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12 de Julho de 2023

SIDERURGIA

Valor - SP   12/07/2023

Embora o novo produto não seja tão forte quanto o aço inoxidável convencional destinado ao uso em estações de hidrogênio, ele ainda é cerca de 40% mais forte que os produtos comuns

De olho no crescente mercado de postos de abastecimento de hidrogênio no Japão, a siderúrgica Nippon Steel desenvolveu um tipo de aço inoxidável projetado para aguentar melhor o contato com o hidrogênio liquefeito.

A empresa já iniciou os embarques preliminares do material para alguns players no país e planeja lançar vendas em grande escala para operadores de estações de hidrogênio dentro e fora do Japão durante o atual ano fiscal, que termina em março de 2024. “Já recebemos consultas do exterior”, disse ao Nikkei Asia um representante da empresa.

O aço normalmente se torna frágil quando absorve hidrogênio. A Nippon Steel já conseguiu criar uma liga que pode resistir a danos quando exposta ao hidrogênio em sua forma gasosa, ajustando o conteúdo de cromo, manganês e outros componentes.

No Japão, o hidrogênio geralmente é enviado como gás para postos de reabastecimento, onde é comprimido para uso em veículos com célula de combustível (FCVs) e outras aplicações. O hidrogênio de alta pressão passa por tubos de metal no processo, durante o qual qualquer rachadura pode levar a vazamentos.

A Nippon Steel aprimorou a composição do aço a partir de seu produto mais recente para evitar rachaduras mesmo quando exposto ao hidrogênio liquefeito, que é mais frio.

Atualmente, apenas um número limitado de estações está equipado para aceitar remessas liquefeitas, mas espera-se que o hidrogênio liquefeito se torne mais usado no futuro, uma vez que ocupa uma parcela ínfima do volume do gás hidrogênio, cerca de 1/800. A expectativa é que os componentes de aço que resistam à exposição a temperaturas mais baixas ajudem a pavimentar o caminho.

Embora o novo produto não seja tão forte quanto o aço inoxidável convencional destinado ao uso em estações de hidrogênio, ele ainda é cerca de 40% mais forte que os produtos comuns. Também é esperado que seja mais caro.

O governo japonês pretende ter 1 mil postos de reabastecimento de hidrogênio em todo o país até 2030. A baixa contagem atual, de cerca de 160, se deve em grande parte à lenta adoção de FCVs. "Os custos de instalação e operação das estações de hidrogênio continuam altos", disse o Japan H2 Mobility, um consórcio fundado por montadoras e outras empresas para promover a tecnologia do hidrogênio.

Como os FCVs têm autonomia maior do que os veículos elétricos, espera-se que sejam usados principalmente para fins comerciais, como caminhões e ônibus. A maior adoção dos veículos levaria a custos menores para novas estações. O aumento das remessas de hidrogênio liquefeito, possibilitado por materiais como o da Nippon Steel, também pode ajudar a acelerar a construção de novas estações no Japão.

A empresa de pesquisa Fuji Keizai prevê que o mercado do Japão para postos de reabastecimento de hidrogênio aumentará mais de 40 vezes desde o nível fiscal de 2022 para cerca de 175,6 bilhões de ienes (US$ 1,24 bilhão) até o ano fiscal de 2040.

No entanto, espera-se que a demanda japonesa por aço como um todo diminua junto com o declínio da população do país. A Nippon Steel planeja reduzir o número de seus altos-fornos para 10 de 15 até o fim do ano fiscal de 2024, reduzindo sua capacidade de produção de aço bruto em cerca de 20%.

As siderúrgicas estão aumentando os preços e se concentrando mais em produtos de alto valor agregado para aumentar os lucros.

A mudança ocorre quando a indústria também caminha para a descarbonização, um esforço que deve exigir um investimento de 10 trilhões de ienes até 2050. As siderúrgicas enfrentam pressão para aumentar seu potencial de ganhos, concentrando-se em campos emergentes para cobrir os altos custos da redução de emissões.

Money Times - SP   12/07/2023

O setor de mineração e siderurgia ganhou impulso nesta terça-feira (11), apoiado por decisões positivas do governo chinês que visam levantar a economia local liberando novos incentivos ao mercado imobiliário.

O Banco do Povo da China (PBoC) anunciou a extensão até o fim de 2024 de um pacote de resgate voltado ao setor imobiliário do país. As expectativas criadas em cima dos estímulos foram renovadas e fizeram com que os preços do minério de ferro subissem na sessão, com a commodity avançando 1,8% na Bolsa de Cingapura, a cerca de US$ 105 a tonelada.

