O Estado de S.Paulo - SP 16/03/2023
A Gerdau Next Ventures, fundo de US$ 80 milhões (cerca de R$ 420 milhões) da gigante de metalurgia para investimentos em startups, ficou mais cautelosa para assinar novos cheques, em meio ao cenário difícil para o crédito no Brasil e no mundo. Ao mesmo tempo, mais startups têm batido na porta do fundo. Algumas delas, com fluxo de caixa suficiente para apenas poucos meses de sobrevivência, segundo o responsável pelo fundo, Arthur Alves.
Nesse ambiente, Alves afirma que o fundo está mais paciente, ou seja, não está procurando negócios de forma ativa, mas continua analisando as startups que se aproximam. Por ora, está avaliando um investimento.
Quebra do SVB piora cenário
A qualidade dos ativos que chegavam à Gerdau Next Ventures diminuiu desde o último trimestre do ano passado, diz ele. Com a quebra do Silicon Valley Bank (SVB), que atendia especialmente startups, o cenário fica ainda mais difícil.
Porém, para Alves, os negócios que não tiveram sucesso em 2022, terão melhores chances a partir deste ano já que os fundos estão com capital disponível e os preços das pedidos pelas empresas iniciantes estão mais atraentes. O ano de 2021 foi recorde de captação dos fundos.
Fundo participa de gestão e de definição de estratégias
A prioridade do fundo da Gerdau é buscar empresas com potencial de crescimento. Por isso, o fundo quer participar da gestão e definição da estratégia da nova companhia, incluindo sua internacionalização, mesmo sem ter o controle acionário.
Em média, faz cheques de US$ 5 milhões, em setores como logística, construção e sustentabilidade (incluindo mercado de carbono e hidrogênio). O fundo da Gerdau investe em empresas não só no Brasil, mas também no exterior, como Estados Unidos e Europa. Recentemente, duas startups da Colômbia receberam aportes.
IstoÉ Dinheiro - SP 16/03/2023
A atividade econômica da China acelerou nos primeiros dois meses de 2023, à medida que o consumo e o investimento em infraestrutura impulsionaram a recuperação após medidas contra a pandemia de Covid-19, apesar dos desafios da demanda global fraca e de uma desaceleração persistente no setor imobiliário.
O abandono dos controles rígidos contra a Covid pela China no final de 2022 revigorou uma economia de 18 trilhões de dólares que registrou uma das taxas de crescimento mais baixas em quase meio século, com analistas esperando que o impulso melhore ainda mais nos próximos meses.
A produção industrial no período de janeiro a fevereiro foi 2,4% maior do que no ano anterior, mostraram dados do Escritório Nacional de Estatísticas nesta quarta-feira, ligeiramente abaixo da expectativa de um ganho de 2,6% em pesquisa da Reuters. A leitura acelerou de um aumento anual de 1,3% em dezembro.
As vendas no varejo nos primeiros dois meses saltaram 3,5% em relação ao ano anterior, revertendo a queda anual de 1,8% observada em dezembro. O resultado veio em linha com a expectativa dos analistas e com as expectativas de uma retomada econômica liderada pelo consumo, já que a queda na demanda global enfraquece as exportações chinesas.
Os dados foram divulgados após sinais de força nos índices de gerentes de compras (PMIs) de fevereiro, publicados em 1º de março.
“No geral, os dados confirmam o que indicadores mais pontuais, incluindo os PMIs, já haviam sugerido – que o fim das restrições contra o vírus levou a uma rápida melhora nas condições econômicas no início do ano”, disse Julian Evans-Pritchard, chefe de economia da China na Capital Economics, em nota.
O setor de alimentação e hotelaria, sensível à Covid, colheu benefícios notáveis com a reabertura, com a receita de janeiro a fevereiro subindo 9,2% em relação ao ano anterior, em comparação com uma queda anual de 14,1% observada em dezembro, quando infecções generalizadas mantiveram as pessoas em casa.
“Esperamos que o ímpeto de crescimento da China melhore ainda mais nos próximos meses, impulsionado principalmente pela contínua recuperação do consumo e pela política macro ainda expansionista”, disseram analistas do Goldman Sachs em nota.
O investimento em ativos fixos nos primeiros dois meses foi 5,5% maior do que no ano anterior, crescendo pouco mais rápido do que o aumento anual de 5,1% em todo o ano de 2022.
CNN Brasil - SP 16/03/2023
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirma que o Produto Interno Bruto (PIB) do G20 cresceu 0,3% no quarto trimestre de 2022 ante o trimestre anterior, na leitura preliminar.
No terceiro trimestre, houve avanço de 1,4% ante o anterior.
Em comunicado, a OCDE destaca o “ano volátil para o G20”, com alta de 0,7% no PIB do primeiro trimestre de 2022, mas recuo de 0,2% no trimestre seguinte.
A OCDE diz que a perda de fôlego no quarto trimestre reflete as tendências na China, que enfrentou uma onda de casos de Covid-19 logo após ter relaxado restrições contra o vírus.
A entidade diz também que as estimativas iniciais de avanço anual do PIB indicam que o PIB continuou a crescer no G20 em 2022, em 3,2%.
Em 2021, porém, o avanço havia sido bem maior, de 6,3%, com economias se recuperando do choque inicial da pandemia.
Monitor Digital - RJ 16/03/2023
A produção industrial de valor agregado da China, um importante indicador econômico, subiu 2,4% ano a ano nos dois primeiros meses de 2023, mostraram dados do Departamento Nacional de Estatísticas (DNE) divulgados nesta quarta-feira.
O crescimento aumentou 1,1 ponto percentual em relação ao nível de dezembro de 2022, e o crescimento médio de dois anos ficou em 4,9%, mostraram os dados do DNE.
“Nos dois primeiros meses, a economia chinesa se recuperou de forma constante com o aumento da demanda de produção, emprego estável e preços ao consumidor e melhores expectativas do mercado”, disse o porta-voz do DNE, Fu Linghui, em uma coletiva de imprensa.
