IstoÉ Dinheiro - SP 14/11/2023
As exportações de sucata ferrosa, insumo essencial para a fabricação de aço, somaram 80,443 mil toneladas em outubro, volume 267,6% maior do que o registrado no mesmo mês de 2022, de 21,882 mil toneladas. O indicador é 18,2% na comparação com setembro, destacou o Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), órgão de classe que representa mais de 5,5 mil empresas recicladoras.
O aumento nas vendas para o mercado internacional ocorre em um contexto de retração na demanda das usinas siderúrgicas domésticas. No acumulado do ano, as exportações somam um total de 655,2 mil toneladas, avanço de 99,3% em comparação a janeiro a outubro de 2022, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O presidente do Inesfa, Clineu Alvarenga, afirmou que houveram poucas mudanças em relação ao cenário de alta nas exportações nos últimos meses. O indicador é impulsionado pela baixa demanda de sucata ferrosa por parte das usinas siderúrgicas, que também sofrem com a queda nas vendas de aço. A entidade aponta ainda que a entrada do aço chinês no Brasil, com incentivos de ICMS, está prejudicando a reciclagem.
“A economia tem reagido lentamente e há um baixo consumo por aço da indústria automobilística e da construção civil (potenciais consumidores), mesmo com a reação do Produto Interno Bruto (PIB), puxada principalmente pelo setor de serviços”, diz Alvarenga.
Os participantes do mercado brasileiro de sucata constatam um início de novembro fraco, com demanda limitada e preços congelados, além de maior pressão por mais redução dos preços no fim do ano, destacou o Inesfa a partir de dados da agência S&P Global Platts, que fornece preços-referência e benchmarkets para o mercado de commodities.
O instituto apontou, a partir de informações da S&P, que duas usinas do interior de São Paulo e do Rio de Janeiro já apresentaram cronogramas de paralisações para fins de manutenção até dezembro.
Money Times - SP 14/11/2023
A CSN (CSNA3) terminou o terceiro trimestre do ano com lucro de R$ 91 milhões, de acordo com o relatório divulgado nesta segunda-feira (13).
O montante reportado no período representa um tombo de 62% sobre o intervalo de julho a setembro de 2022 e veio bem abaixo das expectativas do consenso do mercado, que projetava ganhos de R$ 394 milhões, segundo um levantamento da Bloomberg.
Em relação ao segundo trimestre deste ano, o lucro caiu em torno de 68%, explicado pelo impacto positivo no trimestre passado por uma reversão de provisão com IR/CSLL, explicou a holding.
“Essa situação acabou por compensar a melhora operacional verificada neste trimestre”, disse.
Agência Brasil - DF 14/11/2023
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – caiu de 4,63% para 4,59% neste ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (13), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a projeção da inflação ficou em 3,92%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para os dois anos.
A estimativa para 2023 está acima do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.
Segundo o BC, no último Relatório de Inflação, a chance de o índice oficial superar o teto da meta em 2023 é de 67%. A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda situa-se dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em outubro, o aumento de preços das passagens aéreas pressionou o resultado da inflação. O IPCA ficou em 0,24% [https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2023-11/inflacao-de-outubro-fica-em-024-puxada-pelas-passagens-aereas], segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual foi abaixo da taxa de setembro, que teve alta de 0,26%.
A inflação acumulada este ano atingiu 3,75%. Nos últimos 12 meses, o índice está em 4,82%.
Juros básicos
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros - a Selic - definida em 12,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada por economistas.
O comportamento dos preços já fez o BC cortar os juros pela terceira vez no semestre, em um ciclo que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Ainda assim, em comunicado divulgado na semana passada, o Copom indicou que poderá mudar o tempo do período de cortes, caso as condições tornem mais difícil reduzir juros.
De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2023 em 11,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9,25% ao ano. Para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,75% ao ano e 8,5% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano ficou em 2,89%.
Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,5%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,93% e 2%, respectivamente.
A previsão para a cotação do dólar está em R$ 5 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,08.
IstoÉ Dinheiro - SP 14/11/2023
A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 1,383 bilhão na segunda semana de novembro (de 6 a 12). De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, 13, o valor foi alcançado com exportações de US$ 6,536 bilhões e importações de US$ 5,152 bilhões.
No mês, o superávit acumulado é de US$ 4,052 bilhões e no ano, de US$ 84,561 bilhões.
Na primeira semana de novembro (1º a dia 5), o saldo foi de US$ 2,669 bilhões.
Até a segunda semana do mês, a média diária das exportações registrou aumento de 15,6% na comparação com a média diária do período em 2022, com crescimento de US$ 61,24 milhões (24,7%) em Agropecuária; alta de US$ 159,47 milhões (45,3%) em Indústria Extrativa e queda de US$ 0,31 milhões (0%) em produtos da Indústria de Transformação.
Já as importações tiveram queda de 4,9% no período, também na comparação pela média diária, com recuo de US$ 3,57 milhões (-17,4%) em Agropecuária; queda de US$ 20,58 milhões (-25,0%) em Indústria Extrativa e redução de US$ 21,39 milhões (-2,2%) em produtos da Indústria de Transformação.
Exame - SP 14/11/2023
O comércio exterior da China tem mostrado resiliência. Os dados da Administração Geral das Alfândegas divulgados na última terça-feira, 7, mostram que as taxas de crescimento nos primeiros 10 meses acumulados do comércio de importação e exportação chinês do mês de outubro se tornaram positivas.
As taxas de crescimento acumuladas dos primeiros oito meses e os três primeiros trimestres que passaram por um declínio de 0,1% e 0,2% em comparação com os mesmos períodos do ano passado, para um crescimento de 0,03%. O crescimento mensal de outubro deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado foi de 0,9%.
Segundo os dados mais recentes, alguns fatores apoiaram a recuperação do comércio exterior. Em primeiro lugar, a operação econômica da China continuou a se recuperar e a promover a expansão da demanda de importação. Nos primeiros 10 meses deste ano, a importação em valores do comércio exterior da China somou um total de RMB 14,77 trilhões. A taxa de declínio diminuiu para 0,5%, o que é impulsionado por importação de alguns produtos agrícolas importados e bens de consumo. A taxa de crescimento das importações em outubro passou de negativa para positiva, um crescimento de 7,3 pontos percentuais em comparação com setembro deste ano e 6,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em segundo lugar, nos primeiros 10 meses, a escala combinada de importação e exportação das três províncias nordestinas da China ultrapassou RMB 1 trilhão pela primeira vez no mesmo período da história, com uma taxa de crescimento maior do que a média da China
Do ponto de vista do potencial de mercado, a China continuou a expandir a escala do comércio exterior com os mercados emergentes, e a abertura do mercado internacional com estreita cooperação regional e comércio diversificado continua a ser otimizado.
Nos primeiros 10 meses, as importações e exportações da China com os países que aderiram a iniciativa de Cinturão e Rota foram de RMB 15,96 trilhões, um aumento de 3,2% em relação ao ano anterior, representando 46,5% do comércio exterior da China. Entre eles, a importação e a exportação para a ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), os países da Europa Central e Oriental e os cinco países da Ásia Central aumentaram 0,9%, 2,7% e 34,8%, respectivamente, compensando efetivamente o impacto da falta de demanda do mercado tradicional.
O Estado de S.Paulo - SP 14/11/2023
Ao anunciar que o governo não conseguirá honrar o compromisso de reduzir a zero o déficit primário ao final de 2024 (2º ano de mandato), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, desmoralizou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que prometeu atingir essa meta. Ainda ignorou o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, enviada ao Congresso pelo próprio governo, peça da qual constava o déficit zero, agora relativizado pelo presidente.
Lula culpou o mercado, a quem tachou de “ganancioso demais”, e, além de desautorizar o ministro da Fazenda, que vem buscando incansavelmente adesões importantes para a meta do déficit zero, desrespeitou o Congresso Nacional, empenhado em dar suporte ao ministro, e arriscou perder a credibilidade junto a investidores, credores e sociedade civil. O resultado do posicionamento do presidente não contribui para a melhoria da credibilidade do país e poderá até mesmo causar redução na taxa de crescimento do PIB e dificultar o ritmo da redução da taxa de juros.
Trata-se de um péssimo sinal à nação por parte de quem assumiu com enorme benevolência do Congresso Nacional. Basta lembrar que, mesmo antes de empossado, o novo governo foi autorizado a gastar mais R$ 145 bilhões, por meio da Emenda Constitucional nº 126, artigo 3º, que flexibilizou o teto de gastos, pelo qual as despesas não podiam crescer acima da inflação.
A torneira foi aberta e, menos de um ano depois, o governo admite que não vai fechá-la.
O arcabouço fiscal aprovado pelo Congresso já sinalizava que os gastos públicos sempre crescerão mais do que a inflação. Em momentos de recessão ou de baixo crescimento crescerão menos, é verdade, mas ainda assim, acima da inflação. Os números mostram que os gastos do governo federal em 2023 têm como limite o equivalente ao total de gastos do exercício de 2022, corrigido pela inflação de 7,20% (IPCA) e acrescido dos R$ 145 bilhões autorizados pelo Congresso.
É preciso lembrar também que o Orçamento 2023 acabou turbinado com dinheiro extra para o pagamento do Bolsa Família – R$ 600,00 por mês por família cadastrada, durante todo o ano –, para investimentos sociais como Farmácia Popular e merenda escolar – e para investimentos em infraestrutura.
