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12 de Setembro de 2023

SIDERURGIA

Infomoney - SP   12/09/2023

O Ibovespa fechou em alta de 1,36% nesta segunda-feira (11), aos 116.883 pontos, beneficiado, principalmente, pelo avanço das companhias do setor de siderurgia e mineração.

“Bolsa brasileira subiu com notícias positivas vindo da China em relação à inflação e crédito, que animaram os mercados aqui e mundo afora. Bolsas sobem ao redor do mundo com os investidores dando um voto de confiança na retomada do crescimento da economia chinesa. Minério subiu em Dalian, puxando setores de mineração e siderurgia por aqui”, disse Leandro Petrokas, diretor de research da Quantzed.

Os novos empréstimos na China superaram o consenso. Fora isso, o governo do gigante asiático afrouxou as regras para seguradoras investirem em ações, tentando impulsionar o mercado de capitais por lá.
Ibovespa sobe com Vale (VALE3)

O minério de ferro negociado em Dalian subiu 2,41%, a US$ 116,80 a tonelada. As ações ordinárias da Vale (VALE3), destaque entre as altas por peso do Ibovespa, subiram 1,44%.

“Os dados da inflação na China, que vieram abaixo das expectativas, e a sinalização de apoio do governo à economia animaram os mercados hoje”, explicou Diego Costa, head de câmbio para Norte e Nordeste da B&T Câmbio.

“O dólar hoje teve queda frente ao real, acompanhando o desempenho da moeda no exterior, que também se desvalorizou”.
Segundo o especialista, as notícias vindas do exterior – tanto da China quanto dos EUA – ajudaram a criar fluxo de capital para emergentes e a diminuir a aversão ao risco.
Dólar caiu no exterior

O DXY, índice que mede a força do dólar frente a outras divisas de países desenvolvidos, caiu 0,52%, aos 104,54 pontos. Frente ao real a queda foi de 1,04%, a R$ 4,931 na compra e na venda.

“A Secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, defendeu uma abordagem de ‘pouso suave’ no aperto monetário. Agora, os participantes do mercado aguardam os dados da inflação ao consumidor na quarta-feira, inflação ao produtor e os pedidos de seguro-desemprego na quinta-feira, bem como a produção industrial na sexta-feira, para ajustar suas apostas. Até o momento, o mercado está operando com a perspectiva de uma pausa nas taxas de juros neste mês e uma possível alta em novembro”, completa Costa.

“Juros e dólar caíram no dia de hoje, seguindo o movimento típico de dias de risk on: bolsa para cima, juros e dólar para baixo”, diz Petrokas.

Os DIs para 2024 perderam três pontos-base, a 12,31%, e os para 2025, 6,5 pontos, a 10,48%. As taxas dos contratos para 2027 recuaram sete pontos, a 10,38%, e as dos contratos para 2029, cinco pontos, a 10,91%. Os DIs para 2031 foram a 11,21%, com menos três pontos.
Maiores altas da Bolsa

“Entre as maiores altas do Ibovespa, temos papéis de empresas como EzTec, Cyrela, GPA e Rede D’Or. Em geral, são ativos dentro de setores (construção, consumo e saúde) sensíveis ao comportamento dos juros, que caem em toda a curva hoje”, fala o especialista da Quantzed.

Por fim, fora os setores de mineração e siderurgia, varejo e construtoras, os bancos também tiveram um bom dia.

“As ações dos bancos subiram, beneficiado pela avaliação de que o setor é resiliente e atrativo para investidores em termos de pagamento de dividendos, principalmente com a retirada do regime de urgência do projeto que extingue os JCPs”, concluiu Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

ECONOMIA

Agência Brasil - DF   12/09/2023

Pela terceira semana seguida, a previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu, passando de 2,56% para 2,64%. A estimativa está no boletim Focus de hoje (11), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Para o próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB - a soma dos bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,47%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2%, para os dois anos.

Superando as projeções, no segundo trimestre do ano a economia brasileira cresceu 0,9%, na comparação com os primeiros três meses de 2023, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, a economia brasileira avançou 3,4%.

O PIB acumula alta de 3,2% no período de 12 meses. E no semestre, a alta acumulada foi de 3,7%.

Inflação

Já a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - considerada a inflação oficial do país – teve elevação de 4,92% para 4,93%. Para 2024, a estimativa de inflação ficou em 3,89%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para os dois anos.

A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.

Segundo o BC, no último Relatório de Inflação, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 61%.

A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em julho, influenciado pelo aumento da gasolina, o IPCA foi de 0,12%, segundo o IBGE. A taxa ficou acima das observadas no mês anterior (-0,08%) e em julho de 2022 (-0,68%). Com o resultado, a inflação oficial acumula 2,99% no ano. Em 12 meses, a inflação é de 3,99%, acima dos 3,16% acumulados até junho.

Os dados da inflação de agosto serão divulgados amanhã pelo IBGE.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros - a Selic - definida em 13,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Diante da forte queda da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, iniciou, no mês passado, um ciclo de redução da Selic.

A última vez em que o Banco Central tinha diminuído a Selic foi em agosto de 2020, quando a taxa caiu de 2,25% para 2% ao ano, em meio à contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Depois disso, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em março de 2021, em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis, e, a partir de agosto do ano passado, manteve a taxa em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 11,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,5% ao ano para os dois anos.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Por fim, a previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar está em R$ 5 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,02.

IstoÉ Dinheiro - SP   12/09/2023

A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 2,812 bilhões na segunda semana de setembro (dias 04 a 10). De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, 11, o valor foi alcançado com exportações de US$ 6,577 bilhões e importações de US$ 3,765 bilhões. No mês, o superávit acumulado é de US$ 3,935 bilhões e no ano, de US$ 66,345 bilhões.

Na primeira semana de setembro (dias 01 a 03), o saldo foi de US$ 1,123 bilhão, com compras de US$ 1,072 bilhão e vendas de US$ 2,196 bilhões.

Até a segunda semana do mês, a média diária das exportações registrou aumento de 28,9% na comparação com a média diária do período em 2022, com crescimento de US$ 120,3 milhões (44,9%) em Agropecuária; alta de US$ 137,72 milhões (43,1%) em Indústria Extrativa e aumento de US$ 135,66 milhões (17,8%) em produtos da Indústria de Transformação.

Já as importações tiveram redução de 18,4% no período, também na comparação pela média diária, com queda de US$ 10,44 milhões (-45,1%) em Agropecuária; recuo de US$ 32,72 milhões (-37,4%) em Indústria Extrativa e diminuição de US$ 174,03 milhões (-16,3%) em produtos da Indústria de Transformação.

O Estado de S.Paulo - SP   12/09/2023

A inflação da China (medido pelo índice de preços ao consumidor, CPI) subiu menos que o esperado na comparação anual de agosto, enquanto o de inflação ao produtor (PPI) teve deflação menos acentuada, segundo dados oficiais divulgados no fim de semana.

Pesquisa do escritório de estatísticas chinês, conhecido como NBS, mostra que o CPI da segunda maior economia do mundo avançou 0,1% em agosto ante igual mês do ano passado, após cair 0,3% no confronto anual de julho. O resultado de agosto ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta de 0,2%.

Já o PPI da China teve queda anual de 3% em agosto, menor do que o declínio de 4,4% de julho. O consenso no levantamento do WSJ era de recuo de 2,9% no mês passado.

Em relação a julho, o CPI chinês registrou alta de 0,3% em agosto, enquanto o PPI mostrou ganho de 0,2%.

Banco da China vê “base sólida”

O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) afirmou nesta segunda-feira, 11, que o yuan encontrou uma “base sólida” para manter estabilidade no mercado cambial e se comprometeu a defender a moeda de comportamentos que “perturbem a ordem” do câmbio, ao lado de outros órgãos reguladores chineses.

Segundo o BC chinês, o yuan permanece estável ante uma cesta de moedas, apesar da recente desvalorização contra o dólar. Em comunicado, o PBoC destaca ainda que ações recentes do governo para estabilizar a economia foram implementadas com sucesso, o que oferece uma “base sólida” para o yuan manter sua estabilidade em um nível “razoável e equilibrado”.

Para defender a posição da moeda chinesa, o PBoC se comprometeu a corrigir atividades unilaterais e pró-cíclicas, para “eliminar de forma resoluta comportamentos que perturbem a ordem do mercado”.

O PBoC também definiu que o órgão de regulação cambial da china deve guiar instituições financeiras e empresas a seguir o conceito de “neutralidade de risco”, fortalecendo a supervisão e mantendo a estabilidade do mercado. Além disso, participantes do mercado cambial devem evitar movimentos especulativos.

IstoÉ Dinheiro - SP   12/09/2023

O índice de preços ao consumidor (CPI) da China subiu menos que o esperado na comparação anual de agosto, enquanto o de inflação ao produtor (PPI) teve deflação menos acentuada, segundo dados oficiais divulgados no fim de semana.

Pesquisa do escritório de estatísticas chinês, conhecido como NBS, mostra que o CPI da segunda maior economia do mundo avançou 0,1% em agosto ante igual mês do ano passado, após cair 0,3% no confronto anual de julho. O resultado de agosto ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta de 0,2%.

Já o PPI da China teve queda anual de 3% em agosto, menor do que o declínio de 4,4% de julho. O consenso no levantamento do WSJ era de recuo de 2,9% no mês passado.

Em relação a julho, o CPI chinês registrou alta de 0,3% em agosto, enquanto o PPI mostrou ganho de 0,2%. Fonte: Dow Jones Newswires.

O Estado de S.Paulo - SP   12/09/2023

A Reforma Tributária está apenas na metade e os próximos meses serão fundamentais para que o Brasil avance em direção a uma estrutura tributária 3S: Saudável, Sustentável e Solidária

Depois de aprovada em dois turnos na Câmara, em 7 de julho, a Proposta de Emenda Constitucional 45/19, que trata da Reforma Tributária foi encaminhada para o Senado Federal. Em um primeiro momento pode parecer que as coisas estavam decididas, mas há muito ainda o que fazer para se conseguir uma estrutura tributária que dialogue com o Brasil do século 21 e abandone conceitos arraigados do século passado.

