Money Times - SP 18/07/2023
O mercado está em contagem regressiva para o início da temporada de resultados do segundo trimestre do ano. Entre mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) dará a largada ao divulgar o balanço no dia 27 de julho.
Novamente, analistas esperam mais uma safra de números fracos para o setor em geral, reflexo de menores preços das commodities e custos ainda inflacionados.
Para XP Investimentos, Bank of America (BofA) e Santander, as empresas do setor devem mostrar piora sequencial do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
Pelas projeções do Santander, as produtoras de aço brasileiras devem mostrar resultados mais fracos, com uma queda média de 30% do Ebitda diante de fundamentos frágeis para os mercados de aços longos e planos no país.
A XP levanta um ambiente desafiador para os reajustes de preços na siderurgia. Existe uma pressão no mercado brasileiro em razão dos altos prêmios atuais, especialmente para produtos de aços planos, destaca.
Decepções (e a exceção) da temporada
Para a XP, CSN Mineração (CMIN3) e Usiminas (USIM5) devem ser os destaques negativos do segundo trimestre, marcando as maiores quedas sequenciais de Ebitda (-47% e- 45%, respectivamente).
O Santander, além das duas empresas citadas pela XP, menciona a holding CSN (CSNA3) como uma das potenciais piores performances da safra, considerando as baixas expectativas de preços realizados de minério de ferro.
Em contraposição, parece ser consenso entre os analistas que a exceção será a Vale, uma das ações mais penalizadas no primeiro semestre não só pelo minério de ferro, como também por resultados aquém do esperado no início do ano.
Segundo o BofA, a Vale deve se beneficiar de uma retomada forte de volumes, após um trimestre sazonalmente mais fraco.
Já o Santander espera que os volumes de vendas de minério de ferro e pelotas da companhia apresente alta sequencial de 32% entre abril e junho, a 73,5 milhões de toneladas, levando a um Ebitda de US$ 4 bilhões (+13% trimestre a trimestre).
“Também esperamos que a administração da Vale nos guie para uma performance operacional melhor no segundo semestre de 2023 (principalmente em Carajás e Brucutu”, acrescenta o banco.
Na avaliação do BTG Pactual, a Vale será a única a apresentar crescimento de lucro no segundo trimestre.
“Apesar de uma queda de aproximadamente 10% nos preços do minério de ferro no trimestre, prevemos que a Vale conseguirá manter resultados amplamente estáveis (ou mais altos), devido a uma recuperação sazonal (e também operacional) dos embarques”, diz.
Ainda, o BTG acredita que a CSN Mineração será “severamente afetada” pela volatilidade dos seus mecanismos provisórios de precificação, levando a resultados significativamente mais baixos, mesmo com a expectativa de uma produção sólida.
Em paralelo, questões operacionais devem seguir prejudicando o desempenho financeiro de CSN e Usiminas, enquanto Gerdau enfrentará desafios com os preços realizados mais baixos.
Agrolink - RS 18/07/2023
O mercado está se preparando para a temporada de resultados do segundo trimestre, que terá início com a divulgação do balanço da mineradora e siderúrgica Vale (VALE3) em 27 de julho. Analistas preveem que o setor como um todo apresentará números fracos, devido aos preços mais baixos das commodities e aos custos ainda altos. Empresas do setor, como a Vale, são esperadas para mostrar uma piora sequencial do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de acordo com a XP Investimentos, Bank of America (BofA) e Santander.
De acordo com as projeções do Santander, as produtoras de aço brasileiras devem apresentar resultados mais fracos, com uma média de queda de 30% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), principalmente devido aos fundamentos frágeis nos mercados de aços longos e planos no país. A XP Investimentos identifica um ambiente desafiador para os reajustes de preços na indústria siderúrgica. Há uma pressão no mercado brasileiro, especialmente para os produtos de aços planos, devido aos altos prêmios praticados atualmente. Essa situação torna-se um desafio para as empresas do setor na hora de negociar preços competitivos.
As projeções indicam que CSN Mineração e Usiminas terão grandes quedas sequenciais de Ebitda no segundo trimestre (-47% e -45%, respectivamente). A holding CSN também pode ter resultados negativos devido às baixas expectativas nos preços do minério de ferro. Por outro lado, a Vale deve ser uma exceção, beneficiando-se de uma retomada forte de volumes após um trimestre mais fraco.
Diário do Comércio - MG 18/07/2023
O Açolab (espaço colaborativo voltado para a inovação e o desenvolvimento de ideias da ArcelorMittal) chega ao seu 5º ano de atividades no mês de julho. Para abrir as comemorações, no dia 10 de julho, ocorreu na sede da ArcelorMittal um painel com CEOs de empresas de destaque em inovação no País.
“A importância da inovação aberta para a competitividade das empresas” contará com as presenças de Jefferson De Paula (presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Longos e Mineração Latam), Bruno Lasansky (CEO da Localiza&CO) e Eduardo Fischer (CEO da MRV&CO). A mediação ficou a cargo de Luis Gustavo Lima, da ACE Cortex. Houve a transmissão on-line e o conteúdo segue disponível em https://relacionamento.acolabam.com.br/acolab-5-ano.
A atuação do Açolab, primeiro laboratório de inovação aberta da indústria do aço no mundo, está focada em aumentar a competitividade da ArcelorMittal, viabilizando novos negócios e projetos de alto valor agregado em parceria com as startups e o ecossistema de inovação. Nestes cinco anos, o hub está conectado a mais de 23 mil agentes do ecossistema de inovação aberta do País – entre eles 6.850 startups e diversas universidades, centros de pesquisa e outras empresas. “Apesar do pouco tempo, a trajetória do Açolab já é caracterizada pelo pioneirismo, bons resultados e fortalecimento do ecossistema de startups, com envolvimento de clientes e parceiros”, destaca o Gerente Geral de Inovação e Açolab na ArcelorMittal, Rodrigo Carazolli.
No evento, também acontecerá o lançamento do podcast sobre inovação e tech do Açolab, conduzido pelo jornalista Thassius Veloso. “Nosso objetivo é aproximar cada vez mais a ArcelorMittal do público externo. Até o final do ano, serão 10 episódios e o entrevistado da primeira edição será anunciado durante o evento”, completa Carazolli.
O espaço já desenvolveu novos processos, metodologias, conexões e estratégias de engajamento que favoreceram a realização de diversas iniciativas de inovação envolvendo startups, associações, universidades, centros de pesquisa, clientes e empregados.
Em 2021, a ArcelorMittal lançou o Açolab Ventures, fundo de gestão para acelerar startups e o seu ecossistema que está investindo mais de R$ 100 milhões, preferencialmente do Brasil e também da América Latina. A ArcelorMittal busca empresas que com soluções relacionadas à construção civil, experiência do cliente, matérias-primas, canais de venda, logística, produtividade, redução de custo e eficiência ambiental. A estratégia do fundo é identificar startups que tenham solução validada e que desenvolvam novos negócios, produtos e serviços ou incorporem novas tecnologias para aumentar a competitividade e enriquecer a proposta de valor da cadeia da ArcelorMittal.
Desde o anúncio da criação do fundo, mais de 1.300 startups já foram analisadas. Até o momento, o Açolab Ventures, que é gerido pela Valetec Capital, aplicou recursos em quatro startups: Sirros (IoT), Beenx (energia) e Agilean e Modularis Offsite Building, ambas do setor da construção civil.
Agência Brasil - DF 18/07/2023
O mercado financeiro está mais otimista com relação à economia brasileira. Em uma semana, a expectativa de crescimento projetada para o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos bens e serviços produzidos no país) passou de 2,19% para 2,24%, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central.
Há quatro semanas, a expectativa das instituições financeiras consultadas pelo BC para a elaboração do relatório semanal com os principais indicadores econômicos era de o ano fechar com um crescimento de 2,14% do PIB. Para 2024 e 2025, a expectativa de crescimento está em 1,3% e 1,88%, respectivamente.
Já a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), considerado a inflação oficial do país, se manteve estável em 4,95%. Há quatro semanas, a expectativa era de que 2023 fechasse com uma inflação de 5,12%. Para 2024 e 2025, a inflação projetada pelo mercado está em 3,92% e 3,55%, respectivamente.
A projeção para a inflação de 2023 se mantém acima da meta para o ano, definida em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Com a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será considerada cumprida caso oscile entre 1,75% e 4,75%.
