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19 de Outubro de 2023

SIDERURGIA

Diário do Comércio - MG   19/10/2023

O Encontro Nacional de Engenharia e Consultoria Estrutural, evento realizado anualmente pela Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE), consagrou os vencedores do 5º Concurso CBCA para Estudantes de Engenharia. O projeto premiado, de alunos da Universidade Federal de Lavras (UFLA), propõe destacar a importância do aço como componente essencial para a construção de edifícios no Brasil.

A proposta da pesquisa, agraciada com o prêmio de R$ 10 mil reais, visa encontrar soluções que sejam eficazes e inovadoras no enfrentamento do déficit habitacional no Brasil, unindo a esfera acadêmica com a prática profissional, proporcionando maior colaboração entre alunos e professores.

De acordo com a organização, a escolha do vencedor é avaliada a partir de critérios como o correto e apropriado uso do aço, considerando os requisitos que uma estrutura deve atender de estática, segurança e funcionalidade. Foram avaliados também aspectos para a viabilidade construtiva dos edifícios, que envolvem a fabricação, o transporte e a montagem da estrutura, incluindo a concepção das ligações entre as peças.

O objetivo final, a partir dos incentivos recebidos, bem como dos estudos desenvolvidos pelo projeto que valoriza o aço, é que novas pesquisas sejam desenvolvidas, explorando o potencial da matéria-prima, novas tecnologias e possíveis aplicações.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   19/10/2023

A possibilidade de o Banco Central ser forçado a encerrar o ciclo de cortes com uma Selic acima do esperado pelo mercado existe, mas é hoje “bastante baixa”, por conta da dinâmica benigna da inflação corrente e da perspectiva de que o real deve se valorizar até o fim do ano que vem. A avaliação é do economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, que espera queda dos juros para 9,25% no fim de 2024.

“Se o real depreciar muito mais e for para R$ 5,20 ou R$ 5,30, os modelos do BC vão indicar um IPCA mais próximo de 3,3% a 3,4% no ano que vem, e o espaço para cortar a Selic pode ser diminuído em 50 a 75 pontos-base. Mas, com o nosso diferencial de juros ainda grande, a inflação comportada, a economia resiliente e alguma - eu espero - continuidade da agenda fiscal do governo, eu acho a chance bastante baixa”, disse Honorato em entrevista ao Estadão/Broadcast.
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Após a surpresa com o IPCA de setembro, com alta de 0,26% (o mercado esperava 0,32%), o cenário do Bradesco já indica que a inflação deste ano deve ficar mais próxima de 4,65% do que da projeção oficial do banco, de 4,8% - e, portanto, abaixo do teto da meta (4,75%). Já no ano que vem, o economista espera inflação de 3,6%. A seguir, os principais trechos da entrevista:

O que o cenário de uma curva de juros mais alta nos Estados Unidos significa para o Brasil?

O Brasil está numa posição muito sólida nas contas externas, então o canal de transmissão do balanço de pagamentos (a conta das relações comerciais de um país com outras nações) parece ter pouco risco. Obviamente, quanto mais altas as taxas de juros (nos EUA), menor o crescimento global e menores os preços de commodities, e isso tende a afetar um pouco as exportações brasileiras, mas não a ponto de levar a uma crise da nossa moeda. O grande ponto de atenção do Brasil são as contas públicas locais, mas o governo tem colocado no arcabouço fiscal a promessa de um compromisso de médio prazo com o ajuste fiscal, então parece que o mercado dá algum tempo para essa análise.
Não temos, então, um risco forte para o real?

O dólar está num ponto bastante forte na economia global. Não é que com o Treasury (título do Tesouro americano) entre 4,5% e 5% o dólar vá ter uma nova rodada de apreciação para acontecer, ele já está bastante forte. E eu diria que, à medida que o tempo passa e a economia americana vai se enfraquecendo, em 2024, é mais provável que o dólar se enfraqueça do que se fortaleça. E o real está em um dos momentos mais desvalorizados da história. Não me surpreenderia que, com os Treasuries entre 4,5% e 5%, o real fique mais ou menos onde está. À medida que a economia americana vai enfraquecendo e o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) comece a cortar os juros, vemos espaço para o real se fortalecer e ir para o nível de R$ 4,80 por dólar que temos no cenário.
No último relatório mensal, vocês reforçaram a expectativa de redução da Selic a 9,25% no fim do ciclo, mas reconheceram que um enfraquecimento adicional do real - em decorrência dos juros mais altos nos EUA - poderia obrigar o Banco Central a cortar menos a taxa básica. Qual é a chance desse cenário se materializar?

Duas coisas curiosas estão acontecendo na economia brasileira neste momento, apesar da volatilidade global. Uma é a dinâmica da inflação corrente, com núcleos bem comportados, que mostram um processo corrente de inflação bastante benigno e até melhor do que eu esperava. O segundo componente é que, apesar dessa enorme volatilidade global e depreciação do real, a defasagem dos preços de combustíveis sugere que há espaço para uma queda dos preços locais, especialmente da gasolina. Quando transportamos isso para a nossa réplica dos modelos de inflação do BC, as projeções estão idênticas às do último Copom, apesar da desvalorização do real. Isso motivou a manutenção para a nossa projeção de Selic. O risco é muito mais de nós estarmos errados na moeda: se o real deprecia muito mais e, em vez de R$ 4,80, for para R$ 5,20 ou R$ 5,30, os modelos do BC vão indicar um IPCA mais próximo de 3,3% a 3,4% no ano que vem, e o espaço para cortar a Selic pode ser diminuído em 50 a 75 pontos-base. Mas, com o nosso diferencial de juros ainda grande, com a inflação bem comportada, com a economia resiliente e com alguma - eu espero - continuidade da agenda fiscal do governo buscando as receitas, eu acho que a chance é bastante baixa.

O relatório Focus mostrou queda das expectativas do mercado para o IPCA de 2023 a 4,75%. Cresceu a probabilidade de o BC cumprir a meta este ano?

Cresceu bastante. Nós publicamos o nosso cenário na terça-feira, 10, e o IPCA foi divulgado na quarta. Se fôssemos publicar o cenário hoje, a nossa projeção estaria mais próxima de 4,65% do que do 4,8% que a gente tem. As coletas de preços estão muito comportadas e não está com cara de que a Petrobras vá precisar fazer um aumento dos preços de combustíveis.
Mesmo assim, o mercado ainda espera que o IPCA fique acima do centro da meta em 2024 e ao longo de todo o horizonte do relatório Focus. O que falta para que as expectativas caiam em direção ao centro da meta, de 3%?

Temos nos perguntado muito isso. No final das contas, é como se olhássemos para a política econômica do Brasil e do mundo nos próximos anos e disséssemos o seguinte: a inflação compatível com o arcabouço, com o grau de abertura e com o nível de indexação da economia brasileira talvez seja mais próxima de 3,5%. Mas por que essa reavaliação acontece no IPCA e não na Selic, com um juro real mais alto? O juro real que temos para a frente, entre 4,5% a 5%, já é tão elevado que o mercado entende que a inflação tende a flutuar entre 3% e 3,5% com esse nível de juro real, e que dificilmente o Banco Central elevaria esse juro real a 6,5% ou 7% para ganhar 50 pontos-base a menos de IPCA, dado que o gasto público vai continuar com crescimento real e que não há uma mudança na agenda de indexação.
Não se trata, então, de uma preocupação maior com a mudança na composição do Copom a partir do fim deste ano e, ainda mais, com a troca na presidência do Banco Central a partir do fim de 2024?

O nosso cenário-base é de que o governo vai ter a responsabilidade de indicar membros que vão jogar a cartilha do BC, que tem suas regras, seus modelos. É claro que se a indicação for muito diferente do que se imagina você pode ter mais riscos para o nível terminal da inflação e dos juros. Mas, pensando nos incentivos políticos, eu acho muito improvável que o governo queira indicar alguém para a presidência do BC que vá tomar muito risco na política monetária ao longo de 2025, o que levaria a uma chance de alta da inflação no ano eleitoral, em 2026.
Vocês esperam um déficit primário de 0,8% do PIB para o setor público consolidado em 2024. É possível que o governo consiga cumprir a meta fiscal de zerar o déficit primário no ano que vem?

Me parece muito difícil, mas o número pode ser melhor do que estamos esperando. Nós temos no cenário cerca de R$ 80 bilhões dos quase R$ 170 bilhões que o governo precisaria de arrecadação (para zerar o déficit). Se houver surpresas nessa arrecadação, nós vamos mudar para baixo a projeção. Queremos olhar a tramitação da agenda legislativa para poder ter mais segurança de se é possível chegar mais perto da meta. Por outro lado, tem a dúvida a respeito de qual é a disposição genuína do governo para contingenciar em 2024 o que é necessário para cumprir a meta. Essa é uma informação de um governo novo, que vamos aprender ao longo do ano que vem. O déficit pode ser menor do que nós estimamos justamente porque esses dois elementos estão sob controle do governo: se a equipe econômica conseguir convencer o Congresso a arrecadar mais, e se tiverem a disposição de contingenciar, o déficit vai ser menor. Eu acho que eles tendem a surpreender o mercado positivamente, que o déficit tende a ser menor do que o 0,8%.
E o que faltaria para chegar ao déficit zero?

