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16 de Fevereiro de 2023

SIDERURGIA

Valor - SP   16/02/2023

Siderúrgica latino-americana registrou receita de US$ 3,54 bilhões no período, queda de 18,1%

A Ternium registrou lucro líquido de US$ 40 milhões no quarto trimestre, queda de 95,9% na comparação anual. As receitas da siderúrgica latino-americana somaram US$ 3,54 bilhões entre outubro e dezembro, queda de 18,1% sobre o mesmo período de 2021.

A companhia destaca que movimentou 3,02 milhões de toneladas de aço no quarto trimestre, uma alta de 7% na comparação anual. Também movimentou 891 mil toneladas de minério de ferro, queda de 13% no ano.

Segundo a Ternium, a receita por tonelada de aço no quarto trimestre foi de US$ 1.153, queda de US$ 352 sobre na comparação anual, refletindo menor demanda e preços do produto no mercado. Sobre o terceiro trimestre, a retração foi de US$ 211.

No ano, a Ternium registrou lucro líquido de US$ 1,76 bilhão, queda de 53,7% na comparação anual. As receitas somaram US$ 16,4 bilhões entre janeiro e dezembro, alta de 2% sobre o mesmo período de 2021.

A companhia afirma que no primeiro semestre teve bons resultados, impulsionada pelos preços do aço no período, mas que na segunda metade do ano suas margens foram pressionadas.

“A companhia espera que essa dinâmica se reverta gradualmente ao longo dos próximos trimestres, com margens se normalizando em meio a redução de custos e recuperação nos preços do aço”, comentam.

Valor - SP   16/02/2023

O consumo aparente de produtos siderúrgicos, um termômetro importante - soma vendas internas com as importações —, atingiu 2 milhões de toneladas, 10,1% superior ao apurado no mesmo mês de 2022

O Instituto Aço Brasil, que reúne as usinas siderúrgicas instaladas no país, informa que a produção de aço bruto do país recuou 4,9% em janeiro na comparação anual com 2022. Somou 2,78 milhões de toneladas, ante 2,93 milhões de um ano atrás.

Em relação a dezembro passado, um mês atípico e bastante fraco, houve crescimento de 11,1% na produção de janeiro de 2023.

O consumo aparente de produtos siderúrgicos, um termômetro importante - soma vendas internas com as importações —, atingiu 2 milhões de toneladas, 10,1% superior ao apurado no mesmo mês de 2022, indicou a entidade. Contra dezembro, houve alta de 15,6%.

Conforme o Aço Brasil, as vendas internas avançaram 9,2% frente ao apurado em janeiro de 2022, com 1,6 milhão de toneladas. Na comparação com o último mês do ano passado, foi registrada expansão de 16,1%.

Em janeiro, o Brasil exportou 972 mil toneladas, o que representou queda de 17,5% na comparação com janeiro de 2022. Ante o mês de dezembro, a variação foi positiva em 3,1%,

As importações cresceram 27,6% no primeiro mês de 2023, alcançando 377 mil toneladas. Frente a dezembro, registraram alta de 11,5%.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   16/02/2023

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro subiu 1,4% em dezembro na comparação anual e 0,2% ante novembro de 2022, segundo o Monitor do PIB divulgado nesta quata-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O Monitor do PIB-FGV aponta que a atividade econômica cresceu 2,9% no ano de 2022. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) atingiu o maior nível desde a recessão de 2014-2016, enquanto o consumo das famílias foi recorde na série histórica iniciada em 2001.

“O crescimento de 2,9% da economia em 2022 foi influenciado principalmente pelo setor de serviços, que contribuiu com mais de 80% para o bom desempenho da economia. O destaque foi a atividade de outros serviços, que engloba as atividades de alojamento, alimentação, saúde privada, educação privada, serviços prestados às famílias e às empresas. Esta atividade, que foi uma das que haviam apresentado as maiores perdas devido à necessidade de distanciamento social no período da pandemia, impulsionou o PIB de 2022 graças à normalização das atividades sociais e aos estímulos fiscais dados à economia. Apesar deste desempenho positivo, outra característica marcante de 2022 foi a desaceleração do crescimento ao longo do ano. Em consequência dos patamares elevados de juros e de endividamento das famílias, o quarto trimestre do ano encerrou com queda”, afirmou Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB - FGV, em nota oficial.

No quarto trimestre de 2022, o PIB teve retração de 0,2% em relação ao terceiro trimestre de 2022. Na comparação com o quarto trimestre de 2021, o PIB cresceu 1,9% no quarto trimestre de 2022.

O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.

No ano de 2022, sob a ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 4%, puxado pelo consumo de serviços, enquanto o consumo de bens duráveis encolheu.

“Por serem compostos por bens de maior valor agregado [automóveis, eletrônicos, entre outros], os altos níveis dos juros, de certa forma, inibem o consumo desses tipos de bens”, justificou a FGV, em nota.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) teve uma elevação de 1,1% no ano.

“O único componente a retrair em 2022 foi o de máquinas e equipamentos. O desempenho positivo foi devido à construção e ao segmento de outros da FBCF que contribuíram positivamente ao longo de todo o ano”, informou a FGV.

A exportação de bens e serviços registrou crescimento de 6% em 2022, enquanto a importação aumentou 0,9%.

Em termos monetários, o PIB alcançou aproximadamente R$ 9,819 trilhões no ano de 2022, em valores correntes.

“O resultado do PIB de 2022 continua a trajetória de retomada do crescimento iniciada em 2017 e interrompida em 2020 devido a pandemia. O PIB de 2022 finalmente ultrapassou o valor do PIB de 2014, até então o maior desde 2001. A valores de 2022, o PIB per capita equivale a R$ 45.706, valor inferior ao de 2010", completou a FGV. “A valores de 2022, a produtividade da economia foi de R$ 85.105 em 2022. Este resultado é um dos menores da série histórica, inferior à produtividade de 2008", acrescentou.

A taxa de investimento da economia foi de 19,9% em 2022, ante um resultado de 20,2% em 2021.

IstoÉ Dinheiro - SP   16/02/2023

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 15, que é necessário reduzir os juros para destravar os investimentos no Brasil. “Acho que, com 8% de taxa real ex-ante, é difícil navegar”, afirmou, durante evento do BTG Pactual.

As declarações vêm dois dias depois de o Diretório Nacional do PT, partido de Haddad, aprovar uma resolução que orienta as bancadas da sigla na Câmara e no Senado a convocar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para que preste esclarecimentos no Congresso sobre o nível da taxa Selic.

Durante a sua fala, Haddad afirmou considerar melhor “chamar a atenção” para os juros altos do que para as metas de inflação. Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a incerteza em torno do futuro das metas dominou as três reuniões feitas pelo BC com economistas do mercado esta semana.

“É melhor chamar atenção para isso do que para a meta, porque está todo mundo com meta de 3%, sabendo que não vai atingir. Ninguém cumpriu meta no mundo, ninguém cumpriu meta. Pega 2022, ninguém cumpriu. Quem mais se aproximou fomos nós, porque socamos a taxa de juros para lá”, disse o ministro.

Harmonização da política fiscal com a política monetária

O ministro da Fazenda disse que faz parte do seu trabalho harmonizar a política fiscal com a política monetária e construir a narrativa sobre o tema. “Esse jogo de construção de narrativa, de harmonização das políticas fiscais e monetária, de harmonização do discurso do Estado com a sociedade, isso faz parte do trabalho do Ministério da Fazenda, não faz parte do trabalho de um economista necessariamente”, afirmou.

Instantes antes, Haddad havia dito ser necessário compreender que o Brasil não vai levar a inflação de 6,0% para 3,0%, o centro da meta estabelecido para os anos de 2024 e 2025. Ele defendeu que há várias formas de se endereçar a política fiscal e monetária.

O ministro acrescentou considerar que a economia não se trata de uma ciência exata e afirmou que os principais macroeconomistas do mundo reconhecem que o arcabouço teórico é insuficiente para explicar a realidade hoje.

“Você não tem hoje um paradigma teórico que diz ‘olha, esse aqui é o que funciona’. Você tem várias ocorrências desafiando os teóricos”, afirmou o ministro, para quem é necessário “testar o terreno” de um “mundo novo”.
Déficit primário

O ministro da Fazenda disse ainda que o déficit primário do Brasil poderia ficar abaixo de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 caso os efeitos negativos da política monetária apertada não se manifestem este ano. “Se os efeitos deletérios desses 8% de juros real não se fizerem sentir fortemente este ano, coisa que duvido, fora Carf, fora tudo que eu reonerei, fora combustíveis, que a decisão será tomada este mês, fora tudo isso, nós estamos com déficit menor que 1%”, afirmou.

