Valor - SP 18/08/2023
Empresa registrou crescimento de 11,3% no segundo trimestre, bateu recorde de 100,3 mil toneladas e obteve lucro líquido de R$ 108 milhões.
Gustavo Bcheche: “A empresa teve performance operacional e bastante disciplina financeira” — Foto: Silvia Zamboni/Valor
Sem alarde, a Aço Verde do Brasil vem ocupando espaço no mercado brasileiro de aços longos mesmo em meio à retração de demanda. Enquanto as grandes produtoras estão penando com a queda nas vendas, a companhia, situada em Açailândia (MA) registrou crescimento de 11,3% no segundo trimestre. O mercado, como um todo, caiu cerca de 10%.
A AVB é a mais novas e menor siderúrgicas do país e passou a competir no mercado de aços laminados longos, com vergalhões e fio-máquina, em 2018. No semestre, cresceu 14,5%. Destacando a retomada das atividades na construção civil - mais lançamentos de empreendimentos imobiliários - a empresa informou que suas vendas, entre abril e junho, subiram 12,5% ante o primeiro trimestre deste ano.
“Batemos novo recorde, com vendas de 100,3 mil toneladas no trimestre passado, fruto de resiliência operacional da empresa”, disse Gustavo Bcheche, diretor financeiro e de RI. A empresa é de capital fechado, mas reporta demonstrações financeiras trimestrais como se fosse aberta. Faz isso porque lançou Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA).
A empresa é comandada por Silvia Nascimento, uma das acionistas do grupo Ferroeste, que é o controlador da siderúrgica.
A fabricante de vergalhões e fio-máquina compete com so pesos-pesados do setor Gerdau e ArcelorMittal, com a mexicana Simec e com a Sinobras (Grupo Aço Cearense), que tem usina no Pará.
Bcheche diz que a empresa segue seu plano estratégico de ampliar a ocupação de capacidade de instalações da usina. A siderúrgica está apta a fazer 600 mil toneladas de produtos laminados ao ano - deve passar de 400 mil toneladas em 2023 e almeja chegar a 500 mil no próximo ano.
A siderúrgica opera com dois altos-fornos, que processam minério de ferro, comprado da Vale, e biocarbono (carvão vegetal obtido de florestas próprias) para produção do ferro-gusa. Esse produto abastece a aciaria, onde é refinado com mistura de sucata de ferro e aço (de 20 a 25%).
“Nosso foco é transformar os tarugos que saem da aciaria em material laminado, de maior valor agregado para atender clientes de diversas partes do país. Com a ampliação do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida no Nordeste, estaremos prontos para fornecer aço aos construtores e incorporadores da região”, afirma o executivo.
No segundo trimestre, a AVB também sofreu queda de receita, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado e na última linha do balanço, da mesma forma que outras siderúrgicas do país.
A receita líquida, de R$ 446 milhões, teve recuo de 25,8% na comparação anual, porém aumento de 11,7% frente ao desempenho de janeiro a março O lucro líquido alcançou de R$ 108 milhões, com uma margem líquida de 24,2%, considerada de bom termo no negócio de siderurgia. O resultado foi 49,1% inferior, tendo também crescido ante o primeiro trimestre (+35,8%).
O Ebitda ajustado foi de R$ 145 milhões (com margem de 32,5%) e sofreu baque anual de 48,2%, porém com crescimento de 15% frete ao primeiro trimestre.
A alavancagem financeira da AVB é vista como tranquila, de 0,8 vez na relação Dívida Líquida sobre Ebitda. Fechou o trimestre com caixa de R$ 720 milhões, ante dívida total de R$ 1,22 bilhão. A alta do caixa, explica, se deve ao aumento do fluxo de caixa operacional, somando uma captação de R$ 260 milhões em Cédula do Produtor Rural (CPR).
“A empresa mostrou performance operacional e disciplina financeira”, disse Bcheche, ressaltando que a AVB obteve a elevação do rating de crédito corporativo de ‘brAA-‘ para ‘brAA’, com perspectiva estável, da agência de rating S&P Global Ratings.
Os investimentos somaram R$ 84,5 milhões, alocados principalmente numa planta de gás (para garantir o aumento da produção de aço em 2024) e na unidade de fabricação de briquetes (para recuperar resíduos do processo siderúrgico - finos de minério de ferro e de biocarbono). “Vão substituir 20% da matéria-prima”.
O Estado de S.Paulo - SP 18/08/2023
Assim é se lhe parece. A complexidade do atual quadro econômico e político do País comporta duas percepções bem distintas da realidade dos fatos. O primeiro olhar, confiante, enxerga um governo mais pragmático, empenhado em manter um círculo econômico virtuoso que se afigura a cada dia mais promissor. O olhar alternativo é bem mais cético quanto ao pragmatismo do governo, ao percebê-lo ainda aferrado a um ideário econômico arcaico e enredado nas dificuldades de assegurar uma articulação funcional e estável com um Congresso fisiológico de centro-direita.
As constatações do olhar confiante são bem conhecidas. O governo vem conseguindo tramitar no Congresso um novo arcabouço fiscal que reduz o risco de cenários extremos de descontrole súbito das contas públicas. E, tendo sabido refrear sua irritação com o Banco Central, poderá colher, afinal, os benefícios de um relaxamento ordenado da política monetária, num quadro de inflação sob controle, com a economia em expansão.
O avanço da “pauta do País” no Congresso tem contribuído para reforçar a percepção de melhora de perspectivas na economia, como bem mostram as reavaliações de agências de classificação de risco. Embora a consolidação da articulação com Arthur Lira e o Centrão prometa ser trabalhosa, tudo indica que, em breve, o governo poderá contar com uma base de apoio bem mais funcional e confortável no Congresso.
Já o olhar cético parte da constatação de que, na contramão da consolidação fiscal que se esperava, o que o governo vislumbra é um amplo e ostensivo programa de expansão fiscal, bancado, em parte, por vultosos aumentos “a definir” de receita e, em grande parte, por um salto no endividamento público de mais de dez pontos porcentuais do PIB ao longo do atual mandato presidencial. Uma tremenda farra fiscal.
Em áreas que não foram blindadas pelo Congresso, a restauração de ideias equivocadas avança a olhos vistos, como bem ilustra o que agora vem ocorrendo na Petrobras.
O Planalto tem-se mostrado incapaz de estabelecer uma articulação estável e funcional com o Congresso. A cada dia mais irritado com o poder desmesurado da Câmara e o “parlamentarismo sem primeiro-ministro”, o governo continua tentando negociar com partidos e não com o “amontoado que eles chamam de Centrão”. Nada fácil.
É importante, no mínimo, sabermos mesclar esses dois olhares tão distintos, para nos protegermos de excessos de certeza sobre possíveis desdobramentos do complexo quadro econômico e político que hoje se vê no País.
IstoÉ Dinheiro - SP 18/08/2023
Brasil não foi o único país da região a reduzir sua taxa de juros recentemente. Chile, Uruguai e Costa Rica fizeram o mesmo, e outros devem seguir essa trilha. Enquanto isso, Banco Central Europeu e Fed aumentaram taxas.A redução da taxa de juros básica no Brasil, a Selic, anunciada no início do mês pelo Banco Central, deve-se à queda da expectativa da inflação deste ano no país, mas se insere em um cenário mais amplo de flexibilização monetária na América Latina.
Uma semana antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) que reduziu a taxa para 13,25% ao ano, o Chile também reduziu a sua, para 10,25%. Outros países da região, como Uruguai e Costa Rica, também cortaram suas taxas, e há expectativa que Peru, Colômbia e México sigam a trilha nos próximos meses.
Enquanto isso, o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco Central dos Estados Unidos, o Fed, elevaram em julho as suas taxas básicas de juro, e cogitam novos aumentos nas próximas reuniões.
Um dos motivos desse descompasso é que o último ciclo de alta de taxas de juros na América Latina começou mais cedo, em 2021, do que nos Estados Unidos e na Europa, onde esse processo foi iniciado um ano depois. Por isso, a subida dos juros já teve resultado no controle da inflação, segundo economistas ouvidos pela DW.
Esse último ciclo de alta dos juros acompanhou a alta da inflação provocada pela desorganização das cadeias de suprimento na pandemia e pelo impacto da guerra na Ucrânia nos preços da energia e de commodities agrícolas.
Joan Domene, economista-chefe de América Latina da consultoria Oxford Economics, afirma à DW que os países da América Latina começaram antes a aumentar as taxas pois seus governos e sociedades têm experiências recentes com descontrole inflacionário, de modo que os bancos centrais da região geralmente são mais rápidos para reagir.
“Além disso, os mecanismos de transmissão [da taxa de juros para a inflação] são mais lentos e rasos devido à menor penetração financeira e alta informalidade, o que requer uma ação mais contundente do que em outros países”, diz.
Ele menciona também que esforços de governos da região para adotar planos para buscar o equilíbrio nas contas públicas contribuíram para a redução da expectativa de inflação, e ajudaram os bancos centrais a reduzir ou considerar reduções nas suas taxas de juro.
