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17 de Abril de 2023

SIDERURGIA

IstoÉ Dinheiro - SP   17/04/2023

O Goldman Sachs rebaixou a recomendação para as ações da CSN de “neutra” para “venda” nesta sexta-feira e cortou o preço-alvo do papel em 22%, para 12,5 reais.

Na sessão, as ações ordinárias da CSN caíram 7,35%, a 14,49 reais. O Ibovespa, por sua vez, cedeu 0,17%.

O time de análise do Goldman espera que os resultados e o fluxo de caixa livre do grupo de siderurgia e mineração atinjam um pico no segundo trimestre e depois enfrentem desafios devido a uma combinação de três fatores: aumento de investimentos (capex), queda dos lucros e alavancagem elevada em um ambiente de alta taxa de juros.

Contudo, disseram os analistas, as perspectivas podem se tornar mais otimistas caso os lucros da CSN se normalizem em níveis mais altos do que o previsto, com suporte da geração de fluxo de caixa livre e menor alavancagem.

“Isso pode acontecer caso os preços do minério de ferro permaneçam mais fortes do que as expectativas da equipe de commodities do Goldman Sachs e/ou a demanda por aço acabe sendo maior do que a esperada”, escreveram os analistas Marcio Farid, Gabriel Simões e Henrique Marques, em relatório datado desta sexta-feira.

No setor, a ação PN da Gerdau subiu 0,81% e o papel PNA da Usiminas caiu 1,57%.

CSN AUTUADA

A queda da ação da CSN ainda teve outro fator de pano de fundo. Na quinta-feira, o governo do Estado de Minas Gerais divulgou comunicado em que diz estar intensificando as ações de fiscalização para monitorar o Córrego Fazenda Velha, afluente do Rio das Velhas, após suas águas apresentarem uma mudança na coloração nos últimos dias.

Segundo o órgão, a CSN foi autuada em cerca de 2,3 milhões de reais por causar poluição ambiental e deixar de comunicar a ocorrência em até 24 horas, sendo determinado que a empresa parasse imediatamente com o lançamento de resíduos. A companhia tem operações próximas ao local, como a Mina do Fernandinho, operada pela subsidiária Minérios Nacional e vistoriada nas últimas semanas pelas autoridades estaduais.

Os órgãos de fiscalização constataram “teores elevados de manganês, ferro e cobre nas águas, que ocasionaram a turbidez avermelhada, provocados por ação da Companhia Siderúrgica Nacional”, de acordo com o governo do Estado.

Em nota enviada à Reuters, a CSN nega que houve despejo de sedimentos ou rejeitos no córrego Fazenda Velha.

De acordo com a CSN, devido à retirada de sedimentos da própria estrutura e às fortes chuvas, houve uma “pontual elevação da cor aparente e da turbidez da água” a qual foi comunicada de imediato ao órgão ambiental competente.

Valor - SP   17/04/2023

O governo de Minas Gerais intensificou nesta semana o monitoramento do Córrego Fazenda Velha, um dos afluentes do Rio das Velhas, após suspeita de contaminação por rejeitos de mineração. O local é ponto de captação de água da Copasa. Uma primeira fiscalização resultou em autuação da CSN. A empresa nega que tenha despejado sedimentos ou rejeitos no córrego.

Desde o fim de março, o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) tem feito uma fiscalização ofensiva para frear causas e mitigar possíveis efeitos ambientais na região, informou o governo do Estado. A Copasa e a Polícia Militar do meio Ambiente também intensificaram o monitoramento do Córrego Fazenda Velha.

“Logo que tivemos conhecimento da situação determinamos um monitoramento enérgico das nossas equipes, o que vem sendo feito com ações efetivas da fiscalização, do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) para acompanhar o caso e tomar as medidas necessárias para controle dos possíveis efeitos na qualidade das águas do Rio das Velhas”, afirmou em comunicado a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, Marília Melo.

Contexto

O Rio das Velhas responde por 60% do abastecimento de Belo Horizonte. No dia 27 de março, a secretaria recebeu denúncia de alteração na cor da água do Rio das Velhas e que o material vinha do Córrego Fazenda Velha.

No dia 28, foi feita uma fiscalização conjunta pela Secretaria de Meio Ambiente, Feam e Polícia Militar Ambiental e foram constatados teores elevados de manganês, ferro e cobre na água do rio. Esse aumento nos teores de minérios tornou a água do rio avermelhada, segundo os órgãos.

Depois disso, a Secretaria vistoriou uma barragem de rejeitos Ecológica 1, da Minérios Nacional, subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que fica acima da área em questão. A barragem atende à Mina do Fernandinho e o seu vertedouro deságua no Córrego Fazenda Velha.

O governo informou que vistoriou a barragem e as estruturas auxiliares na mina. A Mina do Fernandinho da CSN não opera atividade de lavra e possui três barragens interligadas: Barragem B2 Auxiliar, Barragem B2 e Barragem Ecológica 1. A Barragem Ecológica 1, que passava por manutenção do canal do vertedouro, estava usando tubulações para bombear e escoar água do seu reservatório para o vertedouro que deságua no Córrego Fazenda Velha.

Segundo a Secretaria, a empresa relatou aos fiscais que durante as obras de manutenção estão sendo aplicados floculantes e coagulantes para reduzir a turbidez da água. Mas a aplicação não foi suficiente para reduzir a turbidez da água.

A Secretaria pediu cópias dos relatórios de monitoramento de qualidade da água efluente da estrutura, “no qual foi constatado que os teores de manganês, ferro, cobre, cor e demanda bioquímica de oxigênio estavam acima dos padrões de lançamento preconizados em legislação vigente”.

A empresa foi autuada por causar poluição e degradação ambiental e foi determinado que ela cessasse imediatamente o lançamento do material, informou a Secretaria.

A empresa também deve apresentar ao Igam os relatórios de monitoramento qualitativo e quantitativo de águas superficiais, subterrâneas e sedimentos na área da mancha. A empresa deve apresentar ficha de segurança de produtos químicos dos produtos usados na floculação e coagulação, além de intensificar a frequência do monitoramento da água, com reportes semanais ao Igam.

Fiscalização recente

Segundo a Secretaria, foram feitas fiscalizações aérea e terrestre nos dias 10 e 11 e, nessas diligências, foi possível observar que a CSN tem adotado medidas de controle e a coloração avermelhada do córrego suavizou.

O Igam começou no dia 10 a fazer o monitoramento emergencial em seis pontos do Rio das Velhas. O órgão monitora 20 parâmetros de qualidade da água diariamente. Dependendo dos resultados, a frequência da fiscalização será reavaliada.

Em apoio ao Igam, a Copasa fez a coleta de amostras de água em quatro pontos solicitados pelo órgão. Os resultados das análises laboratoriais foram encaminhados ao Igam. O resultado deve ser divulgado na semana que vem.

O que diz a empresa

A Minérios Nacional afirmou em nota que “não despejou sedimentos ou rejeitos no córrego Fazenda Velha”. Segundo a empresa, na última semana, durante as obras de desassoreamento da barragem Ecológica 1, em decorrência da retirada de sedimentos da própria estrutura e das fortes chuvas dos últimos dias, “houve uma pontual elevação da cor aparente e da turbidez da água, o que foi imediatamente equacionado pela companhia por meio de ações já reportadas ao órgão ambiental”.

A Minérios Nacional afirmou que a barragem nunca recebeu rejeitos e é usada apenas para contenção de sedimentos e clarificação de água proveniente das estruturas à montante.

A empresa confirmou que a Feam e a Polícia Militar Ambiental estiveram no local no dia 11 e constararam que a água estava dentro dos parâmetros legais. A companhia acrescentou que faz o monitoramento diário da água.

O Igam, por sua vez, informou que no momento não há nenhuma restrição ao uso da água no local, nem à pesca, não sendo necessário cuidados adicionais. Segundo o órgão, os metais encontrados na água não representam riscos de contaminação para o ser humano e nem para os animais. “Novas diligências foram realizadas nesta semana e os órgãos do Sisema seguem monitorando a situação”, acrescentou o Igam.

A Copasa informou que realiza o monitoramento frequente da água para abastecimento público da região e “atualmente, toda a produção de água na Estação de Tratamento de Água do Sistema Rio das Velhas encontra-se dentro dos parâmetros estabelecidos pela Portaria 888/21 do Ministério da Saúde, que determina os padrões de potabilidade e os procedimentos de controle da qualidade de água. Desta forma, neste momento, não há riscos ou restrições para o consumo humano da água tratada pela Copasa”.

ECONOMIA

Agência Brasil - DF   17/04/2023

Brasil e China estão assinando uma série de memorandos visando uma "nova industrialização" no Brasil, que tenha “bases sustentáveis, com inovação tecnológica e investimentos em setores estratégicos”. Caberá ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a responsabilidade por três deles, focados em investimentos industriais, economia digital e facilitação do comércio.

“As conversas em torno de cada área serão pautadas também por questão ambiental, dada a importância do tema para os chineses e para o governo brasileiro. Entre os assuntos de interesse ambiental está a atração de investimentos em energia renovável, infraestrutura verde, manejo sustentável de florestas, tecnologia e inovação”, informou o MDIC.

Em nota, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, disse que, além de ser importante parceiro comercial, a China pode ajudar o Brasil a ocupar um lugar de destaque na indústria 4.0 – termo adotado para a chamada quarta revolução industrial, caracterizada por abranger sistemas tecnológicos como inteligência artificial, robótica, internet das coisas e computação em nuvem.

“Há uma sinergia entre o projeto chinês Made In China 2025 e o pensamento do MDIC, recriado pelo presidente Lula. As duas nações querem desenvolver produtos inovadores e modernizar sua produção industrial. A troca de conhecimentos entre os países é muito importante neste momento”, afirmou Alckmin, que também comanda a pasta.

Ao destacar a convergência entre os destinos dos dois países, Alckmin disse que o futuro passa por política industrial, neoindustrialização, bem como pela “busca de novas tecnologias, preservação do meio ambiente e diminuição dos entraves comerciais no mundo da economia digital”.
Cooperação industrial

Segundo o ministério, o memorando de cooperação industrial tem como ator principal o setor privado. Ele prevê tratativas para investimentos e trocas tecnológicas nos setores de mineração, energia, infraestrutura e logística (estradas, ferrovias, portos, gasodutos), indústria de transformação (carros, máquinas, construção, eletrodomésticos), alta tecnologia (medicamentos, equipamentos médicos, tecnologia da informação, biotecnologia, nanotecnologia, setor aeroespacial) e agroindústria.
Economia digital

No caso da economia digital, as conversas devem evoluir para a “construção de uma infraestrutura econômica capaz de integrar tecnologias interativas inteligentes a atividades como manufatura avançada, circulação de mercadorias, transportes, negócios, finanças, educação e saúde”. Abrange, segundo o MDIC, redes de banda larga, navegação por satélite, centros de processamentos de dados, computação em nuvem, inteligência artificial, tecnologia 5G e cidades inteligentes.