Ao final de 2023, a União terá gasto R$ 5,490 bilhões, o correspondente mais da metade (51,41%) do PIB (Produto Interno Bruto). Serão R$ 2,01 bilhões em pagamentos de juros e encargos das dívidas (somando 18,79% do PIB), R$ 3,0 bilhões em despesas compulsórias (28,03% do PIB) e R$ 191,0 bilhões em despesas discricionárias (1,79% do PIB). Restarão para investimentos o montante (pífio) de R$ 144 bilhões (1,35% do PIB). Além disso, há mais R$ 145,0 bilhões (1,36% do PIB) em investimentos extras concedidos pela Emenda Constitucional nº 126. Vale enfatizar que dos 51,31% do PIB comprometidos com esses gastos, apenas 2,71% terão sido aplicados em investimentos. Mais grave ainda é que metade disso é de caráter excepcional, garantido pela Emenda Constitucional.
Como se observa, há razões de sobra para o Brasil olhar com maior atenção os gastos da União. Somente a título de juros, em razão da dívida pública nacional atingir R$ 7,96 trilhões, o correspondente a 74,4% do PIB, o país paga anualmente R$ 955 bilhões, ou seja, 8,92% do PIB. É estarrecedor que o país comprometa 26,30% do total anual de suas receitas públicas apenas para financiar a dívida pública (rolagem da dívida).
Passou da hora de o Brasil tratar a situação fiscal com mais seriedade. Em nome da transparência, deveria ser obrigatória a divulgação não apenas do déficit primário, mas também do déficit nominal, este sim o verdadeiro. Isso evitaria que as autoridades tratem com menosprezo a existência do déficit fiscal que hoje, no Brasil, é da ordem de 9,52% do PIB, considerando-se os juros das dívidas (8,92% do PIB) mais o déficit primário (0,6% do PIB). Um número totalizado que precisa ser revelado à nação.
Esse imenso déficit jamais será reduzido se não for encarado pelo governo o problema do gigantismo da máquina pública. Sozinha, ela consumirá estimados R$ 3,0 trilhões no próximo ano. Isso corresponderá a cerca de 26% do PIB 2024, estimado em R$ 11,50 trilhões, considerando-se R$ 10,7 trilhões (PIB de 2023) e admitindo-se inflação de 4,5% no ano e mais crescimento de 3% do PIB.
Não é viável para o país gastar R$ 3,00 trilhões em despesas compulsórias quando a arrecadação tributária da União será de R$ 2,42 trilhões (21% do PIB). Importante destacar que a carga tributária atual corresponde a 33,71% do PIB e a arrecadação tributária prevista para 2024 atingirá R$ 3,98 trilhões.
Caso o Brasil não se convença da necessidade de redução da gastança pública e dos privilégios que cada vez impõem mais ônus, a fim de impedir a explosão da dívida pública – ainda que bem distante -, corremos o risco de chegar ao fenômeno intitulado “dominância fiscal”, onde a política fiscal expansionista (gastança pública) predomina sobre a política monetária (BACEN) e remete a uma situação em que o Banco Central se vê impedido de elevar a taxa de juros para combater a inflação porque a elevação do pagamento de juros sobre a dívida pública amplifica o desequilíbrio fiscal. Esse desequilíbrio provoca efeitos devastadores: apavora e afugenta os investidores, deprecia o Real e a inflação se acelera. Gerar, de forma irresponsável, déficit é o caminho para a perpetuação do subdesenvolvimento, o que remete a lição do professor Roberto Campos de que “só há uma razão para o subdesenvolvimento Brasileiro: a mania de distribuir fatias impossíveis de um bolo ilusório”
Esse cenário (dominância fiscal) ainda se encontra muito longe no horizonte, porém se não prevalecer o prever (no sentido de planejar, estudar), em vez do prover (UTI) – muito mais que mera troca de vogais -, quando acontecer o despertar poderá ser tarde demais.
O Brasil segue sistemática e teimosamente ignorando os ensinamentos de Marco Túlio, o imperador de Roma (ano 55 a.C.): “O orçamento deve ser equilibrado, o Tesouro Público deve ser reposto, a dívida pública deve ser reduzida, a arrogância dos funcionários públicos deve ser moderada e controlada, e a ajuda a outros países deve ser eliminada, para que Roma não vá à falência. As pessoas devem novamente aprender a trabalhar, em vez de viver às custas do Estado”.
Mais de dois mil anos é tempo suficiente para que a lição tenha sido aprendida.
Infomoney - SP 14/11/2023
A CSN Mineração (CMIN3) registrou lucro líquido de R$ 1,2 bilhão no terceiro trimestre de 2023 (3T23) um avanço de 133% na comparação anual (3T22) e de 143% em relação ao trimestre anterior (2T23).
“Esse resultado expressivo é consequência da melhora do resultado operacional da operação, com maiores volumes e preços, além do efeito positivo da variação cambial”, afirmou a companhia.
A receita líquida ajustada totalizou R$ 4,31 bilhões no 3T23, com um avanço anual de 72% e 19,4% superior à registrada no trimestre anterior. Segundo a companhia, o desempenho reflete não apenas o maior volume de embarques, mas também a realização de preços mais alta verificada no período.
“Como consequência, a Receita Líquida Unitária foi de US$ 75,19 por tonelada, o que representa um aumento de 14,4% contra o 2T23, acompanhando a trajetória ascendente do preço do Platts e das cargas em aberto que compensaram a valorização do câmbio”, aponta.
Por sua vez, o custo dos produtos vendidos da mineração totalizou R$ 2,524 bilhões no 3T23, uma redução de 3,8% frente ao trimestre anterior, “mesmo com uma maior atividade comercial, o que é justificado pelo menor volume de compras de terceiros e menor utilização de portos de terceiros”.
O custo C1 atingiu US$ 21,3 a tonelada (t) no 3T23 e foi 1,4% abaixo do verificado no trimestre anterior, refletindo a maior diluição de custo fixo e os menores custos unitários gerais e administrativos que acabaram por compensar o aumento do diesel verificados no período.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado atingiu R$ 1,988 bilhão no terceiro trimestre, alta anual de 115%, enquanto a margem Ebitda subiu 9,21 pontos percentuais (p.p.) na mesma base de comparação, para 46,12%.
A CSN Mineração atingiu novo recorde histórico de produção e vendas, registrando um volume de 11,6 milhões de toneladas comercializadas no 3T23. “No lado da produção, houve significativa melhora no mix em favor da produção própria, aumentando a rentabilidade da operação e colocando a Companhia em posição confortável para revisar seu guidance de volume”, apontou.
No setor de mineração, a companhia ressalta que o trimestre foi marcado pela alta demanda de minério de ferro na China e uma melhora nos patamares de preço, com a valorização do Platts que encerrou o 3T23 US$ 3,06 acima da média do verificado no trimestre anterior.
“A produção de aço na China continua em níveis elevados, acarretando em aumentos na utilização da capacidade nas siderúrgicas chinesas e baixos níveis de estoques de minério tanto nas usinas quanto nos portos chineses. Essa conjuntura acabou pesando favoravelmente no preço do minério e tem sido impulsionada pelos pacotes de estímulo do governo chinês, na tentativa de injetar liquidez na economia e garantir custos de financiamento baixos para os segmentos de consumo, manufatura, infraestrutura e imobiliário”, apontou.
O Fluxo de Caixa Ajustado atingiu R$ 779 milhões no 3T23, um resultado inferior ao obtido no trimestre passado em razão do aumento no capital de giro (impactado pelo aumento de preços), além dos maiores níveis de Capex e capital circulante líquido observados no período.
Com a geração de caixa, a companhia voltou a apresentar um caixa líquido de R$ 1,7 bilhão. Com isso, o indicador de alavancagem medido pela relação Dívida Líquida/Ebitda ficou em -0,23 vez.
Globo Online - RJ 14/11/2023
Oito anos depois do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), que deixou 19 mortos e um mar de lama que devastou o Rio Doce, a Vale ainda tem duas barragens com risco iminente de rompimento.
Uma delas, a Forquilha III, fica em Ouro Preto (74 mil habitantes), e a outra, Sul Superior, em Barão de Cocais (32 mil habitantes). Ambas se localizam em Minas Gerais e estão no nível 3 de emergência, quando a ruptura pode acontecer a qualquer momento ou já está em andamento, segundo descrição no site da empresa.
No ano passado, a Vale retirou outra barragem no nível máximo de emergência, a B3/B4, em Nova Lima (MG), e prometeu em seu relatório integrado anual acabar com as barragens de rejeito a montante em condição crítica de segurança até 2025.
Esse tipo de barragem é o mesmo que rompeu em Brumadinho (MG) em janeiro de 2019, matando 272 pessoas. O método, chamado alteamento a montante, prevê que o dique inicial seja ampliado para cima usando o próprio rejeito de minério de ferro, e por ser uma opção menos segura já foi banida por países com o Chile.
O nível de emergência é uma categoria estabelecida pela legislação de 2022 para classificar os riscos potenciais que poderiam comprometer a segurança de barragens.
Em Forquilha III e Sul Superior, a Vale diz que os cuidados são estendidos, além da zona de autossalvamento (ZAS), para as pessoas que estão na zona de segurança secundária (ZSS), região que está a mais de 10 km ou 30 minutos de uma eventual inundação — quando existe tempo suficiente para que as pessoas consigam fugir por conta própria para abrigos.
