Valor - SP 14/04/2023
Trata-se de um esforço para enfrentar a fraca recuperação pós-pandemia
A China deve divulgar um plano exigindo que as siderúrgicas do país, que contribuem com mais da metade da produção global, evitem que a produção deste ano exceda os níveis de 2022, em um esforço para enfrentar a fraca recuperação pós-pandemia.
A medida, prevista para o final deste mês, novamente destaca as preocupações das autoridades com a baixa demanda, mas não chega a exigir cortes drásticos, segundo pessoas a par da situação, que pediram para não serem identificadas. Essas fontes acrescentaram que o compromisso abordou pontos de vista divergentes sobre o cenário econômico para o ano.
O teto pode ajudar os preços ao reduzir o excesso de oferta, mas será uma notícia indesejável para o setor, colocando mais pressão sobre usinas que já sofrem com lucros baixos e com o impacto dos gargalos na produção do ano passado. A China é o maior produtor e consumidor de aço do mundo, mas a produção tem diminuído a cada ano desde que atingiu um recorde em 2020.
A medida também ajuda a abordar as ambições verdes do governo de Pequim. Com dificuldades para reduzir as emissões de carbono e cumprir os compromissos climáticos, o governo chinês há muito tempo mira o poluente setor siderúrgico. A indústria responde por cerca de 15% das emissões nacionais, perdendo apenas para a geração de eletricidade. No ano passado, a pandemia atingiu a economia e a repressão do governo ao mercado imobiliário também pesou na produção.
A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, agência de planejamento econômico da China, não respondeu a um pedido de comentário.
As expectativas de uma forte recuperação levaram as usinas a elevar a produção em meio à reabertura do país, e a China entrou em seu tradicional período de pico da atividade de construção. No entanto, a demanda não aumentou na escala esperada. Esta semana, a Mysteel informou que o comércio lento levou cerca de 11 usinas chinesas a baixar os preços do aço relacionado à construção.
O planejado teto para a produção pode ser revisado no segundo semestre de acordo com mudanças nas condições do mercado, disseram as pessoas. Elas acrescentaram que, embora o governo central não exija que as siderúrgicas reduzam a produção em uma determinada porcentagem este ano, uma meta detalhada sobre as emissões por tonelada permanecerá em vigor como um mecanismo regulador.
A produção de aço chinesa subiu 5,6% nos primeiros dois meses deste ano, para 169 milhões de toneladas.
Siderúrgicas da China enfrentam há meses o excesso de oferta e aumentos dos preços de matérias-primas, como o minério de ferro. Esse cenário levou o governo a iniciar uma ampla campanha para reduzir esses custos, já que a China busca garantir que as usinas chinesas se beneficiem de uma economia mais forte — em vez de permitir que fornecedores estrangeiros fiquem com a maior parte dos lucros.
Uma retomada ainda está no horizonte. A expansão mais forte do que o esperado no crédito da China no mês passado sinaliza que o estímulo do governo tem funcionado para estimular o investimento, enquanto o mercado imobiliário se recupera, observou Eric Zhu, economista da Bloomberg. Dados recentes também mostram maior apetite por hipotecas - outro sinal de vida do mercado imobiliário, o que mais usa produtos siderúrgicos na China.
Exame - SP 14/04/2023
O consumo aparente de aço no país no ano passado foi de 23,4 milhões de toneladas, uma queda de 10,9% em relação a 2021, segundo o Instituto Aço Brasil (IABr). O mercado de aços longos apresentou uma redução ainda maior, de 12,9%, no consumo em 2022, em comparação a 2021.
Apesar dos dados do setor, a Aço Verde do Brasil (AVB) apresentou o maior volume de vendas, receita líquida, lucro bruto e Ebitda de sua história no período. A produção foi de cerca de 360 mil toneladas de laminados de aço em 2022, um crescimento de 34% em relação a 2021 e a maior desde o início das atividades da empresa.
O volume de vendas de laminados teve acréscimo de 36%: das 258 mil toneladas de laminados em 2021, passou a 352 mil toneladas em 2022.
Já a receita líquida atingiu R$ 1,9 bilhão, crescimento de 33,5% em comparação a 2021, quando atingiu R$ 1,4 bilhão, e crescimento de 57,4% em relação a 2020 (R$ 900 milhões).
O lucro bruto também aumentou 11,9% em comparação a 2021, e o Ebitda ajustado atingiu R$ 804,1 milhões, aumento de 6,8% em relação a 2021.
Um ano de máximos históricos
A receita líquida da AVB atingiu quase R$ 1,9 bilhão em 2022. Veja a evolução ano a ano:
2018: R$ 628,4 milhões
2019: R$ 707 milhões
2020: R$ 900,9 milhões
2021: R$ 1.418,2 bilhão
2022: R$ 1.892,6 bilhão
A venda total de laminados de aço da AVB em 2022 apresentou crescimento de 36,4% quando comparada ao ano anterior, em razão do maior volume de vendas tanto de vergalhões quanto de fio máquina.
“O que mais nos orgulha é que conseguimos esses resultados em um ano que não estava fácil para ninguém. E aumentamos as vendas graças a novos clientes conquistados em novos mercados, um resultado ainda mais importante se considerarmos que nem completamos cinco anos no mercado”, afirma Silvia Carvalho Nascimento, CEO da Aço Verde do Brasil.
Os resultados obtidos em 2022 são mais um passo na evolução da AVB.
“Estamos cumprindo com disciplina o plano de trabalho para os nossos primeiros cinco anos: crescer com segurança, um passo após o outro, sem atropelar processos, mas apresentando um crescimento sólido”, justifica Silvia.
Em 2022, a empresa manteve suas margens em níveis superiores ao período de pré-pandemia, mesmo em um ano com aumento de cerca de 7% nos custos e redução de cerca de 8% nos preços. A margem Ebitda ajustada da AVB foi de 42,5% e seu nível de alavancagem foi de 0,6x a dívida líquida/Ebitda ajustado.
O segredo do sucesso
A CEO da AVB acredita que os resultados de 2022 foram uma combinação de trabalho constante para entender a necessidade dos clientes somado a um produto de qualidade e de uso flexível.
Em 2022, o ganho de vendas foi resultado do aumento de market share nos clientes que já atuava e a conquista de novos clientes da indústria, devido à ampliação do portfólio.
“Já para este ano, com a evolução nos nossos processos de produção e aquisição de novos equipamentos e novas tecnologias, estamos oferecendo aos clientes mais opções de produtos e evoluindo ainda mais na qualidade dos produtos já existentes”, pontua Leandro Vasconcelos, diretor comercial e de logística da AVB.
Os clientes da siderúrgica são indústrias que processam o aço para vendê-lo ao cliente final. No início de sua atuação a AVB disponibilizava produtos de maior consumo, como o fio máquina para a construção civil. Entretanto, com o passar do tempo, a empresa mapeou o mercado e desenvolveu produtos mais elaborados e com maior valor agregado.
“O mercado abriu as portas para a AVB, pois éramos mais uma opção em um setor muito restrito. Atuando ao lado de nossos clientes, iniciamos um forte trabalho no desenvolvimento de novos produtos. Logo no início da produção de laminados, criamos um departamento técnico que mantém contato direto com as áreas especializadas dos clientes”, afirma.
Os especialistas do departamento técnico oferecem uma consultoria aos compradores, avaliando desempenho dos produtos, performance do equipamento, além de entender as necessidades do mercado para posteriormente apresentar soluções e novos produtos. “Diante do trabalho realizado, aumentamos nossa participação nos clientes atuais além de conquistar novos clientes no mercado”, conclui o diretor comercial e de logística da siderúrgica.
Foco no mercado nacional, mas com um pé no exterior
Atualmente, a AVB atende diversos setores, como construção civil, industrial (empresas de arames industriais, fixação e solda) e agronegócio, em todos os estados brasileiros. No ano passado, a companhia também exportou 25 mil toneladas de produtos semiacabados, o que contribuiu para o aumento de 45,1% no volume de vendas total da empresa na comparação anual com 2021.
“Seguimos como estratégia a atuação no atacado para não ser concorrente do nosso próprio cliente. Somos parceiros e fornecedores dos clientes que customizam nosso aço para vender ao cliente final”, justifica Vasconcelos.
“A siderúrgica está localizada em Açailândia, no sul do Maranhão, conhecida como região Tocantina, centro-norte do Brasil. Essa localização geográfica possibilita que nossas entregas sejam feitas em até cinco dias, mesmo que nosso raio médio de distância dos clientes seja de 2,1 mil quilômetros”, conta o executivo.
Sustentabilidade como diferencial competitivo
A AVB acredita que a política de carbono neutro traz qualidade e competitividade para o negócio.
Toda a energia necessária para a siderúrgica funcionar é oriunda de fontes renováveis. A empresa não utiliza gás natural (combustível fóssil), um dos custos mais relevantes na produção do aço, e em substituição emprega gás de processo gerado nos altos-fornos (combustível renovável) para aquecer seu forno de laminação.
Em 2023, a AVB inaugurou uma termelétrica com capacidade de geração de 11MW de energia renovável com zero emissão de carbono a partir do aproveitamento da energia contida nos gases de processo gerados nos altos-fornos e aciaria. A termelétrica tem capacidade de geração de 30% da necessidade total de energia elétrica da usina, sendo que todo o restante da energia é adquirido de fontes externas renováveis.
