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12 de Agosto de 2024

SIDERURGIA

O Estado de S.Paulo - SP   12/08/2024

A corrida para reduzir as emissões dos gases de efeito estufa na produção mundial de aço deve ganhar contornos mais críticos nos próximos 25 anos, e isso pode ser uma oportunidade para as mineradoras e siderúrgicas nacionais. Além da produção do aço verde para suprir o mercado interno, especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast apontam forte potencial para o País exportar materiais intermediários capazes de contribuir na redução do impacto ambiental de outras usinas ao redor do planeta.

A oportunidade, segundo os especialistas, consiste na exportação de HBI (Hot Briquetted Iron, em inglês). O insumo, de forma simplificada, é a forma mais concentrada do ferro-esponja (ou DRI, Direct Reduction Iron, em inglês), material intermediário obtido por meio de um processo de redução do minério de ferro a um reator de redução direta que utiliza gás natural para tirar o oxigênio da matéria-prima, com 60% a menos de emissões.

O gás natural é considerado um caminho de transição para o desenvolvimento siderúrgico à base do hidrogênio verde, visto como uma tecnologia disruptiva no mundo e capaz de levar a produção de aço ao net zero (zero emissões). A inovação, contudo, ainda é carente de infraestrutura geral para uma produção em escala.

O HBI produzido a gás pode ser consumido por usinas integradas - que correspondem a 70% da siderurgia no mundo na tradicional rota do alto-forno (BF-BOF). Ele é capaz de substituir de forma relevante a participação de produtos poluentes como o coque (derivado do carvão mineral), utilizado tanto como combustível no processo siderúrgico quanto redutor.

No mundo, a Vale foi uma das empresas que observou a oportunidade e antecipou parcerias no Oriente Médio para desenvolver mega hubs de produção de HBI. O papel da mineradora será o de fornecer a matéria-prima e a construção das unidades industriais está programada para acontecer neste ano, já o início das operações para 2027. A CSN Mineração também anunciou a participação no Low-Carbon Iron Hub, nos Emirados Árabes Unidos.

No Brasil, a Vale firmou parceria com o Porto do Açu para estudar o desenvolvimento de um Mega Hub no Norte do Rio de Janeiro. Também está sendo desenvolvido um hub voltado para a produção de hidrogênio verde no Complexo de Pecém, no Ceará, que poderá futuramente apoiar a unidade local da ArcelorMittal Brasil na descarbonização, potencialmente pela própria rota de redução por hidrogênio.

A Gerdau - em plano estratégico - prevê atualizar as rotas tecnológicas das plantas após 2030 e menciona que o DRI deve representar uma alternativa para a descarbonização da usina integrada de Ouro Branco.

Exportação

A professora do Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Danielle Cristina Camilo Magalhães, afirmou que será mais vantajoso a exportação de HBI para países produtores de aço, visto que o transporte do produto é simples na comparação com o aço, além de reduzir os riscos relacionados a medidas de defesa comercial.

”O Brasil tem condições para exportar tanto o hidrogênio verde quanto utilizar o gás na produção e exportação do briquete (HBI). Caso o País atue como um importante exportador de briquete, seria um valor agregado muito positivo para o produto”, afirmou Magalhães.

O professor de Engenharia Mecânica da Universidade Federal Fluminense (UFF), José Adilson de Castro, comenta que esse movimento faz parte do esforço para a substituição do carvão mineral no processo siderúrgico, visto que ele é considerado o “grande vilão” da indústria. O insumo é o principal responsável por levar o setor a ser responsável pela participação de 7% a 9% das emissões globais de gases do efeito estufa, ou o equivalente a 2,6 bilhão de toneladas de CO2, segundo estudo da International Energy Agency (IEA).

A busca por substitutos sustentáveis ao carvão tanto no processo de redução quanto na fonte energética tem sido o desafio tecnológico que move a indústria em todo o mundo nos últimos anos - e o Brasil tem vantagens que posicionam o País em um patamar de maior competitividade.

Entre as principais vantagens do País está o nível de reservas existentes de gás natural, que podem atender a siderurgia nacional para a produção do HBI. O desafio, no entanto, é desenvolver o mercado de gás, visto que a oferta nacional atual é de 150 milhões de m³/dia, segundo Boletim Mensal da ANP, número considerado insuficiente para atender a indústria e que acaba sendo direcionado para a conversão em energia elétrica por meio de usinas termoelétricas. Um estudo produzido pelo Instituto de Energia da PUC-Rio, contudo, aponta que se a Petrobras revisar alguns processos produtivos no pré-sal, a oferta de gás pode triplicar até 2030.

A maior disponibilidade de gás permitiria tanto um incentivo para a corrida pelo aço verde para as siderúrgicas nacionais, quanto na obtenção de vantagens econômicas com uma potencial exportação de HBI (produzido com gás). A maior rentabilidade e acesso a novos mercados internacionais permitiria um cenário mais facilitado para a indústria nacional do aço realizar a transição do gás natural para o hidrogênio verde.

Portal Fator Brasil - RJ   12/08/2024

ExpoAço movimentou negócios, apresentou tendências e promoveu networking ao público visitante.

O último dia do encontro, 08 de agosto (sexta-feira), evidenciou a complexidade dos desafios e as diversas perspectivas sobre como a reindustrialização pode ser alcançada no Brasil. Trouxe, ainda, a urgência de adoção de medidas concretas para revitalizar a indústria nacional e fortalecer sua posição no cenário global.

Moderado por Jorge Oliveira, CEO da ArcelorMittal Aços Planos América Latina e Conselheiro do Instituto Aço Brasil, teve a participação de Márcio Fernando Elias Rosa, secretário- executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) , como Keynote Speaker, e os debatedores José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), Léo de Castro, presidente do Conselho Temático de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e Armando Monteiro, conselheiro emérito da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Jorge Oliveira destacou a discrepância no crescimento industrial entre países: —Enquanto os Estados Unidos dobraram de tamanho e a China cresceu 47%, o Brasil aumentou apenas 20%—. Enfatizou também a necessidade de fortalecer a competitividade sistêmica da indústria e apresentou o Plano Mais Produção, voltado para setores como aço e químico.

Márcio Fernando Elias Rosa sublinhou a importância do diálogo com o governo e a necessidade de políticas industriais estratégicas. —A indústria deve ser vista como um meio para promover o desenvolvimento econômico e social. O Brasil oferece opções de sustentabilidade que outros lugares do mundo não têm. Ou aproveitamos essa oportunidade ou perdemos uma grande chance histórica—.

José Ricardo Roriz Coelho ressaltou a necessidade de ação imediata, mencionando a revolução tecnológica e os desafios ambientais enfrentados pela indústria europeia e a competitividade dos EUA e da China. —O uso de instrumentos de política industrial cresce mais nas economias emergentes. Produzir no Brasil custa mais do que na média dos países da OCDE. A reforma tributária é uma importante oportunidade para melhorar nosso cenário—.

Léo de Castro discutiu a concorrência global e o atraso do Brasil em determinadas áreas. —Subsídio é um palavrão no Brasil, mas precisamos convencer a sociedade de que apoiar a indústria é benéfico. Política industrial não é uma agenda de curto prazo, precisa continuar independente do governo—.

Armando Monteiro reiterou a necessidade de defender a indústria perante a sociedade. —Precisamos recolocar o tema da indústria na agenda do país e defender sua importância estratégica. A reforma tributária nos aproxima de um sistema tributário de classe mundial—.

Cenário Político — A conferência especial do dia ficou a cargo de Fernando Schuler. O cientista político declarou ser urgente uma reforma tributária eficaz para o desenvolvimento econômico do Brasil. Destacou que o sistema tributário atual é complexo e penaliza a competitividade das empresas brasileiras. —Uma reforma tributária bem estruturada pode simplificar os tributos, reduzir a carga tributária e aumentar a eficiência econômica.—afirmou Schuler.

Em relação à reforma da previdência, observou que, embora tenham sido feitos avanços significativos, uma nova mudança e reestruturação serão necessárias em breve. Ele explicou que o envelhecimento da população e a sustentabilidade do sistema previdenciário continuam sendo desafios críticos.

A polarização política no Brasil foi citada como fator de desvio de foco das questões realmente importantes. Sobre a atual gestão, Schuler ponderou que, apesar de trazer uma perspectiva política de duas décadas atrás, o atual governo tem sido hábil em suas articulações. Isso tem afetado diretamente a prosperidade da indústria do aço, pois se concentra em articulações externas e negligencia a proteção do mercado interno. Considerou essa visão antiquada para enfrentar os desafios contemporâneos, especialmente no que tange à proteção do mercado interno e ao estímulo da prosperidade industrial.

—É essencial que a indústria se una para pressionar por reformas administrativas que organizem as contas públicas e coloquem em pauta as necessidades fiscais urgentes —disse Schuler. Segundo ele, é fundamenta colocar em pauta as necessidades fiscais e a colaboração com o governo para proteger o mercado interno e fortalecer o PIB.

Schuler concluiu a conferência enfatizando que o Brasil deve focar em políticas públicas que incentivem o crescimento interno, evitando políticas de boa vizinhança que geram instabilidade nos negócios internos.

Perspectivas para a indústria do aço — O último painel do evento trouxe a visão dos CEOs a respeito das perspectivas para a indústria do aço.

Moderado pelo presidente Executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, contou com a participação de líderes do setor. Jefferson De Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração LATAM; Gustavo Werneck, Conselheiro do Instituto Aço Brasil e diretor-presidente e CEO da Gerdau; Marcelo Chara, Conselheiro do Instituto Aço Brasil e presidente da Usiminas; e Silvia Nascimento, conselheira do Instituto Aço Brasil e presidente da AVB fizeram parte dos debates.

Marco Polo iniciou sua fala traçando um panorama atual da indústria do aço, destacando dados significativos da indústria do aço em 2023 e 2024, e mencionando o investimento projetado de R$100,2 bilhões para o setor, entre 2023 e 2028.

O painel começou com o questionamento aos CEOs sobre as expectativas para o fechamento de 2024 e perspectivas para 2025.

Jefferson De Paula expressou uma visão cautelosa. “2024 vai ser um ano difícil. O ano passado já foi muito difícil.” Destacou o impacto significativo das importações, com a entrada de 5 milhões de toneladas de produtos, além de outros 5 milhões em importação indireta, como carros e eletrodomésticos. Jefferson mencionou que, apesar das dificuldades do início do ano, espera uma melhora no consumo no segundo semestre, impulsionada por programas como “Minha Casa Minha Vida”.

Marcelo Chara observou que a primeira parte do ano foi marcada por um “tsunami de importações,” que afetou de 25 a 30 mil empregos diretos e indiretos no Brasil. Ele ressaltou a eficiência do parque siderúrgico brasileiro e expressou otimismo quanto à melhoria da competitividade do setor.

Silvia Nascimento destacou a importância do sistema cota-tarifa como reconhecimento do governo sobre os problemas enfrentados pelo setor. “Acho que o segundo semestre será menos ruim,” afirmou Silvia, otimista quanto a uma melhora gradual até 2025, embora reconheça que 2024 ainda não seja ideal devido ao curto período de implementação do sistema.

Gustavo Werneck enfatizou a necessidade de apoio contínuo ao programa Nova Indústria Brasil (NIB). Também salientou que a redução do custo brasileiro é crucial para a competitividade do setor industrial.

Os debatedores concordaram que, apesar dos desafios, há um caminho promissor para o setor. Destacaram, dentre outros focos prioritários, a defesa comercial, aumento do consumo de aço, reforma tributária, transição energética, descarbonização e o crescimento econômico.

A colaboração entre o setor, governo e sociedade é vista como essencial para enfrentar os obstáculos e promover um ambiente mais competitivo e sustentável para a indústria do aço no Brasil.

O presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, Sérgio Leite de Andrade, trouxe considerações finais e encerrou a 34 edição do Congresso Aço Brasil convidando os presentes para a próxima edição do evento, que acontece nos dias 26 e 27 de agosto de 2025, em São Paulo.

Veja - SP   12/08/2024

A Gerdau deve investir 500 milhões de dólares na construção de uma nova fábrica no México. “Estamos estudando localidades para a planta e o assunto está avançando bem”, diz Gustavo Werneck, presidente da empresa. O martelo será batido até o fim do ano.

A multinacional brasileira planeja investir mais 6,3 bilhões de reais até 2026 em infraestrutura, como novas fábricas e adaptações de parques existentes. Quase metade do investimento da Gerdau será para diminuir as emissões de carbono.

