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12 de Dezembro de 2022

SIDERURGIA

Valor - SP   12/12/2022

A decisão abrange as taxas de importação que o ex-presidente impôs em 2018 alegando motivos de segurança nacional, citando a necessidade de proteger os fabricantes domésticos

A Organização Mundial do Comércio (OMC) disse nesta sexta-feira que suas comissões de solução de controvérsias concluíram que os Estados Unidos violaram as regras do comércio internacional ao aplicar tarifas extras sobre aço e alumínio importados, em um caso que coloca Washington contra a China, assim como contra outras nações aliadas.

A decisão abrange as taxas de importação que o ex-presidente Donald Trump impôs em 2018 alegando motivos de segurança nacional, citando a necessidade de proteger os fabricantes domésticos dos produtos da superprodução global dos metais.

A comissão da OMC que avaliou as reclamações formais, feitas por China, Noruega, Suíça e Turquia, disseram em relatórios que os EUA violaram suas obrigações sob os acordos da OMC. Eles disseram que as tarifas não eram justificadas por questões de segurança nacional porque "as medidas não foram tomadas em tempos de guerra ou outras emergências nas relações internacionais", conforme argumentado pelos EUA.

Os EUA disseram que rejeitaram veementemente a "interpretação e conclusões falhas" dos painéis e deram a entender que vão apelar da decisão.

“O governo Biden está comprometido em preservar a segurança nacional dos EUA, garantindo a viabilidade de longo prazo de nossas indústrias de aço e alumínio”, disse Adam Hodge, porta-voz do Escritório de Representação Comercial dos EUA. "Não pretendemos remover as obrigações da Seção 232 como resultado dessas disputas".

Os EUA acham que o processo de solução de controvérsias da OMC "não tem autoridade" para revisar questões de segurança nacional, acrescentou.

A decisão deve ter pouco impacto nas importações de aço e alumínio dos EUA.

Os principais exportadores de aço para os EUA já estão amplamente protegidos do impacto das tarifas. O governo Trump permitiu importações isentas de impostos de alguns países, incluindo México e Canadá. O governo Biden também tomou medidas para atender às reclamações de aliados, incluindo a União Europeia, o Japão e o Reino Unido.

Mesmo que os EUA recorram do caso, a OMC não tem capacidade para lidar com recursos porque seu tribunal superior, conhecido como Órgão de Apelação, não tem juízes devido à recusa dos EUA no ano passado em aprovar os indicados. Os EUA disseram que o tribunal tem um histórico de exageros, citando suas decisões em disputas anteriores com a China.

As tarifas de aço e alumínio estavam entre as mais controversas das políticas comerciais de Trump. Mesmo quando a medida foi tomada para lidar com a superprodução global de metais causada principalmente pela China, ela afetou uma série de países amigos. Os aliados próximos de Washington ficaram furiosos porque as taxas foram impostas por motivos de segurança nacional. As tarifas de 25% para o aço importado e de 10% para o alumínio foram divulgadas em 2018.

A reclamação original à OMC foi feita pela China, mas outros oito recursos, incluindo da União Europeia, aderiram ao caso. Alguns desistiram depois que os EUA ofereceram concessões.

Os EUA disseram que as conclusões do painel apenas reforçam a necessidade de revisar o sistema de solução de controvérsias da OMC.

Os países membros da OMC vêm intensificando as discussões para reformular o sistema de solução de controvérsias do grupo, mas suas posições permanecem distantes.

Monitor Digital - RJ   12/12/2022

As exportações de sucata ferrosa, insumo usado na composição de aço pelas usinas siderúrgicas, voltaram a cair em novembro em função da crise persistente na Europa, provocada pela guerra da Ucrânia, com paralisação de usinas e de portos e redução das compras pelos países asiáticos.

É o sétimo mês consecutivo de retração das vendas externas no comparativo anual e o segundo de queda mensal. No mês passado, as exportações totalizaram apenas 19.031 toneladas, queda de 65,2% em relação ao mesmo mês de 2021 (54.704 toneladas) e de 13% ante outubro de 2022 (21.882 toneladas).

De janeiro a novembro deste ano, as exportações atingiram 347.751 toneladas, recuo de 23,6% se comparadas ao mesmo período do ano passado, quando somaram 455.185 toneladas, conforme os dados divulgados pelo Ministério da Economia, Secex.

De acordo com S&P Global Platts, agência americana especializada em fornecer preços-referência e benchmarks para os mercados de commodities, as vendas e negócios no Brasil também têm mostrado pouco fôlego nos últimos meses.

O consumo atual da usina representa atualmente apenas 70% a 75% da média histórica. O mercado hoje estaria, no levantamento da agência americana, favorável apenas para quem compra e deve continuar no mesmo caminho até março.

Diário do Aço - MG   12/12/2022

Cinco trabalhadores atingidos por vazamento de gás na usina em Ipatinga permanecem hospitalizados e dois ainda na UTI, um deles em estado gravíssimo

Em um vídeo publicado na noite desta quinta-feira (8), em seus canais de comunicação com a comunidade, a Usiminas se pronunciou a respeito das duas ocorrências na usina em Ipatinga.

O diretor de produção da usina de Ipatinga, Helton Muzzi, informou que em relação ao vazamento de gás ocorrida na noite de terça-feira (6/12), o diretor explicou que dez pessoas receberam alta hospitalar e cinco permanecem hospitalizadas, das quais, três já saíram da UTI do Hospital Márcio Cunha e duas permanecem sob tratamento intensivo. "Sendo que uma delas permanece em estado realmente muito grave", detalhou o diretor.

Helton Muzzi acrescentou que, desde o início do ocorrido, profissionais da assistência social e saúde apoiam trabalhadores e suas famílias, para o conforto nesse momento difícil.

Sobre o acidente, ele explicou que uma equipe multidisciplinar de especialistas analisa o ocorrido, às 20h30 do dia 6/12, em um dos gasômetros da Usina. "Após o acidente, seguindo rigorosamente o protocolo de emergência, a equipe técnica fez medições no interior da usina e no entorno, não detectando presença de gás. Isso significa que os colaboradores no interior da usina e a comunidade estão fora de risco. A situação está controlada e o equipamento envolvido no acidente continua fora de operação para que toda a investigação e verificações sejam realizadas", afirmou.

Na noite de terça-feira, foram atingidos pelo vazamento de gás, 15 trabalhadores das empresas terceirizadas MG andaimes e RHI Magnesita. O BGF (blast furnace gas) na sigla em inglês, é resultante do processo siderúrgico. Tem baixo poder calorífico e é composto por monóxido de carbono, hidrogênio, nitrogênio, dióxido de carbono e gás sulfídrico. Principalmente por causa do teor de monóxido de carbono elevado o BFG é perigoso em caso de vazamento.

Evacuação ocorrida quinta-feira

O diretor também citou um episódio ocorrido na área do alto-forno nesta quinta-feira, quando os trabalhadores foram evacuados, por volta de 15h de seus postos de trabalho. Conforme já havia relatado a assessoria da empresa, houve queda no fornecimento de energia elétrica e trabalhadores que atuavam na área foram afastados por segurança até que a situação fosse normalizada.

ECONOMIA

Globo Online - RJ   12/12/2022

A inflação desacelerou de 0,59% para 0,41% na passagem de outubro para novembro, conforme mostram os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira. Puxada por combustíveis e alimentos, a alta no mês veio abaixo do esperado pelo mercado, que projetava 0,55% na comparação mensal.

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Apesar da desaceleração, esta é a segunda alta consecutiva após o indicador registrar três meses de deflação. No ano, o IPCA chega a 5,13% e, nos últimos 12 meses, a 5,90%.

Combustíveis e alimentos mais caros

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete registraram alta em novembro. As maiores contribuições viram de Transportes e Alimentação. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 71% do IPCA de novembro.

A alta de 0,83% do grupo Transportes foi puxada pelo aumento dos combustíveis, que subiram 3,29% após recuo de 1,27% em outubro. Os preços do etanol (7,57%), da gasolina (2,99%) e do óleo diesel (0,11%) subiram no mês.

— A alta da gasolina está ligada ao aumento do preço do etanol. Isso ocorreu por conta de um período de entressafra da produção de cana de açúcar. A gasolina leva álcool anidro em sua composição —explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Já no grupo de alimentos, os maiores responsáveis pela alta de 0,53% foram os alimentos para consumo no domicílio. A cebola subiu 23%, seguido do tomate, que subiu 15%. Ambos os itens já haviam subido em outubro. Houve alta também nos preços das frutas e do arroz, que variaram quase 3% e 1,5%, respectivamente.

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Segundo Kislanov, no caso da cebola, houve uma redução da oferta nacional, principalmente do Nordeste, mas também de outros locais como São Paulo e Minas Gerais.

—Essa diminuição não foi coberta por importações porque não existe uma grande oferta de cebola no mercado externo. Em relação ao tomate, a oferta costuma ser afetada pelo fator clima. Nesta época do ano, a safra de inverno já está esgotada — acrescenta Kislanov.