A empresa, inclusive, reforçou o caixa no ano passado com uma captação no mercado de capitais por meio da emissão de R$ 400 milhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) justamente para aplicar em ativo biológico, base para a produção do biocarbono.
Em 2022, a AVB conquistou o menor indicador mundial para emissões de CO2 por tonelada de aço bruto produzido de 2018 a 2021, segundo a World Steel Association, mantendo o valor de seu inventário anual de gases de efeito estufa (GEE) de 2021 de 0,02 tonelada de CO2 emitida por tonelada de aço produzido (tCO2 e/t aço), comparado a uma média mundial de 1,89 tCO2/t aço, segundo a associação.
Além disso, matérias-primas utilizadas na produção do aço, como oxigênio, nitrogênio e biocarbono, também são produzidas internamente. “Todas essas medidas, além de sustentáveis, impactam positivamente nosso custo de produção de aço”, diz o diretor comercial e de logística da companhia.
Em linha com sua proposta de sustentabilidade, a AVB pretende inaugurar, ainda em 2023, uma planta de briquetes a frio (blocos compactos de alta densidade feitos de resíduos gerados na produção do aço) que dará uso aos resíduos sólidos que antes não tinham destinação. O emprego dos briquetes nos altos-fornos reduzirá o consumo de minério de ferro e de biocarbono em até 10%, além de permitir o reaproveitamento de 100% dos resíduos sólidos gerados na usina. “Este ano pretendemos nos tornar uma siderúrgica sem resíduo, algo pioneiro na indústria”, comemora a CEO.
Um ano de conquistas
Os investimentos em alta tecnologia e metodologias voltadas para o “carbono zero” adotadas pela AVB foram reconhecidas por entidades internacionais do setor. Em 2022, a empresa obteve uma nota B no questionário de Mudanças Climáticas do Carbon Disclosure Project (CDP), segunda melhor nota do rating global de sustentabilidade em seu primeiro ano de participação. O CDP mede, gerencia e compartilha informações ambientais relacionadas ao clima e a outros aspectos da sustentabilidade e atribui notas de D- a A às companhias.
“O resultado demonstra o comprometimento da companhia na implementação de políticas e estratégias para reduzir os impactos ambientais, além de ter atuação consistente e gestão eficiente dos indicadores ESG [Ambiental, Social e de Governança, na sigla em inglês]”, diz Silvia.
A empresa também conquistou, pelo segundo ano consecutivo, o Selo Ouro pelo Programa Brasileiro GHG Protocol, a categoria de maior nível de exigência do programa verificado pela Societé Générale de Surveillance (SGS), a mesma que reconheceu a AVB como a empresa pioneira na produção do aço sem a utilização de combustíveis fósseis.
Ainda em 2023, a atuação da AVB no tema sustentabilidade foi destaque no Berlin Energy Transition Dialogue, encontro promovido pela Embaixada do Brasil em Berlim (Alemanha). A CEO da empresa participou do painel sobre a descarbonização da indústria e apresentou os principais projetos e ações de descarbonização implementados pela AVB para se tornar uma siderúrgica carbono neutro.
Também no ano passado foi criado o Instituto AVB (IAVB), cujo principal objetivo é consolidar as ações que a companhia já vinha realizando nos últimos anos nas áreas de saúde, educação, cultura e lazer nas comunidades e ambientes onde atua.
“É importante distribuir mais do que a obrigação legal a esses públicos, pois assim devolvemos o que recebemos da sociedade, especialmente da nossa força de trabalho, nossa matéria-prima mais relevante”, afirma a CEO.
O Petróleo - SP 14/04/2023
Descubra por que o aço é a matéria-prima primordial para o crescimento da indústria naval brasileira e como seu uso pode impulsionar o setor.
A indústria naval brasileira passou por altos e baixos nas últimas décadas, mas sempre foi considerada estratégica para a economia do país. Com a retomada do setor nos últimos anos, muitas perguntas surgem sobre qual seria a matéria-prima primordial para seu crescimento. Neste artigo, vamos discutir por que o aço é a resposta para essa pergunta.
A importância do aço na construção naval:
O aço é o principal material utilizado na construção de navios em todo o mundo. Isso se deve à sua resistência, durabilidade, maleabilidade e baixo custo. Além disso, é facilmente encontrado no mercado e sua produção pode ser adaptada para atender às demandas da indústria naval.
O aço é utilizado em praticamente todas as partes do navio, desde o casco até os equipamentos de bordo. O casco, por exemplo, é a parte mais importante do navio, responsável por sua estabilidade e segurança. O aço é o material ideal para essa função, pois é capaz de suportar grandes cargas e pressões. Além disso, o aço é utilizado na fabricação de máquinas, equipamentos e estruturas auxiliares, o que aumenta a eficiência e o desempenho do navio.
A produção de aço no Brasil:
O Brasil é um dos maiores produtores de aço do mundo, com uma produção anual de cerca de 33 milhões de toneladas. No entanto, a indústria nacional ainda enfrenta muitos desafios, como a falta de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, a falta de infraestrutura e a burocracia.
Apesar desses obstáculos, o país tem um grande potencial para se tornar um líder mundial na produção de aço para a indústria naval. Para isso, é necessário investir em novas tecnologias e incentivar a inovação na produção. Além disso, é fundamental melhorar a infraestrutura dos portos e reduzir a burocracia para facilitar o transporte e a exportação do aço.
O impacto do uso do aço na economia brasileira:
O uso do aço na indústria naval não só impulsionaria o setor, mas também teria um impacto positivo na economia brasileira como um todo. A produção de aço gera empregos diretos e indiretos em toda a cadeia produtiva, desde a extração do minério até a fabricação do produto final. Além disso, o aumento na demanda por aço levaria a um aumento na arrecadação de impostos e na balança comercial do país.
A retomada da indústria naval brasileira é essencial para o desenvolvimento econômico do país. Para que isso aconteça, é necessário investir em tecnologia.
O Estado de S.Paulo - SP 14/04/2023
Coordenador do Observatório de Política Fiscal do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), o economista Manoel Pires propõe que o governo adote uma comunicação semelhante à adotada pelo Banco Central nos relatórios trimestrais de inflação para o melhor funcionamento do novo arcabouço fiscal.
“O BC tem uma comunicação muito mais bem datada, profunda, do que a da política fiscal. É importante ter um relatório mais recorrente com premissas claras”, diz Pires em entrevista ao Estadão. Segundo ele, o relatório pode projetar as variáveis fiscais e mostrar como as medidas adotadas irão ajudar no alcance da meta resultado das contas públicas.
No sistema de metas de inflação, o Banco Central divulga a ata da decisões de juros do Comitê de Política Monetária e, a cada três meses, o relatório de inflação com projeções e o balanço de riscos para o cumprimento das metas. A seguir, os principais trechos da entrevista.
Como no novo arcabouço fiscal o gasto é vinculado à arrecadação, não fica uma incerteza?
Seria muito importante o Ministério da Fazenda ter instrumentos mais modernos de comunicação em razão de o modelo ter características como a necessidade de ampliação da arrecadação, possivelmente o fim do contingenciamento, dificuldade maior de prever receita e aplicar o arcabouço, além de uma visão mais plurianual da política fiscal. Tal como faz o Banco Central (com a inflação) para projetar as variáveis fiscais e mostrar como as medidas adotadas irão ajudar no alcance da meta ao longo do tempo.
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Como seria esse instrumento?
Uma forma de reduzir a complexidade, melhorar a compreensão do mercado e dos agentes econômicos em relação à aplicação da regra é adaptar a comunicação da Fazenda à nova regra. Temos um bom exemplo institucional. O BC tem uma comunicação muito mais bem datada, profunda, do que a da política fiscal. É importante ter um relatório mais recorrente com premissas claras.
Como o relatório de inflação do BC?
Exatamente. Ter um relatório com cenários claros de projeções. Pode ser trimestral, divulgando no relatório as medidas que o governo pretende implementar e como é que elas impactam um cenário de referência, como esse aumento de arrecadação vai ser utilizado para os próximos anos. Então, tudo isso você pode tornar mais transparente. O governo diz como é que pretende usar o grau de arbitrariedade e discricionariedade para aplicar a regra. Isso ajuda na previsibilidade. Pode deixar mais claro o que está considerado, seja de cenário econômico ou de medida adicional, e como é que isso impacta a sua política fiscal para os próximos anos. Seria muito importante para diminuir confusão. Hoje, cada um está estimando, ao seu jeito, qual será o impacto de aumento de carga que a regra vai pressupor. Esse é o tipo de incerteza que um documento como esse pode reduzir, se não eliminar.
Mas esse papel não é do relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do Orçamento, que o governo é obrigado a enviar ao Congresso?
O relatório de avaliação foi moldado para informar sobre o contingenciamento (bloqueio de recursos). Tem um papel mais específico e não lida com um impacto de uma decisão fiscal para o Orçamento dos anos seguintes.
Existe alguma possibilidade de haver um ‘shutdown’ (paralisação da máquina) com essa regra?
Acho muito difícil. É um problema que tem hoje no teto de gastos. Será muito difícil que, no horizonte de aplicação da regra dos próximos três anos, tenha uma situação como essa, porque o natural é que a receita cresça. Eu acho que, se a economia ficar em recessão por muito tempo, deveria ter uma cláusula de escape. O governo deveria excluir crédito extraordinário da regra e não está claro se vai fazer. A pandemia da covid-19 mostrou que é importante.