No Brasil, o sinal mais importante nesse sentido foi a aprovação do novo arcabouço fiscal pelo Senado no final de junho – como os senadores fizeram mudanças no texto que havia passado pela Câmara, ainda falta uma última análise pelos deputados.
Efeitos no câmbio e riscos
O ciclo de alta nas taxas de juros beneficiou as moedas da América Latina, inclusive o real, que na primeira metade deste ano estiveram entre as mais valorizadas do mundo frente ao dólar.
Isso ocorre porque taxas de juros mais altas atraem capital estrangeiro, que compram títulos da dívida pública em busca de maior rentabilidade. Para comprar os títulos da dívida pública no Brasil, por exemplo, esses investidores precisam trocar seus dólares por reais, o que provoca esse efeito no câmbio.
Por outro lado, quando há queda da taxa de juros, os títulos da dívida pública se tornam menos atrativos para o capital estrangeiro, e o impacto no câmbio vai no caminho inverso. Após os recentes cortes em suas taxas de juros, as moedas do Brasil e do Chile desvalorizaram-se em relação ao dólar.
Ricardo Hammoud, professor de macroeconomia do Ibmec de São Paulo, diz que a tendência do câmbio dependerá da diferença entre a taxa de juros dos países da América Latina e a taxa de juros norte-americana. Atualmente, o Fed adota uma taxa de 5,25% a 5,50%. Analistas e dirigentes da autoridade americana já sugeriram que novas elevações da taxa são possíveis neste ano.
A alta da taxa de juros nos Estados Unidos torna os títulos da dívida daquele país mais interessantes para os investidores, reduzindo também a atratividade dos títulos de países latino-americanos – que têm risco maior. “Se o Fed subir mais a taxa de juros e o risco desses países aumentar, existe uma probabilidade que as moedas desses países se desvalorizem”, diz.
Ernesto Revilla, economista para América Latina do banco Citi, avalia que os mercados, em geral, têm se comportado de forma estável, e que houve ampla comunicação do Fed e dos outros bancos centrais sobre suas ações.
Sobre a possibilidade de a inflação voltar a subir, o que pressionaria a taxa de juros, Revilla crê que isso pode acontecer se os preços das commodities avançarem novamente, como ocorreu com o petróleo nas últimas semanas ou se o El Niño se tornar mais forte em 2024 e empurrar os preços dos alimentos para cima.
Pressão política
As taxas de juros, que passaram dos dois dígitos em países como Brasil, Colômbia, Chile e México, foram alvo de críticas de políticos nos últimos meses.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, estiveram entre os dirigentes que questionaram publicamente as taxas de seus respectivos países.
Eles fizeram isso pois taxas de juros altas tendem a inibir o crescimento econômico. Tanto no Brasil como na Colômbia, os bancos centrais têm autonomia em relação ao governo – ou seja, os presidentes não conseguem interferir diretamente na definição das taxas.
Para Hammoud, esse tipo de pressão pública feita pelos presidentes prejudica a atuação dos bancos centrais, pois provocaria desconfiança nos mercados, forçando as autoridades monetárias a manter a taxa de juros mais alta por mais tempo. “O Banco Central fica entre a cruz e a espada, ou seja, se ele manter a taxa de juros elevada ele fica em confronto com o governo, e se ele reduz, ele perde a credibilidade. É um malefício para a economia”, diz.
Argentina é principal exceção
No mundo, entre os países que compõem o G20, a Argentina lidera com os maiores juros nominais, seguida por Turquia, Brasil, Rússia e México.
Com uma taxa de juros de referência que passou de 97% para 118% nesta semana e inflação acima dos 100% ao ano, a Argentina aparece como a grande exceção da América Latina no cenário atual.
Santiago Manoukian, economista-chefe da consultoria local Ecolatina, não acredita em cortes nos juros argentinos neste ano, e avalia que, diante de um cenário de incertezas que envolve as eleições locais, novas altas das taxas podem ocorrer.
No entanto, ele diz que, ao contrário de outras economias, o aumento das taxas de juros na Argentina não produz tantos efeitos recessivos ou que punam o consumo ou a demanda por investimentos. “A profundidade do sistema financeiro na Argentina é muito pequena”, diz.
CNN Brasil - SP 18/08/2023
O Morgan Stanley é o mais recente a cortar a previsão de crescimento econômico da China para este ano, após uma série de dados decepcionantes do país e preocupações com seu setor imobiliário.
O banco de Wall Street agora vê crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China de 4,7% este ano, abaixo da previsão anterior de 5%, de acordo com uma nota divulgada por economistas do banco especializados na economia chinesa na última quarta-feira (16).
O Morgan Stanley também reduziu a previsão do PIB chinês de 2024 para 4,2%, de 4,5%.
Nesta semana, o JPMorgan cortou a previsão de expansão do PIB da China em 2023 para 4,8%, de 5% antes, enquanto o Barclays reduziu para 4,5%.
Pequim havia estabelecido uma meta de crescimento de cerca de 5% para este ano.
O Morgan Stanley reduziu as previsões para “considerar uma desaceleração mais acentuada do capex (despesas de capital) em meio à desalavancagem no setor imobiliário e pelos veículos de financiamento dos governos locais (LGFVs), com efeitos indiretos sobre o consumo”, disse o grupo de economistas.
O setor imobiliário da China enfrenta uma crise de liquidez desde o final de 2021, quando o China Evergrande Group entrou em colapso e desencadeou uma série de inadimplências.
IstoÉ Online - SP 18/08/2023
O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) caiu 0,13% em agosto, após a queda de 1,10% em julho, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira, 17. O resultado ficou acima da mediana negativa de 0,28% calculada com base nas estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, mas dentro do intervalo das previsões, de queda de 0,72% a 0,11%.
Quanto aos três indicadores que compõem o IGP-10 de agosto, os preços no atacado medidos pelo IPA-10 tiveram redução de 0,20% em agosto, ante uma queda de 1,54% em julho. Os preços ao consumidor verificados pelo IPC-10 apresentaram recuo de 0,01% em agosto, após o aumento de 0,02% em julho. Já o INCC-10, que mede os preços da construção civil, teve elevação de 0,17% em agosto, depois de subir 0,01% em julho.
O IGP-10 acumulou um recuo de 5,32% no ano. A taxa acumulada em 12 meses ficou negativa em 7,37%. O período de coleta de preços para o indicador de agosto foi do dia 11 de julho a 10 deste mês.
IPAs
Os preços agropecuários medidos pelo IPA agrícola subiram 0,16% no atacado em agosto, após uma queda de 3,40% em julho, dentro do IGP-10.
Já os preços dos produtos industriais, mensurados pelo IPA Industrial, tiveram redução de 0,33% no atacado em agosto, depois do recuo de 0,83% em julho.
Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais tiveram queda de 0,95% em agosto, ante redução de 0,97% em julho.
Os preços dos bens intermediários caíram 0,37% em agosto, após queda de 1,31% em julho. Já os preços das matérias-primas brutas subiram 0,79% em agosto, depois da queda de 2,38% em julho.
Infomoney - SP 18/08/2023
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Não é necessário ressaltar a importância da política monetária nos Estados Unidos e na Europa para o mundo, especialmente para os países emergentes.
No entanto, tanto os Estados Unidos quanto a Europa levaram muito tempo para diagnosticar adequadamente as razões por trás da alta e persistente inflação nas duas regiões.
Inicialmente, acreditava-se que o problema era de natureza de oferta, causado pela escassez de produtos, componentes e matérias-primas. Também se pensava que, se a oferta voltasse ao normal e a logística global se estabilizasse, a inflação voltaria aos níveis normais de 2 a 2 e poucos por cento ao ano, uma inflação típica dos últimos 40 anos nos países desenvolvidos.
Parecia que inundar o mundo com liquidez de maneira sem precedentes não resultaria em inflação de demanda em algum momento. Infelizmente, levou tempo para perceberem que isso de fato aconteceria.
Depois de um período prolongado de negação, finalmente admitiram que a causa era um excesso de demanda, o que implicava na necessidade de esfriar suas economias até que a demanda por produtos, especialmente por serviços, se reduzisse.
Desde então, testemunhamos os bancos centrais dessas regiões elevando suas taxas de juros para níveis que efetivamente começaram a restringir o crescimento, esfriando a demanda e, por consequência, enfraquecendo o processo inflacionário.
Infelizmente, esse processo não ocorreu de maneira linear. O Federal Reserve (Fed) chegou a acreditar que taxas de juros de 3% – 3,5% seriam suficientes para conter uma inflação que chegava a 7% – 8% ao ano nos Estados Unidos. Além disso, entenderam que o juro neutro não é um número que tem como referência a inflação corrente que estava a 7% e sim um percentual com base na meta de 2% de inflação.
Além disso, sempre que uma redução na inflação era observada, o mercado e, por vezes, o próprio Fed flertavam com a ideia de reduzir novamente as taxas de juros.
No final das contas, acabamos convivendo com a alta inflação por um período maior do que o desejado. Contudo, devido à abordagem gradual dos bancos centrais, evitou-se uma desaceleração mais acentuada na atividade econômica.