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Os preços do grupo Vestuário subiram 1,1%, com destaque para as roupas femininas e infantis, além dos calçados e acessórios. Em 12 meses, Vestuário acumula alta de 18,65%.

Já o grupo de Saúde e cuidados pessoais ficou estável. Segundo o IBGE, a desaceleração pode ser explicada, principalmente, pela mudança de comportamento nos preços dos artigos de higiene pessoal, que passaram de alta de 2% em outubro para queda de quase 1% em novembro. Ainda assim, a alta dos planos de saúde, cujos preços subiram 1,2% no mês, contribuiu com 0,04 ponto percentual de impacto no IPCA de novembro.

O grupo Habitação, por sua vez, avançou 0,5% no mês. A alta foi influenciada pelo aumento nos preços do aluguel residencial e da energia elétrica, que subiram entre 0,5% e 0,7%. Foram observados reajustes em Brasília e Porto Alegre.

Meta de inflação descumprida pelo 2º ano seguido

Economistas estimam que a inflação encerrará o ano perto de 6%. O patamar é bem inferior ao projetado no início deste ano, quando chegava a dois dígitos. Ainda assim, o índice terminará o ano acima da meta de inflação de 3,5%, cuja margem de tolerância é de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Com isso, a meta será descumprida pelo segundo ano consecutivo, conforme já admitido pelo próprio Banco Central do Brasil.

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Com a recente redução nos preços da gasolina e do diesel anunciada pela Petrobras nas refinarias, espera-se que a queda seja repassada às distribuidoras e chegue aos postos de combustíveis voltados ao consumidor. Por isso, economistas estimam que o IPCA poderá ficar ligeiramente abaixo de 6%.

Felipe Sichel, sócio e economista-chefe do Banco Modal, revisou a projeção de 6% para 5,85% em função dos cortes nos preços da gasolina e do diesel. Ainda assim, pontuou que a perspectiva é de preços pressionados no ano que vem:

"Tal fato, mesmo unido à uma leve melhora da dinâmica inflacionária, não enseja revisão para 2023, estimado em 5,95%, dada a deterioração da perspectiva fiscal em função da PEC de Transição", avalia, em comentário.

IstoÉ Dinheiro - SP   12/12/2022

Os chefes de várias instituições econômicas internacionais elogiaram nesta sexta-feira (9) a decisão da China de flexibilizar sua política de “covid zero”, o que a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, descreveu como um passo “decisivo” em frente.

O relaxamento das restrições sanitárias é uma boa notícia para a economia mundial, que atravessa dificuldades, declarou a chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) após uma reunião com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, em Huangshan, no leste da China.

As autoridades de saúde chinesas anunciaram na quarta-feira uma flexibilização geral das restrições sanitárias, depois de uma onda de protestos, e também com a esperança de dar impulso à segunda maior economia mundial.

Entre as principais medidas anunciadas estão o fim dos testes de PCR sistemáticos e em larga escala, a possibilidade de isolamento domiciliar para casos leves e assintomáticos e uma aplicação mais limitada dos confinamentos.

“Saudamos as ações decisivas tomadas pelas autoridades chinesas (…) para recalibrar a política de covid”, declarou Georgieva em entrevista coletiva com líderes de outras instituições econômicas internacionais.

Além disso, o esforço da China para aumentar a imunização entre sua população é positivo “para o povo chinês, mas também é importante para a Ásia e o resto do mundo”, acrescentou Georgieva.

“O desempenho da China é importante [não apenas] para a China, mas também para a economia mundial”, afetada pelas consequências da guerra na Ucrânia e pela inflação, acrescentou.

A economia mundial foi atingida este ano pela invasão russa da Ucrânia, juntamente com uma recuperação parcial após a pandemia e uma crise do custo de vida em muitos países.

O abandono progressivo da estratégia de “covid zero” vai contribuir “para eliminar uma série de incertezas”, ressaltou Ngozi Okonjo-Iweala, diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), durante a mesma coletiva de imprensa.

O secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Mathias Cormann, acrescentou que esses “ajustes apoiarão a força da recuperação [econômica] tanto na China quanto no mundo”.

– Retorno longo à normalidade –

A drástica decisão da China de aliviar a maior parte de suas restrições sanitárias também foi aplaudida pelos mercados financeiros, preocupados com uma possível recessão nos Estados Unidos.

Mas muitos analistas alertam que o retorno à normalidade no país mais populoso do mundo será longo e caótico, já que a China enfrenta atualmente um aumento dos casos de covid.

A revolta popular no gigante asiático explodiu no final de novembro, quando milhares de manifestantes saíram às ruas em uma dezena de cidades, exigindo o fim da política de “covid zero” e, em alguns casos, até pedindo a saída do presidente Xi Jinping.

Os protestos, que surpreenderam as autoridades, foram os mais importantes desde as mobilizações pró-democracia de Tiananmen (Praça da Paz Celestial) em 1989.

A rígida política de saúde da China, que forçou a interrupção de linhas de produção em razão dos confinamentos, também afetou severamente a economia do gigante asiático, que este ano experimentará uma das taxas de crescimento mais lentas em quatro décadas.

A meta oficial de aumento de 5,5% do PIB não é mais considerada possível pela maioria dos economistas.

A coletiva de imprensa de Li Keqiang nesta sexta-feira também foi sua despedida como primeiro-ministro, que se aposenta aos 67 anos.

CNN Brasil - SP   12/12/2022

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) precisaria registrar uma deflação de 0,13% em dezembro para encerrar o ano dentro da meta de inflação, calculou Pedro Kislanov, gerente do Sistema de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em novembro, o IPCA teve alta de 0,41%, a menor taxa para o mês desde 2018, quando caiu 0,21%.

No mês de novembro de 2021, o IPCA tinha sido de 0,95%. Como resultado, a taxa em 12 meses passou de 6,47% em outubro para 5,90% em novembro. Em dezembro de 2021, o IPCA teve elevação de 0,73%.

A meta de inflação para este ano perseguida pelo Banco Central é de 3,5%, que tem margem de tolerância até 5%.

“Normalmente, o final do ano é marcado por uma demanda mais forte. Realmente costuma ter inflação mais alta no final do ano e no começo do ano, inflação mais baixa no meio do ano”, explicou Kislanov. “Por demanda também, mas também por uma questão sazonal de alimentos”, acrescentou ele.

Kislanov lembra que o verão é período de chuvas intensas, que costumam afetar o desempenho de algumas lavouras. Como alimentação é o grupo de maior peso, “acaba afetando bastante o IPCA”.

Para dezembro, a inflação deve captar alívios de reduções de preços de combustíveis anunciadas pela Petrobras. Gasolina, diesel e gás de cozinha ficaram mais baratos nas refinarias.

CNN Brasil - SP   12/12/2022

O Santander aumentou suas expectativas para a inflação no Brasil no horizonte até 2024, e alertou para os riscos que a expansão fiscal planejada pelo governo eleito representa para a consolidação das contas públicas num longo prazo.

O banco revisou o IPCA de 2022 para alta de 5,8%, contra 5,5% estimados antes, citando “surpresas altistas recentes em preços voláteis, em conjunto com o fim do efeito baixista do corte de impostos”.

Para 2023, “agora consideramos novas altas de tributos, além dos efeitos de um mercado de trabalho mais aquecido”, disse o Santander, o que elevou sua projeção de inflação para o ano que vem a 5,4%, de 5,0%.

“Dada a inflação mais alta no próximo ano, com pressões em grupos de preços mais rígidos/inerciais, revisamos o IPCA 2024 para 3,5% (antes 3,0%), o que implica uma trajetória ainda mais lenta de convergência inflacionária ao centro da meta”, afirmou o banco em relatório assinado por sua economista-chefe, Ana Paula Vescovi, e equipe.

Ainda assim, o Santander manteve suas expectativas para a taxa Selic em 12,0% em 2023 e 9,00% em 2024, ante patamar atual de 13,75%. No entanto, “dado o tom atual das discussões de política fiscal, enxergamos riscos altistas para a trajetória futura da taxa de juros”, avaliou o banco.

Em relação ao fiscal, o Santander passou a projetar um déficit primário do setor público de 1,5% do PIB em 2023, piora em relação ao rombo de 1,4% previsto anteriormente.

O banco alertou que “a PEC (da Transição) aprovada no Senado tem potencial de impacto fiscal acima de R$ 220 bilhões, e a aprovação de legislação neste patamar geraria viés baixista às estimativas de resultado primário”.

“Para o longo prazo, uma vez que assumimos que o atual nível das commodities não será permanente, seguimos vendo uma trilha arriscada para a estabilização da dívida, dada a reduzida eficácia das regras fiscais e as pressões para gastos sociais”, avaliou o credor privado.

“No próximo ano, será fundamental observar o debate sobre as novas regras fiscais, que terão por finalidade ancorar as expectativas para o processo de consolidação fiscal à frente.”

