FORGOT YOUR DETAILS?

Seja bem-vindo ao INDA!

Olá, seja bem-vindo
ao INDA!

15 de Junho de 2023

SIDERURGIA

Grandes Construções - SP   15/06/2023

As exportações de sucata ferrosa, insumo usado na fabricação de aço, atingiram 56.608 toneladas em maio deste ano, com queda de 31,3% em relação a abril, quando alcançaram 82.443 toneladas, mas ainda bem acima a maio de 2022 (mais 116%), quando as vendas externas foram de 26.178 toneladas.

Apesar do menor ritmo de alta, as exportações ainda são boa alternativa para empresas recicladoras, devido à retração nos preços e demanda interna pelo insumo. No período de janeiro a maio de 2023, as exportações somaram 307.712 toneladas, um aumento de 40,7% em comparação a igual período de 2022, com 218.668 toneladas, conforme dados do Ministério da Economia, Secex.

Segundo Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), órgão de classe que representa mais de 5,6 mil recicladores que reinserem insumos recicláveis no ciclo da cadeia produtiva, o momento é muito ruim para o setor, já que, além das dificuldades internas, há também uma redução nos preços pagos pelos importadores.

“A baixa da atividade econômica e a paralisação de setores de indústria e da construção civil afetam a produção de aço e consequentemente a compra de sucata metálica”, afirma.

De acordo com informações da pesquisa semanal realizada pela S&P Global Platts, agência americana especializada em fornecer preços-referência e benchmarkets para o mercado de commodities, na primeira semana de junho, com a menor produção de aço, as usinas siderúrgicas e fundições baixaram os preços pagos pela sucata, em algumas regiões, em R$ 200 por tonelada.

“A sucata ferrosa brasileira passou por um período de queda contínua nos últimos 12 meses, com preços reduzidos quase pela metade, conforme dados históricos da Platts”, mostra o levantamento. No mercado externo, também já se constata uma baixa nos preços.

Para piorar o quadro, o setor tem sofrido com a concorrência desleal dos sonegadores. “Empresas com atividades suspeitas, sem alvará de funcionamento, licenças ambientais e muitas vezes sequer locais definidos, sonegam impostos para levar vantagem de forma desleal no mercado, vendendo sucatas metálicas para indústrias de transformação”, diz Alvarenga.

“É uma concorrência desleal em detrimento das empresas legalizadas há décadas e comprometidas com o desenvolvimento da siderurgia de nosso país, indo na contramão dos critérios ESG (Environmental, Social and Governance) e de compliance”, além de ocasionar prejuízos ambientais, diz o presidente do Inesfa.

ECONOMIA

Globo Online - RJ   15/06/2023

O governo está com dificuldade em um ponto específico do arcabouço fiscal, que será votado no Senado, e isso se tornou um impasse.

A regra do novo marco fiscal é: corrigir despesas de acordo com a inflação do ano anterior. Mas estamos falando da inflação de janeiro a dezembro ou terminada em junho do ano anterior? Esse sempre foi um dilema. Como é necessário entregar o Orçamento até agosto, não é possível saber a inflação do ano inteiro.

No arcabouço inicial, a proposta do governo era que fosse de janeiro a junho e que se projetasse o segundo semestre, e a Câmara disse que não, que a inflação poderia ser superestimada. O período passou a ser de 12 meses terminados em junho na proposta do deputado Claudio Cajado.

Acontece que a inflação terminada em junho em 12 meses vai ser a menor da temporada. Já está em 3,9%, e pode cair mais quando entrar o dado de junho. No segundo semestre, vai subir, até por razões estatísticas.

O governo fez na Lei de Diretrizes Orçamentárias uma projeção de gastos levando em conta uma inflação de 5,58%. Isso quer dizer que, se ficar aprovado como ficou na Câmara, terá que entrar com a tesoura logo no primeiro ano com o arcabouço em vigor.

O impasse é que, se o texto for ajustado no Senado, se houver um ajuste na fórmula de correção da despesa, tem que voltar para a Câmara.

O ministro Fernando Haddad tem tido um excelente desempenho nesse diálogo com o Congresso, e teve uma grande vitória com a aprovação do arcabouço na Câmara. Está em contato com o presidente da Câmara, Arthur Lira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o relator do arcabouço, senador Omar Aziz.

Isso não quer dizer que não haja bombas no caminho. Ontem mesmo foi aprovada a extensão da desoneração da folha de pagamento para 17 setores na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos).

O Estado de S.Paulo - SP   15/06/2023

O Itaú Unibanco elevou suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e do seguinte. A estimativa para o PIB fechado em 2023 passou de alta de 1,4% para 2,3%. A mudança, explica em relatório divulgado na terça-feira, 13, reflete o crescimento acima do esperado do PIB do primeiro trimestre deste ano e melhora na percepção sobre o consumo.

O banco também cortou a projeção do IPCA, o índice oficial de inflação, de 2023 de 5,8% para 5,3%, enquanto o do ano que vem caiu de 4,5% para 4,4%,

“A despeito dos efeitos do aperto monetário, o consumo vai se manter sustentado pela renda nos próximos trimestres. Também aumentamos nossa expectativa para 2024, de 1% para 1,5%”, afirma.

Em meio à resiliência do mercado de trabalho, o Itaú reduziu sua estimativa para a taxa de desemprego deste e do próximo ano para 8%. Antes, as projeções estavam em 9% (2023) e em 9,1% (2024).

Fiscal

Para o Itaú, o arcabouço fiscal e as medidas complementares de recomposição das receitas reduzem riscos extremos, mas ainda há desafios significativos de implementação à frente. No curto prazo, avalia que a atividade econômica melhor ajuda, e, neste sentido, revisou suas estimativas de déficits primários marginalmente para 1% do PIB em 2023 e 0,8% do PIB em 2024. As projeções anteriores eram de déficits de 1,2% e 1% do PIB, respectivamente. Para a dívida bruta, estima 75% e 78% do PIB para esses anos, de 76% e 79%, pela ordem.

IstoÉ Dinheiro - SP   15/06/2023

O Produto Interno Bruto (PIB) do G20, como é conhecido o grupo das 20 maiores economias do mundo, cresceu 0,9% no primeiro trimestre de 2023 ante os três meses anteriores, segundo relatório publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta quarta-feira, 14. O resultado mostra aceleração em relação ao quarto trimestre de 2022, quando o PIB do G20 teve alta de 0,4% ante o terceiro trimestre.

O bom desempenho reflete principalmente a reabertura da China, cuja economia teve expansão de 2,2% no primeiro trimestre, depois de avançar 0,6% no trimestre anterior, detalha a OCDE. A Índia também deu contribuição significativa, com ganho de 1,9% entre janeiro e março, após alta de 1% no último trimestre do ano passado.

No Brasil, o PIB subiu 1,9% no primeiro trimestre, após recuar 0,1% no trimestre anterior. No mesmo período, houve aceleração do crescimento no México (de 0,6% para 1%) e no Japão (de 0,1% para 0,7%).

Por outro lado, o PIB perdeu força nos EUA, na Austrália e na Turquia nos primeiros três meses de 2023. No Reino Unido, cresceu 0,1%, mesmo resultado do trimestre anterior.

A Alemanha, por sua vez, entrou em recessão no primeiro trimestre, com uma contração de 0,3%, após queda de 0,4% no trimestre final de 2022.

No fim de março, o PIB do G20 excedia o nível pré-pandemia de covid-19 em 7,8%. Reino Unido e Alemanha, porém, seguiam abaixo dos patamares anteriores à pandemia, diz o relatório.

O Estado de S.Paulo - SP   15/06/2023

O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciou em decisão unânime nesta quarta-feira, 14, que manteve a sua Fed Funds, a taxa básica de juros americana, em 5% e 5,25% ao ano, seguindo a expectativa do mercado financeiro, que apostava na pausa no ciclo de alta de juros.

A decisão anunciada pelo Fed foi a primeira de manutenção da taxa básica de juros desde março de 2022, quando a instituição deu início ao ciclo. Ao todo, o Fomc, comitê de política monetária do Federal Reserve, aumentou a taxa em cinco pontos percentuais na taxa básica de juros americana em dez reuniões seguidas.

“Indicadores recentes sugerem que a atividade econômica segue crescendo em ritmo modestoritmo. Os ganhos de empregos foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceubaixo. A inflação continua elevada”, afirma o comunicado que acompanha a decisão do Fed.

O comunicado oficial do Federal Reserve ainda apontou que mantendo a faixa estável, o Comitê consegue avaliar informações adicionais da economia americana, além de entender as suas implicações para a política monetária.

O comunicado ainda afirma que a extensão da política que o Fed adotou desde 2022 é apropriada para diminuir a inflação ao longo do tempo, permitindo que a taxa básica de juros retorne para o patamar de 2%, mas sem trazer estragos para a economia. “Não teremos condições para um mercado de trabalho sustentável com a inflação elevada”, afirmou o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.

Além do anúncio da taxa, o Federal Reserve divulgou também as projeções do colegiado (dot plot), com previsão de juros na faixa de 5,6% ao final de 2023. Considerando o anúncio, há a possibilidade do Fed realizar mais dois ajustes de 25 pontos-base na taxa. Ao final de 2024, a projeção é de juros em 4,6% e de 3,4% em 2025.

Fed não quer “errar demais”

Em seu discurso, Powell afirmou que a pausa no ciclo de altas de juros agora diminui as chances do Federal Reserve errar por “apertar demais”, destacando que essa é uma chance da instituição analisar a situação econômica dos Estados Unidos com atenção. “Quando conseguirmos ver a inflação suavizando, saberemos que o aperto está funcionando.”

