Money Times - SP 13/06/2023
O Bank of America (BofA) rebaixou a recomendação de CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) de neutro pra underperform — desempenho abaixo da média do mercado — nesta segunda-feira (12).
Caio Ribeiro e a equipe do BofA afirmam que o corte reflete uma “perspectiva cautelosa” para os preços do minério de ferro e aço brasileiros.
As notícias de estímulo na China geraram esperanças de recuperação da demanda e empurraram os preços do minério para mais de US$ 17 por tonelada.
Entretanto, os analistas seguem cautelosos quanto à demanda imobiliária. “A demanda por crédito deve permanecer moderada em meio a altos níveis de incerteza e desemprego”, dizem.
A equipe do BofA também está preocupada com a alavancagem da CSN, que deve ultrapassar 4x em 2024. Já em relação à CSN Mineração, eles acreditam que o fato da companhia ter superado a Vale em cerca de 35% no ano é “injustificado”.
Às 16h do pregão de hoje, CSNA3 figurava na ponta negativa do Ibovespa e recuava 3%, valendo R$ 12,63, enquanto CMIN3 caia 1,75%, a R$ 4,48.
BofA rebaixa Ternium
Além de CSN e CSN Mineração, o Bank of America rebaixou o grupo Ternium (TXSA34) para neutro.
Os analistas esperam que os preços do aço nos Estados Unidos continuem caindo dos picos nos próximos meses, o que levou à atualização da recomendação.
O cenário é negativo devido aos prazos de entrega em queda e às preocupações macroeconômicas.
Além disso, a equipe do BofA destaca a queda de fatores de suporte da oferta — como a reinicialização dos alto-fornos, aumento de novas capacidades após problemas de inicialização e volumes de contrato em declínio.
Quais ações valem a pena no setor?
Caio Ribeiro e a equipe do Bank of America elegem a Gerdau (GGBR4) como a principal escolha do setor de mineração em termos de avaliação atrativa. As ações são negociadas a 3,5x EV/Ebitda esperados para 2023.
A Vale (VALE3) segue com recomendação neutra, que reflete também a perspectiva cautelosa de minério de ferro, particularmente no segundo semestre do ano. Deve-se esperar menor produção de aço na China e maior oferta de minério de ferro.
Já a Usiminas (USIM5) também tem indicação neutra, reflexo dos preços de aço pressionados e incertezas em torno da reforma do alto-forno. As avaliações das ações parecem “baixas” em 4,3x EV/Ebitda de 2023 e não os analistas não veem preocupações de alavancagem.
Agência Brasil - DF 13/06/2023
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - considerado a inflação oficial do país - caiu de 5,69% para 5,42% este ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (12), pesquisa divulgada semanalmente, em Brasília, pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a projeção da inflação ficou em 4,04%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,9% e 3,88%, respectivamente.
A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Segundo o BC, no último Relatório de Inflação a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%.
A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em maio, influenciado por reajustes no setor de saúde e cuidados pessoais, o IPCA ficou em 0,23%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é menor que a taxa de abril: 0,61%.
O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 3,94%, seguindo a tendência de queda apresentada desde junho de 2022, quando o índice estava em 11,89%.
Juros básicos
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado e é a maior desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre em 12,5% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 10% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano passou de 1,68% para 1,84%.
Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,27%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,8% e 1,95%, respectivamente.
A previsão para a cotação do dólar está em R$ 5,10 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,17.
Infomoney - SP 13/06/2023
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,11% na primeira quadrissemana de junho, desacelerando em relação à alta de 0,20% do fechamento de maio, segundo dados publicados nesta segunda-feira (12) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Na leitura inicial deste mês, quatro dos sete componentes do IPC-Fipe perderam força ou caíram em ritmo mais intenso: Alimentação (de -0,01% em maio para -0,39% na primeira quadrissemana de junho), Transportes (de -0,03% a -0,19%), Saúde (de 0,56% a 0,38%) e Vestuário (de 0,83% a 0,74%).
Por outro lado, no mesmo período, houve aceleração nas categorias Habitação (de 0,00% a 0,11%) e Despesas Pessoais (de 0,86% a 0,92%).
Já os custos de Educação avançaram 0,11% na primeira estimativa de junho, repetindo a variação de maio.
O Estado de S.Paulo - SP 13/06/2023
O Relatório do Grupo de Trabalho (GT) destinado a analisar e debater a PEC nº 45/2019 na Câmara dos Deputados, apresentado na última terça-feira (6), destacou as inúmeras tentativas de reforma ocorridas nos últimos 35 anos, para demonstrar não apenas os problemas do Sistema Tributário Nacional (STN), mas principalmente o desafio em resolvê-los.
A atual proposta de Reforma Tributária está diretamente conectada às discussões iniciadas em 2019 com a PEC nº 45, de 3 de abril de 2019, apresentada na Câmara dos Deputados pelo deputado Baleia Rossi, e a PEC nº 110, de 9 de julho daquele ano, apresentada no Senado pelo senador Davi Alcolumbre. Mas embora tenha falhado a tentativa de uma apreciação mista das duas PECs, seguida de outras propostas, o GT considerou todas as formulações para apresentação do texto substitutivo da PEC 45, tanto que trouxe minuciosamente a diferença entre as duas.
Como destaque nas atividades do GT, o relatório de 92 páginas menciona a realização de 16 audiências públicas, onde foram ouvidos 148 especialistas; de visitas técnicas em vários Estados e, ainda Missão Oficial à OCDE. De conjunto concluíram que a tributação sobre consumo no Brasil, que envolve o ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins e corresponde a 38% de toda a arrecadação, é complexa, disfuncional, ineficiente, desequilibrada e injusta.
Após descrição dos trabalhos e do cenário, o relatório traz as diretrizes do Substitutivo, sendo a primeira: Substituição dos cincos tributos sobre consumo por um IVA Moderno -- o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS); com base ampla, cobrado por fora e no destino, com não cumulatividade plena, o novo sistema deve garantir devolução de crédito plena, com prazo máximo de 60 dias, e ainda ter poucas alíquotas e exceções.
E, um Imposto Seletivo, com objetivo de desestimular o consumo de bens e serviços considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.
Segunda diretriz é que se adote uma tributação dual, um IVA de competência da União e outro compartilhado entre estados e municípios, mas com foco na simplificação os dois devem ser harmonizados (idênticos).
Há ênfase no aprimoramento da não-cumulatividade plena, para que todo imposto pago em todos os gastos que contribuam para atividade econômica dê direito a crédito, garantindo a neutralidade quanto à carga fiscal de todos os contribuintes.
O relatório ressalvou a obrigatoriedade de condicionar o creditamento do imposto ao pagamento na etapa anterior para um futuro próximo, quando houver mais clareza do mecanismo que separe e envie para o Fisco o valor do imposto de modo automático - split payment. Num primeiro momento, portanto, o crédito será o destacado na Nota Fiscal.
Quanto à alíquota, a diretriz é que seja uma padrão, permitindo-se outras para bens e serviços específicos. Teriam alíquotas diferenciadas bens e serviços relacionados à saúde, educação, transporte público e aviação regional, bem como a produção rural. Além desses, deve-se avaliar a possibilidade de manter tratamento diferenciado para a cesta básica.
E, isonomia na tributação de bens e serviços fornecidos por meio de plataformas digitais, inclusive aquelas sediadas no exterior.
O cashback é visto como medida de mitigação da regressividade própria dos impostos sobre o consumo, e vem como diretriz a ser implementada, pelo texto, porém, ainda falta a definição específica do para quem e do como.
Mantém-se o tratamento favorecido à Zona Franca de Manaus, entendido como essencial para o desenvolvimento socioeconômico da Região Norte, inclusive no que diz respeito à preservação dos biomas da região amazônica.
