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19 de Julho de 2023

SIDERURGIA

Valor - SP   19/07/2023

Setor projeta recuo de 6% nas vendas internas das usinas e aumento de 25,6% nas importações neste ano.

Fonte: Jefferson de Paula: “Os principais setores que demandam aço não vêm andando bem” — Foto: Leo Drumond/NITRO/Valor

Entre janeiro e junho de 2023, o consumo aparente de aço caiu 1,6% no país, na comparação com o mesmo período de 2022, para 11,5 milhões de toneladas, segundo o Instituto Aço Brasil. A entidade divulgou dados do semestre e também recalculou a projeção para o ano, que era de queda de 1% no consumo. Agora, prevê um recuo de 2,6% em 2023, para 22,9 milhões de toneladas.

De janeiro a junho, a produção de aço bruto caiu 8,9%, para 15,97 milhões de toneladas, o que causou uma retração de 6,1 pontos percentuais na utilização da capacidade instalada no Brasil - ficou em 62,7% em junho. “Temos capacidade de produzir 51 milhões de toneladas por ano e produzimos 34 milhões”, diz Jefferson de Paula, presidente do conselho diretor da Aço Brasil e presidente da ArcelorMittal no país.

As vendas internas de aço recuaram 5,7% no período, para 9,6 milhões de toneladas - a venda de aços laminados planos caiu 3,8% e a de longos, 8%.

“É por falta de mercado mesmo, os principais setores que demandam aço não vêm andando bem”, afirma de Paula. Construção civil, bens de capital e setor automotivo são 82,5% do consumo aparente.

Para o presidente do conselho diretor da entidade, o programa Minha Casa, Minha Vida, pode ajudar na demanda da construção civil, mas os resultados serão sentidos a partir do segundo semestre.

No setor automotivo, o plano para dar descontos nos carros não deve ter efeito representativo. “A parte de caminhões, ônibus e máquinas agrícolas está caindo bastante e não deve mudar muito”, diz o executivo.

As exportações de aço brasileiro caíram 4,2%, na comparação com o primeiro semestre de 2022. Já as importações subiram 43,2%.

Segundo de Paula, isso se deve ao câmbio mais favorável para importações e a um excesso mundial de capacidade produtiva, que causa uma corrida por mercados consumidores no exterior ao mesmo tempo em que se estabelecem medidas protecionistas. É o que a entidade chama de “guerra de mercado”.

Nisso, o Brasil se torna atrativo ao aço estrangeiro. “Aumenta o risco do chamado desvio de mercado”, diz Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Aço Brasil.

O instituto prevê para 2023, além da queda de 2,6% no consumo aparente, um recuo de 5% na produção de aço bruto, que deve somar 32,38 milhões de toneladas. A utilização da capacidade instalada deve subir levemente sobre o registrado em junho, para 63,6%, ainda um recuo de 3,3 pontos percentuais ante 2022.

As vendas internas devem cair 6% em 2023, para 19 milhões de toneladas. O resultado esperado originalmente era de crescimento de 1,9% nesse indicador.

É esperado uma pequena queda de 0,3% nas exportações (11,9 milhões de toneladas), ante a previsão anterior de alta de 2,5%.

A entidade já projeta um aumento de 25,6% nas importações de aço, que chegariam a 4,2 milhões de toneladas. A estimativa inicial era de alta de 2,5%.

"Estamos vendo consistentemente o mercado de aço caindo no Brasil”, afirma de Paula.

A reforma tributária, que agora está no Senado, foi apoiada pelo Aço Brasil e é vista como uma das prioridades para melhorar o desempenho do setor no país. Para Lopes, ela está “muito bem encaminhada” e vai levar a um crescimento da indústria e dos serviços.

Outras prioridades do setor são uma maior efetividade dos mecanismos contra práticas predatórias de comércio e o incentivo à maior oferta de sucata metálica no mercado nacional. A entidade também pede o barateamento do gás natural e que haja exigências de aço local para concessão de alguns financiamentos, como para torres de energia eólica.

IstoÉ Dinheiro - SP   19/07/2023

O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, afirmou que o Brasil precisa aumentar a oferta de sucata para garantir a continuidade da redução da pegada de carbono por parte da indústria siderúrgica.

De acordo com Marco Polo, iniciativas para fortalecer a reciclagem do aço são fundamentais para o País dentro de um contexto de descarbonização.

Questionado sobre o aumento no nível de exportações por parte do segmento sucateiro, que aponta para uma forte redução no nível de preço da tonelada de sucata, o presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, Jefferson De Paula, respondeu que as oscilações de preços fazem parte da lógica de mercado.

Jefferson acrescentou que o movimento de queda também ocorre com as commodities no geral, refletindo questões macroeconômicas.

IstoÉ Dinheiro - SP   19/07/2023

O presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, Jefferson De Paula, afirmou que a China passou a deter 52,2% do total de importações de aço que são realizadas pelo Brasil no primeiro semestre deste ano.

De janeiro até junho, o volume de importação da China ficou em 1,1 milhão de toneladas, enquanto o volume total de importações é de 2,2 milhões de toneladas.

O executivo ressaltou, contudo, que o consumo interno continua em um patamar baixo, sinalizando que o mercado asiático está ganhando espaço ante a indústria nacional. Jefferson acrescentou ainda que a demanda por aço no País acompanha o comportamento do PIB.

Veja - SP   19/07/2023

Um dos palcos do The Town, festival que desembarcar em São Paulo em setembro, utilizará 330 toneladas de aço 100% reciclável. O material será doado pela Gerdau, uma das patrocinadoras do evento. A quantidade de material é suficiente para a montagem de cerca de 400 carros populares e fará a fundição do Palco 2 do evento, que ocorre entre os dias 2 e 10 de setembro no Autódromo de Interlagos.

A sucata é uma das matérias-primas usadas pela companhia e mais de 1 milhão de pessoas, incluindo catadores e cooperativas, participam do processo de reciclagem. A ação repete um movimente feito na edição de 2022 do Rock in Rio, irmão mais velho do festival paulistano. No ano passado, a empresa doou mais de 200 toneladas de aço Gerdau reciclável fizeram parte da construção da cenografia do Palco Mundo.

As bolsas europeias e os futuros americanos negociam sem direção definida na manhã desta terça-feira, 18. Os investidores ainda digerem o crescimento econômico chinês abaixo do esperado enquanto aguardam a divulgação de novos dados da economia americana. No Brasil, o ministro Fernando Haddad responsabilizou a taxa de juros pelo desempenho do Ibc-Br, considerado a prévia do PIB, aquém das projeções para maio. O VEJA Mercado entrevista Magno Karl, diretor executivo do Livres.

IstoÉ Dinheiro - SP   19/07/2023

O Instituto Aço Brasil prevê que o Brasil possa alcançar a oitava posição entre os principais países produtores de aço no mundo. A capacidade de oferta do País está em 54 milhões de toneladas ao ano, mas atualmente a produção anual está no patamar de 34 milhões de toneladas, ou aproximadamente 60% da capacidade.

Para retomar o nível máximo de capacidade no País, o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, defende a adoção da reforma tributária, a retomada da alíquota de 3% para o programa de devolução dos resíduos tributários, chamado de Reintegra, e a recomposição da Tarifa Externa Comum (TEC), aplicada sobre os países integrantes do Mercosul.

“Em 15 anos, a reforma tributária pode trazer R$ 1,2 trilhão para a economia brasileira”, acrescentou Marco Polo durante coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 18.

