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13 de Setembro de 2024

SIDERURGIA

Valor - SP   13/09/2024

Companhia resolveu apresentar detalhes para tentar dissipar o que chamou de "descaracterizações públicas" de suas negociações

A Nippon Steel divulgou na quarta-feira detalhes de suas negociações com o sindicato United Steelworkers (USW) sobre sua proposta de aquisição da siderúrgica americana U.S. Steel, em uma tentativa de dissipar o que chamou de "descaracterizações públicas" de suas negociações até agora.

"Esperamos que a divulgação desses materiais ajude os funcionários da U.S. Steel e outras partes interessadas a entender o conjunto completo de fatos sobre nossos compromissos com o USW", disse a Nippon Steel em um site dedicado ao acordo.

A Nippon Steel se envolveu com a liderança da USW em 32 ocasiões, incluindo presencialmente, por e-mail e por telefone, de acordo com um cronograma publicado pela siderúrgica japonesa.

A empresa disse que, após uma reunião em 7 de março, a USW imediatamente enviou aos seus membros um comunicado que estava preparado para a imprensa, no qual afirmava que "nenhum progresso havia sido feito".

Em outra reunião em julho, a liderança do USW prometeu produzir uma lista de pontos que precisam ser corrigidos para que o acordo seja aprovado. Quando o vice-presidente da Nippon Steel, Takahiro Mori, enviou um e-mail ao presidente da USW, David McCall, para agradecê-lo, McCall respondeu alguns dias depois com o que o site da Nippon Steel chamou de "compilação de comunicados de imprensa anteriores da USW, condenando a transação"

O USW se opôs aos planos da Nippon Steel desde o início. Com 850 mil filiados, o sindicato é influente em estados-pêndulo, aqueles que devem determinar o resultado da eleição presidencial dos Estados Unidos em 5 de novembro.

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, e o ex-presidente Donald Trump, os indicados democrata e republicano, respectivamente, expressaram reservas sobre a proposta de aquisição. Os meios de comunicação dos Estados Unidos e da Europa relataram que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está se preparando para bloquear o acordo.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   13/09/2024

A China precisa reestruturar sua economia por meio de reformas macroeconômicas e estruturais para obter equilíbrio em sua balança comercial, evitando assim problemas provocados por superávit. A análise é do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em publicação no blog da instituição, o FMI observou que China e Estados Unidos possuem, ambos, problemas domésticos que levam aos extremos de superávits e déficits das balanças comerciais, mas que a diferença não é capaz de gerar novo choque para a economia global e exige apenas soluções igualmente domésticas.

No caso da China, alcançar o equilíbrio entre exportações e importações exigirá uma estratégia diversificada, que inclui um pacote de políticas para um ajuste “menos custoso” do setor imobiliário, iniciativas de incentivo para a demanda doméstica e reformas de redes de segurança para reduzir a desigualdade de renda, melhorando a alocação de recursos do país. “No nosso cenário de médio prazo, a marca econômica da China não será mais o crescimento impulsionado por exportações”, pontuou o FMI.

Já os EUA devem promover um “ajuste fiscal significativo” para equilibrar sua balança comercial. A instituição sugere medidas como aumento indireto de taxas, aumento progressivo na tributação de renda, eliminação de gastos públicos e reformas de programas de benefícios sociais.

A instituição também comentou sobre temores de que o “excesso de capacidade produtiva chinesa” afete o setor industrial em nível global. Para a equipe do FMI, os subsídios da China fortaleceram a indústria chinesa em algumas áreas, como a produção de veículos elétricos, mas o impacto foi “limitado” em termos agregados na balança comercial e em comparação a outros países. Contudo, a instituição alerta que é difícil “avaliar” precisamente o efeito completo dos subsídios, por “brechas” na divulgação de dados chineses.

O FMI defende que “tarifas unilaterais” e outras provisões domésticas não podem ser utilizadas para endereçar essas preocupações, tendo em vista que prejudicam o comércio multilateral, enfraquecem cadeias de oferta, além de gerar incerteza política e riscos de retaliação.

O apelo de Xi Jinping

O presidente da China, Xi Jinping, pediu nesta quinta-feira, 12, que autoridades regionais trabalhem nos últimos meses de 2024 para cumprir suas metas anuais de desenvolvimento econômico e social. O apelo ocorre em momento de aparente fraqueza da segunda maior economia do mundo, que tem meta de crescimento ao redor de 5% para o ano.

Xi Jinping pediu ainda que o país coloque a geração de emprego em posição de destaque e que trabalhe para eliminar todas as formas de protecionismo local. “Devemos aprofundar a reforma de ativos e empresas estatais e implementar políticas para promover o desenvolvimento da economia privada”, disse durante simpósio na cidade de Lanzhou

Infomoney - SP   13/09/2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta quinta-feira (12), que o mundo passou por frustrações de expectativas que afetaram a dinâmica de preços, como da própria cotação do dólar, mas que o cenário deve “desanuviar” a partir deste mês. As declarações foram dadas em entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, do grupo de comunicação estatal EBC.

“O fato é que, no mundo todo, houve várias frustrações. O Fed está demorando para cortar juros. Muitos analistas estavam prevendo o primeiro corte em março. Nós, da Fazenda, estávamos esperando o primeiro corte em junho. E não veio. Aí começou-se a falar de um aumento dos juros ainda maior nos Estados Unidos. Isso criou um problema de comunicação, de descoordenação grande”, afirmou.

No cenário externo, Haddad também mencionou a alta dos juros promovida pelo Banco do Japão, indicações de desaceleração da economia chinesa e a queda dos preços de commodities como elementos que tumultuaram o ambiente para países emergentes com as características do Brasil.
Já no plano doméstico, o ministro criticou a herança recebida pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), sobretudo na seara fiscal, e mencionou as questões dos precatórios e de novas despesas contratadas sem indicações de fontes de receitas, como no novo Fundeb. “Os problemas domésticos também afetam o dólar”, disse.

“Temos um desafio externo, temos um desafio interno, mas acredito que as coisas comecem a melhorar a partir deste mês”, afirmou.

Quanto à gestão do câmbio, Haddad disse que, no sistema flutuante, caso do atual modelo brasileiro, o Banco Central tem liberdade de fazer intervenções quando julgar necessário, mas sugeriu parcimônia.

“Você pode fazer intervenções tópicas O Banco Central tem liberdade para fazer essas intervenções quando são necessárias, tem feito muito pouco - e tem que ser parcimonioso mesmo nisso”, disse.

O Estado de S.Paulo - SP   13/09/2024

Com a expansão do consumo e o aumento dos serviços, o dinamismo da economia se manteve em julho, apesar do recuo de 1,4% da produção industrial, insuficiente para ofuscar o crescimento de 2,2% acumulado em 12 meses. O quadro combina com o novo recorde de trabalhadores ocupados, 102 milhões, e com a redução do desemprego trimestral para 6,8%. Um ano antes, a população desempregada correspondia a 7,9% da força de trabalho.

A desocupação registrada entre maio e julho foi a menor registrada para esse trimestre na série iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Refletindo a melhora do emprego e da renda, as vendas no varejo cresceram 0,6% em julho, enquanto a produção dos serviços aumentou 1,2%, atingiu patamar recorde e acumulou expansão de 0,9% em 12 meses. O resultado mensal dos serviços foi 4,3% superior ao de um ano antes. Este setor é a maior fonte de ocupação de mão de obra, com oportunidades de trabalho para pessoas com todos os níveis de qualificação.

As vendas no varejo foram em julho 4,4% maiores que as de um ano antes. A expansão acumulada em 12 meses foi de 3,7% No chamado varejo ampliado (incluídos veículos e motos, partes e peças e também material de construção), o volume vendido cresceu 0,1% no mês e 3,8% em 12 meses. Em julho, as vendas cresceram em cinco das oito atividades do comércio varejista.

O aumento mensal foi liderado pelo grupo de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (+2,%). O total vendido por hiper e supermercados, com destaque para alimentos e bebidas, cresceu 1,7% no mês e ficou em quarto lugar no conjunto das taxas de expansão. As maiores taxas de aumentos de outros grupos de produtos, como artigos de uso pessoal e doméstico (2,1%) e vestuário e calçados (1,8%) parece indicar um menor aperto do orçamento familiar, numa fase de maior emprego e maior renda.

O vigor exibido pelo emprego, pelo varejo e pela indústria parece indicar um crescimento econômico maior que o previsto até recentemente para 2024. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mencionou na quarta-feira, 11, um provável aumento da taxa estimada oficialmente, de 2,5% para algo próximo de 3%. No mercado financeiro, as projeções têm-se elevado, mas só recentemente se aproximaram de 2,5%.

No setor financeiro, a principal especulação motivada pelos sinais de maior dinamismo econômico está voltada para a provável evolução dos juros. Já se estima para o fim do ano uma taxa básica de 11,25%. Não haverá surpresa se essa taxa, fixada em 10,50% no fim de julho, for aumentada já na próxima reunião do Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC), prevista para os dias 17 e 18.

