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20 de Julho de 2023

SIDERURGIA

Valor - SP   20/07/2023

Nível do volume de papéis vendidos em relação ao de ações disponíveis no mercado se manteve em 4,4% entre os dias 7 e 14, após ter recuado 0,6 ponto percentual no último mês.

Os níveis de SI ("short interest", volume de papéis vendidos em relação ao volume de ações disponíveis no mercado) do Ibovespa permaneceram estáveis na semana passada, aponta levantamento do Inter. O número se manteve em 4,4% entre os dias 7 e 14 após ter recuado 0,6 ponto percentual no último mês.

O setor de tecnologia apresentou a maior alta da semana anterior, avançando 0,5 ponto percentual, enquanto as posições vendidas em mineração e siderurgia e construção civil aumentaram 0,4 ponto. Na outra ponta, o setor de infraestrutura e transportes apresentou redução de 0,3 p.p. no período.

Em termos absolutos, o setor de siderurgia e mineração seguia liderando o ranking, com venda de 8,6% do seu volume de ações, seguido por óleo e gás (6,5%) e tecnologia (6,3%). Entre os setores com média menor, aparecem telecomunicações (1,8%), químicos (2,4%) e papel e celulose (2,4%).

Méliuz ON foi a empresa que teve maior variação altista no período, de 4,33 p.p., para 20,3%. EZTec ON subiu 1,87 p.p., para 23,8%, e Via ON avançou 1,82 p.p., alcançando 17,5%. Na outra ponta, Lojas Renner ON viu o indicador recuar 1,68 p.p., para 5,8%, em Marfrig ON o número caiu 1,34 p.p., para 13,2%, e, em Usiminas PNA, a queda foi de 1,24 ponto, para 16,6%.

Os maiores short interests do índice são IRB Brasil ON (25,2%), EZTec ON (23,8%) e Méliuz ON (20,3%). Em termos de ‘Taxa de Aluguel’ (o custo ao tomador para operar vendido em um papel), BRF ON (31,4%), MRV ON (13,4%) e CVC Brasil ON (7%) têm as maiores do referencial.

Já no critério ‘Days to Cover’ (quantos dias levaria para os investidores se desfazerem das posições vendidas a partir da média de volume de negociação do papel), Santander units (18,9), Taesa units (17,2) e Eletrobras PNB (14) lideram.

ECONOMIA

Agência Brasil - DF   20/07/2023

Revisão da balança comercial brasileira divulgada nesta quarta-feira (19) pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) projeta exportações de US$ 323,937 bilhões este ano, com redução de 3% em relação aos US$ 334,136 bilhões efetivados em 2022; e importações de US$ 237,465 bilhões, queda de 12,9% em relação aos US$ 272,610 bilhões realizados no ano passado.

De acordo com o presidente-executivo da AEB, José Augusto de Castro, as importações deverão cair mais que as exportações e será gerado um superávit recorde de US$ 86,472 bilhões em 2023, com aumento de 40,5% em relação aos US$ 61,526 bilhões apurados em 2022. Entretanto, esse será um superávit negativo, “porque será gerado por fatores negativos e não por fatores positivos. E não gera atividade econômica, nem empregos”, explicou Castro, à Agência Brasil.

Como consequência das quedas de exportação e importação, a corrente de comércio, projetada em US$ 561,402 bilhões para 2023, mostrará queda de 7,5% em relação aos US$ 606,746 bilhões apurados no ano anterior.

A previsão anterior da AEB para o ano de 2023, divulgada em 20 de dezembro do ano passado, sinalizava exportações brasileiras de US$ 325,162 bilhões, importações de US$ 253,229 bilhões e superávit de US$ 71,933 bilhões.

O presidente-executivo da AEB atribuiu a queda estimada das exportações em 2023 basicamente à questão de preço no mercado internacional. “Porque os preços, este ano, estão pouco a pouco diminuindo. Nas importações, houve um crescimento muito forte em 2022 e, agora, os preços estão se ajustando à nova realidade, porque o crescimento interno não justificava aquele aumento forte das importações”. Também a guerra Rússia/Ucrânia provocou aumento de preços de uma série de produtos e, agora, esses preços estão sendo atualizados. Os preços de fertilizantes, por exemplo, subiram muito pouco depois da guerra e estão voltando à normalidade, disse Castro.
Commodities

As exportações do Brasil seguirão baseadas em commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no exterior). Dos 15 principais produtos de exportação do Brasil, 14 são commodities. A exceção são veículos.

Castro diz acreditar, por outro lado, que o sonho de o país exportar mais produtos de valor agregado poderá se tornar realidade com a reforma tributária. “Mas até que ela seja aprovada, implementada, não é uma coisa imediata. Enquanto isso não acontecer, nós seguiremos exportando commodities como essas”. A crise na Argentina diminuirá também a exportação nacional de manufaturados, uma vez que o mercado argentino é o nosso grande importador de veículos. Por isso, Castro indicou que a tendência é que haja mais concentração de commodities e menos participação de manufaturados na nossa exportação.

Soja em grão deverá manter a liderança das exportações brasileiras, ultrapassando, pela primeira vez, a casa de US$ 50 bilhões, graças à safra recorde colhida e apesar da queda de 12,7% nas cotações. Também em volume, a AEB projeta que as exportações de soja em grão deverão atingir, em 2023, o recorde de 98 milhões de toneladas, alta de 24% em relação aos 79 milhões de toneladas exportados em 2022.

Em relação às importações, o presidente-executivo da AEB explica que 90% do que o Brasil compra de outros países são produtos manufaturados. “Nós não importamos commodities, a não ser carvão”. Ele avalia que se houver um crescimento industrial no Brasil, a tendência é que as importações aumentem. No caso de uma queda industrial, as importações cairão. “O que a gente está vendo hoje é que a indústria, pouco a pouco, está perdendo participação no PIB (bens e serviços produzidos no país) brasileiro. Quanto mais ela perde participação, significa menos importação”, explicou o presidente da AEB.

A entidade estima ainda que apesar das quedas das exportações e importações, o comércio exterior brasileiro contribuirá de forma positiva no cálculo do PIB deste ano. Os dados projetados pela AEB apontam que o Brasil deverá permanecer na atual 26ª posição no ranking mundial de exportação e, também, de importação.
Covid-19

A revisão feita pela AEB considera também que apesar de ter arrefecido seus efeitos negativos, a pandemia da covid-19 continua impactando diretamente a economia e o comércio mundial e, em particular, seus níveis de desenvolvimento, empregos e investimento.

O Estado de S.Paulo - SP   20/07/2023

Expansão de apenas 0,8% na atividade econômica acende alerta no Politburo e no mundo

O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 0,8% no segundo trimestre deste ano, comparado ao período anterior. O resultado divulgado pelo Escritório Nacional de Estatísticas, de Pequim, derrubou as cotações em bolsas de valores de grandes exportadores de commodities ao mercado chinês, inclusive do Brasil. Não foi o único ruído. O crescimento anualizado, de 3,2%, minou a confiança sobre a expansão de 5% na atividade econômica prometida pelo governo chinês para este ano.

O crescimento morno na segunda maior economia do planeta é sempre má notícia. Afunda as projeções para o PIB planetário, com consequências drásticas para os mercados provedores de bens e serviços, e os prejuízos vão além da queda na demanda e nos preços de commodities. Atingem investimentos, cadeias produtivas e linhas de financiamento.

O resultado do trimestre deixa no ar a impressão de que o Politburo chinês também foi surpreendido pelo PIB esquálido, uma vez que o governo de Xi Jinping se mostrou reticente em enfrentar mazelas econômicas muito bem identificadas nos últimos meses. Medidas pontuais, como uma leve redução na taxa básica de juros e a extensão de benefícios fiscais para a compra de carros elétricos, mostraram-se tímidas. Políticas de estímulo adicionadas no orçamento de 2023, em março, desapontaram o setor empresarial.

A expectativa é de reação robusta do presidente Xi com o objetivo de acelerar o ritmo de crescimento neste segundo semestre. A rigor, há espaço para a adoção de políticas corajosas para reverter a fraca confiança do consumidor – um dos principais fatores da estagnação do PIB e vetor do preocupante risco de o país mergulhar em deflação. Atacar o desemprego, que aumentou 21,3% nas áreas urbanas no segundo semestre, seria uma possibilidade. Mas não a única.

A economia chinesa se vê afetada há anos pelo elevado endividamento dos governos locais. O passivo supera US$ 9 trilhões, com impacto direto nos investimentos, na competitividade e nos resultados de seus bancos e empresas. A longa estagnação do setor imobiliário, por sua vez, derreteu investimentos no setor e a renda dos chineses que investiram sua poupança em imóveis.

O altíssimo grau de exposição internacional dos setores econômicos da China pesa tanto no PIB quanto os fatores exclusivamente domésticos. O resultado anêmico de abril a junho refletiu a queda de demanda dos Estados Unidos e da União Europeia, imersos em lento crescimento, e a valorização do dólar. As exportações chinesas de bens tecnológicos e a alocação de investimentos estrangeiros no país mostraram-se suscetíveis também às tensões entre Pequim, de um lado, e Washington e Bruxelas, de outro.

Não há dúvidas de que o programa de recuperação definido pelo Politburo chinês para o pós-pandemia mostrou-se insuficiente. Mas outro cochilo certamente não estará nos planos de Pequim. Seu compromisso de prover crescimento econômico é pedra angular da preservação do regime autoritário e centralizador. Crescer bem acalma os chineses.

