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20 de Junho de 2023

SIDERURGIA

IstoÉ Dinheiro - SP   20/06/2023

O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) prorrogou direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 anos, aplicado às importações brasileiras de fios de aço de alto teor de carbono originárias da China. O antidumping, que está formalizado no Diário Oficial da União (DOU), aplica-se a fios de aço de alto teor de carbono, de alta resistência, de seção circular, encruados a frio por trefilação, com superfície lisa ou entalhada, relaxação baixa ou normal, e será recolhido sob alíquotas em dólares por tonelada, descritas na resolução.

Seringas

O comitê também decidiu reaplicar direito antidumping definitivo – que havia sido prorrogado por um prazo de até 5 anos e imediatamente suspenso – sobre as importações brasileiras de seringas descartáveis de uso geral vindas da China.

Os produtos taxados são de plástico, com capacidade de 1ml, 3ml, 5ml, 10ml ou 20ml, com ou sem agulhas.

IstoÉ Dinheiro - SP   20/06/2023

A produção brasileira de aço bruto foi de 2,8 milhões de toneladas em maio, o que representa uma queda de 5,5% frente ao apurado no mesmo mês de 2022, segundo dados compilados do Instituto Aço Brasil.

Já a produção de laminados foi de 1,9 milhão de toneladas, 5,7% inferior à registrada em maio de 2022. A produção de semiacabados para vendas foi de 939 mil toneladas, um aumento de 51,6% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2022.

As vendas internas recuaram 6,9% frente ao apurado em maio de 2022 e atingiram 1,7 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 2,0 milhões de toneladas, 3,0% inferior ao apurado no mesmo período do ano passado.

As exportações de maio somaram 1,2 milhão de toneladas, ou US$ 1,0 bilhão, um aumento de 12,5% e de 2,4%, respectivamente, na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2022.

As importações, por sua vez, totalizaram 388 mil toneladas e US$ 499 milhões, um aumento de 40,8% em volumes e de 16,3% em valor na comparação com o registrado em maio de 2022.

Acumulado

O Instituto Aço Brasil também divulgou os dados do acumulado do ano, quando a produção brasileira de aço bruto foi de 13,4 milhões de toneladas. O volume é 8,1% menor ante o produzido no mesmo intervalo do ano anterior.

A produção de laminados no mesmo período foi de 9,2 milhões de toneladas, redução de 8,0% em relação ao registrado no mesmo acumulado de 2022. A produção de semiacabados para vendas totalizou 3,9 milhões de toneladas de janeiro a maio de 2023, um aumento de 11,3% na mesma base de comparação.

As vendas internas foram de 8,1 milhões de toneladas de janeiro a maio de 2023, o que representa uma redução de 4,6% quando comparadas com igual período do ano anterior.

O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 9,6 milhões de toneladas no acumulado até maio de 2023. Este resultado representa uma retração de 1,3% frente ao registrado no mesmo período de 2022.

As exportações de janeiro a maio de 2023 atingiram 5,1 milhões de toneladas, ou US$ 4,4 bilhões. Os números representam, respectivamente, redução de 7,0% e de 5,1% na comparação com o mesmo período de 2022.

Já as importações alcançaram 1,8 milhão toneladas no acumulado até maio de 2023, um aumento de 35,7% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 2,3 bilhões e avançaram 16,1% no mesmo período de comparação.

Segundo levantamento do instituto, o Brasil aparece em abril como o oitavo maior produtor mundial de aço. Nos primeiros lugares estão China, Índia e Japão.

BOL - SP   20/06/2023

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a operação de compra e venda de ações ordinárias da Usiminas entre membros do grupo siderúrgico Ternium (TT) e da Nippon Steel (NSC), disse a Usiminas em fato relevante nesta segunda-feira.

A Ternium anunciou em março o acordo com a Nippon Steel para assumir o grupo de controle da Usiminas, que previa a aquisição de 68,7 milhões de ações ordinárias da Usiminas, detidas pela Nippon Steel, pela Ternium e suas controladas.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   20/06/2023

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, criticou o nível dos juros no País, em entrevista ao Estadão. “Não há no Brasil nenhuma atividade econômica que possa pagar os juros tão elevados como estamos vendo hoje.” Ele diz também que, apesar de positivo, o pacote do governo para o setor automotivo terá efeito pequeno. “O que gera impacto no negócio de automóveis e caminhões é o crédito de prazo longo e a taxa de juros baixa. Além disso, vemos que a população está bastante estrangulada (financeiramente)”, diz.

O dirigente também avalia que o desacerto entre Planalto e Câmara, no início deste ano, gerou derrotas para o governo porque, nos primeiros cinco meses de mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não puxou para si a articulação com os parlamentares. “Agora, a partir deste final de maio e início de junho, o presidente tomou consciência de que precisa participar mais dessas negociações com a Câmara dos Deputados e isso acaba indo por um bom caminho”, afirma Andrade.

A articulação de Lula, diz ele, será “fundamental” para que a reforma tributária caminhe na Câmara. Otimista com a perspectiva de aprovação da reforma, Andrade diz que tem visto entre os deputados “um sentimento” favorável à aprovação e defende que o governo trabalhe para aprová-la até o fim de julho na Câmara.

Ele propõe ainda que o governo se empenhe em aprovar com celeridade o acordo comercial entre Mercosul-União Europeia, em vez de insistir em ampliar possibilidades de exceção para compras governamentais (um ponto que poderia beneficiar a indústria). “O acordo já foi discutido por muitos e muitos anos, é o momento de virarmos essa página”, defende Andrade.
Em artigo publicado no Estadão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin, que é também ministro da Indústria, defenderam uma neoindustrialização, como fio condutor de crescimento econômico. A leitura feita pelo presidente e pelo vice-presidente sobre os problemas e soluções para a indústria está correta, na visão do setor?

O mais positivo de tudo é que pela primeira vez nos últimos anos, talvez décadas, você vê o vice-presidente e o presidente falarem da retomada da indústria, neoindustrialização. O nome pouco importa, o que importa é a vontade de fazer a indústria ter uma importância grande no Brasil. A direção está correta, a de que muita coisa tem que ser feita nessa parte de crédito, do financiamento para investimentos, as exportações. Tem muito conteúdo naquele artigo que foi publicado mostrando que a indústria é que é capaz de fazer o Brasil crescer num patamar adequado, de dar competitividade ao país perante o mundo. Quando se fala de crédito, é importantíssimo. Principalmente para as pequenas e médias empresas, o crédito é fundamental. Quando falamos do financiamento de exportações, é fundamental também inclusive para as grandes empresas. O Brasil precisa ter uma linha de crédito para financiamento e também as garantias que são dadas (para obter crédito). Um fundo garantidor para exportação é fundamental. Nós ficamos animados quando as duas principais autoridades têm um alinhamento de fazer com que a indústria volte a ter importância significativa no desenvolvimento do Brasil.

O sr. fala de crédito. Na semana passada, a presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, Luiza Trajano, disse que “vai ter muita gente quebrada” e cobrou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pela redução da taxa de juros. À frente da CNI, o sr. tem recebido muitas demandas dos industriais com reclamações sobre o atual patamar da taxa de juros?

Todos os setores no Brasil veem essa taxa de juros extremamente elevada. Não existe no Brasil nenhuma atividade econômica que possa pagar os juros tão elevados como estamos vendo hoje. Você chega a pagar entre 20% e 30% ao ano, a depender do tamanho da empresa. O Copom tem uma visão de redução da inflação, mas existem mecanismos para conter isso. O mundo inteiro está vendo que existe um processo de desaceleração da inflação e também de desaceleração da elevação das taxas de juros. Em alguns países, se aposta na sucessiva redução dessas taxas. O Brasil precisa fazer isso. O Banco Central tem de olhar outros fatores da economia brasileira. Concordo com a Luiza Trajano. Quando o varejo fala que muitas empresas vão quebrar, é prejudicial para a indústria também, porque o varejo é o nosso mercado.
No Dia da Indústria, o governo oficializou o lançamento de um pacote para o setor automotivo. Qual avaliação o sr. faz sobre o impacto do pacote?

Positivo sempre é, mas o impacto acho que será muito pequeno, porque o que gera impacto no negócio de automóveis e caminhões é o crédito de prazo longo e a taxa de juros baixa. Montadoras precisam que o financiamento tenha taxas de juros atrativas para o consumidor. Além disso, vemos que a população está, em todos os setores, bastante estrangulada com relação aos recursos financeiros. Você vê o consumo diminuindo não só na indústria automobilística, mas inclusive na indústria de alimentos. Isso está acontecendo de maneira geral, porque o Brasil precisa de crédito de médio prazo com taxas de juros condizentes com a remuneração dos trabalhadores, senão não vamos ter demanda pelos produtos industriais e também pelos serviços. A prioridade passa a ser alimentação, e mesmo alguns setores têm tido dificuldade com seus produtos. A reforma tributária é fundamental, porque hoje o custo para qualquer empresa é extremamente elevado.
O sr. está otimista com a perspectiva de aprovação de uma reforma tributária?

Estamos otimistas. O relatório lido pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) ficou muito bom, está sendo muito bem avaliado. Existem críticas que vêm de pessoas que não leram, não analisaram o impacto que pode ter na atividade econômica do país, mesmo para as regiões do Norte e Nordeste, que têm mais consumo do que produção. E a redução da burocracia, desse emaranhado que nós temos, vai realmente melhorar bastante. Estou otimista, porque vejo um movimento na Câmara que é um sentimento de que os deputados estão compreendendo bastante a necessidade de aprovação de uma reforma tributária, e o governo está empenhado nisso também. O que o governo melhor pode fazer neste momento é trabalhar junto com a Câmara para aprovar essa reforma até o fim de julho.
Nem todos os setores estão tão satisfeitos quanto o industrial. Ainda há resistências.

A indústria brasileira representa quase 23% do PIB, mas paga 34% dos impostos federais. O setor da agropecuária - e aí estou falando de grãos e pecuária, e não da agroindústria - paga muito pouco, quase nada, e vai continuar praticamente dessa forma. O setor de serviços paga menos também. O que está sendo colocado é que determinados setores como educação, saúde não terão elevação da carga tributária. E grande parte das empresas de serviços está no simples, e também não terá impacto. O primeiro grande objetivo da reforma é a simplificação e segurança jurídica. Hoje, quase tudo acaba indo para o Judiciário, e acaba indo para o Supremo. Isso leva anos e anos, muitas vezes décadas, deixa insegurança para quem tem imposto a pagar, e a Receita, por sua vez, também não recebe. Vai reduzir enormemente a questão da sonegação, porque à medida que você simplifica, simplifica também para quem fiscaliza. O setor de serviços e o setor agropecuário não serão impactados por uma elevação que vá desestruturar o setor. As pessoas que estão fazendo esses comentários não estão olhando, por exemplo, quanto vão passar a ter de crédito. Isso tem de ser considerado.

A articulação do Executivo com o Congresso tem se mostrado difícil neste início de governo e ameaçado pautas caras ao Planalto. O quanto isso ainda é um problema em Brasília atualmente?

