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13 de Junho de 2025

SIDERURGIA

Monitor Digital - RJ   13/06/2025

As exportações de sucata ferrosa, insumo usado na fabricação de aço, voltaram a aumentar em maio, ao alcançar 86.425 toneladas, expansão de 61,6% em comparação ao mesmo mês de 2024, com 53.472 toneladas. Houve também crescimento de 26,2% sobre abril deste ano, com volume de 68.492 toneladas.

De janeiro a maio, as exportações atingiram 333.502 toneladas, 20,7% acima de igual período de 2024, com 276.204 toneladas, conforme dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

Esse crescimento das vendas externas de sucata refere-se apenas aos volumes excedentes não consumidos internamente e se deve a alguns fatores principais, conforme o Instituto Nacional de Reciclagem (Inesfa), órgão de classe que representa mais de 5,5 mil empresas recicladoras que praticam a economia circular, reinserindo insumos no ciclo da reciclagem para transformação.

“O aumento da importação de aço, de países como China, Índia, Egito e Turquia, aliada as dificuldades de exportação para os EUA, com as tarifas impostas pelo governo Trump, vem desestabilizando todo o ciclo da transformação, com forte redução da produção interna das usinas siderúrgicas e, consequentemente, queda na demanda por sucata ferrosa”, diz Clineu Alvarenga, presidente do Inesfa. Com o agravante, segundo ele, de o aço importado, principalmente da China, ser mais poluente, trazendo prejuízos ao meio ambiente.

Segundo o instituto, essa situação, além de prejudicar as empresas de reciclagem e a indústria do aço no Brasil, tem impactado fortemente o elo mais vulnerável desse ciclo, os catadores (mais de 1 milhão no país), que fizeram dessa atividade a fonte de trabalho e renda para garantir o sustento e estão tendo seus ganhos achatados diariamente, conforme o Inesfa.

“Somos a favor do livre mercado, desde que as importações de produtos sejam limitadas e de países que trabalham para descarbonização, além de não terem parte da produção subsidiada pelo Estado” afirma Alvarenga.

Para tentar amenizar essa crise, o Inesfa continua empenhado no Senado Federal para aprovação do Projeto de Lei 1.800/2021, do deputado federal Domingos Sávio (PL-MG), que traz apensada a proposta do deputado federal Vinicius de Carvalho, visando isentar recicladores e cooperativas de catadores do pagamento de PIS e Cofins na venda de materiais reciclados à indústria de transformação. “Essa cobrança é bitributação na economia circular, que já paga o tributo em etapas anteriores, tal como a indústria, e não deveria ser taxada novamente no momento da venda de materiais reciclados”, destaca o presidente do Inesfa.

O projeto, que já foi aprovado por todas as Comissões da Câmara dos Deputados, está em análise no Senado. Foi aprovado pela Comissão de Meio Ambiente (CMA) da Casa e agora será avaliado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), para em seguida ir à sanção presidencial.

A PEC da Reciclagem, por sua vez, que altera a Constituição da República para assegurar ao insumo reciclado tributação inferior a incidente sobre os insumos virgens extraídos da natureza, também está avançando. Conforme Alvarenga, a PEC já tem mais de 100 assinaturas favoráveis entre os parlamentares, mas necessita de 171 para ser avaliada pelo Congresso.

Já a Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço) alerta para os graves impactos da possível sobretaxa definitiva na importação de folhas de aço da China (conhecidas como flandres e cromada), matéria-prima para latas de alimentos, tintas e outros produtos. A associação manifesta preocupação com o parecer final do Departamento de Defesa Comercial (Decom) e a votação final do Comitê-Executivo de Gestão (Gecex, núcleo executivo colegiado da Câmara de Comércio Exterior, a Camex), que podem confirmar a medida. Segundo a Abeaço, a decisão protege o monopólio da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em detrimento da indústria genuinamente nacional e do consumidor.

A medida protecionista ameaça 25 mil empregos diretos na indústria de embalagens de aço sob o argumento de manter esse mercado que representa cerca de 7% para a CSN. O impacto mais severo, no entanto, seria a inflação para o consumidor, com um aumento estimado de até 5% no preço final de produtos essenciais. Itens da cesta básica, como sardinha em conserva e leite em pó, seriam diretamente afetados, pesando mais no bolso das famílias de baixa renda. A medida também encarece materiais de construção, como tintas e massas, impactando programas como o Minha Casa, Minha Vida.

Em nota, a Abeaço argumenta que “a importação é uma necessidade devido a falta de tecnologia dos produtos CSN, além de qualidade inferior aos aços para embalagens praticados no mercado internacional. A entidade destaca, por fim, que a CSN, além de monopolista, atua como concorrente no setor por meio de sua empresa de embalagens, a Prada. A associação alerta ainda que a CSN já iniciou um movimento para ampliar as taxas para importações de outros países, como Alemanha, Japão e Países Baixos, em investigação iniciada no último dia 2 de junho de 2025.”

Valor - SP   13/06/2025

Os Estados Unidos terão uma golden share na U.S. Steel após sua aquisição pela japonesa Nippon Steel, disse o presidente Donald Trump na quinta-feira, enfatizando que o acordo dará ao governo o controle da gestão da siderúrgica americana.

"Temos uma golden share", disse Trump. "Temos uma golden share, que eu controlo, ou o presidente controla."

Trump estava falando com repórteres na Casa Branca sobre tarifas e regulamentações automotivas e mencionou brevemente a compra planejada da U.S. Steel pela Nippon Steel.

"Agora estou um pouco preocupado, seja quem for o presidente, mas isso lhe dá controle total", continuou ele. "É 51% de propriedade dos americanos."

Trump não forneceu detalhes sobre como o acordo seria estruturado.

A golden share (ação de ouro, em tradução literal) dá poder de veto sobre decisões importantes da gestão. Mesmo uma única ação desse tipo permitirá que o detentor cancele a nomeação ou destituição de diretores. No final de maio, foi noticiado que a Nippon Steel está considerando emitir uma golden share para o governo dos Estados Unidos.

Ao usar uma golden share, a Nippon Steel poderia transformar a U.S. Steel em uma unidade de sua propriedade integral, atendendo à demanda de Trump de que os Estados Unidos mantenham o controle sobre sua gestão.

Trump acolheu com satisfação a parceria entre a Nippon Steel e a U.S. Steel, mas insistiu que a empresa "permanecerá americana".

O presidente deveria anunciar sua decisão final sobre a compra da Nippon Steel até o prazo final de 5 de junho, mas ainda não o fez.

ECONOMIA

Infomoney - SP   13/06/2025

O caminho do Federal Reserve para retomar os cortes na taxa de juros a partir de setembro parecia se ampliar nesta quinta-feira, depois que dois relatórios do governo dos Estados Unidos apontaram para uma inflação moderada e sinais de possível enfraquecimento no mercado de trabalho.

Os preços ao produtor dos EUA subiram 2,6% em maio em relação ao ano anterior, depois da alta de 2,5% em abril, informou o Departamento do Trabalho.

Após resultados melhores do que o esperado para a inflação ao consumidor, economistas estimam que a alta dos preços pelo indicador preferido do Fed — o índice PCE — provavelmente subiu em linha com a meta de 2% do Fed no mês passado.
Economistas ainda esperam que as tarifas do presidente Donald Trump aumentem os preços e elevem a inflação neste ano, mas “a tendência de curto prazo continua favorável, permitindo que o (Fed) sinalize na próxima semana que ainda pretende afrouxar a política monetária neste ano”, escreveram economistas da Pantheon Macroeconomics.

Preços ao produtor dos EUA sobem 0,1% em maio, menos do que o esperado

Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,2% do índice, depois de uma queda de 0,5% relatada anteriormente em abril

Eles estimam que o núcleo do PCE avançou apenas 0,12% em maio em relação a abril, com base nos dados mais recentes de preços ao produtor e ao consumidor. Economistas de outras empresas de Wall Street emitiram estimativas semelhantes.

A expectativa é de que o Fed deixe sua taxa inalterada na faixa de 4,25% a 4,50% na reunião de 17 e 18 de junho. Os contratos de futuros mostram que os operadores agora esperam uma redução de 25 pontos-base em setembro, com outra redução semelhante provavelmente em outubro.

Antes dos dados desta quinta-feira, operadores previam que o Fed esperaria até dezembro para fazer um segundo corte de juros. O banco central dos EUA cortou os juros três vezes em 2024.

Um relatório separado do Departamento do Trabalho mostrou que os pedidos semanais iniciais de auxílio-desemprego permaneceram estáveis em 248.000 ajustados sazonalmente para a semana encerrada em 7 de junho, enquanto os pedidos contínuos saltaram para 1,951 milhão, seu nível mais alto desde 2021.

“Os norte-americanos, especialmente os recém-formados, estão preocupados com a dificuldade de encontrar um emprego”, disse Heather Long, economista-chefe da Navy Federal Credit Union. “Se as demissões piorarem, isso aumentará os temores de uma recessão e de uma retração nos gastos do consumidor.”

O Estado de S.Paulo - SP   13/06/2025

Após dois dias de negociações tensas, os Estados Unidos e a China parecem ter recuado da beira de um conflito econômico devastador. Talvez.

Autoridades dos dois países chegaram a um acordo verbal na madrugada da quarta-feira, 11, em Londres, para remover algumas das medidas prejudiciais que haviam usado para atingir as economias um do outro como parte de um conflito que se intensificou rapidamente nos últimos meses.

Ainda não está claro se a trégua será mantida - ou se desmoronará como a que havia sido firmada em maio. Porém, mesmo que o acordo se mostre duradouro, sua grande conquista parece ser apenas o retorno dos países ao status quo de vários meses atrás, antes que o presidente Donald Trump provocasse tensões com a China no início de abril, ao aumentar as tarifas sobre os produtos fabricados por ela.

“Parece que estamos negociando em círculos”, disse Myron Brilliant, conselheiro sênior do DGA-Albright Stonebridge Group e ex-vice-presidente executivo da Câmara de Comércio dos Estados Unidos. “Você intensifica, depois diminui a intensidade”, acrescentou. “No final das contas, não avançamos muito.”

Como resultado das negociações desta semana, as tarifas permanecerão como estão. Não há muitos detalhes, além da provável reversão das políticas agressivas adotadas pelos dois países desde maio.