O Estado de S.Paulo - SP   20/07/2023

O Senado precisa estar disposto a fazer as correções e a impedir as pressões para incluir mais exceções no texto-base da reforma para evitar que a proposta se dissolva do seu objetivo

A aprovação da reforma tributária pela Câmara dos Deputados, depois de mais de três décadas de discussões, foi enorme avanço em direção da remoção da barafunda que é o sistema atual.

No entanto, o texto-base contém emendas e jabutis de última hora, que deformam os objetivos da proposta. Cabe agora ao Senado, sob a relatoria do senador Eduardo Braga (MDB-AM), exercer função revisora, que remova as escórias e evite a desidratação do sistema que se quer modernizar.

O que se pretende é a neutralidade das mudanças (sem aumento da carga tributária), a não cumulatividade (sem impostos em cascata), simplificação do sistema e cobrança no destino final da mercadoria e do serviço, de modo a acabar com a guerra fiscal entre os Estados.

Para a professora do Insper Cristina Helena de Mello, o Senado tem melhores condições políticas de eliminar ou reduzir as anomalias enxertadas no texto original. A mesma emenda que possibilita a taxação sobre exportações de matérias-primas e produtos semielaborados também amplia imunidades tributárias e inclui novos setores a serem beneficiados com a alíquota reduzida do Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

“Essa emenda fere exatamente a maior conquista da reforma tributária. Quando abre brechas para a criação de um novo imposto estadual, se retoma as disputas entre os Estados e as questões das distorções produtivas. Os Estados deveriam competir criando infraestrutura e outras benesses para atrair oportunidades de negócios e não incentivos fiscais”, explica Cristina Helena de Mello.

Essas distorções criam tantas “meias-entradas” que, para garantir equivalência com a arrecadação atual, seria necessário puxar de 25% (alíquota inicialmente estimada pelo Ministério da Fazenda) para 28% a alíquota do IVA, conforme cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Esta seria a maior alíquota vigente nos países que adotaram o modelo tributário.

Falta também transparência nas propostas, como aponta a doutora em Direito Tributário Mary Elbe Queiroz. A ausência de estudos de impacto transforma pontos importantes da reforma em “voo às cegas”, como afirma ela, pois não se conhece o tamanho da alíquota básica do IVA nem a definição da renda para as pessoas contempladas pelo cashback, a devolução prevista para os mais carentes. E, diante de tantos enxertos, deixar essas pendências para serem definidas na lei complementar, como foi argumentado, derruba a confiabilidade da proposta.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad se comprometeu a fornecer os dados necessários para a avaliação do Senado. No entanto, parece mais conveniente que, além do maior interessado, instituições acadêmicas mais isentas de interesses particulares fossem convocadas para elaborar os estudos sobre o impacto dessas propostas paralelas.

Há, ainda, as pendências sobre a governança do Conselho Federativo responsável pela definição de alíquotas, pela distribuição do resultado e da arrecadação do Imposto sobre Bens e Serviços. E persistem as dúvidas sobre como será a distribuição dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional e do Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais e os de quanto a União terá que aportar para o Fundo da Zona Franca.

A previsão é de que o relatório final seja concluído e votado em outubro. São muitas as pontas soltas. O que se pergunta é até que ponto o Senado está disposto a fazer as correções e a impedir o jogo contra dos grupos de pressão./ COM PABLO SANTANA

Agência Brasil - DF   20/07/2023

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda elevou de 1,9% para 2,5% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país). A estimativa para a inflação caiu. As previsões estão no Boletim Macrofiscal divulgado nesta quarta-feira (17).

Segundo o Ministério da Fazenda, a revisão no crescimento foi motivada pelo aumento de 1,9% do no primeiro trimestre e pela expectativa de queda dos juros no segundo semestre por causa da desaceleração da inflação. A estimativa de crescimento para 2024 foi mantida em 2,3%.

As projeções de crescimento melhoraram para todos os setores. Para o agropecuário,

a projeção passou de 11% para 13,2%. Para a indústria, a estimativa avançou de 0,5% para 0,8%, enquanto a projeção para serviços passou de 1,3% para 1,7%.

No início do mês, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, anunciou que a projeção para o PIB deste ano ficaria entre 2,5% e 3%. Na ocasião, ele ressaltou que, no início do ano, o mercado financeiro previa expansão de apenas 1% para a economia brasileira neste ano.

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, usou as redes sociais para celebrar os novos números. Destacando o trabalho do ministro da Fazenda, afirmou que "o Brasil está de volta".

O Brasil está de volta! O Ministério da Fazenda, liderado por @Haddad_Fernando, acaba de divulgar revisão nas projeções para o PIB deste ano. O crescimento do conjunto da produção nacional passou de 1,9% para 2,5%.
— Geraldo Alckmin 🇧🇷 (@geraldoalckmin) July 19, 2023 Inflação

A projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 5,58% para 4,85%. A estimativa está acima da meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior é 4,75%. Para 2024, a estimativa caiu de 3,63% para 3,3%.

Segundo a SPE, a expectativa de inflação para 2023 foi revisada para baixo com base na forte desaceleração do IPCA em abril e maio. Também contribuíram para a queda na projeção o reajuste autorizado para plano de saúde levemente inferior ao projetado; a redução nos preços da gasolina, diesel e gás de botijão nas refinarias; e as revisões nas tarifas de energia elétrica residencial e de ônibus urbano.

Para 2024, a projeção menor reflete a queda do dólar para abaixo de R$ 5, a queda no preço das commodities (bens primários com cotação internacional), além dos menores reajustes previstos para preços monitorados. De acordo com a SPE, a revisão para o próximo ano ocorreu tanto por causa da desinflação esperada para 2023 como por causa das condições projetadas para a demanda externa.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para estabelecer o valor do salário mínimo e corrigir aposentadorias, deverá encerrar este ano com variação de 4,48%, segundo a previsão da SPE, contra 5,34% previstos no boletim anterior, divulgado em maio. A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que inclui o setor atacadista, o custo da construção civil e o consumidor final, caiu de inflação de 2,06% para deflação de 2,21%.
Médio prazo

Após a melhora das projeções para este ano, a SPE espera leve desaceleração para 2024. Segundo o órgão, isso ocorrerá por causa da diminuição da demanda internacional, que fará o Brasil exportar um pouco menos, e pelo menor crescimento projetado para o setor agropecuário, que se acomodará no próximo ano após crescer mais de 10% este ano.

Mesmo com a desaceleração, a SPF projeta que o crescimento do PIB será mais bem distribuído entre os setores da economia em 2024, com a indústria e os serviços melhorando em relação a este ano. “Esses setores devem se beneficiar com a melhoria no ambiente de negócios e redução de incertezas decorrentes da aprovação das reformas fiscal e tributária”, ressaltou o relatório.

Outro fator que impedirá uma desaceleração maior no próximo ano será a recuperação da demanda doméstica. O consumo será impulsionado pela queda nos juros e pela adoção de medidas de estímulo, como o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as políticas sociais.

“O consumo e o investimento devem ganhar novo impulso com a redução dos juros e da inadimplência e com o novo PAC, focado na transformação energética. A redução da desigualdade, resultante de políticas de valorização do salário mínimo e igualdade salarial entre mulheres e homens, do novo Bolsa Família e do programa Minha Casa, Minha Vida também devem ajudar a elevar a absorção doméstica, garantindo crescimento sustentável e inclusivo”, concluiu a SPE.

Agência Brasil - DF   20/07/2023

O Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - apresentou queda de 3% em maio deste ano, na comparação com abril. O dado foi divulgado nesta quarta-feira (19), no Rio de Janeiro, pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em sua pesquisa Monitor do PIB.

Segundo a coordenadora do estudo, Juliana Trece, o recuo da atividade econômica brasileira no mês foi influenciado pelo fim dos principais meses de colheita da soja. Como o crescimento do PIB nos primeiros meses foi puxado pela produção do grão, o fim da colheita provocou um recuo no indicador em maio.

Juliana afirmou que mesmo que o maior responsável pela queda tenha sido a agropecuária, houve recuos também nos setores da indústria e dos serviços, influenciados pelos juros elevados.

Na comparação com maio do ano passado, no entanto, a economia cresceu 1,8%. Também houve alta de 3,5% na comparação do trimestre encerrado em maio deste ano com o mesmo período de 2022.
Consumo das famílias tem alta

A alta neste último tipo de comparação foi puxada pelo consumo das famílias, que cresceu 2,9%, e pelas exportações, que avançaram 17,2%. A formação bruta de capital fixo (investimentos) caiu 0,8% no trimestre. Já as importações, que contam negativamente para o cálculo do PIB, aumentaram 7,3%.

O monitor do PIB não é a pesquisa oficial sobre o desempenho da economia brasileira. Oficialmente, o PIB é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado trimestralmente.

O dado mais recente do IBGE aponta que - no primeiro trimestre deste ano - a economia brasileira cresceu 1,9% na comparação com o último trimestre de 2022 e 4% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, além de ter acumulado alta de 3,3% em 12 meses.

Segundo o último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na última segunda-feira (17), a economia brasileira deve crescer 2,24% este ano.

Agência Brasil - DF   20/07/2023

Em meio às expectativas sobre os juros no Brasil e no exterior, o dólar caiu para abaixo de R$ 4,80 e voltou a aproximar-se da mínima do ano. O otimismo não se manifestou na bolsa de valores, que caiu pelo segundo dia seguido.

O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (19) vendido a R$ 4,786, com queda de R$ 0,023 (-0,48%). A cotação iniciou o dia em leve alta, mas inverteu o movimento e passou a cair após a abertura do mercado norte-americano, até fechar próxima da mínima do dia.