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado e é a maior desde janeiro de 2017.
Selic e câmbio
Tanto taxa básica de juros como câmbio de mantiveram estáveis, segundo o boletim Focus desta semana. No caso da Selic, a expectativa é de que feche o ano com uma taxa de 12%. O mesmo percentual foi projetado há uma semana pelo mercado. Há quatro semanas, a expectativa era de que 2023 fechasse com uma Selic a 12,25%. A projeção da Selic se mantém também estável para 2024 em 9,5% e 2025, 9%.
Com relação ao câmbio, a previsão é a mesma há quatro semanas, de que o dólar feche o ano com uma cotação de R$ 5. Para 2024 e 2025, a expectativa do mercado é de que a moeda norte-americana feche o ano custando R$ 5,05 e R$ 5,15, respectivamente. Nesta segunda-feira, a cotação do dólar, segundo o BC, está em R$ 4,82.
Globo Online - RJ 18/07/2023
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), termômetro do PIB, registrou queda de 2% no mês de maio.
De janeiro a maio de 2023, houve avanço acumulado de 3,61%, conforme os dados sem ajuste sazonal.
No mês de fevereiro e no mês de abril houve alta acima do esperado no indicador - o que estimulou projeções com viés de alta para o crescimento da economia no ano.
Com a elevação de 1,9% no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, o mercado projeta atualmente um crescimento de 2,24% até o fim do ano. No início de 2023, a projeção dos agentes era de 0,78%.
Neste mês de julho, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, adiantou que a pasta deve fazer uma revisão altista para até 3% na perspectiva de crescimento econômico no ano.
Não incorpora demanda
Assim como o PIB divulgado pelo IBGE, o indicador do BC incorpora estimativas para áreas como indústria, agropecuária, serviços, mas não considera o lado da demanda - que é mensurado no cálculo do Produto Interno Bruto.
Além de "prever" o direcionamento do PIB, o IBC-Br é também referência para a política monetária do Banco Central, na definição da taxa básica de juros. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que define a Selic a cada 45 dias, será no dia 21 de junho.
Infomoney - SP 18/07/2023
A China divulgou nesta segunda feira uma série de dados referentes à atividade econômica em junho de 2023. A produção industrial cresceu 4,4% ante o mesmo mês do ano passado e as vendas no varejo subiram 3,1% na mesma comparação. O consenso Refinitiv espera uma alta menor para a indústria, de 2,7%, e um resultado similar para as vendas varejistas, de 3,2%.
Em maio, a produção industrial havia crescido num ritmo mais lento, de 3,5%, mas o comportamento do varejo tinha sido muito melhor, com vendas 12,7% mais fortes que em abril.
Segundo dados oficiais do NBS, o escritório nacional de estatísticas do país, a produção industrial avançou 3,8% no primeiro semestre do ano e as vendas no varejo subiram 8,2%.
Segundo Fu Linghui, porta-voz do NBS, a produção da indústria da China registrou uma recuperação constante no primeiro semestre do ano, com o setor de fabricação de equipamentos tendo uma expansão relativamente rápida.
A produção do setor de fabricação de equipamentos aumentou 6,5% em relação ao ano anterior durante o período de janeiro a junho, 2,7 pontos percentuais acima do crescimento geral da produção industrial.
A produção de empresas estatais e sociedades de capital misto aumentou 4,4% ano a ano nos primeiros seis meses, enquanto a do setor privado cresceu 1,9%.
O setor de fabricação de máquinas e equipamentos elétricos se destacou com um crescimento de 15,7% na produção em relação ao ano anterior, seguido pelo setor de fabricação de automóveis, que cresceu 13,1% em relação ao ano anterior.
Varejo
As vendas no varejo online continuaram sendo um ponto positivo. Nos primeiros seis meses de 2023, as vendas no varejo online aumentaram 13,1% ano a ano, chegando a 7,16 trilhões de yuans. As vendas no varejo online de bens físicos aumentaram 10,8% ano a ano, respondendo por 26,6% do total de vendas no varejo de bens de consumo.
O consumo de viagens e serviços baseados em contato registrou rápida expansão no primeiro semestre do ano, com o aumento das atividades gastronômicas, comunicação e turismo, de acordo com Fu.
Com uma contribuição de 77,2% para o crescimento econômico chinês, o consumo tem desempenhado um papel cada vez mais importante na condução da economia do país na primeira metade do ano, disse Fu.
“À medida que a sociedade e a economia retomam totalmente as operações normais, a economia está se recuperando, os cenários de consumo estão se expandindo, as políticas para promover o consumo estão entrando em vigor, os gastos dos residentes estão crescendo constantemente e as vendas no varejo do mercado estão acelerando.”
Infomoney - SP 18/07/2023
O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) se manteve em deflação e caiu 1,10% em julho, embora num ritmo mais lento do que em junho, quando preços recuaram 2,20%, informou nesta segunda-feira (17) a Fundação Getúlio Vargas. Com esse resultado, o índice acumula variação de -5,20% no ano e de -7,89% em 12 meses.
Em julho de 2022, o índice havia subido 0,60% no mês e acumulava elevação de 10,87% em 12 meses.
IPA
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 1,54% em julho. No mês anterior, esse índice havia registrado taxa de -3,14%. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais variaram de -1,01% em junho para -0,97% em julho.
A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de -2,21% para 0,49%.
índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,52% em julho. No mês anterior, a taxa foi de -0,03%.
A taxa do grupo Bens Intermediários passou de -3,36% em junho para -1,31% em julho. A principal contribuição para este movimento partiu do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -12,77% para -2,77%.
O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 1,08% em julho, contra queda de 1,68% no mês anterior.
O índice do grupo Matérias-Primas Brutas passou de -5,00% em junho para -2,38% em julho. As principais contribuições para a taxa menos negativa do grupo partiram dos seguintes itens: minério de ferro (-8,04% para 3,19%), milho em grão (-15,63% para -9,49%) e soja em grão (-5,16% para -3,07%).
Em sentido descendente, os movimentos mais relevantes ocorreram nos seguintes itens: leite in natura (0,34% para -7,47%), café em grão (-5,57% para -10,99%) e cana-de-açúcar (1,44% para 0,15%).
Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, a aceleração do preço do minério de ferro (de -8,04% para 3,19%) e as quedas menos intensas registradas para o milho (de -15,63% para -9,49%) e para a soja (de -5,16% para -3,07%) contribuíram para o avanço da taxa do índice ao produtor.
IPC
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,02% em julho. Em junho, o índice tinha caído 0,18%. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (-1,93% para 0,99%), Transportes (-1,23% para -0,16%), Comunicação (-0,06% para 0,14%) e Alimentação (-0,21% para -0,17%).
As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: passagem aérea (-11,47% para 5,50%), gasolina (-3,20% para 2,26%), tarifa de telefone móvel (-0,28% para 0,10%) e hortaliças e legumes (-2,47% para 2,73%).
Em contrapartida, os grupos Habitação (0,79% para -0,24%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,49% para 0,15%), Despesas Diversas (0,63% para 0,15%) e Vestuário (0,40% para 0,31%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação.
Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: tarifa de eletricidade residencial (1,42% para -0,85%), plano e seguro de saúde (1,04% para 0,38%), jogo lotérico (7,32% para 0,00%) e serviços do vestuário (-0,38% para -1,11%).
No âmbito do consumidor, a principal contribuição para a aceleração do IPC partiu da gasolina (de -3,20% para 2,26%), cujo aumento ocorre pela volta da cobrança do impostos federais (pis e cofins). Na construção civil, o índice recuou devido a desaceleração dos reajustes captados para a mão de obra (de 2,27% para 0,28%)”, afirmou Braz em nota.
INCC
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,01% em julho. No mês anterior, a taxa foi de 1,19%. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de junho para julho: Materiais e Equipamentos (0,10% para -0,22%), Mão de Obra (2,27% para 0,28%) e Serviços repetiu a taxa do mês anterior de 0,32%.
O Estado de S.Paulo - SP 18/07/2023
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 17, que o resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) veio “como o esperado” diante do patamar “muito elevado” do juro real. Na avaliação de Haddad, que se disse preocupado com a situação, a “pretendida” desaceleração da economia pelo Banco Central, que controla a taxa Selic, “chegou forte”.
De acordo com a divulgação feita nesta segunda-feira, 17, pelo BC, a economia brasileira apresentou forte contração em maio. O IBC-Br, conhecido como uma prévia do PIB, do mês caiu 2%.