Espera-se que a China flexibilize as restrições às exportações de minerais que ameaçavam prejudicar uma série de fabricantes americanos. Em troca, os Estados Unidos relaxarão as novas restrições impostas às suas próprias exportações de tecnologia e produtos, além de recuar nas ameaças de cancelar os vistos de estudantes chineses nos Estados Unidos.

Os países não anunciaram avanços em outras questões comerciais. Esses assuntos serão deixados para discussões futuras, disseram autoridades americanas.

Para muitos analistas, as reuniões em Londres levantaram questões sobre o que exatamente foi ganho com as táticas comerciais agressivas de Trump contra a China nos últimos meses, ou se suas ações acabaram por sair pela culatra.

“O que exatamente estamos ganhando que não tínhamos antes?”, questionou Veronique de Rugy, pesquisadora sênior do Mercatus Center, um think tank libertário. “Este acordo sugere que nunca houve um plano real.”

Autoridades do governo Trump argumentaram que os Estados Unidos saíram vitoriosos das recentes disputas, dizendo que as medidas punitivas que anunciaram em resposta às restrições da China às exportações de terras raras mostram que o país tem bastante poder de fogo.

Nas últimas semanas, os Estados Unidos limitaram o acesso chinês a uma variedade de softwares, produtos químicos e outras tecnologias, incluindo elementos críticos que a China usa para desenvolver chips avançados e motores a jato.

O governo também apontou a força da economia dos EUA e o efeito limitado das medidas para a inflação, argumentando que mesmo tarifas muito altas sobre as importações chinesas tiveram poucos resultados negativos.

Outros analistas não têm sido tão otimistas. Em um relatório divulgado esta semana, o Banco Mundial afirmou que as tarifas dos EUA preparariam o terreno para a década mais fraca de crescimento global desde a década de 1960.

Trump proclamou nas redes sociais na manhã de quarta-feira que o “acordo com a China está fechado” e que “a relação é excelente”, embora tenha reconhecido que o acordo ainda está sujeito à aprovação final tanto dele quanto do líder chinês Xi Jinping.

“Ímãs completos e quaisquer terras raras necessárias serão fornecidos antecipadamente pela China”, escreveu ele, em letras maiúsculas, em sua rede Truth Social. “Da mesma forma, forneceremos à China o que foi acertado, incluindo estudantes chineses em nossas faculdades e universidades (o que sempre foi bom para mim!)”.

As discussões em Londres se estenderam por dois longos dias e noites e se tornaram repetidamente acaloradas, de acordo com duas pessoas com conhecimento das reuniões. Em vários momentos, as negociações pareciam que poderiam fracassar, acrescentaram - um sinal da falta de confiança entre os dois governos.

Howard Lutnick, secretário de Comércio americano, que participou das negociações, disse que o objetivo fundamental do presidente em relação à China era “reduzir o déficit comercial e aumentar o comércio”.

“Mas primeiro tivemos de eliminar, de certa forma, a negatividade”, disse ele ao final das negociações. “Agora podemos seguir em frente para tentar fazer um comércio positivo, crescente e benéfico tanto para a China quanto para os Estados Unidos.”

Liu Pengyu, porta-voz da Embaixada da China em Washington, disse na quarta-feira que a essência das relações entre os dois países reside no benefício mútuo e na cooperação. “Não há vencedores em guerras comerciais”, acrescentou. “A China não busca conflitos, mas não se intimidará por eles.”

Analistas e especialistas argumentaram que os eventos das últimas semanas mostraram que o governo Trump exagerou em suas medidas contra a China. Os Estados Unidos têm uma necessidade quase imediata, em toda a economia, dos minerais raros e ímãs que a China produz. As restrições chinesas a essas exportações forçaram montadoras de automóveis e outras indústrias a pressionar a Casa Branca por alívio, com ameaça até de queda significativa dos estoques de equipamentos militares dos EUA.

As restrições que os Estados Unidos impuseram à China em retaliação sem dúvida também seriam dolorosas para a economia chinesa. Mas alguns analistas enfatizaram que elas também causariam prejuízos aos Estados Unidos.

Philip Luck, diretor do programa de economia do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, um think tank de Washington, escreveu em uma análise recente que as restrições dos EUA às exportações de etano destinadas à China tiveram um efeito particularmente contrário ao desejado. Elas forçaram, por exemplo, grandes empresas americanas de energia a interromper bilhões de dólares em exportações planejadas. Com o corte do etano, as fábricas chinesas poderiam simplesmente queimar outros combustíveis que podem obter em outros lugares - que custam mais, mas evitariam qualquer interrupção.

“Esses controles não conseguem atingir nem mesmo o nível mais básico de uma arma econômica”, escreveu Luck. “Além de prejudicar os produtores americanos mais do que seus colegas chineses, eles minam a própria agenda de domínio energético do governo e sinalizam aos aliados que os Estados Unidos não são confiáveis, mesmo em mercados de commodities supostamente apolíticos.”

Ilaria Mazzocco, pesquisadora sênior também do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, disse que as ameaças tarifárias e outras políticas foram guiadas por uma teoria em Washington de que “a China cederia rapidamente à pressão”, em parte porque sua economia impulsionada pelas exportações tem mostrado sinais de fraqueza.

“Acho que o que a China provou é que, na verdade, está em uma posição bastante forte e pode suportar muito sofrimento, talvez até mais do que os Estados Unidos”, acrescentou. Ela também disse que a China demonstrou sua capacidade de usar controles de exportação para causar danos aos Estados Unidos de uma forma que nunca havia feito antes.

Jin Canrong, professor de estudos internacionais da Universidade Renmin, em Pequim, escreveu em um comentário na semana passada que os metais raros eram “um trunfo nas mãos da China”. “Trump deveria entender que pressão e ameaças definitivamente não são a maneira certa de lidar com a China”, escreveu.

Alguns analistas também questionaram o precedente estabelecido pelo governo Trump ao colocar em prática os controles de exportação dos EUA, que normalmente são considerados uma questão de segurança nacional, e não uma alavanca econômica.

Wendy Cutler, vice-presidente da Asia Society e ex-negociadora comercial dos EUA, disse que os Estados Unidos “parecem ter pago um preço alto” para recuperar o acesso a minerais e ímãs críticos da China.

“Essas questões foram deliberadamente mantidas fora da mesa de negociações durante anos, dada a insistência dos EUA de que medidas relacionadas à segurança nacional não são apropriadas para uma troca de concessões”, disse ela. “Ao aparentemente reverter agora essa posição de longa data, os EUA abriram uma porta para a China que será difícil fechar.”

Ela acrescentou que a China agora pode insistir em concessões mútuas sobre controles de exportação no futuro. “O acordo de Londres pode significar um importante ponto de inflexão nas relações econômicas entre os EUA e a China”, disse.

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

O Estado de S.Paulo - SP   13/06/2025

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, atual presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (Fin), afirma que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já não consegue mais justificar medidas de aumento de carga tributária, ainda que sob a justificativa de reequilibrar as contas públicas.

Por isso, entende que a resistência no Congresso será forte à Medida Provisória (MP) editada na noite de quarta-feira, 11, com propostas para compensar o novo decreto que reduziu o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Nesta quinta-feira, 12, o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que pautará para a próxima segunda-feira a votação de pedido de urgência para o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que pretende derrubar o decreto do Executivo com o aumento do IOF.

“Haddad já não consegue justificar mais aumento de carga. Acredito que haverá uma resistência muito grande no Parlamento”, disse Maia ao Estadão.

Segundo ele, o aumento do IOF provocará um forte aumento no spread – o que vai representar aumento do custo do crédito no País. Ele diz que o IOF sobre as operações de “risco sacado” terá forte impacto sobre as pequenas e médias empresas – mesmo com o recuo do governo, que reduziu as alíquotas em relação à proposta original.

Na operação de risco sacado, um pequeno fornecedor vende produtos e insumos para uma grande empresa, mas recebe recursos adiantados, via bancos, que cobram juros baixos, já que a empresa compradora é fiadora da operação.

“Toda a agenda do secretário (de reformas microeconômicas do Ministério da Fazenda) Marcos Pinto de reduzir o spread foi por terra com esse aumento do IOF. O IOF sobre o risco continua tendo um impacto muito grande, mesmo com o recuo. O setor de metalurgia, pode ter um aumento de 6% ao ano no custo do crédito”, afirmou.

Já o Ministério da Fazenda, por sua vez, afirmou que o novo decreto “significa redução de 80% na tributação do risco sacado”. “Essa mudança atende a pleitos de diferentes setores produtivos e financeiros”, afirmou a pasta em nota.

Maia também entende que o discurso da Fazenda de taxar títulos incentivados – como LCI e LCA –, sob pretexto de “harmonizar” o setor, só faria sentido se fosse para reduzir as alíquotas médias, pagas por todos. Ele entende que o impacto será grande para o funding de setores como imobiliário, agrícola e de infraestrutura.

“O impacto vai ser muito grande. Se o governo quer harmonizar as alíquotas, fazer todo mundo pagar, então é preciso reduzir os percentuais de quem paga mais. Sem isso, é uma medida claramente arrecadatória”, afirmou.

Para o ex-presidente da Câmara, há uma agenda de redução de despesas que poderia ter aderência de parlamentares, como a desvinculação dos pisos da saúde e da educação e a criação de um teto para isenção de Imposto de Renda nos gastos com saúde, como já acontece com o setor de educação.

Money Times - SP   13/06/2025

O mercado está dividido quanto à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) dos dias 17 e 18 de junho. Segundo as Opções de Copom da B3, 48% dos investidores apostam na manutenção da Selic, enquanto 50% veem uma alta de 0,25 ponto percentual (p.p.).

As instituições financeiras também divergem sobre o rumo da taxa básica de juros. A Ativa Investimentos é uma das casas que acredita que o Banco Central (BC) irá manter os juros estáveis no atual patamar de 14,75% ao ano.

O economista-chefe da instituição, Étore Sanchez, afirma em entrevista ao Money Times, que os diretores da autarquia já estariam “preparando o terreno” para encerrar o ciclo de aperto monetário.

Sanchez aponta como indício a desaceleração do ritmo de alta da Selic: após elevações de 1 p.p. nas três decisões anteriores, o último ajuste foi de 0,50 p.p.

Além disso, a BC passou a projetar uma inflação mais “acomodatícias” para o atual horizonte relevante de política monetária, ainda que tenha deixado a porta aberta para novas elevações este mês.

A expectativa dos membros do Copom para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2026 caiu de 3,9% para 3,6%. “Nossa perspectiva é que essa projeção condicional caia ainda mais”, afirmou Sanchez.