Já as ZAS abarcam toda região em que não exista tempo suficiente para uma intervenção das autoridades competentes em situação de emergência, e onde as pessoas não consigam se salvar a tempo. Em caso de rompimentos de barragens de nível 2 ou 3, essas áreas são evacuadas, enquanto as ZSS são notificadas.
Andresa Rodrigues, presidente da associação de familiares das vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho (Avabrum), diz que as mineradoras enxergam como gasto o que deveria ser visto como investimento e que se o monitoramento de barragens fosse prioridade das empresas, seu filho, morto no desastre de janeiro de 2019, estaria vivo.
Ela chama as barragens de Forquilha III e Sul Superior de "bombas-relógio prestes a explodir", mas diz que muitas outras barragens sequer monitoramento têm. Andresa também cobra pela condenação dos responsáveis pelo rompimento. Mesmo após as centenas de mortos, milhões de metros cúbico de rejeitos de mineração despejados no rio Paraopeba e três ainda desaparecidos, não houve nenhuma punição.
— A Avabrum luta pela memória, pela não repetição do crime e pelos direitos dos familiares. Não queremos que mais ninguém passe pela dor que passamos. Mas, para isso, as empresas e autoridades precisam de mais seriedade. Se não vamos voltar a discutir esse assunto quando a próxima barragem se romper e matar mais gente — diz a presidente da associação.
Enquanto a companhia mantém o processo de desmonte das estruturas precárias, outras vão colocando em perigo as regiões onde estão instaladas. Na última sexta-feira, a Agência Nacional de Mineração interditou preventivamente as atividades da Vale na mina Fábrica Nova, também em Mariana, por não haver garantia de estabilidade nas estruturas e risco iminente de acidente. A empresa diz acompanhar a vistoria da ANM e da Defesa Civil nesta segunda-feira.
"Nesta semana, equipe da ANM, em parceria com a Defesa Civil, está realizando vistoria no local para definir a linha de ação que deve ser adotada pela empresa. Assim que for apresentado laudo atestando a estabilidade das estruturas, a ANM decidirá sobre a manutenção ou não da intervenção", diz a agência em nota.
Procurada, a Vale afirmou que se comprometeu a eliminar suas 30 barragens a montante até 2035, e que, até o momento, 13 estruturas foram completamente descaracterizadas, mais de 40% do total. A companhia disse ter investido cerca de R$ 6,2 bilhões no Programa de Descaracterização desde 2019. Além disso, informou em nota:
"A velocidade do processo de eliminação de barragens depende de uma série de fatores, incluindo o desenvolvimento de novas tecnologias e o uso de equipamentos operados de forma 100% remota. As obras são complexas e, por isso, as soluções são customizadas para cada estrutura e estão sendo realizadas de forma cautelosa, tendo como prioridade, sempre, a segurança das pessoas, a redução dos riscos e os cuidados com o meio ambiente.
"Sobre as barragens Sul Superior e Forquilhas III, ambas as estruturas seguem avançando no processo de descaraterização. A barragem Sul Superior está em obras, em fase de remoção dos rejeitos do reservatório. A conclusão da descaracterização da estrutura está prevista para 2029. A Barragem Forquilhas III está em fase de desenvolvimento da engenharia, com obras previstas para serem finalizadas em 2035. Ambas estão inativas e são monitoradas permanentemente. Além disso, as duas barragens contam com suas respectivas Estruturas de Contenção a Jusante (ECJs) com Declarações de Condição de Estabilidade (DCEs) vigentes e aptas a cumprirem seu propósito de proteger as pessoas e o meio ambiente em caso de emergência."
Valor - SP 14/11/2023
“Importante reforçar que as estruturas geotécnicas da companhia são monitoradas permanentemente por equipe técnica especializada”, disse a Vale
A Vale informou, em nota, que acompanha a vistoria da Agência Nacional de Mineração (ANM) e da Defesa Civil, realizada nesta segunda-feira (13), para que ocorram os “esclarecimentos necessários” sobre as condições de estabilidade de três pilhas de estéril da mina de Fábrica Nova, em Mariana (MG). A empresa afirma no comunicado que as condições de estabilidade das estruturas “permanecem inalteradas”.
Na sexta-feira (10), a ANM interditou, preventivamente, as atividades de disposição de estéril nas pilhas PDE Permanente I, PDE Permanente II e PDE União Vertente Santa Rita, todas na mina Fábrica Nova. “Importante reforçar que as estruturas geotécnicas da companhia são monitoradas permanentemente por equipe técnica especializada”, disse a Vale na nota.
Em decorrência da interdição, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou um inquérito para investigar a questão.
A companhia afirmou, em nota, que não há risco iminente atrelado às pilhas de estéril da mina de Fábrica Nova, em Mariana (MG), “assim como não há a necessidade da remoção de famílias”.
“A pilha de estéril é uma estrutura de aterro constituída de material compactado, diferente de uma barragem e não sujeita à liquefação”, diz o comunicado divulgado pela mineradora.
A Vale disse ainda que o dique de pequeno porte localizado à jusante de uma das pilhas tem declaração de condição de estabilidade positiva. “A Vale reitera que a segurança é um valor inegociável e que cumpre todas as obrigações legais. A Vale continuará colaborando com as autoridades e fornecendo todas as informações solicitadas”, afirmou a companhia.
Valor - SP 14/11/2023
A montadora busca fazer IPO da Ampere, que visa alcançar uma avaliação ambiciosa de 8 bilhões de euros (US$ 8,5 bilhões de dólares) a 10 bilhões de euros
Depois de superar perdas recordes e uma parceria tóxica, o CEO da Renault SA, Luca de Meo, está preparando sua maior aposta para levar a montadora francesa às primeiras colocações do disputado mercado de carros elétricos.
Os investidores conhecerão mais nesta semana sobre a oferta pública inicial da Ampere, braço de veículos elétricos e software da Renault, que visa uma alcançar uma avaliação ambiciosa de 8 bilhões de euros (US$ 8,5 bilhões de dólares) a 10 bilhões de euros. No dia 15 de novembro, de Meo apresentará como pretende ser uma resposta europeia à Tesla Inc.
“Estamos trabalhando duro para o IPO, mas não sou um kamikaze”, disse de Meo em entrevista após um evento em Paris na semana passada.
O ex-executivo da Audi e da Fiat guiou a Renault em tempos difíceis. Ao embarcar em 2020, o homem de 56 anos trouxe a Renault “de volta do inferno”, quando a empresa precisou tomar empréstimos do governo para sobreviver à pandemia e depois amortizar seus importantes negócios russos. Além disso, conseguiu após meses de negociações meticulosas afrouxar os laços da sua tensa aliança de 24 anos com a Nissan Motor Co.
A Renault, que deve revelar um segundo EV acessível nesta semana, pretende listar a Ampere em abril ou maio do próximo ano, um plano dificultado por uma guerra de preços iniciada pela Tesla e de desempenhos instáveis de IPOs como da designer de chips Arm Holdings Plc e do fabricante de sandálias Birkenstock Holding Plc.
“Luca tem um roteiro e deu uma direção à Renault, e a qualidade dos carros é incrível hoje em dia”, diz Pierre-Olivier Essig, analista da AIR Capital em Genebra. “O IPO pode não ser uma boa ideia neste momento, dada a situação dos mercados, mas, em última análise, penso que Luca terá sucesso.”
Depois de se desvencilhar do espinhoso relacionamento com a Nissan e da saída chocante do ex-líder da aliança Carlos Ghosn, a Renault precisa acelerar para alcançar rivais como a Stellantis NV, empresa formada a partir da fusão do grupo francês PSA e da Fiat Chrysler.
Até agora, o impulso elétrico da montadora está lento. O grupo perdeu participação de mercado de EV num grupo de 28 países europeus neste ano devido à eliminação progressiva do Zoe, um dos mais vendidos entre a onda inicial de modelos elétricos da indústria, de acordo com a Jato Dynamics.
As vendas do Megane E-Tech – que a Renault esperava que rivalizasse com o Modelo 3 da Tesla – foram lentas e chegaram a cerca de 35.000 veículos até o final de setembro, aquém da meta interna inicial de mais de 100.000 carros por ano. Além disso, o IPO da Ampere já foi adiado uma vez.
O IPO permitiria à Ampere avançar mais rapidamente no seu ambicioso plano de desenvolvimento, numa altura em que a velocidade da inovação conta. Além do Megane E-Tech, haverá mais cinco veículos elétricos da marca Renault até 2030, incluindo o Scenic e o novo Renault 5.
“O grupo precisa urgentemente de novos produtos para competir melhor com o Grupo VW, que tem 15 modelos disponíveis atualmente, e a Stellantis, que oferece 23 modelos, incluindo vans”, disse Felipe Munoz, analista global da Jato Dynamics.
De Meo tem outras opções de financiamento: a Renault tem dinheiro e poderia vender parte ou a totalidade das ações da Nissan, recentemente transferidas para um fundo fiduciário, que atualmente valem US$ 4,8 bilhões – embora qualquer movimento desse tipo seja feito em estreita colaboração com o seu parceiro.
Ele quer atrair novos investidores na venda de ações, mas pode suspendê-la caso a avaliação fique abaixo de cerca de 8 bilhões de euros, segundo duas pessoas familiarizadas com a situação, que pediram para não serem identificadas por discutirem assuntos internos.