Com novo aperto monetário, a atividade econômica poderá perder vigor, mas a inflação continuará alimentada se os gastos federais seguirem ameaçando o equilíbrio das finanças públicas. A evolução do orçamento dependerá em parte dos gastos obrigatórios e dificilmente comprimíveis, como os da folha de pessoal, e em parte das inclinações e interesses do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A coexistência de gastança e juros altos aumentará os custos do governo, complicará o dia a dia das famílias e será ineficiente contra a inflação. O Brasil talvez seja beneficiado se o presidente gastar alguns minutos considerando esses dados.

O Estado de S.Paulo - SP   13/09/2024

Estamos em vias de ter um novo presidente do Banco Central (BC) do Brasil, o primeiro indicado pelo atual governo Lula. Logicamente, há um rito a ser percorrido, que envolve sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos e o plenário do Senado. Tudo indica que o atual diretor de Política Monetária do banco, Gabriel Galípolo, assumirá a direção de nossa autoridade monetária.

Importante atentar para um fator que pode despertar resistências em alguns segmentos do sistema financeiro, o fato de Galípolo ter uma trajetória profissional marcada pela atuação na interface entre os mercados e a economia real, notadamente na construção da modelagem de financiamento para grandes projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs).

Certos segmentos “fundamentalistas” do mercado financeiro também torceriam o nariz para os artigos assinados por Galípolo em coautoria com Luiz Gonzaga Belluzzo. Ao contrário, minha opinião é de que assinar um artigo com um economista do calibre de Belluzzo é uma credencial que torna todos os outros atributos menos relevantes.

Bem, mas deixando de lado as mesuras, vamos ao que interessa, a política econômica. E para mitigar o sofrimento deste país, que já tem ares de uma saga secular, sinto que é meu dever formular um pequeno conjunto de pedidos a Galípolo.

O primeiro pedido tem que ver com uma questão de fundo: o que significa o status de entidade autônoma do Banco Central? A autonomia é uma barreira que protege a política monetária contra interesses políticos menores, que demandam juro baixo e acesso fácil ao dinheiro para que o nível de atividade seja alto, favorecendo a percepção da população sobre o estado da economia e beneficiando quem está no poder.

Desta ladainha todos sabemos e todos somos contra. Mas a abrangência das ações do Banco Central é muito maior. Nele deságuam todas as tensões da economia. Como o sistema financeiro é o coração da economia, decisões sobre exposição cambial, níveis de alavancagem e comprometimento do patrimônio líquido das instituições são nevrálgicas. São poderes muito distintos do velho populismo, mas a real autonomia do Banco Central está aí, no trato do dia a dia com os grandes interesses.

Um exemplo quase singelo da fragilidade da autonomia do Banco Central diante do setor financeiro é dado pelas “conversas institucionais” do BC com agentes de mercado. É inconcebível que o Banco Central receba duas dúzias de agentes do mercado e converse com eles a portas fechadas. Assim como é absurdo que numa ligação de celular se discuta com um banqueiro o nível da taxa de juros. Meu primeiro pedido, então, a Galípolo é autonomia de verdade e transparência de fato no relacionamento com o mercado e o cidadão.

O segundo pedido tem relação com o mercado cambial. Para uma economia que vem perdendo inserção no mercado mundial em quase todos os segmentos que não o de commodities, fica difícil entender que o Banco Central se comporte como agente passivo, quase um observador dos bilhões que vão de um lado para o outro na conta financeira do Balanço de Pagamentos.

Regulação, num mercado tão desigual e em que os instrumentos de arbitragem, especulação e hedge são tão sofisticados, significa estar presente no minuto a minuto do mercado impedindo que os agentes construam a volatilidade do preço da moeda, que apenas beneficia uns poucos.

É necessário entender que a produção precisa de mínima estabilidade no preço dos insumos e nas expectativas de preços de venda. O câmbio é crucial para a precificação do exportador, mas também para a produção para o mercado interno e para a calibragem das importações. Por isso, não é demais implorar ao novo presidente do BC que esteja empenhado em reduzir a volatilidade do mercado de câmbio.

O terceiro pedido é a taxa de juros. Ninguém tem dúvida de que o regime de metas de inflação, conjugado à administração da taxa Selic, tem condições de dar os parâmetros necessários para as decisões capitalistas. E a experiência internacional mostra que, como já nem mais tem sentido controlar a base monetária, parece ser este um caminho de consenso na política monetária contemporânea.

Só que uma coisa é a gestão da política monetária dar parâmetros ao mercado. Outra, completamente diferente, é a autoridade monetária achar que sua credibilidade será construída na manutenção da política mesmo diante de uma realidade que mudou. Assim como não dá para o BC estimar a taxa de juro real de longo prazo da economia em 8% e não dizer a razão que o leva a essa projeção.

Por fim, um último pedido a Galípolo – mas este é até mais fácil, por sua trajetória profissional e seu conhecimento. Estamos falando de um dos pilares de nossa institucionalidade que precisa ter compromisso com o desenvolvimento.

Ninguém está falando em dinheiro fácil nem dólar barato.

Estamos falando em construir os instrumentos financeiros e de capital para que o investimento seja viabilizado em bases factíveis e com a segurança jurídica necessária para que seja sustentável no longo prazo. O pedido é de que o BC não seja apenas o gestor da Selic, mas que assuma responsabilidades compatíveis com sua importância e abrangência.

Globo Online - RJ   13/09/2024

O ciclo de alta de juros deve começar este mês e até o fim do ano a taxa Selic deve chegar a 11,75%, é o que projeta o Itaú Unibanco. O banco acaba de divulgar a sua revisão de cenário para o Brasil em que ampliou a estimativa de crescimento da economia este ano de 2,5% para 3% e de 1,8% para 2% a estimativa de alta do PIB em 2025.

O cenário traçado pela instituição prevê uma alta adicional dos juros em janeiro de 2025, que levaria a Selic a 12%. O banco prevê, no entanto, que a taxa caia durante o próximo ano e feche em 11%. Em uma conversa com jornalistas, nesta quarta-feira, o economista-chefe da instituição, Mário Mesquita, havia dito que se estivesse à frente do Banco Central optaria por um aumento maior dos juros e um ciclo mais curto de alta.

O banco revisou para baixo a projeção de câmbio que está previsto em R$ 5,50 para 2024 e 2025 e foi, respectivamente, para R$ 5,40 e R$ 5,20 , diante da "perspectiva de aumento do diferencial de juros, com o início de um ciclo de corte (potencialmente mais agressivo) pelo Fed (banco central dos EUA) e um ciclo de alta de juros pelo Banco Central do Brasil (BCB), que tende a favorecer a moeda brasileira no médio prazo".

Já a previsão para a inflação foi mantida em 4,2% para 2024 e reduzida para 4,1% em 2025 ( a projeção anterior era de 4,2%) .

IstoÉ Dinheiro - SP   13/09/2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira, 12, que a demanda externa pode levar a corrente de comércio do Brasil a atingir US$ 600 bilhões este ano. Ele atribuiu esse resultado ao trabalho do governo, citando nominalmente o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e os ministro da Carlos Fávaro, da Agricultura, e Alexandre Silveira, de Minas e Energia.

“Os mercados estão sendo abertos para os produtos brasileiros e nós estamos protegendo o nosso mercado doméstico também da ação predatória em função da desaceleração da economia global”, afirmou Haddad, durante participação em programa da EBC.

O governo espera que a corrente de comércio brasileira alcance US$ 611,6 bilhões este ano.

Durante a entrevista, Haddad disse que o superávit comercial de 2024 pode chegar a US$ 100 bilhões, mas a estimativa oficial é menor, de US$ 79,2 bilhões. Em 2023, o superávit da balança foi de US$ 98,2 bilhões.

Segundo o ministro, é importante cada dia “colocar um tijolinho” na sustentabilidade ambiental, social e fiscal, de forma a construir uma “grande muralha de proteção da economia brasileira.” Pouco antes, ele repetiu que a Fazenda está “reequilibrando as contas públicas”, o que permitirá uma política monetária “mais saudável” ao longo do tempo, com juros mais baixos.

Indagado sobre fake news sobre economia, Haddad respondeu que tem pouco tempo para acompanhar as redes sociais durante a semana. “E no final de semana eu não quero olhar, porque eu dedico um pouco do meu tempo, eu tenho que estar sereno, segunda-feira eu tenho que estar muito bem disposto para sentar à mesa, para negociar, para discutir”, disse.

Efeitos climáticos na segurança alimentar e energética

O ministro da Fazenda disse ainda que o governo está atento aos efeitos climáticos na segurança alimentar e energética, já que o tema pode repercutir numa pressão inflacionária sobre alimentos e energia. Apesar de “boas notícias no front” do índice de preços que foram divulgadas nos últimos dias, Haddad afirmou que a equipe não pode descuidar do assunto.