Exame - SP   12/08/2024

Esta semana, o Congresso Aço Brasil realizou sua edição 2024 e jogou luz sobre os entraves que ainda preocupam um dos setores que mais geram empregos e movem a economia do país.

Presente na abertura, o presidente do grupo Techint, Paolo Rocca, citou entre os principais desafios o impacto da ascensão da China e a insegurança jurídica que tem sido observada na América Latina.

Fatores importantes para o investimento

O executivo destacou que, antes de fazerem investimentos em um país, os grupos empresariais locais e estrangeiros avaliam cuidadosamente fatores como:

Previsibilidade do sistema judicial Defesa da concorrência Redução da carga tributária.

Nesse sentido, citou exemplos negativos já observados em nossa região, como a ruptura de contratos na Argentina e a expropriação na Venezuela.

No Brasil, citou recente decisão controversa do STJ sobre a compra de ações na Usiminas pela Ternium, que foi favorável à CSN, acionista e concorrente da siderúrgica mineira.

“Recentemente, contrariando a decisão de cinco instâncias administrativas e judiciais que deliberaram de outra forma ao longo de 12 anos, uma câmara do Superior Tribunal de Justiça determinou o pagamento de uma multa de R$ 5 bilhões, o equivalente a três vezes o valor da participação acionária da companhia na Usiminas”, afirmou,

Ele também acrescentou que o Mercosul não foi tão bem avaliado em ranking recente do Banco Mundial quanto à qualidade institucional e facilidade de fazer negócios.

O risco do aço chinês

Rocca alertou que nunca na história do mundo houve uma transferência de atividade produtiva tão grande como acontece hoje com a participação da China na produção industrial.

“Nos últimos 30 anos, o surgimento da China como potência industrial dominante contribuiu substancialmente para a primarização de nossas economias. A China não é uma democracia, é um país com um sistema de governo autoritário e centralizado, que tem a capacidade de alocar recursos para diferentes setores da economia com base em decisões de conveniência tática e estratégica”, disse.

Outra questão concorrencial apontada por Rocca foi a discrepância da carga tributária nos mercados. Ele afirmou que empresas privadas na América Latina são sobrecarregadas por uma carga fiscal substancialmente mais elevada que a praticada nos EUA, na Europa ou no Japão. Além disso, têm de competir por recursos financeiros com Estados que, na maioria dos casos, são em grande parte deficitários. Ao mesmo tempo, devem assumir papéis que, em outros países, são eficientemente apoiados por seus Estados.

“A nossa indústria e toda a sua cadeia de valor tiveram que lidar com um mercado significativamente estagnado, o que impactou a capacidade de incorporar novas tecnologias, de renovar ativos e de atrair recursos humanos e financeiros”, finalizou.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   12/08/2024

Os reajustes nos preços da gasolina, passagens aéreas e energia elétrica pressionaram a inflação oficial no País em julho. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou de uma alta de 0,21%, em junho, para um avanço de 0,38% no mês passado, informou o IBGE nesta sexta-feira, 9.

Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou pelo terceiro mês consecutivo, passando de 4,23%, em junho, para 4,50% em julho, alcançando, assim, o teto de tolerância da meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2024 – o centro da meta é de 3%. Questionado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pediu “cautela” na avaliação dos dados da inflação no mês (mais informações na pág. B4).

Os números devem pressionar o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC ao fim deste ano, já que houve “piora significativa na qualidade” do cenário inflacionário, avaliou o economista-chefe da corretora Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi.

“Devemos ver uma continuidade desse momento negativo ao longo do segundo semestre de 2024. Cenário ruim para o Copom, vai ser pressionado no fim desse ano, não sei se o suficiente para subir juros, mas vai suar frio”, afirmou Borsoi.

Embora a taxa do IPCA de julho tenha ficado ligeiramente acima do consenso do mercado, a abertura dos números ficaram em linha com o esperado, avaliou a economista-chefe da gestora Galápagos Capital, Tatiana Pinheiro. Os preços dos serviços seguem pressionados, mas a difusão de aumentos entre os itens pesquisados foi baixo, em grande parte por conta da deflação de alimentos. Nesse cenário, Tatiana considera que “o principal fator para a expectativa do mercado com relação à decisão monetária de setembro está no comportamento da taxa de câmbio”.

“Prospectivamente, o mercado de trabalho aquecido e o fortalecimento do dólar provavelmente permanecerão como ventos contrários ao arrefecimento da inflação no Brasil”, adiciona a gestora de recursos G5 Partners, em relatório.

Pressão

A gasolina aumentou 3,15%, item de maior impacto sobre o IPCA do mês, 0,16 ponto porcentual. As passagens aéreas subiram 19,39% em julho, segunda maior pressão, 0,11 ponto porcentual. A energia elétrica residencial subiu 1,93%, resultando numa pressão de 0,08 ponto porcentual sobre a inflação. Ou seja, a gasolina, a passagem aérea e a energia elétrica somaram uma pressão de 0,35 ponto porcentual no IPCA, o equivalente a 93% de toda a inflação do mês.

Inflação sobe, mas altas são menos espalhadas; alimentos recuam 1%

Embora a inflação no País tenha acelerado na passagem de junho para julho, os aumentos de preços na economia foram menos espalhados, concentrados em itens com peso importante na cesta de consumo das famílias, como a gasolina e a energia elétrica residencial, ponderou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE. O índice de difusão do IPCA, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, caiu de 52%, em junho, para 47% em julho.

Em julho, o que ajudou a frear o resultado do IPCA foi uma redução de 1% no custo do grupo Alimentação e Bebidas, queda mais aguda desde agosto de 2017, detendo a inflação em 0,22 ponto porcentual. No entanto, o grupo vinha de uma sequência de nove meses consecutivos de aumentos, período em que acumulou uma elevação de 6,87%.

“O que ajuda a explicar essa queda no mês de julho é principalmente uma maior oferta desses alimentos em geral”, explicou André Almeida, do IBGE.

O pesquisador disse que houve uma intensificação da safra de inverno, lembrando ainda que o clima é mais favorável às lavouras atualmente do que no início do ano, especialmente para itens de hortifruti.

Para agosto, porém, o pesquisador do IBGE prevê que o IPCA absorva uma influência baixista na energia elétrica advinda tanto do retorno em vigor da bandeira tarifária verde, que elimina cobranças extras sobre a conta de luz, quanto de reduções de tarifas de energia em São Paulo, Belém e Vitória.

Trégua

Além da trégua na conta de luz, o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, espera também uma diluição dos reajustes anunciados em julho no gás de botijão e na gasolina, com efeitos também no etanol, o que levaria a inflação a arrefecer para uma alta de 0,15% em agosto.

Globo Online - RJ   12/08/2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira que o governo federal já esperava alta na inflação neste ano, em função do cenário internacional da economia, que observou uma queda significativa do dólar nas últimas semanas. Segundo o ministro, é preciso adotar cautela diante da fixação da próxima taxa básica de juros pelo Banco Central (BC).

Nesta sexta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, aumentou 0,38% em julho.

No acumulado de 12 meses até julho, a inflação é de 4,5%, no limite da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No acumulado deste ano, a alta é de 2,87%.

— Olha, o BC tem mandato para cuidar da inflação (...) O BC tem falado a respeito, o dólar teve uma queda significativa nos últimos dias. E a gente espera que esses números [da inflação] convirjam para patamares inferiores. Mas nós esperávamos, em função do que esta acontecendo no mundo, que houvesse alguma mexida na inflação nesse ano — disse o ministro a jornalistas na saída do Ministério da Fazenda.

Segundo o ministro, agora o governo deve acompanhar com calma e cautela o anúncio da fixação das próximas taxas de juros, que são definidas pelo Banco Central (BC).

— Vamos acompanhar e analisar com calma, o BC já parou os cortes. Há muita coisa para acontecer esse ano, sobretudo no cenário internacional. Temos de ter cautela agora — concluiu.

Em sua última reunião, no final de julho, Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa básica de juros da economia brasileira em 10,5% ao ano.

No entanto, na ata da reunião divulgada pela autoridade monetária, o Banco Central demonstrou preocupação com a alta do dólar, e seu impacto na inflação futura e afirmou que "não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado".

"Observou-se que, se tais movimentos se mostrarem persistentes, os impactos inflacionários decorrentes podem ser relevantes e serão devidamente incorporados pelo Comitê. Em função disso, o Comitê avaliou que o momento é de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação e de maior vigilância perante um cenário mais desafiador", acrescentou o BC.

O Estado de S.Paulo - SP   12/08/2024

No dia 29 de julho, o mundo viveu um dia de cão, na sequência da divulgação de dados fracos sobre o mercado de trabalho americano. O número de novos empregos criados, 114 mil, foi bastante inferior ao projetado e a taxa de desemprego subiu, pela terceira vez, para 4,3%.

Imediatamente, os mercados ficaram nervosos, temendo a chegada de uma recessão não antecipada, com muitos analistas culpando a demora do banco central americano para iniciar a redução das taxas de juros.

Em paralelo, certos ativos de risco ainda têm um ajuste considerável a fazer, devido à bolha criada pela euforia com a inteligência artificial. Os preços das principais empresas subiram a ponto de exigir a projeção de crescimentos extraordinários por mais de duas décadas para justificá-los.

Finalmente, a mudança na política monetária japonesa, consubstanciada por duas elevações de juros, detonou uma bomba no mercado financeiro local, expressa por uma queda de 13% do Nikkei e a aceleração do desmonte de operações de “carry-trade” (tomada de empréstimos em iene para carregar ativos em outras moedas, inclusive o real).

Com isso, o tumulto foi fenomenal. Mas, em meio a ele, muitos começaram a se perguntar se realmente faz sentido o receio de uma recessão relevante na economia americana neste momento. Por exemplo, o ISM de serviços subiu de 48,8% para 51,4% de junho para julho, indo da contração à expansão, e o componente de emprego, de 46,1% para 51,1%, números expressivos.

Esses e outros indicadores sugerem que existe certa desaceleração no consumo e um esfriamento no mercado de trabalho, resposta natural a uma política monetária restritiva. A inflação segue a caminho da meta e, definitivamente, chegou a hora de o Federal Reserve começar a reduzir os juros.

As chances de um pouso relativamente suave, que no meu entender pode incluir até uma pequena recessão técnica, ainda parecem maiores.

Na política, vimos uma alucinante sucessão de acontecimentos: um atentado, a desistência de Biden e a indicação de Kamala Harris, que energizou a campanha democrata. Trump não é mais o favorito absoluto.

Mais uma vez, o velho ditado da terra de meu pai deve ser lembrado: “Mineração e eleição só depois da apuração”.

Como implicação, parte do apoio a cenários extremamente pessimistas, que ficaram muito populares recentemente, terá de ser revista, especialmente porque as taxas de juros cairão a partir de setembro e o dólar deve se 

Infomoney - SP   12/08/2024

Efeitos climáticos levaram a uma aceleração da inflação do consumidor da China em julho. Segundo dados do NBS, o escritório nacional de estatísticas, o índice CPI passou de uma queda de 0,2% em junho para uma alta de 0,5% em julho. Ante julho do ano passado, a variação também acelerou, de 0,2% para 0,5%.

A inflação do mês veio mais forte do que a esperada pelo consenso LSEG de analistas, que estimava variação de 0,3%. Com relação ao índice anualizado, a projeção também era de uma alta de 0,3%.

Segundo o NBS, os preços acompanharam o aumento da demanda dos consumidores no mês e sofreram com as altas temperaturas e as chuvas fortes em algumas áreas.
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Preços ao produtor

A inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês), no entanto, permanece no campo negativo em julho, mostrando a mesma variação de -0,8% observada em junho. Esses preços continuaram a sofrer com a queda na demanda e com o declínio nos valores de algumas commodities internacionais.

O Estado de S.Paulo - SP   12/08/2024

O processo de redução da inflação progrediu nos Estados Unidos em maio e junho, mas o ritmo de avanço dos preços ainda está “desconfortavelmente” acima da meta de 2% ao ano, afirmou Michelle Bowman, uma das diretoras do Federal Reserve, o banco central do país, em uma reunião anual de CEOs e altos executivos patrocinada pela Associação de Banqueiros do Kansas.