Realmente, para algumas pautas importantes para o governo e para a economia, os próprios projetos que o governo tem colocado, esse desacerto entre governo e Câmara é ruim. Nesses primeiros cinco meses, faltou um pouco da articulação do próprio presidente da República, que faz isso com maestria, de entrar nessa discussão. Agora, a partir desse final de maio e início de junho, o presidente tomou consciência de que precisa participar mais dessas negociações com a Câmara dos Deputados, e isso acaba indo por um bom caminho. Temos na Câmara uma liderança bastante forte do presidente Arthur Lira (PP-AL) e isso é bom, porque precisamos de lideranças expressivas. Na democracia, os temas têm de ser discutidos, e isso é bom. O presidente entrando nessa articulação vai fortalecer as pautas importantes para o governo e que são importantes para todos nós: ajuste fiscal, reforma tributária. Agora, quando a gente coloca questões como a do Carf, a questão relativa a pagamento de impostos sobre bens no exterior, elas devem ser bem discutidas e analisadas. Temos muitas vezes posições muito próximas às do governo e outras contrárias. Isso faz parte das negociações. Tudo vai cair na reforma tributária, que vai resolver muitos dos problemas que temos hoje. A participação do presidente Lula nessa articulação é fundamental para que essas pautas caminhem na Câmara.
O sr. falou do papel do presidente. Como tem sido a articulação do setor industrial com o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin?

Temos tido diversos encontros. Ele tem muitas qualidades, depois de quatro mandatos no maior Estado do país, que é um Estado industrializado. Ele está muito consciente da necessidade de apoio para a neoindustrialização, que é o termo de que ele mais gosta, sabendo que nós precisamos de crédito, que nós precisamos ter um Plano Safra para a indústria, financiamento para exportações, acordos internacionais. Ele está atento e atuante, levando em todos os pronunciamentos essas ideias e propostas e é muito respeitado na Câmara.
O acordo Mercosul-União Europeia ainda está emperrado, e o governo Lula aproveita o fato de europeus terem reaberto discussões neste ano para tentar emplacar mais exceções para as chamadas compras governamentais. A questão da preferência nacional para compras públicas, defendida por Lula, em tese beneficiaria a indústria nacional, mas isso também pode atrasar mais o acordo. Qual deve ser a prioridade do governo?

Eu falei nesta semana com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que espero ver esse acordo concluído ainda neste ano. Vai colocar em um outro patamar todos os setores da economia brasileira. Nós temos a possibilidade de, com esse acordo, ter acesso a um mercado de mais de 700 milhões de pessoas. Isso é fundamental para nós. O acordo já foi discutido por muitos e muitos anos, é o momento de virarmos essa página. Precisamos urgentemente desse acordo. A questão das compras governamentais, que envolve principalmente a micro e pequena empresa, tem formas de desenvolvermos no Brasil sem interferência com o que está no acordo Mercosul-UE. Precisamos avançar no acordo, é fundamental para a economia toda do País. Não temos mais tempo para ficar discutindo e gastar mais anos e anos. Temos de aproveitar o momento em que a Europa está mais favorável.
Fora do País há expectativa de que o atual governo brasileiro olhe para a questão climática como uma prioridade. A indústria brasileira está preparada para entrar na jornada de descarbonização e para aproveitar oportunidades nessa área?

A questão climática não é mais uma opção (para as empresas considerarem), é uma obrigação. O mercado que consideramos no Brasil, de Europa, Estados Unidos e Canadá, exige que tenhamos ações concretas com relação à descarbonização e ao meio ambiente. Não só para exportar, mas começa a ser também uma exigência no Brasil o comprometimento com as questões ambientais. Mercado de carbono pode ser para nós um grande ativo nas negociações internacionais. Também na transição energética, o Brasil é dos que têm energia mais limpa do mundo e temos um potencial enorme de energia verde, principalmente no Nordeste. Teremos um mercado enorme na Europa.

Globo Online - RJ   20/06/2023

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que o início de corte da taxa básica de juros (Selic) deveria ter ocorrido em março deste ano. Em conversa com jornalistas, Haddad foi questionado se acha realista a previsão de mercado, que indica corte nos juros em agosto.

Na próxima quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) tem nova decisão sobre juros. A expectativa é pela manutenção em 13,75% ao ano.

O atual consolidado de mercado - divulgado nesta segunda-feira - aponta para a Selic em 13,50% no mês de agosto e 12,25% até o fim do ano.

— Pra mim, deveria ter sido em março (ínicio da redução). Vamos ver, vamos aguardar — diz Haddad, em conversa com jornalistas na Fazenda.

No mês de março houve a segunda reunião do BC para decidir a taxa básica de juros. Naquele momento, o Ministério da Fazenda estava concluindo a modelagem do arcabouço fiscal, que veio para definir o grau de sustentabilidade das contas do governo no longo prazo.

O projeto de lei que regulamenta a regra fiscal está em trâmite no Senado e deve ser votado ainda esta semana, com possíveis alterações.

Em paralelo, também em março, integrantes do governo Lula e o próprio presidente já estavam fazendo críticas acirradas ao patamar de juros. Nesta segunda-feira, Lula voltou a mencionar Roberto Campos Neto, o presidente do BC, ao dizer que a Selic em 13,75% é "inexplicável".

O Estado de S.Paulo - SP   20/06/2023

O governo publicou nesta segunda (19) portaria com a lista de integrantes do setor privado do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) com a missão de desenvolver a nova política industrial sob Lula 3. O MDIC, comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, quer lançar ainda neste ano um plano do que chama de neoindustrialização, marcando o retorno de iniciativas do governo para estimular a indústria.

O comitê será formado por 21 integrantes do setor privado, sendo os presidentes de 16 entidades industriais, de três centrais sindicais (CUT, Força e UGT), além da Embraer e do IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial). As entidades são associações, como a de fabricantes de máquinas e equipamentos, da indústria de alimentos, de fármacos, de automóveis e de aço.

Outros 16 representantes do setor produtivo deverão integrar o conselho na categoria de convidados, ou seja, que seus dirigentes máximos poderão participar de maneira facultativa. Entre os convidados estão os dirigentes da Fiesp, da Gerdau e da Petrobras.

É um desenho diferente do que vigorou até 2016, no governo Dilma Rousseff (2011-2016), com a escolha específica de empresários. Desta vez, o MDIC optou por selecionar setores.

O CNDI é a reedição de um comitê criado em 2004, no governo Lula 1, e que ficou inativo após o fim do governo Dilma. Ganhou o apelido de “conselhinho” por ser mais restrito do que o CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), o Conselhão, que na versão atual tem quase 250 membros da sociedade civil.

A primeira reunião do CNDI será no início do mês que vem e os encontros serão semestrais.

Além dos membros da iniciativa privada, o CNDI tem 21 representantes do governo, sendo indicados pelos ministérios, além do BNDES.

Veja a lista abaixo dos integrantes do setor privado no CNDI:

1 - Associação Brasileira da Indústria de Alimentos - Abia;

2 - Associação Brasileira da Indústria Química - Abiquim;

3 - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores - Anfavea;

4 - Grupo FarmaBrasil;

5 - Associação Brasileira da Indústria do Plástico - Abiplast;

6 - Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC;

7 - Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base - Abdib;

8 - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica - Abinee;

9 - Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial - IEDI;

10 - Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores - Abisemi;

11 - Associação de Empresas de Desenvolvimento Tecnológico Nacional e Inovação - P&D Brasil;

12 - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos - Abimaq;

13 - Embraer S.A.;

14 - Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais - Brasscom;

15 - União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia - Unica;

16 - Central Única dos Trabalhadores - CUT;

17 - Força Sindical;

18 - União Geral dos Trabalhadores - UGT;

19 - Confederação Nacional da Indústria - CNI;

20 - Instituto Brasileiro de Mineração - Ibram; e

21 - Instituto Aço Brasil.

O Estado de S.Paulo - SP   20/06/2023

Com a experiência de quem já sentiu na pele os desafios de conduzir a política monetária do País entre 2003 e 2011, período em que presidiu o Banco Central (BC), o ex-ministro da Fazenda do governo Temer, Henrique Meirelles, entende que as críticas ao atual presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, fazem parte do debate em uma estrutura institucional de independência do BC. Mas pondera que o banco precisa fazer o que seus cálculos indicarem necessário.

Ao Estadão/Broadcast, ele considera prematuro dizer que haverá ou não uma queda da Selic e em qual reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) isso irá ocorrer.

“Isso será demonstrado pelas projeções que o próprio BC vai fazer. O BC vai levar em conta todos os fatores e não só a inflação corrente, mas também os relacionados ao valor da moeda, fatores de risco e mesmo as expectativas de inflação, além da trajetória fiscal. Vamos aguardar.”

Segundo ele, manter a meta de 3% na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), neste mês, é o mais adequado no momento.

Para o ex-ministro, a melhora da perspectiva de rating do Brasil pela S&P Global é “extremamente positiva”, consequência do bom funcionamento institucional do País.

“De um lado, o Poder Executivo envia ao Congresso Nacional a proposta de arcabouço fiscal, demonstrando uma intenção clara e um compromisso de controlar as despesas e, por outro lado, o BC mantém uma política monetária rigorosa que está derrubando a inflação corrente e as expectativas para este ano, sem prejudicar o crescimento”, afirma.

Leia os principais trechos da entrevista:
Qual a avaliação do sr. sobre a melhora da perspectiva de rating do Brasil pela S&P?

É uma medida extremamente positiva e consequência do bom funcionamento institucional do País neste momento. De um lado, o Poder Executivo envia ao Congresso Nacional a proposta de arcabouço fiscal, demonstrando uma intenção clara e um compromisso de controlar as despesas e, por outro lado, o BC mantém uma política monetária rigorosa que está derrubando a inflação corrente e as expectativas para este ano, sem prejudicar o crescimento. Tem claramente uma tendência de queda a projeção de inflação neste ano. Paralelamente, a do PIB está crescendo. É um cenário favorável que levou a S&P a mudar a perspectiva.
O sr. também passou por isso, não foi?

Sim. No passado, mantive contatos diretos com as agências de classificação de risco quando o Brasil se tornou investment grade (grau de investimento, espécie de selo de bom pagador, foi obtido pelo País em 2008). Então, basicamente é esse o critério. É um movimento altamente positivo, um acontecimento importante.
Para frente, o sr. vê o Brasil estabilizando a dívida em relação ao PIB?

O teto de gastos, no seu formato original, era bem mais rigoroso e não dependia do aumento da arrecadação. Agora existe de fato uma necessidade de se aumentar a arrecadação e o governo está tomando uma série de medidas e assumindo uma série de compromissos para que haja uma convergência da dívida para patamares menores.
É possível um aumento de arrecadação sem aumento de impostos?

É possível, mas depende muito da aprovação desses projetos, do esforço arrecadatório do governo e de medidas para a eliminação de subsídios para setores industriais e econômicos e que são grandes. A reforma tributária pode ajudar nisso também. Em resumo, existe uma série de medidas em andamento que, caso sejam bem-sucedidas, elevarão a arrecadação e contribuirão para a convergência da dívida pública para patamares menores.
O sr. vê clima político neste momento para que o Congresso aprove cortes de subsídios?

