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16 de Maio de 2023

SIDERURGIA

Monitor Digital - RJ   16/05/2023

Dados da Associação Latino-Americana do Aço (Alacero), indicam que a produção de aço bruto em fevereiro de 2023 foi de 4,5 Mt, 10,8% menor que no mês anterior, enquanto a de laminados foi de 4,8 Mt, 1,6% menor, abaixo do mês de janeiro. No comparativo anual, a produção de aço bruto em fevereiro de 2023 foi 6,6% inferior à de fevereiro de 2022, enquanto a de laminados foi 12,1% maior.

Entretanto, o consumo de laminados foi 19% maior em janeiro de 2023 (6,2 Mt) em relação a dezembro de 2022. Em relação a janeiro de 2022, foi 8,4% maior.

No início do ano, os principais setores demandantes de aço apresentaram comportamento misto no nível de atividade: alguns acentuaram a tendência negativa, como a construção, e outros deram sinais mornos de recuperação, como a produção industrial e a manufatura.

O pior desempenho veio do setor de construção. Depois de moderar o ritmo de contração nos últimos meses de 2022, a atividade caiu mais fortemente no início de 2023. Assim, depois de cair 0,8% em média ano-a-ano em novembro/dezembro de 2022, caiu 2,2% ano-a-ano. no ano um ano em janeiro de 2023.
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Em contrapartida, a produção industrial foi o setor que apresentou melhor desempenho. Mesmo após registrar leve queda em dezembro de 2022, a atividade cresceu 5,3% ao ano em janeiro de 2023, após cair 0,3% ao ano no último mês de 2022.

O desempenho da manufatura foi bom na Argentina e no Peru (+6,3% e +1,1% A/A, em cada caso), países que registraram quedas ano a ano no final de 2022 (-2,7% e -4,6%, respectivamente). Por sua vez, o México registrou aceleração no primeiro mês do ano (de 2,7% a/a em dezembro-22 para 4,8% a/a em janeiro de 2023).

Dentro da indústria, heterogeneidades também são observadas. Apesar da tração da Argentina e do México (que registraram altas anuais de 22,9% e 10,3%, respectivamente), a produção automotiva avançou em fevereiro de 2023 a um ritmo ligeiramente inferior ao do mês anterior (5,5% a/a vs. 6,0% a/a ).

A produção de máquinas continuou melhorando em janeiro de 2023, quando cresceu 8,7% ao ano, liderada por México e Chile (com expansões de 15,0% e 12,5% A/A, respectivamente), enquanto a fabricação de eletrodomésticos se recuperou após 17 meses em território negativo , registrando um aumento ano-a-ano de 1,7%. Neste último caso, o impulso na Argentina (19,2% YoY) foi fundamental, assim como uma contração mais moderada no Chile, Peru e México (-4,4%, -9,0% e -12,4%, de -35,2%, -23,6 % e -17,3%, respectivamente).

“A situação internacional exige extrema atenção da nossa indústria regional local. Com a produção de aço da China caindo diante da forte pressão interna e externa para reduzir as pegadas de carbono, agora há espaço para os países emergentes redirecionarem seu fornecimento de produtos acabados. Assim, gera-se uma boa oportunidade para novos negócios e para a intensificação do comércio intrarregional entre os países latino-americanos”, afirma Alejandro Wagner, diretor executivo da Alacero.

“Outro foco de atenção é a iminente aprovação pelos países da União Europeia da versão final do Coal Border Adjustment Mechanism (CBAM), que visa controlar a entrada na UE de determinadas mercadorias importadas de países não pertencentes à UE que tenham com regulamentações sobre emissões de carbono consideradas menos rígidas pela Comissão Europeia, abrindo também um alerta para os países latino-americanos que têm negociações comerciais com esses países”, acrescenta.

Em 2022, o consumo aparente da região, que em 2021 foi de 75,1 Mt (+25,7%), registrou queda esperada de 8,7%, fechando em 68,5 Mt. Isso representa 107 kg/per capita, igual à média da safra 2015-2019 período. Por sua vez, 2022 fechou com uma produção de aço bruto na LATAM de 62 Mt (-4,1% vs. 2021) e 54 Mt de aço laminado (-3,4% vs. 2021).

Valor - SP   16/05/2023

Foi o oitavo pregão seguido de ganhos, enquanto agentes aguardam notícias sobre o arcabouço fiscal

O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira (15) pelo oitavo pregão consecutivo, com apoio das ações ligadas às commodities metálicas e enquanto agentes econômicos monitoravam o noticiário local — em especial envolvendo arcabouço fiscal e Petrobras, cuja queda se aproximou de 2%, e negociações sobre o teto da dívida pública dos Estados Unidos.

Após ajustes, o Ibovespa subiu 0,52%, aos 109.029 pontos. A mínima intradiária foi de 108.356 pontos, enquanto a máxima alcançou os 109.271 pontos. O volume de negócios para o índice no dia foi de R$ 15,99 bilhões.

Em Nova York, S&P 500 subiu 0,30%, aos 4.136 pontos, Dow Jones avançou 0,14%, para 33.349 pontos, e Nasdaq ganhou 0,66%, aos 12.365 pontos.

Vale ON (+1,44%), CSN ON (+1,88%), Usiminas PNA (+2,01%) e outras ações ligadas à mineração e à siderurgia, deram suporte à alta da bolsa – o setor tem forte peso na formação do Ibovespa. Os papéis acompanharam a alta expressiva, de 4,17%, do minério de ferro na bolsa de Dalian. A melhora na demanda por aço da China e a expectativa de incentivos do governo após dados decepcionantes na semana passada impulsionaram a commodity.

A alta das metálicas foi suficiente para compensar as perdas de Petrobras PN (-2,25%) e Petrobras ON (-1,99%), que caíram na medida em que investidores analisavam a possibilidade de a estatal modificar sua política de preços para o diesel e gasolina. A companhia confirmou que discute alterações na política de preços. A queda ocorreu a despeito da alta firme do petróleo Brent, cujo contrato mais líquido, para julho, subiu 1,43%, aos US$ 75,23.

As quedas mais fortes do dia, porém, foram motivadas pelo noticiário corporativo ou por balanços. Braskem PNA (-6,70%) recuou após a Petrobras negar que tenha tomado decisão sobre sua participação na companhia, enquanto BB Seguridade ON (-5,91%) e Raízen PN (-4,56%) cederam após publicação de balanços.

No âmbito político local, o foco continuou sobre o novo arcabouço fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que as negociações para a apresentação do relatório do arcabouço devem terminar até o fim da noite desta segunda.

“Pelas sinalizações do relator, algumas regras podem ser endurecidas para aumentar o compromisso fiscal e melhorar a imagem final do relatório. No entanto, ainda mantemos o tom de cautela com relação ao impacto nas perspectivas das contas públicas”, afirma Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas. “Na nossa avaliação, apesar de possíveis mudanças no texto, ainda entendemos que o novo arcabouço ainda não é suficiente para melhorar as projeções fiscais nos próximos anos dado que ainda não incentiva um corte sustentável das despesas no médio prazo.”

No cenário internacional, o foco ficou na negociação para a elevação do teto da dívida pública dos Estados Unidos – um maior otimismo em relação ao assunto melhorou o humor dos mercados internacionais e ajudou a bolsa brasileira. “Durante o fim de semana, houve relato de melhoras nas conversas, mas ainda é um assunto de incerteza para as próximas semanas”, afirma Ashikawa. “As negociações devem acontecer com mais intensidade nos próximos dias.”

Valor - SP   16/05/2023

Guilherme Gerdau, há três anos no cargo, se diz preocupado com a incapacidade do país em crescer e com a dificuldade em dar continuidade a políticas como a do gás e do saneamento

“Na América do Norte temos as melhores margens. Não somos o maior, mas estamos entre os melhores”, diz o empresário — Foto: Carol Carquejeiro/Valor

Há três anos como presidente do conselho de administração da Gerdau, em rodízio com os primos, Guilherme Chagas Gerdau Johannpeter, 51 anos, pegou mais de dois anos de bonança nos resultados da companhia. Segundo da quinta geração da família a presidir o conselho do conglomerado de 122 anos, encerrou o ano passado com uma receita líquida recorde, superior a R$ 82 bilhões.

A maior base das operações da Gerdau está no Brasil, mas é na América do Norte que o grupo vive a melhor performance. “Lá temos as melhores margens do mercado. Não somos o maior, mas estamos entre os melhores da região”, diz o empresário, que se declara chairman-executivo, com dedicação integral à Gerdau.

Em entrevista ao Valor, o empresário demonstra várias preocupações, em especial com o Brasil. “Vejo incapacidade de crescimento do país, podendo ficar para trás, e dificuldade em dar continuidade a políticas públicas que dão certo”. Ele cita a lei de competitividade do gás, a do saneamento e a lei das estatais. E aponta as dificuldades em se aprovar a reforma tributária e outras necessárias ao país que não avançam “Isso gera um ambiente de incertezas para os negócios”.

“Já está na hora de redução dos juros, pois há sinais de baixa da inflação”

— Guilherme Gerdau

Para Guilherme, o Estado brasileiro esgotou a capacidade de investir. Por isso, tem criar ambiente regulatório sólido para estimular o setor privado a investir mais. “A União [governo] também é um agente importante, mas tem de aliar sua baixa capacidade de investir. Principalmente, infraestrutura, se não paramos de crescer”.

O empresário observa que o agronegócio é forte no país, apesar de tudo, mas questiona a paralisação da indústria. “Será que não é também um grande motor de crescimento. O setor industrial está perdendo relevância no Brasil”.

Para ele, provavelmente a reforma tributária seja a maior alavanca para a retomada do vigor do setor industrial. Ele cita que há um impacto de 6% a 7% de resíduo tributário na exportação. “A reforma acaba com isso e outros entraves”. O Iedi [Instituto de Desenvolvimento Industrial], do qual é membro, afirma, vem batendo forte nessa questão.

Outro ponto que o empresário da Gerdau vê como um problema no Brasil é o custo de capital. “É proibitivo para investimentos, até mesmo em empresas médias e grandes. Não há disponibilidade de financiamento de curto prazo. E o que há é muito caro”.

Questionado sobre a taxa básica de juro [Selic de 13,75%], Guilherme avalia que o Brasil sempre foi um país de juro real alto. Como entender? Para ele, o caminho é ter uma política fiscal - vê com otimismo o plano do arcabouço fiscal -, ambiente regulatório estável e a questão tributária. “Já vejo sinais de baixa da inflação, o que abre uma janela para a redução da taxa de juros no país. Já está na hora de descer”, afirma.