Para chegar ao déficit zero, acho que precisaria da combinação de uma economia que cresce muito mais do que estamos esperando - mais perto de 3% a 3,5% do que de 2% - com alguma ajuda do petróleo, que melhorasse a arrecadação de royalties e gerasse um ganho excepcional de receitas. Mas é difícil enxergar um cenário como esse com uma inflação entre 3% e 3,5%. Se a economia crescer muito mais e os preços de petróleo estiverem muito mais altos, provavelmente a inflação vai ser maior e a Selic tende a ser um pouco mais alta. Por isso, achamos que a projeção de um déficit de 0,8% do PIB hoje equilibra os riscos do cenário enquanto não conhecermos a disposição do governo ao contingenciamento e a totalidade do que serão as medidas de arrecadação.

IstoÉ Online - SP   19/10/2023

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, avançou 0,22% na segunda quadrissemana de outubro, desacelerando ante o ganho de 0,27% observado na primeira quadrissemana deste mês, de acordo com dados publicados nesta quarta-feira, 18, pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Na segunda leitura de outubro, quatro dos sete componentes do IPC-Fipe perderam força: Habitação (de 0,53% na primeira quadrissemana para 0,21% na segunda quadrissemana), Transportes (de 0,39% a 0,13%), Despesas Pessoais (de 1,43% a 1,34%) e Vestuário (de 0,23% a 0,13%).

Por outro lado, houve aceleração de uma quadrissemana para a outra na categoria Saúde (de 0,41% a 0,45%) e deflação mais fraca em Alimentação (de -0,78% a -0,34%).

Já os custos de Educação tiveram alta marginal de 0,03% na segunda estimativa de outubro, repetindo a variação da prévia anterior.

Veja abaixo como ficaram os componentes do IPC-Fipe na segunda quadrissemana de outubro:

– Habitação: 0,21%

– Alimentação: -0,34%

– Transportes: 0,13%

– Despesas Pessoais: 1,34%

– Saúde: 0,45%

– Vestuário: 0,13%

– Educação: 0,03%

– Índice Geral: 0,22%

Infomoney - SP   19/10/2023

A economia da China cresceu em um ritmo mais rápido do que o esperado no terceiro trimestre, enquanto o consumo e a atividade industrial em setembro também surpreenderam positivamente, sugerindo que a recente enxurrada de medidas estatais está ajudando a reforçar uma tentativa de recuperação.

O rápido enfraquecimento do crescimento na segunda maior economia do mundo desde o segundo trimestre levou as autoridades a intensificar suas medidas de apoio, com o lote de dados desta quarta-feira indicando que o estímulo está começando a ganhar força, embora uma crise imobiliária e outros ventos contrários continuem a representar riscos para as perspectivas.

O Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu 4,9% no período de julho a setembro em relação ao mesmo período do ano anterior, mostraram os dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas, contra expectativas de analistas em uma pesquisa da Reuters de aumento de 4,4%. Ainda assim, o avanço foi mais lento do que a expansão de 6,3% no segundo trimestre.

Em uma base trimestral, o PIB cresceu 1,3% no terceiro trimestre, acelerando em relação aos 0,5% revisados do segundo trimestre e acima da previsão de crescimento de 1,0%.

“Parece que todo esse estímulo está finalmente começando a surtir efeito, com uma ampla melhora no crescimento, nas vendas no varejo, na produção industrial e no desemprego”, disse Matt Simpson, analista sênior de mercado do City Index.
Corda bamba

O governo está caminhando em uma corda bamba ao tentar restaurar o equilíbrio econômico, com as autoridades de política monetária tendo que lidar com uma crise imobiliária doméstica, o alto índice de desemprego entre os jovens, a confiança deprimida do setor privado, a desaceleração do crescimento global e as tensões sino-americanas sobre comércio, tecnologia e geopolítica.

Nas últimas semanas, Pequim divulgou uma série de medidas, mas sua capacidade de estimular o crescimento foi prejudicada por temores sobre os riscos da dívida e um yuan frágil, que foi duramente atingido este ano devido à ampliação dos diferenciais de rendimento, conforme as taxas de juros globais permanecem elevadas, lideradas pela campanha de aperto do Federal Reserve.

Ainda assim, o impulso da recuperação sugere que a meta de crescimento do governo para todo o ano de 2023, de cerca de 5,0%, provavelmente será alcançada.

“A melhora nos dados econômicos do terceiro trimestre torna menos provável que o governo lance estímulos no quarto trimestre, já que a meta de crescimento de 5% deve ser alcançada”, disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management.

A produção industrial da China em setembro cresceu 4,5%, mais forte do que o esperado, em relação ao mesmo período do ano anterior, mas o ritmo ficou inalterado frente a agosto, de acordo com dados separados. Analistas esperavam um aumento de 4,3%.

O crescimento das vendas no varejo, um indicador do consumo, também superou as expectativas, aumentando 5,5% no mês passado e acelerando em relação aos 4,6% de agosto. Os analistas esperavam que as vendas no varejo crescessem 4,9%.

IstoÉ Dinheiro - SP   19/10/2023

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira, 18, que a inflação corrente tem surpreendido positivamente no Brasil, sobretudo na parte qualitativa. “A parte de núcleos também tem tido uma surpresa positiva”, comentou o banqueiro central, em evento do Credit Suisse.

Campos Neto destacou ainda que a inflação do Brasil tem se comportado melhor do que a média global indicaria. Repetiu, ainda, que foi importante manter o centro da meta de inflação em 3% para promover uma redução das expectativas de IPCA de longo prazo.

O presidente do BC salientou também que o Brasil tem juros reais altos, mas que o diferencial em relação a outros países diminuiu ao longo dos anos. Ainda repetiu que é necessário avançar na agenda de recuperação de crédito.

“É um tema super importante, grande parte do problema está no fato de a recuperação de crédito ser judicial”, comentou Campos Neto.

O presidente do BC ainda destacou que o Brasil é “disparado” o país que mais tem crédito direcionado, o que mantém os juros altos.

“Não é uma fala específica em relação ao que o BNDES está fazendo, ou ao que um banco A, B ou C está fazendo”, afirmou Campos Neto. “Quando o crédito direcionado caiu, o juro estrutural também caiu”, completou.
Desinflação nos debates internacionais

O presidente do Banco Central disse também que questionamentos sobre o caminho da desinflação à frente têm marcado debates internacionais, incluindo as últimas reuniões do FMI, no Marrocos.

“Uma das perguntas que surgiu muito nas reuniões internacionais é de onde vai vir a desinflação daqui para a frente”, disse Campos Neto.

O banqueiro central destacou que a inflação parou de cair em alguns países, em parte devido ao aumento dos preços de energia. Esses fatores levaram, inclusive, a um aumento nas projeções de inflação de alguns países para 2024.

Campos Neto salientou ainda que os preços do petróleo já sofriam “implicações” do arranjo entre Arábia Saudita e Rússia mesmo antes do conflito entre Israel e Hamas. Mas notou que grande parte dos países têm expectativas de inflação entrando no intervalo da meta, sobretudo para 2024 e 2025.

Sobre o Brasil, o presidente do BC voltou a destacar que a manutenção do centro da meta em 3% foi importante para ancorar as expectativas. Campos Neto disse ainda que os preços de alimentos continuam contribuindo para a desinflação no País.
Precificação da curva de juros dos EUA

Campos Neto disse ainda que a precificação da curva de juros norte-americana tem sido o principal tema de política mundial global.

“Em termos de política monetária, todos os olhos agora estão na precificação da curva americana”, disse ele, acrescentando que este é um dos primeiros momentos em que diversos países se referem ao tema da taxa de juros americana como um dos principais fatores para determinar os juros locais.

O presidente do BC acrescentou que há dúvidas no curto prazo sobre se o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode voltar a elevar os juros a partir de dezembro.

Sobre a curva, destacou que há incerteza sobre se existe um componente fiscal no aumento dos juros. “A grande pergunta é: será que tem alguma coisa de fiscal nessa curva de juros americana ou é uma coisa técnica?”, disse, lembrando que há dúvidas sobre o impacto de alguns programas fiscais nos EUA, mas também que a China tem vendido títulos do Tesouro americano.

O Estado de S.Paulo - SP   19/10/2023

Projeção de inflação sob controle em 2023 não é aval para afrouxamento dos juros

Depois da surpresa positiva da inflação de setembro, que subiu bem menos do que o esperado, pela primeira vez neste ano as projeções do mercado financeiro apontam para uma inflação dentro da meta em 2023. O Boletim Focus do Banco Central (BC), uma ponderação das previsões de cerca de 140 bancos, gestoras de recursos e consultorias, trouxe nesta semana a expectativa de 4,75% para o IPCA, índice oficial de inflação. É exatamente o teto da meta, fixada em 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo.

É uma perspectiva animadora. Afinal, a última vez que os cálculos do mercado financeiro convergiram para o intervalo da meta foi em meados de 2020, último ano em que o IPCA, com alta de 4,52%, ficou efetivamente dentro do limite imposto pelo Conselho Monetário Nacional. Mas ainda não passa disso: uma tendência que, evidentemente, pode mudar em algum dos dez boletins semanais previstos até o fim de 2023.

O bom senso indica que não é suficiente para aliviar as medidas que têm ajudado a manter a taxa sob controle. O próprio mercado entende dessa forma, já que, no mesmo relatório, as estimativas para a taxa básica de juros permanecem em 11,75%. Ou seja, com queda prevista de 0,5 ponto porcentual da Selic em cada uma das duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) ainda neste ano, avaliação que coincide com as mensagens expostas pelo BC nos comunicados das reuniões do Copom.

São bons os sinais de transparência e previsibilidade que têm orientado a comunicação entre o Banco Central e o mercado. Seria prudente o Palácio do Planalto captar essas mensagens ao invés de demonizar a política de juros, atribuindo exclusivamente a ela o fraco desempenho econômico do País. Uma inflação sob controle em 2023 – caso se concretizem as previsões – será um ótimo começo para 2024, este sim um ano mais desafiador, movido pelas consequências econômicas da tensão geopolítica externa e, internamente, sem a certeza de que a extraordinária potência do agronegócio se repetirá.