Não há dúvida de que a relação com o Congresso está difícil, mas os acordos estão encaminhados. Evidentemente que temos que acompanhar o relacionamento do governo com o presidente da Câmara, Arthur Lira, com os maiores partidos, e a questão da acomodação ministerial. Tudo isso faz parte do jogo político, com o governo visando aprovar seus projetos fundamentais. Agora, não é um projeto simples, envolve toda uma negociação.
Como o sr. vê o ministro Fernando Haddad no papel de negociador com o Congresso?

Olha, ele está indo bem. Tem dialogado com o Congresso e isso é fundamental. Evidentemente que isso tem que ser complementado com as demais medidas de ordem política do governo e que estão em andamento, conforme temos acompanhado com todas as notícias referentes às reuniões, aos acordos, e distribuições de cargos, etc. Tudo isso é que vai definir a possibilidade de termos aí a aprovação do arcabouço fiscal.

E a reforma tributária, é possível ser aprovada este ano?

Eu acho possível, mas é uma reforma que contraria os interesses de alguns setores, o que é normal, dado que a estrutura fiscal da economia é muito desequilibrada. Alguns setores pagam mais impostos do que outros. Com a unificação dos impostos no IVA dual (Imposto sobre Valor Agregado duplo), setores que hoje pagam menos impostos passarão a pagar de forma igual. Trata-se de um avanço, mas enfrentará dificuldades porque alguns setores vão querer negociar.
O sr. acha que é possível termos de volta o grau de investimento ainda neste mandato de Lula?

Estamos no início de um processo e, para chegar lá, tem muito mais. Eu acho que tem que aprovar o arcabouço fiscal e tomar as medidas que permitam uma trajetória de dívida cadente em relação ao produto (PIB). Para isso é necessária a manutenção do trabalho do BC convergindo as expectativas de inflação para as metas de 2024 e 2025 e a economia continuar crescendo e gerando empregos. Mas, como disse, estamos no começo de um processo.
O sr. enfrentou críticas quando presidiu o BC, mas tinha o apoio explícito de Lula. Como vê hoje o mesmo Lula criticando Roberto Campos Neto?

São duas coisas independentes. A situação institucional do Brasil hoje é muito diferente daquela época, quando tínhamos uma independência prática operacional. O BC agia de forma totalmente independente, mas não tinha a independência legal. Agora, existe uma independência legal do BC, o que é muito relevante e muito importante. Então, eu acho que as críticas fazem parte de um debate que passa ser positivo dentro de uma estrutura institucional de independência do BC.
Então é normal haver críticas...

Eu acho que é o debate. Se o ministro da Fazenda e o presidente acham que o BC poderia baixar mais o juro, é um direito deles falarem isso. Por outro lado, é um direito do Banco Central independente fazer aquilo que seus cálculos e seus modelos e projeções julguem mais adequados para levar à convergência da inflação para a meta rapidamente com a menor queda de crescimento possível. É saudável e faz parte da democracia o debate. Seria errado se tivessem discutindo a mudança da lei de independência do BC, o que não está acontecendo. É um debate entre duas instituições independentes: de um lado, o Executivo, e de outro, o BC.
Já há condições para o BC sinalizar corte de juro em agosto no Copom desta semana?

Isso será demonstrado pelas projeções que o próprio BC vai fazer. Ele tem modelos bastante avançados e sofisticados. Inclusive ajudei muito a aperfeiçoar quando fui presidente do BC por oito anos. O BC vai levar em conta todos os fatores e não só a inflação corrente, mas também os relacionados ao valor da moeda, fatores de risco e mesmo as expectativas de inflação, além da trajetória fiscal. Vamos aguardar. Eu acho prematuro ainda dizer que vai haver ou não uma queda e em qual reunião.
No momento, o mais adequado é manter a meta de inflação ou cabe alguma alteração?

Na minha opinião, o mais adequado agora é manter a meta porque qualquer alteração vai gerar mais ruído, mais incerteza e aumentar as expectativas de inflação. Aumentar a meta pode, num primeiro momento, parecer que vai levar a uma queda de juros, mas, por outro lado, levaria a um aumento das expectativas podendo tornar mais difícil ainda atingir a meta, apesar de mais alta. As coisas estão indo bem, e como diz um ditado internacional, não se tenta consertar o que está indo bem.
O senhor teve a experiência de meta ajustada; uma mudança de meta calendário para contínua pode pesar mais ou menos?

Só se pode falar de meta contínua depois de atingir uma meta, que no caso do Brasil é de 3% e que é adequada para países emergentes. Então, temos que chegar lá primeiro, porque não se pode fazer uma meta contínua com a inflação acima da meta desejada. A partir daí é que se deve passar a trabalhar com uma estabilidade de meta. Eu não diria que é uma meta contínua. Diria que o ideal para o Brasil é a de 3%, mantida ano a ano, e que por este aspecto seria contínua, mas que o horizonte de planejamento com a medida do sucesso ou não do trabalho do BC seja feito anualmente.

Infomoney - SP   20/06/2023

A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 2,544 bilhões na terceira semana de junho (dias 12 a 18). De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, 19, o resultado foi alcançado com exportações de US$ 7,543 bilhões e importações de US$ 4,999 bilhões.

No mês, o superávit acumulado é de US$ 7,244 bilhões e, no ano, de US$ 42,166 bilhões.

Até a terceira semana do mês, a média diária das exportações registrou aumento de 2,8% na comparação com a média diária do período em 2022, com crescimento de US$ 93,38 milhões (25,4%) em Agropecuária, queda de US$ 66,13 milhões (-18,7%) em Indústria Extrativa e expansão de US$ 8,68 milhões (1,0%) em produtos da Indústria de Transformação.

Já as importações tiveram queda de 16,8% no período, também na comparação pela média diária, com queda de US$ 12,96 milhões (-48,5%) em Agropecuária, redução de US$ 52,2 milhões (-46,9%) em Indústria Extrativa e queda de US$ 124,13 milhões (-12,6%) em produtos da Indústria de Transformação.

O Estado de S.Paulo - SP   20/06/2023

Mudanças estruturais na economia historicamente são impostas via mercado, ou são gestadas por políticas públicas que visam atingir a eficiência econômica pelo apoio e adaptação das empresas. A inovação tecnológica busca reduzir custos e aumentar lucros, alterando então a economia. Assim tem sido a história econômica desde o início da humanidade.

Nos séculos XVIII, XIX e XX, a economia precisou adaptar-se e reconhecer os direitos sociais dos trabalhadores, como hoje temos as mudanças climáticas que impelem novas transformações. Mas o que diferencia aquela época dos tempos de hoje? Séculos atrás os operários se organizaram, e pessoas escravizadas exigiram seus direitos também nas cortes. O argumento primeiro foi a dignidade, mas o segundo foi a própria força da realidade que não podia mais ser ignorada.

É preciso nos perguntarmos quais forças e argumentos atuam para a transição rumo a uma economia verde no Brasil do século XXI. Não existem (ainda) milhares de pessoas nas ruas ou revoluções, como antes. Mas existem secas prolongadas, enchentes cada vez mais constantes, ondas de calor, racionamento de água e multidões de migrantes que fogem para as cidades.

Como hoje, algumas das maiores mudanças da história foram iniciadas por alterações climáticas de apenas 1 ou 2 graus. As cruzadas foram precedidas de anos de seca e fome no Oriente Médio, que enfraqueceram o coração do mundo islâmico. As invasões mongóis por toda Ásia e Europa foram consequência de anos de invernos muito rigorosos, em que não havia pasto para os cavalos comerem. A atual guerra civil na Síria também começou após anos de seca atípica, fora dos regimes climáticos tradicionais, e o mundo mudou por isso, todas as vezes.

O que as nossas e as futuras gerações irão testemunhar nas próximas décadas, se a história seguir esse mesmo padrão, serão mudanças em escala global. A política e a economia irão mudar com o mundo, e isso não será uma escolha. A escolha que temos como país e enquanto brasileiros é de outra natureza: se seremos protagonistas destas mudanças, ou apenas expectadores delas. Cabe ao Brasil de hoje a decisão entre mudanças impostas por crises dolorosas, ou mudanças decisivas, mas conduzidasnuma transição justa, humana, pensada e feita a muitas mãos.

A economia e a população brasileira já sentem na pele as mudanças climáticas. Apenas em MG, BA, RS, SP e RJ, desde 2014 a União já repassou a municípios, segundo dados levantados pelo IDS, um total de R$ 2.892.959.752 de reais, quase 3 bilhões de reais destinados a remediar desastres climáticos. Esse problema se repete e se agrava ano a ano, com custos crescentes em vidas e recursos escassos.

É inaceitável continuarmos a dar os recursos que deveriam ser gastos na prevenção destes desastres para indústrias poluentes que agravam ainda mais esse cenário, na forma de subsídios, investimentos públicos, subvenções e isenções tributárias. Esses recursos não podem seguir beneficiando setores poluentes da economia que agravam as mudanças climáticas, afetando o princípio de isonomia a que todos os setores da economia têm direito, mas, sobretudo, afetando diretamente os compromissos internacionais do Brasil.

Será preciso adaptar toda nossa economia, dos transportes à indústria, da produção de energia à produção de alimentos, tornando resilientes as cadeias econômicas, incentivando a inovação e prevenindo quebras de safra, escassez de alimentos e a inflação, que tão duramente atinge os mais vulneráveis. Isso deve ser feito em diálogo com a sociedade e a iniciativa privada, e apenas assim o Brasil fará valer seus compromissos constitucionais e perante a comunidade internacional.

A janela histórica em que vivemos hoje será lembrada com orgulho como aquela que o Brasil soube aproveitar e tornou-se referência no mundo, ou, de forma envergonhada, será lembrada como mais uma oportunidade perdida. Podemos auxiliar um mundo em duríssima transformação, fornecendo alimentos cultivados com tecnologias que preservam água e carbono nos solos, sem o risco altíssimo da falta dos fertilizantes e derivados de petróleo, tão vulneráveis às guerras e sanções econômicas. Podemos produzir energia limpa e incluir social e economicamente os municípios e comunidades mais vulneráveis, dedicando recursos a pequenas e médias empresas, e setores inovadores da economia verde. Esse é um futuro. A alternativa será enfrentar o custo de não havermos feito essas escolhas, colhendo mais violência e degradação das nossas instituições, e possivelmente perdendo nossa democracia, ainda mais frágil do que gostaríamos de admitir.

Nós desejamos um Brasil de paz, socialmente justo, saudável e sustentável. Sem sustentabilidade, não pode haver inclusão social, nem paz. A Reforma Tributária é o primeiro grande passo para uma transformação econômica que não seja imposta por crises dolorosas e sofrimento desigual, mas que seja gestada com razão, justiça, respeito à ciência e cuidado com as pessoas. Essa é a escolha que irá marcar a história do nosso país pelas próximas décadas.

