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16 de Novembro de 2023

SIDERURGIA

Infomoney - SP   16/11/2023

Em meio à comemoração do recorde histórico de produção e vendas registrado no 3T23, a CSN (CSNA3) aproveitou a teleconferência de resultados do último trimestre, realizada nesta terça-feira (14), para criticar a entrada desenfreada de aço no país.

“Sobre a importação de aço que está correndo de forma exagerada e desorganizada no Brasil, na verdade, a gente tem que fazer o mesmo que fazem com a gente. A maioria dos países tem 25% de taxação e alguns deles tem essa taxação mais cota. Aqui, nós tínhamos 12,5%, baixamos para 6%, voltamos para 9%, mas estamos muito defasados do que é praticado no mundo”, disse Benjamin Steinbruch, CEO da CSN.

Segundo ele, o governo sabe exatamente o que precisa ser feito. “A gente não precisa ter por parte do governo nem prática nem habilidade. É só fazer. É só copiar o que fazem com a gente que está de bom tamanho”, acrescentou.

“A gente não pode deixar que produtos sem qualidade e fora de especificação técnica seja importado livremente no Brasil, comprometendo inclusive segurança. E fazendo com que o mercado desequilibre completamente”, criticou a analistas.

Mesmo com reclamações, o balanço da empresa foi bem recebido pelo mercado e as ações dispararam 8,69%, cotadas a R$ 13,63. No terceiro trimestre, a empresa lucrou 61% a menos, mas aprovou pagamento de dividendos.
CSN: Mundo vive protecionismo

A CSN afirma ser a companhia do setor mais prejudicada com o excesso de importação de aço no Brasil. Para Steinbruch, o mundo vive um período de protecionismo e o governo brasileiro não pode ficar indiferente ao que o resto do mundo está praticando.

“A gente fala muito em arrecadar mais, taxar mais, e ninguém fala em gastar melhor ou gastar menos. Mas, na verdade, nós precisamos desonerar a economia”, disse.

Mesmo com os importados, a empresa tem previsão de preços e demanda de aço estáveis no 4T23, com tendência de queda de produtos importados.
Recompra de ações não funciona

Marcelo Ribeiro, CFO da CSN, comentou na teleconferência de resultados que a discussão dividendos versus buyback (recompra de ações) “não tem resposta muito preto no branco”.

Segundo ele, o que a companhia já viu por experiência própria é que fazer buyback para recuperar o valor da ação não funciona.

“Tem efeitos muito transitórios e no final o que importa é remunerar o acionista. A gente acredita que ter uma política com certa previsibilidade é melhor para o acionista do que buyback, que são bastante discricionários e pouco previsíveis”, comentou.

“A gente está numa fase de pagar dividendos um pouco maiores do que foi ano passado, remunerar um pouco o acionista, dentro de uma lógica de manter alavancagem de maneira cadente. E é isso que foi feito hoje”, complementou.

Outro assunto tratado na teleconferência da CSN foi a alavancagem da empresa. Ribeiro crê que a companhia possa atingir meta de alavancagem abaixo de 2 vezes em 2024.

BOL - SP   16/11/2023

A CSN avalia que o cenário para demanda e preços de aço no Brasil no quarto trimestre deve ficar estável na comparação com o terceiro, em meio a um ambiente ainda marcado por forte nacionalização de material importado, afirmou o diretor comercial da companhia, Luis Fernando Barbosa Martinez.

"Tem ainda muito material importado no mercado. A tendência é cair até o final do ano essa importação", afirmou o executivo, citando que o chamado prêmio de aço laminado a quente é de 15% enquanto nos materiais zincados está em 27%.

A empresa divulgou na noite da véspera queda de 62% no lucro do terceiro trimestre, com um resultado operacional levemente acima que o esperado pelo mercado.

Portal Fator Brasil - RJ   16/11/2023

Com margem líquida de 22,3%. Resultados do período reforçam crescimento consistente e geração de valor mesmo em um cenário desafiador.

Açailândia/MA — A Aço Verde do Brasil S.A. (“AVB” ou “Companhia”) divulgou seus resultados do terceiro trimestre de 2023, e as comparações são relativas ao segundo trimestre de 2023, e ao terceiro trimestre de 2022 no dia 13 de novembro de 2023 (segunda-feira).

Os destaques são para o recorde de vendas de laminados de aço para um trimestre de 116,3 mil toneladas, crescimento de 15,9% em relação ao segundo trimestre de 2023. Receita líquida de R$473,4 milhões, crescimento de 6,1% em relação ao segundo trimestre de 2023. Ebitda ajustado de R$150,1 milhões, com margem Ebitda ajustada de 31,7%. Lucro líquido de R$105,8 milhões e margem líquida de 22,3%. Manutenção da alavancagem, na relação dívida líquida Ebitda, de 0,8x no terceiro trimestre de 2023. A AVB foi a grande vencedora do Prêmio ECO 2023, que celebra a excelência em práticas de sustentabilidade e gestão empresarial, realizado pela Amcham-Brasil e Capitalismo Consciente Brasil.

De acordo com a empresa, a venda total de laminados de aço no terceiro trimestre de 2023 apresentou crescimento de 15,9% em comparação com o segundo trimestre de 2023, devido ao maior volume de vendas tanto de fio máquina quanto vergalhão, impulsionado principalmente pelas maiores vendas na região Nordeste. Em relação ao terceiro trimestre de 2022, o volume de vendas apresentou aumento de 25,8%, impactado pela maior venda de vergalhão principalmente nas regiões Nordeste e Sudeste, nos setores de corte e dobra, ampliados e distribuição. O crescimento no volume de vendas também foi impulsionado pelo crescimento na base de clientes da AVB, sendo de 6,1% em relação ao segundo trimestre de 2023 e 15,4% em relação ao terceiro trimestre de 2022, confirmando a solidez e assertividade na estratégia comercial da companhia.

O lucro bruto no terceiro trimestre de 2023 apresentou aumento de 5,3% em comparação com o segundo trimestre de 2023 devido à maior receita líquida e menores custos das matérias primas apresentados no período. A margem bruta, por sua vez, apresentou estabilidade e ficou em 31,3%. Já em relação ao terceiro trimestre de 2022, houve redução de 17,1% no lucro bruto e 7,4 p. p. na margem bruta. A queda apresentada no lucro bruto e na margem bruta se deve ao menor preço do aço no período, sendo parcialmente compensada pelos menores custos das matérias primas no terceiro trimestre de 2023.

Despesas com vendas, gerais e administrativas (DVGA) — As despesas com vendas, gerais e administrativas (DVGA) foram de R$68,8 milhões no terceiro trimestre de 2023, alta de 12,8% em relação ao segundo trimestre de 2023 e impactada principalmente pelo aumento nas despesas com frete devido ao aumento dos volumes transacionados. Em percentual da receita líquida houve aumento de 0,9 p.p. Em relação ao terceiro de 2022, as DVGA aumentaram em 25,9% devido, principalmente, ao aumento de despesas com pessoal, serviços de terceiros e frete. Em percentual da receita líquida houve aumento de 2,7 p.p. devido à menor alavancagem operacional.

O Ebitda ajustado atingiu R$150,1 milhões no terceiro trimestre de 2023, aumento de 3,4% em relação ao segundo trimestre de 2023,devido principalmente ao aumento no volume devendas da Companhia e menor CPV por tonelada. Já a margem Ebitda ajustada foi de 31,7%, redução de 0,8 p.p. Em relação ao terceiro trimestre de 2022, o Ebitda ajustado apresentou

redução de 22,2% e a margem Ebitda ajustada teve queda de 10,0 p.p. decorrente principalmente da redução do preço de venda do aço, aumento das DVGA e menor alavancagem operacional.

O resultado financeiro no terceiro trimestre de 2023 foi uma despesa de R$40,7 milhões, contra uma receita de R$2,3 milhões apresentada no segundo trimestre de 2023. A variação no resultado financeiro se deve, principalmente pelo (i) efeito da marcação a mercado do SWAP de IPCA para CDI e (ii) maior despesa com juros de empréstimos, financiamentos e debêntures e atualização monetária das debêntures atreladas ao IPCA, sendo parcialmente compensados pelo (i) maior rendimento com aplicações financeiras e (ii) impacto positivo da variação cambial.

Em relação ao segundo trimestre de 2022, a redução no resultado financeiro decorreu principalmente pelo (i) efeito da marcação a mercado do SWAP de IPCA para CDI e (ii) maior despesa com juros de empréstimos, financiamentos e debêntures e atualização monetária das debêntures atreladas ao IPCA, sendo parcialmente compensados pelo maior rendimento com aplicações financeiras.

Lucro líquido — O lucro líquido atingiu R$105,8 milhões no terceiro trimestre de 2023, redução de 2,1% em relação ao terceiro trimestre de 2023 devido, principalmente, à maior despesa financeira e aumento das DVGA, sendo parcialmente compensados pela maior receita com outros resultados operacionais e menor CPV por tonelada. Já a margem líquida foi de 22,3%, redução de 1,9 p.p. Em relação ao terceiro trimestre de 2022, houve redução de 27,9% no lucro líquido e 9,4 p.p. na margem líquida, reflexo da redução do preço de venda do aço, aumento das despesas DVGA e maior despesa financeira, sendo parcialmente compensados pela maior receita com outros resultados operacionais e menor CPV por tonelada.

Endividamento e alavancagem financeira – A Companhia manteve sua sólida estrutura de capital no terceiro trimestre de 2023, apresentando uma dívida líquida de R$486,8 milhões e manutenção da alavancagem líquida (dívida líquida/Ebitda LTM) em 0,8x.

As operações de debêntures realizadas em abril de 2021 e junho de 2022, que dão lastro à primeira e segunda emissão de CRAs da companhia (R$250 milhões e R$400 milhões de valor de principal, respectivamente), e a captação de R$20 milhões de debêntures realizada em julho de 2023, representavam 53,1% da dívida bruta total no terceiro trimestre de 2023. Já a modalidade de crédito rural, incluindo as captações de R$260 milhões em Cédulas do Produtor Rural (CPR) realizadas no segundo trimestre de 2023, representavam cerca de 22,3% da dívida bruta da Companhia. Atualmente, 25,8% da dívida bruta total encontra-se em taxas pré-fixadas e 74,2% em taxas pós-fixadas, a um custo total médio equivalente a 104% do CDI e prazo médio de 3,47 anos.

Capex — A companhia investiu o montante de R$82,8 milhões em Capex no terceiro trimestre de 2023, concentrados principalmente em ativo biológico (34%) e projetos de melhoria da usina (55%), como uma nova planta de gás, planta de briquetes e melhorias no processo produtivo.

Capital de giro — O capital de giro da companhia no terceiro trimestre de 2023 foi de R$539,2 milhões, aumento de 6,3% em relação ao segundo trimestre de 2023 devido, principalmente, ao aumento na rubrica de contas a receber. Já em relação ao terceiro trimestre de 2022, houve aumento 18,0% nocapital de giro devido, principalmente, ao aumento na rubrica de contas a receber e maior formação de estoques.

Caixa e equivalentes a caixa — Fechamos o trimestre com uma posição de caixa de R$703,2 milhões, o equivalente a 3,7x o valor da dívida de curto prazo. A redução de 2,3% no caixa e equivalentes a caixa da companhia se deve principalmente ao desembolso de R$82,8 milhões em Capex e à amortização de R$68,0 milhões de dívidas bancárias, sendo parcialmente compensados pelo maior fluxo de caixa operacional e captação de R$20 milhões em debêntures realizada em julho de 2023.

Valor Investe - SP   16/11/2023

Montante distribuído pela siderúrgica equivale a R$ 0,74 por ação; da mineradora, a R$ 0,24 por papel

O conselho de administração da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) aprovou o pagamento de R$ 985 milhões em dividendos intermediários, o equivalente a R$ 0,74 por ação.

Acionistas na base da companhia até a segunda-feira (20) receberão o pagamento. Os papéis passam a ser negociados “ex-dividendos” na terça-feira (21). O crédito será efetuado em 29 de novembro.

A CSN Mineração, por sua vez, vai distribuir R$ 1,36 bilhão em dividendos intercalares, o equivalente a R$ 0,24 por ação.