Fica a dúvida se essa estratégia foi a melhor ou se teria sido mais eficaz adotar uma política monetária menos gradual, resultando em uma queda mais acentuada, mas temporária, na atividade econômica e levando a inflação de volta à trajetória desejada mais rapidamente.
Até alguns meses atrás, o mercado acreditava que o Federal Reserve começaria a reduzir as taxas de juros no início do segundo semestre. No entanto, isso se mostrou precipitado mais uma vez. Então, onde estamos atualmente?
Indiscutivelmente, nos Estados Unidos, as taxas de juros já estão em um patamar contracionista. Acredito que o Federal Reserve não precise continuar elevando as taxas. Um nível de 5,25% – 5,50% parece ser suficiente.
Contudo, ao contrário da expectativa de queda neste semestre, é provável que as taxas nos Estados Unidos comecem a diminuir em algum momento, sendo otimista, no segundo trimestre do próximo ano, ou mais provavelmente no segundo semestre. Isso estenderia a fase de aperto por quase um ano em relação às expectativas de dois a três meses atrás.
Olhando para a Europa, ela está cerca de seis meses atrasada em relação ao mesmo processo observado nos Estados Unidos.
Enquanto isso, a economia chinesa terá algumas medidas adicionais de estímulo nos próximos meses. Há espaço para políticas de incentivo à demanda interna, bem como estímulos direcionados ao setor de construção e imobiliário. É altamente provável que haja uma política fiscal mais expansionista, juntamente com estímulos monetários, como redução de taxas de juros ou dos compulsórios bancários. Esses estímulos parecem ser necessários para que o governo chinês alcance sua meta de crescimento de 5,0%.
Com isso, é razoável esperar um aumento nos preços das commodities, especialmente considerando que o PIB dos Estados Unidos também está sendo revisado para cima. Sinais mais claros de crescimento para 2023 indicam que este deve ficar mais próximo de 2,0% do que de 1,0%, que era o número que estava no radar dos analistas há algum tempo. O crescimento nos primeiros e segundos trimestres superou as expectativas e, de acordo com o Fed de Atlanta, a prévia para o terceiro trimestre indica um ritmo ainda mais forte.
A inflação já demonstra sinais de alívio, à medida que os preços de bens e serviços continuam a diminuir, embora ainda estejam distantes da meta de 2% ao ano.
Em resumo, a revisão do crescimento e a dinâmica inflacionária mais benigna se tornarão grandes aliadas do Federal Reserve, uma vez que a probabilidade de recessão nos próximos 12 meses está diminuindo e o arrefecimento da inflação permite que o Fed mantenha as taxas de juros no patamar atual.
Portanto, tudo indica que o Federal Reserve sairá dessa história sendo responsável pelo controle da inflação, sem ter gerado uma recessão, mesmo que os Estados Unidos tenham enfrentado uma alta inflação por vários anos.
CNN Brasil - SP 18/08/2023
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou em entrevista nesta quinta-feira (17) que não cogitou deixar a autarquia em meio às críticas que recebeu devido à manutenção da Selic em patamares elevados.
Campos Neto disse entender que, caso fizesse este movimento, poderia colocar em risco a autonomia do Banco Central (sancionada em 2021).
“Não, nunca [cogitei deixar o BC]. Eu sou um de nove votos [do Copom, que define a Selic]. Entendo que devo a todos que fizeram a autonomia, aos parlamentares, aos ministros do STF”, disse em entrevista ao Poder360.
“Entendi sempre que seu eu fizesse isso colocaria em risco um avanço institucional, que é a autonomia”, completou.
Campos Neto foi alvo de críticas de membros do governo, inclusive do presidente Lula, durante o primeiro semestre deste, quando o Banco manteve a Selic em 13,75% ao ano.
O economista defendeu as decisões tomadas pelo Banco durante sua gestão. Ele apontou que as escolhas do Comitê de Política Monetária (Copom) sempre foram “técnicas”. “Acho que a história vai contar a verdade no fim”, disse.
Corte no juro
Roberto Campos Neto afirmou ainda que o Copom entende que cortes de 0,5 ponto percentual dão ritmo “apropriado” ao ciclo de baixa na Selic.
Ainda de acordo com o presidente, a “barra” é alta para que o Comitê mude sua avaliação e altere, seja para baixo ou para cima, este ritmo.
“O que foi unânime [na última reunião] é que 0,5 é um ritmo apropriado daqui para frente. E a gente entende que a barra é bastante alta seja para aumentar ou diminuir o ritmo”, disse.
Diário do Comércio - MG 18/08/2023
A proposta de decreto que trata da redistribuição da Contribuição Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) para municípios afetados pela mineração foi enviada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, à Casa Civil, ontem. De acordo com informações do ministério, mais de 1.500 municípios brasileiros poderão ter aumento nos repasses da compensação, sendo que, desses, 371 cidades de Minas Gerais.
De acordo com o ministro, o decreto visa aperfeiçoar os critérios de repasse de recursos para municípios produtores e afetados. Ele acrescenta que a proposta prevê um reequilíbrio na distribuição para ampliar o número de beneficiados, aumentando, assim, as contrapartidas do setor mineral para a sociedade.
“O decreto atende uma demanda histórica das prefeituras e, Minas Gerais, que leva a atividade em seu nome, tem muito a ganhar com uma mineração mais responsável e justa”, diz.
A consultora tributária da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig), Rosiane Seabra, afirma que o decreto é necessário e essencial, pois beneficia os municípios afetados pela atividade de mineração e que estão sem receber a Cfem por omissão, já que ainda não há o decreto regulamenta a Lei 14.514, de dezembro de 2022. “A Amig vem solicitando a regulamentação desde quando a lei surgiu”, diz.
Após a edição do decreto pela Casa Civil, caberá à Agência Nacional de Mineração (ANM) a regulação do tema. A Cfem, conhecida como o royalty da mineração, é o pagamento ao proprietário do recurso mineral pelo seu aproveitamento econômico. Esse conceito foi introduzido no Brasil pela Constituição Federal de 1988, que definiu os recursos minerais como bens da União e estabeleceu o pagamento de compensação financeira pela exploração.
Cidades afetadas receberão Cfem
Conforme o ministério, a proposta prevê o aumento de 50% para 55% dos repasses às cidades cortadas por infraestruturas utilizadas para o transporte ferroviário de substâncias minerais, além de reajustar de 30% para 35% as compensações daquelas cidades onde estão localizadas estruturas de mineração que viabilizem o aproveitamento industrial da jazida, tais como pilhas de estéreis e de rejeitos, usinas de beneficiamento, bacias de rejeitos, entre outros.
Já a compensação de municípios afetados por operações portuárias passaria dos atuais 15% para 5%, enquanto as cidades com minerodutos permaneceriam com 5% da compensação.
O decreto disciplina a distribuição dos recursos aos municípios afetados pela atividade de mineração e delega à ANM a definição de critérios e a forma de cálculo da parcela destinada aos afetados. Também determina que, caso o município produtor também tenha direito a receber como afetado, o valor a ser repassado corresponderá à diferença entre a parcela devida como município afetado e a parcela recebida como produtor.
De acordo com estudos do Ministério de Minas e Energia, ao todo, 24 estados brasileiros poderão ter municípios com aumento no repasse da Cfem, contemplando 1.521 municípios. Outras 32 cidades podem não sofrer qualquer tipo de alteração nos valores, enquanto 28 municípios poderão sofrer redução no repasse.
Em Minas Gerais, estima-se que 371 municípios tenham aumento no repasse da Cfem com a redistribuição. Nenhuma cidade mineira afetada pela atividade da mineração deverá ter algum tipo de perda na compensação, dado que nenhuma delas é afetada por porto. Entre as cidades que poderão ter aumento no repasse estão Morro do Pilar, Alvorada de Minas, Dom Joaquim, Itambé do Mato Dentro, Governador Valadares, São João del-Rei, Andrelândia, Jeceaba e São Sebastião do Rio Preto.
Situação da ANM preocupa
Na última segunda-feira (14), prefeitos e representantes dos municípios mineradores e afetados pela atividade mineral participaram de uma solenidade com o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e não saíram de lá satisfeitos. Apesar de o chefe da pasta afirmar que deve publicar o decreto para regulamentar a distribuição da Cfem.
Para a Amig, a medida não soluciona o caos que está a ANM. Pelo contrário, com a agência em greve e sucateada como está, o decreto de nada valerá, afinal os recursos não poderão ser repassados para as cidades contempladas.
O presidente da Amig, José Fernando Aparecido de Oliveira, foi claro em sua fala durante o evento. “Queremos a estruturação definitiva da ANM que está sucateada. Precisamos, urgentemente, fortalecê-la para termos de fato uma regulação e fiscalização idônea da atividade de mineração no País”, defende.
Money Times - SP 18/08/2023
Os contratos futuros do minério de ferro na bolsa de Dalian subiram ao nível mais alto em mais de três semanas nesta quinta-feira (17), estendendo os ganhos para uma sexta sessão, sustentados por esperanças renovadas de mais medidas de apoio da China.
