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12 de Setembro de 2024

SIDERURGIA

Portal Fator Brasil - RJ   12/09/2024

Alta de 11,6% ante o mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a julho o aumento foi de 3,3% comparado ao mesmo período de 2023. As exportações no acumulado de janeiro a julho tiveram redução de 12,9% e, 20,5% em valores ante o mesmo período de 2023. As importações de aço tiveram aumento no mês e no acumulado do ano.

Em julho de 2024 a produção brasileira de aço bruto foi de 3,1 milhões de toneladas, um crescimento de 11,6% frente ao apurado no mesmo mês de 2023. Já a produção de laminados foi de 2,1 milhões de toneladas, 9,8% superior à registrada em julho de 2023. A produção de semiacabados para vendas foi de 890 mil toneladas, uma elevação de 24,2% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2023, de acordo com dados do Instituto Aço Brasil.

Consumo e vendas — As vendas internas cresceram 16,5% referente ao apurado em julho de 2023 e totalizaram 1,9 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 2,3 milhões de toneladas, 13,5% superior ao apurado no mesmo período de 2023.

Exportações — As exportações de julho de 2024 foram de 1,5 milhão de toneladas, ou US$ 1,1 bilhão, o que resultou em aumento de 81,6% e de 51,4%, respectivamente, na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2023.

Importações — As importações de julho de 2024 foram de 592 mil toneladas e de US$ 612 milhões, um aumento de 22,9% em quantum e uma ampliação de 11,8% em valor na comparação com o registrado em julho de 2023.

Produção — A produção brasileira de aço bruto foi de 19,4 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a julho de 2024, o que representa um aumento de 3,3% frente ao mesmo período do ano anterior. A produção de laminados no mesmo período foi de 13,6 milhões de toneladas, crescimento de 6,0% em relação ao registrado no mesmo acumulado de 2023. A produção de semiacabados para vendas totalizou 5,1 milhões de toneladas de janeiro a julho de 2024, uma redução de 9,1% na mesma base de comparação.

Vendas — As vendas internas foram de 12,1 milhões de toneladas de janeiro a julho de 2024, o que representa um crescimento de 5,6% quando comparadas com igual período do ano anterior.

Consumo — O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 14,7 milhões de toneladas no acumulado até julho de 2024. Este resultado representa um aumento de 7,4% frente ao registrado no mesmo período de 2023.

Exportações — As exportações de janeiro a julho de 2024 atingiram 6,1 milhões de toneladas, ou US$ 4,9 bilhões. Esses valores representam, respectivamente, redução de 12,9% e de 20,5% na comparação com o mesmo período de 2023.

Importações — As importações alcançaram 3,3 milhões de toneladas no acumulado até julho de 2024, um aumento de 23,7% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 3,4 bilhões e avançaram 1,9% no mesmo período de comparação.

Quanto ao Índice de Confiança da Indústria do Aço(ICIA) no mês de agosto, o aumento foi de 4,3 pontos ante o mês anterior, e somou 57,7 pontos, — e, segundo o IABr, embora os CEOs não mostram tanta confiança na atual economia brasileira, mantém confiança atual em suas empresas, e ainda mais confiantes quanto ao futuro.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   12/09/2024

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, prevê publicar no último trimestre deste ano os primeiros editais que abrirão transações focadas em reduzir o contencioso tributário das maiores empresas do País. A proposta de Orçamento de 2025 conta com a entrada de R$ 30 bilhões a partir desses acordos, um valor considerado conservador. O plano é começar a trazer dinheiro para o caixa do Tesouro já no início do próximo ano, disse Durigan em entrevista ao Estadão/Broadcast sobre o programa.

O prognóstico do número 2 da Fazenda é positivo porque, segundo ele, a disposição em tentar transações sobre certas disputas tributárias com a União partiu do setor privado. Estão na lista de interessadas em avançar neste diálogo com a Fazenda empresas como Vale, JBS, Gerdau, Ambev, Petrobras, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander, segundo ele.

Foi com base em pesquisa sobre as principais controvérsias que estão no contencioso desses atores que o governo chegou a uma lista com 17 teses que, a princípio, poderão ser contempladas nessas transações. As empresas também poderão sugerir a inclusão de novos temas. A portaria com as diretrizes gerais do Programa de Transação Integral (PTI) foi publicada no dia 30 de agosto, quando o governo enviou o Projeto de Lei Orçamentária do próximo ano ao Congresso.

As condições de pagamento ainda serão alvo de mais discussões e estarão detalhadas nos editais, que poderão contemplar mais de uma controvérsia por vez. A prioridade será dada a teses que são mais relevantes em termos de valores e de risco jurídico para a União, disse Durigan.

Uma das controvérsias que mais despertaram interesse nas empresas e que pode estar entre as primeiras da fila é a que aborda discussões sobre a incidência de contribuições previdenciárias sobre valores pagos a título de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da empresa. Nesse caso, uma hipótese é definir um desconto maior — que pode ou não chegar no limite de 65% imposto pela lei — com a quitação dentro de um prazo menor, de 12 a 20 vezes. Outro detalhe a ser discutido é o uso do prejuízo fiscal nessas transações. O secretário defende que a aplicação seja bem limitada, com porcentual que pode girar em torno de 10%.

“Se eu consigo dar um desconto maior agora, algo como 55%, 60%, mesmo 65%, com prazo menor de pagamento, temos uma ajuda no fiscal de 2025 e 2026", afirmou Durigan, que tem reunião nesta semana com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) e a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) para avançar no diálogo sobre o programa.

O movimento de grandes empresas na Fazenda começou ainda no ano passado, após a aprovação da nova lei do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). Além de retomar o voto de qualidade, a legislação ampliou as possibilidades de transação, aumentando para 65% o desconto máximo que pode ser concedido nos acordos. As vantagens chamaram a atenção de mais companhias, o que foi intensificado após a conclusão do acordo entre a Fazenda e a Petrobras, responsável por encerrar pendências fiscais e tributárias na ordem de R$ 45 bilhões.

“Depois que a Petrobras pagou o acordo deles, começamos a receber em reuniões bilaterais vários pedidos similares. Sentei com a Receita e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e falei, olha, tem muito apetite, tem muito interesse dessas principais empresas em fazer mais transações como a da Petrobras”, relatou Durigan.

Segundo o secretário, há temas que, se somados entre as empresas, podem resultar num valor de débito negociado próximo ao da Petrobras. Por isso, a expectativa de R$ 30 bilhões é vista como conservadora. “Se fizer dois ou três grandes casos já bate a previsão do PLOA”, avaliou.

As negociações entre a Fazenda e as empresas dentro do PTI serão tocadas diretamente pela secretaria-executiva. Durigan ainda avalia se deverá divulgar antes dos editais uma consulta pública para colher sugestões das companhias. Ele cita como ponto que deve render algum debate o tamanho do limite de utilização do prejuízo fiscal nos pagamentos.
Tendência à renegociação

A equipe econômica tem apostado nas transações tributárias como um dos pilares para aumentar a arrecadação da União e zerar o déficit público. A tendência de uma Fazenda Nacional mais aberta a negociar os débitos do setor privado começou ainda no governo passado, com o que ficou conhecida como “Lei da Transação”. As oportunidades foram expandidas com a nova legislação sobre o Carf — embora, como revelou o Estadão/Broadcast, o retorno arrecadatório ainda esteja performando bem abaixo do que previu a pasta inicialmente.

Para Durigan, não se trata apenas de um esforço de arrecadação, mas de uma tendência na relação entre a União e as empresas que a Fazenda deve aproveitar. “Não é um puxadinho, é algo que teremos de fazer daqui pra frente. Com as mudanças legislativas, não vamos conseguir segurar essa nova geração de transações”, disse o secretário, que também vê na conclusão de litígios um meio de o País fazer a transição ao novo sistema tributário de forma mais limpa. “Sem isso, esse estoque em litígio hoje não vai ser resolvido em curto prazo”, avaliou.

Para o setor privado, o programa é encarado como positivo por abrir uma possibilidade de composição entre a União e empresas em temas que atualmente são incertos para ambos os lados, avaliou um representante reservadamente ao Estadão/Broadcast. Ele ponderou que, naturalmente, as adesões vão depender de uma análise específica de caso a caso, a partir da publicação dos editais. Enquanto os detalhes não chegam, a ideia geral do programa é vista com bons olhos por ter o potencial de eventualmente reduzir incertezas que hoje estão presentes nos balanços das companhias.

O Estadão/Broadcast procurou as empresas citadas na reportagem. A Vale afirmou que está “sempre aberta a discutir acordos que possam reduzir passivos de forma racional e equilibrada”. Petrobras, JBS, Ambev, Gerdau, Banco do Brasil, Itaú e Bradesco não comentaram. Santander não retornou até a publicação do texto.

IstoÉ Dinheiro - SP   12/09/2024

A inflação dos alimentos provocada pelo prolongamento da seca preocupa “um pouquinho”, disse nesta quarta-feira (11) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Apesar dos efeitos sobre os preços, ele disse que o problema não pode ser enfrentado por meio do aumento de juros pelo Banco Central (BC).

“A inflação preocupa um pouquinho, sobretudo em virtude do clima. Estamos acompanhando a evolução da questão climática, o efeito do clima sobre o preço do alimento e eventualmente sobre o preço de energia faz a gente se preocupar um pouco com isso. Mas a inflação advinda desse fenômeno não se resolve com juros. Juros são outra coisa”, disse Haddad no Ministério da Fazenda.

Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reúne-se para definir a Taxa Selic (juros básicos da economia). Atualmente, em 10,5% ao ano, ela pode ser elevada para conter as pressões inflacionárias provocadas pela alta do dólar nos últimos meses e pelo aquecimento do mercado de trabalho.

Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central (BC), os analistas de mercado projetam elevação de 0,25 na Selic na próxima reunião, nos dias 17 e 18. Eles preveem que a taxa encerrará o ano em 11,25% ao ano .

“O Banco Central está com um quadro técnico bastante consistente para tomar a melhor decisão, e nós vamos aguardar o Copom da semana que vem”, disse Haddad. Essa será a primeira reunião do Copom após a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central no próximo ano.