Há quem diga que essa reforma mascarou privilégios ao modelo de economia ainda ancorado à produção manufatureira e à agropecuária exportadora. O contraponto é que o país precisa de uma economia baseada em inovação, ciência, conhecimentos tradicionais e biodiversidade. Em entrevista recente o cientista Carlos Nobre aponta que o Brasil pode liderar a construção de uma nova economia da floresta em pé, que não existe em nenhum lugar do mundo. "Precisamos desenvolvê-la, se nós não fizermos isso, outros se aproveitarão de nossa biodiversidade".

No entanto, o atual momento, em que o Brasil discute uma estrutura tributária que deverá reorganizar as atividades econômicas, essa visão que inclui a economia da vida e da biodiversidade precisa ser parte do novo modelo tributário, que também incorpore os desafios climáticos entre outras demandas socioambientais urgentes.

O Brasil tem a pretensão de ser parte da "Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico" - OCDE - e pode utilizar o modelo de tributação utilizado pela organização como benchmarking para a reorganização dos impostos verdes no país. Os tributos incidem sobre resíduos e gases como dióxidos de nitrogênio e sobre a geração de resíduos que podem causar impactos posteriores ao consumo. Mesmo a volatilidade de alguns insumos, como solventes, merece a atenção dos legisladores. Ou seja, o olhar do arcabouço tributário é mais amplo.

Segundo o relatório recente da OCDE, impostos ambientais compreendem uma ampla gama de tributos, como os incidentes sobre combustíveis fósseis, motores, taxas de registro de veículos, taxas sobre poluição da água e sobre resíduos sólidos.

As receitas governamentais derivadas desses impostos são relativamente pequenas, cerca de 2% do PIB em média.

Audiências Públicas

Esta semana o Senado inicia sua agenda de Audiências Públicas sobre os principais temas da Reforma Tributária com o seguinte calendário:

22/08 - Diagnóstico, objetivos e conceitos 23/08 - Impacto no Setor de Serviços 29/08 - Impacto na Indústria 05/09 - Impacto no Agronegócio e no Cooperativismo 12/09 - Regimes específicos e diferenciados 19/09 - Impacto sob a ótica dos Estados 20/09 - Impacto sob a ótica dos Municípios 27/09 - Apresentação do Relatório 04/10 - Reunião da CCJ: Votação do Relatório

Há temas que ganharam caráter de urgência nessa discussão e que precisam de atenção não apenas nessa etapa de análise e votação no Senado, mas também quando o texto retornar à Câmara para uma segunda etapa de votação, quando as alterações propostas no Senado podem ser aprovadas ou descartadas.

Imposto Seletivo

O Imposto Seletivo está sendo questionado pela Indústria e corre o risco de ser retirado do texto ou simplesmente esvaziado. Essa sobretaxa deverá incidir sobre a produção, comercialização ou importação de produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. O objetivo da medida é desestimular o consumo de determinados bens ou serviços. Deve ser utilizado como política de proteção e prevenção.

ICMS Verde

Se a Reforma Tributária for aprovada como está, será o fim do ICMS Verde, uma política de sucesso que há 30 anos beneficia milhares de municípios, principalmente os pequenos e mais distantes dos centros urbanos, com volumes expressivos de compensação ambiental. Para preservar esse benefício é preciso substituir o atual ICMS Verde, que será extinto, pelo IBS Ecológico, como forma de garantir o repasse para os municípios que melhorem seus indicadores de meio ambiente, saúde e qualidade de vida da população, inclusive na área urbana. O repasse de apenas 0,5% da cota-parte dos municípios, garante a manutenção do maior programa de compensação socioambiental do planeta, estimado em R$6 bi/ano.

Fundo de Desenvolvimento Regional

Os Fundos de Desenvolvimento da Amazônia (FDA), do Nordeste (FDNE) e do Centro-Oeste (FDCO) estão entre os principais instrumentos de promoção do desenvolvimento regional no Brasil e devem promover a Economia Verde e estar alinhados com o Plano de Transição Ecológica. A atual modelagem desses fundos ainda carrega resquícios de uma visão defasada com fomento de infraestrutura e tecnologias poluentes e insustentáveis, simplesmente porque são as usuais e mais baratas. É preciso que os instrumentos de desenvolvimento regional promovam a inovação com sustentabilidade.

Impacto tributário

Cada item beneficiado com a alíquota de imposto reduzido tem reflexo direto na alíquota-padrão, que, por sua vez, impacta em toda a sociedade. O benefício de alíquotas reduzidas não deve ser uma benesse política, sua aplicação deve excluir produtos nocivos à saúde, ao meio ambiente ou altamente emissores de carbono. É preciso beneficiar com subsídios alguns insumos, como sementes, para potencializar nossa produção, mas não permitir que o Estado fomente, com alíquota reduzida, o comércio de produtos tóxicos e cancerígenos, como agrotóxicos, cigarros e bebidas alcoólicas.

Os próximos passos são fundamentais para que o Brasil emerja com uma economia capaz de oferecer qualidade de vida a todos. Por isso as organizações da Sociedade Civil unidas no propósito de uma sociedade justa e solidária propõe uma Reforma Tributária 3S - Saudável, Solidária e Sustentável: https://pelacidadania.org.br/reforma-tributaria-3S/

IstoÉ Dinheiro - SP   12/09/2023

Pesquisa mensal do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Nova York informa que as expectativas de inflação para 1 ano nos Estados Unidos subiram de 3,5% em julho para 3,6% agosto. No horizonte de três anos, houve queda nas expectativas inflacionárias de 2,9% para 2,8%, enquanto a de cinco anos avançou de 2,9% para 3,0%.

O levantamento mostra ainda que as expectativas para a alta dos preços de commodities no período de 1 ano cresceram 0,4 ponto porcentual para o gás natural (a 4,9%) e 0,1 ponto porcentual para alimentos (a 5,3%).

Diário do Comércio - MG   12/09/2023

Foi oportuna a reinstituição do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) e a participação de entidades de classe, que lhe outorga mais legitimidade e conexão com a realidade dos desafios e possibilidades existentes. A manufatura desempenha papel fundamental no desenvolvimento econômico. Assim, é importante a criação de políticas de Estado para impulsioná-la e promover seu crescimento sustentável.

Uma estratégia industrial eficaz proporciona uma série de benefícios. Em primeiro lugar, incentiva o investimento em pesquisa e desenvolvimento. Isso permite que nosso parque fabril torne-se mais competitivo globalmente, ao criar produtos e processos mais avançados. Também promove a criação de empregos qualificados, contribuindo para a redução do desemprego e o crescimento da renda da população. Ao fortalecer o setor, o País fica menos dependente de importações, estimulando a produção interna e aumentando a capacidade de exportação.

Outro aspecto relevante é a diversificação da economia. Uma política industrial bem definida incentiva a formação de cadeias produtivas e a integração de setores, gerando novos negócios e impulsionando segmentos complementares. Também favorece a sustentabilidade, com práticas fabris mais limpas e tecnologias verdes. Isso contribui para a preservação ambiental e o cumprimento de compromissos internacionais relacionados à redução de emissões de gases de efeito estufa.

Também cabe ressaltar que uma política industrial de Estado contribui para a redução das desigualdades regionais, impulsionando o crescimento econômico, oportunidades e criação de empregos em locais menos desenvolvidos. Outro fator importante é o incentivo à formação de parcerias entre empresas e instituições de ensino e pesquisa. Isso fortalece a relação entre o setor produtivo e o conhecimento científico, estimulando a transferência de tecnologia.

No Brasil, a implementação de políticas industriais de Estado tem sido discutida como forma de impulsionar o crescimento econômico, ampliar a produtividade, ainda baixa, e reduzir a dependência de commodities. Portanto, é fundamental que haja um debate amplo e contínuo sobre o tema, envolvendo os setores público e privado, bem como a sociedade civil.

Cabe salientar o significado de todos os setores de atividade. Porém, a indústria é fundamental para que retomemos níveis mais robustos de crescimento. Sem incrementá-la e lhe agregar expressivos ganhos de competitividade, nossa economia terá expansão aquém do potencial, limitando as possibilidades de inserção internacional na cadeia de valor de bens mais sofisticados e de nossa população ascender a um padrão de vida com melhor educação, saúde, cultura, ciência, tecnologia e sustentabilidade.

É necessária uma política industrial ancorada em P&D e que contemple linhas especiais de crédito, incentivos à produção e regime tributário incentivador aos investimentos voltados à inovação. Também são fundamentais as reformas estruturantes, principalmente a tributária e a administrativa, para melhorar a estrutura do setor público, racionalizar os impostos e proporcionar melhor ambiente de negócios. Os avanços precisam, ainda, ser aderentes à Manufatura Avançada, permeada pela digitalização da economia e alta tecnologia, e à governança ambiental, social e corporativa (ESG).

Como integrante do CNDI, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) entende que a efetividade de uma política de Estado depende de governança, coordenação entre os poderes e organismos envolvidos e métricas muito bem-estabelecidas para o acompanhamento e avaliação das medidas. Também são cruciais o investimento em infraestrutura e o estímulo à formação de capital humano qualificado.

O desafio é imenso, mas todo esforço deve ser feito para que o fortalecimento da indústria seja um novo marco do desenvolvimento brasileiro.

MINERAÇÃO

Valor Investe - SP   12/09/2023

Depois de pressionar o Ibovespa na última sessão da semana passada, companhia impulsiona o índice nesta segunda-feira

Depois de pressionar o Ibovespa na última sessão da semana passada, Vale ajudou a impusionar o índice nesta segunda-feira, em linha com uma melhora na percepção do mercado em relação à economia chinesa, que se materializou na alta das commodities metálicas hoje.

As ações chegaram a subir 2% ao final da manhã, figurando entre as maiores altas do principal índice acionário. Ao final das negociações, o avanço foi de 1,44%, a R$ 67,67.

