Exame - SP 17/06/2025
“Um país competitivo precisa de uma indústria do aço competitiva.” A afirmação de Chia Yuan Wang, presidente da Gerdau Aços Longos na América do Norte, resume o momento da operação da empresa nos Estados Unidos e Canadá — operações hoje responsáveis por quase metade da receita global da siderúrgica brasileira.
Formado em engenharia metalúrgica pela UFRGS e com passagem pelas operações do Brasil, Canadá e China, Wang lidera a companhia na América do Norte desde 2018, mas é neste ano, com todas as movimentações do presidente Donald Trump, que Wang vê um futuro firme como o aço para siderúrgica brasileira.
O primeiro dado que traz essa previsão é a do backlog (carteira de pedidos já confirmados, mas ainda não entregues) superior a 70 dias – um resultado acima da média histórica, afirma Wang.
"Notamos também um impacto positivo das tarifas de importação anunciadas pelo governo norte-americano na utilização da nossa capacidade produtiva, que é 100% voltada para o fornecimento de aço para o mercado doméstico", afirma Wang.
Com exclusividade à EXAME, Chia Yuan Wang, presidente da Gerdau Aços Longos na América do Norte, conta como a companhia brasileira está levando a cultura da família e os resultados do negócio para um novo patamar global.
"O aço é visto, pelos Estados Unidos, como um setor estratégico e imprescindível para a segurança nacional, e estamos prontos para essa demanda", diz o presidente.
Uma Gerdau gigante fora do Brasil
Com uma operação robusta em solo americano e canadense — com 13 usinas, 35 centros de coleta de sucata e cerca de 6.600 funcionários — Wang afirma que a Gerdau tem colhido os frutos de uma atuação cada vez mais integrada, tecnológica e sustentável no hemisfério norte.
“Temos um portfólio flexível e 100% voltado para o atendimento da demanda doméstica”, conta o presidente que lidera as operações que tem capacidade de 6,8 milhões de toneladas/ano.
Cerca de 60% dos negócios da Gerdau América do Norte estão concentrados nos setores de manufatura, energia e automotivo; os demais 40% miram infraestrutura e construção não residencial — segmentos que vêm puxando a alta dos pedidos em 2025, conta o presidente.
O investimento bilionário no EUA
As operações na América do Norte representaram 47,3% da receita da Gerdau em 2024, o equivalente a R$ 31,9 bilhões. Já no primeiro trimestre de 2025, a participação subiu para 49,7%, com R$ 8,7 bilhões em faturamento.
“Para atender à crescente demanda, prevemos um plano global de investimento de R$ 6 bilhões neste ano, contemplando projetos voltados à manutenção, expansão e atualização tecnológica das operações nas Américas”, afirma.
Parte deste valor, segundo Wang, será destinado à ampliação das unidades americanas em Midlothian (Texas) e Monroe (Michigan), que somam 450 mil toneladas a mais de capacidade produtiva.
“A expansão da unidade de Midlothian, no Texas, irá ampliar a produção anual de aços longos em 250 mil toneladas de produção, com um potencial de captura de Ebitda estimada em R$ 140 milhões. Já na unidade de aços especiais em Monroe (Michigan), a produção deve ser ampliada em 200 mil toneladas, com um investimento de R$ 350 milhões”, afirma.
Mesmo com o avanço técnico, Wang reforça que os valores familiares e humanos seguem sendo a base do negócio.
“A cultura da Gerdau, construída ao longo de 124 anos, está presente em todas as regiões onde atuamos”, afirma Wang. “Segurança em primeiro lugar e fazer o certo são princípios inegociáveis — inclusive nos EUA.”
Foco em ESG: reciclagem e descarbonização
Outro pilar da expansão da Gerdau é a sustentabilidade. A operação americana é baseada em fornos elétricos com uso de sucata metálica. Segundo o presidente, esses investimentos colocam a Gerdau como líder na redução de emissões na indústria do aço no continente.
“O aço é um material infinitamente reciclável e, para cada tonelada de sucata reciclada, se evita a emissão de 1,5 toneladas de CO2e”, afirma Wang.
Para reforçar essa estratégia, a Gerdau instalou uma planta solar com 230 mil painéis em Midlothian, capaz de abastecer 13 mil residências e cortar em 10% as emissões anuais da unidade.
Além disso, em dezembro do ano passado a companhia comprou ativos da Dales Recycling Partnership, uma empresa que capta e processa sucata ferrosa e não-ferrosa.
“Os ativos incluem terrenos, estoques e ativos fixos nos estados do Tennessee, Kentucky e Missouri, com capacidade anual de processar mais de 150 mil toneladas por ano. A aquisição teve como objetivo aumentar a captura de sucata ferrosa cativa pela Gerdau por meio de canais próprios a um custo competitivo”, afirma o presidente.
A companhia também participa de um projeto de hidrogênio verde liderado pela Purdue University — iniciativa de US$ 10 milhões, o maior aporte do governo americano para descarbonização do setor, diz Wang.
Inovação em toda a cadeia
A digitalização também vem ganhando protagonismo na operação. A companhia já conta com robôs em tarefas fabris, sensores para manutenção preditiva, câmeras de IA para segurança e modelos de previsão de demanda em logística.
No backoffice, agentes digitais como a GABI — Gerdau Autonomous Buying Intelligence — automatizam compras recorrentes, enquanto plataformas de IA generativa dão suporte ao RH e ao atendimento interno.
“Temos soluções digitais implementadas em toda a empresa, proporcionando maior eficiência e agilidade nos processos”, afirma Wang.
Valor - SP 17/06/2025
As ações da Nippon Steel subiram nesta segunda-feira (16) após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aprovar sua oferta de US$ 14,9 bilhões pela U.S. Steel, superando um obstáculo importante após 18 meses de negociação e garantindo acesso a um mercado vital para sua estratégia de crescimento.
A aprovação encerra um processo tumultuado, marcado por resistência sindical e duas revisões de segurança nacional. As ações da Nippon, a quarta maior siderúrgica do mundo, subiram 3%, atingindo 2.915 ienes no intervalo do meio-dia, após ficarem sem negociação devido ao excesso de ordens de compra no início do dia. Elas superaram o índice de referência Nikkei 225 de Tóquio, que subia cerca de 1%.
Na sexta-feira, Trump assinou uma ordem executiva permitindo que a fusão prosseguisse, condicionada a um acordo com o Departamento do Tesouro para tratar de preocupações com a segurança nacional. As empresas anunciaram então que haviam assinado o acordo, efetivamente liberando a operação.
O acordo inclui US$ 11 bilhões em investimentos até 2028, além de compromissos relacionados a governança, produção e comércio. A Nippon Steel também confirmou os planos de adquirir 100% das ações ordinárias da U.S. Steel.
“Os investidores receberam bem a resolução das incertezas em torno do negócio”, disse Shinichiro Ozaki, analista sênior da Daiwa Securities. “No geral, o acordo parece relativamente razoável tanto em tamanho quanto em prazo de investimento”, afirmou, observando que a aquisição é central para a estratégia de crescimento de médio a longo prazo da Nippon Steel.
O negócio aumentaria a capacidade de produção anual da Nippon Steel de 63 milhões para 86 milhões de toneladas métricas. “As ações subiram com base nas expectativas de crescimento de longo prazo, impulsionadas pelo acesso preferencial ao mercado dos EUA, onde se espera aumento na demanda por aço”, disse Masayuki Kubota, estrategista-chefe da Rakuten Securities.
Ainda assim, alguns investidores permanecem preocupados com a pressão financeira de curto prazo decorrente dos investimentos significativos. Além disso, a participação do governo dos EUA na empresa combinada, conhecida como “golden share”, levantou dúvidas sobre o grau de controle que poderá exercer.
“Embora o risco de um aumento de capital não tenha desaparecido completamente, ele pode ser menos severo do que o esperado”, disse Ozaki, referindo-se ao comentário anterior de Trump de que a siderúrgica planeja investir US$ 14 bilhões nos próximos 14 meses. Ozaki minimizou o risco de gestão ligado à “golden share”, dizendo que “a Nippon Steel antecipa crescimento no mercado americano para produtos de alto valor agregado, tornando improváveis cortes de produção e demissões”.
IstoÉ Dinheiro - SP 17/06/2025
Pelo quarto mês seguido, a atividade econômica brasileira apresentou alta, de acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira (16) pelo Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,2% em abril em relação ao mês anterior, considerando os dados dessazonalizados (ajustados para o período).
Na comparação com abril de 2024, houve crescimento de 2,5%, sem ajuste para o período, já que a comparação é entre meses iguais. No acumulado do ano, o indicador ficou positivo em 3,5% e, em 12 meses, registrou aumento de 4%.
O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica do país e ajuda o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, definida atualmente em 14,75% ao ano. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade de setores da economia – indústria, comércio e serviços e agropecuária –, além do volume de impostos.
A Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida. e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas ajudam a redução da inflação, mas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
Inflação
Em maio, a inflação oficial fechou em 0,26%, puxada, principalmente, pelo grupo da habitação, seguido da alta na energia elétrica residencial. O resultado mostra desaceleração após o IPCA ter marcado 0,46% em abril.
No acumulado em 12 meses, o índice divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) soma 5,32%.
A alta do preço dos alimentos e da energia e as incertezas em torno da economia global fizeram o BC aumentar mais uma vez os juros em 0,5 ponto percentual na última reunião, em maio, no sexto aumento seguido da Selic em um ciclo de contração na política monetária.
Em comunicado, o Copom não deu pistas sobre o que deve ocorrer na próxima reunião, a ser realizada nesta semana. O colegiado afirmou, apenas, que o clima de incerteza permanece alto e exigirá prudência da autoridade monetária, tanto em eventuais aumentos futuros como no período em que a Selic deve ficar em 14,75% ao ano.
Produto Interno Bruto
Divulgado mensalmente, o IBC-Br emprega metodologia diferente da utilizada para medir o Produto Interno Bruto (PIB), que é o indicador oficial da economia brasileira divulgado pelo IBGE. Segundo o BC, o índice “contribui para a elaboração de estratégia da política monetária” do país, mas “não é exatamente uma prévia do PIB.”