O presidente ainda alertou que, a despeito de sinais de desinflação em alguns setores da economia dos Estados Unidos, ainda há riscos de alta para a inflação do país. O processo para conter o custo de vida dos americanos será gradual, avaliou, em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira.

“Sempre dissemos e acreditamos que o processo de redução da inflação será gradual, levará algum tempo”, afirmou Powell, ao ser sabatinado por jornalistas na sede do BC dos EUA, em Washington DC.

De acordo com ele, o BC dos EUA busca uma “evidência digna de crédito” de que inflação passou o pico e está caindo. Ao comentar o ambiente atual, afirmou que as cadeias de produção continuam a melhorar, que vários indicadores sugerem relaxamento no mercado de trabalho, mas que há apenas sinais iniciais de perda de fôlego da inflação em serviços.

Powell, no entanto, não descartou novos aumentos, afirmando que as decisões do Fed vão continuar se ajustando à atividade econômica.

Globo Online - RJ   15/06/2023

Antes mesmo de vir a público o relatório da agência de risco S&P alterando de estável para positiva a perspectiva do rating do Brasil pela primeira vez desde 2019, já havia um clima de euforia no governo federal com a melhora no cenário macroeconômico, que se descolou das dificuldades do governo na articulação política, como destaquei na minha coluna desta quarta-feira no GLOBO.

Essa euforia se traveste, nas conversas com integrantes do governo, mas também com economistas, empresários e até setores do mercado financeiro, num coro de "agora vai" em relação ao Banco Central. Não que alguém mais bem informado conte com uma redução da Selic já na semana que vem, mas a expectativa é por um comunicado que reflita essas boas notícias e indique o início do ciclo de queda dos juros a partir de agosto.

Mas não há certeza quanto a isso, o que faz com que a empolgação com dados como altas sucessivas da projeção do PIB e quedas também semana a semana da expectativa para a inflação seja mesclada com certo nervosismo. Isso porque muitos agentes enxergam certa ambiguidade na diretoria do BC.

Enquanto o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, fez declarações favoráveis à ação da equipe econômica para demonstrar compromisso com a responsabilidade fiscal e reconheceu que os indicadores são positivos, outros diretores, num movimento considerado inusual, deram declarações mais pessimistas e que parecem apontar para uma posição contrária ao início da queda da Selic, mesmo em agosto.

Caso se frustre a torcida geral para que o BC finalmente faça um comunicado otimista e apontando o fim próximo do ciclo da manutenção da Selic no patamar de 13,75%, a aposta é que vai voltar a ganhar força a campanha contra Roberto Campos Neto por parte da ala política do governo, desta vez sem que Fernando Haddad se mostre disposto a atuar como anteparo.

Em paralelo à bolsa de apostas quanto ao que o Copom vai decidir e sinalizar na semana que vem, existe entre diferentes analistas uma disputa de narrativa quanto a quem seria o principal responsável pela mudança da maré do cenário econômico, que saiu de um pessimismo na largada do governo Lula para uma fase de otimismo -- traduzido nesta quarta-feira em indicadores como a alta do Ibovespa e a queda do dólar.

Os apoiadores de Campos Neto na política e no mercado apontam a "resiliência" do presidente do BC em manter a diretriz de que o foco era controlar a inflação mesmo nos momentos de mais forte pressão política do PT como responsável pela queda dos preços no curto e médio prazos. Um coro de "Campos Neto estava certo" é ouvido tanto nas bancadas que votaram a favor da autonomia do BC quanto entre economistas liberais e expoentes do mercado financeiro.

A ação para a "suavização" do ciclo, mantendo a taxa de juros num patamar abaixo do que seria necessário, por um cálculo ortodoxo, para que a inflação baixasse até o centro da meta de uma vez, mas por outro lado sem ceder aos apelos políticos por uma redução que não levasse em conta o principal mandato do BC, que é levar a inflação para a meta, estaria se mostrando bem-sucedida agora.

Já os aliados de Haddad veem na aposta do ministro em minar as resistências a ele tanto no PT quanto no mercado o grande fator a ter "virado a chave" das expectativas. E o fato de ele ter costurado politicamente a aprovação rápida do arcabouço fiscal teria propiciado a confiança inclusive dos agentes externos, como visto com o comunicado da S&P.

O Estado de S.Paulo - SP   15/06/2023

Só hoje abordarei a variação do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano, pois escrevo neste espaço na primeira e na terceira quintas-feiras de cada mês, e essa taxa foi anunciada pelo IBGE na primeira quinta de junho e meu artigo sobre outro tema foi entregue ao jornal no dia anterior.

A mais recente taxa trimestral do PIB foi realmente excepcional: 1,9% (!) num único trimestre, relativamente ao anterior. E ela enseja o retorno a comentários de outros analistas, bem como a aportes adicionais. A principal razão do crescimento foi o extraordinário desempenho do setor agropecuário, que avançou 21,6% (!) no período, que coincidiu com o auge de safras agrícolas excepcionais mesmo para os padrões do setor. Na ordenação das taxas setoriais de crescimento do PIB no primeiro trimestre, apresentadas graficamente pelo IBGE, a segunda taxa foi a da indústria extrativa, bem mais baixa, de 2,3%. E a média das 11 taxas setoriais, excluída a agropecuária, foi ainda menor, de apenas 0,4%, o que enfatiza o contraste trazido pelo desempenho deste último setor.

Entre os quatro setores com taxas negativas, chamou-me a atenção a presença da indústria da construção, com -0,8%. Ficando no seu lado habitacional, na política econômica do governo federal, vi que foi retomado o programa Minha Casa, Minha Vida, prometendo 2 milhões de casas até 2026. Mas é um programa assistencial para famílias de baixa renda. Olhei a medida do déficit habitacional em 2022, que apresenta uma estimativa de 5,8 milhões de habitações. Ora, o setor habitacional é um grande gerador de empregos e tem grande importância em países como a China e os Estados Unidos. O governo Lula, porém, mostra-se muito mais voltado para a indústria de transformação – em particular a automobilística – e recentemente deu ênfase ao seu minúsculo projeto dos carros “populares” e à tal reindustrialização.

Portanto, é indispensável que a construção habitacional receba maior atenção. A propósito, vale lembrar John Keynes, famoso economista britânico, tido como o mais influente do século passado, que sobre a habitação afirmou: “Não há melhor meio pelo qual os Estados Unidos possam gastar para a sua prosperidade do que a construção de boas casas. A necessidade está aí para ser satisfeita, o que espalharia o emprego em todas as localidades. Não há maior benefício econômico e social do que boas casas”. Essa afirmação foi traduzida de um artigo de Keynes em dezembro de 1934 na revista americana Redbook, que encontrei numa revistaria também voltada para antiguidades. Ele se estende mais sobre o assunto e voltarei ao que disse num artigo específico sobre o setor.

Voltando ao tema do título deste artigo, um aspecto que não vi analisado é que esta alta do primeiro trimestre de 2023, vinda de um setor muito marcado por sazonalidade, deverá levar a taxas trimestrais do PIB menores e até negativas até o fim do ano, a se confirmar a previsão corrente para esse período. Percebi isso ao supor que o PIB alcançado no seu primeiro trimestre se manteria o mesmo por todo o ano. Comparado com a média dos PIBs trimestrais de 2022, isso levaria a um crescimento anual do PIB em 2023 à taxa de 2,4%. Ora, segundo o boletim semanal Focus, do Banco Central, que recolhe as previsões de analistas do mercado financeiro, divulgado na segunda-feira passada, estima-se um crescimento menor, de 1,8%, o que implica que um ou mais valores dos PIB trimestrais ao longo de 2023 deverá cair. E, se isso se repetir em dois trimestres consecutivos, estaria caracterizada a tal “recessão técnica” definida por essa repetição.

Assim, o ótimo desempenho do primeiro trimestre de 2023 não garante bons resultados nos demais trimestres. Ainda com relação a isso, vale lembrar as taxas trimestrais do PIB de 2022, que foram de 1,3%, 0,9%, 0,3% e -0,2%, do primeiro ao quarto trimestres, respectivamente, com o PIB do ano fechando em 2,9%, uma taxa influenciada por esses números e pelo denominador do cálculo, o PIB de 2021.

Os bolsonaristas saudaram esse resultado do PIB em 2022 e os lulistas não perceberam a referida sequência de taxas trimestrais que poderia ter sido usada para criticar o mau desempenho nos dois últimos trimestres, que mostraram como Bolsonaro deixou mal o País. O segundo trimestre de 2023 ainda não se encerrou, mas os dados divulgados até agora não entusiasmaram.

O governo Lula não se pode vangloriar do desempenho do agronegócio no seu primeiro trimestre, pois esse desempenho foi dado por uma ágil estrutura produtiva já montada, pelo clima favorável e pela gestão competente de empresários. Governos passados tiveram a sua influência, com os avanços científicos e tecnológicos trazidos no passado pela Embrapa e pela política de crédito usualmente favorável ao setor. O governo Lula prefere ir às turras com ele, como ao chamar seus grandes empresários de “fascistas” e paparicar o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, como ao levar seu maior líder para acompanhar Lula quando viajou para a China.

Globo Online - RJ   15/06/2023

A melhora na perspectiva da nota do Brasil pela agência de classificação de risco S&P Global Ratings, de estável para positiva, somou-se à pausa na alta de juros nos Estados Unidos, levando o dólar comercial a encerrar a R$ 4,8063, uma queda de 1,15%.

Após a decisão da S&P, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil certamente recuperará o grau de investimento — espécie de selo de bom pagador —, perdido em 2015. Como a agência citou o arcabouço fiscal, Haddad disse ainda que agora falta o Banco Central “se somar a esse esforço”.

