Infomoney - SP 18/01/2023
Embora centenárias, as empresas que atuam em ramos mais tradicionais -como metalúrgicas, siderúrgicas e petrolíferas- não estão paradas vendo as startups passarem. Grandes nomes desses segmentos estão incorporando a inovação em suas operações, como forma de atualizar ou até melhorar seus negócios.
Recentemente, a gigante do aço ArcelorMittal anunciou a entrada no metaverso, visando se tornar referência do setor quando o assunto é inovação. Mas, para além disso, há quatro anos, o grupo nascido em Luxemburgo mantém internamente o “Açolab”, um hub de tecnologia que cria soluções para toda a indústria de siderurgia.
À frente da divisão, Rodrigo Carazolli diz que a iniciativa torna a empresa mais disruptiva, trazendo novas ferramentas e modelos de negócio. Por isso, um dos focos do laboratório é se conectar a startups para aproveitar o que há de mais moderno no mercado de tecnologia.
“Em razão do tamanho da ArcelorMittal, às vezes uma startup ou faculdade queria fazer parceria, mas não sabia como iniciar o contato”, relata Carazolli, que é gerente geral de inovação. “Entendendo como uma possibilidade de gerar mais valor, nós criamos o Açolab para fazer tanto o trabalho de levar oportunidades para o ecossistema, como o de trazer soluções de fora para dentro da companhia”.
A corporação mantém, ainda, o Açolab Ventures, um fundo de investimentos exclusivo que pretende aplicar mais de R$ 100 milhões em pequenas empresas inovadoras. Outra frente trabalha para profissionalizar a mão de obra interna, dando mentoria para que funcionários criem sistemas capazes de melhorar a capacidade produtiva.
“Um grupo de empregados desenvolveu modelos de inteligência artificial que se acoplam a um dos nossos equipamentos e corrigem a falta de sincronia que ocasiona perdas do aço. Os funcionários tiveram uma jornada de desenvolvimento como a de startup, com investimentos nossos”, descreve. “Isso foi criado, testado e agora está sendo expandido para nossas unidades no Brasil em razão do seu alto potencial.
Inovar para sobreviver
Diferente das empresas que nasceram neste século, e são mais propícias a mudar e se adaptar, inovar é um processo difícil para companhias antigas, sobretudo porque foi seu histórico tradicional que as ajudou a chegar onde estão. Ainda há o fato de que, em razão de liderar um segmento específico, muitas companhias até optam por se manter no status quo, inclusive deixando de aproveitar os novos negócios que a tecnologia pode proporcionar.
Conforme explica Jonathan Santos, coordenador do curso de MBA em Business Agility da Faculdade Impacta, mais do que incorporar a tecnologia, modernizar significa aprimorar seu modelo de negócio, se colocando em um lugar de pioneirismo. Ou seja, às vezes é preciso abrir mão de uma tradição para dar lugar a novos formatos.
“É importante que, mesmo as tradicionais, pensem em mudar processos ou produtos para se posicionar no mercado, sempre atendendo as necessidades dos clientes”, aponta. “A inovação tem que estar no DNA da empresa para que ela possa ter influência e se torne competitiva no mercado para gerar ainda mais lucro”.
Hackathon tem sido saída
A falta de talentos é um problema para que companhias se posicionem em um mercado cada vez mais tecnológico. Por isso, muitas têm recorrido a ferramentas externas para captar novidades no mercado.
Um exemplo disso são os hackathons, eventos que reúnem profissionais de tecnologia ou startups em uma disputa por soluções inovadoras. Esse tipo de congresso faz parte da estratégia anual de muitas empresas, que vão ao mercado buscar mentes que pensem em projetos direcionados às necessidades específicas da marca.
Normalmente, os hackathons funcionam através de editais, onde os ganhadores -em alguns casos, também os participantes- recebem algo em troca, seja remuneração, prêmio ou contratação. Quando envolve startups, a proposta pode até resultar no fechamento de uma parceria ou em um aporte financeiro.
“A empresa abre seu desafio para a comunidade, e as pessoas [em formas de times ou startups] tentam resolvê-lo, mapeando o que vai te ajudar. Essa é uma ótima forma de entender e selecionar o que pode colaborar com a empresa, porque você tem algo já resolvido”, salienta Jonathan, da Faculdade Impacta.
O Estado de S.Paulo - SP 18/01/2023
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,1% em novembro ante outubro de 2022, segundo o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Na comparação com novembro de 2021, a atividade econômica teve expansão de 2,0% em novembro de 2022.
“O crescimento de 0,1% da economia em novembro é explicado pelo desempenho positivo da agropecuária e da indústria. O setor de serviços, por sua vez, que tem mostrado tendência de desaceleração desde o segundo semestre, apresentou retração em novembro, após seis meses consecutivos de taxas positivas. É importante destacar o desempenho deste setor, pois ele tem sido responsável por cerca de 80% do crescimento do PIB de 2022. Os juros elevados combinados com o alto índice de endividamento das famílias contribuíram para essa desaceleração dos serviços”, afirmou Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB - FGV, em nota oficial.
O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.
No trimestre terminado em novembro de 2022, a economia cresceu 2,6% ante o trimestre encerrado em novembro de 2021. Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 4,4% no período. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) teve alta de 5,6% no trimestre até novembro deste ano ante o mesmo período do ano passado.
“Todos os segmentos da FBCF cresceram, porém o de máquinas e equipamentos foi o principal responsável por esse desempenho, com contribuição em torno de 70%”, informou a FGV.
A exportação de bens e serviços registrou crescimento de 15,1% no trimestre até novembro de 2022 ante o trimestre até novembro de 2021, enquanto a importação aumentou 6,5%.
Em termos monetários, o PIB alcançou aproximadamente R$ 8,990 trilhões de janeiro a novembro de 2022, em valores correntes. A taxa de investimento da economia foi de 19,9% em novembro de 2022.
Globo Online - RJ 18/01/2023
A economia da China se mostrou mais resiliente do que os analistas previam depois que uma nova onda de Covid varreu o país, sugerindo que o pior da crise pode ter passado com o início de uma recuperação desafiadora.
Embora o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3% em 2022 tenha sido o segundo ritmo mais lento desde a década de 1970, os dados do quarto trimestre e de dezembro foram melhores do que os analistas esperavam.
Os economistas veem uma recuperação nos próximos meses assim que a atual onda de Covid passar, prevendo um crescimento de cerca de 5% em 2023. Mas a recuperação não será direta: a confiança do consumidor permanece perto de mínimos recordes, a população começou a encolher pela primeira vez em seis décadas e o mercado imobiliário continua em crise. A queda da população ocorreu mesmo com a suspensão da política de filho único, ocorrida em 2016.
- A perspectiva para o crescimento do PIB em 2023 melhorou em comparação com nossa perspectiva anterior - disse Iris Pang, economista-chefe para a Grande China do ING Groep NV, que agora prevê um crescimento de 5% da economia da China em 2023. - Não é para ignorar o fato que a China ainda enfrenta ventos contrários consideráveis, incluindo a demanda externa, com recessões prováveis nos EUA e na Europa este ano - acrescentou Pang.
O crescimento do PIB no ano passado foi muito menor do que os 8,4% registrados em 2021, quando rígidas medidas de controle mantiveram o país em grande parte livre da Covid. Mas a leitura foi maior do que a estimativa mediana de 2,7% de uma pesquisa da Bloomberg com economistas, já que o crescimento no quarto trimestre chegou a 2,9%, superando as previsões de 1,6%.