“É como o esperado, né. Muito tempo juro real muito elevado, nós estamos preocupados”, respondeu Haddad, segundo quem a pasta tem recebido “muito retorno” de prefeitos e governadores sobre arrecadação. “A nossa mesmo aqui”, disse.
“Então, a pretendida desaceleração da economia pelo Banco Central chegou forte e a gente precisa ter muita cautela com o que pode acontecer se as taxas forem mantidas na casa de dez, é muito pesado para a economia, tá muito pesado para a economia”, disse.
De abril para maio, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 148,56 pontos para 145,59 pontos na série dessazonalizada. O resultado é o menor desde janeiro deste ano, quando pontuou 143,50.
IstoÉ Dinheiro - SP 18/07/2023
A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 1,559 bilhão na segunda semana de julho (dias 10 a 16).
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, 17, o valor foi alcançado com exportações de US$ 6,420 bilhões e importações de US$ 4,862 bilhões. No mês, o superávit acumulado é de US$ 4,336 bilhões e no ano, de US$ 49,401 bilhões.
Até a segunda semana do mês, a média diária das exportações registrou queda de 0,6% na comparação com a média diária do período em 2022, com crescimento de US$ 61,09 milhões (19,1%) em Agropecuária; redução de US$ 46,87 milhões (-14,9%) em Indústria Extrativa; e queda de US$ 26,93 milhões (-3,4%) em produtos da Indústria de Transformação.
As importações também tiveram queda, de 16% no período, na comparação pela média diária, com redução de US$ 8,17 milhões (-36,1%) em Agropecuária; crescimento de US$ 12 milhões (16,8%) em Indústria Extrativa; e diminuição de US$ 187,66 milhões (-17,7%) em produtos da Indústria de Transformação.
IstoÉ Dinheiro - SP 18/07/2023
Em meio a um processo de desinflação no mundo que poderá ser longo, os bancos centrais de economias avançadas e de países emergentes estão corretos em manter uma política monetária “firme” para tentar baixar os preços e levar a inflação para a meta. A avaliação é do vice-diretor executivo do Banco de Compensações Internacionais (BIS), Luiz Awazu Pereira da Silva. “É fundamental colocar a inflação na meta o mais rápido possível assegurando a estabilidade financeira”, diz Awazu, que foi diretor do BC brasileiro. A seguir, os principais trechos da entrevista:
Por que o BIS considera que o processo de desinflação no mundo será longo?
O mundo passa por um ciclo de aperto monetário mais complexo do que os registrados no passado. Taxas de juros muito baixas com ampla liquidez por vários anos permitiram a elevação expressiva do endividamento, depois surgiu a covid-19 e ocorreram os efeitos recentes da guerra na Ucrânia sobre preços de energia e alimentos. É fundamental colocar a inflação na meta o mais rápido possível assegurando a estabilidade financeira. O processo de desinflação é longo e já apresenta resultados com as ações firmes de política monetária adotadas pelos bancos centrais. Mas não vamos declarar vitória antes da hora.
Como o sr. avalia o combate à inflação adotado pelas economias avançadas e emergentes?
Nas economias avançadas, os núcleos de inflação continuam altos, então, o combate continua. Os bancos centrais desses países têm uma estratégia clara, mesmo que diferenciada entre eles: implementam uma política monetária firme, inclusive para não permitir a desancoragem das expectativas de inflação. Os países emergentes, especialmente na América Latina, estão fazendo um bom trabalho na condução da política monetária, com algumas exceções. Eles anteciparam o ciclo de aperto para conter a inflação antes das economias avançadas, e agora estão começando a colher os primeiros frutos dessa ação rápida. Essa postura determinada aumenta as chances de viabilizar o controle da inflação com um pouso suave da economia.
O BIS defende a combinação da política fiscal com a monetária para reduzir a inflação. Mas não há o risco de uma política fiscal restritiva demais, junto com a alta dos juros pelos bancos centrais, provocar uma forte recessão?
Quando se tem a política monetária agindo para desacelerar a demanda e combater a inflação, não é adequado ter um impulso fiscal ao mesmo tempo, pois retardaria a convergência da inflação à meta. Uma postura fiscal mais firme ajuda os bancos centrais a enfrentar a inflação. O ideal seria que as duas políticas atuassem na mesma direção. Com isso, a necessidade de maior aperto nas condições monetárias para fazer a inflação convergir diminuiria.
Quais são as principais medidas que países avançados e emergentes poderiam adotar para reduzir os riscos à estabilidade financeira?
Basicamente, continuar a implementar as reformas que surgiram depois da grande crise financeira global de 2008, propostas pelo Acordo de Basileia 3. Elas aumentaram a resiliência dos bancos em termos mundiais, pois diminuíram a alavancagem e elevaram a liquidez do sistema. Mas a adoção das regras de Basileia 3 não quer dizer que não haverá mais risco de falências bancárias. É preciso também ter uma boa governança da gestão dos bancos, e com a devida supervisão das autoridades regulatórias. O Comitê de Basiléia está realizando uma reavaliação de suas propostas.
Infomoney - SP 18/07/2023
Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Cingapura e Dalian recuaram nesta segunda-feira em relação às máximas de vários meses alcançadas na sessão anterior, com os traders avaliando uma série de dados econômicos da China contra as esperanças de mais estímulos.
O contrato de minério de ferro para setembro mais negociado na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com queda de 0,9%, a 832,5 iuanes (US$ 116,05) por tonelada métrica, após atingir uma máxima de quatro meses na sessão anterior.
Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência para agosto caiu 1,7%, a US$ 112,3 por tonelada métrica, depois de subir por quatro sessões consecutivas até atingir uma máxima de três meses na sexta-feira.
A economia da China cresceu em um ritmo frágil no segundo trimestre, embora o dado anual tenha sido ajudado pelos efeitos de base de comparação, mostraram dados na segunda-feira.
Para junho, a produção industrial superou as projeções com um aumento de 4,4% em relação ao ano anterior, com a produção de aço bruto registrando alta de 1,1% no comparativo mensal e crescimento de 0,4% no comparativo anual.
Ainda assim, as vendas de imóveis caíram acentuadamente em junho em relação a maio, o ritmo mais rápido deste ano, enquanto o investimento retraiu na casa dos dois dígitos. Dados da última quinta-feira mostraram que as exportações da China caíram na maior taxa em três anos em junho.
Os preços do minério de ferro foram impulsionados pelos comentários do vice-governador do Banco Popular da China, Li Guoqiang, de que a política monetária no segundo semestre do ano seria “direcionada e vigorosa”, disse a ANZ Research em nota na segunda-feira.
Qualquer estímulo pode levar a uma demanda adicional para reposição de estoques, com os estoques de aço caindo 12% no comparativo anual no início de julho, acrescentou a ANZ. Enquanto isso, o calor extremo e a crescente demanda por energia na região de Sichuan impactaram a produção de aço, assim como a de cimento e alumínio, disse a Westpac em nota.
Money Times - SP 18/07/2023
A Vale (VALE3) divulgará nesta terça-feira (18), após o fechamento do mercado, os dados de produção e vendas referentes ao segundo trimestre de 2023. Após a decepção dos primeiros três meses do ano, o mercado está na expectativa por números melhores.
Analistas avaliam, inclusive, que a Vale será a exceção desta nova temporada, que deve vir mais uma vez fraca para o setor de mineração e siderurgia devido a menores preços realizados das commodities e custos ainda inflacionados.
Para XP Investimentos, Bank of America (BofA) e Santander, as empresas do setor devem mostrar piora sequencial do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Vale, por outro lado, deve seguir caminho contrário. O banco americano avalia que a mineradora se beneficiará de uma retomada forte de volumes, após um trimestre sazonalmente mais fraco.
Na avaliação do BTG Pactual, a Vale será a única a apresentar crescimento de lucro no segundo trimestre.
“Apesar de uma queda de aproximadamente 10% nos preços do minério de ferro no trimestre, prevemos que a Vale conseguirá manter resultados amplamente estáveis (ou mais altos), devido a uma recuperação sazonal (e também operacional) dos embarques”, diz, em linha com a leitura do BofA.
Enquanto isso, a Genial Investimentos, embora também trabalhe com um cenário de recuperação de resultados, chama a atenção para uma melhora “apenas modesta” da diluição de custos.
Quanto Vale produzirá?