E, o tratamento favorecido às micro e pequenas empresas optantes pelo Simples Nacional, que poderão optar pela continuidade do pagamento como é hoje, ou pagar o IBS (com débito e crédito) e continuar com o regime apenas quanto aos demais tributos.
O texto fala de regimes fiscais específicos para operações com bens imóveis, serviços financeiros, seguros, cooperativas, combustíveis e lubrificantes, sem maiores detalhamentos, e recomenda que não haja redução de carga tributária para o sistema financeiro.
Diretriz importante para os Estados está na criação de um Fundo de Desenvolvimento Regional -- uma vez que, com o novo sistema, haverá o fim da Guerra Fiscal --, para compensação do dano causado com o fim de tal política pública de desenvolvimento, recomenda o financiamento do Fundo, primordialmente, com recursos da União. A distribuição pode seguir os mesmos critérios do FPE (Fundo de Participação dos Estados e Distrito Federal).
O relatório recomenda a manutenção das convalidações concedidas aos benefícios fiscais com a Lei Complementar nº 160/2017.
Aponta como obstáculo nas tentativas de reforma a incerteza quanto aos impactos na arrecadação, e por isto sugere uma transição lenta.
Atesta como necessária a criação do Conselho Federativo para gestão uniforme do novo imposto em âmbito nacional. Mantendo as Fazendas de Estados e Municípios em suas demais funcionalidades.
Quanto ao Imposto Seletivo, este será voltado para desestimular o consumo de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, e a diretriz é que se mantenha a redação ampla na PEC e se transfiram as especificidades para as discussões infraconstitucionais.
Por fim, menciona a necessidade de reforma na tributação da renda e do patrimônio, no IPVA, ITCMD e IPTU.
Da leitura de todo o relatório e da sua entrega dentro do prazo previsto, vemos que há um esforço governamental para aprovação da Reforma Tributária. A projeção é que o Projeto seja aprovado na Câmara neste semestre, para que no segundo semestre seja discutido no Senado e finalmente aprovado até o final do ano.
Em nossa avaliação o relatório trouxe uma ideia de Reforma conceitual com pontos interessantes que poderiam trazer sanidade ao Sistema Tributário Nacional -- que carece há décadas de simplificação, transparência e segurança jurídica. Entretanto, os pontos obscuros, especialmente quando se desce aos textos legislativos já propostos, trazem mais incertezas e nenhuma garantia de que não haverá aumento de carga tributária e maior complexidade no STN.
*Fernanda Terra, sócia do Terra e Vecci Advogados, é mestre em Direito Tributário pela FGV/SP, diretora da OAB/Goiás, advogada especialista em Direito Tributário
Globo Online - RJ 13/06/2023
A primeira prévia divulgada em junho do IGP-M, índice usado no reajuste de contratos de serviços, mostrou queda de 1,95%, segundo dados divulgados nesta segunda pela FGV. Na semana passada, o IBGE informou que o IPCA de maio desacelerou a uma alta de 0,23%, abaixo do esperado por economistas.
Essa mesma prévia do IGP-M havia mostrado queda de 1,13% em maio. Ou seja, o cenário mostra uma aceleração do recuo dos preços e, assim como o Boletim Focus, divulgado mais cedo, reforça a chance de o Banco Central indicar, na reunião do Copom da semana que vem, o início dos cortes na taxa básica (Selic) em agosto.
Em 12 meses, a primeira prévia do IGP-M tem queda de 6,88%. O recuo nos preços vem sendo puxado pelas commodities e pelo anúncio de queda nos preços dos combustíveis pela Petrobras.
O IPA, que mede os preços ao produtor, teve queda de 2,74% no período, influenciado por combustíveis e por matérias-primas brutas (com destaque para minério de ferro e soja).
Já o IPC, que mede os preços ao consumidor, caiu 0,30% no período, com seis de oito categorias de despesas registrando queda.
O Estado de S.Paulo - SP 13/06/2023
A inflação subiu 0,23% em maio, menor nível para o mês nos últimos três anos. Já seria uma notícia bastante positiva depois de um longo período em que o índice pressionou o bolso dos brasileiros de forma impiedosa. Mas, de forma geral, o IPCA tem apresentado uma dinâmica mais benigna nos últimos meses, o que confirma o sucesso da estratégia do Banco Central (BC) para domar os preços.
Alimentos e bebidas, um dos grupos que mais penalizam os consumidores, desacelerou de 0,71% em abril para 0,16% em maio. Os serviços, que ainda pressionavam o índice geral em razão da recuperação da demanda após a pandemia, saíram de uma alta de 0,52% em abril para uma queda de 0,06% em maio – bastante influenciados pelas passagens aéreas, que recuaram 17,73% e deram a maior contribuição para o comportamento do IPCA como um todo.
A euforia causada pelos bons resultados do índice foi tamanha que algumas instituições não descartam a ocorrência de uma deflação pontual no mês de junho. Na mais recente edição do boletim Focus, analistas reduziram a estimativa para a inflação deste ano de 5,69% para 5,42%, ainda acima do teto da meta, de 4,75%, mas mais próxima deste limite. Até as previsões para o IPCA de 2024 e de 2025 cederam, respectivamente, para 4,04% e 3,90%. Elas foram influenciadas pela redução do risco fiscal gerado pela aprovação do arcabouço na Câmara, mas ainda expressam algum receio sobre a possibilidade de alteração das metas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Os resultados, por óbvio, aumentaram a carga sobre o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que se reúne nos dias 20 e 21 deste mês para definir a taxa básica de juros – hoje em 13,75% ao ano. Ciente deste quadro, no questionário pré-Copom, a autoridade monetária pediu às instituições financeiras que apresentassem não somente suas expectativas para a reunião de junho, como tradicionalmente faz, mas também a respeito das decisões a serem tomadas pelo colegiado em agosto e setembro.
É uma forma mais acurada de aferir o sentimento dos agentes sem causar atropelos indesejados na comunicação. O governo Lula, por óbvio, quer a redução imediata da Selic. No boletim Focus, a maioria dos economistas espera que os cortes na Selic comecem a ocorrer em setembro. Mas, na semana passada, após a surpresa do IPCA de maio, algumas instituições ajustaram suas projeções e avaliaram que há condições para que o ciclo de redução dos juros seja iniciado um mês antes, em agosto.
Nesse cenário, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem aproveitado eventos públicos para defender a atuação da instituição. Segundo ele, se o BC não tivesse elevado a Selic de forma robusta em pleno ano eleitoral, a inflação acumulada em 12 meses estaria em 12% ou 13% ao ano. Independentemente das críticas sobre a intensidade e a duração do aperto monetário, o fato é que o IPCA acumulado em 12 meses ficou abaixo do patamar de 4% em maio, um feito que não ocorria desde outubro de 2020. Eis um bom motivo para preservar a autonomia formal da instituição.
Infomoney - SP 13/06/2023
A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 3,178 bilhões na segunda semana de junho, informou nesta segunda-feira (12) a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, comércio e Serviços (MDIC). No acumulado do mês, o saldo positivo da balança alcança US$ 4,913 bilhões.
O saldo positivo na semana foi fruto de exportações no valor de US$ 6,762 bilhões e importações de US$ 3,584 bilhões. A corrente de comércio, portanto, somou US$ 10,346 bilhões.
A média de exportações até a segunda semana do mês cresceu 9,9% ante o mesmo período do ano passado, para US$ 1,7 bilhão. Em relação às importações, houve queda de 21,3% na comparação entre as médias até a segunda semana de junho, para US$ 893,87 milhões.
No período, a média dos embarques ao exterior apresentou crescimento de US$ 93,49 milhões (25,4%) no setor de agropecuária; crescimento de US$ 15,55 milhões (4,4%) em indústria extrativa e crescimento de US$ 43,57 milhões (5,2%) em produtos da indústria de transformação.