Ainda não é possível cravar que o País acertou a mão no controle inflacionário. Em 2021, o estouro de 10,06% deixou a inflação bem distante do teto tolerado, de 5,25%; em 2022, apesar dos esforços e até manobras para controlar a taxa em ano eleitoral – como a desoneração dos impostos federais sobre os combustíveis –, o IPCA terminou em 5,79%, quando o centro da meta era 3,5% e o teto, 5%.

Nesses dois últimos anos, o Banco Central foi obrigado a cumprir a praxe de escrever uma carta ao Ministério da Fazenda explicando os motivos de não ter conseguido manter a inflação dentro da meta. Desde que o sistema de metas foi implementado, em 1999, por sete vezes teve de cumprir a exigência. Neste ano, ao que tudo indica, o BC ficará livre do constrangimento de ter de justificar o não cumprimento de sua função básica e prioritária, apesar do cenário internacional adverso.

É apenas um começo. Para 2024 e 2025, com o centro da meta em 3%, a política monetária tende a ser mais austera. Mas a tarefa será facilitada caso as reformas estruturais avancem e melhorem a avaliação do Brasil.

O Estado de S.Paulo - SP   19/10/2023

Quase quatro meses após anunciar a adoção da meta contínua de inflação a partir de 2025, o governo Lula continua sem previsão para publicar o decreto que pactua a mudança do regime adotado hoje, de ano-calendário, para o novo formato.

Mais do que a falta de oficialização, a ausência do decreto gera receio entre agentes do mercado porque, até o momento, a equipe econômica deu poucas pistas de como será a nova sistemática.

Sem informações, há preocupações no mercado tanto em relação às expectativas de inflação para 2025 e 2026 — em 3,5% no boletim Focus, acima do alvo de 3% — quanto sobre o horizonte relevante para perseguir a meta.

Interlocutores da Fazenda ouvidos pelo Estadão/Broadcast reforçam que os estudos sobre sistemas de meta contínua em outros países já foram apresentados ao ministro Fernando Haddad. Quando ele definir uma proposta para o Brasil, o modelo será apresentado ao restante da equipe econômica e ao presidente Lula.

A avaliação interna é que essa não é a pauta prioritária, tendo em vista a extensa agenda econômica no Congresso. Por ora, a equipe guarda a sete chaves os levantamentos feitos sobre o assunto e, mesmo nos bastidores, prefere não dar pistas sobre qual modelo teria mais simpatia da Fazenda.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast em setembro, o secretário de Política Econômica da pasta, Guilherme Mello, afirmou apenas que a Fazenda não costuma adotar a prática de simplesmente “copiar” uma experiência internacional — prefere, sim, fazer arranjos entre modelos bem-sucedidos e a realidade brasileira.

“Nós olhamos o padrão internacional, as melhores práticas, sopesamos isso com a realidade institucional brasileira, e decidimos por um modelo que depois vamos discutir com o restante dos interessados e levamos ao presidente”, disse.

No mercado, há quem diga que a incerteza sobre a condução do sistema de meta contínua ajuda a explicar as expectativas de inflação de 2025 e 2026 em 3,5% no boletim Focus, acima do alvo de 3%. Quando anunciou a mudança, o governo explicou que o atual regime ainda vai funcionar durante o ano de 2024. Há também quem se preocupe com a possibilidade de o governo usar o decreto que formalizará a meta contínua para fixar o horizonte que o Banco Central terá que perseguir.

Hoje, na prática, o BC tem flexibilidade, ao mirar no horizonte relevante da política monetária, e costuma trabalhar com um prazo de 18 meses para atingir a meta de inflação. Atualmente, como o sistema é por ano-calendário, se o objetivo não for cumprido em 12 meses, o presidente da autarquia precisa escrever uma carta para justificar o resultado.

“O medo é que o governo use o decreto para dizer que horizonte o BC tem que perseguir”, diz um ex-diretor do BC reservadamente. O formato da prestação de contas do Banco Central sobre o cumprimento da meta, via Relatório Trimestral de Inflação (RTI) ou carta aberta, e a periodicidade dessas publicações, entre outros pontos, têm importância menor para o mercado, acrescenta. “O relevante é se quiser escrever no decreto o horizonte. Seria muito ruim. O BC tem horizonte flexível, sinaliza, mas é flexível, e permite alongar (o cumprimento da meta)”, completa.

A Fazenda não deu sinais exatamente claros sobre o assunto quando anunciou o novo regime. Em junho, Haddad afirmou durante a coletiva de imprensa após a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) que, “na prática”, o horizonte para atingir o alvo inflacionário seria de 24 meses com a adoção da meta contínua, mas não explicou o porquê dessa afirmação.

Em outro momento, no mesmo dia, o ministro disse que a decisão do horizonte será do BC — alternativa que, em tese, vai ao encontro do que preferem agentes do mercado.

Apesar dos receios, profissionais de mercado ponderam que a elaboração do decreto da mudança de regime naturalmente exigiria tempo, sem descartar que o texto possa estar parado por questões operacionais. “Mas quanto mais demora, mais pulga atrás da orelha”, resume uma fonte.

Quando anunciou a adoção do novo sistema de meta de inflação a partir de 2025, junto da fixação do patamar em 3% para 2026, o governo conseguiu gerar um alívio no mercado. Passou a atribuir, inclusive, uma melhora nas expectativas de inflação e a possibilidade de início do corte de juros, em parte, ao anúncio.

À época, a decisão também serviu para acalmar as preocupações de que o governo petista poderia elevar a meta inflacionária justamente para acomodar uma política fiscal expansionista. O mercado, por sua vez, ainda guarda desconfianças com a agenda econômica, debate alimentado recentemente pela meta de déficit zero no orçamento do próximo ano.

A ala do PT que, no meio do ano, nutriu especulações sobre uma meta de inflação mais alta, também é frequentemente responsável por um fogo amigo em torno do alvo de Haddad de produzir um resultado primário neutro em 2024. O Ministério da Fazenda foi procurado para comentar o decreto da meta contínua de inflação, mas não houve retorno até a publicação deste texto.

O Estado de S.Paulo - SP   19/10/2023

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, negou nesta quarta-feira, 18, que tenha dado sinalizações sobre a política monetária a investidores em encontros fechados dos quais participou na semana passada, durante a reunião anual do FMI, no Marrocos.

“Eu, em nenhum momento, falei nada nem remotamente parecido com o que foi interpretado, de que a probabilidade de uma coisa era maior do que a outra”, disse, em evento do Credit Suisse. “Se um dia a gente fosse dar uma mensagem como essa, jamais seria uma reunião fechada, seria em uma reunião aberta como essa.”

Na última quarta-feira, 11, os juros futuros curtos subiram em resposta a rumores de que Campos Neto teria sinalizado a investidores que uma desaceleração do ritmo de cortes da Selic (a 0,25 ponto porcentual) seria mais provável do que uma aceleração (a 0,75 ponto).

Segundo ele, a fala que teria gerado confusão aconteceu em resposta a uma indagação sobre se a piora do cenário internacional havia causado também uma piora do balanço de riscos do BC. Então, surgiu outro questionamento sobre se a piora do balanço de riscos diminui a probabilidade de um corte de 0,75 ponto.

“É óbvio que sim, porque é uma distribuição que tem duas caudas, e você mexe o centro da distribuição. Na minha resposta, a minha preocupação era que as pessoas tivessem a interpretação de que a distribuição não é truncada, ou seja: quando você muda a distribuição do 0,75, muda a distribuição do 0,25 também. Mas em nenhum momento a gente falou que uma coisa era mais provável do que a outra”, disse.

No evento, Campos Neto aproveitou para reforçar que o BC entende que o ritmo de cortes de 0,5 ponto porcentual é adequado.

Dever de caso no fiscal

Campos Neto disse considerar importante que o Brasil faça o “dever de casa” na política fiscal. Ele lembrou que o aumento dos juros globais parece responder, ao menos em parte, a preocupações fiscais com economias desenvolvidas.

Ele reconheceu dificuldades em temas como cortar gastos, mas defendeu ser importante perseverar no processo de ajuste fiscal. “Eu já estou aqui há quase cinco anos, já passei por dois governos e muitas histórias são parecidas, sempre olhando o que dá para cortar de gastos, e é super complicado, porque a gente tem um orçamento que é muito carimbado, muito indexado”, comentou. “Acho que é importante persistir no fiscal.”

Campos Neto acrescentou que o processo de desinflação do Brasil tem variáveis melhores do que o observado no mundo desenvolvido, como a dinâmica da inflação de alimentos e uma menor pressão de renda das famílias.

“Não tem como dizer que ele vai continuar por muito tempo, não tem como fazer essa previsão. Mas eu acho que ele tem uma parte qualitativa melhor do que o que eu vejo em alguns países do mundo desenvolvido”, afirmou.

Em termos globais, Campos Neto afirmou ser possível que a inflação mundial estacione em “patamar mais alto”, acima do nível de 2% a 3%. “Pode ser que seja 3,5%, um pouco mais alto”, comentou.

Segundo o presidente do BC, a grande questão é a taxa de sacrifício que as economias aceitarão para levar a inflação para a meta, e em qual período. Ele destacou que, quanto mais a desinflação é postergada, mais tempo é necessário viver com juros mais longos, o que causa aperto de liquidez.

