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14 de Julho de 2023

SIDERURGIA

Brasil Mineral - SP   14/07/2023

O setor siderúrgico pode alcançar emissões líquidas zero até o início da década de 2040

Segundo o relatório “15 Insights on the Global Steel Transformation”, desenvolvido pelas empresas alemãs Agora Industry e Wuppertal Institute for Climate, Environment and Energy, o setor siderúrgico pode alcançar emissões líquidas zero até o início da década de 2040. O estudo produzido na Alemanha, Austrália e Brasil recomenda que, em vez de tentar exportar apenas hidrogênio verde (H2V), países exportadores de ferro como o Brasil deveriam se preparar para investir em “hidrogênio incorporado” na forma de ferro e aço verdes.

Nesse contexto, o Ceará deverá ser beneficiado, por causa da implantação do Hub de Hidrogênio Verde no Complexo do Pecém e os ganhos que o empreendimento poderá gerar à usina siderúrgica. “A ArcelorMittal comprou a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) já com esse objetivo, ou seja, já existe tecnologia nesse sentido. Estive recentemente em um evento na Alemanha e os executivos locais já falam sobre a produção de aço de forma sustentável. No mercado global, já estão providenciando a substituição da tecnologia para a produção de aço, ou seja, confirmando essa projeção. Ocorre que são necessários investimentos bilionários, da ordem de 3 bilhões de euros por ano”, comenta o especialista em energias renováveis, Jurandir Picanço.

O estudo aponta ainda que nove siderúrgicas que ainda utilizam carvão poderão enfrentar um alto risco de aprisionamento de carbono e de ativos irrecuperáveis. Para evitar tal colapso necessário à eficiência no uso dos materiais, o aumento da reciclagem, a produção de aço com base em H2V, além da bioenergia e de algumas abordagens de captura e armazenamento de carbono. O relatório “15 Insights on the Global Steel Transformation” aponta também que o comércio de ferro verde pode reduzir os custos da transformação global do aço, sendo vantajoso para exportadores e importadores, já que o transporte de “hidrogênio incorporado” seria mais viável economicamente do que o transporte de hidrogênio e seus derivados por navio. Para os importadores, o ferro verde pode aumentar a competitividade da produção de aço com baixo teor de carbono, ajudando a manter os empregos locais no setor siderúrgico.

Na avaliação do analista do ClimaInfo para o setor de energia, Shigueo Watanabe Júnior, o estudo traz excelentes ideias e mostra bons números, mas a sua efetivação possui um grande gargalo: elevados investimentos. “As siderúrgicas brasileiras, por exemplo, não são ricas, e isso vai depender da capacidade de investimento. A transferência tecnológica é tranquila e o Brasil tem capacidade para isso. O grande problema, realmente, é dinheiro para fazer essa transformação”, diz. Para Watanabe, o Brasil tem potencial de hidrogênio verde, mas é uma transformação muito cara. “O governo poderia até usar dinheiro nesses projetos, mas existem outras questões mais urgentes no País e que são prioridade. A grande transformação vai ser quando o aço produzido com carvão estiver custando mais caro que o aço produzido com H2V, mas para isso acontecer ainda vai demorar certo tempo”, afirma.

No cenário global, essa realidade vai depender de países como Estados Unidos, China e Austrália, que são os maiores consumidores de aço do mundo. “É importante encarecer o aço atual a ponto de fazer valer a pena o investimento por outro meio. Não dá para prever quando isso irá acontecer. Mas importante que haja mobilização, que as pessoas saibam a realidade e o que é possível fazer”, acrescenta.

Jurandir Picanço diz que não vai demorar muito para que os países estabeleçam barreiras comerciais em razão alto teor de carbono, o que vai ao encontro das atuais demandas globais de sustentabilidade e transição energética. “Na União Europeia, já existem tais barreiras, o que quer dizer que os produtos precisarão ser cada vez mais verdes. Caso contrário, serão impostas taxas altas. Então, é uma tendência real. No Ceará, estamos focados na produção de hidrogênio verde para exportação, mas no futuro teremos produtos verdes na totalidade, pois somos nós que temos energia para a produção de forma abundante”, reforça

Automotive Business - SP   14/07/2023

Maior montadora do mundo, a Toyota tornou-se a mais recente fabricante de automóveis com planos de adotar o Gigacasting. O processo utiliza grandes máquinas de fundição de alumínio sob pressão, do tamanho de uma casa, e, por isso, são capazes de produzir peças maiores do que qualquer coisa usada antes na fabricação de carros.

Lançado pela Tesla, o Gigacasting permite a produção de peças maiores e mais leves, essenciais para veículos elétricos por causa de suas pesadas baterias. O processo permite redução de custos e já atrai o interesse de gigantes automobilísticas, inclusive General Motors e Hyundai.

“A quantidade total de aço utilizada obviamente diminuirá”, afirmou em entrevista coletiva concedida no dia 12 o presidente da siderúrgica, Koji Kakigi. Ainda segundo o executivo, o Gigacasting traz “um grande problema”, uma vez que o alumínio é menos resistente quando comparado com o aço, que pode ser necessário em áreas mais vulneráveis dos veículos elétricos como forma de aumentar a segurança.

Kakigi afirma também que a siderúrgica japonesa já considera o investimento em melhoria de matérias-primas e processos para a produção de aço, como forma de assegurar a demanda aquecida nas próximas décadas.

Em maio, a JFE Holdings afirmou que esperava aumento de 17% no lucro líquido em seu ano fiscal, para 190 bilhões de ienes (US$ 1,4 bilhão). A expectativa estava ancorada no aumento da demanda por aço em razão da recuperação do setor automotivo.

ABM – SP 14/07/2023

Assuntos como economia circular, transição energética, redução das emissões de CO2 e novas tecnologias sustentáveis estarão presentes na programação da semana técnico-científica e empresarial

Diante da aceleração das mudanças climáticas e impactos ambientais, a procura por práticas sustentáveis em todo o mundo tem se disseminado. Neste cenário, em sua 7ª edição, a ABM Week traz como destaque a discussão sobre a sustentabilidade na indústria. Considerado um dos principais encontros técnico-científicos e empresariais da América Latina, a ABM Week é realizada pela Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), e acontecerá entre os dias 1 e 3 de agosto na cidade de São Paulo – SP, no Pro Magno Centro de Eventos. 

Além das sessões técnicas dos 11 eventos que compõem a semana, realizados de maneira simultânea, importantes temas serão debatidos, dentre eles os relacionados à sustentabilidade, como economia circular, transição energética, descarbonização da siderurgia e redução das emissões de CO2, com a participação de lideranças empresariais, especialistas e pesquisadores renomados. 

O Fórum de Líderes, que será realizado no dia 1º agosto, contará com a participação de dirigentes das principais empresas siderúrgicas e de mineração do país. Executivos como Ricardo Fonseca Lima, CEO da CBMM; Eduardo Bartolomeo, CEO da Vale; Alberto Ono, CEO da Usiminas; Jorge Luiz Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da ArcelorMittal Brasil e Marcelo Chara, CEO da Termium Brasil, discutem as transformações que vêm sendo realizadas pelas indústrias em busca de uma maior sustentabilidade. Além do Fórum, estão previstas duas mesas-redondas sobre economia circular e materiais sustentáveis no primeiro dia do evento. 

Já no dia 2 de agosto, acontecerá a Plenária “Desafios na formação e retenção de engenheiros para o setor minerometalúrgico”, em que lideranças da academia e da indústria discutirão a situação dos cursos de engenharia metalúrgica e de minas no país. Também nesse dia estão programadas mesas-redondas sobre inovações tecnológicas, logística e ESG, entre outros eventos. 

Para o dia 3 de agosto, terceiro e último dia do evento, está prevista a realização de mesas-redondas que discutirão a eficiência energética na indústria e o Painel “Aspectos técnicos- econômicos da descarbonização da siderurgia brasileira”, em que palestrantes traçarão um panorama do processo de descarbonização que está em andamento na indústria do aço do país.

“Nesta edição da ABM Week, a programação será permeada pela questão da sustentabilidade. Será uma forma da ABM contribuir com o desenvolvimento do país no sentido de levar, a toda a cadeia produtiva da indústria, conhecimento sobre os avanços que têm sido feitos e estão por vir num dos temas mais importantes e de grande impacto para a sociedade”, destaca Valdomiro Roman, Diretor de Operações da ABM.  

Além do Fórum de Líderes, plenárias, painéis e mesas redondas, a programação do encontro será composta por sessões técnicas, premiações, homenagens, coquetéis e uma área de exposição, onde cerca de 60 das principais empresas globais da cadeia do setor minerometalúrgico e de materiais vão exibir seus produtos,  serviços e tecnologias, disponibilizando-se para realizar contatos comerciais em meio à conhecida Rodada de Negócios. 

A 7ª edição da ABM Week tem a Usiminas como anfitriã e conta com o patrocínio das seguintes empresas: ArcelorMittal, Gerdau, Braincube, Calderys, Carboox, CBMM, DME Engenharia, IBAR, Primetals, PSI Metals, RHI Magnesita, Shinagawa, SMS Group / Paul Wurth / Vetta, Ternium, Vale, Vesuvius, Villares Metals, White Martins, Aperam, Clariant, Danieli, Dassault Systemes, Harsco, Phoenix, Polytec, Reframax, Russula, Tenova, Sinosteel, Weir, Yellow Solutions, AçoKorte, Alkegen, Atomat, BRC Global Rolls, Carmeuse, CISDI, D&M, Derrick, Eirich, Enacom, Engineering, ESW, Evonik, Fluke, Fosbel, Gecal, IMS Messsysteme GmbH, Kofre Tecnologia, Köppern, Küttner, Magna/Magnesium do Brasil, Nalco Water, RIP, Spraying Systems, Suncoke Energy, Tecnosulfur, Timken, Vamtec Group, Veolia, Belge e Delp.

Serviço - 7ª Edição da ABM Week

Data: 1, 2 e 3 de agosto de 2023;

Local: Pro Magno - Av. Profa. Ida Kolb, nº 513, Jardim das Laranjeiras, São Paulo – SP. 

Mais informações: https://www.abmbrasil.com.br/por/evento/abm-week-7-edicao

ECONOMIA

Investing - SP   14/07/2023

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira que não se discute mais quando será o corte de juros pelo Banco Central, e sim qual será sua magnitude, afirmando haver espaço para uma redução da Selic superior a 0,25 ponto percentual.