Já nas importações, houve o seguinte resultado: queda de US$ 14,6 milhões (-54,6%) em agropecuária; queda de US$ 54,3 milhões (-48,8%) em indústria extrativa e queda de US$ 166,03 milhões (16,8%) em produtos da indústria de transformação.
O Estado de S.Paulo - SP 13/06/2023
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mais uma vez sinalizou que as revisões para baixo nas projeções longas de inflação abrem espaço para o BC começar a cortar a taxa Selic, hoje em 13,75% ao ano, mas reforçou que o Copom não tomará decisões artificialmente.
“Temos que manter a inflação sob controle. O trabalho está sendo feito e entendemos que está no caminho certo. Há um cenário bom, com crescimento sendo revisado para cima e inflação sendo revisada para baixo. Isso abre espaço. Estamos perto da reunião do Copom, eu sou um voto de nove, e não posso adiantar nada do que pode ser feito”, afirmou, em evento promovido pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV).
Campos Neto repetiu que o custo de não combater inflação é muito elevado, e voltou argumentar que a Selic – apesar de “super alta” – é hoje menor que a média histórica na comparação com outros países. “Entendendo a insatisfação com os juros, mas é preciso ter paciência. Entendo que as empresas estão sentido muito, algumas mais que outras, e vamos fazer uma força para atingirmos um ambiente de estabilidade para todos o mais rápido possível, mas fazer de forma artificial não alcançará o resultado esperado”, enfatizou.
Ele reforçou que a tarefa do BC é fazer inflação convergir para a meta. “Tentamos fazer o processo o antes e mais rápido para ter o mínimo de dor possível”, repetiu. “Lembrando é uma decisão de colegiado [no Copom], que o debate é amplo e técnico”, acrescentou.
Campos Neto disse que a inflação brasileira está caindo de uma maneira mais lenta nos últimos meses, mas a partir de um patamar mais baixo. “Quando a gente tira alimentos e energia, a inflação brasileira tem uma dificuldade de cair. Está ali no topo como uma das mais altas”, ressaltou.
Após a surpresa de maio, quando a inflação desacelerou para 0,23%, Campos Neto disse que o IPCA deve provavelmente ficar negativo em junho, mas depois volta a subir. “Depois de junho, a inflação deve voltar a subir lentamente e terminar o ano subindo. Teremos meses entre 0,4% e 0,5% de alta de inflação no fim do ano, o que vai fazer o resultado do ano ficar em torno de 4,5%. Isso é uma melhora em relação ao que a gente esperava anteriormente, mas é melhora lenta”, afirmou.
O presidente do Banco Central destacou que as notícias para a inflação e as projeções de longo prazo do mercado começaram a melhorar, abrindo espaço para a atuação do Copom sobre a Selic, hoje em 13,75% ao ano.
“A taxa de juros longa tem caído bastante. Isso leva um pouco de tempo até se refletir nos empréstimos dos bancos, mas começa a haver uma queda. Isso significa que o mercado dá credibilidade ao que tem sido feito, abrindo espaço para uma atuação de política monetária à frente”, afirmou.
Para ele, em comparação com o mundo avançado, a inflação brasileira está menor pela primeira na história. “O trabalho que foi feito teve sua eficácia”, considerou.
Campos Neto lembrou que a América Latina aumentou os juros antes no atual ciclo. Por isso, o mercado já espera cortes de juros no Brasil, México, Chile e Colômbia. “Na Colômbia e no México a inflação surpreendeu para cima, no Chile e no Brasil a inflação de núcleos ainda está alta. Mas no mundo desenvolvido quase não se espera queda nos juros”, comparou.
PIB
O presidente do Banco Central disse que a surpresa do bom desempenho do PIB no primeiro trimestre deve levar a revisões para o crescimento da economia deste ano para perto ou mesmo um nível superior a 2%.
Ao falar de crescimento potencial, Campos Neto lembrou que a Selic é um farol de curto prazo, ressaltando a importância de olhar para o crescimento potencial no longo prazo. “A percepção do mercado é de que a taxa de juro neutro subiu de 3,0% para 4,5% na comparação com 2021. Por outro lado, a percepção de crescimento estrutural caiu de 2,0% para 1,6%”, detalhou.
Para o presidente do BC, o que explica essa queda do crescimento potencial na visão dos analistas é a dinâmica da dívida. “Eu, pessoalmente, acho 1,6% muito baixo. Acho que o crescimento potencial é maior que esse”, completou. “Vamos fazer questionários também com economia real, com as empresas, para fazer uma comparação com os economistas do mercado. Em outros países, as empresas são mais pessimistas para crescimento e inflação”, disse.
Globo Online - RJ 13/06/2023
A equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vê espaço para que a taxa básica de juros da economia, a Selic, termine 2023 em 12% ao ano, considerando os atuais índices de inflação e os sinais do Banco Central (BC). Hoje, os juros estão em 13,75%, patamar criticado recorrentemente pelo governo. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, é alvo constante de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A expectativa do mercado é que a Selic comece uma queda gradual a partir de agosto. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central está marcada para a semana que vem. Nessa reunião, o governo espera que o Copom sinalize claramente uma queda de juros no encontro seguinte.
Para integrantes da Fazenda, inflação está liquidada e números como a deflação do IGPM mostram isso. Foi uma deflação de 1,84% em maio, após ter recuado 0,95% em abril. Não haveria razões para manter a taxa em 13,75%, segundo esse entendimento. O IPCA, que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,23% em maio deste ano, numa tendência de queda.
A Fazenda tenta sensibilizar o BC com dados, além da inflação, como a aprovação do arcabouço fiscal pela Câmara e a visão de que o crescimento da economia no próximo ano dependerá de uma redução dos juros.
Campos Neto disse recentemente que as expectativas de inflação de longo prazo ainda estão altas, “mas devem cair”.
Haddad e Campos Neto conversam com frequência, mas a maior relação da Fazenda com o BC é por meio do secretário-executivo da pasta, Gabriel Galípolo. Galípolo, por sua vez, foi indicado para a diretoria de Política Monetária do banco e é o nome mais cotado para a presidência da autarquia a partir de 2024, quando termina o mandato de Campos Neto.
A chegada de Galípolo ao BC é esperada no governo como forma de aprofundar o debate por dentro sobre a política monetária e ampliar o diálogo nesse sentido. O seu nome ainda precisa ser aprovado pelo Senado, o que não deve acontecer antes da reunião do Copom de junho.
Embora Galípolo já seja hoje um dos principais responsáveis pela ponte entre o BC e o restante do governo, ele terá mais influência estando dentro da instituição, segundo membros do Executivo.
Money Times - SP 13/06/2023
Esta segunda-feira (12) é de baixa para as ações ligadas a commodities, com a performance de petroleiras, mineradoras e siderúrgicas refletindo a forte correção nos preços do petróleo e do minério de ferro.
Dentro do setor de mineração e siderurgia, CSN (CSNA3) liderava as baixas da sessão ao recuar 2,53% perto das 13h15, seguida de CSN Mineração (CMIN3), com recuo de 1,97%, e Vale (VALE3), que perdia 1,46%. Usiminas (USIM5) subia 0,14% e Gerdau (GGBR4) recuava 0,51%.
Os contratos futuros de minério de ferro voltaram a cair nesta segunda, em movimento de realização de lucros após uma semana positiva.
Os mercados esperam pela divulgação de novos dados da China para esta semana, além da decisão do Banco Popular da China (PBoC) sobre a taxa de empréstimo de médio prazo.
Na Bolsa de Cingapura, o contrato de julho mais ativo do ingrediente siderúrgico caiu 4,8%, para US$ 107,20 a tonelada. Enquanto isso, em Dalian, o contrato mais negociado em setembro computou perdas de 1,8%, a 785,50 iuanes (US$ 109,96) a tonelada.