O Estado de S.Paulo - SP   19/10/2023

A maioria dos 12 distritos com praças do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, reportou à autoridade pouca ou nenhuma mudança na atividade econômica entre o fim de agosto e o início de outubro, segundo consta no Livro Bege. O documento, divulgado nesta quarta-feira, 18, agrega as impressões de agentes ouvidos pelo Fed sobre a economia.

“As perspectivas para a economia foram, no geral, descritas como estáveis ou com um crescimento ligeiramente mais fraco”, informa a publicação.

Entrevistados pelo banco notaram recuos pequenos a modestos na demanda por empréstimos. O crédito ao consumidor foi observado como estável ou saudável. Os números de gastos com consumo foram mistos, principalmente entre varejistas e vendedores de automóveis, devido às diferenças nos preços e nas ofertas de produtos, segundo o documento. As condições do setor imobiliário mudaram pouco, e o estoque de residências à venda permaneceu baixo.

A atividade industrial também foi mista, mas contatos de vários distritos observaram melhora nas projeções para o setor. As expectativas de empresas também foram mistas, aponta o Livro Bege. O turismo continuou melhorando, apesar de alguns distritos terem reportado leve desaceleração em viagens de consumidor. Poucos distritos informaram uma alta nas viagens a trabalho, diz também o relatório.

Preços em desaceleração

Os preços devem continuar a aumentar modestamente nos próximos trimestres nos EUA, mas em desaceleração, de acordo com relatos de empresários ouvidos para o Livro Bege. Segundo o documento, os custos de insumos têm desacelerado para o setor industrial, mas ainda seguem em crescimento exponencial no setor de serviços.

O documento mostrou que os preços de vendas estão aumentando em velocidade menor do que os preços de insumos para as empresas, as quais esperam uma desaceleração no aumento de preços nos próximos trimestres. Segundo o relatório, os aumentos nos valores de combustíveis, salários e seguros guiaram a alta de preços nos últimos meses.

A tensão no mercado de trabalho continuou diminuindo nos Estados Unidos, segundo avaliação que consta no documento. A maioria dos distritos reportou aumentos ligeiros a moderados no emprego global, e as empresas estão contratando com menos urgência. Já o crescimento salarial permaneceu modesto a moderado na maioria dos distritos, afirma a publicação.

Além disso, vários distritos relataram melhorias na contratação e retenção à medida que os grupos de candidatos se expandiram e aqueles que receberam ofertas ficaram menos inclinados a negociar termos de emprego, diz o Livro Bege. Os contatos em muitos distritos relataram menos resistência dos candidatos às ofertas salariais, afirma o documento.

“Houve múltiplos relatos de empresas alterando os pacotes de salário para mitigar os custos mais altos com mão de obra, inclusive permitindo trabalho remoto em vez de salários maiores, reduzindo bônus de contratação ou outras melhoras salariais, alterando a compensação para modelos mais baseados no desempenho e repassando uma parcela maior dos cuidados de saúde e outros benefícios para os empregados”, disse o documento.

O presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, não comentou a política monetária, durante discurso nesta quarta em evento da distrital. O dirigente concentrou sua fala no mercado de trabalho, mas mencionou que o Fed manterá seus esforços para levar a inflação de volta à meta de 2%. “Nós estamos fazendo progresso constante, porém mais precisa ser feito”, afirmou.

Com direito a voto nas decisões de política monetária deste ano, Harker lembra que uma meta “igualmente importante” do Fed é promover o máximo emprego. Segundo ele, isso inclui não apenas a quantidade de vagas disponíveis, mas também um foco na qualidade desses trabalhos.

Os principais índices de ações aprofundaram o ritmo de queda após a divulgação do Livro Bege. Nos EUA, o Nasdaq Composto recuava 1,14% nesta quarta-feira. Dow Jones e S&P 500 tinham quedas menos intensas — de 0,56% e 0,88%, respectivamente —, enquanto as taxas dos Treasuries avançavam./Com Gustavo Nicoletta.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   19/10/2023

O minério de ferro recuou nesta quarta-feira, uma vez que a produção de aço abaixo do esperado e uma crise imobiliária prolongada alimentaram preocupações sobre as perspectivas de demanda no maior consumidor do mundo, embora a melhoria dos dados econômicos chineses tenha apoiado os preços no início da sessão.

O contrato janeiro do minério de ferro mais negociado na bolsa de Dalian da China encerrou as negociações diurnas em queda de 0,4%, a 861 iuanes (117,76 dólares) por tonelada, desistindo dos ganhos registrados no início da sessão.

A produção de aço bruto da China em setembro caiu 5% em relação a agosto e caiu 5,6% em relação ao ano anterior, mostraram dados oficiais, à medida que mais fabricantes de aço cortavam a produção devido aos altos preços das matérias-primas e à fraca demanda no maior produtor de aço do mundo.

Enquanto isso, as vendas imobiliárias e o investimento na China registraram quedas de dois dígitos, uma vez que os esforços para apoiar as grandes cidades não conseguiram reforçar a confiança numa indústria que luta para sair da crise, embora o ritmo de contração tenha abrandado.

“A chave ainda é o desempenho real do mercado de aço, já que isso afetará as necessidades de matérias-primas”, disse Cheng Peng, analista da Sinosteel Futures em Pequim.

“Os baixos estoques e a grande diferença de preços entre os preços spot e futuros apoiaram o minério de ferro, mas os dados mostraram que há pessimismo no mercado siderúrgico.”

A fraqueza ocorreu depois de os preços terem sido apoiados anteriormente pela melhoria de dados econômicos.

Outros ingredientes siderúrgicos também perderam terreno, com destaque para o carvão metalúrgico e o coque em Dalian, que caíram 3,02% e 3,87%, respectivamente.

Os contratos de referência do aço na bolsa de Xangai também registraram perdas.

O vergalhão recuou 1,01%, bobinas laminadas a quente caíram 0,74% e o aço inoxidável caiu 0,44%.

Valor - SP   19/10/2023

Diretor de sustentabilidade e assuntos regulatórios do Ibram disse esperar que a economia chinesa mantenha o consumo médio de 980 mil toneladas de aço por ano

Os incentivos anunciados pela China para incentivar a economia local devem garantir a manutenção nos preços do minério de ferro na faixa de US$ 100 a US$ 115 a tonelada nos próximos meses. A avaliação é do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

“O futuro do preço do minério de ferro dependerá da economia chinesa, mas o governo chinês não deve deixar a economia de lá cair”, afirmou o diretor de sustentabilidade e assuntos regulatórios do Ibram, Julio Nery, durante coletiva de imprensa.

Nery também disse esperar que a economia chinesa mantenha o consumo médio de 980 mil toneladas de aço por ano, o que deve ajudar a dar uma certa estabilidade ao mercado de minério de ferro.

No terceiro trimestre, de acordo com levantamento do Ibram, o preço médio do minério de ferro aumentou 11,4% em relação ao mesmo intervalo de 2022. Apesar desse aumento, as exportações brasileiras de minério de ferro recuaram 3,2% em valor, para US$ 8 bilhões, apesar de terem crescido 3,4% em volume, para 104,9 milhões de toneladas.

Nery argumentou que boa parte do minério de ferro entregue no terceiro trimestre pode ter sido negociado na fase de preços mais baixos, entre US$ 105 e US$ 112 a tonelada, o que influenciou o valor final das exportações.

Exame - SP   19/10/2023

A Vale (VALE3) ficou em linha com as projeções do mercado e reportou uma queda de 4% na produção de minério de ferro no terceiro trimestre. Ainda que os números fossem esperados, a mineradora figura entre as maiores quedas do Ibovespa desta quarta-feira, 18. Por volta das 11h55, os papéis caiam 3,13%, cotados a R$ 65,73.

Apesar da queda na produção, a companhia mostrou que as vendas de minério de ferro subiram 6,6% no período, totalizando 69,7 mil toneladas. O preço praticado, enquanto isso, também cresceu: alta de 13,5% na comparação anual com US$ 105,1 por tonelada. Essas altas, contudo, não seguraram a queda da VALE3 na bolsa hoje.

Isso porque a companhia também é impactada pela queda do minério de ferro nos mercados globais. Na bolsa de Dalian, na China, a commodity encerrou as negociações com queda de 0,4%, a 861 ienes (US$ 117,76) por tonelada.

Genial revisa projeções da VALE3

Ainda que os números reportados na véspera tenham desagradado parte dos investidores, para os analistas da Genial Investimentos a visão é construtiva — sobretudo porque a divisão de metais básicos possui um peso mais baixo na composição do Ebitda.

“Basicamente, as novas estimativas para o 3T23 versus as antigas trazem quedas pequenas, que se dão por duas razões: prêmios de pelotas menor do que o esperado anteriormente e desempenho fraco para produção e vendas em metais básicos, especialmente cobre”, afirmam.

Com isso, a Genial projeta um Ebitda para o período de US$ 5,1 bilhões (valor que é 7,3% inferior às estimativas anteriores), que mesmo assim representa uma alta de 24,0% trimestral e avanço anual de 28,7%. Já a nova projeção de lucro líquido fica em US$2,6 bilhões (-10,3% em relação aos números projetado anteriormente), representando uma alta de 84,7% trimestral e uma queda anual de 41,2%.

Diário do Comércio - MG   19/10/2023

A Vale produziu, no terceiro trimestre deste ano, 38,05 milhões de toneladas de minério de ferro em Minas Gerais. O montante equivale à redução de 5% em relação ao mesmo intervalo de tempo em 2022, quando foram produzidos 40,05 milhões de toneladas, e queda de 1,4% em comparação ao segundo trimestre do exercício passado, momento em que a produção atingiu 38,59 milhões de toneladas.