Com o alívio das chuvas e um contínuo ramp-up da produção, a Genial projeta uma produção de minério de ferro de 76,4 milhões de toneladas para a Vale no segundo trimestre, o que representa um avanço de 14,5% em comparação ao primeiro trimestre e um crescimento de 3,2% no comparativo anual.
No caso da produção de pelotas, a corretora enxerga um crescimento mais contido, com aumentos mais leves no trimestre na base ano a ano em comparação ao primeiro trimestre de 2023.
“O guidance de 36-40 milhões de toneladas para 2023 conta com a produção na usina de Brucutu (MG), que recebeu recentemente a licença para a produção, porém, o start-up deve ocorrer apenas durante o segundo semestre de 2023”, explica. A Genial espera um volume de produção de 8,8 milhões de toneladas para a categoria.
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Para o segmento de metais básicos, as expectativas são contrárias para níquel e cobre, com um guidance anual de queda para o primeiro e de alta para o segundo. A Genial trabalha com um recuo trimestral na produção de níquel no segundo trimestre, enquanto a produção de cobre deve subir 16,1% em comparação aos primeiros três meses do ano.
Em relação às vendas, a expectativa da Genial é de salto de cerca de 42% trimestre a trimestre e crescimento de 3,6% ano a ano, a um volume de 65 milhões de toneladas. Segundo a instituição, a diferença entre a produção de minério e as vendas de minérios finos deve voltar ao patamar histórico no trimestre com a normalização dos embarques nos portos de Ponta da Madeira (MA), que escoam o minério de ferro vindo do Sistema Norte.
O Inter Research estima uma produção de 72,7 milhões de toneladas para o minério de ferro, enquanto as vendas do ingrediente siderúrgico devem totalizar 65,4 milhões de toneladas no trimestre.
Já o Santander espera que os volumes de vendas de minério de ferro e pelotas da companhia apresente alta sequencial de 32% entre abril e junho, a 73,5 milhões de toneladas, levando a um Ebitda de US$ 4 bilhões (+13% trimestre a trimestre).
Infomoney - SP 18/07/2023
A Vale (VALE3) vem, sequencialmente, anunciando programas de recompra de ações consideráveis no mercado.
Desde 2021, a mineradora já recomprou quase 500 milhões de ações e, agora, tem outro programa para adquirir mais 500 milhões em andamento – o número corresponde, atualmente, a aproximadamente 22% do total dos papéis ordinários em circulação.
A recompra de ações consiste em utilizar o caixa da empresa para comprar seus próprios papéis no mercado. Então, as ações recompradas são canceladas e deixam de existir. Com isso, o número de papéis em circulação diminui e a participação relativa de cada investidor aumenta, o que é visto como um fator para aumentar o retorno do investidor nas ações.
Analistas veem a movimentação como positiva.
“Eu gosto bastante desse movimento. É claro que anunciar uma recompra não significa que a empresa irá recomprar aquela quantidade, mas a Vale vem adquirindo seus papéis de volta”, diz João Daronco, analista da Suno Research.
A mineradora, em sua teleconferência do quarto trimestre de 2022, realizada em março, afirmou que já havia adquirido 683 milhões de ações nos seus três programas.
De acordo com Daronco, a recompra de ações é uma forma de distribuir lucros aos acionistas muito semelhante aos dividendos. “Nos dividendos você recebe o dinheiro e pode reinvestir na empresa e aumentar a sua participação. Na recompra automaticamente já aumenta a sua participação”, aponta.
“A empresa pode investir o caixa gerado em novos projetos, mas acaba que a Vale não tem tantos projetos assim para a quantidade de caixa que ela gera. Quando falamos em dívidas, a Vale também está muito pouco alavancada e o custo é baixo”, debate o especialista. “Então acabamos tendo apenas essas duas destinações”.
Tiago Reis, CEO da Suno, falou em coluna do InfoMoney, que, muitas vezes, a recompra de ações pode ser vista como uma medida mais voltada ao longo prazo, enquanto os dividendos são mais para o curto.
“A grande diferença é que os dividendos representam um retorno definido “agora”, enquanto as recompras simbolizam retornos incertos em algum momento no futuro. Quando uma empresa paga dividendos, os retornos são instantâneos: o dinheiro cai rapidamente na conta do investidor. Ele, por sua vez, pode decidir o que fazer com o montante recebido: reinvesti-lo na companhia, utilizá-lo para comprar ações de outras empresas ou sacá-lo para uso pessoal. No entanto, quando uma empresa faz recompras, os retornos não são necessariamente imediatos”, debate.
Recompra segura preço?
Com os papéis da companhia em queda desde o começo do ano, com um recuo de mais de 20% no ano, há certo debate se o programa de recompra está dando sustentação aos preços.
“É difícil afirmar isso. Se a gente tiver uma piora do cenário chinês e da questão siderúrgica por lá pode ter o preço do minério caindo para US$ 70 e aí teria uma queda no preço da ação. Mas quando a empresa está recomprando você aumenta sua participação nela e se aumenta sua participação nela a sua ação vale mais” expõe Daronco.
Ele expõe que, nessa dinâmica, com menos ações circulando, e com o valor de mercado mantido, o lucro por ação aumenta e o preço por lucro, cai – o que sugere que você tem de ter um aumento da cotação, de olho em algumas métricas de valuation.
“Conceitualmente a recompra é a Vale ir a mercado recomprar ações da Vale por achar que elas estão descontadas”, fala Guilherme Nipps, analista da XP Investimentos. “A movimentação ajuda as ações a não caírem, mas não resolve. De qualquer forma, tende a ser algo positivo por reduzir o número de papéis em circulação”.
Paschoal Paione, gestor de Commodities da Persevera Asset Management, explica que a recompra de ações tende a melhorar a precificação dos papéis no longo prazo, no caso do cancelamento das adquiridas. O lucro por ações acaba avançando por conta de uma mudança no divisor, que cai.
“A recompra diminui a base das ações e tem um efeito parecido com os dividendos nas ações. Acho que a questão da redução de dividendos pode ter a ver com a questão da taxação dos dividendos, com a atual reforma em andamento”, menciona.
A reforma tributária, que está tramitando no Congresso, deve apresentar algo na linha da tributação de dividendos. Para o gestor, a Vale pode estar se antecipando à questão e testando novos formatos de recompensar os acionistas.
“A recompra dá um sinal que você está mais confiante no longo prazo, aumentando o risk take, mas você tem um efeito que costuma gerar um recuo de liquidez também”, fala. “A política de remuneração, falando de recompra ou dividendos, tem a ver em como a geração de caixa está. A Vale já tem uma política de dividendos definida, mas a mudança pode se dar talvez por conta das perspectivas do minério ou até mesmo na tributação”.
A mineradora fez o maior corte de dividendos do mundo e tirou Brasil do topo de ranking global. A Vale distribuiu US$ 1,8 bilhão entre janeiro e março deste ano, ante mais de US$ 3,6 bilhões no mesmo período do ano passado.
No que tange o minério, com o preço da commodity recuando, é possível que os proventos também caiam, pela menor geração de caixa livre. O cancelamento de ações, nesse caso, impediria um recuo muito abrupto do dividend yield.
Money Times - SP 18/07/2023
A Volkswagen anunciou nesta segunda-feira (17), a suspensão de 800 contratos de metalúrgicos que trabalham na fábrica de Taubaté (SP), a partir de 1º de agosto, por um período de dois a cinco meses.
As suspensões foram informadas pela montadora, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, em viés de adequação da produção ao mercado, apesar do setor recentemente ter sido beneficiado por incentivo para a compra de novos carros pelo governo federal.
Além disso, a montadora informou que após o incentivo do governo, não adotaria a suspensão de contratos de trabalho neste ano. Segundo a entidade, a Volkswagen emprega 1.300 funcionários na fábrica de Taubaté, onde é produzido o modelo Polo Track.
Segundo a associação de concessionários, Fenabrave, o Polo Track é o segundo modelo mais vendido no acumulado do ano, com 37,7 mil unidades de janeiro ao final de junho, ficando atrás somente do Onix, da General Motors, com 44,1 mil unidades.
“A Volkswagen do Brasil informa que a fábrica de Taubaté protocolou layoff para um turno de produção, iniciando em 1º de agosto, a princípio com duração de 2 meses”, afirmou a montadora em comunicado à imprensa sem dar mais detalhes.