ECONOMIA

Infomoney - SP   19/07/2023

A indústria teve piora no desempenho em junho de 2023, com queda de 5,3 pontos no indicador de evolução da produção na comparação com maio, de acordo com sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada nesta terça-feira (18).

O recuo de 51,6 pontos para 46,3 pontos é mais intenso do que o movimento típico para o mês de junho e está em patamar inferior ao registrado no mesmo período de 2022, quando o indicador marcou 50,1 pontos.

Em relação ao número de empregados, houve um ligeiro aumento de 0,2 ponto na comparação entre maio e junho – passou de 48,4 pontos em maio para 48,6 pontos no mês passado. O resultado é superior à média para o mês, que é de 47,4 pontos, “o que significa dizer que a queda em junho de 2023 foi mais branda e menos disseminada que a do mesmo mês de anos anteriores”, diz a CNI.
Esse indicador, no entanto, está abaixo da linha dos 50 pontos desde outubro de 2022, o que indica a tendência de queda no emprego industrial.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) permaneceu estável na comparação de maio para junho, ficando em 69%, indicador mais baixo para o mês nos últimos três anos.

Também ficou sem alteração o índice de evolução do nível de estoques, que se manteve em 51,3 pontos na passagem de maio para junho. Esse indicador está acima da marca de 50 pontos desde fevereiro, o que mostra acúmulo de estoque.

A sondagem da CNI também questionou os empresários sobre quais os principais problemas enfrentados ao longo do segundo trimestre do ano. Os principais obstáculos apontados foram demanda interna insuficiente, a elevada carga tributária e as taxas de juros elevadas.

Apesar disso, todos os indicadores de expectativa subiram, e ficaram acima de 50 pontos, sinalizando mais otimismo do setor para este semestre.

Infomoney - SP   19/07/2023

A produção industrial dos Estados Unidos teve queda de 0,5% em junho na comparação com o mês anterior, informou nesta terça-feira (18) o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). O consenso Refinitiv de analistas previa estabilidade (0,0%) no período.

Ante junho de 2022, a produção industrial mostrou queda de 0,4%.
O Fed ainda informou que a taxa de utilização da capacidade instalada saiu de 79,6% em maio para 78,9% em junho.

A maioria dos principais grupos do indicador registraram quedas em junho. O índice de bens de consumo duráveis caiu 2,7%, liderado por reduções na produção de eletrodomésticos e móveis (3,8%) e de produtos automotivos (3,6%).

Já a queda de 0,9% no índice de bens de consumo não duráveis refletiu contrações em vestuário (2,1%), energia (1,8%) e alimentos e fumo (1,3%).

Globo Online - RJ   19/07/2023

O setor industrial brasileiro elegeu, no segundo trimestre deste ano, como principais problemas enfrentados a demanda interna insuficiente, a elevada carga tributária e as taxas de juros. A falta ou alto custo de trabalhador qualificado e a competição desleal também fazem parte da lista e estão na quarta e na quinta posições, respectivamente.

Esses dados fazem parte da Sondagem Industrial, divulgada periodicamente pela CNI. Foram entrevistados 1.599 empresários de 1º a 11 de julho.

A fraca demanda ficou em primeiro lugar entre os principais problemas citados pelos empresários industriais, com 37% do total e com um aumento de 3,7 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre. Na segunda posição, 33,7% mencionaram a elevada carta tributária. O percentual teve uma pequena queda de 0,9 ponto percentual.

Em terceiro lugar, as taxas de juros elevadas foram citadas por 31,3% dos entrevistados, com uma alta de 2,5 p.p. A falta ou o alto custo de mão-de-obra qualificada foi o quarto problema mais mencionado no segundo trimestre e alcançou o maior percentual já registrado até agora, de 15,6%, enquanto 15,5% apontaram a competição desleal.

Além desses dados, a Sondagem Industrial avalia se houve melhora ou piora em indicadores como produção, preços das matérias-primas, emprego industrial e estoques. Em uma escala de zero a 100, acima de 50 pontos é uma alta e abaixo uma queda.

De acordo com a economista Paula Verlangeiro, os problemas apontados pelos empresários explicam o fato de a indústria ter tido um desempenho pior em junho de 2023, na comparação com o mês anterior. No mês passado, o emprego industrial caiu pelo nono mês consecutivo e a produção recuou 5,3 pontos.

Ao sair de 51,6 pontos em maio para 46,3 pontos em junho, a produção cruzou a linha que separa a queda da alta na produção.

Já o índice de evolução do número de empregados foi de 48,4 em maio para 48,6 pontos em junho de 2023, o que corresponde a um ligeiro aumento de 0,2 ponto frente a maio.

— A queda do emprego foi mais branda e menos disseminada para o mês do que nos anos anteriores. No caso da produção, foi diferente. O recuo foi mais intenso do que o esperado para o mês de junho. A queda desses indicadores vem em linha com a perda do ritmo de crescimento, devido à política monetária — afirmou Verlangeiro.

Preços em queda e ociosidade elevada

O indicador de evolução do preço de matérias-primas sofreu uma queda de 6,4 pontos, passando para 49,5 pontos. Essa é a primeira vez que esse indicador ficou abaixo da linha divisória dos 50 pontos na série histórica, o que indica preços em queda.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou estável na passagem de maio para junho, mantendo-se em 69%. O percentual foi de 71% e, em 2022, de 70%. É o menor percentual para o mês nos últimos três anos.

Ainda segundo a CNI, as perspectivas quando aos próximos seis meses são positivas. As expectativas subiram e ficaram acima de 50 pontos, o que sinaliza maior otimismo dos empresários. O índice foi de 55,6 pontos, um aumento de 1 pp ante o período anterior.

Monitor Digital - RJ   19/07/2023

A China tem confiança, condições e capacidade para alcançar a sua meta de crescimento para 2023, disse nesta terça-feira uma funcionária do principal planejador econômico da China.

A economia chinesa teve um bom começo no primeiro trimestre e continuou se recuperando no segundo trimestre, mostrando um bom impulso de recuperação no primeiro semestre do ano, afirmou Li Hui, funcionária da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma.

“A economia da China é dotada de grande resiliência, potencial e vitalidade, e seus fundamentos que sustentarão o crescimento de longo prazo permanecem inalterados”, disse Li, apontando que fatores positivos que promovem a melhora econômica geral estão se acumulando.

Li explicou que o sistema industrial completo, recursos de talentos abundantes e segurança reforçada das cadeias industriais e de suprimento da China ajudaram a elevar sua resiliência econômica e resistência a impacto.
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A China também tem o maior potencial de consumo do mundo, com forte demanda por investimentos em serviços públicos, infraestrutura e outras áreas, e seus produtos e serviços de exportação estão cada vez mais competitivos, observou.

Com a implementação de várias políticas, a China tem confiança, condições e capacidade para continuar otimizando sua estrutura econômica, fortalecendo os motores de crescimento e fazendo progressos em seu desenvolvimento econômico, acrescentou a funcionária.

Li alertou que a economia do país enfrenta alguns riscos e desafios e que a base para uma recuperação sustentada não está sólida, dizendo que fatores instáveis e incertos, como a situação política e econômica global complexa e a pressão descendente econômica, também afetariam o país.