Somente no Sistema Sudeste, que compreende os complexos de Itabira, Minas Centrais e Mariana, a companhia fabricou 20,35 milhões de toneladas entre julho e setembro de 2023. Esse valor representa recuo de 6,6% frente ao mesmo período de 2022 (21,78 milhões de toneladas) e alta de 3,2%, ante os três meses anteriores (19,73 milhões de toneladas).

No balanço, a Vale afirmou que o mix de produtos desse sistema melhorou após a entrada em operação da barragem Torto e o desempenho avançou 0,6 Mt a/a, impulsionado pelo aumento de compras de terceiros. Também disse que o comissionamento da estrutura de Brucutu, foi concluído, aumentando o fornecimento de pellet feed e substituindo produtos com alto teor de sílica. “Espera-se que o benefício total seja capturado a partir do quarto trimestre”, ressaltou.

Já no Sistema Sul, que inclui os complexos de Paraopeba e Vargem Grande, a Vale produziu 17,70 milhões de toneladas no terceiro trimestre do corrente ano. O montante significa alta de 5,4% no confronto com igual intervalo do ano anterior (16,79 milhões de toneladas) e retração de 12,9% em relação ao período de abril a junho (20,32 milhões de toneladas).

No relatório, a mineradora informou ainda que a produção do referido sistema diminuiu 2,6 Mt a/a, principalmente devido à menor fabricação de run-of-mine – minério bruto, sem tratamento. Também foi resultado, segundo a empresa, das vendas do complexo Paraopeba e da parada temporária das operações na mina de Viga, em função de uma manutenção pontual do rejeitoduto.
Fabricação total do insumo siderúrgico cai 3,9%

Quanto a performance geral da empresa nos meses de julho a setembro de 2023, a produção de minério de ferro total foi 86,24 milhões de toneladas, incluindo compra de terceiros, run-of-mine e feed para usinas de pelotização. Esse montante representa queda de 3,9% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado (86,28 milhões de toneladas) e crescimento de 9,5% no confronto com o segundo trimestre deste ano (78,74 milhões de toneladas).

Segundo a Vale, a produção do insumo siderúrgico diminuiu 4% a/a, principalmente, em virtude da menor fabricação de minério bruto, sem tratamento, no complexo de Paraopeba e do volume produzido no complexo Serra Norte, que compõe o Sistema Norte com o Serra Leste e o S11D. Enquanto isso, o Sistema apresentou recuo de 1,5 Mt a/a devido a uma falha pontual no sistema de correia transportadora no S11D em agosto, com um impacto de cerca de 2 Mt.

Vendas de finos de minério de ferro sobem 6,6%

Enquanto os resultados relacionados à produção não foram positivos, a comercialização de finos de minério de ferro subiu no terceiro trimestre deste ano com as condições favoráveis do mercado.

Conforme o balanço operacional da Vale, foram vendidos 69,71 milhões de toneladas do produto, alta de 6,6% frente ao mesmo período do ano passado (65,38 milhões de toneladas) e 10,1% em relação ao segundo trimestre de 2023 (63,32 milhões de toneladas).

Valor - SP   19/10/2023

Desde que assumiu o controle das minas que eram da Vale, o grupo dobrou a produção de 2021 para 4 milhões de toneladas, e a meta é chegar a 10 milhões de toneladas até o final de 2024

Os bilionários irmãos Batista, responsáveis pela gigante da carne bovina JBS, se preparam para investir mais de US$ 1 bilhão para expandir a produção nas minas que compraram da Vale no ano passado.

A J&F Investimentos, a holding da família, surgiu como o comprador surpresa das minas de minério de ferro e manganês da Vale no estado do Mato Grosso do Sul, no centro-oeste, sua primeira incursão no negócio de metais. Os ativos de US$ 1,2 bilhão também incluíam operações de logística.

Desde que assumiu o controle, a J&F já conseguiu dobrar a produção de 2021 para 4 milhões de toneladas e os R$ 5,5 bilhões (cerca de US$ 1 bilhão) a serem investidos devem ajudar a elevar a produção para 10 milhões de toneladas até o final de 2024 e melhorar a logística, de acordo com um porta-voz da empresa.

Os irmãos Joesley Batista, 51, e Wesley Batista, 53, aumentaram a fortuna da família criada pela expansão global da JBS para diversificar os interesses da holding. Eles possuem uma das maiores produtoras de celulose do mundo, um banco e empresas focadas em energia e cosméticos. A maior participação da família é uma fatia de quase 49% na JBS, que vale cerca de US$ 4,1 bilhões no momento.

O orçamento destinado à mineração faz parte de um plano de investimento mais amplo de R$ 38,5 bilhões que o grupo revelou para o Brasil entre 2023 e 2026.

A J&F Mineração, como é chamada a unidade, planeja construir 50 quilômetros de linhas ferroviárias para conectar as minas ao seu porto Gregório Curvo, uma rota atualmente feita por caminhão, segundo o porta-voz da empresa. Um centro de distribuição foi inaugurado no mês passado no estado de Minas Gerais, no sudeste do país, para atender o mercado doméstico.

A empresa também aumentará sua frota de barcaças, acrescentando mais 400, de acordo com o porta-voz. Carregadas com minério de ferro, as barcaças vão para o porto de Nueva Palmira, no Uruguai, pelos rios Paraguai e Paraná. Em março, a J&F Mineração realizou uma operação de transbordo que lhe permitiu exportar 175.000 toneladas de minério de ferro para a China em um único navio — um Capesize, o maior transportador de commodities — pela primeira vez, uma estratégia para reduzir os custos de frete.

Da mesma forma que a Vale, a J&F tem uma estratégia focada em seu minério de maior qualidade, que requer menos energia para ser processado, à medida que a indústria siderúrgica busca reduzir emissões. A empresa está desenvolvendo um produto batizado de “natural pellet” que, segundo ela, poderia substituir até 30% das pelotas de minério de ferro na chamada rota de redução direta para a fabricação de aço, permitindo uma queda de 6% a 15% nas emissões de CO2.

Os Batista expandiram seus negócios rapidamente por meio de aquisições no setor de carnes, além de estarem de olho em ativos em dificuldades que possam ser recuperados por meio de estratégias de reestruturação. Ainda não está definido se a família planeja aumentar ainda mais o portfólio de mineração por meio de novas aquisições.

Máquinas e Equipamentos

Construção Latino-americana - SP   19/10/2023

A Volvo Construction Equipment (Volvo CE) sofreu uma queda acentuada em suas vendas na América do Sul. De acordo com o relatório financeiro da empresa para o terceiro trimestre deste ano, a receita nesta região teria atingido 1.132 milhões de coroas suecas (cerca de 102,6 milhões de dólares) contra 2.016 milhões de coroas suecas (182,8 milhões de dólares) no mesmo período do ano passado.

Nestes primeiros nove meses de 2023, as vendas caíram 40%, de 4.996 milhões de coroas suecas (453,2 milhões de dólares) alcançadas entre janeiro e setembro de 2022 para cerca de 2.995 milhões de coroas suecas (cerca de 271,6 milhões de dólares).

No entanto, o crescimento na América do Norte e as vendas estáveis na Europa garantiram lucros estáveis para a Volvo CE no terceiro trimestre de 2023. As soluções de serviços estão a crescer em rentabilidade, com um aumento nas vendas em comparação com o mesmo período do ano passado, demonstrando a sua crescente importância e O foco contínuo da Volvo CE na digitalização.

No terceiro trimestre, as vendas líquidas totais totalizaram 24.296 milhões de coroas suecas (2.203,8 milhões de dólares), um aumento modesto em relação aos 24.238 milhões de coroas suecas (2.198,6 milhões de dólares) no mesmo trimestre do ano passado. Quando ajustadas aos movimentos cambiais, as vendas líquidas diminuíram ligeiramente em 4%, das quais as vendas líquidas de máquinas diminuíram 5%, enquanto as vendas de serviços aumentaram 4%.

O lucro operacional ajustado totalizou SEK 3.733 milhões (US$ 338,5 milhões), correspondendo a uma margem operacional ajustada de 15,4%.
Executar e transformar

Este terceiro trimestre viu a introdução da primeira unidade de energia elétrica da empresa para máquinas elétricas de maior porte, como a escavadeira elétrica EC230. A unidade de energia está agora a trabalhar com um cliente na Suécia para permitir o carregamento de alta potência de máquinas eléctricas em locais remotos, onde o acesso a uma ligação estável à rede é limitado. A Volvo CE também expandiu a disponibilidade da escavadeira elétrica EC230 para clientes em outros mercados importantes da Europa.

Enquanto isso, na América do Norte, a empresa lançou um novo centro de inovação para fornecer treinamento a técnicos em equipamentos elétricos e diesel pesados, tecnologia de controle de máquinas, conectividade e serviços de produtividade.

“Tivemos um bom desempenho neste trimestre durante um ambiente económico desafiante, à medida que continuamos a impulsionar a transformação a longo prazo no sentido de soluções de construção mais eficientes e sustentáveis. Manter este forte desempenho é essencial para nos ajudar a liderar o caminho na transformação da nossa indústria”, disse Melker Jernberg, Diretor da Volvo CE.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   19/10/2023

A Honda Motor e o provedor de logística Yamato Transport estão se unindo para colocar veículos elétricos com troca de bateria nas estradas japonesas, apurou o “Nikkei Asia”. O plano é montar frotas comerciais mais ecológicas sem o tempo de inatividade associado aos veículos elétricos convencionais.

A Honda apresentará uma versão com troca de bateria de sua microvan N-Van no Japan Mobility Show 2023, que começa em Tóquio em 25 de outubro.

