gov.br Gecex – SP 20/09/2023
Gecex excluiu os itens da siderurgia de Resolução Gecex, de 2022, que reduziu 10% do imposto de importação; medida visa tornar o aço brasileiro mais competitivo no mercado interno
O Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou, nesta terça-feira (19), a exclusão de 12 produtos siderúrgicos da Resolução GECEX 353, aprovada pelo comitê em 2022, que permitiu à época a redução do imposto de importação desses itens em 10%. A decisão será publicada no Diário Oficial da União e passará a valer a partir de 1º de outubro, quando a taxa de importação voltará a ser de 9,6% a 12,8%.
Para o presidente interino e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, “a decisão do Gecex reflete nosso compromisso de fortalecer a indústria nacional de aço. A exclusão desses 12 produtos siderúrgicos da redução da tarifa de importação vai garantir condições mais justas e competitivas para os fabricantes nacionais”.
A decisão foi tomada em resposta às preocupações da indústria nacional de aço, dado o aumento substancial das importações a preços muitas vezes objeto de práticas desleais nos últimos anos. Diversos países têm adotado políticas restritivas para barrar tais importações, o que leva na prática ao redirecionamento dessas importações para países como o Brasil.
A medida visa tornar o aço brasileiro mais competitivo no mercado interno, ajudando os fabricantes nacionais a enfrentar o surto de importações a preços desleais e, assim, manter a indústria local forte.
Na prática, o Gecex retira os 12 itens da lista, aprovada pelo comitê em 2022, que permitiu à época a diminuição do imposto de importação em 10%. Os 12 códigos de Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) do aço que voltam à Tarifa Externa Comum (TEC) são: 7208.37.00 (Bobinas Grossas); 7208.38.90 (Bobinas a Quente); 7208.39.10 (Bobinas a Quente); 7208.39.90 (Bobinas a Quente); 7209.16.00 (Bobina a Frio); 7209.17.00 (Bobina a Frio); 7210.49.10 (Chapas Galvanizadas); 7210.61.00 (Chapas Revestidas de Alumínio-Zinco); 7213.91.90 (Fios-máquina); 7222.20.00 (Barra Inox a Frio); 7304.19.00 (Tubos sem costura); e 7304.29.39 (Tubos sem costura). A resolução do Gecex aprovada no ano passado autorizava o desconto da alíquota de importação desses produtos até 31 de dezembro de 2023.
Para o secretário executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa, a decisão da Gecex deixa o aço brasileiro mais competitivo no mercado nacional. “A decisão do Gecex é importante para o parque siderúrgico brasileiro, sobretudo para a manutenção de empregos gerados pelo setor no Brasil”, avaliou.
Confira as deliberações da 207ª Reunião do Comitê-Executivo de Gestão (Gecex)
Fim do desconto da alíquota
O setor nacional do aço sentiu o impacto de recentes alterações de alíquotas do Imposto de Importação relacionadas a produtos siderúrgicos de outros países, como EUA e México. Desde 2018, os EUA elevaram as tarifas de importação sobre produtos de aço e alumínio. Já o governo mexicano aumentou, até julho de 2025, a tarifa de importação ao patamar de 25% para vários produtos, entre eles o ferro e aço.
Com isso, produtos do setor siderúrgico de países, como China, chegam ao mercado brasileiro com valores abaixo do mercado, prejudicando a compra de itens nacionais. No primeiro semestre deste ano, foram importados 1,5 milhão de toneladas desses produtos. Comparado com o primeiro semestre de 2022, o aumento dessas importações foi significativo, com variações de até 714%.
Diante desse cenário, o setor produtivo do aço pediu a elevação do imposto de importação de 18 códigos NCM. O Gecex aprovou a elevação tarifária para 12 códigos NCM com maior potencial de impacto econômico e de volume de importação, no curto prazo.
Valor - SP 20/09/2023
Jakob Stausholm explica que não é "porque a economia chinesa não esteja crescendo, mas apenas por causa da maturidade que atingiu”
O consumo de aço na China está perto de atingir o limite, e a demanda no ano que vem deve ficar próxima do nível de 2023, segundo a Rio Tinto.
O apetite por minério de ferro, principal matéria-prima siderúrgica, aumentou nos últimos meses apesar da crise imobiliária na China. Mas as últimas duas décadas de rápido crescimento do consumo de aço provavelmente estão chegando ao fim, segundo o CEO da gigante da mineração, Jakob Stausholm.
“Prevemos que o pico da demanda por aço na China está prestes a ser alcançado”, disse o executivo em entrevista na sede da agência Bloomberg, em Nova York. “Não porque a economia chinesa não esteja crescendo, mas apenas por causa da maturidade que atingiu.”
A rival BHP estima que a produção anual de aço da China se estabilizou em um patamar pouco acima de um bilhão de toneladas por ano, que se estenderá até 2024. Analistas da Capital Economics estimam que demanda e oferta provavelmente atingiram o pico em 2020.
Na semana passada, o minério de ferro foi negociado na cotação mais alta desde abril, a US$ 123,75 a tonelada, e tem se mantido acima de US$ 100 quase o ano todo, apesar das ondas de preocupações com o setor imobiliário chinês, que costuma responder por cerca de 40% da demanda por aço.
Os futuros de minério em Singapura caíam até 1,7% nesta terça-feira (19), para US$ 119,65.
Diário do Aço - MG 20/09/2023
A Usiminas informou nesta terça-feira (19) que irá recorrer da liminar que bloqueou R$ 346 milhões da empresa em razão da Ação Civil Pública iniciada em julho de 2023, ingressada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), conforme noticiado pelo Diário do Aço.
A empresa afirma em nota enviada ao jornal, que vem seguindo todos os compromissos assumidos com o MPMG e com a comunidade para a redução das emissões de partículas sedimentáveis.
“Só em 2023, a empresa está investindo R$ 500 milhões em projetos para melhorar o desempenho ambiental. A empresa esclarece que, além dos controles já existentes, diversas novas medidas foram implementadas como a instalação de canhões de névoa em diferentes pontos da usina, aplicação de polímeros, revitalização do cinturão verde, reforço na varrição mecânica e na umectação de vias internas, entre outras ações. Além dos compromissos firmados com o MPMG, a empresa foi além e instalou uma Rede Automática de Monitoramento de Particulado, iniciativa pioneira entre as siderúrgicas do país. A Central conta com seis pontos de monitoramento instalados na cidade, que indicam redução das emissões”, detalha nota.
Liminar
O Ministério Público de Minas Gerais publicou na manhã desta terça-feira, que obteve dia 15 de setembro, decisão liminar da Justiça determinando o bloqueio superior a R$ 346 milhões da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A (Usiminas), sediada em Ipatinga. “A decisão atende ao pedido do MPMG que propôs uma Ação Civil Pública (ACP) contra a empresa, em julho deste ano, requerendo reparação por dano moral coletivo em razão da emissão de poluentes em desacordo com os padrões especificados pela legislação ambiental em vigor, causando poluição atmosférica”, explica o MPMG.
Conforme a decisão, “as provas colhidas pelo MPMG demonstram que, desde a fundação da empresa, em setembro de 1966, a Usiminas pratica condutas agressivas ao meio ambiente, seja por meio das emissões atmosféricas geradas nas diversas áreas da empresa, da emissão de partículas sedimentáveis em desacordo com o padrão estabelecido pela legislação ambiental, conhecida como ‘pó preto’ pela população de Ipatinga, além de outros agentes poluentes lançados na atmosfera e rios da região”.
Ainda conforme a liminar, “não resta dúvida quanto ao potencial ofensivo da conduta da empresa ao meio ambiente da cidade de Ipatinga e arredores, diante de sua inércia no investimento de medidas eficazes na redução de seus poluentes. Ao contrário, percebe-se que a busca pelo lucro sobrepõe, sobremaneira, o interesse coletivo”.
Para a Justiça, a população de Ipatinga, por décadas, foi e continua sendo submetida a índices alarmantes de poluição do ar, que ocasionam problemas de saúde, notadamente, respiratórios, sem qualquer resposta efetiva da Usiminas. “Sujeitar os habitantes de uma cidade a um meio ambiente desequilibrado, hostil a sua saúde, sem qualquer perspectiva de melhora da situação pelo agente poluidor, que objetiva lucro expressivo em sua atividade produtiva, revela o descaso da demandada pela questão ambiental e coletividade”, ressalta a Justiça na liminar.
A importância da Usiminas para a economia local, o fato de que ela não atua com finalidade altruísta e que tampouco deve deixar de lado seus respectivos ganhos foram aspectos lembrados pela Justiça. Porém, de acordo com a liminar, “ocorre que sua busca pela produtividade e lucratividade devem ser pautadas por limites ao seu exercício de atividade, sendo a defesa do meio ambiente um dos princípios que fundamentam a livre iniciativa econômica, nos termos do artigo 170, VI da Constituição Federal”, conclui.
Agência Brasil - DF 20/09/2023
Um total de 12 produtos de aço que estavam com tarifa de importação reduzida em 10% desde o ano passado voltará a entrar no país com as alíquotas originais, de 9,6% a 12,8%. O Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou, nesta terça-feira (19), antecipação do fim do benefício, que originalmente acabaria em 1º de janeiro e deixará de vigorar a partir de 1º de outubro.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a medida atende à reivindicação dos fabricantes nacionais de aço, que poderão competir de maneira mais equilibrada com os produtores internacionais. Nos últimos anos, informou a pasta, vários países, como a China, passaram a vender ao Brasil aço a preços abaixo do mercado porque diversos governos, como México e Estados Unidos, elevaram as tarifas para barrar essas importações.
Os 12 itens que voltarão a pagar a tarifa original são os seguintes: bobinas grossas, três tipos de bobinas a quente, dois tipos de bobinas a frio, chapas galvanizadas, chapas revestidas de alumínio e zinco, fios-máquina, barra inox a frio e dois tipos de tubos sem costura.