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   12/12/2022

Pouco mais de um ano após cortar a recomendação para os ativos, o Morgan Stanley voltou a ver um cenário mais positivo e elevou a recomendação para os ADRs (na prática, os ativos da companhia negociados na Bolsa dos EUA) da Vale (VALE3). Os papéis passaram de recomendação equalweight (exposição em linha com a média do mercado, ou equivalente à neutra) para overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), com os analistas Carlos De Alba, Ricardo Monegaglia Neto e Jens Spiess vendo um “coquetel de catalisadores positivos” para a empresa.

O preço-alvo também foi elevado, de US$ 14,50 para US$ 20, o que corresponde a um potencial de alta de cerca de 22% em relação ao fechamento da véspera.

A mudança de visão é baseada na expectativa de catalisadores de alta para os preços do minério de ferro no primeiro semestre de 2023 (1S23), apoiada pela oferta reduzida, a China saindo de sua política de Covid-zero (que tem impulsionado o minério nas últimas sessões) e políticas de estímulo para o setor imobiliário no país.

Os analistas veem que o fator China continuará sustentando os preços do minério de ferro e as ações da Vale. O minério de ferro é a principal escolha da equipe de estratégia de commodities no segundo trimestre de 2023 (2T23).

“A alta nos preços do minério de ferro para cerca de US$ 110 a tonelada (t) ante US$ 80/t no início de novembro foi puxada também pelo sentimento positivo na China, mas nossa equipe de commodities vê mais potencial de alta, com o preço do minério de ferro devendo chegar a US$ 140/t no 2T23 , devido à produção de aço chinesa sequencialmente mais forte e oferta de minério de ferro sazonalmente mais fraca no 1S23 versus o 2S22”, avaliam.

Eles ressaltam também que a equipe de análise econômica do banco acredita que as medidas de relaxamento da Covid e o plano de resgate habitacional anunciados após o recente Congresso do Partido Comunista da China refletem um foco renovado no crescimento, sem perspectiva de que o país volte atrás. Eles preveem que o investimento combinado em ativos fixos imobiliários e de infraestrutura da China crescerá 1,9% ao ano em 2023, contra 1,2% ao ano em 2022 e -2,1% em 2021. “Diante desse cenário, esperamos que as ações da Vale continuem com tendência de alta nos próximos meses”, reforçam.

Além disso, os analistas veem catalisadores para uma reclassificação dos ativos levando em conta dois fatores. Em primeiro lugar, uma resolução potencial sobre acordos de compensação sete anos após o desastre da barragem de Mariana e uma possível transação para liberar valor da unidade de metais básicos da Vale. Durante seu Investor Day, realizado na última quarta-feira, a mineradora afirmou que busca atrair um parceiro que ficará com fatia de até 10% de seu negócio de metais básicos, enquanto trabalha para aprimorar a gestão desses ativos e gerar mais valor.

Sobre o primeiro ponto, os analistas ressaltam que Vale, Samarco e BHP estão em negociações com as autoridades brasileiras (governos estaduais e promotores federais e estaduais) para buscar um acordo definitivo sobre as obrigações decorrentes do acidente da barragem de Mariana, ocorrido no final de 2015.

“Parece que um novo acordo pode ocorrer em breve, com base nos comentários do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Acreditamos que um acordo final, ao mesmo tempo em que limita o potencial de alta em dividendos extraordinários (já que a dívida líquida expandida da Vale chegaria ao limite superior de sua meta de US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões), provavelmente será um catalisador positivo para as ações que contribui para uma reclassificação, removendo um fator de incerteza e virando a página deste infeliz evento”, dizem os analistas.

Eles atualizaram o modelo de avaliação das ações para refletir os possíveis termos de um novo acordo no cenário base, resultando em aproximadamente R$ 10 bilhões (Valor Presente Líquido, VPL) em provisões adicionais para a Vale, ou aproximadamente 2,5% de seu valor de mercado atual.

Já sobre metais básicos, uma das prioridades estratégicas da Vale é aumentar o valor que o mercado atribui a esse negócio. A administração planeja fazer isso 1) melhorando o desempenho das operações atuais e expandindo os volumes e 2) vendendo uma participação minoritária para ajudar a financiar os planos de expansão e apoiar uma reavaliação das ações da Vale. A empresa vê um potencial para o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de metais básicos de US$ 3,3 bilhões a US$ 5,7 bilhões em 2024-2026 (contra a expectativa do Morgan de cerca de US$ 2,2 bilhões em 2022).

“Acreditamos que a empresa está em condições de mostrar progresso nessas frentes nos próximos meses, reforçando nossa convicção de elevar a recomendação das ações para overweight“, afirmam.

Além disso, de acordo com comentários da administração feitos durante uma viagem de campo com investidores em setembro, a empresa está explorando possíveis parcerias para seus negócios de níquel/cobre.

“Achamos que uma parceria com um fabricante de veículos elétricos ou bateria poderia fazer mais sentido e acreditamos que esse tipo de comprador estratégico teria maior probabilidade de pagar um múltiplo atrativo. Fabricantes de veículos elétricos e empresas de baterias negociam a 31 vezes e 8,5 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda (EV/Ebitda), respectivamente, bem acima das mineradoras diversificadas globais, que negociam em 4,6 vezes. Tal transação, se confirmada, poderia desencadear uma reclassificação das ações da Vale, que a US$ 16,80 negociam bem abaixo de nossas estimativas de valor de soma das partes de US$ 18 a US$ 19”.

Alba, Neto e Spiess apontam que a ação negocia atualmente a um múltiplo de 5,8 vezes o lucro esperado para 2023 – um grande desconto em relação à média de 5 anos de 10,7 vezes antes de 2019 (antes do desastre da barragem de Brumadinho).

“No entanto, acreditamos que as melhorias marcantes da empresa nos padrões ESG (melhores práticas ambientais, sociais e de governança) desde 2019 suportam uma reavaliação de múltiplos”, avaliam.

A Vale ainda deve apresentar fluxo de caixa livre sólido nos próximos anos, permitindo que continue retornando o excesso de caixa aos acionistas por meio de dividendos/recompras, apontam os analistas.

Entre os riscos no radar ou “onde poderiam estar errados”, os analistas apontam que a China poderia inverter o curso em seus esforços de reabertura e/ou sua economia crescer abaixo da expectativa da equipe econômica do banco, o mercado de minério de ferro no 1S23 não apertar como esperado e os preços permanecerem próximos ou abaixo do nível atual. Por fim, outro risco é de a empresa novamente apresentar resultados abaixo do esperado na frente operacional de seus negócios de metais básicos e/ou fracassar em vender uma participação minoritária da divisão a um valuation atrativo.

Cabe ressaltar que, além de Vale, o Morgan revisou os seus números para a CSN Mineração (CMIN3), elevando o preço-alvo de R$ 5 para R$ 5,60 (potencial de alta de 51% frente o último fechamento), mas mantendo recomendação equalweight para os ativos negociados na B3.

Os analistas destacaram ter recomendação equivalente à neutra para os ativos apesar do grande potencial de valorização devido à incerteza em relação à entrega da expansão de capacidade planejada.

“A ação está sendo negociada em níveis atrativos em relação ao Ebitda esperado para 2023, mas acreditamos que os possíveis atrasos de seu plano de crescimento de capacidade impedirão uma reavaliação de múltiplos”, apontam. Os analistas projetam um rendimento de dividendos (dividend yield, ou valor dos dividendos em relação ao preço da ação) de cerca de 16% ao ano durante seu ciclo de expansão (2023-2030), mantendo a alavancagem abaixo de cerca de 1,5 vez a relação entre dívida líquida e Ebitda.
Visões mais cautelosas

Cabe destacar que, apesar do otimismo crescente com as ações da Vale em meio ao cenário para o minério de ferro, há casas que estão mais reticentes sobre os ativos da mineradora. Na véspera, logo após o Investor Day, o Goldman Sachs cortou o preço-alvo dos ADRs da Vale de US$ 12,50 para US$ 12, ou uma queda de 27% frente o fechamento dos ativos na véspera, mantendo recomendação neutra.

Os analistas cortaram as estimativas de Ebitda em 2% a 7% entre 2023 e 2024, tendo em vista a menor perspectiva de produção e maiores custos e despesas apresentadas pela companhia em suas novas metas. Para eles, a empresa já precifica as perspectivas de commodities nos próximos anos.

Revista Mineração - SP   12/12/2022

Matéria-prima do aço saltou 4,69% na Bolsa de Dalian, na China, à espera de mudanças nas políticas de restrições e apoio ao setor imobiliário.

O minério de ferro atingiu o nível mais alto em quase quatro meses com sinais de que as autoridades chinesas anunciarão mais apoio ao setor imobiliário local em uma reunião importante na próxima semana.

Os futuros avançaram até 3% em Cingapura nesta sexta-feira (09/12), para US$ 112,35 a tonelada, estendendo para quase 50% a recuperação do preço desde uma mínima de 45 meses no final de outubro.

Na Bolsa de Commodities de Dalian, o salto foi ainda maior, 4,69%, fechando o último dia da semana a US$ 117,20.