Estação de troca de bateria para scooters já é uma realidade na Ásia, que agora a Honda pretende implementar para carros — Foto: Reprodução

As empresas planejam equipar o veículo com baterias substituíveis projetadas para motocicletas elétricas e testar se ele consegue manter sua autonomia e outras capacidades mesmo durante o transporte de encomendas.

Os veículos elétricos demoram para carregar, o que significa que são uma forma menos eficiente de entregar pacotes do que os veículos movidos a gasolina. Ser capaz de trocar baterias esgotadas por baterias carregadas significa que os veículos podem voltar à estrada mais rapidamente.

Ainda assim, as baterias intercambiáveis têm menos capacidade do que as baterias convencionais de veículos elétricos. O desenvolvimento de células com maior densidade energética será fundamental para esse impulso.

Espera-se que novos limites de horas extras levem a uma escassez generalizada de mão de obra no setor de logística do Japão a partir de 2024. A Yamato espera que os veículos elétricos com troca de bateria ajudem a avançar seus esforços de descarbonização, ao mesmo tempo que permitam a entrega eficiente de pacotes.

No Japão, o uso de baterias substituíveis até agora tem sido limitado a veículos de duas rodas. Quatro fabricantes japoneses de motocicletas estabeleceram padrões comuns para a tecnologia e a Honda está trabalhando para aumentar as vendas de motocicletas elétricas.

Entretanto, os veículos de quatro rodas com troca de bateria estão ganhando popularidade em economias emergentes como a China e a Índia, em parte porque as estações de troca são mais fáceis de configurar do que a infraestrutura de carregamento. A startup de veículos elétricos Nio está expandindo sua rede de estações de troca e carregamento de baterias na China.

A Honda espera que a demanda por esses veículos continue crescendo no exterior.

Honda e Yamato reforçaram sua parceria ao longo dos anos. Em junho, eles começaram a testar um veículo elétrico comercial leve que a Honda planeja lançar em 2024.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Infomoney - SP   19/10/2023

As construções de moradias iniciadas nos Estados Unidos subiram 7% em setembro na comparação com agosto, informou nesta quarta-feira, 18, o Departamento de Comércio, ao ritmo anual sazonalmente ajustado de 1,358 milhão. Analistas consultados pelo FactSet previam alta de 8,1%.

O número de agosto foi revisado para baixo, a 1,269 milhão, de 1,283 milhão antes informado.

O total de permissões para novas obras, por sua vez, caiu 4,4% na comparação mensal de setembro, a 1,473 milhão, ante 1,541 milhão no dado revisado do mês anterior.

O Estado de S.Paulo - SP   19/10/2023

Quando o boom imobiliário da China parecia ser uma aposta de mão única, os pais de Gary Meng compraram um apartamento da Evergrande, a maior incorporadora do país. Logo a empresa ligou com outra proposta: administrar o patrimônio deles.

Era um bom negócio com pouco risco, pensou a família. A Evergrande tinha reconhecimento global e era uma empresa politicamente importante no centro da crescente economia da China. Eles investiram todas as suas economias.
A força do varejo regional: mercado Zaffari vira ‘extensão da casa’ de gaúchos em São Paulo

Então, o impensável aconteceu. Em 2021, a Evergrande ficou inadimplente, representando o início de um colapso imobiliário que abalou a economia da China, derrubou algumas de suas maiores empresas e deixou compradores de casas esperando por mais de um milhão de apartamentos.

Na semana passada, outra empresa imobiliária em dificuldades, a Country Garden, disse que estava sem dinheiro, sinalizando que o pior ainda pode estar por vir. As empresas têm um total de US$ 500 bilhões em dívidas e enfrentam obstáculos críticos.

Hoje, a capacidade de Pequim de desacelerar o colapso está em dúvida, já que os consumidores continuam a demonstrar falta de interesse em comprar imóveis, mesmo durante o recente feriado da Golden Week, geralmente um período de grande volume de vendas.

A crise imobiliária representou um grande desafio para a liderança política da China: ela está tentando livrar o país de sua dependência de décadas do setor imobiliário para impulsionar o crescimento econômico, mas isso está aprofundando uma crise de confiança. Os mercados financeiros estão questionando o futuro do milagre econômico da China, e as famílias estão abandonando sua fé na promessa do Partido Comunista Chinês de um futuro econômico melhor.

“No passado, eu acreditava no governo, no partido e no país”, disse o sr. Meng, cuja família investiu US$ 300 mil no braço de gestão de patrimônio da Evergrande e ainda tem uma dívida de US$ 194 mil. Avisado pela polícia para não registrar uma queixa em níveis mais altos do governo, Meng disse que a confiança havia sido testada. “Agora só posso dizer que estou amargamente desapontado”, disse ele.

Economistas, investidores e bancos centrais de todo o mundo estão alertando sobre os riscos para a estabilidade financeira da China, pedindo a Pequim que aja para estabilizar a crise imobiliária. O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas, disse na semana passada que a crise imobiliária da China estava minando a confiança e causando dificuldades financeiras.

“O problema é sério”, disse ele em uma cúpula de formuladores de políticas em Marrakesh, no Marrocos. Tanto o Banco Mundial quanto o FMI reduziram suas perspectivas de crescimento para a economia chinesa.

De acordo com os economistas, a China precisa se recalibrar para ser menos dependente de investimentos em áreas como infraestrutura e imóveis e mais dependente dos consumidores.

“O desafio tem sido tentar dar ao setor apoio suficiente para lidar com a transição sem estimular outra bolha imobiliária ou uma recuperação que piore esses problemas”, disse Julian Evans-Pritchard, diretor nacional da China na Capital Economics, uma empresa de pesquisa. “Para que haja uma reviravolta na economia é realmente necessário que o setor imobiliário se estabilize.”

Nas últimas semanas, as autoridades chinesas tentaram colocar um piso sob a queda das vendas de imóveis, mas até agora com pouco efeito. O Country Garden não conseguiu fazer o pagamento de quase US$ 200 bilhões em dívidas na terça-feira e ainda tem mais de 400 mil apartamentos que vendeu, mas não terminou de construir.

O modo como o mercado imobiliário se tornou o centro da economia da China foi algo que aconteceu há muito tempo. Durante anos, todos apostaram em moradias. Os governos locais encheram seus cofres com os lucros da venda de terrenos. As famílias investiram em apartamentos. Havia muitos empregos para construtores, pintores, paisagistas e agentes imobiliários.

Antes de seu colapso desencadear a crise imobiliária, a Evergrande era uma história de sucesso que acompanhava o crescimento da China. Fundada em 1996 pelo empresário Xu Jiayin, também conhecido como Hui Ka Yan, a Evergrande construiu complexos de apartamentos que ajudaram a urbanizar grande parte do país, exatamente quando a economia agrária da China começou a adotar o capitalismo.

Como a Evergrande tomou empréstimos de bancos chineses e investidores estrangeiros para alimentar uma rápida expansão, ela se tornou um gigante com milhares de subsidiárias. Ela entrou em negócios como água engarrafada, criação de porcos, carros elétricos e até mesmo futebol profissional.

O modelo da Evergrande foi copiado por outras incorporadoras e o setor imobiliário se tornou a maior contribuição para o crescimento vertiginoso da China. Em 2020, o governo central voltou seu foco para a dívida que havia se acumulado e restringiu a capacidade das empresas imobiliárias de pedir empréstimos aos bancos. A política, conhecida como “três linhas vermelhas”, limitou o valor da dívida que as incorporadoras poderiam ter e deixou empresas como a Evergrande lutando por dinheiro e recorrendo a formas mais arriscadas para evitar uma crise de caixa.

A Evergrande intensificou uma prática do setor de arrecadar dinheiro vendendo apartamentos antes de serem construídos. Também recorreu aos funcionários, dizendo-lhes que investissem em empréstimos de curto prazo ou perderiam os bônus. E persuadiu as pessoas que já haviam comprado apartamentos da Evergrande a comprar produtos de investimento que ofereciam grandes retornos. O Sr. Meng e seus pais receberam a promessa de juros de 8% e 9% sobre seus investimentos. Eles ganharam dinheiro com dois deles em 2021, mas, no ano seguinte, os pagamentos de juros foram totalmente interrompidos.

O endividamento intensivo na China alimentou os excessos em outros setores: as seguradoras compraram hotéis e uma empresa de entretenimento comprou um estúdio de Hollywood. Toda a atividade econômica tornou fácil para o governo ignorar a bolha que estava se formando porque as empresas, incluindo a Evergrande, estavam ajudando os governos locais - primeiro comprando terrenos e depois construindo complexos que contribuíram para o crescimento econômico que promoveu os políticos locais.

Agora que a maioria dessas empresas está afundada em dívidas, muitos estão se perguntando o que Pequim fará em seguida.

Surgiu um consenso entre os especialistas na China de que ela não voltará àqueles dias de excessos. Mas ainda restam dúvidas, especialmente porque as perspectivas econômicas mais amplas são sombrias.

“Quando se tem 30 anos de aumento de preços, não há como interromper esse processo sem uma dor tremenda em todas as partes da economia”, disse Michael Pettis, membro sênior do Carnegie Endowment for International Peace.

Todos os que se beneficiaram do boom imobiliário - os bancos, os governos locais e as famílias - têm muito em jogo. “A questão política é saber quem arcará com o prejuízo”, disse Pettis.

Até agora, o governo havia deixado claro que os compradores de casas não seriam as vítimas do ajuste de contas no mercado imobiliário. Apesar da inadimplência, as autoridades permitiram que a Evergrande continuasse a construir 300 mil apartamentos no ano passado.