“Depois um progresso considerável no ano passado, vimos mais algum avanço na redução da inflação nos últimos meses. Os indicadores de gastos com consumo pessoal acumulados em 12 meses, tanto no índice cheio quanto no núcleo, caíram desde abril, embora tenham permanecido um pouco elevados e ficado em 2,5% e 2,6% em junho, respectivamente”, disse ela. “O progresso na redução da inflação em maio e junho é bem-vindo, mas a inflação ainda está desconfortavelmente acima da meta de 2%”, acrescentou.

Bowman ressaltou que, apesar dos bons dados recentes, o núcleo anualizado da inflação medida pelo índice de gastos com consumo (PCE) foi de 3,4% em média ao longo do primeiro semestre. Nesse sentido, ela adotou tom hawkish, de maior firmeza no combate ao aumento de preços, e declarou não acreditar que a inflação desacelerará como no segundo semestre de 2023, já que os gargalos nas cadeias de abastecimento existentes naquela época foram normalizados. “Mais importante: os preços continuam muito mais altos do que antes da pandemia”, declarou.

A taxa básica de juros dos EUA está na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. A próxima reunião de política monetária do Fed vai ocorrer em setembro. Segundo a ferramenta CME FedWatch, é unânime a expectativa de corte de juros, com as apostas divididas entre uma redução de 0,25 ponto porcentual (51% de probabilidade) e de 0,50 ponto porcentual (49%).
Panorama

Bowman, contudo, não descartou que a instituição baixe os juros, caso a inflação continue a desacelerar. “Caso os próximos dados sigam mostrando que a inflação se dirige sustentavelmente para nossa meta de 2% [ao ano], vai se tornar apropriado baixar gradualmente os juro para prevenir que a política monetária se torne excessivamente restritiva para a atividade econômica e o emprego”, declarou.

Ela acrescentou que, apesar dos gastos com consumo terem avançado no segundo trimestre, os consumidores parecem estar mais comedidos no que diz respeito a despesas discricionárias, como gastos com restaurantes. Bowman diz que consumidores de renda baixa e moderada não têm mais economias para esse tipo de gasto. “E nós vimos uma normalização das taxas de inadimplência, que aumentaram a partir de níveis historicamente baixos durante a pandemia”, afirmou.

Ao mesmo tempo, ela observa que o emprego está mais restrito, com mais desempregados e menos vagas disponíveis, “mostrando sinais de que o mercado de trabalho está ficando mais balanceado”. A taxa de desemprego ficou em 4,3% em julho, lembrou ela. “Mesmo significativamente mais alta, essa é uma taxa de desemprego historicamente baixa”, observou, acrescentando que os aumentos de salários também têm desacelerado, embora “ainda acima do ritmo consistente com nossa meta de inflação”.

Neste sentido, Bowman afirmou que é preciso paciência para evitar solapar os progressos feitos no controle da inflação “ao reagir de forma exagerada a qualquer indicador específico”. “Em vez disso, precisamos ver os dados em sua totalidade, pois os riscos para os mandatos de emprego e estabilidade de preços do Fomc (comitê de política monetária do Fed) continuam rumo a um melhor equilíbrio”, declarou. “Dito isso, ainda vejo alguns riscos de alta para a inflação”, alertou.

MINERAÇÃO

IstoÉ Dinheiro - SP   12/08/2024

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) divulgou uma carta aberta em que pede a rejeição da proposta das mineradoras Vale e BHP Billiton, apresentada na Mesa da Repactuação Rio Doce.

No documento, o movimento reivindica “um acordo coerente, que considere a centralidade das vítimas e sua reparação integral, não os interesses especulativos e imediatistas de quem há anos segue impune pelos seus crimes.” A entidade encaminhou o documento ao governo federal e solicita ainda uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com o MAB, as empresas buscam um acordo estimado em aproximadamente R$100 bilhões, porém o montante, conforme a entidade, não é suficiente para garantir uma reparação integral a todas as famílias atingidas. “Pretendem repassar para o governo federal a obrigação de resolver os problemas não solucionados”, diz o documento.

A associação estima que o valor relativo ao desastre de Mariana deveria ser de pelo menos R$ 500 bilhões, quando comparado ao acordo firmado pela Vale na tragédia de Brumadinho.

“Os valores debatidos nas negociações da repactuação são totalmente insuficientes para a reparação dos danos individuais, das compensações coletivas, da recuperação do meio ambiente, tampouco da inclusão de áreas atingidas que nunca foram reconhecidas pelas empresas. É o caso do sul da Bahia e algumas regiões do litoral do Espírito Santo”, alegam.

O atingidos argumentam que não estão participando das negociações do acordo, que, segundo o movimento, “será um mau exemplo internacional visto que todas as negociações estão ocorrendo a portas fechadas, coordenadas pelo judiciário brasileiro que nega a participação dos atingidos e mantém os documentos em sigilo”.

O movimento ainda menciona tentativas de impedirem que acessem a justiça nos países de origem das mineradoras. O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que representa as maiores mineradoras do país, moveu uma ação onde busca impedir que municípios brasileiros ingressem com ações em tribunais estrangeiros. A entidade alega ser inconstitucional que entes federativos se envolvam em litígios no exterior.

“Somos mais de 1 milhão de atingidos que depositam suas esperanças em busca do que nos foi negado. Não permita que o judiciário, os governos e as instituições de justiça fechem um acordo que decide o futuro de milhares de pessoas sem sequer consultar as vítimas do processo, atingidas e atingidos”, afirma o documento.

Procurada pela reportagem, a Vale não se manifestou, até o momento, sobre o documento do movimento.

Brasil Mineral - SP   12/08/2024

É o minério de ferro mais utilizado pelas siderúrgicas no mundo e é obtido em fases posteriores do beneficiamento

A Herculano Mineração embarcou, nesta semana, o primeiro navio com material Sinter Feed 100% próprio para o mercado asiático. A mineradora considera a operação um marco histórico do esforço, dedicação e compromisso de cada um dos colaboradores, que diariamente contribuem para o sucesso e crescimento da empresa. O sinter feed é um tipo de minério de ferro com partículas que variam entre 0,15 mm e 6,3 mm. É o minério de ferro mais utilizado pelas siderúrgicas no mundo e é obtido em fases posteriores do beneficiamento. Antes de ser utilizado no alto-forno, o sinter feed deve ser aglomerado em unidades de sinterização.

A Herculano considera o embarque não apenas como a concretização de um sonho, mas a materialização de anos de trabalho árduo, inovação e perseverança. “Cada colaborador, desde os que estão na linha de frente até aqueles que trabalham nos bastidores, desempenhou um papel crucial para que pudéssemos alcançar este objetivo”, diz a nota da empresa.

Classificada entre as Maiores Empresas do Setor Mineral, ranking exclusivo de Brasil Mineral, a Herculano Mineração opera atualmente uma mina em Itabirito (MG), com capacidade para produzir 5 milhões t/ano de minério de ferro e que está em operação desde 1992. A empresa possui três projetos de expansão (Serro, Vila Rica e João Monlevade), nos quais investe R$ 650 milhões e que elevarão sua capacidade em mais 4,5 milhões t/ano de minério de ferro de alto teor.

AUTOMOTIVO

IstoÉ Dinheiro - SP   12/08/2024

As vendas de automóveis na China perderam força em julho, caindo 5% em relação ao ano anterior, disse a Associação de Fabricantes de Automóveis do país nesta sexta-feira, 9. As exportações saltaram cerca de 20% à medida que os fabricantes de veículos elétricos se expandiram para os mercados globais. As vendas de automóveis de passageiros totalizaram cerca de 2 milhões de unidades, com cerca de 1,6 milhão vendidas dentro da China, um declínio anual de 10%.

As exportações totais de veículos de passageiros saltaram mais de 20% para 399.000 unidades. Mais da metade de todos os veículos vendidos eram elétricos ou híbridos.

As montadoras chinesas aumentaram as exportações de veículos à medida que a demanda diminuiu em seu mercado doméstico. O desempenho ocorreu mesmo após os Estados Unidos e a União Europeia aumentarem as tarifas sobre os veículos argumentando que os subsídios governamentais oferecidos por Pequim dão às montadoras na China uma vantagem injusta.

O Ministério do Comércio da China informou que havia submetido ao mecanismo de solução de controvérsias da Organização Mundial do Comércio (OMC) um pedido de análise das tarifas provisórias impostas no início de julho. “A decisão preliminar da UE carece de base factual e legal, viola seriamente as regras da OMC e prejudica a situação geral de cooperação global no enfrentamento das mudanças climáticas”, disse o Ministério.

Para tentar impulsionar a demanda e combater a desaceleração do crescimento econômico, ao mesmo tempo em que promove um transporte mais limpo, a China expandiu os incentivos para encorajar os motoristas a trocar seus carros mais antigos, movidos a gasolina e diesel, e comprar veículos elétricos.

Embora as vendas gerais de carros tenham permanecido fracas, as vendas de veículos elétricos aumentaram quase 30% em julho em relação ao ano anterior, para cerca de 991.000. Desse total, 887.000 foram vendidos na China e 103.000 foram exportados. As vendas de montadoras estrangeiras estagnaram ou caíram este ano. Nos primeiros sete meses do ano, a BYD exportou 2,38 milhões de EVs, ante 1,76 milhão pela Tesla.

A maior parte das exportações de automóveis da China neste ano foi para a Rússia, informou o documento base em números alfandegários.

A Rússia importou 478.000 veículos de fabricação chinesa no primeiro semestre do ano, quase todos com motores convencionais de combustão interna. O México importou o segundo maior número, com 226.000, seguido pelo Brasil, com 171.000.

IstoÉ Dinheiro - SP   12/08/2024

A China entrou com um recurso na Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta sexta-feira, 9, para contestar a adoção pela União Europeia de tarifas adicionais provisórias a importações de veículos elétricos chineses, segundo a agência de notícias oficial Xinhua.

O Ministério do Comércio chinês avalia que decisão da UE carece de base factual e jurídica, viola gravemente as regras da OMC e atravanca a cooperação global no que diz respeito a mudanças climáticas, de acordo com a Xinhua.

No início de julho, a Comissão Europeia impôs tarifas adicionais de até 37,6% a fabricantes de veículos elétricos da China, após investigação concluir que subsídios concedidos pelo governo chinês prejudicam montadoras da UE de forma injusta.

IstoÉ Online - SP   12/08/2024

A Omoda & Jaecoo (O&J), marca do grupo Chery, entrou na reta final do plano de desembarque no Brasil, com o lançamento de seus dois primeiros utilitários esportivos (SUVs, na sigla em inglês) marcado para o primeiro trimestre do ano que vem. Também para 2025 está previsto o início da produção no País, porém ainda sem confirmação se será terceirizada ou se os carros serão montados numa das duas fábricas de sua sociedade com o grupo Caoa.

O lançamento da marca no mercado brasileiro já recebe investimentos de aproximadamente R$ 200 milhões. Os recursos foram aportados pela matriz chinesa para as primeiras contratações, tanto de pessoal quanto de fornecedores, abertura de escritório central e outras atividades essenciais.

Nos três primeiros meses de 2025, chegarão os dois primeiros modelos: o Omoda 5, que é um SUV compacto; e o Jaecoo 7, um SUV médio. Os carros serão vendidos por uma rede que começa com 50 concessionárias e deve chegar a 150 revendas nos primeiros três anos da operação, período no qual o portfólio subirá de dois para seis modelos.

O Omoda 5 terá versões tanto híbrida leve – na qual o motor convencional movido a gasolina conta com o auxílio de um propulsor elétrico de menor porte – quanto 100% elétrica. Já o Jaecoo 7 virá na versão híbrida plug-in, na qual a bateria do motor elétrico é recarregada na tomada.

A montadora, porém, promete diversidade na motorização, de modo que, se o mercado demandar, vai oferecer também veículos de propulsão convencional, isto é, que têm apenas gasolina como combustível. Enquanto o Omoda é a linha urbana da montadora, o Jaecoo é projetado para rodar também em pistas não asfaltadas, o chamado fora-de-estrada, ou off-road.

A produção local, conforme a empresa, ainda depende da conclusão de negociações. A montadora diz que não fechou o local e não abre informações sobre a data exata de inauguração, assim como qual será a capacidade de produção. A parceria da Chery com a Caoa conta com uma fábrica em Anápolis (GO), onde são produzidos utilitários esportivos e estão sendo investidos R$ 3 bilhões, além de uma unidade em Jacareí, no interior de São Paulo, que está fechada já há dois anos, mas com promessa de reabertura.