“Inflação é um fenômeno complexo, às vezes tem inflação de demanda, mas às vezes pode ter choque de oferta, em função de seca, desastre climático, falta de água. Estamos acompanhando evolução desse quadro e fazendo planejamento estratégico de como enfrentar se essa crise climática se tornar mais aguda no futuro próximo”, afirmou Haddad

Ele lembrou que, embora o Brasil tenha uma matriz de energia “muito interessante”, pelo uso das hidrelétricas, o modelo não é imune a problemas, em especial em momentos de falta de chuvas como o atual. “Estamos sempre olhando para isso”, disse.

Agência Brasil - DF   13/09/2024

A inflação desacelerou para todas as classes de renda em agosto na comparação com julho deste ano. Para as famílias de renda muito baixa, ela recuou de 0,09% para -0,19% no mês passado. Para as famílias de renda alta, que registraram aumento de 0,80% em julho, o resultado de agosto ficou em 0,13%. Os dados são do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta quinta-feira (12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Todas as classes de renda apresentaram desaceleração da inflação acumulada em 12 meses. As famílias de renda muito baixa tiveram a menor inflação acumulada no período (3,72%), enquanto a faixa de renda alta anotou o percentual mais elevado (4,97%).

Os grupos alimentos e bebidas e habitação foram os principais pontos que influenciaram a queda inflacionária para praticamente todos os segmentos de renda. As deflações registradas em setores importantes - cereais (-1,3%), tubérculos (-16,3%), hortaliças (-4,5%), aves e ovos (-0,59%), leites e derivados (-0,05%) e panificados (-0,11%) - provocaram um forte alívio inflacionário, especialmente para as famílias de menor poder aquisitivo, visto que a parcela proporcionalmente maior do seu orçamento é gasta com a compra desses bens.
Energia elétrica

Em relação à habitação, a queda de 2,8% nos preços de energia elétrica – refletindo o retorno da bandeira tarifária verde e das reduções tarifárias em algumas capitais – contribuiu para diminuir a inflação em agosto.

No caso das famílias de renda alta, mesmo com a deflação dos alimentos, da energia e a queda de 4,9% nos preços de passagens aéreas, o reajuste de 0,76% das mensalidades escolares fez com que o grupo educação exercesse forte contribuição para a inflação dessa classe.

O aumento dos planos de saúde (0,61%), dos serviços médicos e dentários (0,72%) e das despesas pessoais (0,25%) também ajuda a explicar esse quadro de pressão inflacionária nos segmentos de renda mais elevada, em agosto.

“A desaceleração da inflação corrente em relação ao registrado em agosto do ano passado é explicada, em grande parte, pela melhora no desempenho dos grupos habitação e saúde e cuidados pessoais. No primeiro caso, a alta no preço da energia elétrica em 2023 (4,6%) ficou bem acima da queda apontada em 2024 (2,8%). Já para o grupo saúde e cuidados pessoais, o alívio inflacionário em agosto deste ano veio da deflação de 0,18% dos artigos de higiene, que contrasta com os reajustes de 0,81%, em agosto de 2023”, diz o Ipea.

IstoÉ Online - SP   13/09/2024

As empresas já captaram R$ 484,2 bilhões no mercado de capitais este ano, até agosto, volume recorde para o período, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). As captações nos oito primeiro meses de 2024 já superam o contabilizado em todo o ano de 2023 (R$ 467,3 bilhões).

Considerando apenas as operações feitas em agosto, as ofertas chegaram a R$ 47,3 bilhões, volume 30,7% superior ao registrado no mesmo mês de 2023, de acordo com boletim da Anbima. No mês passado, as emissões de debêntures somaram R$ 27,1 bilhões, crescimento de 39%.

No acumulado do ano, as emissões de debêntures chegaram a R$ 283,9 bilhões, estabelecendo um novo recorde para o período. Entre empresas que fizeram ou estão preparando emissões desses títulos de dívida, estão nomes como Usiminas (R$ 1,6 bilhão), Assaí (R$ 2,8 bilhões) e Sabesp (R$ 2,5 bilhões).

As empresas estão emitindo em 2024 principalmente para bancar investimentos em infraestrutura (27,6% do total captado) e para gestão de caixa (25,2%).

Os principais compradores dos papéis foram os intermediários das ofertas públicas, como os bancos, que ficaram com 47,2% dos papéis e os fundos de investimento, com 44,9%, em meio ao aumento das aplicações em fundos de papéis privados. O prazo médio das debêntures chegou a 8 anos.

Para o presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, Guilherme Maranhão, as condições favoráveis do mercado de capitais, a liquidez no mercado secundário e a evolução da regulação, como as para debêntures de infraestrutura, têm permitido os sucessivos recordes neste ano.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   13/09/2024

A Vale (VALE3) prevê que até 2030 cerca de 10% de sua produção de minério de ferro seja obtida por meio do reaproveitamento de rejeitos e estéril, em medida com potencial para reduzir materiais que sobram do processo de beneficiamento do minério, ainda acumulados em barragens.

A previsão é do vice-presidente executivo Técnico da mineradora, Rafael Bittar, que falou à Reuters nos bastidores do congresso do setor de mineração Exposibram, em Belo Horizonte.

Para 2024, a empresa projeta recuperar cerca de 7 milhões de toneladas de minério de ferro dessa forma, a partir da criação de um programa de mineração circular.

Bittar não deu projeções em volumes de minério produzido a partir de rejeitos em 2030, mas eles devem ser crescentes nos próximos anos, considerando o esperado aumento da produção de minério de ferro.

A empresa, uma das maiores produtoras de minério de ferro do mundo, revisou na véspera para cima sua projeção de produção da commodity em 2024 para até 330 milhões de toneladas. A partir de 2030, a companhia espera mais de 360 milhões de toneladas de produção.

“Essa é uma realidade que virá muito forte, a gente se antecipou quando desenhou o programa”, disse Bittar. “Esse programa visa reaproveitar rejeitos que já estão nas nossas barragens, criando produtos a partir desses rejeitos.”

As iniciativas para reduzir os volumes de rejeitos ganharam força após o colapso fatal de barragens em Mariana e Brumadinho, em 2015 e 2019. As estruturas de maior risco também receberam prazos para serem desconstruídas no Brasil.

Agora, com o programa, fruto de investimentos em inovação, a Vale busca ampliar a extração de minério a partir de pilhas e barragens já existentes, otimizar o processamento mineral para reduzir a quantidade de rejeitos e estéreis gerados e desenvolver coprodutos, como areia e blocos para construção civil.

O processamento a úmido do minério de ferro, que é utilizado atualmente em menos de 30% da produção da Vale, gera rejeitos, que são dispostos em barragens e pilhas.

Somente do ano passado, a Vale gerou 48,5 milhões de toneladas de rejeitos.

Resultados mensurados

Bittar destacou que, embora as práticas para o melhor aproveitamento dos recursos e redução de rejeitos já façam parte do dia a dia das minas operadas pela Vale, a criação do programa de mineração circular permitiu mensurar os resultados de maneira integrada.

“A gente tem centros pesquisas estudando rotas de concentração a seco, rotas que visem reduzir a quantidade de rejeito gerado, inclusive zerar rejeito. Hoje a gente tem já um plano de médio e longo prazo, a gente tem o objetivo de zerar rejeito”, afirmou, sem informar prazos.

No primeiro semestre, a companhia produziu cerca de 2 milhões de toneladas de minério de ferro a partir de circularidade, além de ter evitado aproximadamente 100 milhões de reais em custos, ao eliminar etapas de transporte de rejeitos para pilhas e barragens, no mesmo período, segundo dados da Vale.

Por meio das iniciativas do programa de mineração circular, a expectativa é que a Vale evite a emissão de 1,9 Mt de CO2 até 2035. Isso equivale ao que 1,2 milhão de automóveis populares emitem durante um ano.

As iniciativas são parte dos resultados de um programa de pesquisa, desenvolvimento e inovação, que só em 2023 somou investimentos de 447,8 milhões de dólares.

Marcos atingidos

Em Minas Gerais, a mineração circular está viabilizando a eliminação das pilhas de estéril da mina de Serrinha, com o material sendo transportado para a usina de Mutuca, em Nova Lima, para reaproveitamento.

Já em Serra Norte, no Pará, na operação do Gelado, está previsto o reaproveitamento de 138 milhões de toneladas rejeitos de minério de ferro da barragem Gelado para produzir pellet feed de alta qualidade. O objetivo no Gelado é reduzir 62% do rejeito total disposto na barragem acumulado em 37 anos de operação.

Bittar ressaltou ainda que o programa também traz como benefício a criação de coprodutos, que possuem potencial de gerar um novo destino para subprodutos, como a areia em blocos de pavimentação e areia comercial para a construção civil.

No ano passado, a Vale anunciou a criação da empresa chamada Agera, para desenvolver e ampliar o negócio de Areia Sustentável da companhia.

Após sete anos de pesquisa, o coproduto começou ser produzido em 2021 como substituto da areia extraída do meio ambiente e, desde então, já foram destinados ao setor de construção civil e à projetos de pavimentação rodoviária cerca de 2,1 milhões de toneladas da areia sustentável.