Os formuladores de políticas disseram nesta quarta-feira (16) que a China continuará a introduzir medidas para impulsionar o consumo e promover o investimento, após problemas econômicos crescentes com uma crise imobiliária prolongada, pressão deflacionária e crescimento mais lento nas vendas no varejo e na produção industrial.
O minério de ferro mais negociado para janeiro na Dalian Commodity Exchange (DCE) da China encerrou as negociações do dia em alta de 4,34%, para 768,5 iuanes (US$ 105,15 ) a tonelada, a maior cotação desde 26 de julho.
O contrato de referência do ingrediente siderúrgico para setembro na Bolsa de Cingapura subiu 4,9%, para US$ 105,75 a tonelada, o maior nível desde 1º de agosto.
O iuan enfraquecido, a grande diferença entre os preços spot e futuros e os altos níveis remanescentes da produção de gusa dão suporte aos preços do minério de ferro, disseram analistas da Soochow Futures.
A Analysys, no entanto, alertou que a perspectiva sombria da demanda em meio ao setor imobiliário em dificuldades e as iminentes restrições à produção de aço continuaram a atuar como ventos contrários para os ingredientes siderúrgicos.
Algumas siderúrgicas na província de Jiangsu, no leste da China, começaram a cortar a produção, com uma meta de reduzir a produção entre 20% e 30% com base na média do primeiro semestre do ano, disseram analistas da consultoria Mysteel.
BOL - SP 18/08/2023
A Ford anunciou na semana passada a devolução do terreno em Camaçari, onde ficava localizada sua fábrica, para o governo da Bahia - abrindo caminho para que a BYD assuma o local. Em evento hoje, em São Paulo, o governador baiano Jerônimo Rodrigues (PT) explicou como ocorreu o acerto e por que a empresa norte-americana não chegou a um acordo diretamente com a rival chinesa.
De acordo com Rodrigues, a negociação contou com a intermediação do governo federal. O governador afirmou que uma avaliação sobre o terreno e os demais investimentos que a Ford fez à planta de Camaçari ainda será feita, mas é estimado algo em torno de R$ 100 milhões, ao todo. A empresa norte-americana será indenizada no valor referente ao que foi investido no local.
Na presença de Alexandre Baldy, conselheiro da BYD no Brasil, Rodrigues afirmou que o governo estadual só não interferiu nos primeiros momentos de negociação entre Ford e a marca chinesa pelo fato de que, segundo ele, "não cabia ao estado se intrometer em uma negociação entre privados".
Da parte da BYD, por sua vez, o governador da Bahia disse que ainda é preciso o informe de quantidade de veículos a serem produzidos, bem como datas e prazos. Para que o acordo seja finalizado e a empresa chinesa assuma a fábrica, o governador afirmou que o processo ainda contará com a participação o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e o do BNDES Aloizio Mercadante. "Após isso, aí sim veremos o andamento", diz.
O próprio porto de Camaçari (um dos ativos de grande atratividade para quem for assumir as operações fabris) também será utilizado para outras finalidades. Entretanto, entre a localização da fábrica e da zona portuária, as condições com a qual se encontra a infraestrutura rodoviária ainda é ponto a ser considerado pelo poder público.
Nova história a beira de se iniciar no Brasil
Com esse anúncio da venda do complexo industrial ao governo do estado, a BYD poderá acelerar a implementação das três fábricas previstas para o estado nordestino
Uma dedicada à produção de chassis para ônibus e caminhões elétricos. A outra vai produzir automóveis híbridos e elétricos, com capacidade estimada em 150 mil unidades ao ano na primeira fase, podendo chegar a 300 mil unidades. A terceira, voltada ao processamento de lítio e ferro fosfato, atenderá ao mercado externo, utilizando-se da estrutura portuária existente no local
O investimento total do grupo chinês na Bahia será de R$ 3 bilhões. Nesse valor já devem estar inseridos os custos com a compra do complexo, que deve gerar mais de 5 mil empregos diretos e indiretos e entrar em funcionamento no segundo semestre de 2024
A empresa de tecnologia chinesa, maior fabricante de automóveis elétricos do mundo, produzirá cinco veículos no complexo baiano, entre eles o Dolphin, o híbrido Song, uma picape e o elétrico subcompacto Seagull, de 3,78 m de comprimento, 2,50 m de distância entre-eixos, 1,71 m de largura e 1,54 m de altura. O Seagull tem o porte do Ford Ka, feito no país até 2021. O quinto produto seria um modelo inédito
A meta da BYD é participar como grande player do mercado no segmento dos veículos urbanos e entregar carros como o Seagull, 100% elétrico, ao preço entre R$ 100 mil e R$ 110 mil. Ele começará importado e será comercializado a partir do primeiro trimestre de 2024
O polo de Camaçari estará pronto para receber um outro investimento, nova fase, na categoria dos "pesados" para produção dos chassis de ônibus e caminhões elétricos, assim como a divisão de baterias
A BYD está no Brasil desde 2015. A empresa tem fábricas em Campinas, onde faz chassis de ônibus elétricos, e módulos fotovoltaicos para painéis solares e, em Manaus, montou em 2020 uma fábrica para produzir baterias de fosfato de ferro-lítio
Incentivos
A contribuição do Estado da Bahia para viabilização do empreendimento inclui a concessão de incentivos fiscais até 31 de dezembro de 2032, de acordo com a legislação tributária estadual
Os benefícios baseiam-se na Lei nº 7.537/99 que institui o Programa Especial de Incentivo ao Setor Automotivo da Bahia (Proauto), e na Lei nº 7.980/2001 e Decreto n.º 8.205/2002, estaduais, que institui o Programa de Desenvolvimento Industrial e de Integração Econômica (Desenvolve)
O que sobrou da fábrica em Camaçari?
Pátios vazios, grama cortada e nenhuma placa de identificação, resumidamente, esse é o cenário que a reportagem encontrou durante uma visita ao Complexo Industrial Ford Nordeste, em Camaçari, na Bahia. A coluna esteve no local em janeiro deste ano e, para a nossa surpresa, o espaço, que no passado empregou mais de 4 mil pessoas diretamente, estava em ótimo estado de conservação após quase dois anos sem produzir carros.
No estacionamento, que um dia foi abarrotado de carros de funcionários, havia apenas nove veículos, praticamente o mesmo número de pessoas que conseguimos ver durante o período que estivemos nas redondezas, entre seguranças e funcionários de manutenção. Um deles, inclusive, mantinha a grama baixa com um pequeno trator.
O sinal do tempo e do esquecimento estão em pouquíssimas placas que restaram sinalizando que aquela é uma propriedade particular da Ford Company. As maiores identificações foram retiradas e a moldura aguarda a chegada de novos donos para que a vida volte a pulsar na região.
Apesar do tempo, fábrica segue bem cuidada
A fábrica da Ford foi sendo desmontada, aos poucos, entre janeiro e dezembro de 2021. De acordo com um engenheiro que preferiu não ser identificado, 90% das máquinas foram direcionadas para a fábrica de General Pacheco, na Argentina, ou para serem vendidas em leilões para reaproveitamento do aço ou até mesmo como sucata.
"A empresa que assumir a planta terá que construir uma nova linha de produção. O que existe hoje em Camaçari é a infraestrutura base, ou seja, um lugar adequado para instalar máquinas e robôs, galpões. Mas a linha de produção não existe mais. Até os parceiros, em sua maioria, desmontaram o maquinário", conta o técnico, que atualmente trabalha no Centro de Desenvolvimento de Produtos da Ford, que fica no Senai-Cimatec, onde seria instalada a fábrica da Jac Motors no passado.
TN Petróleo - RJ 18/08/2023
Em sua incessante busca pela sustentabilidade, a Toyota do Brasil destacou sua defesa do uso de biocombustíveis na eletrificação automotiva durante o "Ethanol Talks" na Índia. A participação da empresa na Missão oficial do Parlamento Brasileiro na Índia foi marcada pela colaboração com entidades como UNICA, APLA e APEX. Em reuniões estratégicas, ficou evidente a intenção da Índia de expandir o uso de biocombustíveis para a descarbonização do transporte, com a meta de 20% de etanol misturado à gasolina até 2025.
Em abril passado, um acordo de cooperação entre o Brasil e a Índia foi consolidado, demonstrando o apoio do Governo Brasileiro à transição de combustíveis. Roberto Braun (foto), Diretor de Assuntos Regulatórios e Governamentais da Toyota do Brasil, destacou: "Estamos entusiasmados em continuar contribuindo para que a Índia aproveite essa tecnologia madura que favorece a neutralidade de carbono. Outros países têm mostrado interesse em nossa perspectiva."
Na edição especial do "Ethanol Talks — Energy Week" em Goa, a Toyota ressaltou as oportunidades dos biocombustíveis, combinando etanol com outras tecnologias de eletrificação. Braun enfatizou a urgência da ação climática, declarando: "O aquecimento global exige que alcancemos a neutralidade de carbono. Precisamos reduzir as emissões agora. Desde 1997, nossas inovações reduziram 160 milhões de toneladas de CO2."
Além disso, durante o evento, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou o projeto de lei ´Combustível do Futuro´. Esta proposta enfatiza a avaliação completa das emissões de CO2 e sugere um aumento na proporção de etanol na gasolina de 27% para 30%.