O memorando aborda também questões relativas a novos modelos de negócio, regulação, pesquisa, treinamento e capacitação.
Comércio

O memorando sobre facilitação de comércio apresenta diretrizes no âmbito do Grupo de Trabalho de Facilitação do Comércio, que prevê conversações para eliminação de barreiras e adoção de boas práticas comerciais e regulatórias em temas de interesse bilateral, além de prever o estabelecimento de canais de comunicação eficientes, apoio à participação em feiras e dar agilidade à circulação, à liberação e ao despacho aduaneiro.

Exame - SP   17/04/2023

A economia dos Estados Unidos está se mostrando mais resiliente e a inflação mais teimosa do que os economistas esperavam há alguns meses e, como resultado, o Federal Reserve (Fed) manterá as taxas de juros altas por mais tempo, de acordo com a mais recente pesquisa do The Wall Street Journal com economistas.

Em média, os economistas esperam que a inflação, medida pelo aumento anual do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), termine este ano em 3,53%, ante 3,1% na pesquisa de janeiro. A inflação em março foi de 5%, informou o Departamento do Trabalho na semana passada, a menor em dois anos.

O ponto médio da meta atual do banco central americano para a taxa dos Fed Funds agora está em 4,9%, e a maioria dos economistas vê esse ponto médio subindo para 5,125% no final de junho, implicando mais um aumento de 25 pontos-base em maio ou junho. Mas enquanto os mercados esperam que o Fed corte as taxas até o final do ano, apenas 39% dos economistas entrevistados concordam - a maioria não vê nenhum corte na taxa antes de 2024. Isso é uma mudança em relação a janeiro, quando uma pequena maioria esperava um corte até o final do ano.

Com a inflação e as taxas de juros persistindo em níveis mais altos do que o esperado anteriormente, os economistas estimam a mesma probabilidade de recessão em algum momento dos próximos 12 meses em 61%, como fizeram em janeiro. Eles esperam que uma recessão seja relativamente superficial e de curta duração, em linha com outras pesquisas recentes. Os economistas veem a contração como provável para começar no terceiro trimestre deste ano, depois do consenso na pesquisa de janeiro, que apontava para o segundo trimestre.

Qual a projeção de crescimento para o PIB

Economistas acadêmicos e financeiros que responderam à pesquisa do Journal não veem recente turbulência bancária como uma contribuição para a ameaça de recessão. Entre eles, 58% disseram que uma crise foi amplamente evitada, enquanto 42% previram mais problemas pela frente.

Os analistas esperam um crescimento estagnado este ano, prevendo que o Produto Interno Bruto (PIB) ajustado pela inflação aumentará apenas 0,5% no quarto trimestre de 2023 em relação ao quarto trimestre de 2022. O crescimento em 2024 não deve ser muito melhor, em 1,6%.

Um chamado pouso forçado - na qual altas taxas de juros conseguem reduzir a inflação, mas à custa de um aumento significativo do desemprego e de uma recessão - não se tornou mais provável nos últimos meses, mas continua sendo o resultado mais provável, disseram os economistas. Entre os entrevistados, 76% disseram que não haveria pouso suave, em comparação com 75% em janeiro.

O ritmo de crescimento do emprego diminuiu nos últimos meses, mas continua muito acima da média pré-pandemia, em 2019. Os empregadores contrataram 236 mil trabalhadores em março, um ganho historicamente forte, mas o menor em mais de dois anos, segundo o Departamento do Trabalho. A taxa de desemprego baixou para 3,5%.

Economistas esperam que esse ritmo desacelere consideravelmente e se torne negativo ainda este ano. Eles veem a economia adicionando 12 mil empregos por mês em média nos próximos quatro trimestres, com perdas de empregos do terceiro trimestre de 2023 até o primeiro trimestre de 2024. Em média, eles esperam uma taxa de desemprego de 4,3% no final de 2023, menor do que os 4 65% que projetavam em média na pesquisa de janeiro.

O levantamento do Wall Street Journal com 62 analistas foi realizada de 7 a 11 de abril. Nem todos os participantes responderam a todas as questões.

IstoÉ Dinheiro - SP   17/04/2023

A economia da China deve crescer cerca de 5% este ano, disse o presidente do Banco do Povo da China, Yi Gang, em comentários publicados nesta sexta-feira, número em linha com a meta anual do governo.

A China está disposta a implementar uma estrutura de liquidação da dívida com outros países, disse Yi em uma reunião de ministros das Finanças chefes de bancos centrais do G20 durante as reuniões de primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional em Washington, segundo comunicado do banco central.

A economia da China está se estabilizando e se recuperando, enquanto a inflação permanece em um nível baixo, disse Yi.

CNN Brasil - SP   17/04/2023

Os dados da inflação de março, divulgados nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), injetaram uma dose de otimismo nas expectativas de economistas e investidores.

A bolsa de valores engatou uma sequência de altas fortes, enquanto o dólar despencou para menos de R$ 5 pela primeira vez em dez meses.

Por trás da euforia, está uma inflação que veio mais fraca que o esperado, teve uma forte desaceleração e também começa aos poucos a mudar de perfil, com quedas de preços mais espalhadas entre as centenas de itens que são consumidos pelos brasileiros e monitorados pelo IBGE para calcular a inflação oficial do país.

Esses fatores, de acordo com economistas consultados pela CNN, podem ainda não ser o suficiente, por ora, para que o Banco Central mude já a sua postura em relação à Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira.

Mas certamente deixam uma nova janela aberta para que o BC possa cortar os juros mais cedo do que o imaginado até aqui.

“A composição melhor desmitificou um pouco a impressão de que a inflação estava muito rígida”, diz Andrea Angelo, economista-chefe, especialista em inflação, da corretora Warren Rena.

“Claro que o BC tem que continuar cauteloso, não vai ser só pelo resultado de um mês que ele vai mexer na inflação como um todo. Mas há uma parte grande dos economistas esperando os primeiros cortes [da Selic] só no final do ano. Esses podem olhar para essa composição melhor da inflação agora e pensar – ‘talvez eu esteja errado, talvez os cortes possam acontecer antes disso’.”

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do país, variou 0,7% em março e, em 12 meses, acumulou 4,6%.

Foi uma redução forte ante o mês anterior, quando acumulava 5,6%, e o menor resultado desde janeiro de 2021, quando os choques de preços causados pela pandemia no mundo ainda começavam a mostrar seus efeitos.

Foi também a primeira vez nesses dois anos que o IPCA voltou a ficar abaixo do teto da meta de inflação que deveria ser entregue pelo BC, que tem o limite máximo de tolerância de 4,75% em 2023.
Expectativas para a inflação

De acordo com Andrea, da Warren, o impacto dos resultados pode levar a uma onda de revisões nas projeções de mercado para os juros e para a inflação, o que é quase tão importante para a decisão de juros do BC quanto a inflação em si.

“Depois de se certificar de que a inflação está desacelerando, o Banco Central olha também para as expectativas. Ele precisa olhar para as expectativas para a inflação de 2024 e ter certeza de que elas não vão continuar subindo”, explica a economista.

Pelo Boletim Focus, relatório semanal do Banco Central que acompanha as projeções de mercado, tanto as estimativas para o IPCA quanto para a Selic vêm sendo revisadas para cima semana a semana desde o começo do ano, para 2023 e também para 2024.

Com isso, vão se distanciando cada vez mais da meta que deveria ser atingida. É o que os manuais de economia chamam de “desancoragem das expectativas”.

São essas expectativas que o BC olha e que, com o dado mais recente de inflação, podem, pelo menos, parar de subir por enquanto.
Menos volatilidade e mais preços caindo

Entre as mudanças que estão acontecendo com a inflação quando se coloca uma lupa sobre ela, está uma desaceleração mais espalhada dos preços.

Enquanto, no ano passado, boa parte da queda vista no IPCA foi puxada basicamente pelas desonerações nos combustíveis feitas no governo, agora há um número maior de itens com preços em queda.

A difusão, conta que mede quantos dos mais de 400 produtos e serviços que compõem o IPCA estão em alta, caiu de 65% em fevereiro para 60% em março, nas contas do Goldman Sachs.

Há um ano, o IPCA estava em 11% e 76% dos itens que compõem sua cesta estavam com os preços subindo.

Também a inflação dos serviços e dos bens industriais, como automóveis e eletrodomésticos, começaram a ceder com maior força, em uma resposta mais clara aos juros altos que perduram desde o ano passado.

“Estamos vendo de forma mais clara a devolução de alguns choques inflacionários que foram importantes nos últimos anos e que agora estão em descompressão”, diz o economista-chefe do Banco Original, Marco Caruso, citando um alívio global sobre os preços das commodities, como o petróleo, e também normalização dos choques de oferta que aconteceram na indústria.

Caruso pondera que o resultado de apenas um mês ainda não é suficiente para que o BC mude os rumos que já tem calculados para a Selic, além de, mesmo com os alívios recentes, a inflação ainda ter uma provável rota de alta pela frente.

“O IPCA pode seguir caindo para até 3,8%, mas depois volta a subir conforme os efeito das desonerações do ICMS saem da conta”, diz. As projeções dele e também de boa parte do mercado, captada pelo Focus, é de um IPCA de volta à casa dos 6% ao final deste ano.

Por outro lado, ele avalia que, caso o cenário de desaceleração dos preços e da economia ganhe mais peso à frente, o BC pode acabar tendo que rever com mais urgência seu atual nível de juros.

“Hoje ainda não acho que ele deva adiantar o corte de juros”, diz. “Mas é preciso ter em mente que, se o BC persistir por mais tempo em uma postura dura, em um segundo momento, quando começar a cortar os juros, vai ter que acelerar a queda”, afirmou.

Monitor Digital - RJ   17/04/2023

A China contribuirá cerca de um terço do crescimento global este ano, o que fornecerá mais oportunidades para outros países, disse a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Kristalina Georgieva nesta quinta-feira.