Durante participação no evento do BTG Pactual, Haddad disse que a tendência é de uma melhora progressiva das projeções para o cenário. Ele afirmou que, em janeiro, as receitas do governo já ficaram R$ 19 bilhões acima do previsto, contando R$ 6 bilhões em dividendos que deveriam ter sido pagos pela Petrobras.

O ministro disse que a situação do País é melhor hoje do que há um mês e que as expectativas do mercado estão contaminadas pelo ruído doméstico. “Eu sei que está, lamento que esteja e, mais do que lamentar que esteja, lamento ainda se a autoridade monetária se deixar levar por isso, não é esse o papel”, afirmou.

Haddad acrescentou que o Brasil está em situação favorável do ponto de vista geopolítico e é forte candidato a atrair investimentos, inclusive devido aos processos de nearshoring e à disponibilidade de energia limpa. “Se aproveitarmos a janela, nós podemos ter uma performance melhor do que a economia mundial”, disse.

Americanas

Em meio à tensão entre o Executivo e o Banco Central, o ministro da Fazenda afirmou que a comunicação é constante entre Fazenda e a autoridade monetária e que não vê motivo para se preocupar com esse ruído neste momento. Ele avaliou que o patamar atual dos juros no Brasil trouxe à tona o rombo na Americanas e alertou que outras empresas, mesmo aquelas que estão em dia com compromissos, podem enfrentar problemas similares em um futuro próximo.

Durante a participação no evento CEO Conference, do BTG Pactual, Haddad relatou uma conversa com André Esteves, chairman do banco, em que o banqueiro contou que a Americanas era um problema microeconômico para a instituição – uma das credoras da varejista.

O ministro considerou, contudo, que o problema é macroeconômico, porque o rombo da empresa representa 0,50% do Produto Interno Bruto. Ele também citou que a questão causou estresse e criticou a falta de pronunciamento dos responsáveis pela companhia.

“Aquilo veio à tona por causa da taxa de juros. Podia rolar por três, quatro anos aquela bagunça. Alguma hora ia aparecer. Mas, de repente, a taxa de juros vai de 2% para quase 14% e o corpo boia. O cadáver que estava no fundo do mar sobe e fica tudo exposto”, avaliou. “Mas agora foi um problema de fraude. E daqui a um mês, dois meses, seis meses, será que aquele que se comportou direitinho, pagou seus fornecedores, registrou suas dívidas, será que ele vai suportar isso?”
Juntas

Nesse contexto, o ministro voltou a dizer que as políticas fiscal e monetária fazem parte de um todo que se combina. “Política econômica se harmoniza em função de um objetivo.”

Segundo Haddad, a conversa com o BC é diária, até porque há muitos assuntos que envolvem a autoridade monetária e que estão na Receita Federal ou na Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, por exemplo. “Há muita coisa unânime entre Fazenda, BC e Planejamento. A comunicação nunca deixou de existir e nunca deixará. É ruído, temos que entender que nervosismo toma conta. Não vejo motivo para se preocupar com ruídos. Vamos nos preocupar com problemas reais. Podemos equacionar problemas reais se soubermos construir caminhos.”

Agência Brasil - DF   16/02/2023

O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), teve variação de 0,02% em fevereiro, segundo estudo divulgado hoje (15). O IGP-10 tem como base preços coletados do dia 11 do mês anterior ao dia 10 do mês corrente e serve como prévia para o comportamento da inflação.

Com a alta calculada, o índice acumula aumento de 0,07% no ano e de 2,26% em 12 meses. No mesmo mês do ano passado, o indicador acumulava elevação de 16,69% em 12 meses.

Coordenador dos índices de preços da FGV, o economista André Braz destaca que commodities (bens primários com cotação internacional) e insumos agropecuários continuam influenciando a desaceleração da inflação ao produtor.

De acordo com Braz, na inflação dos consumidores, o destaque foi a variação de preços dos serviços: passagem aérea (de -0,15%, em janeiro, para -3,86%, em fevereiro), aluguel residencial (de -0,44% para -0,55%) e tarifa de telefone móvel (de 0,92% para -0,94%).

Componentes do IGP-10, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,14% em fevereiro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,55%, e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,33%.

Globo Online - RJ   16/02/2023

Ainda que de forma atabalhoada, o presidente Lula venceu o debate da meta de inflação. Em evento do banco BTG Pactual nesta manhã em São Paulo, e na presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, três dos economistas mais influentes do mercado financeiro concordaram que o aumento da meta é necessário, o que certamente terá efeito sobre a pauta do Conselho Monetário Nacional (CMN). Se não na reunião de quinta-feira, no encontro de junho, quando tradicionalmente as metas são definidas.

O economista Rogério Xavier, da SPX Capital, foi quem fez a defesa mais incisiva do aumento da meta. E foi seguido por Luis Stulhberger, do Fundo Verde, e André Jakuski, da JGP Investimentos. Trata-se das três maiores gestoras do país, com mais de R$ 100 bilhões em ativos sob carteira. Segundo Xavier, a redução das metas de inflação foi definida antes dos choques inflacionários da pandemia e da guerra da Ucrânia, que mudaram completamente o cenário. Por isso, diz, não faz sentido que o Banco Central pratique juros reais elevadíssimos para buscar uma meta de inflação de 3% no ano que vem.

- Agora que a gente passou por todas as situações inflacionárias nos últimos anos, com choques de covid, guerra, descarbonização, energia limpa, (desorganização) das cadeias produtivas, o Brasil resolveu fazer 3% de meta de inflação? A meta de inflação, só olhando para ela, que foi acertada há dois anos, está errada – afirmou.

Para Stulhberger a meta é irrealista, embora ele admita que a visão de mudar a meta não é consenso no mercado.

- Concordo 100% com o Rogério. A discussão da meta é cabível e não é o fim do mundo. E não implica em perda de credibilidade. Buscar uma meta irrealista não é uma coisa para o Brasil, no momento que a gente está. Mas precisamos de um arcabouço fiscal crível.

Jakuski também afirmou que a meta está errada:

- Concordo com o Rogério e com o Luis, a meta está errada. Não dá para perseguir esta meta. Acho simplesmente que os juros reais no Brasil são impressionantemente altos e o país não vai dar certo com esses juros.

Desde a entrevista que concedeu à jornalista Natuza Nery, da Globonews, Lula vem defendendo o aumento das metas de inflação. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no entanto, vem alegando que a mudança teria o efeito contrário ao esperado, com piora das expectativas, o que dificultaria do corte de juros.

Na visão de Rogério Xavier, esse argumento não justifica uma meta de inflação que não pode ser atingida nos próximos anos:

- Se as expectativas de inflação de 2024, 2025 e 2026 forem para 4%, então aí os juros não caem? Isso é uma loucura. Tem que fazer a trajetória ser cadente, mas com metas alcançáveis. O custo para a sociedade é imenso, seja financeiro, seja social e político.

Os três economistas também foram enfáticos em defender que o governo precisa apresentar rapidamente o novo arcabouço fiscal. Coube a Xavier dar também o recado mais claro a Haddad sobre a importância desse tema.

- Ninguém tem coragem de chegar ao ministro Haddad e falar: ministro, o problema da meta de inflação é que as pessoas não têm confiança na execução que o senhor está propondo. Mas façam o argumento correto. Falem para o ministro que o pacote que ele fez não é o que a gente acredita que vai entregar uma meta fiscal de superávit primário perto de zero. Mas falem que esse é o motivo, não a meta de inflação - afirmou.

A decisão da meta de inflação é feita pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é composto pelos ministros da Fazenda, Haddad, do Planejamento, Simone Tebet, e o presidente do Banco Central, Campos Neto. Além de propor a mudança, Lula precisaria convencer Tebet, que tem dado sinais de ser contrária a uma mudança na meta.

Exame - SP   16/02/2023

Os patamares elevados de juros e de endividamento das famílias desaceleraram a economia em 2022 e causaram uma retração de 0,2% no Produto Interno Bruto do quarto trimestre, avaliou hoje, 15, a Fundação Getúlio Vargas, na pesquisa Monitor do PIB/FGV.

A estimativa da FGV é que o resultado anual de 2022 apresentou crescimento de 2,9% na economia. A fundação considera a variação um bom resultado, apesar de marcado pela desaceleração ao longo do ano.

A coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, destaca que o setor de serviços contribuiu com mais de 80% do desempenho da economia no ano passado, com destaque para setores como atividades de alojamento, alimentação, saúde privada, educação privada, serviços prestados às famílias e às empresas.