Acionistas na base da companhia na segunda-feira (20/11) receberão o pagamento. Os papéis passam a ser negociados “ex-dividendos” em 21 de novembro. O crédito será efetuado em 28 de novembro.

Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.

Portal Fator Brasil - RJ   16/11/2023

Para qualquer país que busque o desenvolvimento sustentável, diz Alacero.

Alejandro Wagner, diretor-executivo da Alacero, durante o congresso anual Alacero Summit 2023, que reuniu os principais executivos do setor em São Paulo, Brasil.

A Associação Latino-Americana de Aço (Alacero), realizou o Alacero Summit 2023, dias 08 e 09 de novembro (quarta e quinta-feira), em São Paulo, Brasil. O evento reuniu mais de 700 executivos para debater os desafios e oportunidades do segmento, além de abordar o panorama geral da indústria e a influência externa no mercado regional. Os temas centrais da agenda foram mercados e geopolítica, inovação e indústria 4.0, sustentabilidade e transição energética.

A abertura esteve a cargo de Gustavo Werneck, CEO da Gerdau e presidente da Alacero para o período 2022-2023, que trouxe uma mensagem forte sobre a importância da diversidade e da segurança do trabalho no setor e um alerta sobre como a China e suas políticas de mercado estão sendo predatório para a América Latina. —Precisamos unir esforços como nunca antes para recuperar a indústria do aço latino-americana e mostrar à sociedade sua importância e contribuição positiva para a região— incentivou.

Mercados e Geopolítica — Na primeira conferência do dia, o especialista em tendências globais Vikram Mansharamani fez uma apresentação provocativa sobre como navegar nas correntes cruzadas da incerteza econômica, financeira e geopolítica global e como estão afetando a região e as cadeias de abastecimento globais, levantando o alerta sobre o país asiático: —EUA e China estão atualmente em guerra, ainda que não envolva balas, por enquanto. Tem sido uma guerra econômica, comercial, tecnológica, espacial, monetária e de valores —explicou.

Na sequência, Brian Winter, analista político latino-americano e editor-chefe do Americas Quarterly, concentrou-se no potencial da América Latina: —Além de estar longe de guerras e conflitos industriais, é uma potência energética. Por exemplo, nos últimos dez anos, especialmente no Brasil e no México, tem havido um otimismo cauteloso vindo principalmente das energias renováveis, da economia digital e do nearshoring— explicou.

Por sua vez, Máximo Vedoya, CEO da Ternium, destacou que os países latino-americanos devem dar prioridade à reindustrialização das suas economias, uma vez que a indústria gera empregos de qualidade e maior crescimento econômico para as pessoas. Em 2022, a indústria do aço latino-americana gerou 1,4 milhão de empregos: 230 mil diretos e 1,15 milhão indiretos. Ou seja, para cada emprego na indústria, são criados outros cinco na cadeia de valor. —É impossível uma economia se desenvolver sem passar por um intenso processo de industrialização— declarou.

Inovação e Indústria 4.0 —Abrindo o bloco seguinte, Santiago Bilinkis, empresário e tecnólogo, incentivou o público a começar a interagir com a inteligência artificial porque estamos vivendo a maior transformação tecnológica do mundo, em uma velocidade inédita. —A tecnologia é a força de mudança mais profunda para os nossos mercados e para as nossas organizações. Muitos acreditam que mudar é arriscado, mas não mudar também é. Cometer erros é importante. O novo conceito de sucesso é pensá-lo como um processo de transformação e não como uma forma estática —argumentou.

Seguiram-se dois painéis nos quais as empresas compartilharam as soluções tecnológicas e de digitalização que estão contribuindo para a transformação, automação, descarbonização, eficiência e segurança da indústria. O primeiro formado por grandes empresas de tecnologia representadas por: Kurt Herzog, Head de Indústria 4.0 da Primetals; Rolando Paolone, CEO e CTO da Danieli e Alexandre Rizek Schultz, diretor-geral da Russula South America. No segundo, André Quindere, CEO da Agilean; Martin Schichtel, CEO da Kraftblock; e Mateus Jarros, CEO da Ubiratã, compartilharam os cases de suas startups.

Sustentabilidade e descarbonização— As empresas geram riqueza, valor e emprego, com um impacto muito positivo na sociedade e foi nisso que se focou o primeiro bloco do segundo dia. —Cada vez mais o setor do aço tem a responsabilidade de mudar a realidade social das comunidades— introduziu Gustavo Werneck.

Em seguida, um painel reuniu Pamella Braga De-Cnopp, diretora- executiva da Fundação Vale, Luis Barrio, vice-presidente de Gestão Global de Produtos da Whirlpool, Erika Bienek, diretora de Relações Comunitárias do Grupo Techint, Paulo Boneff, Líder Global de Desenvolvimento Organizacional e Responsabilidade Social da Gerdau e Tatiana Nolasco, presidente da Fundação e diretora de Futuro da ArcelorMittal, que se aprofundaram em diversas iniciativas da indústria do aço e de sua cadeia de valor, visando promover melhor qualidade de vida às comunidades em áreas como educação, saúde, habitação, empreendedorismo e cultura.

O segundo bloco do dia focou na transição energética, partindo de um panorama global da energia por Marcelo Martínez Mosquera, presidente do Departamento de Energia da União Industrial Argentina, que destacou que “no mundo, a energia eólica tem crescido 15% ao ano há 15 anos, e a solar, 20% há mais de 10 anos, mas hoje o debate é sobre quem pagará os custos da transição energética.”

Em seguida, Jefferson de Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil, CEO da Aços Longos e Mineração Latam, destacou que o aço, além de ser 100% e infinitamente reciclável, está presente em quase toda a infraestrutura necessária para se construir uma sociedade mais sustentável, como veículos elétricos, painéis solares, turbinas eólicas e hidrelétricas. Além disso, apresentou as oportunidades e desafios da indústria do aço da região na descarbonização. —As empresas estão tomando medidas para reduzir sua pegada de carbono. As emissões do nosso setor são 19% inferiores à média mundial e apresentaram uma redução de 7% face a 2020 —enfatizou.

O último painel do dia trouxe Wieland Gurlit, Sócio Sênior da McKinsey, Lucas Araripe, diretor- executivo da Casa dos Ventos e Gabriel Mann dos Santos, diretor de Comercialização de Energia da Engie Brasil Energia para oferecer um panorama das oportunidades na América Latina em energias renováveis e recursos naturais, com base em casos de empresas que hoje investem e desenvolvem um setor-chave para a transição.

Conclusão e novidades para 2024 — O desafio é grande, mas a oportunidade também— refletiu Alejandro Wagner, diretor -executivo da Alacero. —Somos uma região ainda jovem, com recursos naturais abundantes, uma matriz energética limpa e uma indústria sólida. Em uma sociedade onde a democracia e a paz prevalecem. Uma indústria em geral, e a do aço em particular, será protagonista e estratégica para qualquer país que busque o desenvolvimento sustentável — defendeu.

O encerramento do evento contou com o anúncio do próximo presidente da Associação. Durante o período 2024-2025, Jorge Luiz Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da ArcelorMittal, CEO Aços Planos Latam, assumirá o cargo. Quanto ao Alacero Summit, a edição de 2024 acontecerá em Buenos Aires, Argentina.

O Alacero Summit 2023 ofereceu uma exposição comercial com a presença das principais empresas do setor. Os patrocinadores Platinum foram: ArcelorMittal, Deacero, Gerdau e Ternium; Ouro: Danieli, Primetals, Russula e Vale; Prata: Casa dos Ventos, Engie, JGB e Tyasa e Bronze: Acerbrag, Acesco, Kraftblock, Porto do Açu, Sherwin-Williams, Usiminas e Vesúvio.

Além disso, pela primeira vez, foram montados três espaços imersivos: a ArcelorMittal convidou a conhecer de perto a solução inovadora desenvolvida especialmente para a safety cage da nova geração de Stock Car, feita com aço inteligente da ArcelorMittal. A Gerdau aproximou a emoção do Grande Prêmio de São Paulo com um simulador de carros de Fórmula 1 e a Ternium, onde a segurança é prioridade, apresentou seus treinamentos com realidade virtual que simulam atividades a serem realizadas em suas plantas. Além disso, houve excelentes oportunidades de networking no principal evento da indústria do aço da América Latina.

Prêmios do concurso Desafío Alacero — No decurso do congresso, também foram premiados os vencedores do Desafio Alacero, concurso para estudantes de arquitetura organizado desde 2008 pela Alacero, que visa incentivar a utilização do aço na construção na América Latina, fomentando projetos relacionados com os temas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Desde a sua criação já participaram mais de 15 mil estudantes. Em 2023, o tema foi o ODS 4, Educação de Qualidade, e participaram 91 faculdades, 232 equipes e 747 alunos, que foram avaliados por etapas em instâncias nacionais, até a final do concurso, ao qual chegaramsete equipes finalistas da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México e República Dominicana. O primeiro prêmio foi para a equipe do Chile, o segundo para o Brasil, o terceiro para a Argentina e menção honrosa para os estudantes colombianos.

Portal Fator Brasil - RJ   16/11/2023

Constância na manutenção de bons hábitos será o diferencial para um futuro mais limpo no segmento.

Segundo o relatório 15 Insights on the Global Steel Transformation, desenvolvido pelas empresas alemãs Agora Industry e Wuppertal Institute for Climate, Environment and Energy, o setor siderúrgico pode alcançar emissões líquidas zero até 2040. As estratégias visavam à eficiência no uso de materiais, ao aumento da reciclagem, à produção de aço com base no hidrogênio verde, além da bioenergia e de outras abordagens.

Ainda de acordo com o relatório, o Brasil encontra-se como o segundo maior exportador de ferro (22%), atrás apenas da Austrália (53%). Os números apresentados refletem diretamente no transporte rodoviário de cargas (TRC), que é responsável pela entrega de 9,3% dos fretes relacionados à indústria no primeiro semestre de 2022 segundo a 8ª edição do Relatório Fetrebras.

Franco Gonçalves, gerente administrativo da TKE Logística — empresa com atividades no transporte de materiais siderúrgicos —, destaca uma boa alternativa em apostar nesse mercado: —Somos um país em desenvolvimento, com diversas áreas que demandam esses produtos para produzirem. Basta pensarmos o quanto de ligas metálicas temos ao nosso redor (mesmo que escondidas): telas e vergalhões nas paredes, fios nos pneus, dentre outros. Com uma economia em movimento, teremos ferro e aço sendo transportados—.

Outro destaque atribuído ao território brasileiro é que somos o país com maior capacidade de produção de hidrogênio verde, já que a obtenção deste gás depende da disponibilidade de energia solar renovável, um ativo que tem se fortalecido por aqui, com o crescimento da energia solar e eólica, fruto dos equipamentos siderúrgicos.

—As indústrias siderúrgicas vêm buscando diminuir seu impacto no meio ambiente. Hoje, vemos empresas como o grupo ArcelorMittal, que já possui um aço neutro em CO², produzido com a reciclagem de material e com plantas que utilizam energia renovável —destaca o executivo.

Por outro lado, apesar de uma grande entrega da indústria em direção a uma maior sustentabilidade em seus processos, as transportadoras a cada ano vêm se mostrando fortes aliadas em acompanhar esse momento. Franco pondera os maiores desafios enfrentados internamente: —Os produtos fabricados têm tanta qualidade quanto os tradicionais, mas qual será o próximo passo se a indústria conseguir neutralizar a parte deles? Creio que será o cuidado com os veículos que transportam a matéria-prima e que levam o produto final—.

O momento exige que o TRC se adapte aos novos critérios e iniciativas voltadas para a sustentabilidade, visto que projetos de leis implementadas pelas lideranças governamentais vêm obrigando o setor a se mexer cada vez mais. Internamente, as organizações dos segmentos vêm mapeando os próximos passos para continuar contribuindo com um mundo mais limpo.