O Goldman Sachs vem seguindo uma postura de cautela para o setor, avaliando que o risco de downside (queda) prevalece. Em relatório publicado no início do mês, o banco de investimentos reforça que tanto a produção e quanto a demanda por aço do país caíram. E, por mais que exista expectativa de novos estímulos para o setor imobiliário, a medida do governo chinês deve aliviar a queda, e não servir de gatilho para uma retomada significativa no curto prazo, acrescenta.
O Goldman Sachs vê o mercado entrando em ponto de inflexão, para uma fase de sobreoferta no segundo semestre deste ano.
“Atualmente, assumimos que a produção de aço chinesa deve terminar estável (a/a) no fim de 2023, mas o risco persiste se a sobreoferta de aço onshore se tornar mais evidente – então, as metas de produção podem ser cortadas, gerando um choque negativo na demanda de minério de ferro ainda maior”, afirma o Goldman Sachs.
No segundo semestre, os preços do minério de ferro devem ficar, em média, em US$ 90/tonelada (de uma previsão de US$ 110 anteriormente), projetam os analistas.
CNN Brasil - SP 13/06/2023
A mineradora global Glencore, as montadoras Stellantis e Volkswagen e a empresa de baterias PowerCo concordaram em apoiar um acordo de US$ 1 bilhão da ACG Acquisition Company para a compra de duas minas no Brasil, informou a ACG nesta segunda-feira (12).
O acordo ocorre em meio a uma onda de fusões e aquisições na mineração, estimulada em parte por investidores que apostam no aumento da demanda por metais necessários para a transição global de energia verde nos próximos anos.
A ACG, uma empresa de aquisição de propósito específico (SPAC, na sigla em inglês) listada em Londres, comprará as minas Santa Rita, de sulfeto de níquel, e Serrote, de cobre, de fundos de private equity assessorados pela Appian Capital, que contratou os bancos Standard Chartered e Citigroup na venda, informou em comunicado.
SPACs são empresas que levantam dinheiro por meio de uma oferta pública inicial (IPO) e depois se fundem com uma empresa privada, tornando-a pública.
Após a compra, o concentrado de níquel será refinado nas instalações da Glencore na Europa Ocidental e na América do Norte, disse o comunicado, com o produto final incorporado às baterias de veículos elétricos da Stellantis, PowerCo e outros fabricantes.
A Glencore investirá US$ 100 milhões em ações da ACG. A Stellantis e o fundo de investimento em mineração La Mancha Resource Capital fornecerão, cada um, um investimento de capital no mesmo valor, enquanto a PowerCo fará um pré-pagamento de US$ 100 milhões em níquel.
“A PowerCo garante assim o aumento da produção de células a preços competitivos”, disse a Volkswagen à Reuters.
Durante o processo, a ACG será renomeada para ACG Electric Metals e emitirá novas ações, tornando a Glencore, Stellantis e La Mancha donas de 51% e deixando 49% para o free float, disse Artem Volynets, presidente-executivo da ACG, à Reuters.
Ambas as minas usam energia hidrelétrica para produção e estão considerando expansões.
Há um ano, a Appian iniciou um processo judicial em uma ação de US$ 1,2 bilhão contra a sul-africana Sibanye-Stillwater depois que a Sibanye desistiu de um acordo para adquirir as mesmas duas minas, citando um “evento geotécnico” em Santa Rita.
Appian disse que a decisão de Sibanye de se retirar do acordo foi baseada em uma “afirmação incorreta”. A Sibanye apresentou sua defesa e, de acordo com seu relatório financeiro, espera que o julgamento comece em junho de 2024.
A ACG tem total confiança nas minas.
O acordo “estabelecerá a ACG Electric Metals como fornecedora principal de metais críticos para a cadeia de valor ocidental de veículos elétricos”, disse a Volynets.
Valor - SP 13/06/2023
Setor de construção representa um dos principais consumidores de aço no mercado chinês, respondendo por mais de 30% da demanda
Os preços do minério de ferro, que na semana passada haviam praticamente zerado as perdas acumuladas no ano no mercado à vista, voltaram ao terreno negativo nesta segunda-feira, após o Goldman Sachs prever que o setor imobiliário na China seguirá enfraquecido por anos.
A construção representa um dos principais consumidores de aço no mercado chinês, respondendo por mais de 30% da demanda.
Para o Goldman Sachs, segundo a Bloomberg, o setor de propriedades na China deve enfrentar “fraqueza persistente” ainda por anos, especialmente nas cidades menores e por causa do menor acesso a financiamentopor parte dos incorporadores privados.
De acordo com índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro encerrou o dia com baixa de 3,6% no norte da China, para US$ 112,40 por tonelada.
Com isso, a valorização acumulada pela principal matéria-prima do aço em junho foi reduzida a 8,9%. No ano, a baixa é de 4,2%.
Os contratos futuros mais negociados na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), com entrega em setembro, encerraram a sessão de negócios diurna com recuo de 1,3%, para 789,50 yuan (cerca de US$ 110,50) por tonelada.
O Estado de S.Paulo - SP 13/06/2023
Com a aprovação na Câmara dos Deputados da medida provisória (MP) que recria o programa Minha Casa, Minha Vida, na última quarta-feira, 7, os fabricantes de eletrodomésticos passaram a defender que seja incluído no texto um complemento. Eles querem que itens essenciais da linha branca, como geladeira, fogão e máquina de lavar roupa possam também ser financiados. Em período fraco para essa indústria, a medida ajudaria a melhorar a demanda.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de eletrodomésticos no País acumula queda de 7,3% em 12 meses até abril deste ano. Nas vendas no varejo, a queda acumulada é de 1,5% no período.
“A demanda de fato caiu. Houve um pico durante a pandemia que agora arrefeceu. Além de exigir um tíquete maior do consumidor, há menos interesse em assumir dívida para a compra por falta de confiança na manutenção dos empregos”, diz Eugênio Foganholo, sócio da consultoria Mixxer, especializada em varejo. Para ele, portanto, a iniciativa de buscar a inclusão destes itens no financiamento da casa é inteligente.
A emenda que propunha a inclusão de geladeira e fogão no financiamento da casa própria é de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), que teve recentemente seu mandato cassado pela Justiça Eleitoral, mas ainda recorre da decisão.
Na aprovação da MP na Câmara, porém, a emenda não foi incluída. Não existe atualmente um cálculo do custo dessa medida por parte do governo, nem de seu benefício à economia do País, mas o setor defende que os impactos seriam positivos.
“Nós apoiamos a emenda proposta pela Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) que inclui o trecho sobre a provisão financiada de eletrodomésticos essenciais ao programa, não só pelo olhar humanitário sobre a sociedade, oferecendo mais qualidade de vida e dignidade para essas famílias, mas também ao estímulo à economia, geração de emprego, renda e arrecadação do setor”, comenta Eduardo Vasconcelos, diretor de Relações Institucionais e Governamentais da Whirlpool para a América Latina.
Ele explica que a medida traria um impacto positivo na demanda do setor, que está em momento desafiador. “Esse ano de 2023 é o pior ano em termos de volumes de vendas para o segmento”, complementa, baseado em dados da Eletros.
“Falava-se que essa era a ressaca da pandemia, mas isso explicava o problema até determinado ponto. A demanda em outros mercados da América Latina já está apresentando recuperação e, no Brasil, não”, diz ao se referir às vendas da companhia.
Em 2022, a receita líquida de vendas consolidada da Whirlpool na América Latina totalizou R$ 10,8 bilhões, o que representou uma redução de 5,11% em relação ao ano anterior.
Diálogo
Em nota, a Eletros alega que “tem dialogado com o Poder Executivo Federal e com Parlamentares do Poder Legislativo nacional, para tratar de uma eventual inclusão de eletrodomésticos no Programa Minha Casa, Minha Vida”.