O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país. Puxada pela agropecuária, no primeiro trimestre de 2025 a economia brasileira cresceu 1,4%, segundo o IBGE.
Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021, quando o PIB alcançou 4,8%.
O Estado de S.Paulo - SP 17/06/2025
A situação fiscal do País é grave. Pior: os governos não têm se preocupado com o problema, ameaçando o nosso presente e nosso futuro. Estudos – como o de Marcos Mendes – mostram como, em 2027, o Brasil já não terá margem para as despesas discricionárias, ainda que para aquele ano estejam previstos R$ 122 bilhões em gastos dessa espécie, dos quais R$ 55 bilhões em emendas parlamentares obrigatórias e R$ 70 bilhões para custos em saúde e educação. O resultado: déficit de R$ 3 bilhões para outras despesas.
Esse descontrole fiscal está quase sempre ligado a práticas populistas. A ilusão de conquistar a confiança dos mais pobres acaba justamente prejudicando-os. Dois exemplos são sintomáticos. Um é a inflação dos alimentos, que acumula alta de 8% em 12 meses, enquanto os preços, no geral, subiram 6% no mesmo período. A comida é o que mais pesa no orçamento das classes menos abastadas. O outro exemplo são os juros elevados, que aumentam o custo do crédito e elevam a dívida das pessoas.
Hoje há quatro caminhos no horizonte: aumentar a carga tributária e elevar o endividamento público (que não são caminhos razoáveis); implementar um ajuste fiscal sério; e, por fim, ajustar as contas via inflação.
Os dois primeiros se esgotaram. A carga tributária brasileira alcançou um dos níveis mais elevados do mundo em desenvolvimento, respondendo por quase 35% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, não é justo exigir mais dos contribuintes, especialmente de pequenas empresas, que já lutam com dificuldades para sobreviver. É por isso que a sociedade e o Congresso reagiram, corretamente, tão mal ao ajuste do IOF, assim como à cobrança fixa de títulos e fundos de renda fixa, na semana passada. Em outra ponta, a dívida pública bruta ultrapassa os 80% do PIB, limitando espaço para mais endividamento sem comprometer a credibilidade fiscal e pressão dos juros.
É evidente que a escolha deveria ser o ajuste fiscal. No entanto, o que está na mesa é apenas a última opção – a da inflação. É a mais injusta, regressiva e a que mais compromete o desenvolvimento de longo prazo. Além de corroer o poder de compra dos mais pobres, desorganiza expectativas, inibe investimentos e mina a confiança nas instituições.
O único caminho socialmente justo e economicamente responsável é um ajuste fiscal baseado em reformas que melhorem a qualidade do gasto público, reduzam desperdícios e tornem o Estado mais eficiente. Persistir no atual rumo é condenar o País à estagnação e à instabilidade. Ignorar a realidade fiscal é aprofundar a desigualdade e comprometer o futuro das próximas gerações.
Infomoney - SP 17/06/2025
Maria Irene Jordão, analista global da XP, participou nesta segunda (16) do Morning Call da XP, e comentou sobre o acordo anunciado na semana passada entre China e Estados Unidos depois de meses de tensão entre os dois países.
Segundo ela, havia uma expectativa muito grande para que tivesse acordo entre as duas maiores potências econômicas do mundo.
“Podemos caracterizar o acordo como ruim para o nível atual do comércio americano. Ele vai ter um efeito, uma pressão sobre os preços e na atividade (econômica) num segundo momento”, disse.
“Os varejistas e a indústria já sinalizaram que esse nível de tarifa de 55% é proibitivo, um nível bastante prejudicial para a economia americana”, complementou. Por outro lado, ela diz que poderia ter sido pior o resultado das negociações.
“É um nível ‘menos ruim’, que talvez não fosse o mais desejado, mas que definitivamente é um gesto bastante relevante, que a gente não está naquele cenário de 145% que chegou a ficar quando escalou as tensões”, comentou.
Maria Irene Jordão explicou que o acordo entre China e EUA é preliminar, mas basicamente mantém as tarifas chinesas para os produtos americanos em 10%, e as tarifas dos Estados Unidos para produtos chineses em 55%.
“Essencialmente, a gente volta para aquele mesmo patamar anunciado no ‘Liberation Day’ (data em que o presidente Donald Trump anunciou o tarifaço)”, disse.
Na semana passada também foi feita divulgação de dados econômicos nos Estados Unidos. “A gente viu a inflação um pouco mais leve do que o esperado, apesar de todos os choques das tarifas”, pontuou.
O Estado de S.Paulo - SP 17/06/2025
Mesmo com o avanço de quatro posições em ranking global de competitividade, o Brasil continua entre os últimos colocados. Neste ano, o País aparece na 58ª posição entre 69 nações avaliadas pelo Institute for Management Development (IMD), em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC).
O levantamento mostra que a melhora foi impulsionada por fatores conjunturais, como o aumento do investimento direto estrangeiro e da geração de empregos, mas que o Brasil ainda está distante de reformas estruturais que sustentem seu desenvolvimento em longo prazo.
“Subir no ranking é uma boa notícia, mas, do ponto de vista estrutural, não há o que comemorar. O Brasil ainda precisa enfrentar desafios profundos para ser competitivo de verdade”, afirmou Hugo Tadeu, diretor do núcleo de Inovação, Inteligência Artificial e Tecnologias Digitais da FDC, durante entrevista coletiva nesta segunda-feira, 16.
O ranking avalia quatro pilares principais: desempenho econômico, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura.
O Brasil teve seu melhor desempenho no pilar de performance econômica (30º lugar), impulsionado por indicadores como o fluxo de investimento direto estrangeiro (5º), o crescimento de longo prazo do emprego (7º), a atividade empreendedora em estágio inicial (8º) e a participação em energias renováveis (5º).
Por outro lado, segue entre os últimos colocados em áreas essenciais para a competitividade global, como educação básica (69º), habilidades linguísticas (69º), produtividade da força de trabalho (67º), mão de obra qualificada (68º) e custo de capital (69º).
“O Brasil está crescendo com o apoio de setores tradicionais, como o agronegócio e a mineração, mas falta qualidade nesse crescimento. Sem força de trabalho qualificada, tecnologia e inovação, não vamos sustentar esse avanço no longo prazo”, avaliou Tadeu.
O salto de quatro posições é considerado positivo, mas frágil. “Houve uma melhora em indicadores conjunturais, como renda per capita, formação bruta de capital e investimento industrial. Mas são movimentos de curto prazo, que não garantem continuidade. Competitividade se constrói com políticas públicas de longo prazo, e não com medidas emergenciais.”
Segundo ele, países que lideram o ranking, como Suíça (1º), Cingapura (2º), Dinamarca (4º) e Taiwan (6º), compartilham características como abertura comercial, estabilidade regulatória, sistema educacional de excelência e estratégias de transferência de conhecimento entre universidades e o setor produtivo.
“Esses países têm uma visão de futuro. O Brasil, por outro lado, continua reagindo às circunstâncias com medidas fragmentadas. Se não enfrentarmos nossos gargalos estruturais, como o custo do capital e a baixa qualificação, vamos continuar presos ao que a economia chama de voo de galinha”, disse.
Aumento de impostos afugenta capital
Tadeu aponta que o Brasil segue na contramão das principais economias competitivas ao elevar impostos. A recente alta do IOF e o aumento da carga tributária, segundo ele, tornam o ambiente de negócios mais hostil e afastam investimentos. “Estamos sufocando o setor produtivo. O aumento de impostos encarece o custo do dinheiro e afugenta o capital privado. Estamos na contramão do mundo”, afirmou.
Ele alertou também para o uso crescente de subsídios como ferramenta econômica. Embora o Brasil tenha avançado nesse indicador, o resultado não representa, necessariamente, uma melhora estrutural. “Destinar recursos a setores específicos pode significar menos recursos para outras áreas importantes. Esses incentivos precisam estar ligados a uma estratégia nacional de longo prazo”, completou.
Caminhos possíveis
Para começar a reverter o cenário, Tadeu defende que reduzir o custo de capital deve ser prioridade. Isso envolve simplificar o sistema tributário, garantir um ambiente regulatório mais estável e oferecer previsibilidade para investidores.
Ele ressalta também a necessidade de investir na qualificação da mão de obra, especialmente nas médias empresas, e de preparar lideranças para lidar com a transformação digital. “O mundo já surfa ondas tecnológicas, e o Brasil precisa formar profissionais capazes de acompanhar esse ritmo.”
Apesar dos entraves, o relatório reconhece que o País tem ativos importantes, como a matriz energética limpa, a capacidade de atrair capital estrangeiro e setores resilientes, como o agronegócio e os serviços. No entanto, Tadeu reforça que é preciso ir além: “O Brasil tem potencial, mas precisa deixar de ser apenas uma promessa. Crescimento sustentável exige estratégia, educação e inovação.”
Infomoney - SP 17/06/2025
O crescimento da produção industrial da China atingiu a mínima de seis meses em maio enquanto as vendas no varejo ganharam força, oferecendo um alívio temporário para a segunda maior economia do mundo em meio à frágil trégua em sua guerra comercial com os Estados Unidos.
Os dados mistos surgem no momento em que a economia da China sofre com o ataque tarifário do presidente dos EUA, Donald Trump, e com a fraqueza crônica do setor imobiliário, com quedas arraigadas nos preços das casas que não mostram sinais de reversão.
A produção industrial cresceu 5,8% em maio em relação ao ano anterior, mostraram dados do Escritório Nacional de Estatísticas nesta segunda-feira, desacelerando em relação aos 6,1% de abril e abaixo da expectativa de aumento de 5,9% em pesquisa da Reuters com analistas. Esse foi o crescimento mais lento desde novembro do ano passado.
No entanto, as vendas no varejo aumentaram 6,4%, forte aceleração em relação à taxa de 5,1% em abril e contra previsão de uma expansão de 5,0%, marcando o crescimento mais rápido desde dezembro de 2023.