A divulgação de que a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou negativa em 0,02% em agosto reduziu as pressões para que o Copom promovesse um reajuste maior, de 0,5 ponto percentual na próxima reunião. O índice registrou a primeira deflação desde junho do ano passado, motivado principalmente pela queda no preço da energia, mas a expectativa é que a bandeira vermelha na conta de luz impacte a inflação nos próximos meses.
PIB

Em relação ao crescimento da economia, Haddad disse que o Ministério da Fazenda deve elevar para acima de 3% a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas) em 2024. “Estamos fechando a grade e devemos divulgar essa semana, mas acredito que o piso de 3% já está basicamente contratado, bastante consistente e com impacto na economia”, declarou o ministro.

Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o PIB avançou 1,4% no segundo trimestre em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo trimestre de 2023, o crescimento chega a 3,3%. O resultado veio acima do esperado pelo mercado.

O Estado de S.Paulo - SP   12/09/2024

Os efeitos da estiagem nos preços dos alimentos e na tarifa de energia elétrica, além da demanda aquecida e da desvalorização do real em relação ao dólar, fizeram economistas rever para cima as projeções de inflação para este ano e colocar viés de alta no IPCA de 2025. Além disso, esse cenário, na avaliação dos economistas, indica a necessidade de um novo ciclo de alta dos juros básicos da economia a partir deste mês para conter as pressões inflacionárias.

Na análise do economista Fabio Romão, da LCA Consultores, a alimentação no domicílio, que está desacelerando até agosto e no mês passado registrou deflação de 0,73%, contribuindo para o resultado negativo do IPCA no mês (-0,02%), “vai dar uma virada de página” a partir de setembro e a estiagem é um dos fatores. Ele pondera que normalmente os preços dos alimentos sobem no último trimestre do ano em razão da entressafra e das festividades de final de ano.

Do final de julho para o começo deste mês, o economista reviu de 4,2% para 4,4% a inflação deste ano por causa das pressões de preços nos alimentos e da mudança de bandeira tarifária da energia elétrica. A partir deste mês, a bandeira cobrada na conta de luz passou de verde para vermelha nível 1. Isso significa um acréscimo de R$ 4,46 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumido, conforme a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Para 2025, Romão mantém, por enquanto, a projeção de uma IPCA de 4%, mas com tendência de alta, em razão da menor desaceleração dos preços dos alimentos. “Pensando no ano que vem, essa seca pode indicar menos PIB (crescimento da economia) e mais inflação; é preocupante”, admite.

Também o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, mudou a projeção de inflação deste ano de 4,1% para 4,5%. Para 2025, projeta 4%, mas com viés de alta. “Esses conjuntos de choques de energia e clima com demanda acima do potencial vão causar estragos na inflação nos próximos meses”, diz Vale. O grande problema, observa, é que não há margem de manobra para a inflação, que já está em 4,5% e contaminando o índice do próximo ano.

Vale argumenta que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central teria de dar uma resposta mais contundente na reunião da semana que vem (17 e 18 de setembro), aumentando entre 0,25 e 0,5 ponto porcentual a taxa Selic, que está em 10,5% ao ano, como sinal de contenção da piora das expectativas.

“O governo colhe o que plantou ao estimular a economia via política fiscal, que pressiona demanda acima do potencial e gera inflação, mas não crescimento sustentável”, diz Vale.

A LCA, que antes projetava estabilidade da taxa básica de juros, mudou o prognóstico na semana passada. O cenário de juros traçado pela consultoria é de elevação a partir da reunião do Copom de setembro, encerrando em janeiro em 12%. A alta de 1,5 ponto porcentual da taxa básica no período é justamente para moderar pressões inflacionárias que poderão acontecer em 2025, diz Romão.

O Estado de S.Paulo - SP   12/09/2024

O mercado reforçou nesta quarta-feira, 11, as apostas de corte inicial na taxa de juros menos agressivo, de 0,25 ponto porcentual, pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) em setembro, após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos.

A inflação no país subiu 0,2% em agosto ante julho, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta quarta pelo Departamento do Trabalho. Na comparação anual, o avanço foi de 2,5% em agosto. Analistas consultados pelo Projeções Broadcast esperavam altas de 0,2% e 2,6%, respectivamente. No mês passado, o CPI dos EUA avançou 0,2% em julho ante junho e 2,9% na taxa anual.

O núcleo da inflação, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, porém, apresentou variação mensal acima das expectativas. Ele subiu 0,3% em agosto ante julho, segundo dados com ajustes sazonais. Na comparação anual, o avanço foi de 3,2% em agosto. Analistas consultados pelo Projeções Broadcast esperavam altas de 0,2% e 3,2%, respectivamente. No mês passado, o núcleo do CPI dos EUA avançou 0,2% em julho ante junho e 3,2% na taxa anual.

Por volta das 9h50 (pelo horário de Brasília), a ferramenta de monitoramento do CME Group exibia probabilidade de 85% de uma redução de 0,25 ponto porcentual pelo BC americano em setembro, um salto diante dos 71% vistos antes da publicação do índice. A chance de um corte mais agressivo, de 0,5 ponto, passou de 29% para 15%.

O mercado ainda voltou a precificar como mais provável a chance de redução acumulada de 1 ponto porcentual no juro do Fed até dezembro de 2024, aumentando essa probabilidade de 37,1% para 46%. Já cortes mais agressivos, de 1,25 ponto, viram sua probabilidade diminuir de 41,7% para 30,7%, ocupando novamente o segundo lugar. Em terceiro, a probabilidade de redução ainda mais moderada, de 0,75 ponto, cresceu de 9,7% para 19,1%.

O índice de preços ao consumidor de agosto é um sinal de que a inflação nos Estados Unidos está “domada”, mas não desapareceu completamente, afirma a Capital Economics. Por isso, a consultoria britânica mantém a previsão de que o Fed abrirá o ciclo de relaxamento monetário com um corte “modesto” de 0,25 ponto porcentual na próxima semana.

A instituição explica que a inflação de habitação se recusa a arrefecer tão rapidamente quanto os demais segmentos, o que mantém o núcleo do CPI resiliente. “Nessas circunstâncias, esperamos que o Fed adote uma abordagem comedida ao cortar juros”, prevê.

A leitura do CPI em agosto indica que o Fed ainda deverá mudar o seu foco para os desenvolvimentos do mercado de trabalho americano, apesar da aceleração nos preços de serviços. A análise é do CIBC Economics, em relatório divulgado nesta quarta.

“Este não foi o melhor relatório para o Fed, mas a trajetória da inflação ainda está em boa forma e o progresso feito no último ano nos deixa confiantes de que os preços caminham para a meta”, avalia o banco canadense. Assim, o foco dos dirigentes será como o emprego está “normalizando ou deteriorando” no país, acrescenta.

O CIBC observa, no entanto, que controlar a inflação de serviços pode ser “difícil” nessa última etapa, particularmente os preços ligados a moradias e transportes — duas das categorias que impulsionaram o avanço do núcleo do CPI em agosto.

Infomoney - SP   12/09/2024

A inflação mais bem comportada nos EUA, conforme o CPI de agosto divulgado hoje – embora ainda alta e com pressão de preços da habitação – reduz consideravelmente a chance de o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) precisar ser mais agressivo no esperado corte de juros a ser anunciado na semana que vem.

Com o mercado de trabalho esfriando e atividade ainda forte, a probabilidade de um corte de 0,25 ponto percentual subiu, dizem os economistas.

A opinião está explicitada na ferramenta FedWatch, do CME Grupo, que mostra agora uma probabilidade 85% de um corte mais suave nas taxas e uma chance de 15% de um início mais acelerado. Há um mês, essa probabilidade estava bem dividida, com 51% das apostas em um corte de 0,50 p.p. e 49% de uma redução de 0,25 p.p.
André Valério, economista sênior do Inter, por exemplo, destacou a desaceleração do índice cheio de 12 meses, para 2,5%, mas comentou que o núcleo da inflação em 3,2%, na mesma comparação, indicando ainda um elevado grau de persistência no processo inflacionário.

Ele citou também que gastos com habitação continuam pressionados, avançando 0,5%, maior alta nos últimos meses e reacelerando no acumulado em 12 meses. Além disso, o “super núcleo”, que é a inflação de serviços excluindo os gastos com habitação, também acelerou, para 0,33%.

Ele analisou que não foi um resultado tão positivo quanto o Fed gostaria, com alguns sinais de persistência inflacionária, como o aumento, na margem, da difusão da inflação, mas que isso não altera o fato de que o Fed irá cortar os juros na próxima semana.

“O resultado de hoje diminui a urgência de um eventual corte inicial de 50 pontos-base na reunião da próxima quarta-feira. Mantemos nossa expectativa de 75 pontos-base de cortes até o fim do ano, com cortes de 25 pontos em cada uma das três reuniões restantes”, estimou, completando que o BC dos EUA deixará na mesa a opção de acelerar o ritmo em caso de uma deterioração não antecipada no mercado de trabalho.

Francisco Nobre, economista da XP, também alertou para os dados do núcleo acima de algumas estimativas, mas disse que não parece ser algo preocupante. “A gente continua vendo o processo de desinflação acontecendo, mas não é muito rápido. Esse último estágio deve ser gradual”, disse.

Para ele, também faz sentido o Fed começar seu ciclo de flexibilização monetária de forma gradual. “Ajuda a consolidar que o primeiro corte será de 0,25 p.p. em setembro. Ainda existe uma possibilidade de um corte maior de 0,50% se os dados de atividade antes da reunião vierem fracos. Mas o cenário permanece favorável a um início gradual do ciclo de cortes”, argumentou.

Para Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, a composição do CPI continua benéfica, com preços de bens em retração e preços de serviços seguindo tendência de queda, embora o índice permaneça acima da meta.