Em queda após três dias seguidos de alta, a moeda norte-americana aproxima-se da menor cotação do ano, registrada em 26 de junho. Naquele dia, a divisa encerrou vendida a R$ 4,767. O dólar acumula queda de 0,08% no mês e recua 9,36% em 2023.

A euforia no mercado de câmbio não se repetiu no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 117.552 pontos, com queda de 0,25%. O indicador chegou a cair 1% às 13h. Apesar de uma recuperação durante a tarde, a bolsa não conseguiu reverter a queda.

O mercado foi influenciado tanto por fatores domésticos como externos. Mesmo com a possibilidade de o Banco Central (BC) reduzir a Taxa Selic (juros básicos da economia) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no início de agosto, os juros brasileiros permanecem altos e continuam a atrair capitais estrangeiros.

No exterior, a divulgação de índices de inflação menores que o esperado nos Estados Unidos e em outras economias avançadas reduzem a pressão para que os Bancos Centrais desses países elevem os juros. Na próxima semana, o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) decide os juros da maior economia do planeta. O mercado aposta numa elevação de 0,25 ponto percentual, que seria a última do ciclo de alta que começou em 2022.

A Agência Brasil está publicando matérias sobre o fechamento do mercado financeiro apenas em dias extraordinários. A cotação do dólar e o nível da bolsa de valores não são mais informados diariamente.

MINERAÇÃO

IstoÉ Online - SP   20/07/2023

A Rio Tinto, segunda maior mineradora do mundo em valor de mercado, está mais otimista em relação à sua produção de minério de ferro este ano, mas cortou projeções para várias outras commodities que produz, incluindo alumina e cobre refinado.

Em relatório divulgado nesta quarta-feira, a empresa disse esperar agora que embarques de minério de ferro a partir de suas operações na Austrália em 2023 fiquem na metade superior de sua projeção original de 320 milhões a 335 milhões de toneladas.

No segundo trimestre, a Rio Tinto embarcou 79,1 milhões de toneladas de minério de ferro de suas minas australianas, 1% menos do que em igual período do ano passado. O resultado do período foi afetado por manutenção programada no porto de Dampier e pelo descarrilamento de um trem, detalhou a mineradora.

Por outro lado, a Rio Tinto cortou projeções de produção de várias outras commodities. No caso da alumina, por exemplo, a empresa acredita que produzirá 7,4 milhões a 7,7 milhões de toneladas este ano. A previsão anterior era de 7,7 milhões a 8 milhões de toneladas. Já para o cobre refinado, a mineradora reduziu sua projeção para 160 mil a 190 mil toneladas, ante uma faixa anterior de 180 mil a 210 mil toneladas.

Por volta das 8h30 (de Brasília), a ação da Rio Tinto caía 1% na Bolsa de Londres. No mercado australiano, em Sydney, o papel da mineradora fechou em baixa de 0,74% nesta quarta-feira.

Valor - SP   20/07/2023

A recuperação da demanda por aço no país esbarrou em “ventos contrários persistentes” no segundo trimestre, disse a companhia.

A Rio Tinto disse que seus embarques de minério de ferro no segundo trimestre caíram 1% em relação ao ano anterior, em meio a uma recuperação econômica fraca na China que pesa sobre a demanda.

A maior produtora de minério de ferro do mundo exportou 79,1 milhões de toneladas da matéria-prima siderúrgica no período. Embora tenha deixado inalterada sua estimativa de embarques de minério para o ano, a empresa reduziu as previsões de produção de alumina e cobre refinado.

Pesos pesados das commodities como Rio Tinto e Vale estão sendo observados de perto na busca por pistas sobre uma desaceleração na China que pode ter efeitos-cascata significativos em toda a economia global.

“A recuperação econômica da China ficou aquém das expectativas iniciais do mercado, e a crise do mercado imobiliário continua a pesar sobre a economia, com consumidores cautelosos apesar da flexibilização da política monetária”, disse a Rio Tinto em comunicado nesta quarta-feira. A recuperação da demanda por aço no país esbarrou em “ventos contrários persistentes” no segundo trimestre, afirmou.

Os preços do minério de ferro, que vêm apresentando recuperação parcial desde o final de maio, podem ficar mais pressionados com o aumento dos embarques da Vale. A produção da mineradora brasileira, segunda maior fornecedora mundial de minério de ferro, subiu mais de 6% no segundo trimestre.

Os futuros de minério de ferro em Singapura tiveram queda de até 2,2% nesta quarta-feira, para US$ 111,25 a tonelada. A matéria-prima siderúrgica é negociada cerca de 15% abaixo da máxima de meados de março.

IstoÉ Dinheiro - SP   20/07/2023

A divulgação do relatório de produção e vendas da Vale nesta terça-feira, 18, mostra que a empresa alcançou certa recuperação em seus resultados operacionais, indicando estabilidade na produção. O destaque positivo para a mineradora foi a maior participação de produtos de melhor qualidade no mix e realização de preços, segundo avaliação da estrategista-chefe do Inter, Gabriela Joubert.

A analista destaca que houve desempenho razoável nas operações de níquel e cobre. A produção de cobre registrou aumento de 43,3% na comparação anual e 17,7% ante o primeiro trimestre do ano. Quanto ao níquel, o volume produzido ficou 7,9% na relação anual, mas 21,5% abaixo ante os três primeiros meses do ano.

Sobre o minério de ferro, principal produto comercializado pela Vale, a analista afirma que a demanda na China continua fraca, o que mantém o patamar desafiador para a comercialização da commodity.

“Reduzimos nossas projeções de vendas para o ano, uma vez que a demanda na China segue com seus desafios, o que deve limitar a recuperação do volume vendido no segundo semestre de 2023”, afirmou Gabriela.

O Inter mantém recomendação neutra para a Vale, com preço-alvo em R$ 77, o que representa um potencial de valorização em 14,2% ante o último fechamento.

No que tange preços, a comercialização de minério de ferro ficou em US$ 98,5 por tonelada. O Inter destacou que a cotação seguiu a queda do produto de referência, porém limitado pelo melhor mix, apesar dos menores prêmios nos mercados internacionais.

Quanto à produção de pelotas e minério de ferro, o banco reconheceu avanços nos resultados divulgados pela mineradora.

Veja - SP   20/07/2023

A mineradora Vale divulgou seus números de produção e vendas do segundo trimestre — considerados uma prévia do balanço para esse período. A empresa produziu pouco mais de 78 milhões de toneladas métricas de minério de ferro entre abril e junho deste ano, um incremento de 6% em relação ao mesmo período de 2022. Já as vendas de pelotas de minério de ferro recuaram 0,5% ano a ano, mas as vendas de finos subiram 0,9% na mesma base. Os preços caíram 13% nesse período. O ritmo menor de crescimento da economia chinesa pressionou os preços da commodity e também o valor das ações da Vale, mas alguns analistas defendem o operacional da empresa.

“É inegável que a derrocada do preço das ações da Vale também ocorre pelas questões que envolvem a China. Para nós, especialmente com relação ao mercado imobiliário chinês, o investidor terá que se contentar com crescimentos menores daqui em diante”, avaliam os analistas da Genial Investimentos em relatório enviado a clientes. “Acreditamos que um crescimento mais arrefecido do setor será o ‘novo normal’, de forma que as ações das mineradoras não podem ficar tão mercê do fluxo de notícias ligado a esse segmento específico da economia chinesa, sendo que há outras dinâmicas positivas, muitas vezes ligadas ao micro e não ao macro”, concluem. No acumulado do ano, as ações da Vale têm desvalorização de 22%.

Valor - SP   20/07/2023

A diferença no volume de produção e de vendas no segundo trimestre gerou um aumento de 4 milhões de toneladas no estoque da companhia.

Analistas caracterizam os resultados operacionais do segundo trimestre da Vale, divulgados na noite de terça-feira, como positivos, destacando uma recuperação nos números de produção e vendas no período entre abril e junho. No entanto, um crescimento nos estoques levantou um alerta sobre as condições do mercado de minério de ferro.

A mineradora brasileira registrou produção de 78,8 milhões de toneladas de minério de ferro no segundo trimestre, alta de 6,3% na comparação anual. Já as vendas chegaram a 66 milhões de toneladas, crescimento de 2% sobre o mesmo período de 2022. Os preços realizados caíram, mas os prêmios subiram com maior qualidade do produto.

Os analistas Alexander Hacking e Stefan Weskott, do Citi, notam que o bom desempenho de produção da Vale no segundo trimestre foi impulsionado principalmente pelo aumento na produtividade do triturador S11D, em Carajás. Thiago Lofiego e Camilla Barder, do Bradesco BBI, destacam também o desempenho de Itabira e Vargem Grande.

Para Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, a performance mostra a atuação estratégica mais pragmática da diretoria em meio ao mercado ainda desafiador em demanda, prêmios e custo. Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano, da XP, dizem que os números estabelecem tom positivo para os resultados financeiros.

A diferença no volume de produção e vendas da Vale no segundo trimestre gerou um aumento de 4 milhões de toneladas no estoque da companhia, o segundo período consecutivo em que isso acontece. Segundo a empresa, há a expectativa de acelerar vendas na segunda metade do ano para reduzir tais estoques.

Na visão de Gabriela Joubert, estrategista-chefe do Inter, o relatório da Vale dá sinais de que a demanda pelo seu produto principal, o minério de ferro, continua enfrentando desafios com dados macroeconômicos vindos da China mais fracos, não compensando a ajuda que a melhor qualidade deu no mix e na realização de preços.