Os preços do minério de ferro iniciaram a semana em forte alta no mercado à vista, em meio a sinais de estabilidade da economia chinesa e de atividade aquecida nas siderúrgicas locais, com os estoques da commodity importada perto dos níveis mais baixos em três anos.

Segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro encerrou o dia no norte da China com alta de 3,3%, para US$ 120,65 a tonelada, retomando a marca vista pela última vez em 19 de abril.

Com isso, a commodity passou a exibir ganho de 2,1% em setembro e de 2,8% no ano.

No mercado futuro, os contratos mais negociados para janeiro avançaram 2,4% na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE, na sigla em inglês), para o equivalente a US$ 116,80 por tonelada.

A produção de aço na China segue aquecida, a despeito das sinalizações de Pequim, na primeira metade do ano, de que iria limitar a taxa de operação das siderúrgicas.

Citando dados da consultoria Mysteel, a Reuters informou que a produção diária de ferro líquido para a obtenção de aço (metal quente) subiu 0,5% na última semana, para 2,48 milhões de toneladas.

Ao mesmo tempo, segundo a Mysteel, os estoques de minério importado em 45 portos chineses recuaram 2,6 milhões de tonelada na semana encerrada em 7 de setembro, para 118,7 milhões de toneladas, perto do menor nível em três anos.

Além disso, os bancos chineses emitiram um montante de novos empréstimos superior ao esperado em agosto, o que poderia indicar um processo de normalização da demanda por financiamento no setor de construção civil.

Em agosto, o volume de empréstimos cedidos pelos bancos na China veio bem acima do esperado, o que foi bem recebido pelo mercado.

Veja tudo sobre os balanços e outros indicadores financeiros, além de todas as notícias sobre a empresa, no Valor Empresas 360.

Com informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico

Money Times - SP   12/09/2023

Os contratos futuros do minério de ferro se recuperaram nesta segunda-feira (11) com a melhora dos dados econômicos da China.

O minério de ferro mais negociado para janeiro na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou o dia com alta de 2,41%, a US$ 116,80 a tonelada.

Já o minério de ferro de referência de outubro na Bolsa de Cingapura subiu 3,19%, a US$ 116,95 a tonelada.

Os preços do minério de ferro se sustentaram com a demanda estável, conforme refletido pela produção diária de metal quente.

A produção diária de metal quente na semana até 8 de setembro entre as usinas pesquisadas subiu 0,53% na comparação semanal, para 2,48 milhões de toneladas, a maior desde outubro de 2020, de acordo com dados da consultoria Mysteel.

Outros ingredientes de fabricação de aço também avançaram, com carvão metalúrgico e coque avançando 3,70% e 1,73%, respectivamente, em Dalian.

A maioria dos índices de referência do aço na Bolsa de Futuros de Xangai recuperou as perdas devido aos custos mais altos das matérias-primas.

Investing - SP   12/09/2023

A Vale (BVMF:VALE3) assinou um acordo preliminar com o grupo siderúrgico indiano Essar que prevê a oferta de 4 milhões de toneladas por ano de aglomerados de minério de ferro para rota de redução direta no projeto Green Steel Arabia (GSA), na Arábia Saudita, informaram as partes em um comunicado conjunto nesta segunda-feira.

É o primeiro acordo preliminar de fornecimento assinado pela Vale com um cliente que estará instalado em um "mega hub", complexo industrial voltado à fabricação de produtos siderúrgicos de baixo carbono.

A mineradora detalhou que a partir da carta de intenções assinada poderá fornecer tanto briquetes produzidos pela Vale no próprio mega hub da Arábia Saudita, quanto pelotas produzidas pela empresa em Omã ou no Brasil.

"Esse acordo representa um passo importante no desenvolvimento dos Mega Hubs, um modelo de negócio inovador que tem como objetivo apoiar a descarbonização do setor siderúrgico e contribuir para a luta global contra a mudança climática", disse em nota o vice-presidente de Soluções de Minério de Ferro, Marcello Spinelli.

Além da Arábia Saudita, a Vale também anunciou que irá participar da construção de pelo menos outros dois mega hubs, nos Emirados Árabes Unidos e em Omã.

Nesses complexos, espera-se que a Vale construa e opere as plantas de concentração e briquetagem de minério de ferro, enquanto os parceiros locais deverão promover a construção da infraestrutura logística necessária.

Já investidores e clientes devem construir e operar plantas de redução direta, além de comprar "hot-briquetted iron" (HBI) para os mercados de exportação e doméstico.

A Vale prevê iniciar em 2024 a construção dos mega hubs, enquanto as atividades no primeiro centro industrial no Oriente Médio deverão ter início em 2027, informou a companhia na semana passada.

O head do Essar Group na Arábia Saudita, Naushad Ansari, afirmou no comunicado em conjunto que a Essar planeja investir cerca de 4,5 bilhões de dólares na instalação de uma usina siderúrgica integrada em Ras Al Khair, na Arábia Saudita.

"Por meio dessa carta de intenções com a Vale e de uma carta anterior com outro fornecedor garantimos 100% do fornecimento de matéria-prima de minério de ferro para a usina siderúrgica. Nosso plano é iniciar a produção no ano de 2027", afirmou Ansari.

O projeto da Essar busca ser a primeira iniciativa de aço “verde” na região, disse o comunicado. Será integrada por uma planta de redução direta com capacidade de 5 milhões de toneladas por ano. Além disso, o projeto incluirá uma laminadora de tiras a quente com capacidade de produção de 4 milhões de toneladas por ano, uma laminadora a frio com 1 milhão de toneladas por ano de capacidade, além de outras linhas de produtos.

O acordo com a Essar faz parte das iniciativas da Vale para atingir meta de reduzir em 15% as suas emissões de escopo 3, relativas à cadeia de valor, até 2035. A companhia já assinou mais de 50 acordos com clientes para oferecer soluções de descarbonização, que são responsáveis por 35% das emissões de escopo 3 da empresa.

Entre as soluções propostas, está a construção de plantas de briquete localizadas nas instalações de alguns clientes, além dos mega hubs. Na última semana, a Vale anunciou acordo para estudar o desenvolvimento de complexos industriais semelhantes no Brasil e na América do Norte.

Valor - SP   12/09/2023

Região tem grandes reservas de cobre, níquel, lítio e outros minerais essenciais, como fertilizantes naturais

A região das Américas, especialmente América do Sul e Canadá, tem potencial para se tornar um dos principais polos de fornecimento de minerais críticos, usados na transição energética, graças às reservas existentes de cobre, níquel, lítio, além de outros minerais essenciais, como fertilizantes naturais. A BHP Billiton está atenta a esse potencial e vê espaço para crescer na região nas próximas décadas.

O vice-presidente de assuntos corporativos da BHP Minerals Americas, René Muga, observou que entre 2022 e 2050, a transição energética vai exigir uma produção global de 6,5 bilhões de toneladas de minerais críticos. A demanda por cobre e elementos de terras raras, por exemplo, deve aumentar mais de 40%; a demanda por níquel e cobalto deve aumentar de 60% a 70% e o lítio, quase 90%.

“A produção desses minerais críticos terá que ser o dobro do volume que é produzido hoje. Vamos ter que produzir mais, lidar com o reaproveitamento de rejeitos, produzir de maneira sustentável, reduzindo as emissões de carbono. Esse é um desafio comum às companhias do setor”, afirmou Muga. Ele citou como minerais mais importantes cobre, níquel, minério de ferro e potássio.

Ele acrescentou que o Brasil tem uma grande oportunidade de se tornar um participante de peso no mercado de minerais demandados na transição energética. “O Brasil tem as commodities necessárias na transição energética. Por exemplo, tem reservas de cobalto, tem um bom fornecimento de energias renováveis. O Brasil não precisa se esforçar para fazer investimentos em energias renováveis, isso já existe. O país não está começando do zero”, disse Muga.

O executivo observou que o Brasil também é um dos maiores produtores e exportadores de minério de ferro do mundo. No Chile, o forte é a produção de cobalto. “A América Latina é uma região que a BHP quer ter um papel grande”.

Muga acrescentou que um dos grandes investimentos do grupo é feito atualmente no Canadá, em Saskatchewan. A BHP investe na construção de uma operação de potássio, no chamado Projeto Jansen. Com investimento de US$ 5,7 bilhões, a BHP anunciou no fim do ano passado a antecipação da meta de primeira produção de potássio no complexo para o fim de 2026.

Quando a produção relativa à primeira fase do projeto estiver em pleno funcionamento, a expectativa é que 4,35 milhões de toneladas de potássio sejam vendidas pela BHP para clientes em todo o mundo, incluindo o Brasil. O projeto tem potencial para produzir 17 milhões de toneladas por ano, quando as quatro fases do plano estiverem concluídas.

Neste ano, o investimento na operação foi ampliado de US$ 647 milhões previstos inicialmente para US$ 1 bilhão, para antecipar em um ano, para o fim de 2026, o início da produção de potássio no complexo. A BHP acrescentou que alocou US$ 2,5 bilhões em contratos, abrangendo portos, túneis, sistemas de mineração e outras atividades de construção. Além disso, o BHP acelerou o estudo de viabilidade da segunda fase do projeto, a ser concluído em 2024.

A demanda global por potássio crescerá em média 3% ao ano nos próximos anos, estima a companhia.

As mineradoras devem estar atentas, no entanto, a restrições regulatórias para obtenção de licenças para operar em novas áreas.

Segundo Muga, vai ser necessário acelerar o aumento da capacidade de extração e beneficiamento de minério para atender à demanda global por minerais críticos ao longo dos próximos 30 anos.

De acordo com Muga, a BHP também tem investido na descarbonização da sua produção. No Chile, por exemplo, a companhia fez uma redução significativa das emissões do escopo 2. “Hoje temos um suporte energético com zero emissões. Estamos no caminho certo para reduzir nossas emissões operacionais em pelo menos 30% até o ano fiscal de 2030, em relação aos níveis de 2020”, afirmou Muga.