“Para nós, a desaceleração em curso da inflação e o esfriamento do mercado de trabalho devem levar o Federal Reserve (Fed) a iniciar na próxima semana o ciclo de corte de juros. Na nossa visão, o Fed deve escolher o caminho da flexibilização gradual, com três cortes de 0,25 ponto nas reuniões restantes de 2024”, disse Claudia, também fazendo a ponderação de que possa haver uma aceleração dos cortes para 50 pontos-base, caso o mercado de trabalho mostre mais deterioração.
Hipótese de recessão diminuiu

Paula Zogbi, gerente de research e head de conteúdo da Nomad, por sua vez, afirmou que a desaceleração acima do esperado da inflação em 12 meses não fecha as portas para a possibilidade de um corte de 50 pontos-base na taxa, mas diminui consideravelmente essa chance, aos olhos dos operadores de mercado.

A avalia de Matheus Pizzani, economista da CM Capital, é similar. Para ele, as duas altas apresentadas nos primeiros meses do terceiro trimestre também ajudam a colocar em dúvida a hipótese fortemente levantada pelo mercado de trabalho acerca de uma possível recessão nos EUA.

Ele também ponderou que a resiliência apresentada pelo grupo de habitação tende a ser um vetor importante para as tomadas de decisão futuras do Fed, que certamente não deve ser demasiadamente “dovish” (suave) neste momento, caso queira de fato garantir a convergência da inflação para a meta de longo prazo estabelecida.

“A tendência é que o mercado consolide sua posição em um corte inicial de 25 bps, leitura favorecida pela divulgação do CPI de hoje. E que cortes mais robustos sejam realizados apenas no decorrer do ciclo, em especial no ano que vem, quando as pressões inflacionárias estiverem mais brandas”, destacou.

Na opinião de Andressa Durão, economista do ASA, o número de agosto não muda o cenário de início do ciclo de queda dos juros com corte de 25 bps na reunião da semana que vem. E deve ajudar a consolidar as apostas do mercado para um início mais cauteloso por parte do Fed. “O Fed vai preferir iniciar o ciclo com corte de 25bps e se mostrará aberto a acelerar o ritmo, a depender dos próximos dados, tanto de emprego quanto de inflação.”

Já Scott Helfstein, head de estratégias de investimentos da Global X ETFs, que também vê um corte de 25 bps em setembro como a decisão mais provável, comentou que a economia está no comando e não o Fed, o que é uma coisa boa. “Preços estabilizados, mercado sólido e forte desempenho corporativo preparam o cenário para um novo avanço do mercado à medida que o Fed muda para taxas mais baixas.”

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, concorda que, embora o ritmo da inflação tenha ficado um pouco abaixo das expectativas do mercado, a tendência é que o Federal Reserve inicie um ciclo de cortes de juros com uma redução de 0,25%.

“Para que houvesse uma mudança significativa na postura do banco, seria necessário que os dados de inflação apresentassem uma queda muito mais acentuada. Além disso, com o aumento nos custos de moradia, que têm um peso relevante no índice, é provável que o Fed sinalize cortes imediatos na reunião da próxima semana. O banco central provavelmente ainda se sentirá desconfortável com os níveis atuais da inflação.”

O Estado de S.Paulo - SP   12/09/2024

A maior seca dos últimos 70 anos, agravada por queimadas, acendeu um sinal de alerta sobre o risco de uma nova onda de pressão inflacionária no Brasil. A escassez de água pode afetar o custo de vida dos brasileiros, com o impacto na produção de alimentos básicos, de combustíveis renováveis (como etanol), na logística dos eletroeletrônicos e no preço da energia elétrica.

O cenário agrava ainda mais o desafio do Banco Central em controlar a inflação, que já enfrenta um ambiente complexo. Com desemprego em baixa (6,8% no trimestre terminado em julho) e aumento da renda dos trabalhadores, o consumo das famílias está aquecido.

Isso torna os consumidores mais propensos a aceitar reajustes de preços, especialmente no setor de serviços. Além disso, a recente desvalorização do real frente ao dólar aumenta os custos, pressionando principalmente os preços de produtos industrializados e importados.

A estiagem prolongada, que ultrapassa cem dias em algumas regiões do País, deve pressionar ainda mais os preços do açúcar, café e laranja, que já estão em alta. Também pode turbinar ainda mais a cotação do etanol, combustível derivado da cana, no período de entressafra.

Em 12 meses até agosto, o açúcar refinado subiu 6,31% no varejo, a laranja-pera teve alta de 47,56%, o café subiu 16,64% e o etanol, 10,05%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo do IBGE. No mesmo período, a inflação geral medida pelo mesmo indicador foi de 4,24%.

Os efeitos da estiagem nos preços dos alimentos e na tarifa de energia elétrica, além da demanda aquecida e da desvalorização do real em relação ao dólar, fizeram economistas rever para cima as projeções de inflação para este ano e colocar viés de alta no IPCA de 2025. Além disso, esse cenário, na avaliação dos economistas, indica a necessidade de um novo ciclo de alta dos juros básicos da economia a partir deste mês para conter as pressões inflacionárias.

Cana: queimadas e estiagem

Ainda não há dados atualizados do governo sobre o estrago que a falta de chuvas e as queimadas provocaram no agronegócio, sobretudo nas culturas perenes - aquelas lavouras que demoram vários anos para ter a primeira safra, como café, laranja e cana.

Mas a Organização das Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), por exemplo, informa que 100 mil hectares plantados com cana-de-açúcar foram queimados nas últimas duas semanas até 4 de setembro, a maior parte no Estado de São Paulo. O prejuízo calculado é de R$ 800 milhões.

José Guilherme Nogueira, CEO da Orplana, diz que a cana só vai conseguir rebrotar quando a chuva voltar. “O cenário de clima seco e de falta de chuvas pode ter reflexos na safra futura, mas é cedo para fazer previsões.”

No entanto, a consultoria Datagro estima que a safra de cana 2024/25, após os incêndios e a seca, atinja 593 milhões de toneladas, A projeção inicial era de uma produção maior, de 602 milhões de toneladas. “Recentemente tivemos produções menores do que a safra atual, mas a safra atual poderia ter sido melhor”, afirma Bruno Wanderlei de Freitas, economista e sócio da consultoria.

A seca e os incêndios já mudaram o patamar de preços do açúcar no mercado internacional. Nas últimas três semanas, o preço do produto teve valorização na faixa de 5%.

Freitas diz que não há escassez de açúcar. Nesta safra, o Brasil deve produzir 39,3 milhões de toneladas, 7,3% abaixo do ano passado. Ainda assim, será uma grande safra, porém menor do que o mercado esperava. Isso deve, na sua opinião, dar sustentação às cotações. “O preço do açúcar para o consumidor não deve cair”, prevê.

A história deve se repetir com o etanol. Freitas acredita que as cotações do combustível vão continuar firmes com tendência de alta. Neste ano, devido às queimadas, a perspectiva é de uma entressafra prolongada. As usinas, provavelmente, vão encerrar a moagem da cana em meados de outubro e retomar a atividade só em março ou abril. “A tendência é que o preço do etanol perca competitividade nesse período.”

Laranja: menor safra em 35 anos

Na laranja, os pomares, que já sentiam o peso da doença do greening, agora enfrentam também os efeitos da falta de chuvas. “Há regiões que convivem com a estiagem desde o final de março”, conta o presidente da Associação Brasileira de Citros de Mesa (ABCM), Carlos Lucatto.

Em maio, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), uma associação privada mantida pelos citricultores e pela indústria do suco de laranja, projetava que a safra atual (2024/25) do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo e Sudoeste Mineiro seria de 232,38 milhões de caixas (40,8 quilos). Depois da estiagem dos últimos meses, acaba de reduzir a expectativa de produção da safra 2024/25, em 7%, para 215,78 milhões de caixas.

Se a estimativa se confirmar, será uma safra quase 30% menor do que a do ano anterior. Também é a menor safra de laranja em 35 anos, desde 1989, quando foram produzidos 214 milhões de caixas, segundo o Fundecitrus.

A escassez do produto fez o preço da laranja in natura disparar. A caixa (40,8 quilos) que custava R$ 50 na roça no ano passado, este ano chega a R$ 120. A indústria está comprando a produção da fruta que iria para mesa, o que dá sustentação ao preço no mercado interno.

No exterior, a cotação do suco de laranja concentrado e congelado também está nas alturas. Normalmente, era cerca de US$ 2 mil a tonelada e hoje está o triplo, acima de US$ 6 mil. O motivo é a falta de fruta tanto no Brasil como na Flórida (EUA), os dois grandes produtores.

Antonio Carlos Simonetti, que faz parte da quarta geração de uma família de citricultores, diz que é uma ilusão achar que os produtores estejam ganhando dinheiro porque os preços estão altos. Ele argumenta que falta laranja no mercado e a produtividade dos pomares está muito baixa. “A estiagem é mais preocupante do que o Greening”, alerta. Mesmo que a planta esteja doente, se houver umidade, ela consegue produzir alguma coisa. Mas hoje o que se vê é a falta de chuvas.

Simonetti tem mil hectares de laranja, dos quais 400 hectares no Estado de São Paulo, no município de Aguaí, e o restante em Minduri (MG). A última chuva boa que caiu nessas regiões foi em março deste ano.

De lá para cá, a estiagem tem castigado a produção. No pomar de Aguaí, o citricultor calcula que vai colher este ano 200 mil caixas, a metade do que conseguiu no ano passado. Em Minas Gerais, a quebra será menor, de 20% em relação ao ano anterior, porque as lavouras estão localizadas em áreas de maior altitude e sujeitas a temperaturas menores.

“Essa é a pior safra que já tivemos, nunca vi um cenário tão preocupante: seca, altas temperaturas e déficit hídrico”, afirma ele.
Café: seca e ano de menor produção

Na cafeicultura a seca também preocupa. A última estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada em maio, apontava uma produção em 2024 de 58,81 milhões de sacas. É um volume 6,8% maior do que a safra de 2023.

Desde então houve muitas ondas de calor e falta de chuvas. A colheita terminou em agosto. Apesar de não ter dados oficiais atualizados, Renato Garcia Ribeiro, pesquisador e analista de café do Cepea, acredita que o volume colhido foi menor do que o inicialmente previsto.