Já Caio Ribeiro, Leonardo Neratika e Guilherme Rosito, do Bank of America (BofA), ponderam que a sinalização da mineradora que só vai acelerar vendas caso as condições de mercado sejam favoráveis indica que esses estoques não devem diminuir logo. “A Vale terá que movimentar esse estoque e isso criará pressão no seu faturamento.”

O desempenho da unidade de metais básicos da Vale, que voltou a entrar no radar do mercado com a operação que a mineradora vem realizando para vender uma participação a investidor externo, teve números mistos. Os analistas viram recuperação nas operações de cobre, mas níquel mostrou fraqueza por conta de manutenções.

Mary Silva e Victor Penna, do BB Investimentos, afirmam que o volume de produção de níquel na Indonésia compensaram menor desempenho no Canadá. Já o cobre seguiu em crescimento sequencial com números melhores em Sossego e Salobo III. No entanto, Carlos De Alba e Jens Spiess, do Morgan Stanley, viram os números abaixo do esperado.

Rodolfo Angele e Tathiane Martins Candini, do J.P. Morgan, avaliam que o bom desempenho das operações brasileiras de cobre ajudaram a unidade de metais básicos ter bons números, enquanto níquel já era esperado pelo mercado que as manutenções afetassem a produção.

“O mercado vai precisar de mais que um trimestre para recuperar a confiança na empresa, mas acreditamos que a diretoria está levando a Vale para o caminho certo”, comentam Leonardo Correa e Caio Greiner, analistas do BTG Pactual. Eles veem que as ações estão descontadas e podem ser boa aposta neste momento.

O UBS BB vê que a empresa conseguiu superar desafios logísticos do primeiro trimestre, em especial a temporada de chuvas mais elevada entre janeiro e março, o que afetou a vazão do produto. As incertezas da China ainda podem prejudicar as vendas da companhia no segundo semestre.

Os resultados de produção e vendas não alteraram tanto a projeção dos resultados financeiros da Vale para o segundo trimestre, mas o desempenho considerado positivo também deve evitar que surpresas negativas apareçam, em especial relacionadas aos preços das commodities, afirmam os analistas.

O Goldman Sachs reduziu o preço-alvo dos recibos de ação (ADRs) da Vale negociados na Bolsa de Nova York (Nyse) de US$ 12,50 para US$ 12, mantendo recomendação neutra, com os analistas Marcio Farid, Gabriel Simões e Henrique Marques reduzindo levemente a projeção de Ebitda da US$ 4,4 bilhões para US$ 4,1 bilhões, por conta dos preços mais fracos.

Rafael Barcellos e Arthur Biscuola, do Santander, por outro lado, afirmam que o resultado reforça estimativas de Ebitda de US$ 4 bilhões no segundo trimestre. Opinião parecida com a do Itaú BBA, com analistas liderados por Daniel Sasson, que vê o desempenho da Vale em US$ 4,1 bilhões no período.

IstoÉ Dinheiro - SP   20/07/2023

O faturamento do setor de mineração se expandiu 6% no primeiro semestre de 2023, em comparação ao mesmo período do ano passado, e alcançou R$ 120 bilhões, informou nesta quarta-feira, 19, o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann. O Ibram informou ainda que os dados sobre produção estão sendo apurados na Agência Nacional de Mineração (ANM).

A arrecadação de impostos, tributos e encargos foi de R$ 41,4 bilhões no primeiro semestre, valor 5,9% maior que no mesmo intervalo de 2022. O recolhimento com o CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral) foi de R$ 3,4 bilhões, aumento de 1,9% no período.

O segmento manteve a previsão de investimentos. Para o período de 2023 a 2027, a cifra é de US$ 50 bilhões. O cobre se mantém como o metal com maior expectativa de aumento nos investimentos (255%), a US$ 4,47 bilhões.

Em seguida, o níquel desponta em segundo lugar nos próximos anos com previsão de avanço em 60% de investimentos, para US$ 2,3 bilhões. O minério de ferro, principal produto do setor, deve registrar aumento de 24% nos investimentos, a US$ 16,9 bilhões, destacou o diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do Ibram, Júlio Nery.

Na contramão, o zinco deve perder 53% dos investimentos, com previsão de US$ 113 milhões. Os investimentos no setor de logística devem subir 51%, a US$ 4 bilhões, e em atividades socioambientais receberão US$ 6,5 bilhões.

Balança comercial

Enquanto as exportações brasileiras, de maneira geral, tiveram alta de 1% no primeiro semestre de 2023, os resultados das vendas externas de minerais encolheram 5,77%, para US$ 19,9 bilhões – devido aos preços das commodities bem mais baixos que nos seis primeiros meses de 2022. Em volume, as vendas externas avançaram 10,2%, a 177,2 milhões de toneladas.

Do total das exportações minerais brasileiras, o minério de ferro responde por 68,9%, seguido pelo ouro (9,2%) e cobre (8%). No caso do minério, o principal destino foi a China (65%). Já para o ouro, os maiores compradores foram o Canadá (34,3%), Suíça (19,3%) e Estados Unidos (18,8%).

As importações minerais caíram em volume (-6%, a 20,91 milhões de toneladas). Também foi registrada retração na receita (-34,2%), que em valores monetários somaram US$ 9,4 bilhões. As importações minerais equivalem a 7,2% no total de importações do País.

O saldo da balança comercial do setor teve avanço de 17,21%, a US$ 13,6 bilhões, representando 30% do saldo total da balança comercial brasileira.

Resultados por commodity

O preço do minério de ferro sofreu queda de 15% nos seis primeiros meses deste ano, fechando com preço médio de US$ 118,34 a tonelada. O níquel também acompanhou a tendência de desvalorização (-12%), a R$ 24,2 mil. O preço do zinco retraiu 26%, a US$ 2,8 mil no mesmo intervalo de comparação. O único metal que registrou valorização foi o ouro, com avanço de 3,7% (US$ 1,94 mil a tonelada).

A queda acentuada no preço de cotação do minério de ferro provocou uma queda de 9% em termos monetários, apesar do aumento de 9,8% no volume de toneladas vendidas ao mercado externo.

No manganês, a receita com exportações foi de US$ 86 milhões, alta de 45% ante os seis primeiros meses de 2022. A commodity também tem como principal destino a China (62,6%).

O volume da bauxita exportado foi de US$ 99 milhões, alta de 34%. O cobre, cujos principais destinos são Alemanha (21,9%) e China (18,6%), avançou para US$ 1,5 bilhão, com variação positiva em 32%.

O faturamento do minério de ferro aumentou 3%, para R$ 70,1 bilhões durante os primeiros seis meses deste ano. Já o faturamento do cobre se manteve estável, em R$ 7,9 bilhões, o mesmo valor ante o primeiro semestre de 2022.

O faturamento do ouro registrou queda de 3%, para R$ 11,2 bilhões no primeiro semestre.

Valor - SP   20/07/2023

Volume no período eleva a produção do ano fiscal de 2023 do ingrediente siderúrgico para 257,0 milhões de toneladas, refletindo ano recorde para seus negócios de minério de ferro na Austrália Ocidental.

A BHP registrou uma produção de minério de ferro de 65,3 milhões de toneladas em seu quarto trimestre fiscal, elevando a produção do ano fiscal de 2023 do ingrediente siderúrgico para 257,0 milhões de toneladas, um aumento de 1% em relação ao ano anterior.

A maior mineradora do mundo em valor de mercado disse que isso reflete um ano recorde para seus negócios de minério de ferro na Austrália Ocidental, onde a nova mina de South Flank está crescendo e o desempenho ferroviário está melhorando.

Na produção de cobre, a BHP registrou um aumento de 9% no último ano fiscal, atingindo 1,72 milhão de toneladas, incluindo a produção do quarto trimestre de 476.200 toneladas. A empresa relatou teores mais altos na enorme mina Escondida, no Chile, e um recorde de produção em sua mina Olympic Dam, no sul da Austrália.

Para o ano fiscal de 2024, a mineradora espera uma produção anual entre 254,0 milhões e 264,5 milhões de toneladas. A BHP também projeta uma produção de cobre de 1,72 milhão a 1,91 milhão de toneladas no ano fiscal de 2024.

AUTOMOTIVO

Infomoney - SP   20/07/2023

Promovido pelo governo federal, o programa de descontos para carros “populares” de até R$ 120 mil terminou em 7 de julho, o que significa que as reduções de preços nos veículos serão retiradas e eles voltarão para o patamar “original” — ou quase. Três das 11 montadoras participantes têm modelos que estão com preços sugeridos mais baixos do que os observados antes do programa entrar em vigor.

Jeep, Nissan e Citroën possuem atualmente um modelo cada uma que apresentou queda de preço na comparação com o período que antecede o programa, conforme levantamento feito pelo InfoMoney.

A reportagem contatou as montadoras participantes do programa: Fiat, Volkswagen, Renault, Hyundai, Chevrolet, Citroen, Peugeot, Honda, Toyota e Nissan.

Volkswagen e Peugeot informaram que não se manifestariam. Hyundai, Chevrolet e Honda não responderam às diversas tentativas de contato.

Veja modelos que apresentam queda de preço encontrados pela reportagem:
Carro Preço sugerido antes do programa Preço sugerido atual Jeep Renegade 1.3 Turbo Flex AT6 –125.990119.990Nissan Kicks Sense Aut. CVT123.690118.290Citroën C4 Cactus Feel 1.6 16V Flex Aut. 130.990110.990

A reportagem entrou em contato com as três montadoras para confirmar as reduções e entender por que houve uma baixa, quando a maioria dos modelos registraram alta nos valores.