Segundo o (MDIC), apenas no primeiro semestre deste ano, foram importados 1,5 milhão de toneladas desses produtos, com alta de até 714% em relação ao primeiro semestre de 2022, dependendo do item.
Lista covid
Na próxima reunião, em outubro, o Gecex avaliará o pedido do Ministério da Saúde para excluir 221 produtos da Lista Covid, criada no início da pandemia da covid-19 para permitir a importação emergencial de insumos para o enfrentamento da doença com alíquota reduzida. No encontro desta terça-feira, o Ministério pediu a manutenção na lista de apenas oito dos 229 itens originais.
Entre os itens a serem mantidos, estão medicamentos e dispositivos médicos.
Globo Online - RJ 20/09/2023
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia na noite desta quarta-feira a nova taxa de juros do país. A expectativa do mercado financeiro é que a Selic caia em 0,5 ponto percentual, de 13,25% para 12,75% ao ano.
No início de agosto, o Banco Central iniciou o ciclo de afrouxamento monetário, como dizem os economistas, com um corte de meio ponto percentual, o primeiro desde agosto de 2020. Na ata da reunião em que explicou a decisão, o BC indicou que faria um nova redução. Por isso, no mercado, a visão é de que a sinalização será cumprida. Ainda mais porque desde então alguns fatores colaboraram para isso.
A taxa básica de juros, a Selic, é o principal instrumento do BC para conter a inflação. Durante esses 45 dias entre uma reunião e outra, houve poucas mudanças tanto no cenário de expectativas quanto nos índices macroeconômicos, como índices de preços e PIB. Por isso, o BC tem tudo para para seguir como planejado. A intensidade e a sinalização sobre novos cortes é o que mobiliza os analistas em relação aos diretores do BC que formam o Copom, liderados pelo presidente da instituição, Roberto Campos Neto.
— Está consolidado um segundo corte de juros de 0,50 ponto, mas lógico que o mercado vai olhar com lupa o comunicado para ver se houve alguma alteração nas sinalizações sobre a possibilidade de acelerar o ritmo de corte à frente — avalia Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.
Comitê de Política Monetária (Copom) é formado pelo presidente do BC e mais oito diretores
Um corte de 0,75 ponto, ou uma aceleração, foi classificado como “pouco provável” na Ata da última reunião do Copom. Isso porque uma alteração de ritmo exigiria “surpresas positivas substanciais” para elevar ainda mais a “confiança na dinâmica desinflacionária”, segundo os diretores do BC.
A inflação de serviços e uma contínua melhora das expectativas estão no radar. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, fez uma rodada de pronunciamentos públicos após o Copom de agosto e, em diferentes momentos, ressaltou que há uma “barra alta” para acelerar ou reduzir os cortes de 0,50 nas próximas reuniões.
O que diz o mercado?
Pelas projeções do boletim Focus, a sondagem que o BC faz com o mercado financeiro, a Selic vai ser reduzida para 12,75% hoje e deverá terminar o ano em 11,75%. Na semana em que foi anunciado o corte em agosto, a projeção era de 12% no fim do ano.
Houve mudanças residuais no cenário esperado para a inflação e o dólar. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está projetado em 4,86% até o fim deste ano e em 3,86% em 2024, no balanço desta semana. No início de agosto, essa projeção era de 4,84% e 3,89%, respectivamente. Ou seja, piorou para este ano, mas teve ligeira melhora para o ano que vem.
Em relatório divulgado na semana passada, a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) indicou a possibilidade de reduções de 0,75 ponto na Selic a partir de dezembro.
O aumento do dólar é motivo de preocupação, pelo impacto nos produtos ou insumos importados. O Um deles é o efeito sobre os preços dos combustíveis. A Petrobras tem tentado diminuir os repasses, mas o aumento do petróleo deve levar a empresa a subir novamente os preços do diesel e da gasolina.
Inflação
A inflação oficial do país (IPCA) teve alta de 0,23% em agosto, puxada por um aumento da energia elétrica residencial de 4,59% no mês. Em julho, o indicador mostrou aumento de 0,12%. A taxa acumulada em 12 meses ficou em 4,61%. As projeções de inflação do Copom foram situadas em 4,9% para 2023 e 3,4% para 2024 na ata da última reunião do Comitê.
— Apesar da aceleração do IPCA em 12 meses desde a última reunião, a inflação de serviços caiu para 5,43% em 12 meses. Além disso, os preços no atacado seguiram em trajetória descendente, o que deve levar a um arrefecimento dos preços no varejo nos próximos meses — avalia o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi.
PIB
A atividade econômica surpreendeu com a alta de 1,8% no primeiro trimestre e 0,9% no segundo. No último relatório de inflação do BC, divulgado em junho, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 passou de 1,2% para 2,0%. Uma nova revisão positiva deve ocorrer no relatório que será divulgado no fim deste mês.
Nesta semana, o Ministério da Fazenda revisou a projeção de crescimento de 2,5% para 3,2%. No primeiro semestre, o agro puxou esse crescimento, embora o setor de serviços e o varejo tenham mostrado fôlego.
O cenário é considerado positivo porque a aceleração da atividade econômica não veio acompanhada de forte pressão inflacionária.
IstoÉ Online - SP 20/09/2023
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, avançou 0,20% na segunda quadrissemana de setembro, acelerando em relação ao ganho de 0,06% verificado na primeira quadrissemana deste mês, segundo dados publicados nesta terça-feira, 19, pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Na segunda leitura de setembro, quatro dos sete componentes do IPC-Fipe ganharam força: Habitação (de -0,14% na primeira quadrissemana para 0,07% na segunda quadrissemana); Transportes (de 0,64% para 1,00%); Despesas Pessoais (de 0,48% para 0,91%); e Saúde (de 1% para 1,07%).
Por outro lado, houve deflação mais intensa ou arrefecimento de preços nas categorias Alimentação (de -0,63% para -0,76%), Vestuário (de 0,51% para 0,38%) e Educação (de 0,09% para 0,07%).
Agência Brasil - DF 20/09/2023
A atividade econômica brasileira teve elevação em julho deste ano, de acordo com informações divulgadas nesta terça-feira (19) pelo Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) teve alta de 0,44% em julho em relação ao mês anterior, de acordo com dados dessazonalizados (ajustados para o período).
Em julho, o IBC-Br atingiu 150,94 pontos. Na comparação com o mesmo mês de 2022, houve crescimento de 0,66% (sem ajuste para o período, já que a comparação é entre meses iguais). No acumulado em 12 meses, o indicador também ficou positivo em 3,12%.
Este foi o segundo mês seguido de alta no indicador, após retração em maio.
O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica do país e ajuda o BC a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, definida atualmente em 13,25% ao ano. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade de setores da economia – indústria, comércio e serviços e agropecuária –, além do volume de impostos.
Taxa básica
A Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas ajudam a redução da inflação, mas também podem dificultar a expansão da economia.
Diante da forte queda da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, iniciou, no mês passado, um ciclo de redução da Selic, o que deve estimular a atividade produtiva.
A última vez em que o BC tinha reduzido a Selic foi em agosto de 2020, quando a taxa caiu de 2,25% para 2% ao ano, em meio à contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Depois disso, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em março de 2021, em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis, e, a partir de agosto do ano passado, manteve a taxa em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
Hoje e amanhã (20), o Copom se reúne novamente para a definição da Selic. A expectativa do mercado é que a taxa básica seja reduzida para 12,75% ao ano.
Divulgado mensalmente, o IBC-Br emprega uma metodologia diferente da utilizada para medir o Produto Interno Bruto (PIB), que é o indicador oficial da economia brasileira. Segundo o próprio BC, o índice “contribui para a elaboração de estratégia da política monetária” do país, mas “não é exatamente uma prévia do PIB”.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país. Com resultado trimestral, superando as projeções, no segundo trimestre do ano a economia brasileira cresceu 0,9%, na comparação com os primeiros três meses de 2023, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, a economia brasileira avançou 3,4%.
O PIB acumula alta de 3,2% no período de 12 meses. No primeiro semestre de 2023, a alta acumulada foi de 3,7%.
Em 2022, o PIB do Brasil cresceu 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões.
O Estado de S.Paulo - SP 20/09/2023
Com o corte da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, de 13,25% para 12,75%, já dado como garantido pela esmagadora maioria do mercado ao fim da reunião do Copom desta quarta-feira, 20, o interesse recairá sobre quais os temas que o Banco Central escolherá para discutir tanto no comunicado que acompanhará a decisão quanto na ata. Isso poderá dar uma noção sobre os próximos passos da política monetária.
São poucos os que esperam muitas alterações no comunicado em relação ao texto divulgado na reunião passada, em agosto, quando, pela apertadíssima margem de cinco votos a quatro, o Copom decidiu iniciar o ciclo de afrouxamento monetário com um corte de 0,50 ponto e indicou que nas “próximas reuniões” esse ritmo deveria ser mantido.
Desde então, os diretores do BC vêm enfatizando que a “barra é alta” para fazer qualquer coisa diferente de um ritmo de corte de 0,50 ponto, enunciando os fatores que possam mudar isso: expectativas inflacionárias de médio prazo; hiato do produto (o quanto de ociosidade a economia está rodando); e inflação de serviços.
Portanto, é preciso monitorar qual a avaliação que os diretores do BC fazem sobre a evolução de cada um desses fatores desde a última reunião do Copom. Isso deverá provavelmente acontecer mais na ata do que no comunicado.
Em relação às expectativas inflacionárias de médio prazo, nada mudou: as projeções para o IPCA em 2025 estão estacionadas em 3,50% há oito semanas, enquanto as de 2026 estão paradas há 11 semanas também em 3,50%. Já as últimas leituras de índices de preços mostram que a inflação de serviços segue desacelerando, embora haja dúvida sobre se em ritmo desejável.