A BHP também tem como meta apoiar a redução de 40% da intensidade das emissões derivadas do transporte de produtos da BHP e apoiar a indústria para desenvolver tecnologias e mecanismos para reduzir em 30% as emissões na siderurgia integrada.

Muga disse que um dos desafios do grupo e do setor como um todo é acelerar o ritmo de redução das emissões de gases de efeito estufa. Essa aceleração passa pela aprovação pelos governos de licenças para liberação de projetos de transição energética.

Petro Notícias - SP   12/09/2023

O fortalecimento do setor mineral do Brasil estará em debate nos dias 19 e 20 deste mês em Belo Horizonte, que vai sediar o V Encontro Nacional dos Municípios Mineradores, um dos eventos mais importantes da agenda da mineração brasileira. Organizado pela Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (AMIG), o encontro ocorrerá no auditório do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Nesta edição, o tradicional evento vai reunir prefeitos, secretários e gestores municipais, técnicos das prefeituras, representantes do setor da mineração, da sociedade civil e agentes governamentais de todo o país, para ressaltar a necessidade de fortalecer o papel dos municípios na regulação e no desenvolvimento da atividade mineradora. Com o tema central “Mineração e Municípios: potencializando resultados e mitigando impactos“, o congresso vai discutir questões cruciais relacionadas à mineração.

O presidente da AMIG, José Fernando Aparecido de Oliveira(foto principal), explica que “Estamos vivendo um dos momentos mais desafiadores no qual temos duas soluções: ou nos unimos para mudar este cenário, ou vamos ver o setor mineral ruir. Os municípios não estão mais dispostos a esperar apenas pela ação do Governo Federal, mas, sim, desejam assumir um papel de protagonismo.” Para ele, o encontro deste ano tem uma importância significativa, uma vez que a gestão governamental em relação à geologia mineral retrocedeu em vez de evoluir como esperado. “A intenção é trabalhar com legislações municipais e estabelecer parcerias com a Agência Nacional de Mineração (ANM), para que os municípios possam ter voz e influenciar nas decisões que afetam seus territórios. Não queremos ficar esperando que alguém regule o que acontece no nosso território. Temos que passar a desempenhar nosso papel de forma ativa.”

Entre as palestras, a AMIG fará uma reflexão sobre a realidade da mineração brasileira e o papel dos municípios na mudança de paradigmas da atividade no país. “No ano passado, o congresso trouxe informações sobre o funcionamento da mineração. Para esse ano, queremos que os municípios se tornem protagonistas e entendam como eles participam e interferem nos processos que a atividade envolve. É preciso criar nas cidades mineradoras a cultura de pertencimento e o entendimento de que eles podem e devem atuar de forma a garantir que os benefícios sejam cada vez mais tangíveis e os impactos suavizados“, informa Waldir Salvador(foto a direita), consultor de Relações Institucionais e Econômicas da AMIG.

No encontro também serão apresentadas ferramentas para potencializar o desenvolvimento urbano municipal nos territórios minerados. O destaque fica para a plataforma de Suporte ao Planejamento da Pesquisa e Produção Mineral (P3M), desenvolvida pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), do Serviço Geológico do Brasil (SGB), que será apresentada por Rogério Palhares Zschaber e Junia Maria Ferrari (fotos a esquerda) do Departamento de Urbanismo da UFMG). Com o objetivo de integrar e disponibilizar informações, indicadores e dados para dar suporte à pesquisa e produção mineral, a ferramenta visa auxiliar a tomada de decisão referentes a toda cadeia mineral do país. A programação completa e informações sobre as inscrições para o V Encontro Nacional dos Municípios Mineradores estão disponíveis aqui.

Máquinas e Equipamentos

Construção Latino-americana - SP   12/09/2023

Já se foi o tempo em que um revendedor de máquinas de construção simplesmente vendia uma peça de equipamento e, talvez, peças, ou oferecia um serviço de reparo.

À medida que a indústria da construção evolui para se adaptar aos novos desafios e desenvolvimentos tecnológicos, o mesmo acontece com os revendedores que fornecem os seus equipamentos, que se estão a tornar fornecedores de serviços e soluções permanentes para os seus clientes, em vez de simplesmente venderem a máquina.

“O setor de máquinas de construção está evoluindo em um ritmo muito rápido, especialmente para os principais distribuidores de OEM, como a Caterpillar e seus revendedores”, diz Gonzalo Díaz Pró, gerente geral da Ferreyros, distribuidor histórico da Caterpillar no Peru. Nosso compromisso com a digitalização e a tecnologia é fundamental e vem dando frutos. Embora esta seja uma indústria muito tradicional desde sua criação, nos últimos anos têm-se verificado grandes avanços na transformação digital, especialmente na análise de dados, na telemetria, nas compras on-line e em todos os processos interativos com os clientes, que “são cada vez mais digitais e ágeis. “

Agora as máquinas se conectam e enviam informações sobre seu comportamento, gerando muitos dados que são utilizados para a tomada de decisões, e nesse sentido Cleber Carvalho, CEO da divisão de máquinas da Tracbel, distribuidora da Volvo CE no Brasil, comenta que já vivenciaram “ um forte movimento de digitalização tanto nos processos internos quanto no atendimento ao cliente. Parte dessas mudanças se deve ao conceito de conectividade das máquinas devido ao uso da telemática e à sedimentação de ferramentas como o CRM, que ajudou a melhorar a visão do mercado e dos clientes. Com a chegada da IA (Inteligência Artificial) podemos dizer que essa massa de dados pode ser melhor interpretada, permitindo ao distribuidor focar em soluções para os clientes, dando maior relevância à simples venda de ativos.”

Ampliando o foco

Hoje, o negócio de um distribuidor de máquinas não se limita à venda da máquina, mas integra um portfólio completo de serviços e soluções especializadas que buscam gerar valor para o cliente. “A solução tem sido focar mais no atendimento pós-venda e na servitização de ativos, ou seja, agregar mais serviços à venda de máquinas. Podemos destacar locação de ativos, venda de seguros, financiamentos, consórcios, pacotes de manutenção, entre outros”, afirma Carvalho.

Por sua vez, Díaz comenta que “o mercado peruano valoriza receber um produto de primeira qualidade como o Caterpillar e ao mesmo tempo serviços para acompanhar e prolongar sua vida útil, desde assessoria na seleção de máquinas para os trabalhos exigidos, treinamento para operadores , contratos de manutenção, filiais equipadas com oficinas, armazéns de peças de reposição, técnicos especializados e a ampla capacidade necessária para dar suporte às máquinas onde quer que estejam localizadas no país, ainda mais em um território como o nosso, com um desafio geográfico”.

Do ponto de vista da Finning, outro grande fornecedor da Caterpillar na região, “trata-se de fornecer aos nossos clientes uma solução abrangente que nos permita oferecer um suporte sólido, agregando o máximo valor possível”, afirma Juan Enrique Toso, vice-presidente da Operações Chile – Bolívia, da Finning South America.

No contexto atual, os clientes exigem uma solução abrangente que lhes permita otimizar ao máximo o seu capital. Esta solução não se baseia apenas na aquisição de equipamentos de elevada qualidade, mas também nos serviços que os distinguem no seu setor.

Estes serviços incluem saúde e diagnóstico remoto de equipamentos, segurança, plataformas de comércio eletrónico e serviços de suporte pós-venda, entre outros. “Em suma, oferecer serviços adicionais é essencial para proporcionar aos nossos clientes uma experiência completa e benéfica. Não se trata apenas de vender máquinas, mas de estabelecer uma colaboração de valor acrescentado que melhore a eficiência, a segurança e a competitividade dos nossos clientes no seu mercado”, define Toso.

Mudança de tendências

Os clientes não se concentram mais apenas na compra de peças de reposição ou equipamentos individuais, mas buscam soluções completas que agreguem valor às suas operações, o que faz com que as empresas de distribuição tenham que oferecer pacotes que combinem equipamentos de alta qualidade com serviços de suporte. acompanhamento e assessoria técnica. Em resumo, as tendências dos utilizadores também têm vindo a mudar e agora o mercado começa a exigir variantes que considerem opções flexíveis e também outras de muito longo prazo.

Uma questão proeminente é a coleta e análise de dados. “A telemática também tem sido cada vez mais exigida pelos clientes, que querem ter os dados de saúde e produção dos seus equipamentos na palma da mão. Para que isso seja possível, os distribuidores apostam muito na conectividade dos equipamentos e no desenvolvimento de interfaces para que os clientes possam acessar os dados de suas máquinas para a tomada de decisões”, afirma Díaz.

Opinião semelhante é de Finning, e Toso garante que “a integração de tecnologias avançadas em equipamentos e operações tornou-se uma demanda crescente. Os clientes procuram equipamentos com telemetria, diagnóstico remoto, IoT (Internet das Coisas) e capacidade de análise de dados. Esses recursos permitem um monitoramento mais preciso, planejamento de manutenção proativo e tomada de decisão informada, levando a maior eficiência e redução de custos operacionais.”

O executivo também cita a reconstrução de equipamentos usados como tendência de alta. “Ganhou popularidade como uma alternativa viável à compra de novos equipamentos. Os clientes estão reconhecendo o valor de investir na modernização e renovação de equipamentos usados para colocá-los em condições semelhantes às dos equipamentos novos. Esta tendência não só é economicamente favorável, mas também contribui para a sustentabilidade ao prolongar a vida útil dos equipamentos.”

Esta é uma área também amplamente coberta pela Ferreyros, que oferece entre os seus serviços a Reconstrução Certificada Caterpillar (CCR).

Outro aspecto mencionado pelo executivo da Finning é a importância de oferecer aconselhamento no terreno e online. “Os clientes procuram suporte técnico além das simples vendas. A consultoria em campo e online tornou-se essencial para resolver problemas, otimizar o desempenho dos equipamentos e fornecer recomendações específicas para as operações dos clientes. A combinação de aconselhamento presencial e digital garante respostas rápidas e eficientes às dúvidas dos clientes”, garante.