Os três modelos são considerados SUVs e todos receberam patrocínio das próprias montadoras — sofreram reduções de preços além do subsídio do governo — para serem elegíveis ao programa de descontos, já que era obrigatório que o carro custasse até R$ 120 mil.

Renegade e Kicks são o quinto e o sexto SUV mais vendidos no semestre, respectivamente, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Reduções

A Jeep enviou à reportagem sua tabela de preços atualizada para julho, na qual consta o preço atualizado para a versão de entrada do Renegade (1.3 Turbo): R$ 119.990. Com o início dos subsídios do governo, a empresa havia enviado o preço do mesmo modelo, a R$ 125.990. Inclusive, no site da montadora, o preço da versão ainda segue neste segundo valor.

Com o fim do programa, a Jeep atualizou seu portfólio do Jeep Renegade e reduziu em R$ 6 mil o valor do carro na comparação com o que era ofertado antes dos subsídios federais.

Durante o programa de descontos, a montadora ofereceu um desconto de R$ 6 mil na versão 1.3 Turbo, além dos R$ 4 mil subsidiados pelo governo – totalizando uma redução de R$ 10 mil, quando o modelo chegou a ser ofertado por R$ 115.990.

Veja:
CarroPreço antes do programa (R$) Preço atual (R$) Diferença antes x hoje Preço com o desconto durante o programa (R$) Desconto montadora (R$) Desconto Governo (R$) Desconto total no progr. (R$) Jeep Renegade 1.3 Turbo125.990119.990R$ 6 milR$ 115.9906 mil4 mil10 mil

A Nissan confirmou a redução do preço de seu veículos e apenas informou que foi “uma liberalidade da empresa”.

Neste caso, a fabricante japonesa patrocinou um desconto de R$ 5,4 mil, além dos R$ 3 mil oferecidos pelo governo para a versão Sense do Kicks ser elegível aos subsídios. Com isso, o carro chegou a ser ofertado por R$ 115.290.

Mas, com o encerramento dos descontos, o modelo passou a custar R$ 118.290, R$ 5,4 mil a menos do que os R$ 123.690 antes do início do programa. Também é possível interpretar que a Nissan manteve de forma definitiva o desconto que patrocinou para o programa.

Veja:
CarroPreço antes do programa (R$) Preço atual (R$) Diferença antes x hoje Preço com o desconto durante o programa (R$) Desconto montadora (R$) Desconto Governo (R$) Desconto total no progr. (R$)
Nissan Kicks Sense Aut.123.690118.290R$ 5,4 milR$ 115.2905,4 mil3 milR$ 8.400

A Citroën, que integra o grupo Stellantis, informou a queda de preço do C4 Cactus.

“A Citroën atualizou o valor sugerido de seus modelos e nenhum deles passou a ter um valor maior do que era cobrado anteriormente antes da medida. O Novo C4 Cactus, inclusive, ficou mais barato, pois passou por uma atualização nesse período.”

O C4 Cactus Feel custava, antes do programa, R$ 130.990. E a Citroën reduziu em R$ 16 mil o valor para R$ 114.990, para que o modelo fosse elegível a receber estímulos do governo.

Depois, a montadora patrocinou mais uma redução de R$ 5 mil, além dos R$ 4 mil do governo. A partir daí, o modelo passou a ser comercializado por R$ R$ 105.990.
Hoje, o consumidor pode encontrar o carro por R$ 110.990, ou seja, uma diferença de R$ 4 mil para o novo preço depois da primeira redução que a empresa deu ao modelo.

Veja:
CarroPreço antes do prog. (R$) Preço atual (R$) Diferença antes x hoje Preço com desconto durante o prog. (R$) Desconto Governo (R$) Desconto montadora (R$) Desconto total no progr. (R$)
Citroen C4 Cactus Feel 1.6114.990110.990R$ 105.9904 mil5 milR$ 9 mil

Com a atualização de valores, nenhuma versão custa mais de R$ 130 mil, sinalizando que a empresa reposicionou o carro em seu portfólio reduzindo o preço de toda a linha.

A montadora não detalhou se a versão em questão perdeu tecnologia, acessórios, entre outros recursos para ser reposicionada a preços abaixo dos ofertados anteriormente.

A nova linha ficou assim:

Montadoras mantêm descontos em julho

Além dos três casos que tiveram uma queda no preço sugerido, outras montadoras confirmaram ao InfoMoney que em julho os consumidores podem encontrar carros ofertados no programa disponíveis para venda. Fiat, Nissan, Citroën e Renault ainda têm em estoque os modelos que receberam as reduções.

Em tese, as empresas ainda estão terminando de repassar os subsídios aos carros, sendo este mês uma espécie de período remanescente de descontos.

Apesar disso, o alerta é de que há poucas unidades diante da demanda do programa. A última semana de junho registrou a maior venda dos últimos 10 anos. O recorde da história da indústria automotiva ficou para o dia 30 de junho, quando 27 mil veículos foram emplacados.

Sobre unidades com descontos ofertadas após o fim do programa, a reportagem questionou:
até quando os consumidores teriam acesso aos descontos nos carros; equanto do valor solicitado por cada fabricante já havia sido repassado em descontos para o consumidor (juntas as montadoras solicitaram R$ 650 milhões em incentivos, já abatidos os impostos).

A primeira pergunta foi respondida apenas por Fiat, Nissan, Citroën e Renault. Volkswagen e Hyundai afirmaram que não se manifestariam. Honda, Chevrolet, Jeep, Peugeot e Jeep não responderam.

A Fiat disse apenas que “existem ainda algumas unidades disponíveis com desconto”.

A Nissan afirmou que julho “terá preços reduzidos iguais [aos vigentes no programa]”.

A Citroën, por sua vez, explicou que “ainda há poucos veículos na rede com o preço antigo, mas dada a quantidade ínfima que deve se esgotar nos próximos dias, não estamos mais divulgando os preços que eram válidos durante a medida.” E acrescentou que “clientes que tiverem interesse por essas poucas unidades, porém, poderão comprá-las pelo valor com as reduções do governo e da própria marca.”

A Renault fez um alerta similar. “Em julho, temos carros na nossa rede que se beneficiam do incentivo do governo. Mas é preciso ser claro que o sucesso foi maior do que o esperado, então os estoques remanescentes não devem durar mais do que algumas semanas.”

Sobre a segunda pergunta, somente Renault, Nissan e Citroën responderam. Volkswagen e Hyundai disseram que não se manifestariam. Toyota, Honda, Chevrolet, Fiat, Peugeot e Jeep não responderam.

A Renault diz que já utilizou R$ 90 milhões dos incentivos concedidos pelo governo, o total solicitado. “No mês de junho vendemos cerca de 6 mil veículos com os incentivos e vamos continuar a ver o reflexo dos emplacamentos com este incentivo pelo menos até o fim de julho”.

Nissan afirmou que não comenta dados financeiros. A Citroën disse que não divulga “questões estratégicas, como o consumo do crédito por cada marca.”

A Toyota não respondeu as perguntas mencionadas diretamente, mas enviou um posicionamento.

“Acreditamos que a melhoria da acessibilidade por meio da redução de impostos seja positiva e uma medida de curto prazo útil. No entanto, a médio prazo, é necessário implementar medidas estruturais para colocar o Brasil novamente no caminho do crescimento. Entre essas medidas, a principal seria a reforma tributária, que proporcionaria a simplificação da apuração e pagamento de impostos, a redução de custos, maior segurança jurídica e previsibilidade.”
Balanço do programa

De acordo com balanço do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), 125 mil carros foram comercializados durante o período do programa com descontos entre R$ 2 mil e R$ 8 mil.

O número oficial de versões inclusas no programa divulgado pelo governo federal é controverso: o MDIC diz que foram 266 versões, mas há diversas inconsistências, como um modelo que custa mais de R$ 120 mil (da Chevrolet), versões de veículos que não são mais comercializadas (caso da Fiat e da Honda), uma versão que está esgotada e foi substituída (da Citroën) e até uma que não existe (de novo da Fiat), além de várias repetidas. O InfoMoney apurou 115 versões.

Globo Online - RJ   20/07/2023

A rentabilidade da Tesla encolheu no segundo trimestre, mostrando que os cortes de preços implementados pelo fabricante de veículos elétricos para motivar consumidores conscientes a irem às compras tiveram impacto negativo.

A empresa liderada por Elon Musk reportou nesta quarta-feira uma margem bruta de 18,2% no trimestre, ligeiramente abaixo dos 18,8% estimados por Wall Street e muito menor do que a margem de 25% do ano anterior.

Musk afirmou que está confortável em sacrificar a lucratividade em prol do volume de vendas, e a estratégia está claramente funcionando. A empresa superou as expectativas tanto de lucro quanto de receita no período e já havia anunciado entregas recordes de veículos. Além disso, afirmou que dias melhores estão por vir: a Tesla está investindo na ampliação da produção de células de bateria, no novo Cybertruck e em outros projetos de grande crescimento.

“Faz sentido sacrificar margens em favor da fabricação de mais veículos, pois acreditamos que em um futuro não muito distante eles terão um aumento dramático de valorização”, disse Musk.

Porém, os investidores reagiram negativamente aos lucros mais fracos. Além disso, Musk disse que a produção no trimestre atual "será um pouco menor" devido às atualizações na fábrica da Tesla. Em Nasdaq, as ações da Tesla caíram hoje 0,71%, a US$ 291,26.

O lucro da Tesla no segundo trimestre, excluindo alguns itens, foi de US$ 0,91 por ação, mais do que os US$ 0,80 estimados pelos analistas. A receita subiu 47% para US$ 24,9 bilhões, segundo a Tesla. Os analistas esperavam que a empresa gerasse US$ 24,5 bilhões em vendas.