A ferramenta de flexibilização está prevista em acordo coletivo firmado entre o sindicato e funcionários da montadora, segundo a companhia.
Carros populares
O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, anunciou no início de julho o fim do programa de carros populares.
“Veículos leves foi um sucesso, está terminando neste fim de semana, até R$ 500 milhões só pessoa física, de R$ 500 para frente pessoa física e jurídica”, disse. Alckmin ainda destacou que o programa continua para caminhões e ônibus.
Segundo estimativas da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), os R$ 800 minhões liberados para o programa contemplaram cerca de 150 mil unidades.
Revista Ferroviaria - RJ 18/07/2023
Mesmo com a pressão global pela transição energética e pela redução de poluentes, a expansão das ferrovias no Brasil deve seguir bem atrás dos projetos de estradas nos próximos anos.
Atualmente, segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), há seis projetos de concessões de trilhos em andamento no país por parte do governo federal. Ao mesmo tempo, há 21 de concessões de estradas sendo preparados.
Um levantamento da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base) aponta que há 19 leilões de infraestrutura previstos no Brasil para 2023 e 2024, e apenas um deles é ferroviário —o trem intercidades do Governo de São Paulo.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, em junho, o ministro dos Transportes, Renan Filho, estimou que haverá cerca de R$ 70 bilhões para investimentos públicos em estradas e ferrovias nos próximos quatro anos. Renan disse que a maior fatia desse dinheiro será direcionada para as estradas, pois a maior parte das ferrovias deve ser construída com recursos privados.
O governo Lula deve lançar um novo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) até agosto, que deve juntar vários projetos de concessão já anunciados e algumas novas iniciativas.
No dia 3 de julho, o presidente Lula (PT) foi a um evento de início das obras da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), em Ilhéus, na Bahia. A obra é feita sob concessão e deve ficar pronta em 2027. Lula disse que esta será a primeira obra a integrar o novo PAC.
O primeiro trecho da Fiol tem 537 km e vai de Ilhéus a Caetité, no sudoeste da Bahia. O projeto completo prevê levar os trilhos até Figueirópolis, em Tocantins, onde haverá a conexão com a ferrovia Norte-Sul, em um traçado de 1.527 km. Os outros dois trechos ainda aguardam o processo de concessão.
O aumento de investimentos públicos em infraestrutura, contudo, depende de mais espaço no Orçamento. “Para continuarmos com investimentos nos dois modais, é necessário aprovar a proposta do Regime Fiscal Sustentável [arcabouço fiscal] e a Reforma Tributária. A intenção é manter o nível de investimentos públicos em rodovias e gradativamente aumentar em ferrovias, que hoje a maior parte está sob administração privada”, disse o Ministério dos Transportes, em nota.
Em junho, o governo Lula lançou uma nova política de concessões rodoviárias. A pasta dos Transportes trabalha agora em uma política similar para as ferrovias, que deverá rever os processos de concessão e autorização, para atrair mais investimentos e aumentar a segurança jurídica.
Entre as medidas, está a criação de uma Política Nacional do Transporte de Passageiros e de um Laboratório de Inovação. De acordo com dados da ANTT, o Brasil tem hoje cerca de 32,6 mil km de ferrovias construídas.
Em 2021, o governo federal criou o Marco das Ferrovias, que trouxe o modelo de autorização. O governo apenas dá o aval a projetos de construção de trilhos pela iniciativa privada, sem realizar etapas como fazer leilões ou investir recursos públicos.
Neste ano, já foram firmados dez termos de adesão. A lista, no entanto, inclui trechos curtos, como uma ferrovia de 12 km no porto de São Luís, no Maranhão, e projetos que ainda precisam captar recursos, como um trem de alta velocidade entre São Paulo e Rio de Janeiro.
De acordo com a ANTT, desde 2021 –quando o Marco das Ferrovias foi sancionado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)–, mais de 30 contratos de adesão foram registrados.
Para Gesner de Oliveira, economista e professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), o regime de autorizações ajuda a atrair o capital privado, já que exclui a necessidade de um rito mais complexo e demorado, como é o caso da concessão.
Ele diz, no entanto, que é necessário cautela com o modelo. “Quando o novo marco ferroviário foi aprovado, os planos de investimentos do setor privado cresceram significativamente. A gente tem que olhar com cuidado, porque são intenções de investimentos. Uma coisa é intenção e outra é quando realmente há compromisso de investimento.”
Roberto Guimarães, diretor de Planejamento e Economia da Abdib, avalia que os projetos de ferrovias mais curtas, que têm custo reduzido, atraem dinheiro privado mais facilmente. Para ferrovias maiores, no entanto, o ideal é que os investimentos sejam divididos entre empresas e governo.
“O setor privado sozinho não banca uma ferrovia estruturante que tem 800 ou 1.000 quilômetros. O custo de investimento é muito alto. Ferrovia é mais cara, mas o retorno é melhor. Se é mais cara, o capital privado não pode ir sozinho”, afirma.
De acordo com o Ministério dos Transportes, os valores aplicados via Orçamento da União no modal ferroviário vêm caindo nos últimos anos. Enquanto em 2014 o montante foi de mais de R$ 2,8 bilhões, o número encolheu para R$ 342,6 milhões no ano passado. A criação do teto de gastos é apontada como uma das principais razões para a queda.
Uma alternativa que vem sendo usada pelo governo para custear novas obras é negociar renovações antecipadas com concessionárias de ferrovias. A Vale, por exemplo, aceitou como contrapartida construir o primeiro trecho da Fico (Ferrovia de Integração Centro-Oeste) como parte do acordo para estender outros dois contratos.
Além da preocupação fiscal, especialistas apontam um descaso dos próprios governantes com o setor ferroviário. Segundo eles, como as obras normalmente demoram mais que o mandato do político em exercício, há pouco interesse em levá-las para frente.
“Tem que ter uma política pública de Estado, não de governo, porque são processos mais demorados e que passam de um governo para outro. Se o governante não tiver uma reeleição ou um sucessor, ele entende que não deve dar continuidade ao projeto. Isso é muito ruim”, diz Vicente Abate, presidente da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária).
FERROGRÃO EXPÕE ENTRAVES AMBIENTAIS NO SETOR DE INFRAESTRUTURA
Obras de infraestrutura, como ferrovias, também enfrentam entraves ambientais. A Ferrogrão —que pretende escoar produtos como milho e soja do Mato Grosso ao Pará— é um exemplo. Situado no meio do trajeto da ferrovia, o Parque Nacional Jamanxim precisaria ter sua área alterada para que a ferrovia possa ser feita.
Durante sua gestão, o ex-presidente Michel Temer (MDB) chegou a alterar os limites da floresta, mas, em março de 2021, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, suspendeu a lei em liminar.
No fim de maio, o ministro liberou a retomada da análise dos estudos da obra, que tem 933 km de extensão e ainda não foi iniciada. Determinou, porém, que o Cesal (Centro de Soluções Alternativas de Litígios), órgão do Supremo, apresente em 60 dias sugestões para a solução do caso.
Juliano Assunção, diretor do Climate Policy Initiative, filiado à PUC-Rio, afirma que a construção da Ferrogrão poderia causar um impacto potencial de desmatamento da ordem de US$ 1,9 bilhão (mais de R$ 9 bilhões), se nenhuma medida de mitigação for implementada.
“Não podemos trazer as discussões ambientais apenas quando a obra já está licitada. O ponto básico é pensar num processo em que a gente introduza filtros de maior granularidade à medida que se avance nas etapas dos projetos, evitando a implementação de empreendimentos de má qualidade.”
Ainda de acordo com o pesquisador, também há problema na delimitação da área de influência da obra, que, segundo ele, fica restrita ao entorno da construção. “Para o caso de uma ferrovia como a Ferrogrão, isso fornece uma visão estreita sobre o real impacto, tanto no sentido positivo de geração de renda e de emprego quanto a eventuais riscos sociais e ambientais”, afirma.
Porto Gente - SP 18/07/2023
“Retro áreas integradas por meio do sistema hidroviário, visando otimizar a movimentação de cargas, especialmente de importação e exportação, pelo Porto de Santos” (relatório da FDTE)
A reforma da ponte dos Barreiros, sobre o rio Casqueiro, ligando São Vicente com a sua área continental, onde residem mais de 150 mil pessoas, vai instalar também linhas do veículo leve sobre trilhos -VLT. Entretanto, não foi explicado até agora, se terá calado aéreo: altura da ponte que permite cruzamentos por barcos. As propostas para realização das obras serão recebidas no ´próximo dia 25. Assim, irá agregar mobilidade avançada àquela região, ao promover uma ligação multimodal e travessia atrativa.