Já o Ibovespa, principal índice da B3, subiu 1,99%, os 119.069 pontos, o maior patamar desde 21 de outubro (119.928 pontos).

A S&P não alterou a nota do Brasil, que continua em BB-, ainda grau especulativo. A nota está nesse patamar desde janeiro de 2018, e desde 2019 a perspectiva não era revisada para positiva. Mas a mudança para a perspectiva positiva significa que o rating pode ser elevado em breve. Para Haddad, é um passo importante:

— O Brasil vai retomar o grau de investimento, não tenha dúvida disso. Não tem cabimento esse país não ter grau de investimento. Um país com mais de US$ 300 bilhões de reservas cambiais e voltou a acumular reservas. Não deve US$ 1 no exterior, é credor internacional, tem inflação menor que as de Europa e EUA. Não tem grau de investimento? É um processo. Pode levar alguns anos, mas é inevitável se nós trabalharmos.

“A perspectiva positiva dos ratings na escala global reflete os sinais de maior certeza de estabilidade das políticas fiscal e monetária, o que poderia beneficiar as projeções de ainda baixo crescimento do PIB do Brasil. O crescimento contínuo do PIB, somado ao novo arcabouço para a política fiscal, pode resultar em uma carga de dívida do governo abaixo da esperada inicialmente, o que ampararia a flexibilidade monetária e sustentaria a posição externa líquida do país”, afirmou a S&P em sua nota.

— É importante que uma agência externa consiga observar esses avanços. O Brasil precisa voltar a crescer. Não há solução para o Brasil sem crescimento. É um resultado ainda modesto, mas importante — afirmou Haddad.

O ministro aproveitou a deixa de “flexibilidade monetária” da S&P para cobrar o Banco Central a reduzir a taxa de juros. Na semana que vem, o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, vai decidir sobre a Taxa Selic, hoje em 13,75% ao ano. A expectativa é com o tom do comunicado, já que o mercado só vê corte de juros em agosto.

— Está faltando o Banco Central se somar a esse esforço. Mas eu quero crer que nós estejamos prestes a ver isso acontecer — disse Haddad.

Ele ainda agradeceu aos outros Poderes pelos avanços obtidos na economia:

— Nós temos uma oportunidade de ouro de fazer a diferença. Eu vim aqui agradecer ao Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal, pelo que têm feito pelo país. E quero o quanto antes agradecer também à autoridade monetária. Que, a cada declaração pública, está sensibilizada com o clamor dos empresários, dos bancos, das agências de classificação de risco.

Perguntado sobre o fato de a S&P ter elogiado a autonomia do BC, Haddad afirmou que isso não pode ser um tabu:

— A autonomia do Banco Central não é um tabu para que a sociedade não discuta o seu destino.

Para o secretário executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, a decisão da S&P mostra que a pasta está no caminho certo:

— É muito positivo, depois de tanto tempo, a gente voltar a ter uma perspectiva positiva como essa. É uma chancela importante da agência de rating, que indica que o trabalho da Fazenda está indo na direção correta.

Divulgada no fim da tarde, a decisão da S&P ampliou o movimento de queda do dólar e alta da Bolsa. O analista da Empiricus Research, Matheus Spiess, destaca que a melhora na perspectiva eleva as chances de uma alteração futura no rating, possibilitando ao Brasil recuperar o grau de investimento:

— A S&P reiterou esse contexto positivo para os ativos de risco e gradualmente dá mais sinais aos investidores estrangeiros de que o Brasil pode ser novamente confiável.

Nos EUA, ‘longo caminho’

Para a economista-chefe da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro, o anúncio da S&P reflete um movimento já visto no mercado: a queda, desde maio, dos credit default swaps (CDS, seguro contra calote de títulos de um país).

O outro fator de otimismo foi a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de manter os juros entre 5% e 5,25%, depois de dez altas consecutivas.

A ideia do Fed é avaliar novos dados econômicos antes de decidir sobre os juros. Analistas de mercado esperam mais duas altas este ano, afirmou Tatiana, da Galapagos.

Depois da reunião, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que há “um longo caminho a percorrer” para levar a inflação de volta à meta de 2%. Segundo ele, os aumentos de juros já realizados estão tendo impacto na economia, mas levará tempo para que todos os efeitos se manifestem.

MINERAÇÃO

Portal Fator Brasil - RJ   15/06/2023

No acumulado de janeiro a abril, o desempenho positivo foi puxado pelo aumento de produção de pelotas de minério de ferro.

A indústria extrativa capixaba avança mais uma vez no acumulado do ano e cresce 2,6% de janeiro a abril deste ano, frente ao mesmo período de 2022. Esse crescimento foi puxado pelo aumento de produção de pelotas de minério de ferro.

Os dados foram compilados pelo Observatório da Indústria da Findes e fazem parte da pesquisa de Produção Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no dia 13 de junho (terça-feira).

Na comparação de abril com o mesmo mês de 2022, a indústria extrativa também se manteve positiva e cresceu 3,6%. O bom resultado foi motivado pelo aumento de produção de minério de ferro e de petróleo e gás natural. Segundo os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção de petróleo cresceu 14,1% e a extração de gás natural ampliou 7,1% no Estado nessa mesma comparação.

Já a indústria de transformação registrou variação negativa (-9,6%) com queda nos setores de fabricação de produtos de minerais não metálicos (-18,2%) e de metalurgia (-12,7%). Contrabalanceando o recuo, a fabricação de papel e celulose avançou 3% no período e produtos alimentícios 0,9%.

Indústria geral — No acumulado do ano até abril de 2023, a produção industrial capixaba recuou 2,4% em relação ao mesmo período de 2022. Esse resultado foi pressionado pela contração de 10,8% na indústria de transformação.

A queda mais expressiva entre as atividades da indústria de transformação ocorreu na fabricação de produtos de minerais não-metálicos (-19,5%) - reflexo da menor produção de granito, pedras de construção e ladrilhos, placas e azulejos de cerâmica. Em seguida, vem a metalurgia, que retraiu 11%.

Para a gerente executiva do Observatório da Indústria e economista-chefe da Findes, Marília Silva, a queda do setor capixaba está em linha como o observado para o setor a nível nacional e mundial. —No Brasil, a metalurgia recuou 4,8%, segundo a PIM-PF. No acumulado do ano, o setor brasileiro também registrou queda nas vendas internas (-4%), no consumo nacional de produtos siderúrgicos (-0,9%), e no valor das exportações (-6,5%), segundo os dados do Instituto Aço Brasil—.

Na passagem de março para abril, o setor industrial do Espírito Santo caiu 1,2%, na série com ajuste sazonal, registrando a segunda queda consecutiva mensal — pois em março havia retraído 1,4%.

A expectativa para os próximos meses é que a economia mundial continuará a atravessar um período de esfriamento moderado, explica Marília. Em um contexto em que a política monetária contracionista nas economias centrais permanecerá ao longo dos próximos meses – com possibilidade de início de flexibilização monetária apenas no final do ano.

—Esse cenário tem provocado redução na demanda global por commodities industriais e, consequentemente, uma diminuição nas cotações internacionais dessas mercadorias, contraindo os valores exportados pela indústria interna, tanto brasileira quanto capixaba. Até mesmo as commodities metálicas, que sofreram um aumento de preço no início de 2023 com a retomada da demanda chinesa, já apresentaram desaceleração em abril e estabilidade em maio —disse.

Desempenho nacional —Semelhantemente ao comportamento da indústria capixaba, nos resultados referentes a abril de 2023, a indústria nacional apresentou desempenho negativo em todas as comparações. Entre os setores, a indústria extrativa registrou crescimento de 1,4% frente a 2022.

No acumulado deste ano, a produção física da indústria brasileira teve queda de 1%. Entre as atividades, as principais influências negativas foram registradas em produtos químicos (-8,1%), produtos de minerais não metálicos (-9,6%), metalurgia (-4,8%) e máquinas e equipamentos (-6,4%). Frente a abril de 2022, a indústria nacional retraiu 2,7%, com resultados negativos em 18 dos 25 ramos pesquisados. As maiores quedas nesta base de comparação foram registradas nas atividades de fabricação de produtos químicos (-12,2%), nos veículos automotores, reboques e carrocerias (-9,7%) e nas máquinas e equipamentos (-14,3%).

Em abril de 2023, em relação ao mês imediatamente anterior, a produção industrial total do Brasil caiu 0,6%, influenciada pela queda da fabricação de produtos alimentícios (-3,2%), de máquinas e equipamentos (-9,9%) e dos veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,6%).

De acordo com a economista-chefe da Findes, Marília Silva, a possibilidade de adoção de novos estímulos focados na indústria pelo governo federal, em especial no setor automobilístico, poderá amenizar esse processo de queda na produção industrial. | Lorena Zanon.

Infomoney - SP   15/06/2023

Os contratos futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian ampliaram os ganhos nesta quarta-feira, impulsionados pelo apoio persistente das perspectivas de mais estímulos monetários e medidas de apoio para sustentar uma recuperação pós-pandemia estagnada na China, segunda maior economia do mundo.

Os novos empréstimos bancários subiram para 1,36 trilhão de iuanes (189,92 bilhões de dólares) em maio, mostraram dados do Banco do Povo da China na terça-feira, acima de abril, mas abaixo das estimativas dos analistas.

Sinais de desaceleração aumentaram as expectativas de que mais estímulos possam ser necessários para sustentar a recuperação, disseram analistas.