E no mundo atual é impossível deixar de pensar no digital, não só para possíveis consultorias, mas também quando se trata de vendas. Hoje em dia, os clientes não precisam mais se deslocar para comprar peças de reposição e exigem que a concessionária venda peças de reposição online , com entrega em seus centros de operações. Nesta área, Díaz comenta que 50% das vendas de peças de reposição para o setor da construção entre os clientes da Ferreyros são realizadas digitalmente.

Sustentabilidade, um guia a seguir

À medida que as empresas de distribuição se envolvem mais com os seus clientes em projetos e licitações, esse foco real na sustentabilidade cresce. “Os clientes estão cada vez mais preocupados com a sustentabilidade e o impacto ambiental. Exigem soluções mais eficientes em termos de consumo de recursos e emissões. A oferta de equipamentos e serviços que atendam padrões ambientais mais rígidos e abordagens sustentáveis é uma tendência em constante crescimento”, afirma Toso.

Diaz concorda. “ Embora a decisão de compra continue a depender fortemente das condições comerciais oferecidas, os clientes pesam cada vez mais nas suas decisões de compra as políticas de sustentabilidade dos distribuidores e das marcas que vão adquirir, e o propósito que servem”, comenta.

Então, se somarmos um ambiente de alta inflação, como aquele em que nos encontramos, é preciso considerar a sustentabilidade aliada ao custo. “ A inflação gera impactos globais em toda a cadeia de valor e sempre impõe desafios a qualquer setor. No entanto, o aumento das nossas vendas (a Ferreyros obteve vendas superiores a 1,1 mil milhões de dólares no ano passado) é um reflexo do dinamismo de vários setores produtivos do país”, afirma Díaz.

Carvalho também menciona a importância do foco social na agenda tanto dos fabricantes quanto dos distribuidores. “Investimentos em tecnologias limpas e apoio à sociedade garantem algo a mais na preferência do cliente por uma marca ou outra”, afirma.
Transição energética

A transição para a energia eléctrica na indústria de máquinas de construção representa uma mudança essencial em resposta à crise climática global que o mundo enfrenta hoje. Muito se tem discutido e alertado sobre a urgência de tomar medidas concretas para fazer face a esta situação e, neste contexto, assistimos a uma transformação profunda que exige reestruturações a vários níveis da sociedade.

“A construção de uma cultura orientada para o conceito de emissões zero é fundamental neste processo, onde a eliminação das emissões de CO2 se torna um objetivo prioritário. Esta transição não envolve apenas a adoção de equipamentos 100% elétricos, mas também a criação de um ambiente propício no qual possam operar de forma eficiente, confiável e segura”, afirma Toso.

Esta mudança para a energia elétrica é um processo contínuo que envolve múltiplas etapas e desafios. Não se trata apenas de substituir os motores de combustão interna por motores elétricos, mas também de adaptar toda a infraestrutura e capacidade operacional. “Na ausência de infra-estruturas, ou seja, de disponibilidade de energia eléctrica, este ciclo de electrificação poderá demorar mais tempo”, afirma Carvalho. Toso concorda e alerta que “é essencial garantir que existe uma rede elétrica adequada, estações de carregamento eficientes e tecnologia avançada de baterias para apoiar o bom funcionamento dos equipamentos”.

Esta transição para a energia eléctrica já está em curso e requer um compromisso contínuo e progressivo. “Todos os dias, devemos avançar no sentido da redução das emissões e da adoção de tecnologias mais limpas. Este processo não só tem implicações em termos ambientais, mas também abre oportunidades de inovação, eficiência e liderança na indústria de máquinas de construção”, afirma o executivo da Finning.

Por sua vez, Díaz comenta que a Caterpillar está trabalhando intensamente para implantar um portfólio que apoie esse objetivo. “Nosso desafio, como distribuidores, será fornecer propostas de valor complementares e serviços agregados em torno de futuras máquinas com fontes de energia elétrica, unindo a cruzada pela sustentabilidade com o objetivo da produtividade.”

Os revendedores de equipamentos de construção não são mais apenas vendedores. Numa indústria em constante evolução, estes intervenientes desempenham um papel crucial na oferta de soluções abrangentes que respondem às novas exigências do mercado, impulsionadas tanto pela tecnologia como pelas crescentes preocupações ambientais.

Valor - SP   12/09/2023

A projeção anterior de produzir 135 mil unidades no ano, entre pesados e leves, passou para 145 mil produtos, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir)

Animados com o começo de um segundo semestre mais favorável para a economia, os fabricantes de implementos rodoviários estão elevando a projeção de produção para 2023. A estimativa anterior de produzir 135 mil unidades no ano, entre pesados e leves, passou para 145 mil produtos, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir) divulgou na manhã desta segunda-feira (11). Mesmo com a nova estimativa, o desempenho fica abaixo das 154,7 mil unidades entregues em 2022.

O início da queda de juros e a boa aceitação do mercado pelo produto chamado quarto eixo — que permite transportar mais carga — são os principais fatores que levaram à essa revisão. O resultado do PIB no segundo trimestre – que mostrou variação positiva de 0,9%, segundo o IBGE – foi outra notícia que estimulou a Anfir a rever sua projeção.

A associação indica que o segmento de reboques e semirreboques, chamado de pesados, em que atuam as maiores empresas do setor, deverá ser responsável pelo crescimento acima da previsão inicial. A expectativa é que o segmento entregue 85 mil produtos, ante os 75 mil previstos inicialmente. “Temos uma conjunção favorável de fatores que deverá dar suporte a esse crescimento”, afirma o presidente da Anfir, José Carlos Spricigo, em nota.

No acumulado até agosto, o setor emplacou 57,97 mil unidades, crescimento de 4,8% sobre o mesmo período do ano passado. Projetando a média mensal dos oito primeiros meses para todo o ano, os fabricantes entregariam 87 mil unidades até o fim de dezembro – o que se encaixa na nova estimativa para 2023. Este segmento atende, principalmente, setores como agronegócio, mineração, infraestrutura e construção civil.

A previsão de emplacamentos dos produtos da linha leve, chamada no jargão do setor como “carrocerias sobre chassis”, não foi alterada, ficando em torno das 60 mil unidades já estimadas. No acumulado até agosto foram licenciados 40,8 mil implementos, queda de 15,66% na comparação com o mesmo período de 2022. O segmento tem como principal cliente os distribuidores de cargas em grandes centros urbanos.

No total, o setor licenciou 98,8 mil implementos nos oito meses deste ano, redução de 4,75% ante os 103,7 mil produtos de janeiro a agosto de 2022.

A Anfir ainda destacou que o novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) deve ser indutor de vendas para o setor em 2024. “A dinâmica natural com todo o processo de licitações faz com que a efetivação do PAC aconteça muito provavelmente no próximo ano”, afirma Spricigo.

As exportações de implementos indicam alta de 8,72% no acumulado até julho, último dado oficial. Foram embarcados 3.166 produtos no período.

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   12/09/2023

No dia 21 de setembro, a partir das 15h, será realizado o Webinar Sobratema O avanço da conectividade nos equipamentos, que mostrará como essas tecnologias ligadas à conectividade têm contribuído para agregar valor ao mercado de máquinas, ao reduzir custos e aumentar a disponibilidade e a segurança dos equipamentos.

O evento online terá transmissão pelo Canal da Sobratema no YouTube.

“A conectividade permitiu uma interação em tempo real entre a máquina e seu usuário, otimizando recursos e custos, e ampliando as possibilidades para a gestão da operação e manutenção, identificação de falhas, gestão de contratos de locação e de produtividade, logística, entre outros”, afirma Paulo Oscar Auler Neto, vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema).

A conectividade tem crescido pela maior cobertura e confiabilidade de telefone, rádio e GPS. “A chegada do 5G é um passo importante, e apesar de ainda ter uma cobertura pequena, vai avançando dia a dia”, pondera Auler Neto, que acrescenta outro ponto fundamental para o maior uso de tecnologias: a quantidade expressiva de desenvolvedores de softwares e soluções para atender todo tipo de demanda.

O vice-presidente da Sobratema comenta ainda que os aplicativos estão cada vez mais interativos e intuitivos, e os equipamentos usados pelos técnicos e mecânicos, como tablets, smartphones e notebooks estão menores, com preços mais competitivos e maior capacidade de memória.

“O desenvolvimento da Inteligência Artificial, da Internet das Coisas e do Metaverso estão trazendo também mais inovações neste terreno, portanto, considero o céu o limite”.

Entretanto, essa evolução foi gradual. Auler Neto lembra que a eletrônica embarcada entrou no mundo dos equipamentos no final na década de 1980, e os sistemas atendiam somente os fabricantes e dealers como ferramenta para consolidar o histórico de operação dos equipamentos, a fim de avaliar com mais propriedade os pleitos de garantia, de coletar dados operacionais para promover o desenvolvimento do produto.

“Esses sistemas eram escondidos e tidos como estratégicos aos fabricantes”, pontuou.
Com o rápido avanço das tecnologias e das demandas dos usuários, hoje, os sistemas de eletrônica embarcada estão incorporados em todos os equipamentos, desde os menores aos maiores e mais complexos, assim como os sistemas de gestão se tornaram importantes ferramentas para os clientes.

“Praticamente todos os fabricantes oferecem um pacote de conectividade que engloba, pelo menos, o sistema de monitoramento, motores eletrônicos e sistemas de diagnóstico e detecção de falhas”, finaliza Auler Neto.

O Webinar Sobratema O avanço da conectividade nos equipamentos terá as apresentações de Francisco Neto, gerente de engenharia, desenvolvimento e pós-venda da Sitech, Rodrigo Rotondo, CEO da Manusis4, e Vinícius Callegari, cofundador da GaussFleet. A abertura ficará a cargo de Afonso Mamede, presidente da Sobratema.