A recuperação do ingrediente siderúrgico impulsionou as empresas brasileiras negociadas na Bolsa. Vale (VALE3) se sobressaiu ao disparar 3,29%, movimento bem acima das valorizações mais modestas de Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3). CSN Mineração (CMIN3) fechou no zero a zero, enquanto Usiminas (USIM5) caiu.
Cenário de sobreoferta

O caminho do minério de ferro segue como uma incógnita. Isso porque as incertezas sobre a retomada da China persistem.

A divulgação de dados econômicos mais fracos levou a uma revisão generalizada de expectativas nos mercados. O Goldman Sachs avalia que o minério de ferro está entrando em ponto de inflexão, para uma fase de sobreoferta no segundo semestre. Para os analistas, os preços do minério de ferro têm espaço para novas quedas, devendo atingir média de US$ 90/tonelada no período.

O banco cita, em relatório divulgado em junho, um cenário de demanda global por aço “crescentemente mais opressivo” pela contração do mercado imobiliário na China e ventos contrários na manufatura global.

Enquanto isso, Igor Guedes, da Genial Investimentos, diz que a recuperação da atividade econômica chinesa está acontecendo, mas não como o esperado. O processo de reabertura da potência asiática pós-Covid está indo na contramão do consenso, sendo mais orientada a serviços, e não por bens (que é o que beneficia a indústria siderúrgica).

Isso acabou frustrando o mercado, o que levou a uma penalização sobre as ações considerada exagerada pela corretora, principalmente em se tratando de Vale.

VALE3 e a divergência de opiniões

A Genial segue construtiva com a tese de investimento da Vale, dado o perfil maduro da empresa e a sua capacidade de distribuir bons dividendos aos acionistas.

A corretora, que tem recomendação de compra para as ações, defende que a Vale continua sendo uma empresa muito boa, apesar dos números fracos divulgados no primeiro trimestre do ano, e deve seguir pagando um dividend yield “bastante interessante”. Com a queda no ano, a Vale, pelo preço atual, está barata, acrescenta a Genial.

A Vale também faz parte das recomendações da Empiricus Research, que vê o investimento em Vale neste momento como oportuno para o investidor com orientação a longo prazo. O analista João Piccioni afirma que a ação continuará barata “por um bom tempo”.
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O Itaú BBA, que também tem indicação de compra para a mineradora, destaca que a companhia parece negociar com um desconto de aproximadamente 25-30% para as companhias de mineração australianas, acima da média histórica.

Além disso, a corretora estima um yield de fluxo de caixa “decente” de 10% para 2023, com quase todo o percentual sendo distribuído via dividendos e programas de recompra de ações.

A XP Investimentos e o Inter Research estão mais cautelosos com a Vale. Neste mês, a primeira instituição rebaixou as ações para “neutro”, sugerindo um preço-alvo de R$ 73. A corretora estima que o minério de ferro será cotado a US$ 75 por tonelada no longo prazo.

Também com uma visão mais conservadora para a matéria-prima siderúrgica, o Inter tem recomendação neutra para a Vale, mas ressalta que, para uma carteira voltada a proventos, a Vale ainda é uma forte geradora de caixa e deve seguir pagando bem os acionistas – ainda que em menor patamar quando comparado aos últimos dois anos.

Valor - SP   12/07/2023

As exportações de sucata ferrosa, insumo usado na fabricação de aço, continuam a ser uma das melhores opções das recicladoras do país diante da retração na demanda local. No semestre, os embarques somaram 353.386 toneladas, alta de 52,6% ante mesmo período de 2022, segundo dados do Ministério da Economia e Secex. Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), diz que há uma forte retração das compras no Brasil, com baixa coleta de material e consumo reduzido das siderúrgicas e fundições, diante de um mercado de aço também em queda. As exportações, “embora não seja o foco principal do setor, são hoje uma das únicas opções das recicladoras para tentar manter as operações e evitar fechamento de empresas”, afirma.

Valor - SP   12/07/2023

Indicador mostra o volume de papéis vendidos em relação ao número de ações disponíveis no mercado

Os níveis de SI (short interest, volume de papéis vendidos em relação ao número de ações disponíveis no mercado) do Ibovespa voltaram a cair na semana passada, aponta levantamento do Inter. O número, que estava em 4,6% na semana encerrada no dia 30, recuou a 4,4% até o dia 7.

Os setores financeiro e de saúde apresentaram as maiores quedas da semana, recuando 0,4 e 0,3 ponto percentual, respectivamente, enquanto as posições vendidas em tecnologia aumentaram 0,3 p.p. e em óleo e gás avançaram 0,2.

Em termos absolutos, siderurgia e mineração seguia liderando o ranking, com venda de 8,3% do seu volume de ações, seguido por óleo e gás (6,3%), agro, alimentos e bebidas (6,1%) e varejo (5,9%). Entre os setores com média menor, aparecem telecomunicações (1,8%), químicos (2,5%) e papel e celulose (2,8%).