Isso ocorreu depois que na terça-feira o banco central da China reduziu a taxa de empréstimo de curto prazo pela primeira vez em 10 meses, cortando sua taxa de recompra reversa de sete dias em 10 pontos base para 1,90%, de 2,00%.

“Isso sinaliza que o Mecanismo de Empréstimo de Médio Prazo (MLF) e a Taxa de Empréstimo (LPR) também serão reduzidos mais tarde”, disseram analistas da Sinosteel Futures em nota.

“Fortes expectativas de estímulo econômico superaram as mudanças nos fundamentos.”

Esperanças persistentes em medidas de apoio ao mercado imobiliário em dificuldades também apoiaram o sentimento otimista.

O minério de ferro mais negociado em setembro na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou as negociações diurnas com alta de 1,51%, a 804,5 iuanes por tonelada métrica.

O minério de ferro de referência em julho na Bolsa de Cingapura, no entanto, caía 0,1%, para 111,55 dólares a tonelada métrica.

Analistas alertaram para possíveis riscos negativos decorrentes de intervenções do governo.

O planejador estatal da China até agora este ano emitiu várias rodadas de alerta diante da trajetória de alta dos preços do minério de ferro.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   15/06/2023

“Entendemos que a indústria nacional já tem soluções de transição viáveis”, afirmou o ministro de Minas e Energia

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta quarta-feira (14) que, ao mesmo tempo em que o Brasil busca intensificar o processo de eletrificação da frota de veículos, também vai apostar no aumento de oferta de cargos flex e híbridos que “tendem a ser cada vez mais acessíveis” para a população.

“Entendemos que a indústria nacional já tem soluções de transição viáveis”, afirmou o ministro, no seminário “Anfavea: Conduzindo o Futuro da Eletrificação no Brasil”.

Ao iniciar sua fala, Silveira ressaltou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “conhece como ninguém a importância do setor automotivo” na geração de emprego e renda, desenvolvimento de tecnologias e para o resultado positivo da balança comercial do país. Ele lembrou que o governo adotou em pouco tempo “ações concretas” para o fortalecimento do setor.

O ministro ressaltou que o Brasil assumiu um “compromisso explícito” com a adoção de energia limpa e transição energética. “Este compromisso é prioridade absoluta no nosso governo”, ressaltou, no evento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Aos principais executivos da indústria automotiva nacional, Silveira ressaltou que o Brasil tem posição de destaque no mundo, com 88% da matriz elétrica limpa. “Isso fortalece o protagonismo na eletrificação da frota”, disse, ao frisar que 80% da frota de veículos leves é composta pela modalidade flex.

De acordo com o ministro, o governo aposta em estímulos para o desenvolvimento do setor por meio do projeto de lei (PL) do programa 

“Combustível do Futuro”. Ele disse que ajustes estão sendo conduzidos pela Casa Civil e devem ser apresentados em breve. A iniciativa, afirmou, deve estimular investimentos, reunir incentivos num só lugar, como forma de garantir maior segurança jurídica para a indústria se desenvolver.

Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia — Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

O Estado de S.Paulo - SP   15/06/2023

Nove montadoras de carros e dez montadoras de ônibus e caminhões aderiram ao programa do governo de incentivos ao setor automotivo, de acordo com o primeiro balanço divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Do total de R$ 1,5 bilhão disponibilizado em créditos tributários que devem ser revertidos em descontos para a aquisição dos veículos, o setor já solicitou R$ 340 milhões.

A divulgação ocorre em meio ao evento realizado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea), em Brasília, que, durante todo o dia, vai debater o processo de eletrificação no Brasil, com a presença de membros do Mdic e do vice-presidente Geraldo Alckmin, além de outras autoridades e presidentes de montadoras.

Entre as fabricantes de carros de passeio, aderiram ao programa Renault, Volks, Toyota, Hyundai, Nissan, Honda, GM, Fiat e Peugeot. De acordo com a Pasta, essas montadoras oferecem 233 versões de 31 modelos de veículos para compra com desconto.

Pela medição feita pelo Mdic, só 2 modelos, o Fiat Mobi, em suas três versões, e o Renault Kwid terão o desconto máximo de R$ 8 mil em incentivos fiscais. Os dois compactos são os únicos da lista dos chamados carros de entrada, os mais baratos do mercado.

Cada montadora teve direito a R$ 10 milhões em créditos já na adesão ao programa, e seis delas - Volks, Hyundai, GM, Fiat, Peugeot e Renault – já pediram outros R$ 10 milhões. Com isso, o governo já liberou R$ 150 milhões em crédito dos R$ 500 milhões previstos para automóveis, o que representa 30% do teto dos recursos que poderão ser usados pelas empresas como crédito tributário para venda de carros mais baratos..

“A lista é dinâmica, ou seja, as montadoras podem a qualquer momento incluir outros modelos, desde que comuniquem o MDIC. Na medida em que usarem os montantes solicitados, as montadoras podem pedir créditos adicionais. Essa possibilidade se esgota quando o teto de R$ 500 milhões for atingido”, destacou o ministério.

Os descontos patrocinados pelo governo para os carros vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil, podendo alcançar valores maiores com descontos extras concedidos por fábricas e concessionárias. A definição das faixas de desconto leva em conta três critérios: menor preço, eficiência energética e conteúdo nacional. Quanto maior a pontuação nesses critérios, maior o desconto.

No caso dos caminhões a adesão foi de dez montadoras: Volkswagen Truck, Mercedes-Benz, Scania, Fiat Chrysler, Peugeot Citroen, Volvo, Ford, Iveco, Mercedes-Benz Cars & Vans e Daf Caminhões. Os créditos liberados somam R$ 100 milhões, ou 14% dos R$ 700 milhões destinados aos veículos de carga.

Para ônibus, são nove fabricantes habilitados: Mercedes-Benz, Scania, Fiat Chrysler, Mercedes-Benz Cars & Vans, Comil, Ciferal, Marcopolo, Volare e Iveco. Os R$ 90 milhões em créditos liberados correspondem a 30% dos R$ 300 milhões disponíveis para os veículos de transporte de passageiros.

“O programa é um sucesso absoluto, atingimos mais da metade do mercado e em apenas uma semana já houve mais de R$ 100 milhões em créditos para automóveis. Vai terminar bem antes de um mês”, disse Marcio Elias Rosa, secretário-executivo do MDIC.

Ele disse que ampliar o benefício depende do espaço fiscal disponível no Orçamento, mas não descarta que recursos que eventualmente não tenham sido usados na compra de ônibus e caminhões possam ser redirecionados para automóveis.

Valor - SP   15/06/2023

Para presidente da entidade, o Brasil tem condições de oferecer tecnologias de ponta

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, disse nesta quarta-feira durante seminário sobre eletromobilidade, em Brasília, que junto com fabricantes de autopeças e a academia, a indústria é capaz de acompanhar o processo global de eletrificação dos veículos.

“Somos capazes de trazer tecnologia de ponta para o Brasil bastando apenas uma coisa: previsibilidade e segurança jurídica. Tendo previsibilidade e segurança jurídica, nós não temos dúvida de que o Brasil tem tudo não apenas para crescer mas para retomar a sua posição de liderança entre os países”, disse. Ele lembrou que o setor representa de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial.

“Não perdemos em competitividade quando se trata de produtos, mas quando se trata de subsídios de outros países ou de custo Brasil, que nós estamos num processo de evolução”, acrescentou. Para ele, o Brasil tem condições de oferecer tecnologias de ponta.

“Nós temos que atrair o maior número possível de veículos elétricos para nossa realidade, para que, com isso, criemos o ecossistema necessário para atração dessa tecnologias", afirmou.

Em participação de forma remota, o presidente global da McKinsey, Philipp Kampshoff, disse acreditar que a eletrificação na América Latina seguirá passo diferente do que ocorre hoje na China, Europa e Estados Unidos. Para ele, a participação dos governos nesse processo é muito importante.

Montadoras com fábricas no Brasil querem mostrar ao governo e à sociedade brasileira que não estão alheias ao processo de eletrificação dos automóveis. Para isso, realizam em Brasília um seminário, que inclui uma série de painéis, debates e uma exposição com 40 carros híbridos e elétricos. Mesmo assim, ainda há questões a resolver para definir como o parque industrial desse setor no Brasil vai se inserir na evolução da eletrificação global.

Na abertura do seminário “Conduzindo o futuro da eletrificação no Brasil”, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, disse que esse é o “momento mais desafiador da história do setor” e destacou a capacidade dessa indústria: “Temos fornecedores de padrão global, com condições de competitividade. Temos qualidade e sabemos fazer”, disse. Ele reclamou, ao mesmo tempo, do custo Brasil.

Para Leite, o país já “derrubou mitos”. “O Brasil hoje aponta para possível sobra de energia. Tempos atrás muitos diziam que a energia não seria suficiente (para carro elétrico). Ao mesmo tempo, ele apontou a necessidade de incluir todas as tecnologias no processo que busca a redução da emissão de carbono - veículos movidos a biodiesel, elétrico, a gás ou hidrogênio.

“Existe um novo jogo e o Brasil tem que estar nesse tabuleiro”, disse. Ao mesmo tempo, ponderou: “Não aceitamos perder indústria nesse processo”. Segundo ele, 1,2 milhão de pessoas trabalha na cadeia que envolve a indústria automobilística no Brasil.

E, como se fizesse um desabafo em relação a críticas que o setor recebe, lembrou o cenário durante a pandemia que, segundo ele, fez com que a indústria automobilística se preocupasse com outras urgências antes de entrar na discussão da eletrificação. “Durante a pandemia, essa indústria, que por vezes é chamada de ultrapassada, manteve o emprego, fabricou respiradores e manteve investimentos”, disse.