“Estamos satisfeitos em ver a recuperação da China não só pelo próprio país, mas também por causa do seu papel na economia global”, disse Georgieva durante uma coletiva de imprensa sobre a Agenda de Política Global do FMI.

“Este ano, a China contribuirá com cerca de um terço do crescimento global. Calculamos que um aumento de 1% no crescimento chinês se traduz em 0,3% a mais de crescimento para as economias conectadas à China”, ela disse.

O FMI projeta um crescimento “bastante forte” de 5,2% para a economia chinesa este ano, número acima da projeção interna do país, que é de 5%, segundo Georgieva.
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“No entanto, existem desafios significativos a serem enfrentados… Ainda há a questão de como lidar com o mercado imobiliário, mas já estão sendo tomadas medidas para solucioná-la. Além disso, é preciso direcionar a economia chinesa mais para o consumo interno”, acrescentou Georgieva.

A chefe do FMI opinou a sua recente viagem para a China “muito, muito frutífera”

“A viagem me proporcionou a oportunidade de me reunir com o primeiro-ministro Li Qiang e outros líderes para discutir as perspectivas da economia mundial, da economia chinesa e a importância da China no apoio aos países de baixa renda”, disse Georgieva.

“O que me impressionou foi a mensagem clara do primeiro-ministro sobre a continuidade da China em reabrir e buscar reformas, o que pode fortalecer as perspectivas de crescimento do país. Eu pude ver como é diferente quando a economia é reaberta”, acrescentou-a. Fim

Infomoney - SP   17/04/2023

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (14) que os estudos para estabelecer uma alternativa ao dólar em transações comerciais envolvendo os países do Brics devem prosseguir após a visita da comitiva brasileira à China.

O tema ganhou força nos últimos dias, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o uso da moeda norte-americana como padrão nas negociações entre nações estrangeiras. O discurso do petista ocorreu na quarta-feira (12), durante cerimônia de posse de Dilma Rousseff como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, também conhecido como Banco dos Brics.

“Fazer o intercâmbio em moeda própria é algo que está há muito tempo na mesa de negociação entre os Brics, e o presidente Lula retomou a agenda”, sublinhou Haddad.

Em movimento semelhante, em janeiro, o presidente Lula se posicionou a favor de uma moeda comum sul-americana para transações comerciais e financeiras, durante visita a Argentina. Na época, alguns setores criticaram a postura brasileira de sinalizar um estreitamento de laços com o vizinho, que nos últimos anos tem vivido sucessivas crise econômicas e sofre com a desvalorização do peso.
Brasil busca relações com EUA

Questionado se o volume de acordos comerciais celebrados nas mais diversas áreas, como Agricultura, Ciência e Tecnologia e Comunicações, consolidam uma aproximação maior com a economia chinesa, em comparação com a visita recente de Lula a Washington, Haddad afirmou que espera mais investimento norte-americano no Brasil futuramente.

“Algumas empresas americanas tomaram a decisão de deixar o Brasil. Queremos estabelecer as melhores relações com China, EUA e União Europeia”, frisou.

“A reação que espero é que haja mais parceria com os Estados Unidos. Essa é a reação [do governo americano] que nós esperamos. O Brasil é grande demais para ficar escolhendo parceiro. O Brasil tem tamanho para fazer parcerias. Não tem sentido optar por se aproximar de um e se afastar do outro”, defendeu o ministro.

Utilizando um tom diplomático, Haddad reforçou a intenção do governo brasileiro em ter no capital chinês um dos instrumentos para a reindustrialização baseada na transição energética e preservação do meio ambiente, haja vista a pressão da comunidade internacional para que a China reduza suas emissões de carbono.

Antes da fala de Haddad, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, citou alguns projetos que devem ser realizados em parceria com a China nos próximos anos, como a construção de uma ponte ligando a Ilha de Itaparica a Salvador (BA) e a instalação de uma fábrica de painéis fotovoltaicos.

O Estado de S.Paulo - SP   17/04/2023

A economia global começa a dar sinais de que o capítulo de alta de juros pode estar chegando ao fim. Os últimos dados de inflação e as sinalizações das autoridades monetárias indicam que os principais bancos centrais do mundo encerraram ou estão próximos de terminar o chamado aperto monetário.

Os riscos ainda existem, sobretudo quando se olha para o comportamento de preços relacionados a serviços, ainda resilientes. Mas a inflação de bens duráveis – provocada pela desorganização das cadeias produtivas no auge da pandemia – começou a perder fôlego. Hoje, a leitura é a de que a inflação se dá mais por questões particulares de cada país do que por um efeito global.

“Olhando tanto para países avançados como para emergentes, estamos no fim desse processo (de alta de juros)”, diz Andréa Damico, sócia e economista-chefe da Armor Capital. “Quando a gente olha para inflação, a gente vê uma desaceleração mais relevante de bens.”

Nas últimas semanas, algumas economias começaram a apresentar dados de inflação melhores do que o esperado. Nos Estados Unidos, os números divulgados pelo Departamento de Trabalho mostraram que a inflação no acumulado de 12 meses recuou de 6%, em fevereiro, para 5% em março. O presidente Joe Biden falou em “progresso continuado”. Na China, a taxa anual da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,7% em março, abaixo da previsão de analistas, de alta de 0,9%. E no Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,71%, chegando a 4,65% em 12 meses, resultado mais baixo desde janeiro de 2021.

“Era esperado que a inflação desse esses sinais de melhora, mas, claro, que ainda é um processo gradual. A batalha não está totalmente vencida”, afirma Silvio Campos Neto, economista da consultoria Tendências.
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A percepção de que o mundo começa a virar a página na condução da política monetária também abre um horizonte mais positivo para a economia global, de que ela pode não sofrer tanto como se esperava no próximo ano – o que, consequentemente, pode beneficiar o Brasil.

Por ora, as projeções de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 são bem ruins. Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou uma previsão de crescimento de 3%, pouco acima da esperada para 2023, de 2,8%. Nesse biênio, a expansão esperada para o Brasil é de 0,9% e 1,5%, respectivamente.

“São dois anos de crescimento baixo, mas a percepção de um fim de ciclo no curto, de que, provavelmente, não haverá alta de juros no segundo semestre, já traz um certo alívio, tira do cenário a possibilidade de situações mais extremas”, diz Campos Neto, da Tendências.

“Os efeitos (da política monetária) são defasados, e a economia mundial deve ter um período de maior dificuldade neste segundo semestre de 2023 e na virada do ano, mas, a partir do segundo trimestre do próximo ano, já pode haver um espaço para uma retomada, não acelerada, um pouco mais consistente”, acrescenta.

Efeito da crise bancária

Há outro componente que passou a influenciar as decisões dos bancos centrais: o risco de uma crise bancária. A quebra de bancos médios dos Estados Unidos e o resgate do Credit Suisse levaram a uma mudança de rota na política de juros.

A ata do último encontro do Fed (Federal Reserve), por exemplo, mostrou que integrantes do BC dos EUA cogitaram um aumento nos juros de 0,50 ponto porcentual, mas desistiram e optaram por um aumento de 0,25 ponto por causa da crise bancária.

“A turbulência financeira, a quebra dos bancos, vai acarretar retração do crédito bancário, que, por sua vez, vai prejudicar as condições financeiras, o que vai afetar a atividade econômica – que mais adiante vai derrubar a demanda, o que derruba a inflação”, explica José Júlio Senna, ex-diretor do Banco Central e chefe do Centro de Estudos Monetários do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). “Mas o Fed ainda não sabe a intensidade desse movimento.”

Na próxima reunião, os economistas avaliam que o Fed deve promover uma nova alta de 0,25 ponto porcentual, levando os juros para a faixa de 5% a 5,25% ao ano e encerrando o ciclo de aperto monetária. “A gente chegou a vislumbrar os juros indo acima de 5,5%, mas migramos de cenário com a questão dos bancos pequenos”, diz Andréa, da Armor.

Um aumento menos expressivo dos juros nos EUA também contribui para um dólar mais fraco no mundo, facilitando a vida dos bancos centrais.

Cenário perverso de inflação

Ao longo dos últimos anos, a economia global enfrentou um cenário perverso de inflação. A pandemia provocou uma desorganização na cadeia de produção de vários setores e levou a uma escassez de produtos, o que pressionou custos globais.

“A pandemia dificultou o consumo pelas famílias de determinados serviços. Houve uma substituição de consumo de serviços para bens, especialmente bens duráveis – movimento acentuado pelo home office. E a produção e distribuição de bens pelo mundo ficaram prejudicadas. Juntou uma expansão de demanda forte com um constrangimento de oferta muito significativo”, explica Senna, da FGV. “Além disso, os impulsos fiscais e monetários dados pelos mais diferentes governos dos países ajudaram a turbinar a demanda.”

A retomada da economia, após superada a fase mais aguda da crise sanitária, provocou uma alta de preços de commodities, o que tornou ainda mais complicado debelar a inflação. Se o cenário era difícil, a guerra entre Ucrânia e Rússia provocou uma nova escalada de preços.

“Os bancos centrais relutaram muito, no começo, em aceitar que a alta de preços seria um fenômeno persistente. Essa dificuldade de perceber a natureza do processo inflacionário acabou dando asas para a própria inflação, que adquiriu raízes mais profundas”, diz Senna.

“Uma parte do processo já está sendo corrigida. A inflação de bens, que subiu muito fortemente, também desceu muito fortemente, com o recuo da pandemia e a normalização das cadeias de suprimento. Só que agora restam desequilíbrios importantes e a política monetária tem de persistir justamente para combater o que se chama a inflação nuclear, como a inflação de serviços, que ainda está muito carregada.”

É possível dividir o movimento de aperto global de aperto de juros em três grandes grupos. O primeiro foi liderado em grande parte pelos países emergentes, incluindo o Brasil – a Selic está em 13,75% ao ano. Foram essas economias que subiram os juros, já atingiram o pico da inflação e podem ser os primeiros a iniciar o ciclo de cortes.

“Uma vez que o país pausa (o aperto), o BC leva ao redor de um ano para cortar os juros”, diz Kaian Oliveira, economista internacional da Parcitas Investimentos. “As curvas globais já refletem um pouco essa ideia de corte para vários países.”

No Brasil, os analistas esperam um corte nos próximos encontros do Comitê de Política Monetária (Copom). O relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, mostra que as previsões para a Selic são de 12,75% ao fim de 2023 e de 10% para 2024.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, vem sendo alvo de uma ofensiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ala política do governo, que criticam o patamar dos juros no País. O Comitê de Política Monetária (Copom), por sua vez, tem indicado como razão para a manutenção da taxa uma inflação persistente e sinais de incerteza em relação ao rumo das contas públicas.