MRV ON foi a empresa que teve maior variação altista no período, de 5,31 p.p., para 17,8%. Petz ON subiu 2,65 p.p., para 16,9%, e Arezzo ON avançou 1,64 p.p., alcançando 12,9%. Na outra ponta, Minerva ON viu o indicador recuar 2,22 p.p., para 11,5%, em Usiminas PNA o número caiu 1,72 p.p., para 17,9%, e, em Itaú PN, a queda foi de 1,48 ponto, para 3,4%.

Os maiores "short interests" do índice são IRB Brasil ON (25,7%), EZTec ON (21,9%) e CSN Mineração ON (18,6%). Em termos de Taxa de Aluguel (o custo ao tomador para operar vendido em um papel), BRF ON (14,2%), Assaí ON (7,8%) e MRV ON (5,9%) têm as maiores do referencial.

Já no critério Days to Cover (quantos dias levaria para os investidores se desfazerem das posições vendidas a partir da média de volume de negociação do papel), Taesa units (13,8), Eneva ON (13,4) e Eletrobras PNB (12,5) lideram.

ECONOMIA

Exame - SP   12/07/2023

O resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho, que registrou deflação de 0,08%, consolida as apostas de queda de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 1 e 2 de agosto. A projeção da autoridade monetária para a inflação do mês passado é idêntica ao dado efetivo e foi divulgada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

Além disso, o resultado do IPCA de junho corroborou a sinalização do BC de um "processo desinflacionário que tende a ser mais lento". Mesmo com deflação no mês, a variação de preços de serviços continua em alta.

"O quadro qualitativo da inflação foi pior que o antecipado por nós, com serviços mostrando uma dinâmica ainda longe de dar conforto adicional para o Banco Central. Desta forma, mantemos nossa projeção de que de juros de 0,25 ponto percentual em agosto", afirmou o estrategista-chefe da BGC Liquidez, Daniel Cunha. ]

Inflação de serviços voltou a acelerar em junho

A economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, disse que além do resultado cheio do IPCA, outra boa notícia foi o comportamento dos núcleos de inflação, que apresentou variação média de 0,20% em junho, influenciada pela redução dos preços de bens industriais. Segundo ela, o resultado do índice de difusão, que ficou abaixo de 50%, também indica que a dinâmica inflacionária segue positiva.

"Por outro lado, a inflação de serviços voltou a acelerar em junho, registrando alta de 0,62%. Parte dessa alta se deve ao comportamento das passagens aéreas, que teve variação positiva de quase 11%, no entanto, mesmo excluindo esse item, vemos que a inflação de serviços foi de 0,46%, acima do resultado de maio. Dado o resultado, vemos o caminho aberto para o início do ciclo de cortes na reunião de agosto, mas o debate entre um corte de 0,25 ou 0,50 ponto percentual deve continuar", afirmou.

Globo Online - RJ   12/07/2023

A inflação de junho que será divulgada hoje deve ficar em torno de zero, o que reduzirá o acumulado em 12 meses para cerca de 3%. Há um ano, a inflação acumulada em 12 meses era de 11,89%. A forte desinflação que houve nesse período é apenas uma das boas notícias da conjuntura econômica. As previsões são de que o país crescerá mais do que se imaginava inicialmente e, no começo de agosto, os juros vão começar a cair, sendo que o primeiro corte pode ser de meio ponto. A queda da Selic é natural diante da redução forte da inflação, aliás, ela subiu exatamente para alcançar esse resultado.

Tudo fica mais fácil na economia quando a inflação está sob controle. O começo dessa queda foi artificial, com a retirada de impostos sobre combustíveis fósseis e imposição sobre os estados de redução do ICMS como parte da campanha eleitoral do governo passado. O ministro Fernando Haddad teve que iniciar seus trabalhos na Fazenda tentando corrigir isso em duas frentes. Enfrentou a pressão contra a reoneração, tendo que fazê-la em etapas, e ao mesmo tempo em que negociava uma compensação para os estados.

Haddad precisou afastar temores contra a sua condução da política econômica, que nasceram da precipitação e do prejulgamento, antes mesmo de anunciar qualquer decisão. Ao derrotar com fatos essas análises, ele foi aos poucos ajudando a melhorar as expectativas em relação à trajetória da inflação. Houve outros fatores como a boa safra de alimentos, a queda dos preços das commodities, a melhora do cenário internacional. Mas se ele tivesse errado em suas decisões iniciais certamente o ambiente seria outro.