A Toyota Índia (TKM) também apresentou o Corolla híbrido flex, produzido no Brasil. O veículo ressalta a dedicação global da Toyota a tecnologias limpas. Esta inovação, com mais de 60 mil unidades vendidas no Brasil, evitou a emissão de 10 mil toneladas de CO2.
Em seu encerramento, Braun delineou as estratégias da Toyota em quatro tecnologias de eletrificação. Além dos modelos híbridos e híbridos flex, a empresa se dedica a híbridos plug-in, veículos 100% a bateria e veículos movidos a hidrogênio. Braun concluiu: "Existem várias rotas tecnológicas para descarbonizar a mobilidade mundialmente. O Brasil já deu início a este processo optando pelo etanol. Estamos em um momento em que soluções são necessárias não apenas para novas tecnologias, mas também para o que já está estabelecido."
A visão da Toyota reconhece a posição única do Brasil na produção de etanol de baixo carbono e infraestrutura já estabelecida, ressaltando a empresa como uma líder na transição para a mobilidade sustentável.
IstoÉ Dinheiro - SP 18/08/2023
Os problemas do grupo imobiliário Country Garden, que há muito tempo foi conhecido por sua grande solidez financeira e agora está superendividado, aumentam os temores de quebra com consequências imensuráveis para o sistema financeiro da China, dois anos após a queda de seu concorrente Evergrande.
Estas são as razões pelas quais a situação financeira do Country Garden é acompanhada de perto, e com preocupação, pelos mercados:
– Qual a importância do Country Garden? –
O Country Garden foi o maior desenvolvedor imobiliário da China em vendas no ano passado. O grupo é dominante em cidades pequenas, que respondem por cerca de 60% de seus empreendimentos.
O problema é que os preços dos imóveis caíram nessas cidades, e a maioria de seus clientes tem um poder de compra muito limitado.
O Country Garden registrava mais de 3.000 obras em andamento no final de 2022, cerca de 30 delas no exterior, especialmente Austrália, Indonésia e Estados Unidos.
Qualquer paralisação nas obras é fator de instabilidade social na China, já que os proprietários geralmente pagam o imóvel antes do início da construção.
O Country Garden tem quatro vezes mais projetos do que sua concorrente Evergrande, empresa que, quando parou suas obras, provocou manifestações e suspensão de pagamentos no ano passado.
– Qual é a situação? –
O Country Garden tinha uma dívida colossal no final de 2022 estimada pelo grupo em cerca de 1,15 trilhão de iuanes (165 bilhões de dólares, ou 821 bilhões de reais na cotação atual).
Segundo a agência Bloomberg, o valor da dívida seria ainda mais alto, em torno de 1,4 trilhão de iuanes (192 bilhões de dólares, ou 955 bilhões de reais).
O grupo tinha, neste período, um caixa de 20,3 bilhões de dólares (101 bilhões de reais).
O Country Garden não conseguiu pagar, na semana passada, duas parcelas de juros de empréstimos. E corre o risco de entrar em “default” em setembro, mês em que também tem compromissos pendentes.
Para piorar a pressão, enfrenta vencimentos de 4,3 bilhões de dólares (21,3 bilhões de reais) em 2024, segundo a agência de classificação Moody’s.
A título de comparação, a principal empresa imobiliária em dificuldades, a Evergrande, tinha uma dívida estimada em cerca de 340 bilhões de dólares (1,6 trilhão de reais) no final de 2022 e dispunha de 2 bilhões de dólares (9,9 bilhões de reais) em liquidez.
– Quais são as consequências? –
Os problemas dos dois gigantes imobiliários tornam um setor já afetado pela crise sanitária e pela desaceleração econômica na China um pouco mais frágil.
Essa situação gera desconfiança entre os potenciais compradores, agravando ainda mais a situação financeira dos grupos imobiliários, inclusive de grupos públicos.
A Sino-Ocean, que, tem tese, tem o melhor acesso a financiamento, anunciou na segunda-feira que não conseguiu pagar os juros de um empréstimo e estima prejuízos semestrais recordes neste mês.
“Os problemas de dívida do setor vão aumentar, se a economia chinesa se deteriorar, e os desenvolvedores tiverem dificuldades para gerar receita”, alertam analistas do SinoInsider, uma consultoria especializada em economia chinesa com sede nos Estados Unidos.
Sinal de nervosismo do mercado, os preços dos imóveis caíram em julho no ritmo mais rápido em um ano, de acordo com dados oficiais divulgados na quarta-feira (16).
– Quais os riscos para o sistema financeiro? –
Durante os melhores anos, muitos promotores imobiliários recorreram a empresas fiduciárias, ou de gestão de ativos, para financiar seus projetos.
O conglomerado Zhongzhi – e sua galáxia de empresas financeiras – é um dos maiores atores do mercado, gerando 1 trilhão de iuanes (138 bilhões de dólares, ou 686 bilhões de reais) em ativos.
Um grande número de empresas e indivíduos ricos confiaram suas economias a ele. Mas o grupo foi pego pela crise e não consegue pagar os credores, causando “prejuízos consideráveis” aos investidores, diz o analista Ting Lu, do banco Nomura.
A Zhongzhi possui a filial Zhongrong International Trust (ZTR), onde correntistas preocupados tentaram recuperar contas, ontem, na China, de acordo com a Bloomberg.
Uma inadimplência do conglomerado Zhongzhi “pode revelar os imensos riscos ocultos do sistema financeiro chinês”, alerta o SinoInsider.
É apenas “a parte visível do iceberg”.
Valor - SP 18/08/2023
De acordo com Rita Serrano, a Caixa perdeu R$ 50 bilhões em captação de poupança desde o ano passado.
A presidente da Caixa, Rita Serrano, afirmou há pouco que a queda de recursos na poupança por conta do alto patamar da taxa de juros vem causando problema no financiamento habitacional.
“Isso é algo que nos preocupa”, disse durante apresentação dos resultados do segundo trimestre.
De acordo com Serrano, a Caixa perdeu R$ 50 bilhões em captação de poupança desde o ano passado. “Mesmo com pequena baixa de juros que teve, Selic continua alta e poupança continua sendo produto não atrativo”, acrescentou.
O vice-presidente financeiro da Caixa, Marcos Brasiliano, afirmou que, enquanto a captação da poupança - que é o principal funding para o crédito imobiliário - não se recuperar, é difícil imaginar que o banco consiga reduzir suas taxas nessa linha.
"Em 2024, a depender do comportamento da curva de juros, veremos se podemos dar esse sinal [de queda de juros no crédito imobiliário], que é extremamente importante para a economia. Mas só seria feito com muita responsabilidade, que é a marca dessa administração", comentou em coletiva sobre os resultados do segundo trimestre.
Ele afirmou ainda que a Caixa é sempre o último banco a elevar as taxas de juros e o primeiro a descer. Em outro momento da entrevista, ele já havia dito que o banco saiu do viés de reprecificação (para cima) da carteira e já estava com um viés de ver em quais linhas poderá eventualmente reduzir juros.
No início do mês, poucos minutos após o Copom anunciar a redução da Selic em 0,5 ponto percentual, Caixa e Banco do Brasil divulgaram queda nas taxas em algumas linhas, incluindo o consignado.
Valor - SP 18/08/2023
Serrano diz que quem deve responder sobre sua eventual saída é o presidente Lula — Foto: Cristiano Mariz/O Globo
A presidente da Caixa, Rita Serrano, afirmou ontem em coletiva que o banco já está no seu limite do crédito imobiliário. Com a Selic elevada, ela disse que a Caixa perdeu quase R$ 50 bilhões em poupança desde o ano passado, afetando uma das suas principais fontes de funding, e tem emitido Letras de Crédito Imobiliário (LCI) para compensar. O problema é que essa captação é muito mais cara, e pressiona o resultado da margem financeira do banco.
Apesar da reclamação, a carteira de crédito imobiliário da Caixa teve alta anual de 15,0%, a R$ 682,820 bilhões. Enquanto isso, dados do Banco Central mostram que o sistema financeiro como um todo teve baixa anual de 9,3% no crédito imobiliário em junho. Com isso, a participação de mercado da Caixa subiu 1,6 ponto percentual de um ano para o outro, a 67,5%.
Segundo Serrano, a queda no funding da poupança “é algo que preocupa”. “Mesmo com a pequena baixa de juros que teve, a Selic continua alta e a poupança continua sendo um produto não atrativo”. Ela disse ainda que a Caixa vai participar do Minha Casa, Minha Vida, que está sendo retomado pelo governo, e que os sistemas de simulação do banco receberam grande procura após o anúncio da volta do programa.
Serrano também destacou que o banco originou R$ 9,4 bilhões em crédito para projetos de saneamento e infraestrutura de entes públicos no primeiro semestre, mais do que tudo o que foi liberado no ano passado e um recorde para o período. E vai participar do PAC também. Em novas críticas à gestão anterior, ela acrescentou que a instituição conseguiu “superar as dificuldades” que encontrou. “Em apenas seis meses conseguimos fazer com que o banco retomasse seu papel no desenvolvimento do país.”