A empresa não divulgou sua margem automotiva, uma medida amplamente observada da lucratividade da Tesla, que era superior a 30% no início do ano passado. O analista da Barclays, Dan Levy, calculou que a margem automotiva foi de 18,1% no trimestre, excluindo o impacto dos créditos regulatórios.

Em janeiro, o diretor financeiro da Tesla, Zachary Kirkhorn, afirmou que estava mirando em uma margem automotiva de 20% para o ano, excluindo créditos regulatórios. No entanto, isso tem sido difícil de manter em meio a uma desaceleração mais ampla nas compras de veículos elétricos e ao aumento de estoques, e Kirkhorn revisou a previsão em abril.

Acúmulo de estoques

Além disso, a Tesla enfrenta o desafio de lidar com seu estoque cada vez maior de veículos. A empresa afirmou que agora tem 16 dias de estoque em todo o mundo, acima dos 15 dias do trimestre anterior e dos quatro dias do ano anterior.

Isso acontece após meses de descontos, alguns de até 30%, em modelos Tesla mais vendidos, e vantagens oferecidas pela empresa, incluindo carregamento gratuito.

A empresa afirmou que ainda está no ritmo de aumentar a produção em cerca de 50% em 2023 em relação ao ano anterior, chegando a aproximadamente 1,8 milhão de carros, mesmo com a desaceleração no terceiro trimestre, que se deve a "paralisações de verão", segundo Musk.

No início deste ano, Musk disse que a Tesla tem "uma chance" de fabricar dois milhões de veículos.

Cybertruck é aposta para crescimento

Os analistas afirmaram que novos modelos, como o Cybertruck, podem ajudar a Tesla a manter sua extraordinária taxa de crescimento nas vendas. No entanto, é provável que o caminhão há muito esperado não esteja disponível em grande volume até o próximo ano.

A primeira unidade do Cybertruck saiu recentemente da linha de produção da Tesla em sua fábrica em Austin, conforme a empresa informou no fim de semana.

A Tesla esclareceu que os Cybertrucks que estão sendo construídos agora, com dois anos de atraso, são na verdade "candidatos a lançamento" e não estão à venda. A empresa não forneceu informações sobre preços, embora tenha dito que os primeiros Cybertrucks provavelmente chegarão ao mercado ainda este ano.

Musk também destacou o trabalho da empresa em seu software de assistência ao motorista, que a Tesla deseja licenciar para outras montadoras. No entanto, a maioria dos investidores espera que levem anos antes que os carros possam circular com segurança sem a presença de um humano ao volante.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Infomoney - SP   20/07/2023

Os pedidos de hipotecas nos Estados Unidos aumentaram 1,1% na semana encerrada em 14 de julho em relação à semana anterior, segundo dados com ajustes sazonais divulgados nesta quarta-feira (19) pela Mortgage Bankers Association (MBA). A taxa de juros fixa para contratos de 30 anos caiu de 7,07% para 6,87% em uma semana.

O índice de refinanciamento aumentou 7% em relação à semana anterior, mas permaneceu 32% abaixo do verificado na mesma semana do ano passado. O índice de compras ajustado sazonalmente caiu 1% em relação à semana anterior e o não ajustado aumentou 24% em comparação com a semana anterior. Ele também está 21% abaixo do observado na mesma semana do ano anterior.
Joel Kan, vice-presidente e economista-chefe adjunto da MBA comentou em nota que as taxas de hipotecas caíram porque os mercados têm respondido positivamente aos dados mostrando que a inflação nos EUA continua a arrefecer.

“Apesar das taxas mais baixas da semana passada, os pedidos de compra diminuíram, pois a atividade de compra de casas ainda está sendo prejudicada pela baixa oferta de moradias e taxas que ainda são muito mais altas do que há um ano”, disse.

Infomoney - SP   20/07/2023

As construções de moradias iniciadas nos Estados Unidos caíram 8% em junho na comparação com maio, ao ritmo anualizado de 1,434 milhão, informou o Departamento do Comércio nesta quarta-feira (19). Analistas ouvidos pela FactSet previam queda maior, de 9,4%.O indicador de maio foi revisado para baixo, de 1,63 milhão para 1,49 milhão.

Já as permissões para novas obras caíram 3,7%, à taxa anualizada de 1,440 milhão no mês passado. A projeção neste caso era levemente maior, de 1,48 milhão.

Rodoviário

Globo Online - RJ   20/07/2023

O governo de São Paulo estuda a construção de uma nova estrada ligando a Grande São Paulo ao Porto de Santos. A nova rota proposta pela iniciativa privada cortaria o Parque Estadual da Serra do Mar, área de preservação permanente e maior porção contínua de Mata Atlântica do Brasil. Começaria no Rodoanel Leste, na altura do município de Suzano, e chegaria ao bairro de Guarapá, na área continental de Santos, nas proximidades do entroncamento da Rodovia Cônego Domênico Rangoni com o acesso à Rio-Santos, que leva ao litoral Norte paulista.

Outra opção para aumentar a capacidade de tráfego de carretas de contêineres para o Porto de Santos é a construção de uma nova pista no sistema formado pelas rodovias Anchieta e Imigrantes, administrado pela Ecovias.

A ideia de uma nova ligação entre o planalto e a Baixada Santista não é nova. Surgiu na década de 1980, com o ex-governador Paulo Maluf, e atravessou anos sem sair da gaveta. Ressurgiu em 2020, na gestão do governador João Doria, que lançou edital para receber propostas de construção de um corredor multimodal com destino ao porto, batizado de Linha Verde.

É justamente esse corredor que entusiastas da nova estrada agora querem ver implementado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Os prefeitos da região beneficiada. como Rodrigo Ashiuchi (PL) e Rogério Santos (PSDB) ajudam a fazer coro na defesa do projeto, que pode beneficiar também o turismo na Baixada Santista. A obra é estimada em cerca de R$ 12 bilhões e está sendo avaliada pela Secretaria Estadual de Parcerias em Investimentos, no esquema de parceria público-privada. Ainda não há, no entanto, nenhum cronograma concreto para sua implantação.

— Não se trata só de uma ligação do ponto A ao ponto B. O que está em jogo é o que essa ligação vai produzir de desenvolvimento do futuro. É um projeto para ontem, pois o processo pode demorar 10 anos, entre licenciamento e término da obra — afirma José Wagner Leite Ferreira, coordenador da Divisão de Navegação Interior e Portos do Instituto de Engenharia, que reúne especialistas de diversos setores para discutir o novo corredor num workshop nesta quarta.

Ferreira afirma que o impacto ambiental na Serra do Mar pode ser mitigado com as novas tecnologias de construção, que permitem criar o menor número possível de acessos pela área vegetada. Ele cita como exemplo a duplicação da Rodovia dos Tamoios, que dá acesso ao Litoral Norte paulista, que obteve licenciamento ambiental e conseguiu mitigar os impactos nas áreas protegidas do entorno.

— As tecnologias hoje permitem o máximo de eficiência na construção. O estrago que pode acontecer é mínimo, aceitável e tem protocolos a serem seguidos para cuidar da fauna e da flora — diz ele.

Com cerca de 47 km, o traçado passa na vizinhança da Vila de Paranapiacaba, antigo centro de operações da companhia inglesa São Paulo Railway, que levava café até o Porto pela ferrovia Santos-Jundiaí. A ferrovia foi inaugurada em 1867 e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 2008.

O novo projeto também inclui transporte de mercadorias sobre trilhos, mas Ferreira afirma que não se trata de ferrovia, cuja concessão depende do governo federal. Trata-se de um sistema linear sobre trilhos, de tecnologia francesa, está sendo chamado de carrossel e permite que os vagões acumulem energia na descida e usem no retorno, na subida da serra. O sistema seria implantado no canteiro central ou lateral da via, que poderá ter cerca de 70% de seu trajeto formado por túneis e viadutos. Uma das alternativas é fazer, nesses trechos, uma construção de "dois andares" — uma para os veículos e outra para os trilhos.

Ferreira afirma que, apesar da companhia inglesa ter vencido a Serra do Mar 150 anos atrás, hoje em dia é inviável pensar em ferrovia no trecho, que é curto e acidentado demais para o volume de cargas rumo ao porto. Os vagões hoje são muito mais pesados e o investimento, diz ele, seria inviável. A Serra do Mar é íngreme, com desnível estimado em 800 metros entre o planalto e a Baixada Santista, e o uso de trem exigiria rampas de baixo declive, aumentando o "efeito caracol" no desenho da rota.

A justificativa do novo projeto é o crescimento do Porto de Santos, que bate sucessivos recordes, com cerca de 160 milhões de toneladas de carga por ano. Hoje, cerca de 50 milhões de toneladas chegam por rodovia. A previsão é que o porto alcance 240 milhões de toneladas até o fim desta década, dos quais 140 milhões terão de seguir por rodovias, provocando gargalo no acesso. O restante, principalmente os grãos, é transportado por ferrovias.

Para as carretas com contêineres, hoje o único caminho de descida até o porto é a Via Anchieta. Inaugurada em 1947, a estrada se transformou no maior corredor de exportação da América Latina. Sua irmã mais nova e que integra o mesmo sistema, a Imigrantes, não é segura para a descida de caminhões pesados devido a trechos de declive acentuado. Por isso, a descida é apenas para veículos leves. Na subida da Serra do Mar, veículos pesados e leves podem usar as duas rodovias, sob orientação da Ecovias.