A discussão mais interessante poderá ser sobre o hiato do produto. De um lado, os indicadores mais recentes de atividade econômica surpreenderam para cima, com a taxa de desemprego em consistente queda, talvez indicando um PIB mais forte do que o esperado inicialmente pelo Copom. Por outro lado, a inflação segue desacelerando.
Esse quadro sugeriria que o PIB potencial do Brasil aumentou, ou seja, o quanto a economia pode crescer sem causar pressões inflacionárias. A dúvida é se e quanto o BC irá detalhar esse debate já neste Copom sobre o PIB corrente e a tendência de médio prazo da economia.
Uma visão mais otimista do BC sobre o nível atual do PIB potencial poderia ser uma surpresa na sinalização do Copom, se trouxer essa discussão na ata. Aumentou? Quanto? Isso poderá recalibrar as apostas sobre uma eventual aceleração no ritmo de corte de juros e até onde chegará a taxa terminal da Selic.
CNN Brasil - SP 20/09/2023
Espera-se que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) mantenha a sua taxa de juro de referência estável nesta semana, enquanto aguarda por mais dados para compreender como os aumentos anteriores estão afetando a economia dos Estados Unidos.
Na conclusão da sua reunião de política monetária de dois dias, nesta quarta-feira (20), o Fed também deverá divulgar um novo conjunto de projeções econômicas que provavelmente refletirão um crescimento econômico mais forte e uma taxa de desemprego ligeiramente inferior para este ano, em comparação com estimativas anteriores.
As novas projeções econômicas das autoridades provavelmente mostrarão pelo menos mais um aumento das taxas este ano. Parece haver um consenso entre os dirigentes do Fed de que manter as taxas estáveis este mês é a medida certa — mas alguns disseram que o Fed poderia aumentar novamente as taxas depois de setembro.
Os investidores estarão à procura de pistas de que o Fed tenha terminado de aumentar as taxas, mas o presidente da entidade, Jerome Powell, provavelmente enfatizará em sua coletiva de imprensa pós-reunião que a inflação permanece inaceitavelmente alta.
Isso deixaria a porta aberta para outro aumento das taxas, que poderá ocorrer quando a reunião seguinte terminar, em 1º de novembro. Os mercados financeiros veem atualmente uma probabilidade de 69% de o Fed continuar a suspender os aumentos das taxas em novembro, de acordo com a ferramenta CME FedWatch.
Por que o Fed provavelmente fará uma pausa?
A inflação e o mercado de trabalho desaceleraram de forma constante no ano passado, dando ao Fed espaço suficiente para manter as taxas estáveis e esperar pela chegada de mais dados.
Apesar da volatilidade contínua nos mercados energéticos, a inflação também deverá continuar desacelerando nos próximos meses, principalmente devido à redução dos preços e aluguéis dos automóveis.
No seu conjunto, esses fatores dão às autoridades garantias suficientes de que podem interromper os aumentos das taxas de juros sem correr o risco de um ressurgimento dos aumentos de preços.
“Não há nada que diga que precisamos fazer algo iminente em breve”, disse o governador do Fed, Christopher Waller, à CNBC no início deste mês, antes do último Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) mostrar que os preços mais altos do gás ajudaram a aumentar a inflação em agosto.
“Podemos simplesmente sentar e esperar pelos dados.”
A última vez que os responsáveis do banco central decidiram manter as taxas estáveis foi em junho, quando aumentou a incerteza sobre até que ponto a crise bancária iria restringir os empréstimos.
Quando ficou claro que a economia não estava sendo atingida por essa turbulência, o Fed aumentou novamente as taxas em julho.
Há também o argumento de que o banco central já aumentou as taxas o suficiente para eventualmente restringir a economia e reduzir a inflação para a meta declarada pelo Fed de 2%.
“Colocamos a política monetária em uma situação muito boa”, disse o presidente do Fed de Nova York, John Williams, à Bloomberg, no início deste mês.
Mas embora o Fed esteja tranquilizado pela desaceleração constante da inflação — e pelas estimativas — o banco central ainda enfrenta uma série de incertezas no seu horizonte.
Os imprevistos da economia dos EUA
O Fed quer derrotar a inflação sem infligir danos econômicos desnecessários que também aumentariam o desemprego.
Mas, embora o aumento das taxas de juro tenha começado a afetar o mercado imobiliário quase que imediatamente, as autoridades ainda estão tentando avaliar o impacto no crescimento econômico, nos gastos e no mercado de trabalho.
Pesquisas mostram que pode demorar pelo menos um ano para que esses efeitos se manifestem plenamente, e já passou cerca de um ano e meio desde que o Fed começou a aumentar as taxas.
Os pesquisadores do Fed de Chicago argumentaram num artigo recente que os aumentos das taxas já se fizeram sentir na economia e que a inflação poderia descer para o objetivo de 2% em meados de 2024 sem recessão, ao nível atual das taxas.
Uma possível paralisação do governo que impeça a divulgação dos principais dados sobre a inflação e o emprego também poderá ser um problema para o banco central.
No caso de uma paralisação, o Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA (BLS) afirma que deixará de divulgar dados, incluindo números importantes sobre inflação e desemprego.
Essa falta de dados governamentais cruciais tornaria ainda mais difícil para os investidores e para a Federal Reserve interpretar a economia dos EUA.
Greg Valliere, estrategista-chefe de política dos EUA na AGF Investments, disse na terça-feira (19) que agora vê 70% de chance de uma paralisação do governo.
A potencial paralisação pode ser “longa e durar até o inverno”, escreveu Valliere em nota.
Outra incógnita econômica é a ameaça representada pelo aumento dos preços da energia, que fez subir os preços nas bombas nas últimas semanas. A média nacional da gasolina normal é atualmente de US$ 3,88 o galão, o preço mais alto desde outubro de 2022, segundo a AAA.
Em teoria, os preços elevados da energia poderiam alimentar o núcleo da inflação — na qual as autoridades do Fed estão mais focadas — se esses preços permanecerem elevados durante tempo suficiente, aumentando os preços das passagens aéreas e do frete. Mais importante ainda, poderá afetar as expectativas de inflação.
“O Fed está obviamente mais focado no núcleo, mas não vai ignorar o que está acontecendo com os preços da energia, especialmente se os preços mais elevados da gasolina começarem a afetar as expectativas de inflação e as demandas salariais, o que é uma possibilidade real”, Mark Zandi, economista-chefe da Moody’s Analytics, disse à CNN.
A greve em curso do United Auto Workers (UAW, ou Sindicato dos Trabalhadores Automotivos em tradução literal) também é algo que o Fed estará atento, principalmente por causa do que a paralisação reflete sobre o mercado de trabalho, e não pelo possível impacto econômico.
“O Fed pensa que a greve do UAW é apenas mais um sinal de que o mercado de trabalho continua relativamente apertado”, disse Andrew Patterson, economista internacional sênior da Vanguard.
“Eles acham que quando você começa a ver essas greves — como vimos nas ferrovias, por exemplo — elas são um sinal de força relativa no mercado de trabalho, para que os trabalhadores sintam que podem entrar em greve.”
O Fed deve anunciar sua decisão política de setembro às 15h (horário de Brasília), seguido por uma entrevista coletiva liderada pelo presidente do Fed.
Infomoney - SP 20/09/2023
A balança comercial brasileira deve alcançar um superávit de US$ 80 bilhões em 2023, turbinado pela agropecuária, previu o relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta terça-feira (19) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
De janeiro a agosto deste ano, o superávit comercial brasileiro foi de US$ 62,4 bilhões, superando o montante de US$ 61,8 bilhões arrecadados em todo o ano de 2022.
O superávit da agropecuária somou US$ 53,4 bilhões de janeiro a agosto deste ano, seguido de US$ 33,4 bilhões registrados pela indústria extrativa. Por outro lado, a indústria de transformação teve um déficit comercial de US$ 24,1 bilhões no período.
“A agropecuária lidera as exportações seguida da indústria extrativa com aumento de volume num cenário de recuo nos preços”, frisou a FGV. “Uma projeção pessimista seria de um superávit ao redor de US$ 70 bilhões (em 2023), pouco provável, e um otimista ao redor de US$ 80 bilhões.”
O Icomex relembra que a balança comercial do Brasil tem mostrado superávit através de um aumento do volume exportado e um recuo no volume importado, enquanto que os preços recuaram para ambos os fluxos.
De janeiro a agosto de 2023, o volume exportado cresceu 9,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o volume importado caiu 1,6%. Os preços das exportações recuaram 8,2%, e os das importações caíram 8,7%. Em valores, as exportações caem 0,1% no acumulado do ano, enquanto as importações recuam 10,4%.
“No acumulado do ano até agosto de 2010, no auge do boom nos preços das commodities, a participação nas exportações totais do Brasil da agropecuária era de 11,5%, a da extrativa 22,2% e a da transformação, 66,3%”, lembrou a FGV.
Nesse mesmo período em 2023, destaca a FGV, essas participações foram: agropecuária (25,1%); extrativa (21,5%); e, transformação, 53,2%. A principal mudança foi o avanço do setor de agropecuária ao longo dos anos, e o do petróleo bruto que ocupou a liderança na indústria extrativa no lugar do minério de ferro, com a desaceleração dos investimentos chineses em infraestrutura”, lembrou a FGV.
De janeiro a agosto de 2023, ante o mesmo período do ano anterior, o volume exportado pela agropecuária subiu 20,2%; o da indústria extrativa cresceu 20,7%; e o da indústria de transformação aumentou 0,2%. Já o volume importado pela agropecuária no período encolheu 20,2%; o da indústria extrativa caiu 4,5%; e o da indústria de transformação diminuiu 0,6%.
De janeiro a agosto, a China se manteve como o principal destino das vendas de produtos brasileiros, com uma aquisição de 30,2% de tudo o que foi exportado pelo Brasil, seguida pela União Europeia (13,5%), Estados Unidos (10,5%) e Argentina (5,6%).
“O superávit com a China explicou 53% do saldo positivo da balança comercial em 2022 e 2023 no acumulado do ano até agosto”, observou a FGV.