Globalmente, ele diz que se preocupa com a China, sobre a perspectiva do crescimento da economia do país e da sua força na indústria siderúrgica - mais da metade do aço que se faz no mundo. “O que acontece na China impacta o mundo”.

A Europa vive seus problemas, agravados pela guerra na Ucrânia. Os EUA, apesar da inflação, da quebra de bancos, continua a ser um ambiente positivo. “A America do Norte já é maior que o Brasil [nos negócios do grupo]”, diz.

O empresário vislumbra muitas oportunidade para a Gerdau, que concentrou sua atuação nas Américas após um período de quatro anos de reestruturação e reorganização. Saiu de alguns países e vendeu ativos e operações que considerou com baixa rentabilidade. “Ajustamos e desalavancamos a companhia, porque o nosso o ambiente de negócio é cíclico. Hoje com balanço mais forte, temos capacidade de crescer quando os mercados voltarem a crescer”.

As oportunidades, aponta, passam por energias renováveis, infraestrutura (“uma alavanca para o crescimento”), transição energética, eletrificação (“exige aços mais limpos, mais leves e com conteúdo tecnológico), o avanço das construtechs. “Em tudo isso há uso intensivo do aço”.

Há espaço no Brasil e em vários mercados, ressalta. Para poder atender essas oportunidades que surgem a Gerdau está investindo R$ 5 bilhões apenas neste ano em modernização e expansão de diversas de suas 32 unidades siderúrgicas espalhadas nas Américas.

A empresa está entre as líderes mundiais em aço especial, que tem 80% de aplicação no setor automotivo (veículos pesados) e os 20% em outras aplicações, como energia renovável. Opera duas usinas no Brasil e duas nos EUA. “É um segmento muito difícil de competir, pois enfrenta importação de muita autopeça pronta”.

A Gerdau Next, que nasceu como vice-presidência de novos negócios, vai se tornar a quinta unidade operacional do grupo, como gestora e investidora de ativos. Em pouco mais de três anos já são 13 ativos, espalhados nos ramos de construtech, mobilidade/logística digital, sustentabilidade e tecnologia. São negócios que vão desde fundações de prédios até geração de energia e produção de grafeno.

A descarbonização - redução das emissões de gases de efeito estufa - é uma prioridade na Gerdau, diz o empresário. O plano é baixar a 0,83 tonelada de CO2 por tonelada de aço em 2031. “A tendência no mundo é de migração do alto-forno para tecnologias de redução direta (que corta emissões), com uso de gás e de hidrogênio verde no futuro. Poucos altos-fornos vão ser construídos”.

Guilherme vê o Brasil como um potencial grande produtor de hidrogênio verde, pois dispõe de energia renovável (hidrelétrica, eólica e solar), porém tem o entrave de ter um custo de capital que dá menos competitividade. “É preciso, além de custo, escala”.

A Gerdau, afirma o chairman, chegou aos 122 anos com balanço sólido e muita capacidade de voltar a investir. A alavancagem da empresa, ao final de 2022 era de 0,33 vez na relação dívida líquida sobre o Ebitda e endividamento líquido de R$ 6,43 bilhões ao final do primeiro trimestre.

“Não estamos impedidos de fazer aquisições, mas temos muita disciplina nas compras. Elas têm de fazer muito sentido, com retorno ao acionista dentro do padrão estipulado pelo grupo”, diz.

Guilherme assumiu a presidência do conselho da Gerdau, substituindo o primo Cláudio Gerdau Johannpeter, no momento em que a pandemia de covid-19 se alastrava mundo afora.

Antes disso, passou por várias funções no grupo: gerente geral de aço para indústria (arames) e líder da área de aço para construção no Brasil, ficou oito anos na America do Norte, onde foi diretor comercial e presidente do negócio Aços Longos. Também presidiu a divisão de Aços Especiais.

Infomoney - SP   16/05/2023

Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura subiram nesta segunda-feira, com o sentimento do investidor impulsionado por sinais de melhora na demanda downstream e expectativas de uma série de políticas de estímulo a serem implementadas na segunda maior economia do mundo.

A demanda aparente pelos cinco principais produtos siderúrgicos – vergalhão, fio-máquina, bobina a quente, bobina a frio e chapa grossa média – registrou alta de 9% na semana, para 10,08 milhões de toneladas na semana encerrada em 11 de maio, segundo cálculo da Reuters com base em dados da consultoria Mysteel.

O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou as negociações diurnas com alta de 4,17%, em uma máxima de três semanas de 725 iuanes (104,89 dólares) a tonelada, depois de cair 1,3% na semana passada.

O minério de ferro de referência em junho na Bolsa de Cingapura subiu 3,97%, para 103,4 dólares a tonelada, a maior alta desde 8 de maio, depois de ter caído 5,7% na semana passada.

“O aumento tem se beneficiado parcialmente da expectativa do mercado de que o governo (chinês) possa lançar algumas políticas de estímulo para impulsionar a economia após os dados econômicos mais fracos do que o esperado na semana passada”, disse Chen Peng, analista de matérias-primas de aço da Sinosteel Futures.

“No entanto, não vimos nenhuma melhora significativa nos fundamentos (do minério de ferro)”, acrescentou Chen.

Um aumento na produção de aço bruto, após a retomada da produção em algumas usinas, também deu suporte ao mercado, segundo analistas.

A produção diária de aço bruto da China foi estimada em 2,91 milhões de toneladas nos primeiros dez dias de maio, representando um aumento de 1,18% em relação ao nível dos dez dias anteriores, mostraram dados da Associação de Ferro e Aço da China.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   16/05/2023

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, avaliou nesta segunda-feira, 15, que o câmbio, com a cotação do dólar oscilando ao redor de R$ 5,00, está em patamar competitivo para os produtos brasileiros. “O câmbio está bom”, disse Alckmin em discurso no Fórum Paulista de Desenvolvimento, acrescentando que o dólar mais próximo a R$ 1,00 “mata a indústria”, já que torna “muito mais barato importar”.

E declarou: “Hoje, o câmbio a R$ 4,90 ou R$ 5,00, vai variar um pouco nessa faixa, é um câmbio competitivo. Ele não pode ter grandes oscilações.”

A agenda de competitividade esteve no foco do discurso de Alckmin, que elencou medidas tomadas ou planejadas pelo governo nas áreas de educação, logística e comércio exterior.

Além de prometer um grande programa de concessões e de PPS (parcerias público-privadas), como forma de corrigir atrasos na infraestrutura de transporte, o vice-presidente defendeu que os acordos comerciais privilegiem os países vizinhos do continente, principal destino dos produtos industriais exportados pelo Brasil.

Em paralelo, pontuou, será um “passo importante” ao comércio exterior se o Mercosul fechar acordo com a União Europeia.

Durante o fórum, realizado em São Bernardo do Campo, Alckmin também manifestou otimismo sobre a queda dos juros, considerando não haver no País uma inflação de demanda, mas sim uma inflação importada, por conta do choque de oferta decorrente da guerra na Ucrânia, e de preços administrados, dada a reoneração dos tributos federais sobre combustíveis.

Após declarar que não vê sentido em a Constituição ter uma regra de teto dos gastos, o vice-presidente disse também estar otimista com a votação nas próximas semanas do novo arcabouço das contas públicas, que considerou ser uma proposta inteligente por estabelecer bandas para as metas de fiscais.

Globo Online - RJ   16/05/2023

Na semana passada, o dólar voltou a cair a um patamar abaixo de R$ 5, com o real entre os cinco melhores desempenhos emtre as principais moedas negociadas no mundo. Economistas acreditam que há razões, externas e internas, para acreditar que a moeda americana, que começou 2023 acima de R$ 5,40, deve se manter mais comportada daqui para a frente.

Em primeiro lugar, o Federal Reserve, o banco central americano, informou que vai interromper o processo de alta de juros a partir do mês que vem. Ou seja, a remuneração paga pelos EUA aos compradores dos seus títulos alcançou um teto, e isso deve continuar reduzindo o volume de recursos para a maior economia do mundo.

Ao mesmo tempo, por aqui a taxa básica de juros será mantida em um patamar elevado - a expectativa é que a Selic, hoje em 13,75% ao ano, passe a cair somente a partir de agosto, e mesmo assim deve encerrar o ano em 12,50%, segundo analistas ouvidos pelo Boletim Focus.

Mesmo quando a taxa começar a cair, o efeito positivo que essa queda terá sobre os ativos brasileiros, como valorização da bolsa, por exemplo, deve atrair mais recursos ao país e mais que compensar esse movimento, segundo avaliação do economista André Perfeito.

Ele lembra ainda que, em meio à perspectiva de uma safra de grãos recorde, a projeção é que a balança comercial fique positiva em US$ 26,2 bilhões neste ano. Para o especialista, a aprovação do arcabouço fiscal também deve jogar a favor da moeda brasileira.

- Apesar de certa demora, a perspectiva é de aprovação do arcabouço, o que reforça a leitura de juros em queda e uma apreciação do real - apontou ele em relatório.

Na avaliação da equipe de macroeconomia do Santander, o mercado financeiro está mais confiante de que o Congresso poderá colocar travas ao novo marco fiscal, o que reduziria a chance de um cenário de descontrole de gastos. O banco acredita que fatores externos e internos impulsionaram um dólar mais desvalorizado na semana passada.

- Apesar do fortalecimento do dólar e da queda nos preços de commodities, a taxa cambial no Brasil foi movida pela percepção de maior probabilidade de que o Fed encerre o ciclo de alta de juros em junho e pela maior confiança dos investidores de que o Congresso Nacional poderá aperfeiçoar a proposta para um novo arcabouço fiscal - disse o banco em relatório.

O Estado de S.Paulo - SP   16/05/2023

O parlamentar ou setor da economia que se opuser à aprovação da reforma tributária terá de conviver com a consciência de que contribuiu para impedir o Brasil de fazer a transição de um país de renda média para um país mais rico. A afirmação foi feita ao Estadão/Broadcast pelo economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Igor Rocha.

“Quem for contra a reforma tributária estará condenando o Brasil a ser um país de renda média. Isso tem de ficar bem claro”, disse o economista em nome da Fiesp, entidade que professa apoio a uma reforma que pressupõe uma transição rápida para o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que une os principais tributos indiretos das três esfera de governo: PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS.

Para a Fiesp, a transição rápida seria um prazo entre seis e 10 anos. É o que o secretário extraordinário para a reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, tem defendido. E, segundo Rocha, há ambiente para isso.

A Fiesp defende ainda a cobrança do imposto nas vendas digitais e sugere a criação de um comitê gestor, integrado por representantes dos setores público e privado, para evitar aumentos da carga tributária. Neste sentido, a entidade sugere uma alíquota máxima de 25% para todos os segmentos da economia, sem distinção.
Reforma tributária

O economista diz também que é preciso deixar claro que a Fiesp está apoiando uma reforma para o País e não para a indústria, que apoia uma reforma que segue as práticas internacionais, de 170 países.