Valor - SP   15/06/2023

Ao participar de seminário sobre eletromobilidade, vice-presidente demonstrou simpatizar com ideia de o Brasil ter carro híbrido a etanol, até a transição para o 100% elétrico

Brasília (DF), 17/05/2023 - O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, participa de seminário sobre ESG, na ApexBrasil. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil /Agência O Globo

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, demonstra simpatia com a ideia defendida por grande parte da indústria automobilística de o Brasil desenvolver e produzir automóveis híbridos, que possam usar etanol, antes de ingressar definitivamente no mercado dos 100% elétricos. “O carro elétrico virá, mas temos que investir na infraestrutura”, destacou, ao participar do encerramento de seminário sobre eletromobilidade, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

O também ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços repetiu, dessa forma, um dos argumentos sustentados por parte das montadoras. São as mesmas empresas que reivindicam ao governo o fim da isenção do Imposto de Importação para carros elétricos produzidos em outros países.

“Somos o maior produtor de cana do mundo. Isso tem que ser levado em conta na discussão das rotas tecnológicas”, disse.

Mais tomadas

O carro híbrido tem dois motores – um a combustão que ajuda a alimentar outro elétrico. Já modelos 100% elétricos necessitam de tomadas, o que exige a necessidade de o país ter mais postos de recarga espalhadas pelas rodovias, por exemplo.

O ministro aproveitou o evento automotivo para comentar sobre o programa de incentivos fiscais, lançado pelo governo no dia 6, que resulta em descontos nos preços dos carros. “O programa é emergencial, transitório, mas importante”, destacou ele, ao falar com a imprensa após o encerramento do seminário, que durou o dia todo. “A procura (por carros) cresceu”, disse.

Alckmin também elogiou o potencial do Brasil na produção de biocombustíveis e lembrou a intenção do governo de aumentar a mistura de etanol na gasolina, dos atuais 27% para 30%. E mostrou-se preocupado em buscar meios para acelerar a substituição da querosene de aviação pelos biocombustíveis.

“Também podemos fazer hidrogênio verde a partir do etanol”, destacou, repetindo informações que tem colhido com o setor automotivo.

Câmbio “está bom, competitivo e ajuda na exportação”

Para o ministro, o câmbio “está bom, competitivo e ajuda na exportação”. A necessidade de focar o mercado externo foi um dos pontos destacados pelos representantes da indústria que participaram do seminário nesta quarta-feira (14). Segundo eles, sem exportar, o Brasil não alcança escala para pensar na futura produção de carros elétricos.

Alckmin observou, ainda, que os juros estão em queda. “E temos a convicção de que haverá queda da taxa Selic também”, destacou.

Para ele, é preciso estar atento a isso. “Eu comprei um carrinho em 48 prestações. Depois desse tempo, troquei por outro com novo financiamento em 48 meses. Hoje, 70% das vendas são feitas à vista”, disse.

Alckmin estava à vontade com os executivos da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), organizadora do seminário “Conduzindo o futuro da eletrificação no Brasil”, que reuniu executivos do setor, ministros e deputados em painéis que duraram todo o dia.

O vice-presidente disse que “quer ouvir a Anfavea” para a neoindustrialização do país. A entidade fará parte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial.

Ao final, o ministro visitou uma exposição de 40 veículos elétricos organizada pelas montadoras no saguão do centro de convenções. Subiu em caminhões, entrou em automóveis e ouviu explicações de empresas como a WEG, produtora brasileira de motores elétricos.

Valor - SP   15/06/2023

R$ 340 milhões foram pleiteados para baratear modelos de passeio de nove fabricantes

Alexandre Silveira, ministro das Minas e Energia: “Entendemos que a indústria nacional já tem soluções de transição [para mobilidade] viáveis” — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em uma semana de funcionamento dos incentivos ao setor automotivo, as montadoras solicitaram pouco mais de 22% dos recursos disponíveis. As empresas já pediram R$ 340 milhões do teto de R$ 1,5 bilhão, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Comércio, Indústria e Serviços (Mdic)

Entre as montadoras de automóveis de passeio, nove aderiram ao programa. Foram elas: Renault, Volkswagen, Toyota, Hyundai, Nissan, Honda, General Motors, Fiat e Peugeot. Ao todo, 233 versões de 31 modelos de automóveis podem ser adquiridas com desconto.

Segundo a pasta, todas as nove montadoras “solicitaram inicialmente o máximo de recursos permitidos no momento de adesão ao programa, ou seja, R$ 10 milhões cada uma”. Além disso, Volks, Hyundai, GM, Fiat, Peugeot e Renault “já pediram crédito adicional de mais R$ 10 milhões”. Com isso, foram solicitados 30% “do teto de R$ 500 milhões que poderão ser usados pelas empresas como crédito tributário para venda de carros mais baratos”.

As montadoras também têm permissão para “pedir créditos adicionais” à medida que usarem “os montantes solicitados”.

“Essa possibilidade se esgota quando o teto de R$ 500 milhões for atingido”, afirmou a pasta.

No caso dos caminhões, dez montadoras aderiram: Volkswagen Truck, Mercedes-Benz, Scania, Fiat Chrysler, Peugeot Citroen, Volvo, Ford, Iveco, Mercedes-Benz Cars & Vans e Daf Caminhões. O grupo solicitou R$ 100 milhões, ou 14% do teto de R$ 700 milhões.

Não há margem para ampliar o crédito tributário às montadoras que aderiram ao programa para baratear veículos"

— Fernando Haddad

Já no caso dos ônibus houve a adesão de nove montadoras: Mercedes-Benz, Scania, Fiat Chrysler, Mercedes-Benz Cars & Vans, Comil, Ciferal, Marcopolo, Volare e Iveco. Elas solicitaram R$ 90 milhões, ou 30% do teto de R$ 300 milhões.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na noite desta quarta-feira, 14, que não há margem para ampliar o crédito tributário às montadoras que aderiram ao programa que busca baratear carros. “Não tem margem, não”, disse, ao ser questionado por jornalistas.

A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), entidade que representa concessionárias de veículos, defendeu que seria “oportuno” que o governo aumentasse o limite de créditos, pois, segundo a federação, é possível que o volume concedido se encerre em torno dos próximos 30 dias.

Segundo o Mdic, os R$ 150 milhões já solicitados pelas montadoras “representam 30% do teto de R$ 500 milhões que poderão ser usados pelas empresas como crédito tributário para venda de carros mais baratos”.

“À medida que usarem os montantes solicitados, as montadoras podem pedir créditos adicionais. Essa possibilidade se esgota quando o teto de R$ 500 milhões for atingido”, completa o ministério, em nota.

O programa foi lançado na semana passada pelo vice-presidente e titular do Mdic, Geraldo Alckmin, e por Haddad. Segundo eles, as medidas têm o objetivo de oferecer ao setor uma espécie de ponte até que os juros voltem a cair. Haddad reforçou na ocasião que as medidas são transitórias e acabam quando o limite de R$ 1,5 bilhão for atingido.

O programa inclui veículos de passeio que custam até R$ 120 mil, com descontos que vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil. Esses descontos são calculados com base em três fatores: nível de emissão de carbono, capacidade de “gerar emprego e crescimento no entorno” e preço do automóvel, segundo o Mdic.

Para caminhões e ônibus, os descontos vão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil. O único critério levado em conta para os descontos, nesse caso, é o preço.

Em todos os três casos, o desconto é dado diretamente ao consumidor pela concessionária. “O valor que a concessionária deixar de receber será coberto pela montadora, que reverterá o montante em crédito tributário”, afirmou o Mdic em comunicado. “Tal crédito poderá ser usado para pagar tributos ou fazer abatimentos em declarações futuras.”

Já o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta quarta-feira que, ao mesmo tempo em que o Brasil busca intensificar o processo de eletrificação da frota de veículos, também vai apostar no aumento de oferta de carros flex e híbridos, que “tendem a ser cada vez mais acessíveis” para a população.

“Entendemos que a indústria nacional já tem soluções de transição viáveis”, afirmou em evento realizado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

O ministro ressaltou que o Brasil assumiu um “compromisso explícito” com a adoção de energia limpa e transição energética. “Este compromisso é prioridade absoluta no nosso governo”, disse.

Aos principais executivos da indústria automotiva nacional, Silveira disse ainda que o Brasil tem posição de destaque no mundo, com 88% da matriz elétrica limpa. “Isso fortalece o protagonismo na eletrificação da frota”, afirmou, ao frisar que 80% da frota de veículos leves é composta pela modalidade flex.

De acordo com o ministro, o governo aposta em estímulos para o desenvolvimento do setor por meio do projeto de lei (PL) do programa “Combustível do Futuro”. Ele disse que ajustes estão sendo conduzidos pela Casa Civil e devem ser apresentados em breve. A iniciativa, afirmou, deve estimular investimentos, reunir incentivos num só lugar, como forma de garantir maior segurança jurídica para a indústria se desenvolver.

O Estado de S.Paulo - SP   15/06/2023

Apesar de admitir que o mercado brasileiro deve adotar, em maior escala, a produção de carros híbridos flex em seu processo de descarbonização até que os elétricos tenham preços mais acessíveis e o País tenha infraestrutura de recarga, governo e montadoras trabalham na atração de fabricantes de baterias e de exploração de lítio, uma das principais matérias-primas para as baterias.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que “o governo irá incentivar, e não apenas pela área fiscal, a produção local de baterias”. Ele explicou que a medida será feita em duas fases. “A primeira é sobre os incentivos à pesquisa e desenvolvimento, e a segunda sobre a produção propriamente dita”.