"Esta atividade, que foi uma das que haviam apresentado as maiores perdas devido à necessidade de distanciamento social no período da pandemia, impulsionou o PIB de 2022 graças a normalização das atividades sociais e aos estímulos fiscais dados a economia", disse a economista.

O PIB dos meses de outubro, novembro e dezembro teve uma queda de 0,2% em relação a julho, agosto e setembro, concluindo o caminho de desaceleração da economia ao longo do ano. Mesmo assim, o resultado do 4º trimestre de 2022 ficou 1,9% acima do mesmo período de 2021.

Já no mês de dezembro, a pesquisa da FGV mostra que a economia cresceu 0,2% em relação a novembro; e 1,4%, sobre dezembro do ano passado.

Consumo e investimentos

O consumo das famílias brasileiras alcançou o maior valor desde o início da série histórica e teve uma alta de 4% em 2022, segundo a pesquisa. Apesar disso, o consumo deens duráveis, como veículos e eletrodomésticos de grande porte, teve queda. "Por serem compostos por bens de maior valor agregado, os altos níveis dos juros, de certa forma inibem o consumo desses tipos de bens", avalia a FGV.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), parâmetro para investimentos, cresceu 1,1%, apesar da queda dos gastos com máquinas e equipamentos. Segundo a pesquisa, a construção contribuiu positivamente para esse indicador.

Em relação ao comércio exterior, houve crescimento tanto nas exportações (6%) quanto nas importações (0,9%), ao longo de 2022.

A produtividade na economia, que está em uma trajetória de queda desde 2014, chegou em 2022 a um dos menores valores da série histórica, abaixo do ano de 2008.

Globo Online - RJ   16/02/2023

A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado Federal, estima que a dívida bruta fechará este ano com o equivalente a 78,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Os dados, divulgados nesta quarta-feira, também indicam para a elevação desse patamar para 82,3% do PIB em 2024.

A justificativa dada pela instituição para os números é de que “as incertezas no campo fiscal e o cenaÌ rio econoÌ‚mico mais desafiador influenciam negativamente a dinaÌ‚mica da diÌ vida puÌ blica”.

No último levantamento oficial, o Banco Central mensurou que a dívida bruta do país fechou o ano passado representando 73,5% do PIB — menor proporção desde julho de 2017, quando essa relação era de 73,18%.

O nível está bem distante dos 51,77% registrados pelo BC no final do segundo mandato do presidente Lula, em dezembro de 2010.

O Brasil ganhou o chamado “grau de investimento” pela primeira vez em 2008. Posteriormente, as agências de risco Standard & Poor’s, Fitch e Moody’s, retiram este “selo” entre 2015 e 2016, diante do cenário fiscal do país.

Em entrevista ao GLOBO, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, definiu como meta a retomada do grau de investimento das agências até o fim do mandato do presidente Lula, em 2026.

No relatório divulgado nesta quarta-feira, o órgão fiscal do Senado avalia que seria necessário um superávit primário de 3,8% do PIB em 2023 para a estabilização da dívida, tendo em vista uma taxa real de juros implícita da dívida em 6,1% e crescimento real da economia de 0,9%.

Infomoney - SP   16/02/2023

A produção industrial nos Estados Unidos ficou estável em janeiro (0,0%), após ter registrado queda de 0,6% em novembro e de 1,0% em dezembro, informou nesta quarta-feira (15) o Federal Reserve (Fed). O dado do mês veio pior que as estimativas: o consenso Refinitiv apontava para uma alta de 0,5% no mês.

Em janeiro, a produção manufatureira subiu 1,0% e a produção de mineração subiu 2,0%, após dois meses com reduções substanciais para cada setor. Já a produção de serviços públicos caiu 9,9% no mês, devido à mudança de um clima excepcionalmente frio em dezembro para um clima excepcionalmente quente em janeiro, que deprimiu a demanda por aquecimento.

A utilização da capacidade caiu 0,1 ponto percentual em janeiro, para 78,3%, uma taxa 1,3 ponto percentual abaixo da média de longo prazo (1972-2022).

MINERAÇÃO

Valor - SP   16/02/2023

Com esse desempenho, a matéria-prima passou a exibir baixa de cerca de 4,2% no mês e ganho de 5,3% em 2023

Os preços do minério de ferro andaram praticamente de lado no mercado à vista nesta quarta-feira, mas encontraram fôlego no sentimento positivo quanto à demanda chinesa neste ano para subir no mercado futuro.

No norte da China, segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o preço do minério com teor de 62% de ferro recuou 0,12%, para US$ 123,60 por tonelada.

Com esse desempenho, a matéria-prima passou a exibir baixa de cerca de 4,2% no mês e ganho de 5,3% em 2023.

Os contratos futuros mais negociados na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), com entrega em maio, encerraram a sessão de negócios diurna com valorização de 2,2%, para 865,50 yuan por tonelada.

Além da nova injeção de recursos do Banco Popular da China (PBOC) na economia, o ânimo dos participantes do mercado foi alimentado pela sinalização da australiana Fortescue, uma das maiores mineradoras do mundo, de que a demanda chinesa está robusta e assim deve se manter no curto prazo.

Money Times - SP   16/02/2023

A Vale (VALE3) reporta seus resultados do quarto trimestre de 2022 nesta quinta-feira (16), após o fechamento do mercado.

As expectativas estão relativamente melhores em comparação ao terceiro trimestre, uma vez que analistas do mercado esperam que as mineradoras sejam o destaque positivo do setor de mineração e siderurgia mostre desaceleração nessa temporada.

Segundo a XP Investimentos, os balanços devem vir fortes para mineração e fracos para as siderúrgicas. Para mineradoras de ferrosos, analistas esperam um crescimento de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) maior em relação ao terceiro trimestre, com a linha sendo impulsionada pela alavancagem operacional devido a uma melhor produção.

No caso das siderúrgicas, a corretora projeta uma queda de dois dígitos em base trimestral do Ebitda, refletindo menores volumes e preços de venda, além de custos crescentes.

Os resultados da Usiminas (USIM5) deram um “gostinho” do que esperar para as demais empresa do setor.

Seguindo o cenário projetado pelo mercado, os resultados da Usiminas mostraram um desempenho mais fraco da divisão de aço, com o Ebitda recuando 34% no comparativo trimestral e as margens caindo para 4%. Os volumes domésticos de aço decresceram 7%, enquanto as exportações encolheram 16%.

Enquanto isso, na divisão de mineração, o Ebitda do segmento apresentou um crescimento trimestral de 10%, a R$ 171 milhões, representando 30% do Ebitda consolidado (contra 19% no terceiro trimestre de 2022).
Produção e vendas

A Vale divulgou o habitual relatório de produção e vendas trimestrais neste mês. Referentes ao quarto trimestre de 2022, os números foram mal recebidos pelos investidores, uma vez que a produção acumulada não superou o guidance para o ano.

A Vale atingiu uma produção de minério de ferro de 80,8 milhões de toneladas métricas no quarto trimestre de 2022, queda de 9,9% sobre o resultado do trimestre anterior e um recuo de 1% comparado com o volume registrado no mesmo intervalo de 2021.

No ano, a mineradora acumulou uma produção de 307,8 milhões de toneladas de minério de ferro, abaixo da projeção de 310 milhões de toneladas do ingrediente siderúrgico para 2022. Em relação a 2021, o volume caiu 1,6%.

Apesar disso, analistas preferiram se posicionar em “modo de espera” para dar o benefício da dúvida à Vale nessa safra de resultados.

A Empiricus Research avalia que ainda é necessário esperar a divulgação dos resultados da Vale no quarto trimestre de 2022 para entender melhor o desempenho financeiro da companhia no período.

No entanto, Fernando Ferrer, analista da casa, diz que a aceleração da reabertura chinesa pode ser um “gatilho extra para o nível de preço das commodities e para o desempenho do papel no ano”.

O Inter Research reconhece que, enquanto os dados do quarto trimestre de 2022 mostram que a produção da Vale segue patinando, as vendas chegam como uma surpresa, com finos de minério de ferro e níquel disparando, respectivamente, 24,2% e 31,4% no comparativo trimestral.

Na avaliação do Santander, a Vale, junto com a CSN Mineração (CMIN3), pode ser destaque positivo na temporada de balanços, com as companhias navegando maiores preços realizados e volumes de vendas de minério de ferro.

Faz sentido mencionar que o Santander está do lado otimista do mercado em relação à recuperação da economia chinesa – e, consequentemente, dos preços do minério de ferro.