“A ideia é a unificação dos cinco impostos por uma simplificação e, obviamente, uma aproximação das melhores práticas internacionais, que é um modelo de Imposto sobre Bens e Serviços, mas que não é nada mais que um IVA, adotado em 170 países”, disse o economista.

A taxa de 25%, segundo Rocha, foi estabelecida sobre a premissa de que esta é a alíquota que garantiria a neutralidade tributária da economia. Ou seja, não haveria mudança da carga e o Estado conseguiria operar como já faz hoje. Essa alíquota, segundo Rocha, varia entre 24% e 26%, dependendo do estudo feito, mas a maioria dos estudos fixa uma taxa de 25%.

“Entendemos que pode vir a ocorrer alíquotas diferenciadas, embora saibamos que as melhores práticas, tal como a economia coloca, é que quanto mais uniforme for essa reforma, melhor será para a isonomia da economia e, consequentemente, para garantir a eficiência econômica”, disse.

Ele acrescenta ter ciência de que na vida real, na parte de negociação e viabilização de alguns setores, pode haver flexibilizações. Mas, se assim for, pondera Rocha, uma eventual compensação desse diferencial não poderá vir de uma maior tributação do setor industrial.

“Não queremos nenhum tipo de exceção, nenhum tratamento diferenciado. Mas entendemos que não devemos pagar mais se houver aqueles com tratamento diferenciado”, disse.

Para Igor Rocha, a reforma tributária, por sua capacidade de simplificar o sistema e de atrair investimentos, pode aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) potencial do Brasil entre 12% e 20% num período de 10 a 15 anos. Para fazer esta afirmação, ele se baseia em cálculos dos pesquisadores Edson Domingues e Débora Freire, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“Isso significa que o País ficará mais rico, a renda e o consumo das famílias vão crescer, assim como os investimentos”, endossa Rocha.

Na hipótese mais conservadora, diz o economista, se a reforma já tivesse sido aprovada há 15 anos, ao invés de um PIB de R$ 9,9 trilhões em 2022, teria sido de R$ 11,1 trilhões, um acréscimo de R$ 1,2 trilhão. Em termos de renda, se há 15 anos a reforma tivesse sido aprovada, cada brasileiro teria hoje R$ 470 a mais de renda por mês.

Projeto ainda em discussão

Para a entidade, exceções deverão ser baseadas em critérios objetivos e amparadas na experiência internacional, considerando sempre o teto de 25%. Quanto às empresas que hoje estão no regime do Simples Nacional, essas poderão optar por permanecer nesse sistema ou migrar para o IBS.

“A indústria está apoiando firmemente esta causa porque ela é boa para o país e para todos os segmentos da economia nacional. Um novo Brasil, mais rico e mais competitivo irá emergir. Hoje, as empresas brasileiras desperdiçam tempo e recursos apenas para cuidar da burocracia tributária, considerando o preparo, a declaração e o pagamento dos impostos. Com a reforma, haverá uma redução drástica nesses custos, sobrando mais recursos para a produção e a inovação. O País dará um salto de qualidade”, defende Rocha.

Outro ponto que a Fiesp faz questão de ressaltar é o de que o País não pode perder este momento para aprovar a reforma porque o debate nunca esteve tão maduro. Para Rocha, a reforma tributária atingiu agora o mesmo nível de amadurecimento que a reforma da Previdência atingiu pouco antes de ser aprovada.

Agência Brasil - DF   16/05/2023

A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu de 1% para 1,02%. A estimativa está no boletim Focus de hoje (15), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Para o próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país) é de crescimento de 1,38%. Em 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 1,8%, respectivamente.

A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - considerada a inflação oficial do país - também variou de 6,02% para 6,03% neste ano. Para 2024, a estimativa de inflação ficou em 4,15%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 4%, para os dois anos.

A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Segundo o BC, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%.

A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em abril, influenciado pelo aumento dos remédios, o IPCA ficou em 0,61%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é inferior à taxa de março, de 0,71%. Em 12 meses, o indicador acumula 4,18%.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado, e é o maior desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 12,5% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 10% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.

O patamar da Selic é motivo de divergência entre o governo federal e o Banco Central. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Já a estimativa do mercado para a cotação do dólar está em R$ 5,20 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique neste mesmo patamar.

Globo Online - RJ   16/05/2023

É prematura a pressão para que o Banco Central (BC) reduza os juros. Pelos últimos dados do IBGE, o BC tem adotado uma política de juros responsável e não deveria ceder às pressões para mudá-la. Apesar de a taxa básica de juros permanecer em patamar alto (13,75%), a queda da inflação tem sido mais lenta que o esperado. Tal lentidão reforça a necessidade de os diretores do BC se manterem imunes aos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de seus ministros, de cardeais do PT e das alas do empresariado tolerantes com o descontrole de preços.

Há, é certo, sinais positivos. Nos primeiros quatro meses deste ano, a inflação foi inferior à do mesmo período de 2022 (2,72% ante 4,29%). Em abril, o IPCA acumulado em 12 meses sofreu queda pelo décimo mês consecutivo e ficou em 4,18%, menor taxa desde outubro de 2020. Como o teto da meta do BC é 4,75%, é compreensível que muita gente diga estar na hora de baixar os juros. Infelizmente, não é o que sugere uma análise mais cuidadosa.

É alta a possibilidade de os preços ganharem novo ímpeto no segundo semestre. Metade do mercado estima o IPCA acima de 6,02% no final de dezembro. Mesmo que tal previsão não se materialize, há motivos para preocupação. Descontados os choques temporários nos preços de maior volatilidade — como energia ou alimentos —, a inflação tem se mostrado mais resistente que o esperado. A medida que capta essa tendência, chamada núcleo da inflação, continua em alta. De acordo com o BC, subiu de 0,37% em março para 0,51% em abril. O aumento se concentra no setor de serviços, onde a inflação em 12 meses foi de 7,49% em abril ante 7,63% em março.

Quais as causas da resistência? No jargão dos economistas, o Brasil vive uma inflação de demanda. Com a massa salarial em crescimento e o desemprego em patamar baixo na comparação com os piores momentos da pandemia, a procura por produtos e serviços tem se mantido elevada.

Contribui para a inflação alta um segundo ingrediente: as expectativas. Se os agentes financeiros acreditam que os preços subirão mais, fica mais difícil contê-los. É nesse quesito que influi a campanha difamatória de Lula contra o BC — baseada na noção ridícula de que a autoridade monetária é contra a queda dos juros. Ao deteriorar as expectativas, Lula dá uma força para a elevação dos preços.

Por fim, a tendência para os próximos meses é o governo dar impulso ainda maior à demanda, em razão da antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas, do aumento real do salário mínimo e do pagamento do reajuste salarial do funcionalismo público.

Se seguir dessa forma, Lula continuará jogando apenas para sua plateia, sem se preocupar com o poder de compra dos mais pobres, a parcela da população que mais tem a perder com a espiral inflacionária. Dá com uma mão para ficar bem com sua base de eleitores, mas tira com a outra com a inflação mais alta. Para piorar, mira no BC à procura de um bode expiatório pela falta de dinamismo da economia. A recusa teimosa em enxergar as causas do problema tornará mais lenta e mais difícil a solução.

Infomoney - SP   16/05/2023

Dentre os canais de política monetária relevantes para processos de desinflação de uma economia, o que é provavelmente um dos mais – senão o mais – importante é o das expectativas de inflação. Quando observamos uma deterioração relevante das expectativas, seja por piora dos fundamentos econômicos, aumento da incerteza ou mesmo por percepção de leniência do Banco Central com o atingimento da meta, diminui-se a potência dos demais canais de política monetária, como a Selic, aumentando assim o custo do processo de desinflação para toda a sociedade.

Desde o início do ano, temos observado o aumento do distanciamento das expectativas de inflação em relação às metas para prazos mais longos, o que está, na nossa visão, relacionado a dois principais temas: (1) incerteza a respeito da política fiscal que será adotada pelo novo governo; e (2) ruído sobre uma possível elevação das metas de inflação a serem perseguidas pelo Banco Central com o intuito de permitir uma antecipação do ciclo de corte de juros.

O Ministério da Fazenda tem trabalhado para mostrar à sociedade o compromisso com a estabilidade fiscal, ao apresentar um novo arcabouço de médio prazo, que garante alguma previsibilidade para o crescimento das despesas, além de medidas do lado da receita que contribuirão para a melhora dos resultados primários. É desejável que o Congresso aperfeiçoe o arcabouço ao longo da sua tramitação, reinstituindo o contingenciamento de despesas e elevando o grau de responsabilização do Poder Executivo no caso de descumprimento das metas de resultado primário.

O andamento dessa agenda fiscal é positiva e contribuirá para reduzir a incerteza na economia – o que já é evidente na descompressão dos prêmios de risco no mercado – e para reancorar as expectativas de inflação.

No entanto, o ruído a respeito de uma eventual elevação da meta de inflação na economia contribuiu, em nossa visão, com a maior parte da desancoragem recente nas expectativas de inflação. Acreditamos que uma mudança abrupta nas metas agiria na direção contrária à esperada, ao acentuar o processo de desancoragem de expectativas, reduzindo – e não aumentando – a flexibilidade do Banco Central na condução da política monetária, gerando um custo maior para a sociedade.

Podemos citar o exemplo da Argentina, que alterou sua meta de inflação, obtendo como resultado piora relevante das expectativas, aumento da sua inflação corrente e, como consequência, elevação relevante das taxas de juros da economia, desaceleração da atividade e aumento de desigualdade e da pobreza.

Dada a importância que as expectativas têm na condução da política monetária e a relevante contribuição do ruído sobre a mudança da meta na recente desancoragem, sugerimos antecipar a confirmação da manutenção das metas de inflação de longo prazo para a próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), prevista para 18 de maio.

A manutenção das metas de inflação de longo prazo em 3,0% contribuirá para a convergência das expectativas de inflação, reaproximando-as da meta, ampliando a potência da política monetária e demandando um nível menor de juros à frente – reduzindo, assim, o custo para a sociedade.

Quanto mais cedo as metas forem confirmadas, mais rápido será o efeito sobre as expectativas.

Vale destacar que essa não é uma visão isolada: pesquisa feita recentemente por uma das maiores corretoras do mercado financeiro revelou que a eventual manutenção da meta de inflação em 3,0% aumentaria de forma relevante as chances do Banco Central iniciar o processo de redução de juros nas próximas reuniões. Outro resultado da pesquisa é o de que quanto antes for o anúncio da meta, mais cedo se dará o início do ciclo de afrouxamento monetário.