Espaço Publicitário
A produção industrial é usada para medir a atividade de grandes empresas com um volume principal de negócios anual de pelo menos 20 milhões de yuan (US$ 2,91 milhões). Fim
Globo Online - RJ 16/03/2023
Depois de um começo de semana com investidores cautelosos após a quebra do Silicon Valley Bank (SVB), as atenções do mercado se voltaram para a crise do Credit Suisse.
Embora o caso do Credit Suisse não suscite preocupações com risco sistêmico, economistas avaliam que a quebra do SVB e a crise do banco podem mudar os rumos da política de juros nos Estados Unidos e no Brasil.
Lá fora, poderia servir para moderar o processo de alta das taxas que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) tem conduzido. No Brasil, poderia antecipar a perspectiva de redução da Selic, atualmente em 13,75% ao ano.
O ex-diretor do Banco Central Tony Volpon pondera que o patamar elevado de juros em diversas economias pressiona a atuação das instituições financeiras:
— Passamos dez anos com juros muito baixos e tivemos aquela injeção enorme de liquidez durante a pandemia. Esses bancos tiveram que colocar essa injeção de liquidez em algum lugar. E muitos deles compraram títulos, que hoje estão operando em patamar bem mais baixo do que o valor que foram adquiridos, em razão do cenário de alta dos juros.
Um dos motivos que acalmaram os investidores foi o fato de o banco central da Suíça ter anunciado que garantiria recursos para a instituição. Segundo o Wall Street Journal, o Credit Suisse vai obter 50 bilhões de francos suíços com o banco central do país, o equivalente a US$ 53,7 bilhões, para fortalecer sua liquidez.
Para o ex-diretor do BC, a oscilação do mercado deve permanecer até que os investidores tenham mais clareza sobre o que os bancos centrais vão fazer em relação à política monetária:
— A grande questão é o que o Fed faz com isso. Porque os números de inflação ainda não estão bons. O Fed está causando um estresse no setor bancário e isso causa impacto na atividade econômica, mas, por outro lado, está com uma inflação muito alta.
No Brasil, Gonzaga pondera que os últimos eventos abrem espaço para um corte antecipado nas taxas.
— Temos choques brasileiros e globais que foram contracionistas para o mercado de crédito, como o caso da Americanas, dos bancos médios americanos e agora do Credit Suisse. Passa a fazer menos sentido ter taxas de juros elevadas por mais tempo.
Indagado sobre o tema, o Banco Central respondeu em nota que a decisão sobre juros também é reflexo das perspectivas sobre “as economias internacionais”, embora não faça qualquer menção à crise do Credit Suisse ou ao colapso do SVB.
“Os membros do Copom (antes de decidir sobre os juros) assistem a apresentações técnicas do corpo funcional do BC, que tratam da evolução e perspectivas das economias brasileira e mundial, das condições de liquidez e do comportamento dos mercados. A decisão é tomada com base na avaliação do cenário macroeconômico e os principais riscos a ele associados” diz o BC, em nota.
As reuniões do Fed e do Banco Central estão marcadas para a quarta-feira da próxima semana.
Os investidores avaliam que a crise do Credit Suisse não tem componentes sistêmicos. No ano passado, o banco anunciou um plano estratégico que previa a recuperação em três anos, exigia o corte de 9 mil vagas e também que ele deixasse algumas atividades.
A estratégia é resgatar suas origens. Fundado em 1856 para financiar a expansão de rodovias na Suíça, o Credit Suisse tem hoje duas principais unidades — um banco de investimentos e uma empresa de gestão de fortunas.
Os problemas do banco suíço ficaram em evidência quando, em 2021, o Credit Suisse relatou perda de US$ 10 bilhões em investimentos dos clientes com a financeira inglesa Greensill, que faliu.
Para especialistas, houve uma “confluência de crises”, com a quebra do SVB nos EUA na última sexta-feira e a turbulência no Credit Suisse nesta quarta-feira, mas não há nada no cenário que aponte para um problema sistêmico, como o da crise de 2008.
Sabor amargo: ação do Credit Suisse vale menos que uma barra de chocolate
Segundo Pedro Gonzaga, sócio da Mantaro Capital, o banco já vinha enfrentando problemas nos últimos trimestres. Mas a sinalização de apoio por parte das autoridades suíças ajuda a conter o pessimismo. Uma das alternativas seria levantar capital ao vender ativos que antes não cogitava.
— A estratégia deles como banco estava sendo reduzir a exposição em negócios de maior risco e crescer em negócios de receita mais estável, principalmente de gestão de patrimônio — afirmou.
O head de Renda Variável da Veedha Investimentos, Rodrigo Moliterno, avalia que a crise não traz preocupação para o Brasil, pois a ação dos governos até agora foi rápida.
O dólar também foi afetado ontem. A moeda americana encerrou o pregão em alta de 0,7%, a R$ 5,29, maior patamar desde janeiro. O petróleo também registrou quedas superiores a 5% diante do risco de desaceleração da economia global.
O Estado de S.Paulo - SP 16/03/2023
Ex-diretor do Banco Central, José Júlio Senna avalia que casos de problemas em bancos regionais nos Estados Unidos, seguindo o roteiro do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, podem se repetir no futuro. Ele diz que houve um erro do governo e Congresso americanos ao afrouxar as regras instituídas pelo Acordo de Basileia para instituições financeiras regionais.
”Em 2018, o lobby de bancos comunitários e regionais dos EUA encontrou um ambiente político propício para dar um alívio nessa regulação bancária”, afirma Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
O chacoalhão no setor financeiros do EUA, diz o economista, também deixou para trás a possibilidade de que o Federal Reserve (Fed) aumente as taxas de juros do país em 0,50 ponto porcentual na próxima reunião. ”A dúvida que fica, e o mercado está bem dividido nisso, é se o Fed não faz nada ou se ele aumenta 0,25 (ponto porcentual) na reunião da próxima semana”, diz.
A seguir, os principais pontos da entrevista concedida ao Estadão.
Como o sr. avalia os últimos problemas do setor financeiro?
