Valor - SP 17/11/2023
Medidas serão adotadas em meio ao aumento acelerado das importações de aço
Jefferson De Paula: “O Brasil ficou desprotegido quando há excesso de capacidade” — Foto: Divulgação
Maior produtora de aço no Brasil, a ArcelorMittal vai conceder férias coletivas a cerca de 400 funcionários da usina de Resende (RJ) e suspender temporariamente as operações em diferentes unidades, com a execução de paradas técnicas, em meio ao aumento acelerado das importações de produtos siderúrgicos.
Em entrevista ao Valor, o presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson De Paula, disse que o momento é crítico, que há risco iminente de demissões e que essa situação na indústria pode afetar o crescimento econômico. “O Brasil ficou completamente desprotegido quando há sobrecapacidade [no mercado global] de aço”, afirmou.
Frente ao ano passado, as importações de aço, que chegam sobretudo da China e outros países asiáticos, Rússia e Turquia, devem crescer 50%. A indústria brasileira já pediu ao governo federal a adoção de alíquota de importação de 25%, em caráter emergencial. A percepção é que o governo está sensível ao tema, mas uma medida nesse sentido não foi anunciada até agora.
Representantes do setor já se reuniram duas vezes com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, e, há três semanas, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar sobre o assunto.
Estados Unidos, Europa e México já impuseram tarifa de 25% sobre as importações de aço, para conter seu avanço sobre a demanda interna - no México, a fatia chegou a 40%. No Brasil, a participação dos importados no consumo aparente, que era de 12%, saltou a 23% e chegou a 30% nos últimos meses. O setor espera novo avanço se não houver alguma medida de proteção.
Diante da piora das condições de mercado, a Gerdau já demitiu 700 trabalhadores e reduziu a produção em diferentes unidades. Na ArcelorMittal, afirmou De Paula, a produção no quarto trimestre ficará 30% abaixo da capacidade e, no ano, 1,3 milhão de toneladas deixarão de ser produzidas pela multinacional. Em Resende, dos cerca de 400 trabalhadores afetados pela paralisação de 45 dias, 320 farão compensação de banco de horas e 87 serão colocados em férias coletivas, entre novembro e dezembro.
“Estamos muito preocupados porque o ritmo de importação está aumentando. Acredito no livre comércio, mas não da forma como está acontecendo. A concorrência não é leal”, afirmou De Paula. Segundo o executivo, mantido o cenário atual, o plano de investimento de US$ 2,4 bilhões ao ano anunciado pelo setor, entre 2023 e 2027, está em risco.
Dentro das usinas brasileiras, avalia, há condições de competitividade. Na ArcelorMittal, que trabalha com indicadores mensais de performance e custos internos, a operação brasileira aparece como a melhor em 75% deles, à frente de Europa e dos Estados Unidos. “Então, eu diria que a siderurgia brasileira é competitiva”.
Para a economista Lia Valls Pereira, pesquisadora da área de Economia Aplicada da FGV/IBRE e professora da Faculdade de Ciências Econômicas da UERJ, em termos de política comercial, se a indústria se sente ameaçada e a ameaça é real, o governo poderia conceder algum tipo de proteção, mas de caráter temporário.
“A proteção não vai resolver questões de competitividade. Se há uma mudança estrutural, poderia haver medida permanente, mas é um custo para a sociedade proteger um setor que é menos competitivo que o de outros países”, ponderou, acrescentando que essa é uma questão de política de governo.
Lia lembra que, há anos, o governo americano vem protegendo a indústria siderúrgica local, que executou investimentos elevados nas décadas de 70 e de 80 e, já há algum tempo, enfrenta novos competidores. “Setores que usam o aço não vão gostar da proteção. A solução final é sempre a de equilíbrio, de interesse de todos. Mas sabemos que não é fácil alcançar isso”, afirmou.
O Estado de S.Paulo - SP 17/11/2023
Vou compartilhar aqui o raciocínio que me leva a supor que está se aproximando o momento em que o Banco Central terá que reduzir o ritmo de redução dos juros em alguma das próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). Vejamos os condicionantes que guiam a postura de quem está na instituição, tendo passado por essa função nos últimos anos:
a) A inflação ficou muito acima do teto da “banda de tolerância” em 2021 e 2022, e deve ficar dentro da banda, mas próxima do teto, em 2023. Para o prestígio da autoridade monetária, é importante dar sinais claros de que o País está se encaminhando rumo ao cumprimento da meta de 3%;
b) A perspectiva de um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) na faixa entre 1,5% e 2,0% em 2024, depois de três anos de um bom crescimento e mantida a redução do desemprego e a inflação baixa, pode não ser um cenário de sonhos, mas está longe de indicar um ano desastroso;
c) O nível das taxas internacionais é um limitador dos movimentos do Copom, de modo que ele não pode ser insensível ao fato de a taxa de juros nominal de 10 anos nos Estados Unidos, que no começo de 2023 estava em 3,6%, estar em torno de 4,5% hoje.
Em tais circunstâncias, se a Selic, ao chegar a 10,75% em março e, em vez de cair 50 pontos, passar a diminuir 25 pontos em cada um dos encontros do Copom de maio até dezembro, cederia a 10,5% em maio e, mantido o novo ritmo, cairia até 9,25% em dezembro. Se, nesse contexto, em 2024, a inflação ficar contida no intervalo entre 3,5% e 4,0%, depois de ter sido de 10,1% em 2021, de 5,8% em 2022 e de perto de 4,5% em 2023, o Banco Central do Brasil (Bacen) poderia exibir uma inflação que, mesmo não estando na meta, implicaria a firme perspectiva de alcançar a meta em 2025.
Não há razões para testar o limite inferior dos juros no processo de desinflação em 2024, quando, primeiro, a desinflação ainda não terá acabado; e, segundo, em janeiro de 2025, haverá “troca de guarda” no Banco Central e o novo presidente da instituição terá que mostrar a que veio. Há muita gente que suspeita que o órgão sob Lula da Silva teria uma restrição a elevar juros em época eleitoral. Portanto, é melhor conservar uma “gordura” na taxa em dezembro de 2024 em vez de “queimá-la” ano que vem e gerar um estresse desnecessário, com uma Selic muito baixa em dezembro que se revele não condizente com as perspectivas para 2025. Uma estratégia de quedas pequenas nas reuniões do Copom de maio em diante é a melhor estratégia. Depois se verá o que o “BC do Lula” faz. A cada a dia, a sua agonia.
Monitor Digital - RJ 17/11/2023
Com a recuperação gradual da demanda do mercado e a transformação das forças motrizes, a produção no setor industrial da China registrou um crescimento constante em outubro.
O valor acrescentado da produção industrial da China, um importante indicador econômico, aumentou 4,6% em termos anuais em outubro, mostram nesta quarta-feira dados do Departamento Nacional de Estatísticas.
Entre os três principais setores, o setor de mineração e o setor industrial expandiram-se 2,9% e 5,1%, respectivamente, em outubro, enquanto a produção e fornecimento de eletricidade, calor, gás e água aumentaram 1,5%.
O setor de fabricação de automóveis relatou um desempenho excepcional em outubro, com sua produção aumentando 10,8%, disse Liu Aihua, porta-voz da agência, na entrevista coletiva.
Numa repartição por propriedade, a produção das empresas controladas pelo Estado, das empresas de participação conjunta e das empresas privadas aumentou 4,9%, 5,6% e 3,9% em termos anuais, respectivamente, no mês passado.
Em termos de produtos, a produção de células fotovoltaicas aumentou 62,8%, enquanto os robôs de serviço e os circuitos integrados aumentaram 59,1% e 34,5%, respectivamente.
De janeiro a outubro, a produção industrial aumentou 4,1% em termos anuais, segundo o departamento.
A China possui uma base sólida para a recuperação e o crescimento industrial, como a produção no seu setor industrial acelerou em outubro, a transformação e a modernização do setor têm avançado, disse o porta-voz.
Ela disse que, apesar de a economia industrial continuar a enfrentar pressão, uma vez que o ambiente internacional permanece complexo, as ligações entre a produção industrial e as vendas continuaram a melhorar e as indústrias estratégicas emergentes aceleraram o seu desenvolvimento à medida que as políticas entraram em vigor.
A produção industrial é usada para medir a atividade das empresas, das quais, cada uma com um volume de principal negócio anual superior a 20 milhões de yuans (cerca de 2,79 milhões de dólares americanos).
Os lucros das principais empresas industriais aumentaram 11,9% em termos anuais em setembro, indicando que a procura do mercado continua a recuperar, o que contribui para melhorar o entusiasmo das empresas na produção e para promover a recuperação estável da produção empresarial, disse Liu.