No final do mês passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou a proposta do novo arcabouço fiscal, para substituir o teto de gastos. Campos Neto avaliou a proposta, que estabelece um piso e um teto para as despesas, além de metas de resultado primário (diferença entre o que o governo arrecada e gasta) como “superpositiva”. A expectativa do governo é que a aprovação da regra, que será enviada nesta semana ao Congresso, ajude no processo de redução dos juros.

“Pelo andar da carruagem, os participantes do mercado estão dando um crédito de confiança (para o novo arcabouço). Agora, a gente precisa ver como é que esse programa vai ficar no Congresso, o que efetivamente vai ser aprovado”, destaca Senna.

O segundo bloco foi formado pelos países desenvolvidos, que demoraram mais para começar o aperto e ainda tem uma inflação resiliente, como é o caso de Estados Unidos e Europa, embora o Banco Central Europeu (BCE) esteja um passo atrás do Fed. E, por fim, há o conjunto dos países asiáticos, que não sofreram tanto com a inflação.

“A gente tinha um cenário na Europa dos juros indo para 4% (estão em 3,50%), mas hoje temos dúvida, porque o ciclo monetário não é só mais fundamento. Há, agora, o risco financeiro”, afirma Oliveira. “A gente até tem um cenário de que os juros podem ir para 4%, mas ele é mais arriscado.”

MINERAÇÃO

IstoÉ Online - SP   17/04/2023

Os contratos futuros do minério de ferro oscilaram nesta sexta-feira e se encaminhavam para a segunda queda semanal consecutiva em meio a crescentes preocupações sobre a demanda pelo ingrediente siderúrgico na China, maior produtora mundial de aço.

O plano da China de limitar a produção das siderúrgicas domésticas aos níveis de 2022 aumentou essas preocupações, reduzindo os preços já pressionados pela fraca demanda doméstica de aço durante o que é supostamente o pico da temporada de construção do país e uma perspectiva econômica global moderada.

A Bloomberg informou na quinta-feira que o plano para limitar a produção de aço da China em 2023 deve ser divulgado até o final deste mês.

O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com queda de 0,8%, a 768,50 iuanes (112,30 dólares) a tonelada, e estava a caminho de um recuo semanal de quase 3%.

Na Bolsa de Cingapura, a referência de minério de maio caiu 0,4%, para 115,90 dólares a tonelada. No acumulado da semana até agora, a queda é de mais de 1%.

“O minério de ferro ampliou suas perdas enquanto a China planeja limitar a produção de aço para 2023. Isso é uma resposta à recuperação mais lenta da demanda e à redução das emissões”, disseram estrategistas de commodities da ANZ em nota.

Apesar da demanda morna, a taxa de utilização da capacidade dos altos-fornos operados por 247 siderúrgicas chinesas sob pesquisa semanal da Mysteel atingiu uma máxima de 22 meses de 91,8% esta semana, disse a consultoria e provedora de dados.

Já pelo lado da oferta, uma tempestade de categoria 5 que atingiu a costa noroeste da Austrália poupou regiões populosas, incluindo o maior centro de exportação de minério de ferro do mundo em Port Hedland.

IstoÉ Dinheiro - SP   17/04/2023

A Vale realizou o embarque de briquete verde para o primeiro teste internacional em alto-forno de um cliente nesta semana. O produto é um aglomerado de minério de ferro utilizado por siderúrgicas durante um processo anterior à fabricação do aço. A vantagem dele é a redução de 12% nas emissões de gás carbônico (CO2).

Anunciado em 2021 pela Vale, o briquete verde pode substituir os produtos tradicionalmente comercializados hoje para os altos-fornos, como o sinter, a pelota e o granulado. A solução é uma alternativa positiva para a indústria siderúrgica, que é uma das maiores contribuintes para as emissões de CO2 no mundo.

O diretor de desenvolvimento de produtos e negócios da Vale, Rogério Nogueira, afirmou que a partir dos testes industriais, é possível fortalecer a confiança dos parceiros estratégicos da companhia. “Este é mais um marco importante no nosso caminho para fornecer soluções de baixa emissão de carbono para a indústria siderúrgica global”, disse.

Segundo a Vale, o teste industrial será realizado no início de maio nas instalações de um cliente na Europa. Foram embarcadas 8 mil toneladas de briquete verde a partir do Porto do Açu, no litoral norte do RJ, em direção ao Porto de Roterdã, na Holanda.

No Brasil, já foram testadas industrialmente 70 mil toneladas do briquete em seis diferentes altos-fornos, totalizando 126 dias de uso. Para expandir as vendas do material, a Vale está construindo ainda duas plantas de briquete verde em Vitória, no Espírito Santo. A primeira delas deverá entrar em operação no final do primeiro semestre.

Valor - SP   17/04/2023

Empresas estariam interessadas em negociar com a canadense após uma possível divisão de seu negócio de carvão siderúrgico para se concentrar na mineração de cobre e zinco

A Teck Resources foi abordada pela Vale, Anglo American e Freeport-McMoRan em busca de possíveis negócios caso a empresa canadense conclua a divisão que está planejando, informou o jornal The Globe and Mail, citando duas fontes familiarizadas com as discussões.

A Teck, sediada em Vancouver, que propôs desmembrar seu negócio de carvão siderúrgico para se concentrar na mineração de cobre e zinco, atualmente tenta lidar com o interesse de outra gigante. A suíça Glencore apresentou uma oferta de compra da canadense em sua totalidade por US$ 23,1 bilhões.

As abordagens das três mineradoras internacionais estão entre as manifestações de interesse de pelo menos meia dúzia de grandes mineradoras interessadas em transações com a Teck pós-cisão, disse uma das fontes, segundo o The Globe.

Dale Steeves, porta-voz da Teck, disse ao jornal canadense que a empresa não comenta rumores ou especulações de mercado.

Um representante da Anglo American se recusou a comentar ao meio de comunicação, enquanto a Vale e a Freeport-McMoRan não responderam imediatamente ao pedido de comentário do periódico.

O foco da disputa existente entre a Glencore e a Teck por enquanto é uma votação de 26 de abril pelos acionistas da Teck sobre a proposta de separação. A Glencore está tentando reunir o apoio de investidores suficiente para bloquear o plano enquanto propõe uma aquisição que levaria à criação de duas novas entidades separadas, um gigante produtor de metais chamado GlenTeck e um enorme grupo de mineração de carvão.

Money Times - SP   17/04/2023

A Vale (VALE3) reporta na terça-feira (18), após o fechamento do mercado, seu relatório de produção e vendas referente ao primeiro trimestre de 2023. O relatório dará sinais do que esperar dos resultados da mineradora, que serão reportados já na próxima semana, dia 26 de abril.

Analistas estão considerando um trimestre mais fraco em termos de produção. A Genial Investimentos acredita que o início de ano da Vale deve apresentar uma queda relevante na produção de minério de ferro em comparação com o quarto trimestre de 2022 devido ao período de chuvas. A queda na produção deve acabar por refletir nos embarques também.

A Genial estima produção de 64 milhões de toneladas de minério de ferro, ante volume de 80,8 milhões de toneladas reportado nos últimos três meses do ano passado. Em relação ao primeiro trimestre de 2022, a companhia deve reportar um leve aumento de 1,5%, acrescenta a corretora.

“Ainda que a intensidade das chuvas tenha sido menor e mais espaçada no quadrilátero ferrífero (MG) se compararmos ao igual período do ano passado, a Vale deve sofrer novamente nesse primeiro trimestre de 2023, diante de chuvas mais fortes, dessa vez no Pará (PA), onde fica Carajás, o complexo que representa ~10% do volume de produção atual da Vale e é estratégico para a companhia pela qualidade do minério”, afirma o time de análise.

Outro ponto levantado pela Genial é que a Vale ainda enfrenta dificuldades de licenciamento, justamente no Sistema Norte. Esses licenciamentos poderiam destravar volume mais significativo de produção à mineradora, avalia.

“Nossa opinião é que a morosidade encontrada nos últimos trimestre deve continuar a se repetir, colocando grande empecilho para o ramp-up da produção da Vale”, reforça a corretora.
Metais básicos

Para o segmento de metais básicos, o atraso de manutenções deve seguir atrapalhando a performance da unidade em 2023. A expectativa dos analistas da Genial para a produção de níquel é de queda de 3,4% no comparativo trimestral, enquanto as vendas devem contrair 24,2% no período.

Para o cobre, a expectativa é de aumento de produção, mas queda de 12,7% nas vendas em relação ao primeiro trimestre de 2022.

Como a Genial, o Itaú BBA avalia que o recuo nos números do primeiro trimestre deve refletir a fraqueza da divisão de metais básicos e a performance morna do minério de ferro.

Para metais básicos, o BBA espera uma queda sequencial de 2% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a US$ 759 milhões. O níquel deve ver os volumes encolherem 30%, enquanto os embarques de cobre vão declinar 10% trimestre a trimestre, diz a corretora.

A expectativa para o Ebitda consolidado da Vale é de queda trimestral de 18% e recuo anual de 36%, a US$ 4,1 bilhões.

O BBA espera que o lucro líquido contraia mais da metade em comparação com o primeiro trimestre de 2022, totalizando US$ 1,99 bilhão.

A recomendação do BBA para o ADR (American Depositary Receipt) da Vale ainda é de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”), com preço-alvo de US$ 18.

A Genial tem recomendação de “manter” e preço-alvo de R$ 89 para as ações negociadas na B3.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   17/04/2023

Marca chinesa tem um protocolo de intenções assinado com o governo baiano para um investimento de R$ 3 bilhões em fábricas que produzirão chassis de ônibus, caminhões, automóveis e, ainda, farão processamento de lítio e fosfato

Assim como carro é sonho de consumo de muita gente, uma fábrica de carros é sonho de muitos governantes. O simples anúncio de que determinada montadora planeja se instalar – ou ampliar instalações – no Brasil costuma movimentar governadores e prefeitos, que passam meses cortejando tal empresa.

A BYD é uma montadora nova. Tem 28 anos. Mas, num ritmo de expansão de vendas que surpreende os analistas, tornou-se, em 2022, a maior fabricante de automóveis elétricos do mundo, superando a Tesla.