A taxa básica de juros está atualmente em 13,75% e o BC indicou na ata de seu último encontro que deve reduzi-la já em agosto, desde que até lá se mantenha cenário de arrefecimento da inflação.

"É a expectativa de todo mundo a essa altura, 100% dos analistas esperam corte...Agora o problema não é mais quando (será feito o corte), mas quanto", disse o ministro.

Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV, Haddad argumentou que a taxa real de juros triplicou no Brasil em um ano, diante da manutenção da Selic elevada enquanto a inflação vem arrefecendo. Ele pontuou que o governo está pagando 10% de juros reais em seus títulos e que pessoas físicas pagam 30% de taxa real para comprar eletrodomésticos, o que seria insustentável.

"Nós esperamos alguma sensibilidade técnica aos números por parte da autoridade monetária para que nós voltemos a ter um ciclo normal", afirmou.

No mercado de juros futuros, investidores ainda apostam predominantemente em um corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic na próxima reunião do Copom, em 1 e 2 de agosto, ainda que a perspectiva de uma redução de 0,50 p.p. tenha ganhado força nos últimos dias.

Na entrevista, o ministro disse que os dois indicados pelo governo para a diretoria do BC, Gabriel Galípolo e Ailton Aquino não irão "compor bancada" na autoridade monetária, mas levarão novos subsídios técnicos ao Comitê de Política Monetária.

Haddad também afirmou que ainda não foi procurado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a possibilidade de criar benefícios tributários para utensílios domésticos de linha branca, após o presidente ter defendido uma ação do governo nessa direção esta semana. Ele ponderou, no entanto, que terá reunião com o presidente na sexta-feira e o tema deverá estar na pauta.

"Amanhã eu tenho despacho com ele, deve ser tema", afirmou. "Eu sempre tenho que encontrar espaços (no Orçamento)."

IstoÉ Dinheiro - SP   14/07/2023

A balança comercial da China teve um desempenho pior do que o esperado pelos analistas em junho, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 13, pela Administração Geral de Alfândegas do país. O superávit comercial chinês foi de US$ 70,62 bilhões em junho, superior aos US$ 65,81 bilhões registrados em maio, mas inferior aos US$ 74,0 bilhões esperados.

As exportações caíram 12,8%, na comparação anual, ante recuo de 7,5% registrado em maio. O resultado foi pior do que a queda de 9,2% projetada por economistas ouvidos pelo Wall Street Journal.

As importações caíram 6,8%, na mesma base de comparação, após recuo de 4,5% em maio. A retração foi mais significativa do que esperavam os economistas, que projetavam uma queda de 4,0%. Fonte: Dow Jones Newswires.

Agência Brasil - DF   14/07/2023

O desempenho do agronegócio fez a Confederação Nacional da Indústria (CNI) elevar a projeção de crescimento da economia neste ano. Segundo o Informe Conjuntural do 2º Trimestre, divulgado nesta quinta-feira (12) pela entidade, a estimativa passou de 1,2% em abril para 2,1% em julho.

A confederação, no entanto, adverte que a melhoria se deve apenas ao agronegócio, com os demais setores da economia encolhendo ou desacelerando. Acrescenta ser necessário reformar o sistema tributário e reduzir os juros para destravar a economia brasileira.

Pelas estimativas da CNI, enquanto a agropecuária deverá crescer 13,8% neste ano - impulsionada pela produção recorde de alimentos - a indústria deverá se expandir apenas 0,6%. O desempenho do setor industrial também tem desigualdades: a indústria da construção crescerá 1,5%, mas a indústria da transformação - afetada pelos juros altos - deverá encolher 0,9% em 2023.
Falta de competitividade

Em nota, a CNI destaca que a indústria nacional sofre com a falta de competitividade gerada pela complexidade do sistema tributário e pela escassez de crédito provocada pelos juros altos. Apesar disso, a entidade considera que o avanço da reforma tributária no Congresso Nacional e a queda da inflação, com a provável redução da Taxa Selic (juros básicos da economia) neste semestre, melhoram as perspectivas para a economia brasileira.

Além da aprovação da reforma tributária e da queda dos juros, a CNI pede que o governo acelere a criação de uma política industrial que permita o país se inserir nas cadeias globais de produção “de forma inovadora e sustentável”.
Inflação e consumo

Em relação à inflação, a CNI projeta que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - usado como indicador oficial pelo governo - encerrará o ano em 4,9%, contra estimativa anterior de 6%. Segundo a entidade, a desaceleração ajuda a recompor o rendimento médio real das famílias e a recuperar o poder de compra e o consumo.

Para a CNI, a recuperação do mercado de trabalho continua, com a expectativa da taxa média de desemprego para 2023 caindo de 9% para 8,3%. A previsão de crescimento da massa de rendimento real (acima da inflação) subiu levemente, de 6,7% para 6,8% neste ano.

A estimativa de consumo das famílias subirá 1,8% em 2023, contra previsão anterior de 1,2%. A CNI atribui o aumento à recuperação parcial do crédito a partir de março e ao aumento do valor do Bolsa Família, que estimula compras em mercados e farmácias.
Juros e dólar

Em relação aos juros, a confederação estima que a Selic encerrará 2023 em 11,75% ao ano, devendo cair dois pontos percentuais em relação aos 13,75% atuais. Em relação ao câmbio, a entidade prevê que o dólar comercial chegará ao fim do ano em R$ 4,90, contra previsão anterior de R$ 5,35.

A previsão de superávit da balança comercial (exportações menos importações) para este ano saltou de US$ 55,7 bilhões para US$ 62,4 bilhões. Para as contas públicas, a entidade manteve a projeção de déficit primário (resultado negativo sem os juros da dívida pública) de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

Investing - SP   14/07/2023

A inflação nos Estados Unidos, medida pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP), acumulou uma alta de 0,1% nos últimos 12 meses encerrados em junho deste ano. O resultado veio abaixo dos 0,4% esperados pelo mercado e dos 0,9% revisados do mês anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 13.

Quando observado apenas o mês de junho, o IPP variou 0,1%, abaixo da previsão de 0,2% e acima do resultado prévio revisado, com recuo de 0,4%.

O núcleo do IPP no mês passado ficou em 0,1%, inferior à projeção de 0,2%, e igual ao dado anterior. Já o núcleo do IPP anual acumula 2,4%, resultado menor do que os 2,6% esperados e anunciados em maio.

Os pedidos iniciais por seguro-desemprego da semana passada nos EUA somaram 237 mil, abaixo da previsão de 250 mil benefícios dos economistas do mercado e do número revisado da semana anterior, de 249 mil, segundo dados do Departamento de Trabalho.

O número de solicitações contínuas de 1,729 milhão veio acima da previsão de 1,723 milhão e do número revisado da semana passada de 1,718 milhão.

Às 9h35 (de Brasília), após a divulgação dos dados, os futuros da Nasdaq 100 subiam 0,62%, enquanto os da S&P 500 apresentavam alta de 0,32% e os futuros da Dow Jones estavam em alta de 0,15%.

No Brasil, o Ibovespa Futuros registrava acréscimo de 0,49% e o dólar perdia 0,01%, a R$ 4,8179.

Diário do Comércio - MG   14/07/2023

Após registrar queda de 3% em abril, a produção industrial de Minas Gerais voltou a crescer em maio. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta foi de 1% frente a abril, na série com ajuste sazonal. Com o resultado, a atividade apresentou um desempenho melhor que o nacional, que aumentou apenas 0,3% no mesmo período. Nos cinco primeiros meses do ano, a indústria mineira acumula alta de 6,2%.

Os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF Regional) mostram que, em maio, Minas Gerais foi a quarta influência positiva para o resultado nacional.

Dez dentre os quinze locais pesquisados, tiveram elevação da produção em maio, sendo Amazonas (12,8%), Pernambuco (5,6%) e Paraná (5,3%) respondendo pelas maiores expansões, enquanto Santa Catarina (2,7%) e Bahia (2,4%) tiveram as maiores quedas no mês.

A analista de pesquisa do IBGE em Minas Gerais, Alessandra Coelho de Oliveira, destaca que o resultado em maio, frente a abril, teve como uma das influências a retomada da produção nas usinas de cana-de-açúcar.

“A alta de 1% registrada foi a quarta maior influência positiva no índice nacional. O destaque para a indústria de derivados de petróleo e biocombustíveis. Uma possibilidade para o crescimento é a retomada da industrialização da cana-de-açúcar nesse mês e, isso, pode ter tido impacto no resultado, com a produção de etanol”, explicou.

O economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos da Silva, explica que o resultado positivo teve impactos tanto do segmento de automóveis – que apresentou uma demanda maior no mercado interno, como no de extração, com aumento significativo na busca asiática por minério de ferro beneficiado.

“Em Minas, mais do que no restante do País, tivemos um avanço expressivo na demanda por veículos, peças e acessórios, o que movimentou toda a cadeia produtiva. Além disso, a China, desde o fim de 2022, tem retomado as atividades econômicas e, consequentemente, as importações de minério de ferro, o que coloca o nosso Estado em posição favorável na rota deste comércio”, explicou.

Ao longo dos primeiros cinco meses do ano, a indústria mineira acumulou aumento de 6,2%, superando em muito o resultado nacional, que fechou o intervalo com retração de 0,4%. Nesta base de comparação, Minas Gerais apresentou a maior influência positiva sobre o indicador geral.

No período, houve queda em 11 dos 18 locais pesquisados, com destaque para Rio Grande do Sul (6,4%), Santa Catarina (4,5%) e Ceará (4,4%). Entre as altas, além de Minas, também foram destaques o Amazonas (10,4%) e o Pará (5,2%).

Considerando os primeiros cinco meses do ano, os dados do IBGE mostram que, no Estado, os principais destaques foram as indústrias dos setores extrativo, cuja produção cresceu 14,1%.

As Indústrias de transformação cresceram 3,3%. No segmento de transformação, 8 das 13 atividades pesquisadas apresentaram crescimento. Os destaques foram a produção de produtos de borracha e de material plástico que ficou 17% superior, seguida pela produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com alta de 14,7%. A fabricação de celulose, papel e produtos de papel aumentou 10%, Máquinas e equipamentos, 11,2%, e veículos automotores, reboques e carrocerias, 10,4%.