A matéria-prima siderúrgica tem sido impulsionada por um fluxo constante de políticas favoráveis ao setor imobiliário no país mais populoso do mundo.

O mercado aposta que o setor imobiliário, que responde por 40% do consumo de aço da China, obtenha mais apoio na Conferência Central de Trabalho Econômico agendada para a próxima semana, onde os formuladores de políticas discutirão metas para o próximo ano.

As autoridades do país pretendem reverter a tendência de queda no setor e retomar as operações normais, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto.

Há espaço para o minério de ferro se recuperar ainda mais devido ao sentimento positivo sobre a saída da China do Covid Zero e a determinação do governo em apoiar o setor imobiliário, disse o Citigroup em nota.

O banco aumentou sua previsão de três meses para US$ 120 a tonelada e disse que os preços podem subir para US$ 150 se a China anunciar uma flexibilização significativa do crédito nos próximos três a seis meses, ou se a reabertura for acelerada.

A reposição dos estoques de minério de ferro continua mais lenta do que o esperado, disse a Minmetals Futures em nota. Isso deve ajudar a manter os preços robustos no curto prazo, disse.

Money Times - SP   12/12/2022

As ações de mineradoras e siderúrgicas ajudaram a manter o Ibovespa em alta nesta sexta-feira (9), com Vale (VALE3) tendo ganhos de mais de 3% e CSN Mineração (CMIN3), da CSN (CSNA3), disparando 10%.

O bom desempenho do setor reflete novamente o avanço do minério de ferro, que atingiu o nível mais alto em quase quatro meses diante das expectativas de que a China anunciará novas medidas para apoiar um setor imobiliário em forte crise.

Os futuros avançaram até 3% em Cingapura nesta sexta, para US$ 112,35 a tonelada, estendendo para quase 50% a recuperação do preço desde mínima em 45 meses no fim de outubro.

A continuidade da flexibilização de restrições severas da política de Covid Zero também alimenta o otimismo dos mercados, que esperam que a retomada da economia dê suporte à demanda pela commodity.
VALE3 sobe mais?

Em meio a notícias positivas vindas da China, os papéis da Vale chegaram a subir 20% ao longo do último mês e atualmente flerta com os R$ 90.

A Vale continua sendo uma das recomendações em diversas séries da Empiricus. Apesar da mensagem mais contida no Vale Day, especialmente para as expectativas de volume de produção, a companhia deixou mais clara a sua estratégia de geração de valor por meio de produtos com maior valor agregado, destaca o analista Ruy Hungria.

Na avaliação da Empiricus, a Vale é atrativa por contar com ativos “de muita qualidade”, ser negociada a múltiplos baixos e contar ainda com um dividend yield (rendimento do dividendo) elevado.

Na avaliação do BTG Pactual, ao precificar a Vale, o mercado parece considerar premissas irrealistas de preços de minério de ferro a US$ 70/tonelada.

Leonardo Correa e Caio Greiner, analistas do banco, acreditam que o minério de ferro pode atingir os US$ 120 a tonelada, puxando as ações da Vale para cima.

Para o Inter Research, o cenário ainda incerto na China ainda pesa sobre a Vale, uma vez que poderia comprometer a demanda da mineradora. A recomendação “neutra” foi reforçada pela instituição. O preço-alvo indicado é de R$ 94 ao fim de 2023.

IstoÉ Online - SP   12/12/2022

Os contratos futuros de minério de ferro subiram nesta sexta-feira e registraram ganhos semanais, à medida que a flexibilização das restrições da Covid-19 pela China, maior produtora mundial de aço, aumentou as esperanças de um ressurgimento da demanda.

O minério de ferro mais negociado para janeiro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com alta de 4,7%, a 814,5 iuanes (117,17 dólares) a tonelada, seu nível mais alto desde 16 de junho e subindo cerca de 6% nesta semana.

Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência subiu 0,7%, para 109,95 dólares a tonelada.

Um dólar americano mais fraco e o otimismo sobre a reabertura na China apoiaram o sentimento do mercado, juntamente com desenvolvimentos positivos no setor imobiliário chinês, disse o ANZ em uma nota de pesquisa.

Embora muitos chineses tenham aproveitado as novas liberdades depois que o país abandonou partes importantes de seu rígido regime de Covid-zero, havia uma preocupação crescente de que um vírus que havia sido amplamente controlado pudesse se espalhar em breve.

Fabricantes e restaurantes interessados em permanecer abertos na China preferem manter as restrições da Covid-19 até obterem uma imagem mais clara de como os locais de trabalho serão afetados pela flexibilização de medidas rigorosas.

A Comissão de Saúde da China continental relatou 16.797 novos casos de coronavírus em 8 de dezembro, em comparação com 21.439 novos casos no dia anterior.

Valor - SP   12/12/2022

A ação está em fase de mérito, com audiências diretivas marcadas para a terça (13) e quarta-feira (14), no Tribunal de Tecnologia e Construção, em Londres

A ação coletiva movida contra o Grupo BHP Austrália e o Grupo BHP Reino Unido por prejuízos causados pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015, entra em uma nova fase na semana que vem. A ação está em fase de mérito, com audiências diretivas marcadas para a terça (13) e quarta-feira (14), no Tribunal de Tecnologia e Construção, em Londres.

A juíza Finola O’Farrell vai discutir o gerenciamento do caso, os próximos passos, além de definir o calendário do julgamento.

“A ação da BHP contra a Vale novamente demonstra o fracasso de ambas as empresas em fornecer reparação e indenização adequadas aos mais de 200.000 afetados representados pela Pogust Goodhead no processo contra a BHP nos tribunais de Londres”, afirmou Tom Goodhead, CEO e sócio-administrador do escritório Pogust Goodhead, que representa as vítimas da tragédia na Justiça britânica.

O advogado acrescentou: “Em vez de brigar entre si, as mineradoras deveriam reconhecer sua responsabilidade conjunta pela tragédia em Mariana e se engajar em discussões efetivas com as vítimas, a fim de alcançar um acordo justo. Ao contrário, as empresas prolongam desnecessariamente o sofrimento das vítimas”.

Goodhead refere-se ao pedido feito na semana passada pela BHP à Justiça para incluir a Vale no processo. A BHP e a Vale são sócias da Samarco, mineradora dona da Barragem de Fundão, que rompeu em 2015, matando 19 pessoas e causando uma tragédia socioeconômica e ambiental sem precedentes.

O Valor teve acesso à peça jurídica. Na petição, a BHP nega que tenha qualquer responsabilidade no caso e acrescenta que, se for considerada responsável, “a BHP fará uma reivindicação por uma contribuição de 50% ou mais da Vale de quaisquer quantias que a BHP seria obrigada a pagar”.

A empresa alega na peça que, a Vale tem 50% de participação no capital da Samarco, assim como a BHP, e por isso também é responsável pela empresa.

Na petição, a BHP alega que entre 2008 e 2015 o conselho de administração da Vale nomeou diretores executivos para a Samarco, incluindo um diretor presidente. A Vale informou sobre as atividades da Samarco em seus relatórios anuais e Formulários 20-F.

“Portanto, as alegações dos requerentes contra a BHP em relação ao controle da Samarco, conhecimento de supostos riscos relacionados à barragem e supostas falhas em tomar medidas suficientes para lidar com os riscos alegados, também se aplicaria à Vale”, diz a petição.

“Consequentemente, se a BHP for considerada responsável perante os requerentes, a Vale seria obrigada a contribuir com 50% ou mais de quaisquer valores devidos aos requerentes pela BHP de acordo com a lei brasileira ou, alternativamente, a lei inglesa”, afirma a BHP na petição.

A BHP informou ainda que o relatório de sustentabilidade da Vale de 2013 informou que a mineradora tentou otimizar os processos de disposição de estéreis e rejeitos, por meio de iniciativas que incluíram “reduzir o número de barragens convencionais, uma vez que grandes volumes podem estar contidos em tais barragens e pilhas, e por isso é essencial garantir que tais estruturas são estáveis para controlar o risco de impactos”.

Os relatórios de sustentabilidade da Vale afirmaram que a mineradora exercia uma “influência significativa” sobre a Samarco. Além disso, “em momentos relevantes, inclusive entre 2008 e 2015, o pessoal da Vale realizou auditorias na Samarco”.

Outro argumento usado é que tanto a BHP quanto a Vale elegiam os diretores da Samarco. E se for aceito pelo Tribunal a alegação os requerentes que os funcionários da BHP do mais alto escalão estavam “pessoalmente cientes” sobre as preocupações com a segurança da barragem, “pode-se inferir que os altos executivos da Vale teriam também conhecimento de tais assuntos”.

Em nota, a BHP afirmou que o pedido de inclusão da Vale na ação da Inglaterra é apenas uma etapa processual e vai de encontro ao termo de transação e ajustamento de conduta (TTAC) celebrado no Brasil em 2016.

De acordo com a BHP, a ação sustenta que, se a defesa falhar e eles forem condenados a pagar indenização a quem entrou com o processo, a Vale deverá contribuir com qualquer valor devido.