Há até pouco tempo, o brasileiro, em geral, sabia pouco sobre a montadora cujo nome é a sigla de “build your dreams” (construa seus sonhos, em inglês). Exceto pelos que atuam no mercado de comerciais leves, poucos prestavam atenção na discreta operação industrial que a BYD tem em Campinas (SP), onde monta ônibus elétricos, e em Manaus, onde faz a montagem de baterias.

Mas, no ano passado, a marca chinesa começou a ficar mais conhecida pelo consumidor ao entrar no mercado de automóveis híbridos e elétricos de luxo e importados. Dois dos seus modelos já estão na lista dos dez eletrificados mais 

vendidos no primeiro trimestre.

O plano chinês de ampliar atividade no Brasil ficou conhecido na última campanha eleitoral. Em 28 de outubro de 2022, dois dias antes do segundo turno da disputa que envolveu Presidência da República e parte dos governadores, o então governador da Bahia, Rui Costa (PT), anunciou que havia assinado, no dia anterior, um protocolo de intenções com a BYD para um investimento de R$ 3 bilhões em fábricas que produzirão chassis de ônibus, caminhões, automóveis e, ainda, farão processamento de lítio e fosfato.

O projeto teria como data de partida junho de 2023 e se concluiria com a instalação dessas unidades industriais entre 2024 e 2025.

Na época, a direção da BYD no Brasil limitou-se a confirmar o protocolo, sem dar qualquer detalhe. A partir de então, começou a especulação natural de que os chineses estariam interessados em comprar o complexo industrial da Ford em Camaçari (BA), à venda desde que a montadora americana anunciou o fim das operações industriais no país, em janeiro de 2021. Por fim, a Ford confirmou uma negociação que ainda não se encerrou.

Ao vencer a eleição, Jerônimo Rodrigues (PT), candidato apoiado por Costa, assumiu a negociação com a BYD pelo lado do governo baiano. Rodrigues não esconde o esforço para não deixar os chineses escaparem para outro Estado. Partiu para a China no dia 29 de março, antes da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve de adiar a viagem por alguns dias por problemas de saúde.

A delegação baiana, que incluiu secretários e parlamentares, viajou à China com uma agenda ampla. Além das fábricas de veículos e de processamento de lítio, envolveu negociações para atrair investimentos em setores como infraestrutura e energia renovável.

Ao saber que Lula viajaria, Rodrigues pediu à Assembleia Legislativa autorização para se ausentar do país por mais de 15 dias. Ele regressa neste domingo.

O governador não perdeu tempo na China. Teve encontros com autoridades e visitou fábricas. Todo o esforço vale quando se tem a perspectiva de a Bahia ter de volta uma montadora.

Essa questão está engasgada, para os baianos, desde que Ford fechou a primeira fábrica de carros no Nordeste 20 anos depois de ter erguido um polo que envolvia pesquisa, engenharia, mão de obra qualificada e um robusto parque de fornecedores.

No fim de semana, notícias veiculadas pela agência Reuters indicaram que a BYD estaria disposta a construir na Bahia independentemente do acerto da compra da unidade da Ford, que parece ter entrado em impasse.

Falta, porém, decidir quais incentivos entrarão no jogo desta vez, sejam estaduais ou federais. Não há relatos, na história recente, de montadora que tenha se instalado em qualquer parte do mundo sem receber incentivos fiscais.

Na quinta-feira, Lula foi recebido pelo empresário Wang Chuanfu, presidente e fundador da BYD e conhecido no meio automotivo como “Elon Musk chinês”.

É bom lembrar que, além de Rodrigues no governo do Estado, Rui Costa é agora ministro da Casa Civil. Os chineses já perceberam o “cerco” baiano e mostram disposição para negociar.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Valor Investe - SP   17/04/2023

Além da pressão com alta dos juros, a falência do Silicon Valley Bank e o resgate emergencial do Credit Suisse geraram preocupações sobre uma possível corrida aos bancos que desencadearia a desaceleração do setor

Investidores europeus começaram a se questionar se mercado imobiliário comercial poderia ser o próximo setor a implodir após a crise bancária de março, informa a emissora norte-americana CNBC. Preocupações estão aumentando em torno da saúde de empresas diante de taxas de juros mais altas, que aumentaram o custo dos empréstimos e deprimiram as avaliações dessas companhias no mercado.

Nos últimos anos, o setor reinou como favorito em um cenário de bonds (títulos de dívida privada) de baixo rendimento na Europa. Mas a capitalização das empresas foi prejudicada pelo endurecimento da política monetária pelo Banco Central Europeu (BCE) para conter a inflação na zona do euro. Os juros do mercado europeu saíram de zero a 3,5% ao ano entre junho passado e março deste ano.

Em março, a quebra do Silicon Valley Bank, nos Estados Unidos, e o posterior resgate de emergência do Credit Suisse geraram temores de um chamado loop doom (situação em que um evento negativo serve como gatilho a outros), em que uma possível corrida aos bancos poderia desencadear uma desaceleração no setor imobiliário.

No início deste mês, o BCE alertou para “sinais claros de vulnerabilidade” no setor imobiliário, citando “declínio da liquidez do mercado e correções de preços” como razões para a incerteza e pedindo novas restrições aos fundos imobiliários comerciais para reduzir os riscos de um crise de iliquidez, reporta a CBNC.

Em fevereiro, fundos europeus investidos em imóveis registraram volume de saídas superiores o de aportes de 172 milhões de euros, segundo dados da Morningstar — um forte contraste com a entrada líquida de quase 300 milhões de euros no mês anterior.

Analistas do Citi agora projetam as ações de empresas do setor imobiliário na Europa caindo de 20% a 40% entre 2023 e 2024, à medida que o impacto das taxas de juros mais altas se desenrola. No pior cenário, o setor imobiliário comercial de maior risco pode despencar 50% no próximo ano, avalia a equipe do banco.

“Algo que eu não ignoraria é uma crise no setor imobiliário, tanto para pessoas físicas quanto para imóveis comerciais, área em que vemos uma pressão crescente tanto nos Estados Unidos quanto na Europa”, disse Pierre Gramegna, diretor-gerente do Mecanismo Europeu de Estabilidade (entidade que assegura a estabilidade da zona euro) à reportagem da CNBC.

FERROVIÁRIO

O Estado de S.Paulo - SP   17/04/2023

Se fosse um cidadão comum e não tivesse um avião oficial a sua disposição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia escolher entre dois modais concorrentes para cruzar os 1.300 quilômetros que separam as metrópoles de Xangai e Pequim, durante sua passagem pela China. Lula decolou para cumprir o percurso em duas horas. A reportagem do Estadão embarcou no trem-bala, numa das linhas mais concorridas da rede de trilhos chinesa que serve de modelo para o mundo e para o Brasil.

De trem, que alcança até 350 km/h, o mesmo trajeto dura 4h27min. Só que dispensa a chegada com ao menos uma hora de antecedência ao aeroporto, complicações com despacho de bagagem, inspeção em raio-x, filas pré-embarque e atrasos frequentes no setor aéreo chinês.

Uma das principais conveniências do trem-bala na China é a extrema pontualidade. Além de permitir o desembarque/embarque conectado com outros aeroportos, como Hongqiao, em Xangai, e estações de metrô e ônibus, como a estação de Pequim, localizada numa região central da capital chinesa.

Desde que a primeira linha de alta velocidade entre cidades foi inaugurada, em julho de 2008, a rede operada pela estatal China Railway atraiu cada vez mais passageiros, concorrendo diretamente com clientes das companhias aéreas, e não parou de se expandir num ritmo chinês.

Foram agregados mais 2.082 quilômetros de trilhos de alta velocidade no ano passado. A malha total do país tem 42.000 quilômetros de extensão, a maior do mundo. E os planos já anunciados do governo comunista preveem como meta uma ampliação constante até atingir 70.000 quilômetros em 2035.
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O Estadão embarcou numa manhã de domingo, às 9h, num trem de classe G. Ele oferece três categorias de assento, separadas por vagões: a classe executiva, a primeira-classe e a segunda-classe. Os preços variam de R$ 400 a R$ 1.800. A diferença está na disposição das poltronas, no conforto oferecido e no serviço de bordo. Há distribuição de chá verde, biscoitos, amendoim e snacks, como carne de porco desidratada.

O esquema lembra o padrão de disposição de aviões comerciais, mas com mais espaço entre as poltronas e comodidades, como assentos mais largos, com mais área para as pernas, e reclináveis, a depender da classe escolhida. A reportagem viajou na primeira-classe.

O processo de embarque é prático. Para quem compra os bilhetes online, antecipadamente, não há necessidade de retirar as passagens impressas ou se dirigir a um guichê. As catracas de acesso e saída das plataformas são liberadas a partir da leitura de um documento oficial, como o passaporte.

Durante o percurso, funcionários da China Railway Services também oferecem a venda de refeições à bordo, além da compra de brinquedos, lanche e cigarro.

Não houve atraso na partida (de Xangai Hongqiao), nas duas paradas no caminho (as estações Nanquim Sul e Jinan Oeste) ou na chegada (em Pequim Sul). E a viagem é extremamente silenciosa, diferentemente dos trens comuns.

No terceiro mandato de Lula, os planos de lançar uma ligação de alta velocidade entre as principais cidades do País, Rio e São Paulo, ressurgiram. Agora, em vez de ter participação direta do Estado, como na China e como previsto em tentativas anteriores, a empreitada será totalmente privada, um desafio para quem planeja arrecadar R$ 50 bilhões para colocar no projeto.

Esse é o valor estimado pela TAV Brasil, empresa liderada pelo executivo Bernardo Figueiredo, que recebeu em fevereiro a autorização da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para construir e explorar o trem-bala entre Rio e São Paulo por 99 anos.

Figueiredo presidiu a antiga estatal EPL (Empresa de Planejamento e Logística), criada para tocar o projeto do trem-bala, que deixou de ser prioridade para o governo Dilma Rousseff, em 2014. Os leilões fracassaram e já não havia tempo hábil para colocar trechos em operação para a Copa do Mundo ou as Olimpíadas de 2016.

Dessa vez, o governo Lula já avisou e reiterou que não tem interesse em participar do projeto. A ideia de relançar o trem-bala continua a ter percalços a superar como etapas de licenciamento ambiental, desapropriações e busca por investidores estrangeiros. Uma das possibilidades é atrair dinheiro dos chineses.

O traçado caiu pela metade. Em vez de oito paradas, serão somente quatro, entre Rio de Janeiro e São Paulo. Haverá uma estação em Volta Redonda (RJ) e outra em São José dos Campos (SP). O tramo (seção de uma ferrovia) a Campinas também deixou de existir.