“A Ampere é um projeto de longo prazo e o IPO é uma peça do quebra-cabeça”, disse de Meo.
A preocupação de que de Meo esteja adicionando muita complexidade – quando o Megane E-Tech apresenta um início difícil – está lançando uma sombra sobre o IPO.
“É simplista dizer que o IPO da Ampere não funcionará porque não foram vendidos carros Megane E-Tech suficientes”, disse ele. “Nunca foi concebido para ser um carro de grande volume e vendemos milhares de Dacia Spring e Zoe EVs nos últimos anos.”
No centro da proposta de IPO da Renault estarão suas capacidades de software, que a empresa classifica como superiores depois de contratar mais de 400 engenheiros de software da Intel Inc. em 2017. A equipe ajudou a conquistar parceiros como Qualcomm Inc., de acordo com de Meo.
O Estado francês, um dos principais acionistas com uma participação de 15%, vê a mesma lógica para separar as operações de veículos elétricos e tornar-se uma empresa pública.
Vários analistas permanecem tranquilos com a ideia de um IPO da Ampere, incluindo Philippe Houchois, da Jefferies, que diz estar “torcendo por uma cisão”.
“Há muito o que gostar nas iniciativas estratégicas da Renault”, disse Houchois. “No entanto, os atuais planos de IPO devem ser reconsiderados, uma vez que parecem excessivamente diluidores para os atuais acionistas, dadas as alternativas oferecidas pela força do balanço da Renault.”
Valor - SP 14/11/2023
A empresa está perfurando seu primeiro poço de lítio na região de Smackover, em Arkansas, e planeja começar a produzir lítio de grau de bateria até 2027
A Exxon Mobil anunciou nesta segunda-feira (13) que está começando a perfuração para extração de lítio em Arkansas e pretende se tornar um importante fornecedor nos Estados Unidos para fabricantes de baterias de veículos elétricos até 2030.
A entrada da empresa de petróleo com sede no Texas no setor de lítio, noticiada pela primeira vez pelo “The Wall Street Journal” em maio, é um esforço para reposicionar-se a longo prazo diante do surgimento de veículos elétricos e da eletrificação no setor de transporte, o qual dominou por décadas como um dos maiores produtores de combustíveis do mundo. O lítio é um ingrediente fundamental na fabricação de baterias para veículos elétricos, celulares e laptops.
A compra pela Exxon, no início deste ano, dos direitos de perfuração em 120 mil acres no sudoeste de Arkansas a colocou diretamente no centro de uma incipiente indústria de lítio que busca escalonar com rentabilidade a tecnologia de extração de lítio de águas subterrâneas salgadas, abundantes em campos de petróleo desativados na região. O WSJ havia informado que a transação ultrapassou os US$ 100 milhões. Um consultor do vendedor estimou que a perspectiva poderia ter o equivalente a 4 milhões de toneladas de carbonato de lítio, o suficiente para alimentar 50 milhões de veículos elétricos.
Nesta segunda, a Exxon deu pistas sobre seu plano de longo prazo pela primeira vez. Ela afirmou que está perfurando seu primeiro poço de lítio na região de Smackover, em Arkansas, e planeja começar a produzir lítio de grau de bateria até 2027.
As perspectivas em torno do lítio mudaram nos últimos meses. Este ano, os preços do lítio despencaram mais de 60% até o início de outubro com a entrada de novos fornecimentos no mercado, e o crescimento nas vendas de veículos elétricos diminuiu, com algumas montadoras reduzindo os preços diante de sinais de enfraquecimento da demanda.
A Exxon deixou claro que tem um horizonte de longo prazo. Até o final da década, espera fornecer o suficiente de lítio para suportar a fabricação de mais de 1 milhão de veículos elétricos por ano e que irá considerar a possibilidade de expansão global. Suas negociações com fabricantes de baterias e veículos elétricos estão em andamento, disse a empresa.
“É um exemplo perfeito de como a ExxonMobil pode aumentar a segurança energética na América do Norte, expandir os suprimentos de um material industrial crítico e permitir a contínua redução das emissões associadas ao transporte”, afirmou Dan Ammann, chefe do setor de baixo carbono da Exxon.
Água salgada
Ammann afirmou que a extração de lítio da água salgada é mais amigável ao meio ambiente do que os métodos atuais de mineração. No primeiro processo, a água salgada é reinjetada na terra após a extração do lítio.
A produção de material de grau de bateria exigiria aprimorar o lítio bruto em plantas de processamento próximas que a Exxon e outros ainda não construíram. Em julho, o WSJ informou que a Exxon planejava construir uma das maiores instalações de processamento de lítio do mundo na região, com capacidade para produzir de 75 mil a 100 mil toneladas métricas de lítio por ano.
Em agosto, a Exxon afirmou que espera que a demanda por combustíveis de veículos leves de combustão interna atinja o pico por volta de 2025 e depois caia para níveis do início dos anos 2000 até 2050. Ela projetou que as vendas globais de veículos elétricos subirão quase 25% e a demanda por lítio quadruplicará até 2030.
Se o setor de lítio continuar a crescer no sudoeste de Arkansas, espera-se que traga milhares de empregos para uma região que estava em declínio desde o colapso do petróleo na década de 1980. Milhares se mudaram conforme os poços de petróleo da região secaram e grandes fábricas fecharam.
A governadora do Arkansas, Sarah Huckabee Sanders, afirmou que sua administração “continuará a reduzir impostos e cortar burocracia” para apoiar a indústria do lítio. Segundo uma estimativa, a construção das instalações planejadas de lítio em Arkansas exigiria cerca de 6 mil empregos e mais de 1,6 mil caminhões até 2028.
A Exxon não está apenas ingressando no setor de lítio. De certa forma, está também retornando a ele. Na década de 1970, a Exxon desempenhou um papel fundamental na fundação da indústria de lítio. O químico da Exxon, Stanley Whittingham, ganhou o Prêmio Nobel em 2019 por ajudar a desenvolver a bateria de íon de lítio enquanto trabalhava no laboratório corporativo da Exxon em Linden, Nova Jersey.
A Exxon começou a fabricar as baterias em 1976, mas o mercado acabou sendo pequeno demais, então a empresa deixou de fabricar as baterias alguns anos depois. Na segunda-feira, a Exxon disse que seu produto será chamado de Mobil Lithium.
CNN Brasil - SP 14/11/2023
A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) indica que o retorno do imposto sobre importação atende ao setor de carros a combustão e frustra os planos de expansão das tecnologias de baixa emissão no Brasil.
“A medida, no curto prazo, beneficia veículos movidos a combustível fóssil e, no médio prazo, projeta uma sombra de insegurança sobre as empresas dispostas a investir em veículos elétricos e híbridos no Brasil — e mesmo sobre aquelas que já anunciaram planos concretos de produção local”, diz em nota.
Em uma tentativa de estímulo à produção nacional, o governo decidiu elevar a tarifa de importação sobre veículos elétricos ou híbridos e criar cotas para que um volume reduzido de carros com essa nova tecnologia possa continuar entrando no país com alíquota zero.
A partir de janeiro de 2024, os carros elétricos ou híbridos trazidos do exterior pagarão tarifas de 10% a 12%. As alíquotas vão subir, ano a ano, até atingir 35% em 2026.
Com isso reverte-se uma política de tarifa zero para elétricos adotada desde 2015. Segundo fontes do governo, caso fosse aplicada uma alíquota de 35% (máxima permitida pelo Mercosul), o país teria arrecadado R$ 1,2 bilhão de janeiro a agosto deste ano.
As porcentagens de retomada progressiva de tributação vão variar conforme os níveis de eletrificação e com os processos de produção de cada modelo, além da produção nacional.
A ABVE também critica o timing. Isso porque a medida foi anunciada antes de governo definir a futura política automotiva brasileira. A medida provisória (MP) sobre o novo programa Mobilidade Verde e Inovação-Mover (que substituirá o Rota 2030) ainda não foi enviada ao Congresso.
“O governo decidiu fechar o mercado às tecnologias de baixa emissão antes de as empresas saberem qual será a regra do jogo do futuro regime automotivo”, disse o presidente da ABVE, Ricardo Bastos.
“Vai encarecer o preço dos veículos elétricos e híbridos no Brasil e afetará as decisões de investimento das empresas que apostavam em regras estáveis para produzir veículos elétricos em território nacional”, apontou.
Anfavea celebra medida
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) vê a decisão do governo como um “avanço”.
“O longo período de isenção foi importante e suficiente para a introdução dessas tecnologias no Brasil”, publicou em nota.
“O mais importante dessa medida é a sinalização de que a produção local de veículos eletrificados será uma grande realidade do ponto de vista da concorrência internacional”, escreveu.
Para a entidade, a produção desses modelos no Brasil é “um passo fundamental para a neoindustrialização”.
Subsídios
Na avaliação de fontes oficiais ouvidas pela CNN, a política de tarifa zero acabou funcionando como uma espécie de “subsídio” para consumidores de alta renda, que hoje compram veículos elétricos.
A lista dos dez carros elétricos ou híbridos importados mais vendidos no mercado brasileiro inclui modelos como o Porsche Cayenne (preço final de venda na faixa de R$ 630 mil), o Volvo XC60 (R$ 420 mil), o Great Wall H6 (R$ 270 mil) e o BYD Song (R$ 230 mil).