A Vale, por sua vez, afirmou em nota que “a companhia e seus consultores jurídicos considerarão cuidadosamente os detalhes da medida e apresentarão a sua resposta no tempo e modo adequados. No entanto, a Vale não admite que esteja sujeita à jurisdição do Tribunal inglês e pretende contestar essa jurisdição, bem como a responsabilidade alegada em conexão com a Ação do Reino Unido”.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   12/12/2022

Negócios fechados em dezembro representam a última chance de reversão na queda nas vendas internas, que chegou a 1,3% de janeiro a novembro na comparação com os 11 meses de 2021

Este tende a ser um bom mês para o brasileiro comprar carros. Simplesmente porque as montadoras precisam vender quantidade de veículos acima dos volumes dos últimos meses para alcançar a meta que fixaram em julho, na última revisão das projeções.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estimou um mercado interno de 2,14 milhões de veículos em 2022. Isso equivale a um crescimento de 1% na comparação com o resultado de 2021, que somou 2,12 milhões de unidades.

Esse foi o mínimo que a Anfavea conseguiu chegar para fechar o ano com algum crescimento. A estimativa anunciada em janeiro era mais otimista. Previa a venda de 2,30 milhões de veículos, o que representaria um crescimento de mais de 8%.

Mas a falta de componentes, sobretudo semicondutores, freou o ritmo das linhas de montagem e, com isso, segundo a Anfavea, 250 mil veículos, que poderiam ser vendidos e exportados, deixaram de ser produzidos até agora.

Para fechar a conta da meta mais recente, as montadoras precisam vender este mês 252 mil veículos, somando carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. Dezembro costuma ser um período aquecido para o setor. O do ano passado, porém, não foi bom. Com escassez de peças mais acentuada, o mercado interno somou 207,1 mil veículos. Mas no dezembro anterior à pandemia, em 2019, quando não havia falta de componentes, foram vendidos 262,6 mil veículos.

Mesmo em um mês de vendas tradicionalmente fortes, chegar às 252 mil unidades não será tarefa fácil. Esse volume é bem superior ao que foi vendido mensalmente este ano. Os meses com melhores resultados até agora foram agosto e novembro, com 208,6 mil e 204 mil unidades, respectivamente.

Alcançar a meta não traz necessariamente nenhum ganho financeiro, mas é um fator psicológico que trará um bem-estar para as equipes, de compras e de vendas, de uma indústria que há meses faz verdadeiros malabarismos para driblar a falta de componentes.

As áreas de venda já estão em ação. O consumidor que quiser trocar o carro este mês certamente poderá negociar descontos melhores e ofertas em condições de pagamento. A venda direta, para locadoras, principalmente, que representou 34% dos negócios em novembro, é outro canal importante para as montadoras.

Negócios fechados em dezembro representam a última chance de reversão na queda nas vendas internas, que chegou a 1,3% de janeiro a novembro na comparação com os 11 meses de 2021. Avançar mais no mercado interno é o que falta para a indústria automobilística celebrar um quadro de crescimento em todas as frentes. Produção e exportação já estão garantidas.

Impulsionado pela demanda de Chile, Colômbia e México, que compensaram a estagnação na Argentina, o Brasil exportou, no acumulado deste ano 34,3% mais veículos do que no mesmo período de 2021. Esse avanço ajudou na produção que registrou alta de 6,9% de janeiro a novembro. Até mesmo o nível de emprego tende a fechar com crescimento, embora, tímido. Até novembro, foi registrada expansão de 1,9% no quadro efetivo.

É curioso notar que produção e exportação cresceram a despeito da falta de componentes. Na divulgação dos resultados do setor na semana passada, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, garantiu que a retração no mercado interno se deve à falta de componentes.

Segundo o dirigente, em decorrência desse problema, a demanda interna continua e continuará, nos próximos meses, a ficar acima do que as montadoras podem produzir. Ou seja, apesar de o cenário macroeconômico não estar favorável, principalmente para o financiamento, que representou apenas 30% das vendas em novembro, não é a falta de demanda, por enquanto, que preocupa o setor, segundo Leite.

Seja qual for o problema no mercado interno, a indústria vai fazer de tudo para fechar o ano com todos os índices positivos. E apesar de os fãs de futebol estarem desalentados, a desclassificação do time brasileiro na Copa do Mundo pode até ajudar as montadoras. Até as quartas de final, os dirigentes das montadoras notaram queda no movimento nas concessionárias em dias de jogo do Brasil.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Valor - SP   12/12/2022

A inflação medida pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) ficou em 0,15% em novembro, após marcar 0,38% em outubro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em novembro de 2021, o índice havia sido 1,07%.

Com o resultado, o indicador acumula variação de 11,38% em 12 meses, frente a 12,41% até outubro. A alta acumulada de janeiro a novembro de 2022 foi de 10,81%.

O custo nacional da construção por metro quadrado correspondeu a R$ 1.677,96, sendo R$ 1.000,47 relativos aos materiais e R$ 677,49 à mão de obra. Em outubro, esse custo totalizava R$ 1.675,46, sendo R$ 1.000,36 referentes aos materiais e R$ 675,10 à mão de obra.

A parcela dos materiais foi de 0,01%, mantendo o patamar do mês anterior (0,04%). A taxa de novembro no setor de materiais de construção foi a menor desde janeiro de 2020. Em relação a novembro de 2021 (1,66%), houve queda de 1,65 ponto percentual.

Já a parcela da mão de obra foi de 0,35%, com apenas um reajuste observado, menor em 0,53 ponto percentual em relação ao mês anterior (0,88%). Houve, no entanto, um aumento de 0,17 ponto percentual frente a novembro do ano anterior (0,18%).

NAVAL

Petro Notícias - SP   12/12/2022

O Estaleiro Mauá, localizado em Niterói (RJ), concluiu recentemente a restauração completa da sua “Porta Batel”, estrutura flutuante, com 11m de altura, 6m de largura e 22,5m de boca, em forma de caixão que, quando cheio de água, serve de porta estanque para o seu dique seco. O gerente de produção do estaleiro, com Jorge Orlando Júnior, afirmou que a obra trará mais agilidade nos atendimentos.

“Estamos sempre preocupados em entregar o melhor aos armadores, e essa nova estrutura da – Porta Batel fará toda a diferença neste processo. O reparo foi realizado nas próprias dependências do Estaleiro Mauá e, para o içamento e movimentação da porta, que pesa mais de 435 toneladas, foram utilizadas duas cábreas simultaneamente, cada uma com capacidade para 350 toneladas”, afirmou.

O dique seco do estaleiro possui 165 metros de extensão, 23 metros de largura e 11 metros de profundidade. Ele recebe cerca de 30 embarcações por ano para a realização dos diversos serviços de manutenção, reparos, modernização etc. Com base nos recursos e na infraestrutura de sua “Plataforma Portuária Industrial”, o Estaleiro Mauá vem se reconfigurando para responder as diversas frentes de atuação, dentre elas a base de operações logísticas e armazém geral.

IstoÉ Dinheiro - SP   12/12/2022

Sob pressão de parte de aliados, em especial de parcela do MDB, o governo eleito ainda discute se manterá o Ministério da Infraestrutura no formato atual ou se irá recriar a Secretaria de Portos com status de ministério, em organograma que perdurou durante as gestões petistas. Hoje, a pasta congrega transportes terrestres, aviação e portos. Se desmembrar, não só o setor portuário como o de aviação pode ganhar uma pasta.

De acordo com integrantes do governo eleito, a solicitação para o desmembramento parte do grupo do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), que quer colocar um apadrinhado para comandar a eventual Secretaria de Portos com status de ministério. Barbalho já ocupou esse posto em 2015 e 2016, durante o governo Dilma Rousseff (PT).

A área, tradicionalmente cobiçada pela ligação com as companhias portuárias (Docas) federais, ganha ainda mais relevância no momento em que se discute o futuro modelo de administração dos portos públicos. A gestão Bolsonaro (PL) iniciou o processo de privatização das Docas, começando pela Codesa, estatal que administrava os portos de Vitória e de Barra do Riacho no Espírito Santo. O plano era vender também a SPA, que gerencia o Porto de Santos, mas não houve tempo hábil para emplacar o leilão.

O governo eleito já indicou que não quer dar continuidade a esse modelo, mas que pensa em estruturar outra forma de aumentar a participação da iniciativa privada na área – concedendo, por exemplo, serviços específicos das Docas, como o de dragagem.

O desenho final do ministério, contudo, continua em discussão. O senador Alexandre Silveira (PSD-MG) é um dos principais cotados para assumir a pasta. Não está descartado, contudo, que o comando possa ficar com Miriam Belchior, que foi titular do Planejamento e coordenadora do PAC nas gestões petistas.

A Tribuna - SP   12/12/2022

Sancionada em janeiro, a Lei Federal 14.301/2022, que institui o programa BR do Mar de incentivo ao transporte por cabotagem, trouxe discretos ganhos ao setor portuário. A prorrogação do Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária (Reporto) foi o principal deles. Porém, por questões fiscais, poucas empresas se beneficiaram e entidades já pleiteiam, junto à equipe de transição de governo, uma nova extensão da vigência do incentivo.