Houve um erro de avaliação gigantesco das autoridades governamentais e do Congresso americano, que amenizaram e modificaram a aplicação das leis da Basileia. Existem índices de liquidez que os bancos são obrigados a obedecer se estiverem fazendo parte do acordo. Em 2018, o lobby de bancos comunitários e regionais dos EUA encontrou um ambiente político propício para dar um alívio nessa regulação bancária.
O sr. poderia detalhar?
Não se aplicavam a esses bancos os critérios de liquidez, que os obriga a ter um colchão correspondente ao passivo e que possibilite enfrentar saques de depositantes num determinado momento. A grande pergunta que fica é a seguinte: como é que os reguladores não viram essa situação e não a coibiram. Esse descasamento de prazos gigantesco era para ter sido coibido. O banco não pode usar recursos de depositantes, que são sacáveis a curto prazo, e emprestar a prazo muito longo.
Podem existir mais problemas desse tipo?
Eu diria que sim, porque o alívio da legislação foi geral, para todos os bancos comunitários e regionais. O Fed percebeu isso. Houve a negociação com a empresa de seguro (FDIC, Federal Deposit Insurance Corporation) e com a participação do Tesouro. O que as autoridades governamentais estão fazendo? Se os bancos precisarem de dinheiro, não precisa vender o papel e assumir um prejuízo. Não precisa fazer isso. Vai ao Fed, entrega títulos em garantia, recebe um empréstimo e, com o dinheiro desse empréstimo, você paga o depositante. É uma política que representa uma antecipação a problemas, para evitar que o que aconteceu no Silicon Valley Bank e no Signature Bank volte a ocorrer.
Há o risco de uma crise parecida com a de 2008/2009?
Não está parecendo, porque a crise de 2008/2009 teve a ver com o crédito, com a explosão do mercado imobiliário, o uso exagerado de derivativos. Muitos problemas que a gente não tem mais. O grosso do mercado americano parece muito bem regulado e o sistema parece estar muito bem capitalizado. O problema ficou restrito aos bancos regionais.
E o caso do Credit Suisse?
Não tem relação com esses (dos Estados Unidos). É um banco que tem apresentado problemas há bastante tempo. Já vem se arrastando. É claro que todas as vezes que o sistema financeiro dá uma chacoalhada, uma balançada, aqueles que estão em posição mais frágil acabam recebendo o tranco maior, como é o caso do Credit Suisse. É um problema diferente, alguma solução vai ser dada para ele, mas não tem a ver com os bancos regionais americanos.
Essa crise pode respingar no Brasil?
O sistema bancário brasileiro é muito bem regulado. Há décadas é assim. E as exigências são maiores do que as da Basileia. Eu não vejo espaço para algo acontecer no Brasil. O controle é muito rigoroso e faz muito bem o Banco Central agir dessa maneira. Eu acho que a gente está relativamente tranquilo nesse aspecto.
Essa chacoalhada muda a rota do Fed?
É impossível dizer que não afeta. A turbulência financeira atual afeta a política monetária americana momentaneamente, mas não em sua essência. Até a semana passada, havia uma dúvida se o Fed iria elevar a taxa básica de juros em 0,25 ou 0,50. Agora, não faz sentido falar mais em 0,50 de alta. A dúvida que fica, e o mercado está bem dividido nisso, é se o Fed não faz nada ou se ele aumenta 0,25. Ele tem de ir com mais cuidado, porque está no meio de um balançada forte do sistema. Quebraram dois bancos, cujos ativos totais somam US$ 300 bilhões. Não é pouca coisa.
E se a decisão for pela manutenção?
A mensagem que acompanharia essa decisão deveria ser voltada para tirar da cabeça do mercado a ideia de queda dos juros neste ano, desde que, evidentemente, os problemas bancários não ganhem uma dimensão inesperada. A luta contra a inflação ainda não acabou.
Um corte de juros não faz sentido, então?
Eu acho muito precipitado. Ao mesmo tempo em que tem um problema no sistema bancário regional nos EUA, as pressões inflacionárias não desapareceram. Esse chacoalhar do mercado financeiro não faz desaparecer as pressões inflacionárias. Elas têm de ser combatidas. A pressão inflacionária está lá e precisa ser combatida. Essa chacoalhada do mercado influência a política monetária e, mais, vai fazer ser mais longo ainda a fase de aperto monetário, porque, se o Fed abrir mão de subir o juro na reunião da semana que vem, mas adiante ele vai ter de retomar o trabalho.
O Estado de S.Paulo - SP 16/03/2023
A dívida pública precisa estacionar em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e, num segundo momento, diminuir. Esse tem de ser o objetivo geral do novo arcabouço fiscal, no lugar do teto de gastos. A nova regra precisa combinar: transparência, previsão de sanções para o caso de descumprimento, flexibilidade e mecanismos que colaborem para manter a nau no rumo mesmo quando os ventos não forem bons.
A título de sugestão, levei ao ministro Fernando Haddad, no mês passado, uma proposta formulada por mim em parceria com o economista e ex-diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI) Josué Pellegrini. Na empreitada, contamos com a colaboração e comentários de outros especialistas: Renato Ramalho, Fernando Facury Scaff, José Roberto Afonso, Cristiane Coelho e Eduardo Walmsley Carneiro.
Não há regra tão boa a produzir, por si só, responsabilidade fiscal permanente. A literatura relevante mostra que o compromisso político em torno das leis é fundamental para o funcionamento do arcabouço fiscal. Então, o desenho importa tanto quanto o pendor dos governos pelo controle das contas públicas. E essa predisposição, quando não há ou é mais modesta, precisa ser motivada por sistemas de incentivos apropriados.
Nada trivial. Em 2019, o economista Alberto Alesina esteve em Brasília para prestigiar a cerimônia de entrega do Prêmio de Monografias do Tesouro Nacional. Fiz a seguinte pergunta: “Por que, no Brasil, temos Lei de Responsabilidade Fiscal, teto de gastos, regra de ouro (aquela segundo a qual só se pode fazer dívida para investir) e outras regras auxiliares, mas não conseguimos superar o problema fiscal?”. Ele foi muito didático: “Países que não precisam de regras, por já apresentarem boa situação fiscal, as cumprem; já aqueles que precisam, isto é, têm dívida alta e crescente, as desrespeitam na maior parte do tempo”.