Ele reitera a sua preocupação em relação à safra que será colhida em 2025. Como o café é uma cultura bianual, com um ano de produção baixa e o seguinte de produção cheia, a safra de 2025 poderá ser duplamente prejudicada. Isto é, já será naturalmente um ano de baixa produção e ainda vai carregar os efeitos da falta de chuvas na época de florada da planta. “Essa é grande preocupação no momento.”

Em relação aos preços, a seca que afeta Brasil e Vietnã, os principais produtores, teve impacto nas cotações. Desde o terceiro trimestre do ano passado até o início deste mês, a cotação do café robusta ao produtor vendido no Estado do Espírito Santo, por exemplo, cresceu 119,7%, segundo dados do Cepea. No mesmo período, o preço do café tipo arábica subiu 85,2%.

Celírio Inácio, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), lembra que faz quatro anos que o mercado de café vem sendo afetado por problemas climáticos de todos os tipos: geadas, excesso de chuvas e secas.

Apesar de as queimadas não terem atingindo significativamente o parque cafeeiro nacional, essas ocorrências, combinadas com perspectiva de manutenção do clima seco nos próximos meses, geram insegurança em relação à produção. “Tudo isso faz com que o mercado internacional e nacional reajam e os preços aumentem.”

Reflexo na safra de grãos

O estrago provocado pela seca pode afetar também as lavouras anuais, como soja, milho, por exemplo. Mas, neste caso, o que se vê ainda são especulações. A próxima safra de grãos, a mais volumosa, começa a ser semeada no Centro-Sul do País a partir de meados de setembro, quando termina o período de vazio sanitário e normalmente as chuvas começam.

No entanto, segundo a meteorologista da Climatempo, Dayane Figueiredo, setembro deste ano deve ser marcado por chuvas abaixo da média e temperaturas em elevação. A previsão, segundo ela, é que comece a chover só no final de setembro. “Os cultivos, principalmente de soja, podem atrasar pela falta de chuvas”, prevê. Se esse prognóstico se confirmar, cresce o risco de queda de produtividade nos grãos da safra de verão.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   12/09/2024

Os preços dos contratos futuros de minério de ferro subiram nesta quarta-feira, à medida que as exportações mais firmes e a oferta menor na China superaram as preocupações com a perspectiva de demanda vacilante e a recuperação econômica do principal mercado consumidor do minério.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,09%, a 694 iuanes (97,56 dólares) a tonelada.

O minério de ferro de referência de outubro na Bolsa de Cingapura subiu 2,52%, a 92,9 dólares a tonelada.

As exportações da China cresceram no ritmo mais rápido em quase um ano e meio em agosto, o que sugere que os fabricantes têm antecipado pedidos devido à expectativa de tarifação por parte de um número crescente de parceiros comerciais, enquanto as importações caíram em meio à fraca demanda doméstica.

As fortes exportações de aço continuam a compensar parte da fraqueza do setor siderúrgico, que está lutando contra margens fracas, disseram os analistas do ANZ em uma nota.

Os estoques dos cinco principais produtos de aço-carbono mantidos pelas usinas siderúrgicas chinesas caíram pela sexta semana consecutiva, entre 30 de agosto e 5 de setembro, atingindo o nível mais baixo em mais de seis anos, disse a consultoria chinesa Mysteel.

A produção de aço da China mostrou pequena recuperação ao longo da semana, uma vez que a melhora nas margens de lucro devido à redução nos custos de produção levou algumas usinas siderúrgicas a retomarem as operações, acrescentou a Mysteel.

As importações de minério de ferro do país em agosto caíram 1,38% em relação a julho e 4,73% em relação ao ano anterior, mostraram dados alfandegários na terça-feira, já que a queda dos preços do aço e um cenário sombrio para a demanda diminuíram o apetite dos compradores.

IstoÉ Dinheiro - SP   12/09/2024

A Vale informou nesta quarta-feira, 11, que iniciou o comissionamento do Projeto Vargem Grande 1 a úmido, com capacidade de retomar aproximadamente 15 milhões de toneladas por ano (Mtpa) de produção de minério de ferro no complexo Vargem Grande, em Minas Gerais.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa explica que a Usina de VGR1 operava a umidade natural desde 2019 em função da indisponibilidade de captação de água e disposição na barragem de Vargem Grande, que se encontra em processo de descaracterização.

Segundo a Vale, o Projeto consiste na adequação do circuito hídrico e na execução do sistema de contenção de resíduos de VGR1, incluindo a implementação de novos ativos, o que permite a retomada das operações de concentração a úmido. Como resultado, é esperada a melhora da qualidade média do site em 2% de ferro contido, aproximadamente.

A mineradora destaca que Vargem Grande 1 foi concluído em linha com o orçamento e com o início do comissionamento antecipado em um mês.

“O Projeto representa um importante passo em direção ao guidance de produção de minério de ferro de 340 milhões a 360 milhões de toneladas em 2026, resultando em melhora na qualidade do portfólio de produtos, maior capacidade produtiva e maior flexibilidade operacional”, afirmam os analistas.

Valor - SP   12/09/2024

Após um primeiro semestre sólido, a Vale decidiu aumentar a estimativa de produção de minério de ferro para 2024. Essa é a primeira vez que a mineradora elevou a projeção desde o rompimento da barragem em Brumadinho (MG), em janeiro de 2019. A meta, que antes era de 310 a 320 milhões de toneladas, agora é de 323 a 330 milhões de toneladas para o ano.

Analistas consultados pelo Valor veem a atualização como positiva para a companhia. Em contrapartida, a mineradora reduziu a projeção de níquel de 160 mil a 175 mil toneladas para 153 mil a 168 mil toneladas.

A projeção da mineradora é chegar a 2026 com produção de mais de 360 milhões de toneladas de minério de ferro, com teor médio de cerca de 64%, o que indica uma melhor qualidade do produto. “Esperamos que o aumento do teor de ferro tenha impacto em maiores prêmios por qualidade, o que pode elevar a receita da empresa, mas não há uma estimativa disponível”, disse a Vale, em resposta à reportagem. A mineradora realizou um evento com analistas em Carajás (PA) para a divulgação.

Fatores como melhorias de eficiência, maior conhecimento de ativos e menor volume de chuvas influenciaram na produção melhor que o esperado no primeiro semestre. O plano de produção da companhia, que previa 144 milhões de toneladas no primeiro semestre, foi superado, com 151 milhões de toneladas de minério de ferro extraídas no período.

“A companhia registrou números acima do esperado no primeiro semestre, com melhores resultados em todos os sistemas, tanto no Norte quanto no Sudeste e Sul. Agora, vão replicar essa melhora no segundo semestre”, avalia Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos. “A empresa deu foco grande à estabilidade na operação do minério de ferro, com segurança e confiabilidade de ativos. A Vale fez o dever de casa, mitigou falhas e otimizou processos.”

Daniel Sasson, analista do Itaú BBA, afirma que, além da estabilidade das operações, as compras de terceiros também aumentaram na primeira metade do ano e contribuíram para a revisão da meta de minério de ferro. “[A mudança da projeção] demonstra que a empresa vem progredindo no aumento da estabilidade das operações, caminho certo para cumprir a meta de produção de 2026”, diz o analista em relatório.

Quanto à redução da projeção de níquel para 2024, a Vale diz que a mudança reflete o impacto do desinvestimento parcial da PTVI em junho, na Indonésia. A Vale Canada Limited (VCL), subsidiária da Vale Base Metals (VBM), vendeu cerca de 14% da PTVI para a estatal indonésia MIND ID. Após a negociação, a VCL manteve fatia de 33,9% na PTVI.

A Vale também anunciou o início das operações de uma expansão da Usina 1 de Vargem Grande (MG), com capacidade de retomar 15 milhões de toneladas de minério por ano. A Usina 1 de Vargem Grande operava com umidade natural desde 2019, quando a mineradora fez diversas mudanças em operações por conta do rompimento em Brumadinho. Com a mudança, 80% dos rejeitos da usina serão filtrados e empilhados a seco para reduzir a dependência de barragens.

Em relatório divulgado a clientes sobre o evento com os analistas em Carajás, o Citi destacou que o presidente eleito da Vale, Gustavo Pimenta, teria informado que as negociações com autoridades sobre a reparação pelo rompimento da barragem da Samarco, ocorrida em 2015 em Mariana (MG), devem ser concluídas em outubro. O atual vice-presidente de finanças da mineradora irá substituir Eduardo Bartolomeo na presidência, em transição programada até 31 de dezembro de 2024.

Em junho, as autoridades públicas encaminharam contraproposta de acordo no caso de Mariana, no valor R$ 109 bilhões. Na ocasião, Vale, BHP e Samarco disseram que avaliariam o tema. A proposta original das mineradoras era de R$ 72 bilhões, segundo a divulgação feita pela Advocacia Geral da União (AGU). (Colaborou Felipe Laurence, de São Paulo).

Brasil Mineral - SP   12/09/2024

Após a conclusão, a nova planta terá 1,5 mil funcionários permanentes, o que representa um aumento de 20% no quadro de colaboradores da CSN Mineração em Minas Gerais.

A CSN Mineração anunciou investimento de R$ 15 bilhões no estado de Minas Gerais entre 2024 e 2027. A maior parte desse valor é para construir uma nova unidade de beneficiamento de minério de ferro no complexo de Casa de Pedra, em Congonhas (MG), com R$ 8 bilhões alocados ao projeto. As obras irão começar no quarto trimestre e devem gerar quatro mil empregos temporários. Após a conclusão, a planta terá 1,5 mil funcionários permanentes, o que representa um aumento de 20% no quadro de colaboradores da CSN Mineração em Minas Gerais. A operação está programada para iniciar no último trimestre de 2027.

A nova unidade, Itabirito P15, produzirá pellet feed, minério com alto teor e sustentável, o que permitirá a fabricação de aço sem emissão de carbono por meio do uso de hidrogênio. Com capacidade de produção anual de 16,5 milhões de toneladas, a planta atenderá principalmente siderúrgicas japonesas e do Oriente Médio. Atualmente, a planta de Congonhas produz cerca de 32 milhões de toneladas anuais de minério de ferro, sem fabricação de pellet feed. A CSN Mineração planeja converter também a unidade existente para produzir o mesmo tipo de minério no futuro. O investimento impactará diretamente na economia de Congonhas, com a arrecadação da cidade aumentando em 70% por meio da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). A economia local será beneficiada pelo aumento da massa salarial e das compras no comércio.