O vice-presidente financeiro da Caixa, Marcos Brasiliano, disse que a captação da instituição tem crescido em linhas mais caras, o que pressiona a margem. Segundo ele, há um “problema sistêmico” no segmento imobiliário. “Se tem algum problema no imobiliário, não é da Caixa, é sistêmico, com essa questão do ‘funding’”, disse.
De acordo com o executivo, é natural que, na velocidade de crescimento de crédito atual, haja consumo de capital. “A recuperação do lucro deve ajudar a recompor capital no próximo ano.” O índice de Basileia do banco caiu para 16,56% no segundo trimestre, de 17,63% no primeiro e 18,65% no segundo trimestre do ano passado.
A expansão do crédito na Caixa ocorre a despeito da deterioração na inadimplência. O indicador subiu para 2,79%, de 2,73% no trimestre anterior e 1,89% um ano antes. Em crédito comercial, a taxa de calotes ficou em 5,33%, de 5,12% e 3,42%. Nesse segmento, a alta foi puxada por PJ, que passou a 5,93%, de 4,87% e 2,96%. Parte do impacto é explicado pelo caso Americanas.
A vice-presidente de riscos da Caixa, Henriete Bernabé, disse que a instituição acredita que haverá estabilização da inadimplência no terceiro trimestre e queda nos últimos três meses do ano. De acordo com ela, há sazonalidade no indicador, com tradicional arrefecimento no fim do ano. Além disso, o Desenrola também colabora com a projeção. “A inadimplência está impactada pela redução de medidas negociais que adotamos na pandemia”, disse. “Esse aumento já estava nas expectativas”, acrescentou. Segundo ela, no programa de microcrédito - lançado por Pedro Guimarães no ano passado - a inadimplência chega a 88%.
Serrano, que pode em breve ter de ceder seu posto a um representante do Centrão, em meio às negociações do governo com o Congresso, se mostrou irritada sobre o tema. Ela disse que está sendo questionada há 50 dias sobre uma eventual saída. “Acho que essa pergunta não deve ser mais feita a mim, mas ao meu patrão, que é o presidente da República”, se limitou a dizer.
Exame - SP 18/08/2023
Para que o agronegócio continue pujante e contribuindo para o superávit da balança comercial brasileira, os estados estão em busca de ampliar a capacidade de infraestrutura e logística. O assunto foi abordado nesta quinta-feira, 17, pelos governadores Mauro Mendes, do Mato Grosso; Ronaldo Caiado, de Goiás; e Tarcísio de Freitas, de São Paulo, durante o AgroForum 2023, realizado pelo BTG Pactual (do mesmo grupo controlados da EXAME).
Mesmo com realidades estaduais distintas, é consenso entre os governantes que o país necessita priorizar a modernização e ampliação da malha logística, passando por rodovias e ferrovias. Para Mauro Mendes, a infraestrutura "é um problema crônico e provavelmente ainda será", porque as obras demoram para sair do papel.
"A Ferrogrão quase sai do PAC, tive que pedir para o governo federal mantê-lo e, então, colocaram para seguir nos próximos anos", afirma o governador do Mato Grosso. O projeto Ferrogrão visa ligar o Porto de Mirituba, no Pará, ao município de Sinop, no Mato Grosso, cujos investimentos previstos no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não foram detalhados, mas estão garantidos até 2026.
Para Goiás, Ronaldo Caiado reforça a importância de avançar na Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) e na Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). “Precisamos ampliar a malha ferroviária, e com isso estou falando de eficiência e competitividade", afirma. Com a Fico-Fiol, diz Caiado, a intensão é que a rota saia do Mato Grosso, Goiás e chegue a Bahia.
Valor - SP 18/08/2023
Expectativa é que presidente tome decisão antes de embarcar para cúpula dos Brics, na África
Em meio às negociações para o ingresso do Centrão na Esplanada, o PSB pode perder o Ministério de Portos e Aeroportos para o grupo que controla o Congresso. Atualmente nas mãos do ex-governador de São Paulo Márcio França, a pasta deve ser entregue para o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).
Enquanto integrantes do governo tratavam a entrega do ministério como uma possibilidade, fontes no Congresso diziam que a negociação estava “bem encaminhada”.
A expectativa geral é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tome uma decisão até hoje, antes de embarcar para a cúpula dos Brics, na África do Sul — o que ocorre no fim de semana.
Em meio a esse quadro, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que é do PSB, e o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, se encontrariam com França na noite dessa quinta-feira em Brasília para discutir a possível mudança.
PT e PSB, que encabeçaram a chapa que elegeu Lula no ano passado, devem perder espaço na Esplanada para o ingresso de Republicanos e também do PP.
Auxiliares do presidente cogitam a hipótese de França ocupar uma outra pasta, em uma eventual dança das cadeiras na Esplanada. Também chegou a ser aventada, nas últimas semanas, a chance de França ir para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, hoje ocupado por Alckmin, que voltaria a ficar apenas com a Vice-Presidência. Mas essa possibilidade minguou.
Fontes com quem o Valor conversou afirmam que a ida de Costa Filho para Portos e Aeroportos facilitaria a entrada do Republicanos no governo. A legenda tenta se equilibrar entre o interesse de comandar uma pasta no governo e a ameaça de desfiliação feita pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que foi ministro de Infraestrutura de Jair Bolsonaro. Por outro lado, pode causar mal-estar com o PSB e com o próprio França, cuja base política está em Santos, onde fica o maior porto do país.
O PP, por sua vez, insistia em ocupar o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), maior orçamento da Esplanada e responsável pelo Bolsa Família. Mas o ministro da Casa Civil, Rui Costa, descartou ontem essa possibilidade, assim como o desmembramento da pasta em duas.
“Olha, o presidente chamou para si essa decisão. Portanto, eu tenho visto e lido muitas notas na imprensa, hoje inclusive, eu vi nota de articulista dando mudança no MDS. Quero dizer que isso não é verdade”, disse Rui Costa em entrevista ao SBT News. “O presidente hoje se reuniu com o ministro Wellington, eu estava presente, participei da reunião, organizando o lançamento, no dia 31 de agosto, do programa Brasil sem Fome. Onde ele vai fazer uma visita ao Piauí, vai fazer uma visita ao RN no dia primeiro. E, portanto, não procede essa informação.”
Ainda de acordo com o ministro, Lula disse que “está refletindo” sobre a reforma ministerial, em meio a várias especulações sobre que pastas abrigarão os integrantes do Centrão. Mas assegurou que o MDS não será dividido em duas pastas, como chegou a ser cogitado em um desenho que manteria o Bolsa Família com o petista, enquanto outros programas iriam para uma nova pasta.
“Olha, o presidente está refletindo. Eu vi [na imprensa] a possibilidade de desmembramento do MDS, essa não é verdade. Ele não vai desmembrar. Ali é um ministério que tem como objetivo central cuidar de quem mais precisa. É um conjunto de ações e políticas que estão interligadas. Não tem como uma coisa ser feita sem a outra”, disse Rui Costa. “Então, não haverá, pela decisão do presidente, desmembramento do Ministério do Desenvolvimento Social. Esse não haverá desmembramento. Outras possibilidades podem ocorrer.”
O partido já indicou o deputado André Fufuca (MA) para ser ministro de Lula. Uma possibilidade é que ele vá para o Ministério da Ciência e Tecnologia.
Lula presidente, além disso, deve recriar o Ministério de Pequenas e Médias Empresas. A pasta está na mesa para a acomodação de aliados. Mas, a depender da configuração final das mudanças, ela pode ficar até mesmo com o PT, abrindo vaga em outros lugares.
Anteontem à noite, Lula esteve com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em Brasília para tratar das mudanças. Existe a expectativa de que ele encontre o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), também para fechar o quebra-cabeça das mudanças na Esplanada.
Interlocutores, no entanto, afirmam que o presidente ainda não bateu o martelo sobre nenhuma mudança. A indefinição do presidente tem deixado apreensivos auxiliares próximos e irritado uma parte do Congresso.
Todos — ministros, parlamentares e cúpulas partidárias — ainda aguardam a palavra final de Lula sobre as mexidas no governo. Essa espera já dura semanas.
Deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) pode assumir Ministério de Portos e Aeroportos — Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
A Tribuna - SP 18/08/2023
Com uma área de 1 milhão de metros quadrados, o Complexo Industrial e Naval do Guarujá (Cing), fundado há 43 anos no Bairro Jardim Las Palmas, é um gigante que merece ser ainda mais despertado. Não só apenas em função do grande potencial representado pelas empresas já instaladas - atualmente são 44, segundo a Prefeitura -, mas também pelo perfil admitido nas que venham a chegar.
“O Cing é um sítio de oportunidades único, em função de sua localização estratégica para atividades da construção naval, marinas em petróleo e gás, que pode perfeitamente abrigar também uma zona de processamento de exportação e outras empresas limpas. Já representa uma importante contribuição no oferecimento de postos de trabalho e arrecadação para o Município, mas tem potencial para receber novos empregos”, projeta o prefeito Válter Suman (PSDB).