“A trégua comercial entre os EUA e a China não foi suficiente para evitar uma perda mais ampla de impulso econômico no mês passado”, disse Zichun Huang, economista para China na Capital Economics. “Com as tarifas permanecendo altas, o apoio fiscal diminuindo e questões estruturais persistindo, é provável que o crescimento desacelere ainda mais este ano.”
Dados divulgados neste mês mostraram que as exportações totais da China aumentaram 4,8% em maio, mas os embarques para os EUA caíram 34,5%, a maior queda desde fevereiro de 2020.
As pressões deflacionárias do gigante asiático também se aprofundaram no mês passado.
As vendas no varejo foram favorecidas pelos gastos no feriado do Dia do Trabalho e por um programa de troca de bens de consumo que foi fortemente subsidiado pelo governo.
O festival de compras “618”, um dos maiores eventos de varejo online da China em termos de vendas, começou mais cedo do que o normal este ano, ajudando a aumentar o consumo.
IstoÉ Dinheiro - SP 17/06/2025
A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 1,215 bilhão na segunda semana de junho. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, 16, o valor foi alcançado com exportações de US$ 7,461 bilhões e importações de US$ 6,246 bilhões. No ano, o superávit acumulado é de US$ 27,539 bilhões.
Até a segunda semana de junho, comparado com o mesmo período do ano passado, as exportações cresceram 1,1% e somaram US$ 14,52 bilhões. O resultado se deu devido à queda de 6,7% em Agropecuária, que somou US$ 3,59 bilhões; queda de 6,7% em Indústria Extrativa, que chegou a US$ 3,10 bilhões e, por fim, crescimento de 8,7% em Indústria de Transformação, que alcançou US$ 7,76 bilhões.
Já as importações cresceram 1,9% e totalizaram US$ 11,42 bilhões na mesma comparação, com crescimento de 1,9% em Agropecuária, que somou US$ 240 milhões; queda de 20,7% em Indústria Extrativa, que chegou a US$ 470 milhões e, por fim, crescimento de 3,3% em Indústria de Transformação, que alcançou US$ 10,64 bilhões.
IstoÉ Dinheiro - SP 17/06/2025
Em semana de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), o mercado financeiro manteve a projeção de que a taxa Selic permanecerá inalterada até o fim deste ano, enquanto reduziu a expectativa para a inflação em 2025 e elevou a previsão de crescimento da economia brasileira no ano.
De acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, 16, pelo Banco Central, a mediana das projeções para a Selic em 2025 continuou em 14,75% pela 6ª semana consecutiva, enquanto para o fim de 2026 a previsão se manteve em 12,50%.
Para o IPCA, a expectativa é de 5,25% ao fim deste ano, abaixo da previsão de 5,44% na pesquisa anterior, no que foi a 3ª semana consecutiva de redução da expectativa. Para 2026, a projeção para a alta dos preços no país foi mantida em 4,50%.
O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
PIB e dólar
Segundo o Focus, a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 passou para 2,20%, ante 2,18% na semana anterior. Para 2026, a expectativa subiu levemente para 1,83, de 1,81% anteriormente.
No Focus desta segunda, houve ainda reduções na expectativa para o preço do dólar no final de 2025, de R$ 5,80 para R$ 5,77. Pra 2026, a projeção também caiu, de R$ 5,89, de R$ 5,80.
A divisa norte-americana acumula queda ante o real de 10,3% neste ano, em movimento puxado por um processo de correção de preço, após sua disparada no fim do ano passado, e maior incerteza em relação aos planos tarifários dos Estados Unidos.
Globo Online - RJ 17/06/2025
A economia está desacelerando, a inflação de alimentos dá sinais de alívio, as projeções do IPCA do ano estão em queda. Com tudo isso, o Banco Central pode manter a Selic sem alterações na reunião desta semana. Apesar do terrível quadro internacional que afeta alguns preços centrais como o petróleo, o nível dos juros já está bastante elevado e a política monetária age num tempo mais longo. Mantida a Selic em 14,75%, seus efeitos continuarão atuando para conter a inflação.
Segundo análise do economista José Roberto Mendonça de Barros, alguns produtos ainda pressionam, mas os alimentos estão dando um alívio importante. Na primeira quadrissemana de junho, pela coleta da Fipe, a inflação geral foi de 0,26%, e a de alimentos foi 0,17%. Itens como massas (-0,42%), óleos vegetais (-2,3%) e óleo de soja (-2,35%) estão em queda, assim como as proteínas, com destaque para carne suína, pescado e ovos, este último com redução de 5%. Arroz e feijão caíram. E produtos in natura também recuaram (-1,91%). O que estraga a festa é o café: mesmo entrando a safra, subiu, na primeira quadrissemana de junho, 6,02%.
— É inequívoco que está começando a fazer efeito essa bela safra que colhemos este ano. Fora o café, os preços internacionais dos grandes itens de consumo não estão muito pressionados. No que depende de alimentação, o horizonte é de que a gente vai ter um alívio — disse Mendonça de Barros.
No Focus de ontem, o IPCA caiu de 5,44% para 5,25%. Normalmente, as quedas são sempre residuais, no entanto, em uma semana houve bastante diferença. O IBC-Br permanece positivo, de 0,2% em abril. Tinha sido de 0,7% em março. O Bradesco acha que os indicadores de desaceleração da economia podem ser vistos na produção industrial, um pouco no varejo e no que eles chamam de “PIB cíclico” que inclui atividades como a agropecuária, a extrativa, a atividade imobiliária e administração pública.
É realmente incrível que a economia esteja no terreno positivo depois de um choque de juros de 425 pontos-base, de setembro para cá. No relatório do Bradesco, eles destacam isso. “Apesar da taxa real de juros acima de 8% desde outubro do ano passado, o ritmo de crescimento econômico tem surpreendido no começo do ano. Em outubro de 2024, o consenso era que a economia iria crescer 1,8% em 2025 com uma Selic de 10,75%. Hoje os analistas esperam alta de 2,2% e uma taxa de juros de 14,75%”.
Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do FGV Ibre, avalia que os indicadores recentes mostram moderação da atividade econômica, porém alerta que há sinais mistos, exigindo cautela. Para ela, os dados são ambíguos.
— Vemos uma atividade mais fraca, consumo das famílias crescendo após uma queda no fim de 2024. Por outro lado, o mercado de trabalho segue bastante positivo — afirma.
A economista da FGV avalia que, embora o mercado acredite na interrupção do ciclo de alta da Selic, não há indicação clara de que a economia esteja desacelerando de forma expressiva. Por isso, ela não descarta alguma alta de juros, mesmo que residual, de 0,25 ponto percentual.
— Ainda não há uma desaceleração generalizada. Se os dados fossem realmente negativos, já estaríamos discutindo queda de juros. Mas não é o caso. O Banco Central vai esperar que os efeitos da política monetária se consolidem, o que pode levar tempo — conclui Silvia Matos.
O professor Luiz Roberto Cunha, da PUC, ressalta, como Mendonça de Barros, o alívio em alimentos. Ele diz que os preços dos alimentos estão em queda em junho e continuarão em julho, podendo subir um pouco em agosto. Mas lembra que há imprevisibilidades no cenário internacional, provocadas pela guerra Israel-Irã.
Por causa dela, o petróleo subiu 12% na semana passada, só que ontem o Brent caiu 1,3%, e o dólar fechou abaixo de R$ 5,50 pela primeira vez desde outubro. Enfim é isso, economia desacelerando, alimentos em queda com alguns produtos subindo como o café, incerteza internacional das grandes. Os juros já estão altos demais, e sua manutenção é mais do que suficiente para conduzir a inflação à trajetória de convergência para a meta de 3%, com teto de 4,5%. A hora é de parar os juros. Aguardemos o anúncio de quarta.
Infomoney - SP 17/06/2025
O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) passou a recuar 0,97% em junho, em resultado puxado pelo recuo dos preços de matérias-primas brutas, de acordo com os dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira (16).
Analistas consultados pela Reuters esperavam uma baixa de 1,06% na base mensal, após variação negativa de 0,01% em maio. Em 12 meses, o IGP-10 passou a subir 5,62%.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, teve queda de 1,54% em junho, depois de cair 0,17% no mês anterior.
“Com o avanço das colheitas e os resultados positivos da safra, os preços do milho em grão registraram forte recuo neste mês – movimento que impactou diretamente o IPA, levando-o a uma queda significativa”, disse Matheus Dias, economista do FGV IBRE.
Na análise por grupos, a queda no IPA veio na esteira do recuo dos preços de Matéria-Primas Brutas, que tiveram deflação de 2,98% em junho, depois de caírem 1,09% no mês anterior.
Entre os itens com as maiores quedas no mês no IPA, estavam o milho em grão (-16,21%, de -5,36% antes), bovinos (-4,50%, de +3,27% antes), café em grão (-5,79%, de -0,41% antes) e farelo de soja (-8,35%, de +4,36% antes).
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do índice geral, teve alta de 0,28% no mês, desacelerando em relação ao avanço de 0,42% em maio.
“No varejo, o grupo alimentação desacelerou, com destaque para a queda nos preços de ovos, tomate e arroz”, apontou Dias.
No IPC, houve decréscimo em cinco das oito classes que compõem o índice: Alimentação (0,53% para 0,11%), Saúde e Cuidados Pessoais (1,08% para 0,44%), Despesas Diversas (1,15%para 0,14%), Vestuário (0,66% para 0,51%) e Transportes (-0,07% para -0,08%).
O tomate e os ovos foram os itens de maior destaque para a desaceleração do IPC em junho, caindo 8,25% e 6,87%, respectivamente, ante a alta de 4,10% e a baixa de 1,99% no mês anterior.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10), por sua vez, passou a subir 0,87% em junho, depois de um avanço de 0,43% em maio.
O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
Infomoney - SP 17/06/2025
A despeito da política monetária contracionista, com o Comitê de Política Monetária (Copom) promovendo um ciclo de alta da Selic nas últimas seis reuniões – desde setembro – a atividade econômica brasileira engatou o quarto avanço seguido em abril. O IBC-Br, calculado pelo Banco Central, mostrou alta mensal de 0,2%, conforme dados divulgados nesta segunda-feira (16).