No comércio com a China, o Brasil passou de um superávit de US$ 23,1 bilhões de janeiro a agosto de 2022 para um superávit de US$ 33,1 bilhões de janeiro a agosto de 2023. Nas trocas com os Estados Unidos, o Brasil saiu de déficit de US$ 10,4 bilhões de janeiro a agosto de 2022 para déficit de US$ 2,6 bilhões de janeiro a agosto de 2023. No comércio coma Argentina, o Brasil passou de superávit de US$ 1,9 bilhão de janeiro a agosto do ano passado para superávit de US$ 4,4 bilhões de janeiro a agosto de 2023.
“Em termos de valor, as exportações só cresceram (no acumulado do ano) para a China (8,0%) e a Argentina (19,7%) e as importações recuaram para todos os mercados”, completou a FGV.
A estiagem na Argentina explica o avanço nas exportações brasileiras para o país, apesar da crise econômica. A seca fez as exportações de soja do Brasil para a Argentina crescerem 989%, em valor, entre janeiro e agosto de 2022 e janeiro a agosto de 2023, passando a ser o principal produto da pauta comercial, com 15% das exportações.
“No entanto, com o agravamento da crise e medidas cambiais de restrição às importações, era esperado que o volume exportado entrasse numa trajetória declinante”, frisou a FGV.
O relatório do Icomex mantém a expectativa de menor ritmo de crescimento nas exportações brasileiras até final do ano.
“No entanto, é possível que recentes medidas do governo chinês para estimular o consumo possam trazer novos efeitos positivos nas exportações da agropecuária. No caso das importações, as revisões com viés de alta do crescimento do PIB poderão estimular o aumento das importações”, concluiu a FGV.
Money Times - SP 20/09/2023
Os contratos futuros do minério de ferro ampliaram as quedas nesta terça-feira (19), à medida que o as persistentes preocupações com a demanda, em meio a uma piora no setor imobiliário, afetaram as expectativas dos investidores.
O minério de ferro mais negociado para janeiro na chinesa Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou o dia em baixa de 0,69%, a US$ 118,19 a tonelada, depois de cair 0,2% no dia anterior.
O minério de ferro de referência de outubro na Bolsa de Cingapura caiu 0,87%, para US$ 120,7 a tonelada, recuperando algumas perdas do início da sessão e permanecendo acima de seu nível.
As preocupações com o mercado imobiliário também persistiram, apesar de um alívio temporário depois que a incorporadora chinesa Country Garden obteve aprovação dos credores para estender pagamento de outro título onshore.
No entanto, outros ingredientes de fabricação de aço ampliaram os ganhos, com o carvão metalúrgico e o coque em Dalian subindo 1,1% e 0,3%, respectivamente, apoiados pela oferta mais restrita.
“A oferta de carvão de coque ficou mais restrita devido às verificações de segurança nos principais centros de produção, aumentando as expectativas de preços mais altos; enquanto isso, a demanda (por carvão de coque e coque) permanece robusta em meio ao alto nível de produção de metal quente entre as siderúrgicas”, disseram analistas da Huatai Futures em nota.
IstoÉ Dinheiro - SP 20/09/2023
O controverso sistema criado em 2020 para pagar indenizações individuais aos atingidos pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), será fechado em 10 dias. O chamado sistema indenizatório simplificado (Novel) foi alvo de contestações judiciais do Ministério Público Federal (MPF) quando foi instituído.
Entidades representativas dos atingidos também chegaram a criticar, em diferentes ocasiões, dificuldades envolvendo o sistema. Por outro lado, a maior parte das indenizações individuais pagas até o momento se deu pelo Novel.
O fechamento do sistema indenizatório foi determinado no final de julho pelo juiz Vinicius Cobucci, do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6), que assumiu o caso recentemente e adotou uma posição divergente dos magistrados anteriores. Para Cobucci, o Novel “padece de nulidades absolutas” e “apresenta sinais claros de esgotamento”. O magistrado estabeleceu que novos registros no sistema poderão ser incorporados até as 18h do dia 29 de setembro. Após essa data, somente poderá ocorrer análise dos casos já incluídos.
MPF
Embora seja crítico do sistema Novel desde o início, o MPF avalia que a decisão foi tomada de forma abrupta e recorreu. A instituição considera que a situação gera incertezas acerca do processo indenizatório. Achamos que o sistema é ruim, mas, nesse momento de absoluta injustiça, depois de oito anos, ele é o único caminho que leva algum dinheiro para os atingidos”, disse à Agência Brasil o procurador Carlos Bruno Ferreira da Silva.
“Realmente pagou para alguns atingidos. Mas pagou para muita gente que não é atingido. E deixou muitos atingidos de fora. É um processo que começa pelo Baixo Guandu, que está longe de ser um dos municípios mais afetados nesta terrível tragédia. E é um modelo sem muitos critérios claros.
Em sua visão, o fechamento do sistema prejudica moradores de cidades mais afetadas. Ele cita Mariana, Barra Longa e Governador Valadares. “Justamente quando o Novel começava a rodar nesses municípios, veio essa decisão. O MPF recorreu para que as pessoas dessas localidades não sejam tratadas sem a justiça necessária. O Novel tem que continuar aberto para permitir um funcionamento semelhante ao que ocorreu em Baixo Guandu, que evidentemente foi o município mais favorecido”, acrescentou.
Barragem
A barragem da Samarco se rompeu em novembro de 2015. A estrutura, localizada em Mariana (MG), liberou uma avalanche de rejeitos que alcançou o Rio Doce e escoou até a foz, causando impactos socioambientais e socioeconômicos em dezenas de municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo. Dezenove 19 pessoas morreram.
No início de 2016, um acordo para reparação dos danos foi firmado entre o governo federal, os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, a Samarco e as acionistas Vale e BHP Billiton. Através dele, foi criada a Fundação Renova, entidade responsável pela gestão de mais de 40 programas, entre os quais o de indenização individual. Todas as medidas previstas devem ser custeadas pelas três mineradoras.
Quando o Novel foi criado, em 2020, sobravam críticas sobre a morosidade do processo indenizatório implementado até então. Na época, relatórios da Ramboll, uma das consultorias externas independentes que assessoram o MPF, apontavam limitações passados quase cinco anos da tragédia: apenas um terço das famílias cadastradas em toda a bacia do Rio Doce haviam recebido alguma indenização.
O Novel foi instituído em outubro de 2020, inicialmente para Baixo Guandu (ES) e Naque (MG), conforme decisões do juiz federal Mário de Paula Franco Júnior, que estava à frente do caso na época. Ele apontou a necessidade de simplificar o processo indenizatório para torná-lo possível e fixou uma tabela com valores pré-definidos para diferentes categorias impactadas. Também determinou que a Fundação Renova criasse uma plataforma online por meio do qual os advogados de cada atingido poderiam apresentar o pedido de adesão de seu cliente. Eles deveriam anexar documentos comprobatórios para serem analisados.
Reflorestamento de áreas atingidas em Mariana – Imagem cedida pela Fundação Renova
A medida foi considerada pela Fundação Renova como uma saída para destravar o pagamento das indenizações, permitindo flexibilizar a documentação comprobatória de algumas categorias de atingidos, sobretudo de trabalhadores informais como artesãos, carroceiros, lavadeiras, pescadores, areeiros e outros. Também abriu caminho para o pagamento a donos de pousadas e embarcações. Os valores poderiam variar de R$71 mil até R$ 567,5 mil.
Gradativamente, mais cidades foram incluídas em novas sentenças assinadas por Mário de Paula, que garantiu em todas elas o mesmo prazo de adesão fixado para Baixo Gandu e Naque. Desta forma, o volume de recursos destinados às indenizações individuais cresceu rapidamente.
Em pouco mais de um ano, o Novel já respondia por mais de 70% de todas as indenizações pagas aos atingidos. Posteriormente, o sistema foi estendido para toda a bacia do Rio Doce. Segundo dados atualizados em julho pela Fundação Renova, já foram repassados mais de R$ 10 bilhões a cerca de 95,7 mil atingidos. Os números indicam um valor médio de R$ 104 mil por atingido.
Controvérsias
Enquanto os pagamentos ocorriam, o Novel foi alvo de críticas e contestações. As controvérsias foram novamente evidenciadas na decisão judicial que determinou seu fechamento. O juiz Cobucci reconheceu que a decisão gera inconvenientes, mas afirmou estar convencido de que o sistema não encontra amparo legal. Além disso, ele observou que há um ajuizamento crescente de ações individuais pelos atingidos os quais tiveram seu pleito negado.
O ponto central do argumento de Cobucci aponta que as comissões de atingidos criadas para pleitear a adesão ao Novel não possuem legitimidade processual. Elas seriam agrupamentos informais e não associações devidamente constituídas na forma fixada pelo Código de Processo Civil.
O juiz também observou que o funcionamento das comissões foi definido por meio de acordo firmado em 2018 para remodelar a governança do processo de reparação. Conhecido como TAC Gov, ele idealizou as comissões como entidades locais baseadas na auto-organização, por meio das quais os atingidos manifestariam seus anseios e levariam suas demandas ao poder público, ao Ministério Público e à Defensoria Pública. Seria, portanto, uma estrutura extrajudicial. Desta forma, o Novel teria sido criado e estendido a partir do pedido de entidades sem legitimidade para apresentar um pleito judicial, o que torna o sistema nulo.
Conforme a decisão do juiz, outro problema seria de ordem sistêmica. Ele observa que o Judiciário não teve qualquer participação na concepção da plataforma, a não ser por meio de diretivas. Todo este trabalho ficou a cargo da Fundação Renova. O juiz pontua que, legalmente, qualquer sistema utilizado pelo Judiciário precisaria ser homologado e estar sob a supervisão do respectivo tribunal.