O economista ainda destaca o componente político como um fator de influência. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse no início deste mês que os juros continuam “muito altos”, mas que acredita que o BC logo vai tomar a atitude “correta” e reduzir os custos dos empréstimos.

Ainda assim, Sanchez ressalta que não causaria nenhuma estranheza se o Copom elevasse a taxa em 0,25 p.p. e anunciasse o fim do ciclo de aperto monetário. “Seria algo meramente residual. Em termos de impactos econômicos, nós estamos falando de praticamente nada”.

A Galapagos Capital, por outro lado, defende que a autarquia deve fazer um aperto adicional na política monetária, levando a Selic ao patamar de 15% ao ano.

A economista-chefe da casa, Tatiana Pinheiro, afirma que o cenário de inflação segue adverso. “A inflação ocorrente e as expectativas estão distantes da meta e os dados de atividade econômica estão mostrando uma economia sólida e resiliente — é muito parecido com o cenário da decisão anterior”, disse ao Money Times.

Até a última leitura, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 2,75% no ano e de 5,32% em 12 meses. Já as expectativas para este e o próximo ano, segundo o Boletim Focus, estão em 5,44% e 4,50%, respectivamente.

Pinheiro pondera ainda que a economia internacional, principalmente relacionada às tarifas comerciais de Donald Trump, continua incerta.

Tom ‘hawkish’ é consenso

Apesar das divergências em relação à decisão do Copom da próxima semana, ambas as casas esperam que os diretores sinalizem o final do ciclo do aperto monetário já nesta reunião e mantenham os juros estáveis por um longo período.

“Eles vão reforçar muito a estratégia do higher for longer“, disse a economista do Galapagos.

Tanto Sanchez quanto Pinheiro acreditam que a autarquia deve manter um tom hawkish (duro) no comunicado, a fim de afastar a precificação precoce de um ciclo baixista da Selic.

“O Banco Central vai ter que não só interromper os juros com a linguagem dura, como sustentar esse tom por todo o período em que buscar a manutenção dos juros elevados”, afirmou o economista da Ativa.

“Quando um banco central interrompe um ciclo de alta de juros, começa-se a precificar quando vai começar o ciclo de baixa”, disse Sanchez. “Para que a estratégia adotada pelo Banco Central seja minimamente exitosa, ele vai ter que afastar perspectivas de corte de juros tão em breve”.

Ambos também concordam que não deve haver divergência entre os diretores do Copom na decisão, seja de manutenção ou alta.
É cedo para falar em cortes da Selic?

Os economistas afirmam que ainda é cedo para falar em cortes da Selic, uma vez que o BC deve se manter em compasso de espera por um período prolongado.

Segundo eles, a autarquia precisaria ver convergência mais séria da inflação para a meta, melhora nas expectativas e enfraquecimento da atividade para iniciar o afrouxamento monetário.

A Ativa espera que os diretores comecem a reduzir os juros a partir de junho de 2026. A projeção da casa é de que a taxa encerre o próximo ano no patamar de 11%.

Já a Galapagos vê um primeiro corte de 0,50 p.p. em dezembro deste ano, o que levaria a Selic para 14,50%. O ciclo de afrouxamento deve seguir pelo primeiro semestre e fechar 2026 em 10,50%.

Money Times - SP   13/06/2025

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro acelerou no 1º trimestre de 2025, apesar das turbulências internacionais, inflação e juros elevados. Diante do anúncio, muitos se perguntam se o resultado positivo sinaliza perspectivas melhores e mais duradouras para o desenvolvimento econômico, um momento pontual de impulsão, ou apenas uma base de comparação anterior fraca.

Segundo anúncio recente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil registrou crescimento de 1,4% do PIB entre o 4T24 e o 1T25, chegando a R$ 3 trilhões em valores correntes neste último período.

Este crescimento no 1T25 é um dos maiores do mundo entre as economias mais relevantes, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Apenas a Irlanda está à frente do Brasil, com 3,2%, enquanto a China fica em terceiro, com 1,2%. Entre os países com retração, destacam-se os Estados Unidos (-0,1%) e o Japão (-0,2%).

Como principal destaque, a Agropecuária registrou crescimento de 12,2% em relação ao 4T24, favorecido pelas safras de soja (+13,2%), milho (+11,8%), arroz (+12,2%) e fumo (+25,2%). Em particular, a soja, como carro-chefe da agricultura, deve produzir um recorde de 168 milhões de toneladas na safra 24/25. Também houve alta nos Serviços (0,3%), enquanto a Indústria ficou praticamente estável (-0,1%).

Ainda em comparação com o 4T24, o Consumo das Famílias cresceu 1,0% e o Consumo do Governo se elevou em 0,1%. Em relação ao setor externo, as exportações de bens e serviços cresceram 2,9% e as Importações se elevaram em 5,9%. A Formação Bruta de Capital Fixo cresceu 3,1%, e a taxa de investimento situou-se em 17,8% do PIB, 0,7 pp acima do período anterior, enquanto a taxa de poupança saltou para 16,3%, após dois trimestres consecutivos de queda.

Por sua vez, tomando como referência o 1T24, o 1T25 apresentou crescimento de 2,9%, sendo de 10,2% na Agropecuária, 2,4% na Indústria e 2,1% em Serviços.

No acumulado de 12 meses, o PIB cresceu 3,5%, sendo 1,8% na Agropecuária, 3,1% na Indústria e 3,3% em Serviços. Neste período, o Consumo das Famílias, o Consumo do Governo e a Formação Bruta de Capital Fixo cresceram 4,2%, 1,2% e 8,8%, respectivamente. As Exportações de Bens e Serviços cresceram 1,8% e as Importações 15,6%.
Apesar de positivos, os resultados divulgados ficaram um pouco aquém das expectativas de mercado, que previam um crescimento de 1,5% no período.

Com a divulgação do resultado do 1T25, o Governo Federal elevou de 2,3% para 2,4% a projeção de crescimento do PIB para 2025, com alta de 6,3% na Agropecuária, 2,2% na Indústria e de 2,0% em Serviços. Para os próximos anos, as estimativas se mantêm em torno de 2,6%.

De acordo com o Relatório Focus publicado no início de junho, a mediana de projeções para o crescimento do PIB em 2025 é de 2,13%, reduzindo para 1,80% em 2026.

Para os próximos meses, o desafio de crescimento passa pelo enfrentamento da política contracionista do Banco Central, que vem empenhando esforços para conter a inflação frente ao câmbio desvalorizado e à alta nos preços dos alimentos. Em decorrência dessa política, foram anunciados seis aumentos consecutivos da taxa básica (Selic) entre setembro a maio, que levaram os juros a 14,75% ao ano, o maior patamar em 20 anos.

Visando estimular a atividade econômica frente à potencial desaceleração no 2º semestre, o Governo Federal já considera uma série de iniciativas, como a ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida para a baixa renda, incentivos ao crédito, como o Consignado do Trabalhador e programas para renovação da frota de motocicletas de entregadores, liberação dos recursos retidos do FGTS para quem optou pelo saque-aniversário e antecipação de pagamentos do INSS para aposentados e pensionistas, além da devolução de valores descontados de forma indevida dos beneficiários do INSS.

Adicionalmente, estão sendo estudados programas de subsídio de luz e gás para a baixa renda. E há também o pagamento de precatórios, com possibilidade de saques a partir de agosto, num montante que pode chegar a R$ 70 bilhões, segundo estimativas do Tesouro Nacional.

Em suma, diante de um cenário de elevada incerteza global e expectativas de inflação acima da meta, é necessário ir além de medidas paliativas para conter a desaceleração econômica, é fundamental considerar uma pauta que contemple a queda consistente da dívida pública, equalização do arcabouço fiscal e incentivo a investimentos, que passam também pela redução das taxas de juros.

E a consistência e firmeza do Governo na condução de tais medidas estruturais é essencial para a melhoria da qualidade de vida de todos nós.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   13/06/2025

Os preços futuros do minério de ferro caíram nesta quinta-feira, com os investidores aguardando mais detalhes sobre as negociações comerciais entre os EUA e a China, mesmo com o presidente dos EUA, Donald Trump, dando um tom positivo.

O contrato setembro do minério de ferro mais negociado na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas em queda de 0,21%, a 704 iuanes (US$98,05) a tonelada métrica.

O minério de ferro na bolsa de Cingapura recuava 0,5%, para US$94,5 a tonelada, no início da manhã.
Trump disse na quarta-feira que estava muito feliz com um acordo comercial que restaurou uma frágil trégua na guerra comercial entre os EUA e a China.

O Ministério das Relações Exteriores da China disse na quinta-feira que a China sempre honrará seus compromissos, sem entrar em detalhes.

“Se os dois países conseguirem fechar um acordo, com certeza será uma boa notícia, pois eliminará algumas incertezas para os negócios de exportação; mas, ao mesmo tempo, poderá reduzir a possibilidade de mais estímulos (por parte de Pequim)”, disse um gerente de usina siderúrgica sob condição de anonimato.

O foco mudou temporariamente para os fundamentos enfraquecidos antes que haja mais clareza nas negociações comerciais entre a China e os EUA, disse Ge Xin, vice-diretor da consultoria Lange Steel.

“A produção de aço vem caindo há duas semanas, indicando menor consumo de matérias-primas, incluindo minério de ferro”, disse Ge.

Máquinas e Equipamentos

IstoÉ Dinheiro - SP   13/06/2025

Os Estados Unidos ampliaram o escopo das tarifas sobre o aço importado para incluir uma série de eletrodomésticos, segundo documento divulgado hoje pelo Departamento de Comércio americano.

A ordem inclui novas categorias de derivados de aço que serão alvos da sobretaxa a partir de 23 de junho. A decisão adiciona os seguintes produtos à lista de itens tarifados:

1) Combinado de geladeira/refrigerador

2) Secadoras grandes e pequenas

3) Máquinas de lavar

4) Máquinas de lavar louça

5) Refrigeradores horizontais e verticais

6) Fogões e fornos

7) Máquinas de descartes de resíduos alimentares

8) Painel de cerca de arame soldado

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou as tarifas a importações de aços poucas semanas após ter tomado posse, no começo deste ano. Inicialmente, os produtos estariam sujeitos a uma sobretaxa de 25%, mas o republicano dobrou a alíquota no início deste mês.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   13/06/2025

Elevação da alíquota fomentaria investimentos na indústria automobilística americana, segundo ele

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (12) que as tarifas sobre automóveis importados, de 25%, devem aumentar em um “futuro não tão distante”. Segundo ele, isso poderia fomentar o investimento de montadoras na indústria americana.