Transporte hidroviário sob ponte com calado aéreo.
Indubitavelmente, uma obra que irá construir uma pujante liderança política de Tarcísio de Freitas na Baixada Santista. Portogente contatou o gabinete do governador de São Paulo para tratar do projeto das hidrovias do Porto de Santos, que será afetado por essa travessia. Visto que, elas poderão ser construídas como infraestrutura do projeto porto-indústria, anunciado recentemente pelo governador. Estruturado em aglomerados (clusters), potencializa a produção cooperativa e logísticas ágeis junto ao transporte marítimo. Desta forma, fomenta o empreendedorismo.
Entretanto, o projeto porto-indústria precisa ser um debate mais comprometido com a sua implantação. Com raízes familiares em São José dos Campos, Tarcísio conhece bem o maior aglomerado tecnológico da aviação, da América do Sul, uma experiência de anos e muito exitosa de produção industrial e tecnológica. E pode ser útil, como exemplo, na implantação do porto-indústria, uma ideia perseguida desde a década de 90 e que, mesmo tão falada, não chegou, ainda, no principal porto do Brasil. Um modelo de produção regional aglomerada junto ao porto e atrelada à exportação isenta parcialmente de impostos, bem como conectada às redes globais.
Os novos arranjos anunciados para o Porto de Santos integrando o porto-indústria e a rede hidroviária, são incontestáveis. Entretanto, na conjuntura atual, trata-se de um limite determinado por um programa com cronogramas de obras e de volume de empreendimentos, que não se conhece, no plano da autoridade portuária de Santos até 2030. E nisto está o futuro incerto de um porto organizado, que recebeu o primeiro navio em 2-2-1892, não parou de crescer por mais de 100 anos e, hoje, tem parâmetros competitivos superados.
Expor uma proposta de porto-indústria de Santos, sem levar em conta os limites geográficos da região, é um discurso sem veracidade suficiente. Pois, ultrapassá-los, implica desafios de engenharia, tecnologia, transportes complexos e sustentabilidade, exigidos e compondo um projeto integrado. Daí a relação dos anúncios do governo do estado de São Paulo, da nova travessia pela ponte dos Barreiros e do porto-Indústria, implicar no compromisso com a rede hidroviária da Baixada Santista. Ou, tudo isso, será pedra no caminho para o futuro da região.
Portos e Navios - SP 18/07/2023
Os portos do Paraná fecharam o primeiro semestre com movimentação de 30.898.006 toneladas embarcadas e desembarcadas, o que representa aumento de 6% em relação ao mesmo período de 2022 (com 29.013.459 toneladas).
Especificamente em junho, entre importações e exportações, 5.677.557 toneladas de cargas passaram pelos terminais de Paranaguá e Antonina nos 30 dias. Comparado a junho do ano passado, que registrou 3.181.077 toneladas, o aumento foi de 12%.
O desempenho nos seis primeiros meses ajudou o Paraná a alcançar o recorde de exportações num primeiro semestre e reforça a expectativa positiva para o segundo semestre, conforme avaliam dirigentes da empresa pública Portos do Paraná. Junho registrou a quarta alta mensal consecutiva – março abril e maio também tiveram elevação nos volumes.
O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, afirma que a alta neste primeiro período do ano é influenciada diretamente pelo aumento nas exportações. “Fechamos o primeiro semestre com alta nas exportações, em todos os segmentos. Porém, os aumentos mais significativos foram registrados entre os granéis sólidos, principalmente soja e açúcar”, comenta.
Os granéis sólidos representam quase 63,4% da movimentação total. De janeiro a junho, neste ano, foram 19.580.048 toneladas movimentadas no segmento, 7% a mais que as 18.254.915 toneladas registradas no ano passado.
Somente no último mês, ainda de granéis sólidos, foram 3.748.971 toneladas embarcadas e desembarcadas. O volume é 14,7% maior que as 3.268.248 toneladas de 2023. “Apesar de seguirmos com queda nas importações do segmento, os volumes exportados superam e puxam os dados para cima”, comenta o diretor-presidente.
PRODUTOS – De soja, foram exportadas 1.578.472 toneladas no mês de junho, 60% a mais que as 984.878 toneladas embarcadas no mesmo período do ano passado. No primeiro semestre, 7.321.508 toneladas da oleaginosa foram carregadas pelo porto de Paranaguá, 24% a mais que as 5.913.564 toneladas registradas nos seis meses de 2023.
Os embarques de açúcar a granel somaram 582.084 toneladas em junho, 55% a mais que as 374.965 toneladas carregadas nos mesmos 30 dias, no ano passado, e 1.668.102 toneladas no acumulado do ano, 39% a mais que as 1.202.092 toneladas registradas em 2023.
O volume exportado de farelo de soja alcançou 685.154 toneladas no mês de junho (25% a mais que as 548.384 toneladas de 2022), e 3.311.599 toneladas no acumulado (12% a mais que as 2.949.431 toneladas carregadas de janeiro a junho do ano passado).
Além desses, um pequeno volume de trigo foi exportado neste ano: 45.644 toneladas, 39% a mais que as 32.895 toneladas embarcadas nos seis primeiros meses de 2023.
Neste ano, as exportações somam 3.994.905 toneladas no mês de junho e 20.142.131 no acumulado do ano. Comparado aos embarques registrados no ano passado são altas de 26% em 30 dias (3.181.077 toneladas) e de 16% no semestre (com 17.396.697 toneladas).
Em geral, nos demais segmentos, as altas também foram significativas. “Entre os produtos de carga geral, por exemplo, é destaque o aumento na movimentação das cargas em contêineres e dos veículos”, afirma o diretor de operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira.
Entre os líquidos, ainda segundo Vieira, os aumentos estão nas exportações de óleo de soja e derivados de petróleo e nas importações de metanol, óleos vegetais e, também neste sentido, os derivados de petróleo.
“Estamos começando o segundo semestre com altas expectativas. Houve um aumento de 6% na movimentação acumulada no primeiro semestre, que é significativa e nos dá ainda mais certeza de que podemos fechar o ano com mais de 60 milhões de toneladas”, conclui.
Valor - SP 18/07/2023
Opinião é de Ed Morse, um dos analistas de commodities mais respeitados de Wall Street.
Os otimistas do mercado de petróleo que voltaram a apostar na alta de preços cometem um grande erro, de acordo com um dos analistas de commodities mais respeitados de Wall Street.
Os futuros de petróleo Brent negociados em Londres saltaram acima de US$ 80 o barril pela primeira vez em dois meses na semana passada, com sinais de que o aumento da demanda e os cortes de produção da Opep+ finalmente teriam deixado a oferta global mais apertada.
Mas é só aparência, disse o veterano de mercado Ed Morse, chefe de pesquisa de commodities do Citigroup.
As restrições de produção da Arábia Saudita e seus parceiros camuflam a ausência de uma recuperação sólida da demanda na China, o maior importador de petróleo do mundo, segundo Morse.
Os investidores comprados em petróleo “entenderam tudo errado”, disse. “O mundo ainda espera por uma verdadeira recuperação da China, a Europa está em recessão e ainda não sabemos se os EUA terão um pouso forçado.”
Os fundamentos do mercado de petróleo estão frágeis há algum tempo, disse Morse.
A oferta está aumentando fora da Opep+. A produção de petróleo dos EUA atingiu volume recorde em março e desencadeou uma enxurrada de exportações. A produção também tem aumentado em nações mais conturbadas da aliança, como Irã, Venezuela e Nigéria. Os estoques de petróleo provavelmente aumentaram no mês passado, disse Morse.
Foram necessários mais de 2 milhões de barris por dia de cortes nas quotas de produção pelos sauditas e seus parceiros da OPEP+ para neutralizar esse excesso e sustentar os futuros perto de US$ 80, de acordo com Morse.
Sem se deixar levar pelo rali da semana passada, o Citigroup mantém sua previsão de preço de US$ 83 o barril durante o verão do hemisfério norte, que começou no final do mês passado.
Os dados chineses divulgados nesta segunda-feira corroboram a visão de Morse. A segunda maior economia do mundo se expandiu mais lentamente do que o projetado no segundo trimestre.