No entanto, a procura no setor manufatureiro ainda precisa de ser consolidada, uma vez que o índice de novas encomendas do setor, um subíndice do índice de gestores de compras, ficou abaixo de 50 em outubro, disse o porta-voz. Fim
O Estado de S.Paulo - SP 17/11/2023
Economistas do mercado presentes na segunda reunião do dia com diretores do Banco Central alertaram a autoridade monetária sobre o temor de que o governo responda ao esperado esfriamento da economia com um aumento das despesas públicas.
As informações sobre o encontro, que é fechado à imprensa, foram obtidas com participantes da reunião, que conversaram com o Estadão/Broadcast sob a condição de anonimato.
Agências de rating alertam que revisão de meta fiscal pode retardar retomada de grau de investimento
Taxa do PIB em 2024: metade da de 2023?
Governo avalia adiar decisão sobre mudança da meta até votação das medidas de Haddad; leia bastidor
A reunião terminou às 12h30, antes de o relator do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), Danilo Forte, confirmar que o governo optou por não alterar a meta de déficit primário zero via emenda ao texto.
“Há uma preocupação de que esse governo, na hora em que olhar a atividade enfraquecendo, até nos números do terceiro trimestre, vai ver uma pressão por gasto e vai para o gasto”, relatou um participante do encontro. “Está todo mundo preocupado com o fiscal.”
Esse ponto de atenção surgiu como uma camada extra de preocupação com as contas públicas, já que os economistas também sinalizaram que a probabilidade de cumprimento da atual meta fiscal de 2024, que prevê déficit zero, é muito pouco provável.
Os economistas mostraram-se mais preocupados com o cenário externo. A percepção geral é de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode acabar mantendo os juros altos por mais tempo, com impacto sobre a política monetária doméstica.
“O pessoal estava falando em cortes dos juros americanos em abril, mas já apareceram pessoas falando que só no terceiro trimestre ou que, de repente, pode nem cortar em 2024, e que isso pesa contra uma queda maior da Selic aqui”, disse um economista.
A maioria das projeções para a taxa Selic no fim do ciclo ficou em 9,5%, segundo os participantes do encontro.
Na reunião, os analistas também disseram ao BC que a inflação de curto prazo continua favorável, embora haja preocupação com o comportamento do IPCA no próximo ano, devido aos impactos do fenômeno El Niño.
Pelo BC, participaram da reunião os diretores Diogo Guillen (Política Econômica), Fernanda Guardado (Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos) e Renato Dias Gomes (Organização do Sistema Financeiro e Resolução). O encontro foi realizado para ajudar na confecção do próximo Relatório Trimestral de Inflação, que será publicado em 21 de dezembro.
Mudança da meta ‘está dada’
A decisão de não alterar a meta fiscal de 2024 agora é positiva e representa uma vitória do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Mas isso não elimina a avaliação de que uma mudança da meta já no começo do próximo ano é inevitável, segundo o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale.
“Haddad conseguiu transformar o que era uma clara derrota em uma vitória parcial, mas o risco é isso ser uma vitória de Pirro: postergar a mudança, mas, no começo do ano que vem, mudar a meta para um déficit maior”, alerta o economista.
Depois de uma reunião com Haddad nesta quinta-feira, 16, o relator do PLDO, deputado Danilo Forte, confirmou a jornalistas que o governo havia decidido não mudar a meta via emenda ao projeto.
Na sequência, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que também participou da reunião, reforçou o recado de compromisso com o déficit zero, defendido por Haddad. “Não há iniciativa do governo para mudar a meta fiscal”, disse.
Para Vale, o problema é que a equipe econômica dificilmente conseguirá os R$ 170 bilhões necessários para zerar o déficit primário do ano que vem sem uma reforma do Imposto de Renda, que não deverá ser discutida no próximo ano, enquanto o Congresso se ocupa das leis complementares da reforma tributária.
Ao mesmo tempo, o economista lembra que Haddad enfrentará grandes pressões para aumentar os gastos em um ano eleitoral. Isso deverá levar a uma mudança da meta, já que o governo não deverá se dispor a sofrer os gatilhos previstos pelo novo arcabouço.
“A mudança da meta está dada, o governo precisa aumentar o investimento para ter algo a mostrar para a população, especialmente porque o PT perdeu muitas prefeituras nos últimos anos”, diz Vale. “Com o crescimento desacelerando e menos arrecadação, um déficit na casa de até 1% do PIB pode acontecer.”
Por isso, o economista alerta para o risco de mudança do alvo para um déficit entre 0,75% e 1% do PIB — como preveem emendas à LDO apresentadas na terça-feira pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) —, em vez do nível de -0,5% do PIB defendido por uma ala do governo. “Pode haver uma percepção que, mesmo mudando a meta para um déficit de 0,5%, ela não vai ser atingida”, afirma.
Sinais ruins
A informação de que o governo não vai mudar a meta fiscal agora, via emenda ao PLDO, também foi vista como uma notícia positiva por Luiz Fernando Figueiredo, chairman da Jive Investments e ex-diretor do Banco Central. Mas, segundo ele, não elimina a preocupação com as contas públicas.
“Foi bom manter a meta, mas tudo que diz ‘vamos manter a meta por enquanto’ é ruim, porque mostra que o governo não está tão firme com relação à política fiscal e ao Orçamento quanto deveria”, afirma. “No final das contas, o que interessa é saber qual é o grau de preocupação do governo com relação às metas.”
O deputado Danilo Forte disse após reunião com os ministros Fernando Haddad, Alexandre Padilha e Esther Dweck (Gestão) que o governo decidiu não mudar a meta fiscal de 2024 agora, mas não eliminou a possibilidade de uma alteração no futuro.
“O governo manteve a posição dele de meta fiscal zero. Tirou qualquer possibilidade de emenda ao relatório, qualquer mensagem modificativa com relação ao que está sendo decidido, e a preservação do arcabouço fiscal”, disse Forte. “A possibilidade de revisão poderá vir em alguma mudança no futuro, mas no presente o governo manteve a meta fiscal zero.”
Para Figueiredo, essa informação mantém a incerteza sobre o futuro dos alvos estabelecidos pelo novo arcabouço fiscal e com o compromisso do Executivo com as contas públicas. “A grande preocupação das pessoas é quanto o governo está comprometido em nos levar gradualmente para a sustentabilidade fiscal, da qual ainda estamos muito distantes”, afirma o ex-BC.
Capital político
Em relatório, o Citi avaliou que a manutenção da meta de zerar o déficit primário em 2024, junto da busca por conseguir receitas extras, é uma sinalização importante de que o governo segue alocando capital político a fim de melhorar os resultados fiscais.
O banco argumenta que a manutenção, ao menos por ora, significa uma vitória inquestionável, ainda que temporária, de Haddad. “Nós alertamos, porém, que existem outras formas de alterar a meta daqui para frente, portanto o assunto não está totalmente resolvido.”
O Citi pondera que não espera que o governo consiga atingir o alvo de resultado primário zero no próximo ano. Apesar disso, a manutenção da meta é positiva do ponto de vista do preço de ativos, acrescenta.
Infomoney - SP 17/11/2023
A produção industrial nos Estados Unidos caiu 0,6% em outubro, após ter registrado alta de 0,1% em setembro, informou nesta quinta-feira (16) o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). A produção da indústria de transformação recuou 0,7 % no mês.
Segundo o Fed, grande parte deste declínio deveu-se a uma queda de 10% por cento na produção de veículos automotores e peças, setor que foi afetado por greves em várias grandes montadoras. Tanto que o índice para a indústria transformadora excluindo automóveis e peças subiu 0,1%.
O índice dos serviços públicos diminuiu 1,6% e a produção da mineração aumentou 0,4% por cento.
A produção industrial total em outubro ficou 0,7% abaixo do nível do ano anterior.
A utilização da capacidade instalada no EUA caiu 0,6 ponto percentual, para 78,9 por cento em outubro, uma taxa que está 0,8 ponto percentual abaixo da sua média de longo prazo.
CNN Brasil - SP 17/11/2023
O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) prevê que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil será de 3,2% em 2023 e 2,4% em 2024, enquanto o avanço da América Latina, excluindo Argentina, deverá ser de 2,5% em 2024.
Segundo o relatório, a projeção do Brasil implica um desempenho uniformemente distribuído entre os setores. “Ainda assim, os preços das matérias-primas impulsionarão as atividades agrícolas e energéticas, uma mudança estrutural que não só impulsionará o superávit comercial do Brasil, mas também se tornará um importante catalisador de crescimento”.
Já para a América Latina, o IIF indica que, embora a tensões geopolítica tenham se intensificado, a região continuará se beneficiando de fatores como sua posição como produtor de matérias-primas, sua localização estratégica longe de grandes conflitos e o reequilíbrio dos fluxos de capital para os mercados emergentes.
“No meio da remodelação da cadeia de abastecimento global, o crescimento sólido nos principais parceiros comerciais, como os EUA e a China, onde temos previsões acima do consenso, também deverá reforçar as economias da América Latina”.