No sentido oposto, entre janeiro e maio, houve queda na produção de produtos químicos, 9%, de produtos de minerais não metálicos, 4%, e na fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, com redução de 11,1%.

Na comparação de maio com igual mês de 2022, Minas Gerais apresentou aumento da produção industrial de 5,2% e o Brasil de 1,9%, sendo o resultado do Estado a terceira maior influência positiva sobre este indicador.

Entre as indústrias, a produção das extrativas aumentou 5,3% e a de transformação, 5,1%.

No acumulado dos últimos 12 meses, enquanto a indústria nacional ficou estável, Minas Gerais teve aumento de 2,3%.

Dentre as 14 atividades divulgadas para Minas Gerais, nove apresentaram crescimento na produção industrial em relação a maio de 2022. As maiores variações ocorreram na produção de máquinas e equipamentos, 35,3%, celulose, papel e produtos do papel, 20,5%, e produtos do metal, 17,0%. No sentido oposto, foram destaque os produtos químicos, com queda de 15,4%, e bebidas, 12,4%.

A analista do IBGE, Alessandra Coelho, destaca que os resultados de Minas se mantiveram acima da média Brasil.

“Nós estamos vendo esse resultado de Minas acima do Brasil há alguns meses. Inclusive, avaliando os resultados com os de antes da pandemia, vemos que Minas está em um patamar superior. A produção industrial, em maio, ficou 9,1% acima se comparada com a de fevereiro de 2020, enquanto no Brasil, o aumento foi de apenas 1,5%”, disse.
Tendência é positiva

Segundo o economista-chefe do BDMG, Izak Carlos Silva, as expectativas para os próximos meses são positivas e a tendência é que os resultados de Minas Gerais sigam acima da média nacional.

“Esperamos um crescimento da produção industrial do Estado em ritmo superior ao do País. No cenário doméstico, fatores como o recuo da inflação, a resiliência do mercado de trabalho e os estímulos fiscais devem sustentar a demanda nos segmentos mais atrelados à renda, como alimentos, bebidas e combustíveis”.

Ainda segundo Silva, o incentivo à compra de veículos deve impulsionar a cadeia da indústria automotiva do Estado.

“Nesse sentido, em junho, o índice de confiança do empresário mineiro registrou o quinto avanço consecutivo e o número de emplacamentos de veículos cresceu 5,5%, em relação a maio. No cenário externo, a demanda da China por minério de ferro deve continuar beneficiando a indústria extrativa do Estado, a despeito do crescimento chinês aquém do esperado”.

O Estado de S.Paulo - SP   14/07/2023

Alguém já disse em algum momento "que nada é tão bom que não possa ser melhorado". Acredito que é o caso da atual reforma tributária que deverá ser enviada ao Senado. Apesar de ousada e complexa, creio ser válida a apresentação de emendas que possam corrigir alguns problemas, como por exemplo, tornar obrigatória a correção anual da tabela do IRPF, pelo IPCA, uma vez que inflação não é renda e na reforma não consta imposto inflacionário.

Outra sugestão importante de melhoria seria tornar obrigatória a correção anual das aposentadorias do regime geral de previdência pelo IPCA para evitar perdas anuais de renda do aposentado, especialmente daqueles cuja aposentadoria seja a única fonte de renda, uma vez que a inflação corrói anualmente renda do aposentado. É preciso destacar que estes, que já tem forças reduzidas para fazer lobby, já comprometem parte significativa da sua renda com planos de saúde privados e medicamentos, tudo em decorrência dos péssimos serviços de saúde pública garantidos pelo governo.

De outro lado, controlar inflação é competência do poder público e sem corrigir anualmente salários, aposentadorias e tabelas do IRPF, e considerando que tributos estão indexados, o governo ganha muito e ganha duas vezes (pagando menos e recebendo mais), enquanto a população perde muito.

Para despertar a cidadania, os preços fixados nas lojas, supermercados, drogarias / farmácias e propagandas escritas deveriam constar além dos preços, os valores das parcelas dos tributos federais, estaduais e municipais (separadamente). Tal sugestão propiciaria ao contribuinte (cidadão) conhecer o tamanho do apetite (garfada) dos governos. Também permitiria, com maior facilidade, a reação da indignação da população pelos péssimos serviços essenciais prestados pela administração pública.

Outra proposta de melhoria que chama a atenção é o fato que em um exame rápido, não se identifica, de forma explícita, a proibição da União conceder renúncias com impostos compartilhados, pois além de diminuírem as capacidades de investimentos dos Estados e Municípios, reduzem automaticamente destes dois entes federativos a capacidade de investimentos em Educação e Saúde.

A grande torcida de todos é para não termos aumento da carga tributária e nem criação de novo tributo, conforme veiculado no Globo (11.07.2023). Merece destaque que o Brasil tem a décima terceira maior carga tributária do planeta e devolve serviços estagnados, há mais de uma década na trigésima posição conforme dados do IBPT. Face a complexidade da reforma, uma análise mais criteriosa diz que quanto à essência da reforma, a prudência obriga aguardar a apreciação e votação, no Senado. O que se pode dizer é que é abrangente, complexa e que tem pontos positivos e negativos (como os já apontados).

Com relação à ZFM e ao Estado do Amazonas os pontos positivos mais relevantes são: reduções drásticas dos incentivos /renúncias ilegítimas dos Estados, o que aumentará a competitividade da ZFM. Quanto às sugestões para aperfeiçoamentos em benefício da população, ainda há tempo para debates, no Senado (casa revisora).

Todos nós teremos muito a estudar, uma vez que um olhar atento revela a existência de outros pontos de melhoria, como por exemplo no que se refere ao imposto de transmissão, doação e causa mortis, progressivo, que, sem definir a progressividade vai enfraquecer, a médio e longo prazo as empresas controladas por brasileiros residentes no país.

Na prática, será muito melhor para empresas sediadas no exterior, com titulares residentes fora do Brasil. Demagogia que vai custar muito caro ao Brasil, imagine um conglomerado empresarial nacional, ao morrer o titular, os herdeiros e sucessores das cotas / ações terão que pagar o ITCM-D (alíquota máxima de 10 ou 15 ou 20%). Deve-se ressaltar que em muitos casos, as empresas ou o espólio só tem patrimônio, nas não têm e não geram caixa. Como farão para pagar o imposto? De onde virão os recursos para pagamento do tributo? Certamente da própria empresa via distribuição de dividendos. E, se estes forem também taxados a empresa perde muito patrimônio e liquidez. Quais os efeitos da transferência de recurso patrimonial do privado para o governo? Empresa nacional menor terá menor capacidade de competir com empresas estrangeiras.

E o governo, que nada fez, receberá mais recursos tributários (ITCMD e Imposto sobre dividendos), para manter e expandir os privilégios dos donos do poder.

O que está se configurando é que o governo ficará dono/ sócio de muitas empresas e imóveis cujos donos ou acionistas / cotistas morreram e irão continuar morrendo, pois os herdeiros / sucessores não terão dinheiro para pagar o ITCMD progressivo, logo esperamos enxurradas de execuções e depois o inevitável novo Refis a ser aprovado pelo Congresso.

Creio ser esse o momento de reflexão e união de esforços para proposição das emendas necessárias que tornem a reforma tributária um benefício e não um castigo para todos brasileiros. Preocupa o Conselho Federativo aprovado na Câmara que, de forma clara, assegura, uma espécie de poder de veto aos 3 estados mais populosos do país, e mais ricos da federação. Será que isso não aprofundara as já insuportáveis desigualdades regionais? A Reflexão e o destino do país estão agora nas mãos de nossos 81 Senadores.

MINERAÇÃO

O Estado de S.Paulo - SP   14/07/2023

O ESG (sigla em inglês para boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa) é considerado o maior “risco” e, ao mesmo tempo, a maior “oportunidade” para o setor de mineração e metais no Brasil, segundo um estudo da consultoria EY e do IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração).

Em seguida vêm os riscos e oportunidades ligados à geopolítica, mudanças climáticas, a licença para operar, custos e produtividade, interrupções na cadeia de suprimentos, força de trabalho, capital, digital e inovação e novos modelos de negócios.

Especialistas destacam que o setor, mesmo tendo passado por mudanças significativas nos últimos anos pressionado pelo poder público e pela indústria privada, ainda é tido como um dos mais poluentes — considerando os riscos referentes aos impactos da mudança climática, como enchentes, crises no sistema elétrico e falta de água potável.

Com isso, a ascensão da agenda ESG, que tem como uma das principais bandeiras o meio ambiente, se torna um risco para o setor, que tem de se adequar a diversas normativas para conseguir recursos de bancos e fundos de investimentos, segundo o doutor em economia dos recursos naturais e professor da Universidade de São Paulo (USP), Luis Enrique Sánchez.

“Se o setor precisa de recursos, tem de demonstrar que possui um sistema robusto de gestão ambiental. O setor financeiro tinha pouco conhecimento dos riscos da mineração e foi surpreendido com os dois grandes casos”, afirma, se referindo às tragédias de Brumadinho e Mariana.

Para ele, a transição do setor tem relação direta com a ascensão do ESG. “A agenda e a legislação mais fortes pesaram para essa transição para uma economia sustentável, assim como o crescente interesse da própria sociedade aos riscos da mineração e uma atenção maior dos investidores.”

“Se o setor de mineração não for responsável, não vai ter licença para operar. As mudanças vêm não porque é um setor bonzinho, mas da necessidade pela pressão que a sociedade e os governos têm feito”, afirma o líder de energia e recursos naturais da EY, Afonso Sartorio.

Para o professor da Universidade de São Paulo (USP) houve avanços, de fato, mas a mineração continua a ser um setor poluente e que enfrentará muitas dificuldades. “Eu tenho o entendimento de que essa perspectiva não vem mudando e não vai mudar a curto prazo.”

Segundo ele, toda vez que há um novo projeto de mineração de médio e grande porte, as empresas têm dificuldade em avançar com o projeto e dialogar com as comunidades. “Eles encontram dificuldades que não ocorriam no passado. Está mais difícil e esse é um dos motivos para a valorização da agenda ESG.”