A importância da Evergrande para os formuladores de políticas agora parece ter acabado. Este mês, as autoridades detiveram seu fundador, o Sr. Xu, sob suspeita do que a empresa chamou de “crimes ilegais”. Vários outros altos executivos e funcionários de seu braço de gestão de patrimônio foram levados para interrogatório.

Garantir que os apartamentos prometidos pelas incorporadoras agora falidas sejam construídos custará de US$ 55 bilhões a US$ 82 bilhões, de acordo com estimativas de economistas da empresa financeira japonesa Nomura.

Mas essas mesmas incorporadoras devem dinheiro a muitas outras pessoas. Fornecedores, como pintores, construtores e corretores, estão esperando por mais de US$ 390 bilhões, segundo uma estimativa. Os credores estrangeiros que emprestaram bilhões às incorporadoras chinesas estão se unindo para tentar recuperar parte de seu dinheiro por meio de complicados planos de reestruturação.

E os líderes chineses precisarão gastar muito mais dinheiro para apoiar as empresas privadas e as famílias, a fim de incentivá-las a gastar e movimentar a economia, disse Bert Hofman, pesquisador sênior honorário sobre a economia chinesa no Asia Society Policy Institute. Isso significará a transferência de mais dinheiro para coisas como aposentadorias rurais e aumento da cobertura de saúde.

“De forma mais ampla, as reformas precisam ser implementadas para gerenciar o lado da demanda da economia sem usar o setor imobiliário como alavanca”, disse Hofman.

“Apenas palavras não são mais suficientes”, disse ele. “Trata-se de ações políticas e eventos visíveis que dariam às pessoas confiança para dizer que sim, há algo a ser feito.”

PETROLÍFERO

TN Petróleo - RJ   19/10/2023

A equipe do High-Performance Geophysics Laboratory (HPG Lab) aliou conhecimentos de geofísica com os de computação de alto desempenho para chegar na metodologia que já vem sendo usada em campo, em condições de produção, pelos técnicos da Petrobras.

Aplicação prática – O caminho para a produção de petróleo é longo e envolve várias etapas. A partir de informações geológicas iniciais se define, primeiro, os chamados blocos exploratórios. O segundo passo envolve o estudo mais aprofundado das bacias. Para depois se chegar na etapa das perfurações – a descoberta propriamente dita de petróleo. A área ainda deve ser avaliada do ponto de vista comercial e, apenas depois disso, se começa a produção, caso a região realmente reúna viabilidade tanto técnica quanto logística.

No caso da tecnologia desenvolvida pelos cientistas do CEPETRO/Unicamp ela se abastece dos dados sísmicos que são gerados em uma das fases dos estudos mais robustos das áreas classificadas como tendo potencial para produzir petróleo. Normalmente, são obtidos tanto os dados geofísicos dos blocos exploratórios, que mostram a estrutura e a composição das rochas em camadas profundas, obtidos por métodos de observação indireta, como a análise sísmica, quanto os dados geológicos. Esse segundo conjunto de informações são aferidos por meio da observação direta de rochas na superfície ou de amostras retiradas de poços perfurados.

Uma análise sísmica, de forma resumida, é o processo de transformação de dados sísmicos contendo sinais com as respostas de reflexões e de difrações. São imagens capazes de delinear as estruturas geológicas do subsolo para posteriormente serem determinadas as propriedades geológicas das rochas ou de um potencial reservatório.

No caso do Pré-Sal, o levantamento sísmico de uma área pré-definida requer um navio com equipamentos destinados a essa abordagem. Ao contrário dos terremotos, que geram ondas sísmicas a partir do interior da crosta terrestre, a ideia aqui é diferente. O navio conta com uma espécie de canhão de ar que gera ondas mecânicas controladas. A partir dos diferentes sinais captados como resposta – após a propagação das ondas sísmicas, elas sofrem reflexão, refração e ainda se dispersam no meio – consegue-se obter resultados bastante próximos, de forma indireta, sobre o subsolo.

"O nosso método consegue atenuar sinais proveniente das reflexões para que as difrações possam ser melhor analisadas. Com isso, o geólogo que estiver estudando a região terá uma visão mais abrangente do que realmente existe no subsolo. Os processamentos convencionais são focados nos sinais associados a reflexões e, com isso, detalhes muito pequenos das rochas acabam não refletindo e, portanto, não surgem na análise. Mas com o nosso método essa situação muda", afirma Jorge Henrique Faccipieri Jr., coordenador do HPG Lab.

O que os cientistas do CEPETRO transformaram em uma inovação tecnológica vai ajudar a afinar a busca por petróleo no interior das camadas de Pré-Sal e, também, a melhorar os próprios processos de produção. Na prática, é como se as ondas mecânicas difratadas (ou espalhadas) e refletidas fossem usadas, em separado, para redesenhar o que existe no subsolo. A parte matemática e computacional do processo tecnológico também permite que imagens em 5D das áreas analisadas sejam geradas. "Com essas informações os geólogos vão ter como escolher melhor por onde a exploração de petróleo tende a seguir", afirma Faccipieri Jr.

A patente da tecnologia está registrada pelo CEPETRO e pela Petrobras, que financiou o projeto, em partes iguais. O contrato permite o compartilhamento da propriedade intelectual para terceiros.

O Estado de S.Paulo - SP   19/10/2023

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, avalia que, no momento, não há indícios de que a guerra entre Israel e o grupo Hamas interfira no preço dos combustíveis no Brasil. Contudo, se o conflito se alastrar, será a “tempestade perfeita” no mercado de petróleo e gás, segundo ele.

Prates reconheceu que o conflito já apresentou um impacto inicial no preço do petróleo, mas que houve uma estabilização após alguns dias. Segundo ele, a cotação do petróleo atualmente, em cerca de US$ 91 por barril (no caso do Brent), é alta, mas não tem, necessariamente, a ver com esse conflito em si. “Já tinha uma inflação estrutural acontecendo”, disse.

Nesta quarta-feira, 18, o petróleo opera em alta no mercado internacional. Às 10h50, o óleo tipo Brent subia 1,23%, cotado a US$ 91,01 o barril (equivalente a 159 litros). Já o óleo tipo WTI tinha alta de 1,29%, sendo negociado a US$ 87,78 o barril.

“Até que (o conflito) se alastre para um país produtor - falando de forma até um pouco insensível, claro que tem uma preocupação humanitária, com o problema da guerra -, mas do ponto de vista do mercado de petróleo e gás, por enquanto, não há indício de que haverá alastramento disso para países como Irã, Egito, países produtores”, declarou, em uma análise mais para o curto prazo.

Prates afirmou que, das conversas que tem tido até o momento com representantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a intenção é procurar uma solução pacífica para a guerra e evitar um alastramento para o restante do Oriente Médio. “Já está afetado (o preço do petróleo), piorar mais (a guerra) é a tempestade perfeita”, comentou.

O presidente da estatal disse ainda que há intenção de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar sobre o assunto. A questão do aumento dos preços dos combustíveis, que seria inevitável com uma eventual disparada do petróleo, é um tema muito sensível dentro do governo, já que afeta diretamente a popularidade do presidente. Contudo, em meio à recuperação do chefe do Executivo no Palácio da Alvorada, após ter realizado duas cirurgias no último dia 29, a agenda de Lula está mais restrita.

As declarações de Prates foram dadas na manhã desta quarta-feira, após Prates se reunir com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e com o secretário-geral da Opep, Haitham al-Ghais, que visita o Brasil nesta semana. De acordo com o presidente da Petrobras, o encontro foi de cortesia.

Prates acrescentou que a organização está numa “missão” de renovação, trazendo uma visão mais comprometida com a transição energética. “O Brasil é importante, tem recursos naturais abundantes, está fazendo transição energética, é capaz de dar um exemplo como sempre e a gente tem estreitado as relações”, declarou.

Infomoney - SP   19/10/2023

Os estoques de petróleo nos Estados Unidos caíram 4,491 milhões de barris, a 419,748 milhões na semana passada, informou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). Analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal previam alta de 400 mil barris.

Os estoques de gasolina tiveram baixa de 2,37 milhões de barris, a 223,301 milhões de barris, quando analistas previam queda de 600 mil barris.

Já os estoques de destilados recuaram 3,185 milhão de barris, a 113,773 milhões de barris, ante previsão de queda de 1,2 milhão barris. Os estoques de petróleo em Cushing, por sua vez, registraram queda de 758 mil barris, a 21,013 milhões de barris.

A taxa de utilização das refinarias subiu de 85,7% na semana anterior para 86,1% na mais recente. A previsão era de 85,6%. A produção média diária de petróleo dos EUA permaneceu em 12,9 milhões. Fonte: Dow Jones Newswires.

IstoÉ Dinheiro - SP   19/10/2023

O petróleo fechou em alta na sessão desta quarta-feira, 18, diante de sinais renovados de que o mercado continuará apertado. Quedas nos estoques americanos e a ameaça de embargo às importações israelenses apontam para limitações na oferta global, enquanto dados melhores que o esperado na China sinalizam positivamente para a demanda.

O WTI para dezembro fechou em alta de 2,14% (US$ 1,83), a US$ 87,27 o barril na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês avançou 1,77% (US$ 1,60), a US$ 91,50 o barril , na Intercontinental Exchange (ICE).

O Ministro de Relações Exteriores iraniano, Hossein Amirabdollahian, pediu aos países muçulmanos que lancem um embargo petrolífero a Israel em retaliação à explosão de um hospital na Faixa de Gaza. A possibilidade de envolvimento do Irã na guerra tem sido um dos riscos mais monitorados pelo mercado de petróleo, já que o país é um relevante produtor da commodity. Eventuais interrupções nas operações iranianas poderiam restringir a oferta global, aumentando o preço do óleo.