O Sistema Anchieta-Imigrantes, que inclui ainda duas rodovias litorâneas (Padre Manoel da Nóbrega e Cônego Domênico Rangoni), atende, além do Porto de Santos, a demanda de turismo para a Baixada Santista e parte do litoral Norte, o Polo Petroquímico de Cubatão e as indústrias do ABCD paulista. No primeiro trimestre deste ano, o volume de tráfego de veículos leves cresceu 6,4% em relação a igual período de 2022. O de caminhões, 0,7%.

— O debate saiu do setor portuário para se transformar numa discussão de mobilidade, de transporte público intermunicipal. É uma discussão urgente porque o transporte de cargas, com excesso de caminhões, acaba tendo um impacto grande no transporte de passageiros — afirma Leopoldo Figueiredo, diretor do portal Brasil Export (BENews), especializado em logística, transportes e infraestrutura.

Os defensores do projeto afirmam que uma nova estrada pode ser construída no sistema Anchieta e Imigrantes, mas a solução seria mais do mesmo, já que também as vias de chegada às duas rodovias têm problemas de trânsito. Mesmo com o rodoanel pronto (falta apenas o trecho Norte), inúmeras carretas atravancam uma das principais vias Zona Sul da cidade de São Paulo, a Avenida dos Bandeirantes, caminho principal dos turistas da capital e do interior do estado em direção às praias.

Por isso, a ideia da nova rodovia não se limita ao trajeto, mas ao desenvolvimento que ela pode proporcionar a outras regiões da cidade de São Paulo e municípios do Alto Tietê.

O arquiteto Alcindo Dell’Agnese, especializado em projetos de logística e urbanismo, afirma que a nova rodovia vai gerar desenvolvimento na Zona Leste da capital, uma das mais carentes de emprego, e nos municípios do entorno.

A proposta é criar uma plataforma logística de 500 mil metros quadrados de área coberta em Suzano, à beira do Rodoanel Leste, num complexo que reunirá ainda hotel, centro de treinamento e rede de varejo. O espaço e os municípios vizinhos também passariam a atrair indústrias de transformação, pela facilidade de acesso ao Porto de Santos para importação e exportação de peças e componentes.

— A plataforma logística tem capacidade para gerar de 30 mil a 50 mil empregos na região — projeta o arquiteto.

Uma segunda plataforma logística seria instalada no bairro de Guarapá, ponto de chegada da nova rodovia em Santos. Um decreto de 2012, da Prefeitura de Santos, delimitou a abrangência de um parque tecnológico no município, que nunca saiu do papel. Em 2011, uma lei complementar incluiu nesta área o bairro de Guarapá, que fica na parte continental do município.

Uma curiosidade que poucos sabem é que o território de Santos não é só a faixa litorânea depois da Serra do Mar. Sua área continental é enorme: o município sobe a serra e faz limite com Santo André, no ABC paulista, e Mogi das Cruzes, na região do Alto Tietê, ambos vizinhos de Suzano. Ou seja, Santos poderá disputar projetos também nessa região.

Dell’Agnese explica que a nova rodovia paulista beneficia, além da economia paulista, as empresas instaladas no Sul de Minas, em cidades como Pouso Alegre, Itajubá, Extrema, onde já funciona uma grande plataforma logística, e Varginha, importante exportadora de café.

— É um projeto de Estado, não beneficia apenas São Paulo, mas parte de Minas Gerais e toda a área de abrangência do Porto de Santos, que chega ao Mato Grosso — afirma o arquiteto.

Hoje, para chegar ao Porto de Santos, as empresas do Sul de Minas usam a Rodovia Fernão Dias. Para atravessar a cidade de São Paulo, a demora é de cerca de duas horas até alcançar a Via Anchieta, atravancando o trânsito nas principais vias da Zona Leste, como as avenidas Luiz Inácio de Anhaia Mello e Salim Farah Maluf. Embora o Rodoanel Leste seja uma opção de trajeto, ele é pedagiado.

Segundo Dell’Agnese, as plataformas criam condições para que as operações portuárias se tornem mais eficientes e permitem ainda desenvolver o conceito porto-indústria, atraindo empresas para as áreas de conexão com o Porto de Santos.

São Paulo tem cerca de 22 mil km de estradas estaduais, a maior malha rodoviária deste tipo do país.

NAVAL

A Tribuna - SP   20/07/2023

O Porto de Ilhéus (BA) também concederá descontos nas tarifas que podem chegar a 65%. Localizado no sul do Estado da Bahia, o complexo portuário é o quatro no País a integrar a medida do Governo Federal que tem por objetivo alavancar o setor de infraestrutura. O anúncio foi feito pelo Ministério de Portos e Aeroportos.

Os demais portos que empregarão desconto tarifário são o Santos (SP), da Portos Rio (RJ) e do Rio Grande (RS).

Segundo a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), que administra o terminal, a tarifa de infraestrutura aquaviária é cobrada pelo porte bruto da embarcação, independentemente da quantidade de carga transportada, o que eleva as despesas de alguns usuários. Agora, os exportadores de granéis sólidos minerais que alcancem uma taxa de consignação inferior a 50% da capacidade total do navio, serão beneficiados com descontos.

Os descontos anunciados atendem à regulamentação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

O objetivo é aumentar a eficiência do sistema portuário, por meio de modernização e inovação, tornando os terminais públicos mais competitivos, sem perder de vista uma cobrança tarifária justa. A chamada “modicidade tarifária”, prevista na Lei nº. 8. 987, de 1995, está na base de uma prestação de serviço público adequada, uma das principais bandeiras do novo Governo Federal e do MPOR.

Porto de Santos
No Porto de Santos, o desconto tarifário pode chegar a 65%. Segundo a Autoridade Portuária, o cálculo da taxa será feito de acordo com o tipo de navegação e da frequência do uso do terminal pela embarcação. A ideia é “fidelizar” o usuário.

Buscando fomentar a sustentabilidade, as “embarcações verdes”, que têm pontuação positiva no Índice Ambiental de Navios, pagarão tarifas ainda mais baixas no Porto de Santos. Os descontos podem chegar a 12%.

Portos Rio (RJ)
A Portos Rio, responsável pela gestão dos portos públicos do Rio de Janeiro, Itaguaí, Niterói e Angra dos Reis, fez uma readequação na cobrança das taxas portuárias. Anteriormente, o valor era calculado de acordo com o peso que o navio foi projetado para transportar (carga, mantimentos, combustível, etc ). Agora, a cobrança será feita de acordo com o tipo e peso da carga transportada e o tipo de navegação. Os descontos chegam a 95,5% para alguns tipos de carga.

Porto do Rio Grande (RS)
No Porto do Rio Grande (RS), o desconto tarifário é voltada à Navegação Interior, que trata dos serviços de infraestrutura operacional ou terrestre dentro do porto. Agora fica isento o primeiro movimento de mercadorias vindo de Navegação Interior que seja objeto de armazenagem para posterior embarque no modal aquaviário.

Além disso, também haverá redução tarifária para o transporte por cabotagem.

Petro Notícias - SP   20/07/2023

A Marinha do Brasil quer melhorar o patrulhamento da Amazônia brasileira, indo ao encontro do que o ex-ministro da defesa Aldo Rebelo, vem denunciando. Até então, os órgãos municipais, estaduais e federais, segundo as denúncias dele, são apenas para fiscalizar os moradores com o máximo rigor, causando o fechamento de muitas pequenas empresas naquela região. Em função disso, os narcotraficantes estão assumindo o papel do Estado e já são os maiores empregadores na região. Hoje, a Marinha publicou o Aviso de Chamamento Público, no Diário Oficial da União, para o lançamento de uma solicitação de proposta do Programa Estratégico Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), Fase Rio de Janeiro, visando à construção de Unidades de Vigilância Costeira no Brasil.

O SisGAAz é um programa estratégico previsto no Plano Estratégico da Marinha 2040, destinado a monitorar e proteger continuamente as Águas Interiores, Águas Jurisdicionais Brasileiras e as áreas internacionais de responsabilidade para operações de Socorro e Salvamento, seus recursos vivos e não vivos, portos, embarcações e infraestruturas, em face de ameaças, emergências, desastres ambientais, hostilidades ou ilegalidades. Assim, visa contribuir para a segurança e a defesa da Amazônia Azul e para o desenvolvimento nacional. Ontem, a Emgepron abriu uma licitação para reformas no navio de pesquisa hidroceanográfico, para melhorar os motores e fazer outras revisões.

PETROLÍFERO

Infomoney - SP   20/07/2023

A Petrobras (PETR3;PETR4) comunicou que, a partir de 1 de agosto, conforme os contratos acordados pela companhia com as distribuidoras, os preços atualizados de venda de gás natural terão redução média de 7,1% em reais por metro cúbico, com relação ao trimestre maio-junho-julho, considerando a variação do preço da molécula e do seu transporte por dutos.

Os contratos com as distribuidoras preveem atualizações trimestrais da parcela do preço relacionada à molécula do gás e vinculam esta variação às oscilações do petróleo Brent e da taxa de câmbio. Para o trimestre em referência, o petróleo teve queda de 3,8% e o câmbio teve apreciação de 4,8%.
Com essa atualização, o preço do gás natural vendido pela Petrobras para as distribuidoras acumulará redução de aproximadamente 25% no ano, afirmou a estatal.

“A Petrobras ressalta que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da companhia, mas também pelo portfólio de suprimento de cada distribuidora, assim como por suas margens (e, no caso do GNV – Gás Natural Veicular, dos postos de revenda) e pelos tributos federais e estaduais”, avalia a estatal.

A companhia ainda destaca que, além disso, as tarifas ao consumidor são aprovadas pelas agências reguladoras estaduais, conforme legislação e regulação específicas.