Dados emitidos pelo Departamento Nacional de Estatísticas da China nesta segunda-feira mostraram que o produto interno bruto (PIB) da China cresceu anualmente 5,5% no primeiro semestre, atingindo 59,3 trilhões de yuans (US$ 8,3 trilhões). No segundo trimestre, o PIB do país cresceu 6,3% em termos anuais. Fim

Globo Online - RJ   19/07/2023

Exportação em alta. Embarque de soja em navio graneleiro no Porto de Santos (SP): no mercado global do grão, Brasil reponde atualmente por cerca de metade da oferta. Expansão da produção agrícola fortalece balança comercial do país Patricia Monteiro/Bloomberg

As contas externas, fonte frequente de problemas para países emergentes, mudaram de lado no Brasil e, nos últimos tempos, vêm impulsionando a economia do país. Com a pujança do agronegócio e a produção de petróleo nas reservas do pré-sal, a balança comercial brasileira teve saldo de US$ 45 bilhões na primeira metade deste ano, um salto de 31,5% ante igual período de 2022.

O Boletim Focus, do Banco Central (BC), que capta as projeções de analistas do mercado financeiro, começou este mês projetando US$ 64 bilhões em 2023. Anteontem, a previsão subiu para US$ 65 bilhões. Se isso se confirmar, será o terceiro ano seguido de superávit recorde, com o país exportando mais que compra do exterior.

Nos últimos anos, a melhora nos números do comércio exterior foi puxada pelo aumento do volume exportado e não dos preços. As cotações dos produtos mais vendidos pelo país, como soja e milho, vinham em queda este ano, mas a produção está em alta.

Os preços internacionais voltaram a subir nos últimos dias, após a Rússia suspender o acordo que permitia à Ucrânia exportar grãos pelo Mar Negro. Ontem, os contratos futuros mais negociados de milho saltaram 5,63% na Bolsa de Chicago. Os do trigo avançaram 2,60% e os da soja, 1,25%.

A invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022, afetou as exportações da Ucrânia, um dos maiores produtores de alimentos da Europa. A restrição da oferta no ano passado ajudou a turbinar a inflação global com a valorização das commodities agrícolas, mas o acordo havia trazido um alívio desde meados do ano passado.

Uma nova alta nos preços internacionais de grãos teria impacto negativo sobre a inflação também no Brasil, mas por outro lado favoreceria ainda mais as contas externas brasileira.

Para o presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto Castro, o impacto deve ter “curta duração”. Isso porque as exportações ucranianas (com destaque para milho, trigo e cevada) não têm volume suficiente para modificar o cenário global atual.

— É bom para o Brasil? Sim, mas o benefício é pequeno — afirmou Castro, em relação à possibilidade de as cotações aumentarem as exportações brasileiras em valor.

Impacto sobre a inflação

Num momento em que países vizinhos como a Argentina têm como um dos principais elementos de crise a escassez de dólares, as exportações em alta aumentam o fluxo da moeda americana para o Brasil, o que favorece a valorização do real e reduz pressão inflacionária. Mas, se uma eventual valorização das cotações agrícolas pode impulsionar ainda mais a balança comercial, isso poderia, por outro lado, voltar a pressionar a inflação num momento em que o BC se prepara para iniciar o corte dos juros.

No Brasil, boa parte do alívio observado nos preços este ano tem vindo dos alimentos, em meio à safra recorde. Nos supermercados, itens como óleo de soja, carne e derivados do milho estão mais baratos.

Segundo André Braz, coordenador de Índice de Preços da FGV, embora seja cedo para avaliar o impacto dos novos problemas na Ucrânia, cotações em alta costumam se espalhar no setor de alimentos:

— O trigo pode influenciar os panificados, enquanto a soja pode influenciar os preços das rações para frango, suínos e aumentar os preços das carnes. Pode sobrar até para o ovo porque os aviários têm suplementos à base de soja.

Independentemente das cotações diárias, alguns analistas veem uma mudança estrutural. Em maio, Robin Brooks, economista-chefe do IIF, uma associação global da indústria financeira, escreveu nas redes sociais que o “Brasil está no caminho de se tornar a Suíça (conhecia pelas grandes reservas que fortalecem sua moeda) da América Latina”, porque um “enorme superávit comercial está emergindo” e isso “vai dar ao Brasil estabilidade externa e uma moeda forte”.

Desde 2000, as exportações de soja do Brasil cresceram, em volume, quase sete vezes. O de vendas de petróleo é quase seis vezes o de 20 anos atrás.

— Na nossa região, tivemos nos últimos 20 anos um aumento de 20% na área (plantada), mas o nosso aumento de produtividade já chega a 50% — diz o produtor de soja Joel Ragagnin, dono da Fazenda Santo Antônio, em Jataí (GO), e presidente a Aprosoja-GO, a associação dos agricultores locais. — A aplicação de tecnologias e mudanças no sistema de produção fizeram aumentar bastante a produtividade.

Na safra do primeiro semestre, a Fazenda Santo Antônio produziu 9,2 mil toneladas de soja, 5% acima de 2022. Cerca de 45% foram exportados.

Com o crescimento da produção, o Brasil avançou no mercado global do grão. Nos últimos seis anos, a soja brasileira ficou com uma fatia de 44% a 56%, ante participação de mercado entre 28% e 36%, de 2003 a 2012, mostra um relatório do Ipea. As exportações de petróleo do Brasil foram de 0,5% a 1,5% das vendas mundiais, entre 2003 e 2013. Em 2021 e no ano passado, ficou em 3,5% e 3,2%, respectivamente.

Segundo economistas, a entrada de dólares das exportações movimenta a economia local e é um dos fatores por trás da queda na taxa de câmbio nos últimos meses, ajudando a segurar a inflação. Estes ventos externos favoráveis ajudam a melhorar a visão sobre a economia brasileira.

— Havia uma perspectiva de menor crescimento do comércio mundial e, ao mesmo tempo, de queda nas cotações de commodities, o que as pessoas associam a uma piora do cenário externo para o Brasil e não foi isso que estamos vendo — diz Julia Braga, coordenadora de Acompanhamento e Estudos da Conjuntura do Ipea.

Um ‘boom’ diferente

Nos anos 2000, no primeiro governo Lula, o boom nas cotações das matérias-primas também ajudou a turbinar o crescimento econômico, mas numa proporção mais significativa e puxada pela alta dos preços internacionais. Para economistas, o fato de a expansão agora se dar por volume vendido deixa os produtores menos suscetíveis à volatilidade. Por outro lado, eventual queda desestimularia investimentos na safra seguinte, limitando a produção, lembra Lia Valls, pesquisadora do FGV Ibre.

Bruno Lucchi, diretor-técnico da CNA, avalia que os produtos brasileiros que podem ser afetados pela suspensão do acordo entre Rússia e Ucrânia são o milho e, em menor proporção, o trigo. Mas também não vê impacto significativo no preço do milho, que tem no momento superoferta mundial. Quanto ao trigo, que o Brasil precisa importar, ele avalia que o acesso a outros fornecedores, como Argentina, EUA e Canadá, pode amenizar o efeito no preço.

A dúvida é sobre a importação de fertilizantes. A Rússia é responsável por 25% das importações de adubos e defensivos do Brasil, e o acirramento da guerra pode elevar os preços dos insumos. Procurados, os ministérios da Agricultura e de Relações Exteriores não se manifestaram.

O Estado de S.Paulo - SP   19/07/2023

O que ainda preocupa no Brasil e lá fora é a inflação de serviços, mas o pior cenário já parece ter passado

Depois de causar um estrago na credibilidade de bancos centrais ao redor do mundo e de forçar um dos maiores ciclos de alta de juros desde a década de 1980, no caso dos Estados Unidos, a inflação global parece ter finalmente virado a chave, e os preços de bens e serviços começam a subir a um ritmo mais lento de forma consistente, embora estejam ainda em patamar desconfortável.