Agora, além disso, não irá chegar aos bairros das capitais, mas se ligar a estações terminais das companhias de trens urbanos dos dois Estados, a Supervia e a CPTM ou o Metrô. No Rio, o trajeto no trem de alta velocidade se encerraria em Santa Cruz, na Zona Oeste. Em São Paulo, em Pirituba, Zona Norte. Essa mudança pode tornar a viagem menos atraente aos passageiros que costumam usar a ponte aérea e desembarcam no Santos Dumont ou em Congonhas, aeroportos centrais.

A ideia da TAV Brasil é lançar um novo traçado de 378 km, sem aproveitar nenhum trilho pré-existente. Circulando a 350 km/h, como na China, o percurso poderia ser feito em viagens de 1h30.

NAVAL

A Tribuna - SP   17/04/2023

As diretrizes para a nova gestão do Porto de Santos, o aumento da profundidade do canal de navegação e uma maior integração entre a Autoridade Portuária e as empresas privadas da cadeia produtiva do setor estão entre os temas que serão debatidos no 1º Encontro Porto & Mar 2023, marcado para a próxima terça-feira (18), às 14 horas, no auditório do Grupo Tribuna, em Santos.

Representando o Ministério de Portos e Aeroportos, o secretário-executivo de Portos e Aeroportos, Roberto Gusmão, e o secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Fabrizio Pierdomenico, farão a abertura do evento e participarão do debate juntamente com executivos do setor privado.

De acordo com a programação do 1º Encontro Porto & Mar 2023, logo após a abertura, o diretor-presidente de A Tribuna, Marcos Clemente Santini, dará as boas-vindas aos convidados e, em seguida, será iniciada a mesa de debate com o tema Uma Rota no Horizonte, que terá a mediação do apresentador do programa Porto 360°, da TV Tribuna, Maxwell Rodrigues.

A pauta de discussões inclui ainda questões referentes à mobilidade, aos serviços da Autoridade Portuária, à integração de modais, à aplicação de tecnologia, mão de obra e aos avanços necessários aos modais rodoviário, ferroviário e aquaviário no dia a dia do complexo santista.

Relevância histórica
Em entrevista, Fabrizio Pierdomenico destacou que “um fórum como o promovido por A Tribuna tem relevância histórica no debate portuário” e revelou uma pequena parte do deve ser abordado em sua apresentação.

“Nós pretendemos apresentar as novas diretrizes políticas ao setor portuário, demonstrando que somos a favor da manutenção da Autoridade Portuária pública”, disse, em sintonia com o que o ministro Márcio França vem destacando desde que assumiu a pasta, em janeiro.

“Além disso, vamos apresentar alternativas para a melhoria do setor portuário como, por exemplo, a concessão do canal de acesso e de zeladoria. São pontos importantes, mas não se resume a isso. Nós vamos falar, também, de cabotagem e hidrovia, mas, principalmente, de melhoria do setor portuário”, completou Pierdomenico.

Novos tempos
Já o secretário-executivo de Portos e Aeroportos, Roberto Gusmão, reiterou que o Porto de Santos é o maior e mais importante modal logístico do Brasil e da América Latina. Por isso, deve haver atenção especial em relação à mão de obra que atua no setor.

“A importância do Porto de Santos e sua integração com as cadeias produtivas influenciam todo o crescimento econômico da Baixada Santista e do País. Então, precisamos, cada vez mais, encontrar e estimular a integração dessa cadeia com a indústria para agregar valor e estimular o bom emprego, principalmente para essa juventude atual mais capacitada”.

Pautas prioritárias
Outros debatedores do 1º Encontro Porto & Mar 2023 são o vice-presidente da Rumo Logística, Guilherme Penin; o CEO da BTP, Ricardo Arten; o gerente geral de Logística da Eldorado Brasil Celulose, Flávio da Rocha; o presidente da Associação Comercial de Santos (ACS), Mauro Sammarco; o diretor de tecnologia da T2S, Ricardo Pupo; o diretor-presidente da EcoRodovias, Rui Klein; o diretor-presidente do Porto de Suape (PE), Marcio Guiot; e o secretário de Assuntos Portuários e Emprego de Santos, Bruno Orlandi.

Para A Tribuna, o secretário de Assuntos Portuários santista destacou que, após a definição do Governo Federal pela manutenção da Autoridade Portuária pública, é fundamental enfrentar os gargalos relacionados à zeladoria do complexo e mirar o futuro, avaliando tendências de logística, tecnologia e comércio exterior.

Na visão de Bruno Orlandi, dessa forma será possível expandir a relevância de Santos e do Porto no Brasil e no exterior. “É fundamental que o planejamento urbano-portuário ocorra de forma conjunta, proativa e colaborativa. A expectativa da Prefeitura é que esse bom relacionamento seja não apenas mantido, como continuamente aprimorado, de forma a solucionar conflitos existentes e evitar o surgimento de novos”.

Por sua vez, o diretor-presidente da EcoRodovias reitera que “como investidores de longo prazo em infraestrutura, continuamos otimistas com o Brasil e suas potencialidades no agro, na cadeia de renováveis e na retomada da industrialização em algumas regiões e cadeias produtivas”.

Para Rui Klein, nesse contexto, o Porto de Santos se insere como uma das principais conexões “na cadeia de valor, com toda aderência à nossa visão de futuro” e a empresa abre as portas para discutir os temas relevantes ao futuro da região.

O presidente da ACS, Mauro Sammarco, ressaltou que a construção de uma terceira rodovia conectando o planalto à Baixada Santista é uma das prioridades. Ele defende ainda um contrato de longo prazo para a dragagem de aprofundamento do canal de navegação do porto, “para trazer os navios de 366 metros”.

Nova rota
Mediador do debate no 1º Encontro Porto & Mar 2023, Maxwell Rodrigues disse que o evento será uma oportunidade para os executivos conhecerem os planos do Governo Federal para o maior ativo portuário do País.

“Uma nova dinâmica será realizada neste encontro, visando aumentar o conteúdo e a qualidade do debate. Os que estarão presentes poderão acompanhar de perto o rumo que será dado ao Porto de Santos na visão do Governo Federal e dos executivos”.

De acordo com ele, um dos méritos do evento organizado pelo Grupo Tribuna é trazer aos holofotes a nova rota do Porto de Santos diante do novo cenário político do País.

"Temos à frente da gestão dos portos do Brasil e, possivelmente, em Santos, também pessoas da região e que entendem dos nossos problemas. É uma oportunidade única de fazermos em quatro anos o que muitos não conseguiram fazer em 20”, complementou.

O diretor comercial do Grupo Tribuna, Demetrio Amono, salientou que “este encontro tem a importância de ser o primeiro evento relevante desde a mudança de governo”.

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   17/04/2023

A diretoria da Agência Nacional do Petróleo (ANP) aprovou hoje (14) os estudos geológicos e econômicos sobre a indicação do bloco Jaspe, no pré-sal da Bacia de Campos, para a modalidade de Oferta Permanente de Partilha.

A ANP disse que o bloco é decorrente de áreas nominadas pela indústria. A nominação é a indicação de uma área, por qualquer empresa da indústria do petróleo e gás natural, para que a ANP estude a possibilidade de ofertá-la em uma futura rodada de licitação.

“Após avaliação do potencial petrolífero da área, a ANP concluiu que se trata de área com potenciais estruturas no Pré-sal que, juntas, totalizam um volume in place de 2,5 bilhões de barris de óleo equivalente”, detalhou a agência.

O órgão regulador declarou ainda que os estudos sobre o bloco Jaspe seguirão para análise do Ministério de Minas e Energia (MME), que tem a competência legal de propor ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), depois de consulta à ANP, a definição dos blocos que serão objeto de rodadas de licitações, tanto no modelo concessão como no de partilha de produção, e os parâmetros a serem adotados.

ACORDO COM A PETROBRÁS PARA ENCERRAMENTO DE AÇÃO JUDICIAL SOBRE O CAMPO DE JUBARTE

Ainda na reunião de hoje, a diretoria do órgão regulador também aprovou a minuta de um acordo, que será firmado entre ANP e Petrobrás, para o recolhimento de participações governamentais (royalties e participação especial – PE) relativas à produção de petróleo no Campo de Jubarte, nos períodos de agosto de 2009 a fevereiro de 2011 e dezembro de 2012 a fevereiro de 2015.

“Essas participações governamentais deixaram de ser recolhidas em função da não atualização, pela empresa, da curva PEV da corrente do Campo de Jubarte, que tem impacto no preço de referência do petróleo, adotado no cálculo de royalties e PE. O acordo foi debatido em audiência e visa encerrar o processo judicial que envolve o caso”, explicou a agência.

Com a assinatura do acordo entre ANP e Petrobrás, a empresa efetuará o pagamento de aproximadamente R$ 780 milhões, corrigidos pela taxa SELIC até a data da assinatura. Os valores do acordo serão pagos 35% à vista e o restante em 48 parcelas corrigidas pela taxa SELIC.

Valor Investe - SP   17/04/2023

Corte na produção de barris anunciado pela Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados segue dando suporte às cotações da commodity

O petróleo fechou com ligeira alta nesta sexta-feira (14) impulsionado por um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) que expressou preocupação quanto à escassez de oferta global e aumento da demanda para nível recorde em 2023. O corte na produção de 1,1 milhão de barris diários anunciados pela Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) segue também dando suporte às cotações e fazendo a commodity terminar pela quarta semana consecutiva em território positivo.

O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para maio fechou a 0,44%, a US$ 82,52, e o o Brent - referência global - para junho encerrou com ganhos de 0,26% a US$ 86,31. Na semana, o WTI subiu 2,21% e o Brent avançou 1,33%.

Para o analista Phil Flynn, da Price Futures, o mercado de petróleo entrou em um ciclo de alta. “A balança de oferta e demanda de petróleo já aponta um aperto na segunda metade de 2023, com potencial para um déficit substancial de oferta acontecer”, afirmou, em nota. “Os mais recentes cortes anunciados pela Opep+ aumentam esses riscos, o que impulsiona tanto os preços do petróleo como dos derivados”, disse.

Do outro lado, pressionando os preços, as vendas no varejo dos EUA vieram mais fracas que o esperado em março, novo sinal de desaceleração da atividade americano, o que pode levar a um menor consumo de combustível.