O governo havia inicialmente estabelecido uma meta de crescimento de cerca de 5,5% em 2022, antes que os bloqueios para conter a Covid em várias cidades chinesas e o súbito fim da política de Covid Zero em dezembro colocassem essa meta fora de alcance. A atividade foi fraca em dezembro, embora novamente tenha superado as previsões sombrias dos analistas.
De acordo com outros indicadores econômicos divulgados nesta terça-feira, a produção industrial aumentou 1,3% em relação ao ano anterior, acima da previsão de 0,1%, enquanto as vendas no varejo contraíram 1,8%, contra uma queda prevista de 9%. Já o investimento em ativos fixos aumentou 5,1% no ano passado, em linha com as projeções dos economistas. A taxa de desemprego urbano caiu para 5,5% no mês passado, frente os 5,7% em novembro.
As vendas no varejo melhores do que o esperado no mês passado foram em parte devido ao forte crescimento nas compras de carros, já que os consumidores aproveitaram os subsídios do governo antes que eles acabassem, e um salto de quase 40% nos gastos com remédios. As vendas de restaurantes caíram, contraindo 14,1% em dezembro em relação ao ano anterior, pois a onda de coronavírus manteve as pessoas em casa.
Os formuladores de políticas sinalizaram que, em 2023, estão priorizando o crescimento econômico, com foco principal no aumento do consumo e investimentos no país. No entanto, mais estímulos fiscais e monetários podem estar por vir. Vale lembrar que, recentemente, o governo tomou medidas para facilitar a revisão regulatória do setor de tecnologia e reverter algumas das restrições ao mercado imobiliário.
Para os analistas da Bloomberg, o PIB da China no quarto trimestre do ano passado deve ser visto com preocupação, mas algum alívio:
- Os dados ainda são muito fracos - não há como esconder o fato de que a economia sofreu um golpe muito forte com a interrupção confusa da política de Covid Zero e os surtos que varreram o país em dezembro. Mesmo assim, indicadores de alta frequência sugerem que a economia pode ter chegado ao fundo do poço. Vemos uma recuperação sólida ocorrendo no segundo trimestre de 2023 - avaliam Chang Shu e Eric Zhu, analistas da Bloomberg.
Reflexos a longo prazo
A enxurrada de dados divulgados nesta terça-feira também destacou os desafios de longo prazo, com a população se contraindo em 2022 pela primeira vez desde 1961. Isso terá repercussões no mercado de trabalho, na demanda por moradia e no sistema previdenciário do país nos próximos anos.
- A China não pode confiar no dividendo demográfico como um impulsionador estrutural do crescimento econômico. No futuro, a demografia será um vento contrário. O crescimento econômico terá que depender mais do crescimento da produtividade - afirmou Zhiwei Zhang, presidente e economista-chefe da Pinpoint Asset Management.
Além dos desafios domésticos, a China também enfrenta os riscos de uma economia global em desaceleração. A demanda por produtos fabricados no país despencou nos últimos meses, corroendo um pilar fundamental do crescimento.
Quase todas as províncias da China visam a um crescimento econômico de 5% ou mais em 2023. As autoridades estão debatendo uma meta de crescimento econômico nacional de cerca de 5%, informou a Bloomberg News no mês passado.
Após a divulgação dos novos números econômicos, o índice CSI 300 das ações onshore encerrou o dia pouco alterado, apagando quedas de 0,5%. Já o índice Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, ampliou sua queda para até 1,5%.
Dúvidas de dados
Alguns analistas expressaram ceticismo sobre os dados, que continham algumas discrepâncias notáveis. A maioria dos principais setores industriais registrou queda em dezembro, mas o número geral da produção industrial aumentou no mês. A produção de carros caiu 16,7%, mas as vendas aumentaram 4,6%. Durante todo o ano de 2022, a produção de cimento caiu 10,8%, embora as vendas de imóveis tenham caído 28,3%.
- O mercado não vai se importar muito com os números do quarto trimestre. Mesmo que fossem muito fracos, eles olhariam além da fraqueza e se preocupariam mais com as perspectivas - ressaltou Ding Shuang, economista-chefe para a Grande China e Norte da Ásia do Standard Chartered Plc.
IstoÉ Online - SP 18/01/2023
O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, mostrou sua preocupação no Fórum Econômico Mundial, em Davos, pelos “efeitos colaterais” para os países emergentes e dos aumentos nas taxas de juros pelos principais bancos centrais.
“Pedimos que os grandes governos prestem mais atenção aos efeitos colaterais de seus aumentos das taxas nos países emergentes e em desenvolvimento, para não sobrecarregá-los com mais dívidas ou riscos financeiros”, declarou o dirigente durante seu discurso no Fórum Econômico Mundial (WEF), realizado na estação de esqui da Suíça.
Os principais bancos centrais do mundo, liderados pela Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), aumentaram suas taxas de juros no ano passado em uma tentativa de conter a inflação.
A Fed elevou as taxas para uma faixa de 4,25% a 4,50% em dezembro, o nível mais alto desde 2007.
Como consequência, o dólar fica mais valorizado em relação às moedas dos países emergentes e em desenvolvimento, o que encarece suas dívidas nos Estados Unidos.
A elevação das taxas também aumenta o custo dos empréstimos para outros governos do mundo, gerando redução na capacidade de investimento.
De acordo com dados do Banco Mundial, mais de 60% dos países em desenvolvimento estão a ponto de passar ou já sofreram uma crise por dívidas.
O vice-primeiro-ministro chinês também afirmou nesta terça-feira que estava “disposto a trabalhar com todas as partes para encontrar soluções nos problemas de dívida de alguns países em desenvolvimento”.
Agência Brasil - DF 18/01/2023
O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) subiu 0,05% em janeiro, variação menor que no mês anterior, quando registrou alta de 0,36%. Em 12 meses, o indicador acumula alta de 4,27%. Em janeiro de 2022, o índice avançou 1,79%, mês em que acumulava elevação de 17,82% em 12 meses. O resultado foi divulgado hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Para o coordenador dos Índices de Preços, André Braz, apesar de preços de importantes commodities ao produtor estarem em elevação, como são os casos do minério de ferro (11,92%), bovinos (2,40%), do café (5,23%) e feijão (10,30%), a queda registrada nos preços dos combustíveis, especialmente gasolina (-5,31%) e Diesel (-7,15%), contribuíram para a contenção do avanço da taxa do índice ao produtor, que registrou queda de 0,06% nesta edição.
“Este resultado favoreceu a desaceleração da taxa em 12 meses do IGP-10, a qual está em 4,27%, sendo o menor resultado para o IGP-10 desde novembro de 2019, quando acumulava alta de 3,33%”, observou.
Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)
Já o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que calcula a inflação no segmento, apresentou queda de 0,06% também em janeiro, o que significa movimento contrário em relação ao mês anterior. Naquele mês, o índice registrou alta de 0,31%. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais saíram do avanço de 0,30% em dezembro para recuo de 0,59% em janeiro. De acordo com o Ibre, o subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 0,52% para -1,03%, foi a principal contribuição para o resultado. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, foi outro que mudou de rumo. Em janeiro caiu 0,33%, enquanto no mês anterior registrou aumento de 0,35%.
No grupo Bens Intermediários a queda se acentuou, saiu de -0,40% em dezembro para -1,33% em janeiro. “A principal contribuição para este movimento partiu do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -0,56% para -6,66%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 0,18% em janeiro, após queda de 0,36% no mês anterior”, informou o Ibre.
A variação do grupo Matérias-Primas Brutas subiu de 1,12% em dezembro para 1,87% em janeiro. As principais influências para o avanço foram o café em grão, que registrou queda de 8,37% para alta de 5,23%; o minério de ferro passou de 12,08% para 11,92% e bovinos com recuo de 0,31% passou para avanço de 2,40%. No sentido oposto, os movimentos mais relevantes foram na soja em grão (-0,14% para -1,13%), na laranja (0,66% para -8,59%) e nas aves (-1,14% para -3,41%).
Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede o varejo, subiu 0,47% em janeiro, um pouco menos do que em dezembro, quando teve alta de 0,58%. Entre as oito classes de despesa componentes do índice, quatro recuaram: transportes (0,85% para 0,06%), alimentação (1,12% para 0,67%), habitação (0,46% para 0,12%) e despesas diversas (0,49% para 0,10%). “As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: gasolina (1,82% para -0,71%), hortaliças e legumes (11,79% para 4,04%), tarifa de eletricidade residencial (1,58% para -0,53%) e serviços bancários (0,76% para 0,00%)”, completou o Ibre.
O resultado de janeiro apontou ainda que os grupos educação, leitura e recreação (-0,45% para 1,13%), comunicação (0,11% para 0,73%), vestuário (0,35% para 0,87%) e saúde e cuidados pessoais (0,58% para 0,69%) tiveram elevação nas suas taxas de variação. Conforme o índice, as maiores influências, partiram dos cursos formais (0,00% para 2,49%), da tarifa de telefone móvel (-0,10% para 0,92%), dos acessórios do vestuário (-1,13% para 1,51%) e dos artigos de higiene e cuidado pessoal (0,51% para 0,71%).
Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)
Também em janeiro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,14%, enquanto no mês anterior ficou em 0,36%. Os três grupos componentes do indicador apresentaram variações na passagem de dezembro para janeiro. Materiais e equipamentos saiu de 0,27% para queda de 0,14%; serviços subiu de 0,35% para 0,44% e mão de obra caiu de 0,44% para 0,34%.
O IGP-10 é resultado da análise dos preços coletados entre os dias 11 do mês de dezembro de 2022 e 10 do mês de janeiro de 2023.
Diário do Comércio - MG 18/01/2023
Entramos em mais um ano agitado politicamente, mas como pessoa da indústria quero tranquilizar nossos investidores nacionais e internacionais: aqui, na parte de dentro da economia, os planos seguem normalmente.
Apesar de o cenário de instabilidade estar longe do ideal para qualquer economia, e mesmo com previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil menor do que em 2022 (1,6% em 2023, ante 3,1% previsto para 2022) devido às altas taxas de juros, inflação elevada e menor crescimento mundial, vemos com alívio que os projetos industriais continuam. E isso em várias áreas produtivas.
Um exemplo é a produção de fertilizantes, insumo essencial para tocar nossa locomotiva brasileira, que é o agronegócio. Com o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), a ideia é reduzir a dependência de importação dessa matéria-prima, pois hoje 85% dos fertilizantes utilizados vêm de fora do país.
Ao estimular a produção nacional, o projeto brasileiro é desenvolver novas tecnologias e produtos, bem como ampliar a eficiência daqueles já utilizados. Deixo aqui a recomendação que todo engenheiro que atende o setor agro pode confirmar: mais do que nunca, é hora de investir em novas tecnologias que garantam a sustentabilidade e eficiência de toda a cadeia produtiva.
Digo isso pensando especialmente na redução de contaminações, pois este é um problema que o consumidor atento ao meio ambiente e à saúde de sua família não aceita mais. E somente equipamentos atualizados tecnologicamente poderão suprir essa demanda. Se vamos investir, que seja com máquinas e equipamentos atualizados e que coloquem nossos bens agrícolas exportados entre os mais sustentáveis do planeta.
Outro destaque é a capacitação de nosso parque de hidrogênio verde (H2V), pois o Brasil tem potencial não apenas para desenvolver essa fonte energética, como tornar-se um grande exportador. Isso porque o hidrogênio tradicional depende de fonte fóssil, mas o Brasil pode liderar a corrida internacional pela variante limpa, devido à abundância de água, insolação e ventos – com foco no Nordeste brasileiro. Com isso, o País poderá ter o hidrogênio verde mais barato do planeta.
Pensando em fontes de energia renovável, o Brasil é o terceiro maior produtor, atrás apenas de EUA e China, sem falar na competitividade do preço que conseguimos praticar. Porém, para atender a demanda do H2V, os investimentos necessários são estimados em US$ 200 bilhões até 2040, conforme a consultoria McKinsey.
O maior desafio é logístico – como transportar esse produto com segurança. Novamente aqui entram as válvulas e dutos, equipamentos fundamentais em qualquer indústria que lide com fluidos líquidos ou gasosos.
Outros projetos da indústria brasileira para 2023 incluem suprimentos químicos, e um grande fluxo de investimentos é esperado na área de saneamento. Desde o Marco do Saneamento, de 2020, são estimulados projetos privados em novas plantas e ampliações, que visam suprir a enorme demanda brasileira por levar encanamento a 100% do território nacional.
Novamente aqui entra a necessidade de evitar perdas, visto que cerca de 40% da nossa água é perdida no processo de distribuição. Além disso, sabemos que a postura do governo federal é nacionalizar tecnologias, o que vem em bom momento para a indústria e seus investimentos.
Como se vê, trabalho não falta. Torcemos por dias mais previsíveis e menos turbulentos, com a certeza de que a indústria brasileira está capacitada para atender grandes demandas nacionais e internacionais.
CNN Brasil - SP 18/01/2023
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, destacou nesta terça-feira (17) o fato de que o crescimento global deve “atingir seu ponto mais baixo” do ciclo atual em 2023.
Durante evento do Fórum Econômico Mundial, em Davos, ela reafirmou a projeção de outubro do Fundo, segundo a qual o Produto Interno Bruto (PIB) do mundo deve crescer 2,7% no ano atual.
Kristalina Georgieva disse que questões como a pandemia da Covid-19 e a guerra da Rússia na Ucrânia mostram que “a segurança do lado da oferta requer alguma redundância”, e consequentemente algum custo extra. De qualquer modo, é uma solução para esses contextos, sugeriu.
Também presente no mesmo painel, o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan Al Saud, ressaltou a importância da segurança energética global.
Ele disse que seu país realiza um investimento bilionário em energias renováveis, mas argumentou que isso demorará décadas para prevalecer no mercado, sobretudo em países em desenvolvimento. Nesse contexto, ele argumentou pela manutenção das energias tradicionais, em processo gradual de transição.
O ministro saudita também disse que o país busca dialogar com o Irã, um rival regional, e reafirmou a “parceria forte” com os EUA, mesmo que existam divergências pontuais.
O Estado de S.Paulo - SP 18/01/2023
O sistema de metas de inflação, adotado no Brasil em 1999, na esteira da crise de ruptura do regime cambial semifixo estabelecido no plano Real, é considerado globalmente um avanço institucional importante, tanto que foi adotado por dezenas de países desde a sua introdução na Nova Zelândia, em 1989.
Existe amplo apoio para a visão de que o regime de metas, simplificadamente, ajuda a controlar as expectativas inflacionárias, o que, por sua vez, leva à maior capacidade por parte dos bancos centrais de controlar a inflação. Como resultado, o custo de desinflacionar a economia torna-se menor, o que é favorável para o crescimento sustentável.
Adicionalmente, a transparência e a atribuição de responsabilidades mais clara do sistema elevariam a qualidade da política monetária e valorizariam a busca de ganhos de longo prazo.
Recém-publicado trabalho acadêmico dos economistas do FMI Surjit Bhala, Karan Bhasin e Prakash Loungani, entretanto, joga muitos grãos de sal nessa narrativa extremamente favorável à adoção de sistemas de meta de inflação.
É importante realçar que o Fundo não endossa necessariamente as conclusões desse tipo de trabalho dos seus economistas.