Ou seja: a antecipação da decisão para o CMN de maio aumentaria as chances de um corte de juros já em agosto. Por outro lado, uma elevação da meta para 4,0% aumentaria as chances do início do ciclo de cortes ser postergado para 2024.

Money Times - SP   16/05/2023

A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Fazenda divulgou, nesta segunda-feira (15), a balança comercial da até a segunda semana de maio, que totalizou US$ 4,16 bilhões, com crescimento de  104,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

No acumulado de janeiro a maio de 2023, a balança comercial acumulou US$ 28,06 bilhões. Trata-se de um avanço de 26,6%.
Exportações

Até a segunda semana do mês, as exportações cresceram 12% e somaram US$ 13,58 bilhões.

Já no acumulado de janeiro até a segunda semana de maio de 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado, houve um avanço de 1,9%, totalizando US$ 116,90 bilhões.

No período, a agropecuária somou US$ 3,95 bilhões, com crescimento de 21%. Entre os destaques que mais avançaram em maio, estão:

“O Brasil vem colecionando ótimos resultados no mercado de aves ao longo de 2023, com perspectivas para um recorde de 4,9 milhões de toneladas exportadas”, diz Fernando Iglesias, analista de proteína animal da Safras & Mercado.
Importações

Já as importações totalizaram US$ 9,42 bilhões, queda de 6,7% em relação à segunda semana de maio de 2022. Entre janeiro e maio de 2023, a queda é de 4% na comparação com o mesmo período de 2022, totalizando US$ 88,84 bilhões.

No período, a agropecuária recuou 36%, somando assim US$ 140 milhões. Entre os destaques que mais recuaram em maio, estão:
Trigo e centeio, não moídos: US$ 39,09 milhões, queda de 47,80% Produtos hortícolas, frescos ou refrigerados: US$ 12,47 milhões, queda de 24,35% Pescado inteiro vivo, morto ou refrigerado: US$ 23,81 milhões, queda de 17,25%.

IstoÉ Dinheiro - SP   16/05/2023

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou nesta segunda-feira, 15, que a instituição precisa “concluir a tarefa” para levar a inflação à meta de 2%. Segundo ele, o mercado de trabalho continua “muito forte” e a inflação “obviamente ainda muito acima” da meta de 2%, por isso a postura de aperto monetário do banco central.

Kashkari respondeu a questões nesta segunda-feira, no evento Minnesota Transportation Conference.

Com direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, o dirigente disse que o mercado de trabalho americano continua a se recuperar do choque da pandemia, mas ainda haveria 1 milhões a 2 milhões de trabalhadores que seriam necessários para a força de trabalho.

Nesse contexto, ele defendeu reformas na lei imigratória, para incentivar a chegada de mais trabalhadores ao país, mas também comentou que o tema é politicamente delicado.

Kashkari ainda deu sinais de que não pretende apoiar relaxamento monetário rápido, no contexto atual. Ele advertiu contra eventuais decisões que poderiam partir de uma visão enganosa sobre o quadro, com “alguns poucos meses de dados bons”.

De qualquer modo, também notou que a inflação está desacelerando, mas que ainda “há um caminho pela frente” até que ela retorne à meta.

Moeda digital

O presidente do Federal Reserve em Minneapolis afirmou ainda que desenvolveu um “ceticismo profundo” quanto à necessidade de adotar uma moeda digital emitida pelo banco central (CBDC, na sigla em inglês).

O dirigente explicou que tem dúvidas sobre a função do instrumento, cujo desenvolvimento está sendo avaliado por diversos BCs no mundo.

“Ninguém ainda articulou qual problema a CBDC busca resolver”, ressaltou ele, que ponderou estar aberto a analisar os estudos sobre o tema.

MINERAÇÃO

Consultor Jurídico - SP   16/05/2023

No Direito Minerário, o princípio da prioridade garante que a outorga de direito de pesquisa e, posteriormente, de lavra, respeite a ordem de pedidos feitos pelos particulares junto ao poder concedente. Já o princípio da anterioridade garante ao primeiro interessado que requerer os direitos minerários para determinada área a prioridade em sua exploração, desde que preenchidos os requisitos legais.

Invocando esses conceitos, a 1ª Vara Federal Cível e Criminal da SSJ de Marabá (PA) devolveu a uma mineradora o direito de explorar ouro em áreas na região de Canaã dos Carajás. A Vale S/A havia contestado a concessão.

A Vegas Mineração recebeu alvará de pesquisa em 2013 para explorar ouro. No início de 2015, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) publicou um despacho anulando a autorização, em razão de a área envolvida já ter sido objeto de alvará anterior em favor da Vale.

A autora alegou que, no momento da autorização, não havia qualquer direito vigente em favor da Vale. A defesa da Vegas Mineração sustentou que, em 2007, o pedido de prorrogação apresentado pela ré não foi aceito.

A mineradora lembrou que a não-prorrogação da autorização de exploração pela Vale foi fundamentada em relatório de pesquisa apresentado pela empresa que apresentou dados sobre cobre, e não ouro.

A Vegas pediu tutela de urgência para que, reconhecendo-se que a área estava livre no momento do alvará outorgado à ela, fosse determinada a revogação ou anulação do despacho que instaurou o processo administrativo de nulidade do alvará.

Questionado, o DNPM disse que, à época do pedido de alvará da Vegas, havia-se o entendimento de que a área estava livre, desonerada. Mas, posteriormente, foi reconhecida administrativamente a necessidade de prévio procedimento licitatório para seleção de eventuais interessados.

Ao analisar o caso, o juiz federal Marcelo Honorato disse que, mais do que observar a correta formalidade aplicável, a conclusão de "não conhecimento" do pedido de prorrogação da Vale, com as consequências jurídicas consectárias, é a solução que melhor contempla os princípios jurídicos regentes do Direito Minerário. "Neste sentido, destaca-se o princípio da condução da mineração no interesse nacional, que reflete a imperiosa necessidade de observar, inclusive em sede de outorga de direitos de pesquisa, a supremacia do interesse público envolvido, sobrepondo-se a eventuais interesses particulares que com aquele não sejam compatíveis."

"É certo que a exploração minerária tem o potencial de promover, em atendimento à ordem constitucional econômica, a função social da propriedade e das atividades econômicas, ao passo que, atendendo à norma internacional de antropocentrismo do direito ao desenvolvimento, constitui instrumento útil e necessário à redução de desigualdades regionais — que neste caso tem ainda maior relevância quanto se trata da Amazônia Legal, onde indiscutivelmente se tem menor índice de industrialização frente a outras regiões do território brasileiro", disse o magistrado.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   16/05/2023

Possível escassez de baterias de veículos elétricos está levando as montadoras a se envolverem mais diretamente no negócio de mineração

A mudança da indústria automobilística para veículos elétricos desencadeou uma corrida para garantir o fornecimento de lítio, níquel, grafite e outros materiais essenciais para a fabricação de baterias, muitos dos quais são atualmente extraídos e processados fora dos Estados Unidos em lugares como China e Austrália.

O espectro de uma eventual escassez de baterias de veículos elétricos está levando as montadoras a se envolverem mais diretamente no negócio de mineração, que é amplamente estranho para eles e apresenta novos riscos.

O esforço reflete uma percepção tardia dos executivos do setor automotivo de que o setor de mineração — apesar da promessa de grande demanda — não se mobilizou para desenterrar o suficiente desses minerais para baterias. 

Agora, as montadoras estão desempenhando o papel de investidores e clientes. Muitos estão usando seus bolsos fundos para ajudar a colocar as minas em funcionamento, garantindo a compra dos materiais extraídos.

O resultado é uma aliança aleatória de dois setores que, de muitas maneiras, formam estranhos parceiros. O negócio de automóveis é regido por rígidos cronogramas de fábrica e pela precisão mecânica de sua vasta cadeia de suprimentos global. Na mineração, estouros de custos e atrasos são comuns, e mesmo os operadores mais sofisticados nem sempre sabem se esses empreendimentos arriscados darão certo. As montadoras dizem que querem preços estáveis e protegidos; as mineradoras estão acostumadas a oscilações selvagens do mercado.

Para as montadoras, a pressão é para resolver problemas de abastecimento. Novas fábricas de baterias estão surgindo nos Estados Unidos, e as montadoras estão investindo bilhões de dólares em fábricas de veículos elétricos. Eles estão se movendo rapidamente para ficar à frente dos regulamentos que restringem as emissões de gases e não querem ficar para trás quando as vendas de veículos elétricos decolarem.

Um dos maiores gargalos é o lítio, um metal branco macio que é o carro-chefe das baterias recarregáveis. A expectativa é de que a demanda de lítio processado supere em muito a oferta na próxima década, a menos que a indústria de mineração expanda drasticamente a produção, dizem analistas e produtores.

Em janeiro, a General Motors (GM) concordou em investir em um projeto de desenvolvimento conjunto com a mineradora Lithium Americas, com sede em Vancouver. O acordo dá à GM direitos exclusivos sobre o lítio extraído de um local remoto no deserto de Nevada chamado Thacker Pass, que as empresas dizem ser uma das maiores fontes conhecidas de lítio nos Estados Unidos.

A Ford Motor disse em março que investiria uma quantia não revelada para comprar uma participação acionária em uma mina de níquel da Indonésia. A Stellantis disse em fevereiro que investiria US$ 155 milhões em uma mina de cobre na Argentina. “Você precisa garantir seu abastecimento. Se não, você está fora do mercado”, disse o diretor-presidente da Stellantis, Carlos Tavares, em abril.

A Tesla, pioneira em veículos elétricos, trabalhou durante anos para melhorar seu acesso a suprimentos de bateria. Em 2022, a Tesla contratou de empresas de mineração ou refinarias mais de 95% do hidróxido de lítio e 55% do cobalto necessário para as baterias. Não está claro se esses números se referem apenas às baterias internas da Tesla ou também às recebidas de fornecedores. A Tesla não respondeu a um pedido de comentário.

Monitor Digital - RJ   16/05/2023

Os valores dos veículos leves mantiveram a tendência de queda em abril, de acordo com o Monitor de Variação de Preços – MVP da Kelley Blue Book (KBB) Brasil. O estudo aponta que todas as faixas de ano/modelo apresentaram alguma desvalorização nos preços médios no quarto mês de 2023.

Esse resultado vai na contramão do desempenho da indústria em abril. No último mês, a produção de veículos sofreu uma queda de 19,4% na comparação com o volume de março. Segundo a Associação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Anfavea), em abril foram produzidas cerca de 178,9 mil unidades, 3,9% menos que em abril de 2022, quando a crise dos semicondutores estava em seu momento mais crítico.