O especialista da EY destaca que, embora uma mudança para uma cadeia mais sustentável esteja acontecendo, as pessoas muitas vezes não percebem essa mudança por terem um “preconceito” com o setor. “Acho que as pessoas são mais céticas ao ouvir notícias da indústria de mineração. Em função de problemas, alguns graves, já ocorridos e que envolveram a mineração.”

Sartorio, no entanto, destaca que as comunidades próximas dos locais onde existe mineração querem o setor próximo. “Existe uma diferença do que o carioca da zona sul entende de mineração e a população vizinha. Gera trabalho e renda.”

“Não quer dizer que não existam situações de tensões, de risco, de barragem que tem que ser tratadas. A questão é que a mineração não fez o trabalho que o agro fez. Antes, era visto como o pessoal das queimadas, dos boias-frias, hoje é ‘pop’. A mineração não percorreu esse caminho.”

Para ele, falta esta mudança para que a sociedade enxergue a relevância do setor, considerado um dos setores mais influentes na economia brasileira, produzindo e comercializando para quase todo tipo de indústria no País. Em 2022, a mineração foi responsável por 40% do saldo brasileiro na balança comercial e o faturamento do setor no ano foi de R$ 250 bilhões.

ESG pode ser oportunidade para o setor

Especialistas apontam que a crescente busca por minerais produzidos de maneira mais limpa apresenta novas oportunidades de negócio, uma vez que os clientes estão dispostos a investir mais em tais produtos.

Sartorio afirma que a relevância do setor na cadeia produtiva brasileira leva o ESG a ser visto também como uma oportunidade para o setor. “As empresas mais estruturadas conseguem usar como uma oportunidade”, disse, destacando, no entanto, que no contexto ambiental que o Brasil se encontra, a adaptação do setor não é uma escolha, mas algo essencial.

Para o professor da USP, a sustentabilidade pode ser uma boa oportunidade para o setor, considerando o crescimento da demanda prospectado por várias entidades. “O setor de mineração está muito ligado nas projeções de um aumento da demanda de bens minerais por conta da descarbonização e transição energética.”

No entanto, o especialista da EY defende que estar em conformidade somente com a legislação e regulamentação referentes já não é suficiente em um ambiente que os consumidores esperam, segundo ele, um “valor compartilhado com real impacto positivo”.

“É sim ou sim. Precisa ser uma oportunidade, tanto para a humanidade, quanto para o próprio setor. A humanidade não vive sem a mineração. Se for um risco, como essas as milhões de pessoas vão conseguir ter garfo? Como os países pobres vão elevar o seu padrão se a mineração for uma atividade de risco?”, afirma.

Assim como em outros setores, Sartorio destaca que uma modificação efetiva leva tempo, principalmente para haver mudanças de maquinário e práticas específicas — que dependem de uma transformação de todas as empresas, inclusive dos fornecedores.

Para ele, no entanto, a mudança já está acontecendo. Sartorio destaca que as principais apostas do setor têm sido investir na redução de carbono e na reciclagem de produtos. Outra tendência sustentável que deve se consolidar no mercado é o rastreio da pegada de carbono nas empresas de varejo, forçando uma mudança também no setor de mineração.

“As empresas de consumo vão ser pressionadas a rastrear os seus produtos até a origem, da onde ele saiu, qual o solo, como ele foi processado, quanto emitiu de carbono. As empresas que tiverem soluções inovadoras que atenderem a essa direção e consigam rastrear as suas cadeias vão ter uma vantagem competitiva enorme.”

Money Times - SP   14/07/2023

Os contratos futuros de minério de ferro subiram pela terceira sessão consecutiva nesta quinta-feira (13), impulsionados pela divulgação de fortes dados de importação de minério de ferro pela China em junho e pelo crescimento do crédito.

O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas em alta de 1,6%, a 829,0 iuanes (US$ 115,68 ) por tonelada métrica, o maior fechamento desde 30 de junho.

Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência em agosto subiu 0,8%, para US$ 109,8 por tonelada métrica.

As importações de minério de ferro pela China em junho aumentaram 7,4%, mostraram dados alfandegários, graças à sólida demanda das siderúrgicas domésticas, embora o volume de junho tenha sido ligeiramente inferior às 96,18 milhões de toneladas importadas em maio.

Os preços do minério de ferro também foram elevados durante a noite por dados positivos de crédito da China, com o financiamento agregado para junho aumentando e superando as expectativas do mercado — um sinal positivo para o mercado imobiliário, disse o National Australia Bank em nota.

Ainda assim, as exportações gerais da China contraíram no mês passado no ritmo mais rápido desde o início da pandemia de Covid-19 há três anos, enquanto uma economia global em crise pressiona cada vez mais os formuladores de políticas chineses por novas medidas de estímulo.

“O crescimento econômico global lento, a desaceleração de transações comerciais e investimento mundiais e os riscos geopolíticos continuam a impactar o comércio da China”, disse Lv Daliang, porta-voz da Administração Geral de Alfândegas.

Máquinas e Equipamentos

O Estado de S.Paulo - SP   14/07/2023

Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sugerir em evento nesta quarta-feira, 12, a reedição de um programa de incentivo à compra de eletrodomésticos da linha branca (como geladeiras e lavadoras de roupas), o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Jorge Nascimento, disse ao Estadão/Broadcast que o setor trabalha em uma proposta de política pública para substituição de aparelhos desse segmento. O mote é melhorar a eficiência energética do País, enquanto se estimula um setor desgastado no último ano.

“Já conversamos com alguns ministérios e a proposta está em construção no setor. Dentro de 40 dias devemos ter algo mais estruturado”, disse Nascimento. Ainda durante o processo de votação da Medida Provisória que retomou o programa Minha Casa, Minha Vida, o setor tentou emplacar a disponibilização, custeada pelo Governo, de eletrodomésticos para os beneficiários da faixa 1 do programa, bem como crédito subsidiado para a aquisição desses bens duráveis em outras faixas de renda do MCMV.

“A discussão surgiu próximo à aprovação da MP e ficaram muitas pontas soltas. No entanto, como o governo recebeu bem, começamos a pensar na construção de uma política pública para isso”, explica Nascimento.

A lógica para justificar o projeto agora está no fato de que novos produtos lançados pela indústria têm maior eficiência energética. “Hoje a indústria fornece produtos mais eficientes do que há 10 ou 15 anos. Temos aparelhos de ar condicionado, refrigeradores e lavadoras que trazem economia de 30% a 40% de energia elétrica e água”, diz. Ele acredita que, além de impulsionar o varejo e movimentar a economia, a medida ainda tem potencial para melhorar metas de sustentabilidade do País.

A Whirlpool, dona das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid, acha válida a proposta mencionada pelo presidente Lula, interpretada pela companhia como “abertura de crédito para compra de eletrodomésticos”. O vice-presidente de Jurídico, Compliance e Assuntos Corporativos da companhia para América Latina, Bernardo Gallina, também cita a eficiência energética como justificativa.

“É importante que o debate sobre esse assunto tenha voltado à pauta. Enxergamos essa iniciativa de forma muito clara: tornar os eletrodomésticos acessíveis gera um impacto positivo não só na sociedade, oferecendo mais qualidade de vida e dignidade para as famílias, mas também estimula a economia, geração de emprego, renda e arrecadação do setor”

O projeto ainda não está definido. “Falta a parte operacional”, diz Nascimento. Em sua visão, é por isso que a ministra do Planejamento, Simone Tebet, se mostrou mais cautelosa ao comentar a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o tema na manhã desta quarta-feira. Ele disse que a proposta pode contar com desoneração tributária para esses aparelhos, bem como crédito subsidiado pelo governo.

Fragilidade

Se concretizada, a medida representaria um afago ao setor. Depois de acumular 18 meses de queda nas vendas, o setor de eletroeletrônicos registrou um semestre de alta de 13% entre janeiro e junho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022. A Eletros, porém, vê essa melhora com cautela.

“Temos de esperar o segundo semestre para saber se o crescimento não foi apenas um movimento de reposição de estoque das varejistas”, diz Nascimento. “Estamos conservadores com as expectativas para o ano”, complementa.

Conforme o levantamento da Eletros, que monitora os indicadores de comercialização da indústria para o varejo, foram vendidas 44,02 milhões de unidades nos seis primeiros meses de 2023 ante as 39,07 milhões de unidades registradas no mesmo período do ano anterior. Ainda assim, o nível de atividade industrial do setor de eletroeletrônicos ficou abaixo do registrado no mesmo período de 2019, em que foram comercializados 47,13 milhões de unidades de produtos pelo setor.

Grandes Construções - SP   14/07/2023

O mercado de retroescavadeiras tem passado por transformações. Se durante a primeira década de 2000 a demanda era dividida quase que igualmente entre equipamentos 4x2 (com cabine aberta) e máquinas 4x4 (com cabine fechada), esse cenário começou a mudar em 2010. Nessa época, a versão com tração em todas as rodas e ar-condicionado no espaço destinado ao operador passou a ser mais procurada.

A mudança pode ser explicada pelo fato de os setores compradores, como a administração pública e a construção, terem identificado vantagens da alternativa mais completa, especialmente no custo x benefício.

“Atualmente, em torno de 95% das retroescavadeiras são 4x4 com cabine fechada, enquanto os demais 5% remanescentes se limitam a algumas poucas licitações públicas ou usuários com perfil mais conservador”, comenta Etelson Hauck, gerente de produtos da JCB, ressaltando que o segmento agrícola também tem se tornado um grande comprador desse tipo de máquina.

“Em especial, a procura é maior pelo modelo 4CX — que tem quatro rodas direcionais com três modos de direção: tradicional, ‘caranguejo’ e raio de giro curto”, afirma.

Por ter tração melhor, as retroescavadeiras 4x4 são indicadas para atividades em regiões onde o piso tem menor aderência ou para trabalhos mais pesados, com material agregado e solo arenoso ou úmido, por exemplo. Além disso, o equipamento é versátil, podendo ser utilizado tanto em áreas rurais quanto urbanas. “Por outro lado, o maquinário do tipo 4x2 é bastante usado em situações mais favoráveis quanto à regularidade do terreno, como em estradas asfaltadas”, observa Matheus Kuklik, especialista de aplicação da Caterpillar.