Os autores usam tanto análise de painéis de países como análises individuais. Nestas últimas, utilizam o "método do controle sintético", para comparar o país consigo mesmo (com base numa versão "sintética" construída a partir de países com similaridades), num cenário contrafactual em que a diferença é o regime de política monetária.
Os autores focam a sua avaliação em três tipos de contra-argumento aos que defendem os regimes metas que já foram sugeridos ou estudados por outros economistas.
O primeiro é de que o alegado sucesso dos regimes de meta em baixar a inflação dos países que os adotaram pode em grande parte derivar não dos méritos do sistema, mas sim do fato de que a inflação global como um todo caiu nesse período (incluindo a de países sem regime de metas).
O segundo argumento é de que, principalmente na primeira leva de países que adotaram as metas de inflação - grupo no qual a queda de inflação que se seguiu à adoção foi particularmente disseminada e significativa -, o bom desempenho deu-se bem mais pelo fenômeno do "retorno à média" do que pelos méritos do novo regime. O "retorno à média", simplificadamente, significa que a inflação daqueles países de maneira geral estava anormalmente alta quando adotaram as metas, e o que aconteceu foi mais uma normalização que poderia ter ocorrido mesmo sem o novo regime.
O terceiro argumento é de que o regime de metas seria, na verdade, prejudicial ao crescimento econômico, na medida em que o foco excessivo em inflação baixa de um dígito pode deixar em segundo plano a preocupação com o ritmo de expansão do PIB.
Tendo como pano de fundo essas questões, os economistas do FMI chegam a diversos achados.
O primeiro é o de que não há muita diferença entre países com e sem regime de metas em termos de inflação média, volatilidade da inflação e ancoragem das expectativas inflacionárias. Eles encontram evidências de que surpresas inflacionárias têm pouco efeito nas expectativas de inflação tanto nos países com regime de meta quanto nos que não têm.
Em países com alta inflação, superior a 20% ao ano, há evidência modesta de menor ancoragem das expectativas nos países sem regime de metas do que naqueles que adotam o sistema.
Na análise país a país com o método de controle sintético, os autores identificam que há ganhos significativos de controle da inflação em alguns países que adotaram o regime de metas, mas o mesmo não ocorre na grande maioria deste mesmo grupo.
"De forma geral, nossos resultados nos levam à conclusão de que a adoção formal de metas de inflação não é nem necessária nem suficiente para se obter inflação baixa como resultado".
Eles explicam essa conclusão em primeiro lugar pelo fato de que os regimes de metas efetivamente se beneficiaram do fato de terem sido implantados em boa parte numa época em que houve queda da inflação global. Assim, o ganho de ancoragem de expectativas reivindicado pelos defensores do regime de metas pode ter vindo também da permanência da inflação baixa por mais três anos, independentemente do arcabouço de política monetária.
Os autores também encontraram evidências de que o "retorno à média" foi um poderoso fator nos bons resultados inflacionários de países avançados e emergentes que adotaram o regime de metas.
Finalmente, na questão de crescimento, a análise de painel não encontrou diferença significativa entre países que adotaram ou não o regime de metas. No entanto, na análise país a país, achou-se que países com regime de metas em que houve queda mais acentuada de inflação também mostraram perda de produto mais significativa. O que na visão dos autores, empresta "algum apoio limitado para a preocupação de que os ganhos em termos de inflação se deem às custas do produto".
Infomoney - SP 18/01/2023
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,67% na segunda quadrissemana de janeiro, acelerando em relação à alta de 0,61% verificada na prévia inicial deste mês, segundo dados publicados nesta terça-feira (17) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Na segunda leitura de fevereiro, três dos sete componentes do IPC-Fipe ganharam força: Habitação (de 0,28% na primeira quadrissemana a 0,45% na segunda quadrissemana), Transportes (de 0,34% a 0,53%) e Educação (de 0,87% a 2,35%).
Por outro lado, houve desaceleração nas categorias Alimentação (de 1,09% na primeira quadrissemana a 1,07% na segunda quadrissemana), Despesas Pessoais (de 0,27% a 0,06%), Saúde (de 1,05% a 0,75%) e Vestuário (de 1,10% a 0,95%).
IstoÉ Dinheiro - SP 18/01/2023
Os contratos futuros de minério de ferro de Dalian caíram nesta terça-feira depois que o crescimento econômico da China, maior produtora mundial de aço, diminuiu em 2022 para um dos piores níveis em quase meio século, alimentando temores de mais dores de cabeça inflacionárias em todo o mundo.
O minério de ferro mais negociado para maio na Dalian Commodity Exchange da China encerrou o dia de negociação com queda de 1,3%, a 835,0 iuanes (123,32 dólares) a tonelada.
Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência de fevereiro subiu 0,5%, para 120,00 dólares a tonelada.
O quarto trimestre da China foi duramente atingido por restrições rígidas da Covid-19 e por uma retração no mercado imobiliário, aumentando a pressão sobre os formuladores de políticas para anunciar mais estímulos este ano.
O investimento imobiliário do país fechou 2022 com uma queda de 10% em relação ao ano anterior –a primeira queda desde que os registros começaram em 1999–, em comparação com um declínio de 9,8% nos primeiros 11 meses do ano.
A produção do maior produtor de aço aumentou 4,5% em dezembro em relação ao mês anterior, uma vez que a demanda pelo material usado na construção subiu após o maior apoio do governo ao setor imobiliário.
Talvez não seja surpreendente que a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (NDRC) esteja tomando medidas adicionais para limitar os preços do minério de ferro, uma vez que o metal ainda conseguiu subir mais de 6% desde o anúncio de que a NDRC aumentaria os esforços para regular os preços e reprimir a especulação maliciosa do metal, de acordo com nota da corretora de commodities Marex.
IstoÉ Dinheiro - SP 18/01/2023
A CSN Mineração informou nesta terça-feira que concluiu as negociações para fornecimento de longo prazo de minério de ferro à trader suíça Glencore International AG.
Segundo a companhia, a transação com a Glencore envolve recebimento de pré-pagamento de até 500 milhões de dólares pelo fornecimento de 13 milhões de toneladas de minério de ferro em quatro anos, iniciando em 2024.
“O desembolso ocorrerá quando forem cumpridas certas condições precedentes, habituais para este tipo de transação”, acrescentou, em comunicado.
Construção Latino-americana - SP 18/01/2023
Ola Kinnander, gerente de relações com a mídia da gigante de equipamentos de mineração Epiroc, apresenta uma lista de nomes; Mernok Elektronik (África do Sul), Remote Control Technologies (Austrália), Wain-Roy (EUA), RNP México; apenas algumas das empresas que a gigante dos equipamentos de mineração adquiriu em 2022.
“As aquisições fazem parte de nossa estratégia de crescimento lucrativo”, diz Kinnander, apontando um total de nove aquisições feitas em 2022 para empresas de todo o mundo especializadas em tudo, desde conectividade sem fio em minas e sistemas de prevenção de colisões até fabricantes de perfuratrizes e acessórios para escavadeiras. E isso ocorre depois que a gigante sueca fez oito aquisições em 2021.
Certamente, desde que a Epiroc saiu do grupo de engenharia sueco Atlas Copco em junho de 2018 com um valor de mercado estimado de SEK 120 bilhões (US$ 14 bilhões), a empresa tem sido descaradamente aquisitiva, gastando um valor estimado de SEK 3,5 bilhões-SEK 4,5 bilhões (US$ 333 milhões -$ 428 milhões) em aquisições somente em 2022.
Fusões e aquisições na construção
Como muitos OEMs de construção e mineração, a Epiroc está envolvida em uma corrida armamentista de aquisições, ansiosa para se beneficiar de um boom pós-pandêmico para comprar empresas que oferecem tecnologia.