A expectativa é comercializar aproximadamente 1,8 milhão de toneladas de areia sustentável até o fim de 2024, segundo a companhia.

“O segundo insumo mais consumido no mundo é a areia, depois da água. E mais de 80% da areia hoje consumida no Brasil vem de origem não regulamentada”, destacou Bittar.

Brasil Mineral - SP   13/09/2024

A Vale Metais Básicos possui uma governança própria e uma liderança executiva que permeia todas as operações, no Atlântico Sul, Norte (mais direcionado para o Canadá), e também de operações na Indonésia.

“Quais são os grandes investimentos em mineração e seus desafios no Brasil?” Este foi o título do painel moderado pelo diretor-presidente do IBRAM, Raul Jungmann e que contou com a participação de Gustavo Bastide Horbach, CEO da Eurochem no Brasil, Rodrigo Augusto Nunes, COO da Hochschild Mining PLC, e Vinícius Assis, diretor de operações da Vale Metais Básicos.

Para o moderador, existe um descompasso entre os setores mineral e financeiro no Brasil e, embora a mineração contribua com 32% do saldo comercial do País e tenha gerado R$ 320 bilhões em faturamento em 2021, os investimentos do setor financeiro na mineração representam apenas 0,9% de um total de R$ 2,1 trilhões previstos. Jungmann questionou os participantes sobre a avaliação deles diante deste cenário e quais as possíveis soluções para que o país possa contar com um volume maior de investimentos na mineração.

O primeiro a responder foi Gustavo Horbach, que traçou um paralelo da mineração com a indústria do agronegócio. “A indústria de fertilizantes, por definição, tem a mineração como sua base produtiva. Acredito que tudo que nos cerca foi plantado ou minerado. E assim como o agro fez com que o País se orgulhasse de sua atividade, percebo que o IBRAM está fazendo o mesmo para que a indústria da mineração seja vista com a mesma relevância. Acredito que podemos aprender com o agronegócio, já que algumas ferramentas desse setor podem ser adaptadas para a mineração, pois a base de ambas é muito parecida”, avaliou.

Já Rodrigo Augusto Nunes comentou sobre o custo de capital. “Sabemos que o mercado de mineração para investidores em bolsas de valores no Canadá, Austrália e Londres já é mais maduro, com investimento de longo retorno. Então, cabe a nós mostrarmos que os investimentos em mineração no Brasil são lucrativos e podem ser uma boa opção. Nós, da Hochschild Mining, somos listados na bolsa de Londres desde 2008, e desde quando começamos a investir no Brasil ficamos fascinados com a estrutura institucional e social do País. Por isso, continuo a acreditar muito no potencial da mineração do Brasil, e cabe a nós continuarmos buscando capital estrangeiro e conscientizando nossos investidores locais para que esses investimentos se concretizem no País”, apontou Nunes.

Na sequência, Vinícius Assis abordou a origem da holding do negócio de metais, criada em 2023, para transição energética da Vale. “A empresa foi criada justamente para ser mais ágil e mais focada nos minerais de transição energética. Atualmente, a Vale Metais Básicos possui uma governança própria e uma liderança executiva que permeia todas as operações. Quando olhamos o nosso portfólio, estamos falando basicamente de operações do Atlântico Sul e Norte, mais direcionado para o Canadá, e também de operações na Indonésia. Temos investimentos na casa de R$ 36 bilhões para os próximos dez anos”, salientou.

O diretor-presidente do IBRAM, Raul Jungmann, questionou Gustavo Horbach sobre como quebrar o ciclo de empresas que, mesmo com condições de abrir seu capital, não o fazem. Horbach respondeu dizendo que isso acontece devido à tradição de se manter fechado “ou por falta de um ambiente que estimule a abertura de capital?”, perguntou. “Essa situação é multifatorial. Temos muitas empresas sólidas e familiares que em breve vão passar por um processo de modernização para o mercado de capitais. Mas também temos um número considerável de empresas menores e familiares que não veem a profissionalização como uma opção. Essas empresas, provavelmente, irão passar por um processo de aglutinação. Outro ponto importante é que nossa bolsa não privilegia a participação do pequeno investidor. Mas a educação financeira, que cresceu nos últimos anos, vai levar mais empresas para a bolsa. E a mineração, sendo um negócio tão atraente, com certeza também terá papéis atrativos para isso. Esse ciclo será quebrado quando isso acontecer”, apontou.

Para Rodrigo Nunes, Jungmann indagou sobre a insegurança jurídica na mineração e a expectativa do setor para superar os obstáculos que travam os investimentos. “O licenciamento ambiental, para mim, é muito relevante na tomada de decisão. O Brasil tem um sistema ambiental bastante sólido em comparação com outros países da América Latina, mas existem oportunidades de melhorias, tanto nas agências ambientais quanto na qualidade técnica dos estudos de impacto ambiental. Em relação à insegurança jurídica, o Brasil avançou muito, mas a parte tributária ainda é complexa e esperamos melhorias com a Reforma Tributária. Mesmo assim, comparativamente o Brasil tem uma base institucional e de licenciamento ambiental muito sólida”, analisou. Logo depois, Vinícius Assis tornou a falar sobre o objetivo da criação da Vale Metais Básicos. “A empresa nasceu para intensificar e destravar o valor do negócio. Nós temos excelentes potenciais dos nossos ativos atuais, principalmente se tratando de cobre e de níquel. Para se ter uma ideia, temos a intenção de dobrar a produção de níquel e triplicar a produção de cobre em dez anos”, disse Vinícius. Ao fim do painel, Vinícius Assis, Rodrigo Augusto Nunes e Gustavo Bastide Horbach fizeram apresentações, por meio de slides e de vídeos com informações das operações, e destacando o portifólio de crescimento de suas respectivas empresas, a Vale Metais Básicos, a Hochschild Mining PLC e a EuroChem.

Valor - SP   13/09/2024

Contratos para janeiro, os mais negociados, encerraram o dia em alta de 3,97%, a 707 yuans (US$ 99,30) a tonelada

Os futuros do minério de ferro registraram forte valorização na bolsa chinesa de Dalian, impulsionados pela retomada parcial da produção siderúrgica chinesa.

Os contratos para janeiro, os mais negociados, encerraram o dia em alta de 3,97%, a 707 yuans (US$ 99,30) a tonelada.

Máquinas e Equipamentos

IstoÉ Dinheiro - SP   13/09/2024

A Comissão Interministerial de Contratações Públicas do governo Lula aprovou nesta quinta-feira, 12, resolução para aplicação de margem de preferência em contratações públicas de painéis solares e máquinas de grande porte utilizadas na construção civil, produção agrícola e mineração – conhecidas como equipamentos da linha amarela – que incluem tratores, escavadeiras e empilhadeiras. A informação foi divulgada pelo Ministério da Gestão e Inovação (MGI), que preside o órgão.

A pasta lembrou que o instrumento permite que a Administração Pública dê preferência para a aquisição de produtos e serviços nacionais, via licitação, desde que a diferença em relação à oferta estrangeira mais barata não seja superior a 10%. A margem pode chegar até 20% se o produto for resultante de desenvolvimento e inovação tecnológica nacional. As mesmas vantagens podem ser concedidas a produtos feitos com materiais reciclados, recicláveis ou biodegradáveis.

Nos últimos 12 meses, o governo federal comprou cerca de R$ 1,04 bilhão em máquinas da linha amarela e R$ 246 milhões de sistemas fotovoltaicos. “O governo é um importante comprador de máquinas da linha amarela em particular, mas também de sistemas fotovoltaicos”, disse o MGI.

Além da pasta, compõem a comissão mais cinco ministérios – Ciência, Tecnologia e Inovação; Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; Fazenda; Relações Exteriores; e Trabalho e Emprego – além da Casa Civil, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). O encontro realizado hoje foi o segundo do grupo, que se reuniu pela primeira vez em maio, quando aprovou resolução de preferência para compra de ônibus, metrôs e trens fabricados no Brasil.

Valor - SP   13/09/2024

Distribuição de R$ 1,7 bilhão previsto para o programa neste ano não será igual entre todos os setores.

O governo federal estabeleceu que 23 setores industriais terão direito ao mecanismo de depreciação superacelerada de máquinas e equipamentos, segundo decreto publicado nesta quinta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) no Diário Oficial da União (DOU). O programa ainda depende, no entanto, de portaria adicional para efetivamente entrar em vigor.

A distribuição de R$ 1,7 bilhão previsto para o programa neste ano não será igual entre todos os setores. Cada um deles terá direito a, no máximo, 12% do total, aproximadamente R$ 204 milhões. Além disso, o Mdic optou por dividir o R$ 1,7 bilhão de acordo com o “tamanho das atividades” de cada um dos setores “na economia brasileira”, segundo comunicado divulgado pela pasta.

O Mdic também informou que a participação da empresa “está condicionada à habilitação prévia” pela Receita Federal. A própria pasta também “poderá exigir dos beneficiários obrigações relacionadas à promoção da indústria nacional, à sustentabilidade e à agregação de valor no país”.