"Talvez eu aumente essa tarifa em um futuro não tão distante", disse Trump em evento realizado na Casa Branca. "Quanto mais alta ela for, maior a probabilidade de que construam uma fábrica aqui."

Há uma pressão por parte das montadoras sob a Casa Branca para a redução das tarifas de 25% sobre os automóveis. Uma montadora de Detroit chegou a criticar o acordo que reduziu a alíquota sobre importações de carros britânicos, mas não sobre a produção de países vizinhos, como Canadá e México, conforme informações reveladas pela agência Reuters.

A elevação cogitada pelo presidente americano vem na esteira do aumento das tarifas sobre aço e alumínio, anunciado na semana passada, cujas alíquotas dobraram, de 25% para 50%. Para isso, Trump argumentou que o dumping internacional representaria uma “ameaça à segurança nacional”.

Valor - SP   13/06/2025

Valor será determinado a partir do volume e do custo de produção de veículos fabricados em território americano

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (12) um novo processo de compensação de ajuste de importação para tarifas sobre automóveis, válido somente para os veículos montados em território americano.

As montadoras que cumprirem esse requisito podem solicitar a compensação, que está relacionada às tarifas sobre automóveis impostas pela seção 232 da Lei de Expansão Comercial dos EUA, que restringe importações que sejam consideradas, de algum modo, uma ameaça à segurança nacional.

O pedido de compensação é voltado especificamente para as tarifas aplicadas sob peças importadas, e o valor desse retorno será baseado no volume e no custo de produção dos veículos fabricados dentro dos EUA.

A medida foi revelada por meio de publicação no Federal Register, o Diário Oficial dos EUA, segundo informações da agência Reuters, e vem poucas horas após o presidente Donald Trump afirmar que as tarifas sobre automóveis devem aumentar num “futuro não tão distante.”

O Estado de S.Paulo - SP   13/06/2025

Giro a chave. A tela sensível ao toque no painel de instrumentos ganha vida. Luzes coloridas de discoteca iluminam por dentro dos alto-falantes. Ao pisar fundo no acelerador, o motor elétrico dispara em alta velocidade, cerca de 40 quilômetros (km) por hora.

Bem-vindo ao futuro da condução urbana. Talvez. Na semana passada, eu testei uma nova maneira de me locomover: os minicarros elétricos.

Se você piscar, pode até ver um carrinho de golfe. Há uma estrutura quadrada sem janelas e sem portas.

Mas olhe mais de perto e você poderá ver que esses minicarros - chamados de “veículos de baixa velocidade” (LSVs) ou, na linguagem burocrática federal, “veículos elétricos de vizinhança” (NEVs) - estão equipados para preencher um meio-termo que estava faltando na frota de transportes da América. Eles oferecem muitas das características e funcionalidades de um carro de tamanho normal, mas com um preço muito menor, enquanto entregam os benefícios ambientais de uma bicicleta elétrica.

Embora os minicarros já sejam comuns na Europa e na Ásia, a maioria dos americanos nunca ouviu falar deles. Preocupações com a segurança, infraestrutura inadequada e poucas opções além de carrinhos de golfe têm afastado as pessoas.

Mas a mudança está chegando. Quase todos os 50 Estados agora os permitem o uso do minicarro, disse Daniel Sperling, diretor do Instituto de Estudos de Transportes da Universidade da Califórnia em Davis. Em uma recente viagem à Flórida, eu os vi por toda parte, e algumas cidades estão aprovando leis para incentivá-los. Uma onda de novos designs está prestes a chegar ao mercado em duas, três e quatro rodas - incluindo um de uma subsidiária da Rivian, a fabricante de caminhões elétricos.

Os americanos podem ter dificuldade em terminar seu caso de amor (ou seria um casamento forçado?) com carros grandes e caminhões. Mas se 80% das viagens diárias nos Estados Unidos são de menos de 16 km, os LSVs podem lidar com a tarefa? Para testar a tese, eu acelerei alguns na área da Baía e tentei reimaginar o transporte desvinculado das antigas ideias do que os carros deveriam ser.

Esses carros são para deixar seus filhos no caminho para o escritório (eu) - ou apenas um brinquedo? Entre. Vamos dar uma volta.

A evolução do minicarro

Os veículos de baixa velocidade não são realmente novos. Alguns são anteriores ao próprio Henry Ford. Na década de 1830, as pessoas podiam assistir à primeira carruagem motorizada (elétrica) passar a 6 km por hora.

A encarnação moderna nos Estados Unidos começou com a trans2, uma empresa fundada pelo ex-engenheiro da General Motors, Dan Sturges, em 1997. Ele construiu carros pequenos (um até dobrável) para comprovar sua crença de que não precisamos todos de veículos grandes para nossas voltas diárias em subúrbios de ritmo lento ou centros urbanos densos.

Embora a trans2 tenha lutado financeiramente, a ideia de Sturges continuou sob outros proprietários. O governo dos EUA estabeleceu uma nova categoria de automóvel, o LSV, em 1998. De acordo com essa definição, os LSVs conseguem atingir pelo menos 32 km por hora e não mais rápido que 40 km por hora (carrinhos de golfe, em comparação, são limitados a 24 km por hora).

LSVs só são permitidos em estradas com limites de velocidade de 56 quilômetros por hora e abaixo (cidades e Estados podem definir critérios mais rigorosos). Os recursos de segurança obrigatórios incluem faróis, luzes traseiras, cintos de segurança, refletores, sinais de volta, velocímetro, espelhos e buzinas.

Ninguém tem certeza de quantos deles existem - na última contagem oficial, por volta de 2010, o Departamento de Energia estimou que 45 mil LSVs (incluindo mini-caminhões) estavam nas ruas dos EUA. Eles se tornaram populares em cidades de aposentados como The Villages, Flórida, e Sun City, Arizona. Peachtree City, Geórgia, oferece caminhos dedicados para LSVs e carrinhos de golfe.

Agora mais cidades estão começando a considerar o apelo potencialmente amplo dos minicarros: Long Beach, Califórnia, Charleston, Carolina do Sul, e Richmond, Texas, entre elas.

Na Europa, centenas de milhares de “quadriciclos” estão impulsionando esse segmento pequeno, mas de rápido crescimento, do mercado automobilístico. No Japão, cerca de um terço das vendas de carros novos são de minúsculos carros “kei”. Na China, onde os “microcarros” elétricos são vendidos por menos de US$ 2 mil, eles já são onipresentes em alguns lugares.

“Pequeno é o novo grande nas cidades”, afirmou o executivo de marketing da Nissan, Leon Dorssers, no lançamento de seu novo minicarro.

Convencer os americanos levará algum trabalho. Os preços ainda estão altos. Nos Estados Unidos, um modelo básico sem cabine começa em cerca de US$ 6 mil. Muitos são vendidos por US$ 15 mil ou mais - acima do preço dos carros usados mais acessíveis.

O segundo problema é a infraestrutura. Nem toda cidade tem estradas amigáveis aos minicarros que garantam uma rota direta para os destinos.

Isso levanta questões de segurança. Os LSVs são construídos com recursos de segurança superiores aos de um carrinho de golfe padrão, ou mesmo de uma motocicleta. Mas não foram projetados para resistir a colisões em alta velocidade com os enormes caminhões e utilitários esportivos de três toneladas que dominam as estradas dos Estados Unidos. Os defensores afirmam que a obrigatoriedade de os LSVs permanecerem em estradas de baixa velocidade e o ajuste da infraestrutura podem resolver esses problemas.

Mas muitas pessoas ainda estão compreensivelmente hesitantes em assumir o volante.

Meu pequeno test drive

Eu já dirigi todos os tipos de pequenos veículos: bicicletas elétricas de duas rodas, triciclos elétricos de três rodas como o Solo da Electra Meccanica, carrinhos de golfe clássicos e modelos legalizados para ruas, como a série Smart da Mercedes-Benz.

Mas a semana passada foi minha primeira experiência com um mini-EV pronto para a estrada de quatro rodas.

Eu me encontrei com Matt Philipopoulos, fundador da Cart Worx, e acelerei um dos LSVs Evolution em Redwood City, Califórnia.

Após ligar a ignição, a semelhança com o carrinho de golfe E-Z-GO do meu avô terminou. Esses LSVs funcionam com baterias de lítio, assim como os EVs de tamanho completo, que podem fornecer bastante energia para seu alcance de 56 km. Seu torque robusto nos permitiu entrar sem problemas no tráfego, onde outros carros nos trataram como um dos seus.

Após um veículo chegar ao seu armazém, Philipopoulos usa software para ajustar o perfil de desempenho para atender às necessidades de cada cliente. Alguns compradores são de comunidades de golfe ou condomínios fechados. Mas uma parcela crescente - cerca de 15% - está comprando para navegar pelas cidades do Vale do Silício. Um cliente faz seu trajeto diário de oito milhas (12,87 km) em uma série Evolution D-5.

Minha principal queixa foi o banco desconfortável (modelos de ponta oferecem assentos individuais) e a cabine aberta, o que pode testar a resistência dos motoristas em climas adversos. Para minha condução, uma velocidade máxima de 40 km por hora foi mais do que suficiente. Mas posso imaginar cenários em que uma velocidade extra seria útil.

Modificações após a venda podem elevar a capacidade de velocidade para 56 km por hora. Por enquanto, isso é estritamente extraoficial, já que a lei federal estabelece um limite de 40 km por hora. Mas os fabricantes da Eli, um veículo inspirado em um quadriciclo com lançamento previsto em breve, estão entre aqueles que trabalham para alterar o padrão LSV.
A próxima geração de minicarros

Em breve, você terá sua escolha de minicarros lançados em duas, três ou quatro rodas.

Um dos mais novos participantes no jogo dos LSVs é o Also, uma ramificação secreta da Rivian. Embora conhecida por seus caminhões elétricos, ela tem grandes ambições para seus pequenos veículos, disse o presidente Chris Yu, que passou quase uma década na Specialized Bikes. A chave, disse ele, será oferecer uma série de estilos de carroceria de minicarros por menos do que o preço de um carro usado.

