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13 de Março de 2023

SIDERURGIA

IstoÉ Online - SP   13/03/2023

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) publicou no Diário Oficial da União desta sexta-feira dispositivo que zera o imposto de importação sobre seis produtos, incluindo dois tipos de folhas de aço e dois tipos de chapas de alumínio.

Em postagem em redes sociais, o ministro do Desenvolvimento e vice-presidente, Geraldo Alckmin, afirmou que a medida é temporária.

A redução ante os níveis anteriores de 12% a 16% da taxação, segundo Alckmin, serve para apoiar “em especial indústrias que produzem itens de alto valor agregado, além de produtos médicos”.

No caso das chapas de aço, os produtos envolvidos são as cromadas e revestidas, em cotas que variam de 3 mil a 4 mil toneladas, segundo a resolução da Camex.

A redução do imposto também incluiu antena parabólica para radares, com cota de cinco unidades, e medidores de pressão sanguínea, com cota de 60 mil unidades. As medidas entram em vigor nesta sexta-feira.

Veja - SP   13/03/2023

A cidade maranhense de Açailândia, a 562 quilômetros de São Luís, respira minério de ferro. Às margens da Estrada de Ferro Carajás, concentra três usinas siderúrgicas que processam a matéria-prima trazida das minas no Pará, a cerca de 300 quilômetros de distância. Se essa é a grande fonte de riqueza do município, também é origem de algumas mazelas que a cidade enfrenta. Uma deles afeta especificamente um grupo de mais de 1 000 pessoas que vivem em uma área degradada pela poluição e por dejetos industriais despejados de forma irregular sem nenhum controle. A situação é tão ruim que a localidade, vizinha das fábricas e conhecida como Pequiá, foi considerada inadequada para abrigar moradias e a população local aguarda a remoção para outro bairro, ainda em construção. “Além da mudança, são necessárias várias medidas mitigadoras e de recuperação ambiental na região”, diz o advogado Danilo Chammas, que representa os moradores. Desde 2016 eles aguardam a mudança para um conjunto habitacional do Programa Minha Casa, Minha Vida, erguido ao custo de 30 milhões de reais, boa parte deles custeada pela Caixa Econômica Federal (as empresas contribuíram com menos de um terço do total).

Das siderúrgicas instaladas em Açailândia a partir da década de 80, três seguem em operação. Na cidade também existe um terminal de minério da Vale que as abastece de matéria-prima. Todas as empresas têm histórico de problemas ambientais e nos últimos vinte anos foram alvo de ações judiciais movidas por moradores da região e seus representantes. Há dois anos, o polo siderúrgico foi alvo de um relatório apresentado no Conselho de Direitos Humanos da ONU. No documento, é relatado um incidente em que uma das empresas despejou dejetos incandescentes de seu processamento industrial em área inapropriada e provocou queimaduras e contaminação de moradores. Na época do ocorrido, tal empresa era conhecida como Gusa Nordeste S/A, hoje rebatizada como Aço Verde do Brasil. Mais recentemente, a empresa foi alvo de duas denúncias por poluição ambiental no Ministério Público do Maranhão.

A empresa Aço Verde do Brasil é um exemplo de quanto é difícil para uma companhia que acumula um passivo ambiental tão grande fazer uma transição real para o mundo da sustentabilidade. Procurada por VEJA, a companhia informou em nota que desde 2020 não produz ferro-gusa ou transporta gusa líquido em Açailândia. Atualmente, ela diz fabricar outros tipos de aço cujo processo é considerado mais limpo e que realiza o controle e monitoramento ambiental continuamente em suas instalações. A empresa também afirma que cumpre todos os acordos celebrados com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão e sua unidade que fabrica os novos produtos está licenciada e regulamentada até dezembro de 2023.

A transformação da Gusa Nordeste em Aço Verde do Brasil foi, na verdade, uma tentativa de apagar um passado de problemas e se posicionar como “a primeira usina siderúrgica carbono neutro no mundo”. No discurso e na aparência, algumas conquistas foram realizadas. Em maio de 2021, a companhia divulgou a certificação de carbono neutro concedida pela consultoria suíça SGS pelo uso de carvão vegetal como alternativa a combustíveis fósseis, os grandes vilões do aquecimento global. O selo abriu portas para a empresa realizar a emissão de títulos verdes, em 2021 e 2022, captando nas duas rodadas 650 milhões de reais para plantio de florestas de eucaliptos para a produção de seu “aço verde”.

A realidade, porém, é mais complexa do que a retórica politicamente correta. Defender a causa verde simboliza uma mudança radical para uma empresa cujo controlador, o Grupo Ferroeste, de Minas Gerais, esteve envolvido há doze anos em um escândalo de comercialização de carvão vegetal vindo de fornecedores irregulares, em uma operação conhecida como Máfia do Carvão. Na ocasião, seus executivos foram presos. “A realização de projetos ancorados em sustentabilidade com emissão de títulos verdes não é uma garantia de que a empresa é referência nesse aspecto. É preciso uma estratégia muito mais ampla”, diz Cristóvão Alves, diretor da consultoria NINT, especializada no assunto. A condição atual dos moradores de Açailândia demonstra que esse patamar ainda está longe de ser alcançado.

Exame - SP   13/03/2023

A Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço, foi eleita a empresa industrial B2B de melhor reputação no Brasil, segundo a 9ª edição do Ranking Merco 2022, divulgada nesta segunda-feira (9). A companhia ocupa a 34ª posição entre as 100 organizações brasileiras com melhor reputação.

A empresa também se mantém na liderança da categoria “Mineração, Siderurgia e Metalurgia” e é a única produtora de aço entre as 100 companhias mais admiradas.

Outro destaque é a presença de Gustavo Werneck, diretor-presidente (CEO) da Gerdau, entre os 30 CEOs mais admirados do Brasil, avançando 24 posições em relação ao ranking do ano anterior. O executivo é ainda o único líder do setor de “Mineração, Siderurgia e Metalurgia” a estar destacado entre as 100 lideranças do ranking.

Segundo Werneck, esse reconhecimento é reflexo do compromisso da empresa em compartilhar valor com todos seus stakeholders e a sociedade em geral.

“Desde o início da nossa história, há 122 anos, trabalhamos para impactar positivamente as regiões em que estamos presentes e buscamos ser parte das soluções aos desafios da sociedade, construindo um futuro melhor para todas as pessoas. Os mais de 36 mil colaboradores e colaboradoras da Gerdau atuam de forma colaborativa com nossos clientes, fornecedores, investidores, comunidades e demais parceiros, por meio de um diálogo contínuo e transparente”, afirma.

O executivo também destacou que, ao longo de 2022, a empresa se aproximou ainda mais da sociedade brasileira por meio de diversas iniciativas, reforçando a conexão da marca Gerdau com os diversos públicos com os quais se relacionam. “Por isso, ficamos orgulhosos em sermos reconhecidos como a empresa industrial B2B brasileira com melhor reputação”, completa Pedro Torres, líder global de Comunicação Corporativa e Marca da Gerdau.

As pesquisas realizadas pelo Monitor Empresarial de Reputação Corporativa (Merco) Brasil ocorreram entre julho e dezembro de 2022, com mais de 4.500 entrevistados para revelar a melhor reputação de 100 empresas de 33 setores. A metodologia inclui cinco ondas de avaliação, com 16 diferentes grupos e fontes de informação.

Diário do Aço - MG   13/03/2023

A Nippon Steel, uma das principais acionistas da Usiminas, estuda a implantação de uma nova siderúrgica. O Brasil e a Austrália Brasil estão entre os possíveis locais para construção da nova planta devido ao acesso a minério de ferro de alta qualidade e eletricidade mais barata do que no Japão, conforme entrevista concedida à imprensa pelo vice-presidente executivo da Nippon Steel Corporation, Takahiro Mori, que supervisiona as operações globais.

Embora a demanda por aço continue aumentando, os produtores buscam formas de reduzir suas pegadas de carbono. A indústria é uma das maiores poluidoras, pois atualmente depende de altos-fornos a carvão, principalmente na Ásia, que responde por mais de 70% da produção global.

"Atualmente, estamos comparando vários projetos para ver se há algo que atenda às condições para a fabricação ou investimento em aço verde", disse Mori.