Além disso, a instância recursal no âmbito do Novel ficou a cargo da empresa de consultoria Kearney, que foi nomeada pelo juiz Mário de Paula como responsável pela perícia. Na prática, o atingido que tivesse sua adesão negada pela Fundação Renova, poderia apresentar recurso que seria analisado pela Kearney.
Para Cobucci, foram atribuídas prerrogativas que não correspondem à função legal de perito judicial. “A Kearney exerceu atividade de cognição para aferição do direito. A função da perícia é a produção de prova técnica, para a qual o magistrado não dispõe de conhecimentos especializados. Afirmar se o atingido tem ou não direito à indenização é tarefa que cabe ao Judiciário diretamente”, escreveu.
O juiz também viu problemas no tabelamento de valores por categoria. “Por mais que haja essa otimização da padronização, a situação individual de cada atingido deveria ser analisada de alguma forma”, acrescentou.
Cobucci também escreveu, na decisão, que o sistema surgido com o objetivo de simplificar o processo indenizatório se mostrou burocrático e repleto de regras, registrando ainda desencontro de informações e divergências interpretativas de analistas da Fundação Renova. Em sua visão, a Justiça brasileira tem plenas condições de lidar com as repercussões da tragédia e que a inovação instituída pelo Novel não era necessária.
Repactuação
Procurada pela Agência Brasil, a Fundação Renova informou que acatará a decisão e deixará de aceitar novos requerimentos no dia 29 de setembro.
“Até a data estabelecida pela Justiça, o sistema continuará funcionando normalmente para as localidades que ainda não tenham encerrado o prazo de adesão. Também não haverá alterações nos procedimentos”, afirmou.
A entidade também assegurou que a análise de requerimentos já abertos continuará normalmente. As mineradoras também foram procuradas para comentar a decisão, mas orientaram a reportagem a entrar em contato com a Fundação Renova, já que a entidade é a administradora do Novel.
O fechamento do sistema ocorre em um momento onde estão em curso tratativas para uma repactuação do processo de reparação. Passados quase oito anos, há muita insatisfação com as medidas implementadas e acumulam-se ações judiciais envolvendo não apenas questões indenizatórias. Até hoje, as obras de reconstrução das duas comunidades mais destruídas não foram totalmente concluídas.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) chegou a pedir a extinção da Fundação Renova por entender que ela não tem a devida autonomia frente às três mineradoras.
Os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, bem como o governo federal, também já manifestaram incômodo com o andamento da reparação. Diante deste cenário, as diferentes partes envolvidas discutem um novo acordo que seja capaz de oferecer uma solução para mais de 85 mil processos judiciais que tramitam relacionados à tragédia. As tratativas são conduzidas na Justiça Federal. Foi fixada a data de 5 de dezembro de 2023 como prazo final para se chegar a um acordo.
Recurso
A implantação do novel em 2020 havia sido contestada em recurso do MPF, que apontou irregularidades, considerou alguns valores baixos e criticou a legitimidade processual de comissões de atingidos até então inexistentes. Com a aceitação do Novel sem contestações pela Fundação Renova, também foi levantada a suspeita de lide simulada, que ocorre quando o processo é aberto após acordo prévio entre advogados de ambas as partes.
A decretação de sigilo pelo juiz Mário de Paula também foi contestada. O MPF observou que dessa forma demais atingidos interessados no processo não poderiam ter acesso às informações. A instituição avaliou ainda que deveria ter sido intimada para se manifestar antes da tomada de decisão, uma vez que possui a função constitucional de atuar na defesa dos direitos difusos. Na época, o recurso do MPF foi indeferido em decisão de segunda instância.
Em uma reunião ocorrida em maio com os atingidos, o procurador Carlos Bruno chegou a levantar a hipótese de que o Novel foi criado com o objetivo de dar uma resposta ao processo aberto no Reino Unido.
“O objetivo era mostrar ao judiciário inglês que alguma coisa aqui funcionava”, disse na ocasião. Ele se referia à ação movida por atingidos representados pelo escritório Pogust Goodhead. Eles processaram a BHP Billiton, que tem sede em Londres, e argumentaram que a Justiça brasileira era ineficiente.
Com os avanços do Novel, um juiz britânico de primeira instância chegou a determinar o arquivamento do processo. Os atingidos conseguiram depois reverter a decisão. Audiências que vão avaliar se a BHP Billiton, bem como a Vale, têm responsabilidades pela tragédia estão marcadas para outubro de 2024.
Entre os atingidos, houve reclamações.
“Para quem não teve que correr da lama, que não teve a casa ou as terras duramente afetadas, as quantias podem ser bem-vindas, mas vejo que a Samarco e suas acionistas Vale e BHP Billiton estão usando o sistema de indenização para divulgar números fabulosos e estimular aqueles atingidos da linha de frente a aderir. Alguns cederam e aderiram, mas é uma proposta de exclusão. Não cobre 10% do meu prejuízo”, disse à Agência Brasil, no ano passado o produtor rural Marino D'Ângelo, integrante da comissão dos atingidos da cidade de Mariana. Ele afirmou que o Novel não atendia de forma justa quem teve os maiores danos.
Vida suja de lama
A propriedade de Marino, criador de gado leiteiro no distrito de Paracatu de Baixo, em Mariana, estava no caminho dos rejeitos.
“Entendo que todos têm direito. Em Mariana, todos são de alguma forma atingidos. A prioridade deveria ser indenizar as pessoas que tiveram a vida suja de lama. Nós, que empobrecemos, ainda vivemos uma vida que nos foi imposta. Eu hoje vivo em uma moradia provisória, e minha atividade econômica vive um retrocesso”, afirmou, na ocasião.
Atingidos chegaram a criticar a atuação do juiz Mário de Paula e apontaram possível alinhamento com os interesses da Fundação Renova. O comportamento do magistrado também levou o MPF e outras instituições de Justiça a apresentaram uma arguição de suspeição para afastá-lo do caso. O pedido, no entanto, foi indeferido pela Justiça Federal. Mário de Paula deixou o caso apenas em junho do ano passado, quando foi promovido. Ele foi substituído por Michel Avelar, que acabou sendo também promovido em julho deste ano, permitindo assim a redistribuição do processo para o juiz Vinicius Cobucci.
Mariana
Epicentro da tragédia, o município de Mariana foi um dos últimos incluídos no sistema Novel, o que ocorreu com uma decisão judicial do juiz federal Mário de Paula, em setembro de 2021. A medida pegou o Ministério Público em Minas Gerais (MPMG) de surpresa. Isso, porque, diferentemente do que ocorria em todas as demais cidades da bacia do Rio Doce, as indenizações dos moradores de Mariana até então vinham sendo tratadas exclusivamente na Justiça estadual. A inclusão de Mariana no Novel atendeu pedido judicial feito por uma nova comissão de atingidos registrada em cartório meses antes da decisão.
“A comissão, que foi constituída para validar esse processo em Mariana, é ilegítima. Ela não foi eleita pela comunidade”, criticou, na época, o morador Marino D'Ângelo. Após a tragédia, Mariana havia sido a primeira cidade a ter uma comissão de atingidos, que foi constituída a partir de assembleias abertas a participação de todos os moradores dos distritos devastados. O exemplo foi seguido por outras cidades.
Com o surgimento do Novel, diversas novas comissões ao longo da bacia do Rio Doce foram sendo registradas em cartório, muitas das quais foram formadas por poucas pessoas, sem deliberação pública.
Para o procurador Carlos Bruno, todo atingido tem direito de apresentar suas reivindicações e de se organizar, mas ele pontua que pequenos grupos não podem pretender representar toda a região onde atuam. Ele diz que o MPF vem trabalhando com assessorias técnicas escolhidas pelos próprios atingidos em busca de um caminho para unificar todas as comissões de cada território. O procurador defende a organização popular e democrática.
“Quando algumas comissões tem o privilégio de ascender em alguns espaços, como por exemplo, peticionar nos autos e ser representante no Novel, se permite que essas comissões, que não estão abertas à população como um todo, ganhem posições de destaque. Então, para mim, o caminho para as comissões serem cada vez mais populares é aumentar a democracia interna”, destacou o procurador.
IstoÉ Dinheiro - SP 20/09/2023
O presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), Primo Roberto Segatto, fez chegar ao alto escalão do governo a sua demanda de décadas pela desoneração total das importações de máquinas e equipamentos usados e seminovos dos países industrialmente desenvolvidos. No dia 11 de setembro, ele e a diretoria da entidade se reuniram com o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, no gabinete da Presidência da República, em Brasília.
A Alckmin, que ao receber a delegação da Abracex tinha ao seu lado a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, e a secretária-executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Marcela de Carvalho, Segatto expôs que apenas 2% da indústria têm maquinários com idade média abaixo de dois anos e que 30% têm máquinas e equipamentos com idade superior a 40 anos.
O pleito da Abracex é visto como polêmico e enfrenta forte resistência da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), entidade que congrega as fábricas destes maquinários, mas encontra respaldo em um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrando que as máquinas e equipamentos industriais brasileiros possuem, em média, 14 anos, e 38% já ultrapassaram a idade sinalizada pelo fabricante como ciclo de vida ideal.
“Dissemos ao presidente Alckmin que há equipamentos de 3 a 8 anos lá fora com valores de 30% a 20% mais baixos que os preços de novos. É verdade que estes equipamentos não são zero, mas ajudariam muito a aumentar a produtividade da nossa indústria”, disse Segatto ao Broadcast.
Alckmin, segundo relatou o próprio Segatto, orientou a Abracex a fazer uma reunião com o Conselho Nacional de Desenvolvimento da Indústria (CNDI) para tratar do assunto. O encontro ainda não foi agendado, mas a entidade já está tratando de marcar o dia e a hora para esta conversa.
O Estado de S.Paulo - SP 20/09/2023
Uma batalha entre as montadoras de Detroit e o sindicato United Auto Workers (UAW), que se intensificou na sexta-feira com greves em três Estados, está acontecendo em meio a uma revolução tecnológica rara que apresenta riscos enormes tanto para as empresas como para o sindicato.