CONFIGURAÇÃO

Atualmente, o comprador de retroescavadeiras encontra com maior frequência ofertas de equipamentos com potência bruta entre 85 hp e 100 hp. “Na operação, o sistema hidráulico e a tração dos eixos são os pontos fundamentais”, diz Leonardo Campos, especialista de produto da Case CE, destacando que o uso da força estritamente necessária reduz o consumo de combustível. “Se o motor gera a potência necessária para o trem de força e o sistema hidráulico, não precisa necessariamente ser um equipamento de alta potência.”

De maneira geral, a demanda de retroescavadeiras no Brasil se encontra justamente nessa faixa. “Embora a potência seja um conceito arraigado, também é importante olharmos a relação potência x peso, para entendermos o que o equipamento está entregando”, destaca Débora Viana, especialista de marketing de produto da New Holland Construction.

Atualmente, em torno de 95% das retroescavadeiras vendidas no país têm configuração 4x4 com cabine fechada

Dependendo do trabalho, a retroescavadeira pode receber diferentes implementos. Na lista desses itens estão marteletes hidráulicos, perfuratrizes, guinchos bag, valetadeiras e garfos frontais, entre outros. “Não há necessidade de qualquer adaptação hidráulica para uso desses implementos”, ressalta Viana. “Até porque não utilizam a terceira função, mas somente as linhas hidráulicas já disponíveis na máquina.”

Há, ainda, outros tipos de implementos muito procurados no mercado. “Com uso frequente em retroescavadeiras há desde caçambas customizadas (estreitas, em V) até rompedores hidráulicos e acoplamentos rápidos”, enumera Douglas Pereira, gerente de marketing de produto da Divisão de Construção da John Deere Brasil. Para alguns modelos de acessórios, ele destaca que a máquina pode – e eventualmente deve – ser configurada com linhas hidráulicas auxiliares. “Que, aliás, podem ser adquiridas diretamente da fábrica”, indica.

Um bom exemplo são os rompedores hidráulicos, utilizados no conjunto traseiro das máquinas, principalmente para quebra de concreto. Para se usar esse recurso, é necessário dispor de um kit PDR (Predisposição para Rompedor), basicamente uma válvula extra junto às linhas hidráulicas auxiliares. Já as vassouras para limpeza de estradas – outro implemento com alta popularidade no Brasil – demandam uma linha hidráulica auxiliar frontal, de modo que a peça possa girar e realizar sua função.

Ainda na lista de implementos com alta demanda, Campos, da Case CE, inclui caçambas dianteiras com dentes ou lâminas, além de caçambas traseiras tipo heavy duty (para operações de escavação em solos compactados). “Também há a caçamba dianteira 4 em 1 e rompedores hidráulicos no lugar da caçamba traseira”, completa o especialista.

Para as caçambas tradicionais, diz ele, não é necessário realizar adaptações, enquanto a caçamba 4 em 1 exige a adição de uma linha hidráulica no comando dianteiro. No caso de rompedor hidráulico traseiro, é demandada uma linha auxiliar no comando traseiro. Na relação de itens com alta demanda no mercado nacional estão, ainda, implementos como polegares hidráulicos e martelos, que são acoplados na parte traseira das retroescavadeiras.

DEPRECIAÇÃO

De maneira geral, ocorre desgaste mais acelerado em determinados componentes do equipamento, até pela vibração excessiva provocada por alguns implementos, como é o caso do martelo hidráulico. Essa movimentação tem o potencial de reduzir a vida útil de determinadas peças, a depender do tipo de operação, terreno, realização de manutenções preventivas e aderência às boas práticas de uso. Em média, a durabilidade pode ser reduzida de 5% a 10%.

Tração melhor impulsiona aplicação em terrenos com menor aderência e trabalhos mais pesados

Além disso, é preciso considerar a depreciação da máquina. “Normalmente, se a retroescavadeira trabalha com demolição, pedreiras ou renovações de edificações usando marteletes, há uma depreciação em torno de 15% devido aos esforços no equipamento, quando comparado somente à escavação”, avalia Renato Aparecido Torres, diretor comercial e de pós-venda da XCMG.

Segundo Hauck, da JCB, a variação da depreciação está diretamente relacionada ao zelo que os operadores e a equipe de manutenção têm com as máquinas. “Existem equipamentos com muitas horas de uso que, com o correto manuseio e cumprimento dos planos de manutenção, podem valer mais do que máquinas seminovas equipadas com peças não recomendadas e operadas em desacordo com as boas práticas”, compara.

Para manter o funcionamento esperado, é fundamental seguir as diretrizes dos fabricantes quanto às manutenções preventivas. Nesse aspecto, Campos, da Case CE, recomenda maior frequência de verificações no sistema hidráulico, especialmente quando se utiliza o rompedor hidráulico (reduzindo o tempo de troca de fluídos e filtros devido à alta utilização do sistema hidráulico).

Além disso, a estrutura da máquina também deve ser adequada para suportar as vibrações geradas pelo rompedor em situações severas. “Quando os implementos são utilizados dentro das recomendações apresentadas pelo fabricante, não é esperada uma redução significativa de intervalos de manutenção”, ressalta Pereira, da John Deere. “Contudo, implementos como o rompedor hidráulico demandam mais do equipamento e, por isso, podem exigir maior frequência de intervenções preventivas, incluindo as trocas de óleo.”

PREFERÊNCIA

Em 2022, as vendas de escavadeiras ultrapassaram as de retroescavadeiras no país. De acordo com dados da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração), no ano passado foram comercializados 39,9 mil equipamentos da Linha Amarela – melhor resultado para o segmento desde 2013. Desse total, as escavadeiras responderam por 24% (11,9 mil unidades) e as retroescavadeiras, por 18% (9,3 mil máquinas vendidas).

Equipamentos com potência bruta entre 85 hp e 100 hp estão entre os mais demandados no país

O uso reduzido da caçamba dianteira em retroescavadeiras pode ser um dos fatores que justifique esse movimento, levando os compradores a investirem mais em escavadeiras compactas. Na opinião de Hauck, da JCB, o aumento súbito nas vendas de escavadeiras está relacionado mais a oportunidades momentâneas.

“Isso ocorre devido ao excesso de escavadeiras disponíveis em outros países e à falta de componentes nas produções locais”, avalia o profissional, lembrando que as vendas de retroescavadeiras vêm crescendo incessantemente no país desde 2016, atingindo um aumento de quase cinco vezes até 2022.

De acordo com Pereira, da John Deere, a média geral de uso de funções de carregamento e escavação em retorescavadeiras é de 30/70, sendo 30% frontal e 70% traseiro.

“O mercado de compactos, incluindo as miniescavadeiras e minicarregadeiras, tem aumentado em virtude de fatores como o crescimento urbano e das zonas residenciais”, analisa. “Nessas situações, as máquinas compactas têm transporte mais fácil e representam o passo seguinte de pequenos prestadores que iniciam com uma retroescavadeira.”

As retroescavadeiras, por conta de sua potência, alcance e tração, também são versáteis para obras como as de saneamento em áreas urbanas. Outro aspecto que influencia na preferência do mercado é o momento vivido pelos setores que utilizam esses equipamentos. Na construção civil, por exemplo, há uma elevada segmentação.

“De um lado, existem nichos com demandas específicas em que a escolha da melhor máquina é determinante para a lucratividade da operação”, comenta Kuklik, da Cat, ressaltando que, por outro lado, existem locadores e empresas que preferem opções mais completas e dotadas de atributos altamente eficientes.

“A partir desse panorama, é fácil compreender por que alguns clientes buscam soluções que se encaixem melhor em suas necessidades, em detrimento de soluções superdimensionadas. É justamente a versatilidade que faz das retroescavadeiras um clássico tão longevo dos canteiros”, diz ele.

No entanto, alguns especialistas no setor avaliam que o uso reduzido da caçamba dianteira em retroescavadeiras tem relação direta com a maior procura pelas escavadeiras compactas. “Sem dúvida, a baixa utilização da caçamba pode levar o cliente a preferir as miniescavadeiras”, opina Torres, da XCMG.

“Características técnicas como giro zero, possibilidade de trocas e opções de implementos, além de atributos de elevação, força e potência — comparado às retroescavadeiras –, também favorecem a opção pelas máquinas compactas”, opina

A relação potência x peso é uma das referências centrais para a avaliação do equipamento

VERSATILIDADE

O aumento de opções disponíveis no mercado, com equipamentos específicos começando a despertar a atenção dos compradores, não deve impactar de maneira tão forte o setor de retroescavadeiras no curto prazo. Assim, a expectativa é que esse tipo de máquina continue no topo da lista das mais vendidas nacionalmente.

Afinal, trata-se de uma opção com maior diversificação e versatilidade, capaz de atender com qualidade às necessidades de diferentes segmentos. Ou seja, as retroescavadeiras têm lugar garantido no mercado. “Não são necessariamente as máquinas mais eficientes ou produtivas, se comparadas a equipamentos específicos.

Porém, a relação de custo x benefício para o cliente brasileiro se justifica em diversos setores produtivos”, sublinha Torres, afirmando que, culturalmente, o mercado nacional entende que a máquina faz o serviço das minis. “Mas ao se fazer uma trincheira próxima de uma parede, a produtividade da retroescavadeira é inferior”, exemplifica. “Além disso, a miniescavadeira passa por lugares mais estreitos e com restrições de altura.”

Já quando se observa o segmento de locação, a fatia de mercado atualmente ocupada pelas retroescavadeiras ainda é bastante sólida. Hauck, da JCB, informa que nos últimos três anos o segmento de rental aumentou bastante as compras de máquinas desse tipo. “Isso se deve ao alto investimento de grandes empresas de locação no país, que estão inovando na gestão financeira, operacional e de manutenção da frota”, explica.

Com o uso intensivo de implementos, depreciação em retroescavadeiras chega a 15%

Intensificando-se no Brasil, esse movimento há tempos já é bastante comum em diversos países da Europa e na América do Norte. “Locadores, prestadores de serviço e construtoras que utilizam a retroescavadeira como um equipamento de suporte nas operações ainda optam por esse tipo de máquina devido à versatilidade”, ressalta Campos, da Case CE.

“Como tendência, esses players do mercado devem continuar oferecendo equipamentos versáteis para atender às demandas de seus clientes, apostando no baixo custo de propriedade”, prevê.