As regras devem funcionar como balizas para o gasto e a receita, a fim de combater o chamado viés deficitário típico dos governos. Vamo-nos entender: os governos existem para realizar políticas públicas e todas elas têm custo. Em maior ou menor grau, portanto, há sempre um programa de governo a ser executado e, para isso, é necessário arrecadar e endividar-se. Assim, sem regras fiscais, o risco fiscal é maior.
Nossa proposta tem dois objetivos: 1) entre dezembro de 2023 e 2026, a dívida bruta em porcentual do PIB deve desacelerar em relação à taxa de aumento já contratada para o ano corrente; 2) num segundo momento, de 2027 a 2036, a dívida deve diminuir, sempre em relação ao PIB, até convergir para patamares compatíveis com a média dos países emergentes.
Em 2023, a dívida tende a crescer algo como quatro pontos porcentuais do PIB, atingindo cerca de 77%. Se, até 2026, a dívida subir outros cinco pontos, atingiríamos um pico de 82% do PIB, para então iniciar trajetória de redução até 75% em 2036. Essa dinâmica requereria um esforço fiscal primário relevante nos próximos anos. Isto é, seria preciso conter o crescimento dos gastos e contar com arrecadação adicional.
Nas nossas contas, o gasto primário aumentaria pela inflação, mas acrescida de uma taxa real equivalente à metade do crescimento econômico dos últimos cinco anos. Dessa forma, ao mesmo tempo que se alcançaria o controle do gasto, haveria espaço para ampliá-lo de modo sustentável, abaixo do ritmo do PIB. Não se trata de um ajuste brusco, nem isso seria possível ou desejável. Feitas as contas, é bastante razoável supor uma regra para a despesa, com vistas a uma trajetória de dívida fidedigna e que ajude a ancorar as expectativas do mercado.
Para atingir esse resultado, sugerimos que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) contemplem a trajetória de dívida esperada pelo governo, acompanhada das medidas necessárias para cumpri-la. O resultado primário requerido, bem como as projeções de receitas e as medidas do lado do gasto deverão ser explicitados. A regra de gastos (inflação mais um incremento real, por exemplo) poderia ser fixada em lei complementar, mas já contemplada na LDO para 2024.
Na LOA, eventual descumprimento da trajetória de dívida teria de ser explicitada e as medidas de ajuste, acionadas. Recomendamos que se utilizasse o próprio conjunto de gatilhos introduzidos na Constituição federal pela Emenda n.º 109. Não há segredo: em caso de expansão fiscal não prevista, o gasto tem de crescer menos. O ministro da Fazenda teria de explicar ao Congresso, na mesma lógica do regime de metas à inflação, os desvios em relação às estimativas.
Finalmente, propomos a criação de um fundo de reserva fiscal, composto pelos eventuais excedentes de arrecadação em relação ao resultado primário calculado e fixado para produzir determinada dinâmica de dívida. A IFI seria constitucionalizada e passaria a ter a obrigação de acompanhar todos os cálculos deste novo regime, inclusive cotejando metas, resultados e estimativas oficiais aos produzidos pelo órgão.
Eis um caminho.
Infomoney - SP 16/03/2023
A Instituição Fiscal Independente (IFI) manteve suas projeções tanto para a inflação como para o PIB em 2023, de acordo com o Relatório de Acompanhamento Fiscal de março, divulgado nesta quarta-feira (15). O IPCA para este ano deve subir 5,6% e a atividade econômica está prevista para crescer apenas 0,9%.
A Instituição Fiscal Independente comenta que, em vista da perspectiva de desaceleração da atividade econômica, espera-se que o PIB continue evoluindo abaixo do nível potencial ao longo do ano.
No entanto, o PIB deve voltar a crescer neste primeiro trimestre, impulsionado pela forte produção de grãos, que deverá mais do que compensar a queda nos outros setores.
Para 2024, a projeção de crescimento do PIB também foi mantida, em 1,4%.
Já a projeção para a inflação no ano não sofreu alterações porque a estimativa feita em fevereiro pela IFI já contemplava a reoneração dos combustíveis.
Cenário fiscal
A desaceleração esperada na atividade econômica doméstica nos próximos meses, eventualmente potencializada por um mercado de crédito mais restritivo, constitui um risco para a trajetória das receitas do governo em 2023, avalia a IFI.
Entre fevereiro e março, a expectativa para o déficit primário em 2023 foi revisada de R$ 118,3 bilhões (1,1% do PIB) para R$ 125,0 bilhões (1,2% do PIB) devido ao aumento na projeção da despesa em 0,1 ponto porcentual do PIB. Pelo lado da despesa, devem trazer impacto as despesas criadas com a PEC da Transição.
Para 2024, a IFI projeta déficit primário de 1,0% do PIB, também influenciado pela revisão para cima no crescimento das despesas primárias, de 0,2 p.p. do PIB.
Para a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), a IFI estima que uma elevação para 78,6% do PIB ao fim de 2023 e a 81,6% em 2024.
Segundo a Instituição, para estabilizar a dívida bruta em 73,1% do PIB (nível do indicador em janeiro de 2023), seria necessário um superavit primário de 3,6% do PIB.
“No médio prazo (2024–2031), considerando um crescimento real médio da economia de 1,9% e juros reais implícitos da dívida de 3,9% anuais, seria necessário um superavit primário de 1,5% para manter a DBGG estável em 73,1%”, comenta a IFI em nota.
CNN Brasil - SP 16/03/2023
O Goldman Sachs reduziu nesta quarta-feira (15) sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA do quarto trimestre de 2023, citando riscos para o ambiente de empréstimos, à medida que bancos menores recuam em empréstimos para preservar liquidez diante de cenário incerto.