Silveira participou nesta quarta-feira, 14, de seminário promovido em Brasília pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), com o tema “Conduzindo o futuro da eletrificação no Brasil”, que recebeu mais de 700 inscrições de participantes.

Realizado durante todo o dia no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, o evento reuniu executivos da maioria das montadoras, das fabricantes de autopeças, do setor de revenda de veículos e membros de vários ministérios, como o de Desenvolvimento e Meio Ambiente. Teve também a participação de consultores e do presidente da Oica (organização internacional dos fabricantes de veículos), John Bozella.

De acordo com Silveira, o “PL do combustível do futuro”, que vai regulamentar a integração das políticas de descarbonização no País, está em fase final de análise na Casa Civil e será enviado para a Câmara na próxima semana.

O PL contempla parte do programa Rota 2030, direcionado ao setor automotivo, e inclui incentivos fiscais para investimentos em energia limpa e metas para o processo de descarbonização, inclusive para o setor de aviação.

Na cadeia de eletrificação, há empresas trabalhando na “segunda vida das baterias”, após o prazo de cerca de 10 anos em que precisam ser precisam ser substituídas nos automóveis. Elas podem ser usadas, por exemplo, na geração e distribuição de energia, segundo o diretor da Weg, Daniel Godinho. “Também há várias empresas entrando no ramo de reciclagem, ou seja, em uma “terceira vida das baterias”, eliminado assim mais uma preocupação (da sociedade)”.

Produção de lítio

O ministro de Minas e Energia destacou também que o governo vai incentivar a extração de lítio, fundamental para a eletrificação da frota brasileira. “Podemos tornar nosso País um hub de produção de baterias, principalmente na região do Vale do Jequitinhonha”, em Minas Gerais.

Ana Cabral-Gardner, CEO e co-presidente do Conselho da Sigma Lithium, disse que o lítio produzido pela empresa no Vale do Jequitinhonha neste ano, é suficiente para 700 mil carros elétricos. A produção prevista para 2024 pode ser usada em 1,6 milhão de veículos e a de 2025 em 3 milhões.

“Com a escala que temos aqui, o Brasil pode ser fornecedor de insumos para células de baterias que podem ser produzidas em qualquer país”, disse a executiva. Em sua opinião, não é preciso subsídios, mas políticas públicas que agilizem e facilitem os projetos do capital privado.

Valor - SP   15/06/2023

Posição da entidade, já encaminhada ao governo, foi destacada em seminário sobre eletromobilidade, em Brasília; pela proposta, o 100% elétrico passaria a recolher a alíquota máxima, de 35%

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) defende o fim da isenção do Imposto de Importação para carros elétricos. A entidade pede ainda a adoção de cotas para a entrada de veículos, que seriam, em grande parte, importados por suas próprias associadas e também trazidos por importadores de marcas sem fábricas no Brasil.

A posição da entidade, já encaminhada ao governo, foi destacada em seminário sobre eletromobilidade, que realizado nessa quarta-feira (14), em Brasília.

Pela proposta, o veículo 100% elétrico, que está isento de Imposto de Importação desde 2015, passaria a recolher a alíquota máxima, de 35%, seguindo os demais carros importados de países fora das regiões com as quais o Brasil tem acordo de intercâmbio comercial livre de impostos – Mercosul e México.

Já os veículos das cotas continuariam isentos do importo de importação. A proposta da Anfavea estipula 2% da produção local como limite das cotas, sendo que os volumes seriam maiores para a empresa que produz no Brasil e menores para as que apenas importam.

A ideia, segundo a entidade, é usar as cotas como forma de a nova tecnologia ser conhecida pelo consumidor e de a indústria desenvolver produção local.

FERROVIÁRIO

Grandes Construções - SP   15/06/2023

Sem alarde, o Brasil acaba de concluir um de suas maiores – e mais polêmicas – obras de logística. Depois de 36 anos, a Ferrovia Norte-Sul está pronta. No fim de maio, foi concluído o último trecho da “nova-velha” estrada de ferro, entre Palmeiras de Goiás e Goianira, no interior de Goiás.

O traçado original previa 4,1 mil quilômetros de trilhos, literalmente, cortando o país. Eles iriam do porto de Itaqui, no Maranhão, até o porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul – daí o nome da ferrovia.

Depois de erros técnicos, inúmeros escândalos e cerca de R$ 15 bilhões investidos, esse percurso encolheu. A Norte-Sul ficou com 2,2 mil quilômetros, entre Açailândia, também no Maranhão, e Estrela d’Oeste, em São Paulo. Agora, o correto seria chamá-la de Norte-Sudeste.

Embora menor, esse trajeto ainda é colossal. Ele corta quatro das cinco regiões do Brasil (Centro-Oeste, Norte, Sudeste e Nordeste.

Para Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, os benefícios incluem uma redução de até 40% dos custos de frete e, quem sabe, o início de uma mudança da concepção sobre logística no país.

Segundo Resende, hoje, o transporte ferroviário representa 20% da matriz nacional.

Com a Norte-Sul, passa para 23%, mas, mesmo sem novas ampliações, esse percentual pode chegar a 26%, à medida que a linha seja mais utilizada. Estão ocorrendo ampliações, tocadas pela iniciativa privada, sendo assim, a projeção é que o granel agrícola pode ter 35% de participação nas ferrovias até 2035.

“Este é um momento histórico e pode representar o início de uma reversão da ideia que o país tem sobre logística. A Norte-Sul é a primeira ferrovia inaugurada nos últimos 15 anos no Brasil. Pior do que isso, em meados dos anos 1990, tínhamos 29,5 mil quilômetros de linhas férreas e, desde então, reduzimos a nossa malha. Hoje, temos somente 12 mil quilômetros de trilhos sobre os quais cargas são transportadas. Ou seja, a Norte-Sul aponta para uma mudança desse cenário”, comenta.

Rodoviário

Valor - SP   15/06/2023

Plano é fazer um ponto de virada, diz ministro Renan Filho

Com a substituição do teto de gastos pelo arcabouço fiscal, os investimentos públicos federais em rodovias e ferrovias poderão alcançar R$ 70 bilhões nos próximos quatro anos. “Isso dependendo do cumprimento de metas do superávit fiscal, o que poderá afetar um pouco para mais ou para menos [o valor previsto]”, disse o ministro dos Transportes, Renan Filho, ao Valor.

Com os recursos previstos para obras públicas e o novo modelo de concessões a ser apresentado hoje em evento na B3, na capital paulista, a pasta busca, segundo ele, melhorar o retrato da malha rodoviária, formado por ativos esburacados ou com obras estagnadas, seja por falta de dinheiro, seja por ineficiência de gestões públicas anteriores. O plano é fazer um ponto de virada, disse.

“É primeiro parar de piorar a infraestrutura. Voltar a melhorar as rodovias já garante alguma melhoria na competitividade”, disse o ministro. Hoje, 66% delas recebem uma avaliação de ruim a péssima, e a meta é reduzir isso a 20% ao fim da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Os dados citados pelo ministro são da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

Os bilhões do orçamento destinados às obras públicas nos próximos anos devem incluir a contraprestação em PPPs (parcerias público-privadas). O quadro de obras visadas é bastante pulverizado - chega a mil contratos espalhados pelo país. Renan Filho diz que a maior parte dos recursos será direcionada às rodovias, já que de modo geral as ferrovias são construídas com recursos privados. Há exceções, a exemplo da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), corredor que corta a Bahia e outras regiões e recebe dinheiro público.

Apesar da malha pulverizada, alguns ativos foram citados como focos do pacote de investimentos, entre eles trechos das BRs 116 (Rio Grande do Sul), 101 (do Rio Grande do Norte ao Sul do país), 158 e 242 (Mato Grosso), 364 (que passa por Rondônia e Acre), além da Transamazônica, obra que se arrasta há anos.

Segundo o ministro, muitas rodovias têm obras paradas ou andando em velocidade “aquém da necessidade do cronograma físico financeiro”. A causa disso é o baixo investimento “imposto pelo teto de gastos”, disse. Questionado sobre a ineficiência de gestão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para execução e fiscalização - uma crítica setorial comum - Renan Filho admitiu ser necessária a evolução, embora tenha feito ponderações.

“É um órgão que já adota as melhores práticas de governança. Há transparência em todo processo licitatório de ponta a ponta, tem pagamento de fatura por ordem de entrada da medição (nenhum Estado tem nem empresa privada faz isso)”, disse. “É óbvio que o Dnit tem que evoluir. A responsabilidade é sempre colocada no [setor] público, e o que o DNIT viveu nos últimos anos foi a falta de recursos para investimentos.”

A pasta prevê que manutenção de rodovias vai demandar uma parte “considerável” de investimentos nos próximos anos. Ainda sobre a eficiência do Dnit, George Santoro, secretário-executivo do ministério, acrescentou que houve problemas para a execução de obras nos últimos seis anos pela dificuldade de previsibilidade.

“Não havia recurso liberado no inicio do ano, mas às vezes no fim [de cada ano]. Isso é importante” para a eficácia da prestação de serviços, disse o secretário. Citando levantamento do Banco Mundial, Viviane Esse, secretária de Transporte Rodoviário, disse ainda que as intervenções que deixam de ser feitas “no tempo adequado” podem resultar em gasto quatro vezes maior.

É que a demora para elaborar manutenção leva à deterioração maior das rodovias e, consequentemente, ao aumento de custos ao efetuar a manutenção, além de outros efeitos como o aumento do número de acidentes.