Os economistas chamaram a atenção para a perda de ímpeto do indicador, após altas de 1,41% em janeiro, 0,60% em fevereiro e 0,70% em março, mas não deixaram de citar a resiliência da atividade.
Para o sócio e economista chefe da G5 Partners, Luis Otávio Leal, o fato de o IBC-Br ter emplacado o quarto mês consecutivo de expansão na margem sugere que, realmente, a atividade econômica permanece relativamente aquecida no Brasil. A dúvida, segundo ele, é o que acontecerá nos próximos meses.
“De um lado, temos uma política monetária altamente contracionista e várias incertezas advindas do cenário internacional; do outro, um mercado de trabalho apertado e um governo empenhado em sustentar a demanda agregada. É difícil saber, no momento, qual das forças prevalecerá”, comentou, acrescentando que uma desaceleração gradual da economia brasileira seja um bom “chute educado” sobre as perspectivas.
Ele disse ainda que, de certo modo, os primeiros dados de atividade do 2° trimestre já apontam para um desempenho mais ambíguo da economia. “Por hora, mantemos a projeção de expansão de 0,4% para o PIB do 2° trimestre”, estimou.
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Volume de serviços prestados sobe 0,2% em abril ante março, em linha com o esperado
Leonardo Costa, economista do ASA, por sua vez, destacou que houve recuo na atividade agropecuária, após o recorde do 1º trimestre do ano, e da indústria. Por outro lado, os serviços voltaram a acelerar (+0,4%) na margem.
Para ele, o desaquecimento do PIB deve ser bastante gradual, com o dado de abril indicando desaceleração na margem. “Os antecedentes de maio indicam o mesmo movimento de esfriamento da atividade doméstica”, lembrou.
A análise do Goldman Sachs também destacou que o crescimento acima do esperado em abril foi impulsionado por uma expansão moderada do setor de serviços, mas foi prejudicado por quedas na indústria e nos setores agropecuário e pecuário.
“Na comparação anual, a atividade econômica apresentou uma variação de 2,46% em abril, acima do consenso de 2,35%. O efeito de carrego para o crescimento sequencial do segundo trimestre de 2025 está em sólidos 0,83% na comparação trimestral com ajuste sazonal”, calculou Alberto Ramos, diretor de pesquisa econômica para América Latina do banco de investimentos.
O diretor disse esperar que a atividade econômica seja beneficiada por transferências fiscais federais para famílias de baixa renda com alta propensão ao consumo, expansão da renda disponível real das famílias e novos programas de crédito consignado.
Como fatores de atenuação, ele citou as condições monetárias e financeiras domésticas mais restritivas, altos níveis de endividamento das famílias e baixo nível de ociosidade econômica.
Na visão da Genial Investimentos, os números divulgados ficaram em linha com as leituras das últimas semanas dos principais indicadores setoriais divulgados pelo IBGE (indústria, serviços e varejo), que apontaram para um gradual processo de arrefecimento da economia frente a um cenário macroeconômico adverso.
“Na nossa avaliação, o crescimento da economia em 2025 será liderado pelo forte desempenho da agropecuária, que em conjunto dos seus ‘spillovers’ sobre os demais setores da economia, deve promover um ritmo de expansão bastante robusto no primeiro semestre do ano.”
Para o segundo semestre, A Genial disseque, embora o cenário base ainda seja de desaceleração da economia brasileira, as políticas de estímulo à demanda anunciadas desde a virada do ano e o pagamento de precatórios na ordem de R$ 70,0 bi em julho devem contribuir para manter o canal de transmissão da política monetária contracionista para a economia obstruído. “Entendemos que há um viés altista na nossa expectativa de crescimento para o período”.
Na avaliação da XP, as componentes serviços e impostos do indicador cresceram moderadamente em abril, enquanto a medida da Indústria reverteu parcialmente a forte alta registrada em março.
“A dinâmica dos principais fundamentos do consumo — emprego, renda, concessões de crédito — tem sido mais forte do que se pensava inicialmente. Além disso, destacamos o impacto de algumas medidas governamentais recentemente anunciadas sobre o crescimento esperado, que mal apareceram nos números do PIB do 1º trimestre”, destacou a análise. A XP disse esperar que o PIB aumente 2,5% em 2025.
Money Times - SP 17/06/2025
As ações da Vale (VALE3) avançaram no pregão desta segunda-feira (16), figurando na lista de papéis mais negociados durante o dia. A alta ajuda no desempenho do Ibovespa (IBOV) que subiu quase 2%.
VALE3 encerrou a sessão com alta de 3,26%, a R$ 53,80.
O mercado repercute de forma positiva à notícia de que a companhia obteve licença prévia para o projeto de cobre Bacaba, em Canaã dos Carajás–PA. O documento aprova a concepção do empreendimento e atesta a viabilidade ambiental.
A mineradora chegou a informar que irá investir cerca de US$ 290 milhões durante a fase de implementação e a produção deve ter seu início no primeiro semestre de 2028.
“Este é o primeiro de uma série de projetos de cobre que a Vale pretende desenvolver na província mineral de Carajás, com o objetivo estratégico de dobrar sua capacidade produtiva de cobre na próxima década”, disse a companhia em comunicado enviado ao mercado.
Alta no minério de ferro também suporta ações
Outro ponto positivo que ajudou as ações da mineradora nesta segunda-feira (16) foi o preço do minério de ferro que fechou em alta de 0,21%, a US$ 98,09.
A commodity subiu apoiada pela demanda resiliente pela matéria-prima que fabrica o aço, embora as preocupações com as tarifas dos EUA tenham limitado os ganhos.
Apesar da alta, a Genial Investimentos avalia que o minério de ferro está sem novos gatilhos que façam o preço subir mais. Os analistas lembram que na última semana a commodity fechou cotada a US$ 94,8, marcando o menor nível desde o fim de fevereiro de 2025 e reforçando a tendência de acomodação abaixo da faixa dos US$ 100/t.
“Acreditamos que o movimento reflete a conjugação de demanda final enfraquecida; oferta internacional abundante e cautela nos mercados futuros, em meio à ausência de novos gatilhos macroeconômicos”, apontam.
Infomoney - SP 17/06/2025
Os preços futuros do minério de ferro subiram nesta segunda-feira, apoiados pela demanda resiliente pela matéria-prima de fabricação de aço, embora as preocupações com as tarifas dos EUA tenham limitado os ganhos.
O contrato setembro da bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas com alta de 0,21%, a 704,5 iuanes (US$98,11) a tonelada métrica.
O minério de ferro na bolsa de Cingapura tinha leve queda após alta inicial, cotado a US$93,95 a tonelada.
Cerca de 60% das usinas siderúrgicas de alto-forno na China registraram margens positivas até 12 de junho, segundo dados da consultoria Mysteel.
A produção média diária de metal quente, normalmente usada como indicador da demanda de minério de ferro, manteve-se firme na semana, em torno de 2,42 milhões de toneladas até 13 de junho, de acordo com dados da Mysteel.
Ainda assim, a produção de aço bruto da China caiu acentuadamente em maio em comparação com o ano anterior, surpreendendo os analistas e mantendo as siderúrgicas no caminho certo para uma produção menor este ano, em linha com a pressão de Pequim para cortar a produção no setor.
Revista Mineração - SP 17/06/2025
Os recursos minerais certificados pelo NI 43-101 do Projeto Ferro Verde da Brazil Iron aumentaram 24,08%. Agora, segundo a empresa, os recursos do projeto, localizado nos municípios baianos de Piatã, Abaíra e Jussiape, somam 1,7 bilhão de toneladas, acima do 1,37 bilhão registrado anteriormente.
O resultado fortalece o planejamento da Brazil Iron para uma operação integrada de 5 milhões de toneladas anuais (Mtpa) de ferro verde – HBI (sigla em inglês para Hot Briquetted Iron, ou Ferro Briquetado a Quente).
Para o Head de Geologia da Brazil Iron, Toby Bodman, esta atualização dos recursos minerais marca um avanço para a empresa, uma vez que a escala e a consistência do depósito continuam a se destacar, garantindo uma base sólida para o projeto integrado de ferro verde – HBI.
“Com 1,7 bilhão de toneladas de minério de ferro adequado para beneficiamento em um concentrado de qualidade para redução direta, com 67,5% de Fe, estamos bem posicionados para suportar mais de 20 anos de produção de HBI premium de baixo carbono e contribuir significativamente para a descarbonização da indústria siderúrgica”, detalha.
O projeto está localizado estrategicamente no corredor de energia renovável do Brasil, área essencial para suprir a crescente demanda das siderúrgicas europeias por insumos de ferro de baixo carbono. Assim, a empresa se posiciona para fornecer metálicos alinhados aos princípios ESG, escaláveis e que atendem aos referenciais do Oxford Institute for Energy Studies para projetos de descarbonização com viabilidade de financiamento.
“Esta atualização de recursos reflete tanto a dimensão da oportunidade quanto a execução disciplinada por trás do nosso crescimento. A Brazil Iron está avançando de forma consistente e permanecemos totalmente comprometidos em entregar uma plataforma de HBI de baixo carbono de referência mundial, que apoie a transição da indústria siderúrgica. É um forte endosso da nossa estratégia e da capacidade da nossa equipe”, detalha o presidente da Brazil Iron, Guy Saxton.
Análise independente da Royal School of Mines do Imperial College London confirma que o Projeto Ferro Verde se destaca por ser o único projeto de HBI verde, em âmbito global, a satisfazer integralmente os quatro critérios de Projeto Modelo definidos pelo Instituto Oxford para Estudos de Energia (Oxford Institute for Energy Studies).
Estes parâmetros são: propriedade total dos recursos, infraestrutura integrada, hidrogênio renovável e capacidade em escala mundial. Essa distinção amplia a atratividade para investimentos e posiciona o projeto como um modelo estratégico para a descarbonização industrial em mercados emergentes.