Os analistas da empresa agora esperam um crescimento de 1,2% no quarto trimestre na comparação anual, uma queda de 0,3 ponto percentual em relação à estimativa anterior.
Os bancos regionais nos Estados Unidos têm passado por dificuldades desde que o SVB Financial Group foi fechado pelos reguladores após uma corrida aos bancos na semana passada.
O rápido desmoronamento do credor inicial alimentou as preocupações de possíveis corridas bancárias a seus pares, o que poderia deixá-los lutando por fundos para atender aos pedidos de retirada de depósitos.
O Goldman Sachs disse que o estresse em alguns bancos persiste, apesar das agências federais terem agido agressivamente para fortalecer o sistema financeiro.
Na terça-feira, a agência de classificação Moody’s revisou sua perspectiva sobre o sistema bancário dos EUA de “estável” para “negativa”.
Valor - SP 16/03/2023
Menor oferta da commodity e melhora das expectativas para o consumo chinês neste ano influenciaram os negócios
Os preços do minério de ferro se mantiveram praticamente estáveis tanto no mercado à vista quanto no futuro nesta quarta-feira, em meio à menor oferta da commodity e à melhora das expectativas para o consumo chinês neste ano.
Segundo relatório de ontem do UBS BB, os embarques de minério da Vale recuaram 21% na última semana, para 4 milhões de toneladas. No ano, a queda é de 1%.
O banco reitera a percepção de que o rali do minério iniciado no fim de 2022 é alimentado por especulações e a projeção de queda dos preços a US$ 95 por tonelada até o fechamento do ano.
No norte do país asiático, indica o índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro subiu 0,08%, para US$ 133,10 por tonelada, renovando a máxima em nove meses.
Com isso, a principal matéria-prima do aço acumulou alta de 7,3% em março. No ano, os ganhos chegam a 13,4%.
Já os contratos futuros mais negociados na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), com entrega em maio, encerraram a sessão diurna no zero a zero, em 926,50 yuans por tonelada.
O Petróleo - SP 16/03/2023
A Volvo Buses está expandindo sua gama de ônibus eletrificados com o Volvo 7900 totalmente elétrico e articulado, permitindo que um grande número de passageiros seja transportado silenciosamente e sem emissões. A empresa agora possui uma gama completa de veículos elétricos, incluindo ônibus híbridos, ônibus elétricos híbridos e ônibus totalmente elétricos para atender às diversas necessidades de um grande número de cidades.
a exposição global de transporte público realizada este ano em Estocolmo, de 9 a 12 de junho, a Volvo Buses anunciou o lançamento de um ônibus articulado totalmente elétrico que pode acomodar até 150 passageiros. Este novo ônibus articulado é baseado nos protótipos em serviço desde junho de 2018 para testes na linha de alta frequência 16 em Gotemburgo, na Suécia. Até o momento, os dois ônibus-conceito registraram 4.500 horas e mais de 62.000 quilômetros com excelente tempo de atividade.
Com tecnologia da NASA, pneus sem ar podem acabar com furos e resíduos de borracha
O Volvo 7900 elétrico articulado estará disponível na configuração comercial em dois comprimentos: 18 e 18,7 metros. Ele foi projetado para atender às altas demandas de capacidade, conforto e informações de tráfego, garantindo um fluxo eficiente de passageiros. As baterias serão recarregadas por meio de estações de carregamento rápido localizadas em ambas as extremidades da rota e por meio de carregamento noturno no depósito usando o CCS. O Volvo 7900 elétrico articulado será apresentado ao público na feira em Bruxelas em outubro.
Os ônibus elétricos são a pedra angular da próxima geração de transporte público, como revelou presidente da Volvo Buses, no congresso da UITP.
“A transição para o transporte público sustentável está em andamento em cidades de todo o mundo. Com nossos ônibus elétricos silenciosos e de emissão zero equipados com sistemas avançados de segurança, podemos ajudar as cidades a resolver problemas relacionados a emissões, ruído, congestionamento de tráfego e acidentes rodoviários, a fim de se tornarem o que chamamos de “Cidades Zero”. Nesse contexto, nosso novo ônibus elétrico articulado de alta capacidade é uma ferramenta muito importante”, afirma.
CNN Brasil - SP 16/03/2023
Em um leilão sem concorrentes, o Consórcio Conquista do Pará, único participante, foi o vencedor da concessão que passou à iniciativa privada a gestão da rodovia PA-150 e da Alça Viária, no Pará, anel que circunda a região metropolitana de Belém.
É a primeira concessão pública do estado, de acordo com o governador Helder Barbalho. O leilão ocorreu na tarde desta quarta-feira (15) na sede da B3, em São Paulo.
As rodovias interligam a cidade de Marabá ao porto de Vila do Conde, na cidade de Barcarena, vizinha à capital, e é o principal corredor logístico para o escoamento da produção de minérios e agropecuária do estado.
A concessão, que terá duração de 30 anos, possui 526,4 quilômetros de vias e prevê R$ 3,7 bilhões em investimentos ao longo de todo o período.
Isso inclui a duplicação de trechos das vias e a criação de novos acostamentos, além da manutenção e segurança. A empresa poderá explorar pedágio nas duas rodovias.
“Além disso, há a economia para o estado, que não precisará mais investir R$ 90 milhões por ano na manutenção, o que permite investir em outras estradas”, disse Barbalho, que postou um vídeo em suas redes sociais nesta manhã, enquanto chegava a São Paulo para o evento.
O consórcio vencedor não ofereceu nenhum ágio sobre o valor mínimo para a outorga fixa a ser paga pela concessão ao governo do Pará, que era de R$ 10 milhões.
Além disso, o contrato prevê a remuneração de outorgas variáveis ao estado ao longo de toda a concessão, em valor total de R$ 450 milhões.
“Receberemos a outorga fixa mais as outorgas variáveis, já que o estado do Pará terá participação direta na arrecadação [da concessão] ao longo de todos esses anos”, disse Barbalho, que também falou após o término do evento na B3.
A expectativa é de geração de 3.000 empregos direitos e indiretos.