“Ainda vemos riscos para o minério de ferro pesando para o upside (alta) e reconhecemos que as incertezas relacionadas à atividade econômica global podem continuar pesando nos preços do minério de ferro nos próximos meses”, ponderaram os analistas, em relatório publicado no dia 7 de fevereiro.

“Esperamos que a combinação de uma produção sazonalmente mais fraca do minério de ferro no primeiro semestre de 2023 e graduais melhorias na atividade econômica na China destrave um momentum melhor para os preços do minério de ferro”, completa o Santander.

A instituição projeta preços médios do ingrediente siderúrgico de US$ 100 a tonelada em 2023, com os preços sendo negociados acima desse patamar na primeira metade do ano.
Mercado dividido

A visão mais construtiva do Santander não se aplica a algumas casas. Há especialistas céticos quanto a uma recuperação acelerada do mercado chinês.

O Inter joga desse lado, avaliando que as incertezas sobre a retomada da China continuam elevadas.

Gabriela Joubert, analista-chefe da instituição, defende que é necessário ver dados “mais contundentes” para confirmar se o processo de reabertura dará a guinada que o mercado está esperando.

Joubert cita ainda a crise no setor imobiliário, que tem limitado a demanda por produtos de aço (e, consequentemente, a demanda pelo minério de ferro).

“Os estoques tanto da commodity quanto de produtos siderúrgicos no país tiveram leve alta e podem indicar um período ainda difícil à frente”, comenta a analista, em relatório do início de fevereiro.

O UBS BB continua pessimista em relação a mineradoras e siderúrgicas. Na avaliação do banco, o recente rali do minério de ferro aconteceu mais por especulação sobre a retomada da economia na China. Analistas ressaltam que os fundamentos da demanda ainda estão fracos.

O Estado de S.Paulo - SP   16/02/2023

Sete anos depois de paralisada, a hidrelétrica Risoleta Neves, que tem a mineradora Vale como sua maior acionista, vai voltar a funcionar – após ter a sua estrutura afetada pela lama da barragem da mineradora Samarco, que tem a própria Vale como sócia.

A usina pertence ao consórcio Candonga, do qual a Vale é dona de 77,5%, e a Cemig, de 22,5%. Em novembro de 2015, a hidrelétrica ficou completamente inviabilizada, ao ter seu reservatório invadido pela lama da Samarco, na tragédia ambiental que matou 19 pessoas. A usina ficava no caminho da barragem do Fundão, que se rompeu em Mariana (MG) lançando milhares de toneladas de rejeito de minério de ferro sobre a mata e o Rio Doce. A lama varreu 40 municípios, até chegar ao Atlântico, no litoral do Espírito Santo.

Nos últimos sete anos, o consórcio Candonga e a Fundação Renova trabalharam na remoção dos rejeitos. Cerca de 50 milhões de metros cúbicos de rejeito foram liberados da barragem do Fundão. Parte ficou retida no reservatório da usina. Os rejeitos que não ficaram retidos nessa barragem seguiram pelo curso do Rio Doce, percorrendo cerca de 600 quilômetros, até sua foz em Linhares (ES), onde chegou ao oceano.

No fim do ano passado, com a conclusão dos trabalhos de retirada de milhares de toneladas do lixo, o consórcio recebeu sinal verde para encher, novamente, o reservatório da usina com a água do rio e, agora, dar início à operação.

“A Samarco informa que o reenchimento do reservatório foi iniciado e concluído em dezembro de 2022, conforme previsto”, declarou a empresa, por meio de nota. “A empresa executou as obras civis e intervenções necessárias para o restabelecimento das condições de operação da usina hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga), em atendimento à Licença de Operação concedida pelo órgão ambiental.”

A reportagem tentou, insistentemente, ouvir o consórcio Candonga sobre o assunto, mas não obteve resposta até a publicação deste texto. A empresa não esclareceu a data específica de início de operação da usina, tampouco o destino dos mais de R$ 500 milhões que recebeu desde 2015, mesmo com a usina paralisada, sob alegação de que não teve culpa pelo acidente e que, por isso, tinha de continuar a ser paga, apesar de não gerar mais energia.

Esses pagamentos foram parar na Justiça. Até o fim de 2021, a Vale já tinha recebido mais de R$ 500 milhões em relação à energia que não entregou, mas que foi paralisada pela tragédia causada por sua própria empresa em sociedade, a Samarco.

A paralisação total da hidrelétrica levou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), naturalmente, a pedir a suspensão dos pagamentos para a usina Risoleta Neves, já que esta não poderia gerar mais energia. A Vale, no entanto, não só recorreu do processo administrativo da agência como entrou na Justiça e conseguiu uma decisão para manter o pagamento ao consórcio Candonga, para que continuasse a receber normalmente – por meio de repasses feitos por um mecanismo contábil do setor elétrico, que é compartilhado por todas as hidrelétricas do País.

Na prática, todas as usinas pagaram as mensalidades para a usina Risoleta Neves – um custo que, depois, foi gradativamente repassado aos consumidores de energia do Brasil, por meio da conta de luz. Os dados da Aneel apontam que a situação já tinha gerado, até 2021, prejuízo direto ao consumidor superior a R$ 100 milhões.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) impôs uma dura derrota à mineradora Vale e decidiu que a companhia terá de devolver cada centavo que tem recebido mensalmente, desde 2015, por uma hidrelétrica de sua propriedade que não entrega energia há seis anos.

A Vale não quis comentar o assunto. A Samarco afirmou que mais detalhes seriam obtidos com o consórcio Candonga, que nada disse.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   16/02/2023

Acordo anunciado pela Casa Branca nesta quarta-feira (15) prevê pelo menos 7.500 estações de carregamento da Tesla para todos os usuários de veículos elétricos até o final de 2024

A Tesla abrirá parte de sua rede de carregamento nos EUA para veículos elétricos de outras empresas, já que a Casa Branca e o bilionário Elon Musk procuram melhorar os laços.

Como parte de um acordo anunciado pela Casa Branca nesta quarta-feira (15), pelo menos 7.500 estações de carregamento da Tesla em território americano estarão disponíveis para todos os usuários de veículos elétricos até o final de 2024.

O objetivo é dar aos proprietários de veículos elétricos mais liberdade para viajar, e incluirá pelo menos 3.500 estações Supercharger da Tesla - que tendem a ficar perto de rodovias - bem como seus "carregadores de destino" de nível 2, mais lentos, em locais como hotéis e restaurantes.

Com o acesso a bilhões de dólares do governo federal dos EUA destinados à expansão da rede de carregadores do país em jogo, a Casa Branca e Musk procuram descongelar as relações que foram tensas durante a maior parte da presidência de Joe Biden.

No início de 2022, Musk chegou a acusar o presidente dos EUA de ser “incapaz de dizer a palavra 'Tesla'” depois que a Casa Branca fez um anúncio que destacou os concorrentes de Detroit. Uma melhor relação poderia ajudar a Tesla a utilizar o financiamento de US$ 5 bilhões do governo federal para construir sua rede nacional de carregamento.

Todos os motoristas de veículos elétricos poderão acessar as estações usando o aplicativo ou site da Tesla, disse a Casa Branca.

A Tesla também será obrigada a disponibilizar seus dados para aplicativos de terceiros, o que significa que os motoristas não precisarão baixar o aplicativo da Tesla para acessar os carregadores.

A Tesla também triplicará sua rede de Superchargers, fabricados em Buffalo, Nova York, de acordo com o comunicado da Casa Branca.

A Tesla é uma das 16 empresas que fornecerão 100.000 carregadores adicionais à rede dos EUA, de acordo com a Casa Branca. Outros participantes desta lista incluem uma parceria formada pela Hertz Global Holdings e BP, bem como um grupo formado pela General Motors, Pilot Company e EVgo Inc.

Para acessar o financiamento federal, os carregadores de veículos elétricos precisam ter tipos de plugue consistentes, níveis de energia e um número mínimo de carregadores capazes de suportar carregamento rápido, juntamente com requisitos de confiabilidade. Locais, preços, disponibilidade e acessibilidade também precisarão ser públicos, juntamente com outros requisitos.

O coordenador de infraestrutura da Casa Branca, Mitch Landrieu, disse a repórteres que o governo está tentando combinar seus esforços com empresas privadas para garantir que haja uma rede nacional “que funcione para todos, em todos os lugares, independentemente do tipo de carro ou Estado em que estejam”.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Infomoney - SP   16/02/2023

O volume total de pedido de hipotecas nos Estados Unidos caiu 7,7% na semana passada, em comparação com a semana anterior, de acordo com o índice ajustado sazonalmente da Mortgage Bankers Association (MBA). A taxa de juros média para hipotecas de 30 anos interrompeu uma sequência de quedas e subiu para 6,39% na semana, de 6,18% no período anterior.