Em entrevista ao “Valor”, o ex-ministro Joaquim Levy disse que o Banco Safra prevê que os juros chegarão ao final do ano em 11,75%, ou seja, uma queda de dois pontos percentuais nas próximas quatro reuniões do Copom. O cenário dele é de uma inflação ao fim deste ano em 5%, o Focus já está abaixo disso, e de 3,3% no ano que vem. Levy acha que o país cresce 2,2% este ano e 2,5% no ano que vem. Acredita que a queda dos juros vai produzir outras boas notícias, como a renegociação de empréstimos tomados a taxas maiores. “Só no consignado, esse ‘troco’ pode dar em torno de R$ 50 bilhões. Aí uma coisa puxa a outra. Por isso acho que o consumo, no ano que vem, pode crescer entre 2,5% e 3%”. Ele considera que virão também os investimentos.

Se esses cenários de crescimento do PIB, de mais de 2%, se confirmarem será bom para o padrão brasileiro dos últimos anos, mas muito abaixo do que precisa para recuperar o tempo perdido no país com a recessão de 2015-2016, a estagnação, pandemia e o mau governo.

A briga no grupo de WhatsApp da oposição bolsonarista que estourou nos últimos dias é até previsível. O que pode fazer um grupo sem projeto e que errou tanto quando teve a chance de governar? O ex-presidente da extrema direita foi trágico na condução da pandemia, elevando o número de vítimas fatais e foi incompetente também na gestão econômica. A reforma tributária poderia ter sido aprovada na presidência de Rodrigo Maia na Câmara, porque havia se formado o mesmo ambiente a favor que foi construído agora. O que resta ao PL senão ficar brigando no zap?

Agora é hora de o governo estudar bem os próximos passos. Na entrevista à Natuza Nery no podcast “O Assunto”, do G1, Fernando Haddad já fala em apresentar a nova etapa da reforma tributária, a do imposto de renda, antes mesmo de acabar de aprovar a atual. É preciso consolidar os passos dados. Como em qualquer grande projeto aprovado no Congresso, sempre aparecem os “jabutis”. Há risco de que um deles tenha sido essa perigosa abertura para a criação de novo imposto estadual sobre produtos primários e semielaborados. É preciso expurgar esse tipo de truque do texto, e evitar quaisquer outras distorções.

Hoje, o ministro Fernando Haddad se encontra com o senador Rodrigo Pacheco, que já está prometendo que o Senado dará prioridade à reforma no segundo semestre, aumentando o ritmo de tramitação. Isso permitiria em meados do segundo semestre o assunto estar aprovado no Senado. Uma boa notícia.

Outra boa nova do dia é o dado que o IBGE divulgará, em relação à inflação de junho. O IPCA encerrou o primeiro semestre tendo superado o surto inflacionário que levou à disparada de juros entre 2021 e 2022. E desinflação é o começo do círculo virtuoso.

Exame - SP   12/07/2023

O relatório “World Investment Report 2023” divulgado recentemente pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) mostra que em 2022, o montante de investimento estrangeiro direto recebido pela China aumentou 5%, atingindo o recorde de US$189,1 bilhões. Ao mesmo tempo, devido ao agravamento da crise na Ucrânia, aumento nos preços de alimentos e energia, e o crescente endividamento público, o investimento estrangeiro direto global caiu 12% em relação ao ano anterior, atingindo US$1,3 trilhão.

Analistas apontam que, em meio a múltiplos desafios enfrentados pela economia mundial, o crescimento estável do investimento estrangeiro direto na China mais uma vez demonstra a confiança depositada na economia chinesa pelo mundo.

O relatório da UNCTAD revela que o investimento direto estrangeiro nos países desenvolvidos caiu 37% em 2022, totalizando US$378 bilhões. Em contraste, o investimento direto estrangeiro nos países em desenvolvimento aumentou 4%, alcançando US$916 bilhões. O investimento direto estrangeiro nos países em desenvolvimento da Ásia manteve-se estável, em torno de US$662 bilhões, representando cerca de metade do total global de investimentos.

Globo Online - RJ   12/07/2023

O Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) registrou a primeira deflação em nove meses, num movimento que, à primeira vista, poderia indicar uma queda mais intensa dos juros pelo Banco Central (BC).

Mas, tão logo o IBGE divulgou na manhã desta terça-feira a queda de 0,08% no IPCA, índice que é usado nas metas de inflação do governo, o dólar subiu e as taxas futuras de juros no mercado financeiro também -- sinalizando que, talvez, a tão esperada queda da taxa básica da Selic pelo BC poderá ser mais lenta.

Afinal, por que a deflação nem sempre significa um espaço maior para corte de juros? Que outros sinais o BC acompanha?

