrão estavam receosas com o ano e projetaram um pipeline conservador. Uma mudança de rumo deve vir no ano que vem. “Com juros começando a cair e o cenário macro um pouco melhor, leva a crer que 2024 volte a ter crescimento de lançamentos”, afirma.
O analista só espera um início de retração nos juros do crédito imobiliário no segundo semestre do próximo ano, mas ressalta que a expectativa de queda futura pode ser suficiente para quem compra imóveis na planta, uma vez que o financiamento bancário só começa após a construção.
Outro analista, que não quis se identificar, não descarta um aumento da taxa do financiamento antes do início da queda. A razão seria o comportamento dos títulos públicos americanos e o cenário geopolítico global, que afetam a curva longa de juros brasileira, mais ligada ao comportamento do crédito imobiliário do que a Selic.
Fanny Oreng, analista do Santander, percebeu, em conversas com incorporadoras não-listadas, que há empresas optando por não lançar porque estão esperando as mudanças da revisão do Plano Diretor de São Paulo. A Lei de Zoneamento também está em revisão.
Os dois analistas concordam com os destaques positivos e negativos do trimestre, na média e alta renda. “A Cyrela choca do lado positivo”, afirma Oreng, com vendas e lançamentos elevados, na comparação com o segundo trimestre, e velocidade de vendas saudável.
Já a EZTec segurou lançamentos, o que fez as vendas caírem 32% na comparação anual, um destaque negativo. A empresa passa por momento delicado: na terça-feira (17), houve um acidente na obra do empreendimento Esther Towers. “Apesar de existirem os equipamentos de segurança e proteção, por uma fatalidade, um dos trabalhadores veio a óbito”, informou a companhia, em nota. O caso está sendo apurado.
As incorporadoras do segmento econômico, que lançam no Minha Casa, Minha Vida (MCMV) tiveram desempenho melhor, no geral, segundo Cambaúva. Foram ajudadas pelas novas condições do programa, que elevaram o preço máximo das unidades e os subsídios, e reduziram juros.
As mudanças foram tão positivas que alguns analistas até esperavam mais, diz Oreng. Ela, no entanto, considera os resultados fortes. “As empresas estão fazendo o dever de casa, tentando reduzir a exposição a pró-soluto (financiamento direto ao cliente) e recompor margem.”
Mais uma vez, a queima de caixa da MRV chamou atenção. Cambaúva destaca que a companhia e a Direcional vieram com queimas superiores ao projetado, apesar das boas vendas e do aumento do preço das unidades.
Oreng se preocupa mais com a rentabilidade que os projetos da Resia, a subsidiária americana da MRV, terão ao serem vendidos. A opinião é compartilhada por Ygor Altero e Ruan Argenton, da XP, em relatório. “Acreditamos que o cenário ainda desafiador das taxas de juros nos EUA deve impactar a visibilidade da reciclagem do portfólio multifamiliar”.
A analista considera positivo a aumento de vendas da Riva, a marca mais cara da Direcional, que passou a se enquadrar no MCMV. Ela avalia que, nos próximos 12 meses, haverá uma melhora crescente de resultados e de margem para as incorporadoras de baixa renda, algo que “os papéis hoje não refletem”.
Foi uma vitória para o governo e para as empresas, ainda, o adiamento do julgamento sobre a rentabilidade do FGTS, principal fonte de recursos para o MCMV, lembra Cambaúva. O julgamento iria ocorrer na quarta-feira (18), mas foi transferido para o próximo dia 8. É esperado que uma solução intermediária seja encontrada, que não penalize demais o fundo a ponto de inviabilizar o programa ou de forçar o governo a injetar mais recursos nele.
Portal Fator Brasil - RJ 20/10/2023
Estimativa é de alcançar economia de combustível de até 7%.
A VLI – companhia de soluções logísticas que opera ferrovias, portos e terminais – expandiu o projeto Leader, criado para buscar o melhor desempenho de eficiência energética e, diretamente, também contribuir para a redução de emissão de CO2, para seus os corredores Sudeste e Leste, na Ferrovia Centro-Atlântica. Inicialmente, no segundo semestre de 2022, 51 locomotivas com esta tecnologia de assistente de condução passaram a circular no Corredor Norte do país, trecho que liga Porto Nacional (TO) ao sistema portuário de São Luíz (MA). Somam-se a elas outras 110 locomotivas no Corredor Sudeste e 29 no Leste, totalizando 190 com esse sistema.