Alguns especialistas afirmam que a regra vai estimular muito a busca de receitas extraordinárias, que não são recorrentes e entram uma vez só no caixa do governo. Qual o risco?
Eu tenho uma visão diferente sobre esse aspecto da regra. Como será preciso aumentar o resultado primário permanentemente a cada ano, o meu entendimento é que o arcabouço privilegia a receita permanente. Se o governo apostar numa estratégia de receita temporária no ano seguinte, a necessidade de aumento de arrecadação vai aumentar. O resultado que terá que atingir é muito maior. O incentivo que está estabelecido na regra é para o governo conseguir fonte de financiamento permanente. Nesse ponto a regra é boa.
Como você avalia o debate sobre o aumento da carga tributária para a regra se sustentar?
A carga é medida como arrecadação total das esferas governamentais em relação ao PIB. Sob esse aspecto, ela vai aumentar se o governo for bem sucedido nessa estratégia. Por outro lado, como o governo está focando em setores que são subtributados, a carga não aumenta para a sociedade, mas sobe para quem está pagando pouco ou não está pagando nada. Eu acho que está se tentando normalizar a tributação para quem é subtributado. Então, a regra embute algum conceito de justiça tributária nas medidas que estão sendo estudadas.
O novo arcabouço tem uma regra frouxa do ponto de vista do controle das despesas?
Eu acho que a regra tem mecanismo para corrigir a frustração da “parametrização”.
O que é isso?
Se o governo não conseguir atingir as metas de resultado primário. Existe uma evolução na discussão de regras fiscais relacionada ao fato de que, quando se estipula uma regra muito dura, há muita dificuldade para cumpri-la quando a economia está sujeita a determinados choques. O arcabouço apresentado é flexível para lidar com algumas circunstâncias da economia. Naturalmente, ela fica um pouco mais frouxa se a economia sofrer com alguma flutuação de atividade econômica muito forte. Agora, é uma regra que, se mantida no médio prazo, consegue garantir a estabilidade da dívida, que é o que importa. À medida que as pessoas forem vendo que a regra vai sendo cumprida, o governo conseguindo comunicar bem como é que pretende implementar a política fiscal, vai ajudar a tirar a incerteza fiscal.
O ministro Haddad está comprando uma briga muito grande de combate a privilégios? Vai colar lá no Congresso?
É muito difícil fazer previsão. O que o governo quer fazer é aumentar um pouco a justiça social, melhorar na margem a qualidade do gasto público fazendo gastos que são meritórios e melhorando o sistema tributário do País. É uma política econômica que tende a gerar mais crescimento e menos desigualdade. Agora, vai envolver algumas vitórias e derrotas. Nos últimos anos, tivemos uma discussão muito difícil (no Congresso) com relação à questão tributária. Mas é verdade também que nunca se tentou muito. Por exemplo, a discussão da tributação dos fundos exclusivos de investimento. Ela foi tentada lá atrás, mas o empenho foi muito pequeno para ser aprovar.
O Estado de S.Paulo - SP 14/04/2023
A inflação brasileira mostra tendência de desaceleração, segundo indicam os números oficiais e também as previsões de economistas. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi em março de 4,65% em termos anuais, o que significa que voltou a ficar dentro da meta oficial considerando-se a margem de tolerância, que vai de 1,75% a 4,75%. Além disso, a primeira prévia deste mês de abril do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) teve a maior queda desde o Plano Real: houve deflação desse outro indicador de 0,90% e em 12 meses o índice está agora apresentando uma queda de 2,12%.
Isso certamente deve aumentar a pressão sobre o Banco Central (BC) para reduzir os juros, como cobra, todos os dias, o presidente Lula da Silva. Afinal, os juros foram elevados e mantidos nesse patamar em razão de uma perspectiva de alta da inflação. Mas a coisa não é tão simples quanto Lula gostaria.
Para que os juros sejam reduzidos, não basta que as projeções indiquem o recuo da inflação. A decisão sobre o nível da taxa básica depende de outros fatores, em especial do compromisso do governo com o equilíbrio fiscal. E isso ainda não está muito claro, a despeito do entusiasmo de muitos com o novo regime fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
É de todo desejável que os juros caiam. Na sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve em 13,75% a taxa Selic, que serve de base para a definição de juros no País. É a segunda taxa nominal mais elevada do mundo, só perdendo para os juros estratosféricos reinantes na combalida Argentina.
São consistentes os sinais de aperto no crédito, e já há quem veja uma crise mais grave avizinhando-se. Empreendedores em geral, grandes e pequenos, se queixam de que não conseguem financiamento a um custo que não seja proibitivo. A inadimplência dos consumidores segue muito alta. Todas as projeções sobre o desempenho da economia brasileira sugerem um cenário de baixo crescimento neste e nos próximos anos. Para um país que está estagnado há mais de uma década, não é algo aceitável.
Se os juros altos são causa principal dessa perspectiva sombria, são também consequência da tolerância do governo à inflação, que não é de hoje: na gestão de Jair Bolsonaro, a inflação turbinou as receitas do Tesouro, ajudando a melhorar as contas, enquanto esfolava os pobres e a classe média; o governo de Dilma Rousseff, por sua vez, deu de ombros à inflação ao proclamar que “gasto é vida”, fazendo da irresponsabilidade fiscal sua estratégia de crescimento – o resultado, todos sabem, foi a pior recessão da história nacional. Como Lula da Silva não renegou Dilma, isto é, não reconheceu o desastre de sua pupila, é natural que a autoridade monetária ainda desconfie da disposição do atual governo de restabelecer a racionalidade na administração das contas públicas, a despeito dos genuínos esforços do ministro Haddad.
O Banco Central, como tem enfatizado seu presidente, Roberto Campos Neto, considera que a queda da inflação em março é apenas um dado a mais a ser levado em consideração nas decisões sobre a taxa Selic. Em conversas durante a assembleia do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, comparou a taxa Selic a um tratamento com antibiótico aplicado ao paciente – a economia brasileira. “Se você parar no meio do tratamento só porque você tem os primeiros sintomas mais positivos, você pode perder todo o efeito”, disse.
O BC tem deixado claro em seus comunicados após as reuniões do Copom que prefere olhar para os dados no âmbito de um “horizonte relevante”. Ou para citar o texto do comunicado, “o Comitê optou novamente por dar ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente. (….) O Comitê julga que a incerteza em torno das suas premissas e projeções atualmente é maior do que o usual”.
Trocando em miúdos, a bola está com o governo, que deve mostrar respeito pelos fundamentos econômicos, sem flertar com experiências heterodoxas e populistas que, a título de impulsionar o desenvolvimento do País, ameaçam condená-lo de vez à mediocridade.
Globo Online - RJ 14/04/2023
Uma recente melhora no ambiente macroeconômico pode ajudar a abrir espaço para a queda dos juros antes do que o mercado vinha projetando. Ganha força a expectativa de que a Selic — a taxa básica de juros que hoje está em 13,75% ao ano — tenha a primeira redução em agosto, em vez de apenas no quarto trimestre, como previsto anteriormente.
As duas principais razões para o otimismo são o resultado da inflação de março, de 0,71%, abaixo do esperado pelos analistas, e o câmbio mais favorável, o que deve ajudar a conter os preços e o índice inflacionário. Ontem, o dólar fechou a R$ 4,92, menor patamar desde junho do ano passado.
Outra surpresa positiva que pode abrir caminho para um afrouxamento da política monetária é a melhora da percepção dos agentes econômicos em relação à nova regra fiscal proposta pelo governo, que, com os últimos ajustes, vem se mostrando mais restritiva do ponto de vista do gasto público.
Safra recorde
Além disso, uma pressão menor sobre os preços dos alimentos, diante da perspectiva de safra recorde neste ano, como divulgou ontem o IBGE, ajuda a corroborar a visão de que a inflação deve continuar desacelerando nos próximos meses.
Para Silvio Campos Neto, economista-sênior da consultoria Tendências, a melhora da inflação e a valorização do real reforçam a expectativa de que a taxa possa cair no início do segundo semestre. Segundo o economista, a queda do dólar dá mais segurança ao Banco Central (BC) para reduzir suas projeções, embora ainda seja necessária uma confirmação desse movimento.
O economista acredita, contudo, que a tramitação e a aprovação das novas regras fiscais — de preferência, sem mudanças que criem exceções para gastos ou que prejudiquem o próprio efeito do arcabouço — são os principais fatores que pesam na decisão do BC:
— A versão apresentada foi bem recebida porque tem controle de despesas, mas há dúvidas sobre a tramitação no Congresso. Dá até para dizer que junho está no jogo (para redução dos juros), mas ainda não é tão claro que esse movimento possa acontecer no primeiro semestre.
No mês passado, a Tendências já havia revisto o cenário para os juros, prevendo que o início do corte seria em agosto, em vez de em novembro, e que a Selic encerraria o ano em 12,5%, ante estimativa anterior de 13%.
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Diante de um alívio na percepção de risco fiscal, o banco Inter revisou a estimativa de câmbio de R$ 5,20 para R$ 5 ao final de 2023. Segundo Rafaela Vitória, economista-chefe da instituição, o BC deverá começar a reduzir os juros no mês de agosto, quando a autoridade passa a olhar para os efeitos na economia nos anos de 2024 e 2025.