O Also planeja fazer isso contando com a Rivian para um fornecimento barato de células de íon de lítio - e sua filosofia de design. Todos os seus veículos compartilharão componentes tecnológicos comuns, como telas sensíveis ao toque, arquitetura de bateria, antenas, software e outros componentes. Trazer a maior parte desse hardware e software para dentro da empresa significa que ele pode eliminar intermediários que aumentam o custo acima do que a maioria das pessoas está disposta a pagar e lançar rapidamente novas formas (seu primeiro produto será lançado em duas rodas no início de 2026).

“Há uma demanda reprimida por algo melhor que um carro”, disse Yu. “A lacuna entre um carro e qualquer coisa menor que um carro até agora se tornou tão enorme. Mas as pessoas estão sendo solicitadas a desistir de muitas coisas para fazer essa transição”
Como decidir se um LSV é certo para você

Fui procurar veículos de baixa velocidade que pudessem ser comprados. Parei de contar depois de encontrar dezenas deles. Há o Mark - painéis solares opcionais. Há uma frota de GEMS elegantes, com capacidade para até seis pessoas. Dois minicaminhões enfrentam o terreno em um pacote minúsculo.

As empresas de carrinhos de golfe - Evolution, Club Car e E-Z-GO, entre outras - oferecem opções inspiradas no fairway. Há até veículos híbridos movidos a pedal, como o ELF, o Veemo e o CityQ. É provável que surjam muitos outros nos próximos anos.

O que faz sentido para você? Isso pode ser mais complicado. Primeiro, você precisa verificar as leis locais. O governo federal estabelece padrões mínimos. Mas os Estados e as localidades podem restringir o uso de LSVs. Alguns revendedores de microcarros inescrupulosos alegam que os LSVs são permitidos nas ruas devido à sua velocidade máxima ou ao cinto de segurança. Há mais do que isso.

Além disso, você pode procurar um modelo que se adapte ao seu estilo de vida. Use baterias de íons de lítio, não químicas mais antigas.

Os grandes sonhos de carros pequenos já morreram antes nos Estados Unidos.

Mas para qualquer pessoa que esteja testemunhando a notável invasão das bicicletas elétricas (atualmente o veículo elétrico mais vendido nos Estados Unidos), o renascimento dos minicarros parece, pelo menos, possível.

Yu argumenta que a convergência de preços baixos, novas tecnologias e melhor infraestrutura dará início a uma era de ouro dos veículos de bolso. “A tempestade perfeita está acontecendo neste momento para tudo o que está ao sul do carro”, disse ele.

Monitor Digital - RJ   13/06/2025

O avanço do mercado de veículos eletrificados no Brasil está acompanhado de um novo desafio: a proteção dos dados pessoais dos usuários. Especialistas alertam que a coleta de informações sensíveis por veículos conectados, sem o devido consentimento, pode configurar grave violação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), os carros eletrificados já representam 7,5% do mercado automotivo brasileiro. Apenas nos quatro primeiros meses de 2025, foram vendidos 54.683 veículos, incluindo híbridos com recarga externa (PHEV), híbridos convencionais (HEV e MHEV) e 100% elétricos (BEV). As montadoras chinesas lideram com ampla vantagem.

“A presença crescente dos elétricos chineses não é apenas uma tendência é uma reconfiguração estrutural do mercado, impulsionada por inovação, escala e uma ofensiva industrial planejada. Os modelos chineses costumam oferecer mais tecnologia embarcada e maior autonomia por um preço inferior ao dos concorrentes europeus e americanos”, explica o CEO da autotech Auto Avaliar, J.R. Caporal.

Modelos de marcas como BYD, GWM, Chery e Zeekr operam com sistemas conectados à internet, inteligência artificial embarcada e coleta constante de dados. “São verdadeiros dispositivos digitais sobre rodas”, destaca Caporal. Porém, a falta de transparência sobre como e onde esses dados são armazenados e processados levanta preocupações legais e regulatórias.

Recente relatório da empresa global de cibersegurança Sophos, divulgado pelo portal Soko Directory, trouxe à tona essa discussão na Europa: veículos elétricos chineses estão sendo investigados na França por suposta coleta massiva de dados pessoais de motoristas e passageiros. A preocupação gira em torno de informações como localização em tempo real, hábitos de condução, comandos de voz e preferências do usuário, possivelmente enviadas para servidores fora da União Europeia, especialmente na China.

Para Thiago Guedes, CEO da Deserv, empresa especializada em segurança da informação, “a digitalização do setor automotivo deve vir acompanhada de responsabilidade com a privacidade dos usuários”. Ele defende que empresas brasileiras de tecnologia e proteção de dados ajudem montadoras, importadores e revendedores a adotar boas práticas de conformidade com a LGPD, realizando avaliações de impacto, implementando governança em privacidade e garantindo transparência ao consumidor desde a fabricação até a comercialização.

A LGPD estabelece princípios claros de finalidade, necessidade, transparência e segurança no tratamento de dados pessoais. Segundo Bruna Fabiane da Silva, coautora do livro LGPD: Muito além da Lei, “se um veículo conectado coleta dados sensíveis sem consentimento explícito ou sem garantir mecanismos de controle local, há risco real de violação da lei”.

Ela destaca também a questão da transferência internacional de dados: “A LGPD exige que o país de destino tenha nível de proteção equivalente ao do Brasil ou que haja cláusulas contratuais específicas. A ausência de garantias pode sujeitar montadoras e importadoras a sanções da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), além de afetar a confiança dos consumidores”.

O risco regulatório surge em um momento de forte expansão regional. Segundo o 2º Relatório de Mobilidade Sustentável – Perspectiva do Brasil, divulgado pela EvolvX durante o Latam Mobility & Net Zero Brasil 2025, o Brasil já responde por 42,6% de todas as vendas de veículos eletrificados na América Latina.

O Estado de S.Paulo - SP   13/06/2025

O presidente Donald Trump assinou nesta quinta-feira, 12, uma resolução que bloqueia a regra pioneira da Califórnia que proíbe a venda de carros novos movidos a gasolina a partir de 2035.

A resolução foi aprovada pelo Congresso americano no mês passado e visa a anular a tentativa mais agressiva do país de eliminar gradualmente os carros movidos a gasolina. Ele também aprovou medidas para revogar as políticas estaduais que restringem as emissões em certos veículos e a poluição por óxido de nitrogênio causada por caminhões.

Trump chamou as regulamentações da Califórnia de “loucas” durante uma cerimônia na Casa Branca. “Tem sido um desastre para este país”, disse ele.

Isso ocorre no momento em que o presidente republicano está envolvido em um conflito com o governador democrata da Califórnia, Gavin Newsom, sobre a decisão de Trump de enviar tropas para Los Angeles em resposta aos protestos contra a imigração. É o mais recente episódio de uma batalha contínua entre o governo Trump e a Califórnia, fortemente democrata, sobre questões que incluem tarifas, direitos dos jovens LGBTQ+ e financiamento para carregadores de veículos elétricos.

Espera-se que a Califórnia conteste na Justiça a última medida de Trump que muda suas regras de padrões para veículos.

“Se é um dia que termina em Y, é mais um dia da guerra de Trump contra a Califórnia”, disse o porta-voz de Newsom, Daniel Villaseñor, em um e-mail. “Estamos revidando.”

As três resoluções que Trump assinou bloquearão a regra da Califórnia de eliminar gradualmente os carros a gasolina e encerrar a venda de novos veículos até 2035. Elas também eliminarão as regras que eliminam gradualmente a venda de veículos a diesel de médio e grande portes e que reduzem as emissões de escapamento dos caminhões.

Newsom, considerado um provável candidato democrata à presidência em 2028, e autoridades da Califórnia afirmam que o que o governo federal está fazendo é ilegal e disseram que o Estado planeja entrar com uma ação judicial.

As assinaturas ocorrem no momento em que Trump prometeu reviver a fabricação de automóveis americanos e impulsionar a perfuração de petróleo e gás.

A medida segue outras ações do governo Trump para reverter regras que visam a proteger o ar e a água e reduzir as emissões que causam mudanças climáticas.

A Agência de Proteção Ambiental (EPA) propôs na quarta-feira a revogação das regras que limitam as emissões de gases de efeito estufa de usinas movidas a carvão e gás natural.

Dan Becker, do Centro para a Diversidade Biológica, disse que a assinatura das resoluções foi “a mais recente traição de Trump à democracia”.

“Assinar este projeto de lei é um abuso flagrante da lei para recompensar as grandes empresas petrolíferas e automotivas às custas da saúde e do bolso das pessoas comuns”, disse Becker em um comunicado.

A Califórnia, que tem um dos piores índices de poluição atmosférica do país, conseguiu obter permissões da EPA durante décadas para adotar padrões de emissões mais rigorosos do que o governo federal.

Em seu primeiro mandato, Trump revogou a capacidade da Califórnia de aplicar seus padrões, mas o presidente democrata Joe Biden os restabeleceu em 2022. Trump ainda não tentou revogá-los novamente.

Os republicanos há muito criticam essas permissões e, no início deste ano, optaram por usar a Lei de Revisão do Congresso, uma lei que visa a melhorar a supervisão do Congresso sobre as ações das agências federais, para tentar bloquear as regras.

Isso apesar de uma conclusão do US Government Accountability Office, um órgão fiscalizador apartidário do Congresso, de que os padrões da Califórnia não podem ser legalmente bloqueados usando a Lei de Revisão do Congresso.

A Califórnia, que representa cerca de 11% do mercado automotivo dos EUA, tem um poder significativo para influenciar as tendências da indústria automotiva. Cerca de uma dúzia de Estados assinaram a adoção da regra da Califórnia que elimina gradualmente a venda de carros novos movidos a gasolina.

A Associação Nacional de Concessionárias de Automóveis apoiou a decisão do governo federal de acabar com a proibição da Califórnia aos carros movidos a gasolina, afirmando que o Congresso deveria decidir sobre uma questão nacional como essa, e não o Estado.

A Associação Americana de Caminhoneiros afirmou que as regras não eram viáveis e comemorou a decisão do Congresso de bloqueá-las.

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial.Saiba mais em nossa Política de IA.

CONSTRUÇÃO CIVIL

InfraRoi - SP   13/06/2025

A intenção do governo federal de tributar em 5% a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) acendeu um alerta para o setor construtivo, como apontou a fala do presidente da Câmara Brasileira da Indústria de Construção (CBIC), Renato Correia, durante painel do 2º Brasília Summit. No evento, realizado ontem (11/6), ele voltou a defender a busca por outras soluções para o déficit fiscal que não aumentem da carga tributária sobre o setor produtivo.