A greve ocorre num momento em que as montadoras tradicionais investem bilhões no desenvolvimento de veículos elétricos, enquanto ainda ganham a maior parte de seu dinheiro com carros movidos a gasolina. As negociações determinarão o equilíbrio de poder entre os trabalhadores e a gestão provavelmente pelos próximos anos. Isso faz com que a greve seja tanto um embate pelo futuro da indústria como por seus salários, benefícios e condições de trabalho.
As montadoras consagradas – General Motors, Ford Motor e Stellantis, donas da Chrysler, Jeep e Ram – estão tentando defender seus lucros e seu lugar no mercado diante da concorrência feroz com a Tesla e com fabricantes de automóveis estrangeiros. Alguns executivos e analistas descreveram o que está acontecendo no setor como a maior transformação tecnológica desde que a linha de montagem móvel de Henry Ford surgiu no início do século 20.
Aproximadamente 13 mil trabalhadores sindicalizados pelo UAW abandonaram seus postos de trabalho em três fábricas em Ohio, Michigan e Missouri na sexta-feira, depois que as negociações entre os sindicatos e as empresas, em três tentativas distintas, não resultaram em acordos antes do prazo de quinta-feira. O salário é um dos maiores pontos de discórdia: o sindicato exige um aumento salarial de 40% ao longo de quatro anos; as montadoras ofereceram cerca de metade disso.
Mas as conversas não se limitam às remunerações. Os trabalhadores estão tentando defender postos de trabalho conforme a indústria faz a transição dos motores de combustão interna para as baterias. Por terem menos peças, os carros elétricos podem ser fabricados com menos trabalhadores do que os veículos movidos a gasolina. Um resultado favorável para o UAW também daria ao sindicato um forte cartão de visita se, como alguns preveem, ele tentar sindicalizar os funcionários da Tesla e de outras montadoras sem representação hoje, como a Hyundai, que está planejando fabricar veículos elétricos em uma nova fábrica enorme na Geórgia.
“A transição para os veículos elétricos está dominando todos os aspectos dessa discussão”, disse John Casesa, diretor-gerente sênior da empresa de investimentos Guggenheim Partners, que já esteve à frente da estratégia da Ford Motor.
“Está implícito”, acrescentou Casesa. “Mas, na verdade, tudo gira em torno de posicionar o sindicato para ter um papel central na nova indústria de veículos elétricos.”
Sob pressão de funcionários do governo e das mudanças na demanda do consumidor, a Ford, a GM e a Stellantis estão investindo bilhões para reequipar suas operações em expansão para produzir veículos elétricos, que são fundamentais no combate às mudanças climáticas. Mas elas estão lucrando pouco ou nada com esses veículos, enquanto a Tesla, que domina as vendas de carros elétricos, é rentável e cresce rapidamente.
A Ford disse em julho que seu departamento de veículos elétricos teria um prejuízo de US$ 4,5 bilhões este ano. Segundo a empresa, se o sindicato conseguir todos os aumentos de salários, aposentadorias e outros benefícios que está correndo atrás, a remuneração total de seus funcionários seria o dobro da dos trabalhadores da Tesla.
As exigências sindicais obrigariam a Ford a abandonar seus investimentos em veículos elétricos, disse Jim Farley, CEO da empresa, em entrevista na sexta-feira. “Queremos ter de verdade uma conversa a respeito de um futuro sustentável”, disse ele, “não um que nos obrigue a escolher entre sair do ramo e recompensar nossos funcionários”.
Para os trabalhadores, a maior preocupação é o fato de os veículos elétricos terem bem menos peças do que os modelos a gasolina, o que tornará muitos empregos obsoletos. As fábricas que produzem silenciadores, catalisadores, injetores de combustível e outras peças que os carros elétricos não precisam terão de ser renovadas ou fechadas.
Muitas novas fábricas de baterias e veículos elétricos estão surgindo e poderiam empregar os trabalhadores das fábricas que fechassem. Mas as montadoras estão construindo a maior parte de suas instalações no sul dos Estados Unidos, onde as leis trabalhistas tendem a ser contrárias aos sindicatos, e não no centro-oeste do país, onde o UAW tem mais influência.
Uma das exigências do sindicato é que os trabalhadores das novas fábricas sejam protegidos por contratos nacionais de trabalho – uma demanda que as montadoras disseram que não podem atender porque essas fábricas são de de joint ventures. O sindicato também quer recuperar o direito de realizar greves para impedir que as fábricas fechem.
“Estamos no início de outra revolução industrial e a maneira como estamos passando por isso é a mesma da última revolução industrial – muito lucro para alguns e miséria e empregos ruins para muitos”, disse Madeline Janis, diretora-executiva da Jobs to Move America, grupo de defesa que trabalha em estreita colaboração com o UAW e outros sindicatos.
“O UAW está realmente se posicionando pelas comunidades em todo o país para garantir que essa transição beneficie a todos”, acrescentou Madeline.
As montadoras vêm acumulando lucros recordes durante a última década, mas não podem se dar ao luxo de perder tempo com paralisações nas atividades em sua corrida para competir com a Tesla e com as concorrentes estrangeiras.
As três empresas já estão tendo dificuldades para operar no ramo dos veículos elétricos. Uma nova fábrica de baterias da GM em Ohio tem demorado para produzir baterias, atrasando as versões elétricas da picape Chevrolet Silverado e de outros veículos. A Ford teve de suspender a produção de sua F-150 Lightning elétrica em fevereiro depois que a bateria de uma das picapes estacionadas perto da fábrica para passar pelo controle de qualidade pegou fogo. E a Stellantis só começará a vender veículos totalmente elétricos nos EUA no próximo ano.
Esses problemas e as vendas cada vez maiores da Tesla poderiam deixar o sindicato numa posição de vantagem para conseguir um bom acordo.
Na quinta-feira passada, em um sinal de que as montadoras estão dispostas a ir muito mais longe do que antes, a GM ofereceu um aumento salarial de 20% ao longo de quatro anos. Isso é metade do que o sindicato está reivindicando, porém bem mais do que os trabalhadores receberam em contratações recentes. Na sexta-feira, o presidente Joe Biden apoiou fortemente o sindicato em suas declarações na Casa Branca. O governo tem investido bilhões em programas de incentivo aos veículos elétricos e não quer que uma greve atrase um elemento central de sua política climática.
Os executivos das montadoras e a maioria dos analistas do setor subestimaram a rapidez com que os veículos elétricos conquistariam os consumidores e não conseguem prever com segurança como as vendas, que têm sido irregulares ultimamente, crescerão no futuro. “Não acho que alguém possa prever perfeitamente qual será a adesão”, disse Mary Barra, CEO da GM, em entrevista para o New York Times no mês passado.
Em sua participação no programa de TV “CBS Mornings” na sexta-feira, ela disse que um aumento salarial excessivo prejudicaria a capacidade da GM de continuar produzindo veículos com motores de combustão interna ao mesmo tempo em que fabrica veículos elétricos. “Esta é uma conjuntura crítica em que o investimento é muito importante”, disse ela.
Contudo, é improvável que os sindicatos e seus apoiadores demonstrem muita simpatia pelos executivos das montadoras. Mary, Farley, da Ford, e o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, receberam dezenas de milhões de dólares em pacotes de remuneração nos últimos anos. Os acionistas das empresas foram recompensados com dividendos e recompras de ações.
Os sindicatos “não terão muita paciência para histórias tristes”, disse Karl Brauer, analista executivo do iSeeCars.com, site voltado para pesquisa e comparação de veículos.
Ajustados pela inflação, os salários dos trabalhadores do setor nos EUA caíram 19% desde 2008, de acordo com o Economic Policy Institute, grupo de pesquisa de esquerda.
Ao mesmo tempo, os funcionários do sindicato estão cientes das mudanças na indústria e disseram que não querem prejudicar a GM, a Ford e a Stellantis enquanto as empresas tentam recuperar o terreno que perderam para a Tesla, que tem resistido de forma agressiva às tentativas de sindicalizar suas fábricas.
As montadoras de Detroit também enfrentam concorrência com a Rivian, uma startup que fabrica picapes elétricas e utilitários esportivos em Illinois, assim como com as rivais estrangeiras, como a Mercedes-Benz e a Toyota, cujas fábricas nos EUA, principalmente no sul, não são sindicalizadas.
“Esse é o maior desafio aqui”, disse Brauer, “tentar se comprometer com um contrato de longo prazo em uma indústria que parece muito incerta e imprevisível nos próximos cinco anos”.
Monitor Digital - RJ 20/09/2023
Estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) aponta que a indústria da construção movimentará R$ 796,4 bilhões na economia brasileira até 2026. O montante considera R$ 663,6 bilhões em investimentos em habitação e infraestrutura e R$ 132,8 bilhões relacionados à demanda por insumos da cadeia produtiva.
O estudo, realizado em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio), o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada-Infraestrutura (Sinicon) e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), também sinaliza que o investimento de R$ R$ 796,4 bilhões tem potencial para gerar 2,4 milhões de empregos em cada ano de execução das obras previstas.
Dos R$ 663,6 bilhões, o estudo destaca que a previsão é de que a área de habitação receba R$ 316,7 bilhões, relacionados ao programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. Para a área de infraestrutura, considerando, por exemplo, investimentos em rodovias, ferrovias e saneamento, estão previstos R$ 346,9 bilhões. Entre os investimentos atrelados à cadeia produtiva (R$ 132,8 bilhões), destacam-se R$ 28,48 bilhões do setor de minerais não metálicos e R$ 18,31 bilhões da metalurgia (R$ 18,31).
A análise por regiões mostra que o Sudeste receberá o maior volume de recursos (R$ 233,17 bilhões). Em seguida estão o Nordeste (R$ 204,13), o Norte (R$ 85,60), o Centro-Oeste (R$ 73,33) e o Sul (R$ 67,35).