Os trechos do subsistema rodoviários leiloados foram:
PA 150, Trecho: Morada Nova – Goianésia do Pará – Entr. PA 475/256 com extensão 333,00 km;PA 475, Trecho: Entr PA 150/256 – Entr. PA 252 com extensão 41,60 km;PA 252, Trecho: Entr. PA 475 – Entr. PA 151/252 com extensão 42,30 km;PA 151, Trecho Entr. PA 252 – Entr PA 483/Alça Viária com 21,50 km;PA 483, Trecho: Acesso Área Portuária Vila do Conde (Barcarena) – Entr. PA 151/ Alça Viária com extensão 18,60 km;
IstoÉ Online - SP 16/03/2023
A Portos do Paraná informou, em nota, que os portos de Paranaguá e Antonina estão “em atendimento e operação”. “Tanto a descarga de caminhões e vagões, quanto o carregamento dos navios pelos portos de Paranaguá e Antonina seguem normalmente”, disse a empresa.
A Federação da Agricultura e Pecuária do Paraná (Faep) disse, em nota, que os problemas de interdição em estradas do Paraná, em especial na ligação Curitiba-Paranaguá via BR-277, devem causar prejuízo ao agronegócio estadual. Considerando apenas a logística da soja, o gasto extra caso o escoamento tenha que ser feito pelo Porto de Santos (SP) pode passar de R$ 600 milhões, segundo cálculo do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema Faep/Senar-PR.
A projeção leva em conta um cenário de interrupção total da BR-277, única estrada que comporta o tráfego de cargas pesadas até o Porto de Paranaguá e interditada de forma total ou parcial. Neste caso, a produção teria que sair por outro complexo portuário.
O frete de caminhão de sete eixos, com capacidade para 57 toneladas, custa R$ 4,86 por saca no trajeto Cascavel-Paranaguá, que totaliza 600 quilômetros, segundo a estimativa da federação. Já no itinerário Cascavel-Santos, com distância de 1 mil quilômetros, o frete sai por R$ 7,73 por saca, conforme a Faep.
A nota informa ainda que, na terça-feira, 14, 16 navios estavam atracados nos portos de Paranaguá e Antonina. “Desses, dois operam contêineres; cinco descarregam granéis sólidos de importação; um carrega açúcar em saca; um leva pellets de madeira; três granéis líquidos, e outros quatro carregam granéis de exportação (açúcar, milho, farelo de soja e soja em grão)”, disse a Portos do Paraná. Considerando todos os segmentos, outras 14 embarcações estão programadas para atracar na sequência. Ainda de acordo com a nota, ao largo, 56 navios esperam para operar nos portos paranaenses. Noventa e seis embarcações são esperadas até 24 de abril para carregar ou descarregar em todos os segmentos de carga.
Conforme a nota da Portos do Paraná, nesta semana, em média, cerca de 1.300 caminhões/dia foram recebidos no pátio público de triagem, local onde os transportadores aguardam antes de seguir para descarregar os granéis sólidos de exportação no Porto de Paranaguá. Ainda de acordo com a empresa, durante as 24 horas da segunda-feira, 13, foram 1.561 caminhões recebidos, carregados, principalmente, com soja, mas também milho e farelo de soja.
IstoÉ Online - SP 16/03/2023
As refinarias chinesas processaram 3,3% mais petróleo bruto nos primeiros dois meses de 2023 em comparação com o ano anterior, mostraram dados nesta quarta-feira, estimuladas pela política de exportação de combustíveis e com as refinarias independentes aumentando o processamento em resposta à melhoria das margens.
A recuperação da demanda doméstica por gasolina e combustível de aviação, à medida que mais pessoas viajavam após a eliminação dos controles da Covid-19, também deu apoio à produção das refinarias.
A produção bruta no período de janeiro a fevereiro atingiu 116,07 milhões de toneladas, mostraram dados do Departamento Nacional de Estatísticas, equivalente a 14,36 milhões de barris por dia (bpd).
Isso se compara a 13,98 milhões de bpd no mesmo período do ano anterior e a 14,1 milhões de bpd em dezembro.
A agência combina os dados de janeiro e fevereiro devido ao feriado do Ano Novo Lunar, que neste ano caiu no final de janeiro.
As refinarias estatais foram incentivadas a processar mais para obter lucros na exportação de produtos refinados, após a liberação do governo de um conjunto maior de cotas que levou a um aumento de 74% nas exportações de derivados de petróleo refinados no período janeiro-fevereiro.
As plantas independentes também elevaram as taxas de processamento em 4,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior, para uma média de 67,5% de sua capacidade no mesmo período, segundo a consultoria JLC.
As amplas cotas de importação de petróleo bruto no início do ano e as expectativas de recuperação da demanda downstream sustentaram as taxas operacionais, disseram analistas da JLC.
Dados do NBS também mostraram que a produção de petróleo bruto da China no período de janeiro a fevereiro cresceu 1,8% no comparativo anual, para 34,17 milhões de toneladas (cerca de 4,23 milhões de bpd), enquanto a de gás natural aumentou 6,7%, para 39,8 bilhões de metros cúbicos.
Infomoney - SP 16/03/2023
O petróleo caiu para seu nível mais baixo em 15 meses nesta quarta-feira (15), com a continuação da turbulência bancária e a valorização do dólar americano.
Os futuros do petróleo WTI apagaram os ganhos iniciais, caindo abaixo de US$ 70 o barril pela primeira vez desde dezembro de 2021. Os futuros do Brent também caíram, atingindo uma mínima de três meses.
As ações do Credit Suisse Group despencam e o índice Euro Stoxx Banks tem baixa, alimentando preocupações sobre a economia global e a demanda por petróleo. O relatório mensal do mercado de petróleo da Agência Internacional de Energia também adotou um tom pessimista, prevendo que a oferta global de petróleo deve exceder “confortavelmente” a demanda no primeiro semestre, antes de apertar no final deste ano.