Chefe de vendas e de desenvolvimento de revendas da Omoda & Jaecoo, Felipe Amaral conta, no entanto, que a montagem dos carros na fábrica de outra montadora também é uma possibilidade. “Terceirizar a fabricação é muito comum na China, e você nota que há uma ociosidade quando olha para a capacidade de produção de muitas montadoras. Obviamente que para produzir a partir do ano que vem, não vamos construir uma fábrica nova. Tem algumas possibilidades que não são só as fábricas da Chery”, afirma o executivo.

Segundo Amaral, a importação de carros da China é apenas o ponto de partida da marca no Brasil. Para ter uma participação relevante no mercado, será necessário produzir os carros no País, mesmo que inicialmente numa linha que faça apenas a montagem de componentes vindos do exterior. “É importante para garantir não só a perenidade do negócio, mas também a segurança para o cliente”, comenta.

“Posso cravar que já temos a produção local desenhada e com plano em execução, para a partir do próximo ano ter algumas unidades fabricadas aqui no Brasil”, acrescenta o chefe de vendas, contando também que a linha será uma base de exportação a outros mercados vizinhos do continente.

O objetivo é chegar a 30 mil carros vendidos por ano na primeira fase de introdução da marca no Brasil. Os detalhes do plano da Omoda & Jaecoo foram divulgados nesta sexta-feira durante o Festival de Interlagos, evento que começou neste dia 9 de agosto e vai até domingo com uma série de atrações, como shows de música, exposições de carros e test drive, no autódromo de Interlagos.

O Brasil está na rota do projeto de internacionalização que prevê a entrada da Omoda & Jaecoo em até 60 novos mercados entre 2024 e 2026. A marca foi a primeira do grupo Chery a entrar na Europa e terá seus carros produzidos em uma fábrica comprada da Nissan na Espanha. A meta é chegar, até 2030, a 1,5 milhões de carros em mercados internacionais, o que representa 9,2% do total de SUVs vendidos fora da China, considerando na conta apenas as linhas produzidas pela Omoda & Jaecoo.

Globo Online - RJ   12/08/2024

As vendas de veículos eletrificados cresceram quase 150% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2023, indicando o interesse crescente do brasileiro pela inovação. Mas o consumidor que pensa em trocar o carro a combustão principalmente pelo elétrico puro tem preocupações que impedem um crescimento ainda maior desse mercado.

Uma pesquisa feita pela consultoria Roland Berger no Brasil mostra que a oferta de peças e componentes agora aparece ao lado das barreiras já conhecidas: falta de infraestrutura de carregamento e alto preço de revenda dos veículos, já que a maior parte é importada.

Diante dessa percepção, as montadoras que planejam fabricar carros elétricos no país correm para calibrar estoques de componentes para tentar evitar que clientes esperem muito tempo em caso de reparo, como nos relatos que têm aparecido em redes sociais e sites de queixas de consumidores.

— Atualmente, tudo é importado, e a falta de peças é uma das três principais preocupações do brasileiro em relação aos elétricos. Ninguém quer ficar dois ou três meses com o carro parado esperando manutenção — diz Cristiano Doria, sócio da Roland Berger responsável pelo estudo, que ouviu 800 pessoas em junho.

No levantamento, os entrevistados demonstraram preocupação com o fornecimento e reparo de baterias, motores e inversores (componentes que convertem a corrente contínua do sistema elétrico do veículo em corrente alternada, alimentando a bateria). O estudo mostrou que 46% dos entrevistados acreditam que apenas em cinco anos o país poderá produzir a maioria das peças. E 32% avaliam que isso só acontecerá em dez anos.

Armazenamento

O GLOBO consultou várias concessionárias das duas principais marcas de veículos elétricos no país, as chinesas BYD e GWM, sobre a disponibilidade de peças. A informação é que se não houver o componente no estoque, o prazo para a chegada fica entre dez e quinze dias.

As duas marcas planejam começar sua produção nacional de veículos entre este ano e 2025, com fábricas na Bahia e em São Paulo. Elas informaram que já iniciaram conversas com fornecedores locais para garantir a oferta de peças e reduzir custos.

A BYD, que teve crescimento acelerado de vendas oferecendo por aqui o Dolphin a partir de R$ 149 mil e já está entre as dez marcas que mais vendem no país, enfrentou falta de peças no início do ano, segundo consumidores relataram nas redes sociais.

De acordo com a montadora, os pedidos diários de componentes das concessionárias subiram de 200 para 600 em um prazo muito curto por causa da alta nas vendas e do número de veículos eletrificados em circulação no país, que já alcançou o patamar de 300 mil.

A empresa investe no reforço do estoque de seu centro de distribuição no Espírito Santo, que tem 375 mil itens, além da logística de distribuição, e afirma ter solucionado esse gargalo. Mas já tem planos de duplicar o tamanho desse centro.

Com vendas mais fortes no Sudeste, a GWM montou um centro de armazenagem de peças, em Cajamar, na Grande São Paulo. Trata-se de uma opção logística, já que o centro fica perto de aeroportos como Viracopos e Guarulhos e do Porto de Santos, além de rodovias importantes, como a Bandeirantes. A maioria das peças vem da China. O investimento no estoque foi de R$ 45 milhões, e corresponde a 560 mil itens, o que garante suprir a demanda de seis meses.

— Decidimos não poupar esforços para compor o estoque das concessionárias. Hoje, elas têm de para-choques a portas e para-lamas. Se não tiverem, fazem o pedido e, em 24 a 48 horas, recebem — afirma Thiago Potenza, diretor de Logística da GWM.

O prazo pode ser maior para as regiões mais distantes. Em Manaus, por exemplo, a entrega pode levar sete dias, diz o executivo. Se for um pedido urgente, a empresa manda a peça de avião em até quatro dias, mas toda essa eficiência em logística se reflete no preço do serviço final ao consumidor.

O corretor de imóveis Fabio Ribeiro, de São Paulo, optou pela compra de um veículo híbrido em vez do elétrico puro justamente por causa da preocupação com falta de peças. Mas sua experiência ainda assim não foi boa. Após uma pequena batida de sua BMW 330e, ano 2021, a bateria elétrica teve um dos módulos avariados, impedindo o uso do carro mesmo a combustão.

Como a garantia já estava vencida, a troca da peça foi orçada pela marca em R$ 150 mil, mais da metade do valor do carro, que é de R$ 250 mil. Ribeiro recorreu a uma oficina especializada em elétricos e híbridos de São Paulo para tentar recuperar a bateria por menos, mas mesmo assim acabou gastando R$ 60 mil no reparo.

— Foi preciso importar peças, e todo o processo levou seis meses, tempo em que fiquei com o carro parado — diz.

Unidade no norte da Itália, de € 200 milhões, entrou em operação em junho

Custo alto

O preço elevado das peças preocupa motoristas e é um fator que tem levado donos de elétricos ao centro automotivo K2, em São Paulo, que tem unidade especializada nesses veículos. Segundo Igor Fatel, coordenador administrativo da empresa, entre os elétricos mais novos, a maior procura é por recuperação de itens como portas ou para-lamas:

— Também temos recebido mais clientes com problemas na bateria ou danos por colisões, que buscam um serviço mais rápido e mais em conta.

Ricardo Bastos, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), que representa o setor, afirma que o consumidor brasileiro é exigente. Por isso, tem recomendado às montadoras que estão vindo para o país que estejam bem preparadas não só no estoque de peças, mas também no atendimento pós-venda.

Ele observa que algumas fabricantes estão oferecendo garantia de 5 a 8 anos nas baterias. Com o início da produção de elétricos puros no país, o dirigente acredita que vai se formar uma cadeia de fornecimento local de peças, baixando o custo de frete na importação, além de reduzir o impacto do câmbio. Bastos diz que as empresas desejam montar baterias no Brasil, ainda que com componentes importados.

— Há preocupação do consumidor não só com disponibilidade das peças, mas também pelo preço desses componentes, já que são veículos com alta tecnologia. Isso pode ser o diferencial de sucesso de uma marca no Brasil — diz o líder da ABVE, ressaltando no entanto que a manutenção de um elétrico pode ser mais barata que a de um carro a combustão porque há menos componentes e não há troca de óleo, pastilha ou disco de freio.

Daniel Conte, diretor de Pós-Venda da GWM, avalia que ainda há um estigma no Brasil em relação às primeiras marcas chinesas que chegaram ao país, há cerca de 15 anos, quando de fato consumidores sofreram com escassez de peças.

Ele lembra que essas marcas vieram por meio de grandes distribuidores, sem previsão de produzir no país. Agora, a abordagem é diferente, com o pós-venda como pilar da estratégia para cair no gosto do brasileiro, diz:

— No pós-venda, é preciso ter bom preço. Precisa saber fazer os reparos e ter bom atendimento. Queremos desmistificar esse estigma do passado com as marcas chinesas.

Valor - SP   12/08/2024

Julho foi o melhor mês do ano e o maior resultado desde outubro de 2019. Para montadoras, tendência positiva deve continuar nos próximos meses

Embalada pela maior oferta de crédito, a venda de veículos novos continua em ritmo de crescimento e chega a surpreender os dirigentes do setor. Julho foi o melhor mês do ano e o melhor resultado desde outubro de 2019. O volume de licenciamentos, cresceu 12,6% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Para os dirigentes do setor, o cenário atual indica que a tendência de expansão do mercado vai continuar nos próximos meses.

Os fabricantes de veículos apontam a maior oferta de crédito como principal impulso dessa tendência de expansão do mercado. Mesmo com a interrupção da sequência de redução da taxa básica de juros, mantida em 10,5% na última reunião do Copom, a direção da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) acredita que os juros para financiamentos deverão seguir em queda.

A média da taxa de juros para financiamento de carros novos, que por muito tempo ficou em torno de 30% ao ano, está agora em 24%.

Há poucos dias, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, reuniu-se com representantes da Febraban, entidade que representa o setor financeiro, para entender por que o recuo da Selic ainda não aparece, na mesma proporção, nas vendas de carros financiadas.

A Selic, porém, não é o único fator que influencia no spread dos bancos. Pesam, também, a inadimplência e a facilitação da retomada dos bens. Mas esses fatores também, segundo a Anfavea, sinalizam queda.

Em julho, a média diária de emplacamentos alcançou 10,5 mil unidades, acima de médias entre 8 mil e 9 mil registradas em 2023. O resultado chama a atenção principalmente quando comparado com julho de 2023, um mês em que o mercado ficou aquecido por um programa de incentivos do governo federal.

Há um ano, o governo reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos carros com preços até R$ 120 mil como forma de ajudar na recuperação desse mercado e estimular as vendas de carros das faixas de preços mais baixas. Havia, por isso, uma expectativa, no setor, de que os volumes de vendas no início deste semestre não alcançassem os de um ano atrás.

De janeiro a julho, foram licenciados 1,38 milhão de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. O volume ficou 13,2% acima do acumulado no mesmo período em 2023.

O consumidor final tem frequentado mais as concessionárias, dizem os dirigentes do setor. Segundo Leite, as vendas para locadoras, que giravam em torno de 50 mil a 60 mil unidades por mês, diminuíram, numa sinalização de aumento de demanda no varejo.

A tendência de aquecimento do mercado interno levou a Anfavea a elevar, em julho, a projeção de aumento de vendas em 2024 de 6,1% para 10,9%. Mas, com a concorrência de veículos importados, principalmente da China, a produção não seguirá o mesmo ritmo. Por isso, recentemente a associação reduziu a estimativa de produção em 2024 de 6,1% para 4,9%.

A Anfavea pediu ao governo a aceleração do aumento do Imposto de Importação para carros híbridos e elétricos, uma especialidade das marcas chinesas. A entidade sugere a retomada imediata da alíquota máxima, de 35%. A importação de carros da China cresceu 414% este ano na comparação com os sete primeiros meses do ano passado.

Mas o assunto não avançou. Por enquanto, o aumento do imposto, iniciado em janeiro, tende a seguir de forma escalonado até atingir 35% em julho de 2026. A alíquota para carros 100% elétricos agora está em 18%. Nos híbridos plug-in é de 20% e para os demais híbridos, 25%.

Mas, em geral, as marcas chinesas fizeram um bom estoque na virada do ano e ainda não repassaram a elevação do tributo.