O objetivo é tornar suas máquinas mais eficientes, ambientalmente sustentáveis e seguras, além de ganhar participação em um mercado onde a escassez de habilidades, a inflação e os problemas na cadeia de suprimentos têm causado gargalos.
Para fabricantes de equipamentos de mineração, como a Epiroc, a corrida se intensificou especialmente nos últimos dois anos porque a crescente demanda por commodities levou grupos de matérias-primas a expandir suas minas.
Muitos começaram a procurar depósitos minerais no subsolo – e estão abrindo mercados para a tecnologia que pode permitir que eles minerem em níveis mais profundos com mais eficiência.
“Estamos crescendo organicamente, mas também por meio de aquisições”, diz Kinnander. “Eles não apenas aumentam nossas receitas, mas também nos trazem tecnologias e conhecimentos vitais em áreas nas quais estamos focando, incluindo automação, digitalização, eletrificação e mercado de reposição. Para nós, portanto, é natural ter mais aquisições do que desinvestimentos.”
A última compra da Epiroc, anunciada em 13 de dezembro de 2022, é a CR, uma fornecedora de ferramentas de penetração no solo com 400 fornecedores com sede na Austrália, que produz bordas fundidas, dentes e coberturas protetoras instaladas em caçambas e carregadeiras de mineração e cujas soluções digitais incluem um GET em tempo real sistema de detecção de perdas que no ano passado produziu receitas de AUS$ 240 milhões (US$ 164 milhões).
Aquisições especializadas
“Focamos nossas aquisições nos nichos em que operamos, que são mineração de hard rock, exploração de mineração e engenharia civil e construção”, diz Kinnander.
“A empresa adquirida também deve ser atraente do ponto de vista de crescimento e lucratividade e ter fortes sinergias e adequação estratégica com a Epiroc, além de poder ter uma posição de liderança dentro do nicho.”
Na verdade, das dezessete empresas adquiridas pela Epiroc nos últimos dois anos, cerca de metade produz algum tipo de software especializado em mineração, enquanto o restante produz principalmente maquinário especializado ou expertise em eletrificação.
“Tecnologias novas e relevantes – por exemplo, que fornecem soluções avançadas de conectividade ou infraestrutura de eletrificação – e as equipes competentes que acompanham as aquisições certamente também podem ser fatores fortes para o interesse em adquirir uma empresa específica”, revela Kinnander.
E a Epiroc não está sozinha. Caterpillar, Komatsu e Sandvik são apenas algumas das multinacionais que estão na trilha de aquisições como parte dessa nova corrida armamentista de tecnologia.
A Sandvik, que também é especializada na fabricação de equipamentos de engenharia e construção, comprou nove novas empresas em 2022 e 14 no ano anterior.
“A mudança para o crescimento é uma parte central de nossa estratégia com foco no crescimento orgânico, bem como nas aquisições”, disse um porta-voz da Sandvik. “Temos um balanço forte e uma boa geração de caixa que permite novos investimentos.”
A Sandvik aponta que a pesquisa e o desenvolvimento tradicionalmente constituem uma parte importante de sua estratégia de investimento, enquanto muitas de suas recentes aquisições foram baseadas em obter tecnologia digital de ponta e expandir a experiência da empresa no setor de ferramentas redondas sólidas.
“Focamos na mudança digital em que a Sandvik permite que empresas de vários setores aumentem a produtividade e se tornem mais sustentáveis com soluções digitais, desde minas automatizadas com máquinas autônomas até fábricas onde dados de ferramentas e instruções de usinagem são atualizados na nuvem”, acrescenta o porta-voz.
“As ferramentas redondas sólidas são um segmento em rápido crescimento no qual queremos expandir. A demanda é impulsionada pela transição para materiais mais leves e requisitos de ferramentas de alta precisão.”
Construção e tecnologia digital
A fabricante japonesa Komatsu anunciou em junho de 2022 que havia concordado em adquirir a Mine Site Technologies, com sede na Austrália, uma empresa especializada em melhorar a produtividade da mineração por meio da alavancagem de dispositivos de comunicação e sistemas de rastreamento de posição.
Então, apenas seis meses depois, a empresa estava de volta à trilha de aquisição, comprando o especialista em mineração subterrânea GHH Group do alemão Schmidt Kranz Group.
E a Caterpillar, a maior fornecedora mundial de equipamentos de mineração e construção, também vem aumentando sua oferta com várias aquisições importantes.
Isso inclui a Minetec, com sede na Austrália, que fornece rastreamento de alta precisão e redes de comunicação de dados e software para melhorar a produtividade e a segurança.
Eles também, em maio de 2022, incluíram a Tangent Energy, com sede nos EUA, que usa o software Energy as a Service (Eaas) para monitorar os padrões de uso de energia dos clientes e, em seguida, criar maneiras de despachar recursos para maximizar o retorno e monitorar os resultados sem interromper os negócios normais. operações – algo que pode ser especialmente benéfico para clientes com altas demandas de pico de energia, como operações de mineração e data centers.
E a Caterpillar começou 2023 anunciando um investimento na empresa de tecnologia de baterias Lithos Energy, com sede nos Estados Unidos, que produz baterias de íons de lítio.
Carl Gustaf Göransson, ex-presidente de construção da CNH Industrial e diretor-gerente da Volvo Construction Equipment, que dirige a consultoria off-road ABCG com Alan Berger, diz que as atuais condições de negócios tornam a expansão e a diversificação particularmente atraentes para os OEMs.
“Jogar dinheiro em um problema pode adicionar escala e competência rapidamente”, diz ele.
“Além disso, na CE [indústria de fabricação de equipamentos para construção] é o fato de termos um negócio tradicional passando por uma grande transformação em muitas áreas. Isso inclui novos modelos de negócios (por exemplo, energia por hora), tecnologia, autonomia e a mudança de motores de combustão interna para energia elétrica.”
Göransson descreve as pressões sem precedentes sobre os OEMs para comprar empresas de tecnologia como o “desafio tecnológico triplo”, com os fabricantes correndo para adicionar tecnologia rapidamente em três áreas principais; produtos conectados e automação, combustíveis alternativos e modelos de negócios disruptivos.
Exemplos de aquisições recentes baseadas em produtos conectados e automação incluem o investimento de capital estratégico da Doosan Bobcat na empresa startup de tecnologias de radar norte-americana Ainstein AI para desenvolver sistemas de sensores de radar de alta tecnologia para equipamentos Bobcat.
Os acordos com combustíveis alternativos incluem a decisão da CNH Industrial em abril de 2021 de assumir uma participação minoritária na Bennamann, com sede no Reino Unido, uma empresa especializada no desenvolvimento de biogás e biocombustível líquido a partir de resíduos animais.
Eles também incluem o investimento da Caterpillar em 2021 na CarbonPoint, com sede nos EUA, uma especialista em captura de carbono que fornece tecnologia para concentrar e capturar CO2, que pode ser usado ou enterrado para que seja mantido fora da atmosfera da Terra.
Combustíveis alternativos na construção
As aquisições disruptivas de modelos de negócios incluem a decisão da fabricante de motores Cummins de investir na empresa de gerenciamento de ativos e software de energia Exergy Energy, com sede na Califórnia, como parte de um plano para permitir que os clientes mudem para as soluções de sistemas de energia da Cummins durante interrupções.
Não são apenas os OEMs tradicionais que procuram adquirir especialistas em tecnologia de construção. As próprias empresas de tecnologia de construção também têm sido altamente aquisitivas, pois buscam comprar rivais e adicionar conhecimento técnico às suas ofertas, enquanto a classe de ativos também atrai capitalistas de risco e investidores de private equity.