Menos de 3% da oferta global de minério de ferro transportado por via marítima atende aos padrões de qualidade para redução direta (RD), enquanto a demanda por este tipo de insumo está acelerando. Prevê-se um déficit de 109 milhões de toneladas por ano no fornecimento de ferro de redução direta (DRI) até 2031, impulsionado pelos 337 milhões de toneladas anuais de nova capacidade de Fornos Elétricos a Arco (FEA) atualmente em desenvolvimento.
Com seu recurso de grau RD e estratégia integrada de HBI, a Brazil Iron oferece uma solução direta para a transição global em direção à produção de aço de baixa emissão.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 17/06/2025
O mercado de infraestrutura no Brasil está em plena expansão. Só em 2024, os investimentos somaram R$ 259,3 bilhões, o maior volume desde 2014, com R$ 197,1 bilhões provenientes da iniciativa privada e R$ 62,2 bilhões do setor público, segundo o Barômetro da Infraestrutura da EY/ABDIB.
Para 2025, a expectativa é de um crescimento adicional de 2,3%, impulsionado por projetos de mobilidade urbana, logística, energia e saneamento, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Neste cenário aquecido, cresce também a busca por maquinário pesado, essencial para dar suporte à retomada de obras públicas e privadas.
Pensando nisso, a Copart, especializada em leilões extrajudiciais de veículos e equipamentos, disponibiliza máquinas pesadas com até 30% de desconto em leilão que acontece nesta quarta-feira (18).
Entre os destaques estão dois modelos da New Holland, como a Retroescavadeira LB90 2011 (lance atual em torno de R$ 140.600) e a Motoniveladora RG170 2007 (lance em R$ 291.000), além de equipamentos da Bomag e Case, todos sem danos e classificados na categoria “Frota”, ou seja, prontos para uso imediato.
Os equipamentos estão no pátio de Itaquaquecetuba (SP) e o leilão acontece no pátio de Goiânia (GO), mas os interessados de todo o Brasil podem acompanhar os lances de forma 100% digital.
A iniciativa da Copart visa democratizar o acesso a bens de capital com preços competitivos, especialmente em um momento estratégico para quem atua ou quer atuar nas áreas de construção, agricultura ou logística.
Todos os veículos podem ser consultados com fotos, lances e condições diretamente no site da Copart. A plataforma online permite que qualquer interessado participe do pregão, independentemente da sua localização, com total segurança, agilidade e sem burocracia.
Oportunidade alinhada ao momento do setor - De acordo com a Verified Market Research, o mercado de infraestrutura no Brasil está estimado em USD 350,2 bilhões em 2024, com projeção de alcançar USD 653,8 bilhões até 2031, impulsionado por investimentos públicos, concessões privadas e aumento da demanda em setores como energia, transportes e saneamento.
Além disso, dados da Research and Markets indicam que o segmento de construção no Brasil deve apresentar crescimento contínuo, com taxa composta anual de crescimento (CAGR) de 4% entre 2025 e 2033, refletindo diretamente na demanda por equipamentos de grande porte, como retroescavadeiras, rolos compactadores e motoniveladoras.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 17/06/2025
A Mercedes-Benz deu início em junho a uma nova fase de sua estratégia global de descarbonização no Brasil, com o início dos testes práticos de caminhões 100% elétricos em operações reais.
A fabricante vai colocar 10 unidades do modelo leve eCanter em comodato com empresas que atuam em entregas urbanas – especialmente no e-commerce e na distribuição de carga fracionada. Importado do Japão, o modelo representa o primeiro passo da montadora na aplicação comercial de veículos elétricos no país.
Além do eCanter, a Mercedes-Benz iniciará testes internos com dois caminhões elétricos eActros, voltados a aplicações mais robustas.
Outras cinco unidades do modelo entrarão em breve em operação com clientes como a Ypê.
Ao todo, são 17 caminhões elétricos que entrarão em fase de testes ainda neste ano, conforme revelou Marcos Andrade, gerente sênior de marketing de caminhões da Mercedes-Benz, ao Transporte Moderno.
Os testes terão duração de três a seis meses por cliente, com previsão de alcançar entre 20 e 30 empresas ao longo de um ano, em formato de rodízio. Após cada ciclo, os caminhões serão realocados para novas operações, com diferentes perfis de uso.
“Já testamos bastante os veículos internamente para garantir segurança e confiabilidade. Agora é hora de aprender com o cliente na prática: como ele usa, quais os desafios de infraestrutura, quanto consome e o que precisa em termos de serviço”, explicou Marcos Andrade.
A estratégia da montadora prioriza aplicações urbanas de alto volume e baixo peso, típicas de operações de e-commerce e carga fracionada – segmentos onde os elétricos podem mostrar vantagens em eficiência energética, economia operacional e zero emissão local.
Com 7,5 toneladas de PBT e cerca de 3 toneladas de carga útil, o eCanter está posicionado próximo ao modelo Accelo, embora com proposta voltada principalmente ao volume transportado.
A Braspress, uma das maiores operadoras de encomendas do país e parceira histórica da Mercedes-Benz, será uma das primeiras a testar duas unidades do veículo.
Modelo validado no mercado global – Segundo o executivo, o eCanter é um dos caminhões elétricos mais consolidados do mercado global, com milhares de unidades em operação em diferentes países.
“É um veículo extremamente confiável e com consumo muito baixo em uso urbano. O sistema de regeneração de energia é altamente eficaz”, afirmou.
Apesar da presença de outras marcas no mercado brasileiro, a Mercedes-Benz reforça sua estratégia cautelosa.
“Fazer um caminhão elétrico é muito mais complexo do que parece. Optamos por trazer um produto validado globalmente, com robustez técnica e pronto para entregar uma boa experiência desde o primeiro cliente”, completou.
O Estado de S.Paulo - SP 17/06/2025
A montadora francesa Renault anunciou na noite de domingo, 15, a saída de seu executivo-chefe Luca de Meo, que, segundo a imprensa, trabalhará agora para o grupo de luxo Kering.
“Após cinco anos à frente do Grupo Renault, Luca de Meo anunciou sua decisão de deixar o cargo”, informou o grupo em um comunicado. A saída entrará em vigor em 15 de julho.
De acordo com o jornal Le Figaro, De Meo, de 58 anos, assumirá o cargo de CEO da Kering, depois que seu acionista majoritário, François-Henri Pinault, decidiu reformular a equipe de gestão.
De Meo, nascido na Itália, começou sua carreira na Renault. Em seguida, passou para a gerência da Fiat, onde relançou com sucesso o Fiat 500, antes de revitalizar a Seat para o Grupo Volkswagen. Excelente comunicador e especialista em marketing, ele se tornou CEO de uma empresa traumatizada por mais de um ano de crise após o caso Carlos Ghosn.
De Meo acelerou a eletrificação da Renault, que também é proprietária das marcas Dacia, Alpine e Lada, e a expansão de sua linha de produtos, em uma tentativa de tirar a montadora do marasmo.
Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.
Valor - SP 17/06/2025
Governo federal faz ajustes em leilão para reduzir riscos e prevê modelagem final até agosto
O projeto do novo Anel Ferroviário Sudeste, a ferrovia EF-118, que deverá ser construída entre Espírito Santo e Rio de Janeiro, atraiu interesse no mercado, mas também gerou incertezas. O governo já trabalha em ajustes no modelo, que deverá ser finalizado até o início de agosto, segundo o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro.
As mudanças em estudo incluem alterações no traçado para mitigar questões ambientais, um seguro para garantir aportes públicos e a inclusão de um trecho de 80 km no Espírito Santo, que a princípio ficaria a cargo da Vale.
O leilão da ferrovia é visto como o único do setor com chance de sair até o fim da atual gestão. O governo federal já anunciou outras duas licitações do Plano Nacional de Ferrovias, mas que são vistas com mais descrença: a Ferrogrão e o corredor Fico (Ferrovia de Integração Centro-Oeste)-Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste).
A concessão da EF-118, a princípio, terá 170 km, com o chamado Trecho Central, entre Anchieta (ES) e São João da Barra (RJ), próximo ao Porto do Açu. A previsão inicial do contrato era de R$ 4,6 bilhões de investimento, e um aporte do governo de R$ 3,3 bilhões para viabilizar a obra - porém, com os ajustes, os valores vão subir.
O projeto também prevê a possibilidade de, no meio do contrato, um segundo bloco ser incorporado: o Trecho Sul, com 325 km, até Nova Iguaçu (RJ), onde haveria conexão com a malha da MRS.
Para que o segundo trecho seja incluído, o contrato terá que passar por reequilíbrio econômico-financeiro. O governo trabalha em ajustes no tema: a ideia é que a construção do bloco Sul seja uma obrigação, mas que só será ativada se forem atingidos gatilhos de demanda da região. “O início da fase 3 ou 4 do Comperj [Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro] geraria demanda para isso.”
Além disso, o corredor contempla um terceiro trecho de 80 km no Espírito Santo, entre Anchieta e Santa Leopoldina: o Ramal Anchieta, que garante a conexão com a Estrada de Ferro Vitória-Minas, da Vale. A ideia era que a mineradora ficasse responsável pela construção, mas o mercado vê o arranjo como risco, então o governo estuda incluir a obra na concessão.
“É um assunto que surgiu em todas as conversas com interessados. A ferrovia pode gerar concorrência à Vale, então há desconfiança de deixar a obra com o grupo. É o tema mais sensível”, disse Santoro.
Segundo ele, as consultas iniciais ao mercado atraíram 24 empresas, mas ele avalia que ainda é cedo para mensurar o real interesse. “Quando tivermos o modelo final, vamos fazer nova rodada e teremos mais clareza.” Os interessados incluem operadores ferroviários, portuários (dado que o corredor passaria por diversos terminais), construtoras e grupos estrangeiros, como chineses e espanhóis.
Um deles é o Porto do Açu, da Prumo, que busca compor consórcio, dizem fontes. Além disso, o grupo está disposto a construir um ramal ferroviário de 43 km para conectar o porto à malha, o que demandaria outro investimento, estimado em R$ 650 milhões, que poderia ser feito em fases.