“A partir de um diálogo propositivo, temos apresentado argumentos técnicos sobre os ganhos econômicos e sociais que esta ampliação do programa traria aos seus beneficiários. Isso seria de fato o amadurecimento do programa”, diz a entidade.
A entidade afirma ainda que “existem diversos exemplos internacionais bem sucedidos de programas habitacionais que incluem a entrega de imóveis equipados com estes produtos, garantindo segurança financeira aos beneficiários e melhora no impacto econômico destas iniciativas”.
“O Brasil tem um dos maiores programas habitacionais populares, mas é um dos poucos que não contempla os eletrodomésticos aos beneficiários. Portanto, o Minha Casa, Minha Vida, com a inclusão dos eletrodomésticos, amadurecerá e trará ganhos sociais e econômicos ao País, posto que poderá dar um incremento relevante na economia e na geração de emprego e, principalmente, garantirá a melhoria na qualidade de vida da população mais carente beneficiária do programa”, diz.
O Estado de S.Paulo - SP 13/06/2023
O governo brasileiro acaba de anunciar a implantação de um novo programa de incentivos fiscais para o setor automotivo, com o objetivo de reduzir os estoques, barateando os preços para facilitar o acesso desse bem à população e a manutenção dos empregos gerados pelas empresas. A redução do preço se dará por meio de incentivos e pequena contribuição das diminuições das margens de lucro das empresas, a serem compensadas pelo aumento da demanda. O programa atingirá R$ 1,50 bilhão e será dividido entre automóveis (R$ 0,50 bilhão), ônibus (R$ 0,30 bilhão) e caminhões (R$ 0,70 bilhão).
É reconhecida a importância do setor automotivo para a economia nacional. Em 2022, o setor faturou US$ 39 bilhões, participando com 5,26% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e com 22% do PIB industrial que, por sua vez, tem participação de 23,9% do PIB Brasil. Entretanto, o programa recém-anunciado carrega em si uma série de vícios, quer pelo diminuto valor e curto período de vigência, quer pela fonte dos recursos que, segundo entrevista do ministro da Economia, Fernando Haddad (CNN -5/06/2023), não provocará aumento do déficit público, pois virá do aumento do preço do óleo diesel (entre setembro de 2023 e janeiro de 2024).
Pelos cálculos do governo, no último quadrimestre deste ano o aumento do diesel produzirá aumento de arrecadação tributária de R$ 1,50 bilhão e, em 2024, o aumento desse combustível gerará mais R$ 9 bilhões de receita. Parece lógico, mas se trata, sem dúvida, de uma lógica perversa, pois o aumento do preço do diesel sabidamente afetará o custo do transporte urbano (ônibus) e dos fretes de tudo o que é produzido no país (alimentos, remédios, produtos de primeira necessidade etc), com influência direta também sobre as exportações, no cálculo da inflação e da taxa de juros. Uma bomba-relógio com data certa para ser detonada. O carro fica mais barato hoje; o feijão fica mais caro amanhã.
Há cheiro de demagogia no ar. A solução encontrada pela área econômica do governo para alavancar um setor produtivo comprova a falta de sensibilidade política e confirma que, para muitos dos maus governantes, o povo não é prioridade.
Coincidentemente, ao mesmo tempo do anúncio governamental o portal de notícias Poder 360, em matéria publicada dia 5 de junho, trazia as primeiras informações da abertura da caixa preta dos gastos tributários da União que em 2024, segundo a Unafisco, deverão alcançar a astronômica cifra de R$ 568 bilhões, o correspondente a 5,86% do PIB.
A reportagem enumera os cinco maiores beneficiários desses gastos tributários: R$ 29,5 bilhões para a Petrobras (tão criticada por sua política de preços); R$ 20 bilhões para a Vale; R$ 5,2 bilhões para a General Eletric/CELMA; R$ 4,6 bilhões para a Fiat/Chrysler; e R$ 3,8 bilhões para a Latam.
Veja-se que, sozinha, a Petrobras, empresa de capital aberto, altamente lucrativa, cujo acionista majoritário é o governo brasileiro é beneficiada anualmente com valor superior à renúncia fiscal (de R$ 27 a R$ 28 bilhões) destinada à Zona Franca de Manaus, que é constantemente atacada na mídia, a despeito de ter esse direito assegurado pela Constituição Federal de 1988 e de cumprir papel essencial para o desenvolvimento da região amazônica, além de ser a principal âncora ambiental do estado e do país, respondendo pela maior renúncia econômica para manter a floresta em pé.
A Constituição Federal é clara ao autorizar renúncia fiscal apenas para a correção das desigualdades regionais e sociais (artigos 3º, 43, 151 e 155, e parágrafos 6º e 7º do artigo 165), mas a farra dos gastos tributários que garantem há décadas incentivos para as regiões mais desenvolvidas do país contraria o mandamento constitucional, sem questionamentos.
Não é, no entanto, o único contrassenso. O mesmo governo que ataca o Banco Central - a despeito da autonomia do órgão - por sua resistência em baixar a taxa Selic, promove o aumento do preço do diesel para compensar a redução no preço dos automóveis. Ignora solenemente que essa medida terá o efeito de sobrecarga da inflação, caminhando, assim, na contramão para a redução dos juros tão reclamada pelo governo e podendo influenciar no sentido contrário ao desejado.
É surpreendente que se ignore o óbvio: acelerar a redução da inflação - uma necessidade para o país - por meio da diminuição do déficit público permitiria efeitos mais positivos não limitados apenas ao setor automotivo, mas para a toda a economia, com a redução dos juros para empréstimos ao setor público (SELIC) e setor privado. E isso poderia ser feito sem mágica ou medidas meramente demagógicas: simplesmente com a drástica redução das renúncias fiscais reiteradamente concedidas de forma ilegítima e que não se prestam ao papel econômico e social que lhes é reservada pela Constituição Federal.
Valor Investe - SP 13/06/2023
Otimismo envolvendo créditos fiscais e o lançamento do Cybertruck ajudaram a puxar os papéis na sessão de hoje em NY
As ações da Tesla fecharam o dia com alta de na Nasdaq, em Nova York, no 12º dia consecutivo com valorização, recorde para a empresa, impulsionada pelo otimismo envolvendo créditos fiscais, sua rede de postos de carregamento e o lançamento do Cybertruck.
Ao final do dia, os papéis fecharam cotadas a US$249, 83, alta de 2,22%, em um dia que as bolsas de Nova York fecharam em alta, com os índices Nasdaq e S&P 500 fechando no maior nível desde abril do ano passado.
No ano, as ações da Tesla acumulam valorização de 102,2%. Nos últimos 12 meses os ganhos são de 15,80%, já recuperando as perdas que tiveram no ano passado por conta das incertezas envolvendo a economia americana e a compra do Twitter por Musk.
Todos os modelos do veículo Model 3 agora recebem o crédito fiscal integral de US$ 7,5 mil dado pelo governo dos Estados Unidos para incentivar a produção de veículos elétricos no país. Antes dessa mudança, alguns modelos recebiam apenas o crédito parcial de US$ 3.750.
Ainda na semana passada, a Tesla anunciou acordo com a General Motors (GM) para permitir que carros elétricos da tradicional montadora americana utilizem a sua rede de postos de carregamento. A companhia de Elon Musk tem acordo semelhante com a Ford, o que torna a empresa a líder de fato no setor.
Há também o sentimento no setor que o volume de lançamento do aguardado Cybertruck pode ser maior que o esperado após a site Electrek apurar com fontes que a Tesla projeta produzir 375 mil veículos por ano, acima da projeção de 250 mil veículos da maioria dos analistas.
O que pode frear o bom momento das ações da Tesla? No fim de semana, a Nio, uma das principais competidoras da companhia na China, anunciou cortes nos preços dos seus veículos, acirrando o mercado em um dos seus principais mercados, seguindo o que a própria Tesla fez no país.