O mundo já está mudando, como todos que acompanham as notícias internacionais podem perceber. O Brasil poderá ocupar seu lugar de destaque como potência de paz e estabilidade nesse novo mundo em transformação, e o Governo Federal e o Congresso Nacional detém as chaves disso. Nós todos iremos viver no mesmo país que será criado por essa escolha, ou pela falta dela.(IDS)

 

MINERAÇÃO

IstoÉ Dinheiro - SP   20/06/2023

A Rio Tinto anunciou que um trem autônomo que transportava minério de ferro de suas operações no remoto noroeste da Austrália para um porto descarrilou no final do sábado e que esforços para recuperar os vagões descarrilados estão em andamento.

Em comunicado, a Rio Tinto disse que está investigando o incidente e notificou as autoridades reguladoras.

“O regulador aprovou a recuperação do local e o trabalho para recuperar os vagões descarrilados começou”, disse a empresa.

Cerca de 30 vagões descarrilaram a cerca de 20 quilômetros da cidade portuária de Dampier, na região de mineração de Pilbara, na Austrália Ocidental, disse a Rio Tinto. Segundo a empresa, ninguém ficou ferido. Fonte: Dow Jones Newswires.

Infomoney - SP   20/06/2023

Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura caíram nesta segunda-feira após os ganhos da semana passada, pressionados pela queda nos preços do aço devido à fraca demanda e ao aumento da oferta.

O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou as negociações diurnas com queda de 0,12%, a 809,5 iuanes (US$ 113,08) a tonelada, após um aumento de cerca de 2% na semana anterior.

O contrato de referência do minério de ferro de julho na Bolsa de Cingapura caiu 0,05%, para US$ 113,45 a tonelada, depois de subir mais de 4% na semana anterior.

“A elasticidade dos preços futuros do minério de ferro é relativamente grande, considerando os estoques baixos, a demanda resiliente e a diferença comparativamente ampla entre os preços spot e futuros”, disseram analistas da Sinosteel Futures em nota.

“Mas eles também seguirão a tendência do mercado siderúrgico.”

Analistas do banco de investimentos JP Morgan projetaram continuidade dos riscos de baixa nos preços do minério de ferro, observando que o suporte adicional dado ao setor imobiliário seria localizado e direcionado.

As medidas visariam aumentar as conclusões e vendas, que impactam os fluxos de caixa dos desenvolvedores imobiliários, em vez de estimular novas atividades de construção diretamente, disseram eles.

“Algumas siderúrgicas baseadas em fornos a arco elétrico retomaram a produção com margens melhores, aumentando a pressão para baixo no mercado”, disse Cheng Peng, analista da Sinosteel em Pequim.

“A redução dos estoques de produtos siderúrgicos desacelerou.”

AUTOMOTIVO

Valor - SP   20/06/2023

No fim de semana, o volume de recursos solicitados pelas montadoras para automóveis alcançou R$ 320 milhões; medida pode ser encerrada nos próximos dias, e governo nega intenção de prorrogar

A Fiat, do grupo Stellantis, é a montadora que mais consumiu recursos do programa do governo Lula (PT) que busca reduzir o preço dos carros populares, com R$ 130 milhões em créditos tributários, o que representa 26% do total disponível.

A Fiat e a Renault são as duas montadoras que oferecem o maior desconto do programa. Há três versões do Fiat Mobi 1.0 Like Flex de quatro portas com o abatimento de R$ 8.000 e uma versão da Renault, o Kwid 1.0 Zen.

Neste fim de semana, o volume de recursos solicitados pelas montadoras para automóveis alcançou R$ 320 milhões. Com isso, já foram consumidos 64% do total de créditos tributários concedidos para a aplicação de descontos ao consumidor nessa modalidade em menos de 15 dias.

As informações foram atualizadas nesta segunda-feira (19) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Entre as outras montadoras que aderiram ao plano, a Volks solicitou R$ 50 milhões, a Peugeot Citroen teve R$ 40 milhões autorizados e a Renault somou R$ 30 milhões em créditos. Completam os pedidos GM e Hyundai, com R$ 20 milhões, cada; e Honda, Nissan e Toyota, com R$ 10 milhões, cada, até o momento.

As montadoras podem pedir mais recursos na medida em que usarem os montantes solicitados até que o limite de R$ 500 milhões como crédito tributário para automóveis seja atingido.

A medida, prevista no lançamento para durar quatro meses, pode ser encerrada já nos próximos dias. Oficialmente, o governo nega as intenções de prorrogar o programa.

O pacote de desconto conta com 266 versões de automóveis e 32 modelos de nove montadoras. A lista foi atualizada na última sexta-feira (16), quando entraram mais 33 versões e um novo modelo o Honda City nas versões Hatch EX e Sedan EX, com R$ 4.000 de desconto.

Mais modelos na lista

Como a lista é dinâmica, outros modelos podem ser incluídos pelas montadoras a qualquer momento. Os descontos vão de R$ 2.000 a R$ 8.000, podendo alcançar valores maiores a critério das fábricas e concessionárias, e são válidos para veículos novos com preços de mercado até R$ 120 mil.

Menor preço, maior eficiência energética e maior densidade industrial (capacidade de gerar emprego e crescimento no entorno) foram os três critérios levados em conta para a definição das faixas de desconto. Quanto maior a pontuação nesses requisitos, maior o desconto aplicável.

O programa também é destinado para o barateamento de caminhões e ônibus, com descontos que vão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil. Ao todo, o programa soma R$ 1,5 bilhão em recursos sendo R$ 500 milhões para carros. São R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus.

Dez montadoras aderiram ao programa na modalidade ônibus e 13 na modalidade caminhões. Até o momento, o volume de recursos solicitados atingiu R$ 100 milhões para caminhões (14% do teto) e R$ 130 milhões para ônibus (43% do total disponível).

Para caminhões e ônibus novos, os descontos aumentam conforme os veículos vão ficando mais caros. Podem ser adquiridos modelos leves, semileves, médios, semipesados e pesados; e ônibus urbanos e rodoviários.

CONSTRUÇÃO CIVIL

O Estado de S.Paulo - SP   20/06/2023

Representantes da Prefeitura e os vereadores envolvidos na proposta de revisão do Plano Diretor de São Paulo discutem nesta segunda-feira, 19, novas alterações no texto final do projeto de lei, que será votado ainda nesta semana na Câmara Municipal.

Parte dos itens mais criticados do texto aprovado em 1º turno no Legislativo municipal será alterada e até retirada após conversas que envolverão o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o relator Rodrigo Goulart (PSD). Dois exemplos são a mudança nos eixos de verticalização da cidade e a criação das chamadas “zonas de concessão”. Confira:

Eixos de verticalização aumentam, mas menos do que na proposta anterior

Como o Estadão revelou, o perímetro dos eixos de verticalização da cidade, que ficam nas imediações da rede de transporte, será ampliado de até 600 metros para até 800 metros das estações de metrô e trem. A proposta anterior, aprovada no Legislativo em maio, era de extensão a até um quilômetro das estações.

Ainda não se sabe se haverá mudança na área de incentivos para prédios sem limite de altura no entorno de corredores de ônibus. O texto aprovado em primeira votação previa aumento do raio de influência de até 300 metros para até 450 metros.

Quadras próximas da maioria das estações de trem e metrô e de corredores de ônibus são as que mais recebem incentivos municipais atrativos para o mercado imobiliário. Nesses locais, os “eixos” de transporte, há isenções de parte das taxas e a aval para edifícios sem limite de altura, por exemplo.

Com o Plano Diretor atual, de 2014, essas áreas passaram a concentrar mais da metade dos apartamentos lançados na cidade. A transformação é maior sobretudo em bairros de classes média e alta, como Brooklin (zona sul), Butantã e Pinheiros (oeste), onde casas, sobrados e outros imóveis mais horizontais e de menor porte têm sido substituídos por prédios altos.

Trecho que cria nova zoneamento para concessões pode sair do projeto

Após críticas, o trecho que criava um novo tipo de zoneamento na cidade, as zonas de concessões (sigla ZCP), pode ser retirado do texto final, segundo apurou o Estadão. Essa classificação abrangeria as áreas públicas concedidas ou que serão concedidas à iniciativa privada, como rodoviárias, aeroportos, parques, terminais de ônibus, cemitérios e equipamentos públicos em geral.

Na versão aprovada em 1ª votação, essas novas zonas seriam submetidas a regras especiais distintas da vizinhança onde estão, definidas caso a caso. Isso envolve limite de altura para edifícios, incentivos para a construção civil etc.

Mudança que facilita prédios no ‘miolo de bairros’ também pode ser revista

O texto final poderá também retirar o trecho que facilitava prédios mais altos nos “centrinhos”, onde há mais movimentação e comércios, e “miolos” dos bairros. Há a discussão que seja mantida a regra atual, e não a mudança aprovada em primeira votação, conforme apurou a reportagem.

A questão envolve o chamado “coeficiente de aproveitamento” (CA), que é o limite de volume construtivo de um imóvel calculado a partir da área do terreno. Hoje, um empreendimento nos “centrinhos” ou “miolos” de bairros pode ter uma área construída de até o dobro da metragem (CA-2).

Com a mudança, o limite nessas regiões da cidade passaria a ser de três vezes (CA-3) a área do lote. Isto é, um terreno de 100 metros quadrados poderia receber um prédio de 300 metros quadrados, no total, de área construída.

Trecho que prevê troca de taxa por execução de obra pública pode sair

Também é negociada a retirada do trecho que permitia que construtoras trocassem o pagamento da chamada aprova onerosa por meio da execução de obras de drenagem, habitação e mobilidade. A proposta permitia a possibilidade de até 10% de desconto no que seria pago na forma de taxa.

Urbanistas ouvidos pelo Estadão avaliam que essa nova modalidade de pagamento não garantia uma execução de boa qualidade dos projetos. Além disso, apontam que resultará no enfraquecimento do Fundo de Desenvolvimento Urbano (Fundurb), fundo municipal voltado para obras públicas, que tem destinação definida pelo poder municipal em conjunto com um conselho gestor. O setor imobiliário chegou a falar na necessidade de ajustes para que a alternativa seja atrativa.

Unidades com mais vagas de garagem e microapartamentos

Como o Estadão antecipou na semana passada, o texto substitutivo irá retomar o trecho proposto pela gestão Nunes para vagas de garagem em prédios perto de metrô, trem e corredor de ônibus. A mudança prevê um desestímulo a mais microapartamentos na cidade e, ao mesmo tempo, um incentivo municipal para que grandes unidades tenham mais de um espaço para estacionar.

A mudança permite que empreendimentos perto de metrô e outros “eixos de transporte” criem mais vagas de garagem não contabilizadas na área construída – que é limitada a quatro vezes a metragem do terreno mediante o pagamento da “outorga onerosa”, uma espécie de taxa pelo direito de construir. Isto é, serão espaços para carros isentos da principal taxa cobrada pela Prefeitura ao setor imobiliário e que não impactarão no limite de tamanho dos edifícios.

O trecho estava originalmente na proposta enviada aos vereadores pela gestão Nunes, em março, mas foi posteriormente retirado no texto substitutivo, apresentado pelo relator, Rodrigo Goulart (PSD), dois meses depois. O trecho que será adicionado ao projeto envolve empreendimentos de uso misto: prédios que reúnem apartamentos e espaços não residenciais (como comércio no térreo, por exemplo).