O processo de desinflação global começou pela queda nos preços de bens industriais, de alimentos e de energia, após a redução do impacto da pandemia de covid-19 nas cadeias mundiais de produção e também dos efeitos da guerra na Ucrânia. Com isso, os preços do petróleo, do gás natural, de grãos, de metais e de outras commodities recuaram de níveis recordes.

Nos EUA, a inflação anual desacelerou para 3% em junho. O contraste não poderia ser mais impressionante: em junho de 2022 a alta anual no índice de preços ao consumidor americano foi de 9,1%, recorde em 40 anos. Na Zona do Euro, a inflação passou de 10,6%, em outubro de 2022, para 5,5% em junho. E no Brasil, o IPCA recuou de 12,13%, no acumulado em 12 meses em abril de 2022, para uma taxa de 3,16% em junho.

Um dos fatores que dão confiança de que a alta no custo de vida pode seguir perdendo fôlego no mundo vem da China. Lá, a inflação ao consumidor ficou estável em junho, após ter subido apenas 0,2% em maio, mas os preços de produtos na porta das fábricas já estão registrando forte deflação.

O índice de preços ao produtor na China caiu 5,4% no acumulado em 12 meses em junho. A expectativa, portanto, é de que a China comece a exportar desinflação para outros países. Nos EUA, por exemplo, os preços de produtos importados da China registraram queda de 0,4%, em junho ante maio, e recuo de 2,3% ante igual mês de 2022.

Mas já dá para dizer que o fantasma da inflação ficou para trás? Ainda não. Isso porque, quando se leva em conta o núcleo da inflação, que exclui os itens mais voláteis de alimentos e de energia, a dinâmica dos preços se mostra persistentemente elevada e longe da meta perseguida pela maioria dos bancos centrais. Nos EUA, o núcleo da inflação ficou em 4,8% em junho. No Brasil, a média dos núcleos do IPCA subiu 5,99%.

O que ainda preocupa aqui e lá fora é a inflação de serviços, pressionada por um mercado de trabalho robusto e pela resiliência de alguns setores da economia ao aperto monetário já adotado. Talvez a inflação ao consumidor não recue mais para níveis tão baixos do passado, e siga acima das metas fixadas pelos bancos centrais. Mas o pior já passou.

Infomoney - SP   19/07/2023

Um dia depois de anunciar dados de Produto Interno Bruto (PIB) referentes ao segundo trimestre do ano abaixo das previsões, a China divulgou hoje que vai formular e introduzir políticas mais eficazes para restaurar e expandir o consumo doméstico “o mais rápido possível” informou nesta terça-feira (18) um porta voz da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o principal órgão planejador econômico do país.

A China fechou o primeiro semestre de 2023 com crescimento de 6,3% sobre o ano passado, mas abaixo das previsões e sobre uma base ainda fraca do ano passado. Trimestre a trimestre, o PIB chinês avançou apenas 0,8% no segundo trimestre, desacelerando de um aumento de 2,2% nos primeiros três meses do ano.

Já as vendas no varejo aumentaram 3,1% em junho em relação ao ano anterior, muito abaixo dos 12,7% de crescimento em maio. A queda foi impulsionada principalmente pelo crescimento mais lento das vendas de restaurantes e de automóveis devido. Isso após a base ter melhorado em junho de 2022 com uma primeira liberação de bloqueios em Xangai em junho de 2022.

No primeiro semestre de 2023, as vendas no varejo de bens de consumo da China atingiram cerca de 22,8 trilhões de yuans (aproximadamente US$ 3,7 trilhões), um aumento de 8,2% em relação ao ano anterior, quando a economia sofria com as restrições de circulação para o combate à pandemia de covid-19.
Segundo informou o funcionário da Comissão Jin Xiandong em coletiva de imprensa, as políticas para melhorar esses números se concentrarão na estabilização dos gastos do consumidor em itens mais caros, na promoção do consumo de automóveis e produtos eletrônicos, no aumento do consumo nas áreas rurais e na melhoria do ambiente de consumo.

“O consumo está se tornando uma força primária impulsionando o crescimento econômico do país”, disse Jin à agência de notícias Xinhua, enfatizando que a promoção do consumo é a chave para a atual recuperação e expansão da demanda doméstica.

Segundo o porta-voz, a capacidade e as expectativas de consumo são relativamente fracas e o ambiente de consumo precisa ser melhorado. “Desde o início deste ano, a China introduziu uma série de políticas para construir um sistema de infraestrutura e promover novos veículos movidos a energia em áreas rurais”, disse Jin, acrescentando que o país continuará a promover a implementação das políticas.

Também devem ser feitos esforços para aumentar a renda dos moradores por vários canais, estabilizar o emprego e ampliar mais cenários de consumo, acrescentou Jin.

Jin também disse que o país trabalhará para criar um ambiente seguro para o consumo, melhorar o sistema de gestão da qualidade e padrões dos produtos, fortalecendo a supervisão.

Harry Murphy Cruise, economista da Moody’s Analytics, disse ao jornal South China Morning Post que a taxa de crescimento trimestral é um resultado preocupante para uma economia que luta para ganhar força. “A recuperação da China vai de mal a pior”, definiu.

Agência Brasil - DF   19/07/2023

A atividade econômica global está desacelerando, especialmente no setor industrial, e as perspectivas de crescimento no médio prazo continuam fracas, disse nesta terça-feira (18) a chefe do Fundo Monetário Internacional a líderes financeiros do Grupo dos 20.

A chefe do FMI, Kristalina Georgieva, disse a ministros das Finanças do G20 e presidentes de bancos centrais no estado indiano de Gujarat, que a divergência nas perspectivas econômicas dos países é uma preocupação persistente.

A inflação está finalmente tendendo para baixo, embora "a inflação ainda esteja muito alta e o núcleo continue persistente, apesar do aperto significativo da política monetária", disse Georgieva.

Ainda assim, a inflação pode permanecer alta por mais tempo e exigir ainda mais aperto, alertou.

"Embora haja progresso, o trabalho ainda não está terminado -- a política monetária deve manter o rumo. Uma celebração prematura pode reverter os ganhos duramente conquistados até agora no processo de desinflação".

A redução da inflação é uma das principais prioridades para os países, disse Georgieva, juntamente com esforços como a reconstrução de colchões fiscais e reformas que promovam o crescimento.

“Para apoiar esses esforços de reforma, o fundo também vai expandir seu trabalho na mobilização de recursos domésticos, melhorando a qualidade dos gastos dos países, construindo mercados de capitais profundos e melhorando o ambiente para investimentos privados – tanto domésticos quanto estrangeiros”, anunciou.

Ela enfatizou a necessidade de fortalecer a rede de segurança financeira global, incluindo a revisão dos recursos de cotas do FMI, essenciais para garantir a previsibilidade do poder de fogo do fundo, que encolheu em termos relativos.

A chefe do FMI também destacou o progresso feito na restauração da sustentabilidade da dívida após um recente acordo sobre a reestruturação da dívida da Zâmbia.

Ainda assim, "o processo de reestruturação da dívida ainda precisa ser mais rápido e eficaz".

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   19/07/2023

Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura subiram nesta terça-feira, impulsionados por maiores expectativas de medidas de apoio mais favoráveis na China após a divulgação de dados econômicos mais fracos do que o esperado.

O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou as negociações diurnas com alta de 0,66%, a 845 iuanes (117,83 dólares) a tonelada, após perdas na segunda-feira.

