Agência Brasil - DF 17/01/2023
O valor total exportado pelo Brasil em 2022 cresceu 19,1% e o valor importado foi 24,3% maior do que o registrado em 2021. Assim, o superávit na balança comercial do país fechou o ano em US$ 61,8 bilhões, um pouco superior aos US$ 61,4 bilhões de 2021.
Os dados foram divulgados hoje (16), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), no Indicador de Comércio Externo (Icomex).
Segundo a instituição, o saldo em novembro e em dezembro surpreendeu com a melhora das vendas para a China, com destaque para a agropecuária. O superávit do setor extrativo caiu e o déficit da indústria de transformação aumentou.
“As restrições da oferta agrícola associadas à guerra na Ucrânia e questões climáticas elevaram os preços agrícolas, pois o aumento no volume exportado foi 2,6% menor do que o da indústria de transformação. Na extrativa, preços e volume das exportações recuaram com o desempenho do minério de ferro desfavorável. O déficit na indústria de transformação é recorrente na balança comercial do Brasil desde 2009”, informou a FGV/Ibre.
Cenário mundial
Para este ano, o instituto projeta um menor crescimento da economia mundial, com taxa de expansão do Brasil abaixo de 1% e redução tanto nas exportações como nas importações.
No cenário internacional, o crescimento mundial pode ser afetado positivamente pelo relaxamento da política de covid zero na China, que projeta crescimento de 5% em 2023. Na União Europeia, a crise energética pode levar a um menor crescimento.
“O preço do petróleo irá continuar sendo afetado pelas questões geopolíticas e a recuperação das exportações da extrativa depende também da recuperação das vendas de minério de ferro para a China. No caso das manufaturas, a crise da Argentina não favorece o aumento das exportações de maior valor adicionado do setor automotivo. Numa primeira leitura, o saldo comercial de 2023 deverá ser menor que o de 2022”, destacou a FGV/Ibre.
Resultados
A principal contribuição para o aumento nos valores do comércio exterior foi a variação dos preços, com aumento de 13,7% para as exportações e de 21% nas importações na comparação de 2022 em relação a 2021. Em volume, a exportação cresceu 4,4% e a importação subiu 2,7%.
A participação das commodities (mercadorias) exportadas permaneceu a mesma com 68% do valor total e aumento de 13,9% dos preços e de 4,4% do volume. As não commodities variaram 13,5% em valores e 4,7% no volume.
O índice de preços ficou em 130,2, queda de 6,7% em relação a 2011. Já o índice do volume exportado das commodities alcançou o pico em 2022, com aumento de 2,4% em relação ao maior nível anterior registrado em 2020: 180,2.
Nas importações, as commodities passaram de 8,5% para 11,7% na participação do valor, com o crescimento dos preços de 47,9% entre 2021 e 2022. Em volume, a variação foi de 15,3%. Para as não commodities, as variações foram de 18,3% nos preços e 1,4% no volume.
Segundo o instituto, o aumento de preços das importações de commodities foi o maior registrado na série histórica, iniciada em 2008.
“A guerra na Ucrânia, os efeitos climáticos nas lavouras e os gargalos herdados e ainda não totalmente superados da covid 19 explicam o aumento nos preços das importações, o que impactou na inflação mundial e do Brasil”, explicou a FGV/Ibre.
Setores
Na avaliação da fundação, o valor adicionado da agropecuária deve diminuir no ano, afetando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todos os produtos e serviços finais produzidos no país). Mas, segundo o instituto, o setor contribuiu positivamente para a balança comercial, com o saldo do setor passando de US$ 46,5 bilhões para US$ 65,8 bilhões entre 2021 e 2022.
Na indústria extrativa, houve queda do superávit, que passou de US$ 63 bilhões em 2021 para US$ 45,5 bilhões em 2022. O setor foi o responsável por 22,8% das exportações do país. A indústria de transformação ampliou o déficit de US$ 45,3 bilhões para US$ 48,5 bilhões, respondendo por 55,7% das exportações brasileiras. A agropecuária correspondeu a 21,3%.
Por setor, a agropecuária teve variação de 34% nos preços e o volume cresceu 2,6%. Na indústria de transformação, os preços subiram 15,7% e o volume, 8%. Na indústria extrativa, a queda registrada foi de 3,6% no preço e de 0,4% no volume.
A soja permanece como o principal produto exportado, seguido do petróleo bruto e o minério de ferro, apesar das vendas terem recuado em 35,3% com queda no preço e no volume.
Importação
No ano, a indústria de transformação foi responsável por 86% das importações brasileiras, seguida da extrativa (11,3%) e da agropecuária (2%). A extrativa teve alta de 79,6% em relação a 2021, com o aumento nos preços de 75,1% e de 3,8% no volume.
O FGV/Ibre aponta que o resultado se deve à compra de óleos brutos de petróleo, que tiveram aumento de 148,2% no valor, devido ao aumento nos preços de 47,5%.