Dos R$ 15 bilhões investidos, R$ 3,5 bilhões serão voltados à compra de equipamentos e veículos, como caminhões maiores e escavadeiras, que ajudarão a reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O restante será aplicado na descaracterização de barragens, incluindo a de Casa de Pedra. A CSN Mineração está em negociação com o poder público sobre o cronograma e métodos para eliminar todas as barragens, inclusive as que não são obrigatórias.

Valor - SP   12/09/2024

Notícia de que a companhia aumentou a projeção de produção de minério de ferro neste ano para 323 milhões a 330 milhões de toneladas animou investidores

As ações ordinárias da Vale (VALE3) iniciaram o pregão de hoje em alta, revertendo a queda de 1,20% registrada na sessão anterior. Por volta das 11h20 de hoje, os papéis eram negociados a R$ 57,14, um avanço de 2,02%. No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,04%, a 134.378 pontos.

As ações são impulsionadas pelo avanço dos preços dos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian, que fecharam no maior avanço percentual desde o início de setembro.

Os contratos para janeiro, que são os mais negociados, fecharam em alta de 1,09%, a 694 yuans (US$ 97,46) a tonelada.

A notícia de que a companhia aumentou hoje a projeção de produção de minério de ferro neste ano para 323 milhões a 330 milhões de toneladas também animou investidores. A estimativa anterior, apresentada no ano passado, era de 310 milhões de toneladas a 320 milhões de toneladas.

A mineradora, por outro lado, reduziu a expectativa de produção de níquel para o ano, de 160 mil a 175 mil toneladas para 153 mil a 168 mil toneladas. Houve alteração também nas metas de custos “all-in”, que incluem custo caixa C1 com frete, despesas, royalties e prêmios, do cobre e do níquel.

No caso do cobre, a projeção de custos foi reduzida de US$ 4.000 a US$ 4.500 para US$ 3.300 a US$ 3.800 a tonelada.

Máquinas e Equipamentos

Valor - SP   12/09/2024

Demora na regulamentação atrasa disponibilidade do benefício e provoca adiamento de investimentos, afirma entidade

José Velloso: “A previsibilidade é uma das coisas mais importantes para o setor” — Foto: Leo Pinheiro/Valor

Uma das apostas do governo federal para modernizar a indústria brasileira, a depreciação acelerada foi sancionada no final de maio, mas ainda não teve sua regulamentação publicada, o que impede as empresas de começarem a utilizar o mecanismo. Diante da proximidade do fim do ano, há o temor de que os benefícios comecem a ser colhidos pela indústria apenas em 2025.

“É uma demora que pode, inclusive, estar segurando os investimentos. Estamos com queda de 16,9% das receitas no ano até julho e desconfiamos que parte importante deste resultado pode ser atribuído à decisão dos empresários de esperar a regulamentação da medida”, diz o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, notando que partes importantes ainda estão carentes de definição, como a lista de setores beneficiados.

O projeto do governo prevê R$ 3,4 bilhões em créditos entre 2024 e 2025 para a compra de máquinas, equipamentos e aparelhos novos. O mecanismo funciona como antecipação de receita para as empresas, já que reduz de até 20 anos para 2 anos o período em que o abatimento do valor do bem é feito nas declarações de IRPJ e CSLL.

Mesmo que a regulamentação saia este ano, o efeito sobre as encomendas não é imediato, acrescenta Velloso. Ele explica que, entre as empresas representadas pela Abimaq, o ciclo entre decidir comprar, fabricar, entregar e instalar é de 4 a 6 meses. “Se o investimento for maior, esse prazo cresce. A discussão sobre equalização técnica [como adequar o equipamento ao cliente] é demorada”, nota. “Além disso, somente quando o bem começa a produzir é que a indústria começa a se beneficiar da depreciação acelerada. Ou seja, a depender da demora na regulamentação, esse benefício pode não ocorrer este ano.”

Procurado, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) afirmou que a minuta do decreto sobre o tema passou por uma revisão entre órgãos governamentais envolvidos, incluindo a Receita Federal, e que o texto deve ser publicado nos próximos dias. A pasta também informou que créditos financeiros eventualmente não usados em 2024 serão transferidos para o ano que vem.

A depreciação acelerada faz parte da Nova Indústria Brasil (NIB), política lançada no ano passado pelo governo Lula para combater a desindustrialização no país. Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplica (Ipea), os R$ 3,4 bilhões destinados ao programa têm potencial de alavancar R$ 20 bilhões em novos investimentos, ou R$ 10 bilhões por ano, caso o cronograma original fosse seguido. Esse montante representa, aproximadamente, 10% do faturamento anual do setor, olhando o consumo aparente [produção local e importação].

Em um momento em que o país vê retomada dos investimentos em formação bruta de capital fixo - no segundo trimestre, ele chegou a 16,8% do PIB -, a Abimaq contabiliza queda das receitas. Entre janeiro e julho deste ano, a entidade contabiliza queda de 14,3% na comparação com o mesmo período de 2023. Olhando apenas as vendas em território nacional, esse número sobe para 16,9%. Já as importações cresceram 6,5% no mesmo período.

“O problema não é o câmbio, que está favorável. Parte da resposta vem do processo de desindustrialização mesmo, que também atingiu o setor de máquinas. Boa parte do que o país consome deixou de ser produzido aqui”, diz a diretora do departamento de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq, Maria Cristina Zanella. No momento, a produção nacional equivale a 65% do consumo aparente, acrescenta.

Velloso também critica a defesa, de economistas do mercado financeiro, por um novo ciclo de altas da Selic. “Não estamos querendo defender subsídio, políticas do passado, baixa juros à força. Mas é preciso discutir intensidade do aperto”, defende. “Com uma inflação em 4,50% e um risco-país ao redor de 250 pontos e a taxa de juros americana, que deve começar a cair em breve, chegamos a algo entre 8,50% e 9,00% de Selic. Ela já está em 10,50%. Subir mais pode complicar a situação”, diz.

Ele reconhece que o controle das expectativas - um dos principais argumentos dos favoráveis à alta dos juros -, é um ponto relevante da política monetária, mas ressalta que mesmo um ciclo curto pode ser prejudicial. “O índice de confiança da indústria de máquinas se aproximava de 100 pontos até o mês passado. Com essa confusão atual, voltou a cair. A previsibilidade é uma das coisas mais importantes para o setor”, ressalta.

A Abimaq realiza no dia 17, um congresso sobre o setor que debate, entre outros temas, as experiências de política industrial no Brasil e no exterior. Sobre a NIB, Velloso tece elogios à iniciativa, mas avalia é tímida em relação aos recursos investidos.

AUTOMOTIVO

Monitor Digital - RJ   12/09/2024

As vendas de automóveis na China cresceram 3% ano a ano nos primeiros oito meses de 2024, mostraram dados da Associação Chinesa de Fabricantes de Veículos Automotores (CAAM, sigla em inglês) divulgados nesta terça-feira.

As vendas totais chegaram a cerca de 18,77 milhões de unidades no período de janeiro a agosto, mostraram os dados.

Durante o período, a produção das montadoras chinesas atingiu 18,67 milhões de veículos, um aumento anual de 2,5%.

Somente em agosto, as vendas de automóveis encolheram 5% em relação a um ano atrás, para aproximadamente 2,45 milhões de unidades, enquanto a produção caiu 3,2%, para 2,49 milhões de unidades.

O mercado automotivo deve entrar em alta temporada de vendas, disse Chen Shihua, vice-secretário-geral da associação, referindo-se aos meses de setembro e outubro.

Destacando os efeitos dos programas de substituição, Chen disse que essas medidas políticas ajudarão a impulsionar o mercado automotivo pelo resto deste ano e a liberar ainda mais a vitalidade do consumo do mercado.

As exportações de automóveis da China cresceram 25,4% ano a ano, para 511 mil unidades no mês passado, mostraram os dados.

Automotive Business - SP   12/09/2024

O fascínio dos norte-americanos pelos veículos elétricos parece estar se esvaindo. De acordo com o Índice de Consumidor de Mobilidade da EY, o desejo de compra de um desses modelos caiu 14 pontos percentuais em relação ao ano passado.

A pesquisa, que foi feita com cerca de 1,5 mil entrevistados, mostrou que 34% dos que planejam comprar um veículo novo nos próximos dois anos pretendiam comprar um elétrico, queda em relação aos 48% do ano passado.

Uma das razões que impedem os compradores de adquirirem veículos elétricos nos EUA, segundo o levantando, está nos altos custos de substituição de baterias e o difícil acesso aos carregadores públicos.

"Continuamos ouvindo sobre essa demanda estagnada por elétricos ", disse Steve Patton, da EY Americas. "Esse sentimento de resfriamento do consumidor foi refletido de uma forma muito maior do que eu provavelmente esperávamos".

A pesquisa da EY dá suporte à crescente preocupação da indústria sobre a velocidade da transição para a eletromobilidade. Os preços dos elétricos continuam altos em comparação com os equivalentes a gasolina e a infraestrutura de carregamento público geralmente não é confiável. Tudo isso desacelerou a taxa de crescimento das vendas de veículos elétricos, e as montadoras atrasaram lançamentos de modelos e planos de produção.

A pesquisa, no entanto, dá algum alento para a indústria automotiva. A parcela de norte-americanos preocupados com a autonomia limitada dos elétricos caiu de 30% para 24%. Segundo o levantamento, a parcela de compradores apreensivos sobre o acesso a estações de recarga caiu de 34% para 23%.
Cresce interesse pelos híbridos nos EUA

"Os consumidores estão começando a perceber que talvez essa coisa de infraestrutura de carregamento não seja um problema tão grande", disse o executivo.

Em relação às baterias, porém, a indústria enfrenta uma nova preocupação dos consumidores sobre os elétricos: os custos para substituição.