Além disso, a entrada em vigor da depreciação superacelerada ainda depende de portaria a ser publicada em conjunto com o Ministério da Fazenda, a fim de definir quais “as máquinas, os equipamentos, os aparelhos e os instrumentos” que farão parte do programa.

Apresentada no fim de 2023 pelo governo federal e aprovada pelo Congresso Nacional neste ano, a depreciação superacelerada é um incentivo fiscal que permitirá a empresas deduzir do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) investimentos realizados em máquinas e equipamentos. A dedução poderá ser realizada em até dois anos. A medida terá impacto apenas no fluxo das contas das empresas e do governo federal, sem alteração no estoque de impostos a ser recolhido, já que toda a quantia é em algum momento recuperada pela União.

No comunicado, o vice-presidente e titular do Mdic, Geraldo Alckmin, afirma que a depreciação é um dos programas “mais importantes” lançados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já que “a indústria é o motor do desenvolvimento”. Ele diz que a inclusão de 23 setores “é um bom começo”, mas que o governo federal tem “planos para aumentar os recursos e ampliar seu alcance”.

Confira abaixo a lista de setores beneficiados e a quantia a que cada um deles terá direito:

  • Alimentos (R$ 204 milhões)
  • Artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (R$ 18,7 milhões)
  • Produto têxteis (R$ 38,2 milhões)
  • Confecção de artigos de vestuário e acessórios (R$ 10 milhões)
  • Produtos de madeira (R$ 31,9 milhões)
  • Papel e celulose (R$ 204 milhões)
  • Impressão e reprodução de gravações (R$ 8,9 milhões)
  • Biocombustíveis (R$ 141,9 milhões)
  • Produtos químicos, exceto beneficiados pelo Reiq (R$ 72 milhões)
  • Farmacêutico (R$ 58,2 milhões)
  • Produtos de borracha e plástico (R$ 143,3 milhões)
  • Minerais não metálicos (R$ 177,5 milhões)
  • Metalurgia (R$ 193,5 milhões)
  • Produtos de metal (R$ 70,9 milhões)
  • Equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos (R$ 31,5 milhões)
  • Aparelhos e materiais elétricos (R$ 54,4 milhões)
  • Máquinas e equipamentos (R$ 74,9 milhões)
  • Peças e acessórios para veículos (R$ 84,2 milhões)
  • Equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (R$ 16 milhões)
  • Construção de edifícios (R$ 16,3 milhões)
  • Móveis (R$ 15 milhões)
  • Obras de infraestrutura (R$ 14 milhões)
  • Produtos diversos, como material de escritório, guarda-chuva, painéis, letreiros, joalheria, instrumentos musicais, artigos esportivos e outros produtos considerados de produção residual (R$ 20 milhões).

AUTOMOTIVO

Valor - SP   13/09/2024

Montadoras buscam maior escala enquanto enfrentam uma transição mais cara e demorada do que o esperado dos motores de combustão interna para os elétricos

A General Motors e a Hyundai estão explorando uma parceria que poderia gerar economias em itens como aço e materiais para baterias de veículos elétricos, ou até mesmo resultar no desenvolvimento e produção conjunta de veículos, disseram as empresas nesta quinta-feira (12).

As montadoras buscam maior escala enquanto enfrentam uma transição mais cara e demorada do que o esperado dos motores de combustão interna para os veículos elétricos.

As companhias firmaram um acordo para discutir maneiras de desenvolver veículos juntos, incluindo modelos com motor a combustão, bem como carros elétricos e movidos a hidrogênio.

As duas empresas se recusaram a dar mais detalhes sobre a possível parceria, que seria a primeira desse tipo entre a GM e a Hyundai, dizendo que mais informações seriam divulgadas se os acordos legais fossem finalizados.

“A GM e a Hyundai têm forças complementares e equipes talentosas”, disse a diretora-presidente da GM, Mary Barra, em um comunicado. “Nosso objetivo é desbloquear a escala e a criatividade de ambas as empresas para oferecer veículos ainda mais competitivos aos clientes.”

A GM, que ainda depende de caminhonetes e utilitários movidos a gasolina para a maior parte de seus lucros, adiou vários projetos de veículos elétricos e agora planeja adicionar novos modelos híbridos na América do Norte, após decidir abandonar essa tecnologia no final da última década.

A montadora ainda acredita em um “futuro totalmente elétrico” e está lançando vários novos modelos movidos a bateria este ano, que a GM espera que eventualmente gerem lucro.

Nos últimos anos, os executivos da GM enfatizaram a necessidade de reduzir custos diante de regras mais rigorosos sobre emissões de veículos e das pressões competitivas da China e de outros lugares.

A Hyundai e sua parceira Kia se tornaram a segunda maior vendedora de veículos elétricos nos Estados Unidos, atrás da Tesla. Juntas, representaram 10% de todos os modelos vendidos até julho, de acordo com a empresa de pesquisa Motor Intelligence. A Kia não faz parte das conversas de parceria com a GM, disse um porta-voz da Hyundai.

Em agosto, a Hyundai disse que estava mantendo sua meta de vender dois milhões de veículos elétricos globalmente até 2030, em contraste com muitas outras montadoras que reduziram suas metas devido à fraca demanda dos consumidores por veículos movidos a bateria.

Uma parceria com a GM poderia ajudar a Hyundai a expandir sua presença nos EUA. O diretor de operações da Hyundai, José Muñoz, disse que a empresa não tem conseguido produzir veículos suficientes devido à falta de espaço nas fábricas. A montadora coreana também perdeu alguns créditos fiscais para compradores de veículos eléricos porque não os produz nos EUA.

A Hyundai e a Kia estão construindo uma nova fábrica na Georgia, que deve ser inaugurada no final de 2024, permitindo que as montadoras-irmãs produzam mais 300 mil veículos por ano.

Em 2020, a GM anunciou uma aliança com a montadora japonesa Honda, que envolvia uma cooperação de amplo alcance, desde a engenharia de componentes veiculares até a compra de peças. No entanto, essa parceria acabou com um escopo mais limitado.

No início deste ano, a Honda lançou dois utilitários elétricos, o Honda Prologue e o Acura ZDX, que foram desenvolvidos na plataforma Ultium EV da GM e montados pela americana. As montadoras cancelaram os planos de desenvolver veículos elétrico mais baratos para o final desta década.

A Honda agora está construindo sua própria fábrica de carros elétricos em Ohio e não anunciou novos modelos com a GM. As duas empresas confirmaram que ainda colaboram na tecnologia de células de combustível de hidrogênio.

FERROVIÁRIO

Money Times - SP   13/09/2024

A Vale (VALE3) disse que continua as negociações com o Ministério dos Transportes sobre a concessão das ferrovias Estrada de Ferro Carajás (EFC) e da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), que ligam às minas de produção aos portos.

Segundo O Globo, o presidente indicado da empresa, Gustavo Pimenta, esteve em Brasília na tentativa de fechar o acordo.

No começo do ano, o ministério cobrou R$ 25,7 bilhões da mineradora por outorgas não pagas na renovação antecipada de contratos, que ocorreu ainda na gestão Bolsonaro, em 2020. O contrato de Carajás, por exemplo, venceria em 2027, mas foi antecipado por mais 30 anos.

A ofensiva foi feita com base em uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que aprovou um acordo semelhante com a Rumo (RAIL3) de R$ 1,5 bilhão em pagamentos adicionais pela renovação da Malha Paulista.

Em entrevista feita em junho, o ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que o acordo poderá chegar a cerca de R$ 20 bilhões, já que o governo pretende retirar descontos concedidos às empresas ferroviárias pela administração anterior.

Ainda segundo O Globo, a Vale apresentou em abril uma proposta para pagar R$ 16 bilhões, mas o governo não aceitou.

Vale: Acordo de Mariana

Na noite da última quinta, a Vale disse que também segue em negociação para acordo envolvendo as multas da tragédia de Mariana estão avançadas, apesar de sem um acordo definitivo.

Segundo o comunicado, a companhia espera chegar a um acordo final no processo de mediação em outubro de 2024, o qual será devidamente divulgado ao mercado.

O esclarecimento ocorre dias depois da Reuters informar que a mineradora poderá fechar em breve um acordo com autoridades brasileiras para o pagamento de cerca de R$ 100 bilhões.

O montante é superior aos R$ 82 bilhões de novos recursos a serem pagos para compensar o desastre, ofertados na última proposta feita pelas companhias, em junho.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um grande crítico da empresa devido a sua demora em chegar a um acordo, já afirmou ter a expectativa de ter uma solução ainda no início de outubro.

NAVAL

Portal Fator Brasil - RJ   13/09/2024

A PortosRio implementou no dia 09 de setembro (segunda-feira), o novo Sistema de Logística Portuária (SILOG) nos quatro portos sob sua administração. A solução, baseada em tecnologia web, foi desenvolvida com o objetivo de otimizar e agilizar os processos portuários, fortalecendo a integração com toda a comunidade portuária.