“A companhia ressalta que a atualização anunciada para 1 de agosto não se refere ao preço do GLP (gás de cozinha), envasado em botijões ou vendido a granel”, aponta.

TN Petróleo - RJ   20/07/2023

A ANP realizou na manhã de hoje (19/7) o Seminário "Relatório Anual de Exploração 2022 – Diagnóstico e Perspectivas da Exploração de Petróleo e Gás Natural no Brasil". Durante o evento, foram apresentados dados sobre exploração de petróleo e gás natural no país e a previsão de investimentos para os próximos anos, disponíveis no Relatório Anual de Exploração 2022 referente ao período 2016-2022. O evento foi realizado no escritório central da Agência no Rio de Janeiro, com transmissão pelo canal da ANP no YouTube.

As informações dos Planos de Trabalho Exploratório (PTEs) relativos a 2023 apresentados à ANP pelas empresas detentoras de contratos para exploração e produção de petróleo e gás indicam que somente na fase de exploração, os investimentos, caso se concretizem, podem alcançar R$ 21 bilhões até 2027. Desse total, R$ 5,6 bilhões de reais (29%) para o ano de 2023 e R$ 7 bilhões (34%) em 2024.

Em sua fala na abertura do evento, o Diretor-Geral da ANP, Rodolfo Saboia, falou sobre a importância do incentivo às atividades exploratórias no Brasil.

"Zelar pelo incremento das atividades exploratórias no Brasil é zelar pela segurança energética do País, bem como pela manutenção de empregos, renda e participações governamentais à sociedade brasileira. Só em 2022, a ANP distribuiu cerca de 130 bilhões de reais em royalties, participações especiais e bônus de assinatura. Por isso, a ANP exercerá de forma muito diligente o seu papel de manter a competitividade do setor, com respeito aos contratos, e de aumentar a atratividade das atividades exploratórias, respeitando o meio ambiente", afirmou.

O Diretor Cláudio Jorge de Souza reforçou a importância da divulgação de informações consolidadas sobre o desempenho do segmento de exploração, por meio do relatório divulgado hoje.

"Além de obrigação legal, dar publicidade a informações de interesse público é um compromisso fundamental da ANP. E alia-se à visão de que a Agência seja reconhecida como instituição dinâmica e transparente, com foco na proteção ao consumidor e na evolução dos mercados regulados. Disponibilizando essas informações e análises, bem como os investimentos previstos na fase de exploração, a Agência também contribui para a definição dos rumos de exploração de petróleo e gás natural do país", disse o Diretor.

A edição do Relatório divulgada hoje apresenta outros destaques, como os listados abaixo, referentes a 2022.

- O número de notificações de descoberta aumentou aproximadamente 54% quando comparado ao ano de 2021. Foram 20 notificações em 2022, contra 13 no ano anterior.

- Houve um pequeno crescimento no número de poços perfurados em relação ao ano anterior: foram 22 poços em 2021 e 23 poços em 2022, demonstrando que o setor ainda se recupera da pandemia de Covid-19.

- Ao final de 2022, 295 blocos estavam sob contrato, total que representou não só um aumento de 19% em relação a 2021, mas também o rompimento da tendência de queda, observada desde 2019. Isso equivale a mais de 186 mil Km2 de bacias com blocos exploratórios.

- Os 295 blocos se dividem entre 101.967 mil Km2 associados aos 138 blocos marítimos e 84.557,13 mil Km2 referentes aos 157 blocos terrestres.

- Blocos marítimos representavam 55% da área contratada e os terrestres, 45%.

- Dos 295 blocos com contratos vigentes, 246 estavam ativos e 49 suspensos, ou seja, cerca de 17% dos contratos encontravam-se suspensos. Na maioria desses contratos, a suspensão devia-se ao atraso no processo de licenciamento ambiental.

- No ambiente marítimo, as Bacias de Campos e Santos destacaram-se em quantitativo de blocos sob contrato, com 33 e 30 blocos, respectivamente. Já no ambiente terrestres, as Bacias de Potiguar e Recôncavo destacaram-se em quantitativo de blocos sob contrato, com 48 e 32 blocos, respectivamente.

Fase de Exploração

A fase de exploração tem início com a assinatura dos contratos para exploração e produção de petróleo e gás natural. Nela, são realizados estudos para detectar a presença de petróleo e/ou gás natural nas áreas sob contrato, chamadas de blocos, em quantidade suficiente para tornar sua extração economicamente viável. Tendo sucesso nessa etapa, as empresas poderão passar para a fase seguinte do contrato, quando iniciarão a produção e área contratada passará a ser chamada de campo.
O PTE foi instituído em 2022, com publicação da Resolução ANP nº 876, e permitiu à Agência o acesso a informações mais detalhadas e expandidas sobre o planejamento das atividades previstas para a fase de exploração dos contratos, bem como os seus cronogramas e orçamentos.

O Relatório Anual de Exploração 2022 pode ser acessado em: https://www.gov.br/anp/pt-br/assuntos/exploracao-e-producao-de-oleo-e-gas/gestao-de-contratos-de-e-p/fase-de-exploracao/relatorios-anuais-de-exploracao

Valor - SP   20/07/2023

Embora ajustes nos contratos do combustível da companhia sejam trimestrais, redução do valor é aplicada em meio a embates com Ministério de Minas e Energia.

Fonte: Prates, presidente da Petrobras: "Temos que acabar com ideia de que o ministro [Silveira] está brigando. Ele tem direito de fazer cobranças e eu respeito” — Foto: Agência Brasil

A Petrobras anunciou na quarta-feira (19) redução nos preços do gás natural para as distribuidoras, em média, em 7,1%, medida que passa a vigorar a partir de 1º de agosto. A queda nos preços considerou a variação da cotação da molécula e do transporte por dutos. Os contratos de gás da estatal são atualizados a cada três meses e a redução foi motivada por critérios técnicos, segundo a companhia, mas a queda nos preços acontece em meio a divergências explícitas entre o Ministério de Minas e Energia (MME) e a companhia sobre a política para o gás natural no país, discussões essas que se desenrolam desde o início do atual governo.

As atualizações contratuais são vinculadas às oscilações do petróleo tipo Brent e da taxa de câmbio em relação ao trimestre anterior. No último trimestre, o petróleo teve queda de 3,8% e o câmbio, alta de 4,8%. Com a atualização, o preço do gás natural vendido pela Petrobras para as distribuidoras acumula redução de 25% nos preços em 2023, disse ontem o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em entrevista à imprensa sobre os seis primeiros meses da gestão dele à frente da companhia.

Os embates entre a petroleira e o ministério têm como ponto central o aumento da oferta de gás natural a curto prazo. O MME tem um programa, o Gás para Empregar, que busca reduzir os preços do produto final ao cliente. Para isso, seria necessário aumentar a oferta do gás natural. O principal argumento que tem sido levantado pelo ministério liderado por Alexandre Silveira é que a elevação da oferta seria possível se a Petrobras reduzisse a reinjeção de gás nos campos de petróleo. O mecanismo é utilizado para aumentar a produção de petróleo e armazenar CO2, como parte do processo de redução de emissões, entre outros objetivos.

“Não existe crise, nem retórica de crise [sobre críticas feitas pelo MME]”

— Jean Paul Prates

Na entrevista de ontem, Prates tentou amenizar os ruídos de crise entre a companhia presidida por ele e o ministério de Silveira: “Não existe crise e nem retórica de crise. Temos que acabar com essa ideia de que o ministro [Alexandre Silveira] está brigando. Ele tem que cuidar de tudo. Ele tem direito de fazer cobranças e eu respeito todos os ministros.” Apesar dos esforços de Prates, as cobranças do ministério têm sido acima do tom.

Na sexta-feira (14), o MME divulgou nota na qual voltou a criticar a política da estatal para o gás, dizendo que as médias de reinjeção de gás da Petrobras são superiores aos volumes de outros países. Para o ministério, o país teria maior oferta de gás natural caso as obras de infraestrutura para distribuição de gás fossem concluídas no prazo. “O gás natural da Petrobras é o mais caro do país e falta de investimentos contribui para aumentar importações do gás de cozinha", dizia a nota. Em entrevista ao Valor em junho, Silveira afirmou que “o comando da Petrobras trata política para o gás com negligência e desdém”. Segundo ele, “há distorções inexplicáveis” na atuação da companhia, “inclusive do ponto de vista ético e moral”.

Segundo Prates, a companhia tem como objetivo produzir petróleo e gás, e foca na transição energética: “Vamos atrás do gás onde ele estiver”. O presidente da estatal explica que o gás é um produto colateral, o que quer dizer que está associado à produção de petróleo. “Isso não significa que tem menos valor ou que a Petrobras vai sonegar gás do Brasil.” Joelson Mendes, diretor de exploração e produção da Petrobras, afirmou: “Estamos aumentando a disponibilidade de gás como companhia. Temos projetos já sancionados e outros a sancionar. Utilizamos as melhores técnicas da indústria do petróleo.”

Prates ressaltou que nem a lei do gás de 2009 nem a atual lei, em vigor desde 2021, são capazes de acelerar a formação de um mercado de gás competitivo porque isso é algo que depende da organização do próprio segmento.

A atividade de exploração e produção (“upstream”, no jargão do setor) já está regulada pela lei do petróleo (lei 9.478/97), enquanto os Estados têm a atribuição da regulação a distribuição (“downstream”), explicou Prates. No meio, ficou o transporte (“midstream”), que teve a regulamentação definida pelo atual marco regulatório do gás natural. Mesmo toda essa regulação, avalia, foi insuficiente para permitir um mercado mais competitivo.

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