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Roberto Padovani, economista-chefe do banco BV, também projeta corte da taxa Selic em agosto. Ele lembra que o arcabouço fiscal foi bem recebido pelo mercado e cita que o dólar em queda ajuda a reduzir a inflação. Mas faz a ressalva de que esse movimento leva tempo até se materializar na economia, e isso influencia no timing de queda dos juros:
— É preciso ver como isso se materializa em inflação mais baixa. O BC tem que aguardar para avaliar os efeitos concretos, tanto do arcabouço fiscal quanto da apreciação do real sobre a dinâmica da inflação.
Incertezas no horizonte
Andrea Angelo, estrategista de inflação da Warren Rena, também trabalha com o cenário de queda da Selic em agosto diante da desaceleração gradual da inflação de serviços. Ela diz que, se as notícias positivas sobre a safra se confirmarem, a alta na alimentação no domicílio será menor neste ano, e a sua projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023 cai de 6% para 5,8%.
— A temperatura é de uma inflação mais baixa — afirma a economista.
Apesar da melhora no cenário macroeconômico, analistas citam diferentes incertezas que permanecem no horizonte e que precisarão ser monitoradas, já que podem impactar na política monetária.
— Tem o debate sobre a meta de inflação que é legítimo, mas é complicado pela forma como tem sido conduzido, e a transição dos diretores do Banco Central, cujos nomes indicados devem ser conhecidos em breve. Fica a dúvida se será um nome que vai contrapor as ideias do presidente do BC — diz Silvio Campos Neto, da Tendências.
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Padovani, do BV, destaca quatro desafios no processo de queda do IPCA: a turbulência global, que afeta o câmbio; a reoneração dos combustíveis; a dinâmica do mercado de trabalho mais aquecido, que dificulta o ritmo de queda do índice; e a comunicação do governo com relação à meta de inflação.
Mais cauteloso, ele mantém a expectativa de dólar a R$ 5,30 no fim do ano, diante da perspectiva de economia mundial com dados mais negativos ao longo dos próximos meses, o que amplia a tensão dos mercados.
O Estado de S.Paulo - SP 14/04/2023
O otimismo recente não melhorou a foto da economia brasileira, que continua ruim. No entanto, contra essa maré, a cotação do dólar caiu mais de 6% neste ano. Até onde vai esse período de valorização do real?
No fechamento do câmbio desta quinta-feira, o dólar ficou nos R$ 4,92, a cotação mais baixa desde junho de 2022. Os movimentos do câmbio sempre foram um desafio para os especialistas. Mas há explicações para essa baixa acentuada.
À primeira vista, juros substancialmente mais altos no mercado interno em relação aos do exterior, como hoje, tendem a atrair mais recursos, que procuram aproveitar melhores retornos nas aplicações em reais. Assim, pelo efeito da lei da oferta e da procura, caem os preços da moeda estrangeira em reais. Mas há alguns meses, quando a diferença entre juros internos e externos era maior, a entrada de moeda estrangeira não era tão acentuada como agora.
Nas últimas semanas, passaram a atuar dois fatores independentes entre si. O primeiro tem a ver com certa melhora da questão fiscal que afugentava capitais em vez de atrair. O encaminhamento do arcabouço fiscal, embora não plenamente satisfatório, apontou para mais equilíbrio do que a situação anterior e ajudou a reverter o fluxo negativo.
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O outro fator está relacionado com a perspectiva de baixa futura dos juros básicos (Selic). O recuo da inflação e a divulgação do próprio arcabouço fiscal sugerem que o Banco Central volte a afrouxar sua política. Como mantêm no exterior polpudos depósitos em dólares – que ninguém sabe de quanto são –, muitos exportadores parecem ter iniciado o repatriamento desses recursos para aproveitar os juros altos por aqui e ajudaram a derrubar as cotações.
Não dá para desdenhar os fatores externos. O preço do dólar também recuou diante das demais moedas fortes porque o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) vem acenando para a desaceleração da alta dos juros. Ao mesmo tempo, a percepção geral de que as autoridades controlaram a crise bancária desencadeada pela quebra do Silicon Valley levou os senhores do capital a sair da toca do dólar em que se refugiaram e a correr mais risco.
Os analistas consultados pelo Banco Central por meio do Boletim Focus apostam que, no fim do ano, o dólar estará valendo R$ 5,25. Não dá para encontrar firmeza nessa projeção porque as incertezas externas e internas continuam fortes.
Sabe-se lá para onde vão a inflação global e os preços do petróleo. E, no âmbito interno, não dá para saber qual será a atitude do Congresso em relação à reforma tributária e à política econômica do governo Lula. E o futuro da moeda estrangeira depende muito desses fatores.
IstoÉ Dinheiro - SP 14/04/2023
A inflação nos Estados Unidos no acumulado de 12 meses desacelerou de 6%, em fevereiro, para 5% em março, segundo dados divulgados na quarta-feira pelo Departamento do Trabalho norte-americano. Na comparação mensal, houve alta de 0,1% em março ante fevereiro. O resultado ficou abaixo da mediana de analistas consultados pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) – de alta de 0,2%.
Apenas o chamado núcleo do CPI, que exclui preços mais voláteis como de alimentos e energia, avançou 0,4% na comparação mensal em março, vindo em linha com o consenso do mercado.
Entre os componentes do índice, o da habitação teve a maior contribuição para a inflação no mês, com alta de 0,6%, ante fevereiro, e de 8,2% na comparação com março de 2022. Segundo o Departamento de Trabalho, isso acabou anulando o efeito do declínio no índice de energia (3,5% no mês e 6,4% na comparação anual).
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o resultado registrado no mês passado mostra “progresso continuado na nossa luta contra a inflação”.
Em comunicado, ele ressaltou o fato de que o índice em 12 meses está no melhor patamar desde maio de 2021 no país.
O presidente norte-americano afirmou que continua a luta do governo para reduzir custos às famílias, e ainda rejeitou propostas de republicanos no Congresso para reduzir impostos para as maiores empresas.
Dólar abaixo de R$ 5
O mercado de dólar refletiu o resultado da inflação em março a partir da avaliação de que a desaceleração dos preços pode mudar a trajetória de alta dos juros nos Estados Unidos.
Nesse contexto, o real apresentou o melhor desempenho entre divisas de países emergentes e exportadores de commodities: o dólar fechou o dia em queda de 1,31%, cotado a R$ 4,94 – menor valor de fechamento desde 9 de junho passado.
“O grande fator para a queda do dólar é certamente a mudança da perspectiva para a política monetária americana. A projeção para os FedFunds no fim do ano caiu recentemente de 5,60% para 4,38%. Isso teve grande impacto no valor do dólar frente a divisas emergentes”, afirmou o economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira. “O resultado aumentou as apostas de que o Fed (o banco central americano) pode ser menos duro na alta de juros, o que foi positivo para moedas emergentes”, completou a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.
Outro fator que ajudou a reduzir a cotação do dólar foi a alta do preço das commodities, diante de sinais positivos da economia chinesa. Isso abre a perspectiva para maior entrada de recursos no País.
Infomoney - SP 14/04/2023
A balança comercial da China teve um desempenho melhor do que o esperado pelos analistas em março, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (13) pela Administração Geral de Alfândegas do país. O superávit comercial chinês ficou em US$ 88,19 bilhões no mês passado. O consenso Refinitiv previa um saldo positivo de US$ 39,2 bilhões.
As exportações cresceram 14,8% em março, na comparação anual, ante queda de 6,8% no primeiro bimestre do ano. A expectativa dos analistas era de recuo de 7% nos embarques para o exterior no mês passado.
Já as importações caíram 1,4% em março, na mesma base de comparação, após o recuo de 10,2% no período de janeiro-fevereiro. A previsão era de queda de 5%.
IstoÉ Online - SP 14/04/2023
Os contratos futuros de minério de ferro caíram nesta quinta-feira, com o pessimismo sobre a demanda por aço na China prevalecendo, mesmo com os traders monitorando um forte ciclone que pode interromper os embarques da Austrália, importante fornecedora do ingrediente siderúrgico.
O enfraquecimento dos preços do aço na China indicou uma demanda fraca em um momento em que a atividade de construção no maior consumidor de minério de ferro está se recuperando. O aumento dos riscos de recessão também obscureceu as perspectivas para as exportações chinesas de aço, disseram analistas.
O plano da China, ainda não confirmado, de limitar sua produção anual de aço bruto, em meio à busca para conter a especulação do preço do minério de ferro, também tem sido um empecilho para o mercado.
A China deve divulgar um plano em que limita a produção das siderúrgicas domésticas aos níveis de 2022, informou a Bloomberg nesta quinta-feira.
O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com queda de 3,1%, a 769 iuanes (111,89 dólares) a tonelada.
Na Bolsa de Cingapura, o contrato de referência do minério de ferro para maio caiu 2,3% para 115,55 dólares a tonelada.
“O minério de ferro está enfrentando pressão do controle de preços e os riscos políticos continuam a aumentar”, disseram analistas da Sinosteel Futures em nota.
Enquanto isso, Port Hedland, na região noroeste da Austrália, se preparava na quinta-feira para o Ilsa, ciclone tropical mais poderoso da região em uma década, com potencial para interromper o fornecimento e dar suporte aos preços do minério de ferro.
Port Hedland é o maior ponto de exportação de minério de ferro do mundo.
Infomoney - SP 14/04/2023
Após um primeiro trimestre de alta para as cotações do minério de ferro, com a commodity à vista com pureza de 62% passando da casa dos US$ 112 a tonelada no fim do ano passado para US$ 128 nos últimos dias de março (ou alta de 14%) em meio ao otimismo com a reabertura da China, analistas de mercado têm visto sinais de enfraquecimento nos preços do ingrediente siderúrgico.