Valor - SP   12/08/2024

A Honda Motor e a Nissan Motor estão entre as montadoras japonesas que estão construindo cadeias de suprimento para plástico reciclado. O objetivo é tornar seus veículos mais ecológicos e atender às novas regulamentações europeias que estão por vir, segundo informações obtidas pelo "Nikkei Asia".

O plástico é um material essencial na produção de automóveis, utilizado principalmente em para-choques e componentes internos. De acordo com uma proposta da Comissão Europeia de 2023, pelo menos 25% do plástico em um veículo novo deve ser reciclado. Essa regulamentação entraria em vigor por completo a partir de 2031, levantando a possibilidade de que veículos novos que não estejam em conformidade sejam proibidos de serem vendidos na União Europeia.

Peças automotivas representaram apenas cerca de 3% de todo o plástico reciclado em novos produtos plásticos em 2022, segundo dados do Instituto de Gestão de Resíduos Plásticos, com sede em Tóquio. As montadoras no Japão enfrentam dificuldades para reciclar plásticos, dado o processo demorado de separação das peças plásticas após o sucateamento dos veículos.

A Honda pretende se associar a fabricantes de produtos químicos e empresas de reciclagem para criar uma cadeia de suprimento de plástico reciclado até cerca de 2040. Os planos incluem a redução dos tipos de plástico usados em novos carros em cerca de 60%, para seis ou sete tipos, facilitando o processo de separação nas estações de reciclagem. O Honda-e, primeiro veículo elétrico produzido em massa pela Honda, utilizava cerca de 25 tipos de plástico.

A Honda contará com a ajuda do Mitsubishi Chemical Group e da Toray Industries para transformar o plástico coletado em materiais adequados para uso em automóveis, já que impurezas poderiam afetar a resistência. Os parceiros esperam desenvolver e comercializar tecnologias para melhorar a qualidade do plástico reciclado a um nível comparável ao dos produtos existentes.

Outras empresas do setor automotivo também buscam utilizar plástico reciclado. A Nissan e sua parceira Renault lançarão uma iniciativa para reciclar plástico de veículos elétricos sucateados para uso em novos automóveis montados na Europa. A Nissan considera investir em uma unidade de reciclagem da Renault. O valor do investimento e outros detalhes devem ser definidos posteriormente.

A Toyota Motor estabeleceu uma meta de que o plástico reciclado represente 30% ou mais do plástico utilizado em novos veículos fabricados no Japão e na Europa, em peso, até 2030.

A série Land Cruiser 250 da Toyota, de veículos utilitários esportivos, possui assentos com tecido feito de garrafas plásticas coletadas internamente pela própria montadora. E, para o SUV compacto C-HR vendido na Europa, a Toyota praticamente dobrou o uso de plástico reciclado em comparação ao seu modelo anterior.

A Subaru pretende que materiais reciclados componham pelo menos 25% do plástico usado em novos modelos internos vendidos globalmente até 2030.

Custos mais altos são um obstáculo à adoção generalizada de peças automotivas de plástico reciclado. Em geral, o plástico reciclado é considerado entre 50% mais caro a até três vezes o custo do plástico convencional. Um aumento acentuado no uso de plástico reciclado pode pressionar os lucros das montadoras.

O governo japonês apoiará o esforço lançando uma entidade público-privada já em setembro. Com o Ministério do Meio Ambiente atuando como coordenador, espera-se que esse grupo seja composto por cerca de 10 organizações, incluindo a Associação de Fabricantes de Automóveis do Japão – da qual a Toyota e a Honda são membros – e o Instituto de Gestão de Resíduos Plásticos.

Os membros dessa nova entidade cooperarão em aspectos como o fornecimento de plástico reciclado. O ministério deve fornecer os investimentos necessários.

Diante da expectativa de regulamentações mais rígidas na Europa, marcas como Mercedes-Benz e BMW também estão se movendo para usar mais plástico reciclado. O mercado de materiais reciclados para automóveis, incluindo plástico, crescerá cerca de 60% em relação ao nível de 2022, atingindo US$ 3,9 bilhões em 2027, segundo dados da empresa de pesquisa MarketsandMarkets, com sede na Índia.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Monitor Digital - RJ   12/08/2024

Os preços dos imóveis residenciais no Brasil registraram a maior alta em uma década, segundo o Índice FipeZAP de Venda Residencial. O crescimento em julho foi de 0,76%, maior variação mensal desde 2014, quando o aumento foi de 0,77%. A alta do índice demonstra o aquecimento do mercado imobiliário nacional, com destaque para Santa Catarina, que tem as quatro cidades com o metro quadrado mais valorizado do país. Balneário Camboriú (0,90%) está no topo do ranking há mais de dois anos e tem o m² médio avaliado em R$ 13.379. Em segundo está Itapema (1,57%) com o preço do m² apenas R$ 213 menor do que a primeira do ranking, avaliado em R$ 13.166. Em terceiro e quarto estão Itajaí (1,36%) com o m² em R$ 11.438 e Florianópolis (0,75%) com R$ 11.426.

As cidades catarinenses não só lideram em termos de preço por metro quadrado, mas também apresentam uma valorização média que supera a média nacional. Florianópolis, por exemplo, acumulou uma valorização de 10,77% nos últimos 12 meses, enquanto Itajaí e Itapema registraram aumentos de 12,17% e 12,50%, respectivamente. Esses números reforçam a posição de Santa Catarina como um dos principais polos imobiliários para investimentos do país.

Até julho de 2024, a valorização acumulada dos preços residenciais no Brasil foi de 4,34%, bem acima da variação dos preços segundo o IGP-M/FGV 1,71% e também acima da inflação 2,79%, considerando o valor provisório de acordo com o IPCA até junho de 2024.

Com base no comportamento dos preços de venda de imóveis residenciais em 56 cidades brasileiras, o Índice FipeZAP registrou um aumento de 0,76% em julho de 2024. O resultado representou uma aceleração do índice em relação em junho (0,61%) e também a maior variação mensal do índice desde janeiro de 2014 (0,77%).

Até julho, o Índice FipeZAP de Venda Residencial acumulou uma valorização de 4.34% no ano, resultado que se manteve acima da variação dos preços da economia segundo o IGP-M/FGV (1,71%), assim como da inflação ao consumidor de 2,79%, considerando os resultados do IPCA no ano até junho de 2024 e o IPCA-15 de julho de 2024. Destacam-se em relação a a alta nominal nos preços residenciais as cidades de Curitiba (11,71%); João Pessoa (9,12%); Salvador (8,81%); Goiânia (7,47%); São Luís (7,36%).

Incorporando os últimos resultados mensais, o Índice FipeZAP registrou uma valorização acumulada de 6,53% em 12 meses, superando a variação do IGP-M/FGV (3,82%), bem como prévia da inflação ao consumidor, dada de forma provisória pelo comportamento do IPCA até junho de 2024 e do IPCA-15 em julho de 2024 (4,42%). Imóveis com um dormitório registraram valorização acima da média (6,50%), contrastando com a menor variação entre unidades com quatro ou mais dormitórios (5,58%).

Com base em informações da amostra de anúncios de imóveis residenciais para venda em julho de 2024, o preço médio calculado foi de R$ 9.082/m².

Já o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresentou queda de 0,18% em julho, marcando uma desaceleração em comparação com a taxa de 0,61% registrada em junho. Esse resultado contribuiu para reduzir a variação acumulada em 12 meses para 9,90% em julho de 2024, representando uma diminuição de 0,76 ponto percentual em relação aos 10,66% reportados no mês anterior, junho de 2024.

Entre junho e julho de 2024, o indicador apresentou mudanças expressivas nas principais capitais brasileiras. Em São Paulo, houve uma notável queda, com o índice passando de 3,55% em junho para -1,11% em julho. Em contraste, o Rio de Janeiro reverteu a queda registrada em junho e volta a acelerar, com o índice saindo de -5,01% em junho para 1,23% em julho. Belo Horizonte ainda continua registrando queda, com o Ivar passando de -2,76% para -0,71% no mesmo período. Por outro lado, Porto Alegre segue em aceleração, com o índice saindo de 0,77% para 0,88%.

A taxa interanual do aluguel residencial apresentou aceleração em duas das quatro cidades analisadas. Em Porto Alegre, a taxa subiu de 12,50% para 12,85%, refletindo o ritmo mais intenso de aumento dos aluguéis entre as cidades componentes do Ivar. No Rio de Janeiro, a variação anual avançou de 9,97% para 10,21%, indicando uma retomada no crescimento dos preços de aluguéis residenciais nessa região. Em contraste, Belo Horizonte registrou desaceleração significativa na taxa interanual, onde a taxa acumulada passou de 14,71% para 11,08%. Em São Paulo, a queda nos preços também foi significativa, com o índice saindo de 7,34% em junho para 6,53% em julho de 2024.

O Estado de S.Paulo - SP   12/08/2024

Os consumidores de alta renda, que ganham acima de R$ 15 mil mensais, são os que tem mais intenção de comprar imóveis no País nos próximos dois anos, de acordo com levantamento da consultoria Brain. Com demanda recorde nos últimos cinco anos, hoje mais de 50% desse público tem planos de adquirir imóveis, seja para sair do aluguel, se mudar para um imóvel maior ou ter uma residência com mais benefícios.

A alta renda busca mais apartamentos (42%) e casas em condomínios fechados (26%), ante 24% que desejam casas de rua. O resultado difere do desejo geral do mercado pela casa de rua, almejada por quatro em cada dez brasileiros.

Como a maioria do público busca por moradias novas e não compra imóveis apenas para diversificar investimentos financeiros, as incorporadoras e construtoras apostam na oferta do condomínio-clube, com espaço de lazer, academias, piscinas, mercadinhos e, os mais criativos, apostam em parques abertos ao público e vagas com ponto de recarga para carros elétricos.

Na visão do diretor de relações com investidores do Grupo Lopes e diretor-executivo da Lopes SP, Cyro Naufel, o mercado imobiliário atravessou diferentes momentos que culminaram no aumento de preços e também da procura por empreendimentos de alto padrão no Brasil, como a busca por imóveis maiores, o aumento de custos de construção e a elasticidade do bolso do consumidor de alta renda.

“Houve um descompasso grande entre produção e materiais de consumo e a demanda. Isso fez o custo explodir e foi repassado nas obras. Esse cenário privilegiou o Minha Casa Minha Vida, que não tinha repasse de custo até a última revisão”, diz Naufel. Segundo ele, no médio padrão, há uma limitação de crédito do consumidor.

Onde o incorporador via uma saída com mais segurança para atuar seria no alto e altíssimo padrão. “Esse cliente navega numa raia mais independente dos juros e do limite da renda e os empreendimentos de altíssimo padrão são os que oferecem maior margem para as empresas.”

Naufel, afirma ainda que os principais motivos que levam um cliente de alto padrão a comprar um imóvel são a localização, a segurança do condomínio e a exclusividade do projeto imobiliário. Apesar de a queda na taxa de juros estimular a compra ao reduzir a rentabilidade de aplicações financeiras, não é o fator determinante. O Grupo Lopes estima que o valor geral de vendas (VGV) de imóveis com preços acima de R$ 2,5 milhões tenha aumentado de 15% a 20% nos últimos 12 meses.

“O empreendimento de alto padrão, por definição, não é facilmente replicável. Para criar um apartamento de frente para o Parque do Ibirapuera, há raras oportunidades de conseguir um terreno com essa vista. Quando essa oportunidade aparece, ela é absorvida por esse cliente. A queda do juro auxilia e estimula a compra, porque juntava a fome com a vontade de comer. Mas, se passar a oportunidade, não terá outra daqui a um mês”, diz.

Segundo Gustavo Favaron, CEO do GRI Club, clube de relacionamento do setor imobiliário, a crescente demanda por imóveis de luxo está fortemente vinculada à oferta de serviços e comodidades que elevam o conforto dos moradores. “Condomínios de alto padrão que incluem praias artificiais, complexos esportivos e campos de golfe são exemplos de amenidades que atraem esse público, mas a segurança continua sendo o fator decisivo”, afirma Favaron.
Preços dos lançamentos

Os preços dos imóveis novos no País chegam a até R$ 5 milhões, em média, na cidade de Balneário Camboriú, que acumula lançamentos de luxo em edifícios com dezenas de andares. Mas os imóveis também têm preços médios elevados em outras regiões. Segundo dados da Brain, 16 cidades brasileiras tinham preços médios de lançamentos de imóveis acima do patamar de R$ 1 milhão. O litoral de Santa Catarina acumula municípios no ranking, segundo especialistas, devido à combinação de poucos terrenos para construção e abundância de lançamentos de unidades de luxo.