As recentes aquisições da gigante do software de construção Trimble incluem a B2W Software, com sede nos EUA, em setembro de 2022, a Bilberry, com sede na França, em agosto de 2022, e a AgileAssets, com sede nos EUA, em dezembro de 2021.
Da mesma forma, em setembro de 2021, o especialista em telemática Trackunit anunciou que havia adquirido a divisão Industrial IoT do concorrente ZTR.
Apenas alguns meses antes, a própria Trackunit anunciou que o investidor de software Hg havia concordado em adquirir o controle acionário da empresa da Goldman Sachs e da GRO Capital.
Michael Staebe, sócio da Bain & Co, aponta que a forte demanda por empresas de tecnologia significa que elas estão alcançando avaliações muito mais altas do que empresas de manufatura tradicionais de tamanho semelhante.
“Alvos com capacidades atraentes são altamente valorizados”, diz ele. “Considere que os ativos de tecnologia são negociados, em média, 25 vezes o EBITDA [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] com altas expectativas de crescimento contra 13 vezes para metas no núcleo industrial (e avaliação dos próprios adquirentes).
“Por exemplo, a aquisição da empresa de engenharia e design digital GlobalLogic pela Hitachi por US$ 9,6 bilhões implica um múltiplo de EBITDA de mais de 37 vezes.
“Muitas empresas também estão adotando uma abordagem de portfólio para desenvolver esses recursos, por meio de capital de risco corporativo, joint ventures e parcerias.”
Além disso, Göransson adverte que a escala da tecnologia emergente limitará a quantidade de especialidades tecnológicas que os OEMs podem ter.
“O simples fato é que não há largura de banda suficiente, mesmo em OEMs bastante grandes, para gerenciar as diversas mudanças sozinhos”, diz ele. “Certamente não com sua estrutura atual e configurada de uma perspectiva de conhecimento.”
E, com a inflação galopante, as altas taxas de juros e a Guerra na Ucrânia prestes a levar a uma recessão global nos próximos meses, os ocupantes de muitos C-suites da empresa podem ficar tentados a controlar seu apetite por novas aquisições em 2023.
Empresas de tecnologia de construção em demanda
Carl Gustaf Göransson
No entanto, Göransson prevê que o apetite entre os OEMs por empresas de tecnologia é tão grande que é improvável que a taxa de aquisições diminua em 2023, apesar de uma economia lenta tornar as condições de negócios cada vez mais difíceis.
“Normalmente, o apetite por novos investimentos diminui durante esses tempos, no entanto, combinando os fatores extraordinários como pós-covid, economia mundial sob pressão e a transformação da indústria, é provável que vejamos um novo aumento nas atividades de M&A nos próximos 12 anos. -24 meses”, diz ele.
De volta à Suécia, a S&P prevê que os gastos com aquisições da Epiroc podem aumentar para SEK 8 bilhões a SEK 10 bilhões (US$ 761 milhões a US$ 952 milhões) em 2023.
“Estamos constantemente procurando empresas fortes e relevantes para potencialmente adicionar à família Epiroc”, diz Kinnander. “Estamos em uma posição financeira forte e pensamos e agimos a longo prazo, então nossa estratégia nesta área não é realmente afetada por uma recessão iminente.”
Revista Mineração - SP 18/01/2023
Segundo a marca, trata-se do Scania 25P, que possui 395 kW de potência, equivalentes a 530 cv, e torque de 510 mkgf.
A Scania está testando o modelo Heavy Tipper elétrico na mina da LKAB, em Malmberget, no norte da Suécia. Segundo a empresa, o caminhão atua em temperaturas abaixo de zero, condição na qual as baterias são mais exigidas e apresenta menor desempenho.
O objetivo da fabricante é avaliar o caminhão 100% elétrico em condições severas e em minas subterrâneas. De acordo com a LKAB, empresa estatal sueca de extração de ferro, a escolha do modelo visa reduzir suas emissões de carbono. Os planos da empresa é trocar sua frota de veículos a combustão por elétricos.
De acordo com a mineradora, já há vários clientes interessados nessa solução. “A LKAB está se esforçando para se tornar uma das mineradoras mais sustentáveis do mundo. O caminho para uma indústria siderúrgica segura, produtiva e livre de emissões de carbono começa com o minério de ferro nas minas e agora é estendido para incluir também o transporte”, destaca a companhia.
Divulgação / Scania. Scania Heavy Tipper elétrico
Segundo a marca, trata-se do Scania 25P. O veículo possui 395 kW de potência, equivalentes a 530 cv, e o torque é de 510 mkgf. O Scania Heavy Tipper elétrico tem peso bruto total (PBT) de 49 toneladas.
Já o outro caminhão é equipado com guindaste, adequado para transportar das brocas de aço utilizadas nas perfuratrizes da mina. Na operação existem dois sistemas de carregamento das baterias. Além do dispositivo na garagem, há outro sistema de recarga móvel, que pode ser levado até o veículo.
De acordo com a Scania, no Brasil ainda há inúmeros desafios a vencer antes da chegada do caminhão elétrico. Entre eles, a empresa destaca a necessidade de infraestrutura de recarga, além de geração e distribuição da rede elétrica para atender a demanda dos caminhões elétricos.
Valor - SP 18/01/2023
Abraciclo projeta expansão de 9,5% na produção e aumento de 6,7% no número de motos licenciadas este ano
A indústria de motocicletas no Brasil mantém uma expectativa muito positiva para o país em 2023 e prevê altas tanto na produção como nas vendas. Segundo números da Abraciclo, associação do setor, divulgados na manhã desta terça-feira (17), a estimativa é de expansão de 9,5% na produção sobre o ano passado, atingindo 1,55 milhão de motos.
No varejo, a perspectiva é de aumento de 6,7% em relação a 2022, somando 1,49 milhão de motos licenciadas neste ano. No cenário da entidade, as exportações deverão alcançar 59 mil unidades, aumento de 6,7% sobre o volume registrado no ano passado.
Apesar das estimativas positivas, Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, afirma que o setor ainda enfrenta problemas com a cadeia logística e aumento de custos, principalmente no transporte marítimo. Já sobre a oferta de crédito, o dirigente não vê problemas no curto prazo. “Há uma disputa pelas entidades (bancos) que atendem o setor pelo nosso cliente. Não vejo problemas com isso”, afirma.
O Estado de S.Paulo - SP 18/01/2023
O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, disse ontem que não vê a privatização de autoridades portuárias como o melhor modelo. “Não acredito no processo de privatizar a autoridade portuária, na minha opinião não será privatizada, o processo sequer foi aprovado no TCU, na minha visão tem uma série de problemas no próprio procedimento”, afirmou ele, após evento em Santos (SP).
Ele acrescentou que a privatização da autoridade portuária “parte do pressuposto de que o poder público é sempre incompetente”. “É um modelo que só existe em um único lugar no mundo, na Austrália, onde há um tremendo arrependimento no formato que foi feito, fizeram uma concessão por 99 anos e as tarifas dispararam”, relatou ele, sem dar detalhes. “Outorgar para um privado para que ele tome conta de quem entra e de quem sai do Porto de Santos seria um risco bem grande.”
As declarações do ministro foram dadas num momento em que cresce a expectativa sobre a privatização do Porto de Santos, o maior da América Latina. Na semana passada, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar do tema. Segundo relato de Tarcísio – ex-ministro de Infraestrutura do governo Bolsonaro –, Lula disse que não descartaria o leilão e que não estaria preso a “dogmas” nesta questão.