Nesses casos, segundo técnicos da área econômica do governo, deixa-se de cobrar até R$ 138 mil em tarifas de importação sobre esses modelos. Na prática, é muito mais do que países ricos têm distribuído em isenções tributárias para a compra de veículos do tipo.
Pensando em descarbonizar sua frota, os Estados Unidos dão um bônus de US$ 7 mil (cerca de R$ 34,9 mil) para quem compra um carro elétrico e a União Europeia aplica subvenção média de € 6 mil (R$ 31,5 mil) — dependendo do país.
No entanto, para que esses descontos sejam efetivamente aplicados, é preciso escolher um modelo produzido localmente.
Conforme diagnóstico feito pela área econômica do governo, a China — que enfrenta desaceleração do mercado interno — despeja uma parte relevante dos carros elétricos ou híbridos produzidos por lá em outros países, como o Brasil.
Aqui, no entanto, não há recursos orçamentos disponíveis para um incentivo à produção nacional. O jeito de induzir a fabricação local pelas montadoras já instaladas no país passa então, afirmam funcionários do governo, por um aumento das tarifas de importação.
Valor - SP 14/11/2023
Os materiais de acabamento foram os responsáveis pela queda: tiveram recuo de 5,9% no faturamento, enquanto o segmento de base apresentou alta de 2,1% na comparação anual
O faturamento da indústria de materiais de construção recuou 1,1% em outubro, na comparação com o mesmo período de 2022, segundo o índice Abramat, feito pela FGV para Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção.
Os materiais de acabamento foram os responsáveis pela queda: tiveram recuo de 5,9% no faturamento, enquanto o segmento de base apresentou alta de 2,1% na comparação anual.
Essa dinâmica entre acabamento e base se mantém nas comparações do período de janeiro a outubro e dos últimos 12 meses. Há queda de 2,4% no faturamento acumulado em dez meses — redução de 5,9% para acabamento e alta de 1% para materiais de base — e recuo de 3,2% no acumulado dos últimos 12 meses — recuo de 8% nos materiais de acabamento e faturamento estável para os de base.
Na comparação entre outubro e setembro deste ano, há um aumento de 1,8% no faturamento, sendo de 1,2% para acabamento e 2,4% para base.
A Abramat ainda projeta uma queda de 1% no faturamento para 2023, o que exigirá uma recuperação dos atuais 3,2% da base móvel de 12 meses. Para o presidente da entidade, Rodrigo Navarro, os avanços da reforma tributária, a retomada de obras públicas, a continuidade de redução da Selic e a inflação sob controle vão contribuir para a obtenção de resultado “melhor do que o projetado para o ano”, conforme afirmou em nota.
Infomoney - SP 14/11/2023
O governo federal prepara um novo plano para expansão da malha ferroviária no país com a criação de um fundo de 40 bilhões de reais para financiar as obras a ser estabelecido com recursos vindos de atuais concessionárias, em uma discussão de retomada de pagamento de outorgas de concessões antecipadas em 2022, afirmou o ministro dos Transportes, Renan Filho, em entrevista à Reuters.
A discussão, que está no Tribunal de Contas da União (TCU), envolve o desconto da outorga que as empresas Vale, Rumo e MRS receberam ao antecipar a renovação de concessões de ferrovias por 35 anos, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“A gente acha que alguns procedimentos que foram adotados nos contratos não podem ser daquela maneira. Quando uma concessão se encerra no final do último ano há um encontro de contas entre o Poder concedente e a concessionária para verificar se todos os investimentos que a concessionária fez foram amortizados no período. Se foram, tudo bem, devolva meu ativo, está tudo certo e eu vou licitar novamente”, explicou o ministro.
“Só que aí o que houve? Eles fizeram a antecipação e pegaram os ativos não amortizados todos e abateram da outorga que a concessionária tinha a pagar. A gente acha que isso não pode, porque já há jurisprudência em outros ministérios, porque quando há uma renovação antecipada é diferente de uma licitação”, acrescentou.
A conta do governo é que as empresas devem ao governo 40 bilhões de reais em outorgas não pagas. Das três empresas nessa situação, apenas a Rumo já concordou em fazer o pagamento. A Vale, que opera a ferrovia de Carajás ao porto de Vitória (ES), e MRS, que opera a malha em Minas Gerais, ainda estão discutindo no TCU.
“O mesmo concessionário está ganhando um novo período. Então, se ele ganhou mais 35 anos para administrar aquela ferrovia, ele também tem mais 35 anos para amortizar os ativos não amortizados. Por que ele abate da outorga?”, defendeu Renan.
Em nota à Reuters, a Vale afirma que a renovação foi assinada em 2020 “após um longo processo de discussão iniciado em 2015”, com dezenas de audiências públicas e com os processos aprovados pelo TCU.
“A Vale está cumprindo todas as obrigações decorrentes da renovação, inclusive entregou 100% do compromisso cruzado da Fiol (56 mil toneladas de trilhos e 32 mil dormentes) e adquiriu os equipamentos necessários para expansão da oferta de trem de passageiros. As mais de 470 obras de mobilidade urbana e a obra da Fico seguem em implantação”, disse a empresa se referindo às ferrovias de Integração Oeste-Leste e de Integração Centro-Oeste.
As empresas Rumo e MRS não responderam pedidos de comentários.
O ministro disse que o TCU deve levar a decisão a plenário nos próximos dias e, com a decisão, o ministério vai pedir às empresas que façam o pagamento.
“Se eles não desejarem pagar, porque naquele ambiente no TCU é um ambiente de acordo, aí o ministério tem alguns caminhos. Só que são caminhos mais longos, né? São caminhos mais delicados, mas são muito ruins também para a própria empresa. E eu acho que o benefício que eles tiveram é absurdamente grande”, defendeu.
O ministro criticou todo o processo de antecipação das concessões feito em 2022 pelo governo Bolsonaro. Ele defendeu, no entanto, que a questão das outorgas é a única que pode ser remediada sem que seja considerada uma quebra de contrato, e que o governo não pretende fazer nada que possa trazer insegurança jurídica.
Segundo ele, todo o processo foi feito de forma que as empresas pagassem o mínimo possível, mesmo no caso de ativos altamente rentáveis.
“A União teria direito a muito mais se fosse feito corretamente. Só que como a gente tem que respeitar os contratos, para não dar a eles um argumento tosco, mas fácil, de quebra de contratos, a gente está tratando no mínimo possível dentro do respeito aos contratos. Deveria ser muito mais”, afirmou.
O governo planeja usar esses recursos para criar um fundo que vai financiar a construção de novas ferrovias e a extensão de algumas existentes. Renan Filho disse que no mundo todo a malha ferroviária é feita pelo Estado, pelo alto custo do investimento, mas a operação pode ser feita por concessões.
Um plano nacional deveria ter sido lançado este mês, mas a discussão no TCU, mais dura que o ministério previu, terminou por adiar o anúncio para o ano que vem, disse.
“Não adianta anunciar plano se não tiver um anúncio concomitante de recursos substanciais para investimento no setor, e nós estamos construindo isso em um ambiente de restrição fiscal que o Brasil vive. A gente tem investimentos no PAC em ferrovias, mas não no volume necessário que o Brasil precisa”, disse.
A meta é chegar a 40% do transporte de carga do país por ferrovias. Hoje, é de apenas 17% e concentrado em minério. Pouco da crescente produção de grãos do país passa pelas ferrovias.
Asfalto para a BR-319
Mesmo com os planos de ampliação das ferrovias, o ministério ainda centra a maior parte dos seus esforços na melhoria das rodovias do país, e tem previsão de fazer 35 concessões nós próximos três anos e um leilão por mês em 2024.
Na obras consideradas necessárias por Renan Filho está uma discussão polêmica, a do asfaltamento da BR-319, a estrada de 885 quilômetros que liga Manaus a Porto Velho. O trecho, construído na década de 1970, foi praticamente abandonado no final da década de 1980 por falta de condições de tráfego.
Defensores da obra alegam que é a única saída de Manaus por terra, mas seu asfaltamento assusta os ambientalistas pelo possível impacto ambiental. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, citou, ao divulgar os dados de desmatamento 2022/2023, que apenas a sugestão de que a obra pudesse ser feita aumentou o desmatamento na região em 110%.
“Tem essa discussão, mas ela (319) é muito importante. Nós vamos criar aqui um grupo de trabalho para uniformizar as discussões, observar os projetos que existem, e quais são as condições para garantir sustentabilidade”, defendeu o ministro.
“O problema é que Manaus é a única capital brasileira que não tem ligação para o asfalto. Isso cria uma grande dificuldade, sobretudo em períodos como esse, em que nós estamos vivendo uma seca no Rio Amazonas, que impede a chegada em Manaus com facilidade. E como você vai transportar mercadorias sem hidrovia, em determinadas épocas do ano, e sem rodovia?”, disse.
Renan Filho foi bastante criticado ao citar que o Fundo Amazônia poderia ser usado na obra. Na entrevista, o ministro esclarece que nunca disse que os recursos poderiam ser usados para construir a estrada, mas para mitigação.
“Essa estrada, ela não pode induzir o desmatamento. Ela tem que preservar, colaborar com a preservação. Agora, esse desafio não é só do Ministério dos Transportes. A gente constrói a obra com recursos públicos e o Fundo Amazônia colabora com o financiamento da operação para trazer a melhor experiência internacional de preservação ambiental, fazer paradas, garantir passagem para fauna, fazer as pesquisas necessárias para que aquela rodovia seja a rodovia mais verde do mundo e que tenha condição de dar a resposta duplamente”, defendeu.