Nesta quinta-feira (13), o minério negociava na casa dos US$ 119 a tonelada, uma queda de mais de 6,6% no acumulado de abril. Já o contrato futuro da commodity mais negociado (para setembro) na Bolsa de Dalian teve queda de 3,1%, a 769 iuanes (US$ 111,89) a tonelada apenas nesta sessão.
O pessimismo sobre a demanda por aço na China tem prevalecido nas últimas sessões, mesmo com os traders monitorando um forte ciclone que pode interromper os embarques da Austrália, importante fornecedora do insumo. O enfraquecimento dos preços do aço na China indicou uma demanda fraca em um momento em que a atividade de construção no maior consumidor de minério de ferro está se recuperando. O aumento dos riscos de recessão também obscureceu as perspectivas para as exportações chinesas de aço, de acordo com analistas.
O plano da China, ainda não confirmado, de limitar sua produção anual de aço bruto, em meio à busca para conter a especulação do preço do minério de ferro, também tem sido um empecilho para o mercado.
A China deve divulgar um plano em que limita a produção das siderúrgicas domésticas aos níveis de 2022, informou a Bloomberg nesta quinta-feira.
“O minério de ferro está enfrentando pressão do controle de preços e os riscos políticos continuam a aumentar”, disseram analistas da Sinosteel Futures em nota.
Na avaliação do Goldman Sachs, os preços do minério de ferro foram sustentados até o momento por uma combinação de sentimento positivo em relação à reabertura da China, sazonalidade positiva (forte demanda de aço e fraca oferta de minério de ferro) e reabastecimento após o Ano Novo Chinês.
Mas a equipe de Materiais Básicos do banco apontou também que as carteiras de pedidos de aço foram mais fracas do que o esperado, o que se traduziu em um apetite reduzido das siderúrgicas para fazer um reabastecimento (os estoques atingiram um pico abaixo do nível do ano anterior).
Ao mesmo tempo, o sentimento positivo em relação ao minério de ferro e ao aço na China após a reabertura está enfraquecendo, pois os investidores têm percebido que o setor de consumo provavelmente se beneficiará muito mais do que o de commodities, que dependem de investimentos em ativos fixos e imóveis, como minério de ferro/aço. Por fim, a oferta de minério de ferro geralmente cai no 1T-2T e um aumento de material é esperado daqui para frente, o que deve pressionar as cotações na segunda metade do ano.
Mais especificamente para este ano, as exportações da Índia e da Austrália estão aumentando, enquanto a oferta de sucata na China provavelmente pressionará os fundamentos do minério de ferro, avaliam os analistas. Indo para a segunda metade do ano, a fraqueza da demanda como resultado de lançamentos imobiliários mais fracos em 2022 também ficará mais evidente.
“Em resumo, os preços do minério de ferro estão lentamente perdendo o suporte do sentimento positivo e da reposição de estoques, mas a sazonalidade ainda não atingiu seu pico. Esperamos que a atual força da oferta/demanda seja seguida por uma fraqueza significativa na segunda metade do ano, uma vez que o aumento da oferta se segue ao enfraquecimento da demanda da China”, avaliam os analistas do banco. O Goldman espera que o preço do minério de ferro caia dos atuais US$ 120 a tonelada para US$ 105 a tonelada no quarto trimestre de 2023 (4T23) e US$ 90 a tonelada em 2024.
Também com uma visão cautelosa, a Genial Investimentos aponta que a consolidação de alguns fatores na China deverão frear e começar a inverter o sentido da curva de minério de ferro também a partir do segundo semestre de 2023, levando a curva de precificação da commodity para patamares mais racionais.
São esses os fatores: (i) cortes de aço bruto; (ii) inspeções regulamentares, levando a liquidação parcial do posicionamento especulativo; (iii) aumento dos embarques, criando um excedente de mercado a partir da segunda metade do ano e basicamente anulando a restrição de oferta; (iv) mercado imobiliário ainda com uma performance preocupante e (v) menos espaço fiscal para incentivos do governo na economia chinesa.
Os analistas Igor Guedes, Ygor Araujo e Renan Rossi apontam que o 1T23 foi o primeiro trimestre completo após a reabertura da economia chinesa e que nele se enxergou alguns sinais de recuperação importantes que contribuem com uma conjuntura de curto prazo positiva para a commodity ferrosa, como o aumento das taxas de utilização dos alto-fornos nas siderúrgicas chinesas para cerca de 90%.
Porém, ainda que tenham ocorrido esses sinais, os movimentos de aceleração no preço foram apenas de curto prazo para a commodity, de forma que não enxergam sustentabilidade na curva de minério 62% de pureza a preços acima de US$ 110 a tonelada, dado o cenário observado hoje na China.
Os analistas acreditam que a recuperação econômica da China está ainda longe de se mostrar fortificada como a média do mercado inicialmente imaginava.
Eles observam que o estoque de minério de ferro nas usinas siderúrgicas permanece em níveis baixos e as usinas provavelmente reabastecerão o minério antes do pico sazonal da construção civil (abril/maio), o que deve suportar a curva de referência de minério com pureza de 62% para o patamar ainda acima dos US$ 100 a tonelada, mas ainda assim, não o suficiente para mantê-la acima dos US$ 120.
Fim do rali no radar?
Para os analistas da Genial, a pergunta se o rali do minério chegou ao fim é difícil de responder, uma vez que a aceleração de preços como o comportamento clássico de um rali ocorre, quase sempre, por expectativas futuras e não lastreadas na racionalidade dos agentes de mercado.
“Ainda que, para nós, todos os números apontam para uma queda na curva de minério daqui para frente, o mercado nem sempre é racional, e considerando que a China historicamente costumava surpreender positivamente os investidores, alguns acabam confiando mais na narrativa de superação do que necessariamente olhando mais atentamente para as dinâmicas de oferta e demanda atuais, e dos desafios que a China vai enfrentar daqui para frente”, avaliam.
De qualquer forma, eles apontam que a China pós-pandemia não deverá ser igual a China pré-pandemia. O crescimento do PIB da China perto dos 10% não será mais a regra, e se acontecer, será excepcionalidade de alguns anos (definitivamente, 2023 não será um deles, segundo a Genial). Dessa forma, os ajustes na curva de preços do minério deverão enquadrar essa nova realidade, e a média de US$ 125 a tonelada vista no 1T23 não leva essa realidade em consideração, na visão deles.
“E olhando para o comportamento da curva nas últimas duas semanas, saindo do pico de US$ 130 a tonelada (t) e chegando a US$ 119/t, acreditamos que finalmente os agentes de mercado estão começando a se comportar de maneira mais racional, então podemos estar sim, diante do final do rali”, afirmam.
Impacto nas companhias
Olhando para as individualidades de cada companhia, os analistas da Genial esperam um 1T23 pior para Vale (VALE3), onde as mesmas dificuldades de licenciamento ambiental serão somadas ao aumento de provisão para a joint venture com a BHP (Samarco/ Fundação Renova), sobre o acidente de Mariana (MG).
Já para a CSN Mineração (CMIN3), operacionalmente o resultado deve demonstrar melhoras no 1T23, com uma gradual elevação de margem, com um preço realizado superior ao visto no 4T22 (acima dos US$ 90 a tonelada), porém, com um volume de embarques levemente menor, o que já parece um feito grande, considerando que sazonalmente o volume dos primeiros trimestres são bem mais fracos que os dos quarto trimestres pela maior incidência de chuvas.
“Em termos de eficiências de custos, gostamos mais da CMIN3 para o curto prazo, uma vez que os contratos de arrendamento das embarcações próprias da Vale não a permitem capturar todo o arrefecimento no custo do frete na rota Tubarão-Qingdao (SSY). Esperamos uma contração nesse 1T23 para a marca de US$ 18,15/t versus US$ 20,80/t no 4T22”, avalia a casa.
Considerando um cenário mais adiante, a recente decisão da Opep de cortar a produção em 1,1 milhão de barris dia pode ocasionar uma alta do preço do óleo diesel e uma subsequente aceleração, novamente, do frete SSY. Mediante a isso, o cenário se inverte, e os analistas veem a Vale mais protegida que a CMIN, que possui mais exposição ao preço spot do frete.
“Tanto para a Vale quanto para CSN Mineração reiteramos o nosso rating de manutenção, e preferimos observar a curva de preços do minério se aproximar ainda mais do valor que acreditamos ser mais racional, para então enxergarmos com mais visibilidade oportunidades de entradas em ambos os papéis a valuations mais atrativos do que os atuais”, avalia a casa.
Apesar desse cenário desenhado por analistas, após conferência com investidores e empresas do setor, o Bradesco BBI apontou que a Vale segue vendo um mercado equilibrado nos níveis atuais, enquanto as projeções (guidance) de produção e custos para 2023 foram reafirmadas. No radar dos mercados, contudo, estão possíveis mudanças regulatórias (como elevação da alíquota dos royalties pagos sobre a extração de minérios), que causam mais preocupação aos investidores. O BBI tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para Vale.
Money Times - SP 14/04/2023
As ações da Vale (VALE3) recuavam 0,89% por volta das 11h desta quinta-feira (13), na esteira do minério de ferro na China. O movimento acontece após dados aparentemente positivos vindos do gigante asiático, que registrou um aumento inesperado nas exportações em março.