Segundo Joel Kan, vice-presidente e vice-economista chefe da MBA, as taxas de hipotecas foram impulsionadas pelas expectativas do mercado de que a inflação persistirá no país, o que exigirá do Fed a manutenção da política monetária restritiva por mais tempo.

Ainda segundo a MBA, os pedidos de refinanciamento de empréstimos imobiliários caíram 13% na semana e estão 76% mais baixos do que na mesma semana do ano anterior.

Monitor Digital - RJ   16/02/2023

A construção civil é um dos motores da economia brasileira. Somente em empregos diretos, são mais de 2,5 milhões e uma contribuição de R$ 700 bilhões para o Produto Interno Bruto (PIB), segundo os indicadores produzidos pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com a Associação Brasileira de Incorporações Imobiliárias (Abrainc).

São, sem dúvida, números superlativos, o que leva ao questionamento de como o setor irá se comportar em 2023. É natural que o desempenho acompanhe a economia, o que neste caso seria motivo para pessimismo, uma vez que, de acordo com projeções do Banco Central, pode ocorrer uma desaceleração, com uma inflação prevista de 5% e um incremento de apenas 1% no PIB.

No entanto, o histórico recente e os dados disponíveis até o momento podem apontar o sentido contrário. O setor vem de resultados positivos e, ao mesmo tempo, as sinalizações do novo governo dão conta de que serão feitos investimentos e estímulos, especialmente no que diz respeito a moradias populares.

Embora ainda não existam dados consolidados de 2022, os números dos três primeiros trimestres do ano passado apontam para resultados muito positivos. Entre janeiro e setembro do ano passado foram comercializadas mais de 112 mil unidades, um avanço de 13% em relação ao período anterior.

E, embora o número de lançamentos tenha diminuído em quase 5%, as vendas líquidas cresceram 14%. Isso significa um estoque menor, que – somado a alta dos juros – pode constituir aumento nos preços em 2023.

Levando em consideração que, de acordo com os dados de 2022, a maioria das unidades comercializadas (71%) estava vinculada ao programa Casa Verde Amarela, vislumbramos um 2023 mais difícil para os segmentos médio e principalmente para o de alto padrão, já que para este perfil de consumidor a preferência em cenário de taxa básica de juros próximo a 14% é alocar os recursos no mercado financeiro em detrimento a aquisição de imóveis.

Devemos lembrar que em 2021, e com consequente reflexo em 2022, o mercado se beneficiou pelas baixas taxas de juros aplicadas aos financiamentos. Naquele período, a pressão inflacionária era menor, o que não ocorre agora. As taxas de juros aumentaram, consequentemente, dificultando o acesso ao crédito pelos consumidores e não há sinais de que devam cair em um curto espaço de tempo.

Mesmo com os bons resultados de 2022, o efeito da alta dos juros já foi sentido a partir do segundo trimestre do ano passado. As vendas, em comparação com 2021, seguiram crescendo, mas em um ritmo menos acelerado, com um incremento de apenas 1,4%. Da mesma forma, os financiamentos caíram 31,6%. Além dos juros, os preços também estão maiores, já que o aumento no preço dos insumos tiveram que ser repassados.

Com valores maiores e financiamentos mais caros, a indústria volta seus olhos às moradias populares. Em 2023, o novo governo rebatizou o programa, que voltou a se chamar Minha Casa Minha Vida e promete mais investimentos. O valor investido ao longo dos últimos anos demonstra que o programa foi enfraquecido, saindo de R$ 1,5 bilhão em 2020 para R$ 1,2 bilhão em 2022. Mesmo assim, seguiu sendo o que registrou maior volume de vendas nos primeiros nove meses de 2022.

Mesmo tendo em vista uma economia em desaceleração e juros que permanecerão altos, o panorama segue sendo positivo, até pelo histórico. O ano de 2021 foi o melhor da história para o setor e, mesmo com uma desaceleração, 2022 foi o segundo melhor. Ainda que o número de lançamentos de médio e alto padrão diminua, há uma real expectativa de que as habitações acessíveis seguirão puxando o mercado para os bons resultados.

O novo Governo Federal já sinalizou que os subsídios para o novo Minha Casa Minha Vida serão na ordem dos R$ 10 bilhões. Há que se lembrar ainda que, ao apagar das luzes do governo anterior, foram decretadas algumas medidas que também ajudarão a manter o mercado aquecido. Entre elas está a utilização do FGTS futuro para ampliar a capacidade de compra do trabalhador, aumento do teto no valor máximo do imóvel e ampliação das faixas beneficiadas.

Diante de todo este cenário, é possível afirmar, com confiança, de que a construção civil seguirá sendo um dos motores da nossa economia em 2023, além de um dos grandes geradores de emprego do país. Os resultados dos últimos anos demonstram a resiliência de um dos setores que menos foi afetado pela crise gerada pela pandemia da Covid-19.

As perspectivas para o segmento são positivas, embora ainda haja preocupação dos executivos em relação ao controle da inflação e redução da taxa básica de juros. No entanto, passar pela pior fase da pandemia com crescimento demonstra a força deste setor e o quanto ele pode contribuir para a economia em 2023.

O Estado de S.Paulo - SP   16/02/2023

O anúncio da retomada pelo Minha Casa, Minha Vida (MCMV) foi visto pelo setor da construção civil como uma sinalização importante do governo de que dará ênfase à habitação social nos próximos anos. Por outro lado, as empresas só devem seguir na empreitada quando houver mais clareza sobre a fonte de recursos para abastecer o programa.

“Precisamos aguardar mais dados para poder ter uma avaliação correta”, disse o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, em entrevista ao Estadão/Broadcast ontem. “O que tivemos foi uma sinalização importante do governo, que mobilizou uma série de ministros para mostrar que estão empenhados”, afirmou.

Na terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva relançou o MCMV, que havia sofrido alterações e sido rebatizado de Casa Verde e Amarela no governo Bolsonaro, em 2020. A gestão petista trouxe de volta a faixa 1 do programa, que atende à população mais pobre. Ela vai contemplar famílias com renda bruta de até R$ 2.640 por mês e tem como meta contratar 2 milhões de moradias até 2026. A faixa 1 foi extinta no governo Bolsonaro sob a justificativa de falta de recursos para bancar as obras, que eram até 95% subsidiadas pela União. Já as outras faixas do programa continuaram funcionando porque têm porcentuais menores de subsídios e contam com financiamento originado no FGTS.

Na cerimônia de terça-feira, não se falou nada sobre a origem do dinheiro para as novas obras. Nos bastidores, o que se fala é que seriam investidos R$ 10 bilhões no Orçamento.

O presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Ely Wertheim, defendeu que a retomada da faixa 1 precisa vir acompanhada de uma definição da fonte orçamentária. “A faixa 1 precisará ter orçamento suficiente e resolver problema de obras atrasadas”, afirmou, ao ser questionado sobre o tema durante entrevista coletiva. “Apesar de ser uma questão social importante, ela requer orçamento e subsídio. Esse é um tema que depende da sociedade toda. A iniciativa privada não vai resolver a questão faixa 1", disse Wertheim.

Obras paradas

O governo Lula planeja retomar neste ano 37,5 mil unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida que estavam paralisadas. A ideia é que os trabalhos em 10,8 mil casas sejam reiniciados nos primeiros 100 dias de governo, e as outras 26,7 mil unidades sejam contempladas no restante do ano.

Atualmente, existem cerca de 186 mil unidades habitacionais não concluídas na faixa 1, sendo 170 mil nas modalidades Empresas, Entidades Urbanas e Entidades Rurais e outras 16 mil na modalidade Oferta Pública. Desse total, uma parcela de 83 mil empreendimentos estão com as obras paralisadas. Segundo o Ministério das Cidades, ocupação irregular, pendências de infraestrutura, abandono da construtora e indícios de vícios construtivos estão entre as causas do problema.

Valor - SP   16/02/2023

Economista Gabriel Leal de Barros diz que faltam detalhes para calcular custo fiscal

Gabriel Leal de Barros: quanto maior o público atendido, “mais elevado tende a ser o custo fiscal do programa” — Foto: Divulgação

Publicada na quarta-feira, 15, a Medida Provisória 1.116, que trata do relançamento do Minha Casa, Minha Vida foi bem recebida pelo mercado imobiliário. Ainda faltam informações importantes sobre a política habitacional, como a curva de subsídios do programa, mas já era esperado que o texto não trouxesse esses detalhes. A falta de definição também prejudica a avaliação do impacto fiscal da medida.