"O consumidor precisa ser educado. Essas baterias estão provando ter ciclos de vida de 12, 15 anos, e a maioria de nós não fica com um veículo por 12 ou 15 anos", ponderou Patton.

A pesquisa apontou também que os consumidores também têm interesse crescente em veículos híbridos. A parcela de entrevistados que pretendiam comprar híbridos aumentou 2 pontos percentuais para 17% nos EUA, enquanto globalmente diminuiu 2 pontos percentuais, para 21%. Mais de um quarto dos compradores dos EUA disseram que foram atraídos pela segurança oferecida pelos híbridos.

FERROVIÁRIO

Globo Online - RJ   12/09/2024

Antes mesmo de tomar posse, o novo presidente da Vale, Gustavo Pimenta, está procurando autoridades do governo federal e de estados com os quais a companhia tem pendência, na tentativa de fechar acordos ainda neste ano. Entre elas, a prorrogação antecipada das ferrovias Carajás (PA) e Vitória-Minas, além do acordo de ressarcimento da tragédia de Mariana — que ocorreu numa barragem da Samarco, que tem a Vale a a BHP como sócias.

Em outra frente, o conselho de administração da empresa discute antecipar para outubro ou ainda este mês a posse do novo CEO da Vale, que vai substituir o executivo Eduardo Bartolomeo. O processo de troca de comando da companhia estava previsto para ocorrer no final do ano, mas foi antecipado. Ele foi escolhido para assumir a presidência da empresa em 26 de agosto.

Pimenta esteve com o ministro dos Transportes, Renan Filho, nesta terça-feira. A pasta conduz uma negociação para rever a renovação antecipada de contratos de ferrovias não só com a pasta, mas com outras empresas. Esses acordos foram fechados durante o governo Jair Bolsonaro e o governo Lula considera os valores baixos.

No caso da Vale, trata-se da revisão do contrato referente às ferrovias Estrada de Ferro Vitória-Minas, entre Espírito Santo e Minas Gerais, e Estrada de Ferro Carajás, entre Maranhão e Pará. O governo quer que a mineradora pague nova outorga à União.

A Vale apresentou em abril uma proposta para pagar R$ 16 bilhões, mas o governo pede R$ 25,7 bilhões.

O contrato de concessão da Vale expirava originalmente em 2027, mas foi renovado antecipadamente por 30 anos.

Também está em negociação a construção pela Vale da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO).

Acordo de Mariana

O CEO também já se reuniu com o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande.

Segundo integrantes do governo, o novo CEO da Vale demonstrou boa vontade em chegar a um acordo de compensação a famílias e governos por conta do com o rompimento de uma barragem de Fundão.

Além da Vale,a BHP participa das conversas. A Samarco já desembolsou R$ 37 bilhões e estaria negociando pagar mais R$ 100 bilhões, além de outros R$ 49 bilhões em obrigações futuras.

Procurada, a Vale informou em nota que as negociações estão em estágio avançado:

“A Vale está em discussões avançadas com o Ministério dos Transportes sobre as condições gerais para otimizar os planos de investimentos nos contratos de concessão da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). A Vale manterá o mercado atualizado sobre qualquer compromisso relevante assumido no âmbito das negociações, em linha com a legislação aplicável", diz a nota.

Sobre Mariana, a Vale afirmou que "reafirma seu compromisso com as ações de reparação e compensação relacionadas ao rompimento da barragem de Fundão, da Samarco. A Vale, como uma das acionistas da Samarco, segue engajada no processo de mediação conduzido pelo Tribunal Regional Federal da 6a Região (TRF6) e busca, junto às autoridades envolvidas, estabelecer um acordo que garanta a reparação justa e integral às pessoas atingidas e ao meio ambiente".

A troca de CEO na Vale se arrastou por meses e o governo — mesmo sem ter participação direta na empresa — tentou influir no processo. No fim, a empresa escolheu um nome que já estava na companhia.

Monitor Digital - RJ   12/09/2024

Chegará o dia em que o SUM – Sistema Único de Mobilidade – será uma realidade e terá como principal característica garantir a gestão compartilhada entre União, estados e municípios, visando à eficiência e eficácia necessárias para assegurar esse direito social.

A PEC 25/2023, que trata do SUM, em tramitação no Congresso Nacional, pode ser aprovada no início de 2025, com forte apoio dos(as) prefeitos(as) das capitais e de grandes cidades, que buscam uma solução institucional duradoura, já que não dispõem de meios e recursos para atender à crescente demanda por mobilidade com qualidade. O SUM, na minha opinião, terá o condão de não só evitar o colapso total da mobilidade, mas também de possibilitar um ciclo virtuoso que garanta o direito social ao transporte público de qualidade, previsto na Constituição Federal.
O que fazer nos curto e médio prazos?

Como regra, a operação e gestão dos serviços de transporte público estão centradas em contratos de concessões privadas, com base no argumento de que a operação e gestão públicas são ineficientes e onerosas para os cofres públicos. Salvo raras exceções, são as concessionárias que definem a qualidade dos serviços, sempre com base em seu fluxo de caixa, não no interesse dos usuários. Garantir elevada taxa de retorno financeiro tornou-se, portanto, o principal fator na tomada de decisões de gestão. O grande drama é que são os usuários de baixa renda que financiam, em grande parte, os atrativos fluxos de caixa das concessionárias, sofrendo elevações periódicas das tarifas, apesar do mau serviço prestado.

Exemplifico com o caso da Supervia, concessionária dos trens metropolitanos do Estado do Rio de Janeiro.

A pontualidade e a redução do intervalo entre trens nas estações, que são itens cruciais para atender ao direito social dos usuários, são vistas pela concessionária como inviáveis por afetarem o seu lucro, ao exigirem aumento de custos operacionais e de investimentos. Assim, a queda no número médio de passageiros transportados por dia, de mais de 1 milhão no início do contrato para 600 mil pouco antes da pandemia de Covid-19 e, atualmente, para cerca de 300 mil, foi a principal consequência da decisão de não promover as melhorias necessárias para aumentar o fluxo de usuários.

Ou seja, no atual modelo de gestão privada, via concessão, há uma contradição intrínseca: é inviável conciliar a melhoria da qualidade do sistema de trens metropolitanos com a imperiosa necessidade de manter um fluxo de caixa atrativo para os acionistas da concessionária.
O que proponho como modelo a ser adotado?

Em 2021, a Prefeitura do Rio redefiniu a relação entre o poder público e as empresas prestadoras de serviços de transporte por ônibus, tendo como principais itens desse modelo: a criação da estatal Mobi-Rio; a gestão do sistema pela Prefeitura, incluindo o controle da bilhetagem digital; o pagamento pelo serviço prestado com base nos quilômetros rodados; e o subsídio para cobrir a diferença entre os custos e receitas, com o congelamento da tarifa. Nesse modelo, a Prefeitura faz a gestão, com exigências crescentes de qualidade, as empresas prestam o serviço e recebem adequadamente por ele, e os usuários são os principais beneficiados. Todos saem ganhando.

Replicando esse modelo ao sistema metro-ferroviário do Rio, teríamos: gestão pública com foco na melhoria da qualidade do serviço; operação por empresa pública ou privada seguindo as regras do gestor público; e subsídios para realizar os investimentos necessários à melhoria do sistema, com garantia de modicidade tarifária. Realizando essa gestão de forma compartilhada entre União, estado e municípios atendidos, com o necessário controle social, este novo modelo anteciparia o SUM, podendo viabilizar um modelo sustentável permanente.

José Augusto Valente é membro da Divisão Técnica de Transporte e Logística do Clube de Engenharia. Foi secretário de Política Nacional de Transportes e Presidente do DER-RJ.

A Tribuna - SP   12/09/2024

Cinco projetos de transporte de passageiros por trilhos devem ser entregues em todo o País ainda neste ano. Além da extensão do VLT em Santos e em Fortaleza, estão previstos o aeromóvel do Aeroporto de Guarulhos, e trechos do metrô da Grande Teresina (PI) e da CPTM, em São Paulo. Segundo a Associação Nacional de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), em reportagem do jornal Valor, esses investimentos resultarão em uma expansão de 19,3 quilômetros, o que louvável. Entretanto, o ritmo demorado das obras e o aumento planejado para 2024 em um país de dimensões continentais mostram que ainda há muita timidez para investir nesse meio de transporte mais eficiente e sustentável e que garante maior conforto à população.

De acordo com a entidade, essa malha foi ampliada em 15% desde 2014, mas esse ritmo caiu a partir de 2018 e em 2021 sua extensão ficou menor. Uma linha do entorno de Salvador (BA) foi desativada para dar lugar a um monotrilho, que acabou não sendo implantado. No Rio de Janeiro, a Supervia, em recuperação judicial, pode paralisar seus trens em uma rede de 200 Km, enquanto os ativos da rede da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Maceió (AL), Recife (PE) e João Pessoa (PB) estão degradados, conforme o especialista da escola de negócios Insper, Sérgio Avelleda.

Assim como no caso da infraestrutura, que também recebe investimentos abaixo das necessidades da economia brasileira, o transporte de massas também tem recebido poucos recursos para sua ampliação. Os analistas também alertam para a falta de planejamento, pois esses projetos ficam engavetados de tempos em tempos, e a demora para concluir as obras atravessa governos diferentes, o que é um risco político para sua interrupção.

Os próximos investimentos no transporte de passageiros por trilhos, em sua maior parte, serão feitos no Estado, como o Trem Intercidades de Campinas. Porém, pela liderança econômica de São Paulo e o tamanho de seus municípios, os analistas afirmam que esse modal deveria contar com muito mais investimentos.

Poucos são os países economicamente relevantes que não têm sistemas de trens e metrô como principal transporte de massa. O Brasil cometeu o erro de depender das rodovias, que hoje impactam na inflação devido aos combustíveis.
Quando há um aumento de preço do diesel, essa conta extra se espalha rapidamente pelos diversos setores que dependem do sistema rodoviário. Além disso, há o impacto ambiental com a intensa liberação dos gases do efeito estufa.

Hoje, pelas vantagens óbvias, concluiu-se que é preciso retomar o foco nos trilhos, não só para o transporte de mercadorias, mas também para o de passageiros. A guinada não é nada fácil, pois isso exige mão de obra capacitada, materiais e indústrias especializadas em trens, assim como há o custo elevado dessas obras.