A importação de bens de capital na agropecuária subiu 54,2% em volume, indicando que o setor espera um melhor resultado para 2023 na safra. Já na indústria de transformação, o volume de bens intermediários importados desacelerou diante de uma expectativa de menor crescimento da demanda.
Mercados
Com relação a mercados com os quais o Brasil mantém relações comerciais, o superávit com a China teve queda de US$ 11,3 bilhões na comparação com o ano anterior. O déficit com os Estados Unidos aumentou em US$ 5,7 bilhões. Com isso, esses dois países contribuíram para uma queda de US$ 17 bilhões no saldo comercial de um ano passa o outro.
Houve aumento de volume exportado para todos os mercados, exceto a China, que anotou queda de 2,8%, afetada pela diminuição no minério de ferro. Já a carne bovina teve aumento de 81% nas exportações para a China.
Com relação à Argentina, o agravamento da crise no país e as restrições cambiais levaram a uma redução de 22,1%. Já para a União Europeia, houve crescimento das exportações de 15,8% na comparação anual.
Pelo volume importado, a China teve alta de 12,6% e União Europeia subiu 3,8%. Quanto a preços de importações, os Estados Unidos subiram 33,1%, União Europeia, 19,6%, Argentina, 16,9% e China teve alta de 13,6%.
Exame - SP 17/01/2023
A projeção para a Selic para o fim deste ano voltou a ser revista para cima na edição do botim Focus desta segunda-feira, 16, passando de 12,25% para 12,50%. O documento, divulgado semanalmente pelo Banco Central, mostra o consenso do mercado para os principais indicadores da atividade econômica brasileira. Há quatro semanas, a expectativa era de que a Selic encerrasse 2023 a 11,75%.
As revisões da taxa básica de juros esperada para este ano tem como pano de fundo as incertezas sobre a condução fiscal durante o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para investidores, um possível desequilíbrio da dívida pública somado a incentivos governamentais deve se traduzir em um menor espaço para o Banco Central cortar os juros neste ano.
Com a Selic, atualmente em 13,75%, permanecendo elevada por mais tempo, o mercado espera um PIB mais fraco para este ano. No boletim Focus desta segunda, a projeção de crescimento caiu de 0,78% para 0,77% para este ano.
Investidores ainda esperam por uma inflação mais alta, com a expectativa de IPCA para este ano partindo de 5,36% para 5,39%. Os IPCAs de 2025 e 2026 também passaram por revisão, indo de 3,3% para 3,5% e de 3,20% para 3,22%, respectivamente.
Para o câmbio, a estimativa do mercado é de que o dólar fique mais alto nos próximos anos, com as taxas de R$ 5,30 mantidas para 2024 e 2025. Para a de 2026, a projeção de câmbio subiu de R$ 5,30 R$ 5,35. A expectativa para o câmbio de 2023 foi mantida em R$ 5,28.
O Estado de S.Paulo - SP 17/01/2023
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou suas primeiras medidas. O pacote poderá ter efeito relevante nas receitas e amenizar o déficit das contas públicas projetado para 2023. As despesas devem ganhar maior atenção com o início do trabalho das novas equipes.
O pacote contempla R$ 70 bilhões em medidas relacionadas à litigiosidade e às relações entre Fisco e contribuintes. A ideia é ampliar a arrecadação por meio de novos incentivos ao pagamento de tributos atrasados. Mais: R$ 23 bilhões em apropriação dos recursos do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); R$ 4,4 bilhões em tributação de receitas financeiras das empresas; R$ 36 bilhões em reestimativas das projeções de arrecadação da Lei Orçamentária Anual; e R$ 30 bilhões da correção no método de retirada do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base do PIS/Cofins. A reoneração dos combustíveis poderá render outros R$ 28,8 bilhões.
Tem-se aí um efeito de R$ 192,2 bilhões. O déficit primário projetado para o ano é de R$ 233,9 bilhões, já incluídos os R$ 168 bilhões por fora da meta de primário e do teto de gastos autorizados pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição. Nesse caso, o déficit poderia ficar em R$ 41,7 bilhões.
Do lado dos gastos, falou-se no contingenciamento orçamentário e na revisão de contratos de compras do governo federal (R$ 50 bilhões). Assim, o déficit poderia transmutar-se em superávit.
Em que pese o conjunto de ações do lado da receita ser positivo, dado seu potencial efeito fiscal relevante, parte das medidas pode estar superestimada. Minhas contas iniciais mostram que seria possível chegar a um efeito total de R$ 100 bilhões (e não de R$ 192,2 bilhões). Do lado dos gastos, o contingenciamento não é trivial, pois há pouca gordura nos chamados discricionários e há dificuldades legais para se promover o congelamento ordinário em contexto de teto de gastos e meta de resultado primário flexibilizados.
Ainda, quanto à revisão de todos os contratos da administração federal, a medida deve ser louvada. No entanto, o efeito poderia chegar a no máximo R$ 11 bilhões, com muito esmero, e não a R$ 25 bilhões. A revisão de contratos já foi adotada em outras ocasiões. Assim, com um pacote efetivo de R$ 111 bilhões, o déficit poderia encerrar 2023 em pouco mais de R$ 120 bilhões ou 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
A saber, há gastos não previstos nessa conta, a exemplo dos repasses que o governo federal precisará fazer aos Estados em função da bagunça deixada pelo governo anterior no ICMS de combustíveis.