Isso pode ser explicado pelo recorde de paralisações de fábricas no Brasil. Das 13 interrupções na produção registradas em 2023, nove ocorreram em abril.

O balanço da Anfavea também apontou queda de 19,2% nos emplacamentos em abril, em parte justificada pelos cinco dias úteis a menos em relação a março devido aos feriados da Sexta-Feira Santa e Tiradentes. Ainda assim, os 160,7 mil veículos comercializados representaram uma alta de 9,2% em comparação com abril de 2022.
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De acordo com o MVP de abril da KBB Brasil, os veículos novos seguiram com uma discreta queda de preços em abril, mantendo a média mensal de 0,37% de variação.

Entre os veículos seminovos (até 3 anos de uso), a maior variação em abril foi registrada nos modelos 2023: -1,85%.

A exemplo de março, os preços dos carros usados (de 4 a 10 anos de uso) seguiram em queda em abril de 2023, segundo o levantamento.

A partir janeiro de 2023, a KBB Brasil começou a monitorar os preços de veículos elétricos e híbridos comercializados no Brasil. Em abril, os modelos zero quilômetro movidos somente a eletricidade tiveram discreta variação de preços. O destaque ficou com o Nissan Leaf, que apresentou um aumento médio de 2,11%. Já os modelos JAC E-JS1 e E-JS4, tiveram uma redução de -7,21% e – 3,98%, respectivamente, em seus preços médios.

Segundo o gerente de Precificação e Validação da Cox Automotive do Brasil, Fernando Barros, o cenário de preços de abril não apresentou tanta alteração se comparar com o levantamento de março. O endividamento das famílias em alta, a taxa de juros mantida em patamares elevados, a inadimplência sem sinal de estabilização e a renda familiar ainda (bem) abaixo do esperado são os principais culpados pelo atual momento do mercado de automóveis no país.

“Com isso, o mercado automotivo passa por um momento complicado devido à resistência dos bancos em conceder crédito – e quando concedem, aplicam taxas de juros proibitivas. Além disso, vemos os fabricantes de veículos desacelerando (e até paralisando) as suas linhas de produção na tentativa de “diminuir os prejuízos” e lojistas se readaptando ao novo patamar de poder de compra do brasileiro.

De acordo com a consultoria S&P Global, representada por Fernando Trujillo (um dos sócios), se manifestou dizendo que o melhor acesso ao crédito e a diminuição das taxas de juros poderiam configurar em um resultado melhor para o setor.

“A taxa Selic está superelevada. Se falarmos de taxa de juros específica para veículos leves, ela está quase em 29%. É uma taxa proibitiva para a aquisição de veículos. A disponibilidade de crédito vem aumentando, porém, para uma faixa de consumidor menor. Quem precisa do crédito, o consumidor de baixo poder aquisitivo, não está conseguindo”, afirmou Fernando Trujillo durante o evento Automec 2023.

Resultado: preços em queda, principalmente de seminovos e usados, enquanto o segmento de veículos zero quilômetro fica estagnado pelas incertezas econômicas e do mercado.

A perspectiva é que este cenário perdure por mais alguns meses, esperando um cenário mais positivo de crédito e taxas de juros mais atrativas.

O MVP de abril de 2023 da KBB Brasil analisou 23.622 versões de veículos 0km, seminovos (até 3 anos de uso) e usados (entre 4 e 10 anos de uso) disponíveis no mercado para fazer o levantamento.

O Estado de S.Paulo - SP   16/05/2023

Cerca de 177 quilômetros ao sul de Oslo, ao longo de uma estrada margeada por pinheiros e bétulas, um posto de abastecimento reluzente permite vislumbrar um futuro no qual os veículos elétricos predominam.

Os carregadores superam em muito o número de bombas de gasolina na área de serviços operada pela Circle K, uma rede de varejo que começou no Texas. Durante os fins de semana de verão, quando os moradores de Oslo escapam para casas de campo, a fila para recarregar baterias às vezes se estende até a via de acesso.

Marit Bergsland, que trabalha na loja de conveniências, precisou aprender como ajudar clientes que não conseguem conectar os veículos aos carregadores, além de suas tarefas habituais, como virar hambúrgueres e cobrar por alcaçuz salgado, uma iguaria popular no país. “Às vezes precisamos dar um café para que eles se acalmem”, disse ela.

No ano passado, 80% das vendas de carros novos na Noruega foram de elétricos, posicionando o país na vanguarda da mudança para a mobilidade movida a bateria. Além de transformar a Noruega num observatório para descobrir o que a revolução dos veículos elétricos pode significar para o meio ambiente, para os trabalhadores e para a vida no geral. O país encerrará as vendas de automóveis com motor de combustão interna em 2025 - deve ser um dos primeiros do mundo a alcançar isso.

A experiência da Noruega sugere que os veículos elétricos trazem benefícios sem as consequências terríveis previstas por alguns críticos. Há problemas, é claro, incluindo os carregadores sem funcionar direito e as longas filas de espera em períodos de alta demanda. As concessionárias e os varejistas tiveram de se adaptar. A mudança reorganizou o setor automobilístico, transformando a Tesla na marca mais vendida e deixando de lado montadoras consagradas como Renault e Fiat.

Mas o ar em Oslo, capital da Noruega, está comprovadamente mais limpo. A cidade também está mais silenciosa, pois os veículos mais barulhentos movidos a gasolina e a diesel são descartados. As emissões de gases de efeito estufa de Oslo caíram 30% desde 2009, ainda assim não houve desemprego em massa entre os trabalhadores dos postos de gasolina e a rede elétrica não foi arruinada.

Alguns legisladores e executivos de empresas descrevem o combate às mudanças climáticas como algo que exige um sacrifício terrível. “Não é bem assim com os veículos elétricos”, disse Christina Bu, secretária-geral da Associação Norueguesa de Veículos Elétricos, que representa os proprietários. “Na verdade, é algo que as pessoas acolhem.”

A Noruega começou a promover veículos elétricos na década de 1990 para apoiar a Think, uma startup de automóveis elétricos de propriedade que há alguns anos é propriedade da Ford Motor. Os veículos movidos a bateria eram isentos de impostos sobre valor agregado (IVA) e de importação, e não pagavam pedágios nas estradas.

O governo também subsidiou a construção de postos para carregamento rápido, crucial em um país quase tão grande quanto a Califórnia, com apenas 5,5 milhões de habitantes. A combinação de incentivos e carregadores por todos os lados “fez sumir todos os fatores de conflito”, disse Jim Rowan, CEO da Volvo Cars, com sede na vizinha Suécia.

As políticas posicionam a Noruega mais do que uma década à frente dos EUA. O governo Biden almeja que 50% das vendas de veículos novos sejam de elétricos até 2030, um marco que a Noruega alcançou em 2019.

A poucos metros de uma rodovia com seis faixas que contorna a orla de Oslo, tubos de metal saem do telhado de um galpão pré-fabricado. A construção mede a poluição gerada pelos veículos que passam por ali, a poucos passos de uma ciclovia e de uma marina.

Os níveis de óxidos de nitrogênio, subprodutos da queima da gasolina e do diesel que provocam poluição atmosférica, asma e outras doenças, caíram drasticamente conforme o número de veículos elétricos aumentou. “Estamos prestes a resolver o problema dos NOx”, disse Tobias Wolf, engenheiro-chefe de qualidade do ar de Oslo, referindo-se aos óxidos de nitrogênio.

Mas ainda há um problema e é aí que o bicho pega. O ar de Oslo tem níveis insalubres de partículas microscópicas geradas em parte pelo atrito dos pneus com o asfalto. Os veículos elétricos, que representam cerca de um terço dos automóveis registrados na cidade, mas uma proporção maior do tráfego, podem mesmo agravar esse problema.

“Eles são realmente muito mais pesados do que os carros com motor de combustão interna, e isso significa que estão causando mais atrito”, disse Wolf, que, como muitos residentes de Oslo, prefere se locomover de bicicleta.

Outro problema persistente: os moradores de apartamentos dizem que encontrar um lugar para plugar seus carros continua sendo um desafio. Há poucos dias, legisladores e moradores locais se reuniram no porão de um restaurante de Oslo para discutir a questão.

Sirin Hellvin Stav, vice-prefeita de meio ambiente e transporte de Oslo, disse no evento que a cidade deseja instalar mais carregadores públicos, mas também reduzir o número de carros em um terço para tornar as ruas mais seguras e haver mais espaço para caminhar e andar de bicicleta.

“O objetivo é reduzir as emissões, e é por isso que os veículos elétricos são tão importantes, mas também é tornar a cidade melhor para se viver”, disse Sirin, do Partido Verde, em uma entrevista posterior.

Os veículos elétricos fazem parte de um plano mais amplo de Oslo para diminuir suas emissões de dióxido de carbono a quase zero até 2030. Todos os ônibus da cidade serão elétricos até o final do ano.

Oslo também está mirando na construção, fonte de mais de um quarto de suas emissões de gases de efeito estufa. As construtoras que concorrem em licitações de projetos públicos têm mais chance de ganhar se utilizarem equipamentos que funcionam com eletricidade ou biocombustíveis.

Em um parque de um bairro de classe operária de Oslo no mês passado, uma escavadeira tirou terra para criar um lago decorativo. Um cabo grosso conectava a escavadeira a uma fonte de energia, fazendo funcionar seu motor elétrico. Depois, um caminhão basculante elétrico levou embora a terra retirada.

Normalmente, a equipe teria sido obrigada a parar de trabalhar na hora da soneca das crianças de um jardim de infância perto dali. Entretanto, o equipamento elétrico era silencioso o bastante para que o trabalho pudesse continuar. (As crianças na Noruega cochilam ao ar livre, quando as condições climáticas permitem isso.)

Espen Hauge, que administra os projetos de construção da cidade, disse ter se surpreendido com a rapidez com que as construtoras substituíram máquinas movidas a diesel por equipamentos elétricos difíceis de se encontrar. “Alguns projetos para os quais pensávamos ser impossível ou muito difícil alcançar emissão zero, ainda assim receberam propostas com emissão zero”, disse ele.

Sirin reconheceu o que chamou de hipocrisia do esforço da Noruega para reduzir os gases de efeito estufa ao mesmo tempo em que produz bastante petróleo e gás. As exportações de combustíveis fósseis geraram US$ 180 bilhões de receita no ano passado. “Estamos exportando essa poluição”, disse Sirin, observando que seu partido pediu que a produção de petróleo e gás fosse eliminada gradualmente até 2035.