—No nosso mundo não há recursos ilimitados. Mapeamos continuamente onde podemos melhorar, além dos caminhões, seja nas possibilidades de geração de energia, seja no tratamento da água utilizada na lavagem dos veículos, dentre outras atitudes. Particularmente, acredito que a constância na manutenção de bons hábitos é o que faz a diferença no longo prazo. São questões que estão ao alcance de qualquer pessoa, que as crianças aprendem na escola e que podemos pensar para a nossa realidade: como realizar o descarte da forma correta e cuidar com desperdícios no consumo. Em nosso dia a dia, seria, por exemplo, verificar vazamentos de óleo para que não polua rios e lençóis freáticos, fazer o descarte de contaminados junto a empresas certificadas e até mesmo pensar: ‘comprar algo novo ou consertar?— finaliza Franco.

Franco Gonçalves — Franco Gonçalves, gerente administrativo da TKE Logística. Formado na Universidade do Sul de Santa Catarina em Administração, Negócios e Marketing, realizou curso de extensão na ST. John International University, em Vivoto, na Itália. Em 2018, realizou especialização em Finanças e Controladoria, Administração e Negócios pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Recentemente, concluiu o curso MBA em Transporte Rodoviário de Cargas, Administração e Negócios na Católica de Santa Catarina – Centro Universitário.

Diário do Aço - MG   16/11/2023

Empresa afirma que contraproposta está nos limites financeiros da empresa para fechar o Acordo Coletivo 2023 e espera que seja levada à apreciação pelos trabalhadores

O Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região (Sindipa) rejeitou a proposta da Usiminas para a Campanha Salarial 2023/2024, apresentada em reunião realizada na terça-feira (14). Uma nova reunião será marcada entre os representantes do sindicato e da empresa. A negociação envolve trabalhadores da usina Intendente Câmara e ainda das empresas Unigal e Usiroll. A data base da categoria venceu em primeiro de novembro, conforme já noticiado pelo Diário do Aço.

Conforme o Sindipa, a Usiminas propôs pagar 4,14% de reajuste salarial, valor que representa o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e um aumento do vale-alimentação de R$ 50. O sindicato informou que reuniu e enviou um documento para a Usiminas, registrando a rejeição da proposta e solicitando uma nova reunião para que outra proposta seja apresentada.

O Sindipa também informou que a Usiminas tinha interesse em fazer a discussão do turno junto à discussão do Acordo Coletiva de Trabalho, que trata da data-base, o que não foi aceito pelos metalúrgicos. “A discussão do Acordo Coletivo de Trabalho é sobre o aumento salarial, o aumento do vale-alimentação e sobre a manutenção e ampliação dos direitos, ou seja, as cláusulas sociais. O turno é ponto para Acordo Coletivo específico sobre jornada de trabalho”, afirmou o sindicato.

Reivindicações

As negociações da campanha salarial 2023/2024 dos metalúrgicos da Usiminas foram iniciadas no mês passado. O Sindipa entregou a pauta com as reivindicações para a empresa no dia 27 de outubro. Dentre as reivindicações principais estão plano de saúde integral, correção de perdas salariais com a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), ganho real (correção acima do índice da inflação), dentre outros pontos.

Conheça a proposta da Usiminas para a campanha salarial 2023/2024

Em um comunicado distribuído nesta quarta-feira (15), a Usiminas enfatiza que a proposta “representa os limites financeiros da empresa para fechar o Acordo Coletivo 2023. O cenário do setor siderúrgico é complexo e a Usiminas registrou prejuízo de R$ 166 milhões no 3tri23”.

Confira o que foi proposto:

-Implantação do turno de 12 horas (retirado da pauta do SINDIPA)

-Reajuste salarial de 100% do INPC (4.14%) para todos os empregados (a partir de 1/11/2023).

-O valor recompõe todas as perdas inflacionárias do periodo. Além disso, a Usiminas acaba com a limitação de reajuste por salário. Ou seja, mesmo quem tem remuneração superior a R$ 11 Mil será beneficiado com o reajuste.

-Reajuste do piso salarial em 100% do INPC, para R$ 1942,60 (a partir de 1/11/2023)

-Vale Alimentação de R$ 450,00 (a partir de 1/11)

-Ampliação do auxílio creche para colaboradoras com filhos até 5 anos e 11 meses

-Manutenção do retorno de férias de 20 dias, o que equivale a 5,5% do salário mensal do colaborador

-Manutenção das demais cláusulas do acordo anterior

O comunicado acrescenta que, em 2023, não houve reajuste do plano de saúde. A empresa assumiu totalmente o custo, sem repasse para os colaboradores. “A empresa reforça que, desde o início do processo, tem demonstrado seu interesse em concluir a negociação ainda em novembro”, acrescenta.

Turno de 12 horas

Conforme o comunicado, “mesmo com o acordo de turno atual válido até junho de 2024, pelo qual a empresa pagou R$ 4.000 no VA, a Usiminas optou por adiantar a negociação do turno de 12 horas, em atendimento ao desejo das equipes. O item foi recusado pelo Sindipa, que optou por negociar o turno somente após a assinatura do acordo coletivo. Para garantir a continuidade do processo, a Usiminas retirou o item e se comprometeu a realizar a negociação do turno tão logo seja finalizado o Acordo Coletivo 2023/2024. Esperamos que os trabalhadores, de forma legitima e democrática, possam avaliar e decidir sobre a proposta apresentada pela Usiminas”, conclui o comunicado.

Resultados do terceiro trimestre

A Usiminas divulgou no dia 27 de outubro os resultados do terceiro trimestre de 2023 (3T23). Apesar do maior volume de vendas, os números foram fortemente impactados pelo aumento das importações de aços laminados, especialmente da China, o que pressionou os preços no mercado, informou a empresa.

No período, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 166 milhões, frente a um resultado positivo de R$ 287 milhões no trimestre anterior. O Ebitda ajustado consolidado ficou negativo em R$ 20 milhões e a margem EBITDA também foi negativa em 0,3%. Já as vendas de aço totalizaram 1 milhão de toneladas, um aumento de 5% na comparação com o trimestre anterior.

“Não é novidade que a Usiminas, assim como toda a indústria siderúrgica brasileira, está passando por um momento desafiador. Os elevados níveis de importação de aço proveniente principalmente da China, que chegam até o país com preços artificialmente baixos, abaixo do custo em alguns casos, e criam uma concorrência desleal com o aço nacional”, afirmou o presidente da Usiminas, Marcelo Chara, no dia da divulgação do balanço.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   16/11/2023

RIO E SÃO PAULO - O setor de serviços manteve em setembro a tendência errática que vem exibindo ao longo do ano. O volume de serviços prestados no País recuou 0,3% em relação a agosto, após já ter diminuído 1,3% no mês anterior, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados nesta terça-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado de setembro ficou próximo às estimativas mais pessimistas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam desde uma queda de 0,4% a uma alta de 1,5%, com mediana positiva de 0,4%.

O recuo em setembro corrobora a perspectiva de um desempenho mais fraco para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no terceiro trimestre, avaliou a XP Investimentos. Dados de indicadores antecedentes da atividade econômica compilados pela corretora indicam uma contração de 0,3% no PIB do período, fechando o ano com alta de 2,8%.

A economista Marcela Kawauti, da consultoria Pezco Economics, também espera um PIB próximo da estabilidade ou ligeiramente negativo no terceiro trimestre, mas avalia que o resultado não enseja preocupação à frente. O setor de serviços, que vinha sendo o principal responsável pela manutenção da atividade econômica em ritmo aquecido, está passando por um processo de acomodação, mas que acontece em um patamar bastante elevado, argumentou.

“Tanto é assim que temos uma queda de 2,6% no nível dos serviços quando comparamos com dezembro de 2022, recorde da série histórica. Então o que vemos é uma acomodação, só um pouco menor que o nível de 2022, que foi um período de bastante estímulo à atividade”, justificou Kawauti.

A economista considera “natural” essa desaceleração da atividade econômica, dado o impacto defasado da política monetária contracionista, e vê chance de recuos no PIB tanto no terceiro quanto no quarto trimestres, o que configuraria um quadro de recessão técnica. “Mas se ocorrer, deve ser algo bem brando, com recuos muito próximos de 0,1%, por isso reforçamos que não enseja preocupação com a atividade”, ponderou a economista da Pezco, que mantém estimativa de alta de 3,3% para o PIB de 2023.

O setor de serviços acumulou uma perda de 1,6% nos últimos dois meses de quedas consecutivas, eliminando parte da expansão de 2,2% vista entre maio e julho. Nos primeiros nove meses de 2023, na série com ajuste sazonal, o setor de serviços registrou expansão em cinco deles, recuando em quatro oportunidades: janeiro, -3,4%; fevereiro, 0,9%; março, 1,1%; abril, -1,8%; maio, 1,5%; junho, 0,1%; julho, 0,6%; agosto, -1,3%; e setembro, -0,3%.

Há predomínio de taxas positivas, mas as taxas negativas acabaram tendo magnitude maior, indicando perda de fôlego, avaliou Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE.

“Os serviços mostram, de fato, algum tipo de redução no ritmo frente ao final do ano passado”, reconheceu Lobo.

O pesquisador frisa que a redução de ritmo foi puxada pelos dois principais motores que impulsionaram o setor de serviços após o choque inicial da pandemia: transporte de cargas e tecnologia da informação.

No caso do transporte de cargas, a safra agrícola recorde no País turbinou o desempenho no primeiro semestre do ano, quando há maior movimentação de insumos e principais produtos colhidos, elevando assim a base de comparação para o segundo semestre. “O comércio eletrônico já não tem mais aquele vigor (dos meses de pandemia), e contribui menos para o transporte de cargas”, acrescentou.

Quanto à menor demanda por serviços de tecnologia da informação, Lobo explica que houve intensos investimentos de empresas nesse segmento durante a pandemia. Após uma espécie de adequação das companhias às suas necessidades de digitalização, a demanda por esse serviço se estabilizou em um patamar ainda elevado, porém inferior ao ápice da série histórica.

“A gente percebe um comportamento um tanto errático do setor de serviços em 2023, em função da perda de ritmo de alguns serviços”, resumiu Lobo, acrescentando que há uma base de comparação elevada. “Você crescer sobre um mês de base de comparação mais elevada é mais difícil.”

Na passagem de agosto para setembro, três das cinco atividades de serviços registraram retração: serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,1%), informação e comunicação (-0,7%) e transportes (-0,2%). Por outro lado, houve avanços nos serviços prestados às famílias (3,0%) e nos outros serviços (0,8%).

O crescimento nos serviços prestados às famílias foi impulsionado pelo salto de 16,3% no subsetor de outros serviços prestados às famílias, puxado pela realização de um grande festival de música em São Paulo, atribuiu o IBGE.

“Tem uma empresa selecionada na amostra da pesquisa que promoveu um grande espetáculo musical no período”, explicou Lobo, referindo-se ao festival The Town, no Autódromo de Interlagos. “Essa receita não aparece em São Paulo porque a empresa é sediada no Rio, e não em São Paulo”, acrescentou, justificando que o crescimento de receita mencionado foi então contabilizado no Rio de Janeiro, onde fica a sede da empresa.

Acima do pré-pandemia

Em setembro, o setor de serviços operava em patamar 10,8% superior ao de fevereiro de 2020, antes do agravamento da crise sanitária no País. O setor funciona 2,6% abaixo do pico registrado em dezembro de 2022, que foi o mais elevado da série histórica da pesquisa iniciada em 2011 pelo IBGE.

Os transportes estavam 5,0% abaixo do ápice visto em março de 2023, enquanto os serviços de informação e comunicação operavam 1,9% aquém do recorde de outubro de 2022. Os serviços profissionais, administrativos e complementares estavam 13,8% abaixo do ápice de março de 2012. O segmento de outros serviços estava 15,1% aquém do auge de janeiro de 2012, e os serviços prestados às famílias estavam 11,4% abaixo do pico de maio de 2014.

Lobo ressaltou que o setor de serviços é muito heterogêneo e diversificado, envolvendo tanto serviços prestados às famílias quanto a empresas, presenciais e remotos. Portanto, cada segmento pesquisado teria uma explicação diferente para a dinâmica de sua trajetória atualmente.

“É preciso tomar cuidado com essa relação feita de forma simplista entre juros (altos) e serviços”, recomendou.

Segundo ele, a relação entre as taxas de juros e o setor de serviços não fica muito clara na média global dos serviços prestados.