O desafio é gigantesco. Vamos ter claro: para a dívida pública (de 74% do PIB) não crescer em 2023, caso o PIB cresça a 1%, com juros reais a 6%, seria preciso ter um superávit primário de mais de 3,5% do PIB. É evidente que a dívida crescerá em relação ao PIB e nada pode ser feito quanto a isso. Explico: seria como matar o paciente administrando doses cavalares de remédio. Na verdade, é preciso mostrar um horizonte de estabilização e segurar ao máximo a estocada inicial da dívida.
O pacote ajuda a segurar essa subida em 2023. Mas, para obter as condições de sustentabilidade, vamos precisar aguardar os novos anúncios, sobretudo na área de revisão de gastos e avaliação de políticas públicas. Nessa matéria, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, anunciou dois nomes de relevo: Daniel Couri, que foi meu colega na Instituição Fiscal Independente (IFI) e me sucedeu na diretoria-executiva; e Paulo Bijos, especialista em orçamento. Bijos comandará a Secretaria de Orçamento Federal e Couri será adjunto. A ministra da Gestão, Esther Dweck, anunciou Francisco Gaetani, que poderá fazer grandes coisas na área de pessoal.
Na Fazenda, a Secretaria-Executiva, conhecida por comandar o ministério “para dentro”, ficou a cargo de um craque, Gabriel Galípolo, excelente gestor. Há muito trabalho de reorganização e de rearranjo da casa, além de superar o grave imbróglio fiscal que apresentei acima.
RETORNO
Agradeço ao Estadão pelo convite para retornar a este espaço após a experiência incrível na Secretaria da Fazenda e Planejamento de São Paulo, a convite do governador Rodrigo Garcia. Temos, em São Paulo, uma burocracia permanente, a exemplo dos auditores fiscais e dos procuradores, que deve ser exaltada, além das demais carreiras e colaboradores com quem pude contar nesses quase nove meses de gestão. Agradeço a todos eles nominando meu chefe de gabinete, José Paulo Neves. Recebam minha admiração, respeito e amizade.
Lideramos o Estado nas discussões federativas e no grupo de conciliação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes; regulamentamos a devolução de créditos do ICMS; instituímos processo formal para os pedidos de benefícios fiscais e iniciamos mecânica de avaliação; criamos o Sistema de Custos para Educação e Desenvolvimento Social; dentre outras inovações. Deixamos um caixa recorde, de R$ 34 bilhões, a menor dívida da história e investimentos entre os mais altos desde 1995.
Início, agora, uma nova etapa, como economista-chefe e sócio da Warren Renascença. Voltarei a analisar a política fiscal e contarei com um economista de mão-cheia, Josué Pellegrini, já na terceira empreitada que enfrentamos juntos, incluindo a IFI e a Secretaria da Fazenda. Vamos a ela!
Diário do Comércio - MG 17/01/2023
O vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira a uma plateia de empresários da indústria que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não removerá a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e afirmou que a meta é extinguir o imposto.
“Excluímos a questão do IPI. É óbvio que quando você tem um déficit fiscal é dever procurar zerá-lo, então é claro que você vai atrás de onde tem recurso para procurar atender. Tinha a possibilidade de ser cancelada a redução de 35% do IPI, e nós conseguimos retirar, isso não ser incorporado à proposta”, disse Alckmin durante reunião da diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na sede da entidade na capital paulista.
Ao elaborar o pacote de medidas para melhorar o resultado das contas públicas neste ano, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a estudar a reoneração do IPI, revertendo o corte tributário feito pela gestão do ex-ministro da Economia Paulo Guedes. O retorno do imposto geraria um incremento de 9 bilhões de reais nas contas de 2023, mas a proposta acabou descartada e não entrou no conjunto de ações anunciado na semana passada.
“Não foi incorporado (a reoneração do IPI) e a próxima meta é acabar com o IPI. E acabar com o IPI é a reforma tributária”, acrescentou Alckmin, que, por diversas vezes em sua fala defendeu uma simplificação no sistema tributário, que classificou de “cipoal de impostos” e “manicômio tributário”.
Alckmin defendeu que é necessário aprovar a reforma tributária no primeiro ano deste novo mandato de Lula, argumentando ser preciso aproveitar “a legitimidade do processo eleitoral” para avançar com a proposta. Ele lembrou que já tramitam no Congresso duas propostas de emenda à Constituição (PECs) que tratam da reforma tributária, e disse que ambas estão “maduras”, embora possam ser aperfeiçoadas.
“A reforma tributária é central. Ela pode fazer o PIB crescer, ela pode trazer eficiência econômica, simplificando a questão tributária e entendo que é essencial, inclusive para a indústria.”
Ao término da reunião, o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, anunciou que Haddad será o convidado na próxima reunião da diretoria da entidade marcada para o dia 30 deste mês. Neste momento, Alckmin pediu a palavra para elogiar Haddad.