Agência Camara - DF   12/09/2024

Em audiência pública da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, o secretário de Transporte Ferroviário do Ministério dos Transportes, Leonardo Ribeiro, disse que até o final do ano serão anunciadas mudanças na Lei das Ferrovias, de 2021,  inclusive para permitir leilões com aportes de recursos públicos. Os usuários do sistema reclamam de tarifas altas e pouca transparência por parte das empresas.

O marco regulatório do setor inovou ao criar a figura da autorização no setor, como acontece com o setor de telecomunicações. Mas, neste instrumento, não há participação do setor público. Ribeiro disse que a ideia é a parceria com o setor privado por meio de leilões com aportes de recursos públicos.

“Até então fizemos obras públicas para depois conceder. O mundo nos ensina que é possível fazer diferente, fazer leilões com aporte, para elevar a taxa interna de retorno dos projetos para uma taxa mínima de atratividade. Atrair o setor privado com eficiência”, explicou.

Outra mudança é a regulamentação de um chamamento público para trechos com baixa utilização ou mesmo abandonados pelas atuais concessionárias. Isso, segundo ele, dependia de um acerto com o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a precificação de trechos devolvidos.

O secretário do Ministério dos Transportes citou como medidas em andamento e a serem adotadas:
Interoperabilidade – uma portaria vai regulamentar a obrigação de integração da malha Passageiros – um decreto será editado para fomentar alguns trechos Renovações antecipadas – uma portaria permitiu estas renovações de concessões acompanhadas de novos compromissos de investimentos Recursos – incentivos fiscais por meio de debêntures incentivadas e ICMS Projetos – o governo trabalha em uma carteira de estudos de viabilidade técnica para novos projetos, entre eles a Ferrogrão, o anel ferroviário Rio de Janeiro-Vitoria, o corredor Leste-Oeste, a integração Minas Gerais-Bahia, o trem de passageiros Brasília-Luziânia

Tarifas acessórias
O presidente da Associação Nacional dos Transportes de Cargas, Luis Baldez, reclamou das chamadas tarifas acessórias, que são custos cobrados pelas concessionárias por serviços extras como limpeza. Segundo ele, a tarifa do transporte é regulada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mas estes custos acessórios não têm limite. Para Baldez, as empresas calibram estas tarifas para que o custo total fique apenas 5% menor que o rodoviário.

Ele também disse que não existe uma a malha ferroviária propriamente porque os trechos não são integrados.

Já Alexandre Barra, da Associação Brasileira de Óleos Vegetais, disse que a demanda pelo transporte é alta e a oferta está muito concentrada. “A frase que a gente mais ouve na associação é que a concessionária falou que está ‘tomada’, ou seja, não tem espaço, não pode carregar. É uma situação grave. Se a concessionária de ferrovia não pode levar a carga do usuário, que é de baixo valor agregado, como ele vai fazer? Vai mandar por caminhão, ficar muito mais caro, e começa a tornar inviável o negócio”, disse.

Para Barra, a ANTT precisa colocar logo em funcionamento um sistema, chamado de CNSO, que vai permitir o monitoramento online da movimentação de carga, além de abrir os dados. Ele afirmou ainda que os usuários têm medo de fazer denúncias e sofrer represálias.

Já Yuri Pontual, da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, destacou que os investimentos em andamento devem fazer com que o transporte de cargas por ferrovia saia do atual patamar de 21% para 35% do total.

Mais investimentos
O deputado Gilberto Abramo (Republicanos-MG), presidente da comissão, destacou que os usuários pedem mais investimentos para aproveitar os trechos existentes, o que não estaria sendo feito pelas concessionárias. “Se o Estado entende e entendemos que há uma necessidade de investimentos, temos que abrir então o mercado. Os que detém essas concessões não estão, em tese, tão favoráveis na abertura e ampliação desse mercado, assim como acontece com empresas aéreas”.

Abramo disse apresentará requerimentos para obter mais dados sobre a utilização da malha. Para ele, os problemas citados na audiência poderiam motivar até mesmo uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

NAVAL

O Estado de S.Paulo - SP   12/09/2024

Antigo projeto do empresário Eike Batista, o Porto do Açu conseguiu se consolidar em meio à derrocada do empresário como um importante porto do País para os setores de minério e petróleo, mas não chegou a se transformar em um complexo porto-indústria como era previsto no plano original. Agora, com a necessidade de o mundo reduzir as emissões de carbono, a Prumo Logística, dona do empreendimento, tenta retomar a ideia de desenvolver um polo industrial no local para preencher o gigantesco espaço que detém ali, no litoral norte do Rio de Janeiro. Hoje, dos 90 quilômetros quadrados de área útil do porto, apenas 38% estão ocupados.

Controlada pelo fundo americano EIG e tendo o Mubadala (fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos) como sócio, a Prumo começou a desenvolver há dois anos e meio o projeto que agora quer colocar de pé. “Pensamos em como industrializar ou ocupar essa área desocupada do porto. Pensamos em quais investimentos podem trazer muitos novos fornecedores e com quais deles temos vantagens competitivas”, diz o diretor de novos negócios da Prumo, Mauro Andrade. A área total do porto, considerando uma reserva natural, é de 130 quilômetros quadrados, o equivalente a 1,5 ilha de Manhattan, em Nova York.

Com o desenvolvimento desse projeto, espera-se que, daqui a dez anos, 30% das movimentações em Açu sejam de navios carregados com combustíveis limpos, segundo o CEO da Prumo, Rogério Zampronha. Hoje, do total embarcado, quase 70% é petróleo. “As empresas de petróleo estão investindo em combustíveis de nova geração. No futuro, vão carregar outros combustíveis nos tanqueiros, como metanol, por exemplo.”

O porto entrou em operação em 2014 e cresceu sobretudo no ano passado, quando ampliou em 26,6% o total de carga movimentada, alcançando 84,6 milhões de toneladas. Essa expansão se deu principalmente devido ao setor de óleo e gás, que avançou 33,4%. A empresa também vem trabalhando para diversificar suas fontes de receitas e atrair cargas de grãos.

O plano ‘verde’ do Açu prevê um cluster de hidrogênio, usinas de combustível limpo (como combustível sustentável de aviação, o chamado SAF, na sigla em inglês) e fábrica de produtos siderúrgicos de baixo carbono. Também há projetos para desenvolver empreendimentos de energia eólica em alto mar (offshore) e solar.

No cluster de hidrogênio verde, a ideia, segundo Andrade, é usar o combustível para a produção de amônia – matéria-prima de fertilizantes. O produto final seria destinado para o consumo doméstico, diferentemente do que deve ser feito em usinas de hidrogênio verde previstas para serem instaladas no Nordeste do País. Essas devem atender, em parte, o mercado externo.

De acordo com levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com R$ 16,5 bilhões em aportes esperados, Açu está na quarta posição entre os portos do País que anunciaram que deverão receber os maiores volumes de investimentos em hidrogênio verde. Nas primeiras posições, aparecem os portos de Pecém (CE), com R$ 110,6 bilhões, Parnaíba (PI), com R$ 20,4 bilhões, e Suape (PE), com R$ 19,6 bilhões. A grande maioria desses projetos, no entanto, não está garantida, pois estudos de viabilidade ainda estão sendo feitos.

Em Açu, o projeto mais perto de ser concretizado é o da norueguesa Fuella, que assinou, em agosto, um contrato de reserva de área. A companhia reservou 100 mil metros quadrados, com a possibilidade de aumentar esse número para 200 mil. A empresa também firmou um memorando de entendimento para implementar uma planta de amônia verde com potencial para produzir 400 mil toneladas por ano.

O cronograma do projeto da Fuella, no entanto, prevê que a decisão final de investimento seja tomada nos próximos quatro anos. “Eles estão amadurecendo o projeto. Um dos elementos é analisar todo o custo”, afirma Andrade. Apesar do contrato falar de quatro anos para a decisão do investimento, o executivo acredita que ela deve sair em 18 meses. Depois disso, seriam mais 24 meses para construção da planta. “É um projeto para começar a operar em 2028", acrescenta.

Outro projeto que deverá ser um dos primeiros a sair do papel é o de uma planta de metanol verde (combustível que poderá ser usado pela indústria marítima). Andrade diz não poder revelar o nome da empresa que pretende fazer o investimento, mas afirma que o cronograma é semelhante ao da Fuella.

A Vale é mais uma das empresas que está para tomar uma decisão de investimento em Açu. A mineradora e a Prumo anunciaram, no ano passado, que estudam o desenvolvimento de um hub no porto para fabricação de matéria-prima que permitirá à indústria siderúrgica reduzir suas emissões.

“Vamos fazer um ‘road show’ para atrair o resto de investimento que falta. Achamos que a decisão de investimento sairá em 12 meses. Depois são mais três anos de construção. Quase todos os projetos estão entrando nesse intervalo de começar as operações entre 2028 e 2029", diz Andrade.

O executivo reconhece, no entanto, que a Prumo precisa superar desafios para que os projetos de hoje virem realidade. Um desses obstáculos é ter uma definição clara de quem serão os compradores do que será produzido ali. Daí a intenção de começar com as plantas de combustíveis sustentáveis. É provável, por exemplo, que o SAF tenha demanda garantida a partir de 2027, quando as companhias aéreas passarão a ser obrigadas a reduzir suas emissões.

PETROLÍFERO

O Estado de S.Paulo - SP   12/09/2024

A Petrobras iniciou os procedimentos para a entrada em operação da maior unidade de processamento de gás natural (UPGN) do País, localizada em Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

No estágio atual, estão sendo realizadas as etapas finais de preparo da UPGN, com a calibração de processos e equipamentos. Nessa fase, o gás ainda não é disponibilizado para o mercado. O início das operações comerciais está previsto para a primeira quinzena de outubro.

A estatal ainda informa, em comunicado, que a unidade receberá gás do pré-sal da Bacia de Santos, transportado por meio do gasoduto Rota 3, que também iniciará operação.