Espaço Publicitário
Por outro lado, no Brasil, barreiras burocráticas em processos no setor de construção podem custar R$ 59,1 bilhões a empresas e governo até 2025 em potenciais ganhos desperdiçados, ao atravancar fatores como atração de capital, competitividade das organizações e criação de postos de trabalho. A conclusão faz parte do estudo “Burocracia na construção: o custo da ineficiência nos processos”, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), elaborado pela Deloitte. O levantamento foi realizado entre março e abril deste ano e ouviu 40 executivos das maiores empresas de construção imobiliária e de infraestrutura que atuam no Brasil, além de lideranças de órgãos públicos e de cartórios, buscando identificar os principais desafios burocráticos que afetam projetos de construção no país. A partir deste levantamento, foram identificados e consolidados os maiores obstáculos ao setor da construção, comuns aos dois segmentos, além dos principais entraves específicos. No ranking dos maiores entraves, na construção imobiliária, na qual a liberação de um projeto pode levar até dois anos, 74% dos entrevistados citam o tempo para aprovação de documentos nas prefeituras como maior problema, devido à falta de previsibilidade e planejamento e à necessidade de frequentes revisões. Já no setor de infraestrutura, em que a espera pode se prolongar por até sete anos, 78% consideram o prazo demorado nos órgãos públicos como o maior entrave.
A dificuldade no acompanhamento do processo e da documentação nos órgãos públicos, isto é, onde ficam retidos para assinatura, revisão ou aprovação, foi lembrada por 68% dos respondentes de construção imobiliária e por 43% em infraestrutura. A insegurança jurídica, causada pela falta de clareza quanto às legislações (ou pelo excesso delas), pela possibilidade de diferentes interpretações ou pelas mudanças constantes, foi indicada por 63% dos entrevistados de construção imobiliária e por 57% dos executivos de infraestrutura como um dos principais desafios. Ainda, 53% dos entrevistados de construção imobiliária e 65% dos de infraestrutura apontaram o desalinhamento entre órgãos e esferas públicas como grande desafio. Na construção imobiliária, a demora em procedimentos de regularizações diversas foi apontada como desafio por 32% deles, enquanto, para os de infraestrutura, o problema foi mencionado por 74%.
Na construção imobiliária, a demora para realização de fiscalização e vistorias e os processos cartorários (ambos para 53% dos entrevistados); e os diferentes códigos de obras (ou a falta deles) nas esferas municipais (42%) são os maiores entraves. Já em relação aos desafios específicos da área de infraestrutura, se destacam os processos licitatórios, apontados por 65%; aprovações ambientais (40%) e informações de água e esgoto insuficientes (22%). O levantamento destaca ainda que, na construção imobiliária, a aprovação de projetos em condomínios, prédios ou loteamentos pode levar entre um ano e meio e dois anos. Este período, somado ao tempo de construção, de até três anos, pode fazer com que a duração do projeto chegue a cinco anos. Em infraestrutura, o tempo de aprovação em órgãos públicos pode levar ainda mais tempo – sete anos, sendo até dois anos o prazo mínimo indicado pela pesquisa.
O Estado de S.Paulo - SP 20/09/2023
As atuais regras para a preservação de vilas poderão passar por mudanças se forem aprovadas em meio às novas propostas da Prefeitura de São Paulo para a revisão da Lei de Zoneamento, apresentadas nesta terça-feira, 19. O projeto de lei prevê mecanismos que dificultam e desestimulam a demolição desses conjuntos de casas, em consonância com o que já havia sido indicado na nova lei do Plano Diretor, promulgada em julho.
Essas propostas podem ter resultado limitado na prática, segundo especialistas já haviam apontado ao Estadão. Isso porque o projeto de lei indica que o reconhecimento de um conjunto como vila dependerá de uma análise “caso a caso” por um órgão técnico municipal.
Na prática, muitos locais popularmente vistos como vila não estão assim registrados. Além disso, legislações mais recentes têm entendimento mais específico sobre esses conjuntos, restrito hoje a casas geminadas, por exemplo. A nova proposta permite que construções não geminadas também sejam entendidas como vilas.
O projeto de lei da revisão do zoneamento traz uma mudança na própria descrição do que é uma vila. O texto diz: “agrupamento de construções originalmente residenciais realizadas em conjunto com abertura de passagem que não tenham origem em arruamento aprovado, sem a instituição de condomínio, podendo ser formado por um ou mais lotes fiscais, sendo ou não composto por casas geminadas, cujo acesso se dá por meio de via de circulação de veículos de modo a formar rua ou praça no interior da quadra com ou sem caráter de logradouro público”.
Com a proposta, o conceito de vila passa a contemplar casas que hoje têm uso comercial ou de serviços – transformadas em cafés, bares, escritórios e consultórios, por exemplo. Hoje, o entendimento do que é uma vila contempla apenas imóveis com o uso residencial.
Outro trecho sobre o tema já apresentado pela Prefeitura na versão anterior do projeto (de agosto) foi mantido: o que indica que as vilas reconhecidas como tal sejam classificadas como Zona Predominantemente Residencial (ZPR). Esse tipo de zoneamento veta construções de mais de 10 metros de altura e tem outros tipos de restrições. O Estadão tem um especial que explica as características das principais zonas da cidade, como a ZPR.
Agora, a nova proposta traz mais um mecanismo de desincentivo à verticalização nesses espaços. O trecho aponta que o endereço das vilas reconhecidas siga com o zoneamento de ZPR mesmo se o conjunto for total ou parcialmente demolido. Ou seja, não seria mais possível derrubar uma vila inteira para construir um prédio alto, já que permaneceria a restrição para construções de até 10 m de altura.
Por outro lado, o projeto de lei permite que terrenos que compõem uma vila sejam “remembrados”. Essa fusão de lotes poderia ocorrer só no caso de anuência de dois terços dos proprietários de imóveis do conjunto. Isso facilita transformações e ampliações dos imóveis desde que mantenham a característica horizontal.
Vila se tornaram ‘bolhas’ de estilo de vida
Com o “boom” da verticalização nos últimos anos, as vilas se tornaram quase “bolhas” de um estilo de vida cada vez mais raro em meio ao avanço de prédios altos, especialmente nos bairros centrais. Como o Estadão mostrou, residências nesses conjuntos são disputadas por compradores e locatários em endereços mais valorizados da cidade, na busca de aliar um convívio de vizinhança mais intenso e a proximidade de tudo.
Esse cenário e o processo de revisão das duas principais leis urbanísticas da cidade (Plano Diretor e Lei de Zoneamento) motivou mobilizações populares pela preservação desses conjuntos, como a que obteve o tombamento provisório e emergencial de oito vilas, travessas e ruas sem saída nas imediações do Parque do Ibirapuera. Por outro lado, o mercado imobiliário tem argumentado que há poucos terrenos disponíveis para erguer grandes edifícios em áreas de maior demanda.
Outra mudança na legislação das vilas também está em curso com um novo projeto de lei em tramitação na Câmara. Em maio, os vereadores aprovaram, em 1ª votação, uma proposta que aumenta a restrição da circulação em vilas e ruas sem saída mesmo quando ocupam mais de um quarteirão. Ainda são necessárias uma 2ª aprovação pelos vereadores e a promulgação do prefeito.
Quantas vilas existem em São Paulo?
Não há um número oficial ou um inventário de vilas da cidade. Isso envolve tanto um vácuo na compilação dos dados quanto uma diferença entre o entendimento popular do que é uma vila e o que de fato é reconhecido como tal pelo poder público. O único balanço municipal é o de conjuntos de casas, ruas sem saída e vias de baixo tráfego que têm autorização para instalação de portões. Segundo a Prefeitura, 427 vilas tinham essa liberação em agosto.
Alguns dos principais dados sobre vilas paulistanas foram reunidos em um estudo da Universidade de São Paulo (USP) de 2018, que identificou 801 construídas em 17 distritos mapeados, todos de passado industrial paulistano. Desse total, 768 estavam preservadas.
Para a professora que coordenou o levantamento, a arquiteta e urbanista Rosana Helena Miranda, o total na cidade deve ser de ao menos o dobro, conforme disse ao Estadão em reportagem publicada em agosto.
O mapeamento liderado pela professora identificou mais de 10,4 mil casas de vila construídas nos 17 distritos, número que inclui os 33 conjuntos demolidos. Entre as preservadas, a concentração é maior especialmente no Ipiranga (103), no Belém (97), na Mooca (77), em Perdizes (74), na Lapa (62), no Brás (61) e no Cambuci (57).
Os demais mapeados preservados estão nos distritos Bom Retiro (46), Liberdade (44), Pari (35), Vila Leopoldina (33), Santa Cecília (26), Bela Vista (14), Sé (12), Barra Funda (11), Consolação (9) e República (7).
A maior parte dessas vilas é da 1ª metade do século passado. Do total de 801, 280 foram construídas até 1930, 350 datam do período entre 1930 e 1954, 166 são do intervalo de 1954 a 1974 e cinco são posteriores.
No levantamento, à época, a professora identificou ainda que a maioria das casas de vila continuava como moradia, com algumas adaptadas para uso comercial, principalmente no centro. Também constatou que mais de um terço das demolições foi nos distritos República e Pari. Notou ainda que grande parte está ligada à construção de prédios e obras de infraestrutura urbana.
O que são vilas, afinal?
As primeiras vilas de São Paulo foram construídas ainda no fim do século 19. Nas primeiras décadas, estiveram ligadas especialmente à iniciativa de industriais, que criavam esses tipos de conjunto para atender aos funcionários, grande parte deles migrantes e imigrantes sem residência fixa na cidade.
A centenária Vila Maria Zélia, no Belém, talvez seja um dos exemplos mais conhecidos das vilas operárias. Ao longo do século 20, também passaram a ser vistas como opção de empreendimentos imobiliários voltados ao aluguel, principalmente para a população de menor renda. Recentemente, o Conselho de Patrimônio Cultural de São Paulo decidiu aprovar o tombamento do que sobrou de um conjunto de sobrados no distrito Tatuapé, zona leste.