“Porque ela (taxa de juros) estava em patamares elevados e não impediu que os serviços crescessem de forma consistente (após o choque provocado pela pandemia)”, argumentou Lobo, lembrando que os juros altos podem ajudar o desempenho dos serviços financeiros, deixando as famílias mais inclinadas a poupar, ao mesmo tempo em que retraem o consumo de serviços prestados às famílias, por exemplo.

O volume de serviços prestados no País recuou 1,2% em setembro de 2023 ante setembro de 2022, interrompendo assim uma sequência de 30 meses de taxas positivas consecutivas. O índice de difusão — que mostra o porcentual de serviços com crescimento em relação ao mesmo mês do ano anterior — passou de 50,6% em agosto para 47,6% em setembro, o primeiro mês abaixo de 50% desde março de 2021.

“Desde março de 2021 a gente não tinha predomínio de taxas negativas (na comparação com o mesmo mês do ano anterior)”, frisou Rodrigo Lobo.

IstoÉ Dinheiro - SP   16/11/2023

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou nesta terça-feira, 14, que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) divulgado mais cedo “pareceu muito bom”. Durante conversa no Detroit Economic Club, ele destacou que está bastante atento ao movimento nos preços do segmento de moradia, além do núcleo do índice, para avaliar o quadro.

Com direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, Goolsbee disse que “o lado do emprego tem estado ótimo, mas a inflação não tem estado ótima” nos EUA. Segundo ele, apesar da inflação ainda elevada, é de se destacar que, em 2024, pode ser confirmada uma queda expressiva do índice, sem que tenha ocorrido uma recessão. O dirigente qualificou esse controle potencial da inflação sem grande perda na atividade como uma “trajetória dourada, melhor que um pouso suave”. Ao mesmo tempo, admitiu que continua a haver riscos de choques negativos, como questões geopolíticas no Oriente Médio e sua influência nos preços do petróleo.

Goolsbee mencionou o fato de que, ao contrário por exemplo do quadro visto no início da década de 1980, no episódio atual de inflação elevada as expectativas para ela se mantiveram ancoradas. Além disso, notou que há deflação em bens na economia do país, enquanto a inflação de serviços “caiu um pouco, mas não muito”. De qualquer modo, considerou que “avançamos muito na inflação”, e disse também que ocorre um “progresso lento, mas claro” nos componentes do índice. Ele notou o crescimento recente na produtividade, que tem ajudado a apoiar a atividade sem gerar mais pressão sobre os preços.

Questionado sobre a greve no setor automotivo nos EUA, ele lembrou que ainda é preciso que os acordos fechados com a montadora sejam confirmados. De qualquer modo, informou que o Fed Chicago realizou um levantamento de paralisações anteriores e concluiu que o efeito para a economia como um todo das paralisações no setor tende a ser bem modesto. “Não acredito que a greve do setor automotivo provoque um grande impacto na economia”, avaliou.

Goolsbee comentou, porém, que há uma “desconexão” entre os indicadores reais da economia e o sentimento, entre pessoas e empresas.

O Estado de S.Paulo - SP   16/11/2023

Ainda paira uma dúvida sobre os analistas se, em 2024, a China será mais uma dor de cabeça para a economia global ou voltará a ser o motor do crescimento quando se espera que os Estados Unidos e a Europa enfrentem o crescente risco de uma recessão.

Neste ano, por exemplo, sem a intervenção das autoridades chinesas a segunda maior economia do planeta não conseguiria alcançar a sua meta de crescimento do PIB, de 5%. Mas os líderes políticos da China apenas colocaram um piso para o desempenho da economia neste ano, com estímulos monetários e fiscais considerados modestos e localizados em setores. Nem de longe esses estímulos chegaram perto dos pacotes bilionários do passado, desenhados para garantir, a todo custo, que a economia chinesa atingisse metas ambiciosas de crescimento.

Aliás, 2023 foi uma montanha-russa na economia chinesa: no início do ano, o PIB ganhou um forte impulso com o abandono da política de covid zero, que havia travado a atividade econômica desde a pandemia. Mas essa recuperação deu lugar a uma desaceleração significativa desde meados do ano com uma crise de confiança dos consumidores e também com graves problemas do setor imobiliário chinês, marcado por calotes de dívida e pedido de proteção contra falência de grandes incorporadoras.

Os analistas só ficaram um pouco mais confiantes depois que, no fim de outubro, o governo chinês decidiu aumentar o déficit fiscal ao fazer uma emissão de títulos soberanos da dívida no valor de 1 trilhão de yuans (cerca de US$ 135 bilhões) para dar mais suporte à economia.

Todavia, os problemas deste ano ainda devem persistir em 2024: a confiança de empresários e consumidores seguirá baixa. A retração no consumo de bens e serviços, inclusive, levou à deflação nos índices de preços ao consumidor e ao produtor. A crise do setor imobiliário não deve acabar. E, com o resto do mundo desacelerando, a demanda pelas exportações chinesas – uma importante contribuição para o PIB – deve ser mais fraca.

Para muitos analistas, 2024 seguirá um roteiro parecido com o de 2023, até porque, como a China está fazendo um esforço para mudar o perfil de crescimento da sua economia, forçando os governos locais a desalavancar e reduzir o endividamento, dificilmente voltará a fazer uma expansão fiscal como no passado. A expectativa é de que as autoridades chinesas tentem evitar uma desaceleração muito grande da economia. O mercado estima que o PIB chinês crescerá 4,5% em 2024. Para países emergentes, como o Brasil, não é o melhor dos mundos, mas podia ser pior.

Globo Online - RJ   16/11/2023

Analisar a economia chinesa é reconhecidamente muito difícil. Há grande opacidade nas informações, que são manipuladas e até censuradas pelas autoridades. E os valores e as crenças, confucionistas, são muito diferentes das do Ocidente, como aponta Keyu Jin no livro “The New China Playbook”, que traz algumas reflexões aqui apresentadas.

Ela cita, por exemplo, que 93% dos chineses valorizam mais a segurança do que a liberdade, e 95% têm confiança no governo. Os indivíduos tomam decisões coletivamente e com um olhar intergeracional.

O modelo econômico chinês baseado em uma potente ação estatal é único em sua capacidade de coordenação, e produziu muitas transformações. Em quatro décadas, o PIB per capita saltou de US$ 380 para US$ 12,7 mil (2022, segundo o FMI). Formou-se uma grande classe média e o setor privado responde por 60% do PIB.

Recentemente, discute-se a possibilidade de a China manter um ritmo acelerado de crescimento de modo a se tornar um país rico — a renda per capita dos EUA está em US$ 76,3 mil.

A julgar pela experiência mundial, a resposta seria “não”. A produtividade na China é uma fração da dos EUA. Houve ganhos robustos até 2008, na esteira de reformas liberalizantes que reduziram os graves problemas de má alocação de recursos, e houve avanços tecnológicos.

Como resultado, trabalhadores se deslocaram do campo para as cidades e do setor público para o privado. A entrada na OMC, a partir de 2002, produziu ganhos adicionais. Desde a última década, porém, houve retrocessos. As políticas governamentais após a crise global de 2008-09 pioraram a alocação de recursos e os equívocos na pandemia cobraram seu preço.

Enquanto países ricos têm instituições mais sólidas, de modo a produzir maiores ganhos de produtividade, de forma sustentada, a China peca em elementos centrais para o desenvolvimento dos países, como na construção do Estado de Direito, da governança e do direito de propriedade.

Independentemente da experiência mundial — afinal o vigor da China muitas vezes surpreende os analistas —, o fato é que dificuldades internas estão ficando mais evidentes. A sociedade está cada vez mais complexa e sintonizada com um ambiente social e jurídico que protege direitos legítimos, o que desafia o modelo de decisão de cima para baixo, na visão de que o governo sabe o que é melhor para seus cidadãos.

As novas gerações, nascidas no período da política de um filho, têm maior nível educacional e revelam mentes mais abertas e mais conscientes, ainda que conectadas às suas tradições — as democracias ocidentais são vistas criticamente por não promoverem adequadamente a igualdade de oportunidades.

Ao mesmo tempo, a maior propensão das novas gerações a gastar e o envelhecimento populacional tendem a reduzir a elevada taxa de poupança das famílias, trazendo mais desafios.

Almeja-se um novo estágio de desenvolvimento, por meio de inovação e avanço tecnológico, com busca por tempestiva autossuficiência, o que pode se inviabilizar, pois a prosperidade e o domínio de tecnologias passam por interconexões globais. E como haver mais inovação, que se nutre da livre troca de ideias e experiências, sem liberdades individuais respeitadas?

Como ter avanço do empreendedorismo com tantas limitações ao setor privado, como burocracias e barreiras à entrada? Os maiores empreendimentos privados são, em sua maioria, joint ventures com empresas estatais, algo que cresceu nas últimas décadas. E o ambiente regulatório está mais duro do que no passado.

Enquanto a inserção no comércio mundial foi um estímulo à eficiência produtiva, o crescimento do mercado doméstico tende a perpetuar ineficiências em um modelo de dirigismo estatal e com menor concorrência.

Há muitas lições para o Brasil. Antes de se defender a ação estatal aqui, é necessário avaliar sua capacidade de estimular o crescimento. Assistimos a mais sinecuras no sistema judiciário, à sanha crescente do Legislativo por mais recursos e ao poder de grupos organizados para influenciar as políticas públicas, em detrimento do bem comum.

Enquanto isso, as fraquezas institucionais prejudicam o ambiente de negócios e a produtividade.

Ocidente e Oriente não compartilham os mesmos valores, mas há mudanças em curso nas sociedades, que anseiam por um futuro melhor, cada uma com suas prioridades. Na China, nas nossas comunidades e em Gaza.

O Estado de S.Paulo - SP   16/11/2023

Seria importante que a classe política, Lula e a sociedade em geral dedicassem à fragilidade do crescimento econômico ao menos a atenção que deram à discussão da reforma tributária

Venho insistindo que desde a década de 1980 o nosso Produto Interno Bruto (PIB) passa por um período de estagnação que meu dicionário define como um em que a economia cresce abaixo do seu potencial. Nas três décadas anteriores à de 1980, o crescimento médio anual foi de 7,2% (1950), 6,1% (1960) e 8,8% (1970) e nas quatro seguintes foi de 3,0% (1980), 1,8% (1990), 3,4% (2000) e 1,9% (2010), conforme dados do Ipeadata. Creio que o leitor concordaria que, com uma boa arrumação da economia, em particular do seu setor público, o PIB poderia crescer bem mais. O Brasil vem crescendo menos que muitos países emergentes.

Insisto nessa visão pois ela é pouco percebida pela classe política e pela sociedade em geral. Sem crescer bem mais, este país do futuro vai continuar sem chegar lá e acumulando este passado de baixo crescimento que continua se repetindo.

Para este ano, o crescimento previsto pelos analistas consultados pelo boletim semanal Focus, do Banco Central, será de 2,9%, conforme a mais recente edição desse boletim, de segunda-feira passada. Para 2024, prevê-se que a taxa cairá para 1,5%, número que se mantém há oito semanas, o que seria um desastre.

As más notícias adicionais devem começar no início de dezembro, quando o IBGE anunciar a variação do PIB no terceiro semestre. No primeiro e no segundo, as taxas trimestrais relativamente aos trimestres anteriores foram boas, de 1,8% e 0,9%, respectivamente, impulsionadas, entre outros fatores, por uma safra agrícola excepcional e pelos gastos públicos adicionais trazidos pela Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da transição, em particular no caso do Bolsa Família. Mas as estimativas são de que as taxas do terceiro e do quarto trimestres ficarão perto de zero, podendo vir até taxas negativas.

Calculei que, se a economia não crescesse nesses dois trimestres, ainda assim ela cresceria 3% no ano. Se os analistas do boletim Focus estão prevendo 2,9%, isso implica uma pequena queda nos trimestres cujos números ainda não foram divulgados. Em entrevista a este jornal no dia 12/11, Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco, disse esperar “(...) que o PIB do terceiro trimestre mostre pequena contração, algo como 0,2%, e o PIB do quarto trimestre também fique próximo de zero”. Manchete da Folha de S.Paulo de ontem fortalece essa perspectiva: Serviços reforçam projeção de queda do PIB no 3.º trimestre. O setor de serviços é o mais importante e teve quedas em agosto e em setembro. Ou seja, o PIB vai terminar mal o ano e 2024 vai começar com esta perspectiva de um crescimento muito fraco.