Questões envolvendo a segurança dos veículos da montadora de Elon Musk enquanto avança nas pesquisas com direção autônoma também é outro ponto de atenção. O jornal “The Washington Post” publicou reportagem mostrando que incidentes envolvendo o sistema dobram trimestralmente.
O Estado de S.Paulo - SP 13/06/2023
A resistência de Akio Toyoda, presidente do conselho da Toyota, em tornar a frota de veículos da montadora completamente elétrica pode destituí-lo do cargo. A cautela não tem agradado acionistas e gerentes dos Estados Unidos e da Europa, que dizem que votaram ou pretendem votar pela retirada do seu assento na reunião anual da empresa, prevista para esta quarta-feira, 14.
Os acionistas caracterizam o voto como um protesto pela recusa em tornar a linha 100% elétrica, além de questões de governança. “A Toyota está falhando em se inclinar, como seus pares, para uma transição oportuna para uma frota elétrica”, disse Brad Lander, controlador da empresa em Nova York. “Queremos ser convencidos de que há uma transição em andamento e que eles darão passos significativos em direção a um compromisso totalmente elétrico”.
Toyoda se tornou presidente do conselho administrativo da Toyota em abril, após quase 14 anos como presidente executivo. Segundo ele, o mundo não está pronto para ser totalmente elétrico. Entre os problemas para a mudança, ele cita infraestrutura de carregamento inadequada, escassez de materiais para baterias e a dependência de muitas nações de combustíveis fósseis emissores de carbono para eletricidade.
O novo presidente executivo Koji Sato, por sua vez, tem pretensão de tornar a linha de carros da Toyota completamente elétrica. Apesar de estar acelerando a investida, ainda não anunciou uma data para a mudança definitiva — o que já foi feito pelas concorrentes General Motors e Honda.
Por enquanto, a Toyota tem vendido mais veículos híbridos (que funcionam a gás e eletricidade) do que qualquer outra montadora, com a ideia de que sirvam como uma ponte entre os carros tradicionais e os essencialmente elétricos.
Apesar da vontade dos acionistas, a chance de Toyoda ser afastado do conselho na reunião é mínima, mas uma modesta queda no apoio já seria considerada embaraçosa na cultura corporativa japonesa, que é baseada no consenso. Há um ano, a nomeação de Toyoda para o conselho obteve 96% de aprovação na reunião anual de acionistas da Toyota.
IstoÉ Dinheiro - SP 13/06/2023
A movimentação de carga por ferrovia cresce no Porto de Paranaguá. Em maio, a participação do modal no total de cargas que chegou ou saiu dos portos paranaenses foi de 19,52%, contra 18,10% em igual mês de 2022, informou a Portos do Paraná. No ano passado, das 5.267.950 toneladas movimentadas em maio, 953.662 foram transportadas em vagões. Neste ano, no mesmo mês, das 6.125.887 toneladas, 1.195.747 usaram os trilhos.
“Esse aumento foi evidente principalmente na chegada da soja e de contêineres. Em ambas as cargas, ao mesmo tempo em que cresce o transporte ferroviário, o rodoviário diminui”, disse em nota o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. Somando todas as cargas, em maio de 2022 o transporte rodoviário de carga representava 80% do total movimentado no mês. No último mês, essa participação caiu para 78,61%.
Das 2.039.367 toneladas de soja que chegaram para exportação no Porto de Paranaguá em maio deste ano, 77,18% foram em caminhões e 22,82%, em vagões. Em 2022, no mesmo mês, das 817.163 toneladas, 82,54% utilizaram o modal rodoviário e 17,46%, o ferroviário. Nos contêineres, das 941.514 toneladas movimentadas no segmento em maio, 84% foram pela rodovia e 16%, pela ferrovia. No ano passado, das 1.074.600 toneladas, 86,27% utilizaram o modal rodoviário e 13,73%, o ferroviário.
Segundo a Portos do Paraná, das 23.961.677 toneladas movimentadas no ano passado, de janeiro a maio, 80,52% utilizaram o modal rodoviário, 16,97% ferroviário e os outros 2,51% foram líquidos que utilizaram dutos. Neste ano, no mesmo período, das 25.220.449 toneladas importadas e exportadas pelo Porto de Paranaguá, 80% chegaram ou saíram em caminhões; 18,31%, em vagões; e 1,67% nos dutos.
Valor - SP 13/06/2023
Ministro de Portos e Aeroportos defere vigência do contrato firmado entre a Ecoporto Santos e a Autoridade Portuária de Santos (APS)
A Ecorodovias comunicou que o Ministro de Portos e Aeroportos deferiu, nessa segunda-feira (12), o despacho que mantém a vigência do contrato de arrendamento firmado entre a sua controlada direta Ecoporto Santos e a Autoridade Portuária de Santos (APS).
“A decisão ministerial assegura a continuidade das operações portuárias e de armazenagem de carga realizadas pelo Ecoporto Santos e vigorará por 180 dias, até que haja uma definição de política pública sobre a destinação da área, podendo ser alterada, prorrogada ou revogada, a critério do poder concedente”, diz em comunicado.
Segundo a empresa, a manutenção do contrato de arrendamento não interfere nos direitos e obrigações do Ecoporto Santos, que se mantêm inalterados para a exploração da instalação portuária abrangendo áreas de 136,4 mil m², localizadas na região do Valongo, na margem direita do Porto de Santos.
TN Petróleo - RJ 13/06/2023
Considerado como um combustível estratégico para promover a transição energética, o GN (Gás Natural) deve ganhar mais mercado, segundo estudos da EPE. Essa condição coloca mais uma vez a MSGÁS na órbita dos programas de investimentos em fontes renováveis. “A substituição de combustíveis mais poluentes por fontes com menor emissão de gases de efeito estufa é um apelo global e a MSGÁS vem ampliando a oferta de GN e se planejando para distribuir insumos complementares, como o biometano. O Estado tem muito potencial”, destaca o presidente da MSGÁS, Rui Pires dos Santos (foto).
O mercado de gás começou a ganhar mais relevância no Brasil com a construção do Gasbol (Gasoduto Bolívia-Brasil), em 1997. O setor energético progrediu a partir do Gasbol, fazendo aumentar a participação do GN na matriz energética brasileira de 3% em 1999 para 6% em 2010. Com o crescimento da produção nacional, o Gás Natural aumentou a participação na matriz elétrica para 12,8% até 2022. A partir dos anos 2000, Mato Grosso do Sul passou a ter um papel importante na expansão da oferta, lembra o dirigente da MSGÁS. A empresa distribui cerca de 10% do gás importado da Bolívia (aproximadamente 3 milhões de m³/dia). “Além do uso do Gás Natural para geração de eletricidade, o combustível atende aos consumos industrial, residencial, automotivo e na cogeração.
Quem está à frente dessa cadeia são as distribuidoras, como a nossa empresa em Mato Grosso do Sul, hoje estruturada para atender as demandas residencial, comercial, industrial e automotiva, com o GNV (Gás Natural Veicular). Os incentivos do Governo do Estado para o GNV são muito importantes nesse momento em que o transporte sofre forte pressão de preços dos derivados de petróleo (gasolina e o diesel) e está buscando alternativas sustentáveis”.
O programa de incentivo ao GNV lançado pelo Governo do Estado isenta o IPVA, reduz de 17% para 12% a alíquota de ICMS sobre o combustível, além de proporcionar outros benefícios, como isenção de taxas de vistoria e documentação cobradas pelo Detran e Inmetro. Junto a isso, a MSGÁS concederá um voucher de R$ 1 mil para abastecimento em postos de GNV para novas conversões.