O instrumento da LCI é essencial para o financiamento do mercado imobiliário. Com a queda dos investimentos na caderneta de poupança, a LCI vem ganhando espaço junto com outras letras do mercado financeiro. Dados da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) mostram que a composição do funding para imóveis de médio e alto padrão conta com 17% de investimentos em LCI, cerca de R$ 403 bilhões, abaixo apenas da caderneta de poupança, que ainda representa a maior parte (32%), com R$ 773 bilhões.
Conversas com o governo visam evitar tributação da LCI

Correia afirmou esperar um desfecho positivo para o diálogo aberto pela entidade com o governo federal e o Congresso Nacional, segundo a Agência CBIC. “Estivemos com o ministro Haddad ontem (10/6). A gente conversa com todos os governos, porque nós temos que cumprir essa missão que é colocar habitação de qualidade para o povo, colocar infraestrutura para que a gente possa entregar tudo que tem para entregar, precisa de infraestrutura e a construção civil é o caminho para isso”, afirmou.

O presidente da entidade afirma que, se for aprovada, a medida desestimulará o investimento e, consequentemente, levará à redução da oferta de moradia no País. “Nós precisamos manter a atividade no ritmo para que possamos suprir a demanda brasileira”.

O déficit habitacional brasileiro é de cerca de 7 milhões de unidades, número que a CBIC diz estar longe de ser ofertado. Para a entidade, a tributação das LCIs vai encarecer o crédito habitacional tanto para a produção quanto para a aquisição, tendo como resultado não apenas a redução da oferta como maior dificuldade para o comprador conquistar a casa própria. “Zerar o déficit exige quase R$ 1 trilhão em investimentos”, disse Correia, mencionando dado de estudo produzido pela CBIC.

O Estado de S.Paulo - SP   13/06/2025

O Banco Central está trabalhando na regulamentação de um novo sistema de amortização para o crédito imobiliário, conforme apurou o Estadão/Broadcast. O foco dos estudos é o aprimoramento da linha de crédito imobiliário corrigida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Procurado, o Banco Central não comentou.

Essa modalidade foi lançada em 2019, mas acabou engavetada pelos bancos nos anos seguintes, uma vez que os picos de inflação aumentaram bruscamente as parcelas dos mutuários e geraram casos de inadimplência. Isso levou a uma correria para a portabilidade das operações para linhas com juros pré-fixados e/ou corrigidas pela Taxa Referencial (TR), cuja oscilação é próxima de zero.

O princípio da proposta em estudo pelo Banco Central é, justamente, evitar que as oscilações bruscas na parcela pesem no bolso dos consumidores. Para isso, está sendo estruturado um mecanismo que permita transferir os aumentos do IPCA para o saldo devedor do empréstimo, diluindo o impacto em vez de recair integralmente na parcela mensal.

Hoje a parcela é corrigida por uma taxa fixa + IPCA. Se o IPCA dispara, a parcela também dispara. Nessa proposta, em vez de o valor adicional ser acrescido na parcela mês a mês, seria transferido para o saldo devedor - cujo pagamento acaba diluído ao longo de todas as parcelas. Hoje os modelos de amortização são Price e Sac. Na primeira, as parcelas fixas; e na segunda, são decrescentes.

Uma pessoa do setor bancário, envolvida nas discussões, confirmou o teor dos estudos. Ela explica que a regulamentação tenta evitar o que aconteceu logo depois que se lançou o crédito imobiliário por IPCA. Em 2019, a inflação foi de cerca de 4%. Em 2021, foi para 10%. A inflação disparou e exigiu vários processos de portabilidade.

O objetivo da movimentação do BC é criar alternativas sustentáveis para ampliar as fontes de recursos que abastecem as linhas de crédito habitacional, compensando a queda dos recursos das cadernetas de poupança - maior e mais tradicional funding (fonte de recursos) do setor.

O foco do BC nas linhas corrigidas pelo IPCA se justifica porque essa é uma operação de crédito que os bancos podem revender no mercado secundário a investidores e levantar mais recursos para abastecer novos financiamentos imobiliários, criando uma solução estrutural para o setor.

A securitização, como é chamada essa operação, não acontece nas linhas corrigidas pela TR, cuja variação é muito baixa e não desperta atratividade para investidores.

Uma pessoa a par da discussão afirmou que esta não é a única proposta em avaliação pelo Banco Central para enfrentar a escassez de recursos no crédito imobiliário. Outras medidas também estão sendo analisadas e devem ser anunciadas nas próximas semanas.

Na terça-feira, 10, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que espera anunciar em breve um novo modelo de financiamento imobiliário, que vai utilizar fontes de mercado.

Na ocasião, Galípolo não deu detalhes sobre o novo modelo, mas ressaltou que os recursos da caderneta de poupança estão ficando mais escassos e que, portanto, é preciso desenvolver alternativas de funding. As declarações ocorreram durante o Febraban Tech, evento que reuniu agentes financeiros esta semana, em São Paulo.

No mesmo evento, o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, reforçou que é preciso pensar em operações mais estruturais para garantir funding para o financiamento imobiliário de forma mais permanente.

Escassez de fontes de recursos

Os bancos e as construtoras começaram a discutir mais intensamente a necessidade de criar alternativas de funding para o crédito imobiliário devido ao esgotamento da poupança.

A caderneta teve uma perda líquida de R$ 248 bilhões (saldo entre saques e depósitos) nos últimos quatro anos, o que comprometeu a disponibilidade de recursos para financiamentos.

FERROVIÁRIO

Money Times - SP   13/06/2025

A Ultracargo, empresa de soluções logísticas integradas do grupo Ultrapar, concluiu a construção de um desvio ferroviário que permitirá o escoamento de etanol de milho produzido no Centro-Oeste e o envio de derivados do petróleo para abastecer as máquinas do agronegócio na região, informou a companhia em nota nesta quinta-feira.

O desvio conecta Opla — joint venture entre Ultracargo e BP, considerado o maior terminal independente de etanol do Brasil –, em Paulínia (SP), ao terminal da companhia em Rondonópolis (MT). Desde 2023, o projeto recebeu um investimento de aproximadamente R$200 milhões.

Com 4,4 km de linhas férreas, 14 posições de carga e 28 de descarga, a nova infraestrutura está conectada ainda à malha ferroviária da Rumo. O transporte, segundo a Ultracargo, será realizado por composições de até 80 vagões, com trens carregados tanto na ida quanto na volta.

A operação terá capacidade de tancagem estática de 180 mil metros cúbicos (m³), e poderá movimentar até 6 milhões de m³ de produtos por ano, sendo 3 milhões de m³ de etanol e 3 milhões de m³ de derivados de petróleo.

O presidente da Ultracargo, Fulvius Tomelin, disse em nota ser “fundamental” investir em infraestrutura logística e de armazenagem, especialmente entre o Centro-Oeste e o Sudeste, diante do crescimento da produção de etanol a partir do milho.

“Nosso foco é integrar modais, otimizar rotas e destravar o potencial competitivo do Brasil”, disse Tomelin.

A competitividade do etanol de milho tem sido impulsionada pelo transporte ferroviário.

A empresa ressaltou que o Brasil já é o segundo maior produtor mundial de etanol de milho, citando dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

“Corredores logísticos como o que liga São Paulo ao Mato Grosso e o que conecta Maranhão e Tocantins ajudam a reduzir gargalos, custos logísticos e impactos ambientais, beneficiando consumidores e indústrias em todo o país.”

Estão ainda previstas para 2025 a entrega pela Ultracargo de um novo trecho de linhas férreas e a expansão da capacidade de armazenagem em Rondonópolis (MT); a expansão em Santos (SP); e a inauguração do terminal de Palmeirante (TO), que buscará fortalecer a logística de combustíveis no Arco Norte.

Grandes Construções - SP   13/06/2025

O Grupo Comporte, apoiado pelos estudos técnicos realizados pela TÜV Rheinland, conquistou a vitória no leilão de concessão das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

O contrato, que envolve investimentos estimados em R$ 14,3 bilhões ao longo de 25 anos, será executado no modelo de Parceria Público-Privada (PPP), prevendo ampla modernização e expansão da malha ferroviária urbana na região metropolitana de São Paulo.

Os estudos de engenharia realizados pela TÜV Rheinland contemplaram uma análise e detalhada das necessidades técnicas e operacionais envolvidas na implementação dessas linhas.

A equipe de engenharia envolvida no projeto realizou uma avaliação completa dos aspectos estruturais, de segurança e de eficiência, considerando desde a infraestrutura das vias até os sistemas de sinalização e controle.

"Nosso foco foi identificar oportunidades de melhoria e otimização nas operações das linhas, garantindo uma proposta alinhada às exigências do edital", destacou Marcos Camelo, Diretor de Ferrovias na TÜV Rheinland para a América Latina.

O trabalho da TÜV Rheinland possibilitou à Comporte oferecer um maior desconto oferecido sobre a contraprestação pecuniária pública – o que na prática, significa que a proposta vencedora exigirá menos recursos do Estado para operar as linhas.

No leilão, o grupo superou a concorrente com um desconto de 2,57% contra 1,45%, e como a diferença foi superior a 20%, não houve abertura para lances adicionais.

O diretor do Grupo Comporte, José Efraim Neves, ressaltou a importância da parceria: "A expertise da TÜV Rheinland foi essencial para entendermos os desafios e potencialidades do projeto, resultando em uma proposta sólida e vencedora.”

A concessão das linhas 11, 12 e 13, também conhecida como Lote Alto Tietê, inclui a construção de novas estações, modernização da infraestrutura existente e melhorias nos sistemas de sinalização e controle, visando oferecer um serviço de transporte mais eficiente e seguro para a população.

InfraRoi - SP   13/06/2025

A região de Sorocaba receberá melhorias significativas para os moradores com o projeto do Trem Intercidades (TIC) Eixo Oeste. O projeto de concessão do governo de São Paulo para o Trem Intercidades (TIC) Eixo Oeste, que vai ligar Sorocaba à capital, prevê investimento de mais de R$ 200 milhões na construção e requalificação das estações do TIC Sorocaba, que ligará o município à capital paulista. A iniciativa inclui a restauração dos prédios históricos das estações de Sorocaba e São Roque.

Segundo o governo paulista, toda intervenção ou restauração nos prédios históricos será realizada mediante aprovação prévia dos órgãos competentes de preservação do patrimônio. O projeto também prevê obras em Amador Bueno, em Itapevi, e a construção da nova estação Brigadeiro Tobias com investimento estimado em aproximadamente R$ 37 milhões.