Os dados de exportação aumentaram 14,8% no mês em relação ao mesmo período anterior, enquanto as importações caíram menos do que o esperado, com economistas apontando uma aceleração na compra de produtos agrícolas, especialmente soja.
Apesar disso, analistas apontam que o salto provavelmente está relacionado à pressa dos exportadores para atender a uma carteira de pedidos que foi afetada pela pandemia nos últimos meses, e alertaram que as perspectivas para a demanda global permanecem fracas.
“É improvável que o crescimento forte das exportações se sustente, dadas as fracas perspectivas macro globais”, afirmou Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management.
Além disso, o pessimismo sobre demanda do aço na China indicou um enfraquecimento em um momento em que a atividade de construção no maior consumidor de minério de ferro, referência para as ações da Vale, está se recuperando.
Com isso, o minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com queda de 3,1%, a 769 iuanes (US$ 111,89) a tonelada.
“O minério de ferro está enfrentando pressão do controle de preços e os riscos políticos continuam a aumentar”, disseram analistas da Sinosteel Futures em nota.
Globo Online - RJ 14/04/2023
Por sugestão do ministro da Fazenda Fernando Haddad, o governo da Bahia vai avaliar a viabilidade de desapropriar, a título de interesse público, a fábrica da Ford em Camaçari, para que a planta seja vendida à montadora chinesa BYD. A ideia de desapropriação para destravar as negociações entre Ford e BYD foi uma das principais pautas da reunião do presidente Lula com o CEO e fundador da BYD, Wang Chuanfu, na China, nesta quint-feira (13).
No encontro, Chuanfu fez um pleito para que o governo crie políticas para estimular a transição para a mobilidade elétrica no Brasil e prometeu investir R$ 10 bilhões nos próximos três anos no país.
De acordo com o relato de uma fonte presente no encontro, o plano da BYD é verticalizar a produção do carro elétrico e a empresa está em busca de um projeto de mineração de lítio. A empresa quer construir uma planta para produzir o lítio grau bateria, mas para ganhar tempo busca um projeto que já esteja em estágios avançados de pesquisa geológica.
O investimento de R$ 10 bilhões é 10 vezes maior do que a gigante chinesa de mobilidade elétrica investiu no país desde que chegou por aqui em 2013.
O investimento também inclui uma fábrica de chassis de ônibus — cuja localização foi reivindicada pelo governador do Pará, Helder Barbalho, também presente no encontro, e que tem articulado para sediar a COP 2025. O governador tem dito que quer receber os delegados da COP com a frota de ônibus de Belém eletrificada.
O plano da BYD é manter a atual planta de montagem de baterias em Manaus e a fábrica de ônibus elétricos em Campinas, interior de São Paulo.
A empresa também fabrica paineis solares em Campinas e avalia entrar na extração de silício no país. Para isso, reivindica o retorno da tarifa de importação de paineis solares, que foi zerada no governo Bolsonaro. O fim da tarifa deixou a BYD pouco competitiva frente aos concorrentes de seu próprio país.
O pólo de Camaçari deve consumir R$ 3 bilhões em investimentos e o plano é iniciar produção em 18 meses. Na reunião, o CEO da BYD prometeu gerar 1200 empregos diretos na Bahia para produzir dois modelos híbridos (combustão e elétrico): o SUV Song, que hoje é vendido a R$ 267 mil, e o Dolphin, “mais popular”, de R$ 199 mil.
A montagem local pode baratear os produtos, mas quanto exatamente vai depender dos incentivos e estímulos que a empresa conseguir negociar com os governos federal e estadual.
A BYD está há 10 meses negociando a aquisição da planta de Camaçari com a montadora americana, que encerrou suas atividades produtivas no Brasil. Porém, a coluna apurou que as negociações estão travadas por conta de questões tributárias, com a BYD demandando garantias de não sucessão de débitos fiscais e tributários.
Na reunião com o fundador da BYD, segundo relatos de um participante, Lula se comprometeu a criar um grupo de trabalho, a ser coordenado pelo ministro Rui Costa (Casa Civil), para discutir possíveis incentivos ao carro elétrico.
O estímulo ao carro elétrico não é consenso no governo, uma vez que o país já tem uma alternativa renovável ao combustível fóssil, o etanol. Trata-se de uma discussão de prioridades, diante da promessa de campanha do governo de colocar os "mais pobres no orçamento”.
Infomoney - SP 14/04/2023
A indústria de motos teve em março o maior mês em produção dos últimos nove anos, como resultado da busca dos brasileiros por veículos mais baratos, e também mais econômicos, diante do aumento nos preços dos carros.
Balanço divulgado nesta quinta-feira, 13, pela Abraciclo, associação que representa as montadoras de motocicletas, aponta que o setor produziu no mês passado 152,5 mil unidades, 11,8% a mais do que o número de março de 2022.
Frente a fevereiro, um mês mais curto, o crescimento foi ainda maior: 25,3%. Desde novembro de 2013, quando 156 mil motos foram produzidas no País, não se registrava volume tão alto.
A produção acumulada no primeiro trimestre somou 397,1 mil motos, com alta de 21,4% em relação aos três primeiros meses do ano passado. Foi o melhor primeiro trimestre desde 2014.
Segundo Marcos Antonio Bento, que assumiu neste mês a presidência da Abraciclo, o setor, após três anos de restrições da pandemia, voltou a operar sem interrupções nas linhas de produção.
“Estamos, gradativamente, reduzindo a fila de espera dos modelos de baixa cilindrada e dos scooters”, declarou o executivo, ao comentar os últimos resultados.
Com alta de 30% em um ano, as vendas de motos no Brasil passaram das 357 mil unidades no primeiro trimestre, no maior número do mercado, entre iguais períodos, em onze anos.
A previsão da Abraciclo é fechar 2023 com 1,55 milhão de motos produzidas, o que, se confirmado, significará um crescimento de 9,7% sobre a produção do ano passado.
Construção Latino-americana - SP 14/04/2023
Garantir a expansão da malha ferroviária no país depende da combinação entre investimentos públicos e privados, amparados pela capacidade do Governo Federal de aumentar a participação nos projetos, com alocação de recursos. A análise do ministro Renan Filho foi explanada no Fórum da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB) 2023, que aconteceu nesta quarta-feira (12), em Brasília.
Com a ampliação dos investimentos públicos em infraestrutura ferroviária, esforço que está sendo empenhado pelo Governo Federal de modo global para transportes, o Brasil terá plena capacidade de progredir no ranking de competitividade econômica. Por meio da Emenda Constitucional 126/2022, a EC do Bolsa Família, o Governo Federal conseguiu destravar investimentos e recuperar 2.158 quilômetros de rodovias federais que cortam o Brasil, por exemplo.
“Historicamente o Brasil dependeu muito do capital privado para investir no setor ferroviário. Nós precisamos encontrar soluções para ampliar o investimento público no setor e colocar o Brasil como líder do setor de transportes”, destacou o ministro Renan Filho.
Ainda de acordo com Renan Filho, para garantir a capacidade de investimentos em infraestrutura é preciso revisar o arcabouço fiscal e a reforma tributária, alternativas que estão sendo estudadas pelo Ministério da Fazenda. Em paralelo é preciso dar condições estruturais aos investidores. “Precisamos somar esforços da iniciativa privada com o setor público. Ferrovia requer investimento público. É assim que o mundo faz e a gente precisa enfrentar o desafio”, acrescentou.
Uma das táticas estabelecidas para destravar os projetos ferroviários, ainda conforme o ministro, foi a criação de uma secretaria de transportes ferroviários com visão estratégica e conectada a realidade brasileira. “A secretaria de transportes ferroviários, pelo atual Governo, busca modos de melhor estruturar esse modal, tão importante para a infraestrutura nacional e para um melhor escoamento da produção agropecuária em direção aos portos. O atual Governo busca alternativas para o país, que também leve em conta o fortalecimento da democracia e o respeito ao meio ambiente como elementos importantes para o desenvolvimento da economia.” concluiu
Portal Fator Brasil - RJ 14/04/2023
Primeiro navio de grande porte equipado com rotor sails (velas rotativas), a aportar no Terminal da Ilha Guaíba (TIG), em Mangaratiba, litoral sul fluminense.
O Rio de Janeiro recebeu no dia 11 de abril (quarta-feira), o primeiro navio de transporte de minério de ferro do mundo equipado com sistema de velas rotativas (rotor sails). O sistema permite utilizar a força do vento para aumentar a eficiência da embarcação, reduzindo as emissões de carbono. O Sea Zhoushan, um navio Guaibamax da categoria VLOC (Very Large Ore Carrier), com capacidade de 325 mil toneladas, está atracado no Terminal da Ilha Guaíba (TIG), fretado pela gigante mineradora brasileira Vale, em Mangaratiba, no litoral sul fluminense. As instalações do terminal foram adaptadas para este tipo de operação no final do ano passado.
As velas rotativas são rotores cilíndricos, com quatro metros de diâmetro e 24 metros de altura — equivalente a um prédio de sete andares. Durante a operação, os rotores giram em diferentes velocidades, dependendo de condições ambientais e operacionais do navio, para criar uma diferença de pressão de forma a propelir o navio para a frente, a partir de um fenômeno conhecido como efeito Magnus.
— São cinco velas instaladas ao longo da embarcação que trazem um ganho de eficiência de até 8% e uma consequente redução de até 3,4 mil toneladas de CO2 equivalente por navio por ano — afirma o gerente de Engenharia Naval da Vale, Rodrigo Bermelho. O Sea Zhoushan está em teste desde julho de 2021 e até agora fez cinco viagens, transportando minério de ferro produzido pela companhia.