O Novo PAC lançado pelo governo federal incluiu a BR-319 entre as obras que terão sua viabilidade estudada, mas ainda não há definição sobre sua realização.
Diário do Comércio - MG 14/11/2023
O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) manteve a licitação do Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte, obra que não é aprovada pelos municípios de Contagem e Betim, ambos na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Betim disse que o município vai recorrer da decisão. E a Procuradoria-Geral de Contagem informou “que ainda não teve acesso à íntegra da decisão”.
Foi na sessão de Tribunal Pleno que o órgão decidiu extinguir a representação que pedia a paralisação da Concorrência Pública Internacional nº 001/2022. A representação foi formulada pelo Poder Executivo do município de Contagem. Betim também figurou como parte interessada.
Por unanimidade, o TCE-MG acolheu os argumentos da Advocacia-Geral do Estado (AGE-MG) e na mesma decisão reconheceu que o traçado da Alça Oeste, no município de Contagem, está ajustado com os parâmetros do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental Estadual Vargem das Flores.
O Tribunal entendeu que “o gestor procedeu à alteração e republicação do instrumento convocatório, acatando as recomendações propostas pela Unidade Técnica desta Corte, bem como que o processo cumpriu o objetivo para o qual fora constituído”.
O Rodoanel já concedido pelo Governo de Minas à iniciativa privada, para a empresa INC S.P.A, por se tratar de uma obra intermunicipal, teve que ser licenciado na esfera estadual.
Críticas
No fim de setembro deste ano, a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), sancionou o Projeto de Lei Complementar (PLC) 362/2023, que institui o novo Plano Diretor do município, sem vetar os trechos do projeto que dificultam a passagem do Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte pela cidade.
O novo Plano Diretor impede a construção de vias de trânsito rápido no município, implicando em uma alteração obrigatória no traçado do projeto.
Além da chefe do Executivo de Contagem, o prefeito de Betim, Vittorio Medioli (sem partido), também se manifestou contra a rota do rodoanel em várias oportunidades, entre elas, em fevereiro deste ano, durante entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO.
Histórico
O processo no TCE-MG teve início em 2022, com uma representação do município de Contagem, com pedido cautelar (liminar), questionando a concorrência internacional, lançada pela Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra). Posteriormente, Betim foi admitido no processo na qualidade de interessado.
A medida cautelar foi indeferida. E o Ministério Público de Contas (MPC) opinou pelo arquivamento do processo e expedição e monitoramento de determinações à Seinfra. Em seu parecer, o MPC sublinhou a ausência de transgressão à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial.
O julgamento foi suspenso, no ano passado, depois do pedido de vista de um dos conselheiros. Retomado o julgamento, o Tribunal Pleno do TCE-MG determinou o arquivamento da representação, na esteira do voto do conselheiro-relator.
Porto Gente - SP 14/11/2023
Santos (porto) não é bem um tema, é uma solução aberta.
Pensamento de Patrícia Galvão na realidade portuária
A transposição do rio São Francisco foi sonhada desde o império português e apresentado a D. Pedro II em 1847. Depois que Lula a realizou, presidentes que o sucederam protagonizaram cenas de banho de balde com a água de trechos transpostos, pretendendo assinar o nome na obra grandiosa. Agora, o presidente quer fazer o Brasil transpor o novo tempo tecnológico, a indústria superar sua queda e gerar trabalho na era da automação.
Será uma transposição mais elaborada do que foi concretizar os séculos de sonho grandioso do Velho Chico para vencer a seca, levando água para relevante área do nordeste. Agora é uma laboração nacional para produzir e distribuir utilizando plataformas digitais, físicas e sociais, em comunidades de negócios e de relações, em interações e transações. É a missão de construir o Brasil do século XXI, mais ágil, dos campos às indústrias, com logísticas avançadas e com validade do capital humano.
Para tanto, o recado do presidente da República está dado: antes de pedir a verba, seus ministros devem apresentar projetos robustos e viáveis. Uma tarefa hercúlea, a exemplo do lançamento do projeto do túnel submerso ligando as margens do Porto de Santos, a ser anunciado em Santos, dezembro próximo, pelo presidente Lula e o governador de São Paulo, Tarcísio. Numa parceria e gestos políticos grandiosos, em que se revestem os detentores de poder em empreendedores.
Os portos têm papeis de vital importância na forma de utilizar recursos para produção final. Novas tecnologias estão estabelecendo condições de transbordo e fomentando produtividade pela concentração de volumes maiores na importação e exportação. Assim, ser possível oferecer tarifas competitivas e melhor superar conflitos. O Porto de Santos é um fator central do desenvolvimento regional e nacional. Portanto, faz-se necessário que tenha um programa de obras e gestão alinhado com o novo século XXI.
No Porto de Santos, o presidente da autoridade portuária, Anderson Pomini, tem sonhos, talento e equipe para alcançar metas audaciosas para o principal complexo portuário do hemisfério sul. Um desafio de eficientização, remodelagem e expansão, que inclui aspirações quase centenárias, para transpor resistências na sua logística e ampliar a capacidade produtiva do seu comércio marítimo. Uma missão para a qual conta com uma equipe técnica de competência exemplar.
IstoÉ Dinheiro - SP 14/11/2023
Os maiores portos da Austrália – responsáveis pela gestão de 40% da carga comercial do país – retomaram as atividades, anunciou nesta segunda-feira (13) a operadora DP World, três dias após uma paralisação provocada por um ciberataque.
“A DP World tem a satisfação de anunciar o restabelecimento das operações nos portos da empresa na Austrália”, informou a empresa em um comunicado.
A operadora afirmou que no momento da detecção do ataque – sexta-feira (10) – a empresa desconectou os sistemas de internet, o que impediu que a caminhões de transporte carregassem ou descarregassem nos portos de Sydney, Melbourne, Brisbane e Fremantle.
A empresa destacou que testou os sistemas cruciais antes da reabertura. Também indicou que espera retirar 5.000 contêineres dos terminais durante o dia, um número próximo das estimativas de tráfego diário normal.
Os esforços e investigações para proteger os sistemas ainda podem provocar “algumas interrupções temporárias necessárias” nos serviços do porto nos próximos dias, acrescentou a empresa.
A DP World afirmou que a investigação e os trabalhos de reparo devem “demorar algum tempo”.
O assessore de cibersegurança da DP World para a resposta ao incidente, Alastair MacGibbon, citou uma “atividade não autorizada no sistema”.
“Alguém mal-intencionado não autorizado acessou e retirou dados”, disse MacGibbon ao canal de televisão Nine, sem revelar detalhes sobre o tipo de informação roubada.
Valor - SP 14/11/2023
A companhia tem investido em usinas de gás para complementar sua crescente frota de parques eólicos e solares que fornecem geração mais esporádica
A TotalEnergies SE concordou em comprar três usinas de energia movidas a gás natural no Texas da TexGen Power LLC por US$ 635 milhões, em meio à estratégia de expansão no mercado dos EUA.
As três usinas atenderão à “demanda de energia em rápido crescimento” de Dallas e Houston, compensando a intermitência da produção de energia renovável, disse a gigante energética francesa em comunicado na segunda-feira, confirmando uma reportagem anterior da Bloomberg News. Elas têm capacidade de 1,5 gigawatts.
A TotalEnergies tem investido em usinas de gás para complementar sua crescente frota de parques eólicos e solares que fornecem geração mais esporádica. O CEO, Patrick Pouyanne, disse no mês passado que a empresa poderia fazer tal aquisição no Texas. A petrolífera francesa pretende atingir 100 gigawatts de energia renovável em todo o mundo até 2030, acima dos 20,2 gigawatts registrados no final do terceiro trimestre.
“Essas usinas nos permitirão complementar nossos ativos renováveis, intermitentes por natureza, fornecer energia aos nossos clientes e aproveitar a volatilidade dos preços da eletricidade”, disse Stephane Michel, presidente de gás renovável e energia da TotalEnergies, no comunicado.
As centrais a gás tornaram-se mais valiosas nos últimos anos devido a problemas de abastecimento, ao aumento da produção intermitente de energia eólica e solar e à alta dos preços da energia em mercados-chave como o Texas. A Total, que tem adquirido centrais a gás em França, Bélgica e Espanha, planeia investir cerca de US$ 4 bilhões de dólares por ano na produção de energia, além da expansão da produção de petróleo e gás.
No Texas, muitos geradores estão obtendo receitas recorde, ou perto disso, depois de o operador da rede estatal ter levado a cabo reformas para ajudar a evitar uma repetição de apagões generalizados numa tempestade mortal de inverno de 2021.
A compra de centrais TexGen complementará a recente incursão da TotalEnergies no mercado de energia limpa dos EUA. A empresa francesa tinha uma capacidade instalada bruta de 6,2 gigawatts de energia solar e eólica na América do Norte e mais 3 gigawatts em construção no continente no final do terceiro trimestre.
No mês passado, a gigante energética francesa iniciou operações comerciais num parque solar de 380 megawatts localizado ao sul de Houston, que, segundo a empresa, produz eletricidade verde suficiente para cobrir o consumo equivalente de 70.000 residências.