Segundo José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a MP é o “primeiro passo da caminhada” do programa, que dá embasamento jurídico para as próximas etapas, muitas das quais dependem do Ministério das Cidades. “Sendo otimista, os primeiros conjuntos habitacionais serão contratados em agosto ou setembro”, afirma.

Ely Wertheim, presidente-executivo do Secovi-SP, destaca que a medida foi bem-recebida e afirma que o setor vai enviar sugestões pontuais de melhorias. Há dúvidas sobre a necessidade de contratação de uma série de seguros pelos empreendedores, por exemplo, que consta na MP. Wertheim afirma que isso ainda precisa ser estudado e que pode trazer “eventual aumento de custos”.

A ampliação da renda máxima permitida para a faixa 1 do MCMV, que antes era de R$ 1.800 e, durante o Casa Verde e Amarela, foi de R$ 2.400, foi destacado pelos analistas de mercado imobiliário do BTG Pactual, em relatório, por representar um custo de 0,5 ponto percentual nas taxas de financiamento imobiliário para famílias que ganham entre R$ 2.400 e R$ 2.640 ao mês.

A nova faixa, aliada às atualizações recentes do programa e a possibilidade de financiar o imóvel em 35 anos, em vez de 30, mantém os analistas com visão positiva para as incorporadoras do segmento econômico em 2023.

Sergio Cançado, sócio-diretor da incorporadora Holos, que atua nas faixas 2 e 3 do programa, ressalta que a visão do governo de privilegiar a implantação de empreendimentos em regiões já abastecidas por infraestrutura nas cidades é um ponto positivo. “Diferentemente da primeira versão do programa, com empreendimentos longe dos centros urbanos, que tinham custo muito grande para a cidade”, afirma. “As pessoas não moravam com a qualidade de vida que todos buscam”.

O empresário aguarda que detalhes do programa sejam divulgados, como uma correção do valor máximo para venda de unidades, hoje em R$ 264 mil em São Paulo. Há ainda a expectativa de aumento no teto da faixa 1, que era de R$ 96 mil, para “pelo menos R$ 170 mil”. “Em São Paulo não se faz nem reforma com R$ 96 mil”, afirma.

Pesquisa publicada em janeiro pela equipe da analista Fanny Oreng, do Santander, apontava que 83% das empresas participantes não tinham a intenção de atuar na faixa 1 do MCMV. Dos 17% que topariam, só fariam isso se fossem feitas mudanças na faixa, para evitar problemas que ocorreram no passado, como atrasos nos repasses. O setor demandava pagamentos adiantados, depositados em uma conta caucionada.

Essa condição aparece novamente em relatório publicado pela analista nesta terça-feira, após reuniões com as incorporadoras Direcional, Cury e Tenda.

Para Martins isso não será permitido pelo Tribunal de Contas da União. “Tem que ter um meio-termo”, afirma. Segundo ele, não cabia à MP entrar nessa questão, que ainda precisa ser debatida.

Luiz Mauricio Garcia, diretor-financeiro da incorporadora Tenda, afirma que a faixa 1 é “certamente relevante” para a companhia, mas que ainda se tem poucos detalhes sobre seu funcionamento.

Ele destaca como pontos positivos do que foi divulgado para o MCMV, até agora, a cobertura de crédito do Fundo Garantidor Habitacional, que vai permitir à Caixa ampliar a concessão de crédito e diminuir a necessidade de subsídios das famílias, estímulos ao cumprimento da função social de terrenos ociosos nos centros urbanos e a possibilidade da União buscar dívidas como “social bonds” para serem alternativas aos recursos do FGTS, que sustentam as faixas 2 e 3 do programa.

As ações das incorporadoras de baixa renda reagiram bem ao relançamento do programa. Todas apresentaram alta nesta quarta-feira, com destaque para a MRV&Co, que subiu 5,69% (R$ 6,50), a Plano&Plano, com alta de 4,55% (R$ 4,37), e a Tenda, com 3,17% (R$ 4,23).

O custo final aos cofres públicos da nova versão do Minha Casa Minha Vida ainda depende da definição de parâmetros de enquadramento das faixas de renda, avalia o economista-chefe da Ryo Asset, Gabriel Leal Barros.

A definição de renda bruta familiar para enquadramento nessas faixas de renda ainda depende do Ministérios das Cidades, nota Barros. Os critérios, a serem escolhidos, mudam a estimativa de público atendido e, quanto maior for ele, “mais elevado tende a ser o custo fiscal do programa, dado o preço médio das residências e subsídio”, diz.

“A única opção para o custo ficar limitado em R$ 10 bilhões é o ministério definir que o critério será o gasto total, e não o atendimento da quantidade de famílias elegíveis”, diz Barros.

FERROVIÁRIO

Grandes Construções - SP   16/02/2023

O Marco Legal Ferroviário, que permitiu um novo regime de autorizações ferroviárias desde 2021 à iniciativa privada, é um tópico que permanece em alta entre os atores do setor ferroviário, que há anos pleiteiam mais atenção ao modal.

Há consenso que o transporte de cargas e passageiros sobre trilhos demanda uma ampliação de investimentos em infraestrutura para o equilíbrio da matriz de transportes do país e, consequentemente, o desenvolvimento socioeconômico nas diversas regiões.

O analista legislativo do Senado, Leonardo Cezar Ribeiro, à frente da recém-criada Secretaria de Transportes Ferroviários do Ministério dos Transportes, destacou a importância do modelo de autorizações e defendeu ser preciso avançar no campo infralegal, com regulamentações e aperfeiçoamentos para tirar os investimentos do papel.

“Avançar com segurança jurídica, previsibilidade e transparência faz com que tenhamos uma governança alinhada às boas práticas”, disse.

O coordenador do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário do Governo Paraná, Luiz Henrique Fagundes, avalia que a modalidade de autorização vai proporcionar um grande avanço ao setor nos próximos anos.

“Alguns estados já estão seguindo o modelo federal a partir da lei que torna os investimentos ferroviários menos burocráticos e mais atrativos. Esse marco legal vai proporcionar um salto no crescimento do modal ferroviário no Brasil”, afirmou.

Por sua vez, o diretor executivo da Associação Nacional das Ferrovias Autorizadas (ANFA), José Luis Vidal, já declarou que a implantação de novas ferrovias significa diminuir o “Custo Brasil”, relacionado à logística no transporte de cargas, aumentando a eficiência.

Segundo ele, as autorizações ferroviárias, de iniciativa e financiamento privado, “além de altamente convergentes com as soluções ESG, são fundamentais para a necessária ampliação da participação ferroviária na matriz nacional de transportes”.

Vidal ressaltou que o modelo de autorizações tem potencial de agregar avanço real para o setor ferroviário. A estimativa aponta investimentos de R$ 240 bilhões nos próximos dez anos, o que representa 15 vezes mais que os R$ 16 bilhões investidos na última década.

O tema será debatido no Congresso NT Expo, que acontece de 28 de fevereiro a 2 de março no São Paulo Expo, em São Paulo, durante a 23ª edição da NT Expo – Negócios nos Trilhos, que também aborda tecnologia, VLT e trens regionais, dentre outros assuntos.

Serviço:
23ª NT Expo – Negócios nos Trilhos
Data: 28 de fevereiro a 2 de março
Local: São Paulo Expo
Horário: 13h às 20h

NAVAL

A Tribuna - SP   16/02/2023

Com a supersafra de grãos batendo na porta e a estimativa de que o Brasil atingirá pela primeira vez a história marca de 300 milhões de toneladas de grãos, o Governo Federal preparou um pacote de investimentos de R$ 2,7 bilhões para as rodovias que fazem parte da rota de exportação de soja, milho, açúcar e outros cereais rumo os portos do Sudeste, em especial Santos e Vitória (ES), e do Arco Norte, com foco em Santarém (PA), Vila do Conde (PA) e Itaqui (MA).

O valor foi definido na última semana, após reunião de integrantes dos ministérios dos Transportes, Agricultura e Portos e Aeroportos. "Esses R$ 2,7 bilhões são só para rodovias diretamente ligadas à exportação do agronegócio", disse o ministro dos Transportes, Renan Filho.

A preocupação do Governo é deixar em ordem as estradas e vias importantes para o escoamento, diante da expectativa de safra recorde. Haverá entregas e retomada de obras, licitações, assinatura de ordens de serviço e dos trabalhos de manutenção nas principais rotas rodoviárias.