“Destacar a sensibilidade do ministro Fernando Haddad em não incluir a volta do IPI. É sempre uma tentação de quem é arrecadador de querer arrecadar e era um valor expressivo”, afirmou.
CNN Brasil - SP 17/01/2023
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, relatou a interlocutores do mercado que não pretende interferir nas próximas trocas em postos-chave que haverá no Banco Central e que pretende se aproximar do presidente do BC, Roberto Campos Neto, realizando reuniões mensais com eles para aproximar a política fiscal da monetária.
Os relatos foram feitos em recentes encontros de Haddad com agentes do mercado, segundo apurou a CNN. O ministro teria dito que não pretende fazer qualquer crivo nas novas nomeações.
Somente em fevereiro, dois diretores do BC deixam seus postos, Bruno Serra (Política Monetária) e Paulo Souza (Fiscalização). Nas conversas, ele também tem dito que a manutenção do salário mínimo em R$ 1.302 e a reoneração do combustível são dois embates que ele pretende vencer internamente no governo na sua largada no ministério.
Por ora, como antecipou a CNN, ele já conseguiu uma sinalização do Palácio do Planalto de que o salário mínimo não será reajustado para R$ 1.320, como defende a ala política do governo. Ele calcula que a manutenção desse valor deve dar um sinal positivo ao mercado.
Em conversa recente com interlocutores do mercado ele ressaltou este ponto como uma das principais “brigas” internas a serem vencidas no governo. O outro ponto relatado por ele é a reoneração dos combustíveis, justamente a primeira derrota dele no governo.
Haddad e sua equipe defendiam o fim da desoneração de impostos sobre combustíveis, mas acabou sendo derrotado pela ala política do governo que temia impacto na inflação e, portanto, na popularidade do governo.
Haddad também teria dito que a reforma tributária a ser defendida pelo governo é a da PEC 45 que está na Câmara. A previsão do ministro é de que a proposta seja aprovada na Câmara entre final de abril e começo de maio.
O ministro também disse que pretende entregar a nova âncora fiscal ainda no primeiro semestre e que ela deve ser baseada no controle de gasto. Mas seus interlocutores consideraram que se trata do ponto mais atrasado em relação aos demais.
Globo Online - RJ 17/01/2023
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin (PSB), afirmou a empresários nesta segunda-feira que o BNDES criará um programa para financiar países estrangeiros que importem produtos de alto valor agregado do Brasil. Alckmin também defendeu a aprovação da reforma tributária ainda neste ano.
A declaração foi dada na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) antes da assembleia geral da entidade que deverá discutir a permanência do presidente da entidade no cargo em meio a uma disputa com um grupo de representantes de entidade setorial capitaneado pelo ex-dirigente da federação Paulo Skaf.
Em sua fala, Alckmin afirmou que defende "um programa para financiar as exportações" por parte do BNDES para que o Brasil tenha maior competitividade no mercado internacional com países como a China. Questionado sobre como o banco estatal poderia financiar o modelo, o ministro disse que a instituição financeira vai buscar recursos no exterior.
— Exportávamos quase US$ 28 bilhões de dólares para a Argentina, caiu para US$ 15 bilhões. A China ocupou esse espaço. Perdemos espaço por várias razões, uma das razões é o financiamento a exportadores. É importante ter um programa. O BNDES veio para o Mdic e estamos defendendo um programa para financiar as exportações, é algo necessário e importante — disse. Ele afirmou que financiamento à importação de produtos de alto valor agregado também será contemplado.
Alckmin afirmou também que a aprovação de uma reforma tributária significaria o fim do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), pauta historicamente defendida pelo setor industrial.
— Tinha uma possibilidade de ser cancelada a redução de 35% do IPI e conseguimos retirar isso da pauta. A próxima meta é acabar com o IPI, e acabar com o IPI é (assunto da) reforma tributária. Tem de fazer (a reforma) no primeiro ano, aproveitar o embalo e a legitimidade eleitoral — ressaltou.
O ministro também reafirmou à plateia que as reformas trabalhista e previdenciária não serão anuladas no governo atual. Reiterou, apenas, o discurso que tem sido repetido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que profissionais vulneráveis como entregadores de delivery, precisam ter um regime que lhes garanta alguns direitos à seguridade social, por exemplo.
IstoÉ Online - SP 17/01/2023
O saldo comercial brasileiro de 2023 deverá ser menor que o de 2022, sem uma nova ajuda de alta de preços agrícolas, como ocorreu no ano passado. A avaliação está em relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta segunda-feira, 16, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Em 2022, o valor exportado cresceu 19,1% em relação a 2021, e o valor importado subiu 24,3%, o que levou a um superávit de US$ 61,8 bilhões na balança comercial, cerca de R$ 400 milhões superior aos US$ 61,4 bilhões registrados no ano anterior. A melhora das vendas para a China ajudou a aumentar o saldo comercial nos últimos meses do ano.