Por meio deste software, quando o trem atinge velocidade superior a 8 km/hora, o maquinista pode habilitar a condução semiautônoma. O gerente-geral de Engenharia, Desenvolvimento e Tecnologia Operacional da VLI, Cesar Toniolo, ressalta que o Leader integra a estratégia de descarbonização da empresa. “Esta tecnologia permite a identificação de fatores operacionais que habilitam a sua condução de forma mais eficiente, reduzindo o consumo de combustíveis fósseis”.
Ele afirma que é estimada uma economia de combustível em 7% nos Corredores Leste e Sudeste e de 3,5% no Corredor Norte. A expectativa é de que estas metas já possam ser alcançadas em 2024, a partir do aperfeiçoamento contínuo da tecnologia. “O programa passou por adaptações para as especificidades da ferrovia da companhia e a cada teste são feitas melhorias contínuas no sistema, para cada aprimorá-lo sempre mais. O projeto está em fase de validação e adaptação à realidade operacional da VLI”, explica.
Segundo ele, o maquinista segue essencial na operação do trem. —Ele é responsável por supervisionar a operação do assistente e retomar o controle quando necessário. Cabe a ele assumir o controle do trem em caso de qualquer variável não planejada durante a circulação da composição, garantindo a segurança do sistema ferroviário, bem como executando os procedimentos operacionais de parada ou alertas da passagem do trem—.
Nesta primeira etapa de implantação, a previsão é de que o sistema seja instalado em 226 locomotivas responsáveis pelos principais fluxos da VLI, dentro dos Corredores Norte, Leste e Sudeste. O Leader ainda viabilizará a redução de desgaste de material rodante e o aumento da segurança nas operações ferroviárias.
Valor - SP 20/10/2023
Segundo ministro Renan Filho, ideia é que valor seja destinado a novos projetos do setor
Renan Filho: “O presidente Lula deseja aplicar o que é de ferrovia em ferrovia” — Foto: Fernando Martinho/Valor
O Ministério dos Transportes e a Rumo, empresa de logística do grupo Cosan, chegaram a um acordo sobre o pagamento adicional de R$ 1,5 bilhão pela renovação antecipada da concessão da Malha Paulista, segundo o ministro Renan Filho (MDB). A confirmação do valor, porém, ainda dependerá do aval do Tribunal de Contas da União (TCU), que tem conduzido as negociações.
“Chegamos a um entendimento com a Rumo, submetemos ao TCU o acordo. Será um passo importante, assim que o TCU aferir o acordo e autorizar”, disse o ministro, em evento realizado pela pasta na quinta-feira (19), na B3, em São Paulo.
Desde o início deste ano, a Rumo discute com governo e TCU uma renegociação de termos do contrato da Malha Paulista, que foi renovado antecipadamente em 2020. A empresa vinha tendo dificuldade de cumprir o caderno de obrigações nos prazos pactuados. Fontes próximas ao grupo diziam que o motivo era o detalhamento excessivo da lista de obras, o que vinha gerando problemas na hora da execução.
Adicionalmente, o ministério aproveitou a abertura da mesa de discussão para defender que os valores pactuados pelo governo passado, nas renovações, foi muito baixo perto dos benefícios obtidos pelas empresas, o que vinha gerando uma rediscussão dos acordos com a possibilidade de adição de novos valores, conforme noticiou o Valor em agosto.
Pelo acordo original, a Rumo se comprometeu a fazer R$ 6,1 bilhões de novas obras, além de pagar uma outorga de R$ 2,9 bilhões, em troca da renovação antecipada de seu contrato, que venceria em 2028, até 2058.
Caso se confirme, o valor adicional obtido deverá ser destinados a novos investimentos no setor, segundo o ministro. “Estamos buscando constituir um novo plano ferroviário, que precisará dizer o que vai fazer. Mas, para isso, temos que ter a fonte de recursos”, disse Renan Filho.
A equipe ainda avalia como fazer para que os recursos não entre no orçamento geral. “O presidente Lula deseja aplicar aquilo que é de ferrovia em ferrovia. Como escalonar isso com as questões legais, isso é uma outra questão que precisa ser discutida. Mas há soluções, a exemplo do que foi feito em [outros projetos em que foram feitos] investimentos cruzados, e há outras soluções.”