Os condomínios com uso misto se tornaram a maioria dos lançamentos no entorno de metrô, trem e corredor de ônibus nos últimos anos. Com a retomada do trecho na versão final do projeto, esses empreendimentos estarão sujeitos às mesmas regras propostas para os que são totalmente residenciais.

A mudança proposta restringe que os empreendimentos construam uma vaga “gratuita” para cada apartamento de ao menos 30 m², o que torna menos atraente a construção de compactos, que tiveram um boom com 250 mil unidades lançadas nos últimos anos. Por outro lado, permite um espaço para carros “grátis” para cada 60 m² de área privativa, ou seja, estimula que apartamentos grandes tenham mais de uma vaga.

O Plano Diretor hoje em vigor permite um espaço de estacionamento “grátis” por apartamento, independentemente da metragem. Essa regra (e a mudança proposta) envolve os empreendimentos dos “eixos de transporte” – áreas que recebem vários incentivos municipais e que concentrarem a maioria da verticalização na cidade.

Trecho que liberava prédios perto do Mirante de Santana será retirado

O trecho que revogava a lei que veta a verticalização no entorno do Mirante de Santana, na zona norte, também será retirado. Na versão já votada, os parlamentares haviam incluído no texto um artigo que colocava fim a uma lei dos anos 1970 que vetava prédios altos a fim de não interferir nas aferições climáticas da única estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) na capital paulista.

O recuo atende a outro pedido de Nunes. Na semana passada, o prefeito afirmou publicamente que vetaria tal artigo se a Câmara insistisse na mudança.

O Estado de S.Paulo - SP   20/06/2023

Em 2022, empresas do setor reforçaram suas apostas em produtos dirigidos ao público de média e alta renda. A One Incorporadora, sétima colocada no ranking do Top Imobiliário, lançou 12 empreendimentos no ano passado, que prevêem a entrega de 3.055 apartamentos com 140,84 mil metros quadrados de área construída e valor geral de vendas (VGV) estimado em R$ 1,20 bilhão.

Vice-presidente da empresa, Paulo Petrin credita o crescimento à estratégia de reposicionamento da marca, oferecendo unidades compactas para o público de média e alta renda. Segundo ele, os custos de construção permaneceram elevados. “Optamos por unidades compactas, de 25 m² a 45 m², mas privilegiando bairros como Pinheiros, que passou por muita transformação nos últimos anos, tanto de serviços quanto de infraestrutura”, diz.

Ele aponta o Nex One Teodoro como um exemplo de que a aposta deu certo. Localizado na rua de mesmo nome, tem opções de apartamentos de um ou dois dormitórios, variando entre 25 m² e 40 m², distribuídos em um terreno de 4 mil m². A empresa vendeu as 400 unidades da primeira fase em 40 dias. Piscina, coworking e lavanderia são algumas das comodidades previstas.

Essas mesmas características são encontradas no Nex One Liberdade. Localizado no miolo do bairro, vendeu 300 unidades em 30 dias. “Foi realmente uma surpresa”, diz Petrin, referindo-se ao desempenho do projeto.

Os resultado obtidos pela empresa foram puxados pela Innova Negócios Imobiliários, a house da One, que alcançou a décima posição no ranking de Vendedoras do Top Imobiliário. Marcello Abbud, sócio da empresa, ressalta o papel do time de comercialização.

“Além do produto que vendemos o que fez esse crescimento é a captação da equipe de vendas, cada vez mais voltada para o mundo digital. E hoje podemos afirmar que a nossa força de vendas está entre as melhores do mercado”, diz.

CEO da One, Milton Goldfarb diz que 2023 começou desafiador. “Mas a expectativa de redução dos juros no segundo semestre deve ajudar a construção civil”, afirma. Ele cita ainda a revisão do plano diretor de São Paulo como outro facilitador para o desempenho desse mercado.

A One, porém, vai manter a aposta dos apartamentos compactos para públicos de rendas média e alta. “É uma tendência, especialmente na região de Pinheiros, com o público jovem buscando opções para morar próximo ao eixo de trabalho, mas sem deixar de lado o lazer e as facilidades que a infraestrutura do bairro oferece”, afirma Petrin.

P4

A P4 Engenharia figura na sétima colocação no ranking das construtoras do Top Imobiliário deste ano. No ano passado, lançou 18 empreendimentos com o total de 4.516 unidades, que somam 378,5 mil metros quadrados de área construída e (VGV) estimado em R$ 2,07 bilhões.

“Tivemos aumento acima de 35% no volume de obras no ano passado em relação a 2021, afirma Gustavo Zanforlin, fundador e vice-presidente de Novos Negócios. Segundo ele, o aumento no volume dos lançamentos das incorporadoras parceiras contribuiu para esse resultado.

No ano passado, ao contrário de anos anteriores, foram os produtos de médio e alto padrão que tiveram a maior demanda. “Isso ocorreu pela inviabilidade de custos de produção dos empreendimentos mais econômicos”, afirma o executivo. Também ajuda o fato de os clientes desse perfil serem mais resilientes à inflação e juros elevados.

Kallas

A Kallas, que ficou na nona posição entre as construtoras no Top Imobiliário, desde o ano passado mantém o foco nos projetos de padrão econômico, mas também tem empreendimentos de médio padrão, com metragem média de 80 m² podendo, em poucos casos, chegar a 120 m².

“O maior problema que enfrentamos hoje é renda da população. Com a inflação alta e os juros idem, a renda está comprometida e sobra pouco para investir em imóvel. Além disso, pela situação macroeconômica, o custo da construção está elevado. Então, optar por imóveis menores, mas oferecendo infraestrutura, é uma forma de atender essa população”, diz Raphael Esper Kallas, CEO da empresa, que reúne as marcas Kallas e Kazzas, do segmento econômico.

Um exemplo é o empreendimento Arena Kallas Itaquera, com unidades de tamanho que variam 35 m² e 40 m² foi pensado para atender a faixa três do programa Minha Casa Minha Vida. Com apelo de sustentabilidade, como aproveitamento da água de chuva, carregadores para bicicletas elétricas e até horta comunitária, já vendeu 90% dos 800 apartamentos oferecidos pela empresa. O conjunto terá um total de 2,6 mil unidades.

“Desde 2021, nossa meta é manter o VGVL entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão. E neste ano não será diferente, vamos lançar 12 empreendimentos, um aumento de 20% em relação ao ano passado. Esse é o volume que nos mantém confortáveis sem precisar aumentar o staff ou o nível de capitalização”, diz Kallas.

O Estado de S.Paulo - SP   20/06/2023

Presenças constantes no prêmio Top Imobiliário, as incorporadoras Eztec, Diálogo e Mitre chegaram ao fim de 2022 com bons motivos para comemorar, apesar de um cenário desafiador em razão, principalmente, de juros altos e dos preços elevados de materiais de construção. Juntas, as três somaram 23 novos empreendimentos com 5.739 unidades lançadas ao longo do ano passado, de acordo com os dados da Embraesp. Em comum, Eztec, Diálogo Engenharia e Mitre, respectivamente 8.ª, 9.ª e 10.ª colocadas no ranking da premiação, atuam no mercado de médio e alto padrões e reforçaram, em 2022, a aposta na localização de seus empreendimentos em pontos estratégicos da cidade.

A Diálogo fez nove lançamentos em 2022, com 2.035 unidades e VGV previsto de R$ 1,36 bilhão. “Optamos por lançar em terrenos estrategicamente localizados próximos a estações de metrô e principais vias”, afirma Guilherme Nahas, sócio-diretor da Diálogo. Para ele, o Parque Diálogo Adelino, lançado em junho de 2022, no bairro do Belenzinho, na zona leste da capital, é o melhor exemplo da estratégia adotada pela companhia.

Além de estar a cerca de 100 metros da estação Belém do metrô, o empreendimento prevê, de acordo com Nahas, mais de 30 itens de lazer, como piscina com raia de 25 m, quadra de beach tênis, salão de festa com 188 metros quadrados e sala fitness com 259 metros quadrados e pet place, entre outros. O empreendimento, diz ele, terá duas torres com tipologias que variam em tamanho e configuração – de unidades com 125 m², três dormitórios, sendo uma suíte, além de estúdios com opções que vão de 20 m² a 60 m². “Este empreendimento é referência para o desenvolvimento de outros projetos e lançamentos que faremos neste ano”, afirma o empresário.

A Mitre Realty lançou duas novas categorias no mercado com as marcas Mitre Exclusive Collection e Origem. “O primeiro Mitre Exclusive Collection, de altíssimo padrão, foi o Haddock 885, com unidades com m² a partir de R$ 40 mil e VGV total presumido de R$ 177 milhões.

Além de estar situado em uma localização privilegiada, na região dos Jardins, área nobre da capital paulista, o empreendimento oferece serviços como o de concierge, health coach, alfaiataria, governança e assessoria de eventos, entre outros”, descreve o vice-presidente de operações da companhia, Rodrigo Cagali. Na linha Origem, voltada para o público de média renda, o primeiro empreendimento lançado foi o Origem Penha, com valor global de venda previsto de R$ 121 milhões.

Cagali explica que, sob esta marca, são oferecidos empreendimentos de 45 m² a 49 m². “Eles seguem o mesmo padrão Mitre de morar, que valoriza a mobilidade, qualidade, conforto e praticidade”, completa. Outros destaques da companhia no ano foram os empreendimentos da Linha Raízes, de médio/alto padrão.

O Raízes Reserve, fica a menos de 10 minutos da Estação Vila Prudente do metrô, é formado por três torres com acessos independentes. O Raízes Premium Butantã foi totalmente vendido na semana de seu lançamento.

Segundo o executivo, a linha Raízes, de médio/alto padrão da incorporadora, foi a que contou com mais empreendimentos lançados, considerando o Raízes Alto Freguesia do Ó (VGV R$ 121 milhões), Raízes Premium Butantã (VGV R$ 454 milhões) e o Raízes Reserve (VGV R$ 372 milhões). A linha Raízes da Mitre Realty conta com tipologias que vão de dois a três dormitórios.

Em 2022, segundo a Embraesp, a Mitre lançou seis empreendimentos com 1.973 unidades, que perfazendo 182,85 mil m² e tem VGV previsto de R$ 1,39 bilhões. Também no ano passado, a empresa arrematou em leilão, por R$ 10 milhões, a marca Daslu, referência no mercado de luxo.

Resultados

A Eztec, prestes a comemorar 45 anos de mercado – ao longo dos quais lançou mais de 170 empreendimentos – viu a sua receita líquida subir 17%, para R$ 1,1 bilhão, em 2022 em relação ao ano anterior, e encerrou com resultado na faixa de R$ 325 milhões.

“Foi o segundo melhor ano da companhia, em que pese 2022 ter sido marcado por incertezas trazidas por eventos como a guerra entre Rússia e Ucrânia, a persistente inflação nos insumos da indústria da construção e a taxa de juros que aumentou 4,5 pontos porcentuais durante o ano”, afirma Tellio Totaro, superintendente de incorporação.