“Para 2023, as projeções sinalizam para um menor crescimento da economia mundial do que em 2022 e de uma taxa de crescimento do Brasil abaixo de 1%. Exportações menores e importações menores seriam esperadas. Os preços agrícolas não devem acelerar com o fim do efeito das secas e substituição das fontes de grãos da Ucrânia e da Rússia o que significa que a melhora das exportações irá depender mais do volume exportado”, avaliou a nota do Icomex.
O desempenho da economia chinesa este ano será determinante para o bom resultado das exportações brasileiras, diz a FGV.
“Para as exportações brasileiras agropecuárias a grande incógnita é o efeito China. Com o relaxamento da política de covid zero é esperada uma retomada para um crescimento econômico ao redor de 5%. No entanto, ainda estão incertos os efeitos dessa política e se poderá ser mantida. A União Europeia, outro mercado importante para os produtos da agro, com a crise energética é um dos principais fatores para o menor crescimento mundial”, apontou a FGV. “O preço do petróleo irá continuar sendo afetado pelas questões geopolíticas e a recuperação das exportações da extrativa depende também da recuperação das vendas de minério de ferro para a China. No caso das manufaturas, a crise da Argentina não favorece o aumento das exportações de maior valor adicionado do setor automotivo”, completou.
O Icomex lembra que o maior valor dos fluxos de comércio brasileiro com o restante do mundo foi impulsionado pela variação dos preços, que aumentaram 13,7% em 2022 para as exportações e 21% para as importações. Já o volume exportado cresceu 4,4% em 2022 ante 2021, e o importado, 2,7%.
O aumento no superávit de 2022 foi explicado pelo desempenho da balança comercial da agropecuária: o saldo comercial do setor passou de US$ 46,5 bilhões em 2021 para US$ 65,8 bilhões em 2022. A indústria extrativa reduziu seu superávit de US$ 63 bilhões em 2021 para US$ 45,5 bilhões em 2022, e a indústria de transformação ampliou seu déficit de US$ 45,3 bilhões para US$ 48,5 bilhões no período.
Quanto aos principais parceiros comerciais, o superávit brasileiro no comércio com a China diminuiu em US$ 11,3 bilhões, passando de US$ 40,3 bilhões em 2021 para US$ 29,0 bilhões em 2022, e o déficit com os Estados Unidos aumentou em US$ 5,7 bilhões, de US$ 8,2 bilhões em 2021 para US$ 13,9 bilhões em 2022.
“Os dois países contribuíram para uma queda de US$ 17 bilhões no saldo comercial entre 2021 e 2022. Os outros países, regiões ou blocos melhoraram o seu saldo comercial com o Brasil e a diferença dos saldos desse grupo entre 2021 e 2022 foi de um ganho de US$ 19,5 bilhões”, apontou a FGV.
O Estado de S.Paulo - SP 17/01/2023
A maioria dos sindicatos presentes na assembleia realizada nesta segunda-feira, 16, na Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), não aceitou as explicações de Josué Gomes. O presidente da entidade foi destituído do cargo, algo inédito na história da entidade.
A destituição de Josué foi aprovada por 47 votos a 1. Houve ainda duas abstenções. O resultado da votação terá de ser registrado em cartório. Josué vai recorrer da decisão, segundo interlocutores do empresário.
O vice-presidente mais velho deve assumir o comando da Fiesp até uma nova eleição. Os nomes mais cotados para comandar a entidade são os de Rafael Cervone Netto, Dan Ioschpe e Marcelo Campos Ometto.
Marcado por uma grande tensão, o encontro desta segunda foi definido pelo próprio Josué em dezembro, como uma resposta a um grupo de sindicatos patronais que havia agendado uma assembleia com o objetivo de tirá-lo do cargo para o mesmo dia. O executivo foi questionado em vários pontos, sobre suas viagens e reuniões realizadas em Brasília, além do manifesto em favor da democracia divulgado pela Fiesp, sem o consentimento de toda a entidade, entre outros temas.
Nos últimos meses, a Fiesp enfrenta uma intensa disputa política. Josué passou a ser acusado de ser distante da entidade e dos pleitos de interesse setorial, o que deu munição para que os sindicatos considerados menores passassem a pressionar pela saída do executivo.
Parte da Fiesp enxergou no manifesto a favor da democracia como uma afronta da entidade ao governo Jair Bolsonaro (PL) – Josué é filho de José Alencar, morto em 2011, que foi vice-presidente nos dois primeiros mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A assembleia desta segunda foi presidida por Josué, mas parte dos integrantes chegou a sugerir que o executivo não deveria comandar a reunião. O encontro começou pouco depois das 14h50 - estava previsto para as 14h, mas houve um atraso por causa do almoço realizado entre Josué e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Os votos dos representantes dos sindicatos começaram por volta das 18h50.
As explicações do executivo foram rejeitadas por mais de 60 votos entre os 90 presentes. Josué encerrou a assembleia e se retirou. Ele foi acompanhado por um grupo de representantes. Na sequência, os sindicatos contrários ao seu mandato iniciaram uma nova assembleia para votar pela destituição do executivo. A leitura dos aliados de Josué é de que essa última votação não foi válida.