Segundo o presidente da Associação Administradora do Cing (AACing), Paulo Console, o local tem cadastradas mais de seis mil pessoas, entre funcionários fixos e profissionais liberais. “Estaleiros de grande, médio e pequeno porte se instalaram aqui em todos estes anos, com o desenvolvimento de gerações de profissionais em todos os ramos da fabricação e reparo de embarcações, assim como na manutenção e marinharia. É o maior catalisador da geração de empregos do ramo náutico de todo o estado de São Paulo”.
O prefeito reforça o interesse no aumento desse tipo de atividade. “Ela desenvolve um papel importante e tem atuação bem diferenciada. Os estaleiros produzem embarcações de altíssimo nível, de grande porte e com especificações únicas”, destaca Suman.
Prioridades e impostos
O Cing é considerado uma das prioridades das ações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Portuário de Guarujá. Atrair mais empresas de petróleo e gás é um objetivo especial, em razão da localização do complexo - já fora da área do porto organizado, portanto com condição de operacionalidade em moldura de porto privado, na boca da entrada do estuário de Santos e de seu grande porto.
Trata-se de uma condição que oferece muita facilidade de acesso aos locais onde estão as plataformas de petróleo. “Notadamente, o momento aponta que maior atividade, com relação à exploração do petróleo do pré-sal, no mar, se direciona para regiões mais próximas aqui da Baia de Santos. Então, é esperado que haja um incremento sensível e muito significativo no mercado de petróleo e gás e muitas operações serão transferidas para a nossa Região”, diz a Prefeitura, em nota.
Console alega que há urgente necessidade de que as vias de acesso sejam ampliadas e melhoradas, para que a indústria envolvendo a cadeira de óleo e gás se desenvolva em um ritmo mais acelerado. “Em termos de planejamento, a Administração se volta neste instante, para a busca de um aprimoramento das condições de acessibilidade, sempre preocupada com a questão da incomodidade e do atendimento às questões ambientais”, afirma a Prefeitura.
A Administração Municipal também observa que há condições apropriadas para um grande avanço na instalação de novas marinas, com toda a estrutura necessário para atividades náuticas de lazer. Além disso, também acredita que é plenamente compatível atrair indústrias limpas e implementar uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE). O Pró-Guarujá, programa de incentivos fiscais para fomentar novos investimentos com descontos de impostos e isenção de taxas, é apontado como caminho. E não é só.
“Recentemente, de uma forma incisiva, a Administração Municipal tem solicitado ao Governo do Estado que reveja a sua política de impostos sobre atividade desenvolvida nos estaleiros, uma vez que outros estados estão promovendo incentivos para a atração de empresas e fazendo com que os estaleiros migrem do Estado de São Paulo para outras localidades. É preciso uma posição mais sensível a essa questão sob pena de perdemos unidades importantes”, sentencia a Prefeitura.
Para que essas saídas não aconteçam e haja desenvolvimento, Console sugere que haja equiparação do regime tributário de São Paulo com o de Santa Catarina. O litoral do estado do Sul do País ganhou projeção ao fomentar esse potencial turístico, de negócios e esportivo, utilizando o aspecto econômico. “Existe demanda para novos projetos, mas depende disso”, afirma.
Crescimento e desenvolvimento
Console prevê que o Cing, caso ocupe sua área total, teria um crescimento de quase 300%. “Estamos falando em, provavelmente, 18 mil profissionais vivendo da atividade direta do Cing, em um crescimento sustentado sem prejudicar o entorno perfeitamente preservado nestes 43 anos de operação. Guarujá e o Litoral Paulista seriam impactados positivamente com turismo de alto poder aquisitivo, assim como investimentos”.
O prefeito Válter Suman também vê o Cing como um ponto de desenvolvimento e apoio a outras ações em Guarujá, como a ligação seca com Santos, o Aeroporto Civil Metropolitano, a segunda fase da Avenida Perimetral, a macrodrenagem por toda a Cidade e a revitalização da Avenida Dom Pedro.
“Nosso objetivo é ver toda aquela área ocupada, produzindo riqueza de modo sustentável gerando oportunidade de trabalho para a população, nessa nova fase de desenvolvimento que estamos vivendo. É um dos vetores que, conjugado aos demais que estão se concretizando, impulsionarão as transformações qualitativas, produzindo uma nova Cidade”, finaliza.
BOL - SP 18/08/2023
Depois de terem se beneficiado durante décadas dos combustíveis fósseis, as monarquias árabes do Golfo olham agora para o hidrogênio verde com a ambição de diversificar as suas economias e, ao mesmo tempo, concretizar a sua vontade declarada de combater as mudanças climáticas. No fim do ano, a 28ª Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas (COP28) ocorrerá em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Depois de terem se beneficiado durante décadas dos combustíveis fósseis, as monarquias árabes do Golfo olham agora para o hidrogênio verde com a ambição de diversificar as suas economias e, ao mesmo tempo, concretizar a sua vontade declarada de combater as mudanças climáticas. No fim do ano, a 28ª Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas (COP28) ocorrerá em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e também o Sultanato de Omã estão investindo em massa neste combustível que parece resolver muitos desafios: pouco poluente e com potenciais de usos diversos, o hidrogênio verde é uma opção que deve se tornar rapidamente lucrativa e ecologicamente correta.
Face à queda nas receitas do petróleo nos últimos anos, "os Estados do Golfo querem assumir a liderança no mercado global de hidrogênio", disse à AFP Karim Elgendy, pesquisador do think tank britânico Chatham House. "Eles veem o hidrogênio verde como essencial para se sustentarem como grandes potências energéticas e para manterem sua influência, à medida que a demanda por combustíveis fósseis diminui", observa ele.
Atualmente representando menos de 1% da produção total de hidrogênio, o chamado hidrogênio 'verde' - feito com fontes de energia renováveis - ainda não é comercialmente viável e seu desenvolvimento pode levar vários anos. Ao contrário do hidrogênio produzido a partir de combustíveis fósseis poluentes, o hidrogênio verde é obtido da água usando energias como o vento, o sol e a hidroeletricidade.
Enquanto os combustíveis fósseis emitem gases de efeito estufa nocivos quando queimados, o hidrogênio verde emite apenas vapor de água. O seu uso é recomendado, a longo prazo, em indústrias altamente poluentes como os transporte, a navegação e a siderurgia.
Atualmente, 99% do hidrogênio industrial do mundo é "cinza", proveniente do gás metano em instalações petroquímicas, operação que libera na atmosfera gases de efeito estufa, como o CO2, e contribui para o aquecimento global.
Projetos megalomaníacos
Maior exportadora de petróleo bruto do mundo, a Arábia Saudita está construindo a maior usina de hidrogênio verde do mundo em Neom, a megacidade futurista em construção no Mar Vermelho. No valor de US$ 8,4 bilhões, a usina integrará energia solar e eólica para produzir até 600 toneladas de hidrogênio verde por dia até o final de 2026, disseram as autoridades locais.
Sede da única usina nuclear do mundo árabe, os Emirados Árabes Unidos, que sediarão a conferência climática da ONU COP28 no final de novembro, aprovaram em julho uma estratégia de hidrogênio com o objetivo de tornar o país um dos dez maiores produtores mundiais até 2031.
"O hidrogênio será um combustível essencial para a transição energética", ressaltou à AFP Hanan Balalaa, gerente da gigante petrolífera dos Emirados ADNOC. "Os Emirados estão bem posicionados para tirar proveito disso."
Mas é Omã, muito atrás de seus vizinhos em combustíveis fósseis, que caminha para se tornar o sexto maior exportador do mundo e o primeiro do Oriente Médio até o final da década, estimou a International Energy (IEA) em relatório publicado em junho.
O sultanato pretende produzir pelo menos um milhão de toneladas de hidrogênio verde por ano até 2030 e até 8,5 milhões de toneladas por ano até 2050, "o que excederia a demanda total de hidrogênio na Europa hoje", segundo a AIE.
Conforme a consultoria Deloitte, os países do Oriente Médio, com o Golfo na liderança, vão dominar esse mercado no curto prazo. E mesmo que, até 2050, o Norte da África e a Austrália tenham o maior potencial, os países do Golfo continuarão sendo os "líderes exportadores".
Desenvolvendo hidrocarbonetos
O hidrogênio verde, no entanto, não freou o desenvolvimento das indústrias de hidrocarboneto da Arábia Saudita e dos Emirados. De acordo com especialistas, ainda levará anos até que os países do Golfo possam produzir hidrogênio verde de forma lucrativa.
"Os países do Golfo se esforçarão para maximizar as vendas de hidrocarbonetos pelo maior tempo possível", disse Aisha Al-Sarihi, do Instituto do Oriente Médio da Universidade de Cingapura. "Serão necessários anos de tentativa e erro para que o hidrogênio verde se torne um produto comercial", explicou à AFP este especialista, que vê o potencial "combustível do futuro" quando a tecnologia amadurecer e com custos mais baixos.
O ex-ministro de Mudanças Climáticas dos Emirados, Abdullah Al-Nuaimi, declarou à AFP que "as infraestruturas existentes para o transporte de hidrogênio não são adequadas e exigirão investimentos em massa". Para ele, superar os desafios do hidrogênio ainda levará "muito tempo".