A Câmara Técnica de Legislação Urbanística (CTLU) da Prefeitura estabeleceu – em 2022 – uma série de parâmetros para o enquadramento como vila. O mesmo entendimento foi incorporado na nova lei do Plano Diretor, que entrou em vigor em julho, com a definição de “conjunto de lotes fiscais, originalmente destinados à habitação, constituído de casas geminadas, cujo acesso se dá por meio de via de circulação de veículos de modo a formar rua ou praça no interior da quadra com ou sem caráter de logradouro público”. Essa definição está em discussão na revisão do zoneamento.
Como será a revisão da Lei de Zoneamento de São Paulo?
A revisão da Lei Zoneamento começou a ser discutida ainda na gestão João Doria (então no PSDB) em 2017, com uma primeira minuta apresentada no ano seguinte. Nova versão foi depois veiculada pelo prefeito seguinte, Bruno Covas (PSDB), em 2019. As mudanças propostas foram barradas na Justiça até a ação ser considerada improcedente, em 2022.
Após a decisão judicial favorável, uma terceira versão foi apresentada pela gestão Ricardo Nunes (MDB) em maio. Já um quarto texto foi veiculado pela Prefeitura em agosto, adaptado às mudanças previstas na nova lei do Plano Diretor, dentre outras alterações. Por fim, o projeto de lei foi divulgado em 19 de setembro.
O projeto de lei será apresentado à população em audiência pública virtual em 2 de outubro. Na sequência, com eventuais ajustes, será enviado à Câmara Municipal, onde precisará ser aprovado em duas votações.
Relator da proposta no Legislativo, Rodrigo Goulart (PSD) antecipou em entrevista ao Estadão, na última semana, que fará alterações no texto da Prefeitura. Associações de bairro e organizações diversas também têm procurado a Câmara para apresentar propostas. Na revisão do Plano Diretor, o vereador fez diversas mudanças no texto enviado pelo Município.
Se aprovado, o projeto pode ser promulgado na íntegra ou com vetos pelo prefeito. Nunes também pode rechaçar todo o conteúdo, embora não seja usual para uma lei desse porte.
Infomoney - SP 20/09/2023
As vendas de moradias novas nos Estados Unidos caíram 11,3% em agosto na comparação com julho, informou nesta terça-feira (19) o Departamento de Comércio, ao ritmo anual sazonalmente ajustado de 1,283 milhão. Analistas consultados pelo FactSet previam queda de 0,8%.O número de julho foi revisado para baixo, a 1,447 milhão, de 1,452 mil antes informado.
O total de permissões para novas obras, por sua vez, subiu 6,9% na comparação mensal de agosto, a 1,543 milhão, ante 1,443 milhão no mês anterior. Esse dado de julho foi revisado para cima, de 1,442 milhão antes calculado.
Valor - SP 20/09/2023
Defensoria Pública da União alegou que comunidades quilombolas instaladas perto de trecho da BR-476 não haviam sido consultadas sobre as obras
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) suspendeu liminar que havia sido concedida pela 11ª Vara Federal de Curitiba que havia paralisado parcialmente leilão de rodovias realizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no dia 25 de agosto.
A liminar havia sido pedida pela Defensoria Pública da União, que alegou que comunidades quilombolas instaladas perto de trecho da BR-476 não haviam sido consultadas sobre as obras.
Em recurso, a Advocacia-Geral da União (AGU) esclareceu que a ANTT realizou audiências públicas sobre o projeto e que eventuais consultas específicas às comunidades podem ser feitas durante a execução do contrato, mais especificamente no âmbito do processo de obtenção de licenciamento ambiental pela empresa vencedora do leilão.
A atuação garante a continuidade da concessão, que integra o novo PAC e prevê investimentos de R$ 4,4 bilhões em rodovias do Paraná nos próximos anos.
Na decisão do TRF4, o desembargador Fernando Quadros da Silva, presidente da Corte, reconheceu que a consulta às comunidades quilombolas pode ser realizada pelo vencedor da licitação após o leilão, no âmbito de audiências públicas para obtenção do licenciamento ambiental.
O presidente do TRF4 também assinalou que paralisar a concessão acarretaria prejuízos para a manutenção, ampliação e aprimoramento da infraestrutura viária, bem como para a geração de empregos proporcionada pelas obras previstas na concessão.
Portal Fator Brasil - RJ 20/09/2023
Entre os destaques nesse intervalo, no sentido exportação, está a soja, com aumento de 25% (de 8.152.332 toneladas para 10.172.737 toneladas), e açúcar a granel, com crescimento de 26% (de 2.279.870 toneladas para 2.864.221 toneladas). Apesar de quatro dias a mais de chuvas, a maior eficiência da estrutura acabou compensando.
Os Portos de Paranaguá e Antonina fecharam o mês de agosto com um incremento de 6% na movimentação no acumulado de 2023 em comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar de quatro dias a mais de chuvas, que prejudicaram o embarque e desembarque de alguns tipos de cargas, a maior eficiência da estrutura paranaense acabou compensando esse percalço e fez os embarques e desembarques chegarem a 42.103.413 toneladas – em 2022 foram 39.856.514 toneladas no mesmo período.
Entre os destaques nesse intervalo, no sentido exportação, está a soja, com aumento de 25% (de 8.152.332 toneladas para 10.172.737 toneladas), e açúcar a granel, com crescimento de 26% (de 2.279.870 toneladas para 2.864.221 toneladas). Nos dois sentidos, o destaque ficou com granéis líquidos, com evolução de 14% (de 5.485.827 toneladas para 6.279.678 toneladas).
Especificamente no mês de agosto, o aumento foi ainda maior, de 14%, diferença entre as 6.042.717 toneladas de 2023 e as 5.279.757 toneladas do mesmo mês de 2022. Os destaques no sentido exportação foram soja (de 852.768 toneladas para 1.694.016 toneladas, aumento de 99%), e carga geral (de 20.332 toneladas para 189.687 toneladas, aumento de 833%).
De acordo com o diretor de Operações Portuárias da Portos do Paraná, Gabriel Vieira, a demanda aquecida no primeiro semestre está se mantendo também na segunda parte do ano. —Começamos o primeiro semestre com uma demanda bem intensa, sabíamos que iríamos produzir muito bem, e agora também registramos números muito favoráveis —analisa.
—No mês de agosto, apesar do alto volume de chuvas, tivemos uma produtividade no Corredor Leste muito positiva e alcançamos 2,3 milhões de toneladas movimentadas entre soja, farelo e milho. O segmento de líquidos também vem sendo bem movimento pelo porto e não podemos deixar de lado o segmento de fertilizantes, que teve uma retomada comparado com agosto do ano passado— complementa.
De acordo com os dados da Diretoria, foram quase 6% (quase quatro dias) a mais de chuvas comparado ao mesmo período do ano passado, mas que acabou sendo compensado com os ganhos de produtividade. —Tivemos um aumento de nosso calado operacional, um incremento na nossa infraestrutura marítima que possibilitou carregar mais com redução dos tempos improdutivos nas manobras de navios, giros e temos hoje dois Corredores de Exportação, Leste e Oeste muito eficientes— destaca.
Também contribuíram para os números positivos em 2023 o crescimento na movimentação do farelo de soja (de 3.987.45 toneladas para 4.332.671 toneladas, aumento de 9%) e o milho (de 2.666.30 toneladas para 2.901.514 toneladas, crescimento também de 9%). —Temos um porto multipropósito e estamos atendendo a todos os segmentos de com qualidade e eficiência— avalia Gabriel.
E a tendência é que esses números se reflitam no fechamento de 2023. “Seguindo o ritmo em que estamos produzindo até o momento, a expectativa é de crescimento entre 5% e 6% comparado ao ano passado. Esperamos movimentar entre 61 e 62 milhões de toneladas, analisando nosso ritmo e também o line up de navios até o final do ano”, finaliza o diretor.
IstoÉ Dinheiro - SP 20/09/2023
O petróleo fechou o dia em leve baixa, após o Brent operar boa parte do pregão acima de US$ 95 por barril, mas pressionado à medida que a atratividade era prejudicada pelo fortalecimento do dólar. Investidores ainda esperavam novidades da reunião do Federal Reserve (Fed), que começou hoje e divulga decisão de política monetária amanhã.
O contrato do WTI para novembro, agora mais líquido, fechou em queda de 0,11% (US$ 0,10), em US$ 90,48 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês caiu 0,10% (US$ 0,09), a US$ 94,34 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Ambos os contratos ainda rondam máximas desde novembro de 2022.
Amanhã, o Federal Reserve divulgará nova decisão de política monetária e, embora seja quase unânime no mercado que o banco central manterá os juros, os investidores devem acompanhar de perto o comunicado, as projeções e as declarações do presidente do BC americano, Jerome Powell, para medir se um “pouso suave” da economia americana realmente será possível, afirma Edward Moya, analista da Oanda. “Hoje tudo diz respeito ao Fed e se ele vai desencadear temores de recessão”, avalia.
O clima na véspera da decisão fez crescer um ambiente de alguma cautela e a commodity devolveu os ganhos vistos em parte do pregão. Ao longo do dia, o Brent chegou a bater máxima de US$ 95,96, recebendo apoio pela perspectiva de déficit no mercado da commodity, em meio a cortes recentes na produção.
Segundo a Capital Economics, os preços dos barris devem se manter nos níveis atuais, ou até acima disso. “As preocupações com um déficit de oferta fizeram hoje os preços do petróleo se manterem altos, prolongando a recuperação que começou há três meses e aumentou o preço do WTI em mais de 35% no geral”, diz a Capital Economics em relatório.
No fim da tarde de hoje, o American Petroleum Institute (API) divulga pesquisa semanal sobre estoques de petróleo e derivados dos EUA.
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