A Nippon Steel e seus pares ArcelorMittal SA, a maior siderúrgica do mundo fora da China, e o China Baowu Steel Group prometeram tornar-se neutros em carbono até meados deste século.

Em outro lugar, a rival sul-coreana Posco anunciou recentemente um plano para investir US$ 40 bilhões na fabricação de hidrogênio e aço verde com parceiros na Austrália até 2040.

Tradicionalmente, o aço é produzido pelo aquecimento do minério de ferro com carvão de coque em um alto-forno. Uma forma de descarbonizar o processo e reduzir as emissões é substituir o combustível fóssil pelo hidrogênio.

Para atingir sua meta de carbono, a Nippon Steel planeja aumentar o uso de hidrogênio nos altos-fornos existentes, bem como construir as chamadas plantas de redução direta 100% baseadas em hidrogênio. Além disso, está produzindo mais metal reciclado por meio da refundição de sucata em fornos de arco elétrico.

A empresa planeja reduzir as emissões em 30% até o fim da década como uma estação intermediária para a neutralidade de carbono até 2050. Os altos custos de eletricidade do Japão representam um obstáculo para a produção doméstica, levando a empresa a buscar oportunidades fora do país, de acordo com Mori.

Nesse contexto, são avaliadas opções que incluem, trabalhar em um projeto baseado em hidrogênio na Austrália ou investir em uma planta siderúrgica no Brasil. O projeto de “aço verde” fora do Japão pode custar cerca de 100 bilhões de ienes (US$ 733 milhões) ou mais, conforme avalia Takahiro Mori.

Valor - SP   13/03/2023

Presidente do Instituto Aço Brasil e coordenador da Coalizão Indústria, Marco Polo de Mello Lopes diz que reforma é ‘vital’ para setor industrial

As duas versões de reforma tributária que estão em análise no grupo de trabalho da Câmara dos Deputados, as Propostas de Emenda à Constituição (PECs) 45 e 110, atingem o principal objetivo das indústrias nessa discussão: acabar com a cumulatividade dos impostos. A dificuldade de eliminar o peso dos tributos embutidos em itens utilizados na produção é uma das principais causas da perda de competitividade da indústria brasileira, disse ao Valor o presidente executivo do Instituto Aço Brasil e coordenador da Coalizão Indústria, Marco Polo de Mello Lopes.

“A reforma tributária é vital para a indústria”, afirmou. Além de atacar o principal item do chamado Custo Brasil, a reforma ajudará a retomada do crescimento econômico.

Outro objetivo da indústria é buscar o equilíbrio das cargas tributárias entre os setores. Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam que a carga da indústria é de 46,2%, enquanto os serviços são tributados a 22,1% e o agronegócio, a 1,9%. Estimativas apontam que, com a reforma, a tributação sobre a indústria poderia recuar para algo como 25%.

É justamente nessa redistribuição de cargas que está a maior dificuldade da reforma tributária. À medida em que o debate avança, cresce a resistência movida por setores que podem passar a pagar mais impostos, como o setor de serviços.

O secretário especial de Reforma Tributária, Bernard Appy, tem respondido que a maior parte do setor de serviços está no Simples, que não será afetado pela reforma.

Além disso, são admitidos tratamentos especiais para áreas como saúde e educação. Isso, porém, será detalhado em lei complementar a ser enviada ao Congresso no início de 2024, num cálculo otimista.

Nesse cabo de guerra, a indústria tem procurado esclarecer a sociedade e os parlamentares sobre as vantagens comparativas da reforma tributária, explicou Mello Lopes. Ele esteve no Congresso Nacional na semana passada reforçando essa interlocução.

“Tudo o que poderia ser problema já foi discutido à exaustão”, afirmou o executivo. Por isso, acredita que há boas chances de a reforma ser aprovada. Na sua visão, o Congresso Nacional está alinhado para aprovar a reforma, assim como os Estados e a maior parte dos municípios. Por isso, há uma “janela histórica” de oportunidade para sua votação.

Por ter sido debatida por mais tempo, a PEC 110 tem a preferência da indústria.

A proposta tem outra vantagem. Evita eventual resistência dos Estados, que tantas vezes foi um obstáculo intransponível à reforma. Isso porque o relatório propõe um Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) dual: um federal e outro, de Estados e municípios. A PEC 45 propõe um só IVA para as três esferas de governo.

A indústria listou pontos que considera fundamental estar na reforma. O primeiro é a mudança do conceito de crédito físico para financeiro. Hoje, para ter direito a crédito do PIS/Cofins, por exemplo, a empresa precisa comprovar que um item foi adquirido para ser usado na produção, e não em sua área administrativa (porque nesse caso não há crédito). Essa é causa de muitos contenciosos na Receita Federal e gera muita complexidade no sistema. A reforma permite que tudo gere crédito.

Outro item é a desoneração das exportações. Produtos industriais brasileiros vão ao exterior carregando em seus preços algo como 6,5% em impostos, quando o padrão mundial é zero. Isso afeta a competitividade dos produtos brasileiros. No ano passado, a balança comercial de manufaturados registrou déficit de US$ 128 bilhões.

Em 2011, foi criado um programa chamado Reintegra, que dá crédito tributário sobre as exportações, de forma a compensar esse resíduo. O programa não foi extinto, mas hoje retorna apenas 0,1% do valor exportado, quando a alíquota máxima pode ser de 3%. Mello Lopes defende que a alíquota seja aumentada e assim permaneça durante o período de transição que se seguirá à aprovação da reforma tributária.

Petro Notícias - SP   13/03/2023

A ArcelorMittal concluiu a aquisição da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), em uma operação que totalizou, aproximadamente, US$ 2,2 bilhões. A CSP é uma operação de classe mundial e produz placas de alta qualidade a um custo globalmente competitivo. Sua instalação, localizada no estado do Ceará, foi comissionada em 2016. Ela opera um alto-forno com capacidade de 3 milhões de toneladas, tendo acesso ao Porto de Pecém via correias transportadoras, um porto de águas profundas de grande escala, localizado a 10 quilômetros da usina. A aquisição oferece sinergias operacionais e financeiras significativas e um potencial para futuras expansões, como a opção de adicionar capacidade primária de fabricação de aço (incluindo processo de redução direta) e capacidade de laminação e acabamento. Dada a sua localização, a CSP também apresenta uma oportunidade para criar um novo centro de produção de aço de baixo carbono, capitalizando a ambição do estado do Ceará de desenvolver um centro de hidrogênio verde de baixo custo em Pecém.

O CEO da ArcelorMittal, Aditya Mittal, disse que: “Esta é uma aquisição estratégica muito importante para a ArcelorMittal. Ela nos permite atender o crescimento da demanda de aço, através da adição de capacidade de produção de placas de alta qualidade e competitivas em custo, provendo oportunidade de vender tanto dentro do nosso próprio grupo quanto para os mercados da América do Norte e do Sul. A longo prazo, também temos a opção de aumentar sua capacidade e adicionar instalações de acabamento, enquanto há um caminho claro para descarbonizar o ativo, tendo em vista os investimentos em energia renovável que estão sendo feitos no estado do Ceará.” Ele disse ainda que “Gostaria de dar as boas-vindas a todos os colaboradores da CSP na ArcelorMittal e agradecer à nossa equipe interna que trabalhou na transação e planejamento de integração. Estou confiante de que a CSP e nossos negócios atuais no Brasil formarão uma combinação sólida.”

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   13/03/2023

Em meio ao debate no mercado sobre uma ameaça de uma crise de crédito, especialmente após os reflexos do rombo bilionário da Americanas, o Banco Central inseriu no questionário pré-Copom de março uma pergunta sobre “pontos de atenção” para evolução do mercado de crédito em 2023 e possíveis efeitos em projeções de atividade. A pergunta é feita em complemento ao tradicional pedido de expectativas para o mercado de crédito no ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) de março ocorre nos dias 21 e 22.

Como mostrou o Estadão/Broadcast na quinta-feira, 9, algumas instituições financeiras já começaram a antecipar o cenário de cortes da taxa Selic, citando o risco de uma crise de crédito em uma economia já em desaceleração devido ao aperto monetário bastante significativo. Para alguns economistas, poderia ser um aceno técnico - e não político - do BC ao governo, que vem criticando duramente o nível de juros no Brasil, de que a redução não está tão distante.