Troca de comando
Herdeiro da Coteminas, Josué assumiu o comando da Fiesp no ano passado e encerrou quase 18 anos de Paulo Skaf na presidência da entidade. Próximo a Bolsonaro, Skaf tem sido um dos principais críticos da atual gestão da entidade.
Josué chegou a ser chamado pelo presidente Lula para ser ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mas recusou o convite, sob o argumento de que não poderia assumir o cargo como um “derrotado” na Fiesp. O empresário alegou que, se fizesse isso, pareceria um “refugiado” dentro do governo.
Investing - SP 17/01/2023
A Vale (BVMF:VALE3) informou aos acionistas que a data provável para a Assembleia Geral Ordinária é 28 de abril. A pauta ainda não foi divulgada, no comunicado enviado dia 13 de janeiro, mas a expectativa é pela escolha do conselho de administração. O mandato é de dois anos, e a última eleição aconteceu em 2021.
A assembleia acontece num momento em que a administração da Vale vive um clima de renovação. No fim do ano passado, anunciou a reorganização do Comitê Executivo, refletindo o foco em descarbonização e inovação.
Foram criados novas posições como a vice-presidência executiva de Soluções de Minério de Ferro, a vice-presidência executiva de Projetos e a vice-presidência Executiva Técnica, além de outros ajustes.
Também em dezembro, a companhia realizou uma assembleia geral extraordinária para realizar ajustes no Estatuto Social, visando ampliar a governança, dar mais flexibilidade aos encontros da diretoria e do conselho e garantir mais agilidade nas decisões estratégicas da liderança.
IstoÉ Dinheiro - SP 17/01/2023
A Rio Tinto disse na segunda-feira que a reabertura da China das restrições contra a Covid-19 deve aumentar os riscos de curto prazo de escassez de mão de obra e cadeia de suprimentos, pois também sinalizou um forte início dos embarques de minério de ferro para 2023.
A mineradora anglo-australiana disse que os consumidores continuam cautelosos com o mercado imobiliário da China, que tem apoiado a economia, e que a desaceleração da demanda global representa algum risco para suas exportações.
A Rio parece destinada a manter sua liderança como o maior produtor mundial de minério de ferro, já que os embarques trimestrais de minério de ferro ficaram um pouco acima das expectativas, perto do piso do guidance para o ano.
“Os resultados estão amplamente alinhados”, disse Glyn Lawcock, de Barrenjoey, em Sydney. “É bom ver que eles seguiram seu guidance de minério de ferro. A Rio também notou que os estoques do sistema estão saudáveis… Isso os coloca no caminho certo para um bom começo de 2023.”
Os embarques de minério de ferro aumentaram ligeiramente no último trimestre de 2022, beneficiando-se de um ramp-up contínuo na mina Gudai-Darri do Rio, na Austrália Ocidental, que deve atingir sua capacidade nominal, ou a capacidade que a mina foi projetada para produzir, durante 2023.
Os embarques de minério de ferro para o último trimestre de 2022 aumentaram 3,8%, para 87,3 milhões de toneladas. Isso resultou em embarques para o ano inteiro de 321,6 milhões de toneladas, superando uma estimativa de consenso Visible Alpha de 320,2 milhões.
A Rio Tinto manteve sua previsão de embarques de minério de ferro para o ano de 320 milhões a 335 milhões de toneladas.
Valor - SP 17/01/2023
A companhia produziu 89,5 milhões de toneladas de minério de ferro no período; no acumulado de 2022, a produção de minério de ferro alcançou 324,1 milhões de toneladas, aumento de 1%
A Rio Tinto produziu 89,5 milhões de toneladas de minério de ferro no quarto trimestre, alta de 6% em relação ao mesmo período do ano passado e ante o terceiro trimestre do mesmo ano, de acordo com o relatório de produção e vendas do período. No ano de 2022, a produção de minério de ferro alcançou 324,1 milhões de toneladas, aumento de 1% contra o ano anterior.
Já os envios de minério de ferro nos últimos três meses do ano passado subiram 4% em relação a igual intervalo de 2021, para 87,3 milhões de toneladas. Em comparação com o terceiro trimestre de 2022, expandiu 5% e, no acumulado do ano, ficou estável, atingindo 321,6 milhões de toneladas. O resultado ficou no piso da meta para o ano, que ia de 320-335 milhões de toneladas.
A produção de bauxita somou 13,2 milhões no último trimestre de 2022, um crescimento de 1% em base anual, enquanto a produção de alumínio somou 783 mil toneladas, um avanço de 3%. O desempenho do alumínio superou em 3% o registrado no terceiro trimestre, enquanto a companhia viu a produção de bauxita cair 4% ante o trimestre anterior.
O presidente-executivo da companhia, Jakob Stausholm, destaca em nota que vários recordes operacionais foram alcançados no segundo semestre na mina de minério de ferro de Pilbara e no sistema ferroviário.