Com o SILOG, a PortosRio está modernizando suas operações para aumentar a eficiência na liberação de navios e mercadorias, além de reduzir o tempo e os custos das operações. A expectativa é que o SILOG contribua para o aumento do volume de cargas movimentadas, tornando os portos mais competitivos e atraentes comercialmente.

O sistema também garante conformidade com os órgãos intervenientes e integração com plataformas essenciais como o Porto Sem Papel e o SDP-Antaq minimizando retrabalhos. O início dessa operação marca um passo importante na gestão portuária, reforçando o compromisso da PortosRio com a inovação e a eficiência.

IstoÉ Dinheiro - SP   13/09/2024

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmou na tarde desta quinta-feira, 12, o compromisso de recuperar a Petrobras e a indústria naval brasileira, promessas feitas durante a campanha eleitoral de 2022. A declaração do chefe do Executivo foi feita durante uma cerimônia de inauguração de um hospital voltado para gestantes e crianças em Belford Roxo, na Baixada Fluminense (RJ), ao lado do prefeito Wagner Carneiro.

“Quando eu fiz a campanha, eu disse que nós íamos gerar mais empregos. Em apenas um ano e nove meses, nós já geramos três milhões de empregos com carteira profissional assinada. Eu disse que vamos recuperar a Petrobras e vamos recuperar a Petrobras. Vamos recuperar a indústria naval”, disse Lula.

A promessa foi reafirmada às vésperas de uma agenda do presidente na inauguração do Complexo de Energias Boaventura em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, prevista para esta sexta-feira, 13.

O polo industrial é composto pela maior unidade de processamento de gás natural (UPGN) do País, parte do Projeto Integrado Rota 3 (PIR3), e receberá gás do pré-sal da Bacia de Santos, transportado por meio do gasoduto Rota 3, que também iniciará operação.

De acordo com o governo federal, o PIR3 vai viabilizar o escoamento de até 18 milhões de m³/dia e o processamento de até 21 milhões de m³/dia de gás pela UPGN e, com isso, “aumentar a oferta de gás natural para o mercado nacional, reduzindo a dependência de importações”.

PETROLÍFERO

O Estado de S.Paulo - SP   13/09/2024

As medidas do governo encabeçadas pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para tentar baratear o preço do gás natural no País não terão efeito no curto prazo ou no atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A principal aposta do governo, de forçar uma redução na reinjeção de gás natural nos campos de petróleo em exploração, enfrenta limitações técnicas e econômicas, afirmam as empresas que atuam no setor de óleo e gás.

Procurado, o Ministério de Minas e Energia não se manifestou.

As duas mais importantes fronteiras de exploração de óleo e gás dos próximos anos são operadas pela Petrobras e pela Equinor na Bacia de Santos. São os campos de Búzios e de Bacalhau, respectivamente.

Procurada, a Petrobras informou que tem 14 plataformas de exploração já encomendadas no plano de investimentos até 2028. Destas, apenas três são dedicadas exclusivamente para ampliar a extração de gás natural e seis foram desenhadas para extrair apenas petróleo.

A primeira plataforma da Equinor em Bacalhau, cuja produção deve começar no ano que vem, só extrai petróleo. “A decisão final de investimento, de aproximadamente US$ 8 bilhões, foi tomada em junho de 2021, em um momento de muita incerteza no mercado de gás”, afirma a empresa. A plataforma deve chegar ao Brasil no fim do ano.

O decreto baixado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva há 15 dias determina que os planos de desenvolvimento de campos de exploração, inclusive os já em andamento e os maduros, sejam revistos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Nessa reavaliação, a ANP poderá determinar a redução da reinjeção e estabelecer um volume de gás natural a ser extraído obrigatoriamente. Caso as empresas não cumpram a determinação, o decreto fala em sanções contratuais e legais contra as empresas.

A reinjeção de gás é benéfica para as petroleiras porque aumenta a pressão nos reservatórios – o que faz com que o petróleo seja retirado mais rapidamente. A ideia do governo é limitar a medida, para que mais gás seja enviado até a costa, provocando aumento da oferta e queda nos preços.

O problema, explicam executivos do setor, é que cada plataforma de petróleo é customizada para cada campo, seguindo os planos de desenvolvimento de produção aprovados pela ANP. Ou seja, o porcentual de gás que será extraído em alto-mar e levado até à costa já é pré-determinado durante a construção da plataforma, com equipamentos específicos para este fim.
Custos

Cada plataforma de petróleo custa cerca de US$ 3 bilhões e leva até três anos para ser construída. Os relatos no setor são de que nunca houve um único caso de que uma plataforma tenha interrompido a sua produção para ser refeita em estaleiros de países como China, Coreia do Sul e Singapura.

Ainda que o texto preveja que as empresas sejam ouvidas neste processo de revisão e que a viabilidade seja levada em conta, as petroleiras avaliam que o texto tem potencial de gerar insegurança jurídica e elevar a percepção de risco aos olhos dos investidores.

Segundo Sylvie D’Apote, diretora-executiva de gás natural do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), associação que reúne as petroleiras, o decreto torna potencialmente afetados todos os campos em produção.

“A gente sabe que a ANP tem muitas atribuições e já está atrasada na agenda regulatória de gás e agora vai ter mais atribuições. Quantos planos serão reabertos? Potencialmente, é um número importante de campos, não somente os do pré-sal”, afirma. “Nossa preocupação não é com os campos futuros, daqui a dez anos; porque nestes, se você ainda não tiver a sua decisão de investimento, se não tiver contratado as infraestruturas, ok. Mas tem campos que vão entrar em operação”, afirma ela.

A executiva diz ainda que o próprio processo de revisão de planos de desenvolvimento não é tarefa fácil. Nesses planos, as empresas entregam para a ANP detalhes sobre como e em quanto tempo pretendem explorar os reservatórios obtidos por meio de concessão ou permissão. Uma revisão demandará novos estudos e investimentos.

“É muito difícil modificar um projeto já existente ou que a infraestrutura já tenha sido contratada. Pode significar meses de adiamento para entrar em operação ou, se tiver que modificar a plataforma, vai perder meses de produção de petróleo. Se tecnicamente for possível fazer isso, economicamente vai gerar muitos custos”, afirma ela.

O pesquisador do Instituto de Energia da PUC-Rio Edmar Almeida afirma que as revisões dos planos, mesmo que sejam feitas de forma célere, não ocorreriam no médio prazo.

“A revisão de um processo de desenvolvimento leva um ano, talvez mais. Depois que você revisou e colocou algo a mais no plano, pode levar mais alguns anos para você implementar. Então, nós estamos falando de um horizonte para além desse governo, com certeza. Pelo menos para além deste mandato (de Lula)”, afirma.

“Nos próximos cinco, seis anos, vão entrar em operação as plataformas já encomendadas. Pode ficar mais barato comprar o gás do que modificar as atuais plataformas”, diz Edmar.
Ministro diz que gás não pode ser ‘jogado fora’

Nesta quarta-feira, 11, em evento sobre gás natural em Brasília, o ministro Silveira voltou à carga em críticas contra as petroleiras.

“Temos que discutir de forma técnica, serena e equilibrada, mas com o direito dos brasileiros de entenderem que esse potencial energético é estratégico para o Brasil. Não pode ser, por uma questão econômica simplesmente ou de falta de infraestrutura, (que o gás seja) reinjetado, ou seja, jogado fora enquanto o Brasil necessita tornar mais competitiva a nossa indústria nacional”, disse.

Desde que o decreto foi publicado, em 26 de agosto, Silveira não se reuniu com representantes do setor para discutir a medida. Auxiliares do ministro afirmam que, apesar da recepção negativa, o intuito do governo não é alterar planos já em curso ou quebrar contratos, mas alterar as regras para o futuro.

Até o fim deste mês, a Petrobras deverá anunciar a abertura de um importante duto de escoamento na Bacia de Santos que aumentará a oferta de gás no País, indo na direção do que pretende o governo Lula.

Este empreendimento, chamado de Rota 3, é o mais marcante movimento para aumentar a oferta – a capacidade inicial é de 10,5 milhões de metros cúbicos por dia, o equivalente a 18% da demanda do País, segundo dados de abril.

O projeto começou em 2014 e acabou atrasado em razão de dificuldades financeiras e operacionais para se concluir a obra, então tocada pela Odebrecht.

Outros dois campos dedicados à produção de gás estão previstos apenas para 2028, após o fim do atual mandato de Lula.

A Petrobras e a Equinor são sócias no projeto Raia, na Bacia de Campos, que tem capacidade estimada em 16 milhões de metros cúbicos de gás por dia. O segundo fica no litoral de Sergipe, mas a Petrobras não conseguiu fornecedores de plataformas para explorar gás e agora se prepara para licitar a construção de dois navios próprios. Segundo pessoas a par do processo, a contratação das plataformas de gás não ocorreu em razão do preço menos vantajoso em relação ao petróleo aos olhos de investidores.
Regulação da ANP

Enquanto as petroleiras debatem a viabilidade de atender aos pedidos de Brasília no quesito da reinjeção nos reservatórios, grandes consumidores de gás natural se fiam em alterações legais produzidas pelo decreto na parte de escoamento, tratamento e transporte do gás natural.