As implicações dessa estagnação são várias e hoje destacarei uma pouco conhecida: seu impacto na mobilidade econômico-social. Em particular, essa mobilidade procura averiguar se os filhos alcançam ou não um status econômico-social superior ao dos pais.

José Pastore e Nelson do Valle Silva, no livro Mobilidade Social no Brasil, analisaram a dinâmica da mobilidade social dos homens chefes de família no Brasil entre 1970 e 1996. Mostraram que neste último ano eles estavam, em média, em posições de status econômico-social mais altas, o que a meu ver veio principalmente do crescimento econômico muito forte ocorrido nas décadas de 1950 a 1970, conforme apontado anteriormente. Na condição de economista, cheguei ao mercado de trabalho no final da década de 1960, tive muitas oportunidades na década de 1970 e passei por essa mobilidade. Também a percebi entre meus colegas de trabalho.

Mas, depois dessas quatro décadas de estagnação, eu tenho observado na minha família e em outras do meu convívio social que os filhos da minha geração e de meus colegas estão tendo dificuldades até mesmo de alcançar o status socioeconômico de seus pais. Esse é um dos lados muito lamentáveis do fraco crescimento econômico.

Tenho dificuldades de entender por que a classe política brasileira não se preocupa seriamente com isso. Nossos partidos políticos têm uma posição ideológica dispersa, guiando-se mais por interesses pessoais, regionais – em particular os municipais – e de grupos, o que explica seu forte apego às emendas parlamentares com que cevam suas clientelas políticas.

Mas o leitor poderia questionar: mas não vemos Lula empenhado no seu Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e nos programas sociais, sempre dizendo que quer ver o País crescer? Isso é verdade, mas escolhe caminhos equivocados.

Em particular, tem forte apego à indisciplina fiscal, pregando aumentos do déficit público primário (o que exclui os juros da dívida). Ora, isso aumenta a dívida pública e contribui para juros maiores. A ex-presidente Dilma Rousseff pregava que “gasto é vida”, mas pode ser vida boa ou vida má, esta como neste caso.

Seria importante que a classe política, o presidente Lula e a sociedade em geral dedicassem à fragilidade do crescimento econômico ao menos a atenção que deram à discussão da reforma tributária.

O Estado de S.Paulo - SP   16/11/2023

A economia da China mostra sinais de vida, apesar da persistente fraqueza no conturbado setor imobiliário, informou o governo na quarta-feira, 15. A produção industrial subiu 4,6% em outubro em relação ao ano anterior, enquanto as vendas no varejo aumentaram 7,6%, impulsionadas pelos gastos robustos durante as férias de uma semana do Dia Nacional.

No entanto, o investimento imobiliário despencou 9,3%, e os funcionários reconheceram que a indústria ainda estava “em pleno ajuste” após uma repressão ao endividamento excessivo pelos desenvolvedores dois anos atrás, combinada com a pandemia, que mergulhou a indústria em crise.

Distúrbios na fabricação, transporte, viagens e praticamente todos os outros aspectos da vida durante a pandemia terminaram quase um ano atrás, quando os líderes chineses abandonaram suas políticas “zero-Covid” destinadas a prevenir infecções. Os dados econômicos melhorados de outubro também refletem taxas de crescimento mais baixas do ano anterior. No geral, a recuperação da China da pandemia tem sido irregular, embora recentemente a atividade tenha se revigorado, levando muitos economistas a revisarem suas estimativas de crescimento para este ano acima da meta do governo de cerca de 5%.

A economia da China desacelerou no verão, à medida que a demanda global por suas exportações enfraqueceu e o setor imobiliário se deteriorou ainda mais. A economia expandiu-se a uma taxa anual de 4,9% de julho a setembro, superando as previsões dos analistas de cerca de 4,5%, mostram dados oficiais. Mas isso foi muito mais lento do que a taxa de crescimento anual de 6,3% do trimestre anterior.

A recente evidência de que a segunda maior economia do mundo está ganhando força ocorre justamente quando o presidente Xi Jinping deve se reunir mais tarde nesta quarta-feira com o presidente dos EUA, Joe Biden, à margem de uma cúpula da Ásia-Pacífico na Califórnia.

Ao informar os repórteres em Pequim, Liu Aihua, porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas, enfatizou repetidamente a transição da China para novos modelos de crescimento, parte de uma mudança de décadas da industrialização rápida e investimentos pesados em fábricas, portos e outras infraestruturas para um ritmo mais sustentável de crescimento liderado pelo consumo. A economia continuava a melhorar sob políticas “eficazes”, embora sua recuperação estivesse experimentando um “desenvolvimento em ondas e progresso tortuoso”, disse ele.

“Atualmente, a pressão externa ainda é grande, as restrições da demanda doméstica insuficiente ainda são proeminentes, as empresas enfrentam muitas dificuldades na produção e operação, e alguns setores apresentam riscos ocultos que exigem muita atenção”, disse Liu.

O relatório mostrou que os gastos do consumidor estão desempenhando um papel cada vez mais importante no impulsionamento do crescimento, com o consumo contribuindo com 83,2% para o crescimento econômico de janeiro a outubro, um aumento de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Dada a grande diferença entre os rendimentos dos habitantes urbanos e das pessoas que vivem em áreas rurais, há amplo espaço para o crescimento, disse Liu.

A indústria automobilística se destaca. As vendas de carros de passageiros subiram 10,2% em outubro em relação ao ano anterior, à medida que os fabricantes intensificaram as promoções e os clientes optaram por veículos elétricos e híbridos. As exportações de carros de passageiros aumentaram quase 50% para 391.000 unidades em outubro e subiram 66% neste ano, para pouco mais de 3 milhões de unidades, relatou a Associação Chinesa de Carros de Passageiros na semana passada. Mas ele reconheceu que as famílias chinesas têm margem limitada para gastar e que o emprego ainda é um problema.

O desemprego geral permaneceu em 5% em outubro. O governo parou de anunciar a taxa de desemprego dos jovens trabalhadores meses atrás, uma vez que ultrapassou 20%. Liu disse que o escritório de estatísticas e outros departamentos relevantes estavam pesquisando a questão e trabalhando para melhorar a coleta de estatísticas, e que atualizações sobre a situação seriam divulgadas “em um momento apropriado”./AP

MINERAÇÃO

Valor - SP   16/11/2023

A agência não constatou anomalia aparente que apresente risco iminente da estrutura das pilhas PDE Permanente 1, PDE Permanente 2 e PDE União Vertente Santa Rita

A Agência Nacional de Mineração (ANM) informou na noite desta segunda-feira (13) que, em vistoria de campo à Mina de Fábrica Nova (MG), da Vale, não constatou anomalia aparente que apresente risco iminente da estrutura das pilhas PDE Permanente 1, PDE Permanente 2 e PDE União Vertente Santa Rita. Nesta terça-feira (14), a equipe da agência voltará ao local para concluir o trabalho de fiscalização.

“Em parceria com a Defesa Civil Estadual e do município de Mariana, Ministério Público, Fundação Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais (Feam), Corpo de Bombeiro e a Associação dos Moradores da Associação Santa Rita, a ANM reuniu-se ainda com representantes da Vale para esclarecimentos.

“Na ocasião, a empresa apresentou estudo preliminar apontando que não há risco iminente de ruptura da pilha ou mesmo do dique a jusante. Mesmo assim, diante das condições atuais do reservatório e de contorno conservadoras do estudo de ruptura hipotética da pilha, técnicos da Vale entendem que os impactos de uma eventual ruptura considerando essa condição de falha são irrelevantes na área a jusante”, disse a ANM em nota.

A Vale, por sua vez, afirmou: “A Vale esclarece que não há risco iminente atrelado às pilhas de estéril da mina de Fábrica Nova, em Mariana (MG), assim como não há a necessidade da remoção de famílias. Diferentemente do que foi veiculado por alguns veículos de imprensa, a pilha de estéril é uma estrutura de aterro constituída de material compactado, diferente de uma barragem e não sujeita à liquefação.”

A mineradora prosseguiu: “Importante também esclarecer que o dique de pequeno porte localizado à jusante de uma das pilhas tem declaração de condição de estabilidade positiva. A Vale reitera que a segurança é um valor inegociável e que cumpre todas as obrigações legais. A Vale continuará colaborando com as autoridades e fornecendo todas as informações solicitadas.”

O Estado de S.Paulo - SP   16/11/2023

A mineração brasileira tem potencial de sobra para aumentar sua capacidade produtiva e gerar mais renda, empregos e inclusão social. O setor ocupa uma posição vital na economia, representando 4% do Produto Interno Bruto (PIB), e emprega quase 2,5 milhões de pessoas. No ano passado, recolheu R$ 86,2 bilhões em impostos.

Os investimentos estimados para os próximos cinco anos são de R$ 250 bilhões, mas podem ser ainda maiores no futuro por causa da demanda pelos minérios da transição energética, como cobre, níquel e lítio. Estamos, de fato, vivendo uma janela de oportunidades para o desenvolvimento de uma nova forma de operar, mais sustentável, inovadora e segura, que atenda aos anseios da sociedade, reduzindo os impactos inerentes à atividade.

É importante ressaltar, de outro lado, que a mineração tem estreita convivência com as comunidades locais, muitas vezes situadas em áreas remotas e isoladas. Ao longo dos anos, essa relação passou a requerer um diálogo aberto e transparente, compromissos e compensações sociais de longo prazo e um melhor desempenho da atuação socioambiental das empresas.

Em 2019, o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) lançou uma carta-compromisso assumindo publicamente uma série de ações visando à transparência das atividades e ao aumento da escuta e do diálogo. Um dado positivo, de recente estudo do Ibram, mostra que, dos 15 municípios que mais arrecadaram royalties em 2022, 10 apresentaram Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) superior ao de seus respectivos Estados. Ainda é pouco, pois, em muitas dessas cidades, há grandes bolsões de pobreza.

O Brasil retornou ao mapa da fome, e é preciso que a mineração assuma um papel relevante no combate às desigualdades. Em 2020, a Vale assumiu o compromisso de retirar 500 mil pessoas da extrema pobreza em nosso país até 2030. Os primeiros projetos implantados já contam com cerca de 20 mil pessoas mapeadas em quatro Estados.

Estamos desenvolvendo uma metodologia para priorizar comunidades ao redor das operações, considerando riscos, impactos e gestão de relacionamento. Em 2022, foram mapeadas 1.532 comunidades consideradas prioritárias para realizar um plano de engajamento visando a melhorar as condições de vida das pessoas.

São muitos os desafios, mas a mineração, com todo o seu potencial econômico, já mostrou que tem plena capacidade de contribuir com o Brasil para o desenvolvimento de uma nova economia de baixo carbono, conciliando proteção ambiental, geração de empregos e justiça social.

Diário do Comércio - MG   16/11/2023

Uma vistoria de campo realizada pela Agência Nacional de Mineração (ANM), em parceria com a Defesa Civil, não constatou anomalia aparente que apresente risco iminente na mina de Fábrica Nova, da Vale, em Mariana (região Central). Os trabalhos de fiscalização ocorreram nas pilhas de estéril PDE Permanente 1, PDE Permanente 2 e PDE União Vertente Santa Rita, interditadas na sexta-feira (10) em virtude da não comprovação de estabilidade das estruturas por parte da mineradora.

Conforme a autarquia federal, a Vale apresentou, na ocasião, uma análise preliminar que aponta ausência de ameaça imediata de rompimento da pilha ou mesmo do dique a jusante. Em nota, o órgão também informou que, diante das condições atuais do reservatório e de contorno conservadoras do estudo, técnicos da mineradora entendem que os impactos de uma eventual ruptura, considerando essa condição de falha, são irrelevantes na área posterior à estrutura.