Em seu relatório mensal sobre o mercado de petróleo, a AIE afirmou que os cortes de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) podem enfraquecer a economia global à medida que aperta mais as condições da oferta. Tal decisão tomará efeito em um contexto de recuperação da atividade da China, que pode elevar a demanda global pela commodity energética a patamares recordes, segundo a AIE.

Nos EUA, o recuo de 1% das vendas no varejo em março ante fevereiro superou a previsão de baixa de 0,5% e deu mais sinais de que a economia dos EUA está em franca desaceleração, após um início de ano robusto.

Este conteúdo foi publicado pelo Valor PRO, serviço de tempo real do Valor Econômico.

O Estado de S.Paulo - SP   17/04/2023

Após a crise hídrica de 2021, que expôs as limitações e a vulnerabilidade da matriz elétrica brasileira, e a crise energética mundial de 2022, em que o gás natural foi o protagonista, o gás vem ganhando espaço no planejamento e se tornando um dos principais eixos da política energética e industrial brasileira.

Diante disso, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante a primeira reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), realizada em 17 de março, anunciou o lançamento do Programa Gás para Empregar. Nas palavras do ministro, “é um programa que visa ao processo de reindustrialização nacional através do gás”.

Os objetivos do programa são: (i) o aumento da oferta de gás natural da União ao mercado doméstico; (ii) o melhor aproveitamento e retorno, tanto social quanto econômico, da produção de gás natural, priorizando a redução dos volumes de reinjeção; (iii) a maior disponibilidade do hidrocarboneto para a produção nacional de fertilizantes hidrogenados, produtos petroquímicos e outros setores produtivos; e (iv) a incorporação do gás natural à estratégia nacional de transição energética.

O CNPE também destacou quatro medidas que poderão ser implementadas a fim de alcançar os objetivos elencados. Dentre as medidas, o maior destaque foi dado à implementação do reconhecimento como custo em óleo, pela Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A. – Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), do desenvolvimento de infraestrutura essencial.

O primeiro objetivo é o aumento da oferta nacional de gás, sem o qual os demais não serão atingidos. E como assegurar o aumento da produção de gás? Criando políticas que reduzam a reinjeção de gás, mantendo o programa de venda de campos onshore da Petrobras, explorando a Margem Equatorial e permitindo e incentivando a exploração de shale gas no Brasil, seguindo o que ocorreu nos Estados Unidos e na Argentina com o campo de Vaca Muerta. Hoje o Brasil já importa GNL, que é produzido em campos de shale e recentemente se aventou a hipótese de importar gás da Argentina. Por que não produzir internamente?

Vale relembrar que mais de 90% de todo o aumento da produção de petróleo e gás (P&G) norte-americana desde 2005 até o presente foi oriunda da exploração de recursos não convencionais de P&G. Assim, a partir de 2016 e 2019, respectivamente, o país se tornou o maior produtor global de hidrocarbonetos, dobrando sua produção no período, e exportador líquido de petróleo e de gás natural. Essa indústria de shale (xisto) foi responsável por 40% (ou 1,2%) do crescimento anual médio da economia norte-americana entre 2005 e 2019, de 3,0% ao ano. Vamos repetir a política de sucesso americana na exploração do shale ou vamos deixar esse recurso valioso ficar para sempre debaixo da terra?

O Petróleo - SP   17/04/2023

A produção de petróleo tem sido um tema relevante no cenário internacional, especialmente quando se trata de Brasil e Venezuela, países com grandes reservas e potencial no setor. Neste artigo, analisaremos os números da produção de petróleo, os fatores econômicos e geopolíticos que influenciam essa indústria e como esses países se comparam em termos de produção.
Brasil: crescimento na produção e investimentos no setor petrolífero

O Brasil tem se destacado no cenário mundial como um importante produtor de petróleo, com uma produção média de 3,6 milhões de barris por dia em 2022, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Este aumento na produção se deve, em grande parte, aos investimentos realizados nos últimos anos, especialmente no pré-sal.

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Pré-sal: a chave para o sucesso do Brasil

A descoberta das reservas do pré-sal foi fundamental para impulsionar a indústria petrolífera brasileira. Com a exploração desses campos, o Brasil conseguiu aumentar significativamente a produção de petróleo e atrair investimentos estrangeiros, tornando-se um dos principais players do mercado global de energia.

Venezuela: crise econômica e política afetam a produção petrolífera

Em contraste com o Brasil, a Venezuela enfrenta uma situação bastante diferente em sua indústria petrolífera. O país, que já foi um dos maiores produtores de petróleo do mundo, viu sua produção despencar nos últimos anos, chegando a aproximadamente 600 mil barris por dia em 2022, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

Crise e sanções internacionais: impactos na indústria venezuelana

A crise política e econômica pela qual a Venezuela tem passado é um dos principais motivos para a queda na produção de petróleo. Além disso, as sanções internacionais impostas ao país dificultam a aquisição de equipamentos e tecnologia, limitando ainda mais o desenvolvimento do setor.

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Conclusão: Brasil lidera a produção de petróleo na América Latina

Diante dos dados apresentados, fica evidente que o Brasil supera a Venezuela em termos de produção de petróleo, posicionando-se como líder na América Latina. Enquanto o Brasil continua investindo e crescendo no setor, a Venezuela enfrenta desafios significativos que impactam sua capacidade de produção. O cenário atual reflete as diferentes abordagens e contextos econômicos e políticos enfrentados por esses países, demonstrando a importância de fatores externos na indústria petrolífera.

Valor - SP   17/04/2023

Por outro lado, a agência avaliou que os cortes de produção da Opep+ tendem a elevar os preços do petróleo e pressionar ainda mais o orçamento dos consumidores

Os cortes de produção da Opep+ tendem a elevar os preços do petróleo e pressionar ainda mais o orçamento dos consumidores, que já sentem o peso da inflação, segundo a Agência Internacional de Energia.

Os mercados globais de petróleo - já a caminho de um déficit de oferta antes do corte surpresa da produção anunciado pela Arábia Saudita e parceiros – vão encolher mais do que o esperado, o que deve causar uma forte queda dos estoques de cerca de 2 milhões de barris por dia, em média, no segundo semestre do ano, segundo a agência.

“Os saldos do mercado de petróleo já estavam inclinados a um déficit substancial”, disse a AIE, com sede em Paris, em seu relatório mensal na sexta-feira. “Os últimos cortes arriscam exacerbar essas restrições” e “os consumidores atualmente sob o cerco da inflação sofrerão ainda mais com os preços mais altos”.

A Arábia Saudita e seus parceiros da Opep+ chocaram traders de petróleo e impulsionaram os preços quando concordaram com novas restrições da produção em mais de 1 milhão de barris por dia em 2 de abril. Os contratos futuros do Brent são negociados perto de US$ 86 o barril, o que reforça as receitas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, mas gera novos temores de pressões inflacionárias na economia mundial.

A Rússia, um importante membro da Opep+, anunciou simultaneamente cortes da oferta em retaliação às sanções devido à guerra na Ucrânia, embora a AIE agora espere que a produção russa caia muito menos do que o inicialmente previsto.

O governo de Moscou sempre desafiou as previsões da AIE de que sua produção entraria em colapso, e a agência — que há alguns meses projetava queda dos suprimentos russos em 1,6 milhão de barris por dia neste trimestre — agora antecipa uma baixa de 530 mil por dia este ano, ou cerca de 5%. Em março, as exportações de petróleo do país atingiram o nível mais alto em três anos, informou a AIE.

Forte demanda

A Opep descreveu suas restrições de oferta como uma “medida de precaução” para enfrentar a incerteza econômica e um impedimento para especuladores que fazem apostas injustificadas contra o mercado.

Os altos níveis dos estoques, que em janeiro atingiram o patamar mais alto desde meados de 2021, também podem ter motivado a redução, disse a AIE.

No entanto, a decisão não condiz com o cenário para a demanda global por petróleo que, segundo a AIE, deve aumentar em saudáveis 2 milhões de barris por dia este ano em meio à recuperação pós-pandemia na China, atingindo um recorde de 101,9 milhões de barris por dia, em média.

A própria Opep manteve previsões robustas para o consumo mundial de combustíveis este ano em seu relatório na quinta-feira, e sinalizou que o mercado enfrenta um déficit de oferta semelhante ao previsto pela AIE.

A medida da organização foi criticada como imprudente pelo governo do presidente Joe Biden, que tem uma relação difícil com os antigos aliados dos EUA em Riad. O diretor executivo da AIE, Fatih Birol, chamou a decisão de uma “desagradável surpresa” para a economia global.

Ainda assim, a Opep+ atraiu críticas ainda mais duras por um corte anterior da oferta em outubro, uma decisão que parecia presciente nos meses seguintes, à medida que as perspectivas econômicas globais se deterioravam.

Globo Online - RJ   17/04/2023

O governo prepara um novo programa para aumentar a oferta e o uso de gás natural no Brasil e, assim, reduzir o preço do insumo energético. Quase dois anos depois de o Congresso aprovar a Nova Lei do Gás para fomentar a concorrência no setor e baixar o custo, principalmente para a indústria, o preço subiu e o domínio da Petrobras nesse mercado aumenta.

Agora, o Ministério de Minas e Energia (MME) quer usar a estatal Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) — responsável pela gestão dos contratos de partilha na exploração de reservas em águas ultraprofundas e a comercialização da parte do petróleo dessas áreas que cabe à União — para subsidiar a construção e operação de novos gasodutos para levar à terra a crescente produção de gás natural no mar.

Cerca de metade da produção de gás natural atualmente é reinjetada nos poços por fatores técnicos ou dificuldade de escoamento. A expectativa do governo é que a ampliação da infraestrutura de dutos e da oferta de gás possa reduzir a importação e o preço final, principalmente para setores industriais que podem ganhar competitividade com uma fonte de energia mais barata.

‘Choque’ não aconteceu

O objetivo não é muito diferente do prometido pelo então ministro da Economia, Paulo Guedes, em 2021. Ao defender a aprovação do novo marco regulatório do gás, ele afirmou que o resultado seria um “choque de energia barata” capaz de “reindustrializar” o país. Não foi o que aconteceu.

Segundo dados do MME, o preço do gás para a indústria (incluindo impostos) passou de US$ 13,58, na média do preço de 2021, para US$ 20,31 por milhão de BTU (unidade internacional do gás), na média de 2022. O salto foi de 49,5%. Para o consumidor residencial, o valor foi de US$ 32,24 para US$ 41,70, alta de 29,3%.
O presidente Lula também tem repetido o desejo de impulsionar a indústria para gerar mais empregos, mas desta vez o governo estuda um caminho oposto ao da gestão anterior para alcançar o mesmo objetivo: baixar o preço do gás.