O decreto afirma que essas estruturas passarão a ser reguladas pela ANP, inclusive empreendimentos que foram construídos e são utilizados por seus proprietários, como é o caso dos dutos que trazem o gás do alto-mar para a costa. A agência poderá determinar o preço cobrado pelo dono da estrutura.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Química, André Passos Cordeiro, observa que o decreto fixa que a ANP faça a revisão dessas tarifas em seis meses. A agência também poderá estabelecer um preço provisório.

“É uma medida que poderá ter impacto no curto prazo. Nossa leitura é que há excessivo valor cobrado na tarifa de transporte”, afirma Cordeiro.

Segundo ele, o preço no Brasil pode ser até quatro vezes mais elevado do que o praticado em outros países. “Do nosso ponto de vista, esse é um indicador claro de que tem algum elemento na composição da tarifa que está distorcido.”

Cordeiro questiona ainda a reclamação das petroleiras. “Ninguém conhece os critérios para a reinjeção (do gás), sobre o que está relacionado realmente com a necessidade técnica da empresa e o que está relacionado com o fluxo de caixa do produtor. A transparência é importante, e parâmetros técnicos para se estabelecer isso também é, porque o gás, assim como o petróleo, é um bem da União”, diz.

Sylvie D’Apote, do IBP, afirma que, neste ponto, o critério traz inovações que podem levar as empresas a fazer questionamentos na Justiça. “Fica complicado mudar retroativamente como vai ser o acesso (a essas estruturas). A ANP vai glosar os investimentos e decidir qual será a tarifa? É uma diferença grande em relação ao que está estabelecido na lei do gás”, diz ela.

CNN Brasil - SP   13/09/2024

A Petrobras está realizando um plano de contingência para garantir o escoamento de óleo, gás natural e gás de cozinha (GLP) na região Norte, em meio a uma das maiores secas da história, informou a companhia nesta quinta-feira, pontuando que não há impactos no suprimento a clientes.

As ações fazem parte da Operação Codajás, que é realizada todo ano pela Petrobras, em conjunto com sua subsidiária de transporte e logística Transpetro, no período da vazante dos rios.

O GLP produzido na região de Urucu (AM) está sendo escoado nos trechos mais críticos do rio Solimões por meio de barcaças, que conseguem passar por pontos críticos de profundidade, para depois ser transferido para navios maiores, com capacidade de 3.500 toneladas.

Além disso, a empresa pontuou que dois navios gaseiros que atuam nas rotas de navegação locais estão fundeados em Coari (AM) e poderão servir, em caso de necessidade, para tancagem de GLP. Juntos eles podem armazenar cerca de 14 mil toneladas de GLP, o necessário para 30 dias de fornecimento.

“Essa ação minimiza o risco de redução da produção de GLP de Urucu, que é associado à produção de petróleo e gás natural”, afirmou a empresa.

Já o escoamento de petróleo de Urucu segue ocorrendo sem transtornos, sendo transbordado para navios em Manaus ou Itacoatiara, seguindo para cabotagem.

IstoÉ Online - SP   13/09/2024

A Agência Internacional de Energia (AIE) revisou e reduziu a previsão de crescimento da demanda de petróleo para 2024, afetada pela desaceleração da economia chinesa, que está provocando uma queda do preço do barril.

A demanda mundial de petróleo deve crescer 900.000 barris diários (bd) em 2024, 70.000 bd a menos que a previsão anterior da agência.

A AIE revisou diversas vezes para baixo suas previsões: no início de 2024, a agência projetava um crescimento de 1,2 milhão de barris diários (mbd), 300.000 bd a mais que na previsão atual.

A demanda total em 2024 não deve superar 103 mbd, segundo a organização com sede em Paris.

A queda na demanda é explicada pela desaceleração da economia chinesa e provocou uma queda expressiva nos preços do barril.

O preço do Brent foi negociado abaixo dos 70 dólares na terça-feira pela primeira vez desde dezembro de 2021, “menos 20 dólares que em abril de 2024”, observa a AIE.

Valor - SP   13/09/2024

A queda dos preços representa um desafio para a Opep+

As recentes quedas do petróleo empurraram a cotação para fora da faixa de negociação dos últimos 12 meses, em meio ao crescente nervosismo dos investidores quanto ao impacto que a desaceleração das maiores economias do mundo terá na demanda pelo produto.

O petróleo Brent, que vinha sendo negociado entre US$ 73 e US$ 92 desde outubro de 2023, chegou a cair para US$ 68,68 no dia 10 de setembro de 2024, o menor patamar desde dezembro de 2021.

A queda veio depois de um relatório mostrar que as importações de petróleo pela China ainda estão abaixo dos níveis de 2023, o que se somou aos temores cada vez maiores quanto à demanda mundial.

Apesar de ter reconquistado certo terreno na quarta-feira, o referencial internacional do petróleo acumula queda de 13% desde 26 de agosto, quando a cotação subiu, sustentada pelos receios sobre a falta de oferta.

O West Texas Intermediate (WTI), referencial dos Estados Unidos, chegou a cair para US$ 65,27, menor cotação desde maio de 2023, embora tenha se recuperado 2,1% na quarta-feira. O Brent subiu para US$ 70,61, depois de o furacão Francine ter afetado a produção de petróleo e gás na costa americana do Golfo do México.

Na terça, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduziu sua projeção para a demanda da commodity pelo segundo mês consecutivo, apenas alguns dias depois de oito membros da Opep+, que também inclui países aliados, terem anunciado que o plano para reverter cortes voluntários na produção a partir de outubro seria postergado em dois meses.

"Todos estão mudando para o lado da expectativa baixa [...] [dizendo] que a China está ruim, os EUA estão em declínio e, de repente, estamos todos consumidos por conversas sobre a baixa e um grande clima de baixa", disse Bjarne Schieldrop, principal analista de commodities do banco SEB. Pelas "entrelinhas", ele prevê que a Opep aceitará "um preço [de mercado] mais baixo, um pouco mais de volatilidade [e] uma maior incerteza no mercado".

Outros especialistas também mostram cautela. O Citigroup aconselha os investidores a vender em qualquer movimento de alta e calcula que a cotação cairá para US$ 60 em 2025, em razão de um "excesso considerável" de oferta. Em uma conferência antes da queda de terça-feira, Ben Luckock, chefe da área de petróleo na empresa da comercializadora Trafigura, disse que o Brent cairia em breve "para a casa dos US$ 60", embora também tenha alertado contra um excesso de pessimismo.

Alguns administradores de fundos também preveem preços fracos. "Estamos com uma alocação abaixo do referencial em ações de petróleo", disse Paul Gooden, da Ninety One, acrescentando que a gestora de ativos prevê "eventos de cauda no lado negativo".

A queda dos preços representa um desafio para a Opep+. Mesmo com o adiamento do plano de elevar a produção em 180 mil barris por dia em outubro e em 540 mil até o fim do ano, estrategistas acreditam que o grupo pode ter dificuldade em sustentar os preços.

O adiamento da reversão dos cortes voluntários vem acompanhado do risco de ceder participação de mercado a outros produtores, e de forma permanente, segundo analistas. Segundo a Opep, o crescimento da oferta em 2024 será impulsionado principalmente pelos EUA, Brasil e Canadá.

Um fator que limita a alta de preço do Brent (cuja média em 2024, até o fim de agosto, era de US$ 82,90) é a perspectiva de que a Opep possa liberar mais petróleo no mercado caso as cotações subam bastante.

Por outro lado, os conflitos no Oriente Médio e, por um breve período, a disputa política que interrompeu grandes partes da produção da Líbia vinham dando um piso ao mercado. No entanto, a fraca demanda parece ter removido essa sustentação.

A decisão da Opep de postergar o aumento da produção não conseguiu sustentar os preços, sinal de que "o mercado não ficou impressionado e [que] queria mesmo um cancelamento" dos cortes, disse Nitesh Shah, chefe da área de commodities da WisdomTree, uma gestora de ETFs, fundos negociados em bolsa como se fossem uma ação.

"A difícil verdade é que a demanda está muito fraca no momento e, portanto, apenas adiar não é suficiente. Eles precisavam [ter enviado] um sinal forte de que manteriam as restrições de produção por muito mais tempo do que apenas essa postergação de dois meses."

O declínio dos preços chega em um momento sensível, antes da eleição presidencial dos EUA em novembro.

Embora a queda possa favorecer a vice-presidente Kamala Harris por reduzir os preços da gasolina para os motoristas americanos e por ajudar a conter a inflação, a fraqueza no mercado também sinaliza uma crescente preocupação de que a economia dos EUA possa estar se dirigindo a uma forte desaceleração.