Ainda, a dinâmica favorável da desinflação e a elevada credibilidade do banco central permitirão uma flexibilização substancial da política monetária, proporcionando apoio adicional, aponta a instituição, indicando que a inflação deve cair ainda mais em 2024, “abrindo caminho para uma flexibilização constante da política monetária na maioria dos países, facilitada pela maior credibilidade do banco central”.
Em relação à Argentina, o IIF espera uma queda de 2,4% em 2023 e de 1,3% em 2024, considerando que o novo governo, que será decidido neste domingo, 19, terá de “implementar um plano de estabilização, incluindo medidas de austeridade fiscal, para combater a inflação de três dígitos e reconstituir as reservas externas”.
IstoÉ Online - SP 17/11/2023
A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Cleveland, Loretta Mester, afirmou nesta quinta-feira, 16, que há um progresso discernível na inflação, embora ela esteja “muito acima da meta”, em quadro de economia ainda forte nos Estados Unidos. Em discurso na abertura de Conferência sobre Estabilidade Financeira da distrital, ela disse que a política monetária atual está em um “lugar adequado”, mas acrescentou que uma eventual alta ou não depende de como se desenvolve a economia do país.
Loretta Mester qualificou o ambiente atual como de “incerteza”. Ela mencionou questões geopolíticas, como os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio, e lembrou que eles podem afetar o preço do petróleo. “A desaceleração da China é outro risco à perspectiva”, advertiu.
A dirigente lembrou que turbulências ocorridas mais cedo neste ano no sistema bancário dos EUA foram contornadas, após a quebra de bancos menores.
De acordo com Loretta Mester, porém, as condições subjacentes para que essas turbulências voltem a existir ainda existem.
A presidente da distrital de Cleveland ressaltou a importância de se manter bancos bem capitalizados, também para se absorver choques inesperados.
O Estado de S.Paulo - SP 17/11/2023
Duas das principais agências de classificação de risco do mundo, a Fitch e a Moody’s, reafirmaram a importância de o governo manter inalterada a meta de zerar o déficit fiscal em 2024. Mudar o compromisso, segundo as agências, embora não levasse necessariamente a um rebaixamento das notas de crédito do País, comprometeria a credibilidade do novo arcabouço fiscal e atrapalharia os esforços para a recuperação do grau de investimento pelo País.
A vice-presidente da Moody’s para risco soberano, Samar Maziad, chamou a atenção para algo que parte do governo se recusa a assimilar. Segundo ela, os sinais que o Executivo tem passado a respeito da meta pesam tanto ou mais que o número em si. Em outras palavras, não basta apenas manter o compromisso. É preciso demonstrar verdadeira disposição para atingi-lo, para assim conter a trajetória ascendente da dívida pública.
Crucial para reposicionar o Brasil na rota dos investimentos dos maiores fundos de investimento do mundo, o alerta das agências veio a calhar e, aparentemente, foi ouvido. O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, Danilo Forte (União-CE), confirmou que a meta não será modificada, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, poderá respirar aliviado – ao menos por alguns meses.
Em março, o governo terá de divulgar o primeiro relatório de avaliação de receitas e despesas primárias do ano. O principal recurso a indicar a disposição do Executivo para cumprir a meta será o contingenciamento de despesas. Mas é bom lembrar que até mesmo o bloqueio temporário de despesas entrou na mira de Lula, justamente por incidir sobre investimentos e obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Até lá, Haddad terá de trabalhar para aprovar medidas que reforcem a arrecadação da União no Congresso – como a reforma tributária, a taxação de fundos exclusivos, offshore e os juros sobre capital próprio, a regulamentação das apostas esportivas e a proposta que altera a tributação de grandes empresas que recebem subvenção dos Estados. Será um desafio e tanto, uma vez que a agenda está longe de ser consensual e o Congresso já está reduzindo o ritmo de votações em razão dos feriados e da proximidade das festas de fim de ano.
Fato é que a evolução do debate fiscal nas últimas três semanas mostra a pertinência do alerta das agências de classificação de risco. No fim de outubro, Lula desautorizou Haddad ao dizer que um déficit de 0,25% ou de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) não seria “nada”. Depois de muito ruído, o governo acabou por não enviar uma mensagem modificativa para formalizar a proposta ao Congresso, e o Legislativo não quis assumir o ônus por alterá-la por conta própria, a despeito do risco de bloqueio das emendas parlamentares.
O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), no entanto, prontamente apresentou emendas à LDO que permitiriam um déficit de 0,75% ou de 1%. Ainda que suas emendas não tenham sido acatadas, é bastante simbólico que a flexibilização que ele propôs tenha ido além, muito além do que o próprio Lula havia defendido no café da manhã com jornalistas, em 27 de outubro. Ademais, permanece no ar a possibilidade de a meta ser alterada diretamente no projeto do Orçamento, última votação antes do recesso parlamentar.
Haddad terá ainda que convencer o presidente Lula sobre a importância da responsabilidade fiscal. Até que isso ocorra, se é que vai ocorrer, sua vitória terá sido parcial e temporária. Em conjunto, as medidas para reforçar a arrecadação podem até reduzir o rombo nas contas públicas, mas não serão suficientes para resolver o problema que o ministro tem em suas mãos. “A fraqueza do arcabouço é a dependência de receitas”, ressaltou Maziad ao Estadão.
É nas despesas que o governo terá de mexer se realmente quiser reduzir o déficit fiscal e reverter o buraco no médio e longo prazos. Não se vê, no entanto, qualquer esforço claro e efetivo nesse sentido, pelo contrário, e o plano de revisão de gastos do Ministério do Planejamento e Orçamento continua em banho-maria, se é que já não morreu de vez.
Infomoney - SP 17/11/2023
A inflação medida pelo IPC-S desacelerou para 0,46% na segunda quadrissemana de novembro, ante variação de 0,53% na primeira leitura do mês, informou nesta quinta-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador acumula alta de 3,81% nos últimos 12 meses.
Nesta última apuração, cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação. A maior contribuição para o resultado do IPC-S no período partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação cuja taxa de variação passou de 3,95%, na primeira quadrissemana de novembro para 2,94% na segunda quadrissemana do mês.
Nessa classe de despesa, o destaque foi o do item passagem aérea, cujo preço variou 14,66%, ante 19,97% na edição anterior do IPC-S.
Também registraram decréscimo em suas taxas de variação os grupos: Transportes (de -0,08% para -0,28%), Vestuário (0,30% para 0,10%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,45% para 0,44%) e Comunicação (-0,04% para -0,05%).
Nessas classes de despesa, foram destacados o comportamento dos itens: gasolina (-1,26% para -1,84%), calçados infantis (0,96% para -0,49%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,91% para 0,79%) e serviços de streaming (0,10% para 0,00%).
Em contrapartida, os grupos Alimentação (de 0,43% para 0,65%), Habitação (-0,09% para 0,07%) e Despesas Diversas (0,09% para 0,11%) apresentaram avanço em suas taxas de variação.
Nestas classes de despesa, foram citados como mais relevantes os itens: hortaliças e legumes (4,79% para 7,51%), aluguel residencial (-1,12% para -0,56%) e serviço religioso e funerário (0,23% para 0,57%).
Infomoney - SP 17/11/2023
Os contratos futuros do minério de ferro na bolsa de Dalian caíram nesta quinta-feira, com a intervenção das autoridades chinesas para controlar a alta dos preços e com os dados fracos do setor imobiliário, que alimentaram preocupações sobre a demanda do principal setor consumidor de aço.
O minério de ferro mais negociado para janeiro na Dalian Commodity Exchange (DCE) da China fechou em queda de 1,5%, a 956 iuanes (131,77 dólares) por tonelada, depois de subir 1% na sessão anterior.
Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência para dezembro subiu 0,1%, a 130,04 dólares por tonelada.
“O recente aumento dos preços do minério de ferro, impulsionado pelo sentimento, chamou a atenção das autoridades chinesas”, disse Atilla Widnell, diretor administrativo da Navigate Commodities.
“A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) está investigando o que eles consideram ser preços ‘excessivamente altos’, e Dalian ajustou os limites de negociação de futuros de minério de ferro.”
Na quarta-feira, a DCE estabeleceu um limite para os volumes diários de negociação de futuros de minério de ferro em não mais do que 500 lotes em contratos para entrega de janeiro a maio de 2024.
Atilla disse que “o choque baixista deve ser apenas temporário, com os investidores otimistas aproveitando a oportunidade para comprar as baixas”.
Os preços das casas novas na China caíram pelo quarto mês em outubro, segundo dados oficiais, já que as medidas de apoio do governo pouco fizeram para dissipar o desânimo que paira sobre os consumidores do país e o setor imobiliário, que está sobrecarregado de dívidas.
A produção de aço bruto também caiu pelo quarto mês consecutivo em outubro, segundo dados divulgados na quarta-feira, uma vez que mais usinas implementaram a manutenção de fornos em meio à redução das margens e à demanda decepcionante na temporada de pico de consumo.