O evento é direcionado para os profissionais das áreas de equipamentos, construção, rental, infraestrutura e mineração, e fornecedores de soluções de tecnologia, startups e construtechs.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   12/09/2023

Há o risco de um efeito cascata, uma vez que a paralisação de produção de veículos também afeta indústria de autopeças, pneus, revendedoras de veículos, entre outros setores da economia americana

O acordo trabalhista entre o sindicato United Auto Workers (UAW) e as montadoras Ford, General Motors (GM) e Stellantis se encerra na quinta-feira e as chances de greve são grandes.

Com o tempo se esgotando nas negociações de um novo acordo para os cerca de 150 mil funcionários das três montadoras americanas, empresas e sindicato ainda estão sob impasse em uma série de questões.

Na última sexta-feira, em transmissão on-line para associados, o presidente da UAW, Shawn Fain, reiterou que o sindicato está levando a possibilidade de greve a sério e não é apenas barganha.

“O seu dinheiro está indo direto para os bolsos dos acionistas e executivos”, afirmou Fain. “As três montadoras não se importam conosco, se não nos impusermos agora, as empresas vão continuar demitindo.”

A UAW pede aumento salarial que seria o equivalente a reajustes anuais de 10%, na média, por quatro anos, além de maiores concessões em direitos e condições de trabalho.

As montadoras, no entanto, estão oferecendo aumento de 5% ao ano, na média, com termos parecidos com o que o sindicato International Brotherhood of Teamsters aceitou ao renovar o acordo trabalhista com a UPS.

A retórica belicosa de Fain e a diferença no que o sindicato quer e as empresas estão oferecendo deixam analistas de mercado apreensivos de que os funcionários podem entrar em greve pela primeira vez desde 2019.

Uma paralisação de 45 dias pode custar US$ 40 bilhões em produção a Ford, GM e Stellantis na América do Norte, afirmam analistas do CFRA. Funcionários também vão perder US$ 2 bilhões em salários.

Há o risco de um efeito cascata, uma vez que a paralisação de produção de veículos também afeta indústria de autopeças, pneus, revendedoras de veículos, entre outros setores da economia americana.

O Anderson Economic Group calcula que uma greve de 10 dias causaria perda de US$ 5 bilhões à economia dos EUA. Por extrapolação, uma paralisação de 45 dias elevaria as perdas a mais de US$ 20 bilhões.

Ford, GM e Stellantis dão lucro, mas suas margens operacionais entre 12% a 15% ficam abaixo da média global do setor, em 17%, o que reduz o espaço com que as empresas podem oferecer aos funcionários.

Os funcionários das montadoras merecem salários justos e as companhias precisam fazer dinheiro. O mercado espera que os dois lados reconheçam as necessidades e encontrem um meio-termo que garanta a sustentabilidade do setor.

— Foto: Paul Sancya/AP

O Estado de S.Paulo - SP   12/09/2023

Primeira montadora a produzir carros híbridos no País, há dez anos, e mais recentemente os híbridos flex, a Toyota iniciou testes internos utilizando etanol em conjunto com a tecnologia híbrida plug-in, que utiliza um motor elétrico que pode ser carregado na tomada e um a combustão, nesse caso usando etanol. Em paralelo, a empresa também estuda o uso do etanol em modelos a célula de combustível.

De acordo com a empresa, esses testes estão alinhados com os planos para o próximo ciclo de investimento do grupo no Brasil, que deve incluir a produção nacional de veículos híbridos plug-in flex fuel (PHEV-FFV), que poderão ser abastecidos também com gasolina.

O carro utilizado nos testes, feitos no laboratório da companhia em São Paulo, é um híbrido plug-in convencional, que usa gasolina. Sua base é um sistema similar ao do Corolla Sedan e do Corolla Cross, ambos com baterias de alta capacidade e motores elétricos de maior potência, informa a Toyota.

O resultado dessas tecnologias, informa a fabricante, é a geração de uma eficiência energética em torno de 70% maior se comparada com modelos movidos só a combustão, pois tem energia suficiente para mover o carro exclusivamente no modo elétrico por longas distâncias.

”Partindo do princípio de que o híbrido flex tem um dos mais altos potenciais de compensação e reabsorção na emissão de CO2 gerado desde o início do ciclo de uso do etanol, passando pela disponibilidade nas bombas de abastecimento e sua queima no processo de combustão, estamos animados com os testes em um híbrido plug-in”, diz, em nota, Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil.

Segundo o executivo, ”a indústria olha cada vez com mais atenção aos benefícios do uso do etanol, o que, para ele, é positivo, ainda mais quando combinado com a eletrificação.

Chang diz ainda que o grupo segue fortalecendo a produção local de componentes, a inovação e a qualidade. Assim, contribui “para a sustentabilidade, o crescimento e a autonomia da indústria automotiva brasileira.”

De acordo com Chang, globalmente a Toyota acredita que a melhor tecnologia em eletrificação é aquela que se encaixa na infraestrutura existente em seus diversos mercados de atuação, sem deixar de considerar a matriz energética do País como ponto crucial para essa virada de chave da indústria como um todo, em busca da efetiva descarbonização.

“No mercado brasileiro, o etanol é parte fundamental para que a eletrificação avance, de fato, com ganhos reais em baixas emissões de CO2, considerando que a infraestrutura existe e sem impactar os hábitos de uso dos consumidores”, diz a nota da empresa divulgada na tarde desta segunda-feira, 11.

A Toyota e outras montadoras do País, como Stellantis (dona da Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën), Volkswagen, Renault e Nissan defendem para o Brasil uma transição tecnológica com uso do etanol para o processo de descarbonização, uma ponte até a chegada mais intensa de carros elétricos, no longo prazo. A General Motors, por enquanto, é a única que defende a transição diretamente para os modelos 100% elétricos.

Chang reforça que a Toyota foi uma das primeiras fabricantes a defender os híbridos e híbridos flex como peças fundamentais, no contexto atual, para reduzir emissões de CO2 imediatamente. “São soluções práticas, acessíveis e que não dependem de infraestruturas importantes”, diz. “O híbrido plug-in flex combina o melhor de dois mundos: elétrico com zero emissões para viagens urbanas diárias e combustão com baixas emissões para longas distâncias”.

O presidente da Toyota ressalta ainda que a empresa está contribuindo com a pesquisa do uso de hidrogênio a partir de etanol para carros de passageiros. ”É importante ressaltar que esses testes estão alinhados com nossos planos de futura produção nacional de veículos PHEV-FFV, reforçando nosso compromisso com a inovação e o crescimento sustentável da indústria nacional, e que se traduz em geração de empregos e benefícios para a economia”, diz.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Valor - SP   12/09/2023

A queda foi puxada pelo setor de acabamento, que apresentou retração de 5,3% no faturamento, enquanto a receita de materiais de base teve alta de 1,8%

O faturamento da indústria de materiais de construção apresentou queda de 1% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo o Índice Abramat, feito pela FGV para a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção.

A queda foi puxada pelo setor de acabamento, que apresentou retração de 5,3% no faturamento, enquanto a receita de materiais de base teve alta de 1,8%.

Na comparação de agosto com julho deste ano, houve aumento de 0,9% no faturamento geral do setor.

De janeiro a agosto, o índice acumula queda de 2,3%, também com desempenho negativo do setor de acabamento (menos 7,6%) e positivo dos materiais de base (mais 1,2%).

O acumulado dos últimos 12 meses até agosto aponta queda de 3,4% no faturamento.

Ainda assim, a previsão da Abramat é encerrar 2023 com recuo de apenas 1%, ante retração de 6,9% em 2022.

“Apesar da queda em relação a 2022, é possível notar que a retração no ano vem diminuindo mês a mês”, afirmou, em nota, Rodrigo Navarro, presidente da entidade.

Segundo ele, o lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a implementação do Minha Casa, Minha Vida, o início da redução da taxa de juros e a inflação sob controle, além dos avanços do projeto Construa Brasil, devem amenizar a queda no faturamento da indústria de materiais de construção no ano.

Valor - SP   12/09/2023

Empresas dizem que nada mudou no licenciamento desde o PAC 1 enquanto ambientalistas criticam flexibilização de regras

Natália Marcassa: problema do licenciamento não é ser rigoroso, é ter igual rigor na Amazônia e na avenida Paulista — Foto: Wenderson Araujo/Valor

A terceira edição do Programa de Aceleração do Crescimento, batizado como Novo PAC, uma das apostas do governo Lula para alavancar o crescimento da economia, deverá enfrentar gargalos na execução das obras. Entre os desafios centrais a serem considerados pelo programa, estão o processo de avaliação ambiental dos empreendimentos e a capacidade - financeira e operacional - das construtoras do país, além da qualificação de mão de obra, na visão de especialistas e representantes do setor de infraestrutura ouvidos pelo Valor.

A forma como se dá no país o processo de licenciamento ambiental, do qual as obras do PAC dependem para se tornar realidade, divide opiniões. Enquanto a demora e a complexidade dos licenciamentos são a principal preocupação do setor privado, ambientalistas temem que uma flexibilização do processo afrouxe controles. Especialistas da área ambiental citam ainda que o licenciamento tem problemas de governança e manifestam o receio de que o Novo PAC traga de volta empreendimentos com alto impacto socioambiental.

“A coordenação [do licenciamento] é conflitada, com vários órgãos, muitas vozes que não têm alinhamento, não há concentração de interesses. É um problema histórico e um desafio que temos”, diz Fernando Vernalha, advogado especialista em infraestrutura. Joana Chiavari, diretora de pesquisa do Climate Policy Initiative/PUC-Rio, complementa: “Projetos de infraestrutura são importantes vetores de desenvolvimento, mas também podem gerar efeitos negativos”. Para o instituto, um problema central é que a análise ambiental ocorre em momento tardio do processo. “Não dá para esperar que todos os projetos cheguem à fase de licenciamento para questionar, pela primeira vez, se eles são viáveis ambientalmente”, diz Chiavari.