A Equipav também tem analisado de modo preliminar leilões ferroviários federais e poderá se juntar a um grupo chinês que já procurou a empresa, diz uma fonte.
Entre os operadores tradicionais, a MRS é apontada como potencial interessada, devido à possibilidade de conexão do corredor. Porém, questionada a respeito, a empresa afirma que não vai participar do leilão. Há também expectativa de que a Vale estude o ativo, pela ligação com a Vitória-Minas.
Fontes dizem que a VLI tem interesse, mas que a prioridade são as discussões da renovação antecipada da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). No caso da Rumo, a percepção é que o foco são os investimentos em curso no Mato Grosso.
Para David Goldberg, diretor sênior da A&M Infra, que apoia a modelagem, deve haver interesse de construtoras, dado que os aportes públicos cobrem a obra. “O projeto pode não ter operadores, porque grande parte do fluxo não precisa vir de operação endógena, pode ser de direito de passagem de outras ferrovias. Mas, para isso, é preciso viabilizar a conexão”.
Procurado, o Porto do Açu afirma, em nota, que já tem autorização para construir o ramal de 43 km e que “avalia permanentemente oportunidades e modelos de parcerias que possam agregar valor aos negócios”. A Equipav, a Vale e a Rumo preferiram não se manifestar. A VLI diz que “analisa todas as oportunidades” e que neste momento “está comprometida com a renovação antecipada” da FCA.
Apesar do interesse na etapa preliminar, analistas dizem que será desafiador tirar do papel a ferrovia, a ser construída do zero. Uma pessoa interessada no projeto avalia que será necessário formar consórcios com operadores ferroviários, portuários e construtoras, e que o governo terá de entrar com recursos e garantias firmes, além de apoio no financiamento.
“Projetos ‘greenfield’ são por definição difíceis de serem executados. Pelo custo, tanto no planejamento quanto na implantação, e pelo tempo alongado de retorno do projeto”, afirma Cláudio Frischtak, sócio da consultoria Inter.B.
Para ele, é imprescindível assegurar a construção do ramal Anchieta para viabilizar o corredor. Além disso, é preciso dar garantias do pagamento dos aportes públicos. “Seria possível criar uma conta especial. Tem que dar segurança de que os recursos estarão lá.”
O aporte dos recursos públicos também é apontado como ponto sensível por Eduardo Carvalhaes, do Lefosse. “No caso do governo federal, que tem menos experiência em Parcerias Público-Privadas, há dúvida sobre as garantias.”
Sobre esse ponto, Santoro afirma que o governo planeja usar recursos de repactuações de outras concessões, como a da MRS, para subsidiar o projeto. A alternativa seria usar o orçamento da União - mas a discussão será analisada internamente apenas quando o valor final do projeto for fechado. Além disso, o secretário diz que está em estudo a contratação de uma apólice de seguro para garantir o aporte público. “Se o governo não paga, alguém vai pagar, isso não eleva a despesa fiscal, mas dou mais tranquilidade ao privado.”
A Tribuna - SP 17/06/2025
Os ajustes no projeto do túnel imerso Santos-Guarujá, que resultaram na republicação do documento na última terça-feira (10), atendem a sugestões de empresas internacionais e garantirão o sucesso do leilão, marcado para 5 de setembro. A explicação foi dada nesta sexta-feira (13) pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em Santos, durante solenidade em homenagem aos 262 anos de nascimento de José Bonifácio de Andrada e Silva, no Centro de Santos.
As mudanças elevaram o custo da obra de R$ 5,96 bilhões para R$ 6,8 bilhões. A licitação internacional, na modalidade de parceria público-privada (PPP), dará ao futuro vencedor um contrato de 30 anos para construção, operação e manutenção do túnel.
“Por se tratar de um projeto de grande porte, a gente fez os estudos e submetemos aos grandes players globais que fazem esse tipo de operação para verificar a adequação. Muitas melhorias foram sugeridas na fase de contribuição. Então, em 5 de setembro, a gente vai conhecer o consórcio que vai executar essa obra, para que a gente possa assinar o contrato e, no ano que vem, iniciar esse empreendimento”, disse o governador.
Segundo o Estado, o novo edital torna a concessão mais atrativa ao setor privado, oferecendo garantias de previsibilidade, equilíbrio econômico-financeiro e segurança jurídica. Foram revistos custos relevantes — como concreto, dragagem e paredes diafragma — e a reavaliação da distância média de transporte, agora considerada em 85 km. Também acabaram atualizadas as projeções de tráfego.
Outras mudanças incluem a criação de uma conta desapropriação, ajustes nos critérios de alocação de riscos — especialmente geológicos e de interferências — e soluções provisórias para o cais de Outeirinhos e o pátio ferroviário no Guarujá, que garantirão o funcionamento da infraestrutura portuária e logística durante a execução das obras.
O túnel
Com 1,5 quilômetro de extensão — sendo 870 metros sob o canal do estuário —, o túnel contará com três faixas por sentido, sendo duas para veículos de passeio, ônibus e caminhões e uma exclusiva para Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de galeria para pedestres e ciclistas.
Atualmente, a ligação entre Santos e Guarujá é feita por balsas e catraias, que transportam mais de 21 mil veículos, 7,7 mil ciclistas e 7,6 mil pedestres por dia. A estimativa é de geração de cerca de 9 mil empregos diretos e indiretos com a obra.
Restrições para Tecon Santos 10 são criticadas
Questionado sobre a concessão do Tecon Santos 10, o governador declarou que é contra a restrição na licitação do terminal de contêineres que proíbe a participação de operadores com ativos no Porto de Santos, determinado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). “Não faz sentido justificar a questão da competitividade e determinar quem pode participar”.
Ele argumentou que “a hinterlândia do Tecon Santos 10 é a costa brasileira, porque o ativo será o hub da movimentação de contêineres do Atlântico Sul”, essencial na logística integrada entre os portos paulistas. “Um grande player da navegação poderá ver um cluster que vai conjugar Santos e São Sebastião, onde Santos será o porto de longo curso e São Sebastião, o ‘feeder’ para a cabotagem. Quando você restringe a competição, afasta esse tipo de operação, o que é danoso ao Estado de São Paulo. Então, você tira da competição a Maersk, a Santos Brasil e a DP World, que são os maiores players. Isso não faz sentido”, disse. “O melhor é realizar um leilão com ampla competição. É bom para Santos, para São Paulo e para o Brasil”, enfatizou Tarcísio.
O Tecon Santos 10 ocupará uma área de 621,9 mil metros quadrados (m²) no cais do Saboó, na Margem Direita do Porto de Santos. O investimento previsto é R$ 6,45 bilhões e a capacidade operacional de 3,25 milhões de TEU (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) ao ano, além de 91 mil toneladas de carga geral.
O prazo do contrato é de 25 anos, com início da vigência previsto para 2026 e término em 2050. No entanto, ele pode ser prorrogado sucessivas vezes até o limite de 70 anos.
Portos e Navios - SP 17/06/2025
O Porto do Rio de Janeiro movimentou 5,4 milhões de toneladas entre janeiro e abril, um crescimento de 27,48% em relação com o mesmo período do ano passado. Os dados do quadrimestre são do Estatístico Aquaviário, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Entre os destaques do período está a carga conteinerizada, com 3,8 milhões de toneladas, um avanço de 21,92%.
O granel sólido alcançou 774 mil toneladas (alta de 20,86%), enquanto o granel líquido apresentou o maior crescimento percentual do período: 74,98%, somando 540 mil toneladas. Já a carga geral chegou a 324 mil toneladas, aumento de 60,85%, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Do total de cargas movimentadas entre janeiro e abril de 2025, 1,1 milhão de toneladas foram transportadas por cabotagem, o que representa 35,18% a mais do nos primeiros quatro meses do ano passado. Na navegação por longo curso, foram 3,6 milhões de toneladas, 19,61% a mais do que em 2024.
Além de carga geral, conteinerizada, granéis sólidos e líquidos, o Porto do Rio de Janeiro atua também com produtos siderúrgicos, trigo concentrado de zinco e cargas de apoio offshore. Desde abril deste ano, o Porto do Rio está pronto para receber embarcações com maior volume de carga, após a conclusão das obras de dragagem do canal principal, feitas pela Portos Rio.
Com um investimento de R$ 163 milhões, a profundidade do canal passou a ser de 15,3 metros, permitindo um aumento estimado de até 700 TEUs por embarcação. O porto também passou por uma atualização dos sinais náuticos, possibilitando que embarcações com até 366 metros de comprimento realizem manobras com segurança, aumentando ainda mais a competitividade do terminal carioca. A expectativa é que a modernização eleve a capacidade operacional do terminal e fortaleça sua posição estratégica no cenário nacional.
Valor - SP 17/06/2025
Em 2024, o Brasil produziu cerca de 4,5 mil barcos e exportou cerca de 25% desse volume
Os barcos “made in Brazil” entraram no radar do mercado global e as exportações quase triplicaram em valor entre 2020 e 2024. As fabricantes nacionais ampliaram os esforços de envios ao exterior como forma de contornar as fortes volatilidades domésticas.
As empresas locais, no entanto, têm demonstrado preocupação com os Estados Unidos, maior mercado do mundo e responsável por mais da metade das exportações brasileiras de embarcações. O receio chega diante das brigas tarifárias e os juros americanos elevados. Fabricantes nacionais já perceberam também aumento de custos provocado pelas tarifas - os EUA são um grande fornecedor de peças.
Em 2024, o Brasil produziu cerca de 4,5 mil barcos, estável contra o ano anterior. Desse total, cerca de 25% foram exportados, num movimento que tem ganhado corpo nos últimos cinco anos.
Já o valor exportado de barcos feitos no país alcançou US$ 68,8 milhões, crescimento de 10% frente a 2023 - a critério de comparação, em 2020 a exportações totalizaram US$ 18 milhões. Os Estados Unidos foram o principal destino dos embarques no ano passado, com cerca de 60%. A Itália vem em segundo, com 21%.