O minério de ferro de referência em agosto na Bolsa de Cingapura ganhou 0,98%, para 113,60 dólares a tonelada.

O Produto Interno Bruto (PIB) da segunda maior economia do mundo cresceu 6,3% no segundo trimestre em base anual, bem abaixo da previsão de crescimento de 7,3%, mostraram dados do Escritório Nacional de Estatísticas na segunda-feira.
O setor imobiliário, o maior consumidor de aço na China, permaneceu firmemente em tendência de baixa durante o trimestre.

“A última divulgação de dados está estimulando pedidos de mais estímulo para a economia chinesa”, disseram analistas do National Australia Bank em nota.

Aumentaram as expectativas de que medidas de estímulo mais fortes serão anunciadas na reunião do politburo até o final deste mês para sustentar a recuperação econômica pós-pandemia, disseram analistas.

Isso ocorreu depois que o principal planejador econômico da China prometeu na terça-feira que implementaria políticas para “restaurar e expandir” o consumo sem demora, já que o poder de compra dos consumidores continua fraco, sugerindo uma urgência em reanimar a demanda doméstica.

O ânimo também melhorou com algumas siderúrgicas de Tianjin e Xingtai, no norte da China, aceitando a segunda rodada de aumento de preço do coque de 50 iuanes por tonelada métrica, que deve se expandir em mais regiões, disse a consultoria Mysteel em nota na segunda-feira.

Valor - SP   19/07/2023

A produção de minério de ferro da companhia somou 81,3 milhões de toneladas nos três meses encerrados em junho, alta de 3%.

A produção de minério de ferro da Rio Tinto somou 81,3 milhões de toneladas nos três meses encerrados em junho, alta de 3% em base anual. Os embarques da commodity, por sua vez, atingiram 79,1 milhões de toneladas, uma queda de 1% em relação ao mesmo período do ano passado.

Já a produção de cobre atingiu 145 mil toneladas no período, queda de 1% em um ano, enquanto a produção de alumínio cresceu 11% na base anual, para 814 mil toneladas ao final do segundo trimestre deste ano.

Para o ano completo de 2023, a segunda maior mineradora do mundo em valor de mercado projeta que os embarques devem ficar na metade do teto projetado inicialmente, que ia de 320 milhões a 335 milhões de toneladas.

A companhia cortou as estimativas de produção para várias outras commodities que produz, incluindo alumina e cobre refinado.

Investing - SP   19/07/2023

A produção de minério de ferro da Vale (BVMF:VALE3) subiu 6,3% no segundo trimestre ante um ano antes, para 78,74 milhões de toneladas, enquanto a comercialização avançou apenas 0,9% na mesma comparação, com a companhia se recuperando de restrições no embarque enfrentadas no primeiro trimestre, informou a mineradora nesta terça-feira.

O resultado ocorreu diante de uma produção recorde para um segundo trimestre na importante mina S11D, no Pará, de 19,16 milhões de toneladas, alta de 15,9% versus o mesmo período de 2022, afirmou a empresa em relatório de produção e vendas.

A Vale também apontou no período um "sólido desempenho" dos complexos Itabira e Vargem Grande, em Minas Gerais, que, segundo a companhia, melhoraram a qualidade média do portfólio de produtos da empresa.

As vendas de finos de minério de ferro somaram 63,33 milhões de toneladas entre abril e junho, ante 62,77 milhões de toneladas um ano antes, iniciando recuperação da produtividade do Terminal Ponta da Madeira, no Maranhão, ao longo do trimestre, após fortes chuvas terem impactado os embarques e vendas entre janeiro e março.

Tais restrições explicaram uma queda de 10,6% nas vendas da mineradora nos três primeiros meses do ano ante um ano antes, apesar de um crescimento de 5,8% da produção na mesma comparação. Na ocasião, a empresa afirmou que deveria compensar os impactos no segundo semestre, mantendo seu plano anual de vendas inalterado até o momento.

Nesta terça-feira, a Vale afirmou que "espera um menor 'gap' entre produção e vendas no terceiro trimestre com a venda de estoques formados no primeiro semestre, dependendo das condições de mercado".

O resultado das vendas de minério de ferro deve reduzir as expectativas para os lucros do segundo trimestre da Vale e "também aumenta as preocupações em torno do mercado de minério de ferro", disseram analistas da RBC em nota aos clientes.

Além disso, os analistas destacaram alta no estoque, com base em cálculos próprios. "É muito incomum um aumento de estoque na demanda sazonalmente forte no segundo trimestre", disseram.

A companhia informou ainda que o preço realizado de finos de minério de ferro no segundo trimestre foi de 98,5 dólares por tonelada, queda de 14,8 dólares por tonelada na comparação anual, principalmente devido aos menores preços de referência, que foram parcialmente compensados por um menor impacto dos ajustes do sistema de precificação.

A produção de pelotas no segundo trimestre, segundo a Vale, cresceu 5,1% contra o mesmo período de 2022, para 9,11 milhões de toneladas, devido à maior produção nas usinas de Tubarão como resultado da maior produção de "pellet feed".

Já as vendas de pelotas, na mesma comparação, caíram 0,4%, para 8,81 milhões de toneladas.

O preço realizado de pelotas de minério de ferro foi de 160,4 dólares por tonelada, 40,9 dólares por tonelada menor na comparação anual, "devido aos menores preços do índice 65%Fe e prêmios de pelotas", segundo a companhia.

METAIS BÁSICOS

A produção de cobre da Vale no segundo trimestre aumentou 41% na comparação anual, para 78,8 mil toneladas, principalmente devido a um processo de 'ramp-up' da planta de Salobo III e à melhora do desempenho na operação de Sossego, ambas no Pará. As vendas de cobre, por sua vez, aumentaram 43,3% no período, para 73,8 mil toneladas, em decorrência dos maiores volumes de produção.

Já a produção de níquel subiu 7,9% para 36,9 mil toneladas, principalmente devido ao melhor desempenho operacional em Sudbury, no Canadá, e na Indonésia. As vendas de níquel aumentaram 2,5% para 40,3 mil toneladas em função da melhora de produção.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   19/07/2023

De acordo com a Volkswagen, o layoff terá início no dia 1º de agosto, com previsão de durar dois meses; já a Mercedes-Benz informou que estendeu o layoff para a produção de caminhões até 31 de agosto.

A Volkswagen anunciou que vai colocar trabalhadores de sua fábrica em Taubaté, no interior paulista, em layoff (suspensão). Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau), a medida vai atingir 800 trabalhadores. Layoff significa que esses trabalhadores terão seus contratos suspensos temporariamente.

De acordo com a Volkswagen, o layoff vai ocorrer em um turno de produção e terá início no dia 1º de agosto, com previsão de durar dois meses. “A ferramenta de flexibilização está prevista em acordo coletivo firmado entre o sindicato e colaboradores da Volkswagen”, diz nota que foi enviada pela empresa.

O sindicato diz que o layoff pode durar até cinco meses e que a montadora informou que a suspensão dos contratos será feita para adequar o volume de produção ao mercado.

“Infelizmente, a taxa de juros, a Selic, continua em 13,75% e inviabiliza a venda de carros novos, já que dois terços dessas vendas são feitas por financiamento. Com isso, as montadoras têm enfrentado um acúmulo de veículos em estoque nos pátios”, disse Claudio Batista, o Claudião, presidente do sindicato, por meio de nota.

De acordo com o sindicato, a fábrica de Taubaté conta com cerca de 3,1 mil trabalhadores, que produzem o Polo Track, novo carro de entrada da montadora.