Infomoney - SP 14/11/2023
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) elevou em 100 mil barris por dia (bpd) sua previsão de alta na demanda global por petróleo em 2023, para 2,5 milhões de bpd, segundo relatório mensal publicado nesta terça-feira, 13. Já para 2024, o cartel deixou inalterada sua projeção de acréscimo na demanda mundial, em 2,2 milhões de bpd.
Apenas a demanda em países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) deverá aumentar 100 mil bpd neste ano e 300 mil bpd no próximo, projeta a Opep.
Fora da OCDE, a previsão é de avanços de cerca de 2,4 milhões de bpd no consumo em 2023 e de 2 milhões de bpd em 2024.
Oferta
A Opep também elevou em 100 mil barris por dia (bpd) sua previsão para o aumento da oferta de petróleo entre países fora do grupo em 2023, para 1,8 milhão de bpd, segundo o relatório mensal.
Os países que devem mais contribuir para o incremento da oferta em 2023 são EUA, Brasil, Casaquistão, Noruega, Guiana, México e China, diz a Opep.
Para 2024, o cartel manteve a projeção de que a oferta global terá incremento de 1,4 milhão de bpd.
Ainda no relatório, a Opep informa que sua produção teve alta de 80 mil bpd em setembro ante agosto, para uma média de 27,9 milhões de bpd, de acordo com fontes secundárias.
PIB global
No mesmo relatório, a Opep manteve sua projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2023, em 2,8%.
A Opep elevou sua previsão de crescimento para este ano dos EUA, a 2,3%, mas cortou a da zona do euro, a 0,2%.
No caso da China, o cartel segue prevendo expansão de 5,2% em 2023.
Para 2024, a Opep também reafirmou expectativa de que o PIB global crescerá 2,6%, com avanços de 0,9% nos EUA, de 0,5% na zona do euro e de 4,8% na China.
PIB do Brasil
Quanto ao Brasil, a Opep manteve sua previsão para o crescimento do PIB do Brasil em 2023, em 2,5%. O cartel também manteve sua projeção para 2024, esperando alta no PIB brasileiro de 1,2%.
Segundo a Opep, dados recentes do Brasil indicam continuidade no crescimento da economia no segundo semestre de 2023, mas em ritmo menor do que o registrado no primeiro semestre, devido a desaceleração do setor de serviços.
O cartel projeta que os progressos na reforma fiscal, melhora nas perspectivas de investimento no Brasil e maior relaxamento da política monetária no início de 2024 devem impulsionar o crescimento no próximo ano.
A Opep mantém expectativas de que o BC brasileiro continuará reduzindo a taxa Selic à medida que a inflação desacelerar, apesar da recente escalada nos preços de energia. Em sua visão, a taxa Selic terminará este ano em 12,25% e chegará a 8% até o final de 2024, enquanto a inflação cairá para 5% em 2023 e 4% no próximo ano.
Oferta de combustíveis no Brasil
No mesmo relatório mensal, a Opep elevou em 25 mil bpd sua expectativa para a oferta de combustíveis líquidos do Brasil em 2023, para uma média de 4,1 milhões de bpd. O resultado representa um avanço de 400 mil bpd ante o ano anterior, e é influenciado pela produção “forte” vista em setembro.
A Opep também projeta produção ainda maior no quarto trimestre deste ano. Para 2024, o cartel manteve expectativa de alta em 120 mil barris na comparação anual, a 4,2 milhões de bpd.
Em setembro, a produção de petróleo do Brasil teve alta de 210 mil bpd ante o mês anterior, para uma média de 3,7 milhões de bpd, devido a saltos na produção de quatro plataformas offshore e menos manutenção. Já a produção de gás natural liquefeito ficou praticamente estável, e deve seguir assim em outubro.
A produção total de combustíveis líquidos do Brasil cresceu 210 mil bpd em setembro, para uma média de 4,4 milhões de bpd.
O resultado é novo recorde do País, após o pico de 4,3 milhões de bpd visto em julho de 2023, diz o grupo.
O Estado de S.Paulo - SP 14/11/2023
Conflitos intensos estão ocorrendo numa região onde está boa parte das reservas de petróleo do mundo. No entanto, depois de alguns dias de apreensão após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, os mercados de energia vêm caindo. O barril de petróleo Brent, referência internacional da commodity, está sendo vendido a cerca de US$ 80, mais barato do que quando os combates começaram.
Por que os preços não estão mais altos? Uma das principais razões, segundo os analistas, é que o conflito, por mais terrível que seja, pouco impacta a oferta de petróleo, levando os fornecedores a concluir que não há ameaça direta.
“Embora eles percebam que há um risco maior, isso não levou a mais compras por precaução”, disse Richard Bronze, chefe de geopolítica da Energy Aspects, empresa de pesquisa de mercado com sede em Londres.
Em relação ao Oriente Médio, os mercados estão “efetivamente descartando que algo possa dar errado”, disse Raad Alkadiri, diretor de energia e clima do Eurasia Group, empresa de risco político.
Para Alkadiri, é pouco provável que os fornecedores aumentem os preços, a não ser que vejam “os barris sumindo de verdade” do mercado.
Queda na demanda em evidência
O mercado parece estar ignorando a guerra e ter retomado o clima de pessimismo em relação à demanda futura de petróleo, dominado por preocupações econômicas com a China, o maior importador da commodity, e com outros grandes consumidores. A Arábia Saudita e outros produtores têm tentado manter os preços reduzindo sua produção de petróleo.
Os analistas estão chamando a atenção para a possibilidade de 2024 ser um ano difícil para os mercados de petróleo. Na semana passada, a Administração de Informações de Energia dos Estados Unidos calculou que o consumo de gasolina no país diminuiria no próximo ano por causa da maior eficiência dos motores dos veículos, do número crescente de carros elétricos e da redução de deslocamentos conforme mais pessoas trabalham em regimes híbridos.
O clima pessimista fez com que os preços caíssem bastante antes do conflito entre Israel e o Hamas, e parece estar impactando o mercado mais uma vez, apesar dos riscos de uma guerra mais ampla.
A produção robusta de petróleo nos EUA também tem tranquilizado os mercados, com a oferta do maior produtor mundial atingindo recentemente um recorde mensal, de pouco mais de 13 milhões de barris por dia. “A base forte do mercado de petróleo está prevalecendo sobre quaisquer temores no momento”, disse Jim Burkhard, vice-presidente e chefe de pesquisa para mercados de petróleo, energia e mobilidade da S&P Global Commodity Insights.
Os ricos e os pobres
À medida que o conflito avança, os fornecedores descobriram que, quando o assunto é petróleo, há os ricos e os pobres no Oriente Médio. Gaza não produz petróleo, já Israel produz pouco. Para que haja um impacto real na oferta, os efeitos da guerra precisariam se espalhar para os campos de petróleo gigantescos da Arábia Saudita, do Iraque ou do Irã.
No início do conflito, o ministro das Relações Exteriores do Irã solicitou um embargo ao petróleo contra Israel, evocando memórias daquele de 50 anos atrás. Mas os tempos mudaram: devido às preocupações com o papel dos combustíveis fósseis na mudança climática e com a dependência do petróleo para as receitas, qualquer medida desse tipo correria o risco de sair pela culatra para os países que impusessem tal proibição. O Irã correria o risco de se indispor com a China, o principal cliente da república islâmica.
“É pouquíssimo provável que o risco à oferta venha de uma decisão independente de restringir as vendas de petróleo pelo Irã ou pela Opep”, disse o Eurasia Group em um comunicado recente. “Qualquer medida desse tipo provocaria danos tanto para os produtores – se não mais para eles – como para os consumidores.”
Ainda há riscos
Uma interrupção não é impossível. Quatro anos atrás, um ataque com mísseis contra uma instalação saudita importante – que as autoridades americanas atribuíram ao Irã – interrompeu temporariamente cerca de metade da produção de petróleo do país.
Na pior das hipóteses, o Irã, principal apoiador do Hamas, poderia tentar bloquear o estreito de Ormuz, através do qual volumes enormes de petróleo chegam ao restante do mundo. “Ainda acho que há um risco considerável de que isso se espalhe”, disse Helima Croft, chefe de commodities do RBC Capital Markets, um banco de investimento.
Ela disse que a aparente complacência em relação ao impacto da guerra pode ter como origem, em parte, o prejuízo dos fornecedores quando o preço do barril disparou para mais de US$ 120 depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, mas depois caiu rapidamente.
“O mercado simplesmente não tem mais limiar de atenção para esse tipo de questão”, afirmou.
Helima, ex-analista da CIA, disse que o aparente sucesso dos primeiros dias da invasão do Iraque em 2003 pelos EUA acabou levando a um conflito que se prolongou durante anos. “Ainda podemos ser pegos de surpresa por algo desagradável no Oriente Médio”, afirmou.
O governo Biden está tentando impedir que a guerra se espalhe. As potências do petróleo na região, entre elas o Irã, também prefeririam manter o tráfego dos navios-tanque no Golfo Pérsico. Qualquer interrupção prejudicaria os lucros de suas exportações, enquanto o aumento dos preços arriscaria atrapalhar e afastar seus clientes mais valiosos.
“É provável que o conflito continue limitado e não se espalhe para os grandes produtores de petróleo da região ou para as principais rotas marítimas”, disse Bronze, da Energy Aspects. “Os riscos maiores são de um cálculo errado ou avaliação incorreta”, acrescentou.