Na percepção dos especialistas, o movimento de substituição de retroescavadeiras por escavadeiras compactas depende tanto da necessidade dos diferentes setores quanto da oferta das máquinas, em sua maioria importadas. “Cada um dos mais variados nichos tem suas próprias particularidades e necessidades especiais”, reflete Kuklik, da Cat. “Mas isso não enfraquece a tradicional eficiência, robustez e, especialmente, diversidade de opções que as retroescavadeiras são capazes de oferecer.”

PROJEÇÕES

Segundo dados da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), nos dois primeiros meses deste ano a indústria de retroescavadeiras cresceu em torno de 44%. A alta foi puxada, principalmente, pela elevação de 144% no segmento de licitações públicas.

Além disso, Viana, da New Holland Construction, aponta que o aumento pode ser o resultado de um início de ano com estoques mais elevados por parte das redes de concessionárias — que em 2022 enfrentaram estoques mais limitados.

“Vale lembrar que, historicamente, o mercado de equipamentos no Brasil é composto majoritariamente por retroescavadeiras, escavadeiras hidráulicas e pás carregadeiras, que representam 85% do setor”, diz a especialista de marketing. “Nesse contexto, as retroescavadeiras rivalizam em volume com as pás e as escavadeiras, com leves flutuações, dependendo do período.”

Por tudo isso, as retroescavadeiras continuam representando uma parcela importante em diferentes mercados, como a construção civil, sempre ancorada na versatilidade nos principais segmentos de aplicação. “Apesar do cenário desafiador em relação à disponibilidade de crédito, acreditamos que o segmento de retroescavadeiras terá grande representatividade no setor de máquinas por muito tempo ainda”, conclui Pereira, da John Deere Brasil.

AUTOMOTIVO

O Estado de S.Paulo - SP   14/07/2023

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC vai intermediar negociações para a instalação, na região da Grande São Paulo, de duas fabricantes chinesas de ônibus elétricos. Dirigentes da entidade se reuniram com o presidente da Sinomach, Cai Jibo, em São Bernardo do Campo, no início no mês, e uma nova reunião está marcada para a próxima semana, desta vez de forma virtual.

O presidente do sindicato, Moises Selerges, também teve encontro em Brasília com o vice-presidente da Beijing Peack Automotive, Peter Lee, e com o gerente geral da Chery, Rou Wu no dia 6. Segundo ele, a empresa tem acordos com a Chery na China e planeja instalar uma planta para fabricar ônibus elétricos da marca.

A Sinomach é um conglomerado chinês que atua na produção de ferramentas, equipamentos de construção, agrícolas e de infraestrutura, e pretende entrar no segmento de ônibus elétricos. A Chery já tem presença no Brasil numa parceria com o Grupo Caoa e produz SUVs a combustão e híbridos na fábrica da empresa brasileira em Goiás.

“Assinamos memorandos para investimentos estratégicos na região”, informa Selerges, que teve os primeiros contatos com representantes das montadoras durante visita à China, em abril, quando acompanhou a comitiva do presidente Lula em visita ao país.

Selerges explica que, na próxima semana, serão discutidos detalhes sobre o que as companhias pretendem em termos de tamanho de áreas e infraestrutura para seus projetos, para então iniciar conversas com governos municipais, estadual e federal parta envolvê-los nas negociações.

“De nossa parte, já falamos que os investimentos são bem-vindos, desde que gerem empregos locais e, futuramente, uma cadeia de fornecedores na região, além de transferência de tecnologias e parcerias com universidades”, diz o sindicalista. Também participa das reuniões com as fabricantes chinesas o presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, deputado Fausto Pinato (PP), outro que foi à China com Lula.

A região do ABC, tradicional polo automotivo, vem perdendo empresas nos últimos anos. Em 2019 a Ford fechou sua fábrica de automóveis e caminhões em São Bernardo e a Toyota encerra suas operações de componentes no município no fim do ano.

“A porta da entrada dessas empresas no Brasil será o sindicato”, afirma Selerges, indicando uma forma diferente de atração de novos investidores que, normalmente, procuram primeiro os governantes. Segundo ele, o sindicato participa ativamente das discussões e uma nova política industrial para o País que gere empregos e renda para os trabalhadores.

Ainda não há informações sobre valores pretendidos para eventuais investimentos locais. O apetite dos chineses na produção de veículos elétricos no Brasil vem aumentando. Até agora, três fabricantes já confirmaram projetos no País.

A porta de entrada dessas empresas no Brasil será o sindicato

Moisés Selerges, presidente do Sindicato dos Metalúrgico do ABC

A Great Wall Motors (GWM) adquiriu a fábrica desativada da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) e anunciou investimentos de R$ 10 bilhões até 2016 para a produção de utilitários-esportivos (SUVs) híbridos e futuramente elétricos.

Na semana passada, a BYD confirmou aportes iniciais de R$ 3 bilhões para fábrica de automóveis, caminhões, ônibus e processamento de lítio Camaçari (BA). O grupo segue negociando com a Ford a compra de sua instalação local, também desativada.

A Higer Bus importa ônibus elétricos de sua matriz desde o ano passado, mas a em 2024 começará a montagem, local com investimento, na primeira fase de operações, de US$ 10 milhões (cerca de R$ 50 milhões) em Fortaleza (CE).

Outra chinesa que estuda operações locais é a XCMG, para montagem de caminhões elétricos rodoviários, provavelmente em Pouso Alegre (MG), onde tem uma operação de produtos da linha amarela (máquinas e equipamentos).

Baterias

Mercedes-Benz e Marcopolo iniciaram recentemente a produção de ônibus elétricos no País, e a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) já comercializa caminhões com essa tecnologia e vai entrar também no segmento de ônibus. A Eletra já atua no segmento há vários anos, mas antes era voltada principalmente para o segmento de trólebus.

Na parte de baterias, a BorgWarner iniciou no ano passado a montagem local do equipamento para veículos comerciais, em Piracicaba (SP), e é a fornecedora para o ônibus da Mercedes-Benz que ainda não está à venda. O grupo importa boa parte dos componentes, mas vem nacionalizando vários deles, segundo Marcelo Rezende, diretor da fábrica. Weg e Mouta também atuam no segmento.

CONSTRUÇÃO CIVIL

O Estado de S.Paulo - SP   14/07/2023

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quinta-feira, 13, o texto aprovado pelo Congresso em junho que recria o programa Minha Casa, Minha Vida. Um dos pilares do novo desenho do programa é a retomada da Faixa 1, que atende famílias com renda de até R$ 2,6 mil com recursos do governo federal, alimentada principalmente pelo Fundo de Arrendamento Residencial (FAR).

Nessa faixa, o subsídio federal varia de R$ 130 mil a R$ 170 mil. Para as famílias que ganham até R$ 1.320, a prestação mensal da casa (pelo período de 60 meses) é de 10% da renda familiar, com parcela mínima de R$ 80. No caso dos ganham de R$ 1.320 a R$ 2.640, o comprometimento é de 15% da renda, de onde se subtrai R$ 66 do valor apurado.

No governo de Jair Bolsonaro, o MCMV tinha sido substituído pelo Casa Verde e Amarela, que, embora tenha registrado redução nas taxas de juros de casas financiadas com FGTS, foi marcado pelo abandono do Faixa 1 por falta de recursos. Após o rearranjo orçamentário da PEC da Transição, aprovada ainda no ano passado durante o governo de transição, o Executivo pode destinar quase R$ 8 bilhões para as demandas do FAR.

A ideia do governo é que até 50% das unidades financiadas e subsidiadas sejam destinadas ao público da Faixa 1. Historicamente, o subsídio oferecido a famílias dessa faixa de renda varia de 85% a 95%.

A presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, disse que o investimento do governo Minha Casa, Minha Vida é um grande gerador de empregos no País.

“O programa foi democratizado e trouxe regras novas com o objetivo de melhorar a vida da população. Entre 2009 e 2022 a caixa construiu mais de 1,4 milhão de casas na Faixa 1. A Caixa é o banco da habitação” afirmou, em cerimônia de sanção das nova versão do programa, no Palácio do Planalto.

Rita aproveitou o evento para fazer um balanço breve das atividades do banco nos primeiros seis meses do atual governo, destacando o crescimento de 15% da carteira de crédito comercial da Caixa nesse período. “Encontramos o banco desmantelado, preparado para privatizar suas principais operações, além de uma política de medo e assédio no banco. A Caixa tinha atraso tecnológico e estava muito distante das demandas de Estados e municípios”, completou.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, a Caixa já precisou suspender o recebimento de novos projetos para 15 Estados que já receberam o limite de propostas para empreendimentos na Faixa 1 do MCMV. Juntos, esses Estados deverão ter cerca de 74,8 mil residências das 130 mil unidades que o Ministério das Cidades quer contratar neste ano para atender famílias com renda de até R$ 2,6 mil, em áreas urbanas, beneficiadas com subsídios do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR).

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato de Souza Correia, disse que a entidade avalia de forma positiva a nova versão do programa, por voltar a contemplar com recursos da União a parcela mais carente da população. “O governo teve a sensibilidade de corrigir a taxa de juros por região”, acrescentou.

Outras novidades do Minha Casa, Minha Vida, de acordo com o Ministério das Cidades, são a ampliação da inclusão da locação social, a possibilidade de aquisição de moradia urbana usada e a inclusão de famílias em situação de rua no programa. “Os novos empreendimentos estarão mais próximos a comércio, serviços e equipamentos públicos, e com melhor infraestrutura no entorno”, diz o ministério.

Veja quem tem direito a participar do programa

Divisão das faixas de renda, no caso de domicílios urbanos:

a) Faixa Urbano 1 - renda bruta familiar mensal até R$ 2.640

b) Faixa Urbano 2 - renda bruta familiar mensal de R$ 2.640,01 a R$ 4.400 e

c) Faixa Urbano 3 - renda bruta familiar mensal de R$ 4.400,01 a R$ 8.000

Faixas de renda, no caso de áreas rurais:

a) Faixa Rural 1 - renda bruta familiar anual até R$ 31.680

b) Faixa Rural 2 - renda bruta familiar anual de R$ 31.680,01 até R$ 52.800 e

c) Faixa Rural 3 - renda bruta familiar anual de R$ 52.800,01 até R$ 96.000

Como as pessoas da Faixa 1 podem se inscrever no programa?