No questionário pré-Copom, o BC também pede o impacto da reoneração parcial de combustíveis anunciada pelo governo federal no mês passado, assim como possíveis outras medidas que reverteriam a redução de impostos realizada no ano passado, como a que limitou a alíquota de ICMS praticada pelos Estados sobre itens essenciais, como combustíveis e energia. O BC pergunta o efeito potencial sobre o IPCA - índice oficial de inflação - de 2023 e o que já está contemplado nas estimativas dos analistas participantes.

No âmbito inflacionário, a autoridade monetária também pergunta, como tem sido de praxe, as projeções para o IPCA de 2023 e 2024, razões pelas quais os analistas ajustaram as estimativas desde o último Copom, em fevereiro, e riscos para mudança do cenário atual.

Também há pedidos de projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e para o hiato do produto ao longo de 2024. No cenário externo, o BC quer saber as previsões para o PIB e a inflação de China, Estados Unidos e zona do euro, assim como os riscos para esses indicadores, a evolução do ambiente desde o último Copom e as estimativas para a taxa de juros americana.

O questionário pede ainda projeções para o balanço de pagamentos e para as variáveis fiscais do País, além de uma avaliação sobre o andamento do cenário fiscal desde o Copom de fevereiro, se piorou, melhorou ou continuou relativamente estável.

CNN Brasil - SP   13/03/2023

O resultado da inflação do mês de fevereiro, divulgada na manhã desta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), limita espaços para cortes de juros antecipados pelo Banco Central (BC), disseram especialistas à CNN.

Segundo informou o IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação do país, registrou alta de 0,84% no mês de fevereiro, marcando uma aceleração em relação a janeiro, quando avançou 0,53%. O resultado ficou um pouco acima do esperado pelo mercado, de 0,8%, segundo pesquisa da Reuters.

Em 12 meses, o índice acumula alta de 5,60%. Por essa ótica, o IPCA indica desaceleração, já que, no mês anterior, o avanço foi de 5,77%. Ainda assim, fica bem acima do centro da meta para 2023, de 3,25%, e do teto da meta, de 4,75%.

A leitura é que os preços no país seguem pressionados e “persistentemente altos”, de modo que os juros altos — a ferramenta utilizada pelo BC para conter a inflação — ainda não surtiram todo o efeito previsto.

A análise acontece enquanto crescem as apostas de que a taxa Selic pode recuar do atual patamar de 13,75% antes do previsto, ainda no meio do ano, diante de um melhor balanço de riscos, piora no mercado de crédito e pressões por agentes do mercado.

“De um lado, vemos o IPCA ainda rondando níveis altos, dando sinais de que houve uma estagnação daquela melhora vista na segunda metade do ano passado. Do outro, vemos uma atividade econômica mais resfriada, contraída”, diz Danilo Passos, economista da WHG.

“Com esse pano de fundo, o BC não tem muito espaço para cortar juros na metade do ano. Para isso acontecer, precisaríamos ver uma mudança relevante de cenário, com a inflação desacelerando rápido e a atividade retomando a curva para cima.”

As expectativas em torno da inflação, porém, não apontam para uma desaceleração rápida, e, sim, gradual no acumulado de 12 meses.

De acordo com André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), a “inflação segue pressionando na ponta, principalmente puxada por serviços, mas a expectativa é de desaceleração ao longo do ano, já que a inflação registrada em 2022 foi muito alta”.

Isso porque, segundo ele, a Selic em 13,75% tem surtido um “efeito delicado” até aqui, já que a taxa incide, principalmente, sobre o consumo dos brasileiros.

“Olhando para bens duráveis, como carros e eletrodomésticos, já tem uma tendência de inversão mesmo, mas serviços segue lento e é o que precisamos ver. Os juros altos desestimulam o consumo desses setores e os efeitos ainda seguem tímidos”, afirma.

Ele chama atenção, no entanto, para um ponto de destaque que contribui para a hipótese de redução de juros na metade do ano: o endividamento das famílias.

Um levantamento da Serasa Experian aponta que o número de inadimplentes passou de 59,3 milhões, em janeiro de 2018, para 70,1 milhões, em janeiro de 2023 — recorde da série histórica. A interpretação é que o consumo das famílias, em especial de bens mais onerosos, será comprometido ao longo do ano, desaquecendo o setor varejista e industrial.

Por conta disso, “pode ser que o BC decida diminuir na metade do ano, porque a inadimplência já está puxando uma inversão na curva de juros futuros”, diz Braz.

Há ainda um outro ponto que deve ser levado em conta: o debate sobre o arcabouço fiscal.

“Se for proposto e aprovado um arcabouço com credibilidade e que acolha as expectativas do mercado quanto à dívida pública, pode ser que haja uma melhora na avaliação do BC para o cenário como um todo. Pode ser que haja uma apreciação do câmbio, uma ancoragem maior das projeções para a inflação… Isso facilitaria bastante o caminho do BC para cortar os juros”, avaliou Danilo Passos.

Em declaração na última quinta-feira (10), a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que o substituto do teto de gastos deve agradar a todos, inclusive ao mercado.

“É um arcabouço fiscal responsável, preocupado com a responsabilidade fiscal, com o déficit primário, com a estabilização da dívida/PIB, e atende a um pedido justo do presidente da República para ter recursos necessários para o Brasil voltar a crescer”, disse a ministra, após um almoço com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em que o novo arcabouço foi discutido.

Haddad chegou a dizer que deseja apresentar o modelo antes da próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que irá ocorrer nos dias 21 e 22 de março. A expectativa da equipe econômica é que o Comitê veja o novo arcabouço como uma segurança para começar o processo de queda da taxa básica de juros.

Porém, Passos afirma que só o fiscal não é o suficiente para abaixar a Selic.

“É uma condição necessária, mas não o suficiente para abaixar, por si só, a Selic. Precisa ser uma soma de fatores para que o BC antecipe um pouco o plano de voo e comece a cortar os juros antes do sinalizado nas atas”, diz Passos.

Luciana Rabelo, economista do Itaú Unibanco, diz que a previsão do banco é que a Selic comece a cair nas duas últimas reuniões do ano, nos dias 31 de outubro e 1º de novembro e 12 e 13 de dezembro, terminando o ano em 12,5%.

O Itaú ainda prevê que o IPCA de 2023 acelerá para 6,1% — muito acima, portanto, do centro da meta que baliza as decisões do BC, de 3,25%.

O Estado de S.Paulo - SP   13/03/2023

O número de brasileiros inadimplentes bateu recorde histórico e chegou a 70,1 milhões de pessoas em janeiro, segundo dados da Serasa. O valor dos débitos também foi o mais alto da série e atingiu a marca de R$ 323,3 bilhões. No intervalo de um ano, o número de pessoas que ficaram com o nome sujo na praça subiu 8,3%, enquanto o volume das dívidas aumentou assombrosos 24%.

Esse quadro tenebroso no que diz respeito ao endividamento se deve a um conjunto de fatores. Além do aumento das taxas de juros, que por si só já retroalimenta o crescimento das dívidas, muitas famílias buscaram se financiar com linhas que já são tradicionalmente mais caras, como cheque especial e cartão de crédito.

Não há dúvidas, no entanto, de que a inflação tem contribuído para ampliar as agruras dos inadimplentes. “A inflação fez um estrago gigantesco no orçamento das famílias, especialmente nas de baixa renda, o que gerou esse crescimento no número de brasileiros inadimplentes”, explicou ao Estadão o economista-chefe da Serasa, Luiz Rabi. E o pior é que a inflação insiste em não arrefecer.

Em fevereiro, o IPCA subiu 0,84%, ante 0,53% em janeiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de difusão, que mede a proporção dos 377 subitens do indicador que tiveram aumento de preços no período, avançou de 63% em janeiro para 65% em fevereiro. Dos nove grupos que compõem o índice, oito registraram altas no mês passado, com exceção de vestuário.