Para a pesquisadora da PUC-Rio, uma forma de tornar o processo de licenciamento mais efetivo é incluir essa avaliação desde o planejamento inicial, para evitar que projetos de baixa qualidade e sem viabilidade avancem e gerem problemas de implementação: “É preocupante essa ênfase apenas no processo de licenciamento. Como se ele, sozinho, ainda que aperfeiçoado, fosse capaz de garantir uma boa implementação”.

O governo divulgou uma série de medidas institucionais que estão sendo avaliadas para melhorar a execução do programa. Entre elas, há um capítulo específico para a questão do licenciamento ambiental. O texto fala em simplificação de procedimentos e aumento da previsibilidade, mas as medidas concretas nesta direção ainda não estão claras para os especialistas.

Entre as ações previstas pelo Novo PAC está a revisão da Lei Complementar 140/11, que regula as atribuições de cada ente federativo no licenciamento ambiental. Segundo o governo, a ideia é “trazer mais clareza à distribuição de competências sobre o licenciamento ambiental nas diferentes esferas administrativas”. O governo também fala na modernização e integração dos sistemas de licenciamento ambiental federal para dar maior eficiência e transparência.

Um dos coordenadores do PAC, o secretário especial de articulação e monitoramento da Casa Civil da Presidência, Mauricio Muniz, diz que os órgãos ambientais foram permanentemente consultados no processo de elaboração do programa e disse que estão “alinhados”. "Houve uma intensa interlocução, tanto para as medidas institucionais quanto para as obras. Os empreendimentos mais polêmicos ou complexos do ponto de vista do licenciamento e que não estavam maduros não entraram [no PAC] como obra”, disse Muniz. E acrescentou: “Também vamos retomar a política de priorizar as obras do programa na hora do licenciamento”. Ele afirmou ainda que há decisão para aumentar a capacidade dos órgãos ambientais por meio da contratação de novos servidores.

O Ibama destaca que, atualmente, trabalha com 53% do quadro de servidores do órgão e que, neste momento, está em processo de reforço da equipe, buscando aumentar a capacidade operacional.

Natália Marcassa, CEO do MoveInfra, não vê avanços no arcabouço do licenciamento: “As regras [de licenciamento] são as mesmas do PAC 1. Por esse regramento, voltaremos a ter os mesmos problemas do passado”. A MoveInfra reúne as principais empresas de infraestrutura com capital aberto. Antes, a executiva teve passagens pelos governos de Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro.

“O problema do licenciamento não é ser rigoroso. É ter o mesmo rigor para projetos na Amazônia e na avenida Paulista. Deveríamos ter uma lógica entre potencial degradador e medida compensatória, o que não há no nosso arcabouço”, diz Marcassa. E complementa: “Então, não se faz licenciamento de infraestrutura em menos de três anos”. O Valor enviou perguntas ao Ibama sobre as críticas do setor privado ao processo de licenciamento, mas não obteve respostas até a conclusão desta edição.

O MoveInfra, assim como boa parte das empresas e entidades representativas do setor de infraestrutura, tem manifestado apoio ao PL 2.159/21, em tramitação no Senado. O texto, aprovado em maio de 2021 pela Câmara dos Deputados, flexibiliza as regras de licenciamento e é alvo de críticas de ambientalistas. Uma nota técnica do Instituto Socioambiental (ISA) e do Observatório do Clima questiona uma série de pontos do texto, como a dispensa de licenciamento para diversas atividades potencialmente impactantes, e afirma que, se aprovado sem alterações, o projeto vai gerar intensa judicialização e insegurança jurídica.

“A eventual aprovação do PL 2.159/21, da forma como está, tem o potencial de praticamente acabar com o licenciamento ambiental, principal instrumento da política nacional do meio ambiente, com consequências graves e irreversíveis como a proliferação de desastres ambientais, o aumento do desmatamento na Amazônia e outros biomas e danos à saúde da população. Quando não havia licenciamento, bebês nasciam anencéfalos em Cubatão/SP [décadas de 1970 e 1980], por exemplo”, diz Mauricio Guetta, consultor jurídico do ISA.

Empreendimentos mais complexos não entraram no PAC como obra”

— Mauricio Muniz

Venilton Tadini, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), engrossa o coro em defesa do projeto em tramitação no Congresso e também vê riscos de o licenciamento voltar a ser um fator de atrasos e paralisações de obras. Defende, ainda, a maior integração entre os órgãos públicos envolvidos na análise e concessão de licença ambiental. “O PL está no caminho certo para que você consiga ter a agilidade necessária. Harmonizar a agenda [ambiental] dos entes federativos. Não somos a favor de tudo [do projeto de lei], mas os pontos fundamentais têm que ser considerados”, diz o dirigente da Abidb.

Em entrevista recente, o ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que o governo vai decidir se encampa a totalidade do texto ou se encaminha uma nova versão ao Congresso. Há, também, a possibilidade de que os senadores alterem alguns pontos do que foi aprovado pela Câmara. “O que não se pode é cercear a discussão”, disse o ministro. O Ministério do Meio Ambiente não se manifestou sobre o texto.

Além da questão ambiental, outro possível gargalo que preocupa o setor de infraestrutura é a capacidade das empresas de engenharia do país. Segundo empresas que atuam em concessões de transportes, o tema já era alvo de preocupação desde antes do lançamento do Novo PAC, mas agora o alerta se torna ainda maior. “Estamos com muitos projetos no país, e isso é ótimo. Mas é preciso olhar todo o circuito que vai ter que ser percorrido para que o investimento se torne realidade. Hoje esse é um dos principais desafios para as concessionárias. Porque é preciso garantir que vai haver construtora com capacidade, licenciamento, tudo isso sem atrasos”, afirma Marco Aurélio Barcelos, presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR).

No setor de construção, há dois problemas centrais: o acesso a crédito e a disponibilidade de mão de obra, diz Carlos Eduardo Lima Jorge, vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). São entraves que atingem desde as empreiteiras envolvidas na Lava-Jato até as empresas de menor porte. “O setor vem de um momento difícil em 2021 e 2022. Após a inflação de insumos, a maioria dos contratos sofreu desequilíbrios enormes, e o caminho para o reequilíbrio é longo. Muitas construtoras ainda sofrem com esse efeito”, diz Jorge.

Desde a Lava-Jato, o mercado de crédito se fechou para o segmento. “O setor de construção civil no Brasil passou a ser ligado a um risco reputacional. E a cadeia do setor de infraestrutura é formada principalmente por companhias de médio e pequeno portes, a maioria não tem estrutura de governança”, afirma Karla Bertocco, sócia da Jive Investments. O resultado é que as construtoras têm tido dificuldade para obter capital de giro, algo essencial para obras de maior fôlego, dado que as empreiteiras precisam aportar recursos volumosos para mobilizar a obra, mas o pagamento vem só depois.

Com o Novo PAC, as empreiteiras tentam negociar com o governo federal a liberação de fontes de crédito para o setor. O tema é visto no mercado como sensível como consequência do histórico de corrupção em obras públicas do passado recente. “Não há falta de construtoras, o que existe é um desafio para o financiamento, a emissão de seguros de garantias, seguros-fiança. É preciso viabilizar um fundo estruturante garantidor para infraestrutura”, diz Cláudio Medeiros, presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon). A entidade representa grupos como Novonor, antiga Odebrecht, e Andrade Gutierrez.

Uma das ações de apoio indicadas pelo governo é a liberação de recursos do Fundo Garantidor para Investimentos (FGI), operado pelo BNDES, para as construtoras. Segundo empresas do setor, ainda não foram definidos os termos exatos, mas a ideia seria conceder um financiamento em um valor de 15% a 20% do contrato, que teria que ser pago em prazo de um ano. O objetivo seria garantir o início da obra.

A Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor) também deverá encaminhar ao governo três pedidos referentes a financiamento do setor, diz o presidente, Danniel Zveiter. O primeiro é uma linha de capital de giro, em que o contrato da obra serviria de garantia. O segundo é crédito para aquisição de equipamentos para execução das obras. E o terceiro é incluir, nas obras do PAC, um mecanismo de antecipação dos repasses às construtoras, com “garantias efetivas de que a empresa vai cumprir as obrigações”.

Questionado sobre o tema, o BNDES afirmou que trabalha junto à Casa Civil no desenho de “uma linha de garantias para alavancar a retomada da engenharia nacional” e das medidas legais e legislativas necessárias. Um aspecto do Novo PAC que tende a facilitar a resolução da questão é que não há mais previsão de construções faraônicas, mas sim projetos públicos mais pulverizados e concessões privadas, em que há um “fatiamento” das obras, para diluição de riscos. “Não vemos mais anúncios de grandes obras, isso modula o mercado e permite uma participação maior de médias empresas, que tendem a ganhar fôlego”, diz Jorge, da CBIC.

Outro problema identificado no setor de construção é a mão de obra. “Há uma baixa qualificação para serviços técnicos mais especializados”, diz Natália Marcassa, do MoveInfra. Na visão da executiva, uma possível forma de resolver o problema seria reduzir as barreiras de entrada para construtoras e profissionais estrangeiros no país. Para as entidades do setor, a saída deverá ser trabalhar junto a órgãos de capacitação técnica para fazer treinamentos, em especial nas áreas nas quais as obras do Novo PAC devem se desenvolver.

Esta é a segunda de três reportagens especiais semanais sobre o Novo PAC.

O Estado de S.Paulo - SP   12/09/2023

Após um hiato de oito anos, a Prefeitura de São Paulo voltará a fazer um leilão de Certificados de Potencial Aquisição de Construção (Cepacs) dentro da Operação Urbana Água Branca, que abrange bairros como Lapa, Barra Funda e Perdizes, na zona Oeste da cidade, ajudando a expandir os investimentos imobiliários na região. O pedido para realização do certame foi encaminhado para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no fim de agosto e prevê a oferta total de 700 mil títulos, podendo movimentar R$ 650 milhões.