Mas o governo da Noruega não recuou na produção de petróleo e gás. “Temos inúmeros campos em produção, ou em desenvolvimento, oferecendo segurança energética à Europa”, disse Amund Vik, secretário de Estado do ministério de Petróleo e Energia da Noruega, em um comunicado.

Em outros lugares, a rede elétrica do país tem aguentado bem, mesmo com a demanda maior por eletricidade. O fato de a Noruega ter energia hidrelétrica abundante ajuda. Contudo, os veículos elétricos aumentaram a demanda por eletricidade modestamente, de acordo com os cálculos da Associação de Veículos Elétricos, e a maioria dos proprietários está recarregando os carros à noite, quando a demanda é menor e a energia é mais barata.

A Elvia, que fornece eletricidade para Oslo e imediações, precisou instalar novas subestações e transformadores em alguns locais, disse Anne Nys>ther, diretora da empresa. No entanto, acrescentou: “Não tivemos nenhum caso de a rede não dar conta”.

Também não houve um aumento do desemprego entre os mecânicos de automóveis. Os veículos elétricos não precisam trocar o óleo e exigem menos manutenção que os carros movidos a gasolina, mas eles ainda quebram. E há muitos automóveis movidos a gasolina que vão precisar de manutenção durante anos.

Sindre Dranberg, que trabalha em uma concessionária da Volkswagen em Oslo desde a década de 1980, passou por um treinamento para fazer a manutenção das baterias de veículos elétricos. Foi difícil fazer a mudança? “Não”, disse ele, enquanto substituía células com defeito de um e-Golf da Volkswagen.

Os veículos elétricos estão criando empregos em outros setores. Em Fredrikstad, a cerca de 88 quilômetros ao sul de Oslo, uma antiga siderúrgica foi transformada em um centro de reciclagem de baterias. Os trabalhadores, incluindo alguns que trabalhavam na siderúrgica, desmontam os conjuntos de bateria. Depois, uma máquina tritura as embalagens para separar plástico, alumínio e cobre de uma massa preta que contém ingredientes cruciais como lítio, níquel, cobalto, manganês e grafite.

A fábrica, da Hydrovolt, é a primeira de várias que a empresa pretende construir na Europa e nos EUA. Por enquanto, não há muito para se reciclar. Entretanto, mais cedo ou mais tarde, as baterias recicladas poderiam reduzir consideravelmente a necessidade de minérios.

“Se pudermos pegar o material já em uso que está dentro do produto e produzir novos, então criaremos um atalho”, disse Peter Qvarfordt, CEO da Hydrovolt, uma joint venture da produtora de alumínio Norsk Hydro e da Northvolt, fabricante de baterias.

Se alguém tem de se preocupar com o próprio emprego são as concessionárias de automóveis. O desaparecimento quase total dos veículos movidos a gasolina e a diesel das vitrines mudou a cara do setor.

O Moller Mobility Group é há muito tempo o maior revendedor de automóveis da Noruega, com as vendas no ano passado totalizando US$ 3,7 bilhões e concessionárias na Suécia e nos países bálticos. A loja do grupo está cheia de Volkswagens elétricos, como o ID.4 e o ID.Buzz. Existem apenas alguns carros com motores de combustão interna.

No entanto, as vendas da Tesla superam bastante as da Volkswagen na Noruega, abocanhando 30% do mercado, em comparação com os 19% da Volkswagen e de outras marcas da montadora alemã, como a Skoda e a Audi, de acordo com o Road Information Council.

As vendas de carros elétricos de empresas chinesas como a BYD e a Xpeng também estão crescendo. Caso esse padrão se repita em outras partes da Europa e dos EUA, algumas montadoras consagradas podem não sobreviver.

Petter Hellman, CEO do Moller Mobility, prevê que as marcas tradicionais vão recuperar terreno porque os consumidores confiam nelas e elas têm redes de serviços amplas. “Mas a Tesla claramente deu uma estremecida no setor”, disse.

A Circle K, que comprou os postos de gasolina que pertenciam a uma empresa petrolífera estatal norueguesa, está usando a experiência no país para aprender a atender os proprietários de carros elétricos nos EUA e na Europa. A rede, atualmente da Alimentation Couche-Tard, uma empresa com sede perto de Montreal, tem mais de nove mil lojas na América do Norte.

Guro Stordal, executivo da Circle K, tem a difícil missão de construir uma infraestrutura para recargas que funcione com dezenas de marcas de veículos, cada uma com seu próprio software.

Os proprietários de veículos elétricos tendem a passar mais tempo na Circle K porque recarregar baterias demora mais tempo do que encher um tanque de gasolina. Isso é bom para a venda de alimentos. Mas a gasolina continua sendo uma fonte importante de receita.

“Vemos isso como uma oportunidade”, disse Hakon Stiksrud, chefe de mobilidade elétrica global da Circle K, sobre os veículos elétricos. “Mas, se não formos capazes de agarrar essas oportunidades, isso se torna rapidamente em uma ameaça.” / Tradução de Romina Cácia

Infomoney - SP   16/05/2023

As locadoras de veículos emplacaram 3,3 mil híbridos e elétricos em 2022. O resultado representa crescimento de 88,9% quando comparado ao ano anterior, segundo a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla). No entanto, a distribuição desses automóveis ainda é desigual, com a maior parte concentrada no Sudeste.

Segundo o levantamento, a aceleração do setor se deu a partir de 2021, quando atingiu a marca dos quatro dígitos (1.751 veículos) nas compras anuais. Três anos antes, em 2018, as locadoras emplacaram somente 43 veículos híbridos e elétricos no País, mostra Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Veículos.

“É visível o desejo de um crescente número de pessoas por sustentabilidade, especialmente as mais jovens, e isso se aplica também à mobilidade urbana”, avalia o conselheiro gestor da Abla, Paulo Miguel Junior.

Regiões

O total de híbridos e elétricos (soma dos 0 km e dos seminovos que permaneceram na frota) chegou a 5.684 unidades registradas em nome de empresas de aluguel de carros.

Regionalmente, o Sudeste concentra a maior parte dessa frota eletrificada, com 3.914 unidades licenciadas por locadoras. A região Sul vem na sequência, com 1.577 veículos, sendo 1.534 somente no Estado do Paraná.

Ainda conforme o levantamento da Abla, o Nordeste soma 92 veículos com tais motores. Já as locadoras que atuam no Centro-Oeste têm atualmente 72 veículos eletrificados, enquanto a região Norte chegou a 29 unidades.

Valor - SP   16/05/2023

O governo Lula continua olhando para o passado, sem responder aos desafios do tempo presente

O projeto do governo Lula de ressuscitar o automóvel popular parece mais próximo da realidade, embora não haja consenso a respeito nem entre as próprias montadoras. Resta saber como vai superar desafios nada triviais para concretizá-lo, entre os quais abrir mão de impostos em meio a uma inaudita batalha para amealhar receitas para viabilizar o novo arcabouço fiscal, e conseguir financiamento em condições viáveis em um momento em que a taxa básica de juros teima em persistir no patamar de 13,75% ao ano.

Assim como prometeu aos eleitores que voltariam a ter picanha para fazer um churrasco, o presidente Lula vem defendendo que a população, atormentada diariamente por um transporte público péssimo, tenha acesso a outro sonho de consumo da classe média, o automóvel próprio, mesmo que em versão popular.

Lula não se conforma, no entanto, com os preços dos automóveis mais baratos disponíveis nas revendedoras brasileiras, ao redor de R$ 70 mil. A própria Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou que simulações calculam que o Fusca popular, lançado por Itamar Franco durante seu governo, na primeira metade da década de 1990, custaria hoje R$ 80 mil, apesar de ser despojado e não contar com vários itens de segurança. Antes dele, em 1964, o governo militar também procurou estimular a indústria e o consumo com veículos populares como o Teimoso, com assentos de material ligeiramente acolchoado, montado sobre estruturas de metal aparente, e sem seta para sinalizar a direção do veículo.

Muito se evoluiu. Desde 2013, todos os carros novos têm que ser equipados com airbag e freios ABS. Outros avanços estão por vir de acordo com o Projeto Rota 2030, lançado pelo governo federal em 2019 com o objetivo de estimular o desenvolvimento tecnológico, a inovação, a segurança, o meio ambiente, a eficiência energética e a qualidade. Entre os itens de segurança a serem incorporados até o fim desta década estão proteção de impacto ao pedestre; câmera de ré ou sensor sonoro; alerta de cinto de segurança solto; luzes de rodagem diurna e alerta de colisão.

Muitos desses componentes são importados, o que justifica em parte a elevação dos preços. Os semicondutores, por exemplo, dispararam desde a pandemia. As montadoras optaram, então, por se concentrar nos veículos mais caros, com maior margem de lucro, mas que vendem menos. Ressentem-se agora da ausência dos modelos mais baratos, mas com maior volume de vendas. Com uma capacidade instalada de 4,5 milhões de veículos anuais, a indústria automobilística produziu 2,37 milhões em 2022, incluindo carros de passeio, veículos comerciais leves, ônibus e caminhões.

Apesar de desejarem vender mais, as empresas do setor não imaginam voltar atrás e dispensar os avanços tecnológicos, muitos dos quais, na verdade, já são corriqueiros em outros mercados e nas fábricas de suas matrizes. Retroceder significaria ficar fora do mercado global. Por isso, alguns executivos do setor preferem defender a viabilidade de um veículo de entrada mais barato.

Mas o governo menciona um carro de R$ 45 mil a R$ 50 mil. Para chegar a esse preço estaria o governo disposto a renunciar a impostos, que representam de 30% a 50% do preço de um automóvel, em um momento em que busca fontes de receita em todos os cantos?

O combustível é outro ponto de discussão. Vincular os benefícios a veículos que usam apenas etanol facilitaria defender o programa em um momento em que o mundo todo procura reduzir a emissão de poluentes e incentiva os automóveis elétricos. Mas isso ocasionaria gastos adicionais para a indústria, que já produz os carros flex. Mesmo com a tecnologia do etanol, não seria o caso de desprezar o desenvolvimento de automóveis elétricos, uma tendência global, até porque o mercado externo sempre foi cobiçado.

No Brasil, os veículos elétricos representam 3,3% dos veículos novos vendidos e os importados têm isenção total de impostos desde 2015. O percentual é bem pequeno perto da experiência internacional. Desde a década de 1990, quando o Brasil relançava o Fusca, a Noruega incentiva o automóvel elétrico, que atualmente constitui 80% dos veículos novos vendidos. Nos EUA, metade da nova frota vendida é elétrica e a proposta da agência de proteção ambiental é elevar esse percentual a dois terços até 2032.