O executivo credita o desempenho à “performance operacional” e também à versatilidade da companhia que, desde seu lançamento, oferece empreendimentos que vão do econômico ao alto padrão.

“Lançamos inúmeros empreendimentos que colaboraram com o desenvolvimento de bairros da região metropolitana. Em Osasco, com a chegada do Jardins do Brasil, e em Guarulhos, com o lançamento do Cidade Maia”, diz Totaro.

A Eztec fechou 2022 com 8 lançamentos. Foram 1,6 mil unidades, que somam 202 mil m² de área construída. VGV líquido somou R$ 1,86 bilhão. Os empreendimentos de alto padrão foram os mais lançados pela empresa no ano passado, que também foi marcado pela joint venture firmada com a Construtora Adolpho Lindenberg e resultou no Jota by Lindenberg, lançado no início deste ano.

Ao mesmo tempo, a Eztec vai seguir apostando nos estúdios. “Nos últimos três anos, lançamos cerca de 1,6 mil unidades e 60% foram vendidas. Acreditamos que há mercado satisfatório para futuros lançamentos de empreendimentos com imóveis compactos em localizações privilegiadas”, diz o executivo.

O Estado de S.Paulo - SP   20/06/2023

A Cury galgou posições nos rankings das Incorporadoras, Vendedoras e Construtoras, sagrando-se vice-campeã nas três categorias do 30.º Top Imobiliário, que premiou as empresas com os maiores volumes de lançamentos no mercado paulista durante 2022. Foram 16 novos empreendimentos, segundo a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp). O número de apartamentos cresceu 22% (para 8,8 mil unidades) e o valor geral de vendas (VGV) subiu 47%, para R$ 2,2 bilhões.

A atuação da Cury está totalmente concentrada nas regiões metropolitanas de São Paulo – que consumiu dois terços dos seus produtos – e do Rio de Janeiro. Somando as duas praças, a empresa bateu seu recorde com um VGV de R$ 3,3 bilhões em lançamentos no ano passado. O mesmo valor foi registrado para o total de vendas.

“Empreendimentos encaixados no programa MCMV em terrenos perto de trem, metrô e corredor de ônibus, que conectam a malha urbana com produtos de qualidade, é uma das razões de tanto sucesso”, declara o vice-presidente da Cury Construtora, Leonardo Mesquita.

De janeiro a março deste ano, foi a primeira vez que a Cury rompeu a marca de R$ 1 bilhão em vendas em um trimestre. Para Mesquita, a demanda por habitação de interesse social (HIS) continua pujante. “A localização privilegiada e produtos com boa aceitação fizeram nosso volume aumentar”, afirma.

No primeiro trimestre, a Cury lançou seis projetos em São Paulo, com valor global de R$ 1,42 bilhão – 82% acima do mesmo período do ano passado. Mesquita destaca o Energy Guarulhos, na Grande São Paulo, com VGV estimado em R$ 177 milhões.

“A novidade é que voltamos a Guarulhos em março, com o Energy, hoje 90% vendido”, diz, informando que, em abril, foram três novos projetos, incluindo o Guedala Park, com 1.100 unidades. “Muito bem localizado, na Avenida Francisco Morato, com fachada e área de lazer bem modernas.”

A Cury mantém seu mix de vendas concentrado nas faixas mais altas do programa MCMV, cujo teto atual é de R$ 264 mil. Uma fatia de 20% do total de produtos da marca fica acima desse valor.

Em São Paulo, a curva de preços, segundo Mesquita, vai de R$ 200 mil até R$ 450 mil, que é o valor do imóvel de 3 quartos, com 56 m² e vaga de garagem, do recém-lançado Uniq. Este é um dos quatro condomínios do Cury Square Panamby, na zona sul, que também oferece opções com um e dois dormitórios, como o edifício Giovanni Gronchi, que tem lazer na cobertura.

“Com fachada ativa, um mall de 4 mil m² no térreo, e colado nas estações da Giovanni Gronchi”, diz Mesquita, ressaltando a “parte comercial forte” e conexão com trem e metrô, além do fácil acesso à Marginal Pinheiros.

Vendas

O progresso da construtora vem em conjunto com o avanço das operações da Cury Vendas. “É uma imobiliária exclusiva de todos os nossos lançamentos”, afirma Mesquita. Ele ressalta que a house trabalha com volumes que devem superar R$ 2,5 bilhões neste ano em São Paulo. “O seu crescimento possibilitou o nosso crescimento.”

Na cola da Cury, a Plano&Plano vem em 3.º lugar nos rankings de Incorporadoras e Vendedoras, ficando em 4.º na categoria das Construtoras. Voltada para segmentos de média e baixa renda, a empresa lançou 19 empreendimentos em 2022, crescendo 22% em unidades (para 7,8 mil) e 12% em VGV, para R$ 1,61 bilhão, segundo a Embraesp.

Portfólio

Com atuação consistente no MCMV, tem como principal praça a capital de São Paulo e cidades da região metropolitana. No mix do seu portfólio, vem ampliando o volume de projetos para a classe média.

Rodrigo Luna, sócio fundador da empresa e presidente do Secovi, elogia o Pode Entrar, programa da Prefeitura da capital para combater o déficit habitacional. “Fomos agraciados com mais de 7 mil unidades. Esperamos que os contratos sejam assinados no 2.º semestre”, afirma. O prazo para conclusão das obras é dois anos. Em média, o preço unitário é R$ 189 mil. Foram 7.039 apartamentos selecionados, com VGV de R$ 1,33 bilhão.

A Plano& Plano comemorou o melhor primeiro trimestre da sua história.”Tivemos um crescimento muito forte”, declara Luna, apontando “o mesmo ritmo” para os meses seguintes. No período, as vendas, que somaram R$ 547 milhões, tiveram aumento de 47%, com 2.583 unidades negociadas. Os lançamentos dobraram em VGV, com R$ 530 milhões – contra R$ 267 milhões de janeiro março de 2022.

Foram cinco novos empreendimentos. O preço médio dos lançamentos, que aumentou 19,4% em um ano, chegou agora a R$ 230,3 mil. Foi por conta da inflação e da subida dos custos”, afirma Luna, indicando que os produtos da Plano&Plano variam de R$ 179 mil até R$ 300 mil. “Vamos trabalhar com 20% a 30% de imóveis para classe média baixa, acima do MCMV.”

Entre os lançamentos, Luna destaca o Parque Novo Mundo, na Vila Maria, zona norte, com preço a partir de R$ 165 mil. Serão 1.442 apartamentos, dois dormitórios, em três torres, com VGV de R$ 275 milhões. Além da estrutura de lazer, tem cowoking, horta, minimercado, churrasqueiras e segurança 24 horas.

Com mais de 25 anos de experiência no mercado imobiliário, Luna viu muitas mudanças no setor durante as últimas três décadas. “Todas estão ligadas ao comportamento das pessoas e ao preço do imóvel”, diz, explicando que, antigamente, se produzia com áreas maiores e preços menores.

“Com terrenos mais escassos, plantas ficaram modernas e com mais qualidade para atender as famílias, com áreas de convivência, home office e lazer”, diz o empresário.

Infomoney - SP   20/06/2023

O índice de confiança das construtoras dos Estados Unidos, medido pela Associação Nacional de Construtoras (NAHB), avançou de 50 em maio para 55 em junho, entrando em território positivo pela primeira vez em 11 meses (acima de 50, na pesquisa). Esse é o sexto mês consecutivo de aumento.

A previsão de analistas consultados pela FactSet era de estabilidade do indicador no período.

O relatório diz que uma demanda sólida, a falta de estoque existente e a melhoria da eficiência da cadeia de suprimentos apoiaram a confiança das construtoras a ultrapassar o ponto médio de 50 na escala do indicador, que vai de 0 a 100.

Rodoviário

Valor - SP   20/06/2023

O projeto está em fase de audiência pública para ouvir moradores e municípios que serão afetados pela obra

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pediu, nesta segunda-feira (19), união dos governos municipais, estadual e federal para tirar do papel o plano de construção do rodoanel na região metropolitana de Belo Horizonte. Em março, o governo do Estado assinou o contrato de concessão do rodoanel à italiana INC Spa, que venceu o leilão no fim do ano passado. O projeto está em fase de audiência pública para ouvir moradores e municípios que serão afetados pela obra. O plano tem sido criticado pelas prefeituras por problemas socioambientais que podem ser gerados com a construção do rodoanel nos moldes atuais.

"O anel rodoviário está completamente órfão neste momento e nós temos que nos unir. Vamos fazer isso de forma pacífica, em união com prefeituras, governo do Estado e governo federal, com os 53 deputados que nos representam e os nossos três senadores", afirmou Silveira.

Ele ressaltou que o governo federal vai destinar neste ano R$ 1,6 bilhão para investimentos em rodovias em Minas Gerais e comemorou a aprovação pelo Tribunal de Contas da União (TCU) do projeto de concessão de um trecho da BR-381 no Estado. "O ministro [do TCU Antonio] Anastasia aprovou o edital, as audiências públicas serão feitas e até o fim do ano deve ser feito o leilão de concessão", disse o ministro.

Questionado sobre crise na Agência Nacional de Mineração (ANM), que sofre, principalmente, com déficit de pessoal, Silveira reconheceu que a agência tem uma estrutura muito aquém do necessário para cumprir suas funções administrativas e legais. Ele disse que o governo contratou 46 funcionários no início do ano e contratou mais 24 servidores para a ANM na última sexta-feira (16).

"É um número muito aquém do que achamos necessário para que a ANM se reestruture. Mas há uma decisão do governo de reestruturar a agência. Eu e a ministra [da gestão e da Inovação em Serviços Públicos] Esther [Dweck] temos conversado quase que semanalmente sobre essa estrutura. A ANM é algo que queremos deixar estruturada neste governo", afirmou Silveira.

Rompimento de barragem em Mariana

Sobre o andamento das negociações para a repactuação do acordo de reparação aos danos causados pelo rompimento da barragem de rejeitos da Samarco, em Mariana (MG), em 2015, Silveira disse que tem trabalhado com "muita dedicação", mas que é necessário prudência.

"Esse acordo tem que ter benefício direto e na veia para os atingidos. Tem que contemplar os movimentos sociais, tem que ser juridicamente seguro para que os recursos sejam aplicados de forma adequada. Tenho conversado com o governador. Esse acordo não pode ser motivo de politização", afirmou Silveira.

Recentemente, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que o acordo estava praticamente pronto e só dependia da decisão do governo federal para ser concluído e criticou a demora na tomada da decisão.

O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que governo federal vai destinar, em 2023, R$ 1,6 bilhão para investimentos em rodovias em Minas Gerais — Foto: Tauan Alencar/Ministério de Minas e Energia

NAVAL

Porto Gente - SP   20/06/2023

Mas a ambição do homem é tão grande que, para satisfazer uma vontade presente, não pensa no mal que daí a algum tempo pode resultar dela. (Maquiavel)

De olho na construção da sua ascensão política, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não mede esforços para demolir os seus potenciais adversários eleitorais. Assim, tenta atrapalhar o caminho exitoso, até agora, do ministro de Portos e Aeroportos, para construir o túnel submerso ligando a seco as margens do Porto de Santos. Sonho quase centenário da Baixada Santista. Realização frustrada na gestão de Tarcísio, então ministro da Infraestrutura, que não explicou bem, até agora, tantos projetos malsucedidos e ruidosos, como o da privatização da Companhia Docas do Espírito Santos – Codesa.