Valor - SP 18/08/2023
Relatório do instituto pontua que a infraestrutura é ponto chave para o desenvolvimento do setor, dado que o país tem malha dutoviária reduzida e 90% da produção do gás vem de origem "offshore"
A expansão da oferta de gás, um dos principais debates levantados pelo Ministério de Minas e Energia (MME) atualmente, precisaria de um incremento na infraestrutura e de mudanças regulatórias, segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo e Gás (Ineep). Segundo a entidade, a discussão sobre os preços do gás natural "pode omitir desafios estruturantes de médio e longo prazo que englobam essa cadeia".
"A Nova Lei do Gás, aprovada em 2021, e a política de venda de ativos estratégicos da Petrobras nos últimos anos contribuíram para uma desarticulação e desintegração do setor."
O relatório do instituto pontua que a infraestrutura é o ponto chave para o desenvolvimento do setor, dado que o país possui uma malha dutoviária reduzida e 90% da produção do gás vem de origem "offshore" (em alto mar).
"A finalização dos gasodutos Rota 3 (Bacia de Santos), prevista para 2024, e dos campos BM-C-33 (Bacia de Campos) e Bacia de Sergipe-Alagoas, ambos com inauguração para até 2028, aumentará a capacidade de transporte do gás natural no país em 52 MMm³/d, viabilizando o aumento da produção. Outro elemento importante é a ampliação de investimentos e utilização da capacidade instalada das Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGN) existentes."
O Ineep conclui que a expansão da oferta do gás natural precisa de melhorias na estrutura e de mudanças regulatórias para permitir a retomada de investimentos e participação ativa da Petrobras no segmento. "Essa expansão deve ser parte de um amplo planejamento energético nacional, em benefício da sociedade."
TN Petróleo - RJ 18/08/2023
A ANP publicou hoje (17/08) os cronogramas do 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC) e do 2º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha de Produção (OPP). Os cronogramas podem ser acessados nas páginas https://www.gov.br/anp/pt-br/rodadas-anp/oferta-permanente/opc/4o-ciclo-oferta-permanente-concessao/cronograma e https://www.gov.br/anp/pt-br/rodadas-anp/oferta-permanente/opp/2o-ciclo-oferta-permanente-partilha/cronograma.
As sessões públicas de ofertas para esses dois ciclos da Oferta Permanente estão previstas para 13 de dezembro de 2023.
4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC)
As empresas inscritas para a OPC têm até 28/9 para enviarem novas declarações de interesse por setores oferecidos no edital, acompanhadas de garantias de oferta. Os setores de blocos que serão oferecidos no 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão serão divulgados em 16/10.
Estão previstos no edital da OPC a área com acumulação de gás natural de Japiim e 955 blocos exploratórios localizados em diversas bacias sedimentares. Há 82 empresas inscritas na Oferta Permanente de Concessão, aptas a apresentarem ofertas no dia de realização da sessão pública. A lista pode ser acessada em https://www.gov.br/anp/pt-br/rodadas-anp/oferta-permanente/opc/inscricao-licitantes.
2º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha de Produção (OPP)
Na Oferta Permanente de Partilha (OPP), há treze licitantes inscritas, aptas a apresentar declarações de interesse sobre os blocos disponibilizados no edital: Ágata, Cruzeiro do Sul, Esmeralda, Jade e Tupinambá, localizados na Bacia de Santos; e Turmalina, localizado na Bacia de Campos. A lista das empresas pode ser acessada em https://www.gov.br/anp/pt-br/rodadas-anp/oferta-permanente/opp/inscricao-licitantes.
As empresas inscritas que tenham interesse em participar da OPP têm até 28/09 para apresentar declaração de interesse pelas áreas em oferta, acompanhada de garantia de oferta e de documentos de qualificação.
Para este novo ciclo, houve ajuste no Edital com a retirada dos blocos adjudicados no ciclo anterior: Água Marinha, Norte de Brava, Sudoeste de Sagitário e Bumerangue, bem como o bloco de Itaimbezinho, cuja Manifestação Conjunta teve a validade expirada.
Novas inscrições
Ainda há oportunidade para que empresas não inscritas possam participar, tanto da OPC quanto da OPP. Elas podem requerer inscrição até 24/8. Os procedimentos para inscrição e pagamento da taxa de participação estão disponíveis na página https://www.gov.br/anp/pt-br/rodadas-anp/oferta-permanente.
O que é a Oferta Permanente
A Oferta Permanente é, no momento, a principal modalidade de licitação de áreas para exploração e produção de petróleo e gás natural no Brasil. Nesse formato, há a oferta contínua de blocos exploratórios e áreas com acumulações marginais localizados em quaisquer bacias terrestres ou marítimas.
Desse modo, as empresas não precisam esperar uma rodada de licitações "tradicional" para ter oportunidade de arrematar um bloco ou área com acumulação marginal, que passam a estar permanentemente em oferta. Além disso, as companhias contam com o tempo que julgarem necessário para estudar os dados técnicos dessas áreas antes de fazer uma oferta, sem o prazo limitado do edital de uma rodada.
Nessa modalidade, as licitantes inscritas podem manifestar interesse para quaisquer blocos, áreas ou setores, desde que apresentem declarações de interesse, acompanhadas de garantia de oferta, nos termos dos editais vigentes. Apresentada uma ou mais declarações, e aprovada toda a documentação, a Comissão Especial de Licitação (CEL) divulga cronograma para realização de um ciclo.
Atualmente, há duas modalidades de Oferta Permanente: Oferta Permanente de Concessão (OPC) e Oferta Permanente de Partilha da Produção (OPP), de acordo com o regime de contratação (concessão e partilha). Já foram realizados três ciclos da OPC e um ciclo da OPP, resultando na assinatura de 121 contratos de blocos/áreas no regime de concessão e quatro contratos de partilha de produção.
Qual a diferença entre a Oferta Permanente de Concessão e a Oferta Permanente de Partilha da Produção?
A Oferta Permanente de Concessão (OPC) consiste na oferta contínua de blocos exploratórios e áreas com acumulações marginais localizados em quaisquer bacias terrestres ou marítimas devolvidos ou em processo de devolução na ANP. Não podem ser incluídos na OPC blocos localizados no polígono do Pré-Sal, bem como e as áreas consideradas estratégicas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Os contratos assinados pelas empresas que arrematam áreas nessas licitações são da modalidade concessão. Mais informações sobre a OPC podem ser obtidas em https://www.gov.br/anp/pt-br/rodadas-anp/oferta-permanente/opc.
Já a Oferta Permanente de Partilha de Produção (OPP) tem por objeto contratar, sob o regime de partilha de produção, as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural em blocos localizados no polígono do Pré-Sal e de áreas estratégicas, assim determinados pelo CNPE.
Mais informações sobre a OPP podem ser obtidas em https://www.gov.br/anp/pt-br/rodadas-anp/oferta-permanente/opp.
Valor - SP 18/08/2023
O barril do petróleo WTI com entrega prevista para outubro avançou 1,11%, a US$ 79,90, e o do Brent para o mesmo mês teve alta de 0,80%, a US$ 84,12.
O petróleo fechou em alta nesta quinta-feira (17), em um movimento de recuperação apoiado pela sinalização do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) de que aumentará os estímulos econômicos para reverter a queda na demanda interna e mitigar a crise do setor imobiliário.
O barril do petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para outubro avançou 1,11%, a US$ 79,90. Já o barril do Brent, a referência global, para o mesmo mês teve alta de 0,80%, a US$ 84,12.
Em meio à desaceleração geral na economia e o aprofundamento da crise de liquidez da Country Garden, uma das principais incorporadoras imobiliárias da China, o PBoC prometeu aumentar o apoio a construções de residências de baixo custo e prolongar empréstimos para casas que não forem terminadas até maio de 2024.
Alex Lima, estrategista-chefe da Guide Investimentos, avalia que há espaço para a China ampliar os estímulos com um pacote significativo. “Com os recentes indicadores econômicos decepcionando na margem, somado aos riscos sistêmicos e emergentes que o setor imobiliário traz, podemos estar próximos de algum tipo de resposta mais robusta do governo”, diz ele em comentário enviado ao Valor.
Lima destaca que, com dívida de 68% do Produto Interno Bruto (PIB), Pequim tem mais espaço que outras economias pares para estimular a atividade. Além disso, permitir uma desalavancagem do setor imobiliário, agora, “seria uma tempestade perfeita para a China no atual contexto de dificuldade de atingir suas metas de crescimento nesse ano e no próximo”, completa.
O movimento de hoje do petróleo ocorre ainda em correção às fortes perdas da semana até aqui. Mesmo com a alta, os contratos mais líquidos da commodity acumulam queda de mais de 3% desde segunda-feira (14).
“O rali do dólar estagnou, mas se a liquidação de títulos soberanos se estender para um novo nível, isso pode impedir que as commodities se recuperem ainda mais”, diz Edward Moya, analista-sênior da Oanda. Nesta quinta, os rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) de 10 e 30 anos voltaram a renovar máximas intradiárias em mais de uma década.
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