O escoamento da safra deve ter seu fluxo intensificado nas rodovias federais a partir desta semana, atingindo o pico entre março e abril. A expectativa é de que 141 milhões de toneladas de produtos sejam destinadas ao comércio exterior neste ano. Esse volume corresponde a 48% das exportações e é capaz de alimentar até 800 milhões de pessoas, ou 10% da população mundial.

De acordo com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a tendência é de que, com o avanço na condição das rodovias, haja uma redução no custo do frete. Segundo ele, de dezembro para cá, o item subiu 30% no Brasil. O plano de obras emergenciais para garantir o escoamento prevê recursos para rodovias como a BR-158 e a BR-163. "Todas as produções agrícolas serão coberturas pelo plano emergencial de Transportes", comentou Fávaro.

Renan Filho destacou a capacidade de investimentos do Ministério dos Transportes neste ano, que ganhou força após a aprovação da PEC da Transição. De acordo com o ministro, R$ 600 milhões já foram pagos pela pasta em contratos de manutenção, com expectativa de que em fevereiro sejam investidos entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão.

Questionado sobre os investimentos nas áreas portuárias, o ministro Márcio França destacou que as companhias docas têm orçamentos próprios capazes de injetar recursos para melhoria de infraestrutura dos portos brasileiros.

"Vamos usar também desse orçamento para fazer as obras. Essa ideia de acumular dinheiro para deixar as companhias ricas e depois vendê-las era uma ideia sem nexo", disse em referência ao projeto de desestatização de estatais como a Santos Port Authority (SPA), gestora do Porto de Santos.

CNN Brasil - SP   16/02/2023

O Tribunal de Contas da União (TCU) liberou nesta quarta-feira (15) a privatização dos portos de São Sebastião (SP) e de Itajaí (SC).

Em votação unânime, os ministros do órgão de controle não apontaram nenhum impedimento aos leilões e deram aval à continuidade dos dois projetos, que foram desenhados pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O aval do TCU joga a decisão para o novo governo, que se opõe à desestatização das administrações portuárias. O ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), já deixou claro, em diversas ocasiões, que não levará adiante a privatização do porto de Santos (SP) — o maior da América do Sul.

A posição do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Santos contrasta com a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi responsável pela estruturação do projeto enquanto era ministro da Infraestrutura e ainda tenta evitar o engavetamento da privatização.

A privatização de Santos, no entanto, ainda não foi destravada no TCU. O tribunal chegou a iniciar a análise do caso, em dezembro do ano passado, mas houve pedidos de vista. Com isso, uma decisão final está pendente.

Agora, as desestatizações de São Sebastião e de Itajaí estão liberadas. Fontes do Ministério de Portos e Aeroportos afirmaram à CNN que a avaliação da pasta continua igual: terminais portuários e serviços específicos (como a dragagem dos canais aquaviários e acessos terrestres) podem ser concedidos à iniciativa privada, mas não a administração dos portos em si.

Embora sejam portos de titularidade da União, São Sebastião teve sua gestão delegada ao governo de São Paulo e Itajaí tornou-se uma responsabilidade da prefeitura local, por meio de convênios. A prerrogativa de mantê-los como estatais ou privatizá-los é federal.

Na prática, os portos funcionam como shopping centers. A autoridade portuária, normalmente representada por Companhias Docas, é como se fosse a administração do condomínio.

Os terminais — de contêineres, de combustíveis, de grãos e assim por diante — são como as lojas do centro comercial, que têm tamanhos diferentes e são especializadas em um tipo de carga.

Até agora, a experiência brasileira envolve a desestatização de apenas uma administração portuária: a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), que teve contrato assinado e gestão repassada à iniciativa privada em setembro de 2022.

PETROLÍFERO

O Estado de S.Paulo - SP   16/02/2023

No Brasil há 110 anos, a Shell prevê que a última gota de petróleo extraída pela empresa no mundo deve vir daqui, onde ainda pretende operar por muitos anos e completar a transição energética para fontes renováveis. Para tanto, o presidente da companhia no Brasil, Cristiano Pinto da Costa, diz que o País precisa acelerar as licenças para investimentos em petróleo e gás e correr com o marco regulatório da energia eólica offshore (em alto-mar), sob risco de o capital que poderia ser investido no Brasil ir para outros países onde a empresa atua.

“O Brasil é hoje para a companhia um país prioritário”, afirma Pinto da Costa na primeira entrevista exclusiva desde que assumiu a direção da empresa, em agosto de 2022. Engenheiro químico de formação, o executivo está há 18 anos na petroleira e atuou na sede, em Londres, e em praças como Haia e Houston, antes de voltar ao Brasil, em 2018.

“A Shell continua a ter muito investimento nos campos onde atua (no Brasil), além de novas unidades de produção. O E&P (exploração e produção) ainda é e vai continuar a ser o carro-chefe da companhia no Brasil, mas damos passos concretos para abrir novas frentes de negócios, em linha com a estratégia do grupo de já se preparar para a transição energética”, diz.

Atualmente, a Shell tem 14 navios-plataforma ativos, outros três já contratados e mais três planejados para serem incorporados no futuro. “Visualizamos 20 unidades de produção até o fim da década”, comenta o presidente da Shell no Brasil.

Investimentos

Sem faltar a nenhum leilão no Brasil desde 1999, quando começaram as licitações de exploração de petróleo e gás no setor, quebrando o monopólio de décadas da Petrobras, a Shell é hoje a maior produtora de petróleo privada no Brasil, com média de 400 mil barris diários. O recorde, de 448 mil barris em um dia, aconteceu em 9 de outubro do ano passado. E a tendência é crescer.

A lista de 32 países onde a Shell produz petróleo atualmente será reduzida para nove, e o Brasil está entre os escolhidos. Também estão na lista Brunei, Estados Unidos, México, Reino Unido, Nigéria, Cazaquistão, Omã e Malásia. Com isso, os investimentos locais também devem subir, afirmou Costa.

“Quando tem uma concentração do número de países, o porcentual por país vai subir. Então, proporcionalmente, é capaz de que isso aconteça”, avalia.

O motivo para o otimismo é a grande produtividade dos campos do pré-sal, onde está desde o começo em parceria com a Petrobras. Como exemplo, Costa destaca a produção da plataforma Mero 1, na Bacia de Santos. “É um FPSO (unidade flutuante de armazenamento e transferência) enorme, de 180 mil barris, que atingiu o platô em pouco mais de oito meses de produção com apenas quatro poços. É difícil achar algo parecido no mundo”, disse.

O executivo aponta que, quanto maior a produtividade de um campo, mais baixa a intensidade de carbono gerado por barril comparado a outros países, o que ajuda a prolongar a vida da produção no Brasil.

“Do ponto de vista competitivo, tanto de custo de produção quanto de intensidade de carbono, os barris de petróleo produzidos em águas profundas no Brasil e no pré-sal vão ser os mais competitivos e consequentemente os mais resilientes no longo prazo. Outras fontes de produção de óleo e gás vão fechar antes. A nossa vai ser uma das últimas”, prevê.

Futuro da exploração

Pinto da Costa reforça que a Shell segue com o foco na exploração das bacias de Campos e Santos, onde tem perfurações marcadas. Mas não descarta uma fronteira que o País ainda não explorou devido a questões ambientais: a Margem Equatorial. Para Costa, é preciso verificar se existe potencial a ser realizado na região, principalmente depois de grandes descobertas em países fronteiriços, como Guiana e Suriname. Ele destaca que este será um dos grandes temas a serem tratados pelo governo Lula por ser estratégico e atrair investimentos, empregos e impostos.

“Dentro do Brasil, ainda há potencial exploratório em Campos e Santos, mas o País vai ter de começar a olhar em outras bacias porque está ficando claro para todos que o potencial de Santos e Campos está chegando no seu limite”, avalia.

Nos últimos cinco anos, a Shell Brasil investiu R$ 36 bilhões no Brasil, com uma média anual de US$ 1 bilhão a US$ 2 bilhões. A produção brasileira corresponde a algo entre 10% e 12% da produção global da petroleira. No mundo, a empresa investe anualmente entre US$ 7 bilhões e US$ 8 bilhões no negócio de upstream (exploração e produção) e de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões em energia renovável, além de US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões no braço de gás e petroquímica.

Eólica offshore

O executivo acrescenta que a companhia gosta de fechar parcerias para dividir riscos e não será diferente se houver decisão pela entrada na geração de energia eólica offshore. Um exemplo é o memorando de entendimento assinado com a Eletrobras, no fim do ano passado, para avaliar oportunidades no setor.