Em coletiva nesta terça-feira (14), o prefeito de Mariana, Celso Cota Neto (MDB), reiterou que a segurança da população de Santa Rita Durão, distrito que seria atingido em caso de rompimento das estruturas, está garantida. Segundo ele, seria preciso evacuar a cidade caso a mina estivesse com nível 2 de emergência, o que está longe de ser o caso. Um dia antes, a Vale emitiu nota afirmando que não existe perigo iminente e reiterando que não é preciso remover as famílias.

Cerca de 2.500 pessoas vivem hoje em Santa Rita Durão, sendo 144 na Zona de Autossalvamento (ZAS) das estruturas, região que seria a primeira atingida na ocorrência de ruptura. O subsecretário de Defesa Civil de Mariana, Welbert Stopa, explicou que o total de 295 residentes na ZAS, que consta no Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM), inclui os trabalhadores flutuantes da mina – todos que podem acessá-la em algum momento.

Vale se compromete a esvaziar dique; município exige que permaneça vazio no período chuvoso

Embora o dique da mina tenha declaração de estabilidade, o subsecretário revelou que a Vale se comprometeu a esvaziá-lo, e já iniciou o bombeamento da água. A previsão, segundo Stopa, é que a estrutura esteja totalmente vazia em dez dias. Ainda conforme ele, Mariana fez imposições à mineradora. “Uma das nossas exigências, como município, é que durante todo o período de chuva esse dique permaneça vazio e que o empilhamento seja monitorado 24 horas por dia.”
Impactos da mineração são crescentes em Mariana, diz prefeito

Na entrevista coletiva, o prefeito de Mariana também afirmou que os impactos da mineração são crescentes no município, que busca diminuí-los com projetos estruturadores e pactuando com as mineradoras suas responsabilidades. Neto detalha que em torno de 5 mil pessoas estão morando em ocupações irregulares e 30% da população está dependendo de políticas sociais de atenção básica, quase chegando a extrema miséria. Segundo ele, esses índices vêm aumentando.

O chefe do Executivo municipal explicou que, desde que a tragédia da Samarco, há oito anos, o perfil de Mariana está mudando. Isso porque, logo após o desastre, veio o desemprego e depois, com a criação da Fundação Renova, o boom do mercado de trabalho, sendo que a região não tinha mão de obra para absorver toda a demanda. Dessa forma, vários trabalhadores que vieram de outras regiões permanecem atualmente na cidade, que não estava preparada para recebê-los.

Neto ainda disse que toda a arrecadação do município está comprometida com sua despesa fixa. “Quando assumimos a prefeitura há 90 dias, estávamos com um déficit de R$ 60 milhões, com mais R$ 30 milhões previstos, ou seja, R$ 90 milhões faltando quatro meses para encerrar o ano. E quando começamos a ver a origem desse déficit, parte veio da demanda inesperada sobre tudo que vem acontecendo em Mariana a partir do dia 5 de novembro de 2015”, enfatizou o prefeito.

Valor Investe - SP   16/11/2023

Aumento do volume de vendas e demanda pelo minério de ferro impulsionaram resultado

A CSN Mineração reportou na noite desta segunda-feira (13) um lucro líquido de R$ 1,20 bilhão no terceiro trimestre, uma alta de 133% na comparação anual e de 143% na comparação trimestral, resultado impactado pelo aumento no volume de vendas e do preço praticado no mercado internacional.

As vendas de minério de ferro atingiram 11,64 milhões de toneladas no trimestre encerrado em setembro, um aumento de 28% em base anual e de 3% na comparação trimestral.

O período foi marcado por uma alta demanda de minério de ferro pela China, além dos patamares de preço mais elevados em ambas as bases de comparação. O minério de ferro operou com uma média de R$ 114 por tonelada no período.

Além disso, impactou também a redução nos custos com frete marítimo, que caíram 3,5% em relação ao segundo trimestre deste ano.

Diante do operacional forte, a receita líquida da companhia avançou 19,4% na comparação trimestral e 72% em base anual, totalizando R$ 4,31 bilhões no trimestre.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebtida) ajustado avançou 115% em um ano e 81% em base trimestral, totalizando R$ 1,99 bilhão no terceiro trimestre deste ano.

A produção de minério de ferro somou mais um volume recorde de 11,57 milhões de toneladas no período, o que representa uma alta de 3,9% em relação ao volume verificado no segundo trimestre e um aumento de 20,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Este conteúdo foi publicado pelo Valor PRO, serviço de tempo real do Valor

Money Times - SP   16/11/2023

Os contratos futuros de minério de ferro avançaram nesta terça-feira, com os agentes do mercado avaliando o estímulo relacionado ao setor imobiliário na China, principal setor consumidor de minério, e a queda nos embarques em relação à demanda mais fraca por aço.

O minério de ferro mais negociado para janeiro na Bolsa de Mercadorias de Dalian subiu 0,3%, a 965,5 iuanes (US$ 132,39 ) por tonelada no fechamento.

“Os futuros do minério de ferro estão se agarrando às altas recentes, apoiados pelas expectativas de uma recuperação intangível impulsionada por estímulos na atividade de construção e manufatura e um declínio muito mais tangível nos embarques australianos e brasileiros na semana passada”, disse Atilla Widnell, diretor administrativo da Navigate Commodities.

Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência para dezembro caiu 0,8%, aUS$  127,1  a tonelada.

A China implementará com firmeza as promessas de política ao mercado imobiliário para atender às demandas habitacionais da população e promover o desenvolvimento de alta qualidade do setor, disse Ni Hong, ministro da Habitação e Desenvolvimento Urbano-Rural.

Os novos empréstimos bancários na China caíram menos do que o esperado em outubro em relação ao mês anterior, mesmo depois que os formuladores de políticas aumentaram as medidas, incluindo o corte dos índices de reservas obrigatórias dos bancos, para colocar a economia instável de volta em bases mais sólidas.

“A demanda por aço nas regiões do norte enfraqueceu sazonalmente em meio a quedas bruscas de temperatura em muitas regiões da China, que entrou no inverno”, disseram analistas da Galaxy Futures em uma nota.

Os analistas alertaram sobre uma possível desaceleração da demanda de aço após o anúncio da China de restringir os volumes de negociação dos contratos futuros de minério de ferro.

Valor - SP   16/11/2023

Conselho de administração vai contratar este mês ‘headhunter’ para iniciar processo

O processo de sucessão da Vale começou a ganhar novo contorno seis meses antes do fim do mandato do atual presidente, Eduardo Bartolomeo, que ocupa a posição desde 2019. O assunto, presente nos bastidores da empresa, voltou aos holofotes com a troca de cadeiras na Cosan, do empresário Rubens Ometto Silveira Mello. O grupo anunciou que Luis Henrique Guimarães deixará a presidência da holding - Nelson Gomes passará a ocupar o posto.

O nome de Guimarães é apontado como um potencial sucessor de Bartolomeo na Vale. O executivo faz parte do conselho da mineradora desde abril passado - a Cosan ganhou um assento quando o grupo fez um desembolso bilionário pela compra de 4,9% de fatia da companhia.

O Valor apurou que o conselho de administração da mineradora deverá contratar nas próximas semanas uma firma de seleção de executivos (“headhunter”) para ficar a cargo dessa missão. O processo deverá ocorrer após a etapa de avaliação (“assessment”) de Bartolomeo na companhia, que ainda está em curso, disse uma fonte a par do assunto. Com isso, seu nome também poderá constar na lista tríplice, que será levada ao conselho, após todos os ritos de governança conduzidos pela empresa.

O mandato de Bartolomeo termina no dia 26 de maio do ano que vem. O executivo, que já tinha ocupado diversas funções em uma década na Vale antes de assumir o posto mais alto, foi indicado à presidência em um momento bastante delicado para a empresa. Ele substituiu Fabio Schvartsman, após a tragédia ambiental de Brumadinho (MG), em janeiro de 2019. Ele tem manifestado interesse continuar no cargo.

Para uma parte dos acionistas, contudo, o entendimento é de que o ciclo de Bartolomeo pode ter chegado ao fim e a entrada de um novo executivo pode ser positiva, até mesmo para marcar o início de uma nova fase para a empresa, ainda abalada não só pela tragédia de Brumadinho, mas também pela de Mariana, em novembro de 2015. Os dois episódios foram separados por pouco mais de 3 anos.

O nome de Luis Henrique Guimarães é defendido nos bastidores - o executivo é visto como um gestor que poderá dar uma nova guinada na Vale. Com mudança no comando da Cosan, anunciada na terça-feira (14), ele deverá se concentrar nos conselho de administração da holding e das empresas do grupo - Moove e Compass -, além da mineradora. Não haveria, contudo, uma restrição que impedisse que o executivo ficasse à frente da Cosan e participasse em paralelo do processo, disse uma fonte.

O governo federal tem defendido a indicação do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para comandar a Vale, mas o nome enfrenta resistência de parte dos sócios da gigante brasileira do minério.

Além da Cosan, os principais acionistas da mineradora são o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ), o Bradesco, por meio da Bradespar, além da trading japonesa Mitsui. Os três faziam parte do antigo acordo de acionistas, já extinto. A gestora BlackRock também é sócia da empresa.

Procurada, a Vale não comenta. A Cosan não retornou os pedidos de entrevista até o fechamento desta edição.

AUTOMOTIVO

BOL - SP   16/11/2023

O esforço da indústria automotiva por motores de veículos elétricos com pouco ou nenhum conteúdo de terras raras atingiu alta velocidade, com montadoras e fornecedores europeus, norte-americanos e japoneses correndo em busca de alternativas em uma área dominada pela China.

As montadoras têm se baseado principalmente em motores com ímãs permanentes à base de terras raras, que têm sido os mais eficientes em fornecer o torque necessário para alimentar os veículos elétricos (EVs).

No entanto, diferentes tipos de motores sem ímãs permanentes que antes eram muito grandes e ineficientes, ou aqueles com uma redução significativa no conteúdo de terras raras, tornaram-se comercialmente viáveis, provocando a corrida por alternativas.

A líder de mercado, Tesla, atraiu manchetes no início deste ano ao anunciar que eliminaria as terras raras de seus EVs de próxima geração.

Mas montadoras como General Motors, Jaguar Land Rover (JLR) e grandes fornecedores como BorgWarner estão pesquisando, ou já desenvolveram, motores com baixo ou nenhum conteúdo de terras raras, como as máquinas síncronas excitadas externamente (EESMs) sem ímãs, que geram um campo magnético usando corrente elétrica.

A China domina a mineração e o processamento de um grupo de 17 metais conhecidos como terras raras, embora empresas em outros lugares estejam tentando reduzir o domínio chinês.

Restrições recentes da China às exportações de gálio e grafite -- essenciais para a produção de veículos elétricos -- destacaram o risco da dependência excessiva da China.

O fornecedor alemão ZF desenvolveu um motor EESM que segundo o diretor de tecnologia Otmar Scharrer corresponde ao tamanho e desempenho dos motores de ímã permanente.

"Esta é uma contribuição importante para nos tornar um pouco mais independentes da China", disse ele.

A ZF está em negociações com montadoras dos EUA, Europa e China para fornecer o motor e poderia estar em modelos de produção de EVs dentro de dois anos, afirmou Scharrer.

Além da dependência excessiva da China, o refinamento de terras raras, como neodímio e disprosio, envolve solventes e resíduos tóxicos que entram em conflito com metas de sustentabilidade.

"Se você acertar, terá um produto muito mais sustentável", disse Ben Chiswick, diretor de desenvolvimento de negócios de engenharia na Drive System Design, que está desenvolvendo motores sem terras raras com três montadoras.

Algumas montadoras, como a BMW, afirmam já ter alcançado esse objetivo após anos de pesquisa.

"Não foi um grande sucesso... mas funciona muito bem sem terras raras", disse Uwe Deuke, engenheiro responsável pelo desenvolvimento do motor EESM da BMW para seus EVs de próxima geração.

O Estado de S.Paulo - SP   16/11/2023

Com razão, a Câmara dos Deputados rejeitou, na votação da proposta de reforma tributária (PEC 45), a prorrogação, para 2032, do benefício fiscal de que gozam fábricas da indústria automobilística cujos veículos sejam fabricados nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Foi uma decisão correta, baseada em evidências indiscutíveis, como se verá adiante. Apesar disso, a vantagem foi ressuscitada no texto aprovado pelo Senado.