A sinalização para este ano é positiva. Apenas no acumulado até maio, as exportações totalizaram US$ 41 milhões, o dobro do visto em igual período do ano passado. Os números foram levantados pela Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos (Acobar), com base nos dados da balança comercial do Brasil.
Eduardo Colunna, presidente da Acobar, destacou que o Brasil sempre exportou barcos, mas nunca de maneira constante, cenário que mudou nos últimos anos. A indústria hoje, disse, está mais competitiva e o produto nacional não perde em design e qualidade para os grandes líderes globais. “O mercado americano produz cerca de 300 mil barcos. O nosso mercado é 1,5% do que eles têm”, disse, apontando que há espaço para crescer.
A demanda nacional acaba sendo bastante volátil por causa das crises e subidas de juros, o que leva o investidor a manter o dinheiro aplicado, e remunerado, ao invés de comprar um ativo que pode custar alguns milhares de reais ou até milhões.
A diversificação geográfica para os Estados Unidos tem ganhado corpo desde 2022 na Fibrafort, disse Barbara Martendal, diretora de negócios da empresa que é líder na produção de embarcações de até 45 pés.
A empresa fechou o ano passado com cerca de 600 barcos produzidos. “Hoje, em faturamento, as exportações [totais] representam 10%. Nossa meta é que esse percentual vá para 25% até 2030”, disse.
A executiva disse que o mercado náutico nos EUA já mostra sinais de desaceleração, sobretudo com o juro elevado - no país, parte significativa das vendas se dá por financiamento.
O tarifaço trouxe preocupação também no lado de peças. “Já recebemos um alerta recentemente, de uma fabricante de motores, de um reajuste de 2% a 3% nos preços”, disse Martendal. Por enquanto, não é possível estimar o impacto total dos aumentos no setor.
Roberto Paião, CEO do grupo Okean, disse que o setor sentiu desaceleração após a forte demanda na pandemia. “Vemos uma contínua demanda para barcos acima de 80 pés, um mercado muito importante e com demanda elevada”, disse. A Okean foi fundada em 2015 por Nércio Fernandes, um dos fundadores da Linx.
No ano passado, a empresa produziu 20 barcos, sendo 15 para o Brasil e 5 para exportação. O mercado dos Estados Unidos, entretanto, tem se comportado de forma volátil.
“A taxa de juros aumentou absurdamente, não só lá fora, mas aqui no Brasil também, e os clientes passam a pensar em deixar o dinheiro investido, ao invés de usufruir de um produto como o nosso que está no topo da cadeia como experiência, como prazer. Esse é o primeiro a ser repensado. Juros altos não funcionam no mundo inteiro, eles destroem a indústria e quem é rico fica mais rico, quem é pobre fica mais pobre, e a indústria fica desestabilizada”, disse.
Para Paião, o Brasil conseguiu ter uma vantagem diante do cenário tarifário, uma vez que tarifas a outros países foram maiores do que os 10% ao Brasil.
Paralelo, havia uma visão da indústria de que a tarifa dos EUA sobre as importações de barcos do Brasil poderia ser até maior, porque o país cobra 18% de impostos de importação para barcos - sem contar outros impostos.
A Triton Yachts é outra a ficar atenta a eventuais efeitos que a tributação adicional poderá ter na indústria. Segundo Allan Cechelero, diretor de marketing da empresa, os Estados Unidos representam hoje 40% da exportação do grupo por meio da marca Hanover.
“Apesar do aumento da tarifa, até o momento não observamos impacto relevante na demanda ou nas negociações em andamento. Ainda assim, é um cenário que exige atenção e monitoramento constantes. O mercado americano é estratégico”, disse. Em 2024, a empresa produziu 62 embarcações. Para 2025, a expectativa é crescer cerca de 10% em volume de produção.
Francesco Caputo, CEO da italiana Azimut no Brasil, disse que sua operação já começou a sentir a escalada nos preços de materiais para a produção. “A vantagem de ser uma filial direta de um grande ‘player’ global é poder contar com gestão industrial eficiente, já que produzimos em grande escala para o mundo”, disse. Entre setembro de 2023 e agosto de 2024, a unidade brasileira da Azimut produziu 40 embarcações de luxo.
Valor - SP 17/06/2025
A realização dos leilões, especialmente o de longo prazo, é vista como uma oportunidade para atrair novos consumidores industriais
O primeiro leilão de gás natural da União, sob responsabilidade da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), previsto para o fim deste ano, pode ser adiado para o primeiro trimestre de 2026, segundo o presidente da estatal, Luis Fernando Paroli. A informação foi dada durante o seminário Gás para Empregar, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta segunda-feira (16), em São Paulo.
A realização do leilão é uma das principais metas do Ministério de Minas e Energia (MME) para dinamizar o mercado de gás natural no Brasil, com a oferta inicial de 300 mil metros cúbicos por dia em 2025, e uma ampliação para 3 milhões de m³/dia a partir de 2026.
“Temos a oportunidade de ser um indutor do desenvolvimento do mercado de gás, mas o volume ainda não é tão significativo quanto aquilo que conseguimos colocar de petróleo”, disse Paroli.
Os atuais custos de acesso à infraestrutura do Sistema Integrado de Escoamento (SIE) e de Produção (SIP) — operados pela Petrobras — dificultam que o gás chegue a valores competitivos. Segundo o dirigente, as empresas já estão em condições finais de negociação. O objetivo é que esses dois leilões aconteçam no fim de 2025 ou no primeiro trimestre de 2026.
Atualmente, a PPSA vende todo o gás da União diretamente à Petrobras na “boca do poço”, sem leilão, devido ao fato de que a estatal detém a maior parte da infraestrutura de escoamento e processamento. Essa concentração faz com que o valor cobrado pela Petrobras seja determinante para o preço final da molécula, impactando diretamente a competitividade do insumo no mercado brasileiro.
Segundo Paroli, a PPSA negocia três alternativas com a Petrobras: seguir com a venda na boca do poço, mas via leilão; contratar a Petrobras como agente comercializadora exclusiva do gás da União; ou permitir que a PPSA assuma essa função, com uso da infraestrutura da petroleira. Em qualquer dos cenários, o objetivo é reduzir os custos de transporte e processamento, que hoje encarecem significativamente o valor final pago pelos consumidores.
A realização dos leilões, especialmente o de longo prazo, é vista como uma oportunidade para atrair novos consumidores industriais, garantir preços mais competitivos e ampliar a oferta de gás nacional, em linha com a estratégia do governo federal de utilizar os recursos do pré-sal para impulsionar o desenvolvimento econômico e a transição energética.
Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, acrescenta que a perspectiva é que o gás chegue à indústria em torno de US$ 7 ou US$ 8 o milhão de BTUs (unidades térmicas britânicas). Esse patamar é bem mais baixo do preço do gás pago pelo consumidor industrial, entre US$ 13 e US$ 16 o milhão de BTUs.
O Estado de S.Paulo - SP 17/06/2025
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) ampliou sua projeção para a oferta de combustíveis líquidos do Brasil em 2025, em relatório mensal publicado nesta segunda-feira, 16. O cartel apontou que a produção brasileira ficou praticamente inalterada em abril, ainda no maior nível em quase dois anos.
A Opep espera que a oferta de combustíveis líquidos do Brasil suba cerca de 200 mil barris por dia (bpd) neste ano, para uma média de 4,4 milhões de bpd. No último relatório, a expectativa era de alta de 165 mil bpd. O cartel destaca que o aumento de 35 mil bpd reflete previsão de aceleração na produção de diversos campos de petróleo bruto e o início antecipado das operações da Mero-4 FPSO — Alexandre de Gusmão, cerca de dois meses antes do previsto pela Petrobras.
Para 2026, a Opep ainda projeta aumento na oferta de 200 mil bpd, a 4,5 milhões de bpd, inalterada na comparação ao relatório anterior.
A produção brasileira de petróleo bruto subiu 9 mil bpd em abril, seguindo na média de 3,6 milhões de bpd, conforme o cartel, enquanto a produção de gás natural líquido (GNL) e biocombustíveis permaneceram praticamente inalteradas. A produção total de combustíveis líquidos teve leve alta de 6 mil bpd no mesmo mês, permanecendo na média de 4,4 milhões de bpd, o maior nível desde dezembro de 2023 e 400 mil bpd acima do registrado em igual período do ano anterior.
O Brasil continua como um dos quatro países de fora da Opep que mais deverão impulsionar o avanço da oferta global de combustíveis líquidos em 2025, lista que inclui EUA, Canadá e Argentina.
A Opep deixou inalteradas as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil nos próximos dois anos, prevendo alta de 2,3% em 2025 e de 2,5% em 2026. Contudo, o cartel estima que um crescimento mais forte que o esperado no segundo trimestre de 2025, com apoio da agricultura, pode impulsionar o resultado anual. O relatório também manteve previsão de que a inflação ficará elevada em torno de 5% ao longo do ano, apoiada pelo real mais fraco e pela persistência dos preços de serviços.
Avanço da demanda global
A Opep reafirmou sua previsão para o crescimento da demanda global pela commodity este ano, em 1,3 milhão de barris por dia (bpd). Se confirmada a projeção, o consumo global somaria 105,13 milhões de bpd em 2025.
Para 2026, a organização também manteve sua projeção para a alta na demanda em 1,3 milhão de bpd, o que traria o consumo total para 106,42 milhões de bpd.
Apenas a demanda em países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deve registrar aumentos de 200 mil bpd neste ano e de 100 mil no próximo, conforme projeção da Opep. Fora da OCDE, a expectativa é de acréscimos de 1,1 milhão de bpd em 2025 e de 1,2 milhão de bpd no próximo ano.
A Opep manteve ainda a previsão para o aumento da oferta da commodity entre os países fora da Opep+ em 2025, em 800 mil barris por dia (bpd). Segundo o cartel, as maiores contribuições deverão vir dos Estados Unidos, Brasil, Canadá e Argentina.
Para 2026, a Opep+ reduziu sua projeção de alta na oferta do petróleo fora do grupo em 100 mil bpd, a 700 mil bpd.