Um dos indicadores observados com lupa pelo BC é o chamado "núcleo da inflação". Trata-se de uma métrica que acompanha os preços com comportamento mais estáveis, que não têm variações bruscas.

E, no mês passado, a deflação foi puxada em certa medida por fatores atípicos - como a queda no preço de carros novos pelo programa de descontos do governo e a redução nos combustíveis praticada pela Petrobras.

O que é o núcleo da inflação?

Por vezes a variação mensal do IPCA aponta altas expressivas ou quedas abruptas, e tais movimentos podem ocorrer por fatores atípicos. Por exemplo, em fevereiro, os reajustes de mensalidades escolares, que ocorrem só uma vez por ano, podem distorcer a média da inflação. Com muita frequência, são os preços de alimentos in natura - muito voláteis - que provocam este efeito.

Nesse sentido, o índice cheio do IPCA não é capaz de indicar uma tendência de longo prazo para a inflação. Entre julho e setembro do ano passado, por exemplo, quando o IPCA registrou três meses de deflação, houve a falsa percepção de um alívio geral nos preços.

Mas a deflação no terceiro trimestre de 2022 foi apenas um efeito direto da decisão eleitoreira do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro de apoiar mudanças na legislação dos impostos sobre combustíveis que levaram a uma forte queda no preço da gasolina.

E como o BC acompanha a inflação?

Para entender a dinâmica de médio e longo prazo da inflação, o BC acompanha com mais atenção os chamados "núcleos da inflação". São métricas que tentam minimizar a influência de itens de maior volatilidade, excluindo da conta choques temporários de preços.

E há dois métodos para isso: os núcleos podem excluir da conta os itens mais voláteis, como alimentos ou combustíveis, ou reduzir o seu peso frente aos demais itens.

O Banco Central utiliza cinco diferentes medidas de núcleos de inflação, com metodologias variadas. Alguns excluem os preços de alimentos consumidos no domicílio, outros eliminam da conta os chamados preços monitorados, como as tarifas. Ontem fazem estatísticas de "suavização" das variações de preços.

No Relatório de Inflação trimestral publicado em junho, o Banco Central informou que a média dos núcleos acumulou alta de 6,72% em 12 meses até maio. O resultado foi o dobro do IPCA do período, que ficou em 3,94% na mesma comparação.

E os que os números de junho indicam?

O resultado do mês de junho ainda sinaliza que os núcleos estão elevados, aponta Luiza Benamor, analista de inflação da Tendências. Pelos cálculos da consultoria, a média dos núcleos de inflação desacelerou de 6,7% em maio para 5,8% em junho.

Segundo a economista, o dado aponta para uma contínua desaceleração, uma vez que em dezembro do ano passado a média dos núcleos girava em torno de 9%. No entanto, a média ainda está bem acima do ideal a ser alcançado pelo BC:

— A leitura é de que os núcleos permanecem pressionados, porque eles têm que estar compatíveis com a meta de inflação do Banco Central — explica Luiza.

O Estado de S.Paulo - SP   12/07/2023

A independência do Banco Central (BC) é conquista fundamental da nossa economia. Isso não se discute. Mas discutir, em profundidade, as ações do BC são tão importantes quanto a sua independência. E quem produz no Brasil tem muito a dizer sobre esse tema, pois conhece melhor que ninguém o alto custo dos juros na produção.

A indústria é um setor precioso da economia. Paga melhores salários e mais tributos, investe mais em pesquisa, usa mais tecnologia e tem cadeias de produção longas, com vários fornecedores.

Os juros impactam cada passo dessa longa cadeia. Cada etapa da produção demanda capital de giro e financiamentos de toda ordem, da fabricação de cada insumo até sua estocagem e distribuição. São tantos golpes de juros altos que, se não nocauteiam, debilitam muito o industrial diante de uma concorrência global com custo de capital muito menor. Isso sem falar dos outros elementos do custo Brasil: alta carga tributária, insegurança jurídica, infraestrutura ruim, baixa produtividade.

No mundo todo, a lógica por trás das cadeias produtivas é que, ao longo de suas etapas, se agregue mais valor do que custo. Aqui é o contrário, e os juros altos são fator importante desse fardo acumulado. Vem daí a nossa dificuldade de industrializar o produto primário, que exportamos para outros países industrializarem e enriquecerem.

O BC já sinaliza corte de juros em agosto. Mas há sinais de que o movimento, se ocorrer, será gradual em demasia. Cautela é bem-vinda, e ninguém quer a volta da inflação. Mas os índices de preços e as expectativas de mercado já convergiram a patamar razoável, e o arcabouço fiscal dá mais segurança para o BC agir. O que não parece razoável é manter juros tão punitivos num momento em que se abrem oportunidades históricas para uma neoindustrialização, marcada por novas vantagens competitivas do Brasil, como o “nearshoring” e a descarbonização da produção. Temos boas relações com os principais mercados globais e uma matriz energética mais limpa que os concorrentes.