Estudos indicam que a parcela do consumo de GNV ainda é muito pequena, concentrando-se nas grandes cidades (Campo Grande e Três Lagoas, no caso de MS), daí a importância do incentivo de isenção do IPVA e redução da alíquota de imposto. Atualmente, da frota estadual de 1.767.346 veículos, apenas 4.771 (0,27%) são movidos a gás. “Nossa estratégia é levar o gás mais perto do consumidor. Considerando a maior competitividade do Gás Natural, é bastante viável a conexão por meio de gasodutos virtuais, como propõe o Programa Novo Mercado de Gás”, salienta o diretor-presidente da MSGÁS.
O Gasoduto Brasil-Bolívia teve sua construção iniciada no ano de 1997. Dois anos depois já estava operando parcialmente. O gasoduto começa em Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) e vai até Canoas (RS), cortando 135 municípios nos Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A extensão é de 3.150 km, dos quais 600 quilômetros em MS.
Pelo duto são importados até 33 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Criada em 21 de maio de 1998, a MSGÁS é uma empresa de economia mista, composta pelo Governo do Estado, que detém 51% das ações e pela Commit Gás S.A., com 49%.
A companhia é responsável pela distribuição de Gás Natural canalizado de Mato Grosso do Sul, com rede de 436 quilômetros, atendendo 14,5 mil unidades consumidoras nos segmentos termelétrico, industrial, veicular, comercial, residencial e cogeração.
Investing - SP 13/06/2023
Os preços do petróleo caíram cerca de 3 dólares o barril na segunda-feira, depois que analistas destacaram o aumento da oferta global e as preocupações com o crescimento da demanda pouco antes dos principais dados de inflação e de uma reunião do Federal Reserve dos EUA mais tarde nesta semana.
Os futuros de petróleo Brent recuaram 2,95 dólares, ou 3,9%, para 71,84 dólares o barril, a menor cotação desde dezembro de 2021. O petróleo nos EUA (WTI) caiu 3,05 dólares, ou 4,4%, para 67,12 dólares o barril.
O Goldman Sachs (NYSE:GS) cortou suas previsões de preço do petróleo no domingo, citando ofertas acima do esperado no final deste ano e até 2024. A previsão de preço do petróleo em dezembro do banco agora é de 86 dólares o barril para o Brent, abaixo dos 95 dólares anteriores, e de 81 dólares o barril para o WTI, versus 89 dólares.
"A capitulação do Goldman em sua previsão de preços altistas parece ter sido o catalisador para iniciar as vendas hoje", disse Matt Smith, analista da Kpler.
A revisão ocorre no início de uma semana movimentada para o Federal Reserve dos EUA, que se reúne na quarta-feira. Embora o Fed deva manter as taxas de juros inalteradas neste mês, os investidores estão preocupados com a possibilidade de que os aumentos nas taxas sejam retomados no próximo mês, disse o analista do UBS, Robert Yawger.
Os aumentos de juros do Fed fortaleceram o dólar, tornando as commodities denominadas na moeda americana mais caras para detentores de outras moedas e pesando sobre os preços.
IstoÉ Online - SP 13/06/2023
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, confirmou por uma rede social a intenção da Transpetro prestar serviços para terceiros, e citou como exemplo o suporte que a empresa pode dar para os vizinhos Guiana e Suriname, que exploram petróleo e gás natural na Margem Equatorial. A Petrobras ainda aguarda licença do Ibama para explorar o local.
“A Transpetro tem o potencial de servir não só às operações da Petrobras, mas também de prestar suporte aos nossos vizinhos, Guiana e Suriname, que apresentam potenciais exploratórios gigantescos e pouquíssimas infraestrutura de óleo e gás”, disse Prates, confirmando informações da Federação Única dos Petroleiros (Fup), de que a Transpetro poderá prestar serviços para terceiros.
“Nada impede que a Transpetro preste serviço para os nossos parceiros, seja serviços de alívio de plataforma, exportação de petróleo ou até operação e manutenção de dutos e terminais”, acrescentou Prates.
Ele participou nesta segunda-feira, 12, das comemorações pelos 25 anos da Transpetro em Angra dos Reis, Rio de Janeiro. A empresa é o braço de transporte da Petrobras, seja pelo mar ou por meio dos dutos que não foram vendidos pela estatal.
“A nossa expertise técnica somada à proximidade geográfica nos coloca em vantagem frente a outras empresas europeias”, reforçou Prates nas redes sociais sobre a possibilidade da Transpetro apoiar a campanha na Guiana e no Suriname.
“A Petrobras e a Transpetro podem exercer uma liderança técnica e econômica nesses países. Ajudá-los a vencer desafios que já vencemos no passado, desenvolver as economias locais e ainda expandir as nossas fronteiras. A Transpetro, assim como toda a indústria de óleo e gás, também vai precisar se reinventar. A transição energética vai gerar novas demandas e desafios”, explicou Prates.
Descarbonização
Segundo o executivo, a Transpetro já vem adotando medidas de descarbonização em sua frota. Ele informou que, no caso da Transpetro, 93% das emissões vêm de navios e 7% de dutos e terminais. Em 2022, disse Prates, começaram a ser instalados apêndices hidrodinâmicos nos navios; dispositivos que aumentam a eficiência do sistema propulsivo e com isso a “economicidade” do navio.
Em 31 de dezembro do ano passado foi realizado o primeiro abastecimento de bunker (combustível de navio) com conteúdo renovável do Brasil — 90% de bunker e 10% de biodiesel —, informou Prates.
A International Maritime Organization (IMO) tem metas agressivas de descarbonização, destacou o executivo, “e a Transpetro está envidando todos os esforços para estar de acordo com todas as demandas internacionais de descarbonização da sua frota”.
Ele disse, ainda, que a Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena) publicou um relatório em que coloca o hidrogênio verde como uma das grandes apostas para entregar energia limpa para setores difíceis de descarbonizar, o que também poderá significar um novo negócio para a Transpetro.
“Ainda há dúvidas sobre como transportar e distribuir esse hidrogênio, porém, ao que tudo indica, a melhor solução é na forma de amônia em navios para grandes distâncias e em dutos para interiorização, justamente as duas áreas onde a Transpetro se destaca”, ressaltou Prates. “À medida que a Petrobras expande suas operações, ela precisará cada vez mais da Transpetro para transportar, armazenar e escoar”, concluiu.
Valor - SP 13/06/2023
Navio-sonda Valaris DS-17 tem 229 metros de comprimento e é tão alto que pode ser avistado da Praia de Copacabana a cerca de 10 quilômetros de distância
A Equinor vai acelerar o desenvolvimento de um projeto de petróleo em águas profundas de US$ 8 bilhões no Brasil depois que um navio de perfuração chegou ao Rio de Janeiro este mês.
O navio-sonda Valaris DS-17, que tem 229 metros de comprimento e é tão alto que pode ser avistado da Praia de Copacabana a cerca de 10 quilômetros de distância, foi contratado pela Equinor para um projeto de 19 poços no campo de Bacalhau. O projeto fica na região do chamado pré-sal, que abriga as maiores descobertas de petróleo do país, e Bacalhau será o maior desses campos a ser operado por uma petroleira estrangeira quando entrar em operação em 2025.
A Equinor já tem outro navio-sonda no campo e espera iniciar a produção de petróleo em 2025, que deve chegar a 220 mil barris por dia.
A Equinor, com sede em Stavanger, não respondeu imediatamente a perguntas sobre quando a plataforma chegará ao campo e começará a trabalhar. As embarcações offshore de perfuração e produção de petróleo precisam ser inspecionadas pela Marinha antes de iniciarem as operações.
O campo de Bacalhau abriga grande parte da estratégia de crescimento internacional da Equinor, juntamente com um projeto offshore de gás natural conhecido como BM-C-33 em outra bacia de águas profundas no Brasil. A petrolífera também produz 110.000 barris por dia no campo offshore de Peregrino, seu maior produtor fora da Noruega.