“O Projeto Integrado Rota (PIR3), do qual faz parte a UPGN, é estratégico para a Petrobras, pois possibilitará o aumento da oferta de gás natural ao mercado brasileiro, com rentabilidade para a companhia”, afirma.

A empresa ainda informa que passou a nomear o Polo Industrial de Itaboraí, onde está instalada a UPGN, como Complexo de Energias Boaventura, em referência ao Convento São Boaventura, localizado dentro do polo industrial. O Complexo será inaugurado nesta sexta-feira, 13.

Além do gasoduto implantado para o escoamento de gás natural e da UPGN, a estatal informa que está trabalhando em outros projetos no Complexo, como duas termoelétricas a gás para participação nos leilões previstos pelo setor elétrico, e ainda prevê construir outras unidades de refino para produção de combustíveis e de lubrificantes.

Após a conclusão das obras de todo o Complexo, o conjunto de unidades terá capacidade aproximada de produzir 12 mil barris por dia (bpd) de óleos lubrificantes de Grupo II, 75 mil bpd de diesel S-10 e 20 mil bpd de querosene de aviação (QAV-1). A planta vai operar em sinergia com a Refinaria Duque de Caxias (Reduc).

 

Valor - SP   12/09/2024

O uso desse combustível depende de negociação sobre o uso da rede de gasodutos Brasil-Bolívia

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quarta-feira que o governo brasileiro está com “discussões avançadas” com a Argentina para viabilizar o uso do gás natural da região argentina de Vaca Muerta. O uso desse combustível depende de negociação sobre o uso da rede de gasodutos Brasil-Bolívia.

Segundo o ministro, outras tratativas estão sendo mantidas com países vizinhos. Ele citou a negociação com presidentes do Paraguai e da Colômbia para “ampliarmos as rotas possíveis”.

As declarações do ministro foram dadas na abertura do evento “O Papel do Gás Natural e do Biometano na Transição Energética Justa, Acessível e Sustentável”, promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), na sede do Ministério de Minas e Energia.

Em seu discurso, Silveira disse que o gás natural tem importância “inegável” para o país. “Não aceitamos reinjetar a metade da produção offshore dessa riqueza. Nossa produção está em 140 milhões de metros cúbicos por dia (m3/dia)”, afirmou, ressaltando que não se pode aceitar que as plataformas de petróleo destine ao subsolo 73 milhões de m3/dia, enquanto a média mundial de reinjeção nas plataformas marítimas (offshore) é de 28%.

Silveira voltou a defender o programa Gás para Empregar. Segundo ele, a iniciativa vai garantir mais disponibilidade de gás natural, especialmente para a “produção nacional de fertilizantes, petroquímicos e de outros setores altamente intensivos e que dependem desse insumo”. Ele considera que a redução do custo do gás virá do combate aos “abusos” cometidos no mercado e com a remuneração de “maneira justa” das infraestruturas de escoamento do gás existentes no país.

O governo tem grande expectativa com o início da operação gasoduto Rota 3. De acordo com Silveira, o lançamento do projeto foi antecipado e será entregue ainda nesta semana em evento no Rio de Janeiro. “Teremos a oferta de até mais 18 milhões de m3/dia”, ressaltou

Petro Notícias - SP   12/09/2024

A Unidade de Processamento de Gás de Caraguatatuba (UTGCA), no litoral norte de São Paulo, atingiu dois marcos históricos em agosto de 2023: recordes de produção de GLP e processamento de gás do pré-sal. Os resultados anteriores haviam sido registrados em julho do mesmo ano. Segundo a Petrobrás, a produção de GLP em agosto somou 37.768 toneladas, correspondentes a 72.971 m³, superando o recorde anterior de 37.446 toneladas (72.442 m³), obtido no mês anterior. No acumulado de 2023, a unidade também quebrou o recorde anual de produção de GLP, com 361.110 toneladas (697.865 m³), o que equivale a mais de 27 milhões de botijões de 13 kg.

Além disso, a UTGCA alcançou, em agosto, um recorde na proporção de processamento de gás do pré-sal, com uma média mensal de 72,5%, superando o índice anterior de 70,8%, registrado em julho. O recorde diário também foi batido, atingindo 74,2%, frente aos 73% de julho.

Em termos de escoamento, o Gasoduto de Mexilhão (Gasmex) direcionou uma média de 12,87 milhões de m³/dia de gás para a unidade, dos quais 9,33 milhões de m³/dia eram provenientes de campos do pré-sal e 3,54 milhões de m³/dia do pós-sal. Com uma capacidade máxima de 10 milhões de m³/dia para gás do pré-sal, o Gasmex operou a 93,3% de sua capacidade.

O aumento expressivo no processamento de gás do pré-sal foi impulsionado pela autorização especial da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP nº 836/2020), que permite a comercialização do gás natural escoado pelo Gasoduto Rota 1, com um teor mínimo de metano de 80%, e por processos de otimização na UTGCA. Em julho, essa combinação resultou em um acréscimo de 5,85 milhões de m³/dia de gás no mercado. Desde a autorização da ANP, em novembro de 2020, até julho de 2024, a unidade gerou ganhos acumulados de 3,996 bilhões de m³ de gás natural e 986 mil m³ de GLP.

“As melhorias implementadas permitem um melhor aproveitamento do gás do pré-sal, que possui cadeias de hidrocarbonetos mais longas, favorecendo o aumento da produção de GLP”, destaca o gerente da planta, Flaviano Lopes Pereira.

Valor - SP   12/09/2024

Ministra do Meio Ambiente destacou que a discussão sobre a exploração, pela Petrobras, da área, localizada na Margem Equatorial, será feita no Conselho Nacional de Política Energética

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse nesta quarta-feira (11) que a área ambiental "não vai facilitar nem dificultar" a concessão da licença ambiental para a perfuração de um poço de petróleo pela Petrobras na Bacia da Foz do Rio Amazonas, no Amapá.

Segundo ela, que falou com jornalistas após participar da 4ª reunião da Iniciativa do G20 sobre Bioeconomia (GIB), a discussão sobre a exploração da área, localizada na Margem Equatorial, será feita no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) se atém à viabilidade ambiental da iniciativa.

"Não dificultamos nem facilitamos [a concessão da licença], apenas cumprimos aquilo que está na lei", disse.

Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

O Estado de S.Paulo - SP   12/09/2024

No fim de agosto, o governo alterou normas estabelecidas pelo decreto que regulamentou a Lei do Gás de 2021 sob o argumento de que é necessário baratear o gás, exatamente o principal objetivo da legislação de três anos atrás. Recorrendo ao mais puro arbítrio estatal, o presidente Lula da Silva aumentou, por decreto, os poderes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para, na prática, interferir diretamente nos planos de negócios elaborados pelas empresas.

Mais do que desconsiderar as complexidades de um setor que está a léguas de atingir níveis de competitividade capazes de baratear o produto conforme as irrevogáveis leis de mercado, o governo misturou no mesmo balaio questões tão complicadas quanto diferentes, que carecem de debates em separado, como explicou em entrevista ao Estadão Edmar Almeida, pesquisador do Instituto de Energia da PUC-RJ e presidente da Associação Internacional de Economia em Energia. E ainda tratou todo o setor de óleo e gás como um instrumento estatal.

Temas como transição energética, preço do gás e revisão de planos de desenvolvimento de campos de exploração de petróleo se embaralharam, com a finalidade óbvia de atender aos interesses do governo Lula e sua controversa política desenvolvimentista. Mas a questão de maior relevância, que é a concorrência, capaz de puxar preços para baixo, foi ignorada. A partir da abertura do mercado de gás, várias empresas passaram a vender gás e, como lembrou Almeida, onde há mais competição, como no Nordeste, o gás é mais barato do que em locais onde a Petrobras é ainda monopolista ou detém grande parte do mercado.

O decreto parte da premissa de que ampliar a oferta de gás fará cair o preço. Para isso, criou instrumentos como o plano integrado das infraestruturas de gás – principalmente para construção de gasodutos – e a revisão dos planos de desenvolvimento de produção de petróleo e gás que, além do alto potencial intervencionista, só terão efeito a muito longo prazo. A região do pré-sal da Bacia de Santos, alvo principal da medida, já tem projetado o terceiro gasoduto, o Rota 3, e qualquer volume adicional ao já previsto vai depender da construção de novas rotas, o que demanda não apenas alto investimento, como tempo, já que obras desse porte costumam se estender por cinco anos.

Em 2009, durante o segundo governo de Lula da Silva, foi criado o Plano Decenal de Expansão da Malha de Transporte Dutoviário (Pemat), que, como a legislação atual, também tinha caráter determinativo, mas apenas para a parte de transporte. O primeiro projeto decorrente daquele plano só saiu em 2014, cinco anos depois. É um exemplo dado pelo próprio governo lulopetista de que não basta ordenar que um investimento seja feito para que ele se materialize, como num passe de mágica. Mesmo a Petrobras, mais estatal do que privada, tem de imprimir alguma razoabilidade a seu plano de negócios.

O decreto de Lula da Silva determina que os investimentos da indústria vão se dar a partir do planejamento feito pela EPE, que vai indicar os novos gasodutos, sistemas de escoamento, unidades de processamento, oferta e demanda. Como afirmou Edmar Almeida, além do desafio técnico de atender a um projeto que não saiu de suas pranchetas, as empresas poderão também pressionar o governo para que seus próprios projetos estejam no plano. Ou seja, o governo pode estar apenas incentivando pressões lobistas e atrasando ainda mais o desenvolvimento do setor de gás.

O decreto, como já dissemos neste espaço, passa ao largo de questões fundamentais, como qual será a fonte de financiamento desse plano de ampliação de gasodutos. O Rota 3, da Petrobras, por exemplo, é estimado em torno de US$ 2,5 bilhões. Determinar a construção é a parte mais fácil e, sendo uma deliberação federal, imagina-se uma parceria com o setor privado. O dinheiro para tanto é o enigma do decreto, que prevê limitar a exportação de gás, reduzir a injeção de gás na produção de petróleo e estabelecer a remuneração dos donos de dutos – enfim, piorar o ambiente de negócios.

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