“O conflito Hamas x Israel pode gerar uma ruptura na oferta em um momento de déficit. Não temos como controlar o que pode acontecer amanhã, mas o fato é que os fundamentos continuam altistas para barril de petróleo”, comentou o analista de inteligência de Mercado para Petróleo da StoneX Bruno Cordeiro.

Além disso, os EUA reportaram que os seus estoques de petróleo caíram 4,491 milhões de barris na semana, enquanto analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal esperavam alta de 400 mil barris.

Do lado da demanda, o avanço maior que o previsto do Produto Interno Bruto (PIB), vendas do varejo e produção industrial da China forneceram um alento aos investidores preocupados com a desaceleração da segunda maior economia do mundo.

O analista da Oanda Edward Moya prevê que o petróleo continuará como um “favorito” nas negociações de Wall Street, dados os drivers altistas para a commodity. “A última rodada de dados dos EUA e da China sugere que as duas maiores economias do mundo apoiam uma demanda constante ou crescente de petróleo”, escreveu o especialista. “O próximo movimento dos preços dependerá de se os riscos geopolíticos perturbarão ou não os fluxos de petróleo.”

Valor - SP   19/10/2023

Logo após o anúncio entre o governo Maduro e a oposição sobre garantias eleitorais para 2024, Trinidad e Tobago informou que os EUA retiraram suas restrições para um projeto conjunto de gás com a Venezuela

O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já está aliviando as sanções impostas ao setor de petróleo e gás da Venezuela em resposta a um acordo alcançado entre o governo venezuelano e a oposição do país para as eleições de 2024, segundo um alto funcionário do Departamento de Estado americano.

Essa autoridade disse que os EUA já estão avançando com a flexibilização das sanções relacionadas ao setor de energia, mas estão preparados para reverter essas medidas se o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, não suspender a proibição a candidatos presidenciais da oposição e libertar prisioneiros políticos. “Estamos dispostos a tomar medidas específicas, mas se eles não cumprirem os seus compromissos, podemos certamente retirar esses incentivos positivos”, disse essa autoridade americana.

O governo Biden, que há muito prometia o alívio das sanções em troca de concessões democráticas de Maduro, está emitindo licenças e autorizações que vão permitir que Caracas retome negócios com nações caribenhas, disse a autoridade. Isso ocorre na sequência do anúncio de um acordo alcançado em Barbados na terça-feira entre o governo de Maduro e a oposição apoiada pelos EUA sobre garantias eleitorais para uma votação como monitoração internacionalmente a ser realizada em 2024.

No mesmo dia, Trinidad e Tobago anunciou que os EUA autorizaram uma alteração da licença abrindo caminho para um projeto conjunto de gás com a Venezuela.

A Venezuela produziu uma média de 780 mil barris por dia (bpd) de petróleo até agora neste ano, acima dos 716 mil bpd de 2022, mas bem distante da meta oficial de 1,7 milhão de bpd para 2024.

O governo Biden tem buscado impulsionar os fluxos globais de petróleo para aliviar os elevados preços causados pelas sanções à Rússia e pelos cortes na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados. É improvável que as exportações da Venezuela compensem esses cortes na ausência de um grande aumento no investimento, segundo especialistas.

AGRÍCOLA

Forbes Brasil - SP   19/10/2023

A tecnologia tem mudado drasticamente o mundo agrícola, e isso não é de hoje, com computadores controlando tudo, desde a aplicação de fertilizantes e pesticidas até a operação de um trator para garantir a cobertura total do campo com os pulverizadores e as colheitadeiras.

Essa tendência pode ser acelerada ainda mais com o anúncio feito em setembro de uma joint venture entre a AGCO Corporation, multinacional que desenvolve, fabrica e distribui máquinas e equipamentos agrícolas, e a Trimble Inc, que desenvolve software e hardware para diversos setores, inclusive o agro.

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A união das duas companhias vai focar na criação de uma nova plataforma de agricultura de precisão em frotas mistas, o que significa o uso de máquinas de várias procedências em uma fazenda. O acordo é de US$ 2 bilhões (R$ 10,1 bilhões na cotação atual), com a participação majoritária da AGCO no portfólio existente de ativos e tecnologias agrícolas da Trimble. A transação está totalmente financiada e deverá ser concluída no início de 2024.
Joint venture será uma mudança importante para AGCO

A joint venture é um passo importante na estratégia de agricultura inteligente para a AGCO, o terceiro maior fabricante global (em receita) de máquinas e equipamentos agrícolas, com sede em Duluth, na Georgia (EUA). Com vendas líquidas de US$ 12,6 bilhões (R$ 63,7 bilhões) em 2022, a AGCO é dona das marcas Fendt, GSI, Massey Ferguson e Valtra, fabricando tratores, plantadeiras, colheitadeiras, pulverizadores e equipamentos de feno, além de sua plataforma agrícola digital, batizada de Fuse, que oferece a produtores e concessionárias agrícolas.

Rob Painter (à esq), CEO Trimble, e Eric Hansotia, presidente, CEO da AGCO, no dia da criação da joint venture

“O acordo AGCO-Trimble significa a próxima evolução em máquinas agrícolas”, disse Damian Mason, podcaster do programa The Business of Agriculture. “Durante 9.900 anos, a agricultura foi movida pela força humana ou por seu potencial natural. Mas, no último século, a mecanização agrícola revolucionou a agricultura, permitindo rendimentos melhores com menos trabalho duro. Agora, o futuro das máquinas agrícolas são os comandos autônomos. E o futuro fabricante de máquinas agrícolas, pode ser tanto uma empresa de tecnologia quanto um produtor com grande potencial. Vincular uma empresa de tecnologia a um fabricante de tratores faz sentido no longo prazo e capitaliza o que cada empresa faz de melhor.”

Eric Hansotia, CEO e presidente da AGCO, disse ao podcaster que “agricultura de precisão é um termo para cada máquina que possui inteligência para abordar diferentes partes do campo”, na semana passada, em seu programa. “A AGCO já tinha duas opções: recursos inteligentes que poderiam ser adicionados de fábrica ou ainda o Precision Planting, que são equipamentos que tornam uma máquina ‘burra’ em inteligente e podem ser aplicados em qualquer modelo.”

A Trimble, por sua vez, tem se concentrado fortemente em tecnologias agrícolas inteligentes, com monitoramento de áreas, gestão de água, posicionamento e controle de fluxo e aplicação. A receita da empresa somou em 2022 US$ 3,7 bilhões (R$ 18,5 bilhões). Com a joint venture, o segmento de agricultura de precisão dos negócios da Trimble se tornará uma entidade separada, com participação de 85% da AGCO e de 15% da Trimble.

“Quando se trata da Trimble, nos últimos 30 anos, ela foi a única empresa que abordou a agricultura de precisão, tanto para as frotas mistas quanto para OEMs (sigla para fabricante original de um equipamento)”, disse Hansotia. “Somos as duas únicas empresas que pensaram o mercado dessa forma, então este é um ótimo ajuste de DNA. Quase não temos redundância. Eles, a Trimble, estão focados em orientação e direção, enquanto nós estamos focados nos ajustes em movimento, coisas como plantadeiras e fertilizantes.”
O futuro das máquinas agrícolas

De acordo com os executivos, o upgrade em direção à agricultura digital não diminui o compromisso da AGCO com os seus principais negócios de maquinário. No entanto, indica um investimento ainda mais intenso nesse segmento com margens mais elevadas. “Cada vez mais, nossos engenheiros (de máquinas) são engenheiros de software”, explicou Hansotia.

“Sensores, análise de dados e computadores a bordo nas máquinas são o nosso foco. Aumentamos o orçamento de engenharia em 60% desde 2020. Isso nos dá mais escala para fazer tecnologia em nossas próprias máquinas. Até 2030 deveremos ter uma operação totalmente autônoma. Mas, o grande diferencial está no retrofit, que é o termo para restauração de máquinas que estão no campo, e a única empresa que fez isso foi Trimble. O cliente vê a tecnologia e deseja os recursos e a capacidade para aumentar a produtividade e sustentabilidade, mas não quer gastar em uma nova máquina. Desta forma, estamos gerando mais recursos de forma mais rápida”, explica o executivo.

Embora atualmente esteja mais focada na modernização, a estratégia também visa o crescimento no longo prazo. “Em mais alguns anos, os clientes estarão prontos para comprar novos produtos”, afirmou Hansotia. “E já teremos o sistema operacional com o qual eles estão acostumados.”

Na entrevista, o podcaster Mason destacou que “a AGCO já tinha uma tecnologia incrível na cabine, mas para chegar ao próximo nível, às vezes, é mais inteligente (e mais rápido comercializar), comprar alguma inovação que já está disponível no mercado”. E completou dizendo: “Será que os outros fabricantes globais de máquinas agrícolas seguirão o exemplo e farão compras de tecnologia? Ou continuarão a desenvolver essa tecnologia internamente? As empresas de maquinário agrícola que abraçam a sustentabilidade ambiental, a operação autônoma e a capacidade de modernização, e ainda fornecem novas tecnologias no painel do veículo, vencerão o futuro.”

O acordo pode resultar em uma mudança significativa nos negócios da AGCO. A empresa anunciou que o seu negócio de grãos e proteínas, focado principalmente no manuseio e armazenamento, será colocado sob revisão estratégica como parte de uma transformação mais ampla de seu portfólio. A AGCO avaliará as suas opções, enquanto trabalha para garantir que os clientes deste segmento sejam atendidos da melhor forma no futuro.

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