Tudo indica que a tendência de desaceleração que vinha sendo observada até o fim do ano passado está perdendo força. Isso já seria suficientemente preocupante, mas o problema é que esse movimento começou a ocorrer com a inflação ainda rodando em níveis bastante elevados. “Estamos em uma pausa na desinflação”, disse Anna Reis, economista da GAP Asset. A economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta, mencionou os impactos positivos da política monetária em bens duráveis e alimentos, mas destacou que os serviços, que também costumam reagir às restrições geradas por juros altos, não apenas resistem a ceder, como subiram 1,41%.

Como não poderia ser diferente, o mercado financeiro ajustou as expectativas ao resultado do IPCA, e os juros futuros voltaram a subir imediatamente após o indicador. A despeito das incertezas sobre a política fiscal do governo e sobre o novo arcabouço, parte dos investidores avaliava que a piora no mercado de crédito para empresas – em razão da crise das Americanas – poderia estimular o Banco Central (BC) a antecipar o ciclo de redução dos juros, hoje em 13,75% ao ano.

No entanto, nem mesmo a inadimplência recorde das pessoas físicas tem sido suficiente para debelar a resiliência da inflação – e vale lembrar que controlar a inflação e garantir a estabilidade do poder de compra da moeda é a principal missão institucional do BC. Apesar de toda a pressão do governo de Lula da Silva e dos temores de vários setores sobre uma recessão, o cenário macroeconômico segue muito incerto e pouco favorável para motivar o BC a começar a reduzir a Selic.

O Estado de S.Paulo - SP   13/03/2023

O IPCA de fevereiro, de 0,84%, além de ter vindo acima da mediana do Projeções Broadcast (0,78%), trouxe aspecto qualitativos preocupantes, comentados por diversos analistas ouvidos pelo Broadcast. O foco foi na aceleração da média dos núcleos e no aumento da difusão, com a nota de consolo sendo uma pequena desaceleração dos serviços subjacentes, mas ainda em nível bem elevado.

Um aspecto menos notado, porém, segundo um profissional de gestão recursos com foco em inflação, é que uma esperada deflação de bens industriais, que no ano passado parecia contratada pela queda de produtos industriais no atacado, não ocorreu neste início de ano. Os eletrodomésticos subiram 0,45% no IPCA de fevereiro, e os automóveis novos tiveram alta de 0,7%.

O analista nota que, curiosamente, há novamente sinais de dificuldades logísticas em algumas cadeias produtivas, apesar de a pandemia enquanto problema econômico ter ficado para trás. Em fevereiro, por exemplo, a Volkswagen paralisou a linha de produção em três fábricas brasileiras por causa da falta de componentes, ainda mencionando Covid e guerra da Ucrânia.

Dados que apontam para esse problema, que podem ir além da área de microprocessadores, podem ser encontrados nas sondagens de confiança do comércio da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Como aponta Rodolpho Tobler, economista da FGV que trabalha com as sondagens, quando se pergunta às empresas do comércio sobre "tempo de entrega dos fornecedores" como possível fator que está impedindo a melhora dos negócios da empresa, as resposta revelam que efetivamente houve uma piora recente.

No varejo ampliado como um todo, pré-pandemia, na grande maioria dos meses a proporção dos respondentes que citou aquele fator ficou abaixo de 10%, com boa parte abaixo de 5%. A partir de maio de 2020, no entanto, essa parcela começou a aumentar, subindo até 25,2% em outubro de 2020. Ainda que com bastante oscilação (em julho de 2022 bateu em 25,4%), a tendência do indicador foi de queda ao longo do tempo até 8% e 7,8% em, respectivamente, dezembro de 2022 e janeiro der 2023. Porém, em fevereiro, subiu para 16,1%.

Já no varejo restrito, o pico da proporção de respondentes do comércio que citou 'tempo de entrega dos fornecedores' como problema foi de 25,6% em julho de 2022, também tendo subido acima de 20% em 2020. Em dezembro do ano passado, o indicador havia caído para 8,3%, mas subiu para 16,3% em fevereiro de 2023.

Subdividindo pelos setores do varejo, nota-se, como indica Tobler, que a tendência recente é bem disseminada.

Tomando-se, sempre em relação ao indicador já mencionado, o pico e os números de dezembro de 2022 e fevereiro de 2023, tem-se: 'veículos, motos e peças', 46,8% (novembro/2020), 10,4% e 20,7%; 'materiais de construção', 51,1% (novembro/2020), 4,6% e 10%; 'hiper e supermercados', 25% (outubro/2020), 6,5% e 21,7%; 'tecidos, vestuários e calçados', 23,3% (outubro/2020), zero e 15,8%; 'móveis e eletrodomésticos', 40,5% (outubro/2020), 10,4% e 19,9%; e 'outros varejistas', 33,4% (julho/2022), 10% e 10,1%. Esse último segmento é o único que não registrou piora de dezembro de 2022 para fevereiro de 2023.

O analista mencionado acima nota que também há aumento recente de indicador americano de "backlog" (expressão em inglês para designar acúmulo de atrasos em entregas) na indústria.

Ele acrescenta que é difícil entender as razões do fenômeno, que pode se estender além do Brasil, mas a reabertura da China e a absorção de bens e insumos pelo gigante asiático poderia ser uma possível causa, assim como a recente alta dos fretes, também possivelmente ligada à retomada chinesa.

O Estado de S.Paulo - SP   13/03/2023

Após uma sangrenta batalha entre a presidente do PT, Gleisi Hoffman, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente Lula da Silva decidiu restituir parcialmente a cobrança dos impostos federais sobre gasolina e etanol, o que foi considerado uma vitória do ministro da Fazenda.

Para evitar que a volta dos impostos tivesse um efeito muito forte sobre a taxa de inflação, o que poderia afetar negativamente a popularidade do presidente da República, a Petrobras diminuiu o preço da gasolina em R$ 0,13 e os impostos foram aumentados em R$ 0,47 na gasolina e R$ 0,02 para o etanol. Com esse arranjo, a expectativa é de que o efeito sobre a inflação seja de 0,35 pontos de porcentagem.

Como esse aumento parcial de impostos não seria suficiente para repor a arrecadação tributária de R$ 28,8 bilhões por ano que vigorava antes da diminuição das alíquotas em meados de 2022, o governo criou um imposto de 9,2% sobre as exportações de petróleo cru por quatro meses, o que deverá arrecadar os R$ 6,6 bilhões para complementar a arrecadação em 2023.

Imposto sobre exportações de commodities, em um país grande exportador desses produtos, tem efeitos bastante negativos para a economia. Os preços desses bens são determinados no mercado internacional, o que significa que, na verdade, é um aumento de impostos sobre os lucros das empresas exportadoras e torna o País menos competitivo internacionalmente. É uma quebra de contrato com as empresas que venceram os leilões de licitação para a exploração do petróleo, que já entraram na Justiça com pedido de liminar contra o imposto, aumentando a incerteza jurídica. Diminui os investimentos, as exportações, o superávit comercial e a disponibilidade de reservas no médio prazo.

Ainda mais importante: é um precedente perigoso. Afinal, se o governo está disposto a taxar as exportações de petróleo, por que não taxar a exportação de minérios e commodities agrícolas? E, dada a importância desses setores para a economia brasileira, dificilmente o imposto será aprovado pelo Congresso.

Diz a lenda que, na Batalha de Ásculo, Pirro, após vitória sobre os romanos com grandes baixas, ao ser parabenizado por seus generais, teria respondido: “Mais uma vitória como esta e estou perdido”. Pode ter sido uma vitória do ministro sobre a presidente do PT, mas, para o Brasil, dadas as concessões feitas para chegar ao resultado, pode ter sido uma vitória de Pirro.

O Estado de S.Paulo - SP   13/03/2023

É preciso repensar a maneira que o Brasil combate a inflação. Digamos que haja um evento climático que jogue os preços agrícolas nas alturas. Quem perde com isso? Os mais pobres, principalmente, porque o peso dos produtos alimentares é maior no orçamento das famílias de baixa renda. Qual o remédio que temos na prateleira? Juros altos. Quem ganha com isso? As famílias ricas, que passam a receber mais para investirem seus recursos. Ou seja, primeiro o pobre perde; depois, o rico ganha.

Um analista de mercado interromperia agora para lembrar que, como o pobre perde com a inflação, os juros altos que combatem a elevação de preços também acabam por beneficiá-lo. Então tá.