“A implantação de nosso Sistema de Produção Segura resultou em melhor desempenho nesses locais e a produção geral foi maior em relação a 2021 em quase todas as commodities, com exceção de alumínio e alumina”, afirma.
O executivo destaca ainda a aquisição da Turquoise Hill Resources, que, segundo ele, fortalece o portfólio de cobre da Rio Tinto e demonstra a capacidade da empresa de alocar capital com disciplina para crescer em materiais que o mundo precisa para a transição energética.
Diário do Comércio - MG 17/01/2023
Os contratos futuros de minério de ferro caíram nesta segunda-feira, com relatos de um aumento nas mortes por Covid-19 na China, maior produtora mundial de aço, renovando as preocupações com a demanda.
O minério de ferro mais negociado para maio na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com queda de 4,3%, a 832,5 iuanes a tonelada.
Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência de fevereiro recuou 4,4%, para US$120,00 a tonelada.
A China disse no sábado que quase 60.000 pessoas com Covid-19 morreram em hospitais desde que o país abandonou sua política de Covid-zero no mês passado, um grande aumento em relação aos números relatados anteriormente e que vem após críticas globais aos dados de coronavírus do país.
Os preços das novas residências na China caíram pelo quinto mês consecutivo em dezembro, com os surtos de Covid-19 prejudicando a demanda. Mas o desmantelamento das rígidas restrições da pandemia e as expectativas de mais medidas de apoio iluminaram o cenário.
O contrato de vergalhão mais ativo na Bolsa de Futuros de Xangai caiu 1,5%, a bobina a quente perdeu 1,4%, e o fio-máquina recuou 0,8%, enquanto o aço inoxidável subiu 0,6%.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 17/01/2023
A Caterpillar afirmou recentemente que está investindo na Lithos Energy, Inc., especialista americana no projeto e fabricação de baterias de íon-lítio.
Com sede em San Rafael, Califórnia, a Lithos produz baterias resistentes a choques e de alto desempenho para aplicações incluindo veículos off-road e marítimos. A empresa foi fundada em 2015 por dois graduados do MIT, incluindo o atual CEO James Meredith, ex-engenheiro de design da Tesla.
“A colaboração da Caterpillar com a Lithos faz parte do nosso compromisso em fornecer produtos e soluções eletrificadas robustas para nossos clientes”, disse Joe Creed, presidente de grupo do segmento de Energia e Transporte da Caterpillar.
“Esse financiamento permitirá que a Lithos acelere o desenvolvimento da tecnologia e aumente a capacidade de fabricação, pois esperamos fornecer ofertas de produtos cada vez mais avançadas para clientes novos e os que já atuam conosco”, afirmou James Meredith, da Lithos.
Segundo a Caterpillar, o investimento demonstrou o compromisso da fabricante em apoiar os clientes na transição energética com tecnologias de energia de baixo carbono para máquinas híbridas e totalmente elétricas, bem como produtos de geração de energia.
A empresa exibiu recentemente quatro protótipos de máquinas de construção elétrica, incluindo protótipos de bateria, na bauma 2022 em Munique, Alemanha, realizada em 2022, e demonstrou seu primeiro caminhão de mineração 793 elétrico a bateria em seu Tucson Proving Ground, no Arizona.
Porto Gente - SP 17/01/2023
As bases do comércio lucrativo proporcionaram à Europa ocidental a riqueza necessária para o capitalismo de produção (John A. Hobson)
É oportuno, neste momento de transição de governo, expor demandas e potenciais prioritários na inovação do Porto de Santos alinhada com as tendências comerciais globais e parâmetros operacionais ágeis. O fato de o secretário de Portos ser da região facilita o diálogo e catalisa ações objetivas. A Baixada Santista tem relevante densidade acadêmica e excelente comunidade portuária. Condições para realizar uma travessia épica, como realizaram os Guinle no final do século XIX, na construção em pedra dos cais profundos, instalação de ágeis guindastes e múltiplos acessos terrestres ao porto. Feito até hoje ímpar na sua grandiosidade.
Distinto da questão irresolúvel do ovo e a galinha, o comércio nasceu primeiro que o navio e escreve a história da riqueza do homem, para além de Leo Huberman. Projetar e construir o Porto de Santos é uma marcha de conquistas, até agora, sem início estruturado, mas que deve ser uma realização com visão e competência, que há muito não se enxerga na direção do principal porto brasileiro. Na penúltima, os diretores saíram algemados pela Polícia Federal. A atual, executou uma maracutaia na contratação da dragagem, que pode ser uma pedra no caminho do virtuoso projeto que o ministro de Portos anuncia, de privatizar o canal de acesso.
O horizonte da cultura digital anuncia a entrada em cena do crescimento das cadeias locais de valor. Elas irão dinamizar as rotas marítimas, respondendo aos desafios da revolução da informação. Hora de construir logísticas ágeis e o porto indústria, tão decantado, mas nunca bem projetado no Porto de Santos. A autoridade portuária deve assumir o seu papel de agência de desenvolvimento regional. Possibilitar as cidades portuárias perceberem e assumirem os seus papéis. É hora de gerar riqueza e trabalho, com foco, também, na indústria e suas logísticas de entrada e saída.