Na avaliação do executivo, os projetos só devem sair do papel no fim desta década. Mesmo assim, se o marco regulatório que tramita na Câmara dos Deputados resultar atrativo para os vultosos investimentos previstos. A Shell já protocolou no Ibama projetos de eólica offshore para as costas de seis estados brasileiros, com capacidade instalada prevista de 17 gigawatts (GW).

“Se o Brasil conseguir nos próximos 12 a 18 meses a validação do marco regulatório (de eólica offshore) e publicar o primeiro leilão de áreas para a exploração, não estaremos atrasados (com relação ao mundo). Mas isso é uma corrida. Quanto mais tempo o Brasil demorar a avançar com o marco regulatório, quanto menos competitivo esse marco regulatório for, mais o dinheiro vai para outros lugares”, diz Pinto da Costa.

Infomoney - SP   16/02/2023

O presidente da Petrobras (PETR3;PETR4), Jean Paul Prates, disse a parlamentares da bancada do Rio de Janeiro que a Bacia de Campos continuará a ser uma referência para a empresa e receberá investimentos de US$ 18 bilhões nos próximos cinco anos, para revitalização de diversos campos maduros, entre eles Marlim e Voador. Das 18 plataformas previstas no Plano Estratégico 2023-2027, 15 serão instaladas no Estado do Rio, disse Prates.

O encontro ocorreu na terça-feira, 14, no edifício da Petrobras, em Brasília, e contou com a participação dos deputados Washington Quaquá, Dimas Gadelha, Reimont e Lindbergh Farias (PT); Glauber Braga (PSOL); Bandeira de Mello (PSB); General Pazuello, Roberto Monteiro e Luciano Vieira (PL); Juninho do Pneu e Murillo Gouveia (União Brasil).

Com os investimentos, cerca de 150 novos poços serão perfurados e vão garantir a marca de 900 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2027 na Bacia de Campos. Com campos em declínio e os desinvestimentos feitos nos últimos anos, a Bacia de Campos perdeu o protagonismo para a Bacia de Santos e atualmente produz cerca de 700 mil boed.

“O Rio de Janeiro já é a principal base de operação da empresa e vamos fortalecer ainda mais nossa relação com o estado por meio dos novos investimentos previstos para os próximos anos. Temos projetos para a Bacia de Campos, no norte fluminense; para o Gaslub, em Itaboraí; para a Reduc, em Duque de Caxias; além da nossa sede na capital e de atividades de logística no estado. Esses investimentos têm efeito multiplicador na economia fluminense ao promover o pagamento de tributos e a movimentação da cadeia produtiva na região, envolvendo milhares de pessoas e empresas”, afirmou Prates aos políticos

Os investimentos no Rio de Janeiro também contemplam melhorias na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), a maior produtora de lubrificantes no Brasil, e iniciativas ligadas à transição energética e à produção de diesel S-10, de baixo teor de enxofre.

No Polo Gaslub, em Itaboraí, já estão em curso o Projeto Integrado Rota 3, em fase final de construção, que inclui a construção da Unidade de Processamento de Gás Natural de Itaboraí (UPGN Itaboraí) para o processamento de até 21 milhões de m3/dia de gás do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos; e o projeto de engenharia para implantação de unidades de produção de combustíveis e lubrificantes em sinergia com a Reduc. Há também estudos para a construção de uma Usina Termelétrica a gás no Polo.

Petro Notícias - SP   16/02/2023

Um novo gigante dos mares em breve entrará em operação. O FPSO Almirante Barroso partiu nesta semana do estaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis (RJ), rumo ao campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. A plataforma estava no estaleiro desde outubro do ano passado para atividades de comissionamento e testes de aceitação final.

A embarcação foi convertida na China, no estaleiro Cosco, a partir do casco do navio petroleiro Eddie. Com capacidade para produzir 150 mil barris por dia de óleo e processar 6 milhões de m3 de gás por dia, o FPSO Almirante Barroso ficará interligado a dez poços, que irão compor o 5º módulo de produção do campo de Búzios. A plataforma tem ainda a capacidade de injeção de água de 220 mil barris de água por dia.

O campo de Búzios, que hoje produz diariamente cerca de 575 mil barris de óleo e 23 milhões de m³ de gás natural. Com a entrada em operação do Almirante Barroso, o campo deve atingir a marca de 33% da produção de óleo da Petrobrás em 2026. O FPSO pertence à empresa japonesa Modec, responsável pelo projeto, construção e operação da plataforma.

O Estado de S.Paulo - SP   16/02/2023

Até que ponto valem a pena investimentos da Petrobras em refinarias?

Há o propósito do governo Lula de ampliar a capacidade de refino da Petrobras, que se choca com o acordo entre a empresa e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de vender 8 das suas 13 refinarias.

Em outras oportunidades, esta Coluna advertiu que a construção de uma refinaria leva quatro a cinco anos, é um alto investimento que, no entanto, não se paga antes de 30 anos. Muito antes disso, a substituição de energia fóssil pela renovável terá avançado no mundo inteiro e a tendência é a de que haverá grande ociosidade de refinarias no mercado internacional.

Ou seja, se é para garantir rápido aumento da capacidade de refino a fim de eliminar (ou reduzir) a dependência das importações de combustíveis, o investimento maciço em novas refinarias pode criar distorções.

Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Combustíveis (ANP) dão conta de que o Brasil tem capacidade para processar cerca de 391,7 metros cúbicos (m³) de petróleo diários ou 2,46 milhões de barris. Em 2022, a média mensal de petróleo processado nas refinarias brasileiras foi de 304 m³ por dia.

A expansão não precisa ater-se à construção de grandes refinarias. Quando maturarem os investimentos da Petrobras e de outras empresas em biocombustíveis e em outras opções renováveis, não haverá tanta necessidade multiplicar a capacidade de processamento de petróleo. Uma ideia é ampliar a capacidade das refinarias já existentes, de maneira a aproveitar a infraestrutura disponível.

Outro caminho, como aponta Juliana Garcia, diretora executiva de Energia e Recursos Naturais da EY Brasil, é a construção de minirrefinarias em regiões produtoras de petróleo que hoje dependem da importação de derivados.

“A ampliação da capacidade de refino pode ser conjugada com modelos que incentivem investimentos em ativos cada vez mais limpos, renováveis e emergentes relacionados à transição energética. Nesse cenário, é oportuno também pensar em incentivos aos produtores que utilizam fontes intensivas em carbono para que atualizem seus parques, tornando-os mais limpos e eficientes”, avalia a executiva.

De todo modo, se é ineficiente e complicado o retorno do monopólio (ou quase isso) de refino pela Petrobras, será inevitável partilhar com capitais privados não só a atual capacidade, mas também sua ampliação e atualização.

Mas, se for por aí, como observa Ana Mandelli, gerente de Distribuição do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, a Petrobras não pode se afastar das demais petrolíferas e assumir riscos isolados. “O melhor caminho é continuar os desinvestimentos da Petrobras para que o parque de refino ganhe fôlego com capitais de terceiros sem comprometer o core business da empresa nem os recursos públicos.”

E mais que óbvio, não se pode esperar a participação de capital privado em investimentos sujeitos a mudanças nas regras do jogo. Além disso, os preços internos não podem ser artificialmente reduzidos por canetadas do governo.

Infomoney - SP   16/02/2023

Os estoques comerciais de petróleo bruto dos Estados Unidos (excluindo os da Reserva Estratégica de Petróleo) aumentaram 16,3 milhões de barris na semana encerrada em 10 de fevereiro em relação à semana anterior, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (15) pelo Departamento de Energia.

Com 471,4 milhões de barris, os estoques de petróleo bruto dos EUA estão cerca de 8% acima da média de cinco anos para esta época do ano.

Já os estoques totais de gasolina para motores aumentaram 2,3 milhões de barris em relação à semana passada e estão cerca de 5% abaixo da média de cinco anos para esta época do ano.

As refinarias operaram com 86,5% de sua capacidade operacional na semana passada.

A produção de gasolina diminuiu ligeiramente na semana passada, ainda com média de 9,1 milhões de barris por dia. A produção de combustível destilado também diminuiu na semana passada, com média de 4,5 milhões de barris por dia.

As importações de petróleo bruto dos EUA atingiram uma média de 6,2 milhões de barris por dia na semana, uma queda de 826.000 barris por dia em relação à semana anterior. Nas últimas quatro semanas, as importações médias de petróleo bruto foram de cerca de 6,6 milhões de barris por dia, 3,8% a mais do que no mesmo período de quatro semanas do ano passado.

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