O fato é que o único instrumento que utilizamos hoje para enfrentar a inflação é a elevação da Selic. Devemos admitir que, mesmo quando necessários, juros altos são um flagelo. Moderar o seu uso deveria ser um imperativo. Eles potencializam a concentração de renda, podem ser devastadores para as empresas e aumentam os gastos públicos, o que impacta a relação dívida/PIB, causando cólicas no mercado financeiro e exigindo, logo adiante, corte de investimentos públicos e de outras despesas discricionárias.

É preciso ampliar o arsenal de medidas que combatem a inflação, de tal sorte a depender menos dos juros altos. Para começar, o governo precisa se convencer de que deflagrar uma política fiscal expansionista em tempos de inflação alta só prolonga a agonia dos juros altos.

Também é necessário promover a desindexação de salários e contratos, algo que herdamos dos tempos da inflação muito alta e que hoje apenas aumenta a inércia e torna mais difícil o controle do processo inflacionário.

Recompor os estoques reguladores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que foram praticamente zerados nos últimos anos, também ajudaria, da mesma forma que é urgente uma nova política de preços para os combustíveis, sem subsídios.

Comissão do Senado votará na terça-feira convite para ouvir Campos Neto sobre taxa de juros

No âmbito do Banco Central (BC), seria útil também contar com os recolhimentos compulsórios, que, como consta do site da autoridade monetária, são “mais um dos mecanismos que o BC tem à disposição na sua caixa de ferramentas” para combater a inflação. Reduzir a volatilidade da taxa de câmbio também seria de bom grado.

O mais rápido, simples e fácil neste momento seria rever para cima a meta de inflação para 2024. Claro que há risco, mas ele será menor se a revisão for acompanhada pelo anúncio de um novo marco fiscal suficientemente ambicioso e verossímil. Há muito a fazer para aumentar a eficácia da política de combate à inflação e depender menos dos juros altos. Melhor começar logo.

MINERAÇÃO

IstoÉ Online - SP   13/03/2023

Os contratos futuros de minério de ferro subiram nesta sexta-feira, com o preço de referência na bolsa de Dalian a caminho de um quinto ganho semanal devido ao otimismo em torno da demanda de aço da China, à medida que o país entra no pico de sua temporada de construção na primavera.

No entanto, os traders moderaram seu entusiasmo, levando em consideração os riscos regulatórios. Autoridades chinesas podem tomar medidas para conter a alta dos preços do minério de ferro, informou o jornal estatal Shanghai Securities Journal.

O clima otimista elevou o preço de referência do vergalhão de aço para construção na China, maior produtora de aço do mundo, ao seu nível mais alto desde junho.

O contrato de minério de ferro de maio mais negociado na Dalian Commodity Exchange da China chegou a subir 2,6%, para uma máxima de 932,50 iuanes (133,92 dólares) a tonelada, mas devoltou parte dos ganhos anteriores, encerrando as negociações diurnas com alta de apenas 0,1%, a 910 iuanes a tonelada, embora ainda tenha subido 0,9% na semana.

“O contrato de maio em Dalian atingiu novas máximas, apesar dos recentes avisos das autoridades de que iria ‘reprimir severamente comportamentos ilegais, como fabricar informações sobre aumento de preços, acumular e manipular preços’ e também movimentos da bolsa para limitar a atividade especulativa”, disseram analistas da Westpac em uma nota.

Na Bolsa de Cingapura, o contrato de abril de referência do ingrediente siderúrgico subiu 0,7%, para 128,55 dólares a tonelada.

Analistas disseram que as preocupações com a intervenção regulatória devem continuar reduzindo os preços do minério de ferro, embora a perspectiva para a demanda de aço na China tenha melhorado.

Na próxima semana, o destaque estará nas divulgações de dados de atividade da China para janeiro e fevereiro, que devem mostrar o país se recuperando depois de abandonar sua rigorosa política de zero COVID, disseram analistas.

CNN Brasil - SP   13/03/2023

Os reguladores chineses podem tomar medidas para conter a alta dos preços do minério de ferro, disse o jornal estatal Shanghai Securities Journal nesta sexta-feira (10), sem fornecer detalhes sobre quaisquer ações a serem tomadas.

A notícia vem após o planejador estatal da China ter dito na semana passada que procurou aconselhamento especializado sobre como lidar com o aumento dos preços.

Os preços intradiários do minério de ferro atingiram 932,5 iuanes (US$ 133,90) a tonelada nesta sexta-feira, o maior nível desde maio de 2022.

Os preços subiram quase 50% desde novembro, embora a demanda por aço só recentemente tenha começado a se recuperar de meses de crescimento econômico lento.

O planejador estatal, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, disse na semana passada que especialistas acreditam que o rali foi impulsionado por especulação e sugeriu que as autoridades deveriam fortalecer a supervisão do mercado e reprimir informações enganosas sobre preços e acumulação.

Após a notícia do Shanghai Securities Journal, o contrato de maio mais ativo na Dalian Commodity Exchange recuou da alta intradiária para fechar em 910 iuanes por tonelada, um aumento de 0,11%.

A alta nos preços elevou os custos operacionais das siderúrgicas chinesas, que têm lutado para gerar lucros, e aumentou o risco de flutuações drásticas no futuro, informou o jornal estatal.

Valor - SP   13/03/2023

Desde 2016, com início da extração de minério de ferro, PIB da cidade foi multiplicado por oito

Desde que a Vale começou a extrair minério de ferro em S11D, no fim de 2016, o PIB de Canaã dos Carajás se multiplicou por oito, atingindo R$ 22 bilhões em 2020, mais do que todo Estado de Roraima. O crescimento acelerado tende a se manter com novos com novos investimentos da Vale e o desembarque da anglo-australiana BHP, que comprou a concorrente OZ Minerals.

A transação entre BHP e OZ Minerals recebeu sinal verde do Cade no início do mês e agora depende apenas de aprovação assembleia da acionistas. O preço de aquisição proposto pela BHP é de US$ 9,6 bilhões, cerca de R$ 49,6 bilhões.

A OZ Minerals tem uma mina no município de Água Azul do Norte, a 121 km de Canaã dos Carajás, com capacidade de extrair 720 mil toneladas ao ano de cobre e ouro através de lavra subterrânea. A empresa possui também o projeto Pantera, no município de Ourilândia (PA), e atua na exploração de ouro em Gurupi (MA).

Com seis unidades operacionais no Pará, a Vale tem uma atividade bem maior e está se expandindo. Em S11D, projeto de minério de ferro que já recebeu aportes de US$ 6,4 bilhões, a companhia está investindo mais US$ 2,3 bilhões para ampliar a capacidade atual da unidade de 90 milhões para 120 milhões de toneladas por ano.

O Sudeste do Pará tem grande concentração de hematita em sua formação geológica. Trata-se de um dos minerais mais puros em ferro do mundo, resultado dos diversos processos de transformação que a área passou ao longo do tempo. Na região, o minério chega a um teor acima de 65% de ferro.

De acordo com dados já comprovados, a S11D tem vida útil até 2062, mas, segundo a Vale, o prazo “pode ser prolongado conforme pesquisas em outros corpos mineiras”.

A expansão atual em S11D consiste na abertura de novas áreas de lavra, duplicação do transportador de correia de longa distância e implantação de novas linhas de beneficiamento. Também está prevista a ampliação das áreas de estocagem e da oficina de manutenção. A previsão é que as operações comecem em 2025.

Além de S11D, a Vale extrai minério de ferro em minas menores em Parauapebas e Curionópolis. As operações de cobre ficam em Canaã dos Carajás (Mina do Sossego) e Marabá (Mina do Salobo) e empresa extrai níquel em Ourilândia (Mina de Onça Puma). Segundo a Vale, há previsão de expansão de todos projetos no Estado.

Valor - SP   13/03/2023

Apesar das polêmicas, novo colegiado, a ser eleito em assembleia em 28 de abril, representa avanço na governança, dizem fontes

A lista de candidatos apresentada pela Vale para o novo conselho de administração da empresa, a ser eleito em assembleia de acionistas em 28 de abril, suscitou polêmicas mas representa mais uma etapa no processo de melhoria da governança corporativa da mineradora, dizem fontes próximas da companhia.