O CEO da Brain Inteligência Estratégica, Fábio Tadeu Araújo, destaca que o preço elevado do metro quadrado em capitais litorâneas como Vitória e Florianópolis está diretamente ligado à escassez de terrenos à beira-mar. “Essas áreas são valorizadas não apenas pela vista, mas também pela limitada disponibilidade de terrenos, o que eleva os preços tanto de novos lançamentos quanto de imóveis já existentes”, explica Araújo. A combinação da demanda pela vista e a falta de espaço disponível torna essas cidades algumas das mais caras do Brasil.

Além da falta de terrenos, Araújo aponta outros fatores que influenciam o preço dos imóveis em regiões valorizadas, como a legislação urbanística e o valor da outorga onerosa, que é a taxa paga para aumentar o potencial construtivo de um terreno. Essas variáveis tornam desafiador o lançamento de projetos mais acessíveis, especialmente em áreas restritas, como Vitória, com seu território limitado, e Florianópolis, onde as questões ambientais também impõem barreiras ao desenvolvimento de grandes empreendimentos.

Em São Paulo, bairros como Moema, Morumbi, Vila Nova Conceição, Jardim Paulistano, Alto de Pinheiros e Vila Madalena têm se destacado pela valorização imobiliária. Segundo Favaron, o número de unidades vendidas nesses locais cresceu 40% no último ano. Fora da capital paulista, cidades como Balneário Camboriú, Itajaí, Itapema, Brasília e Curitiba também têm registrado um aumento significativo na construção de empreendimentos de luxo, o que se reflete nos preços elevados do metro quadrado nessas cidades.

No ranking da Brain, Vila Uberabinha, na região de Moema, lidera com o maior preço médio em lançamentos de imóveis em junho deste ano, seguido pelos Jardins e pela Chácara Itaim, área do Itaim Bibi mais próxima ao Parque do Povo.

Compra de imóvel como investimento

Um estudo conduzido pela Loft, em parceria com a Offerwise, aponta que 29% dos brasileiros têm a intenção de adquirir um imóvel no decorrer dos próximos 12 meses, visando principalmente o investimento nesse tipo de ativo. O porcentual supera ligeiramente aqueles que desejam comprar uma residência para uso próprio, que somam 27%.

Dentre os interessados em investir em imóveis, os millennials em situação socioeconômica mais favorável despontam como o grupo mais ativo nessa busca. A pesquisa destaca que indivíduos na faixa etária de 25 a 34 anos demonstram maior inclinação para o investimento imobiliário, especialmente aqueles com nível superior de educação, casados e integrantes das classes A e B.

Além da compra para investimento, os participantes do estudo mencionaram outros objetivos, permitindo múltiplas respostas. Entre eles, a aquisição de uma segunda residência foi citada por 11%, enquanto a construção de patrimônio e a compra para locação foram apontadas por 11% e 10% dos entrevistados, respectivamente, ambos os propósitos também relacionados à perspectiva de investimento.

Valor - SP   12/08/2024

Atualização de faixas de renda do programa habitacional também é benéfica para incorporadoras

Portaria do Ministério das Cidades, publicada na sexta-feira (9), reajustou os valores das faixas de renda do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Uma atualização como essa já era esperada pelo setor imobiliário desde o ano passado.

A lei que instituiu a volta do programa, que durante a gestão federal anterior passou a se chamar Casa Verde e Amarela, é de julho de 2022, e prevê uma atualização anual do valor. Desde então, no entanto, os valores das faixas de renda eram os mesmos.

A partir de agora, o limite de renda para a faixa inicial sobe de R$ 2.640 para R$ 2.850. A segunda faixa chega a até R$ 4.700 de renda familiar, ante um limite de R$ 4.400 na classificação anterior. O aumento acompanha a valorização do salário mínimo.

A terceira e última faixa do programa, para renda de R$ 8 mil, não foi alterada.

Em nota, a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) ressalta que a mudança se aplica inicialmente aos financiamentos do MCMV feitos com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS), mas que está prevista uma extensão também aos financiamentos com recursos do FGTS. O programa opera com as duas origens de recurso. “Esperamos que seja rapidamente aprovada pelo Conselho Curador do fundo”, afirma a entidade.

Ricardo Gontijo, presidente da incorporadora Direcional, diz que a perspectiva é que o conselho do fundo aprove a medida na próxima reunião, em setembro.

A mudança na faixa faz com que mais pessoas acessem condições melhores de financiamento para a casa própria. Na faixa 1 do MCMV, a taxa de juros fica entre 4% e 4,5% ao ano, e o comprador consegue incluir um subsídio de até R$ 55 mil. Para a faixa 2, o subsídio é o mesmo, mas os juros vão de 5% a 7,66%. A faixa 3 não tem subsídio. Sua taxa de juros é de até 8,66% ao ano.

Como comparação, bancos públicos têm cobrado algo próximo de 10% ao ano no financiamento imobiliário. Nos privados, a taxa fica em torno de 11%.

Gontijo aponta que a mudança nas faixas faz com que uma família que ganha R$ 2.700, logo acima do novo corte, possa adquirir um imóvel até 6% mais caro do que antes. É um ganho de R$ 8.700 na sua capacidade de compra. Na faixa 2, o incremento para uma família com renda de R$ 4.500 é ainda maior, de 13%, ou R$ 22.500.

Ygor Altero, analista de mercado imobiliário da XP, afirma que todas as incorporadoras listadas que atuam no MCMV serão beneficiadas pela alteração. A Cury e a Direcional são menos beneficiadas do que outras, no entanto, por terem maior exposição à faixa 3 do que suas concorrentes.

As incorporadoras podem optar por elevar o preço das unidades, dado o ganho de poder de compra do consumidor, e por reduzir sua carteira de pró-soluto, o financiamento feito diretamente pela empresa ao cliente, para complementar sua capacidade de compra. Gontijo afirma que a Direcional deve seguir outra linha, apostando em aumentar a velocidade de vendas.

Mesmo com quase 40% de suas vendas fora das faixas 1 e 2 do programa, o executivo não apoia uma elevação futura para a terceira faixa de renda do MCMV. “É importante ser lúcido, sabemos que o volume de recursos do FGTS destinado para habitação é limitado”, diz.

Na quinta-feira (8), o Conselho Curador do fundo aprovou um suplemento de R$ 22 bilhões para o orçamento destinado à habitação neste ano, que agora será de R$ 140 bilhões. Do total disponível anteriormente, 74% já estava comprometido.

Para Altero, a necessidade de um suplemento mostra que o segmento de baixa renda continua “bem aquecido”, embora ressalte que é difícil pensar em manter o orçamento nesse patamar no longo prazo.

Valor - SP   12/08/2024

Se confirmado, número representa crescimento de 22% em relação às unidades entregues no ano passado

Lançado inicialmente em 2009, no segundo mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o programa Minha Casa, Minha Vida tem como meta para 2024 a contratação de 600 mil novas moradias. Se confirmada a expectativa, será um aumento de 22% frente às 491 mil unidades de 2023.

Para 2024, estão previstos R$ 127,6 bilhões para habitação. O valor inclui os R$ 22 bilhões aprovados na última semana pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) a pedido do Ministério das Cidades.

A iniciativa tinha sido extinta pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2020 e substituída pelo Casa Verde e Amarela, mas foi retomada em janeiro de 2023, início da nova gestão do governo Lula.

Nessa nova versão, o governo anunciou a intenção de “avançar em termos da melhor localização dos empreendimentos habitacionais, garantindo a proximidade ao comércio, a equipamentos públicos e acesso ao transporte público”, uma das principais críticas de especialistas ao programa.

O público-alvo é formado por famílias com renda bruta mensal de até R$ 8 mil, em áreas urbanas, ou de até R$ 96 mil de renda anual, em áreas rurais, divididas em três faixas de renda. Na última semana, o governo reajustou os limites para a faixa 1 (de R$ 2.640 para R$ 2.850) e faixa 2 (de R$ 4.400 para R$ 4.700). Há também uma série de critérios de prioridade de atendimento, como famílias lideradas por mulheres e com presença de idosos ou crianças, por exemplo.

O déficit habitacional no Brasil é estimado em 6,2 milhões de domicílios pela Fundação João Pinheiro. O número inclui ônus excessivo com aluguel urbano - despesa acima de 30% da renda, entre os que ganham até três salários mínimos -, que respondem por 52,2% do déficit, situações de habitação precária (27,1% do déficit) e coabitação (20,8%).

Após a tragédia no Rio Grande do Sul, foi lançada iniciativa para contratar 11.500 novas unidades em dez municípios do Estado, que estejam com situação de emergência ou estado de calamidade reconhecidos pelo governo federal.

Para o urbanista Adauto Lucio Cardoso, a decisão sobre o local dos empreendimentos do Minha Casa Minha Vida deveria ser o início do planejamento, considerando acesso a infraestrutura e transporte e também a proximidade com o mercado de trabalho, tratada no estudo dos economistas. “No modelo tradicional, a iniciativa é das construtoras, que montam projetos e escolhem terrenos para ampliar lucro”, diz.

NAVAL

Portal Fator Brasil - RJ   12/08/2024

Indicador teve alta de 22,72% nos seis primeiros meses deste ano frente aos dados apurados no mesmo período de 2023. Das 644,76 milhões de toneladas de cargas movimentadas no primeiro semestre deste ano, 413,2 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2024 foram transportadas por Terminais de Uso Privado (TUPs), destaque para o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (MA), que registrou crescimento de 6,47%, com 74,7 milhões de toneladas movimentadas. O porto pertencente a mineradora Vale.

Responsável por 95% do comércio internacional, os portos brasileiros continuam em plena expansão na movimentação de produtos que abastecem o país e boa parte do mundo. No primeiro semestre deste ano, o modal portuário registrou crescimento de 4,28%, movimentando 644,76 milhões de toneladas de cargas. O resultado foi apresentado no dia 07 de agosto (quarta-feira) durante cerimônia de divulgação dos dados estatísticos da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, ressaltou a importância dos complexos portuários brasileiros para o crescimento da economia do país. —O Brasil voltou a crescer e precisamos investir cada vez mais nos nossos portos públicos, melhorar a governança, a infraestrutura operacional, investindo em nas dragagens, melhorar a inteligência dos nossos portos, porque isso vai gerar competitividade e mais operações para nós—.

Sobre leilões, o ministro falou que serão mais de 33 nos próximos três anos. —O que equivale a mais de 15 bilhões de reais de investimentos. Nós temos uma carteira do Novo Pac na ordem de R$ 70 bilhões e, nessa carteira, em torno de 60 bilhões é com a iniciativa privada, dos quais já temos mais de 30 bilhões contratados, porque estamos trabalhando para acelerar os investimentos —explicou.

De acordo com dados divulgados pela Antaq, o aumento do setor foi impulsionado principalmente por cargas conteinerizadas e pelo crescimento no transporte de granéis sólidos e líquidos. De janeiro a junho deste ano, as cargas conteinerizadas apresentaram recorde para o período, atingindo movimentação de 73,3 milhões de toneladas. O resultado representa aumento de 22,72% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Os granéis sólidos, que representam cerca de 60% de tudo que é movimentado pelos portos, tiveram alta de 3,65% frente ao primeiro semestre de 2023. No período, foram registradas 383 milhões de toneladas de cargas movimentadas. O indicador apresentou o melhor resultado para o semestre desde 2010.

Os granéis líquidos e Gasosos ficaram com indicadores estabilizados nos seis primeiros meses deste ano, com 158,58 milhões de toneladas, em comparação com o mesmo período de 2023, com crescimento de 0,02%. Por sua vez, as cargas gerais apresentaram um recuo de 2,02% durante os primeiros seis meses do ano frente a 2023, com 29,87 milhões de toneladas.

Recorte por região — Os portos localizados na região Sudeste apresentaram os melhores resultados no semestre. Com 322,5 milhões de toneladas movimentadas, o estado registrou alta de 6,1% no indicador. O destaque foram as movimentações de petróleo e derivados — sem óleo bruto (+19,62%) e o minério de ferro (+10%).

Os complexos portuários da região Sul movimentaram 90,8 milhões de toneladas de cargas nos primeiros seis meses do ano. O valor corresponde a um crescimento de 4,6%, com altas predominantes no transporte de açúcar (+77,60%) e soja (+18,31%).