Segundo levantamento finalizado no mês passado pela Consultoria Internacional de Negócios (Inter.B), o valor médio de aporte público entre 2019 e 2022 em Transportes foi de R$ 26,8 bilhões somadas as esferas federal, municipal e estadual - sendo R$ 20,6 bilhões destinados às rodovias.

O Estado de S.Paulo - SP   15/06/2023

O Ministério dos Transportes vai mostrar ao mercado, nesta quinta-feira, 15, as novas regras para as concessões de rodovias no País. As sugestões buscam reduzir riscos aos investidores e minimizar os problemas de desempenho observados em contratos do setor até hoje.

Segundo a pasta, 66% dos 15 mil km de estradas concedidos no País apresentam problemas. A expectativa é que, após contribuições do mercado, as mudanças passem a valer já no próximo leilão, o da BR-381, previsto para o início de julho.

“Queremos criar contratos mais seguros para ampliar a competição”, afirma o ministro dos Transportes, Renan Filho, em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast. Para atrair mais players, as mudanças buscam uniformizar os contratos, diminuir a judicialização e facilitar a transparência e os equilíbrios nas concessões, ainda conforme o responsável pela pasta.

A proposta que será apresentada aos participantes do Brasil Road Invest, evento promovido na sede da B3 em São Paulo, tem como parâmetros a modicidade tarifária; padronização dos projetos da mesma etapa; possibilidade de aportes públicos quando previstos investimentos de grande vulto; previsão de Parcerias Público-Privadas (PPP) e otimização dos recursos e sustentabilidade.

Nas próximas semanas, os integrantes da pasta vão se reunir com investidores e agentes do mercado para coletar opiniões sobre o novo conjunto de regras. “A parceria entre o público e o privado é a única agenda sustentável, porque os recursos públicos não são suficientes para atender todas as demandas da infraestrutura”, diz Renan Filho.

O ministro destaca que a aplicação das mudanças apresentadas às concessões já vigentes dependem do aval do Tribunal de Contas da União (TCU). Atualmente, a Corte avalia as regras para otimização de contratos e reequilíbrio de concessões. A pauta inclui a discussão sobre o processo de relicitação, que desde a aprovação da lei, em 2017, nunca foi aplicado a uma rodovia brasileira.

Em um mapeamento realizado pelo Ministério do Transporte, as equipes técnicas indicaram problemas de desempenho nos contratos vigentes que somam R$ 11 bilhões de investimentos. A ideia é que a decisão do TCU ajude a resolver esse impasse.

Mudanças e aprimoramentos

A nova política institui prazo de cinco anos para solicitação de desequilíbrios; período limite para promoção do reequilíbrio regulatório pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), além de reajuste e revisão ordinária anual realizada de forma automática, conforme adiantado pelo Estadão/Broadcast em abril.

No lado da receita, o ministério sugere a previsão da implantação do free-flow (sistema eletrônico de cobrança de pedágio) obrigatoriamente até o quinto ano da concessão para aumentar o faturamento, assim como incentivos para exploração da receita acessória pela utilização da faixa de domínio e auditoria amostral de receita auferida por verificador independente.

Há também previsão de uma regra que obrigue aportes a partir de faixas de deságios oferecidas pelas proponentes em leilão, como forma de proteção da saúde financeira do contrato e evitar a entrada de investidores sem capacidade de realizar as obras previstas.

A pasta sugere ainda a redução de fardo regulatório, tarifas diferenciadas por capacidade e descontos para usuários frequentes. As inovações tecnológicas e de sustentabilidade também compõem a lista, incluindo soluções como fibra ótica e ponto de recarga para veículos elétricos.

NAVAL

Valor - SP   15/06/2023

Mas existem incertezas sobre alguns dos principais projetos que vinham sendo elaborados

Com o fim dos planos de privatização no setor portuário, empresas e analistas avaliam que a agenda de leilões e novos Terminais de Uso Privado (TUPs) deve continuar no novo governo. Porém, há incerteza quanto a alguns dos principais projetos que vinham sendo elaborados.

Entre os projetos privados, há um potencial de 36 terminais autorizados ainda não construídos ou em fase preliminar de construção, segundo a ATP (Associação de Terminais Portuários Privados). Já a carteira de concessões do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) prevê 19 iniciativas que já passaram da etapa inicial de estudos, com obras estimadas em R$ 10 bilhões.

A próxima rodada de leilões será em agosto, com cinco ativos de menor porte: três terminais de granéis líquidos em Maceió; um de passageiros em Fortaleza; e um de granéis sólidos vegetais em Porto Alegre. Juntos, os projetos somam investimentos de R$ 125 milhões.

No último trimestre, está previsto novo bloco de leilões menores, para áreas em Maceió, Porto Alegre, Rio Grande (RS) e Vila do Conde (PA), segundo a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários). Em uma perspectiva preliminar do órgão, que poderá ser alterada pelo governo, o plano é licitar outros 24 projetos em 2024.

Porém, alguns dos principais ativos da carteira estão em revisão e poderão ser bastante alterados. É o caso dos dois maiores ativos do programa: a concessão do megaterminal de contêineres no Porto de Santos (SP), o STS10, e a desestatização de Itajaí (SC).

Se o Brasil não parar de crescer, vamos precisar de novos TUPs”

— Murillo Barbosa

No caso do terminal em Santos, que inicialmente previa R$ 3,3 bilhões de obras, o governo estuda uma redução, para acomodar outras operações na área, como o terminal de passageiros Concais.

Em Itajaí, o plano de privatização, que previa aporte de R$ 2,8 bilhões, foi suspenso e agora está em reformulação, para que a autoridade portuária se mantenha estatal, mas com a concessão do terminal de contêineres e de outros serviços do porto. Para Jesualdo Silva, presidente da ABTP (Associação Brasileira dos Terminais Portuários), trata-se de um “modelo possível” para viabilizar os investimentos. “Ainda precisamos dos detalhes, mas conceitualmente é um formato que pode funcionar.”

Outro leilão que tem atraído forte expectativa, segundo ele, é a concessão do canal de acesso em Paranaguá (PR), que prevê R$ 1 bilhão de obras e outros R$ 2,3 bilhões em custos operacionais ao longo de 25 anos de contrato.

O projeto está em estudo e, em cenário otimista, pode ir a consulta pública em um mês, estima Luiz Fernando da Silva, presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA). “É um processo novo, ainda terá que ser analisado pelo TCU. A expectativa otimista é ter o edital no primeiro semestre de 2024”, diz.

A concessão prevê aumentar a profundidade do canal dos atuais 12,5 metros para 15,5 metros. “O porto já recebe grandes navios, mas não com carregamento pleno, pela limitação de calado. Calcula-se que a cada metro de aprofundamento, cada navio poderá levar 7 mil toneladas a mais.”

No mercado, a expectativa em torno do projeto é positiva. “Espera-se que a concessão vire um modelo a ser replicado em outros portos, então há muito otimismo”, avalia Thiago Miller, do Advocacia Ruy de Mello Miller.

Para além da concessão do canal, o porto de Paranaguá tem outros três projetos em estágio mais avançado: o PAR09, o PAR14 e o PAR15. O primeiro, voltado a granéis sólidos vegetais, deverá ter edital lançado em breve. O projeto, de R$ 911 milhões de investimentos, chegou a ir a licitação em fevereiro, mas não atraiu interessados. Agora, o porto fará nova tentativa, com a mesma modelagem. “Era o início do governo. Hoje, com a situação mais consolidada, vamos entender se a resposta negativa foi pelo projeto ou pela incertezas.”

No Porto de Santos, a percepção do mercado é de mais dúvidas quanto aos próximos leilões. Além do STS10, outro terminal importante em estudo é o STS53, voltado a fertilizantes, com previsão de leilão em 2024.

Para Casemiro Tércio Carvalho, que comandou a companhia docas no início do governo Bolsonaro, deverá haver uma desaceleração na agenda. “Houve uma puxada de freio nos arrendamentos de Santos. Acredito que a ampliação da capacidade vai estar mais na mão de TUPs. O foco da gestão hoje está mais na construção do túnel Santos-Guarujá do que na estrutura portuária em si.”

Procurado, o Ministério de Portos e Aeroportos diz que o STS10 está sendo reavaliado “para verificar o melhor aproveitamento da área” e que estão em estudo outros projetos para a “eventual expansão de capacidade dos terminais de contêineres existentes, por meio de novos investimentos, como forma adicional de prover mais eficiência e escala na movimentação das cargas e atender o crescimento de demanda”.

Já no campo dos TUPs, a lista de ativos em potencial é extensa: entre os 36 projetos já autorizados, o potencial de novas obras chega a R$ 52 bilhões, segundo a ATP.

“É um volume muito relevante e obviamente alguns têm mais dificuldade para iniciar porque estão correndo atrás de investidores. Mas há muitas iniciativas que vão avançar”, diz Murillo Barbosa, diretor-presidente da ATP. “Se o Brasil não parar de crescer, vamos precisar de novos TUPs. Os arrendamentos também não vão parar, mas há limitação natural de áreas.”

PETROLÍFERO

Petro Notícias - SP   15/06/2023

A produção da PetroReconcavo no mês de maio totalizou 25,4 mil barris de óleo equivalente por dia, volume que representa uma queda de 2,4% na comparação com abril. A produção do Ativo Potiguar foi de 13,3 mil barris de óleo equivalente por dia em maio, alta de 1% ante abril. Já o Ativo Bahia/Sergipe registrou um recuo de 6%, usando a mesma base de comparação, totalizando 12,1 mil barris de óleo equivalente por dia.