“Para nós, a BR do Mar trouxe duas coisas. Uma muito importante e outra que vamos ver com o tempo se vai ser útil ou não. Ganhamos o reporto por dois anos. Ganhamos, mas não levamos porque ele valia para 2022 e 2023. Em 2022, a Receita Federal não aceitou porque não havia previsão no orçamento da renúncia fiscal. Algumas poucas empresas ganharam na justiça o direito do Reporto”, destacou o presidente da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), Murillo Barbosa.

De acordo com o executivo, por esse motivo, entidades que representam operadores portuários entraram em contato com a equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na última semana. Entre os pedidos, está a prorrogação do Reporto por mais cinco anos a partir do final do ano que vem.

O outro ponto apontado pelo presidente da ATP é a possibilidade de instalações portuárias fazerem uso dos recursos do Fundo de Marinha Mercante para aplicações em infraestrutura portuária. Os valores podem ser utilizado, entre outras coisas, para obras de dragagem. “Obviamente que isso vai ser mais uma linha de crédito para quem quiser e mais uma vantagem que o BR do Mar trouxe para o segmento portuário”.

Mais tempo

De acordo com o presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop), Sérgio Aquino, ainda não é possível ter diagnóstico claro sobre reflexos da nova lei de cabotagem no Brasil. “São poucos meses e operações desse porte. Investimentos em embarcações são infraestruturas que exigem um capital muito grande. E há as empresas internacionais que também poderão atuar e precisam fazer as suas regularizações e, portanto, não é possível, ainda, atestar por números incremento nas movimentações”.

Mesmo assim, segundo Aquino, as expectativas são positivas. “Há, sim, uma previsão de incremento na concentração e na distribuição, principalmente de contêineres, e também do incremento de outras operações. O Porto de Santos pode se fortalecer cada vez mais como um hub de concentração, tanto para movimentação no País como no Mercosul”.

O presidente da federação aponta, ainda, que há sinalizações de grupos que defendem uma revisão na lei da cabotagem, dando tratamento para embarcações produzidas no País. “Acreditamos no incremento das operações de cabotagem e é importante para a atividade portuária que ela se fortaleça. Quanto mais transporte aquaviário e ferroviário, melhor para a logística, para o equilíbrio da matriz de transporte, redução de custos e reflexos ambientais”

Infraestrutura

De acordo com o Ministério da Infraestrutura, a proposta de decreto para a regulamentação do Programa de Estímulo ao Transporte de Cabotagem (BR do Mar) está em análise na Casa Civil da Presidência da República. “Contudo, já existem dispositivos que podem ser aplicados e não dependem de regulamentação. A Lei Federal 14.301/ 2022, por exemplo, garante o afretamento de uma embarcação a casco nu desde janeiro deste ano”.

A pasta ainda destaca que outro instrumento é a Portaria 976/2022, publicada no último mês de agosto, que liberou as empresas brasileiras de Navegação (EBN) e de Navegação Condicionada (EBN-CON) a requererem ao Ministério da Infraestrutura a habilitação no BR do Mar.

Nova proposta

Uma nova proposta para incentivar a navegação de cabotagem no País foi protocolada no Senado. O Projeto de Lei (PL) 2.528/2022 equipara a compra de combustíveis por embarcações a uma operação de exportação e é de autoria do senador Guaracy Silveira (PP-TO). O texto foi apresentado em plenário no final de setembro. Porém, ainda não houve tramitação.

A ideia é que a medida também valha para construção, conservação, modernização e reparo de embarcações. Para isso, o projeto altera a Lei 9.493/1997, que dentre outras providências determinou a equiparação do preço do combustível cobrado das empresas de navegação de longo curso às empresas de navegação de cabotagem.

Na prática, no entanto, o senador alega que o previsto na legislação não é cumprido e o principal motivo ainda é o ICMS, que incide somente sobre o combustível consumido em território nacional. Como a venda do bunker às empresas de navegação de longo curso é uma operação equiparada a uma exportação, encontra-se fora do escopo de incidência do imposto estadual.

"Portanto, para assegurar esse tratamento isonômico previsto na Lei 9.432 é que essa proposição legislativa inclui as compras de combustível nas operações das embarcações registradas e pré-registradas no Registro Especial Brasileiro (REB) que operam na cabotagem, considerando para todos efeitos legais e fiscais uma transação de exportação", justificou o parlamentar.

Como funciona

Para contarem com o benefício, as embarcações precisam estar pré-registradas ou registradas no REB, criado pela Lei Federal 9.432/1997, com um incentivo à Marinha Mercante brasileira.

“A cabotagem pode ser até 30% mais barata em relação ao transporte rodoviário. Além disso, é um meio de transporte mais seguro, com menor ocorrência de roubos, furtos e extravios de cargas, com maior capacidade de movimentação de um maior volume de cargas e com menor impacto ambiental”, afirmou o parlamentar.

Portos e Navios - SP   12/12/2022

A movimentação de cargas do Porto do Rio de Janeiro atingiu a marca de 8,6 milhões de toneladas, de janeiro a outubro deste ano. O volume supera em 10,4% o registrado no mesmo período de 2021. A informação é da Companhia Docas do Rio de Janeiro, autoridade portuária responsável pela administração do porto.

O desempenho positivo do Porto do Rio de Janeiro, nos 10 primeiros meses do ano, foi influenciado pela alta na movimentação de carga conteinerizada: foram movimentados 457.730 TEUs, o que representou um crescimento de 17,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. Além da carga conteinerizada, vale destacar também o bom resultado da movimentação de ferro gusa, granéis líquidos e produtos siderúrgicos.

A evolução na movimentação de cargas em 2022 em relação a 2021 no Porto do Rio de Janeiro se reflete no faturamento do porto, que teve alta em sete dos dez meses do ano. O faturamento do porto, de janeiro a outubro de 2022, foi de R$ 180,7 milhões o que, em termos nominais, representa um aumento de 6,3% na comparação com o mesmo período de 2021.

Projeção 2022 - A projeção da movimentação de cargas para o Porto do Rio de Janeiro indica um total de 10,4 milhões de toneladas para 2022. Os números consolidados até outubro demonstram que o volume realizado de 8,6 milhões de toneladas mostra-se ligeiramente acima da projeção de 8,4 milhões de toneladas. Assim, temos 1,9% acima do volume projetado.

PETROLÍFERO

O Estado de S.Paulo - SP   12/12/2022

Se o ano de 2021 foi marcado pelo sucesso das vacinas contra covid, criando uma expectativa do retorno do crescimento econômico, 2022 tem a marca da guerra Rússia-Ucrânia, que trouxe de volta um cenário de instabilidade e pessimismo.

A guerra que todos apostavam que seria resolvida de forma rápida já dura dez meses, sem previsão de término. A ausência de grandes líderes mundiais tem feito com que a diplomacia não tenha sucesso em apresentar soluções que determinem acordos de paz e o fim do conflito. A guerra trouxe uma nova geopolítica da energia, traduzida numa volta do empoderamento da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e da Rússia, com a criação da chamada Opep+.

A guerra mostrou a fragilidade e os erros da política energética na Europa, que apostou nas fontes renováveis e no gás russo e descomissionou usinas nucleares na Alemanha. O preço do gás natural explodiu, chegando a números inimagináveis de US$ 60/MMBtu, e a Alemanha voltou a consumir carvão. Isso tem levado a duas constatações.

A primeira é que o discurso ambientalista de demonizar os combustíveis fósseis e a energia nuclear foi açodado, e a Europa está pagando uma conta cara. A segunda é que a globalização na oferta de energia foi colocada em xeque, e os países começam a olhar uma política de diversificação do fornecimento de energia à procura de uma autossuficiência, incentivando soluções locais.

Para 2023, com a continuidade da mudança da política de covid zero na China, teremos um novo boom de commodities e o preço do petróleo tende novamente a superar os US$ 100. Portanto, tudo leva a crer que em 2023 teremos um prosseguimento da crise de energia e é bem possível que o inverno de 2023/2024 na Europa possa ser pior que o atual em termos de escassez de energia. Outro movimento é a migração de empresas para países que possuem estabilidade política e matrizes energéticas limpas, como é o caso brasileiro.

E no Brasil? O ano de 2022 foi marcado pela campanha eleitoral polarizada, levando Lula da Silva de volta à Presidência da República. A grande notícia de 2022 foi a privatização da Eletrobras e o início do processo de transformar a Copel numa corporation.

O ano de 2023 ainda está em aberto, mas certas notícias não são boas, como a ideia de criar fórmulas de preço para os combustíveis, paralisar a venda de refinarias e rever a Lei da Eletrobras, que determinou leilões de 8 GW de térmicas.