Segundo ele, o valor negociado com a Rumo, de R$ 1,5 bilhão, já representaria um salto em relação ao que vinha sendo investido pelo governo federal nos últimos anos. Em 2022, disse, o montante ficou em R$ 300 milhões.
Procurada, a Rumo disse que não iria comentar o assunto.
No evento, Renan Filho também afirmou que pretende realizar mais dois leilões de concessões rodoviárias ainda neste ano. Um deles já está agendado: é o da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, que deverá ser realizado em 24 de novembro. O projeto prevê R$ 6 bilhões em investimentos, além de R$ 4 bilhões em custos operacionais ao longo de 30 anos do contrato.
Além disso, ele afirmou que haverá tempo de fazer, em dezembro, o leilão da BR-040, entre Belo Horizonte e Juiz de Fora (MG). “Será o último leilão do ano”, disse. A concessão, ainda sem edital publicado, prevê R$ 5 bilhões em investimentos e R$ 3,8 bilhões em custos operacionais.
Segundo Renan Filho, a equipe “está otimista” para a concorrência na BR-381. Nas duas últimas licitações, o nível de competição foi considerado baixo pelo mercado - o Lote 1 de estradas do Paraná atraiu duas ofertas e, o Lote 2, apenas um grupo.
“Trabalhamos para trazer mais competição aos leilões. Estamos tomando providências nesse sentido, reduzindo gradualmente o valor dos investimentos [nas concessões] e modificando a entrega de envelopes, para que não se tenha controle de quem entregou ou não, isso interfere.”
Pelo cronograma do ministério, considerado ambicioso pelo setor, em 2024 estão previstos outros dez leilões de estradas que, se concretizados, representariam ao menos R$ 50 bilhões em obras. O plano prevê também outras 20 licitações entre 2025 e 2026.
Petro Notícias - SP 20/10/2023
Entre os dias 25 e 31 de outubro, a TBG realizará a 11ª Rodada para oferta de capacidade de transporte de gás natural dos Produtos de Curto Prazo, com disponibilidade de contratação a partir de novembro de 2023. O processo para aquisição será realizado em duas etapas subsequentes para disponibilizar contratos de entrada e saída.
Na primeira fase, entre os dias 25 e 26 de outubro, estarão disponíveis os contratos mensais, com vigências previstas para os meses de novembro e dezembro. Já os produtos diários, para contratos com período operacional em novembro, serão liberados entre os dias 30 e 31 de outubro.
As contratações devem ser realizadas por meio do Portal de Oferta de Capacidade (POC), que é um ambiente digital que possibilita a contratação de produtos e serviços de curto prazo da TBG (trimestral, mensal e diário) e que deve ser acessado neste link.
A TBG é a operadora do Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), entregando até 30 milhões de m³/dia do combustível às regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país, que representam mais de 50% do PIB nacional. A TBG abastece termelétricas, refinarias e sete distribuidoras de gás.
Valor Investe - SP 20/10/2023
Conflito no Oriente Médio também segue no radar de investidores, embora não tenha concretizado nenhuma ameaça à oferta da commodity até agora
Os contratos futuros do petróleo fecharam o dia em alta firme, após novos comentários de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano) e enquanto agentes monitoravam o conflito no Oriente Médio.
O barril do petróleo do Brent - referência global - para dezembro subiu 0,96%, a US$ 92,38, enquanto o WTI, com entrega prevista para dezembro, avançou 1,26%, a US$ 88,37.
Os preços do petróleo “receberam um impulso depois que [o presidente do Fed] Powell falou sobre a força da economia dos EUA”, disse Robert Yawger, do Mizuho, em nota.
“O petróleo bruto pode estar nos estágios iniciais de uma inclinação ascendente”, acrescenta Yawger, afirmando que a commodity pode retomar a máxima de quase 14 meses, de US$ 95,03.
Entre outras coisas, em seu discurso, Powell disse que até agora, o declínio da inflação não veio ao custo de um desemprego muito maior, e que o crescimento econômico tem surpreendido de forma consistente e positiva este ano, estando acima da tendência histórica.
O profissional do Mizuho também pontua outros elementos, como o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que embora não dê sinais de que irá diminuir, não materializou a temida escalada envolvendo o Irã.
Há também a expectativa de que a Venezuela possa retomar as exportações de petróleo em algum momento no futuro, à medida que o presidente dos EUA, Joe Biden, aliviar as sanções contra o país.