Como um teorema, Portogente demonstrou o insucesso que veio a acontecer na Tecsis, fábrica de pás eólicas em Sorocaba, uma ideia avançada. Todavia, uma logística de exportação em que a carreta ficava aguardando por dias a sua vez de descer a Serra de Santos, até o porto. No canal navegável por onde foi transportada, no início do Séc. XIX, a usina hidrelétrica de Itatinga, que alimenta o porto, a cidade de Bertioga, com economia quase artesanal, não percebe que tem uma porta para o mundo no seu quintal e uma indústria verde potencial. Por deficiência da autoridade portuária de Santos.
O Porto de Santos deve ampliar a sua participação no cenário global, incorporando os novos ambientes tecnológico, sustentabilidade e modelos modernos de negócio associado a nichos de mercado. Isto é um movimento, em curso há muito tempo, em portos do hemisfério norte. De modo a atrair migrações de processos produtivos ocorrendo no mundo. Uma dinâmica que diversifica do que acontece hoje no papel desta autoridade portuária.
Os desafios à frente não são triviais. Decerto, o que se assiste no acolhimento do presidente Lula, pelos chefes de estados mundiais, consolida o Brasil como um relevante ator do comércio global. Um jogo que premia o momento certo de entrar em um mercado ou cobra os custos de chegar tarde demais. O Porto de Santos há que se preparar para o novo momento e chegar a tempo. O que poderá acrescentar um capítulo exitoso no livro da sua pujante história.
Money Times - SP 17/01/2023
A produção média de petróleo do Brasil somou 3,032 milhões de barris por dia (bpd) em dezembro, alta de 6,8% ante um ano antes, mas queda de 2,04% na comparação com o mês anterior, apontaram dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta segunda-feira.
A produção de gás natural do país, por sua vez, somou média de 139,8 milhões de metros cúbicos por dia em dezembro, alta de 5,7% na comparação com o mesmo mês de 2021 e queda de 0,39% ante novembro.
TN Petróleo - RJ 17/01/2023
A Petrobras informa que o navio-plataforma Guanabara, instalado no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos, alcançou sua capacidade máxima de produção, com a marca de 180 mil barris de petróleo por dia (bpd), passados cerca de oito meses desde que a unidade entrou em operação. Do tipo FPSO (sistema flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo), o Guanabara atingiu esse resultado com quatro poços produtores e três injetores de gás. É a primeira plataforma de uma série de quatro unidades definitivas programadas para Mero, cada qual com capacidade de produzir até 180 mil bpd de petróleo.
Esse desempenho é resultado da alta produtividade por poço, da aceleração da curva de aprendizado e da utilização de tecnologias de última geração no campo - como a chamada configuração em loop para os poços injetores de água e gás e a separação de dióxido de carbono (CO2) por membranas. “O resultado evidencia um ramp up (evolução) da produção em ritmo consistente, indicando elevada produtividade do campo e uma estratégia de desenvolvimento acertada, dentro dos mais rigorosos padrões de segurança operacional”, afirmou o Diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Fernando Borges.
Redução de emissões de CO2
O FPSO Guanabara incorpora um dos mais robustos programas de Captura, Uso e Armazenamento Geológico de CO2, o chamado CCUS, já que o campo de Mero tem um teor de 45% desse gás possibilitando a redução das emissões de CO2.
Além disso, o Consórcio está desenvolvendo, para aplicação no campo, a tecnologia inédita de separação submarina batizada de HISEP® (High Pressure Separation). Com ela, será possível separar, ainda no leito marinho, o gás produzido rico em CO2, para sua reinjeção no reservatório.
O campo de Mero abriga não só o FPSO Guanabara, como também o FPSO Pioneiro de Libra, que opera o Sistema de Produção Antecipada (SPA 2), produzindo atualmente 50 mil bpd. O SPA 2 é dedicado à avaliação do comportamento da produção do campo. Com as duas unidades em operação, o campo de Mero produz atualmente cerca de 230 mil bpd.
Mero: terceiro maior campo do país
No segundo semestre deste ano, o Consórcio prevê instalar a segunda plataforma definitiva em Mero: o FPSO Sepetiba, também com capacidade de produzir até 180 mil bpd. Até 2025, a empresa colocará em operação outras duas unidades no campo, totalizando cinco sistemas que, juntos, corresponderão a 770 mil bpd da capacidade instalada no país.
Mero é o terceiro maior campo do Brasil em volume de óleo in place, atrás apenas de Tupi e Búzios, também localizados no pré-sal da Bacia de Santos.
As operações do campo unitizado de Mero são conduzidas pelo consórcio operado pela Petrobras (38,6%), em parceria com a Shell Brasil Petróleo Ltda (19,3%), TotalEnergies EP Brasil Ltda (19,3%), CNODC Brasil Petróleo e Gás Ltda (9,65%), CNOOC Petroleum Brasil Ltda (9,65%) e Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA) (3,5%), como representante da União na área não contratada.
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