O mercado também está de olho na possibilidade de outro aumento da taxa de juros do Federal Reserve na próxima semana, após o aumento da inflação nos EUA, apesar do impacto no setor financeiro do colapso do Silicon Valley Bank.
Estão se espalhando as preocupações de que mais de uma década de dinheiro fácil, seguida por um aumento acentuado nas taxas de juros, “não terminará bem”, disse Bjarne Schieldrop, analista-chefe de commodities da SEB AB. Vinculando isso ao petróleo, o potencial de restrição do crédito à economia global levaria à redução da atividade econômica e, portanto, a uma menor demanda, disse ele.
Enquanto isso, os dados econômicos chineses mostraram uma recuperação nos gastos do consumidor, na produção industrial e no investimento depois que as restrições ao coronavírus foram suspensas.
O contrato futuro do WTI para entrega em abril caía 1,6%, para US$ 70,16 o barril, em Londres. Já o brent para liquidação em maio tinha baixa de 1,7%, para US$ 76,15 o barril.
O petróleo passou por um ano turbulento, abalado pelo aperto monetário agressivo do Fed e pelo otimismo em torno da recuperação da demanda da China.
Na França, a greve continua, enquanto o ministério de energia da Rússia espera que a produção de petróleo caia este ano, informou a Interfax, citando o ministro Nikolai Shulginov.
Entre os dados do setor, os investidores ficam de olho ainda na divulgação dos dados oficiais de estoque de petróleo dos EUA ainda na quarta-feira, de forma a confirmar o aumento de 1,2 milhão de barris relatado na terça-feira pelo grupo industrial American Petroleum Institute.
Valor - SP 16/03/2023
Vendas de petróleo da Rússia para o exterior caíram em mais de 500 mil barris por dia no mês passado
As receitas da Rússia com a exportação de petróleo caíram 42% em fevereiro na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).
O relatório da entidade mostra que a Rússia exportou o equivalente a US$ 11,6 bilhões em petróleo no último mês, montante 42% menor do que os US$ 20 bilhões obtidos com a venda de petróleo em fevereiro de 2022.
Segundo a AIE, as vendas de petróleo da Rússia para o exterior caíram em mais de 500 mil barris por dia em fevereiro.
O relatório da entidade disse que, embora a produção da Rússia "permaneça próxima dos níveis pré-guerra" no mês passado, as exportações combinadas de produtos brutos e refinados caíram mais de 500 mil barris por dia, para 7,5 milhões de barris por dia.
“Compradores dispostos na Ásia, ou seja, Índia e, em menor grau, China, compraram cargas de petróleo bruto com desconto, mas o aumento das entregas para estes países sugere que a participação do petróleo russo no mix de importações pode estar ficando grande demais”, disse a IEA.
A AIE destaca que Moscou conseguiu em grande parte encontrar novos clientes para os produtos de energia do país após as sanções ocidentais, mas as custas de menor arrecadação.
Os sinais da mudança de clientes ficam evidentes nos tempos de viagem mais longos que os petroleiros russos estão sendo forçados a fazer, segundo a AIE.
“O regime de sanções do G7 tem sido eficaz em não restringir o fornecimento global de petróleo e produtos enquanto restringe a capacidade da Rússia de gerar receitas de exportação”, disse a AIE.
A expectativa da entidade é que a produção de petróleo russa fique em 10,4 milhões de barris por dia este ano, 300 mil barris por dia a mais do que o previsto no mês passado, mas ainda 740 mil barris por dia a menos do que em 2022.
Petro Notícias - SP 16/03/2023
A petroleira australiana Karoon anunciou ao mercado que o início de produção no campo de Patola, na Bacia de Santos, superou as expectativas iniciais. A empresa explicou que o poço PAT-2 entrou em operação em 15 de março, a uma taxa entre 12 mil e 14 mil barris por dia. O início da produção aconteceu após a instalação de uma linha de fluxo submarina e umbilical conectando o poço ao FPSO Cidade de Itajaí e a conclusão das atividades de comissionamento de poço e infraestrutura. A produção do segundo poço do campo, chamado de PAT-1, deverá começar até o final de março.
Após um período inicial de fluxo de produção, que deve durar alguns dias, a produção dos dois poços de Patola deve estabilizar-se entre aproximadamente 10 mil e 15 mil barris por dia, elevando a produção total do bloco BM-S-40 para mais de 30 mil barris por dia, antes do declínio natural. A empresa diz ainda que, dependendo da resposta do reservatório e do aquífero, um dos dois poços de produção pode ser mudado para injeção de água no futuro, enquanto qualquer produção de gás associado de Patola será reinjetada no reservatório de Baúna, através do poço de injeção de gás SPS-89.
O campo de Patola foi descoberto em 2011 pela Petrobrás, por meio do poço exploratório SPS-91. O campo encontra-se em uma lâmina d’água de aproximadamente 280 metros. Em junho de 2021, oito meses após adquirir os ativos do bloco BM-S-40 da Petrobras, a Karoon anunciou sua decisão de prosseguir com o desenvolvimento de Patola.
“Este é o primeiro novo desenvolvimento de campo da Karoon no Brasil e foi entregue sem problemas de segurança de material ou ambientais até o momento. A execução eficiente deste projeto é uma prova de nossas equipes técnicas, operacionais e comerciais no Brasil e na Austrália, trabalhando em estreita colaboração com nossos prestadores de serviços e em colaboração com a Altera & Ocyan, operadora do FPSO [Cidade de Itajaí]”, disse o CEO da Karoon, Julian Fowles. “Gostaria de agradecer a todos que ajudaram a entregar este projeto emocionante, em particular os da sonda de perfuração Noble Developer e a equipe da TechnipFMC, que projetou, fabricou e instalou a infraestrutura submarina de Patola sob um sistema integrado de Engenharia, Aquisição, Construção e Instalação”, acrescentou.