Infomoney - SP 20/10/2023
O Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE, na sigla em inglês) anunciou nesta quinta-feira, 19, que publicará solicitações mensais de compra de petróleo para a Reserva Estratégica de Petróleo (SPR, na sigla em inglês) até pelo menos maio de 2024, começando com uma solicitação de até 6 milhões de barris de petróleo para entrega em dezembro de 2023 e janeiro de 2024.
Segundo comunicado do órgão, o DoE comprará petróleo nos meses em que puder fazê-lo “com um bom negócio para os contribuintes”: um preço de US$ 79 dólares por barril ou menos, o que é menos do que a média de US$ 95 por barril que o DOE recebeu para a emergência de 2022.
“O anúncio de hoje reforça o compromisso do presidente Joe Biden de salvaguardar e reabastecer este ativo crítico de segurança energética, após a sua libertação histórica do SPR”, afirma o comunicado.
A análise do Departamento do Tesouro indica que os lançamentos do SPR no ano passado, juntamente com os lançamentos coordenados de parceiros internacionais, reduziram os preços da gasolina em até US$ 0,40 por galão, no contexto da guerra da Ucrânia.
O DOE já comprou 4,8 milhões de barris para reposição de SPR por uma média inferior a US$ 73 por barril. A SPR é a maior fonte mundial de petróleo bruto de emergência, e as reservas de petróleo de propriedade federal estão armazenadas em cavernas subterrâneas em quatro locais no Texas e na Louisiana.
Jota - DF 20/10/2023
Na véspera da entrega do relatório da Reforma Tributária no Senado, o setor de petróleo e gás discutiu nesta quarta-feira (18) como preservar garantias fiscais do atual sistema tributário e, ao mesmo tempo, melhorar o texto aprovado na Câmara dos Deputados na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019, que transforma as regras atuais de tributação. Pela proposta, a aguardada reforma deve impulsionar a produção brasileira e o crescimento econômico ao simplificar e tornar mais transparente o pagamento de impostos.
Um evento, patrocinado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), foi realizado nesta quarta-feira (18) na Casa JOTA, em Brasília, para debater a Reforma Tributária em votação no Congresso. Lideranças do mercado de óleo e gás apresentaram suas preocupações para o crescimento do setor.
Assista ao evento na íntegra:
Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), destacou no evento os investimentos das empresas de óleo e gás em inovação, justamente um dos critérios adotados pelo governo para amortecer o impacto de impostos.
“Hoje, os Estados Unidos são o maior produtor (de petróleo), mas com reservas já muito exploradas. O Brasil tem condições de ser o país que vai ocupar este espaço e com petróleo de baixa emissão de gás carbônico. O pré-sal, por exemplo, emite um terço a menos de gases de efeito estufa do que a média mundial e com um óleo de baixo teor de enxofre”, comentou Ardenghy, presidente do IBP.
O executivo cita estudo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em que foi estimado um cenário de crescimento na demanda por petróleo até 2045, um quadro alimentado por incertezas em meio ao avanço, por exemplo, de carros elétricos.
“A reforma precisa manter um ambiente regulatório favorável ao setor, que já é positivo em termos geológico e tecnológico”, acrescentou Ardenghy.
O estudo da OPEP estima que a demanda por petróleo crescerá 23% até 2045 e, por isso, exigirá US$14 trilhões em investimentos globais. A pesquisa destaca o potencial do Brasil para atender a essa maior demanda.
Durante o debate, pontos importantes relacionados a isenções e incentivos tributários ao setor de óleo e gás foram analisados. Foram discutidas dúvidas sobre o respeito aos benefícios fiscais atualmente existentes e às exceções previstas nos novos tributos criados pela reforma, como a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e o Imposto Seletivo (IS), que vão substituir tributos indiretos como ICMS, IPI e PIS/Cofins.
“Disputas entre os entes nacionais, entre os setores e a preocupação com exceções são normais. Tem espaço para manter o que está dando certo e vejo que a flexibilidade no texto atual já atende isso. Garantir a segurança de quem já investiu também é importante para o governo”, comentou Gustavo Guimarães, secretário-executivo do Ministério do Planejamento.