Durante boa parte dos últimos cinco anos, a escassez de oferta no curto prazo fez com que o petróleo para entrega em 12 meses fosse negociado bem abaixo dos preços de curto prazo, em uma média de quase US$ 5 por barril. Agora, essa diferença desapareceu.

Isso sinaliza que os estoques podem estar em alta, como poderia ocorrer no caso de uma recessão, segundo o Morgan Stanley, embora seus economistas não prevejam uma. O banco reduziu sua previsão para o Brent no quarto trimestre de 2024, de US$ 80 para US$ 75 por barril, e projeta que a cotação ficará em US$ 75 ao longo de 2025.

Na terça, a Agência de Informações sobre Energia dos EUA (EIA, na sigla em inglês) previu que o petróleo voltará a US$ 80 por barril ainda em setembro e que a cotação média no quarto trimestre será de US$ 82, porque os cortes de produção da Opep levarão a um déficit, apesar das preocupações atuais com a fraca demanda.

Por sua vez, países interessados em aumentar a produção, como os Emirados Árabes Unidos, "agora estão começando a aceitar que 2025 não é o ano" para isso e empurrando a ideia para 2026, segundo Jorge León, estrategista de petróleo da Rystad Energy, que já trabalhou na BP e na Opep. "Eles sabem que não há espaço para elevar a produção."

AGRÍCOLA

IstoÉ Dinheiro - SP   13/09/2024

Em 2023, após seis anos ininterruptos de crescimento, a produção agrícola nacional apresentou retração na geração de valor de produção, em números absolutos, mesmo com a consolidação de um novo recorde na produção de grãos. O valor da produção das principais culturas agrícolas do Brasil alcançou R$ 814,5 bilhões, o que representa uma queda de 2,3%, na comparação com o ano anterior. É o que aponta a Produção Agrícola Municipal (PAM) 2023, divulgada nesta quinta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com a superoferta de algumas das principais commodities agrícolas, como a soja e o milho, que bateram recorde de produção no país, e o arrefecimento de mercados consumidores globais, os preços dos principais produtos agrícolas nacionais sofreram forte correção ao longo do ano, impactando diretamente na receita gerada. Ao todo, as dez culturas com maior valor bruto de produção concentraram 87% de todo o valor bruto gerado pela produção agrícola nacional.

Segundo o IBGE, dentre todas as culturas agrícolas, a soja ainda segue em destaque em termos de valor gerado. A oleaginosa também obteve recorde de produção e exportação em 2023. O volume total produzido chegou a 152,1 milhões de toneladas, um acréscimo de 25,4% no ano. Segundo a pesquisa, a soja apresentou novamente o maior valor de produção entre os produtos agrícolas levantados, totalizando R$ 348,7 bilhões, um acréscimo de 0,4% na comparação com o ano anterior.

De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, em 2023, a soja novamente liderou o ranking de valor gerado com a exportação entre os produtos nacionais.

“Por sua vez, o valor de produção obtido com a produção de milho apresentou substancial queda. Influenciado, principalmente, pela correção dos preços da commodity no mercado global, após anos em elevação, e como reflexo de uma excelente safra em termos de volume colhido, os produtores tiveram dificuldades até mesmo de encontrar armazéns de estoque para recebimento dos grãos que vinham do campo, uma vez que competiam também com uma supersafra de soja”, informa o IBGE.

Segundo o instituto, o volume de milho produzido no ano foi de quase 132 milhões de toneladas, um aumento de 20,2% em relação a 2022. “Porém, com a queda dos preços nas bolsas internacionais, o valor de produção seguiu direção contrária, com retração de 26,2%”, destaca a pesquisa.

Mesmo com registro de adversidades climáticas que afetaram a produtividade no extremo sul do país, houve, em 2023, a maior safra de grãos registrada na série histórica da pesquisa. Foi possível observar a ampliação das áreas plantadas de soja e milho, as duas principais culturas nacionais, impulsionadas pelos bons resultados alcançados nas últimas safras, aliados aos preços das principais commodities, que se mantiveram em patamares elevados nos anos anteriores, estimulando os produtores a investirem nessas culturas.

Ambas, que somadas respondem por quase 90% do volume de grãos produzidos no país, aproveitando-se das condições climáticas favoráveis em boa parte das regiões produtoras, apresentaram incremento no rendimento médio, recuperando-se dos efeitos da estiagem que afetaram as lavouras em 2022.

Em 2023, o Brasil, que já tinha a posição de maior produtor mundial de soja, obteve nova safra recorde, resultado da ampliação das áreas de cultivo e da melhor produtividade em campo. Esse resultado teve impacto direto na elevação da oferta global da oleaginosa, fazendo com que os preços dessa commodity fossem pressionados para baixo. Dentro desse quadro, mesmo em ano de supersafra, houve uma elevação de 0,4% no valor da produção da cultura.

“Com relação aos produtos, destaque para a soja. O peso da soja no valor de produção agrícola em 2023 foi de 42,8%. Temos quase metade do peso do valor da produção agrícola nacional advindo da soja. Soja lidera o peso no valor de produção agrícola em todas as regiões, à exceção do Sudeste”, diz o IBGE.

“Com relação à exportação, tivemos aumento de 29,4%, recorde com quase 102 milhões de toneladas exportadas no ano de 2023. A soja segue sendo o produto com a maior participação na pauta de exportações do país e a China segue sendo o maior parceiro comercial do país. Setenta e seis por cento da soja exportada teve como destino a China”, destaca o supervisor nacional da PAM, Winicius Wagner.

A área plantada, considerando todas as culturas levantadas na PAM 2023, totalizou 96,3 milhões de hectares, o que representou uma ampliação de quase 5 milhões de hectares. O resultado supera em 5,5% o registrada no ano anterior, mantendo o ritmo de crescimento observado ao longo dos últimos anos no território nacional. Dentre os produtos que vêm ganhando mais espaço no campo, a soja se destaca com o acréscimo de mais 3,2 milhões de hectares da área cultivada, seguida do milho de segunda safra, com aumento de 1,2 milhão de hectares.

Em 2023, o Centro-Oeste mais uma vez foi a grande região com maior valor da produção agrícola, totalizando R$ 274,9 bilhões, uma redução de 9,5% frente ao ano anterior, tendo destaque na produção de soja, milho e algodão.

Entre os estados, o destaque foi novamente Mato Grosso, com a geração de R$ 153,5 bilhões, decréscimo de 12,2% no ano, com maior participação da soja, o seu principal produto agrícola, mesmo com registro de queda de 5,9% no valor gerado com a oleaginosa.

O município de Sorriso, em Mato Grosso, apesar do decréscimo de 27,6%, mais uma vez gerou o maior valor da produção agrícola nacional, totalizando R$ 8,3 bilhões, tendo a soja e o milho como as culturas de maior valor.

Portal Fator Brasil - RJ   13/09/2024

Fortaleza (CE) —O Banco do Nordeste (BNB) e a John Deere, empresa considerada a maior fabricante de equipamentos agrícolas no mundo, assinaram, no dia 10 de setembro (terça-feira), um acordo de cooperação técnica para facilitar o acesso dos produtores rurais a linhas de crédito específicas para aquisição de tratores, colheitadeiras, plantadeiras e outros equipamentos. O objetivo é oferecer condições para os agropecuaristas aumentarem a produtividade no campo.

O documento foi assinado pelo presidente do BNB, Paulo Câmara, e vale por dois anos. O acordo renova parceria que ocorre desde 2004 e resultou na contratação de R$ 934,1 milhões em 520 operações de crédito. O valor médio das operações foi de R$ 1,7 milhão.

Segundo o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, a parceria entre o BNB e a John Deere representa um grande avanço para o setor agrícola do Nordeste, promovendo o crescimento sustentável e impulsionando o uso de tecnologia como aliada no aumento da produtividade e na consolidação de uma agricultura mais moderna e eficiente.

—A gente sabe da importância da agroindústria, do agronegócio e de todas as atividades empresariais que estão em torno do agro. Vemos uma melhoria na qualidade e na competitividade das ações com o uso da tecnologia —acrescenta o presidente do Banco do Nordeste.

Condições,— Com o acordo, os clientes do BNB poderão acessar condições especiais de financiamento, facilitando o investimento em tecnologia agrícola, inclusive por meio do cartão BNB Agro, que oferece crédito rotativo pré-aprovado para aquisição de máquinas e equipamentos. As operações visam incentivar a modernização dos processos de produção, contribuindo para um aumento significativo na eficiência das operações e na redução de custos, além de minimizar o impacto ambiental com o uso de equipamentos mais modernos e sustentáveis.

A expectativa é de que a mecanização proporcionada pelos equipamentos permita aos produtores maior competitividade no mercado, possibilitando colheitas mais ágeis, com maior qualidade dos produtos agrícolas. O acordo também fortalece o desenvolvimento regional, gerando mais empregos e oportunidades econômicas em áreas rurais.

O Banco do Nordeste criou uma página na Internet voltada aos clientes que têm interesse em contratar o crédito com condições especiais para aquisição de equipamentos agrícolas.

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