Como resultado, a organização espera que a produção total fora da Opep+ some 54,01 milhões de bpd este ano e 54,74 milhões de bpd em 2026.
Ainda no relatório, a Opep informa que a produção da Opep+ teve aumento de 180 mil bpd em maio ante abril, para uma média de 41,23 milhões de bpd, de acordo com fontes secundárias.
A Opep+ engloba a Rússia e outros produtores de petróleo que não integram a Opep.
PIB global
A Opep manteve a previsão para a alta do PIB global em 2025, em 2,9%. Para 2026, a projeção de avanço da economia global também ficou inalterada, em 3,1%.
No caso do PIB dos EUA, a Opep reiterou estimativas de expansão de 1,7% neste ano e de 2,1% no próximo.
As projeções de crescimento da China em 2025 e 2026 também foram mantidas, em 4,6% e 4,5%, respectivamente.
Para a zona do euro, as previsões de alta também não sofreram ajustes, permanecendo em 1% em 2025 e 1,1% em 2026.
Valor - SP 17/06/2025
Ministro disse que a instabilidade internacional é um alerta da necessidade de garantir segurança energética com base em recursos nacionais e alertou para os riscos econômicos de depender de mercados voláteis
Diante da escalada de conflitos no Oriente Médio com ataques entre Israel e Irã e do impacto imediato sobre os preços do petróleo no mercado internacional, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu com a urgência de o Brasil desenvolver fontes próprias de produção de petróleo e gás, especialmente na região da Margem Equatorial, na costa norte do país.
Para ele, a instabilidade internacional é um alerta claro da necessidade de garantir segurança energética com base em recursos nacionais e alertou para os riscos econômicos de depender de mercados voláteis.
“Estou chocado com a destruição de infraestruturas fundamentais para a segurança energética global, como infraestrutura de gás e de óleo que estão sendo comprometidas e em quanto tempo vão demorar para serem repostas e qual que é o impacto disso na economia global”, questiona.
O ministro reafirmou a posição do governo de que é essencial avançar nas pesquisas exploratórias na Margem Equatorial, vista como uma das últimas fronteiras promissoras do petróleo em alto-mar (offshore).
“A posição do ministério é de que é importante que a gente faça a pesquisa na margem equatorial, essa é uma frente fundamental para o Brasil”, declarou nesta segunda-feira (16) durante o seminário "Gás para Empregar", promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Silveira também rebateu críticas de ambientalistas e esclareceu que a área em análise está distante das regiões sensíveis da foz do Rio Amazonas.
“Foi um grande equívoco da ANP colocar o nome Foz do Amazonas. Não há absolutamente nenhuma intercorrência com a foz. A área está a 500 km do rio e a 200 km da costa brasileira, completamente fora de uma zona de impacto ambiental”, disse.
Minas e Energia, Alexandre Silveira — Foto: Bloomberg
IstoÉ Dinheiro - SP 17/06/2025
A Petrobras informou que assinou com a empresa Consag Engenharia os três primeiros contratos, com valor aproximado de R$ 4,9 bilhões, resultados de licitações, para a conclusão da construção do Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. Segundo a companhia, o valor já está previsto no Plano de Negócios 2025-2029.
Os contratos incluem a implantação da Unidade de Coqueamento Retardado (UCR), da Unidade de Hidrotratamento de Diesel S10 (UHDT-D) e da Unidade de Destilação Atmosférica (UDA).
A estatal explicou que a conclusão do projeto contará ainda com outros pacotes de serviços, que estão em processo de licitação. “A continuidade da implantação do Trem 2 da Rnest é fundamentada em uma avaliação criteriosa do projeto que, à luz das premissas do Plano de Negócios 2025-2029, confirmou sua atratividade econômica. A decisão foi submetida à aprovação pelas instâncias competentes, em conformidade com os procedimentos de governança da companhia”, diz o comunicado.
A UCR terá potencial para processar até 75 mil barris/dia de carga, enquanto a UHDT-D poderá operar com até 82 mil barris/dia. Já a UDA contará com capacidade de 130 mil barris/dia.
A previsão é que as unidades entrem em operação em 2029, permitindo dobrar a capacidade instalada da refinaria, passando dos atuais 130 mil barris/dia para 260 mil barris/dia. Desta forma, a RNEST se tornaria a segunda maior refinaria da Petrobras em capacidade de processamento de petróleo.
Valor - SP 17/06/2025
O setor de petróleo e gás enfrenta um momento complexo, composto por incertezas regulatórias e desafios operacionais, escrevem analistas do J.P. Morgan em um resumo do que ouviram de empresas na terceira conferência de commodities organizada pelo banco.
Segundo o relatado pelo J.P. Morgan, as companhias de petróleo e gás têm focado em manter a disciplina de capital e a eficiência operacional, em meio à volatilidade do preço do petróleo.
Aquisições estratégicas e desinvestimentos estão sendo contemplados de maneira bastante seletiva, ao mesmo tempo que são aguardadas licenças para dar continuidade a projetos já em curso.
“Quanto às distribuidoras de combustíveis, mudanças regulatórias estão sendo implementadas para melhorar o ambiente de negócios no setor, como a tributação monofásica, que devem proporcionar benefícios estruturais de longo prazo”, diz o banco.
Em relação ao setor mineral, os analistas comentam que o cenário é mais favorável para as companhias que exploram minério de ferro do que para as siderúrgicas. Isso porque as segundas têm sido fortemente afetadas pela forte concorrência no segmento, enquanto as primeiras, embora o preço do minério de ferro tenha recuado, estão se ajustando para atender à demanda.
Já o segmento de papel e celulose “está aproveitando a flexibilidade dos produtos e a diversificação para impulsionar o crescimento, especialmente em segmentos como papelão ondulado e papel Kraft, apesar dos desafios de mercado no curto prazo”, afirmam os analistas, citando a “joint venture” formada entre a Suzano e a Kimberly-Clark, anunciada no início do mês.
*Estagiária sob supervisão de Rodrigo Rocha
TN Petróleo - RJ 17/06/2025
A ANP firmou hoje (16/06) acordo de cooperação com a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul (AGEMS). A parceria atende à Nova Lei do Gás (Lei nº 14.134/2021), que determinou que a União, por meio do Ministério de Minas e Energia e da ANP, deve articular-se com os estados para a harmonização e o aperfeiçoamento das normas vigentes na indústria de gás natural.
O acordo foi assinado pela Diretora-Geral interna da ANP, Patricia Baran e pelo presidente da AGEMS, Carlos Alberto de Assis, no Escritório Central da ANP, no Rio de Janeiro.
Para atingir seus objetivos, o acordo prevê a execução de estudos sobre a regulação das atividades da indústria do gás natural nos âmbitos estadual e federal, além do aprofundamento dos debates sobre o Programa do Novo Mercado de Gás, instituído pelo governo federal. Adicionalmente, as instituições também tratarão da regulação do aproveitamento do biogás de distintas origens.
A AGEMS tem como atribuições a regulação e a fiscalização dos serviços de interesse público de natureza econômica, de competência do Estado do Mato Grosso do Sul, atuando para que os serviços prestados pelas operadoras delegadas, públicas ou privadas, sejam adequados para o atendimento de seus mercados, assegurando a qualidade desses serviços a preços justos e os direitos dos usuários. Exerce, também, a função de mediação de conflitos entre as operadoras delegadas (concessionárias, permissionárias ou autorizatárias) e os usuários, e entre as próprias empresas dos setores regulados.
O acordo com a AGEMS se soma a outros já firmados pela ANP com outras agências reguladoras estaduais: Agenersa (RJ), Agrese (SE) e Arsepam (AM). Os acordos podem ser consultados na página https://www.gov.br/anp/pt-br/assuntos/movimentacao-estocagem-e-comercializacao-de-gas-natural/acordos-de-cooperacao-tecnica-1/acordos-de-cooperacao-tecnica.
O Estado de S.Paulo - SP 17/06/2025
Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta segunda-feira, 16, observando as perspectivas para os próximos passos no conflito entre Israel e Irã.
A escalada nas tensões nos últimos dias havia dado impulso às cotações do barril, com analistas acreditando que a marca dos US$ 100 poderia ser ultrapassada.
Na sexta, o petróleo subiu 7%. Mas um fator inverteu essa trajetória de alta nesta segunda: houve sinalizações de que Teerã não tem a intenção de ampliar o conflito.
Em Nova York, o contrato do petróleo WTI, referência nos EUA, para julho fechou em baixa de US$ 1,67 (US$ 1,22), a US$ 71,77 o barril.
O petróleo Brent, padrão internacional, encerrou o dia com queda de 1,35% (US$ 1,00), a US$ 73,23 barril.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou hoje que o país não busca intensificar o conflito em andamento com Israel, mas prometeu responder a qualquer “agressão” dos israelenses.
Pezeshkian repetiu que os iranianos não foram responsáveis pelo início das hostilidades. “Mas responderemos aos crimes sionistas com autoridade e, em qualquer nível que atacarem, receberão uma resposta do mesmo nível”, escreveu.
Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira que o Irã “não quer sentar à mesa de negociações. Eles querem explodir a mesa”, ao rejeitar a possibilidade de diálogo com Teerã, em entrevista à ABC News.
“Eles querem continuar com essas falsas conversas, nas quais mentem, trapaceiam e enganam os EUA. Temos informações muito sólidas sobre isso”, declarou.
A consultoria internacional Capital Economics avalia que não houve mais aumentos do preço do petróleo hoje porque não se esperam danos significativos à produção de energia ou à infraestrutura de transporte, apesar de ataques a refinarias no Irã.
“Em última análise, esse é o principal canal pelo qual o conflito pode ter um impacto significativo na economia global”, afirma a consultoria.
“Indiscutivelmente, a escala da campanha de Israel e a retórica em torno dela sugerem que a situação atual é mais grave do que episódios anteriores”, avalia a consultoria.
O receio principal na economia são os efeitos sobre a inflação, já que o preço do combustível influencia toda a cadeia produtiva. A situação no Oriente Médio pode fazer com que a Petrobras tenha que realizar reajustes nos preços dos combustíveis.
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