Infomoney - SP 17/11/2023
O governo federal e outras autoridades estaduais e federais apresentaram à Samarco e suas proprietárias, a Vale (VALE3) e a BHP, uma nova proposta de acordo compensatório sobre o desastre de Mariana (MG), que prevê que o Estado assuma parte significativa da ações de reparação mediante pagamentos pelas empresas.
As medidas específicas previstas na proposta, bem como o valor necessário para implantá-las, ainda não podem ser divulgados “em razão das tratativas da repactuação serem realizadas sob compromisso de confidencialidade dos participantes”, afirmou Advocacia-Geral da União.
Um acordo geral, após dezenas de bilhões de reais terem sido destinados em ações de reparações e indenizações pela Fundação Renova –criada para coordenar essas ações relativas ao caso de Mariana –, teria paralelo com um pacto de cerca de 38 bilhões de reais fechado pela Vale e autoridades referente a outro desastre, há alguns anos.
As mineradoras não responderam imediatamente a pedidos de comentários sobre a proposta.
Conforme o texto da proposta sobre Mariana, ficariam sob a responsabilidade de execução direta da Samarco, Vale e BHP apenas uma parte das obrigações ambientais, que seriam adotadas sob supervisão e monitoramento da União e dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo.
O rompimento da barragem em Mariana despejou uma onda gigante de lama em 5 de novembro de 2015, deixando 19 mortos, centenas de desabrigados, além de atingir comunidades, mata e toda a extensão do rio Doce até o mar do Espírito Santo.
Um termo para reparação de todos os danos foi fechado ainda em 2016, mas sem fixar um volume de recursos global a ser pago e deixando para frente diversas etapas a serem cumpridas. Por ora, o termo garantiu a suspensão temporária de milhares de ações na Justiça sobre o tema, mas a forma como foi elaborado vem sendo questionada por diversas partes e um acordo definitivo precisa ser alcançado.
A partir do termo foi criada a Fundação Renova, que gere as reparações, tanto coletivas como individuais, cujo escopo são 42 programas que se desdobram em muitos projetos que estão sendo implementados nos 670 quilômetros de área impactada.
No comunicado, o governo não cita a Fundação Renova ou se ela teria responsabilidades em um acordo definitivo.
PRÓXIMOS PASSOS
Ainda no comunicado, o governo afirmou que proposta apresentada é discutida entre o poder público e as empresas desde maio deste ano, quando o Tribunal Regional Federal da 6ª Região assumiu o caso.
Uma solicitação do governo para que a proposta seja publicada foi apresentada durante reuniões de conciliação entre 8 e 10 de novembro, na sede do tribunal, o que deverá ser avaliado na próxima rodada de reuniões, prevista para ocorrer entre os dias 20 e 24 de novembro.
“A proposta apresentada reafirma uma série de ações e medidas que permanecem como obrigação de fazer das empresas, ao mesmo tempo em que outras tantas são assumidas pela União e Estados, visando à reparação definitiva dos danos socioambientais que o rompimento da barragem causou”, disse em nota o adjunto do advogado-geral da União, Junior Fideles, que coordena a atuação da Advocacia-Geral da União nas negociações.
O comunicado adiantou ainda que a proposta estabelece que o governo federal e Estados se comprometem a executar ações em reforço ao sistema de saúde pública na região, a instituir programas de transferência de renda e de retomada econômica direcionado às populações mais vulneráveis e atingidas, bem como uma série de outras medidas, como a antecipação das metas de universalização dos serviços de saneamento básico nos municípios da bacia do Rio Doce.
Por outro lado, a retirada dos rejeitos e a conclusão de pagamento das indenizações individuais permaneceriam sob a responsabilidade das empresas.
No âmbito da União, a elaboração e apresentação da proposta foram coordenadas pela AGU e Casa Civil, mas envolve medidas e ações que serão assumidas e executadas por mais de dez ministérios.
IstoÉ Dinheiro - SP 17/11/2023
As obras de descaracterização da barragem B3/B4, na Mina Mar Azul, da Vale, localizada em Nova Lima (MG), serão concluídas no segundo semestre de 2024, três anos antes do prazo previsto, informou a mineradora. De acordo com a Vale, mais de 88% do material do reservatório da estrutura foi removido.
As obras incluem estabilização do terreno natural remanescente, implantação de sistemas de drenagem e revegetação.
A maior velocidade na remoção do rejeito se deveu ao bom desempenho dos equipamentos operados remotamente – com os operadores fora da área de risco – e à melhoria das condições de drenagem interna no reservatório.
O avanço no processo de descaracterização também proporcionou melhora das condições de estabilidade da estrutura e viabilizou a redução do nível de emergência de 2 para 1 pela Agência Nacional de Mineração (ANM).
O rejeito está sendo depositado na cava 7 da Mina Mar Azul e na cava da Mina da Mutuca, ambas da Vale, também em Nova Lima.
As cavas são locais de onde o minério foi extraído, em terreno natural e sem estrutura de barramento, mantendo o rejeito confinado.
Em 2019, devido ao aumento do nível de emergência da estrutura, as famílias precisaram ser removidas do distrito de Macacos.
Em dezembro de 2022, a empresa firmou acordo – com participação do Ministério Público de Minas Gerais, Defensoria Pública do Estado, município de Nova Lima e Ministério Público Federal – no valor de R$ 500 milhões para ações de reparação no distrito
A B3/B4 é uma das 17 barragens a montante que ainda serão eliminadas pela Vale e faz parte do Programa de Descaracterização da empresa.
Desde 2019, das 30 estruturas previstas, 13 (10 em Minas Gerais e 3 no Pará) foram eliminadas.
O Estado de S.Paulo - SP 17/11/2023
São 16h de uma segunda-feira chuvosa no sudeste de Londres e estamos tentando estacionar em paralelo numa subida, um rito de passagem necessário, embora desagradável, para qualquer motorista urbano. Nosso carro elétrico, um Ora Funky Cat vermelho brilhante, passou por uma bateria de rituais como essa — transportar móveis, transportar passageiros, evitar pedestres — e vai para as ruas de Londres como se tivesse sido feito para elas. Na superfície escorregadia de uma rua estreita, o Ora EV (veículo elétrico) se destaca: com pouco mais de 4 metros, é fácil estacionar em paralelo.
O Funky Cat é um EV que chama a atenção pelo design divertido que combina com seu nome; há um toque de Porsche nos para-lamas dianteiros alargados e na traseira mais baixa. O carro de fabricação asiática, colocado à venda no último outono, também está rondando um ponto ideal no mercado de veículos elétricos do Reino Unido: modelos pequenos e leves o suficiente para que uma bateria modesta possa levá-los a uma distância decente. Dos 72 carros elétricos disponíveis no Reino Unido, nove têm baterias com capacidade inferior a 50 kWh. Nos Estados Unidos, são apenas dois EVs com essa capacidade.
O Reino Unido tem uma longa tradição de carros pequenos populares, talvez melhor exemplificada por uma cena icônica de perseguição ao Mini Cooper no clássico britânico de 1969, The Italian Job. Mas a eletrificação está criando novos desafios para os modelos compactos, já que os caros pacotes de energia de íons de lítio levam as montadoras a adotar estratégias conflitantes.
No outro extremo do mercado de veículos elétricos, estão os carros grandes e luxuosos com baterias maiores e preços altos (veja: o BMW i7). Em outra ponta, estão os EVs menores e mais sucateados, como o Funky Cat, que procuram equilibrar a relação entre acessibilidade, alcance e tamanho. As montadoras estão apostando na demanda do Reino Unido por esses modelos.
À medida que o mercado de veículos elétricos encontra sua base global, a pegada do carro médio está crescendo. Os SUVs representaram 44% das vendas de veículos elétricos novos no Reino Unido no ano passado, em comparação com 30% de todas as vendas de carros novos (incluindo modelos elétricos, a gasolina e a diesel), de acordo com dados coletados pelo Comitê de Mudanças Climáticas e distribuídos pela Society of Motor Manufacturers and Traders, um grupo do setor.
Em nenhum outro lugar esse aumento é mais pronunciado do que nos EUA, o segundo maior mercado de vendas de veículos elétricos novos depois da China (o Reino Unido é o quarto). O veículo médio vendido nos EUA no ano passado pesava incríveis 4.329 libras (1.963,6 kg), enquanto o carro médio do Reino Unido era cerca de 1.000 libras (453 kg) mais leve, de acordo com estimativas da RAC Foundation, uma instituição que pesquisa o mercado automotivo do Reino Unido.
Esse diferencial é, em parte, um reflexo das necessidades dos consumidores locais. Um Ford F-150 é um carro grande demais para as ruas britânicas, e tanto a versão Towing (reboque) quanto o off-road (fora de estrada) são casos de uso pouco frequentes para os motoristas da Inglaterra.