O Nordeste, que representa 23,1% de tudo que é movimentado no país, cresceu 4,1% no transporte de cargas, com 149,2 milhões de toneladas. O valor corresponde ao período de janeiro a junho deste ano na comparação com os mesmos meses de 2023. Os itens com maiores movimentação no período foram ferro (+6,16%) e petróleo e derivados (+2,38%).

Já no Norte, por sua vez, foram movimentados 79,5 milhões de toneladas de cargas, um acréscimo de 0,6% nos seis primeiros meses de 2024. Os dois destaques foram milho (+17,92%) e bauxita (+3,16%).

Terminais de Uso Privado (TUPs), em destaque— Das 644,76 milhões de toneladas de cargas movimentadas no primeiro semestre deste ano, 413,2 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2024 foram transportadas por Terminais de Uso Privado (TUPs), o que representa 64% de tudo que é movimentado no setor portuário. O número representa um aumento de 2,12% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Entre os TUPs que mais movimentaram no semestre, destaque para: Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (MA), que registrou crescimento de 6,47%, com 74,7 milhões de toneladas movimentadas. O porto pertencente mineradora Vale.

Entre os portos públicos, o maior complexo portuário da América Latina, o Porto de Santos, apresentou o maior volume de movimentação no semestre, com 68,6 milhões de toneladas, registrando um aumento de 8,42% frente ao mesmo período de 2023. O porto foi responsável por movimentar 10,6% do total de produtos transportados no país.

Os portos públicos movimentaram 231,6 milhões de toneladas nos primeiros seis meses do ano. O valor foi 8,37% superior ao total movimentando no mesmo período do ano anterior.

O Estado de S.Paulo - SP   12/08/2024

Cresce a pressão para ser tirada do papel a licitação de novo terminal de contêineres na área do Porto de Santos para desafogar a movimentação de cargas no maior porto da América Latina. Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), que fez uma auditoria sobre a paralisação do processo há quase dois anos, solicitou que o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e a Autoridade do Porto de Santos (APS) retomem a licitação do terminal STS10, na região do Saboó, em até 30 dias, conforme informação obtida pelo Estadão.

Ao mesmo tempo, o relatório determina que seja encerrado o contrato do Ecoporto, um terminal de contêiner de pequeno porte e que desde junho de 2023 opera precariamente, por despacho decisório da APS, em parte da área reservada para o STS10. A indicação do TCU é que seja firmado um contrato de transição, que tem prazo de 180 dias e não é renovável, com o Ecoporto. O STS10 tem capacidade prevista de movimentação superior a 2 milhões de TEUs por ano.

Conforme o despacho do TCU ao MPor, fica determinada “a imediata retomada da licitação da área disponível do Saboó para a movimentação de contêineres (STS10)”. Observa que isso deve ocorrer no prazo de 30 dias no caso de não haver demonstração objetiva e definitiva, fundamentada em documento técnico, que considere aspectos econômicos, financeiros, técnicos e jurídicos, que comprove a vantajosidade da adoção de solução diversa, pela via licitatória, à do STS10. O terminal, aponta, na área do Saboó, visa solucionar o problema de falta de capacidade de movimentação de contêineres no Porto de Santos.

O documento do TCU propõe encaminhar à APS, à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e ao MPor o relatório para apresentar os comentários dos gestores sobre propostas tanto para o STS10 quanto para o Ecoporto. E determina que APS e Antaq, “com fundamento no art. 4º, inciso II, da Resolução TCU 315, de 2020", tomem as medidas necessárias, dentro de suas competências, para promover a regularização jurídica do Ecoporto, no prazo improrrogável de 30 dias corridos”.

O Estadão apurou que a APS recebeu a solicitação do TCU no início de agosto, mas não considerou retomar o processo de licitação no prazo determinado. Num documento de 20 páginas à Corte, com ilustrações, teceu vários argumentos sobre a complexidade em adotar todas as medidas requeridas no relatório relativas ao porto, entre elas a retomada do STS10 no prazo estipulado.

A APS faz uma crítica ao tribunal, alegando que, desde 2022, o projeto do terminal foi preterido, considerando a desestatização do porto, e que “não gerou desde então maiores questionamentos ou interrogações por parte do tribunal, como ora verificado”.

A privatização do porto foi descartada pelo novo governo federal, a partir de 2023, e, com isso, relegado o projeto de construção do novo terminal de contêineres em Santos. A resposta da APS contesta as conclusões do relatório, ao afirmar que “diversos documentos e informações importantes foram ignorados, ou teriam passado desapercebidos pela análise da equipe técnica do Tribunal”.

Procurada, a APS, por meio da assessoria, minimizou a importância do relatório do TCU, dizendo que houve apenas um parecer do setor técnico do órgão, com recomendações ao MPor e fazendo sugestões. Que após consultar a APS, o ministério acatou suas explicações e informou ao tribunal que o porto “opera normalmente, com eficiência, e consegue atender a demanda”. E que com projetos de expansão e outros investimentos públicos e privados em curso poderá garantir atendimento da demanda de cargas, inclusive contêineres, até depois de 2030.

O TCU informou, via assessoria, que não faria comentários adicionais sobre o processo, pois não há decisão do Tribunal ou documentos públicos no momento. O assunto está na relatoria do ministro Jhonatan de Jesus.

A retomada da licitação do STS10 ganhou apoio de entidades ligadas a donos de cargas que utilizam o porto santista para, principalmente, exportações. Ações urgentes são pedidas pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), além do Centro Nacional de Navegação Transatlântica (Centronave), de armadores de contêineres, e do Cecafé, dos exportadores de café.

O Estadão teve acesso aos ofícios encaminhados pela entidade da indústria paulista aos ministros da Casa Civil e do MPor explicando os gargalos existentes no porto santista e pedindo soluções, como a do novo terminal.

No documento, assinado por Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, a entidade destaca que a utilização da capacidade para movimentar contêineres em Santos já atinge 93%, patamar considerado preocupante e que requer ações para saná-lo ou minimizá-lo no curto e médio prazo. Ressalta que esse porcentual está substancialmente acima dos 70% recomendados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para assegurar eficiência operacional nas operações portuárias.

A proposta do STS10 é a única existente hoje para se erguer um novo terminal de contêiner em Santos. O último projeto instalado é de 2013. A licitação está paralisada desde 2022 e a sua retomada é de responsabilidade da APS, a antiga Codesp, que é a gestora do porto e recebeu essa autonomia neste ano do novo ministro do MPor, Sílvio Costa Filho, que substituiu Márcio França.

Segundo aponta a Fiesp, o STS10 tem capacidade projetada de 2,3 milhões de TEUs ao ano e traria o porto de volta para a zona de eficiência operacional na movimentação desse tipo de carga. “Por isso, é preciso acelerar o processo de concessão desse terminal”, ressalta. E acrescenta: o porto santista dispõe de capacidade para movimentar 5,3 milhões de TEUs ao ano, mas que já atingiu 5 milhões de TEUs no ao passado.

A entidade pede no documento que deve ser preservada a área originalmente prevista para o terminal, no Saboó, de forma a aproveitar ganhos de escala com um terminal de grande porte como o STS10. Chegou-se a cogitar transferi-lo para o final do canal, na Vila dos Criadores, local com vários problemas - desde ambientais a fundiários - e dividir a área do Saboó entre o Ecoporto e um novo terminal de embarque de passageiros.

Outro ponto destacado pela Fiesp é a dragagem do canal do porto santista. Conforme aponta, hoje o calado alcança o máximo de 14,5 metros, criando restrições à passagem de navios porta-contêineres de grande porte, como a classe New Panamax. Para recebê-los, sem limites de peso e navegação, o mínimo teria de ser de 16 metros. “A operação com navios menores ou com carregamento abaixo da capacidade é mais cara e menos eficiente”, afirma.

A Fiesp diz que a ampliação de investimentos no Porto de Santos é importante, mas pede atenção para a necessidade, urgente, da priorização pela APS nas áreas de movimentação de contêineres, “sob pena de perda de capacidade de atender a demanda de cargas de Santos para outros portos e regiões”. Aponta que o STS10, conforme auditoria do TCU, em março deste ano, não deve ter a área destinada a ele fatiada, como se cogitou, em três partes e usada para outras finalidades. “O relatório do tribunal apresenta argumentos a respeito do “estrangulamento futuro da infraestrutura do porto e os auditores também apontam prejuízos se o porto não tiver um novo terminal de contêineres”, observa.

PETROLÍFERO

Valor - SP   12/08/2024

Fluxo de caixa é importante para novos projetos e pagamento de dividendos, mas prejuízo traz sinais a mercado, dizem especialistas

O prejuízo de R$ 2,6 bilhões apurado pela Petrobras no segundo trimestre de 2024, o primeiro em quase quatro anos, joga luz sobre os desafios que a estatal terá que enfrentar a curto e médio prazos. Um deles é a necessidade de realizar investimentos que sejam sustentáveis do ponto de vista financeiro ante a pressão do governo para que a empresa acelere desembolsos, incluindo áreas consideradas pouco rentáveis por especialistas. Para investir mais, a empresa precisa ter um balanço saudável, apoiado em forte geração de caixa, e um portfólio com projetos que garantam retorno aos acionistas.

O resultado negativo da Petrobras, divulgado na quinta-feira (8), foi motivado por fatores extraordinários, caso da valorização do dólar e de um acordo tributário com o Ministério da Fazenda. A administração da Petrobras se preocupou em alinhar discurso segundo o qual o prejuízo não tinha efeito no caixa da companhia. Do ponto de vista operacional, porém, houve quem considerasse que o resultado poderia ter sido melhor.

Foi o primeiro resultado da Petrobras sob a gestão de Magda Chambriard, que chegou à empresa em maio com a missão de acelerar investimentos em áreas como refino, gás natural, fertilizantes e petroquímica.

Marcelo de Assis, consultor do mercado de óleo e gás, diz que ainda existem incógnitas sobre investimentos, como a volta à refinaria de Mataripe (BA), o reingresso no mercado de fertilizantes e a compra da fatia da Braskem detida pela Novonor. Essas intenções devem ficar mais claras perto do fim do ano, quando será divulgado o plano estratégico 2025-2029.

Acionistas da estatal, diz Assis, temem a reedição de medidas de governos petistas anteriores, as quais levaram a empresa a se alavancar muito, chegando a ser considerada a empresa mais endividada do mundo. O movimento ocorreu em cenário de represamento dos preços dos combustíveis. Na atual gestão, a Petrobras tem demorado para aumentar a gasolina e o diesel, argumentando que procura não repassar volatilidades de curto prazo aos preços.

Na sexta-feira (9), Chambriard disse que o foco da empresa “foi e continuará sendo” exploração e produção de petróleo e gás, mas a empresa vai buscar investir em energia limpa, de olho na descarbonização e diversificação de fontes. Vai também apostar em projetos de fertilizantes e de refinarias.

Em meio às dúvidas, a Petrobras reduziu a projeção de investimentos para este ano. O plano estratégico 2024-2028 prevê US$ 18,5 bilhões, mas a estatal anunciou agora meta de US$ 13,5 bilhões a US$ 14,5 bilhões. Segundo Renata Baruzzi, diretora de engenharia, tecnologia e inovação da estatal, uma mudança nos contratos com fornecedores causou descasamento entre o pagamento financeiro e marcos físicos em alguns projetos. A empresa pagava as obras de acordo com o avanço físico, mas agora estabeleceu nos contratos o cumprimento de marcos que garantam a entrega dos produtos em questão.

Ainda existem incógnitas sobre investimentos, como a refinaria de Mataripe”

— Marcelo de Assis

“Antigamente, ficavam muitas pendências. Agora temos certeza que estamos pagando por algo acabado. Se eles [os fornecedores] não concluírem os marcos, não conseguimos pagar. Então existe esse descasamento”, disse Baruzzi.

Outro foco de atenção é a remuneração aos acionistas. Fonte a par do tema disse que o critério principal para que os dividendos sejam pagos é o fluxo de caixa livre e não o lucro. O fluxo de caixa, disse a fonte, é medida financeira, utilizada com mais frequência por empresas de commodities para calcular os dividendos, pois não considera fatores como depreciação de ativos e amortização de dívidas.

Já o lucro líquido é um resultado contábil, obtido após diversas deduções. Por essa razão, explicou, se a Petrobras calculasse o dividendo com base no lucro líquido, ao registrar prejuízo, não pagaria dividendos mesmo com dinheiro em caixa para pagar os acionistas. Parte dos dividendos anunciados na semana passada foi garantida com o uso de uma reserva de capital criada pela Petrobras em 2023.