No governo Bolsonaro, a Petrobras vendeu redes de gasodutos e campos de produção para gerar competição no setor. Já a equipe de Lula traça um plano que envolve o fim da venda de ativos da Petrobras e o uso de outra estatal e de subsídios para fechar a conta da expansão de infraestrutura.

Na indústria, o gás natural é uma fonte de energia mais barata que a elétrica em processos de geração de calor, por exemplo. Também é insumo em processos químicos e petroquímicos, principalmente na produção de metanol e de fertilizantes.

Usinas térmicas geram energia elétrica a partir do gás natural. Companhias desses setores se movimentam para garantir acesso ao insumo, cuja produção nacional terá forte alta nos próximos anos com o desenvolvimento do pré-sal, mas a infraestrutura de escoamento e distribuição é o principal entrave.

Por isso o governo quer criar incentivos para a construção de gasodutos, inclusive subsídios. Na outra ponta, estuda mecanismos para garantir mercado para os empreendimentos. O MME prepara uma medida provisória (MP) para permitir o uso da PPSA como principal instrumento do programa, que tem sido chamado de Gás para Empregar. Participam dos estudos integrantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic) e da Casa Civil.

Óleo em troca de gás

Nos blocos do pré-sal, a União fica com um percentual do petróleo produzido, que é acordado no leilão. As petroleiras descontam dessa parcela os custos da operação. Uma das ideias do governo é permitir que elas também possam deduzir o custo de construção e operação de gasodutos entre os campos de petróleo e unidades de processamento de gás.

Na prática, a União receberia menos petróleo do pré-sal para subsidiar indiretamente novos dutos. Além disso, a PPSA poderia trocar parte de seu óleo por gás fornecido pelas petroleiras, para atender o objetivo de aumentar a oferta.

Outra possibilidade é que a PPSA use seus recursos, que tendem a crescer com a produção no pré-sal, para construir diretamente infraestruturas de escoamento para ampliar a oferta de gás no país, que seriam ativos públicos.

Atualmente, o Brasil consome 68 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, mas 30% são importados, com preços sujeitos às flutuações do câmbio e da cotação internacional, afetada pela pandemia e a guerra na Ucrânia nos últimos anos.

O gás russo vendido na Europa saltou mais de 700% entre 2019 e 2022. Nos EUA, o gás comercializado no Henry Hub, centro de distribuição tido como referência internacional, subiu de US$ 2,57 para US$ 6,37 no período, alta de quase 150%. Se o Brasil conseguir reduzir a parcela de gás reinjetado nos poços por falta de capacidade de escoamento, o governo espera atingir a autossuficiência.

Para integrantes do Executivo, a conclusão dos gasodutos da Rota 3 será fundamental nesse processo. Tocada pela Petrobras desde 2014, essa infraestrutura de 355 quilômetros vai levar aproximadamente 18 milhões de metros cúbicos diários de gás da Bacia de Santos à unidade de processamento do Gaslub (ex-Comperj), em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, onde está a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN Rota 3).

Também é considerada fundamental a conclusão do BM-C-33, operado pela norueguesa Equinor, na Bacia de Campos, também com capacidade diária de 18 milhões de metros cúbicos de gás.

— Temos um problema de preço de gás para a indústria, e o governo está trabalhando para procurar entender o que está levando a isso e tentar resolver. Trabalhamos para reduzir os custos para se produzir no Brasil, justamente no sentido de fortalecer o setor produtivo e a indústria — diz Alexandre Messa, diretor de Infraestrutura e Melhoria do Ambiente de Negócios do Mdic.

Pedro Teixeira, vice-presidente da Ternium Brasil, no Rio, diz que, se o custo fosse mais baixo, a siderúrgica poderia hoje consumir cinco vezes o atual patamar de 200 mil metros cúbicos por dia, substituindo, por exemplo, o carvão:

— Para aumentar o uso do gás, o preço precisa ser mais competitivo. É preciso pensar não apenas no gás como matéria-prima, mas como indutor de crescimento da economia e geração de empregos. Se você olha o médio prazo há potencial para um consumo de três a quatro milhões de metros cúbicos por dia. Na nossa unidade da Argentina, já usamos o gás no alto forno. Já temos o domínio da tecnologia.

Leilões para venda futura

Na cesta de medidas que o governo formata também está a possibilidade de leilões para venda futura de gás, garantido demanda firme aos empreendimentos. Seria uma fórmula parecida com a dos leilões de energia elétrica, feitos a cada cinco anos. Daria previsibilidade de preço a quem compra e a quem investe para entregar o gás. Isso poderia estimular o investimento em fábricas associadas à oferta futura contratada de gás, por exemplo.

A cadeia do gás natural inclui também as etapas de transporte (a partir das unidades de processamento) e distribuição ao consumidor final (cuja competência é estadual), além da comercialização. O governo também vê necessidade de mais gasodutos nessas etapas, mas ainda não tem planos nessas áreas.

Valor - SP   17/04/2023

Empresas menores buscam alternativas após interrupção de venda de poços já maduros

Thut, do Bradesco BBI: “Companhias que cresceram via aquisição de ativos da Petrobras podem olhar possibilidades de M&A” — Foto: Celso Doni/Valor

As empresas independentes do setor de petróleo e gás podem se tornar alvo de um movimento bilionário de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), em um momento em que as companhias do setor começam a direcionar o foco para novas estratégias de crescimento futuro.

A busca por alternativas que garantam a expansão ocorre diante da expectativa de interrupção na venda de poços já maduros pela Petrobras na atual gestão petista. Com isso, essas companhias estão atentas atrás de possibilidades para seguirem entregando crescimento aos seus acionistas.

“Podemos ver uma busca de empresas menores do setor de petróleo por oportunidades de crescimento. Companhias que cresceram via aquisição de ativos da Petrobras podem começar a olhar possibilidade de M&A”, diz Felipe Thut, responsável pelo banco de investimento do Bradesco BBI.

O analista sênior de óleo e gás do UBS BB, Luiz Carvalho, lembra que a abertura do setor de petróleo no mercado de capitais ocorreu há mais de dez anos, tornando esse segmento mais diversificado. Com isso, essas empresas conseguiram se capitalizar, sendo que somente na última janela de ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês), em 2020, estrearam a 3R, PetroRecôncavo e PRIO (ex-PetroRio).

Outra brasileira que abriu capital recentemente foi a Seacrest, mas na Noruega. Todos os ativos da empresa tem como origem ex-poços da Petrobras. Já a Enauta, ex-Queiroz Galvão Óleo e Gás, foi uma das pioneiras e abriu seu capital em 2011. O surgimento desse mercado tem relação direta com a Petrobras. Esse nicho da indústria apenas se desenvolveu após a decisão da estatal de se desfazer de campos de extração mais maduros para focar a exploração do pré-sal, mais rentável.

Depois disso, as petroleiras médias passaram a disputar os ativos. “A gente vê como positivo esse processo de desinvestimento e descentralização, não só para a Petrobras, mas para o mercado como um todo”, diz Carvalho, do BB UBS.

Na Faria Lima, esse movimento é dado como certo. O assunto veio à tona com a possibilidade de troca de controle da Enauta, por conta de uma dívida de sua controladora Queiroz Galvão, que deu aos bancos, em 2019, as ações da petroleira em garantia em uma renegociação de dívidas. Nesse contexto, a gestora Jive adquiriu as dívidas de parte dos bancos.

Para fontes do mercado financeiro, a Enauta pode, como consequência, virar alvo das empresas concorrentes. No entanto, alguns movimentos começaram a ser observados no ano passado. A PetroReconcavo comprou a Maha Energy Brasil por US$ 138 milhões. Outro M&A, também no ano passado, foi a aquisição pela PRIO.

O pesquisador da FGV Energia, João Vitor Marques, aponta que esse setor de produção de petróleo conseguiu se diversificar, com a chegada dos produtores independentes, mas também de gigantes globais, como a Shell e a Total.

O especialista aponta que, caso o programa de vendas de ativos menos rentáveis pela Petrobras não seja mantido, as petroleiras independentes ainda têm, ao longo dos próximos anos, um pesado cronograma de investimentos a cumprir. Mas “em seguida elas podem começar a fazer negócios entre si” e isso deve ser uma solução de médio a longo prazo para essas companhias. Existe ainda a possibilidade, segundo ele, de que as gigantes estrangeiras vendam parte de seus campos, visto que é normal a reciclagem de ativos no setor.

A previsão da associação que reúne as empresas independente, a Abpip, é de que essas companhias invistam cerca de R$ 40 bilhões em campos terrestres até 2029, na esteira de iniciativas tecnológicas para a extensão da vida útil e aumento da produção de campos adquiridos da Petrobras.

Procurada, a 3R informou que a abertura da indústria de óleo e gás nacional, com a entrada de novas operadoras independentes focadas em incrementar a produção de campos que já não recebiam investimentos, vem trazendo uma nova dinâmica econômica no país. “A 3R se orgulha em fazer parte deste grupo, que vai suportar o ganho de competitividade da indústria nacional e gerar forte impacto econômico e social nas regiões onde atua.”

Atualmente, a 3R possui nove ativos: Polos Macau (RN), Areia Branca (RN), Fazenda Belém (CE), Rio Ventura (BA), Recôncavo (BA), Peroá (ES) e Papa Terra (RJ) e está em processo de transição operacional dos Polos Pescada (RN) e Potiguar (RN).

A PRIO e Seacrest não comentaram. Petrobras e PetroReconcavo não deram entrevista.

AGRÍCOLA

Valor - SP   17/04/2023

Unidade vai atender demanda da América Latina, África e outros mercados

A fabricante alemã de máquinas agrícolas Horsch inaugurou hoje uma fábrica em Curitiba, fruto de um investimento de R$ 350 milhões.

A unidade produzirá máquinas agrícolas para plantio, manejo de solo e tratos culturais e, mais à frente, semeadoras. A fábrica, com 35 mil metros quadrados, vai gerar 300 empregos diretos.

“É o maior investimento feito pela empresa em uma única fábrica em tão curto espaço de tempo”, disse Philipp Horsch, CEO mundial da empresa, em nota.

Segundo comunicado, a planta brasileira está projetada para atender, além da América Latina, parte da África e demandas pontuais de outros países, até mesmo europeus.

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