IstoÉ Dinheiro - SP 13/06/2023
A menos de um mês do início do Plano Safra 2023/24, que vai vigorar a partir de 1º de julho, a indústria de máquinas agrícolas mantém a expectativa de mais recursos para o financiamento destes equipamentos. A perspectiva é de que o Moderfrota, principal linha de financiamento de máquinas, seja um dos programas-chave da política agrícola do governo Lula e tenha taxas de juros mais atrativas, segundo fabricantes ouvidos pelo Broadcast Agro nos bastidores da Bahia Farm Show, que terminou no último sábado, 10.
Montadoras estimam que o montante a ser disponibilizado no programa para o próximo ciclo ficará entre R$ 13 bilhões a R$ 34 bilhões, conforme proposto pela Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O governo, por sua vez, sinaliza a intenção de reforçar o Moderfrota, mas em valores ainda não detalhados.
Para a safra 2022/23, o Ministério da Agricultura destinou inicialmente R$ 8,764 bilhões para o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras Moderfrota (Moderfrota). Porém, com complementações feitas ao longo deste ano, atendendo à reivindicação da indústria, o montante disponível para a linha chegou a aproximadamente R$ 11 bilhões, segundo cálculos de fontes da pasta. A última suplementação para o programa, de R$ 1,9 bilhão operacionalizada pelo BNDES, foi anunciada na semana passada durante a Bahia Farm Show.
Na avaliação do diretor Comercial da Case IH, fabricante de máquinas agrícolas do grupo CNH Industrial, Denny Peres, a liberação de um volume de 10% a 15% maior que no ciclo passado ajudaria na extensão dos financiamentos. “Na safra passada, acabou faltando recurso e o governo precisou fazer novos aportes. Se for 10%, 12% ou 15% a mais que no anterior, imaginamos que permitirá estender as vendas por mais tempo. Trabalharemos para que toda a linha de crédito seja consumida”, observou.
Para o diretor de Mercado Brasil da New Holland Agriculture, também do grupo CNH, Cláudio Calaça, seria necessário um volume quase três vezes maior que o disponibilizado ao Moderfrota na safra passada para o mercado “rodar” com maior estabilidade. Ele estima que uma cifra de cerca de R$ 30 bilhões seria suficiente para evitar solavancos e interrupções nas vendas por esgotamento de crédito público. “A nossa expectativa é de que venha um volume maior de recursos em comparação com anos anteriores. No ano passado, o valor durou menos de dois meses. Vemos que o valor financiado tem aumentado nos últimos anos, enquanto o montante do recurso permanece estável, portanto é necessário um volume de recursos maior para que consigamos realmente ter previsibilidade e perenidade nessa linha e consigamos fazer negócios durante todo o ciclo 22023/24”, avaliou Calaça.
Diretor de Vendas da Massey Ferguson, marca de máquinas agrícolas do grupo AGCO, Alexandre Stucchi lembra que o aumento de 8% na cifra para o Moderfrota atual ante o anterior foi parcialmente consumido pelo incremento dos preços do maquinário, fazendo com o recurso tenha sido insuficiente para a demanda de equipamentos. “Para o novo Plano Safra 2023/24, esperamos um aumento substancial nos recursos. O governo está com algumas medidas importantes para subsídios de preços, seja para automóveis, seja para caminhões. Como a agricultura é o motor impulsionador do PIB, acreditamos que nessa linha de incentivo, o governo deva vir com um plano safra muito superior ao anterior. Não sabemos quais serão as condições de financiamento, mas imaginamos que haverá disponibilidade de dinheiro ainda maior que a do ano passado”, comentou.
Stucchi pondera que o Brasil ainda possui uma demanda reprimida por máquinas agrícolas em comparação com outras regiões produtoras, como os Estados Unidos e a Europa, com menor número de máquinas por hectare. “Temos muito para crescer ainda em relação à demanda de máquinas por hectare e por produtividade. Para o agricultor ter a necessidade de investimento do agricultor coberta, seria necessário volume substancial”, apontou o executivo.
A Fendt, marca alemã de máquinas de alta potência do grupo AGCO, aguarda pelo Plano Safra, mas já se prepara com linhas próprias de financiamento ao agricultor a fim de evitar possíveis esgotamentos nos recursos oficiais. “O mercado se adequou à falta de crédito. Já surgiram várias ferramentas, como consórcios e linhas próprias juntamente com banco de fábrica e revenda. Alguns produtores têm buscado também troca de grãos por máquinas”, relatou o gerente Comercial da Fendt Brasil, Pedro Desconci.
Expectativa de juros menores – Fabricantes esperam que os juros aplicados no Moderfrota 2023/24 permaneçam próximos ao praticado na política atual, mas com viés de redução. A perspectiva das montadoras é de que as taxas permaneçam na faixa dos dois dígitos, considerando a taxa Selic em 13,75% ao ano. Atualmente, a taxa de juros prefixada do Moderfrota é de até 12,5% ao ano, com prazo de sete anos para aquisição de itens novos e de quatro anos para itens usados.
Na avaliação de Calaça, da New Holland, já há entendimento no mercado de que os juros do Plano Safra tendem a acompanhar a Selic. “Não temos expectativa de expressiva redução porque sabemos que para a redução de juro de algo que você capta no mercado, você tem um volume de recurso de equalização muito grande para colocar em cima para você conseguir baixar um pouquinho essa taxa. A expectativa é que o juros não tenha muita diferença daquilo que já vem sendo praticado nos últimos meses, mas, com o volume maior de recursos, vai ajudar o mercado”, observou. “O mercado e o governo não apontam para taxa abaixo do que está sendo praticado hoje em máquinas e equipamentos. Acredito que 12,5% ao ano deve permanecer no próximo Plano Safra”, completou Peres, da Case IH. Desconsi, da Fendt, concorda com a expectativa de manutenção da taxa acima de dois dígitos e aponta que os fabricantes têm subsidiado parte dos juros juntamente com os bancos de fábrica e concessionárias para viabilizar os financiamentos.
O AGCO Finance, banco de fábrica voltado às marcas do grupo, prevê uma leve redução nas taxas aplicadas, mas ainda semelhantes à praticada na safra atual. “Achamos que continue em dois dígitos, mas pode ser que diminua para 11% ou 11,5% ao ano, mas ainda é uma incógnita porque não sabemos quanto o governo vai disponibilizar para a equalização de juros”, avaliou o coordenador Comercial do banco, Daniel Romano. “Esperamos que nos próximos meses, com diminuição das taxas e maior volume de recursos, o produtor volte a adquirir os equipamentos por meio dos financiamentos.”.
A visão é compartilhada por agentes financeiros privados. O Santander espera que as taxas do Plano Safra sigam próximas à Selic. O banco prevê Selic em 13% ao fim deste ano e em torno de 11,5% em 2024 – período de vigência do plano safra, que vai até 30 de junho do próximo ano. “Entendemos que a taxa de juros de investimento em máquinas, deve ficar em dois dígitos por uma questão de equalização por parte do governo”, pontuou o head de Agronegócios do Santander, Emerson Souza.
Roberto França, diretor de Agronegócios do Bradesco, projeta queda na Selic a partir deste ano para em torno de 12% e continuidade da queda ao longo de 2024. “O Plano Safra tende a levar em consideração a previsão de queda da Selic para os próximos 12 meses, o que implica na queda do custo de captação para o banco. Vemos que o Plano Safra, em tese, tende a encerrar com uma taxa Selic menor que a do início, para uma média em torno de 11%, o que é bom para equalização das taxas pelo Tesouro”, projetou.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central para discussão da Selic deve ocorrer entre 20 e 21 junho – antes do anúncio oficial do Plano Safra 2023/24.
*A jornalista viajou a convite da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba)
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