Correio do Povo - RS 14/11/2023
Após três anos de crescimento de vendas, a indústria de máquinas voltada ao agronegócio deve encerrar 2023 no vermelho. A expectativa é de declínio de 20% nos negócios no país em relação ao ano passado, quando as receitas do segmento chegaram a R$ 92 bilhões em termos nacionais, projeta a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Segundo o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da entidade, Pedro Estevão Bastos de Oliveira, a retração é explicada pela queda generalizada dos preços dos grãos e pela falta de perspectivas de expansão da área plantada no Brasil no ciclo 2023/2024, que acaba freando os investimentos.
Pedro Estevão lembra que os fabricantes do segmento saltaram de uma receita de R$ 54 bilhões em 2019 para resultados de R$ 63 bilhões e RS 90 bilhões, respectivamente, em 2020 e 2021, período marcado pela pandemia de Covid-19. “Isso se deveu basicamente ao aumento dos preços das commodities agrícolas. A taxa de câmbio subiu, a rentabilidade subiu e, o mais importante, em 2020, 2021 e 2022 tivemos um aumento de área plantada de em torno de 12 milhões de hectares. Então, você tem um mercado que a gente chama de expansão e reposição”, afirma.
Apesar da projeção de queda, o executivo observa que a estimativa da Abimaq parte de uma base de comparação “fenomenal”. “Neste ano, não temos expansão de área, o preço das commodities não está tão bom e a taxa de juro está um pouco alta. Se você comparar a rentabilidade futura da safra que vai colher com a de 2020, 2021 e 2022, ela é bem menor. Mas, mesmo caindo 20%, ainda não temos crise no setor. É que o mercado deu uma acomodada”, afirma Pedro Estevão.
Os sucessivos cortes da taxa básica da economia, a Selic, atualmente em 12,25% por ano, não foram suficientes para produzir um impacto positivo nos negócios com máquinas agrícolas, já que o chamado spread bancário (diferença entre o custo de captação das instituições financeiras e o juro cobrado dos clientes) ainda é elevado do ponto de vista dos produtores rurais. “(A Selic) teria de estar abaixo de 10% para o pessoal se animar. Hoje, se você for no mercado, vai achar uma taxa de 15%, que é bastante cara”, diz o representante da Abimaq.
No Plano Safra 2023/2024, a taxa de juros do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) para a agricultura empresarial foi mantida em 12,5% ao ano. “O pessoal olha essa taxa agora e fala o seguinte: a (Selic) vai cair mais. Se eu não estou precisando de máquina urgentemente, vou esperar o ano que vem”, diz Pedro Estevão. O Moderfrota recebeu, no total, recursos de R$ 11,86 bilhões no plano federal atualmente em vigor, frente a R$ 10,16 bilhões disponibilizados no ciclo 2022/2023 “É um Plano Safra maior, fez com o mercado não caísse (ainda) mais”, avalia Pedro Estevão.
Estiagem na conta. Para o mercado gaúcho, o Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers) prevê queda de em torno de 25% para as vendas em 2023. O presidente da entidade, Cláudio Bier, atribui o desempenho às estiagens dos últimos anos, que causaram quebras na produção de soja e milho e deixaram produtores descapitalizados, e às chuvas registradas nos últimos meses no Estado. Efeito do fenômeno El Niño, as precipitações frequentes e excessivas estão acarretando atrasos no plantio da safra de verão 2023/2024.
“A régua estava muito alta. Os três últimos anos tinham sido muito positivos (em vendas)”, afirma o empresário. Apesar do menor ritmo de negócios, Bier diz que as demissões feitas pela unidade da John Deere em Horizontina, na região noroeste do Estado, são um caso isolado. Na semana passada, a empresa anunciou, em comunicado, o desligamento de 297 pessoas, destacando que o assunto foi discutido com o Sindicato dos Metalúrgicos de Horizontina e Região. “Neste ano, há uma baixa nas vendas no Brasil e principalmente no Rio Grande do Sul, (algumas indústrias) estão diminuindo quadros. Não tenho notícias de outra que tenha feito uma demissão tão grande”, diz Bier.
Valor - SP 14/11/2023
Abimaq e Apex levaram grupo de fabricantes à feira alemã Agritechnica para expandir negócios
Dentre os mais de 2,8 mil expositores da Agritechnica 2023, um quadrilátero animado chama a atenção pela cor dos estandes, a fala rápida e o excesso de risadas. Sim, são empresas brasileiras que estão juntas na maior feira de máquinas agrícolas do mundo. Todas têm em comum o desejo de expandir suas vendas em novos mercados e, embora a feira seja realizada em Hannover, na Alemanha, muitas querem aproveitar para conhecer empresários do Oriente Médio ou África.
Sob o acordo chamado “Brazil Machinery Solutions (BMS)”, a Associação Brasileira de Máquinas (Abimaq) e a Agência Brasileira de Promoções de Exportações e Investimentos (Apex) levaram nove companhias de máquinas do país para a Agritechnica. O gastos com a missão fazem parte do orçamento de R$ 25,8 milhões previsto para o biênio 2023-2024.
“Participamos dessa feira há sete anos e sempre mostramos os resultados aos associados. Eles não são imediatos como em outras feiras, mas se estendem para longuíssimo prazo. O olho no olho daqui gera negócios que perduram”, disse Patricia Gomes, diretora executiva de mercado externo, da Abimaq.
Apoio às empresas
No evento presencial anterior, as integrantes da missão brasileira fecharam cerca de R$ 20 milhões em negócios, ainda que a Agritechnica não seja uma feira de vendas, mas uma exposição de marcas. A associação dá apoio com a montagem dos estandes e até com intérpretes para os empresários que têm mais dificuldade com o inglês. Nos estandes brasileiros se vê italianos, franceses e outros europeus, mas também chineses e muitos russos.
Henrique Stadtlobeer, diretor da Indutar, é um dos empresários vizinhos à Abimaq que busca novos mercados. A empresa de Ibirubá (RS) produz implementos como rolo de faca e plataforma de pipoca. “Sem vir à feira, temos o rolo de faca mais vendido no mundo e clientes até mesmo na República Tcheca e Lituânia”, disse ele.
Com 25 anos de existência, a companhia fatura R$ 400 milhões ao ano — as exportações representam 5% disso. “Somos fornecedores da John Deere e AGCO e vamos mostrar o potencial do nosso produto. Tem sido um sucesso, mesmo no primeiro dia de feira”, comentou Stadtlobeer.
Efeito duradouro
Com mais experiência na Agritechnica, Flávio Silva, gerente de produtos da Magno Jet, garante que o efeito de uma feira como essa perdura por anos. “Já somos uma empresa global, com vendas em 80 países, mas achamos fundamental a presença para conversar olho no olho com nossos clientes e mostrar nossas novidades, para não parecer algo forçado, de catálogo”, afirmou Silva.
A Magno Jet, de Ibati do Norte, no Paraná, comercializa bicos para pulverização com alta tecnologia. Todos são de cerâmica, mais resistentes e modernos.
'Parcerias em todo o mundo'
De porte menor, mas nem de longe com menos animação, a gaúcha São José, está em sua terceira feira internacional de máquinas neste ano. Antes da Alemanha, o gerente de exportação Juares Martini pousou na Itália e na África do Sul. “Essa feira é ótima para nós porque conhecemos revendas de todo o mundo. Já temos parcerias na América Latina, mas nada na Europa e no Oriente Médio”, diz Juares Martini, gerente de exportação da companhia.
No público, em vez de produtores, é mais comum ver empresários em busca de parceiros e revendas ou apenas circulando para conhecer as novidades dos concorrentes. Um grupo de brasileiros falava animadamente entre os corredores. Eram representantes da curitibana Conela, que vende soluções para ambientes climatizados. “Nosso foco principal é conhecer as tendências de ESG e ver o que a concorrência e parceiros têm feito”, diz Fernanda Batista, gerente de engenharia da Conela. O agro responde por 60% da receita da empresa, de R$ 80 milhões.
Fusões e Aquisições - SP 14/11/2023
Depois de comprar uma participação na Trimble por US$ 2 bilhões, a AGCO, fabricante de máquinas e implementos, agrícolas anunciou nesta segunda-feira (13/10) a aquisição da FarmFacts Digital Assets, que trabalha com gerenciamento de dados. O valor da transação não foi divulgado. O anúncio ocorreu nesta segunda, durante a Agritechnica 2023, em Hannover, na Alemanha.
Localizada em Pfarrkirchen, Alemanha e subsidiária do grupo Baywa AG, a FarmFacts é especializada em software para agricultores e prestadores de serviços para gerar planos de ação de campo, desde mapas de prescrição até a criação de linhas de orientação.
“A compra das operações digitais da FarmFacts é uma adição estratégica às nossas capacidades de agricultura de precisão”, afirmou Seth Crawford, vice-presidente sênior e gerente geral da Precision Ag & Digital, subsidiaria da AGCO.
Anúncios na Agritechnica
Ainda durante a Agritechnica, a Valtra, umas das marcas da AGCO, anunciou a aposentadoria de Jari Jautjärvi como vice-presidente e diretor administrativo da empresa. Mikko Lehikoinen será o sucessor a partir de janeiro.
Mikko Lehikoinen irá se reportar a Torsten Dehner, vice-presidente sênior e gerente geral da AGCO, Fendt/Valtra. Rautjärvi vai se aposentar depois d trabalhar 30 anos na AGCO e na marca Valtra… leia mais em Globo Rural 13/11/2023.
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