Valor - SP 16/03/2023
Órgão analisa se estatal venderia mais caro o petróleo para refinarias de outras empresas
Pinheiro, do Refina Brasil: “Defendemos que o Cade aplique medida preventiva para garantir acesso isonômico ao óleo” — Foto: Divulgação
A área técnica do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) considerou insuficientes as respostas da Petrobras no processo que investiga práticas anticoncorrenciais na venda de petróleo bruto a refinarias privadas. O órgão pediu que a estatal detalhe contratos de fornecimento de óleo cru às refinarias Mataripe (BA) e Reman (AM), privatizadas nos últimos dois anos, e na Refinaria Clara Camarão (RN), em processo de venda. O Cade analisa se a Petrobras venderia mais caro o petróleo para refinarias de outras empresas em comparação com aquele fornecido às unidades da própria estatal. A estatal nega irregularidades.
A Refinaria de Mataripe foi a primeira privatizada pela Petrobras e passou a ser operada pela Acelen, do fundo Mubadala, em 2021. A Reman foi vendida ao grupo Atem, enquanto a refinaria Clara Camarão teve contrato de venda selado com a 3R Petroleum, mas a transferência ainda não foi concluída.
O processo no Cade foi aberto em meados de 2022, a pedido de distribuidoras, para analisar os preços dos combustíveis vendidos pela Refinaria de Mataripe, assim como avaliar se o preço do óleo cru vendido pela Petrobras a essa refinaria era compatível com o fornecido às refinarias da própria empresa e com o preço de exportação. O Cade concluiu a análise referente aos preços de derivados, mas seguiu com a investigação sobre o fornecimento de óleo bruto. Junto ao pedido para que a estatal apresente mais informações, emitido na semana passada, o Cade também convidou a Agência Nacional do Petróleo (ANP) a se manifestar.
A Petrobras detinha quase toda a capacidade de processamento de petróleo nacional até assinar, em 2019, um termo de cessação de conduta (TCC) com o Cade para ampliar a competitividade no mercado de refino. A companhia se comprometeu a vender oito refinarias e ampliar a competição no mercado, em troca do encerramento de investigações de práticas anticompetitivas nesse mercado que remontavam a 2018. Hoje, refinarias independentes suprem cerca de 20% da demanda nacional por combustíveis, sendo que outros 60% são atendidos pelas refinarias da Petrobras e os demais 20% são oriundos de importação.
No novo processo que tramita no Cade sobre possíveis práticas anticoncorrenciais, a Refinaria de Mataripe acusa a estatal de violar o TCC. A refinaria solicitou entrada como terceira interessada no processo, pedido que foi negado pelo órgão. “O acesso amplo e isonômico ao petróleo nacional por refinadores nacionais é hoje, sem dúvida nenhuma, a principal condição para a construção de ambiente competitivo no refino e, como consequência, para atração de investimentos ao setor e segurança energética do país”, diz a Acelen.
Nas primeiras considerações enviadas ao Cade, a Petrobras argumentou que refinarias privadas têm opções para compra de petróleo. A companhia disse ainda que a venda da refinaria de Mataripe incluiu oleodutos e terminais aquaviários que possibilitam à empresa acessar outros fornecedores.
A Refinaria de Mataripe diz que depende do petróleo fornecido pela Petrobras, pois não há alternativas nacionais viáveis. Argumenta também que a refinaria foi preparada para operar sobretudo com o petróleo nacional, com o uso de navios de menor porte para entrega. Com isso, importações do insumo ficam mais complexas, pois usam navios maiores.
Agora, um novo pedido de entrada como terceiro interessado vai ser feito pela Refina Brasil, associação que reúne as refinarias Riograndense (RS), Dax Oil (BA), SSOil (SP) e Paraná Xisto (PR), além de Mataripe e Reman. Segundo o advogado da associação, Evaristo Pinheiro, a prática de preços diferentes pode configurar abuso de poder. “A Petrobras tem 93% do mercado de fornecimento de óleo e é ao mesmo tempo produtora e refinadora. Isso traz uma preocupação de que a companhia possa praticar condutas que eliminem a concorrência”, diz.
Procurada, a Petrobras disse em nota que o mercado doméstico tem “ampla diversidade de fornecedores”. “Observa-se que os diferentes refinadores independentes já importam cargas de petróleo, assim como suprem suas necessidades com cargas adquiridas de outros produtores nacionais.” A estatal diz que a produção de outras empresas supera a capacidade de processamento dos refinadores independentes e que o cenário é de mercado aberto e de livre concorrência. “A Petrobras, isoladamente, responde por menos da metade do volume de óleo disponível para comercialização”, disse.
Pinheiro, da Refina Brasil, diz que, mesmo com a entrada de novos produtores, a Petrobras ainda domina a distribuição de óleo às refinarias, pois grandes empresas optam por exportar a produção e as menores não têm infraestrutura para chegar aos clientes. “Defendemos que o Cade aplique medida preventiva para garantir o acesso isonômico ao petróleo. Com o óleo competitivo, as refinarias vão poder concorrer, o que pode levar a preços de combustíveis melhores.”
Infomoney - SP 16/03/2023
Os estoques de petróleo nos Estados Unidos cresceram 1,55 milhão de barris, a 480,063 milhões de barris, na semana encerrada em 10 de março, informou nesta quarta-feira (15), o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país. Analistas consultados pelo The Wall Street Journal esperavam alta bem mais tímida, de 100 mil barris.
Os estoques de gasolina caíram 2,061 milhões de barris, a 235,997 milhões de barris, ante projeção de queda de 1,2 milhão de barris. Já os de destilados recuaram 2,537 milhões de barris, a 119,715 milhões, ante previsão de queda de 600 mil barris.
A taxa de utilização da capacidade das refinarias subiu de 86% na semana anterior para 88,2% na mais recente, contra expectativa de alta a 86,5%.
Os estoques de petróleo no centro de distribuição de Cushing tiveram queda de 1,916 milhão barris, a 37,912 milhões de barris. Já a produção média diária dos EUA ficou estável em 12,2 milhões de barris no período.
Associe-se!
Junte-se a nós e faça parte dos executivos que ajudam a traçar os rumos da distribuição de aço no Brasil.
© 2019 INDA | Todos os direitos reservados. desenvolvido por agência the bag.