Por qualquer ângulo que se analise essa política, fica cabalmente demonstrado que ela gera elevada ineficiência, acarretando ainda efeitos negativos na concorrência do setor, o que desestimula investimentos. Isso equivale ao que acontece quando monopólios e oligopólios causam danos ao adequado funcionamento de uma economia de mercado.

Não param aí as más consequências desse benefício fiscal. Estudos mostram que, para cada seis reais de gastos tributários, as montadoras que operam nessas regiões geram diretamente apenas um real de salário nos empregos criados. Comparações feitas com o Bolsa Família (BF) indicam que os salários dos seus empregados e seus efeitos multiplicadores geram benefícios sociais muito inferiores. Adicionalmente, dadas as suas condicionalidades, o BF tem maior capacidade de interiorização e consequências positivas mais amplas no longo prazo.

A política tampouco se justifica quando se consideram os custos de produção nas regiões abrangidas, o que desautorizaria a concessão do benefício fiscal. De fato, os custos de fabricação de automóveis em outras regiões não são superiores às do Norte, Nordeste e Centro Oeste. Embora sejam maiores os desembolsos com fretes e matérias primas, estas últimas regiões exibem vantagens com remuneração e encargos sociais. Por isso, modelos produzidos nas áreas objeto do benefício fiscal não têm menor preço. Adicionalmente, dada a estrutura similar de custos, não haveria justificativa plausível para o apoio oficial.

Os veículos fabricados são majoritariamente de luxo. Não são vendidos por preços médios menores do que os de modelos semelhantes dos concorrentes. Além disso, dada a mencionada similitude na estrutura de custos, suspeita-se que a política pode gerar ganhos de margem das montadoras. A magnitude do benefício fiscal pode gerar, portanto, vantagens que afetam a concorrência no setor. A soma dos benefícios alcança R$ 5 bilhões por ano.

Um caso particular evidencia os efeitos danosos da política. Em 2014, uma montadora inaugurou um novo polo automotivo no município de Goiana (PE). Um ano antes, sua fábrica em Minas Gerais respondia por 22,0% da produção nacional. Essa participação caiu para 15,3% no ano seguinte ao da instalação da unidade de Pernambuco. Entre 2015 e 2019, Minas Gerais foi o estado que mais perdeu participação (-11,3%) e Pernambuco, o que mais ganhou (+7,5%). Tais dados reforçam a hipótese de mera transferência de parte dos investimentos e empregos de MG para PE, em razão do benefício da política no Nordeste. O atual patamar de empregos em Pernambuco, que pode refletir o total de empregos da montadora, é semelhante ao de 2010.

Tudo indica, pois, que não houve elevação agregada relevante dos empregos nos últimos anos. Pode-se concluir que os benefícios fiscais concedidos às montadoras instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro não devem ter contribuído para elevar o potencial de crescimento do país. Teria sido mero desperdício, indicando que a prorrogação desses benefícios não tem a menor justificativa.

Os incentivos fiscais à fabricação de veículos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste são operacionalizados mediante crédito presumido do IPI, tributo que é uma das bases para cálculo dos fundos de participação dos Estados e municípios (FPE e FPM). Entre 1998 e 2022, a política reduziu em R$ 25 bilhões o valor transferido pela União em favor desses fundos. Pior, as perdas são relativamente maiores nos Estados que ocupam as últimas posições no ranking de PIB per capita. O Amapá, que é relativamente o maior perdedor, é também o último classificado nesse ranking.

Desse modo, os Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste são proporcionalmente os maiores prejudicados pela política de concessão de benefícios fiscais a montadoras que ali produzem. Isso porque seus fundos de participação são os maiores perdedores. Até Pernambuco, onde se situa a montadora beneficiada com a política, sofre redução no seu FPM.

Por tudo que aqui se expõe, não dá para entender por que senadores que representam os Estados menos desenvolvidos do país, exatamente os que são prejudicados pelos benefícios concedidos à indústria automobilística, nos termos aqui mencionados, tenham apoiado a prorrogação desses benefícios. Espera-se, assim, que os deputados eleitos por essas mesmas regiões reeditem o voto proferido na votação da PEC 45 e rejeitem a prorrogação de um benefício fiscal tão injustificável.

Rodoviário

Valor - SP   16/11/2023

Projeto tem R$ 4,3 bilhões em investimentos projetados

O governo do Estado de São Paulo aprovou hoje a modelagem final para a concessão de rodovias do Lote Litoral, conjunto de 213 quilômetros de estradas que ligam a região do Alto Tietê e o Litoral Sul do Estado. O projeto tem R$ 4,3 bilhões em investimentos projetados.

A concessão tem validade de 30 anos e engloba trechos das rodovias SP-055, SP-088 e SP-098, que passam pelos municípios de Arujá, Bertioga, Itanhaém, Itaquaquecetuba, Itariri, Miracatu, Mogi das Cruzes, Mongaguá, Pedro de Toledo, Peruíbe, Praia Grande e Santos. A aprovação do desenho final ocorreu hoje em reunião conjunta do Conselho Gestor do Programa de Parcerias Público-Privadas (CGPPP) e do Conselho Diretor do Programa de Desestatização (CDPED).

Em nota, o secretário de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, destacou que a perspectiva é de publicar o edital para o leilão nos “próximos dias”.

Os recursos serão aplicados em projetos de duplicação, ampliação de vias, acessos, melhorias em dispositivos de acesso e retorno, entre outras obras de infraestrutura viária, além de serviços como atendimento por equipes de socorro mecânico, guincho, primeiros socorros e monitoramento das rodovias por sistemas de câmeras, diz o Estado em nota.

NAVAL

A Tribuna - SP   16/11/2023

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) realizou, na segunda-feira (13), audiência pública referente à licitação para a concessão do canal de navegação do Porto de Paranaguá (PR), a primeira do gênero no País. Na oportunidade, interessados puderam encaminhar contribuições, subsídios e sugestões para o aprimoramento dos documentos técnicos e jurídicos.

A audiência pública foi aberta pelo diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, que ressaltou o pioneirismo da proposta de concessão de canal de acesso portuário do país. “É uma satisfação participar dessa primeira audiência pública voltada à concessão de um canal de acesso aquaviário em um porto público. É um marco e, a partir de agora, começaremos a coletar as percepções dos regulados e interessados em participar do projeto. Todo projeto sai fortalecido após a realização de audiência pública”, disse.

Outro presente na audiência foi o relator do processo de elaboração da proposta de edital e de realização de consulta pública, o diretor Wilson Lima Filho. O diretor explicou que a concessão do canal de acesso segue o entendimento de que é preciso desburocratizar a ampliação e alargamento do canal, possibilitando que navios maiores possam atracar no porto.

“O crescimento exponencial do comércio internacional, atrelado ao crescimento dos navios de cargas, são grandes desafios para os portos. Assim, a manutenção dos canais de acesso sem entraves burocráticos são fatores que garantem a segurança da navegação e o adequado fluxo de mercadoria”, afirmou.

Participaram ainda da audiência, os diretores da Antaq Flávia Takafashi e Alber Vasconcelos, a secretária Nacional de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério de Portos e Aeroportos (SNPTA/Mpor), Mariana Pescatori, a diretora na Secretaria Especial para o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Casa Civil, Amanda Seabra, o diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), Luiz Fernando Garcia, o diretor de Planejamento da Infra S.A., Cristiano Della Giustina, e equipes técnicas dessas instituições.

O período de consulta pública para envio de contribuições aos documentos relativos ao edital de concessão do canal do Porto de Paranaguá se encerrará no dia 22 deste mês. Todas as contribuições devem ser enviadas neste link. Os questionamentos serão analisados tecnicamente e os resultados, publicados no site da Antaq.

Sobre a proposta
A proposta prevê que o prazo contratual seja de 25 anos, com assunção da área prevista para o ano de 2024 e possibilidade de prorrogações sucessivas até o limite de 70 anos. A estimativa de investimentos em infraestrutura é de R$ 1,07 bilhão, no sistema operacional é de R$ 2,35 bilhões e da receita bruta global, de R$ 8,85 bilhões.

Entre as principais melhorias previstas no projeto de concessão do canal de Paranaguá estão o aprofundamento, ampliação e alargamento do canal, o alargamento da bacia de evolução e o aprofundamento da área de fundeio nº 6. Com isso, a previsão é passar para 13,3 metros ainda na fase de implantação e chegar a 15,5 metros após a concessão, o que viabilizará a atração de navios maiores.

O futuro concessionário executará todos os investimentos necessários para atingir a meta estabelecida, incluído serviços de dragagem, derrocagem, sinalização náutica, batimetria, programas e monitoramentos ambientais, dentre outros.

PETROLÍFERO

Valor - SP   16/11/2023

Os EUA "dispararam na frente" em termos de abastecimento dos três grandes países - os outros dois são a Rússia e a Arábia Saudita

Os Estados Unidos estão extraindo mais petróleo do que nunca, à medida que a demanda melhor do que o esperado e as preocupações com as quebras de países como a Arábia Saudita e a Rússia levam o maior produtor mundial a continuar a aumentar a oferta, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE ou IEA, da sigla em inglês). No seu relatório mensal, divulgado nesta terça-feira, a organização com sede em Paris disse que a oferta global de petróleo bruto deverá aumentar em 1,7 milhão de barris por dia este ano, para um recorde de 101,8 milhões de barris diários, em grande parte graças, em parte, à crescente produção de petróleo nos EUA, juntamente com Brasil e Guiana.

Os EUA "dispararam na frente" em termos de abastecimento dos três grandes países - os outros dois são a Rússia e a Arábia Saudita - com um abastecimento 1,2 milhão de barris por dia superior ao registrado há um ano, segundo a IEA. Na Arábia Saudita, a oferta foi cortada em 1,8 milhão de barris por dia. Já a Rússia está reduzindo sua oferta em 170 mil barris por dia desde outubro de 2022.

No geral, a expectativa é de que a produção dos EUA atinja 19,3 milhões de barris por dia este ano, um novo recorde para o maior produtor mundial. Segundo a IEA, espera-se que o crescimento desacelere em 2024, prevendo-se que a oferta aumente apenas em 400 mil barris por dia, o que deverá levar os EUA perto da marca de 20 milhões de barris por dia até ao final do ano.

A demanda por petróleo nos EUA também segue forte este ano, ao lado da China, de acordo com a agência. Apenas a demanda chinesa deverá aumentar 1,8 milhão de barris por dia este ano. Em setembro, a China consumiu 17,1 milhões de barris por dia, um novo recorde para o país.

Os EUA também apresentaram um crescimento melhor do que o esperado, com aumento da demanda em 220 mil barris por dia durante o terceiro trimestre. A expectativa é de que até o final do ano a demanda total nos EUA atinja uma média de 20,18 milhões de barris por dia.

A IEA aumentou a sua expectativa de crescimento da demanda total para 2023 em 100.000 barris por dia, para 2,4 milhões de barris por dia, elevando a demanda total para uma média de 102 milhões de barris por dia.

Porém, a IEA espera que a oferta e demanda diminuam no próximo ano, à medida que os efeitos do crescimento global mais lento e das taxas de juro elevadas sejam sentidas com mais ênfase.

A oferta geral deverá aumentar 1,6 milhão de barris por dia, elevando a oferta média para 103,4 milhões de barris por dia em 2024. Para a demanda, a expectativa é de aumento de 930 mil barris por dia, para um total de 102,9 milhões de barris diários, criando um pequeno excedente.

Valor - SP   16/11/2023

Agência estimou que oferta global da commodity atingirá recorde de 101,8 milhões de barris diários

O petróleo fechou em queda marginal nesta terça-feira, pressionado pela projeção da Agência Internacional de Energia (AIE) de que a oferta global da commodity atingirá um recorde de 101,8 milhões de barris diários em 2023. Mesmo a forte queda do dólar no exterior após dados de inflação nos EUA não serviram para impulsionar os preços dos contratos futuros.

O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para janeiro recuou 0,03%, a US$ 78,17. Já o do Brent - referência global - para o mesmo mês cedeu 0,06%, a US$ 82,47.