A embarcação atracada no TIG saiu de Singapura no dia 23 de janeiro. O processo de carregamento dura, em média, dois dias. Depois, ela segue para a China.
Novos projetos — Segundo Bermelho, a tecnologia vem se mostrando bem-sucedida em testes e tem estimulado parcerias e novos projetos. —A Vale entrou recentemente no mercado, por exemplo, com uma solicitação para contratos de longo prazo para um projeto inovador de novos navios Guaibamax equipados com velas a rotor e movidos a bicombustível, permitindo o uso de metanol como alternativa ao bunker — explica.
O mix das duas tecnologias tem potencial para reduzir cerca de 23% das emissões de gases do efeito estufa em comparação com a atual geração do Guaibamax. Além disso, a embarcação será projetada com flexibilidade para, no futuro, receber um tanque e sistemas para utilização de gás natural liquefeito e/ou amônia, caso esses combustíveis sejam melhores alternativas em termos de custos e emissões.
O novo projeto incorporou os melhores resultados de tecnologia de ponta em avaliação no programa Ecoshipping, iniciativa de P&D criada pela área de navegação da Vale para atender ao desafio da empresa de reduzir suas emissões de carbono, em linha com o que vem sendo discutido Organização Marítima Internacional (IMO).
Tecnologia — A instalação da tecnologia de velas rotativas, fornecida pelo fabricante finlandês Norsepower, líder de rotores Flettner, é um projeto liderado pela Vale, que contou com a parceria do armador coreano Pan Ocean Ship Management para instalação em um de seus VLOCs a serviço da Vale. A companhia tem estudos sobre o uso da tecnologia de propulsão a vento desde 2016. —A energia eólica está na origem da navegação comercial, foi esquecida nos últimos séculos, e volta a se reconciliar— conclui Bermelho.
No início de março, a Vale e a Mitsui OSK Lines anunciaram uma parceria para instalar duas velas rotativas em um navio graneleiro do armador, com capacidade de 200 mil toneladas. A embarcação é atualmente empregada em um contrato de médio prazo para transporte de minério de ferro para a Vale. A instalação das velas do rotor está prevista para o primeiro semestre de 2024.
Terminal tem instalações adaptadas — As operações da Vale em Mangaratiba, litoral fluminense receberam melhorias para possibilitar a atracação de navios de grande porte, com capacidade de até 325 mil toneladas. A primeira embarcação com essas características que embarcou no local foi o Sea Caofeidian, em novembro do ano passado.
— O terminal recebeu adequações para a atracação dos Guaibamax e a equipe foi capacitada para esta operação. O porto também começa a receber outros navios deste porte, aumentando a eficiência e a tecnologia nas operações — diz Walter Pinheiro, gerente-executivo de Operações do TIG e da Companhia Portuária Baía de Sepetiba (CPBS), em Itaguaí, onde a Vale também operações portuárias.
Um gigante em alto-mar: as dimensões do Sea Zhoushan — 340 metros de comprimento(equivalente a quase nove vezes o comprimento da estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, ou 3,5 vezes as de um campo oficial de futebol). 62 metros de largura (extensão um pouco maior que a de 12 carros populares de mil cilindradas enfileirados), com altura do casco de 29,5 metros (equivalente a um prédio de quase dez andares, capacidade de carregamento de325 toneladas (capaz de levar 325 carros populares de mil cilindradas , sendo 24 metros de altura da vela (equivalente a um prédio de oito andares), e quatro metros de diâmetro da vela.
Valor - SP 14/04/2023
Julgamentos na 1ª Turma favoreceram a empresa Santos Brasil e Grupo Libra
Ministro Sérgio Kukina: decisão unânime pela manutenção da cobrança da THC 2 — Foto: Divulgação/STJ
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) vem mantendo decisões de segunda instância favoráveis à tarifa pelo Serviço de Segregação e Entrega de Contêineres (SSE) - também chamada de THC 2. A discussão, de bilhões de reais, opõe empresas do setor de portos há duas décadas.
Um desses casos foi julgado nesta semana. O resultado beneficiou a empresa Santos Brasil. Outro, em setembro do ano passado, favoreceu o Grupo Libra. Ambos os julgamentos ocorreram na 1ª Turma.
As operadoras de terminais portuários cobram a tarifa das operadoras de terminais retroportuários, os “portos secos” - estações aduaneiras em zonas secundárias que também realizam desembaraço, armazenamento e despacho da carga.
Quando o importador opta por usar o porto seco, o terminal portuário que recebe os navios cobra a tarifa das empresas que administram os terminais retroportuários. O serviço consiste em retirar o contêiner da pilha de armazenamento do seu pátio e movimentá-lo até o portão, para que possa ser transferido.
Existe discussão em torno dessa cobrança desde que foi instituída. Empresas que administram os portos secos são contra. Sustentam que os usuários dos portos já pagam uma taxa, a THC, ao dono do navio para fazer a retirada da carga dos terminais. A cobrança “extra” pelo terminal portuário geraria desvantagem concorrencial.
É que se o importador faz o desembaraço aduaneiro no próprio terminal portuário, onde os navios atracam e entregam as cargas, essa cobrança não existe.
As operadoras dos terminais portuários, que cobram a THC 2 dos portos secos, afirmam, por outro lado, que têm custos com esse procedimento. A THC, prevista nos contratos com os donos dos navios, abrange a retirada da mercadoria do navio até a colocação do contêiner na pilha armazenada no terminal. A partir desse momento não haveria mais cobertura - por isso a THC 2.
Sem esse serviço, dizem, haveria um caos logístico. Os terminais retroportuários teriam que disponibilizar caminhões para a retirada das cargas dos navios, o que provocaria quilômetros de congestionamento e demora na transferência.
Os casos que chegaram ao STJ são antigos. A Santos Brasil e o Grupo Libra recorreram à Justiça em 2005 contra decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que impedia a cobrança. Na ocasião, o órgão interpretou que a tarifa causava danos concorrenciais.
As empresas conseguiram derrubar a decisão do Cade na Justiça. A ação do Grupo Libra foi julgada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), com sede no Distrito Federal. A ajuizada pela Santos Brasil, pelo TRF-3, em São Paulo.
Os desembargadores consideraram que a THC 2 não gera prejuízo à livre concorrência. O acórdão de São Paulo destaca que não houve empecilho ao acesso de novas empresas ao mercado ou qualquer dificuldade de funcionamento e desenvolvimento de empresas concorrentes. Cita ter havido, inclusive, aumento do número de recintos alfandegários desde a privatização dos portos.
Os dois processos subiram para o STJ por meio de recursos protocolados pelo Cade. A Marimex, operadora retroportuária, atuou no caso envolvendo a Santos Brasil - como assistente e também “recorrente”.
“A cobrança da THC 2 causa aumento do custo Brasil. Um prejuízo da ordem de R$ 700 milhões ao ano, podendo esse valor chegar a R$ 1 bilhão ao ano”, disse aos ministros, durante o julgamento, o advogado Bruno Burini, que representa a Marimex.
Representantes do Cade não fizeram sustentação oral nesse julgamento e a ausência foi destacada pela advogada Luciana Lóssio, que atua para a Santos Brasil, na sua fala aos ministros. “O Cade não está aqui porque mudou de posição. Evoluiu”, disse, frisando que a decisão em análise havia sido proferida há quase duas décadas.
A advogada se referiu a um acordo firmado em 2021 entre o Cade e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que regula o setor e tem posição favorável à cobrança.
Representantes dos dois órgãos assinaram um memorando. Consideraram que a cobrança não configura, por si só, um ato ilícito. Mas reconheceram que podem existir situações em que ela se revele abusiva e, nesses casos - identificada a irregularidade - serão tomadas medidas conjuntas.
O Valor procurou o Cade para falar sobre os julgamentos no STJ, mas não teve retorno até o fechamento da edição.
Os ministros da 1ª Turma não entraram na discussão de mérito, sobre a validade da THC 2. Eles rejeitaram os recursos contra as decisões de segunda instância por questões processuais. Consideraram que implicaria reexame de provas, o que é vedado na Corte.
O relator dos dois casos é o ministro Sérgio Kukina e a decisão, em ambos, foi unânime (REsp 1537395 e REsp 1774301).
Esse posicionamento do STJ, no entanto, não põe fim às discussões em torno da THC 2. Um processo sobre o tema está em tramitação no Tribunal de Contas da União (TCU).
O TCU proibiu a cobrança em sessão plenária realizada em junho do ano passado. A decisão foi tomada durante análise de denúncias sobre possíveis irregularidades no processo de revisão da Resolução nº 72, da Antaq, que autoriza a THC 2 e fixa parâmetros para a sua aplicação.
Os ministros do determinaram a anulação de todos os dispositivos da norma que tratam da tarifa. Eles concordaram com as alegações dos denunciantes - que tiveram identidade mantida sob sigilo - de ausência de realização de Análise Prévia de Impacto Regulatório (AIR), antes de a Antaq elaborar a minuta da resolução levada a audiência pública, e de ilegalidades na criação da THC 2.
Os julgadores consideraram a cobrança ilegal, especialmente, pela possibilidade de os terminais portuários aumentarem os custos das empresas que administram os portos secos. “O recinto seco é concorrente direto do recinto molhado”, diz a decisão (Acórdão 1.448/2022).