Mercedes-Benz

A Mercedes-Benz informou que está estendendo o layoff para os trabalhadores da fábrica de São Bernardo do Campo (SP), “em razão do atual nível de demanda de veículos comerciais no mercado brasileiro”. Segundo a montadora, o layoff é para a produção de caminhões e agregados e foi estendido até o dia 31 de agosto.

“Importante esclarecer que não estamos com a produção totalmente parada. Estamos operando com um turno e ajustando os volumes”, informou a montadora.

CONSTRUÇÃO CIVIL

IstoÉ Dinheiro - SP   19/07/2023

A grande questão à frente para o setor da construção é se ele será capaz de engatar um novo ciclo de crescimento após a desaceleração que se aproxima, afirmou nesta terça-feira (18) a coordenadora de Projetos da Construção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Ana Maria Castelo.

Para Castelo, porém, há possibilidade de que o afrouxamento monetário e o mercado de baixa renda voltando a ganhar protagonismo permitam esse movimento. Ela citou que nas sondagens de início de ano, havia mais pessimismo entre os empresários, mas que as avaliações voltaram a indicar uma melhora.

A coordenadora analisou que o setor teve um boom impulsionado pelo efeito dos juros em patamares historicamente baixos sobre o ciclo de negócios do mercado imobiliário. Com o gap entre lançar, vender e iniciar as obras, esse é o impulso que está sendo refletido desde meados do ano passado pela construção, acrescentou.

“Em 2023, a construção tem sido um grande gerador de emprego”, disse Castelo. Ela listou que o setor está com um ciclo de atividade bem aquecido e que ao longo deste ano ainda devemos ver o efeito de investimentos em infraestrutura das prefeituras, em função do ano eleitoral em 2024.

A preocupação, porém, está à frente, com a sustentação desse ciclo de negócios, ponderou. O impulso original dos juros baixos teve uma reversão forte após a elevação das taxas, o que levou no ano passado a quedas nas vendas e nos lançamentos, emendou. Castelo explicou que as obras hoje ainda refletem o ciclo anterior, mas que à frente devemos ver uma desaceleração.

A Infraestrutura, no entanto, pode mitigar esse efeito, disse. Além das obras de prefeituras, ela citou os leilões da construção e o relançamento do Minha Casa, Minha Vida.

Monitor Digital - RJ   19/07/2023

O Nordeste abriga várias cidades em expansão, entre elas Salvador, Recife, Fortaleza e Maceió. A região tem apresentado aumento na construção de edifícios residenciais, comerciais e, no que tange à infraestrutura, no desenvolvimento de estradas, aeroportos e portos. Além disso, projetos envolvendo a geração e distribuição de energia renovável, como parques eólicos e solares, têm ganhado destaque na região.

Para alguns representantes dos Sinduscon regionais, outro ponto favorável para o bom momento da indústria da construção na região tem sido o iminente impulsionamento de obras do Governo Federal – Minha Casa, Minha Vida – e também projetos públicos de governos estaduais e municipais, com ampliação de infraestrutura.

“De forma geral, o Nordeste, historicamente, tem uma indústria da construção civil significativa, impulsionada por projetos residenciais, comerciais e de infraestrutura. A região experimentou um crescimento econômico notável nas últimas décadas, o que levou a um aumento desta demanda.” É o que aponta pesquisa realizada no último ano feita pela Brain Inteligência Estratégica, em parceria com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Segundo o estudo, a Região Nordeste é a que registra maior intenção de compra de imóveis do mercado nacional. Os dados coletados indicam que quatro em cada 10 moradores dos estados da região estão em busca de um novo imóvel para investir.

Para o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA), Ângelo Lorens Simões, seu estado vive essa efervescência da demanda e registra interesse de incorporadoras de outras regiões.
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“Temos espaço para incorporadoras do Sul e do Sudeste. A ‘região está em constante desenvolvimento, tanto em infraestrutura como no mercado imobiliário, além de diversas obras públicas que estão em andamento”, disse.

Projetos do programa habitacional do Governo Federal Minha Casa Minha Vida, além das obras industriais, como a manutenção e ampliação da Refinaria de Mataripe, que foi vendida pela Petrobras para a Acelen – devem aquecer ainda mais o mercado regional. O oOeste baiano, com o agronegócio, é outra região que têm despertado o interesse do setor imobiliário na ampliação da sua infraestrutura.

O presidente do Sinduscon-BA, Alexandre Landim, ressalta que a base da construção civil local está moldada em três pilares essenciais: investir no capital humano, investir em tecnologia e inovação e pensar na responsabilidade social, ambiental e de governança das empresas.

Para Landim, outro aspecto importante são as tecnologias na indústria da construção, que melhoram o ambiente de trabalho e ganho na produtividade.

O Estado do Ceará também se destaca como importante polo de desenvolvimento no Nordeste brasileiro, com novos empreendimentos imobiliários, expansão de áreas urbanas e fortalecimento da infraestrutura. Além disso, o governo local tem adotado políticas de incentivo ao setor, como programas de financiamento habitacional e estímulos à construção de empreendimentos de interesse social. Essas medidas contribuíram para a movimentação do mercado e a geração de empregos na área da construção civil.

“Com a reformulação do Minha Casa, Minha Vida, a expectativa é gerar cerca de 10 mil empregos no setor nos próximos três anos, com diversas oportunidades para toda a cadeia produtiva da construção civil do Ceará”, disse o presidente do Sinduscon-CE, Patriolino Dias de Sousa.

Já para o vice-presidente do Sinduscon-AL, Alfredo Brêda, “temos mais de 20 mil empregos diretos e chegamos a mais de 60 mil empregos, entre diretos e indiretos. Isso é importante para movimentar a economia. Podemos afirmar que o setor da construção ajuda a movimentar a vida de 300 mil pessoas no estado.”

De acordo com ele, os projetos de infraestrutura e saneamento básico em Alagoas vêm se desenvolvendo com regularidade, o que tem facilitado a ascensão do setor imobiliário. Breda comenta que o estado tem uma gama de duplicação de estradas em execução, proporcionando lançamentos de imóveis e a implantação de indústrias que ajudam no desenvolvimento da região.

O mercado imobiliário das capitais nordestinas movimentou R$ 15,8 bilhões apenas no primeiro trimestre deste ano. Essa estimativa é resultado da análise do Valor Geral de Vendas (VGV), que engloba o valor idealizado de todos os apartamentos vendidos na região. No período analisado, foram vendidos um total de 8.515 imóveis nas nove capitais nordestinas. Um dado que reforça a tendência de que o Nordeste vem atraindo cada vez mais investidores e compradores em busca de oportunidades no mercado imobiliário.

Valor - SP   19/07/2023

INCC mede inflação no setor da construção civil e acaba de passar por uma atualização.

A Reforma Tributária pode conduzir a novas mudanças no Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) da Fundação Getulio Vargas (FGV), que mensura inflação do setor da construção e acaba de passar por uma atualização. A possibilidade foi aventada por Ana Castelo, coordenadora de Projetos da Construção no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV Ibre) e responsável pelo indicador.

A especialista fez a observação ao ser questionada sobre o tema durante o seminário virtual “A evolução dos custos na construção”, promovido pela fundação essa manhã pela FGV. “Essa é uma questão interessante [sobre impacto da reforma]. A última alteração [no INCC, antes da realizada esse ano] foi feita há 14 anos”, comentou.