Segundo o Ministério das Cidades, o cadastro do cidadão ocorre por intermédio da Prefeitura, a quem compete fazer sua inscrição no Cadastro Único. Após o cadastro, a prefeitura realizará a seleção de acordo com os critérios estabelecidos pelo Ministério das Cidades. Segundo o ministério, é importante destacar que é proibida a cobrança de qualquer taxa de cadastramento, tanto no âmbito urbano quanto rural.

Quem não pode participar do programa?

- Titular de contrato de financiamento obtido com recursos do FGTS ou em condições equivalentes às do Sistema Financeiro da Habitação, em qualquer parte do País;

- Proprietária, promitente compradora ou titular de direito de aquisição, de arrendamento, de usufruto ou de uso de imóvel residencial, regular, com padrão mínimo de edificação e de habitabilidade estabelecido pelas regras da administração municipal, e dotado de abastecimento de água, de solução de esgotamento sanitário e de atendimento regular de energia elétrica, em qualquer parte do País; ou

- Pessoas que receberam, nos últimos dez anos, benefícios similares oriundos de subvenções econômicas concedidas com recursos do orçamento geral da União, do FAR, do FDS ou provenientes de descontos habitacionais concedidos com recursos do FGTS, excetuados as subvenções e os descontos destinados à aquisição de material de construção e o Crédito Instalação, disponibilizados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - Incra, na forma prevista em regulamentação específica.

FERROVIÁRIO

Valor - SP   14/07/2023

A mineradora informou que o acordo inclui pedido de três locomotivas a bateria FLXdrive e o desenvolvimento de estudos de um motor a amônia como combustível alternativo ao diesel

A Vale anunciou nesta quinta-feira (13) parceria com a Wabtec Corporation para avançar na descarbonização das operações ferroviárias da empresa. A mineradora informou que o acordo inclui pedido de três locomotivas a bateria FLXdrive e o desenvolvimento de estudos de um motor a amônia como combustível alternativo ao diesel.

As três locomotivas serão usadas na Estrada de Ferro Carajás (EFC), onde circula o maior trem de transporte de minério de ferro do mundo, com 330 vagões que transportam 45 mil toneladas de minério de ferro. A composição é puxada por três ou quatro locomotivas movidas a diesel.

“A ideia é acoplar as três locomotivas elétricas ao atual trem para puxar a composição ao longo da EFC e, principalmente em um trecho de aclive de cerca de 140 quilômetros, em Açailândia (MA), onde o consumo de combustível é mais elevado, formando a primeira composição ferroviária híbrida do país”, informou a Vale.

Segundo a empresa, hoje dois equipamentos a diesel, conhecidos como “helper dinâmicos”, são anexados ao trem para ajudar a vencer a longa rampa da estrada de ferro. A Wabtec fabricará as locomotivas em sua unidade em Contagem (MG) e a previsão de entrega é 2026.

“Inicialmente, estamos maximizando a eficiência energética, substituindo as locomotivas a diesel do helper dinâmico por elétricas, mas a ideia é que, no futuro, as outras locomotivas do trem possam ser abastecidas por amônia. Assim, teríamos uma operação limpa na EFC”, disse, em nota a diretora de Energia da Vale, Ludmila Nascimento. A executiva complementou: “Esse acordo é o primeiro de outros que estamos buscando para acelerar a descarbonização da nossa operação ferroviária.”

A malha ferroviária da Vale representa 10% das emissões de carbono da empresa, que já anunciou meta de ser tornar carbono zero em 2050.

A Vale e a Wabtec estão avaliando ainda o desenvolvimento de um motor a amônia, que não emite CO2. Os estudos serão realizados, inicialmente, em laboratório para validar o desempenho, a redução de emissões e a viabilidade. Entre as vantagens da amônia está o fato de que ela permite uma autonomia superior à locomotiva em relação a outros combustíveis que também não emitem carbono. Além disso, a amônia apresenta uma classificação de alta octanagem e uma infraestrutura de distribuição em larga escala já estabelecida. As duas empresas realizarão o estudo em um laboratório nos próximos dois anos, informou a Vale.

Energia regenerativa

As baterias das locomotivas utilizarão tecnologia e um sistema de Energy Management que permitirão recarregá-las a partir da frenagem do trem. “É o que chamamos de energia regenerativa produzida por frenagem dinâmica. Hoje, essa energia se perde no processo. Nos trechos de descida, em especial, vamos poder recarregar as baterias, sem precisar parar a operação do trem”, disse, em nota, Alexandre Silva, gerente do Programa Powershift, criado pela Vale para estudar tecnologias alternativas para substituir combustíveis fósseis por fontes limpas nas operações da empresa.

Com a nova tecnologia, a estimativa é de uma economia de 25 milhões de litros de diesel por ano, considerando o consumo de todas as composições da ferrovia que utilizam o helper dinâmico. Cerca de 63 mil toneladas de carbono deixariam de ser emitidas, o equivalente ao consumo de aproximadamente 14 mil carros de passeio de mil cilindradas por ano.

“Os avanços tecnológicos em energia de bateria e combustíveis alternativos estão acelerando a jornada de descarbonização das ferrovias”, disse, também em nota, Danilo Miyasato, presidente e gerente-geral da Wabtec para a América Latina.

Net Zero

Em 2020, a Vale anunciou investimento entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões para reduzir suas emissões diretas e indiretas (escopos 1 e 2) em 33% até 2030. É mais um passo para atingir o objetivo de zerar as emissões líquidas de carbono até 2050, em linha com a ambição do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global abaixo de 2ºC até o fim do século. A empresa também assumiu o compromisso de reduzir em 15% suas emissões líquidas de sua cadeia de valor (escopo) 3 até 2035.

NAVAL

A Tribuna - SP   14/07/2023

O Porto de Santos movimentou 81,3 milhões de toneladas de cargas no primeiro semestre deste ano. O número, atingido pela primeira vez no complexo santista, foi divulgado nesta quarta-feira (12) pelo ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França. Para as autoridades ouvidas por A Tribuna, os resultados refletem a eficiência do complexo portuário. Já especialistas apontam o aumento das exportações para a China e o ganho de mercado internacional nas vendas de milho e soja como fatores de destaque.

O acumulado de 81,3 milhões de toneladas no período de janeiro a junho deste ano representa uma alta de 0,5% em relação aos 80,9 milhões computados no mesmo período do ano passado e uma elevação de 53% em dez anos, também levando em consideração apenas o 1º semestre, conforme levantamento feito por A Tribuna a partir das estatísticas da Autoridade Portuária de Santos (APS).

Antes mesmo da divulgação oficial pela APS, que costuma ocorrer no fim do mês, França comemorou o fato nas redes sociais e destacou que junho foi o mês com mais cargas movimentadas no Porto de Santos - 15,6 milhões de toneladas. Para A Tribuna, ele disse que os números provam a força do Porto, “quebrando recordes de movimentação de cargas no comércio exterior com mais de 190 países”.

O ministro entende que o Governo Federal acertou ao manter o porto santista sob gestão pública. Também à Reportagem, o presidente da APS, Anderson Pomini, declarou que “este recorde ratifica o compromisso da nova diretoria da APS com a eficiência do Porto de Santos”.

Por sua vez, o advogado e mestre em Direito Marítimo Larry Carvalho, que é especialista em logística, comércio internacional e agronegócio, avaliou que os resultados refletem o aumento do ganho de mercado do País com a China, “tomando espaço da Argentina, que tem reduzido bastante suas exportações”.

Ele cita também os benefícios de uma nova postura chinesa, buscando não depender dos EUA. “A China não quer depender tanto do mercado americano, principalmente por todo conflito relacionado a aduanas, tarifas, a guerra comercial que vem sendo travada desde a época do ex-presidente Donald Trump. Os chineses têm procurado outros parceiros, entre eles o Brasil, que bate recordes nas exportações de soja e milho. O Porto de Santos vem registrando recordes diretamente atrelados à economia nacional e ao agronegócio”.

Já o consultor portuário Marcos Vendramini ponderou que a movimentação do primeiro semestre deste ano é próxima ao registrado em 2022, mas permite projeções otimistas para o restante de 2023.

“Também nos primeiros semestres de 2022, 2021 e 2020 a movimentação acumulada foi recorde. Essa sequência demonstra que, mesmo sob uma demanda de movimentação de cargas crescente, o Porto reafirma a capacidade de atender às demandas do comércio exterior”.

Ele explica que a carga geral apresenta crescimento de 10% em Santos, maior que no ano passado, enquanto os sólidos a granel tiveram alta dentro da média geral anual do Porto, em torno de 3%, e os granéis líquidos seguiram estáveis. “O novo governo foi prudente ao colocar pessoas do setor portuário em cargos-chave”, avaliou.

Valor - SP   14/07/2023

Ao menos oito portos no Sul do país sofrem impactos causados pelo ciclone extratropical que atinge a região.

Os portos de São Francisco do Sul (SC), Itajaí (SC), Rio Grande (RS), Porto Alegre (RS) e Pelotas (RS) estão com operação paralisada, segundo monitoramento da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários). O porto de Imbituba (SC) apresenta atrasos.

Entre eles, o mais afetado é o porto de Rio Grande (RS), que também está com suas vias de acesso parcialmente bloqueadas.

No Paraná, a situação dos portos de Paranaguá e Antonina consta como regular no acompanhamento da Antaq, mas a autoridade portuária afirmou nesta tarde, em comunicado, que a operação ocorre de forma parcial, devido à intensidade dos ventos.

"Desde a noite de ontem (12), algumas atividades alternam períodos de operação e paradas, para segurança dos trabalhadores portuários. A empresa pública segue monitorando as condições meteorológicas, operando em contingência enquanto durar os alertas. Conforme orientação da Marinha do Brasil, autoridade portuária e demais agentes mantêm o estado de alerta, já que a navegação na região segue restrita", disse a Portos do Paraná, em comunicado.

PETROLÍFERO

Infomoney - SP   14/07/2023

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manteve a previsão para a oferta brasileira da commodity em 2023, em 4 milhões de barris por dia (bpd), conforme relatório mensal publicado nesta quinta-feira. A entidade trouxe, pela primeira vez, sua projeção para 2024, com expectativa de que a oferta brasileira cresça a 4,1 milhões de bpd.A produção neste ano deve ser liderada pelo desempenho da extração nos campos offshore e pelo início da operação do navio-plataforma Anna Nery, na bacia de Campos. As novas extrações offshore anunciadas desde o começo do ano também têm sido fundamentais para o volume total de petróleo brasileiro, diz a Opep.