Em Londres, que representa cerca de 13% da população do Reino Unido, um carro para o dia a dia pode ser mais um desafio logístico do que uma conveniência. A grande maioria dos moradores utiliza a rede de transporte público da cidade.
Mas o Reino Unido não está imune à pressão das montadoras por modelos maiores. Entre 2013 e 2022, as novas vendas de todos os tipos de carros diminuíram no Reino Unido, com exceção dos SUVs, cujas vendas aumentaram 75%, segundo a Society of Motor Manufacturers and Traders. Em agosto, testes realizados pela Which, um grupo de consumidores, identificaram 161 carros grandes demais para as vagas de estacionamento padrão do Reino Unido, em comparação com 129 em 2018.
Até mesmo carros pequenos que já foram populares, como o Fiat Punto e o Ford Fiesta, foram retirados por seus fabricantes e substituídos por SUVs nos últimos anos, diz Ralph Palmer, diretor de veículos elétricos e frotas do Reino Unido na Transport & Environment, uma ONG que acompanha o mercado de automóveis. “Eles estão percebendo que há grandes margens de lucro a serem obtidas com a venda de um SUV enorme por uma margem muito maior, mas vendendo menos deles”, diz Palmer.
Essa mudança, especialmente nos EVs, está criando uma escassez de opções para os passageiros que desejam comprar apenas o carro que precisam — uma lacuna que empresas como a Honda e a Kia estão agora procurando preencher com máquinas mais minimalistas. Os nove EVs do Reino Unido com capacidade de bateria abaixo de 50 kWh incluem, por exemplo, o Smart EQ Fortwo, que se parece com um carrinho de bate-bate que pulou a pista e pode percorrer 130 quilômetros com uma bateria de 17 kWh.
O Funky Cat da Ora é um pouco mais robusto. Ao contrário do Fortwo, ele tem assentos para cinco pessoas e pode percorrer quase 320 quilômetros com uma carga, o suficiente para ir de Londres a Leeds, aproximadamente um terço da extensão da ilha. Ainda assim, ele é um dos EVs mais leves do Reino Unido, em parte porque sua bateria tem capacidade de apenas 48 kWh. Para dirigir na cidade - e para o trajeto da maioria das pessoas - isso é suficiente.
Quando colocado à prova pela Bloomberg Green, o Funky Cat é capaz de fazer várias tarefas em Londres com uma única carga. Nosso passageiro mais alto, com 1,90 metros, tem bastante espaço para as pernas, e o porta-malas acomoda uma carga moderada da Ikea. Com os bancos traseiros abaixados, uma cadeira de escritório e um monte de caixas de papelão cabem na parte de trás; mesmo assim, o carro acomoda confortavelmente três pessoas. E depois de um dia de caminhada, o Funky Cat ainda tem capacidade para mais 160 quilômetros.
O Funky Cat é um dos poucos EVs chineses que estão tentando entrar no mercado automotivo do Reino Unido, muitos deles influenciados pela forte demanda asiática por carros pequenos. Os veículos em miniatura - que têm menos de 3,3 metros de comprimento, 1,5 metro de altura e 2 metros de largura - representam 40% das vendas de carros japoneses, e o carro elétrico mais vendido na China é o Wuling Mini EV de US$ 5 mil (R$ 24 mil), que tem uma velocidade máxima de 100 quilômetros (60 milhas) por hora. Os carros pequenos também são populares na Europa, embora menos do que costumavam ser.
Mas o preço continua sendo um desafio, diz Akshara Chandhok, diretor da Strategy&, parte da empresa de consultoria PWC. Por £31.995 (R$ 193 mil), o Funky Cat ainda é caro para um carro de nível básico. Da mesma forma, o Honda E, o equivalente veicular de um hamster, custa £38 mil (R$ 229 mil). O Mini elétrico custa a partir de £32.550 (R$ 196 mil), 42% a mais do que modelo à gasolina.
Embora o Funky Cat seja divertido, ele não parece tão luxuoso quanto sua etiqueta de preço pode sugerir. A navegação por satélite tem dificuldades com as previsões de tráfego; o assistente de bordo, acionado pelo comando “Hello Ora”, é mais enigmático do que útil; e não há Apple Carplay, embora isso esteja previsto para breve. Os bancos e o volante aquecidos só estão disponíveis em uma versão mais cara, que foi colocada à venda no mês passado e também conta com teto solar e assistência de estacionamento automático.
É verdade que ainda é cedo para os veículos elétricos. Os custos da bateria certamente cairão à medida que a tecnologia for aprimorada, o que reduzirá o piso dos preços. A médio prazo, mais variedade de modelos pode vir com a implementação do mandato ZEV do Reino Unido, que exige que quatro dos cinco carros vendidos por qualquer marca no país sejam elétricos até 2030. No próximo ano, 22% dos carros de cada fabricante deverão ser de emissão zero.
O mandato “deve incentivar os fabricantes a ter uma gama mais ampla de EVs, o que significa alguns na extremidade inferior da escala de preços”, diz Edmund King, presidente da AA, uma associação britânica de automobilismo. “Eles precisam atender a essas porcentagens, e nem todo mundo pode pagar por um carro de £60 mil.”
Já há evidências de que os consumidores do Reino Unido gostariam de ter mais opções de baixo custo. De acordo com uma pesquisa publicada pela T&E no início deste ano, mais de 9% dos britânicos optariam pela eletricidade se houvesse no mercado um carro elétrico pequeno que custasse £21 mil (R$ 126 mil) e tivesse uma autonomia de 250 a 300 quilômetros. Por enquanto, isso não acontece.
Valor Investe - SP 17/11/2023
Paralização começa a afetar o nível de atividade econômica americana, como demonstrado por números da produção industrial de outubro
A produção industrial dos Estados Unidos caiu 0,6% em outubro na comparação com o mês anterior, de acordo com indicador divulgado pelo Federal Reserve (Fed). A leitura veio mais fraca que a queda de 0,4% prevista por economistas consultados pelo "The Wall Street Journal".
Dois dos três componentes industriais do indicador caíram em outubro: o de atividade manufatureira teve 0,7% e serviços básicos recuou 1,6%. Já a mineração subiu 0,4%.
Em comparação com outubro de 2022, a produção industrial nos EUA caiu 0,7% no mês passado.
Segundo o Fed, grande parte da queda na produção industrial registrada em outubro deve-se ao recuo de 10% na produção de peças e motores de veículos, afetada pelas greves em várias fábricas do setor. Veja aqui o relatório completo do Fed.
A divulgação do indicador se soma a outros números que são monitorados de perto pelos investidores por conta do rumo da política monetária naquele país.
Mais cedo, os números de pedidos de seguro-desemprego vieram acima das expectativas de mercado e indicam desaceleração da economia.
Ontem (15), durante o feriado da Proclamação da República no Brasil, a inflação ao produtor dos EUA registrou queda de 0,5% em outubro ante setembro.
Combinados, os indicadores mostram que o aumento dos juros por lá parece já estar de bom tamanho. Reforça, a tese de que o banco central norte-americano deve pausar a trajetória de alta, frente a uma economia com menos força e, por consequência, com menor pressão inflacionária.
Conteúdo originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico
Construção Latino-americana - SP 17/11/2023
Além das máquinas eléctricas a bateria, os fabricantes de equipamentos de construção e de motores estão a correr para desenvolver novas tecnologias de motores que utilizem hidrogénio como combustível.
Até agora, os motores de combustão interna (ICE) a hidrogénio mostram-se promissores e várias empresas revelaram planos para produzir motores H2 dedicados ou ICE independentes de combustível (incluindo JCB, Perkins e Cummins).
Mas o debate continua sobre a adequação de outra forma de hidrogénio, as células de combustível de hidrogénio, para aplicações off-road.
As células de combustível envolvem a alimentação de gás hidrogênio comprimido de um tanque de combustível reforçado com fibra de carbono para uma pilha de células de combustível que combina oxigênio e hidrogênio para gerar eletricidade para um motor elétrico, em vez de queimá-lo.
Depende de a quem você pergunta se é provável que eles cheguem aos equipamentos de construção do futuro, à medida que a indústria continua o seu caminho rumo à descarbonização.
JCB: “Muito caro”
Isto foi ilustrado durante a recente Cimeira Diesel Progress em Louisville, EUA, organizada pela revista Diesel Progress da KHL, onde representantes da empresa de soluções energéticas Volvo Penta e do fabricante britânico de equipamento de construção JCB ofereceram opiniões divergentes sobre o assunto.
Chris Giorgianni, vice-presidente de produtos da JCB North America, disse em uma mesa redonda que a empresa estava comprometida com máquinas elétricas e máquinas com motores de combustão de hidrogênio, mas descartou células de combustível.