As estações Sorocaba e Brigadeiro Tobias terão funções complementares. No centro da cidade, a estação Sorocaba atende a uma demanda antiga por requalificação urbana e também será atendida pelo futuro VLT do município. A estimativa é atender cerca de 5 mil usuários por dia, integrando o Trem Intercidades à mobilidade regional, cuja previsão é de 12,5 mil passageiros por dia.
São Roque terá estação requalificada e turismo impulsionado

Em São Roque, a estação ferroviária será requalificada, com preservação de sua identidade histórica e foco no desenvolvimento do turismo local. A cidade já atrai cerca de 600 mil visitantes por ano, principalmente pelo Roteiro do Vinho, que reúne hotéis, vinícolas, restaurantes e adegas. A requalificação vai melhorar o acesso e a experiência dos turistas.

Ao lado da estação, uma área de 2 mil metros quadrados poderá receber empreendimentos como hotel, centro gastronômico ou espaço de cultura e lazer.
TIC Eixo Oeste

O projeto do TIC Eixo Oeste, que conectará Sorocaba à capital paulista, prevê dois serviços: Expresso e Parador, com estimativa de atendimento a 50 mil passageiros por dia. O trajeto deverá ser feito em cerca de uma hora. A proposta inclui nova frota, modernização e construção de estações, além de integração com trens metropolitanos, metrô e o TIC Eixo Norte. O investimento estimado é de R$ 12 bilhões, com leilão previsto para o segundo semestre de 2025.

As audiências públicas presenciais ocorreram em Sorocaba (26/5), São Roque (28/5) e São Paulo (29/5). A consulta pública ficou aberta entre os dias 30 de abril e 2 de junho.

Rodoviário

Exame - SP   13/06/2025

Nos próximos 10 anos o estado do Mato Grosso do Sul deve receber pelo menos R$ 20 bilhões em investimentos rodoviários somente em dois projetos, afirmou o governador Eduardo Riedel (PSDB), em entrevista ao programa Macro em Pauta, da EXAME.

"Estamos focados nos bons projetos que têm viabilidade econômica de atrair o capital privado para investimentos. Talvez, nós tenhamos hoje um dos maiores ativos em andamento que são quase 1.900 quilômetros de rodoviais estaduais e federais que foram recentemente a leilão na B3. Se olharmos em um horizonte de 10 anos, estamos falando de R$ 20 bilhões somente em rodovias e outros projetos que estão amadurecendo", disse.

Um dos projetos considera 870,3 quilômetros das rodovias federais BR-262/267 e estaduais MS-040/338/395. O edital prevê 30 anos de contrato e R$ 10,1 bilhões em investimentos para modernizar a infraestrutura da rodovia.

O trecho abrange as regiões central e leste de Mato Grosso do Sul, onde está localizada a maior indústria de celulose do mundo, e inclui os principais corredores rodoviários que conectam a capital, Campo Grande, ao Sudeste do país. A rodovia passa por nove municípios e beneficia diretamente 1,2 milhão de moradores do estado.

O outro projeto considera a BR-163, rodovia estratégica para o escoamento da produção agroindustrial brasileira. A atual concessionária, Motiva (antiga CCR MSVia), seguirá à frente da operação do trecho de 847,2 quilômetros, com um contrato otimizado e vigência de 29 anos, após vencer o certame sem concorrência. São esperados R$ 9,3 bilhões em investimentos.

Indústria de laranja

O governador também anunciou que o setor de laranja se prepara para desembarcar no estado.
Com o aumento do greening (doença que afeta a fruta) em São Paulo, um dos principais produtores de laranja do Brasil, ao lado de Minas Gerais, os produtores têm buscado outras rotas para incentivar a produção.

Segundo Riedel, a laranja é uma cultura nova e uma das apostas do Mato Grosso do Sul (MS) para expandir seu agronegócio. Ele afirmou que o estado se preparou de forma sanitária para garantir a segurança do investidor, além de contar com infraestrutura adequada.

“Ainda não se tem indústria, mas, em um prazo muito pequeno, com o crescimento da área cultivada, a indústria estará no Mato Grosso do Sul também”, disse.

Em novembro do ano passado, o Grupo Cutrale, gigante mundial do setor de laranja, apresentou ao governador a primeira fase da sua produção em Sidrolândia, que já está em pleno vapor. O projeto prevê plantio de quase 5 mil hectares (laranja).

NAVAL

A Tribuna - SP   13/06/2025

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse nesta quinta (12) que está “muito confortável” com a decisão da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), de proibir empresas que já possuem terminais de contêineres no Porto de Santos de participarem do leilão do Tecon Santos 10. A licitação do megaterminal, no cais do Saboó (STS10), no Porto de Santos, está prevista para ocorrer ainda este ano.

Embora não tenha sido questionado, Costa Filho fez questão de enfatizar que não há interferência política na agência. “Eu me sinto muito confortável em relação à decisão da Antaq, porque a (diretoria da) Antaq foi toda indicada pelo governo (Jair) Bolsonaro. Quem indicou foi o governo anterior, não foi o nosso. Temos que respeitar a decisão da Antaq”, disse o ministro a jornalistas, após um evento em Brasília. “A gente está trabalhando para fazer com que seja o maior leilão da história”.

O ministro afirmou que aguarda agora a análise do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o leilão para “tecnicamente qualificar ainda mais a nossa posição”. “A gente defende que cada vez mais o processo seja democrático, que dê segurança jurídica ao Brasil, mas, ao mesmo tempo, que você possa buscar grandes players econômicos de todo mundo que queiram operar no Porto de Santos. É o que a gente está defendendo, mas vamos aguardar a decisão final do TCU”.

Justiça
Costa Filho acrescentou que uma judicialização do processo por parte de empresas excluídas do certame “complica um pouco” a situação. “Hoje, infelizmente, existe no Brasil a banalização da judicialização. Isso é no Congresso Nacional, numa medida provisória, num projeto de lei e, muitas vezes, num processo de algum ministério”, destacou.

Decisão
Na semana passada, a Diretoria Colegiada da Antaq confirmou a decisão que havia sido assinada no último dia 22 de maio, pelo diretor-geral substituto da Antaq, Caio Farias, por meio da Deliberação DG 38/2025.

O documento prevê um modelo de leilão em duas fases. Na primeira, os operadores com arrendamentos de terminais de contêineres em Santos ficam proibidos de participar, o que inclui gigantes como a DP World, Santos Brasil (controlada pela CMA CGM), MSC e Maersk (essas últimas duas dividem a participação no terminal da BTP). Segunda a decisão, uma segunda etapa, aberta a todos, só ocorrerá se a primeira for deserta (sem interessados).

A decisão de Caio Farias vai ao encontro da sugestão da Comissão Permanente de Licitação e Arrendamentos Portuários da Antaq, que indicou a restrição ou proibição de empresas que já possuem ativos sob o argumento de uma possível concentração de mercado por apenas uma companhia.

Polêmicas
Logo após a decisão da Antaq sobre as restrições, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) solicitou à Corte de Contas a suspensão, por medida cautelar, do processo licitatório do Tecon Santos 10. O pedido, porém, foi rejeitado e o TCU segue analisando o certame.

O Governo do Estado também saiu em defesa da concorrência aberta no leilão. Em ofício enviado ao ministro Silvio Costa Filho, pediu que os atuais operadores não sejam impedidos de participar da disputa.

Na visão do Governo Paulista, a análise sobre a concentração indevida do mercado deve ser conduzida pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Além disso, o Estado disse que a ampla competição poderia empregar maior rapidez ao projeto.

O ativo
O maior terminal de contêineres da América do Sul ocupará uma área de 621,9 mil metros quadrados (m²) no cais do Saboó, na Margem Direita do Porto de Santos. O investimento previsto é R$ 6,45 bilhões e a capacidade operacional de 3,25 milhões de TEU (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) ao ano, além de 91 mil toneladas de carga geral. O prazo do contrato é de 25 anos, com início da vigência previsto para o ano de 2026 e término em 2050, no entanto, podendo ser prorrogado sucessivas vezes até o limite de 70 anos.

Agência Brasil - DF   13/06/2025

A movimentação nos portos brasileiros foi recorde, tanto no mês de abril como no acumulado do ano. Com isso já são dois meses consecutivos de melhores resultados na série histórica, segundo os dados do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Na comparação entre a movimentação portuária registrada em abril de 2025 com abril de 2024, o crescimento ficou em 1,12%. Foram, ao todo, 107,6 milhões de toneladas de cargas.

No acumulado do ano, de janeiro a abril, a movimentação alcançou 412 milhões de toneladas. De acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos, este foi o melhor abril da série histórica. “E pelo segundo mês consecutivo, estamos batendo recorde de movimentação de cargas”, destacou o ministro Silvio Costa Filho, em nota divulgada pela pasta.

Dados estatísticos

De acordo com os dados estatísticos, a navegação por longo curso, que inclui exportação e importação, registrou crescimento de 1,71% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Foram 76,6 milhões de toneladas de cargas.

Já na cabotagem, que é a navegação entre portos do país, a movimentação chegou a 23,3 milhões de toneladas.

A navegação interna, que abrange as vias navegáveis do interior do Brasil (rios, lagoas, lagos, canais, enseadas) movimentou 7,6 milhões de toneladas.
Portos públicos e privados

Nas instalações portuárias privadas (terminais autorizados) o crescimento em abril ficou em 4%, na comparação com abril de 2024 – resultado que corresponde a 69,8 milhões de toneladas.

Nos portos públicos, a movimentação registrada no mesmo mês ficou em 37,8 milhões de toneladas.

Tendo como base o tipo de produtos, graneis sólidos apresentaram alta de 2,27%, movimentando 65,1 milhões de toneladas. Já o crescimento da movimentação de granéis líquidos ficou em 1,94% (25,7 milhões toneladas de cargas).

PETROLÍFERO

Infomoney - SP   13/06/2025

Os preços do petróleo ficaram ligeiramente mais baixos nesta quinta-feira, após comerciantes realizarem lucros a partir de uma alta de 4% na sessão anterior, diante de preocupações de que o agravamento das tensões no Oriente Médio poderia causar interrupções na oferta.