O entendimento desses interlocutores é que os nomes escolhidos vão garantir colegiado mais diverso. Haverá maioria de conselheiros “independentes”, mais estrangeiros, profissionais que ocupam ou tiveram cargos de CEOs em grandes empresas e aumento no número de mulheres, embora o colegiado deverá ter apenas duas executivas em 13 assentos caso a chapa apresentada seja confirmada na Assembleia Geral Ordinária (AGO) do fim de abril. Os conselheiros eleitos terão mandato de dois anos (2023-2025).

As discussões em torno ao novo colegiado da mineradora tornaram-se públicas na semana passada, como adiantou o Valor. A proposta de renovação alcança 50% do conselho atual, mudança superior ao que inicialmente se imaginava na própria companhia e no mercado. Conselheiros com visão mais crítica da diretoria e do conselho não foram incluídos na lista ou decidiram não participar da eleição na AGO. Foi o caso de Mauro Cunha, ex-presidente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), e de Roberto Castello Branco, ex-presidente da Petrobras, respectivamente.

Planalto fez análise de Daniel Stieler, ex-Previ, para vaga de ‘chairman’ e deu sinal verde para executivo assumir

Na manhã da quinta-feira (9), a Vale reapresentou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a ata da reunião do conselho da véspera (8) que havia aprovado a lista de candidatos ao colegiado. A reapresentação da ata, inicialmente divulgada na madrugada do dia 9, foi necessária para incluir o voto contrário de Cunha. A mensagem de Cunha foi incisiva. Na visão dele, houve “incoerência” entre a mensagem do atual presidente do conselho da Vale, José Luciano Penido, no relatório anual da empresa, que mostrava “evolução positiva do colegiado”, e a proposta de indicação, que busca renovar 50% dos membros do grupo.

Cunha criticou as indicações feitas para o “board” da mineradora. Disse que houve inobservância de premissas de trabalho acordadas entre o comitê de indicação e governança (CIG), instância de assessoria, e o colegiado. Afirmou que se manteve um colegiado “grande demais” e, sem citar nomes, disse que foram incluídos candidatos que jamais participaram de um conselho de administração. Afirmou que foram “excluídos” integrantes que desafiam a direção da companhia e o colegiado. Houve, disse, tentativa de evitar o voto múltiplo ao invés de se recomendar o melhor conselho para a Vale.

O voto múltiplo é um sistema de votação em assembleias previsto na Lei das Sociedades Anônimas e que permite a acionistas concentrarem votos em determinados candidatos. O mecanismo vem sendo usado em reuniões de investidores de grandes empresas, caso da Petrobras e da Vale, e beneficia acionistas minoritários. Em 2021, a Vale fez assembleia pelo voto múltiplo que permitiu a eleição de quatro conselheiros, incluindo Cunha e Castello Branco, que não faziam parte da chapa apresentada pela empresa. Agora não se espera que surjam candidaturas alternativas para a AGO de 28 de abril, mas a hipótese não pode ser descartada.

Outra discussão marcou a lista de candidatos da Vale para o conselho de administração. A chapa da empresa incluiu dois nomes da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, que tem cerca de 10% do capital da mineradora. Um deles é o do novo presidente da Previ, o sindicalista João Fukunaga. O outro é o de Daniel Stieler, presidente da Previ no governo de Jair Bolsonaro. Stieler faz parte do atual conselho da empresa, cujo mandato termina no fim de abril, e está sendo reconduzido, desta vez na condição de presidente (“chairman”), cargo que tem o poder de determinar o andamento dos trabalhos e a inclusão de pautas na agenda do colegiado.

Na quinta-feira (9), o colunista Lauro Jardim, de “O Globo”, noticiou que o atraso, na véspera, na divulgação da lista de candidatos ao conselho da Vale foi motivado por veto inicial do governo Lula ao nome de Stieler, depois superado. A lista de nomes para o colegiado sairia após o fechamento do mercado no dia 8, mas entrou no sistema da CVM na madrugada do dia 9. Embora a Vale seja uma empresa privada, é concessionária de direitos minerais e, indiretamente, o governo pode exercer pressão política na empresa via Previ.

O Valor apurou que o Planalto analisou o nome de Stieler e, depois de conversas, deu sinal verde para a recondução do executivo. Stieler fez carreira no Banco do Brasil, é próximo do ex-presidente do banco Fausto de Andrade Ribeiro e, no período em que presidiu a Previ, estabeleceu bom diálogo com os investidores de referência da Vale, empresa que passou a ter capital pulverizado e extinguiu, em 2020, o acordo de acionistas. Além da Previ, esse grupo é formado por Bradespar, Mitsui e conta com gestores internacionais relevantes, caso de Capital e BlackRock, entre outros. O mais novo acionista de referência da Vale é a Cosan, que e 2022 formou posição acionária acima de 5% na mineradora.

Na lista de candidatos ao conselho divulgada na quinta-feira (9), aparece o CEO da Cosan, Luis Henrique Guimarães. Os outros candidatos são: Douglas Upton, que trabalhou na Capital; Fernando Buso, o mais antigo conselheiro da Vale, representando a Bradespar; José Luciano Penido, atual “chairman”; Ollie Oliveira, até agora o único estrangeiro no “board” (ele é português); Marcelo Gasparino e Rachel Maia, ambos sendo reconduzidos; Shunji Komai, pela Mitsui; Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo; e a canadense Vera Marie Inkster, ex-CEO da Lundin Mining. A esses nomes se somam Fukunaga e Stieler. No total o colegiado da Vale tem 13 assentos, sendo 12 eleitos na AGO e um em separado pelos empregados da mineradora.

AUTOMOTIVO

O Petróleo - SP   13/03/2023

A Nissan revelou na quarta-feira uma nova abordagem para desenvolver os principais componentes de seus modelos híbridos das séries EV e e-Power – levando ao que a Nissan acredita ser a paridade de preço com modelos de combustão interna não híbridos por volta de 2026.

Sob a chamada filosofia X-in-1, os principais componentes dos powertrains elétricos e e-Power (3 para EV, 5 para e-Power) serão modularizados, com algum compartilhamento entre os dois – uma abordagem que permite que eles a ser produzido na mesma linha.

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Esse compartilhamento e modularização dos componentes principais ajudará a reduzir os custos do trem de força em aproximadamente 30% quando for introduzido em 2024, em comparação com 2019, e por volta de 2026, quando eles devem ser aumentados para produção em massa, permitirá essa paridade de preços.
Nissan E-Power compartilha tecnologia entre EVs e híbridos

Os modelos e-Power da Nissan são híbridos de série – o que significa que um motor a gasolina aciona um gerador, enquanto um motor elétrico aciona as rodas (com um modesto buffer de bateria no meio). A Nissan não descartou a ideia de híbridos plug-in, mas todos os seus modelos e-Power até agora aderiram ao formato movido a gasolina.

O E-Power estreou em 2016 no carro pequeno Note do mercado japonês e, desde então, expandiu o sistema para mais modelos e tornou o Note totalmente híbrido , com a tecnologia chegando agora à Europa.

O compartilhamento mais focado da tecnologia de motores e inversores entre o e-Power e seus EVs ajudará a reduzir os custos de ambos, e a Nissan observou que está entrando em sua terceira geração de inversores internos, com progresso significativo em eficiência e redução de tamanho. Também está adicionando um motor recém-desenvolvido que reduz o uso de elementos pesados de terras raras para 1% ou menos do peso dos ímãs, diz a Nissan, enquanto a própria modularização reduzirá o tamanho em 10% e ajudará a controlar o ruído e a vibração.

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Mais detalhadamente, a versão EV combina motor, inversor e redutor, enquanto a versão e-Power combina motor, inversor, gerador, redutor e motor-gerador. O fornecedor de transmissão afiliado da Nissan, Jatco, empacotará os componentes em módulos.

Híbridos Nissan e-Power para a América do Norte?

A Nissan não discutiu as aplicações para a América do Norte em uma revelação virtual da tecnologia ou em um comunicado à imprensa que a acompanha.

Isso pode se referir a uma ampla gama de veículos em potencial, incluindo vans de entrega de frota, outros veículos comerciais ou picapes ou SUVs de uso pessoal – ou todos os itens acima.

Nos EUA, a Nissan enviou muitas mensagens contraditórias sobre os híbridos e-Power – e como sua linha de EV norte-americana pode parecer no final da década. Mas este anúncio pode ser um passo positivo para o lançamento dessas tecnologias.