Ela explicou que, em seu entendimento, o indicador precisa acompanhar as alterações, na economia e no setor ao longo dos anos. Na prática, comentou ela, os preços apurados na ótica do índice precisam estar alinhados às mudanças nos processos construtivos industrializados do país. “Assim, a reforma tributária pode sim determinar uma mudança estrutural importante e levar à outra alteração [no INCC]” admitiu.

Mas a pesquisadora fez uma ressalva. A implementação da reforma tributária é um processo de longo prazo, bem como os efeitos das novas regras tributárias na economia real. O governo calcula que o período de transição para novo regramento de tributos será concluído em 2033, a começar em 2026.

“A mudança [com a reforma] não ocorre da noite para o dia. Mesmo que ela seja aprovada em horizonte de curto prazo [o texto da reforma, após passar pela Câmara, ainda está sendo apreciado no Senado], há um processo de transição, e as alterações não ocorrem da noite para o dia. Isso precisa ser considerado”, pontuou.

Também presente no seminário, Andrá Braz, economista da FGV analista de inflação, afirmou que os economistas da fundação vão acompanhar o impacto da reforma tributária na evolução de todos os indicadores da FGV. Ele explicou que haverá mais influência das novas regras tributárias nos indicadores voltados para consumo final, como Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa o varejo e no próprio INCC.

Yorki Estefan, presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), também no seminário, afirmou que a grande expectativa do setor é que a reforma tributária traga uma indução à produtividade na construção. “Mas nosso setor é muito complexo”, ponderou ele.

Uma das dúvidas da indústria da construção sobre a reforma, ponderou Estefan, é se o novo regramento tributário poderia afetar mais a produção habitacional, na planta – e, assim, elevar custo de produção, e tornar empreendimentos novos muito mais caros do que imóveis antigos, ao consumidor final. Mas admitiu ser preciso mais informações detalhadas sobre a reforma, para saber qual será impacto real no custo do setor.

Renato Lomonaco, diretor de Assuntos Econômicos da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) concordou. Ele comentou ter sido muito bom a aprovação da reforma, mas ainda não se sabe como será exatamente o impacto do tratamento tributário ao setor da construção. “Nosso setor tem várias questões específicas” disse. O executivo sugeriu que se faça um tratamento tributário ao setor “inteligente, para a industrialização e formalização” da construção.

Por sua vez, Ieda Vasconcelos, economista do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), também assinalou que, até o momento, não há grandes definições de como será tratado o setor de construção, no âmbito das novas regras da reforma. “Apesar da reforma ter passado já na Câmara [dos deputados] estamos no início de um processo [o texto ainda está em apreciação no Senado]” disse, comentando ser preciso esperar para ver a influência, das novas regras tributárias, nos custos do setor.

FERROVIÁRIO

Valor - SP   19/07/2023

Grupo já alocou R$ 1,8 bilhão de recursos próprios, mas ainda busca crédito, com BNDES e Banco do Nordeste, para concluir obra.

Fonte: Eduardo Ledsham, presidente da Bamin: Início das obras atrasaram devido à dificuldade de contratar construtoras — Foto: Ulisses Dumas/Divulgação

Dois anos após vencer o leilão da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste Leste), a Bamin (Bahia Mineração) acaba de iniciar as obras da ferrovia e começa a fazer as primeiras intervenções no Porto Sul, em Ilhéus (BA). Até agora, R$ 1,8 bilhão foi aportado pelo acionista, segundo o presidente, Eduardo Ledsham. Desse total, R$ 1,2 bilhão irá para a ferrovia e R$ 600 milhões, para o porto. A empresa é controlada pelo Eurasian Resources Group (ERG), do Cazaquistão.

Trata-se de apenas uma parcela do plano de investimentos ambicioso da companhia, que quer ampliar sua produção de minério de ferro, em Caetité (BA), e viabilizar o escoamento da carga via ferrovia e porto. Só na Fiol, estão previstos R$ 5 bilhões de investimentos, no total, ao longo dos 35 anos da concessão - valor que inclui a conclusão da ferrovia, já iniciada pelo governo federal, e a compra de material rodante. Além disso, a empresa planeja construir, desde o zero, o Porto Sul, o que demandará outros R$ 6,7 bilhões ao todo.

Para as próximas etapas das obras, a Bamin ainda negocia o financiamento junto ao BNDES e ao Banco do Nordeste, segundo o executivo. A expectativa é que a liberação do crédito, que deverá corresponder a 70% do empreendimento, seja concluída até 2024, segundo o executivo. “A gente vem conversando há mais de um ano, e a expectativa é fechar o pacote de financiamento em 2024”, disse. Procurados, BNDES e Banco do Nordeste não se manifestaram até o momento.

Questionado sobre a atração de sócios ao projeto - uma possibilidade estudada desde antes do leilão, mas que não se viabilizou -, Ledsham afirmou que o grupo “está sempre aberto, mas que não há conversas em curso.

O trecho da Fiol operado pela Bamin, que vai de Ilhéus a Caetité, já havia sido iniciado pelo governo federal, e agora caberá à empresa concluir o empreendimento. O grupo decidiu começar os trabalhos por um trecho de 127 km entre Ilhéus e Aiquara (BA). Dos quatro trechos que compõem a ferrovia, este é aquele com a menor taxa de execução, com apenas 37% das obras feitas. Nos demais, o andamento está em 67%, 100% e 68%, disse ele.

O começo das obras, inicialmente programado para 2022, atrasou devido à dificuldade de fechar o contrato com a construtora, segundo Ledsham. “O setor [de infraestrutura] hoje tem uma alta demanda, e, para uma obra desse volume, o mercado ainda é carente de construtoras.” Hoje, a previsão do grupo é entregar tanto a Fiol quanto o Porto Sul até o primeiro semestre de 2027.

No caso do Porto Sul, até o momento, foram feitas intervenções iniciais “offshore” [longe da costa], segundo o executivo. “Vamos começar neste ano a abertura da pedreira que vai gerar os blocos para o quebra-mar.” Um dos obstáculos para a construção do terminal eram os questionamentos de impacto ambiental do porto, porém, o presidente diz que a licença de instalação já foi renovada por mais seis anos.

O projeto do Porto Sul prevê, primeiro, a construção de um terminal para minério e, depois, outro destinado a grãos - carga que deverá ter peso grande na Fiol.

“Nosso foco é entregar a Fiol 1 e o porto, mas vamos avaliar a Fiol 2”

— Eduardo Ledsham

Quando finalizada, a Fiol deverá ter capacidade para transportar 60 milhões de toneladas por ano - das quais 26 milhões deverão ser ocupadas pela produção de minério de ferro da Bamin em Caetité - quando atingir a maturidade prevista pela companhia.

Hoje, a mina Pedra de Ferro produz 1 milhão de toneladas ao ano, e a empresa já entrou com pedido para elevar o volume a 2 milhões. Por enquanto, a produção é escoada por caminhão até um terminal a 40 km de distância, onde a carga segue pela Ferrovia Centro Atlântica (FCA), da VLI. “É uma logística cara, mas tem o benefício de dar visibilidade ao produto”. Neste ano, a empresa fechou contrato com a Anglo American para fornecer minério.

Enquanto o escoamento depender da VLI, Ledsham estima que o potencial máximo será de 3 milhões de toneladas por ano, devido às limitações da FCA. “Por isso, o foco é concluir o empreendimento, que vai viabilizar a mina.”

A Bamin ainda estuda a possibilidade de antecipar o início da operação, de forma parcial, antes de 2027. A ideia seria transportar a carga, de caminhão, até um ponto da Fiol e, de lá, seguir ao Porto Sul. O esquema possibilitaria ampliar o escoamento para 5 milhões de toneladas. “Mas ainda estamos avaliando a viabilidade.”