Os preços futuros do petróleo Brent fecharam em queda de 0,6%, a US$69,36 por barril. O petróleo West Texas Intermediate dos Estados Unidos (WTI) fechou em queda de 0,2%, a US$67,97 por barril.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que um ataque israelense ao Irã “poderia muito bem acontecer”, mas acrescentou que não o consideraria iminente e que prefere evitar conflitos.
Os EUA haviam decidido anteriormente retirar seu pessoal do Oriente Médio, fazendo com que ambos os índices de referência do petróleo subissem mais de 4%, atingindo o valor mais alto desde o início de abril na quarta-feira.

O aumento colocou o mercado em território de sobrecompra com base em vários indicadores técnicos, portanto, é provável que haja uma breve correção, disse Alex Hodes, analista da StoneX Energy.

Autoridades dos EUA e do Irã programaram realizar uma sexta rodada de negociações sobre o programa de enriquecimento de urânio de Teerã em Omã no domingo, de acordo com autoridades de ambos os países e seus mediadores de Omã.

Trump ameaçou várias vezes atacar o Irã se as negociações nucleares não chegarem a um acordo. Teerã, que afirma que sua atividade nuclear é para fins pacíficos, disse que retaliaria os ataques atingindo as bases dos EUA na região.

O aumento das tensões na região deixou os comerciantes de petróleo preocupados com possíveis interrupções na oferta.

Infomoney - SP   13/06/2025

O Ministério Público Federal (MPF) no Pará pediu nesta quinta-feira à Justiça Federal a suspensão imediata do próximo leilão de blocos exploratórios de petróleo e gás do Brasil, marcado para 17 de junho, informou o órgão em comunicado à imprensa.

A ação, movida contra a União e a reguladora ANP, busca impedir a oferta de 47 blocos na Bacia da Foz do Rio Amazonas, dos 172 blocos incluídos no leilão, até que sejam cumpridas medidas que estariam previstas na legislação socioambiental.

A indústria de petróleo vê grande potencial para a abertura de uma nova fronteira exploratória na Bacia da Foz do Rio Amazonas, mas o avanço enfrenta forte resistência de ambientalistas e outros grupos, que temem pelos enormes desafios socioambientais da área.
“Na ação, o MPF destaca que a expansão da exploração de petróleo na região representa um ‘grave contrassenso’ diante da emergência climática e dos compromissos assumidos pelo Brasil, como o Acordo de Paris”, disse o MPF na nota.

“O órgão aponta que a decisão de leiloar os blocos sem quantificar previamente os impactos climáticos e socioambientais é ‘cientificamente insustentável, legalmente indefensável e moralmente injustificável’.”

O MPF pediu na ação que a Justiça condicione a realização do leilão à execução de medidas como um estudo de impacto climático, que analise efeitos somados e potencializados da exploração de múltiplos blocos na bacia, argumentando que “a atividade aumenta a pressão sobre o clima e o direito a um meio ambiente equilibrado”.

O órgão também pede que seja realizada a chamada Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS), que é um estudo estratégico para classificar a aptidão da Bacia da Foz do Amazonas para a outorga de blocos exploratórios.

“O MPF considera (a AAAS) indispensável para a abertura de uma nova fronteira exploratória em área de elevada sensibilidade”, afirmou.

O MPF defende ainda estudos sobre povos e comunidades tradicionais, além de uma consulta prévia, livre e informada aos povos e comunidades tradicionais potencialmente afetados.

Será a primeira vez que serão ofertadas áreas na Bacia da Foz do Amazonas em modelo de oferta permanente, segundo a ANP explicou anteriormente. Nesse sistema, os blocos ficam permanentemente à disposição de agentes regulados interessados. Os ciclos se iniciam por provocação de empresas inscritas, a partir da apresentação à ANP de declaração de interesse por áreas disponíveis.

A medida vem após o MPF no Pará ter feito anteriormente uma recomendação para que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) suspendesse o certame.

Também está prevista para o leilão a oferta de blocos em outras quatro bacias, sendo Santos, Pelotas e Potiguar, no mar, e Parecis, em terra.

A ação se soma a outras cinco ações movidas anteriormente pelo Instituto Internacional Arayara, em cinco Estados diferentes, contra o leilão, pedindo ainda a exclusão de um total de 117 dos 172 blocos previstos para serem ofertados.

As ações da Arayara afirmaram haver “altos riscos socioambientais” em blocos ofertados na Foz do Amazonas, Fernando de Noronha, Mato Grosso e Rondônia, danos a terras indígenas e unidades de conservação, segundo disseram anteriormente representantes da organização da sociedade civil.

A ANP já informou anteriormente que todos os blocos da próxima rodada estão “sustentados por manifestação conjunta válida” do Ministério de Minas e Energia e do Ministério do Meio Ambiente. Entretanto, as empresas eventualmente vencedoras ainda precisam realizar processo de licenciamento ambiental para seguir com a exploração nas áreas.

A Petrobras busca há anos uma licença para perfurar na Bacia da Foz do Amazonas, em águas ultra profundas do Amapá. Atualmente, a petroleira prevê a realização de um simulado de emergência na região em julho, no que poderá ser o último passo antes que o órgão ambiental federal Ibama decida se dará o seu aval.

AGRÍCOLA

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   13/06/2025

Máquinas automatizadas e dados em tempo real já fazem parte da rotina de pequenos e médios produtores rurais.

Tecnologias como piloto automático e telemetria, antes associadas apenas a grandes máquinas, estão presentes em tratores de menor potência, proporcionando mais economia e eficiência nas operações do dia a dia.

Modelos com potências entre 69 cv e 145 cv são os mais utilizados nas pequenas e médias propriedades.

“São máquinas versáteis, que executam todas as etapas do trabalho no campo, como preparo do solo, plantio, pulverização, adubação, colheita e transporte. Com a tecnologia embarcada, essas operações são realizadas com mais precisão e segurança”, destaca Eder Pinheiro, coordenador de Marketing de Produto Tratores da Massey Ferguson.

Na fruticultura e na cafeicultura, o piloto automático é utilizado na sulcação, técnica que consiste na abertura de sulcos no solo onde serão plantadas as mudas, evitando falhas e sobreposição de linhas de plantio, o que resulta em menos uso de mudas, adubos e defensivos, além de um trabalho mais rápido e eficiente.

Já a telemetria permite que o produtor acompanhe em tempo real o desempenho da máquina, como a velocidade, rotação, consumo de combustível, por meio do celular ou computador. A análise desses dados ajuda a otimizar o uso dos equipamentos e corrigir falhas operacionais.

“Em uma operação de plantio, por exemplo, se dois tratores estiverem gastando quantidades diferentes de combustível, é possível que tenha uma diferença na rotação utilizada por cada operador, algo que pode ser corrigido imediatamente, apenas com orientação”, explica o especialista.

No plantio, a tecnologia também avança nas máquinas voltadas aos pequenos e médios produtores, aproximando esses agricultores das soluções mais modernas disponíveis no mercado. A plantadeira MF 500, explia Pinheiro, reúne recursos disponíveis em modelos de alta performance, como a plantadeira Momentum – a mais tecnológica da Massey Ferguson. Entre os destaques, está o sistema vDrive, que realiza o controle linha a linha da distribuição de sementes, evitando falhas e sobreposições.

A MF 500 conta ainda com sensores que monitoram em tempo real o funcionamento de cada linha de plantio e emitem alertas sonoros caso identifique algum erro na operação, como o entupimento de uma linha e falhas na distribuição de fertilizante.

“Com isso, o operador pode identificar e corrigir o problema imediatamente, evitando prejuízos que só seriam percebidos ao final do dia ou na emergência das plantas. Esse tipo de monitoramento inteligente, antes presente apenas em máquinas de grande porte, está acessível a propriedades menores, tornando o plantio mais preciso, eficiente e produtivo”, destaca Revis da Silva, coordenador de Marketing de Produto da Massey Ferguson.

Os motores eletrônicos possuem tecnologia que permite o monitoramento das condições do motor e o ajuste automático da operação para otimizar o consumo de combustível e prever eventuais falhas mecânicas. Um exemplo prático é quando há presença de água no combustível o sensor detecta e emite um alerta para que o operador interrompa a operação e realize o expurgo dos filtros.

Da mesma forma, se o filtro de ar estiver entupido, o sistema reduz automaticamente a injeção de combustível para evitar fumaça preta e desperdício de combustível. Com isso, o produtor reduz custos de manutenção e evita paradas prolongadas, mantendo a produtividade no campo.

Segundo o especialista, todas as tecnologias da Massey Ferguson são pensadas para serem de fácil aplicação no dia a dia do campo.

“No momento da entrega da máquina, é realizado um treinamento para permitir que mesmo os produtores com menos familiaridade com recursos digitais possam utilizar todo o potencial dos equipamentos. A capacitação auxilia o agricultor a extrair o máximo desempenho das máquinas e tomar decisões mais assertivas com base nos dados gerados em tempo real”, diz.

Além dos recursos tecnológicos, os tratores também incorporaram melhorias no conforto com o passar dos anos.

“Se há 12 anos a maioria dos tratores era de tração simples e sem cabine, hoje 100% dos tratores comercializados pela Massey Ferguson são 4x4 e quase 80% são cabinados. Ar-condicionado, isolamento acústico, redução de vibração e ergonomia contribuem diretamente para a produtividade do operador. Um operador confortável comete menos erros, se cansa menos e consegue manter um ritmo de trabalho mais eficiente”, ressalta Pinheiro.

“Com a cabine e a tecnologia embarcada, o trabalho ficou mais ágil, confortável e profissional. Hoje a gente consegue fazer tudo com muito mais praticidade, desde o plantio até a colheita”, afirma José Luiz Laurentiz, produtor rural em Motuca (SP).

Para atender esse perfil de produtor, comenta Pinheiro, a Massey Ferguson oferece diferentes linhas de tratores com tecnologia embarcada, como a série MF 3400, desenvolvida para cultivos como fruticultura e cafeicultura, além das séries MF 4400, MF 4700, MF 5700 e MF 6700, que se destacam pela robustez e versatilidade.

O modelo MF 6700R, por exemplo, conta com transmissão Dyna-4, que oferece trocas automáticas de marcha sem o uso de embreagem, aumentando o conforto e a eficiência no trabalho. São soluções pensadas para tornar o uso da tecnologia no campo mais simples, acessível e eficaz para os pequenos e médios produtores.

“Essas inovações estão ajudando a transformar a percepção de tecnologia no campo. O pequeno e médio produtor já entende que esses recursos são ferramentas essenciais para o bom desempenho da propriedade. O que antes parecia coisa de grande fazenda, hoje está no dia a dia da agricultura familiar”, conclui Pinheiro.

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