As operadoras dos terminais portuários recorreram ao STF por meio de um mandado de segurança coletivo da Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres (Abratec). Mas desistiram do caso depois de a Antaq apresentar recurso ao próprio TCU. Esse processo ainda não teve uma decisão definitiva.
Valor - SP 14/04/2023
Os dois países negociam o desenvolvimento do bloco no Oceano Atlântico há cerca de 15 anos
A Chevron está finalizando um acordo de compartilhamento de produção com a Angola e a República Democrática do Congo para operar seu bloco de petróleo offshore compartilhado, disse o ministro do Petróleo congolês, Didier Budimbu Ntubuanga.
Existe um rascunho do pacto e este mês as partes foram convidadas a discutir o desenvolvimento do bloco conhecido como 14c e a zona de interesse comum, disse Budimbu em entrevista na capital do Congo, Kinshasa.
“Estamos praticamente no fim”, disse ele. Os dois países negociam o desenvolvimento do bloco no Oceano Atlântico há cerca de 15 anos. Uma empresa de propriedade do bilionário israelense Dan Gertler já detinha ações no bloco.
Budimbu está pressionando para expandir a produção de petróleo do Congo de 25.000 barris por dia e está leiloando 27 novos blocos como parte do esforço. Angola produziu cerca de 1 milhão de barris por dia em março, segundo dados compilados pela agência Bloomberg, tornando-se o terceiro maior produtor da África. Os dois países têm uma disputa de longa data sobre outros blocos petrolíferos offshore controlados por Angola que o Congo reivindica como seu.
Um porta-voz da Chevron se recusou a comentar.
A estatal angolana Sonangol EP disse à agência Bloomberg, por e-mail, que a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis de Angola, ou ANPG, assumiu o papel de concessionária nacional na parceria, dividida igualmente entre os dois países. O ANPG não respondeu aos e-mails solicitando comentários.
A produção de petróleo do bloco pode começar dois anos após a assinatura do acordo, disse Budimbu.
Ações da Gertler
No âmbito do acordo, a Sonangol anula uma dívida de US$ 200 milhões da petrolífera estatal congolesa, agora conhecida como Sonahydroc SA, disse Budimbu.
A dívida decorre de uma transação de 2012 em que a Sonangol pagou US$ 150 milhões à Gertler's Nessergy para ceder suas ações na zona de interesse comum. Nessergy comprou a maior parte das ações do Congo em 2006 por US$ 500 mil.
Budimbu disse que além dos US$ 150 milhões para Nessergy, a Sonangol também financiou um pagamento não declarado de US$ 50 milhões à empresa de Antoine Ghonda — assessor do ex-presidente congolês Joseph Kabila — que negociou em nome do Congo . A Sonangol também concordou em amortizar esse pagamento, disse Budimbu.
“Estando em contrato com a Sonangol, é apenas a Sonangol que está autorizada a responder”, escreveu Ghonda em resposta a perguntas da agência Bloomberg.
A Sonangol recusou-se a comentar. Em seu relatório anual de 2021 , a empresa sediada em Luanda disse que pagou US$ 200 milhões como parte de seu acordo de 2012 com a Nessergy para vender suas participações no bloco. O relatório diz que o dinheiro foi definido para ser reembolsado por meio do lucro do projeto e não menciona o pagamento de Ghonda.
Os advogados de Gertler disseram, por e-mail, que a Nessergy recebeu apenas US$ 150 milhões pelo negócio e que o relatório da Sonangol sugerindo que Nessergy recebeu mais do que isso era "incorreto e falso".
O governo dos EUA citou o acordo em 2017, quando sancionou Gertler por suposta corrupção no Congo, dizendo que representava “uma perda de US$ 149,5 milhões em receita potencial” para o país. Gertler sempre negou que seus negócios no Congo fossem corruptos e nunca foi acusado de nenhum crime.
Valor – SP 14/04/2023
Na média do primeiro trimestre, a produção ficou em 24,4 mil barris de óleo equivalente por dia, uma alta de 25,4% sobre o mesmo período de 2022 e de 5,82% sobre o resultado de dezembro
A PetroReconcavo registrou produção de 26 mil barris equivalentes de óleo por dia em março, um crescimento de 31,8% na comparação anual e de 11,6% sobre o mês de fevereiro.
Na média do primeiro trimestre, a produção da companhia ficou em 24,4 mil barris de óleo equivalente por dia, uma alta de 25,4% sobre o mesmo período de 2022 e de 5,82% sobre o resultado de dezembro.
A produção no Ativo Potiguar ficou em 13 mil barris equivalentes de óleo por dia em março e em 12,9 mil barris no primeiro trimestre. No Ativo Bahia/Sergipe, a produção foi de 13 mil barris no mês passado e de 11,4 mil barris nos três primeiros meses.
A produção de petróleo da PetroReconcavo foi de 15 mil barris por dia em março e de 13,8 mil barris por dia no primeiro trimestre. A produção de gás ficou em 1,75 milhão de metros cúbicos por dia em março e 1,67 milhão de metros cúbicos entre janeiro e março.
Infomoney - SP 14/04/2023
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manteve sua previsão de alta na demanda global por petróleo em 2023, em 2,3 milhões de barris por dia (bpd), segundo relatório mensal publicado nesta quinta-feira (13).
Para 2022, o cartel reafirmou sua estimativa de que o aumento na demanda global ficou em 2,5 milhões de bpd.
Apenas a demanda em países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) deverá crescer cerca de 100 mil bpd este ano, projeta a Opep. Fora da OCDE, a previsão é de avanço em torno de 2,2 milhões de bpd no consumo em 2023.
Oferta fora do grupo
A Opep também manteve sua previsão para o aumento da oferta de petróleo entre países fora do grupo em 2023, em 1,4 milhão de barris por dia (bpd), segundo relatório mensal.
Os países que devem mais contribuir para o incremento da oferta em 2023 são EUA, Brasil, Noruega, Canadá, Cazaquistão e Guiana, diz a Opep. Por outro lado, é esperada redução na oferta da Rússia.
Para 2022, a Opep reiterou sua estimativa de acréscimo da oferta em 1,9 milhão de bpd.
Ainda no relatório, a Opep informa que sua produção teve queda de 86 mil bpd em março ante fevereiro, para uma média de 28,80 milhões de bpd, de acordo com fontes secundárias.
Projeções de PIB
A organização manteve em 2,6% sua projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2023, segundo o documento mensal publicado hoje. Para 2022, o cartel revisou levemente para cima sua estimativa para o avanço do PIB mundial, de 3,2% de 3,3%.
Para este ano, a Opep reafirmou sua projeção de crescimento dos EUA, em 1,2%, e também da zona do euro, em 0,8%. No caso da China, o cartel segue prevendo expansão de 5,2% em 2023.
Brasil
A Opep também manteve sua projeção de que o Produto Interno Bruto do Brasil deverá crescer 1,0% em 2023, segundo o relatório mensal.
O documento projeta que o País deverá ter alta de 200 mil barris por dia (bpd) em sua produção de combustíveis líquidos em 2023, na comparação anual, para uma média de 4,0 milhões de bpd.
O cartel analisa que a economia do Brasil seguiu desacelerando nos últimos meses, em decorrência de taxas de juros mais elevadas e em meio à inflação alta. “Consequentemente, espera-se um investimento e consumo internos relativamente mais baixos dentro de um espaço fiscal limitado em 2023”.
Entretanto, o documento voltou a afirmar que expectativas do comércio externo, apoiadas por uma recuperação da China e por reformas domésticas previstas – que incluem uma reestruturação fiscal – deverão fornecer uma base sustentada para investimento e consumo, e apoiar “ao menos um crescimento baixo em 2023”.
A Opep ainda menciona que a produção de petróleo do Brasil caiu 13 mil bpd em fevereiro ante janeiro, a 3,3 milhões de bpd.
Petro Notícias - SP 14/04/2023
Os sete campos que operam debaixo do regime de partilha estão registrando um bom desempenho nos primeiros meses deste ano. De acordo com o Boletim Mensal divulgado pela Pré-Sal Petróleo (PPSA) hoje (13), a produção dos ativos alcançou 868 mil barris de óleo por dia (bpd) em fevereiro. A produção foi 3% superior ao volume registrado em janeiro e 86% maior do que a de fevereiro de 2022.
Búzios foi responsável por 447 mil bpd, seguido de Mero (Libra – 215 mil bpd), Sépia (101 mil bpd), Atapu (70 mil bpd), Itapu (25 mil bpd), Entorno de Sapinhoá (7 mil bpd) e Sudoeste de Tartaruga Verde (3 mil bpd). A média de produção de petróleo da União de 43,88 mil bpd, sendo a maior parte proveniente de Mero, com 32,64 mil bpd e de Búzios, com 6,32 mil bpd.
Enquanto isso, a produção total do gás natural com aproveitamento comercial em fevereiro registrou queda. Ao todo, o volume registrado foi de 1,20 milhão de m³/dia em três contratos, sendo a maior parte oriunda de Búzios (1,02 milhão de m³/dia). O resultado foi 47% menor em relação ao de janeiro, devido à parada operacional no campo de Búzios.
No mesmo período, a média do total do excedente da União no gás natural disponível foi de 43 mil m³/dia , sendo 28 mil m³/dia referente ao Entorno de Sapinhoá, 14 mil m³/dia de Búzios e 291 m³/dia de Sudoeste de Tartaruga Verde.
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