Não podia ser mais insidiosa a finalidade do circo montado no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo – ALESP, na última terça-feira (13), pelo deputado bolsonarista, Antônio Carlos Rodrigues (PL/SP) com a coadjuvação, pelo celular em viva voz, do presidente liquidante da estatal paulista Desenvolvimento Rodoviária S/A – Dersa, para debater o processo de construção do túnel submerso, que se desenrola exitosamente sob a condução do ministro Márcio França. Além do mais, o passado do deputado Antônio Carlos à frente do ministério dos Transportes não é uma referência para balizar rumo de um projeto dessa envergadura.

A comunidade do Porto de Santos e a região da Baixada Santista devem assumir a defesa das ações até agora colocadas em prática, de forma surpreendente pelo atual ministro de Portos e Aeroportos. É preciso evitar a politização de um projeto técnico avançado, por interesses pessoais do governador do Estado de São Paulo. Nunca, em quase cem anos, foi possível perceber tão concretamente a construção dessa tão sonhada e politizada ligação a seco, do canal do principal porto do hemisfério sul. Da qual já ocorreu até a solene inauguração da sua maquete, pelo candidato José Serra.

Pela excelente formação engenheira do atual governador de São Paulo, quando recentemente à frente do ministério da Infraestrutura promoveu a reforma festiva da ponte dos Barreiros, em São Vicente, ficou claro o seu pouco caso com o desenvolvimento da região entorno do Porto de Santos. Do mesmo modo que, até o final da sua gestão, tratou o túnel submerso. Essa ponte atravessa um trecho da malha hidroviária do canal do porto; entretanto, quando dessa sua reforma, o seu calado aéreo foi mantido com altura que impede a passagem de barcaças com contêineres. Tratava-se de oportunidade por excelência para ampliar a rede logística do porto e estender o seu comércio aos municípios vizinhos. Como ocorre nos principais portos mundiais.

O governador de São Paulo, no caso do túnel, situa-se num horizonte conflitante com a região da Baixada Santista. Isso prejudica sobremaneira o desenvolvimento de outros potenciais para gerar trabalho e riqueza, a partir de ações estaduais. Por exemplo, a ligação rodoviária Parelheiros-Itanhaém é, também, um projeto tão importante quanto o túnel. Está prevista para iniciar neste governo, a construção do porto de águas profundas entre São Vicente e Praia Grande.

Com certeza, o ministro Márcio França irá recorrer ao governador, no que for necessário de esforço do Estado de São Paulo na sua área. É o caso de prováveis tratativas para destravar a empacada construção da estrada de Parelheiros à Itanhaém, como estrutura de uma nova logística ampliada, com o recebimento de navios com calados que superam a atual profundidade de acesso ao Porto de Santos. Por isso, convém que o governador não atrapalhe a construção do túnel submerso.

PETROLÍFERO

Valor - SP   20/06/2023

Novos projetos não entram em operação até 2024 e reduzir reinjeção é inviável

Marcelo Mendonça, da Abegás, diz que a simples tomada de decisão imediata por uma política para o gás natural só será concretizada cinco anos à frente — Foto: Divulgação

A proposta do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de aumentar a oferta de gás natural a curto prazo para reduzir preços e ajudar a viabilizar a reindustrialização esbarra em aspectos técnicos, econômicos e ambientais. O ministro afirma que a Petrobras e outras petroleiras poderiam destinar mais gás para o mercado reduzindo a reinjeção, mas a prática é utilizada para reduzir emissões de gases de efeito estufa e aumentar a extração de petróleo. Além disso, novos projetos com participação da Petrobras, que podem aumentar a oferta de gás natural, estão em andamento, mas não devem entrar em operação neste ano.

O ministro aposta as fichas no programa Gás para Empregar, que pretende aumentar a oferta e reduzir os preços do gás para a indústria, de modo a reduzir a dependência externa de insumos considerados estratégicos para a indústria nacional. No Brasil, as termelétricas são o principal grupo consumidor de gás natural no país, seguido pelas indústrias. A estimativa do MME é que o programa possa contar com R$ 94,6 bilhões em investimentos do setor privado para garantir a oferta adicional de 14 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural no mercado. Além do setor privado, o governo conta com a participação mais ativa da Petrobras no projeto.

O foco de Silveira com o Gás para Empregar é com o setor de fertilizantes, área em que o Brasil é dependente de importações. Para Silveira, o gás barato vai incentivar projetos nacionais de fertilizantes. Em evento do Esfera Brasil, na semana passada, o ministro disse que o MME quer discutir “com maior seriedade” a oferta maior de gás com todas as petroleiras. “É possível que esse gás chegue em maior quantidade e, já de imediato, em menor preço, para que nós possamos reindustrializar e gerar empregos”, afirmou o ministro.

Brasil tem reservas ínfimas frente aos maiores produtores de gás e fertilizantes

O tema veio à tona com declarações de Silveira em entrevista ao Valor, na semana passada, na qual acusou a Petrobras de ser negligente com a política de gás do governo. Posteriormente, o ministro recuou, mantendo a tese de que a empresa pode elevar rapidamente a oferta, reduzindo a reinjeção de gás natural nos poços. Declarações recentes do presidente da companhia, Jean Paul Prates, de que “não está sobrando gás” no país suscitaram a série de críticas de Silveira ao comando da petroleira.

No Palácio do Planalto, a ordem é colocar panos quentes na rusga entre Prates e Silveira. Integrantes do gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm se movimentado para não deixar que a ferida, exposta na entrevista ao Valor, continue a crescer, contaminando o clima no governo.

Segundo relatos, Prates ficou extremamente contrariado durante a reunião ministerial no Planalto na última quinta-feira, ao tomar conhecimento das declarações de Silveira. O ministro teria saído da sala momentos depois da publicação da entrevista e não mais apareceu, alegando outros compromissos. O mal-estar, no entanto, ficou evidente.

Apesar desse movimento de contemporizar a situação, a simpatia por Silveira dentro do Palácio do Planalto, entre ministros e o presidente Lula, é bem maior do que por Prates. O ministro tem, inclusive, uma relação mais próxima com o presidente do que o presidente da estatal petrolífera.

Em meio aos desejos de Silveira de elevar a produção de gás, um obstáculo é que o Brasil tem reservas ínfimas em relação aos maiores produtores de gás e fertilizantes e o quadro não deve melhorar, mesmo com novas ofertas de gás, de acordo com especialistas ouvidos pelo Valor. O Brasil tem registradas 12 trilhões de pés cúbicos (TCF) de reservas provadas de gás natural em 2022, contra cerca de 400 TCFs dos Estados Unidos, 870 TCFs do Catar e 1.321 TCF da Rússia, maior exportador de fertilizantes e um dos principais agentes do mercado global de gás natural, entre outros países.

“Somos um país petrolífero, não gasífero”, disse uma fonte. Além disso, a produção de gás natural nos grandes produtores é em terra, com custos de extração muito mais baixos em relação ao Brasil, cujas reservas estão localizadas no mar e em águas ultraprofundas. Na Rússia, por exemplo, o custo de produção de gás gira entre US$ 2 e US$ 3 por milhão de BTUs (unidade de medida de gás natural), contra cerca de US$ 12 por milhão de BTU no Brasil. Os Estados Unidos exploram o “shale gas”, extraído de rochas sólidas de xisto. A possível exploração do “shale gas” no Brasil foi vetada há cerca de dez anos, por meio de ações judiciais.

O ponto principal do ministro é contra a reinjeção. O pré-sal é área exploratória responsável por três quartos da produção nacional de petróleo e gás. Só que o gás natural é encontrado associado ao petróleo, o que exige separação e envio pela infraestrutura existente. Silveira afirmou que o Brasil reinjeta 44,6% do gás produzido, contra 23% do continente africano e 12,5% dos Estados Unidos.

Um dos motivos para a reinjeção é econômica. As companhias de petróleo, especialmente a Petrobras, devolvem ao subsolo parte do gás extraído para retirar mais petróleo dos poços. A prática pode resultar em até 20% a mais de petróleo - em torno de sete vezes mais valioso comercialmente do que o gás. Mais petróleo produzido, dizem as fontes, representa mais royalties e participações especiais.

Outra razão é ambiental: 40% do insumo reinjetado é CO2 associado ao gás natural. Ou seja, caso o gás não fosse reinjetado, o CO2 seria separado e lançado na atmosfera, piorando os indicadores ambientais das companhias. Além disso, a separação completa do gás natural e do CO2 necessita de equipamentos de alto custo.

Há ainda o fato de que a aplicação da reinjeção para elevar a extração de óleo é decidida projeto a projeto na exploração dos campos do pré-sal. O que se reinjeta hoje é resultado do que foi estudado há alguns anos e aprovado por órgãos do próprio governo, como a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Procurados, a Petrobras e o MME não responderam até o fechamento da edição.

A expansão da oferta de gás está no radar da Petrobras, que projeta um aumento na produção de mais de 50 milhões de metros cúbicos por dia (m3 /dia). Um desses projetos é o Rota 3, gasoduto de cerca de 350 quilômetros de extensão que escoará o gás produzido em campos do pré-sal na Bacia de Santos até uma unidade de processamento de gás natural (UPGN) no Polo Gaslub (antigo Comperj). O duto terá capacidade de escoar 18 milhões de m3 /dia e tem previsão de entrar em operação até o fim de 2024. Esse gás é o que está mais perto de ser viabilizado no país.

Outro projeto é a exploração de campos localizados na Bacia Sergipe-Alagoas, com perspectiva de aumentar a oferta em outros 18 milhões de m3 /dia. Além disso, há o projeto de exploração do bloco BM-C-33, na Bacia de Campos, que tem a Equinor como operadora, com participação da Repsol Sinopec e da Petrobras, e que deve adicionar outros 16 milhões de m3 /dia. Estes dois projetos estão com a operação comercial prevista para 2028. Segundo fontes, parte dessa nova oferta visa compensar campos com declínio de produção. Ou seja, os acréscimos de volume previstos serão parcialmente compensados pela queda na extração em outras regiões.

Marcelo Mendonça, diretor de Estratégia e Mercado da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), avalia que a simples tomada de decisão imediata por uma política para o gás natural só será concretizada cinco anos à frente, mas já é suficiente para movimentar todos os elos da cadeia do setor. Para o curto prazo, o executivo vê espaço para realização de investimentos que otimizem o uso da infraestrutura de gás existente, ao mesmo tempo que se viabilizam novos projetos de escoamento, transporte e distribuição.

Ele lembra que medidas para fomentar a demanda e que podem significar uma oferta adicional de gás podem vir de outros segmentos da economia, como o setor de transportes. Nele, é possível consumir mais 30 milhões de m3 /dia com a substituição do óleo diesel por GNV. Enquanto para os produtores um eventual aumento na oferta de gás entre 5 milhões de m3 /dia e 10 milhões de m3 /dia parece pouco, para os consumidores, qualquer incremento é importante. “Um milhão de m3 /dia é mais do que a demanda em muitos Estados do país”, disse Mendonça.