Mas, no meio do caminho, tem essa taxa de juros, que, além de debilitar a atividade, atrai capital especulativo internacional e distorce o câmbio, a outra face deletéria dos juros altos, estimulando o rentismo no Brasil com a liquidez internacional.

Os industriais brasileiros são resilientes e estão prontos para a neoindustrialização. Mas ela fica muito mais difícil com esses juros.

Está na hora de os juros caírem de forma rápida e efetiva, em linha com nossos fundamentos econômicos. Não é hora de sermos excessivamente conservadores. Mas, sim, proativos pelo desenvolvimento socioeconômico. O Brasil (e sua indústria) não pode mais esperar.

Exame - SP   12/07/2023

Três autoridades do Federal Reserve disseram na segunda-feira que o banco central vai precisar aumentar os juros ainda este ano para trazer a inflação de volta à meta.

“Avançamos muito na política monetária, no trabalho que precisamos fazer, ao longo do último ano”, disse o vice-presidente de supervisão do Federal Reserve, Michael Barr, em reunião do Bipartisan Policy Center na segunda-feira. “Eu diria que estamos perto, mas ainda temos um pouco de trabalho a fazer.”

O Fed deixou os juros estáveis em junho, depois de aumentar as taxas por 10 reuniões seguidas, para um intervalo de 5% a 5,25%. A maioria das autoridades espera subir os juros em mais 0,50 ponto percentual até o final do ano, de acordo com projeções divulgadas após a reunião de junho.

“É provável que precisemos de mais algumas altas de juros ao longo deste ano para realmente trazer a inflação de volta a uma trajetória sustentável de 2%”, disse a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, no Brookings Institution, em Washington.

Em evento organizado pela Universidade da Califórnia, em San Diego, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, disse que sua própria visão também “concorda com” a estimativa mediana das autoridades do Fed para mais dois aumentos das taxas.

“Para garantir que a inflação esteja em um caminho sustentável e oportuno de volta aos 2%, minha opinião é que a taxa de fundos precisará subir um pouco mais em relação ao seu nível atual e, em seguida, manter-se nesse patamar por um tempo enquanto acumulamos mais informações sobre como a economia está evoluindo”, afirmou.

Equilíbrio de riscos

A próxima reunião do FOMC acontece de 25 a 26 de julho e é amplamente esperado que o comitê retome os aumentos nessa reunião.

Daly disse que os riscos de fazer muito pouco para frear a inflação ainda superam os riscos de fazer muito, embora a diferença entre os dois esteja diminuindo. A líder do Fed de São Francisco afirmou que começa a ver sinais de desaceleração da economia e acrescentou que a oferta e a demanda agora se equilibram melhor.

Um relatório de 7 de julho do Escritório de Estatísticas Trabalhistas mostrou que a criação de vagas se desacelerou no mês passado, embora os reajustes salariais sigam fortes. Mester disse que o ritmo atual dos ganhos salariais ainda está “bem acima do nível consistente com a inflação de 2%, dadas as estimativas atuais de tendência de crescimento da produtividade”.

O presidente do Fed de Nova York, John Williams, afirmou ao Financial Times que, embora o mercado de trabalho permaneça forte, ele vê sinais de desaquecimento na direção da demanda por mão de obra. Um aumento do desemprego e uma maior redução da demanda serão necessários para trazer a inflação de volta à meta, afirmou.

“Minhas próprias previsões seriam de que a taxa de desemprego subisse para cerca de 4% até o final do ano e aumentasse para 4,5% até o fim do ano que vem”, disse ao FT em entrevista. O desemprego caiu de 3,7% para 3,6% em junho.

Williams destacou que o Fed teve que agir agressivamente no ano passado para garantir à sociedade que alcançaria a estabilidade de preços em tempo hábil.

“Com que rapidez passamos de uma política expansionista para uma política restritiva, e agora indicamos por meio de nossas projeções e nossas comunicações que achamos que ainda temos caminho a percorrer para levar a política a essa postura restritiva o suficiente para trazer a inflação aos 2%; tudo isso reflete um compromisso de obter estabilidade de preços não em mais de 10 anos, mas em alguns anos”, disse Williams.

O núcleo da inflação ainda é uma preocupação para o Fed. Enquanto o índice de preços de despesas com consumo pessoal (PCE) subiu em maio no menor ritmo anual em mais de dois anos, o núcleo do PCE, que exclui alimentos e energia, avançou 4,6% em maio na comparação anual, sugerindo que a inflação subjacente persiste.