Questionado sobre o interesse no leilão dos demais trechos da Fiol - que o governo federal planeja conectar com a ferrovia Norte-Sul, em Figueirópolis (TO) -, o executivo diz que o projeto será avaliado, mas que não é o foco.

“A Fiol 2 [trecho de Caetité a Barreiras] está 52% construída, o governo tem estudado fazer o leilão em 2024. Para a Bamin, é uma oportunidade, o fato de ter o mesmo operador ao longo da via também evita a discussão de direito de passagem. Mas nosso foco é entregar a Fiol 1 e o porto. No momento certo, vamos avaliar.”

NAVAL

A Tribuna - SP   19/07/2023

Integrantes do Comitê de Inovação da Portos do Paraná participaram do Cubo Maritime & Port, na quinta-feira (13), em São Paulo. O objetivo foi captar para empresa pública subsídios para análise das necessidades estratégicas da autoridade portuária envolvendo potenciais soluções inovadoras para a realidade paranaense.

O grupo acompanhou painéis que abordaram as tendências em inovação do setor marítimo e portuário, aspectos regulatórios em relação à cultura de inovação e conheceu cases reais de inovações tecnológicas na indústria.

Durante o evento, foram discutidas experiências de inovação junto a autoridades portuárias, startups e empresas parceiras do setor. Entre os principais gargalos observados para implementar a inovação no setor público estão: modelo de contratação, papéis e responsabilidades, desalinhamento de incentivos, visão de longo prazo e continuidade.

O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, destaca a necessidade de soluções dedicadas exclusivamente ao setor portuário. “Os portos paranaenses estão se estruturando para trazer cada vez mais melhorias”, explica. “Por isso, recentemente criamos um comitê especializado em inovação de olho no futuro e na modernização da autoridade portuária no Estado”, justifica.

O coordenador do Comitê de Inovação, Honorato Chudson, ressalta a criação de um ecossistema inovador na Portos do Paraná. “Assim como outras iniciativas, o comitê conta com o envolvimento de toda a companhia com a contribuição de todo time sobre aspectos estratégicos da empresa”, destaca.

As colaboradoras Anna Fermino, da Diretoria de Engenharia e Manutenção, e Paula Werner Linhares, da Diretoria de Operações Portuárias, também representaram a empresa pública.

Ao final, o evento fomentou um manifesto da inovação no setor, com o objetivo de acelerar a eficiência e produtividade das operações portuárias e marítimas no Brasil através de inovação e tecnologia já consolidadas mundo afora voltadas, principalmente, para os desenvolvedores de soluções startups.

Evento
O Cubo Maritime & Port é uma iniciativa do Cubo Itaú. O objetivo é criar o maior hub de inovação no setor portuário da América Latina, trazendo colaboração entre grandes corporações e startups para desenvolver novas soluções às dificuldades de um dos maiores ecossistemas da economia nacional.

O intuito é estimular conexões dentro do ecossistema portuário para gerar oportunidades de transformação, discussões sobre tendências e os desafios que permeiam o futuro da indústria.

AGRÍCOLA

Valor - SP   19/07/2023

Indicador do BC dá pistas sobre a atividade econômica, mas não é ele que permite afirmar se o campo segue com “fôlego” para empurrar a economia.

Fonte: FGV Agro

Na segunda-feira, o Banco Central apresentou os dados do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) referentes a maio com um resultado que pouca gente esperava: uma queda de 2%, a mais acentuada desde março de 2021. Não se pode ignorar o que sugerem os números de um indicador que tem a alcunha de “prévia do PIB”, mas tampouco se pode pressupor que ele informe ou indique coisas que, na verdade, não são seu papel.

Ainda assim, tão logo saiu o informe do Banco Central com os novos dados do IBC-Br, multiplicaram-se leituras enviesadas, que penderam para o lado que apontava o nariz ideológico do escriba. Uma das mais curiosas foi a de que o agronegócio, grande propulsor do Produto Interno Bruto do país no primeiro trimestre, não teria tido “fôlego” para ser mais uma vez o motor da expansão no trimestre seguinte, o que teria aparecido no IBC-Br com os dados referentes ao mês de maio. No intervalo entre janeiro e março, lembremos, o PIB geral cresceu 1,9% e o da agropecuária, estupendos 21,6%.

O índice do BC captura indícios sobre a atividade econômica exclusivamente a partir do aspecto da oferta nos setores de serviços, indústria, varejo “e algo de produção agrícola”, explica Dalton Gardimam, economista-chefe da Ágora Investimentos. Ao contrário do que ocorre na apuração do PIB, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IBC-Br não tem a “conciliação” dos dados da oferta com os de demanda e renda, as outras duas “óticas” por meio das quais se pode calcular o Produto Interno Bruto.

Na safra 2022/23, o Brasil teve uma colheita recorde de grãos - a produção chegará a 317,6 milhões de toneladas, segundo a estimativa mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A oferta, portanto, será alta como nunca. Além disso, em linhas gerais, a safra andou sem grandes contratempos, o que permitiu que a colheita de um ciclo que já se sabia que seria recorde ficasse ainda mais concentrada no primeiro trimestre, o que potencializou o resultado da agropecuária no período.

Assim como virtualmente todos os indicadores econômicos, o IBC-Br é imperfeito. Ele tem, ainda assim, o mérito de ajudar a amenizar a penumbra sobre o andor da economia no intervalo entre uma divulgação de PIB e a seguinte.

O indicador do BC não seria, com isso, capaz de captar se, em maio, o agro teve ou não “fôlego” para empurrar a economia para um salto que lembrasse o do primeiro trimestre. “Mas ele nos diz algo sobre a desaceleração da economia”, diz Gardimam. Ele ajuda a vislumbrar, por exemplo, o saldo de um ano e meio de aperto monetário.

Outro retrato do desempenho do agro aparece no Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), elaborado pelo Centro de Estudos do Agronegócio, da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro). Em maio, em seu melhor desempenho neste ano, a atividade da agroindústria cresceu 1,6%. Segundo os autores do estudo, a expansão da agroindústria “acompanhou a conjuntura macroeconômica do país”, com inflação mais moderada, “o que favoreceu o consumo das famílias e, consequentemente, a produção agroindustrial”.

A melhoria do quadro para a agroindústria ainda não se firmou: o segmento oscilou entre altas e baixas em todos os cinco primeiros meses de 2023. Na avaliação dos pesquisadores do FGV Agro, faltam condições para uma retomada mais firme - e na lista de empecilhos, os autores citam “a elevada taxa de juros e, naturalmente, o aumento do endividamento e inadimplência das famílias”.

André Diz, pesquisador do FGV Agro, também reconhece que o IBC-Br não é o indicador mais adequado para esmiuçar o estado geral dos diferentes setores da economia. Ainda assim, é possível encontrar pistas que, mais tarde, aparecerão no resultado do PIB.

No caso do agro, o pesquisador observa que o preço da saca de soja no Porto de Paranaguá (PR), que era de R$ 162 em março, estava em R$ 138 em maio, o que representou um declínio de 15%. No caso do milho, a queda foi ainda mais acentuada - o preço da saca do grão no terminal caiu cerca de 30% nesse período, para R$ 58. “Nos dois casos, principalmente no do milho, foi uma queda muito grande em um intervalo de apenas dois meses”, afirma. “Essa queda pode ser um fator de preocupação porque ela indicaria que nós podemos ter alguma dificuldade mais à frente”.

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