Para 2024, a Opep projeta aumento de produção nos campos de Mero, Búzios, Tupi, Eregrino e Itapu. São previstas novas atividades nos campos de Atlanta, Pampo-Enchova Cluster e Vida.

IstoÉ Dinheiro - SP   14/07/2023

Os contratos futuros mais líquidos do petróleo fecharam nesta quinta-feira, 13, em alta pelo terceiro pregão consecutivo e o Brent alcançou maior nível desde abril de 2023. A firme queda do dólar no exterior forneceu impulso à commodity, que se intensificou à tarde após a notícia de que uma invasão forçou a interrupção da produção de um campo na Líbia.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para agosto fechou em alta de 1,50% (US$ 1,14), a US$ 76,89 o barril, enquanto o Brent para setembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 1,56% (US$ 1,25), a US$ 81,36 o barril.

Em relatório mensal, a Opep elevou sua projeção de alta na demanda global por petróleo para 2023 em 100 mil barris, para 2,4 milhões de barris por dia. Sobre o assunto, a Navellier avalia que a Opep está apertada. “A correção dos preços de energia ainda parecem muito bons e teremos uma demanda sazonal muito forte até o ‘Labor Day’ Dia do Trabalho nos EUA, em 4 de setembro”.

Ao contrário da Opep, a Agência Internacional de Energia (AIE) cortou sua projeção de demanda global para este ano, também em relatório mensal. A AIE indicou a possibilidade da Rússia ultrapassar a Arábia Saudita como maior produtora do óleo da Opep junto com seus aliados. Sobre produções e exportações, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, destacou que as companhias de petróleo decidirão por conta própria os números de produção ou exportação de petróleo em agosto.

Apesar da força da commodity, a CMC Markets aponta que os preços seguem moderados pela preocupação da demanda chinesa, que ganhou novo impulso após resultados “decepcionantes” da sua balança comercial. “Podemos ver claramente que a economia chinesa está lutando, no entanto, a fraqueza do dólar americano está ajudando a manter o Brent razoavelmente bem suportado perto das máximas de dois meses”.

No radar de investidores, também está o anúncio da petroleira Exxon Mobil de que chegou a um acordo para comprar a Denbury, empresa de armazenamento e captura de carbono, no mais novo esforço da empresa para a transição energética.

Monitor Digital - RJ   14/07/2023

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) previu nesta quinta-feira que a demanda global por petróleo aumentará em 2,25 milhões de barris por dia (bpd) em 2024, um crescimento de 2,2% sobre a demanda de 2023.

A previsão se baseia no esperado “sólido crescimento econômico global em meio a melhorias contínuas na China”, o que impulsionará o consumo de petróleo.

Em seu relatório mensal do mercado de petróleo de julho, a Opep disse esperar que a demanda global pelo produto chegue a 104,25 milhões de bpd.

A Organização revisou levemente sua projeção para o crescimento da demanda global de petróleo em 2023, de 2,35 milhões de bpd para 2,44 milhões de bpd, “principalmente devido à maior demanda observada na China” no segundo trimestre de 2023.

A demanda total mundial de petróleo é projetada para uma média de 102 milhões de bpd este ano.

No relatório, a Opep também previu que a economia mundial crescerá 2,5% em 2024. “Os principais países consumidores de petróleo, incluindo China e Índia, juntamente com algumas outras economias em desenvolvimento na Ásia, continuarão com seus níveis de crescimento saudáveis e serão responsáveis por cerca de metade do crescimento econômico global do próximo ano”, projeta a entidade.

No entanto, a Opep observou que a previsão é baseada em suposições de que a inflação geral continuará diminuindo no segundo semestre de 2023 e no próximo ano e que as principais taxas de juros atingirão o pico até o final deste ano.

A Organização manteve sua previsão para o crescimento econômico mundial deste ano em 2,6% e espera que a economia da China cresça 5,2% em 2023 e 4,8% em 2024.

No início deste mês, o secretário-geral da Opep, Haitham Al Ghais, disse à agência de notícias Xinhua, à margem do 8º Seminário Internacional da Opep, em Viena, que estava “muito otimista” sobre a recuperação econômica da China e que esperava que o país continuasse a ser “um impulsionador do crescimento da demanda de petróleo”.

Jornal de Brasília - DF   14/07/2023

Uma análise do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) endossa a posição da Petrobras sobre a impossibilidade de aumento significativo na oferta de gás natural para o mercado doméstico no curtíssimo prazo.

Industriais, agentes do mercado de gás e, mais recentemente, o próprio Ministério de Minas e Energia (MME) têm promovido uma cruzada contra o volume de gás reinjetado pela Petrobras em campos de petróleo com objetivo de aumentar a pressão dos reservatórios e elevar sua produtividade.

Mas, segundo o Ineep, além das reservas de gás do País serem limitadas, a interrupção da reinjeção do insumo em reservatórios de petróleo e sua aplicação como combustível no curtíssimo prazo não são triviais e encontram obstáculos como ausência de infraestrutura pronta para para escoamento, e falta de viabilidade financeira e ambiental.

Além disso, destaca o Ineep, é preciso observar a maturação da implantação de novos projetos. A temporalidade dos projetos em execução, como os gasodutos Rota 3 e BM-C-33, e atividades na Bacia de Sergipe-Alagoas não poderiam atender os pleitos pelo aumento de oferta imediatamente.

O escoamento efetivo do Rota 3 está previsto para o segundo semestre de 2024, enquanto as outras duas fontes só estarão aptas entre 2027 e 2028. De acordo com previsões da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a oferta nacional de gás natural saltará dos atuais 40 milhões de metros cúbicos diários para 60 milhões m3/d em 2027, considerando as estruturas citadas e algum aumento na importação da Bolívia.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, já disse ao Estadão/Broadcast que tenta uma aproximação com o governo boliviano para rever os termos dos contratos de importação e reforçar a atividade relacionada a gás no país vizinho.
Reinjeção

Sobre a reversão da reinjeção de gás em campos do pré-sal, o estudo do Ineep aponta impossibilidade técnica. O trabalho foi encomendado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), um dos braços políticos de apoio à presidência de Jean Paul Prates na Petrobras dentro do PT.

O Ineep mostra que, de fato, o Brasil reinjetou, na média, 51% da produção de gás natural nos quatro primeiros meses de 2023. No ambiente marítimo, esse porcentual sobe para 54% e, no terrestre, fica em 38%.

Esses volumes de gás natural reinjetados no Brasil subiram de maneira constante desde 2014, sobretudo na atividade offshore, onde saíram de uma média de 17% entre 2007 e 2013 para 51,3% em 2022. No ambiente terrestre, o volume de gás natural reinjetado se estabilizou a partir de 2020, em cerca de 32,8% do total produzido.

O Ineep lembra que as práticas e os níveis de produção e de reinjeção atuais foram definidos em pesquisas e indicadores aprovados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) há anos, o que é de “difícil alteração no curto prazo”.
Limitação de reservas

O Ineep também reforça o que vem sendo reiteradamente colocado por Prates e membros de sua diretoria sobre as reservas brasileiras de gás. O País teria baixo volume de reservas de gás natural, cerca de 12 trilhões de pés cúbicos (TCF), quando comparado aos maiores produtores de gás no mundo: Rússia (1.321 TCF); Qatar (870 TCFs); EUA (400 TCFs).

Além disso, as maiores reservas de gás natural brasileiras estão localizadas em alto mar, em águas profundas e ultraprofundas, o que torna o custo de extração mais alto que o verificado em outros países, onde o gás fica em terra. No mais, no pré-sal, o gás natural é associado ao petróleo, o que exige operações de separação de alto custo e complexidade, e longa maturação
Aspecto ambiental

Segundo um dos autores do estudo, o pesquisador Mahatma Ramos, a redução da reinjeção implicaria uma regressão das metas de mitigação das emissões de GEE, no processo de descarbonização e de captura de carbono (CCS) da indústria de petróleo e da Petrobras.

Isso porque 40% do insumo reinjetado é CO2 associado a gás natural. Caso o gás não fosse reinjetado, esse CO2 seria separado e lançado na atmosfera, piorando os indicadores ambientais da companhia. A separação completa do gás natural e do CO2 também requer equipamento de alto custo, alerta o Ineep.

Valor - SP   14/07/2023

Segundo o levantamento do Ineep, as reservas de gás natural brasileiras possuem baixos volumes: cerca de 12 trilhões de pés cúbicos (TCF)

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) encomendou um estudo ao Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo (Ineep) sobre a possibilidade de aumento de oferta de gás, um dos debates atuais entre a Petrobras e o Ministério de Minas e Energia (MME).

Segundo o levantamento do Ineep, as reservas de gás natural brasileiras possuem baixos volumes: cerca de 12 trilhões de pés cúbicos (TCF). Isso se compara a países reconhecidos como os maiores produtores de gás no mundo como a Rússia, com 1.321 TCF; o Catar, 870 TCF; EUA, 400 TCF.

“A questão é técnica e contradiz argumento de Silveira, que defende que a maior disponibilidade do insumo pode ser alcançada no curto prazo, via redução do volume de reinjeção de gás natural, em especial na região do pré-sal”, diz a FUP em nota.

A pesquisa do Ineep aponta aspectos ambientais da prática de reinjeção, utilizada não só para aumento da produtividade dos poços, mas também para redução das emissões de gases de efeito estufa. Segundo o Instituto, 40% do insumo reinjetado é gás carbônico (CO2) associado ao gás natural. Caso o gás não fosse reinjetado, o CO2 seria separado e lançado na atmosfera, piorando os indicadores ambientais das companhias. Além disso, outros 40% servem para aumentar a pressão dos poços e, consequentemente, a produção de petróleo.

“Como demonstrado no trabalho do Ineep, é preciso observar os obstáculos técnicos, econômicos e ambientais à redução da reinjeção no Brasil no curto prazo, além de observar a maturação da implantação de novos projetos. A temporalidade dos projetos em execução (Rota 3 e atividades da Bacia de Sergipe-Alagoas) não atende a objetivos de curtíssimo prazo”, diz a associação de trabalhadores do setor de petróleo.

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