Petro Notícias - SP 18/01/2023
O Cazaquistão garantiu a aprovação da Rússia para usar sua infraestrutura de oleoduto para transportar 300.000 toneladas de petróleo para compradores na Alemanha no primeiro trimestre deste ano. A confirmação foi feita pela empresa estatal Kaztransoil. Em um comunicado ela diz que o petróleo é proveniente do campo de Karachaganak, no oeste do país e será bombeado pelo oleoduto Druzhba da Rússia e entregue à Polônia via Belarus antes de chegar à Alemanha. As entregas totais em janeiro serão de 20 mil toneladas. O ministro da Energia do Cazaquistão, Bolat Akchulakov, disse que o país planejava exportar 1,5 milhão de toneladas para a Alemanha via Rússia em 2023, mas que esse volume poderia aumentar para 7 milhões de toneladas: “Há capacidade suficiente no sistema de dutos. O principal é que os consumidores da Alemanha aceitem. Nunca tivemos grandes problemas com a Rússia em termos de bombeamento.”
A aprovação da Rússia estava longe de ser garantida no entanto. O petróleo que a Alemanha está comprando do Cazaquistão destina-se a compensar parcialmente o déficit de entregas de petróleo precipitado por um boicote aos produtos russos imposto após o início da invasão da Ucrânia. E a quantidade que o Cazaquistão está fornecendo fica muito aquém dos 20 milhões de toneladas por ano que a Rússia costumava vender para a Alemanha. As restrições da União Europeia ao fornecimento de petróleo russo relacionadas ao material transportado por via marítima, mas não impedem que terceiros países usem a infraestrutura russa para colocar sua commodity no mercado europeu.
O Cazaquistão chegou a um acordo intergovernamental com a Rússia válido até 2034 para permitir que seu território seja utilizado para o trânsito de petróleo para a China. Uma vez que a China emergiu como um dos clientes de petróleo mais importantes da Rússia, o Cazaquistão ganhou força para implantação em seus próprios acordos comerciais de energia com o Ocidente.
Petro Notícias - SP 18/01/2023
Com a volta do governo de esquerda na Colômbia, um novo acordo com a Venezuela poderá fazer ressurgir as operações de envio de gás pelo gasoduto Antonio Ricaurte depois de dez anos de paralisação. O Gasoduto de pouco mais de 200 quilômetros atravessa Guajira, a península mais ao norte da América do Sul, ficou ocioso e não está apto para operar imediatamente pelos danos que sofreu através desse tempo, representando bem o que foi a relação entre os dois países. O seu retorno demandará investimentos em manutenção e pode dar um grande impulso a ambas as economias, muito embora tenha complicações na geopolítica da região. Ele pode dar mais legitimidade a dois governos autoritários e levar consequências danosas para a economia boliviana, tradicional fornecedora de gás da região.
Mesmo assim, os colombianos estão com um pé atrás. Juan Carlos Echeverry, ex-ministro das Finanças da Colômbia, disse que a PDVSA, estatal de petróleo da Venezuela, não é um fornecedor confiável, e quaisquer problemas políticos levarão a problemas com o fornecimento de gás para a Colômbia. Desde a eleição de Gustavo Petro, em junho de 2022, o primeiro presidente de esquerda da Colômbia, as relações com a Venezuela se aqueceram rapidamente. Em 1º de janeiro, a fronteira terrestre entre os dois países foi totalmente aberta depois de sete anos. Seis dias depois, Petro se reuniu com Maduro pela segunda vez em Caracas. Petro e Maduro também discutiram as negociações de paz com guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN), questões comerciais e projetos conjuntos de infraestrutura para energia, conectividade e produção industrial.
O oleoduto Antonio Ricaurte pode ser a artéria central dessa união. No dia 5 de janeiro, a petroleira estatal da Colômbia, Ecopetrol, solicitou uma isenção do regime de sanções dos Estados Unidos para receber o gás, sob um modelo semelhante entre o governo dos Estados Unidos e a Chevron que permitia à corporação transportar petróleo da Venezuela. A reabertura do gasoduto pode representar alguns desafios técnicos. Embora o trecho colombiano provavelmente tenha sido mantido, o lado venezuelano provavelmente enfrentou o roubo de equipamentos realizados por uma nação faminta e sem recursos, o que afetou outras infraestruturas da PDVSA. O gás barato ajudaria a indústria colombiana a se tornar mais competitiva e, com a fronteira agora aberta, os produtores locais de têxteis, produtos de metal e muitos outros itens recuperariam o acesso a um mercado vizinho. Ao reduzir a demanda por gás doméstico, também permitiria a Petro cumprir sua promessa eleitoral de encerrar novos projetos de exploração de hidrocarbonetos.
IstoÉ Dinheiro - SP 18/01/2023
Os preços do petróleo fecharam em alta nesta terça-feira em negociações instáveis depois que a China divulgou dados anuais de crescimento econômico fracos, mas acima das expectativas, e com a esperança de que uma mudança recente em sua política de combate à Covid-19 aumente a demanda por combustível.
Os contratos futuros de petróleo Brent fecharam em alta de 1,46 dólar, ou 1,7%, para 85,92 dólares por barril, enquanto o petróleo nos EUA (WTI) subiu 0,32 dólar, ou 0,4%, a 80,18 dólares. Não houve negociação na segunda-feira por causa de um feriado nos EUA para o Dia de Martin Luther King.
O produto interno bruto da China cresceu 3% em 2022, ficando abaixo da meta oficial de “cerca de 5,5%” e marcando o segundo pior desempenho desde 1976. Mas os dados ainda superam as previsões dos analistas depois que a China reverteu sua política de Covid zero em dezembro.
“A China está tirando o melhor proveito de seus dados econômicos, e é justo dizer que poderia ter sido pior”, disse Bob Yawger, diretor de futuros de energia da Mizuho.
No entanto, a manufatura do Estado de Nova York contraiu acentuadamente em janeiro, com o colapso dos pedidos e o crescimento do emprego estagnado, e pouca melhora é esperada nos próximos seis meses, de acordo com uma pesquisa do Federal Reserve feita nesta terça-feira.
“A questão é como o Federal Reserve responde a uma mistura tão grande de desempenho econômico”, disse John Kilduff, sócio da Again Capital LLC em Nova York.
O petróleo também foi impulsionado por um dólar americano mais fraco, que caiu em relação à maioria das principais moedas na terça-feira devido às expectativas de uma possível mudança de política do Banco do Japão que poderia ser um precursor da adoção de uma política monetária mais rígida.
Um dólar enfraquecido torna o petróleo cotado na moeda norte-americana mais barato para outros detentores de moeda.
Valor - SP 18/01/2023
Petroleias reforçam investimentos em novas fontes de energia, mas avisam: petróleo e gás continuarão na matriz energéTica do mundo
Investir pesado em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) de fontes alternativas de energia e aquisições de empresas que produzem energia limpa tem sido uma das estratégias das petroleiras para diminuir o portfólio baseado exclusivamente em combustíveis fósseis. Com isso, elas esperam reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE).
O Plano Estratégico para o quinquênio 2023-2027 da Petrobras, por exemplo, reserva US$ 4,4 bilhões para os projetos que tratam da transição energética, dos quais US$ 3,7 bilhões serão investidos em ações de descarbonização nos escopos 1 e 2 (que tratam da própria operação). “Hoje, só investimos na prospecção de campos duplamente resilientes. Isso quer dizer que eles produzem mais e, por consequência, emitem menos CO2 por barril”, afirma Rafael Chaves, diretor de relacionamento e sustentabilidade da Petrobras.