Ilan Arbetman, analista da Ativa, ressalta que havia inquietude no mercado por um possível não pagamento de dividendos extraordinários no futuro ao se usar a reserva de capital agora no segundo trimestre. A medida foi descartada pela estatal, que alegou questões pontuais para uso da reserva.

O Estado de S.Paulo - SP   12/08/2024

O declínio do maior campo do Brasil, Tupi, vai elevar o campo de Búzios à posição de maior campo produtor do País, que deve ultrapassar a produção de 1 milhão de óleo equivalente por dia (boed) no terceiro trimestre de 2025, volume que Tupi chegou a tocar, disse nesta sexta-feira, 9, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.

“Vamos chegar a 1 milhão de barris em Búzios, mas vamos superar esse volume, e este campo vai ficar na história. É disparado o maior campo do Brasil. Temos mais cinco plataformas contratadas chegando e vamos contratar mais para Búzios. Aguardem Búzios, será uma marca importante para o Brasil”, destacou a executiva durante coletiva de imprensa para comentar o resultado do segundo trimestre do ano.

Presente no evento, o diretor de Exploração e Produção da estatal, Wagner Victer, nomeado gerente executivo do campo de Búzios recentemente, mas que está substituindo a diretora da área que está em férias, Sylvia Anjos, disse que o campo de Búzios é desafiador.

“Conseguimos anuência do Ibama recentemente para fazer a ampliação da (FPSO) Almirante Barroso em cerca de 20 mil barris e já estamos no processo de ramp up (rampa de produção). Nesse momento Búzios está com 648 mil barris, mas vamos fazer uma parada programada da (FPSO) P-74. Com essa parada, que retornamos dia 14 de agosto com ramp up, muito em breve estaremos atingindo 800 mil barris”, disse Victer.

De acordo com o executivo, com a chegada da FPSO Almirante Tamandaré, que saiu há uma semana de estaleiro da China rumo ao Brasil, a expectativa é de que a previsão de atingir 1 milhão de boed sejaantecipada.

“Não há nenhuma dúvida agora, com a vinda do Almirante Tamandaré, que apesar de estar colocado no Plano Estratégico 2024-28 que seria entre 2026-27 o 1 milhão de Búzios, vamos estar atingindo em boed no terceiro trimestre de 2025, mas vamos colocar como meta 1 milhão de óleo quando o Almirante Tamandaré chegar”, informou Victer, ressaltando que a unidade será a maior do Brasil, com capacidade de produzir 225 mil boed.

Petro Notícias - SP   12/08/2024

A presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, anunciou agora há pouco o início de operação do gasoduto Rota 3. A inauguração do projeto é aguardada há anos pelo setor de óleo e gás e pela indústria, pois permitirá trazer mais gás do pré-sal brasileiro para o continente. O gasoduto Rota 3 possui aproximadamente 355 km de extensão total, sendo 307 km referentes ao trecho marítimo e 48 km referentes ao trecho terrestre, e escoará gás natural do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos até o Polo Gaslub (antigo Comperj), em Itaboraí (RJ), onde está localizada uma Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN).

“À sociedade, nós vamos continuar a dar boas notícias. Nesse sentido, já adiantamos que hoje anunciaremos o início da operação do gasoduto Rota 3, uma entrega extremamente relevante para o estado do Rio de Janeiro e para o aumento da disponibilidade de gás natural em todo o território brasileiro. Temos muitos projetos que nos permitirão cumprir nosso papel relevante na economia nacional, projetos que trarão retornos importantes para a sociedade e para todos os nossos acionistas”, afirmou Magda nesta sexta-feira (9), durante entrevista coletiva para detalhar os resultados financeiros da empresa no segundo trimestre. O Rota 3 terá capacidade para transportar até 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia.

Conforme noticiamos ontem (8), um marco importante para o início do projeto foi alcançada, após a Agência Nacional do Petróleo (ANP) autorizar a operação de quatro unidades auxiliares do Polo GasLub, o antigo Comperj, localizado em Itaboraí (RJ). O aval dado pelo órgão regulador permitirá a integração do polo com o gasoduto Rota 3, por meio de uma solução técnica chamada de pressurização reversa.

Ainda durante a entrevista coletiva desta tarde, a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobrás, Renata Baruzzi, também acrescentou que as obras da UPNG do Polo Gaslub estão avançando bem, com a previsão de finalizar algumas etapas ainda neste mês. A expectativa é que a planta inicie sua operação ainda no terceiro trimestre.

“Devemos concluir a completação mecânica ainda no mês de agosto. Ontem, recebemos a notícia de que a ANP autorizou a pressurização reversa, que é um passo importante para que possamos dar partida na planta. Portanto, ainda no terceiro trimestre, vamos iniciar a operação dessa planta e começar a trazer gás através da Rota 3”, disse. A UPGN do Polo Gaslub possuirá dois trens, cada um com capacidade de 10,5 milhões de metros cúbicos por dia. Após o início da operação do trem 1, a inauguração do trem 2 está prevista para aproximadamente um mês depois.

A Petrobrás planeja ainda instalar uma nova usina térmica no Gaslub, com capacidade para gerar 400 MW. O diretor substituto de Exploração e Produção da companhia, Wagner Victer, mencionou que no dia 14 ocorrerá uma audiência pública para discutir a licença prévia da planta. Segundo ele, apesar de ainda não haver um cronograma para o leilão de térmicas do governo, a Petrobrás já está preparando-se para atender aos requisitos, aproveitando a infraestrutura de transmissão existente na região de Itaboraí.

Portal Fator Brasil - RJ   12/08/2024

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) estima que a produção brasileira de petróleo atingirá cerca de 4,5 milhões de barris por dia até o fim da década. Deste modo, espera-se que as exportações acompanhem esse crescimento e alcancem 2,5 milhões de barris por dia (b/d), ante 1,9 milhão b/d até o momento em 2024, reforçando a sua relevância na balança comercial.

O instituto observa que nos sete primeiros meses deste ano, o Brasil exportou 403 milhões de barris de petróleo bruto, volume 26% superior ao 319 milhões de barris do mesmo período do ano passado. Em termos monetários, as exportações de petróleo bruto contribuíram com US$ 27,8 bilhões para a balança comercial brasileira, ante US$ 22,2 bilhões entre janeiro e julho de 2023, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

— Diante da queda do preço internacional da soja e se confirmando a manutenção das exportações de petróleo nos patamares vistos este ano, este caminha para ultrapassar a marca de US$ 50 bilhões em 2024, atingindo o posto de principal produto da pauta exportadora do Brasil— conclui.

Petro Notícias - SP   12/08/2024

A SBM Offshore concluiu uma nova etapa nas obras do FPSO Alexandre de Gusmão, que será instalado no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos. A empresa holandesa anunciou nesta semana que a campanha de içamento dos módulos de topside do navio foi concluída com sucesso. Já as atividades de integração e comissionamento continuam a avançar conforme o planejado. O FPSO, que está sendo construído na China, deve entrar em operação no Brasil no ano de 2025.

O FPSO será instalado a aproximadamente 160 quilômetros da costa do Rio de Janeiro e será afretado pela SBM à Petrobras por um período de 22 anos e seis meses. Este navio-plataforma terá uma capacidade de produção de 180 mil barris de óleo por dia e compressão de 12 milhões de metros cúbicos de gás por dia.

O projeto inclui a interligação de 15 poços ao FPSO, dos quais oito serão produtores de óleo, seis injetores de água e gás, e um poço será conversível de produtor para injetor de gás. Essa interligação será feita através de uma infraestrutura submarina composta por dutos rígidos de produção e injeção, além de dutos flexíveis de serviços.

Localizado na área de Libra, o campo de Mero é o terceiro maior do pré-sal e é operado pela Petrobrás (40%) em parceria com a Shell Brasil Petróleo (20%), TotalEnergies EP Brasil (20%), CNODC Brasil Petróleo e Gás (10%), CNOOC Petroleum Brasil (10%), e a Pré-Sal Petróleo (PPSA), que atua como gestora do contrato.

Valor - SP   12/08/2024

O aval está previsto para quinta-feira (15) em reunião do Conselho Nacional de Pesquisa Energética

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve aprovar neste mês a licitação de dois novos blocos de petróleo na bacia de Santos (SP), chamados de Rubi e Granada. Os dois ativos devem ser licitados sob o regime de partilha, quando a produção é dividida entre União e empresas.

O aval está previsto para quinta-feira (15) em reunião do CNPE (Conselho Nacional de Pesquisa Energética). O colegiado reúne diferentes ministros do governo, como Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, que o preside, Rui Costa, da Casa Civil, e Fernando Haddad, Fazenda.

De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo), a área total tem cerca 1.200 km² e seu potencial petrolífero foi estimado em um volume riscado médio total (produção passível de ser extraída) de 2,1 bilhões de barris de óleo equivalente.

Além disso, o CNPE deve aprovar uma resolução que determina a participação da Petrobras no bloco de Jaspe, na bacia de Campos (RJ), que também será ofertado sob o regime de partilha de produção. A estatal comunicou ao CNPE oficialmente em janeiro o interesse do direito de preferência no ativo, que está no plano estratégico da empresa e tem volume riscado médio total estimado de 448 milhões de barris de óleo equivalente.

As aprovações são feitas em meio ao fortalecimento do discurso da gestão Lula em defesa do petróleo, apesar de o governo defender internacionalmente que o mundo se afaste dos combustíveis fósseis.

O discurso oficial cada vez mais consolidado é que a riqueza gerada pela atividade é importante inclusive para a transição energética, apesar de o governo não ter um plano formal para essa destinação e o argumento ser visto com ceticismo por ambientalistas.

Silveira voltou a defender na sexta-feira (9) a exploração, dizendo que a demanda vai permanecer existindo em todo o mundo.

“Não adianta o Brasil deixar de produzir petróleo e a demanda continuar. Porque aí ou o Brasil vai comprar, importar e perder soberania, ou o Brasil vai deixar de vender. Porque o mundo vai continuar tendo demanda. Então nós precisamos de ter bom senso e equilíbrio para poder desenvolver o Brasil”, disse.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, também reiterou na sexta a investidores a defesa pela expansão petrolífera no Brasil e disse que o pré-sal é uma riqueza incontestável para o país. “É muito importante que se diga que, sem reposição de reserva de petróleo e gás, a Petrobras estaria fadada ao insucesso”, afirmou em apresentação sobre os resultados do trimestre.

Ela disse que os ativos de óleo e gás no Sudeste continuam tendo oportunidades de exploração, citou como promissora a atividade na bacia de Pelotas, no Sul do Brasil, e aproveitou para chamar a atenção para a chamada Margem Equatorial --o principal interesse da estatal para expandir suas reservas.

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) já negou a licença de perfuração na região em 2023, dizendo que não havia sido apresentada a Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) e que tinha identificado inconsistências preocupantes para a operação segura na região. Agora, vem sofrendo pressão do governo recuar dar o aval.

“Embora ainda existam oportunidades exploratórias no pré-sal e nas bacias do Sudeste, nós não podemos renunciar à exploração responsável das bacias da Margem Equatorial brasileira”, afirmou.

“É fundamental para a Petrobras e para o Brasil que obtenhamos licença para perfurar os poços exploratórios necessários. Isso porque, se confirmado o potencial da área, serão absolutamente incontestes para a sociedade os resultados em termos de emprego e renda”, disse.

O governo e a Petrobras também argumentam que a atividade no pré-sal brasileiro gera menos gases de efeito estufa do que outros pontos de exploração de petróleo. O discurso é que esses indicadores, somados ao fato de que o mundo continua usando combustíveis fósseis, fariam o país, na verdade, contribuir para a diminuição das emissões em escala global.

A Petrobras diz que certos campos do pré-sal, como Tupi e Búzios, geram 10 kg de gás carbônico equivalente por barril, enquanto a média da indústria global é de 17,2 kg. “O portfólio do futuro para a indústria de óleo e gás será composto por companhias que sejam capazes de produzir em larga escala, com baixos custos e baixas emissões”, afirma a estatal.

Além das decisões ligadas a blocos de petróleo, o CNPE deve aprovar medidas voltadas à descarbonização em óleo e gás e autorizar um grupo de trabalho a elaborar diretrizes para o mercado nacional de combustíveis de aviação.

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