A empresa- mãe disse originalmente que pretendia lançar uma versão dele como um sistema híbrido de mercado de massa para a América do Norte, substituindo seu Rogue Hybrid de disponibilidade limitada e talvez eventualmente assumindo o mix de produtos híbridos ricos do Toyota RAV4 ou Ford Escapar. Em 2019, ele disse que, enquanto ainda estudava a tecnologia para a América, os híbridos e-Power para os EUA visariam o desempenho, e não apenas a economia de combustível.

Mais tarde, em 2019, sua marca de luxo Infiniti revelou um plano abrangente para reorientar sua linha em torno de EVs e uma versão do e-Power, mas em meados de 2021 abandonou essa visão de alta tecnologia .
Guerra de preços EV? A abordagem modular pode ajudar

A Nissan insinuou um substituto para o Leaf , previsto para 2026, e a possibilidade de uma picape compacta elétrica. Ambos seriam produtos de baixo custo auxiliados por essa abordagem modular.

Olhando para o que a Nissan confirmou: no meio da década no Mississippi, ela planeja aumentar a produção de dois novos EVs – um para a marca Nissan e outro para a Infiniti.

A Nissan USA disse  que não poderia verificar o sistema modular para eles nem fornecer qualquer atualização sobre o cronograma do e-Power nos EUA.

Olhando apenas para os EVs, a Nissan vê a paridade de custos mais distante – e novamente apontou para a introdução antecipada de suas próprias baterias de estado sólido por volta de 2028 , com escala de mercado de massa alguns anos depois, como uma chave para isso.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Agência Brasil - DF   13/03/2023

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) registrou inflação de 0,08% em fevereiro deste ano. A taxa ficou abaixo das observadas em janeiro deste ano (0,31%) e de fevereiro de 2021 (0,56%).

Segundo dados divulgados hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Sinapi acumulado em 12 meses chegou a 9,92%, abaixo dos 10,45% acumulados até janeiro.

Com a inflação de fevereiro, o custo nacional da construção por metro quadrado chegou a R$ 1.685,74.

A parcela dos materiais teve alta de preços de 0,10% no mês e passou a custar R$ 1.001,94 por metro quadrado. Já o custo da mão de obra subiu 0,04% e passou a ser de R$ 683,80.

Rodoviário

Valor - SP   13/03/2023

Licitação está marcada para esta terça-feira (14), mas ainda há ameaça de liminar da Coesa (ex-OAS) contra o projeto

O leilão do Rodoanel Norte, marcado para esta terça-feira (14), deverá receber proposta de ao menos três concorrentes, segundo o secretário paulista de Parceria em Investimentos, Rafael Benini. O projeto será licitado como uma Parceria Público Privada (PPP), em que o vencedor terá que concluir a construção do trecho e operar a rodovia por 31 anos.

A XP é apontada como provável concorrente na disputa. O grupo financeiro, que em 2022 conquistou a concessão dos aeroportos Campo de Marte (SP) e Jacarepaguá (RJ), deverá se associar a outros dois grupos de engenharia, segundo fontes de mercado.

A espanhola Acciona também é citada como uma forte candidata. O grupo, que possui um braço de engenharia, já tem uma concessão para construir e operar a Linha 6 do Metrô de São Paulo.

Outro grupo financeiro que poderá disputar, segundo fontes, é a Starboard, conhecida pela reestruturação de negócios em dificuldade. Também há expectativa de que construtoras médias com experiência em concessão (como as ex-acionistas da MGO) possam compor consórcios, trazendo as atestações necessárias.

Dos grupos tradicionais, a CCR e a Arteris foram as que mais estudaram o leilão, diz uma fonte. A CCR poderia até entrar, mas de forma muito conservadora, na avaliação do setor. Já a Arteris tem sido ausente dos leilões e, em 2022, foi colocada à venda por seus controladores - Brookfield e Abertis. Outra fonte indica que a Equipav, que recentemente conquistou uma concessão no Sul de Minas, também avaliou o ativo.

As propostas serão entregues no dia da concorrência, que será realizada na B3, em São Paulo. Procuradas, XP, Acciona, Starboard e Arteris não quiseram comentar. A CCR e a Equipav afirmam que avaliam as oportunidades de mercado.

Ao todo, estão previstos R$ 3 bilhões de investimentos no projeto. O Estado se dispôs a entrar com cerca de R$ 2 bilhões do total. O valor, porém, poderá cair a depender do grau de concorrência. Isso porque, na competição, vencerá quem oferecer o maior desconto sobre o desembolso público.

Na disputa, primeiro será ofertado um deságio sobre as contraprestações anuais a serem pagas pelo governo, de até R$ 51 milhões. Caso se chegue a 100% de desconto nessa etapa, passa a valer o maior desconto sobre o aporte público, de no máximo R$ 1,43 bilhão.

“Nossa expectativa é que haja competição. A modelagem é robusta, foram feitos ajustes relevantes”, diz Lucas Sant'Anna, sócio do Machado Meyer, que apoia a estruturação. “É um ativo que gera interesse pela obra. Poderemos ver construtoras e fundos de investimento se associando”, avalia Rodrigo Pinto de Campos, sócio do Porto Lauand Advogados.

O governo tenta viabilizar o Rodoanel Norte há ao menos uma década - o trecho, de 44 km, é o último que resta para concluir o anel viário. Em 2012, foi feita a primeira licitação da obra, que foi dividida em seis lotes, vencidos por Mendes Júnior, OAS, Acciona e Construcap. Diante dos atrasos, os contratos com as empreiteiras foram rescindidos, entre 2018 e 2019, com 25% da construção por fazer. As pendências entre governo e empresas foram levadas a arbitragem, ainda em curso.

O atual projeto foi modelado pela gestão anterior, que tentou licitar a PPP em 2022, mas sem sucesso devido ao baixo interesse privado. Ao longo do ano passado, a equipe reestruturou o edital, elevou o aporte público e buscou mitigar riscos do contrato.

Uma das principais preocupações eram as obras inacabadas, afirma Massami Uyeda Júnior, sócio do Arap, Nishi & Uyeda Advogados. O temor vem da incerteza sobre o real estado da estrutura construída. No novo edital, porém, o governo adicionou mecanismos de mitigação do risco, com a possibilidade de revisão dos projetos executivos. “Houve uma evolução significativa, é um contrato robusto”, diz ele.

Outra mudança que trouxe mais segurança foi o compartilhamento do risco de demanda, devido ao novo sistema de cobrança que será adotado - o “free flow”, em que o pagamento é eletrônico, sem praça de pedágio.

O leilão, porém, ainda deverá enfrentar uma tentativa de suspensão por parte da Coesa, ex-Construtora OAS, uma das responsáveis pela obra no passado.

A empresa pede a suspensão cautelar do edital no Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP) e, caso não haja sucesso na iniciativa, se prepara para uma judicialização, diz Cesar Pereira, sócio do escritório Justen, Pereira, Oliveira e Talamini, que representa o grupo.

A companhia pede que seja incluída na PPP a obrigação de pagar eventual indenização à construtora. O temor, diz o advogado, é que, com a extinção do Dersa (estatal que no passado contratou as obras), o pagamento não se efetue. “Há risco de a empresa não receber ou ficar esperando precatórios por trinta anos. Enquanto essa mesma obra é explorada por outro particular.” A Coesa estima ter R$ 430 milhões a receber, o que ainda está sendo discutido na arbitragem.

Sobre a ação, Benini diz que a tentativa não preocupa o governo e que o questionamento não faz sentido. “Na verdade, o Estado é que está na Justiça contra eles, porque a obra não foi entregue. Ainda não se sabe quem vai pagar para quem”, afirmou. Além disso, a avaliação é que a questão não tem relação com a concessão.

A Coesa está em recuperação judicial desde 2022 para reestruturar dívidas de R$ 5,5 bilhões. A indenização seria usada para pagar credores. O grupo também se prepara hoje para outra disputa com o governo paulista, que decidiu romper o contrato com a Coesa para a construção da Linha 17 do monotrilho, sob a alegação de que a obra não estava sendo executada.