Para a Anfavea, os juros altos também influenciam negativamente ao encarecer o financiamento para a compra de veículos. A associação chega a sugerir modelo chileno que reduziu o custo financeiro ao autorizar o uso de garantia baseada em recursos de fundo semelhante ao FGTS. Mas se o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, tem combatido até o saque-aniversário do FGTS, certamente não veria com bons olhos essa alternativa.

Uma agenda modernizante não inclui o estímulo ao uso de carros, mas de transportes públicos eficientes em quantidade adequada. O governo Lula continua olhando para o passado, sem responder aos desafios do tempo presente.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Monitor Digital - RJ   16/05/2023

A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) divulga nessa segunda-feira, 15, a nova edição da sua pesquisa Índice, elaborada pela FGV com dados do IBGE, apresentando os dados de faturamento do setor. O estudo indica que em abril de 2023, o faturamento deflacionado das indústrias de materiais apresentou queda em comparação com o mês anterior, com redução de 3,7%. Com esses dados, os quatro primeiros meses do ano tiveram queda de 6,9% e retração de 4,1% na comparação com o mesmo mês de 2022.

A nova edição da pesquisa também aponta os dados consolidados de março de 2023. No período, a indústria de materiais de construção teve faturamento 0,9% menor que o observado em março de 2022. Já na comparação com fevereiro, com ajuste sazonal, houve aumento de 3,6%.

A Abramat prevê crescimento de 2% este ano no faturamento total deflacionado dos materiais de construção em relação a 2022, mesmo com a quarta queda seguida. “Apesar dos desafios para a retomada do crescimento da economia, como o atual patamar de juros, continuamos acreditando no crescimento sustentável do setor, com o devido foco dado pelo poder público, como o Minha Casa Minha Vida, a retomada de obras paradas e de infraestrutura. Também seguimos atentos e atuantes, participando agora do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável do Governo Federal, com objetivo de fortalecer e priorizar ações importantes para nosso setor”, ressalta Rodrigo Navarro, presidente da Abramat.

FERROVIÁRIO

Valor - SP   16/05/2023

Governo afirma que objetivo é elevar produtividade e qualidade do serviço, além de ampliar a competição com novos operadores

George Santoro (à esq.) e Leonardo Ribeiro: boa parte das novas normas será lançada ainda no primeiro semestre — Foto: Vosmar Rosa/Ministério dos Transportes

A revisão dos parâmetros de renovação das concessões de ferrovias, conduzida pelo Ministério dos Transportes, será concluída na próxima semana. A nova percepção sobre como deve ser usado esse mecanismo será aplicada aos quatros pedidos das concessionárias Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), Rumo Malha Sul, Transnordestina Logística e Ferrovia Tereza Cristina (FTC). Em seguida, a discussão será com concessionárias que assinaram a renovação no governo Jair Bolsonaro.

No dia 25 de maio, serão concluídos os relatórios do grupo de trabalho criado pelo ministério para tratar do tema. Os pontos críticos levantados consideram pareceres do Ministério da Fazenda que foram ignorados, em 2018, quando o governo analisava os primeiros pedidos de renovação de contratos no setor.

Há cinco anos, a equipe econômica defendeu que não se justificava a opção pela renovação dos contratos, considerada uma excepcionalidade, pois o caminho usual é a licitação. O mecanismo era contestado em razão do volume de investimentos adicionais propostos pelas concessionárias, aquém do esperado.

A precificação dos ativos da concessionária é, por exemplo, um dos cálculos que o governo tem revisitado. Se for constatado que o valor está subestimado, pode ser exigido um aumento do volume de investimento.

Dois assessores diretos do ministro dos Transportes, Renan Filho, foram escalados para coordenar a preparação dos estudos econômicos e fazer a interlocução com o setor. Ao Valor o secretário-executivo, George Santoro, e o secretário nacional de ferrovias, Leonardo Ribeiro, disseram que o objetivo do governo é fazer a conta correta e melhorar o funcionamento das ferrovias com medidas para elevar produtividade e qualidade do serviço, além de ampliar a competição com novos operadores.

“Talvez precise de nova legislação, mas a gente está pensando agora em ter um portfólio normativo infralegal, com decreto e portarias”, disse Ribeiro. O secretário-executivo sinalizou que boa parte das novas normas será lançada ainda no primeiro semestre.

Não queremos gerar insegurança nenhuma sobre o que foi decidido no passado”

— George Santoro

Além de estabelecer novas condições para a renovação dos contratos, o governo quer chamar as concessionárias que já prorrogaram as concessões para “ajustar” obrigações definidas por governos anteriores. Santoro explicou que a ideia é, em comum acordo com as ferrovias, usar a margem de ajuste oferecida pelos contratos renovados.

Até o fim de 2022, foram renovados os contratos das Estradas de Ferro Carajás e Vitória-Minas, da Rumo Malha Paulista e da Malha Sudeste (MRS Logística).

“Não queremos gerar insegurança nenhuma sobre o que foi decidido no passado. Não é isso. Vamos cumprir o contrato”, ressaltou Santoro. “As concessões passadas têm os mecanismos contratuais, que é revisão após 18 meses para se verificar algumas situações, além de vários mecanismos de reequilíbrio contratual. Se não houver acordo, o contrato tem mecanismos de arbitragem”, alertou.

Ribeiro afirmou que as próprias concessionárias já estão apresentando pedidos para rever “alguns dispositivos” nos contratos renovados. Algumas demandas, segundo ele, foram levadas pelas entidades que reúnem concessionárias.

A mudança na dinâmica do setor ferroviário pretendida pelo governo deve afetar também a carteira de projetos dos contratos de autorização, possibilidade criada com o marco legal das ferrovias (Lei 14.273/21).

Se de um lado, o ministério pretende ser mais rigoroso com as concessionárias que administram os grandes troncos de malha ferroviária, por outro, quer ajudar a viabilizar “ramificações” na malha, especialmente as chamadas “short lines”.

A classificação das ferrovias de acordo com seu papel e importância para o sistema logístico constará na proposta de regulação preparada pelo governo. Para Ribeiro, a rede ferroviária tem que começar a trabalhar de forma “funcional e integrada” para começar a reduzir custos de logística.

Neste sentido, Santoro defende que, neste momento, mais importante que expandir as ferrovias no Brasil é ampliar a participação do segmento na matriz de transportes, que hoje é inferior a 30%. “Temos uma malha de 30 mil quilômetros que não tem capacidade operacional nem de dois terços dela. Temos que aumentar a capacidade operacional”.

O secretário de ferrovias ressalta que os quatro contratos de renovação, concentram 75% do total de toneladas por quilômetro útil (TKU) transportadas no país. Ele pontua que, além disso, quase a totalidade do que é transportado é de carga própria.

Para diversificar cargas e operadores, os secretários fazem coro na defesa de uma regulação que quebre “barreiras de entradas” para novos grupos.

O economista Claudio Frischtak, especialista em infraestrutura, afirma que a motivação do governo está correta, mas resta saber qual será o “modus operandi” para alcançar os objetivos. “É importante aumentar a eficiência do sistema, utilizar de forma mais racional os ativos existentes e, para tanto, é preciso fazer uma integração inter e intramodal, mas desde que não haja o rompimento de contrato ou isso gere insegurança jurídica.”

Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes, também chama a atenção para o risco de “inviabilizar” as concessões existentes ou os avanços do modelo de autorização. “É uma discussão que precisa ser colocada na mesa com todos os players envolvidos. Não pode ser discutida só em nível de governo.”

Valor - SP   16/05/2023

Este é o aporte que a Abdib julga ser necessário para o país investir, ao longo de dez anos, e suprir a demanda por nova malha ferroviária

O Brasil registra um déficit de R$ 30,8 bilhões por ano de investimento em infraestrutura ferroviária. Este é o aporte anual que a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) julga ser necessário para o país investir, ao longo de dez anos, e suprir a demanda por nova malha ferroviária.

O levantamento da associação foi apresentado aos técnicos do Ministério dos Transportes para auxiliá-los na estrutura de políticas públicas para o setor.

Além da demanda por investimento na expansão da malha, a entidade também calculou quanto seria necessário para eliminar gargalos da rede ferroviária, o que totaliza R$ 20,4 bilhões anuais ao longo da próxima década. Isso seria aplicado na remoção de invasões em faixas de domínio e eliminação de passagens em nível, aquisição e melhora de material rodante (locomotivas e vagões) e recuperação de linhas.

O presidente da Abdib, Venilton Tadini, disse que o déficit em infraestrutura de transporte é tão grande que o Brasil não merece nem levar o título de país com perfil rodoviário, em razão do predomínio desse modal. “Nossa malha rodoviária também é pífia, se comparada a de outros países”, afirmou.

Sobre as ferrovias, Tadini defende maior participação do governo no desenvolvimento de projetos, especialmente por parceria público privada (PPP). Ele lembra que são exceções os países que impulsionam empreendimentos do setor sem o apoio de governos. Em países como o Brasil, onde o investimento em rede ferroviária ocorre de maneira “tardia”, com ocupações urbanas já estabelecidas, o investimento demandado acaba sendo “bem maior” do que no passado.

No levantamento, a Abdib também estima o déficit de investimento em trens urbanos, construção de monotrilhos ou VLTs, implementação de corredores expressos ou BRTs, além da adequação dos sistemas urbanos existentes. Ao todo, a demanda por investimentos em todos os segmentos ferroviários do país atinge R$ 76 bilhões.

A associação defende que o Brasil eleve a participação de investimentos em infraestrutura em relação ao PIB de patamar atual de 1,7% para 2,26%

PETROLÍFERO

O Petróleo - SP   16/05/2023

Os preços do petróleo registraram queda de mais de 1% na sexta-feira, marcando a quarta semana consecutiva de queda. O mercado está equilibrando os temores de oferta com as renovadas preocupações econômicas nos Estados Unidos e na China.

Queda nos Preços do Petróleo

Os contratos futuros do petróleo Brent caíram 81 centavos, ou 1,1%, para US$ 74,17, enquanto os futuros do petróleo norte-americano West Texas Intermediate (WTI) caíram 83 centavos, ou 1,2%, para US$ 70,04. Ambos os benchmarks caíram cerca de 1,5% semana a semana.

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Essa queda nos preços foi influenciada por vários fatores, incluindo o fortalecimento do dólar e a incerteza econômica.
Dólar Forte, Petróleo Caro

O dólar dos EUA manteve ganhos modestos em relação ao euro na sexta-feira e caminhava para seu maior ganho semanal desde fevereiro. A incerteza em torno do teto da dívida dos EUA e da política monetária levou a uma mudança para portos seguros. Um dólar mais forte torna o petróleo cotado em dólar mais caro para detentores de outras moedas.