O barril de Brent, que subiu mais de 7% nas últimas três semanas, caiu até 2% nesta segunda-feira, para US$ 78,25.
Fonte: Plataforma de petróleo — Foto: Keri Jackson/Pixabay
Investing - SP 18/07/2023
A produção diária das refinarias de petróleo da China em junho aumentou 1,6% em relação ao mês anterior, mostraram dados oficiais nesta segunda-feira, à medida que as refinarias retomaram as operações após concluir manutenções e aumentaram a produção para atender a demanda de viagens no verão.
A produção total das refinarias no segundo maior consumidor de petróleo do mundo foi de 60,95 milhões de toneladas métricas no mês passado, equivalente a 14,83 milhões de barris por dia (bpd), mostraram dados do National Bureau of Statistics (NBS).
Os números de junho representam um aumento marginal em relação à taxa de 14,6 milhões de bpd observada no mês anterior, embora tenham subido 10,2% frentre à baixa base de comparação do mesmo período do ano passado.
No primeiro semestre de 2023, a China processou um total de 363,6 milhões de toneladas métricas de petróleo bruto, ou 14,66 milhões de bpd, um aumento de 9,9% em relação ao ano anterior, segundo os dados.
O mês de junho marcou a conclusão de quase todas as manutenções planejadas em refinarias para a primavera. Apenas quatro grandes refinarias estatais estão passando por manutenção ou serão fechadas para revisão em julho e agosto.
Refinadores independentes no centro de petróleo da província de Shandong, na China, também intensificaram as operações no final de junho, quando a alfândega diminuiu as restrições à importação de betume diluído, permitindo a liberação de petróleo encalhado e reduzindo a pressão de estoque nos portos de Shandong.
As altas taxas de operação nas refinarias ocorreram mesmo em um cenário macroeconômico incerto, que continua pesando sobre a demanda por combustíveis refinados, principalmente diesel, bem como petroquímicos de margem mais alta.
Ainda assim, a demanda por gasolina deve aumentar antes da temporada de viagens de verão, enquanto a demanda por combustível de aviação continua se recuperando.
Espera-se que as operações de refinaria aumentem ainda mais em julho, apoiadas pela retomada da atividade em Shandong e um aumento contínuo na demanda de combustível de aviação e maiores exportações de combustível.
Valor - SP 18/07/2023
O barril do petróleo WTI com entrega prevista para setembro teve baixa de 1,65%, a US$ 74,08, enquanto o do Brent para o mesmo mês cedeu 1,72%, a US$ 78,50.
O petróleo fechou em queda robusta nesta segunda-feira (17), pressionado por indicadores de atividade da China que vieram mais fracos que o esperado. O foco ficou no Produto Interno Bruto (PIB) do 2° trimestre do país asiático, que embora tenha acelerado em relação ao resultado anterior para alta de 6,3%, ficou aquém da expectativa de crescimento de 6,9%.
O barril do petróleo WTI (a referência americana) com entrega prevista para setembro teve baixa de 1,65%, a US$ 74,08, enquanto o do Brent (a referência global) para o mesmo mês cedeu 1,72%, a US$ 78,50.
Além do PIB chinês, as vendas no varejo do gigante asiático tiveram um fraco ganho anual de 3,1% em junho, bem abaixo dos 12,7% da leitura anterior e 0,1 ponto percentual menor que o esperado. Um número mais positivo veio da produção industrial chinesa, que cresceu 4,4% e superou a expectativa de 3%.
A fraqueza dos dados da China tende a piorar a perspectiva para a demanda por petróleo em 2023. Tal leitura pode piorar, à medida que as autoridades do país se mostram relutantes em liberar estímulos amplos à economia.
Essa postura foi confirmada com a manutenção dos juros do instrumento de empréstimos de médio prazo (MLF) pelo Banco Popular da China (PBoC, na sigla em inglês) em 2,65%. A decisão reduziu as expectativas por um corte das taxas básicas do país, as Loan Prime Rates (LPRs), nesta semana.
“É provável que a política monetária desempenhe um papel acomodatício ao estímulo fiscal direcionado no segundo semestre, já que apenas o corte dos juros, provavelmente, não aumentará a demanda de crédito do setor privado o suficiente para sustentar a economia”, estima Duncan Wrigley, economista-sênior para China da Pantheon Macroeconomics.
O analista espera um corte da taxa de compulsório bancário chinês no terceiro trimestre, de forma a “garantir que os bancos tenham capacidade de empréstimo suficiente para financiar um provável estímulo fiscal direcionado”.
Fonte: Plataforma de petróleo — Foto: ambquinn/Pixabay
TN Petróleo - RJ 18/07/2023
A ANP publicou hoje (17/7) painel dinâmico com informações sobre blocos ou áreas disponíveis nos editais de Oferta Permanente de Concessão (OPC) e na Oferta Permanente de Partilha (OPP).
O painel pode ser consultado em: https://www.gov.br/anp/pt-br/centrais-de-conteudo/paineis-dinamicos-da-anp/paineis-dinamicos-sobre-exploracao-e-producao-de-petroleo-e-gas/painel-dinamico-da-oferta-permanente
O painel apresenta o total de blocos ou áreas disponíveis nos editais de licitação vigentes e a relação detalhada dos parâmetros utilizados na OPC e na OPP (por exemplo: bônus mínimo, Programa Exploratório Mínimo - PEM, garantia de oferta e requisitos de qualificação) para cada bloco ou área.
Além disso, o painel mostra a relação das empresas inscritas para participar de qualquer ciclo de Oferta Permanente.
O que é a Oferta Permanente
A Oferta Permanente é, no momento, a principal modalidade de licitação de áreas para exploração e produção de petróleo e gás natural no Brasil. Nesse formato, há a oferta contínua de blocos exploratórios e áreas com acumulações marginais localizados em quaisquer bacias terrestres ou marítimas.
Desse modo, as empresas não precisam esperar uma rodada de licitações "tradicional" para ter oportunidade de arrematar um bloco ou área com acumulação marginal, que passam a estar permanentemente em oferta. Além disso, as companhias contam com o tempo que julgarem necessário para estudar os dados técnicos dessas áreas antes de fazer uma oferta, sem o prazo limitado do edital de uma rodada.
Atualmente, há duas modalidades de Oferta Permanente: Oferta Permanente de Concessão (OPC) e Oferta Permanente de Partilha da Produção (OPP), de acordo com o regime de contratação (concessão e partilha). Já foram realizados três ciclos da OPC e um ciclo da OPP, resultando na assinatura de 121 contratos de blocos/áreas no regime de concessão e 4 contratos de partilha de produção.
Infomoney - SP 18/07/2023
A PRIO (PRIO3) anunciou nesta segunda-feira (17) o início da produção do poço ODP5 (F23P23) no Campo de Frade, com produção inicial estabilizada de aproximadamente 8 mil barris de óleo por dia. Dessa forma, a petrolífera superou a marca de 100 mil barris por dia.A companhia também informou que durante a execução da campanha de revitalização original do Campo de Frade foram coletadas informações geológicas que estão servindo de material para viabilizar a realização de uma terceira fase da campanha de redesenvolvimento, cujos próximos passos estão sob avaliação.
“O poço ODP5 é primeiro poço dessa nova fase, antecipado em quase 1 ano do que o planejado, com custos em linha com os anteriores para construção e conexão subsea, e está posicionado no mesmo reservatório do poço ODP4, primeiro poço produtor desta campanha”, diz a petroleira em fato relevante.
Valor - SP 18/07/2023
Regime especial deve se manter após aprovação da reforma tributária, mas investimentos e empregos dependem de a questão ser regulamentada.
Fonte: Jeniffer Pires: “Redação dá abertura para haver um limbo legal” — Foto: Divulgação
Aprovada pela Câmara dos Deputados e em tramitação no Senado, a reforma tributária deve garantir a simplificação da cobrança de impostos, mas o setor de óleo e gás manifesta preocupação com o futuro do Repetro, o regime aduaneiro para compra e venda de equipamentos para exploração de petróleo. Para agentes do setor, o mecanismo deve ser contemplado no texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma. No entanto, especialistas na área tributária ouvidos pelo Valor entendem que uma lei complementar seria o ideal para manter o Repetro.