A realização do leilão ainda não tem data definida, mas é possível que aconteça ainda neste ano. Por ora, é preciso aguardar a autorização da CVM, o que deve sair em até 30 dias. Depois, a Prefeitura terá dois anos para ofertar os títulos de uma vez ou fracionados em um ou mais leilões nesse período. A emissão prevê a distribuição total de 600 mil Cepacs para empreendimentos residenciais, ao preço de R$ 900 por unidade (totalizando R$ 540 milhões) e 100 mil não residenciais por R$ 1,1 mil cada (total de R$ 110 milhões).

Os Cepacs são títulos que permitem às incorporadoras erguerem prédios acima dos limites originais de cada bairro. Ou seja: eles viabilizam que um térreo receba torres mais altas, com mais apartamentos. A maior empreendedora da região é a Tecnisa, dona do “minibairro” Jardim das Perdizes, com dezenas de prédios aguardando lançamento. Já os recursos arrecadados pelos cofres públicos vão para obras de infraestrutura e mobilidade na área.

Último leilão ocorreu em 2015 e teve só 10% dos títulos vendidos

Como o último leilão da Operação Urbana Água Branca ocorreu em 2015, há uma demanda reprimida das incorporadoras com projetos parados à espera de liberação do potencial construtivo maior. Além disso, só 10% da oferta foi comercializada porque os preços foram considerados muito altos pelas empresas e investidores.

Na ocasião, foram ofertados 50 mil títulos residenciais, por R$ 1,5 mil cada, e 8 mil títulos não residenciais, por R$ 1,7 mil cada. Em 2021, o prefeito Ricardo Nunes sancionou a Lei 17.561 levando os preços do Cepac ao patamar original - cerca de 40% menores em termos nominais, sem contar a inflação - com a justificativa de garantir a viabilidade dos negócios.

Na visão do consultor de investimentos imobiliários Sérgio Belleza, que atua na compra e venda desses títulos, os preços soam mais plausíveis e devem encontrar uma boa demanda no mercado. “Os valores do último leilão estavam muito altos e não tiveram saída. Acredito que agora haverá apetite. Os preços voltaram ao normal, existe demanda grande da indústria, e o mercado imobiliário está melhorando”, afirmou.

NAVAL

CNN Brasil - SP   12/09/2023

O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, deve iniciar a transição da pasta para Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) nesta terça-feira (12), segundo interlocutores do governo em declaração à CNN.

França já solicitou a cada setor que faça relatórios sobre a gestão do ministério para entregar ao novo titular. O encontro ainda não está confirmado na agenda oficial.
VÍDEO – Novo ministro de Portos e Aeroportos descarta privatização do Porto de Santos

Novo ministro de Portos e Aeroportos descarta privatização do Porto de Santos | LIVE CNN

A cerimônia de posse de Costa Filho está marcada para a próxima quarta-feira (13), às 15h. Para aliados de França, a transição não deve ter entraves, já que os dois políticos mantêm uma boa relação.

A estratégia do entorno do ministro é sinalizar que a boa convivência entre os dois fará da gestão de Costa Filho uma continuidade do trabalho. França será realocado na pasta que será criada para se dedicar às políticas para pequenos empreendedores.

Como mostrou a CNN, Costa Filho sinalizou a aliados que não vai rediscutir a privatização do Porto de Santos e buscará ser “ponte” entre o governo federal e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Um interlocutor de França disse que há um acordo para que Costa Filho dê continuidade às obras relacionadas ao novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o litoral.

Entre as obras estão o túnel Santos – Guarujá, passagem terrestre de 800 metros entre os municípios; aprofundamento do canal para até 17 metros para receber navios de maior porte; além da reforma da avenida perimetral da margem direita ao porto, local importante para escoamento.

PETROLÍFERO

Valor - SP   12/09/2023

Contrato terá duração de três anos e prevê também prestação de serviços de apoio às unidades e disponibilização de energia elétrica

A Petrobras fechou um acordo com o Porto do Açu, no Rio de Janeiro, para apoio ao descomissionamento de plataformas até definição do destino da unidade, segundo a estatal. O contrato prevê a disponibilização de cais para acostamento temporário de unidades de produção em descomissionamento seguindo práticas de reciclagem e sustentabilidade. O objetivo é descomissionar 26 plataformas em cinco anos.

O contrato com o Porto do Açu vai ter duração de três anos e terá também prestação de serviços de apoio às unidades e disponibilização de energia elétrica.

Conforme a Petrobras, o descomissionamento consiste em um conjunto de atividades associadas à interrupção definitiva das operações de uma plataforma. É um processo natural dentro do ciclo produtivo da indústria de óleo e gás, diz a companhia. A Petrobras destinará US$ 9,8 bilhões para atividades de descomissionamento, de acordo com o seu planejamento estratégico 2023-2027.

Dentro das atividades de descomissionamento estão previstas as atividades de tamponamento definitivo de poços, limpeza e destinação dos sistemas submarinos e plataformas.

Em julho, a Petrobras vendeu a plataforma P-32 em leilão para a Gerdau e o estaleiro Ecovix para a reciclagem da embarcação. Esse foi o primeiro caso de destinação sustentável das estruturas.

Infomoney - SP   12/09/2023

Está sendo esperado com ansiedade o relatório mensal que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) vai divulgar nesta terça-feira (12). Os dados de oferta, demanda, produção e preços produzidos pelo cartel ganharam ainda mais importância desde a semana passada, quando Arábia Saudita e Rússia anunciaram que vão estender seu corte de produção de 1,3 milhão de barris por dia até ao final de dezembro.

As cotações internacionais da commodity ultrapassaram as máximas de dez meses após o anúncio, ficando perto da casa dos US$ 90 o barril e elevando temores de uma reaceleração da inflação. E isso a poucos dias de importantes decisões de política monetária dos principais Bancos Centrais no mundo.

O principal temor é que algum sinal mais forte demanda no relatório da Opep jogue os preços do petróleo mais uma vez para cima.

O impacto global dos preços do petróleo pode não ser o mesmo de décadas atrás, mas não pode ser desconsiderado num momento de luta contra a inflação. Estimativas do FMI dão conta de que um aumento de 10% por cento na inflação global do petróleo eleva, em média, a inflação interna de um país em cerca de 0,4 ponto percentual no momento do impacto.

Esse impacto dos choques do petróleo sobre a inflação interna diminuem ao longo do tempo devido, em grande parte, à condução da política monetária. Além disso, os efeitos em países avançados e em desenvolvimento, embora semelhantes, exibem uma grande heterogeneidade em sua magnitude. Eles variam, por exemplo, de acordo com a porcentagem dos transportes na cesta da inflação local e dos subsídios à energia que cada país possui.

No Brasil, por exemplo, a Petrobras abandonou política de preço de paridade de importação (PPI), que permitia reajustes mais rápidos dos preços internos, acompanhando a cotação da commodity.

Isso levou, naturalmente, a um processo de defasagem. Mesmo com o reajuste de 16,18% sobre os preços da gasolina e de 25,8% os preços do diesel praticado em agosto, ontem a defasagem da gasolina vendida pela Petrobras estava em 14,28%, segundo levantamento do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). No diesel, a diferença ante o preço internacional estava em 15,37%.
Fragilidade nos EUA

A incerteza não é exclusiva do Brasil. Segundo o The Market Insider, os Estados Unidos estão num momento de fragilidade sob uma perspectiva de alta do petróleo porque a Reserva Estratégica do país, usada para equilibrar oferta e demanda, está próxima das mínimas dos últimos 40 anos. No verão americano, os preços da gasolina nos EUA atingiram os níveis mais elevados para o período em mais de uma década.

Segundo lembra a reportagem, no ano passado, a administração de Joe Biden drenou 180 milhões de barris do SPR, num momento os preços internacionais disparavam e jogavam a inflação ao consumidor (CPI) nas alturas. “Inundar o mercado com toda aquela oferta ajudou a baixar os preços do petróleo e ajudou a arrefecer a inflação”.

Com os preços mais comportados neste anos, o governo americano chegou a anunciar planos de recuperar o SPR, mas os atuais cerca de 350 milhões de barris de hoje representam menos da metade da máxima alcançada em 2010 e são cerca de 40% abaixo de onde as reservas estava quando as retiradas começaram.

Em agosto, a administração Biden cancelou os planos de adicionar 6 milhões de barris à reserva, devido ao alto custo. “O SPR dos EUA é o maior do mundo e está pronto para cumprir sua missão de responder a futuras interrupções no fornecimento, fornecendo alívio quando mais necessário”, disse um porta-voz do Departamento de Energia em comunicado ao Insider.

Outra reserva de petróleo dos EUA vem dos estoques comerciais, que se situam em 416,6 milhões de barris. Mas essa fonte é considerada mais volátil do que o SPR e também caiu 21% em relação ao ano anterior.

Ainda que os EUA tenham elevado sua produção desde o boom do xisto, há indícios que, a longo prazo, a capacidade produtiva dos poços de xisto será menos robusta.

A última projeção da Opep, em agosto, apontou que a demanda mundial de petróleo em 2023 deverá crescer 2,4 milhões de barris por dia, inalterada em relação à avaliação do mês anterior. Já a oferta deve crescer 1,5 mb/d no ano, uma ligeira revisão em alta em relação à avaliação anterior.

No último relatório, esperava-se que os principais impulsionadores do crescimento da oferta de líquidos em 2023 seriam os EUA, o Brasil, a Noruega, o Cazaquistão, a Guiana e a China, enquanto o maior declínio era esperado na Rússia.

Segundo o relatório, ainda continuavam a pairar incertezas associadas ao potencial de produção de óleo de xisto dos EUA e à manutenção não planeada em 2023.

Para a Arábia Saudita, um relatório recente do FMI apontou que há um risco de queda dos preços do petróleo devido às projeções de atividade mundial moderada no curto prazo. O país foi economia do G20 com crescimento mais rápido em 2022, de 8,7% em relação ao ano anterior. Muito disso está relacionado ao salto dos preços do petróleo após o início da invasão russa na Ucrânia, que levou as cotações aos valores mais altos desde 2014.

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