Ele disse: “Vemos o valor da eletricidade porque ela tem zero emissões e baixo ruído. Mas existem desvantagens. São muito caros: alguns equipamentos podem custar quase o dobro dos seus equivalentes a diesel. E você também tem o desafio do peso. O peso é uma vantagem para você no lado compacto, mas à medida que você aumenta a faixa, o peso se torna um problema, especialmente se você deseja um equipamento maior alimentado por bateria.
“Existe também uma dependência de fornecimentos minerais críticos em áreas onde os Estados Unidos não têm tanta influência, pelo que a cadeia de abastecimento poderá ser problemática no futuro. Depois, há acesso à eletricidade. Num ambiente urbano, a electricidade faz sentido: normalmente terá acesso a muitas fontes de combustível. Mas à medida que você se muda para lugares novos e antigos, esse não é o caso.”
Com esses fatores em mente, Giorgianni disse que a JCB analisou as células de combustível e construiu algumas escavadeiras maiores movidas a células de combustível.
Embora a empresa tenha descoberto que, embora as máquinas não produzissem necessariamente níveis de ruído mais baixos, tinham “melhor qualidade de ruído” e podiam ser reabastecidas rapidamente, além de produzirem baixas emissões.
Mas a maior desvantagem foi o custo, Giorgianni.
Ele disse: “É muito caro. Se você olhar para uma escavadeira maior, estará investindo mais de US$ 100.000 em custos na máquina. Nós nos perguntamos: isso é algo que nossos clientes estão dispostos a aceitar? A JCB também adquiriu alguns ônibus londrinos movidos a células de combustível e removemos os sistemas de células de combustível. Descobrimos que muitas membranas foram substituídas e começamos a pensar em nossos locais de trabalho e em como será prático trocá-las no local de trabalho. “Não parecia uma solução prática para nós.”
Ele acrescentou que as células a combustível de hidrogênio exigiam refrigerantes especiais que poderiam ser facilmente confundidos com outros refrigerantes se máquinas com diferentes tipos de motores fossem usadas em um único local.
“Realmente sentimos que, do ponto de vista da célula de combustível, embora a tecnologia seja excelente, não nos sentíamos práticos no nosso ambiente”, concluiu Giorgianni.
Em vez disso, a JCB concentrou os seus esforços em motores de combustão a hidrogénio. Os ICEs de hidrogênio da empresa já estão alimentando protótipos de retroescavadeiras e manipuladores telescópicos Loadall, e a empresa também introduziu recentemente seu próprio tanque de reabastecimento móvel projetado e construído para as máquinas.
Volvo Penta: “Temos toda a intenção de oferecer células de combustível”
Os comentários de Giorgianni contrastaram com os de outro palestrante no Diesel Progress Summit, Darren Tasker, vice-presidente de vendas industriais da Volvo Penta das Américas.
Tasker disse que a Volvo Penta espera que haja uma combinação de tecnologias para alimentar os motores do futuro.
Sobre o hidrogénio, ele disse: “Esta será claramente uma tecnologia forte do futuro. Hoje. Temos nosso motor bicombustível diesel-hidrogênio. Dentro de 18 meses a dois anos, lançaremos um motor a gás natural. Isto é para a evolução da tecnologia do hidrogénio. Esse motor a gás natural terá ignição por centelha total e o próximo passo nessa linha será ter uma linha de motores com centelha 100% a hidrogênio.
“O próximo passo é a célula de combustível. E, claro, não estamos apenas a trabalhar no aspecto tecnológico da possibilidade de utilização do hidrogénio em aplicações todo-o-terreno e de geração de energia, mas estamos a analisar como podemos trabalhar eficazmente com os fornecedores de hidrogénio para fornecer hidrogénio verde em linha com nossa meta para 2050. objetivos. Portanto, é um caminho de desenvolvimento tecnológico, mas também é um caminho de desenvolvimento de disponibilidade de combustível que penso que não só a Volvo, mas vários fornecedores de motores na cadeia de fornecimento estão nesse caminho.”
Questionado se considerava as células de combustível adequadas para aplicações todo-o-terreno, dado o debate em torno do tema, Tasker disse: “Consideramos que as células de combustível que estamos a desenvolver são suficientemente robustas para aplicações todo-o-terreno. Pode ser uma fonte de combustível independente, mas será mais eficiente se usado com baterias.
“A taxa de mudança será mais fácil de adaptar se você quiser ir de zero a 100% de carregamento também com armazenamento de energia a bordo. Mas certamente as células de combustível serão suficientemente robustas. “Pretendemos oferecer as células de combustível que estamos desenvolvendo para aplicações off-road.”
Novos modelos de negócios são necessários
No entanto, Tasker reconheceu que há trabalho a ser feito para ajudar os clientes com o elevado custo de capital que as novas formas de tecnologia implicam.
Ele acrescentou: “Como fornecedores de motores, precisaremos ajudar os clientes a fazer a transição com sucesso. Sabemos que há uma alta taxa a pagar por esta tecnologia. É uma tecnologia cara e é necessária pesquisa e desenvolvimento significativos para desenvolvê-la.
“Os primeiros usuários serão desafiados pela questão de como comercializar isso? E aí teremos que examinar diferentes modelos de negócios. Como cobramos pela energia como serviço em vez de hardware? Como analisamos as opções de leasing? Como planejamos reduzir essa taxa de utilização e operação de energia e, ao mesmo tempo, compensar o custo durante um período de tempo com custos operacionais mais baixos?
Tecnologias complementares
Também falando na Cúpula, Jim Nebergall, gerente geral de motores a hidrogênio da Cummins, disse que a empresa estava buscando os dois tipos de tecnologia.
“Nós realmente não vemos isso como células de combustível ou motores. Eles são bastante complementares. O abastecimento do equipamento é igual para uma célula de combustível e para um motor. A produção e distribuição de combustível podem ser complementares. É raro ter duas tecnologias tão diferentes (um motor e uma célula de combustível) que possam utilizar o mesmo combustível. Portanto, ter duas opções ajudará a construir essa infraestrutura e a impulsionar a demanda.”
Paul Mercurio, diretor de vendas de sistemas de injeção de combustível da Liebherr nos EUA, também disse esperar que as células de combustível “façam parte do mix”.
Este é especialmente o caso de máquinas maiores, onde Mercurio disse que a Liebherr também vê necessidade de motores de combustão interna movidos a diesel, biodiesel e hidrogênio.
Ele acrescentou que também existem algumas aplicações desafiadoras, como caminhões de mineração, grandes escavadeiras e escavadeiras que operam em condições extremas, onde “os sistemas elétricos de bateria podem não atingir todo o potencial necessário”.
Ele acrescentou: “Ao mesmo tempo, também aqui existem aplicações para células de combustível. Existem algumas preocupações com as células de combustível em termos da pureza do hidrogénio utilizado numa célula de combustível que tem de ser muito elevada e em locais de trabalho como este é muito sujo e poeirento. Isto é algo a ter em mente ao reabastecer no local e também ao manter as células de combustível limpas para que funcionem corretamente.”
Infomoney - SP 17/11/2023
O índice de confiança das construtoras dos Estados Unidos, medido pela Associação Nacional de Construtoras (NAHB, na sigla em inglês), recuou seis pontos em novembro, para 34. Esta é a quarta queda mensal consecutiva na confiança dos construtores: os níveis de sentimento diminuíram 22 pontos desde julho e estão no nível mais baixo desde dezembro de 2022.
A previsão de analistas consultados pelo Wall Street Journal era de queda menor, a 39 pontos no período.
Em nota, o economista chefe do NAHB, Robert Dietz, afirma que a instituição aposta em uma melhora nas condições para a construção de casas nos próximos meses, visto que a queda dos rendimentos das T-notes de 10 anos abaixo de 4,5% tende a derrubar as taxas hipotecárias também.
Dentro da pesquisa do NAHB, o índice que mede as atuais condições de vendas de imóveis caiu seis pontos, para 40, sendo que abaixo de 50 indica condições consideradas ruins.
Já o componente que mapeia as expectativas de vendas nos próximos seis meses caiu cinco pontos, para 39, e o medidor que mensura o tráfego de potenciais compradores caiu cinco pontos, para 21.
O Estado de S.Paulo - SP 17/11/2023
A agenda ESG (ambiental, social e de governança) na logística de transporte de grãos no País passa necessariamente pelas hidrovias e ferrovias, afirmou a coordenadora de Assuntos Estratégicos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Elisângela Lopes, durante painel no Estadão Summit Agro 2023. “A matriz de transporte brasileira é ‘inversa’, focada mais em rodovias do que em hidrovias e ferrovias, que emitem menos gases do efeito estufa”, disse Elisângela, acrescentando que, hoje, 65% da carga no Brasil segue por rodovias e o restante vai pelos outros dois modais. “Lembrando que 66% das nossas estradas são consideradas regulares, ruins ou péssimas, o que também aumenta a emissão de poluentes gerados pelo diesel.”