Valor - SP   20/06/2023

Recursos destinados a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação atingiram recorde de R$ 4,4 bilhões em 2022 no Brasil

Maia: Empresas vão ser importantes para financiar transição energética — Foto: Divulgação

Os recursos destinados por empresas de petróleo e gás a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, conhecidos como PD&I, atingiram recorde de R$ 4,4 bilhões em 2022 no Brasil. É o maior montante desde 1998, início da série histórica da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O órgão é responsável por regulamentar e fiscalizar a aplicação dos recursos pelas petroleiras e busca ampliar a destinação para iniciativas ligadas à transição energética e à proteção do meio ambiente.

A lei 9.478, de 1997, instituiu a ANP e estabeleceu que a agência deve estimular a pesquisa e a adoção de novas tecnologias para o setor. Por esse motivo, os contratos celebrados entre a agência reguladora e as empresas petrolíferas dispõem de cláusulas que estabelecem a obrigação de realização de despesas com pesquisa, desenvolvimento e inovação pelas companhias.

Em 2021, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) publicou uma resolução orientando a ANP a priorizar a destinação dos recursos de PD&I a temas ligados à transição energética. A inclusão desses temas explicitamente na regulamentação da ANP trouxe maior segurança jurídica para as empresas, avaliam diretores da agência, e levou a um aumento das cifras nos últimos anos.

O total investido passou de R$ 1,4 bilhões em 2020 para R$ 3 bilhões em 2021 e chegou a R$ 4,4 bilhões em 2022. Os números foram fornecidos pela ANP sem correção inflacionária.

Apesar de as empresas estarem destinando mais recursos para projetos de desenvolvimento e apoio a tecnologias verdes, iniciativas de descarbonização e impacto ambiental, o grosso dos investimentos continua sendo destinado a pesquisas sobre a própria produção de petróleo.

Dos cerca de R$ 13 bilhões investidos entre os anos de 2018 e 2022, 56% foram destinados para esse fim, enquanto apenas 10% foram para projetos de proteção ambiental e 5% para transição energética.

Os dados foram apresentados pelo diretor da ANP Daniel Maia em uma conferência brasileira na Nor-Shipping, feira de navegação na Noruega, no começo do mês.

“Obviamente o core business delas [das empresas] é o setor de óleo e gás. É isso que isso dá sustentabilidade financeira à empresa e vai dar sustentabilidade a essas empresas durante alguns anos. Então elas tendem, sim, a focar em novas áreas de exploração e produção”, disse o diretor da ANP ao Valor.

Maia ressaltou, no entanto, que as grandes empresas já têm uma tendência de investimentos crescentes em renováveis e transição energética. “Já há uma tendência de migrar para uma empresa de energia do ponto de vista da sua própria sustentabilidade no contexto de transição e descarbonização”, observou.

Do lado da ANP, a diretoria afirma estar empenhada em dar mais transparência e agilidade para os processos. Como parte da estratégia, integrou, em maio, a área de pesquisa em desenvolvimento à de sustentabilidade e meio ambiente. “A ideia é que juntos numa mesma área na agência a gente consiga dar uma maior sinergia entre o olhar de meio ambiente e sustentabilidade com o de pesquisa e desenvolvimento e inovação”, disse Maia.

Para o diretor, as empresas do setor de óleo e gás vão ter um papel importante no financiamento da transição energética por meio do programa de desenvolvimento em pesquisa. “É um volume realmente importante que pode ser utilizado para fomentar o setor de renováveis e a redução de emissões, sobre o qual a agência tem se debruçado”, concluiu.

Segundo a ANP, 433 projetos financiados pela cláusula de PD&I foram contratados entre 2018 e 2022 nas áreas de energia solar, hidrogênio, energia eólica, captura e armazenagem de carbono, modelagem e prevenção de impactos ambientais, entre outros. Atualmente, há 207 projetos em andamento sobre esses temas, correspondendo a um montante de R$ 1,1 bilhão.

*A repórter viajou a convite do governo da Noruega

Valor - SP   20/06/2023

O petróleo WTI com entrega prevista para agosto recuou 0,86%, a US$ 71,31 por barril, enquanto o Brent para o mesmo mês cedeu 0,68%, a US$ 76,09 por barril

O petróleo fechou em queda nesta segunda-feira (19) num dia em que o mercado operou sob liquidez baixa por conta de um feriado nos EUA que manteve os negócios fechados em Wall Street. A força do dólar ante moedas pares também contribuiu para a fraqueza da commodity, que aguarda um novo corte de juros do Banco Popular da China (PBoC, na sigla em inglês).

O petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para agosto recuou 0,86%, a US$ 71,31 por barril. Já o Brent, a referência global, para o mesmo mês cedeu 0,68%, a US$ 76,09 por barril.

A commodity energética foi afetada por uma postura mais cautelosa de investidores, diante da fraca liquidez nos mercados globais. De acordo com dados do Market Watch, o contrato contínuo do petróleo WTI operou com cerca de um terço da liquidez diária média das últimas 65 sessões.

Se o petróleo e demais ativos de risco desempenharam mal hoje, o dólar ganhou força ante pares globais e seu índice DXY — que mede a variação da moeda americana em relação a seis divisas de economias desenvolvidas — subia 0,27%, a 102,518 pontos, por volta de 15h20 (de Brasília).

A força do dólar no exterior tende a reduzir a demanda por commodities cotadas na moeda americana, já que o movimento as encarece a investidores que negociam com outras divisas.

Além disso, o petróleo vem de uma semana bastante positiva em que subiu mais de 2%. No entanto, os contratos permanecem na “faixa de negociação inferior entre US$ 70 e US$ 80 e mostrando poucos sinais de quebra em qualquer direção”, avalia Craig Erlam, analista sênior de mercados da Oanda.

Para ele, uma “virada” na perspectiva da economia global pode apoiar o petróleo, mas a recente postura agressiva de bancos centrais em mercados desenvolvidos pode ser um obstáculo.

Na direção contrária da maioria dos principais BCs do mundo, o PBoC deve reduzir suas Loan Prime Rates (LPRs) de um e cinco anos — principais instrumentos monetários do BC chinês — entre a noite de hoje e a madrugada de amanhã. Analistas têm lido os recentes movimentos do PBoC como um indicativo de que Pequim deve adotar mais estímulos à economia em breve.

Vice-presidente sênior da Rystad Energy, Jorge Leon crê que o petróleo deve evoluir muito de acordo com a efetividade dos estímulos a serem adotados na China. Para ele, a commodity apresentará fundamentos positivos e o mercado ficará mais otimista nas próximas semanas. “A pressão ascendente dos preços irá materializar-se em breve”, resume em comentário enviado a clientes.

Petro Notícias - SP   20/06/2023

A japonesa Modec anunciou recentemente um novo avanço na construção do navio-plataforma (FPSO) que será instalado no campo de Bacalhau, na Bacia de Santos. A embarcação deixou o estaleiro Dalian Shipbuilding Industry Co. (DSIC), na China, e partiu rumo a Singapura, onde será realizada a integração dos módulos e comissionamento da embarcação. O primeiro óleo da unidade está previsto para 2025.

Como noticiamos recentemente, a conclusão das obras do casco do navio aconteceu em maio. A embarcação marca a primeira aplicação do casco modelo M350 da Modec, desenvolvido para uma nova geração de FPSOs. O navio conta com design de casco duplo completo e foi desenvolvido para acomodar um topside maior.

Com uma capacidade de produção de 220 mil barris por dia, o que equivale a uma planta terrestre de processamento de óleo e gás com uma área de 10 quilômetros quadrados, o peso do módulo superior de tratamento de óleo e gás do FPSO Bacalhau chega a 50 mil toneladas. A embarcação inteira tem até 34 mil tubos, pesando cerca de 4 mil toneladas, e o comprimento total dos cabos é de cerca de 800 mil metros.

O campo de Bacalhau será operado pela petroleira norueguesa Equinor (40%), em parceria com ExxonMobil (40%), Petrogal Brasil (20%) e Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA, gestora do contrato de partilha; não investidora). A Modec, por sua vez, foi contratada pelo consórcio para conduzir a engenharia, a aquisição, a construção e a instalação da embarcação. O FPSO de Bacalhau será operado pela Modec durante seu primeiro ano de atividades. Depois, a Equinor assumirá o controle da instalação até o final do período de licença.

Petro Notícias - SP   20/06/2023

Mais um gigante dos mares a caminho do pré-sal brasileiro. A holandesa SBM Offshore anunciou hoje (19) que o navio-plataforma (FPSO) Sepetiba partiu do estaleiro Bomesc, na China, rumo ao campo de Mero, na Bacia de Santos. O primeiro óleo da embarcação está previsto para o segundo semestre de 2023. Antes de ser instalado no campo, o navio fará uma parada em águas abrigadas de Angra dos Reis (RJ), onde passará por inspeções técnicas e legais, previstas para setembro.

O FPSO passou com sucesso pelas fases de integração dos topsides e comissionamento onshore no estaleiro Bomesc. Este será o o terceiro FPSO do modelo Fast4Ward da SBM Offshore. Para lembrar, o Fast4Ward é um programa da SBM que sistematiza o processo de construção da embarcação, com o objetivo de reduzir os custos e acelerar o tempo de entrega ao mercado.

A SBM Offshore possui um contrato com a Petrobrás para o arrendamento e operação de 22 anos e seis meses do FPSO Sepetiba. O navio terá capacidade para produzir até 180.000 barris de óleo por dia e tem capacidade de armazenamento de 1.400.000 barris de óleo. A Petrobrás é a operadora do campo de Mero, com 38,6% de participação, em parceria com a Shell Brasil (19,3%), TotalEnergies (19,3%), CNPC (9,65%), CNOOC Petroleum Brasil (9,65%) e Pré-Sal Petróleo S.A -PPSA (3,5%), como representante da União na área não contratada.

AGRÍCOLA

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   20/06/2023

A menos de um mês do início do Plano Safra 2023/24, que vai vigorar a partir de 1º de julho, a indústria de máquinas agrícolas mantém a expectativa de mais recursos para o financiamento destes equipamentos.

A perspectiva é de que o Moderfrota, principal linha de financiamento de máquinas, seja um dos programas-chave da política agrícola do governo federal e tenha taxas de juros mais atrativas, segundo fabricantes.

Montadoras estimam que o total a ser disponibilizado no programa para o próximo ciclo será de R$ 13 bilhões a R$ 34 bilhões, conforme proposto pela Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

O governo, por sua vez, sinaliza a intenção de reforçar o Moderfrota, mas em valores ainda não detalhados.

Para a safra 2022/23, o Ministério da Agricultura destinou inicialmente R$ 8,764 bilhões para o Moderfrota.

Porém, com complementações feitas ao longo deste ano, atendendo à reivindicação da indústria, o montante disponível para a linha chegou a aproximadamente R$ 11 bilhões, segundo cálculos de fontes da pasta.

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