Em 2023, a bola da vez deveria ser o gás natural, e o desafio será criar políticas e legislações que incentivem o crescimento da infraestrutura e reduzam a reinjeção, aumentando a oferta nacional. Diante do novo cenário geopolítico e geoeconômico mundial, não podemos perder a oportunidade de atrair investimentos para o Brasil. Portanto, não podemos ter compromisso com o passado.

Valor - SP   12/12/2022

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou cortar a produção de petróleo do país em resposta ao teto de preço do petróleo do país imposto pelo G7 e a União Europeia (UE). As declarações foram feitas em entrevista para o canal de televisão russo “Rossiya 24” ao comentar a decisão da UE e G7 de impor um limite de US$ 60 por barril de petróleo da Rússia.

O líder russo não deu detalhes sobre quanto seria o corte e nem quando ele iria ser implementado, porém, enfatizou a necessidade de agir no sentido de punir os países que concordaram com o teto de preços. E

Putin no início da semana já havia cogitado impor um piso no preço do petróleo russo em resposta a decisão do G7 e UE. Ele também disse que não vai vender petróleo para países que adotaram o teto.

Petro Notícias - SP   12/12/2022

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) concedeu recentemente duas licenças importantes para a Petrobrás. A primeira delas autoriza o início de operação do FPSO P-71 (foto), no campo de Itapu, no pré-sal da Bacia de Santos. O documento terá validade de oito anos. Como noticiamos, a Petrobrás tem a expectativa de iniciar a operação da plataforma ainda em dezembro.

Para lembrar, a P-71 já partiu rumo ao campo de Itapu no mês de outubro, após passar por atividades de comissionamento no estaleiro Jurong Aracruz, no Espírito Santo. A embarcação poderá produzir diariamente até 150 mil barris de óleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás. Além disso, a P-71 será capaz de armazenar 1,6 milhão de barris de óleo.

Além disso, o Ibama também concedeu a licença de instalação do FPSO Marechal Duque de Caxias, que será usado no campo de Mero, também no pré-sal da Bacia de Santos. A nova plataforma de Mero, que ainda está em construção, terá capacidade de processamento de 180 mil barris de óleo e 12 milhões de m³ de gás por dia. A unidade deve produzir o primeiro óleo apenas em 2024.

Por fim, a Petrobrás recebeu também a licença do Ibama que autoriza o início da pesquisa sísmica no bloco de Aram, na Bacia de Santos. A atividade poderá ser realizada por meio da embarcação M/V Artemis Odyssey, da Westcon Geo, e dos navios de instalação de nodes Siem Dorado, da Siem Offshore, e Boka Tiamat, da Topaz Energy and Marine.

Infomoney - SP   12/12/2022

A semana foi agitada para o petróleo. E, se no começo dela, a expectativa era de avanços nas cotações dos principais contratos da commodity com as restrições ao petróleo russo, com a manutenção do ritmo de cortes de produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e com as notícias de reabertura da China, ao longo da semana o que vimos foi uma sequência de queda para os preços do petróleo.

O contrato futuro do brent para fevereiro caiu 11% na semana, assim como o WTI para janeiro, o pior período em meses, com as preocupações sobre as maiores economias do mundo se sobrepondo às notícias anteriores que poderiam puxar o petróleo para cima.

Ricardo Kazan, gestor de commodities da Legacy Capital, que tem uma tese de alta do petróleo, destacou como as restrições russas poderiam afetar o mercado e explicou como elas funcionam.

“Lá atrás, quando começou a guerra da Ucrânia, a União Europeia aprovou uma sanção que passou a valer desde o último dia 5 de dezembro, que a Europa não poderia mais importar petróleo russo por mar”, apontou.

Além disso, existe um oligopólio no serviço de seguro, resseguro e navegação de petróleo no mundo que acontece entre Europa e Inglaterra e os donos dos navios de transporte são os armadores gregos. “Eles também não vão mais prestar serviços nem de seguro, nem de resseguro e nem de transporte”, aponta.

Contudo, a projeção desses embargos deixou os EUA com receio dos possíveis impactos para os preços mundiais do petróleo.

Assim, os americanos propuseram um limite para o preço do petróleo bruto russo transportado por via marítima. Com isso, foi aprovado o teto de preços de US$ 60 para a Rússia pelo G7, que reúne, além de três países-membros da União Europeia (Alemanha, França e Itália), os Estados Unidos, o Canadá, o Reino Unido e o Japão.

Com isso, caso alguém compre o petróleo russo abaixo ou até esse valor que foi estabelecido, os países que fazem o seguro podem prestar esse serviço. “Então. essas sanções apontam que, se não for comprada a commodity russa por esse determinado valor, não haverá acesso a seguro, resseguro e navegação”, ressalta Kazan.

O limite visa assim uma punição ao presidente russo Vladimir Putin, mas que as exportações de petróleo russo continuem a fluir para os mercados globais. Contudo, cabe ressaltar, os países-membros da União Europeia não serão autorizados a comprar petróleo da Rússia por via marítima mesmo que o preço seja de até US$ 60 por barril, pois o embargo do bloco está acima do limite de preço do G7.

Com isso, o efeito esperado é que parte do petróleo russo que iria para o bloco, de 500 mil barris por dia, teria que ser realocada para outro lugar, ao mesmo tempo em são gerados problemas operacionais para os navios de transporte, afetando as rotas logísticas, avalia o gestor, o que levaria a uma pressão para cima para os preços da commodity. Cabe destacar que a Rússia reagiu e afirmou que não venderá petróleo sujeito a um teto de preço imposto pelo ocidente, mesmo que isso signifique cortar a produção.

A princípio, porém, essas medidas não deveriam causar um impacto forte na economia russa, uma vez que o país já vende atualmente boa parte de seu petróleo bruto a esse preço-teto. O que pode ocorrer é uma limitação dos lucros caso os preços voltem a subir. A Rússia também realocou já uma boa parte da produção para os mercados como de China e Índia, por exemplo, uma vez que a Europa já tinha reduzido a importação do petróleo do país nos últimos meses. Porém, esse teto deve ser reajustado a cada dois meses, enquanto o poder de barganha dos países que que agora estão importando a commodity do país pode aumentar por conta desse preço-teto.

Em nota para clientes, analistas do Deutsche Bank apontaram “ver um risco de oferta moderado em torno do embargo de petróleo da União Europeia e do limite de preço do petróleo, pois os interesses dos compradores asiáticos estão alinhados com as necessidades fiscais da Rússia, o que limita o risco de redução deliberada de oferta por Moscou”.

Enquanto os investidores ponderavam os impactos dos anúncios de restrição da Rússia também para a oferta, a perspectiva de desaceleração econômica global fez com que os preços do petróleo sofressem nas últimas sessões, voltando a níveis abaixo do pré-guerra da Ucrânia.

Na segunda-feira, foram divulgados dados fortes do setor de serviços da economia americana. Se em um primeiro momento isso seria positivo, por indicar que os EUA estão com a economia forte, por outro reforçaram a visão já do final da semana anterior de que o Federal Reserve deve seguir com um forte aperto monetário e que, a depender da dose, uma recessão na maior economia do mundo se avizinha.

Na terça-feira, os preços do petróleo voltaram aos níveis pré-crise na Ucrânia, com o brent abaixo de US$ 80 o barril pela primeira vez em 2022. Segundo Matt Smith, analista de petróleo da Kpler, a decisão da Opep+ de não acelerar mais os cortes de produção como tinha sido especulado, o início sem força das restrições para a Rússia e a queda dos mercados acionários impactaram o mercado petroleiro.

No meio da semana, no intraday, os preços chegaram a subir com a notícia de que TC Energy do Canadá havia fechado o oleoduto Keystone de 622 mil barris por dia, que é a principal linha de transporte de petróleo pesado canadense de Alberta para o Meio-Oeste dos EUA e a costa do Golfo, após um vazamento em um riacho do Kansas. Porém, a perspectiva de retomada em breve logo fizeram os preços da commodity voltarem a cair.

Na sexta, o petróleo voltou a renovar as mínimas do ano, com o aumento ligeiramente acima do esperado nos preços ao produtor dos EUA em novembro e notícias de um reinício parcial no Keystone Pipeline pressionando mais uma vez.
Projeções: futuro não é tão negativo

Ao olhar para a curva futura do petróleo, o Bradesco BBI destaca que o mercado está antecipando uma recessão no próximo ano, o que deve levar a um excesso de oferta de curto prazo nos mercados físicos e a um acúmulo de estoques comerciais. Ao fazer um um “check-up” geral dos fundamentos do petróleo, contudo, o BBI viu um mercado saudável e ainda aponta que, à medida que os preços do WTI se aproximam de US$ 70 o barril, isso pode levar os EUA a começarem a reconstruir sua reserva estratégica de petróleo, o que pode ser uma boa oportunidade para aumentar o posicionamento em nomes do setor.

“No médio prazo, os preços podem continuar pressionados devido aos temores de uma recessão e mais aumentos de juros pelo Fed. Mas, à medida que o Fed começa a sinalizar o fim do ciclo de alta dos juros, juntamente com a reabertura gradual da China, acreditamos que os fundamentos começarão a se impor e elevar os preços”, avalia.

Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro Petróleo (IBP), aponta que, mesmo com a queda recente dos preços, as projeções para o petróleo seguem sendo de restrição de oferta para 2023 e para os próximos anos. “A Rússia continua sendo um player importante na produção de petróleo e outros combustíveis e está, pouco a pouco, saindo do mercado”, pressionando os preços, avalia o especialista.

Além disso, vê um cenário de restrição de oferta porque projetos no setor de óleo e gás não estarem sendo realizados, seja por motivo de custo, com aumento dos gastos por conta da questão logística mundial, quanto pela redução nos volumes de investimentos um pouco condicionado pela questão da transição energética. Investidores estão receosos de investir em um setor que pode ver sua importância caindo nos próximos anos.

Ardenghy aponta ainda que, nos últimos dez anos, houve duas baixas significativas do preço do petróleo, em determinados momentos, o que aumenta a resistência sobre futuros investimentos no setor.

“Com isso, podemos antecipar um cenário de restrição de oferta, com o preço do barril impulsionado por esse cenário. Quando não há reposição dos investimentos, há declínio da produção”, aponta.

Além disso, em todos os cenários, ainda há um aumento do consumo de petróleo nos próximos anos. Há projeções da Agência Internacional de Energia que vê que o consumo pode saltar de 99 milhões de barris por dia a até 108 milhões de barris nos próximos anos.

“Em um cenário de aumento de consumo, com restrição de oferta, há impacto direto nos preços. Mesmo com as recentes quedas, a Agência de Informação de Energia dos EUA projeta o preço do barril em US$ 93 ou US$ 94 em 2023. A agência internacional vê entre US$ 80 ou US$ 85”, avalia.

O JPMorgan, em relatório de projeções, apontou esperar um brent em média de US$ 90 o barril para 2023 e de US$ 98 em 2024. “Ao contrário de março deste ano, quando nossa previsão para 2022 e 2023 estava abaixo do consenso porque
esperava maior oferta russa e menor demanda, nossos números para 2023 e 2024 estão bem acima da curva futura”, avalia.

Para os analistas de petróleo, mesmo com a economia global devendo desacelerar em 2023, há fortes razões para esperar um crescimento da demanda relativamente robusto, de 1,3 milhão de barris por dia (mbd), no próximo ano, já que a demanda de petróleo ainda será impulsionada pela normalização contínua dos serviços e, assim, apoiar os combustíveis por conta da maior mobilidade (gasolina e diesel).

O JP também avalia que a dinâmica de reservas estratégicas nos EUA também se tornará mais favorável em 2023 e 2024, com o país devendo reabastecer os seus estoques na primeira metade de 2023.

“A nossa previsão de US$ 90 o brent em 2023 se baseia na visão de que a Opep+ fará o trabalho pesado para manter os mercados equilibrados no próximo ano. Nós esperamos que a oferta cresça 30% acima do ritmo da demanda em 2023, conforme a produção da Rússia se normaliza totalmente e uma combinação de projetos fornecendo uma oferta adicional de 1,6 mbd. Para manter os mercados em equilíbrio, a Opep+ precisa cortar mais 0,4 mbd acima de sua cota de outubro”, avalia o banco.

Do lado estrutural, o crescimento da oferta global deverá desacelerar em 2024, reacendo a necessidade de quase 1 mbd de petróleo da Opep. O crescimento dos produtores de xisto dos EUA, tradicionalmente os mais receptivos às mudanças de
condições de mercado, deve cair para mais da metade, passando de 1,1-1,2 mbd neste ano para próximo a 0,5 mbd em 2024.

Além disso, a produção não-Opep+ e não-EUA provavelmente passará de uma taxa de crescimento de 0,9 mbd em 2023 para uma contração de 0,08 mbd em 2024, abrindo o caminho da Opep+ para preencher grande parte da lacuna de oferta de 1 mbd. “No entanto, não esperamos que a aliança explore sua capacidade ociosa muito além dos níveis alcançados em meados de 2022”, avalia o JP.

AGRÍCOLA

AgriWorld - SP   12/12/2022

Evento de inovação mostra como a empresa está “Breaking New Ground” em Agricultura

A CNH Industrial está fazendo grandes progressos no cumprimento do seu plano de referência AgTech. A empresa demonstrou todo o seu progresso alcançado no espaço Precision Technology (Tecnologia de Precisão) durante o Tech Day, evento de dois dias para as investidores e imprensa, realizado em Phoenix, no Arizona (EUA), nos dias 7 e 8 de dezembro. Com base no seu propósito “Breaking New Ground”, a CNH Industrial desenvolve e comercializa produtos líderes da indústria em automação, autonomia, digital, combustíveis alternativos e eletrificação para beneficiar seus clientes, os agricultores em todo o mundo.

“Nosso Tech Day mostrou ao mundo como a CNH Industrial está alavancando nosso ‘great iron’ para desenvolver e implantar tecnologia que simplifica e aprimora as operações; fornece dados criteriosos; e utiliza soluções alternativas de energia – tudo para fazer avançar a agricultura de forma sustentável“, afirma Scott W. Wine, CEO da CNH Industrial. “As contribuições significativas da Raven para este esforço também foram exibidas – demonstrando como incorporamos suas capacidades e aceleramos nossa oferta tecnológica para criar soluções para os clientes que impulsionam a eficiência e a rentabilidade“, completa Wine.

A expectativa é que as receitas da CNH Industrial no ano 2022 atinjam aproximadamente US$ 900 milhões provenientes exclusivamente da Precision Technology, com uma taxa de crescimento anual de 10% a 15% nos próximos dois a três anos, buscando ativamente US$ 1 bilhão em 2023 com a Precision Technology, que incluem a tecnologia contida em produtos, componentes de atualização e vendas de terceiros da Raven.

Contando a história, mostrando os resultados

No Tech Day, os líderes e especialistas técnicos da CNH Industrial apresentaram inovações Ag Tech com um foco específico em Precision Technology através de tecnologias de Automação, Autonomia e Plataforma Conectada. Também mostraram os primeiros desenvolvimentos da indústria e de novas tecnologias, tanto na fase comercial como de conceito. Uma discussão sobre o Impacto Comercial da Ag Tech delineará como a Precision Technology impulsiona o valor para os clientes da empresa, negócios, P&D e talentos.

Em seguida, eles apresentaram todas essas tecnologias em ação – prontas para os agricultores trabalharem durante todo o ciclo agrícola.

PREPARO DO SOLO
Solo por Soil Precision (Precisão do Solo) PLANTAÇÃO
Semente por Seed Precision (Precisão de Sementes) APLICAÇÃO
Goteio por Drop Precision (Precisão de Goteio)
COLHEITA
Grão por Grain Precision (Precisão do Grão) POMAR E VINHEDO
Fruta por Fruit Precision (Precisão da Fruta) FENO E FORRAGEM
Corte por Cut Precision (Precisão de Corte)
SUSTENTABILIDADE
Fonte por Source (Fonte)

Foco no cliente: ajudar os agricultores a resolver grandes desafios

A precisão está embutida nas nossas soluções tecnológicas da CNH Industrial e ajuda os agricultores a tomar melhores decisões ao ver, sentir e agir em níveis de dados além do que eles eram capazes de acessar anteriormente.

Aqui estão as áreas-chave que a empresa está impulsionando a produtividade para seus clientes:
Automação proporciona maiores rendimentos, reduz os custos de entrada e a fadiga do operador, melhora a eficiência e diminui o impacto ambiental. Autonomia expande as janelas de operação e aumenta a produtividade. Nossa Plataforma Conectada liga os agricultores às suas máquinas, campos, equipes e parceiros ajudando-os a gerenciar suas operações de qualquer lugar, em qualquer momento.

A vantagem da Raven

A Raven está acelerando o programa de autonomia da CNH Industrial e melhorando as capacidades de Tech Stack para entregar soluções de maneira mais rápida. Em pouco mais de um ano, foram desenvolvidas e apresentadas novidades de recursos avançados para o campo através de marcas New Holland Agriculture e Case IH, incluindo o primeiro espalhador autônomo da indústria. E outras novidades foram lançadas no Tech Day – mostrando como a empresa oferece um ecossistema aberto que impulsiona a adoção e a aprendizagem antecipada.

Combustíveis alternativos. Benefícios do mundo real

A demanda para reduzir as emissões e enfrentar a evolução da crise energética intensifica os esforços da CNH Industrial para encontrar novas maneira de alimentar nosso “iron”. A empresa é pioneira em combustíveis alternativos e eletrificação para a agricultura. No Tech Day foram reveladas ao mundo as novidades do Gás natural liquefeito – gerado a partir do metano capturado – e a eletrificação na agricultura. Eles desempenham um papel fundamental na jornada de sustentabilidade da CNH Industrial para estabelecer e alcançar metas de redução de desperdícios baseadas na ciência.

As soluções tecnológicas demonstram compromisso da empresa em avançar de forma sustentável o trabalho nobre dos agricultores em todos os lugares.

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