Ferrogrão é impasse
Nesse sentido, Elisângela elogiou o novo PAC lançado pelo governo federal, que contempla obras de infraestrutura, entre elas investimentos importantes em ferrovias. “Temos também o estudo da Ferrogrão, embora se ela sairá ou não do papel ainda seja um impasse”, continuou. O projeto da Ferrogrão tem seu traçado principal em Mato Grosso e Pará, em direção aos portos do Norte do País, no Arco Norte, para o escoamento de grãos, sobretudo de produtores mato-grossenses. Há questões ambientais, como o desflorestamento de parte da Reserva do Jamanxim, no Pará, e até o momento não foi aprovada.
Ainda sobre logística ESG, a coordenadora da CNA citou os estudos que existem em relação à navegabilidade de rios do Norte, como o Tapajós, o Madeira e o Tocantins, “que são potencialmente navegáveis, mas infelizmente não se consegue navegar neles durante o ano todo”.
Para outro participante do painel, o diretor de Logística para América do Sul da trading ADM, Vitor Vinuesa, “a partir do momento em que se muda a matriz de transporte da rodovia para a ferrovia e hidrovia, automaticamente a logística do País passa a ficar em linha com a pauta ESG”. De todo modo, ainda há uma necessidade “muito represada”, em relação ao transporte de grãos por modais mais sustentáveis, dependendo de projetos estruturantes. Do lado da ADM, Vinuesa indicou que a trading tem feito investimentos no Porto de Santos, no litoral paulista, para minimizar o impacto do seu terminal de grãos à população do entorno. “Investimos para tornar o terminal mais amigável ambientalmente à vizinhança do Porto de Santos.”
O cofundador da HR Tech Mereo, Ivan Cruz, empresa de pesquisas também relacionadas ao agro, diz que o levantamento, anual, contribui para as empresas do setor implementarem “modelos de gestão e estratégias para resolver desafios logísticos e de ESG”. “Em 2020, apenas 33% das empresas do agro na pesquisa – que eram em sua maioria de médio porte – mensuravam o ESG em seus três pilares (social, governança e ambiental)”, disse. “Já na pesquisa que será divulgada em 2024, todas as empresas do agro estão medindo o ESG em suas operações em seus três pilares. Vimos uma evolução.”
Portos e Navios - SP 17/11/2023
A Infra S.A. publicou no Diário Oficial da União desta quinta-feira (16) o edital para contração de obras em um lote do trecho da Ferrovia de Integração Oeste Leste, a FIOL 2, na Bahia. O edital contempla a execução de obras em 140 quilômetros de extensão, e inclui a montagem de superestrutura ferroviária na ponte sobre o Rio São Francisco.
A atualização do projeto básico, transformando-o em projeto executivo, também será de responsabilidade da empresa que vencer a licitação. O diretor-presidente da Infra S.A., Jorge Bastos, destaca que a retomada dos investimentos públicos no setor ferroviário é uma das principais diretrizes do Ministério dos Transportes.
“O empreendimento da FIOL 2 foi um dos primeiros projetos a serem anunciados no Novo PAC. Isso reflete o tamanho da importância desse projeto para a infraestrutura do Brasil. O presidente Lula e o ministro Renan Filho sabem que o investimento público é fundamental para geração de empregos e para ampliar a participação das ferrovias no transporte de cargas”, afirmou.
O orçamento para a contratação previsto no edital é de R$ 368.629.055,17. A abertura dos envelopes com as propostas está prevista para ocorrer em 24 de janeiro de 2024.
Money Times - SP 17/11/2023
Os contratos futuros de petróleo encerraram mais uma sessão da semana em vermelho, em meio a sinais enfraquecidos de demanda da economia chinesa.
Enquanto o WTI retrocedeu 4,93%, aos US$ 72, o Brent recuou 4,39%, aos US$ 77. Trata-se do menor patamar de negociação dos últimos quatro meses.
Pesou para investidores dados relacionados ao refino de combustíveis na China, que caiu 2,8% em relação ao mês de outubro.
A queda no processamento de petróleo bruto vai em linha com a atividade industrial em desaceleração do país, como observado pela inesperada contratação do índice de gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) em outubro.
Apesar das trepidações no caminho, a Julius Baer vê a China conseguindo alcançar a meta de crescimento de 5% ao fim de 2023.
O setor imobiliário e os investimentos estrangeiros continuam sendo os dois maiores pontos de atenção para a segunda economia do mundo.
“A desaceleração em investimentos fixos foi observada de maneira ampla, com projetos de infraestrutura e do setor industrial sofrendo um pouco mais. A nova rodada de estímulos ao setor de construção civil através de mais gasto público ainda precisa ser aprovada, e os seus resultados só deverão ser sentidos mais concretamente a partir dos próximos meses”, destaca Sophie Altermatt, economista da Julius Baer.
Opep e Agência Internacional de Energia desacreditam em cenário pessimista
Na contramão dos dados recentes e do tom mais pessimista do mercado, entidades como a Opep e a Agência Internacional de Energia (AIE) veem brecha para aumento na demanda por petróleo — sobretudo na Ásia.
Em relatório divulgado no início da semana, o cartel de produtores vê “exagero” na atual reação dos mercados e considera que a economia global tem se provado mais resiliente do que o inicialmente previsto, o que abre espaço para maior consumo de energia.
A Opep manteve a política de cortes inalterada na última reunião geral.
Em linha com o diagnóstico mais otimista do cartel, a AIE aumentou a projeção para a demanda global por 100 mil barris por dia (bpd). Ao todo, espera-se que a economia global feche 2023 com um aumento de 2,4 milhões bpd no consumo de petróleo.
O Estado de S.Paulo - SP 17/11/2023
As preocupações quanto à demanda de petróleo, sobretudo na China, combinadas com o aumento dos estoques nos Estados Unidos fizeram o preço da commodity cair mais de 5% no pregão de hoje. No Intercontinental Exchange (ICE), o Brent (petróleo originário do Mar do Norte) caía 5,43%, para US$ 76,77 o barril, nos contratos de janeiro. Trata-se do menor patamar desde julho. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para dezembro opera em queda de 4% às 15h48, cotado a US$ 72,53 o barril.
O diretor e sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, afirma que, além dos fatores que já vem deixando o mercado volátil há algum tempo - como dúvidas sobre a demanda da China, juros e inflação altos -, a venda de posições dos fundos de hedge (proteção) também impactam o preço do mercado físico da commodity.
“Essa queda maior do petróleo de setembro e outubro para cá é porque você tem o mercado financeiro e o físico de petróleo. Os fundos de hedge venderam 37% da posição desde setembro, isso significa algo em torno dos 200 milhões de barris de petróleo”, disse Pires, ao Estadão/Broadcast.
Ele informa ainda que, desde a pandemia do Covid-19, o petróleo vem registrando um comportamento de alta volatilidade, e que se não houvesse tantos fatores de pressão, onde também entram conflitos geopolíticos que trazem tensão a esse mercado - guerra Ucrânia/Rússia e Israel/Hamas -, o preço justo para a commodity no momento seria de US$ 85 o barril.
“Se o Irã entrar na guerra (Israel/Hamas), o petróleo vai a US$ 150, mas se tirar esses fatores e a volatilidade diminuir, o preço do petróleo deveria ser de US$ 85 o barril, o que deve voltar até o final do ano”, prevê o especialista.
Com a queda do preço do petróleo no mercado internacional, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) caem 1,52% nesta quinta-feira (16), às 16h31, cotadas a R$ 35,63. O Ibovespa, no entanto, sobia 1,13%, aos 124.562,24 pontos.
Valor - SP 17/11/2023
Mesmo com recuo de negócios, participação do Brasil no faturamento da companhia deve crescer
Ainda não se sabe em que medida, mas os problemas climáticos desta primavera, com chuvas no Sul do país e tempo quente e seco no Centro-Norte, devem impactar negativamente a produção de grãos em 2023/24. Com menor renda, a expectativa é que recuem as vendas de máquinas e equipamentos agrícolas no ano que vem, disse ao Valor/Globo Rural o presidente da John Deere no Brasil, Antonio Carrere.
Ainda assim, a participação do país no faturamento total da companhia deve crescer. “O Brasil e a América Latina como um todo têm se tornado cada vez mais relevante para a empresa, tanto que estamos direcionando muitos investimentos em pesquisa e desenvolvimento para a região”, afirmou ele sem, no entanto, poder divulgar números. A Deere & CO, holding que controla a John Deere, divulga seus resultados globais no dia 26 de novembro.
Como exemplo ele cita o anúncio da companhia sobre o desenvolvimento de um motor a etanol. “Acabaram os testes em laboratório e os primeiros testes em campo serão feitos no Brasil”, afirmou Carrere. Depois disso, o lançamento de uma máquina agrícola com motor a etanol pode levar até dois anos.