Um dia após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) afirmar que as recentes preocupações do mercado quanto à demanda são exageradas, a projeção de oferta recorde da AIE moderou a expectativa de que o mercado operaria com um déficit no ano que vem. Mesmo diante da redução voluntária da produção de Arábia Saudita e Rússia, a oferta dos EUA, Brasil e Guiana tem aumentado e deve levar o mercado global de petróleo a um superávit no ano que vem, espera a entidade, conforme mostrou seu relatório de perspectiva deste mês.

No entanto, a demanda pela commodity pode melhorar em breve diante da desaceleração da inflação americana. O índice de preços ao consumidor do país ficou estável em outubro ante setembro e alimentou a esperança por uma política monetária mais branda do Federal Reserve (Fed).

Eventuais taxas de juros mais baixas "acabariam por impulsionar o poder de compra do consumidor, teoricamente servindo de impulsionador para o petróleo bruto, à medida que o número de quilômetros rodados nas estradas aumenta, a produção industrial se recupera e a construção e a infraestrutura ficam à altura da ocasião", diz Robert Yawge, economista do Mizuho.

O Estado de S.Paulo - SP   16/11/2023

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) elevou em 25 mil barris por dia (bpd) sua expectativa para a oferta de combustíveis líquidos do Brasil em 2023, para uma média de 4,1 milhões de bpd. O resultado representa um avanço de 400 mil bpd ante o ano anterior, e é influenciado pela produção “forte” vista em setembro, afirma a organização, em relatório mensal publicado na segunda-feira, 13.

A Opep também projeta produção ainda maior no quarto trimestre deste ano. Para 2024, o cartel manteve expectativa de alta em 120 mil barris na comparação anual, a 4,2 milhões de bpd.

Em setembro, a produção de petróleo do Brasil teve alta de 210 mil bpd ante o mês anterior, para uma média de 3,7 milhões de bpd, devido a saltos na produção de quatro plataformas offshore e menos manutenção. Já a produção de gás natural liquefeito ficou praticamente estável, e deve seguir assim em outubro.

A produção total de combustíveis líquidos do Brasil cresceu 210 mil bpd em setembro, para uma média de 4,4 milhões de bpd. O resultado é novo recorde do País, após o pico de 4,3 milhões de bpd visto em julho de 2023, diz o grupo.

Valor - SP   16/11/2023

Aumento das atividades em países vizinhos representam maior competição

Roberto Monteiro: “No Brasil, tanto os fornecedores como a infraestrutura sempre atenderam grandes empresas” — Foto: Divulgação

Ainda que a geologia brasileira tenha sido beneficiada por grandes campos produtores de petróleo, o país precisa oferecer bons fundamentos e segurança jurídica para garantir a sustentabilidade dos investimentos. É o que diz Julio Moreira, diretor de exploração e produção do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP). “O Brasil deixou de ser o queridinho no mundo da exploração de petróleo”, diz o especialista. “O aumento das atividades em países vizinhos, como Guiana e Suriname, além de outros com formações geológicas semelhantes às do Brasil, como os do continente africano, passaram a representar uma maior competição.”

Segundo o especialista, o modelo regulatório do Brasil é transparente e conhecido, e a qualidade dos ativos também contribui para a busca por investidores. “Mas ainda assim existe preocupação de alertar o governo sobre possíveis situações que causem estresse, como o que ocorreu quando instituíram o imposto sobre exportação, em março.”

De acordo com o IBP, são esperados US$ 183 bilhões em investimentos em exploração e produção de petróleo até 2031, sendo US$ 62 bilhões por ano em participações governamentais.

O debate da exploração da Margem Equatorial tem potencial para acelerar os investimentos no Brasil e reduzir o risco de perda de espaço para os mercados que se desenvolvem nas proximidades, explica Moreira. “A região é estratégica para a reposição de reservas e de segurança energética. São bacias distintas e com áreas que foram pouco exploradas.”

Eduardo Raffaini, sócio de infraestrutura e projetos de capital da Deloitte, afirma que é crucial acelerar o processo decisório para viabilizar a exploração da Margem Equatorial, com “diálogo técnico mais profundo sobre os riscos ambientais e como podem ser mitigados e controlados”. “Cabe ao governo organizar a discussão de forma técnica, equilibrando as agendas políticas e a expectativa da sociedade sobre o que é o melhor a fazer”, diz Raffaini.

De acordo com ele, “a promoção ativa de práticas de exploração de baixo impacto, investimento em tecnologias limpas e a implementação de estratégias de conservação ambiental” é importante para que o Brasil recupere a posição de liderança ante os demais mercados de petróleo.

O especialista da consultoria também destaca a importância das chamadas “junior oils”, as companhias de petróleo independentes e de menor porte, no sentido de promover um desenvolvimento mais sustentável do setor. “Com a expansão das fronteiras exploratórias, há uma grande oportunidade para crescer de forma responsável. Incentivos específicos para tecnologias limpas, treinamento em melhores práticas ambientais e apoio à inovação podem catalisar o crescimento das ‘junior oils’, contribuindo para uma indústria de exploração e produção mais sustentável e competitiva. No entanto, para capitalizar totalmente esse potencial, é crucial que essas empresas tenham acesso a financiamentos e investimentos de longo prazo.”

O presidente da Prio, Roberto Monteiro, defende que o momento é de adaptação do ambiente de negócios de exploração e desenvolvimento de petróleo para um cenário com mais atores: “No Brasil, tanto os fornecedores como a infraestrutura sempre atenderam a grandes empresas e projetos maiores, com foco em exploração e desenvolvimento, deixando de lado projetos de redesenvolvimento, muitas vezes mais simples, que exigem custos e prazos menores”, explica.

“Com o aumento da demanda de serviços e com o estilo de operar de empresas independentes como a Prio, há uma necessidade constante de adaptação, de toda a cadeia de suprimentos.”

Monteiro diz que a Prio, antiga PetroRio, tem focado na revitalização de dois campos: Albacora Leste, comprado da Petrobras, e Frade, em que a Chevron era operadora. A companhia também investe no desenvolvimento do campo de Wahoo. A empresa tem um plano de investimento com o qual espera aumentar a produção própria em até 50% nos próximos 18 a 24 meses.

Por outro lado, os grupos internacionais ainda sustentam interesse em atuar no Brasil. O grupo Repsol, por meio da Repsol Sinopec Brasil, tem o país como estratégico para a posição mundial. A empresa é uma joint venture entre a espanhola Repsol (60%) e a chinesa Sinopec (40%).

Alejandro Ponce, presidente da Repsol Sinopec Brasil, diz que a companhia investiu US$ 5 bilhões no Brasil entre 2011 e 2022. Ponce reforça que a previsibilidade e a segurança regulatória, jurídica e tributária do país são “essenciais para consolidar um ambiente de negócios maduro e preservar a atratividade de investimentos”. “Estas são conquistas fundamentais para o desenvolvimento desta indústria tão relevante para a economia nacional.”

Infomoney - SP   16/11/2023

Os estoques de petróleo nos Estados Unidos cresceram 3,6 milhões de barris na semana encerrada em 10 de novembro, a 439,4 milhões de barris, informou nesta quarta-feira, 15, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam queda de 800 mil barris.

Os estoques de gasolina recuaram 1,5 milhão de barris, a 215,7 milhões de barris, ante expectativa de queda de 100 mil barris.
Já os de destilados tiveram baixa de 1,4 milhão de barris, a 106,6 milhões de barris, quando se esperava recuo de 800 mil barris.

Os estoques de petróleo em Cushing cresceram 1,9 milhão de barris, a 25 milhões de barris. Já a taxa de utilização das refinarias subiu de 85,2% para 86,1%, quando a previsão era de alta a 85,5%.

A produção média diária de petróleo nos EUA, por sua vez, se manteve em 13,2 milhões de barris. Fonte: Dow Jones Newswires.

AGRÍCOLA

Canal Rural - SP   16/11/2023

Na Agritechnica, maior feira de tecnologia agrícola do mundo, que acontece em Hanover, na Alemanha, diferentes marcas estão expondo os seus modelos e atraindo um público gigante aos estandes, numa corrida para se tornar a “Tesla do agro”.

A chegada de uma frota de elétricos, silenciosos e isentos de emissões, oferece aos produtores rurais uma oportunidade de reduzir sua dependência dos combustíveis fósseis e a poluição gerada pela agricultura convencional.

É o caso da americana Monarch. A empresa, uma agtech da Califórnia, lançou no ano passado um trator autônomo e elétrico por US$ 50 mil, o MK-V.

O motor do MK-V fornece 40 cv de potência contínua por cerca de 10 horas de operação e uma potência de pico de curta duração de até 70 cv. A Monarch estima que uma carga completa da bateria pode ser realizada em 5 horas.

Nesta terça-feira (14), na Agritechnica, Mark Schwager, presidente e co-fundador da Monarch, disse que a indústria de tratores elétricos passou a se desenvolver juntamente com a automobilística. “A partir do momento em que a produção de baterias aumentou, foi um caminho natural”, afirma.

Segundo Shwager, que neste ano viu o MK-V ser eleito como uma das invenções mais importantes e promissoras de 2023, segundo uma lista da Time, o setor tem muito para evoluir, mas a solução será verde e autônoma.

“A agricultura é uma atividade que está perdendo mão de obra nos últimos anos, então não basta zerar emissões, é preciso resolver esse problema”, diz, falando sobre a autonomia do trator.

Questionado sobre o Brasil, ele diz que a marca não tem planos de desembarcar aqui e que o país não está nem no radar. “Neste momento, estamos focados nos Estados Unidos e na Europa. O Brasil não é um mercado para a Monarch neste momento”, afirma.

No mesmo ano em que apresenta a maior colheitadeira do mundo, a New Holland Agriculture, da CNH Industrial, também levou para seu estande na Agritechinica o T4 Electric Power, o primeiro trator utilitário totalmente elétrico da indústria.

O trator é alimentado por uma bateria de lítio de 95 kWh, que oferece um tempo de funcionamento médio de 4 horas, mas pode chegar a 8 horas, dependendo da carga de trabalho.

Com uma potência máxima de 75 cv (55 kW), o trator também oferece várias funcionalidades de autonomia, incluindo o modo Follow Me, que permite ao trator seguir o operador quando ele estiver fora da cabine, e o modo Shadow, que permite ao operador guiar a máquina remotamente.

Segundo o gerente global de marketing da New Holland, Saulo Salaber Souza e Silva, o trator pode ser carregado em menos de 1 hora. “Nós temos diferentes opções de recarga, todos padrões da indústria automotiva. É possível carregar com corrente direta, corrente alternada… Nós demos essa opção para o cliente”, diz.

Na avaliação de Souza e Silva, fora a questão da sustentabilidade e da redução de emissões, o trator elétrico também tem outras vantagens em relação ao trator movido a diesel. A vida útil da bateria, por exemplo, é estimada em 8 anos.

“Se nós estamos entregando a mesma potência, o mesmo torque, a forma como o motor elétrico entrega a mesma força é melhor que o motor diesel. O operador não precisa trocar tanta marcha, ele tem mais controle da operação. A máquina fica mais fácil de ser utilizada, fica mais silenciosa”, enumera.

Sobre a chegada no Brasil, ela está no radar da empresa, mas vai para outros mercados antes.

“O Brasil é um dos mercados preferenciais do trator elétrico, e deve chegar entre 2026 e 2027. Agora, no próximo ano, ele desembarca nos Estados Unidos e Europa”, afirma.
Culturas especiais e estufas

A marca alemã Fendt, da AGCO, também apresenta na Agritechnica um trator elétrico: o Fendt e100 V Vario.

O trator tem 55 kW e foi desenvolvido para uso em culturas especiais e estufas.

A máquina tem capacidade de bateria de 100 kWh. Isso corresponde a um tempo de operação de 4 a 7 horas para aplicações na faixa de carga parcial, como corte de folhas. Para operações com uso intensivo de energia, o tempo de operação do trator é reduzido.

O Fendt e107 V Vario será produzido na fábrica de tratores Marktoberdorf, na Alemanha, a partir do quarto trimestre de 2024. As máquinas estarão inicialmente disponíveis para os mercados-piloto da Alemanha, Noruega e Holanda.

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