“A falta de confiança na economia está se traduzindo em um recuo para o dólar mais seguro e também está causando pessimismo sobre a demanda por petróleo”, disse John Kilduff, sócio da Again Capital LLC em Nova York.
Preocupações Econômicas nos EUA e na China

Cresce a preocupação de que os Estados Unidos, o maior consumidor de petróleo do mundo, possam entrar em recessão. As negociações sobre o teto da dívida do governo dos EUA foram adiadas, e há crescente preocupação com outro banco regional atingido pela crise.

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O Federal Reserve dos EUA provavelmente precisará aumentar ainda mais as taxas de juros se a inflação permanecer alta, disse a governadora do Fed, Michelle Bowman, na sexta-feira, acrescentando que os dados deste mês não a convenceram de que as pressões de preços estão diminuindo.

Enquanto isso, os dados de preços ao consumidor da China em abril subiram em um ritmo mais lento do que em março, abaixo das expectativas. O aprofundamento da deflação no portão da fábrica reorientou as dúvidas sobre sua recuperação das restrições do COVID que impulsionam o crescimento da demanda por petróleo.

Queda na Contagem de Plataformas de Petróleo e Gás

A contagem de plataformas de petróleo e gás natural dos EUA caiu esta semana para o nível mais baixo em quase um ano, já que as plataformas de gás caíram mais em uma semana desde fevereiro de 2016, disse a empresa de serviços de energia Baker Hughes Co em seu relatório acompanhado de perto na sexta.

As plataformas de petróleo dos EUA caíram em dois, para 586 nesta semana, a menor desde junho de 2022, enquanto as plataformas de gás caíram de 16 para 141, a menor em abril do ano passado.
Perspectivas Futuras de Oferta e Demanda

Apesar das incertezas, o mercado recebeu algum apoio do déficit de oferta emergente previsto para o segundo semestre do ano. O ministro do petróleo do Iraque, Hayan Abdel-Ghani, disse à Reuters na sexta-feira que não espera que a Opep+ decida sobre novos cortes de produção na próxima reunião em Viena em 4 de junho.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) manteve sua previsão de demanda global de petróleo para 2023 inalterada na quinta-feira, esperando que os riscos econômicos sejam compensados pelo maior crescimento da demanda chinesa.

Um relatório da OPEP na quinta-feira disse que o grupo produtor espera que a demanda de julho a dezembro por seu próprio petróleo seja 90.000 barris por dia (bpd) maior do que o projetado anteriormente.
A Intervenção dos EUA no Mercado de Petróleo

Adicionalmente, o mercado também atraiu apoio depois que a secretária de energia dos EUA, Jennifer Granholm, sinalizou que o país poderia recomprar petróleo para a Reserva Estratégica de Petróleo (SPR) depois de concluir uma venda determinada pelo Congresso no próximo mês.

Em suma, enquanto os preços do petróleo continuam a cair devido a uma combinação de um dólar forte e incertezas econômicas, há indícios de que a demanda poderá aumentar no futuro. Com a contagem de plataformas de petróleo e gás nos EUA em um nível baixo, e com a OPEP mantendo suas previsões de demanda para 2023, a situação é incerta, mas há indícios de que a demanda poderá ser mais forte no futuro.

O Petróleo - SP   16/05/2023

A Equinor, empresa norueguesa de petróleo e gás, anunciou uma decisão final de investimento (FID) de US$ 9 bilhões para o projeto BM-C-33 no Brasil, marcando um marco significativo na expansão de suas operações de águas profundas fora da Noruega.
Aumento da Produção de Águas Profundas

Luiz Hayum, analista sênior de pesquisa para a América Latina e África Subsaariana Upstream Oil and Gas, comentou sobre a decisão, indicando que o projeto BM-C-33 é o segundo da Equinor em uma lista de projetos de águas profundas justificados para desenvolvimento fora da Noruega. “Uma vez sancionados, esses projetos aumentarão a produção em águas profundas operadas pela Equinor fora da Noruega de quase zero para 400.000 boe/d até o final da década”, disse Hayum.

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Projetos Futuros e Contribuição dos EUA

Hayum também destacou os próximos projetos que são esperados para justificar o desenvolvimento, incluindo os projetos Bacalhau e BM-C-33 no Brasil, e os projetos multibilionários Rosebank no Reino Unido e Bay du Nord no Canadá, previstos para 2023 e 2024, respectivamente.

Os projetos do Golfo do México (GoM) dos EUA, Monument e Power Nap, também devem contribuir antes do final da década. No entanto, esses projetos do GoM podem ter mudanças de propriedade antes da sanção, com uma operadora regional provavelmente a ser contratada.
Análise Econômica Favorável e Baixa Intensidade de Emissões

A análise da Wood Mackenzie sugere que esses são todos projetos com economia favorável e baixa intensidade de emissões. Com TIRs variando de 16% a 33% e uma média de intensidade de emissões de 12 tCO2e/kboe para projetos operados.

Hayum avalia o BM-C-33 em US$ 3,3 bilhões (NPV10) com uma TIR superior a 16%. “A Equinor também espera que a adoção de turbinas a gás de ciclo combinado mais eficientes – o que reduz o gás combustível usado para geração de energia – resulte em uma intensidade média de emissões de 6 tCO2e/kboe durante toda a vida útil do campo.”

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Contribuição para a Produção de Gás no Brasil

Hayum acrescentou que o BM-C-33 também contribuirá fortemente para a produção de gás do Brasil, fornecendo cerca de 14 MMcmd (495 mmcfd) de gás processado – ou 15% do suprimento doméstico de gás do Brasil em 2030 – na rede do Rio de Janeiro.

Com a decisão final de investimento anunciada, a Equinor está se preparando para aumentar sua produção em águas profundas fora da Noruega de maneira significativa. O projeto BM-C-33 no Brasil representa um passo importante nessa direção, com um investimento substancial de US$ 9 bilhões.

A Equinor continua comprometida em adotar tecnologias mais eficientes e eco-friendly, como as turbinas a gás de ciclo combinado, que reduzem as emissões de gases do efeito estufa. Essas estratégias não apenas se alinham com os esforços globais para combater as mudanças climáticas, mas também oferecem uma vantagem econômica significativa.

Os futuros projetos da Equinor no Reino Unido, Canadá e Brasil, juntamente com as contribuições potenciais dos projetos no Golfo do México, prometem aumentar ainda mais a produção em águas profundas da empresa. Com uma economia favorável e baixa intensidade de emissões, esses projetos representam uma nova era de crescimento e sustentabilidade para a Equinor.

Além disso, o projeto BM-C-33 dará um impulso significativo à produção de gás do Brasil. Espera-se que forneça cerca de 15% do suprimento doméstico de gás do Brasil em 2030, fortalecendo ainda mais a infraestrutura energética do país.

Em suma, a Equinor está se posicionando como uma força dominante na indústria de petróleo e gás, com uma forte ênfase na exploração de águas profundas. A decisão final de investimento no projeto BM-C-33 no Brasil é um testemunho do compromisso da empresa em expandir suas operações enquanto se esforça para reduzir o impacto ambiental.

O Petróleo - SP   16/05/2023

A Petrobras, empresa de petróleo apoiada pelo governo brasileiro, iniciou a produção do FPSO Anna Nery na Bacia de Campos. A embarcação é parte integrante do projeto de revitalização dos campos de Marlim, Voador e Brava, situados no pré-sal de ambas as regiões.
Aumento significativo na produção de petróleo

Projetado para produzir até 70 mil barris de petróleo por dia e processar quatro milhões de metros cúbicos de gás, o Anna Nery é uma adição valiosa à frota da Petrobras. “Este é o maior projeto do mundo na recuperação de ativos maduros na indústria offshore”, afirmou Jean Paul Prates, CEO da Petrobras. “Com ela, vamos aumentar a produção, manter empregos e abrir uma importante frente de aprendizado e conhecimento para outros projetos semelhantes em todo o Brasil.”

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Revitalização da Bacia de Campos

Juntamente com o Anita Garibaldi, outro FPSO, a unidade Anna Nery é um componente crucial do primeiro grande projeto de revitalização de campos maduros na Bacia de Campos. “A implantação desses dois novos sistemas de produção, adequados ao formato de exploração de campos maduros, dá continuidade operacional aos campos de Marlim e Voador, elevando a produção para uma média de 150 mil barris de óleo equivalente por dia (boed)”, afirmou a empresa em comunicado.
Operações em águas profundas

Ancorado em lâmina d’água de 927m, o Anna Nery está interligado a 32 poços, com a previsão de atingir o pico de capacidade de produção em 2025. Atualmente, a produção média diária dos ativos da Petrobras na Bacia de Campos está em 560 mil boed, com previsão de alcançar 900 mil boed em 2027.
Desafios futuros para a Petrobras

Ainda que a produção do FPSO Anna Nery seja uma notícia positiva, a Petrobras tem enfrentado desafios. Recentemente, surgiram relatos de que a empresa pode ter que realocar uma plataforma construída para perfuração na foz do rio Amazonas para outro local, caso não obtenha autorização ambiental para operar lá. A Petrobras também abandonou recentemente os planos de vender sua participação no bloco Tayrona, na costa da Colômbia.

Apesar dos desafios, o início da produção do FPSO Anna Nery é um marco importante para a Petrobras e para a indústria de petróleo brasileira, dando esperança de uma recuperação mais ampla na economia do país.

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Contribuição para a economia brasileira

O início da produção do FPSO Anna Nery é mais que uma conquista técnica; é um indicativo positivo para a economia brasileira. A Petrobras é uma das maiores empresas do Brasil e desempenha um papel fundamental na economia do país. A capacidade de aumentar a produção de petróleo e gás não apenas solidifica a posição da empresa no mercado global, mas também promove a criação de empregos e gera receitas fiscais que beneficiam o país.
Estratégia de longo prazo da Petrobras

O início da produção do FPSO Anna Nery reflete a estratégia de longo prazo da Petrobras para seus ativos offshore. A empresa está concentrando seus esforços em campos de petróleo e gás existentes, aplicando tecnologia e know-how para maximizar a produção. Ao mesmo tempo, a Petrobras está explorando novas oportunidades de exploração e produção para garantir seu futuro crescimento.

Com o início da produção do FPSO Anna Nery, a Petrobras dá mais um passo significativo em direção à revitalização da Bacia de Campos e ao fortalecimento da sua posição como líder na indústria offshore. A empresa, no entanto, deve continuar a enfrentar desafios e tomar decisões estratégicas para garantir seu sucesso a longo prazo.

Neste cenário, a capacidade de operar com eficiência, respeitar as normas ambientais e se adaptar às mudanças no mercado global de energia será crucial para a Petrobras e para a indústria de petróleo brasileira como um todo.

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