No melhor cenário, em 2025, consumo será de 25 mi de barris/dia. Hoje são 100 milhões de barris/dia consumidos
Segundo ele, os campos de Búzios e Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, estão entre os que produzem com menor emissão no mundo. A emissão média de gases de efeito estufa, CO2 o principal, por barril de óleo equivalente (boe) produzido no mundo é cerca de 17 quilos contra menos de 10 kg CO2 e/boe em Búzios e Tupi. Além disso, todos os funcionários da companhia têm remuneração variável atrelada ao cumprimento de metas de redução de emissões na operação. A companhia quer ser carbono zero até 2050. Louvável. Mas, o que, efetivamente, a petroleira está fazendo para diversificar seu portfólio de produtos baseado em hidrocarbonetos? “Estamos investindo US$ 600 milhões na planta de Cubatão (SP) para fazer biodiesel - à base de óleos vegetais. Tem muita pesquisa e dinheiro investido em várias frentes”, diz Chaves. Há ainda uma expectativa de que a empresa acelere o plano de descarbonização - o novo governo já indicou que pretende levar a Petrobras a voltar a investir em fontes renováveis de energia.
Ampliar as apostas em novas fontes de energia também é a principal estratégia da BP (antiga British Petroleum) que anunciou o compromisso de ser net zero até 2050. Segundo Fabiana Neves, vice-presidente de desenvolvimento e de novos negócios da petroleira britânica, a BP baseia sua estratégia em três pilares. Um deles é chegar a 2030 com investimentos da ordem de US$ 5 bilhões em energias limpas, tais como combustível de aviação renovável e bioenergia. Em 2019, esse montante era de U$ 500 milhões, lembra ela citando os volumes gerados de energia renovável e limpa em 2019, de 2,5 gigawatts (GW), e a meta em 2030, de 50 GW, para ilustrar os esforços da companhia.
Hoje, no portfólio global da BP, 21 GW são provenientes de energia solar, eólica onshore (terra) e offshore (mar) e isso tem a ver com outro pilar importante da estratégia da empresa. “Trabalhamos para reduzir em 40% nossa produção global de petróleo, dos 2,6 milhões de barris por dia, em 2020, para 1,5 milhões de barris/dia, em 2030”, informa Neves. “Óleo e gás ainda terão papel importante no nosso portfólio, mas essa participação vai cair”, completa a vice-presidente da BP que também aposta na eletrificação veicular. Em 2019, sete mil pontos de recarga estampavam a marca da BP. A meta é chegar a 70 mil, em 2030, em todo o mundo.
A também britânica Shell, é outra petroleira que quer diminuir a produção global de óleo - de 1% a 2%, até 2030, segundo informa a companhia por meio de nota enviada ao Prática ESG. Segundo o comunicado, o Grupo Shell reduziu seu mapa na produção de petróleo de mais de 40 países para apenas nove polos principais, sendo o Brasil um destes mercados. “Dentro desse contexto, reforçamos nosso interesse no segmento brasileiro de Águas Profundas”, informa.
No ano passado, a companhia desembolsou R$ 200 milhões para comprar participação acionária na Carbonext, companhia brasileira que desenvolve projetos ambientais na Amazônia. De acordo com a companhia, este é seu primeiro negócio na área de Soluções Baseadas na Natureza. Atualmente, informa a companhia, a Shell Brasil trabalha no desenvolvimento de energia solar, com projetos em Minas Gerais, Goiás e Paraíba - que, juntos, podem chegar a 4GW.
Adicionalmente, a empresa entrou com pedido de licenciamento ambiental junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para estudos de viabilidade de seis projetos em eólicas offshore nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste - com capacidade potencial de 17GW. “Por meio do nosso departamento de Pesquisa e Desenvolvimento no Brasil apoiamos mais de 1.200 pesquisadores; temos parcerias com 23 instituições acadêmicas e mais de 30 grandes e pequenas empresas e startups”, completa em nota.
A produção de etanol é outra frente que a Shell vem explorando, especialmente a partir de 2011, quando formou uma joint-venture com o Grupo Cosan, dando origem à Raízen. Em novembro, a petroleira anunciou a compra de 3,25 bilhões de litros de etanol celulósico de cana-de-açúcar. O combustível de baixo carbono deverá ser produzido em cinco usinas que a Raízen planeja construir no Brasil, elevando seu portfólio de usinas de etanol celulósico para nove.
Também por meio de nota, a francesa Total Energies informa que mantém 18 centros de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias espalhados pelo mundo. Ao todo, diz a companhia, são mais de quatro mil profissionais envolvidos nessas pesquisas com investimento de aproximadamente US$ 1 bilhão, em 2021.
Se, por um lado, as petroleiras se esforçam para apresentar seus esforços em reduzir o uso de combustíveis fósseis, por outro, deixam claro que imaginar um futuro sem uso de hidrocarbonetos é flertar com a irrealidade. Hoje, o mundo consome cerca de 100 milhões de barris de petróleo por dia. Para Chaves, da Petrobras, em cenário agressivo, é possível chegar a 25 milhões de barris/dia em 2050.
A pressão, diz o executivo, não vem só dos problemas ambientais que esses produtos causam. A partir da invasão da Ucrânia pela Rússia, a questão da segurança energética entrou nos debates, sobretudo da Europa, região mais avançada na agenda ESG e a mais penalizada pela falta de gás vindo da Rússia. “Há uma espada sob nossas cabeças, mas ela não vai cair amanhã”, afirma o Chaves em relação às pressões sobre a indústria de petróleo e derivados. “Nós somos parte do problema e reconhecemos isso, mas também reconhecemos que essa transição não se dará de um dia para o outro”, acrescenta Fabiana Neves, da BP.
E isso fica claro com a perspectiva de investimentos em prospecção e produção de hidrocarbonetos nos próximos anos. Só no Brasil, a indústria já anunciou investimentos de R$ 102 bilhões até 2025, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro).
Infomoney - SP 18/01/2023
A produção total de óleo e gás da Petrobras (PETR3;PETR4) foi de 2,684 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) no ano de 2022, superando a meta de 2,600 milhões de boed em 3,2%, dentro da faixa divulgada de ± 4,0%, informou a estatal nesta noite de terça-feira (17).
A produção comercial, por sua vez alcançou 2,361 milhões de boed, 2,7% acima da meta de 2,3 milhões de boed, também dentro da faixa de 4,0%.
Já a produção de óleo ficou em 2,154 milhões de barris por dia (bpd), 2,6% acima da meta de 2,1 milhões de bpd, e também dentro da faixa de ± 4,0%.
A Petrobras iniciou a produção de duas novas plataformas ao longo do ano de 2022. Em abril, o FPSO (navio-plataforma) Guanabara, primeira unidade definitiva do campo de Mero, e em dezembro, a P-71, no campo de Itapu. Esta última antecipada de 2023.
Ao longo de 2022, segundo comunicado, foi alcançada a capacidade máxima de produção de óleo das plataformas P-68, nos
campos de Berbigão e Sururu, e do FPSO Carioca, no campo de Sépia.
O FPSO Carioca atingiu novo recorde mensal de produção de uma plataforma do pré-sal, com 174 mil bpd em novembro. A estatal ainda registrou recorde de produção mensal de óleo em um único poço, ATP06 na plataforma P-70, com 56,5 mil bpd, também em novembro.
“Os recordes demonstram excelente desempenho operacional em ativos de classe mundial em águas profundas e ultraprofundas, onde a Petrobras detém conhecimento técnico reconhecido internacionalmente”, diz comunicado.
Por fim, a companhia lembra que avançou com o plano de renovação da Bacia de Campos, com a entrada em operação de 10 novos poços produtores e 4 poços injetores de desenvolvimento complementar, ampliando o potencial de produção desta bacia em 94 mil bpd.
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