O presidente da GALP no Brasil, Daniel Elias, destacou a importância do diálogo com o governo e o Congresso em torno da Reforma Tributária, que poderá ser considerada “uma vantagem competitiva”. Embora o executivo apoie a reforma e considere importante o objetivo de atrair investimentos com tributos simplificados, ele ressalta que há pontos a prestar atenção na PEC.
“Atualmente operamos pelo regime do Repetro, que vai até 2040, e entendemos que existe na atual versão da reforma espaço para melhorias e esclarecimentos”, comenta Elias.
O professor Eduardo Maneira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), elogiou o modelo proposto de Reforma Tributária. Para ele, o texto discutido no Congresso aproxima o Brasil do que é praticado em outros países. Isso porque o novo sistema adota premissas como a não cumulatividade e o estímulo a setores com bancos de fomento. Mas o professor expõe preocupação com o Imposto Seletivo (IS), se considerados os termos redigidos no projeto.
“O IS pode ser ponto de preocupação para o setor de óleo e gás. Como está redigido citando ‘atividades prejudiciais às pessoas ou ao meio ambiente’, ficou muito aberto. Melhor seria incluir ‘nos termos da lei complementar’ que iria definir quais setores e em que condições”, explicou o especialista.
O IS é um imposto proposto com o objetivo de reduzir o consumo de produtos prejudiciais à saúde, como cigarro e bebidas.
Outro ponto de atenção, destacado pelo professor, é a importância de que a desoneração dos bens de capital inclua também serviços a eles associados.
“Em um trecho, fala em regimes especiais aduaneiros, mas citando só a suspensão, uma palavra tecnicamente arriscada porque suspensão não é desoneração, pode até se converter, mas não é”, acrescenta.
A preocupação com medidas que desestimulam investimentos também marcou o encontro promovido pela Casa JOTA com o apoio do IBP. Monique Teixeira de Almeida, sócia de consultoria tributária da Deloitte Brasil, afirmou que as empresas dedicam atenção especial aos novos tributos criados pela Reforma Tributária.
“Debatemos com muitas empresas, principalmente no setor de óleo e gás, o tema da reforma. Quando as empresas vêm investir aqui, observam um volume grande de condições”, afirmou.
A sócia da Deloitte Brasil destaca que há dúvidas sobre a cobrança do IBS e da CBS, especialmente sobre os créditos tributários gerados por exportações.
“Boa parte do setor de óleo e gás é exportador, tem os benefícios tributários ao vender para o exterior, mas ainda não se sabe como será, com os novos tributos, a devolução dos recursos às empresas. Ninguém sabe como os créditos tributários serão usados”, explicou Monique.
A executiva ainda acrescentou que é preciso esclarecer como funcionarão as isenções do Repetro, um regime aduaneiro que permite a importação de equipamentos específicos para atividades de pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás natural sem a incidência dos tributos federais.
O representante do Ministério do Planejamento lembrou que a PEC é um grande passo, “o primeiro”, e que muitos dos questionamentos e dúvidas serão esclarecidos ao longo do processo ou serão reservados para regulamentação por leis complementares.
“Há muita demanda de diferentes setores e o governo busca a melhor solução”, afirmou Guimarães.
Ao falar do Repetro, o representante do governo afirmou que “preocupações fazem parte da agenda de Estado, mais do que do governo, que tem consciência da importância do Repetro.”
Na opinião de Maneira, da UFRJ, é importante garantir que os bens de capital fiquem imunes à tributação, para dar mais segurança jurídica.
“Quanto mais claro, melhor, porque temos o cacoete do contencioso. Tem uma cultura de litígios no Brasil. Acho vago usar (a expressão no projeto) de ‘redução dos impactos da tributação de bens de capital’. Melhor seria dizer que ‘não será tributado’ e deixando para a lei complementar regular quais são e em que condições”, explicou Maneira.
O secretário-executivo do Ministério do Planejamento afirmou que as consequências da Reforma Tributária só devem aparecer no médio e no longo prazo, até pelo período de transição que irá de 2026 a 2033.
“Todas as mudanças benéficas e a manutenção de certas garantias da regra do jogo estão sendo olhadas. O setor de óleo e gás é um dos determinantes para a mudança do PIB potencial brasileiro nos últimos anos”, afirmou Guimarães.
Associe-se!
Junte-se a nós e faça parte dos executivos que ajudam a traçar os rumos da distribuição de aço no Brasil.
© 2019 INDA | Todos os direitos reservados. desenvolvido por agência the bag.