O lançamento de produtos movidos ao biocombustível é parte da estratégia global da companhia de reduzir a emissão de carbono em suas operações, parceiros e fornecedores. Além do etanol, a John Deere testa máquinas com motor a hidrogênio verde, biodiesel e eletricidade. “Outros mercados têm preferências e necessidades diferentes. Na Europa, por exemplo, já temos máquinas pequenas elétricas em funcionamento. Aqui, com o tamanho das propriedades não seria possível. Além disso, Brasil e também os EUA têm no etanol uma base forte de energia”, completou. Os dois países juntos concentram 80% da produção global de etanol de milho ou de soja.
A Deere & Co investe quase US$ 2 bilhões ao ano em pesquisa e desenvolvimento e, além de o uso de novos combustíveis, testa equipamentos com inteligência artificial, leitura de dados e rastreabilidade. Carrere está agora na Alemanha, na Agritechnica 2023, uma das maiores feiras de máquinas agrícolas do mundo, onde tem visto outras fabricantes mostrarem muitas inovações. “A diferença é que nós anunciamos realidade e não protótipos.”
CNN Brasil - SP 17/11/2023
A produtividade do setor agropecuário deve ser um dos fatores que continuará impulsionando o superávit da balança comercial do Brasil nos próximos anos, de acordo com um estudo realizado pela economista Iana Ferrão, do BTG Pactual.
Para 2023, a expectativa da instituição é de superávit de US$ 95 bilhões — valor mais elevado da história e 50% maior do que o recorde anterior, de US$ 62,4 bilhões, registrado em 2022.
Em entrevista à CNN, Iana citou um levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) que mostrou que entre 2000 e 2019 o Brasil liderou a produtividade agropecuária mundial entre 187 países.
“Desses 187 países que a USDA analisou, o Brasil foi o que teve maior aumento da atividade agropecuária. E olhando a abertura das importações desse ano e olhando a aprovação da reforma tributaria, as expectativas para a parte agro também são favoráveis nos próximos anos”, avaliou Iana.
Além disso, a economista destacou o crescimento muito forte do volume importado de bens de capital ligado ao setor agrícola como um dos fatores que deve contribuir para a boa produtividade do setor nos próximos anos.
“E a reforma tributária beneficia de forma bastante significativa o setor agro exportador, então isso também vai aumentar a produção e a eficiência do setor no médio e longo prazo”, acrescentou.
Para este ano, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas no país deverá fechar o ano com 318,1 milhões de toneladas, 20,9% maior do que a registrada no ano anterior.
Para Iana, o aumento de produtividade do setor agrícola pode ser explicado pelas reformas que foram feitas no sistema de pesquisa e de financiamento da produção, além de investimentos em pesquisa, fixação biológica de nitrogênio, adoção do plantio direto e manutenção dos sistemas integrados.
Ela explica que, atualmente, a produção é cada vez mais intensiva em ciência e tecnologia e menos intensiva em fatores tradicionais.
Para 2024, o BTG Pactual espera ligeira redução de saldo da balança comercial brasileira, para US$ 87 bilhões. Apesar de o patamar ainda ser bem robusto e muito superior ao dos últimos anos, a projeção é de que a queda irá decorrer, principalmente, pela menor safra agrícola, com destaque para a soja e para a redução dos preços das commodities.
Petróleo
Além do setor agropecuário, a produção de petróleo também aparece em destaque como um dos impulsionadores da balança comercial no estudo de Iana.
Segundo a economista, nos últimos sete anos, o crescimento da produção da commodity no Brasil foi de 20%, explicado principalmente pela exploração da commodity na camada do pré-sal.
Em 2023, a balança de petróleo e derivados deve alcançar um superávit de quase US$ 25 bilhões.
Para os próximos sete anos, a estimativa da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) é de aumento de 80% na produção, número quatro vezes superior ao dos últimos sete. “E só em 2023, a gente já está vendo um crescimento de 12%, que é muito expressivo”, disse.
Além disso, as projeções também se explicam pelo aumento do volume de exportação e a redução das importações puxadas pelo preço.
“Quando a gente vai olhar as exportações, o que explica a maior parte do crescimento dessas exportações é o aumento do volume exportado de petróleo e derivados”, acrescentou.
O BTG Pactual estima que a balança de petróleo e derivados alcance US$ 33 bilhões em 2024, US$ 52 bilhões em 2026 e US$95 bilhões em 2029.
Caso a curva de produção esperada pela EPE se materialize, o Brasil passará a integrar até o fim da década o grupo dos cinco maiores exportadores de petróleo do mundo, atrás apenas de EUA, Arábia Saudita, Rússia e Canadá, explicou a especialista.
“Se a produção de petróleo projetada pela EPE se materializar ao longo dos próximos anos, a arrecadação do governo com o regime de partilha de produção poderá aumentar de forma significativa”, concluiu.
Jornal do Comércio - RS 17/11/2023
Fabricante John Deere apresentou novidade na Agritechnica
Um motor movido a etanol para o mercado agrícola foi anunciado pela John Deere em Hannover (Alemanha), que sedia a Agritechnica, principal feira de máquinas agrícolas no mundo, como alternativa ao uso do diesel no campo. A fabricante de máquinas agrícolas, de construção e florestal afirma que, pelo fato de o etanol ser um combustível de alta octanagem, é uma opção viável para os motores de combustão interna de alto desempenho.
Um motor movido a etanol para o mercado agrícola foi anunciado pela John Deere em Hannover (Alemanha), que sedia a Agritechnica, principal feira de máquinas agrícolas no mundo, como alternativa ao uso do diesel no campo. A fabricante de máquinas agrícolas, de construção e florestal afirma que, pelo fato de o etanol ser um combustível de alta octanagem, é uma opção viável para os motores de combustão interna de alto desempenho.
A iniciativa de substituição do diesel pelo etanol se soma a outras apresentadas na própria Agritechnica e também por outros fabricantes. Máquinas movidas a biometano ou mesmo energia elétrica são apontadas como alternativas mais sustentáveis para a agricultura.
Segundo a John Deere, a solução anunciada na Alemanha será "amplamente focada no mercado brasileiro", que já conta com redes bem consolidadas de produção e distribuição de etanol, devido ao uso já difundido do combustível especialmente a partir de 2003, quando surgiu o motor flex para carros de passeio.
Um dos principais produtores de etanol do mundo, o Brasil moeu na safra 2023/2024, iniciada em abril, 560,54 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na região centro-sul, 14,06% mais que as 491,46 milhões de toneladas registradas no mesmo período da safra 2022/23, segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
Das 258 usinas ainda em operação na atual safra, 241 processam cana, 8 fazem etanol a partir do milho e 10 são flex.
A venda de etanol soma 18,21 bilhões de litros na safra vigente, 4,35% acima do registrado na safra anterior, em igual período.
"O motor a etanol é mais uma iniciativa para seguirmos liderando esta jornada de transformação, enquanto apoiamos os produtores em sua desafiadora missão de garantir segurança alimentar a uma população global crescente", disse, por meio de nota, o presidente da John Deere Brasil, Antonio Carrere.
Na Agritechnica, a Fend também mostrou o trator E 107 Vario, movido 100% a energia elétrica.
Em dezembro do ano passado, a CNH Industrial apresentou protótipos de dois novos tratores, um movido a gás liquefeito e outro elétrico.
Mais silenciosos que os modelos existentes e com a proposta de reduzir custos e serem mais sustentáveis ambientalmente, os tratores foram concebidos com o objetivo de atender tanto produtores maiores, caso do veículo movido a gás liquefeito, quanto pequenos, foco da opção elétrica.
Um outro modelo da New Holland, fabricado na Inglaterra, é movido a biometano e usa dejetos de porcos para o abastecimento. Ele já está em uso em uma fazenda de Mato Grosso do Sul.
O anúncio da John Deere, conforme a empresa, vai ao encontro de metas de sustentabilidade para 2026 e 2030, que abrangem não só as emissões da empresa, mas também em ajudar a reduzir insumos e emissões de clientes e fornecedores. Entre elas estão apresentar até 2026 uma solução viável de motor de baixa/livre emissão de carbono e entregar um trator com sistema totalmente autônomo e elétrico ao mercado.
A Agritechnica começou no último dia 12 e terminará sábado (18) em Hannover. Com 2.700 expositores de 53 países, tem a previsão de receber 400 mil visitantes de 135 nacionalidades.
A Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) tem um pavilhão na feira que abriga nove empresas.
Uma delas é a SaveFarm, indústria gaúcha que levou para a Alemanha uma solução de inteligência artificial para pulverizadores, que segundo a empresa reduz o consumo de defensivos em até 95%.
Em sua primeira edição após o início da pandemia da Covid-19, ocorre em meio ao cenário global incerto, como os impactos da guerra da Rússia contra a Ucrânia e os desafios das mudanças climáticas.
Nesse ponto, a organização da feira cita em comunicado que já estão sendo implementadas por produtores europeus medidas para usar recursos de forma eficiente, como rotação de culturas e redução no consumo de diesel.
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