O texto aprovado na Câmara, no artigo 156-A, que institui o Imposto Sobre Bens e Serviços (IBS), diz que haverá lei complementar que disporá sobre regimes aduaneiros especiais. Significa que poderá haver o benefício tributário do Repetro, mas enquanto não for aprovada uma lei complementar, o benefício ficaria suspenso caso não seja incluído em uma disposição constitucional transitória.
A redação ainda pode ser alterada pelos senadores quando for debatido na Casa depois do fim do recesso parlamentar, em agosto. Os agentes do setor têm manifestado receio de que possam passar a ser cobrados impostos que não incidiam antes sobre os equipamentos usados na indústria de óleo e gás. Segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), a ausência do Repetro significaria deixar de gerar investimentos de US$ 130 bilhões em dez anos. Segundo os cálculos, cerca de 322 mil postos de trabalho deixariam de ser proporcionados na média anual.
“Há uma enorme brecha para abusos do poder tributante”
— Luiz Claudio Carvalho
Para Robson Gonçalves, economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), um dos princípios básicos da PEC da reforma tributária é acabar com regimes tributários especiais no geral: “Existe uma ameaça na forma como o texto está até aqui, mas tem chance de mudar no Senado.” Segundo Gonçalves, que é a favor da elaboração de uma lei complementar, uma referência direta ao Repetro na PEC não seria a melhor escolha porque estaria constitucionalizando o regime: “O ideal seria abrir uma brecha e dizer qual lei complementar estabeleceria regimes especiais.” “A ideia é dar tratamento horizontal a todos os setores, ainda que isso não seja o ideal do ponto de vista global. Países europeus, por exemplo, concedem alíquotas menores a setores que pretendem incentivar, como os investimentos em tecnologias de geração de energia renovável.”
Luiz Claudio Carvalho, ex-secretário da Fazenda dos Estados de São Paulo e Rio, também critica a possibilidade de incluir o regime “expressamente” na PEC. “É viável que se crie forma de desoneração dos ativos por meio de lei complementar”, diz. O teor das leis complementares ainda não foi discutido. “Há uma enorme brecha para abusos do poder tributante dos entes federados.” Ele também é sócio da consultoria BK Consulting e acredita que pelo texto atual, o Repetro seria extinto. “Há uma disposição do governo federal de evitar o aumento do número de excepcionalidades à regra geral de tributação pela sistemática de débito/crédito. De toda forma, o texto aprovado pela Câmara já contempla alguns dispositivos que, no meu entender, abrem caminhos para que se atinja os objetivos hoje alcançados pelo Repetro.”
O diretor-executivo de exploração e produção do IBP, Júlio Moreira, diz que uma possível suspensão do benefício aumentaria a carga tributária em momento importante de crescimento do setor: “Acreditamos que não vai ser o caso, mas queremos evitar que uma possível lei complementar mude as regras do jogo”, diz. “A dinâmica que vimos na Câmara mostra que não houve tempo hábil para ouvir as partes interessadas no setor. Ouvimos isso de diferentes lados e de diferentes partidos. Esperamos que no Senado seja diferente e que a indústria de petróleo tenha chance de dialogar.” O executivo afirma que o principal objetivo da reforma tributária é desonerar os investimentos. Nesse cenário, acredita que há abertura para que os agentes do setor de petróleo se posicionem para manter as regras atuais praticadas pelo Repetro.
A advogada Jeniffer Pires, sócia do Kincaid Mendes Vianna Advogados, critica a aprovação da necessidade de lei complementar para que o Repetro continue valendo. Afirma que, sem o Repetro, “o impacto para o Estado do Rio e para o país seria relevante”. Pires, que também preside a comissão de direito da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-RJ), afirma que a suspensão do Repetro, ainda que temporária, traria insegurança jurídica ao setor: “A redação dá abertura para haver um limbo legal, que as empresas precisam recorrer à Justiça para pedir a retirada da cobrança.”
O texto da reforma, segundo a advogada, diz que haveria o “diferimento” do tributo, o que não significa isenção. “Nada mais é do que um pagamento postergado e o Repetro hoje em dia não é assim.” A especialista lembra que, inicialmente, a PEC 45/19 não considerava a manutenção do Repetro, o que acabou sendo incluído no texto após considerações da indústria e de um ofício produzido pelas comissões de direito aduaneiro e de petróleo e gás da OAB-RJ. “Ao mesmo tempo que isso foi muito bom [a inclusão do Repetro entre as exceções], criou uma preocupação porque, se existe necessidade de publicar lei complementar, temos um processo de tramitação moroso às vezes”, diz Pires. “Nossa sugestão é que deveria ter previsão que resguarde o Repetro dentro das leis de disposições constitucionais transitórias”, acrescenta. Pires também alerta para o risco de o setor de óleo e gás ser incluído no imposto seletivo sobre produção, comercialização ou importação de bens ou serviços prejudiciais à saúde e meio ambiente. “Qual o conceito [do que é prejudicial]? Tem que vir uma lei complementar dizendo o que é prejudicial à saúde e ao meio ambiente. Qual será o impacto disso?”, questiona.
Infomoney - SP 18/07/2023
O novo plano estratégico da Petrobras (PETR3;PETR4) para o período de 2024 a 2028 deverá prever um aporte semelhante ao atual (2023-2027), de cerca de 78 bilhões de dólares, tendo como novidade um olhar para a transição energética, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, à Reuters.
A companhia deverá publicar em agosto novos ajustes para o atual planejamento, como forma de preparar o mercado para o documento estratégico totalmente reformado previsto para ser publicado no fim do ano.
“Financeiramente, (o plano) acho que não (será muito diferente). O destaque será essa questão das renováveis. Não deve diferir muito porque de um ano para o outro não pode fazer muitos movimentos”, disse Prates, em uma entrevista exclusiva, sem adiantar números.
“Claro que vamos ter um plano de investimentos importante com pré-sal sendo muito importante. Essa é uma empresa de pré-sal, de offshore de petróleo, mas vai se transformando aos poucos”, disse ele, ao comentar sobre o primeiro planejamento a ser anunciado pela sua gestão.
No atual plano estratégico, a Petrobras prevê investimentos em exploração e produção de 64 bilhões de dólares, com 67% destinados ao pré-sal. Já em refino e gás natural, a empresa projeta 9,2 bilhões de dólares, com cerca de 50% dos recursos aplicados na expansão e aumento da qualidade e eficiência do refino.
O executivo afirmou que quando assumiu a direção da Petrobras, em janeiro, teve “a nítida impressão de que a empresa estava sendo preparada para uma venda no curto prazo”, com lucros exorbitantes, venda de diversos ativos e com foco exclusivo no pré-sal.
Agora, a nova gestão busca um plano para preparar a companhia para o longo prazo, olhando a diversificação e sem deixar de perseguir o lucro.
“Temos que continuar sendo uma empresa altamente lucrativa porque temos bons ativos, bom pessoal e conhecimento técnico do Brasil. Isso nos dá essa alavancagem para continuar sendo extremamente lucrativa e boa para os investidores, boa parceira.”
Dessa forma, a petroleira terá dividendos mais ajustados para uma realidade onde ela projeta e investe para o futuro, afirmou Prates, pontuando que a empresa quer atrair acionistas que entendem o olhar de longo prazo para a petroleira. “Se for curtoprazista não adianta”, disse.
AVANÇO EXPLORATÓRIO E MARGEM EQUATORIAL
Prates reiterou o interesse da companhia na exploração da Bacia da Foz do Rio Amazonas, na Margem Equatorial, considerada a mais nova fronteira exploratória de petróleo e gás, mesmo após uma negativa do Ibama neste ano.
“A gente considera que terá a licença, mais cedo ou mais tarde”, disse o executivo, pontuando que a empresa seguirá requisitos e prazos que forem colocados pelo órgão ambiental federal.
A petroleira já recorreu da decisão do Ibama, com quem vem mantendo interações, mas não há prazo para uma decisão final.
“A gente não vai desistir de uma numa nova fronteira, a não ser que se diga um peremptório não”.
No Brasil, a Margem Equatorial se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá. Já no exterior, compreende outros países onde a Petrobras também poderá estudar investimentos, como Suriname e Guiana. Outra possibilidade exploratória, segundo ele, poderá ser a análise de áreas na costa oeste africana, onde há similaridade geológica.
O avanço para a exploração em outros países tem a ver com uma expansão natural da Petrobras, segundo Prates, que avalia oportunidades também em outras áreas, como renováveis.
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