NAVAL

Portal Fator Brasil - RJ   13/03/2023

Em acórdão publicado no Diário Oficial da União do dia 08 de março (quarta-feira), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) aprovou a padronização e os reajustes tarifários do Porto de Itaguaí, administrado pela PortosRio.

A padronização, que vem sendo realizada pela agência reguladora, estabelece que os portos brasileiros operem com novas modalidades e respectivas tabelas. A uniformização visa tornar as cobranças tarifárias mais eficientes, além de possibilitar que os usuários façam comparações utilizando métricas únicas, o que proporciona um aumento de disputa entre os portos do país.

A Antaq aprovou também um Índice de Reajuste Tarifário (IRT) de 34,95% nos valores praticados no Porto de Itaguaí desde 2016, visando a recomposição inflacionária. A nova política tarifária aprovada pela Antaq estabelece o preço teto para os serviços prestados no porto, sendo que a PortosRio poderá estabelecer regras de aplicação ou política de descontos, garantida a isonomia entre os usuários. A entrada em vigor das novas tarifas ocorrerá em prazo a ser determinado pela deliberação da Antaq, que será divulgada em breve.

Jota - DF   13/03/2023

É através dos portos marítimos que ocorre a maciça circulação de bens em escala global. Por essa razão, o desenvolvimento exige que eles estejam integrados aos demais modais de transporte interno e sirvam ao livre fluxo de riquezas.

A exploração dos portos marítimos, dada a inquestionável relevância, está sujeita à elevada regulação e fiscalização estatais. O Estado é o titular dos terrenos de marinha e das atividades portuárias no qual são executadas. Além disso, o Poder Público é o detentor das atribuições relativas ao desembaraço aduaneiro e, ainda, das implicações jurídicas atreladas ao Direito internacional público e ao Direito do mar.

É de competência da União explorar, diretamente ou mediante concessão, permissão ou autorização, os portos marítimos, além de regular a exploração, bem como as complexas relações jurídicas estabelecidas entre os poderes públicos federal, estadual e municipal, incluindo órgãos reguladores e autoridades portuárias, a iniciativa privada e os usuários dos serviços.

Nessa exploração, existem vários regimes jurídicos, diversificadas incidências regulatórias, de prestação de serviço público e de exploração de atividades econômicas. Todas elas devem ser estimuladas e fomentadas. Além disso, é preciso inibir práticas indesejáveis, como a concorrência desleal decorrente de assimetrias regulatórias ou do abuso de posição dominante.

É preciso que tais agentes econômicos, preservadas suas especificidades de gestão e de relação público-privada, contribuam para a livre circulação de riquezas. Portanto, o primeiro desafio a ser enfrentado na exploração dos portos marítimos está na diversidade de agentes estatais e econômicos em relação dialógica obrigatória, ao passo que inerentes conflitos de interesses proliferam em toda a cadeia.

A complexidade do estabelecimento de políticas públicas e da regulação nos setores de infraestrutura decorre do risco associado à detenção simultânea, por um mesmo agente econômico, de sucessivos segmentos da cadeia produtiva sob o pretexto de aproveitamento de economias de escopo e de escala e da propensão, pelo monopolista detentor da infraestrutura, em abusar da sua posição dominante.

É preciso harmonizar os conflitos de interesses através da implantação de políticas públicas e práticas regulatórias eficazes. Considerando as diversas atividades econômicas exploradas nos portos marítimos, bem como as complexas relações jurídicas existentes entre operadores portuários e demais agentes do subsetor, é preciso mitigar as assimetrias de informações e, quando o caso, instituir subsídios cruzados.

Discussões que, nos últimos anos, foram centradas na irrefletida privatização dos portos organizados, no fomento ao regime de autorização administrativa dos terminais privados e, ainda, na ampliação das hipóteses de liberdade de preços no âmbito da exploração dos portos marítimos brasileiros devem dar lugar para um distinto olhar para o futuro.

Ao invés da desestatização como um fim em si mesma ou de ampliação, ao menos irrestrita, das hipóteses de exploração pelos terminais explorados em regime de autorização administrativa, a regulação estatal deve, em nome do desenvolvimento, fomentar ações desejáveis e desestimular práticas comprometedoras da saudável relação entre agentes econômicos, poderes públicos e usuários.

Anderson Medeiros Bonfim – Doutorando em Direito Administrativo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), instituição na qual obteve os títulos de Mestre em Direito Administrativo e Bacharel em Direito

PETROLÍFERO

TN Petróleo - RJ   13/03/2023

A ANP publicou ontem (9/3) o Painel Dinâmico de Consultas das Previsões de Atividades, Investimentos e Produções na Fase de Produção, uma nova forma interativa de visualização de dados que utiliza uma ferramenta de business intelligence (BI).

No painel, é possível consultar informações referentes às previsões de atividades, investimentos e produção para o quinquênio, conforme apresentadas pelos contratados nos Programas Anuais de Trabalho e Orçamento (PAT) e Programas Anuais de Produções (PAP).

É possível aplicar filtros e obter as atividades por bacia, ambiente (mar ou terra) ou estado. Os mesmos filtros podem ser usados para a consulta das previsões de investimentos, que podem ser obtidos em dólares ou reais.

Para consultas das previsões de produção, a ferramenta permite aplicar o filtro para ambiente (mar ou terra) e obter os volumes ou vazões referentes a petróleo, gás, petróleo equivalente (produções de petróleo e gás somadas), injeção de água e queima de gás.

Acesse o Painel Dinâmico de Consulta das Previsões de Atividades, Investimentos e Produções na Fase de Produção: https://www.gov.br/anp/pt-br/centrais-de-conteudo/paineis-dinamicos-da-anp/paineis-dinamicos-sobre-exploracao-e-producao-de-petroleo-e-gas/painel-dinamico-de-consulta-das-previsoes-de-atividades-investimentos-e-producoes-na-fase-de-producao

Veja os demais painéis dinâmicos da ANP relacionados a exploração e produção de petróleo e gás natural: https://www.gov.br/anp/pt-br/centrais-de-conteudo/paineis-dinamicos-da-anp/paineis-dinamicos-sobre-exploracao-e-producao-de-petroleo-e-gas

O Petróleo - SP   13/03/2023

O petróleo caiu pela quarta sessão nesta sexta-feira, caminhando para sua maior perda semanal em cinco semanas, devido às preocupações com a perspectiva de altas acentuadas nas taxas de juros nos Estados Unidos, afetando a demanda por combustível.

O Brent caiu 41 centavos, ou 0,5%, para US$ 81,18 o barril às 0852 GMT. O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA caiu 56 centavos, ou 0,7%, para US$ 75,16.

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As expectativas de novos aumentos de juros na maior economia do mundo e na Europa obscureceram as perspectivas de crescimento global e levaram os dois índices de referência do petróleo a cair mais de 5% até agora nesta semana, a pior queda desde o início de fevereiro.

O fortalecimento do dólar também está tornando o petróleo mais caro para detentores de outras moedas.

O presidente do Federal Reserve dos EUA, Jerome Powell, alertou sobre aumentos de juros mais altos e potencialmente mais rápidos, dizendo que o Fed estava errado ao pensar inicialmente que a inflação era “transitória”.

Dados mais amplos do emprego nos EUA mais tarde na sexta-feira aparecem como um barômetro crucial da saúde do mercado de trabalho dos EUA, considerado apertado, e como um indicador da direção das taxas de juros.

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As folhas de pagamento não agrícolas provavelmente aumentaram em 205.000 empregos no mês passado, de acordo com uma pesquisa da Reuters.

“Um número que supera a previsão será o último prego no caixão para as pombas da taxa e deve fornecer munição nova para os ursos do petróleo”, disse Stephen Brennock, analista da PVM.

Do lado da oferta, os Estados Unidos teriam instado em particular alguns comerciantes de commodities a descartar as preocupações sobre o transporte de petróleo russo com preços limitados em uma tentativa de aumentar a oferta, o que sugere que mais petróleo russo pode fluir para o mercado.

Os investidores estão monitorando de perto os cortes nas exportações da Rússia, que decidiu reduzir a produção de petróleo em 500.000 barris por dia em março.

A Reuters informou esta semana que a Rússia planeja cortar as exportações de petróleo e o trânsito de seus portos ocidentais em março em 10% diariamente.

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