Segundo a empresa, a produção fiscal de óleo do Ativo Bahia foi impactada pela interrupção parcial nas transferências, entre os dias 27 e 31 de maio, no contexto de desinterdição do Polo Bahia Terra (operado pela Petrobrás) e consequente retomada das transferências via duto, o que provocou retenção de parte da produção da Área Sul na Estação Nova Cassarongongo e acúmulo de produção em tanques operacionais da área centro norte. Esse volume será transferido em junho.

A petroleira independente acrescentou ainda que em razão de parada não programada para manutenção corretiva no gasoduto que interliga o ponto de entrega de gás rico (ECC-Upanema) até a UPGN Guamaré, houve interrupção de transferência de gás natural, afetando a produção da companhia com a parada da produção de poços de gás não associados.

“No mês de maio, a relação de gás natural produzido com o gás natural disponibilizado para processamento na UPGN Guamaré foi de 46%. Concluída a manutenção do duto, conforme divulgado em Comunicado ao Mercado dia 06 de junho, a produção normalizada do Ativo Potiguar se manteve até 12 de junho em média em 14.400 barris de óleo equivalente por dia, sendo 9.780 barris de óleo e 740 mil metros cúbicos de gás natural por dia”, detalhou a empresa.

Infomoney - SP   15/06/2023

Os estoques comerciais de petróleo bruto dos Estados Unidos (excluindo os da Reserva Estratégica de Petróleo) aumentaram 7,9 milhões de barris na semana encerrada em 9 de junho em relação à semana anterior, informou nesta quarta-feira (14) o Departamento de Energia. Com 467,1 milhões de barris, os estoques de petróleo bruto dos EUA atingiram a média de cinco anos para esta época do ano.

O consenso Refinitiv esperava uma queda de 1,291 milhão de barris no período.

Os estoques totais de gasolina aumentaram 2,1 milhões de barris em relação à semana passada e estão cerca de 7% abaixo da média de cinco anos para esta época do ano. Já os estoques combustível destilado aumentaram em 2,1 milhões de barris na semana passada e estão cerca de 14% abaixo da média de cinco anos para esta época do ano.

Os insumos das refinarias de petróleo bruto dos EUA tiveram uma média de 16,6 milhões de barris por dia durante a semana encerrada em 9 de junho, 60 mil barris por dia a menos que a média da semana anterior. As refinarias operaram com 93,7% de sua capacidade operacional na semana passada.

A produção de gasolina também aumentou na semana passada, com média de 10,2 milhões de barris por dia.

As importações de petróleo bruto dos EUA, por sua vez, atingiram uma média de 6,4 milhões de barris por dia na semana passada, uma queda de 19 mil barris por dia em relação à semana anterior.

Nas últimas quatro semanas, as importações de petróleo bruto foram em média de cerca de 6,5 milhões de barris por dia, quase inalteradas em relação ao mesmo período de quatro semanas no ano passado.

As importações totais de gasolina para motores (incluindo gasolina acabada e componentes de mistura de gasolina) na semana passada foram em média de 1.054 mil barris por dia, e as importações de combustível destilado foram em média de 136 mil barris por dia.

Valor - SP   15/06/2023

A companhia agora buscará aumentar seu negócio integrado de gás e estabilizará a produção de petróleo até 2030, revertendo seus planos de cortar a produção

A Shell Plc aumentará seu dividendo em 15% e aumentará a produção de gás natural à medida que o novo CEO, Wael Sawan, volta a focar nos combustíveis fósseis que geraram lucros recordes no ano passado.

Faz parte de um pivô da petrolífera europeia expandir as partes mais lucrativas de seus negócios, mesmo que sejam intensivas em carbono, enquanto reduz os empreendimentos que não geram retornos altos o suficiente. A empresa reiterou sua promessa de alcançar emissões líquidas zero até 2050.

“Vamos investir nos modelos que funcionam – aqueles com os maiores retornos que jogam com nossos pontos fortes”, disse Sawan em um comunicado. O CEO e sua equipe de gerenciamento apresentarão mais detalhes do plano aos acionistas em uma apresentação em Nova York ainda nesta quarta-feira.

A Shell vem recuperando gradualmente seus dividendos desde que o ex-CEO Ben van Beurden os cortou durante o auge da pandemia. Embora o aumento mais recente ainda deixe o pagamento cerca de 30% abaixo do nível pré-Covid, a mudança pode ajudar a convencer os investidores de que a empresa pode ser uma fonte confiável de caixa, como seus pares americanos mais valorizados.

Além do aumento de dividendos, que entrará em vigor neste trimestre, a Shell se comprometeu a recomprar pelo menos US$ 5 bilhões em ações no segundo semestre. A empresa reduzirá os gastos de capital para US$ 22 bilhões a US$ 25 bilhões por ano em 2024 e 2025, abaixo da expectativa de US$ 23 bilhões para US$ 27 bilhões em 2023.

A chave para alcançar retornos mais altos será o negócio de petróleo e gás que impulsiona a maioria dos lucros da Shell. A empresa não tentará mais reduzir a produção de petróleo em 1% a 2% ao ano, tendo alcançado seu plano inicial de redução de produção - anunciado em 2021 em meio ao foco no corte de emissões de carbono - mais rápido do que o previsto.

A Shell agora buscará aumentar seu negócio integrado de gás e estabilizará a produção de petróleo até 2030. Isso segue os passos da BP Plc, que também reverteu seus planos de cortar a produção de petróleo no início deste ano. Os investidores recompensaram esse movimento com um salto de 15% no preço das ações da BP.

“Uma área de decepção inicial pode estar no dividendo”, disse o analista do RBC Biraj Borkhataria em nota. “De nossas conversas no evento, acreditamos que o consenso do mercado foi de cerca de 20% de aumento.”

A mudança de estratégia das grandes empresas europeias é outro sinal de que a visão americana para as grandes petrolíferas está vencendo. Enquanto a Shell e a BP giravam para baixo carbono nos últimos anos, a Exxon Mobil Corp. e a Chevron Corp mantiveram assumidamente seus núcleos de combustível fóssil. Isso ajudou a contribuir para uma lacuna no 'valuation' das companhias.

Embora muitos dos detalhes do plano da Shell cheguem mais tarde na quarta-feira, o esboço inicial coloca o petróleo e o gás na frente e no centro, ao mesmo tempo em que dá aos esforços de baixo retorno e baixo carbono um papel de apoio menor. Essa é uma grande diferença em relação à atualização da estratégia da empresa há cerca de dois anos, quando a Shell disse que sua produção de petróleo estava em declínio e nomeou a eletricidade e o hidrogênio de baixo carbono como suas principais fontes de crescimento.

Hoje, a Shell disse que investirá “seletivamente” em energia, focando em mercados onde possa agregar valor a seus acionistas. Os investimentos em tecnologia de captura de hidrogênio e carbono serão feitos “de maneira disciplinada para criar opções para o futuro”.

Infomoney - SP   15/06/2023

Os especialistas em petróleo de Wall Street abandonaram a crença de uma alta da commodity ainda este ano.

Hoje, o JPMorgan tornou-se o último dos grandes bancos a reduzir as previsões de preços do petróleo bruto, cortando suas metas para o Brent no segundo semestre em 11%, para US$ 82 o barril.

Embora a demanda continue crescendo, a oferta está confortavelmente acompanhando graças a um grande volume de investimentos, disse a analista Natasha Kaneva. O banco também está perdendo confiança na aliança Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), liderada pela Arábia Saudita, que anunciou outro corte de oferta este mês, mas que teve pouco efeito no mercado.

O JPMorgan sempre foi cético quanto a um petróleo a três dígitos (o barril, na casa dos US$ 100), mas até mesmo os bancos mais otimistas mudaram o tom recentemente.

O Morgan Stanley liderou o caminho para encerrar as expectativas de uma potencial alta, afirmando no início do mês passado que o aperto na oferta, amplamente esperado pelo mercado para o segundo semestre, provavelmente não se concretizará.

No início desta semana, o Goldman Sachs – talvez o mais otimista com petróleo em Wall Street – reduziu as previsões, já que as ofertas de produtores problemáticos como Rússia e Irã provam ser surpreendentemente resilientes. No mês passado, o Bank of America também rebaixou sua perspectiva, à medida que a política monetária mais restritiva diminui o consumo de combustível.

Enquanto isso, alguns outros analistas continuam prevendo que os mercados da commodity ficarão mais apertados próximos meses. A Agência Internacional de Energia ainda projeta que os estoques mundiais de petróleo se esgotarão rapidamente no segundo semestre, a uma taxa de 2 milhões de barris por dia, à medida que a demanda aumentar (ainda que veja queda no consumo mais à frente).

O recuo do mercado, por sua vez, é uma vitória para o veterano analista do Citigroup Ed Morse. No final do ano passado ele alertou que a saída instável da China da pandemia e a oferta abundante colocariam um limite no petróleo – e estabeleceu uma meta de preço para 2023 em US$ 80 o barril.

“As chances de um ‘superciclo de commodities’ em 2023 continuam diminuindo”, disseram analistas do Citigroup em nota esta semana.

Associe-se!

Junte-se a nós e faça parte dos executivos que ajudam a traçar os rumos da distribuição de aço no Brasil.

INDA

O INDA, Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, é uma Instituição Não Governamental, legalmente constituída, sem fins lucrativos e fundada em julho de 1970. Seu principal objetivo é promover o uso consciente do Aço, tanto no mercado interno quanto externo, aumentando com isso a competitividade do setor de distribuição e do sistema Siderúrgico Brasileiro como um todo.

Rua Silvia Bueno, 1660, 1º Andar, Cj 107, Ipiranga - São Paulo/SP

+55 11 2272-2121

contato@inda.org.br

© 2019 INDA | Todos os direitos reservados. desenvolvido por agência the bag.

TOP