“A inflação é o nosso problema número 1”, disse Daly.

O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou que, embora a taxa de inflação esteja muito alta, as autoridades podem ser pacientes por enquanto em meio a evidências de desaceleração econômica, uma postura que diverge da opinião de muitos outros membros do banco central americano.

MINERAÇÃO

Infomoney - SP   12/07/2023

Os contratos futuros de minério de ferro na bolsa de Cingapura subiram nesta terça-feira depois que o banco central da China estendeu um pacote de resgate para o setor imobiliário do país, embora os contratos na bolsa de Dalian tenha visto uma resposta mais silenciosa devido às preocupações com a volatilidade de curto prazo e as condições climáticas quentes.

O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com alta de 0,1%, a 807,0 iuanes (112,12 dólares) por tonelada métrica.

Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência em agosto subiu 1,8% para 105,5 dólares por tonelada métrica, recuperando algumas perdas da sessão anterior.

O banco central da China anunciou na segunda-feira uma extensão até o final de 2024 de algumas medidas de um pacote de resgate anunciado em novembro para fortalecer o setor imobiliário.

As ações dos incorporadores imobiliários chineses subiram nesta terça-feira após a extensão dessas políticas.

Ainda assim, os ganhos podem ter sido limitados após comentários do presidente da Rio Tinto, Dominic Barton, que sinalizou desafios de curto prazo para a economia chinesa, disse o National Australia Bank em nota nesta terça-feira.

“O mercado ainda está extremamente cauteloso com incorporadores imobiliários oportunistas e sem escrúpulos que desalavancam seus balanços patrimoniais em vez de aplicar fundos para o propósito pretendido”, disse Atilla Widnell, diretor administrativo da Navigate Commodities.

“Além disso, eventos climáticos impiedosos de alta frequência em toda a China estão limitando qualquer potencial positivo no curto prazo”, acrescentou Widnell.

Prevê-se que as temperaturas atinjam mais de 40 graus Celsius em algumas regiões da China, disse Westpac em nota separada na segunda-feira. O clima quente em partes da China pode resultar em atividade de construção mais lenta.

Infomoney - SP   12/07/2023

Representantes de mineradoras começaram a articular com outros setores para tentar derrubar no Senado um trecho inserido na proposta da reforma tributária aprovada pela Câmara dos Deputados que abre a possibilidade de Estados criarem novos tributos.

O artigo em questão autoriza que os Estados instituam contribuições sobre produtos primários e semielaborados, colocando como condição que os recursos arrecadados sejam aplicados em infraestrutura e habitação. A cobrança também deverá ser vinculada a regimes tributários especiais ou adiamentos de pagamentos de outros impostos por empresas. A regra, se aprovada, valerá até 2043.

De acordo com duas fontes com conhecimento do assunto, o dispositivo foi inserido no texto por pressão de governadores do Centro-Oeste, onde já existem hoje contribuições desse tipo. No entanto, segundo uma das fontes, o dispositivo aprovado é mais amplo do que a regra existente hoje e deve gerar debates no Senado.

O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o ex-ministro Raul Jungmann, disse que as tratativas envolvem representantes do agronegócio e de outras áreas para tentar barrar a medida que foi incluída na reta final da votação da reforma na Câmara, na semana passada.

“Estamos conversando com todos os setores prejudicados. Estamos conversando com todos os demais setores para que a gente tenha uma atuação coordenada contra isso”, afirmou Jungmann à Reuters.

Para o diretor-presidente do Ibram, a possibilidade de criação dos tributos por Estados elevaria a carga tributária e incidiria sobre dois dos principais setores responsáveis pela exportação brasileira, o agronegócio e a mineração.

Jungmann afirmou ainda que a medida é um “retrocesso absolutamente flagrante”, contrariando o espírito da reforma tributária, e adiantou que “sem sombra de dúvidas” deve ser judicializada caso acabe sendo promulgada.

Procurado, o Ministério da Fazenda disse que não comentaria o tema.

O líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho (PB), disse à Reuters que esse é um “ponto sensível”. Sem antecipar se será contra a alteração, ele defendeu um aprofundamento no debate pelos senadores.

“É um ponto sensível dentro do contexto de mudanças na reta final (na Câmara) que não se permitiu um debate mais aprofundado”, disse.

“A reforma deve ser feita para facilitar a vida de quem produz, do cidadão, não pode vir para melhorar a vida dos governos…”, reforçou.

Na sexta-feira, dia em que a Câmara concluiu a votação da reforma tributária, mineradoras e petroleiras divulgaram comunicados alertando para a possibilidade de criação dos tributos por Estados.

O Ibram, que representa companhias como Vale, CSN, Gerdau, dentre outras, chamou a mudança de um desastre “para o setor produtivo e às exportações”.

O Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), principal representante do setor no país, disse que a medida “poderá afetar a competitividade e a atratividade de investimentos no setor de óleo e gás”.

Outro ponto de questionamento do setor, segundo o dirigente do Ibram, é a restituição da chamada lista de produtos primários e semielaborados, o que tinha sido extinto atualmente. Nela devem ser abrangidos os setores de mineração, gás, petróleo e de beneficiamento de soja.
Tramitação

Uma definição sobre o ritmo de tramitação da reforma tributária no Senado deverá ficar mais clara nesta terça-feira, quando o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vai receber o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir esses e outros temas da agenda econômica.

Segundo fontes, a relatoria da proposta deve ficar com algum senador do MDB ou PSD, duas das maiores bancadas da Casa. Entre os cotados estão o líder do MDB, Eduardo Braga (AM), e Otto Alencar (PSD-BA).

Efraim Filho defendeu que a reforma não tramite com rapidez na Casa e que haja tempo para ocorrer debates, o que, em sua avaliação, não aconteceu na Câmara. Ele sugeriu que a proposta seja discutida por até 90 dias e que se comece o processo de votação até outubro.

“Até porque é preciso que a gente encerre a votação da reforma este ano, para evitar que possa ser contaminada pelas eleições futuras. O ano certo é neste primeiro ano de governo, sem eleições”, ressaltou.

Valor - SP   12/07/2023

Países europeus buscam conter ambições chinesas de extrair metais para baterias do fundo do mar sob aval de órgão intergovernamental pouco conhecido

A França e a Alemanha lideram uma reação contra os planos de permitir a mineração comercial de larga escala em águas profundas, e advertem que uma ofensiva apoiada pela China para extrair metais de baterias do fundo do mar pode causar danos persistentes.

Representantes de 168 Estados-membros da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA, na sigla em inglês) estão reunidos desde segunda-feira para uma maratona de três semanas de negociações sobre se vão ou não estabelecer as primeiras diretrizes operacionais para esse setor nascente.

As negociações promovidas pelo pouco conhecido órgão intergovernamental, que tem sede na Jamaica, podem dar início a uma corrida para explorar partes do leito dos oceanos que até agora estão sob proteção especial, porque são declarados “patrimônio comum da humanidade”. Países como Coreia do Sul, Rússia e Noruega, juntamente com a China, são a favor de avançar nessa direção.

Os dilemas sobre a suspensão das restrições à exploração do solo marinho, debatidos desde os anos 1960, ganharam mais urgência por causa dos temores de que a escassez de metais para baterias, como o cobre e o cobalto, possa arruinar planos de eletrificação ao redor do mundo.

Toby Fisher, advogado no Reino Unido que já prestou consultoria sobre a ISA, descreveu a estrutura jurídica para o solo marinho em águas internacionais como “extraordinária” e só comparável às leis sobre exploração espacial.

“A razão pela qual ela é tão complicada e sem igual é que normalmente o mundo como um todo não detém a propriedade de um projeto de exploração, nem tem participação nele”, disse Fisher. “Mas em vez de dizer ‘os ricos seguirão adiante com isso’, os países concordaram em adotar regras.”

A pergunta certa a ser feita na reunião da ISA é: ‘Vocês ficaram totalmente loucos?’”

— William Hague

Países que resistem à ideia da mineração comercial em solo marinho, como França, Alemanha e Chile, defendem uma abordagem mais cautelosa quanto à liberação e argumentam que é preciso prorrogar a moratória das atividades em águas profundas para que se possa chegar a um acordo para adotar regras e evitar danos a um ecossistema pouco conhecido.

Louisa Casson, ativista do Greenpeace na área de questões marinhas, disse que “a tendência mudou” na direção de manter as restrições. Mas Paris e Berlim enfrentam uma batalha difícil para conter os defensores da mineração em águas profundas, de acordo com os pedidos de autorização por escrito de empresas feitos antes das reuniões da ISA e com representantes que participarão delas.

Normalmente, nas reuniões da ISA os diplomatas precisam chegar a um consenso sobre os tópicos e é necessário garantir maioria de dois terços dos votos para rejeitar quaisquer propostas de mineração comercial que a poderosa comissão técnica e jurídica da agência reguladora busque aprovar.

As discussões têm prazo para serem concluídas em razão do uso de uma cláusula obscura na estrutura jurídica da ISA, que na segunda-feira abriu de fato uma nova era para participação nos lucros em águas internacionais - o que possivelmente obrigará a agência reguladora a dar luz verde para pedidos de licença de mineração comercial a partir dessa data.

A ilha de Nauru, no Oceano Pacífico, ativou esse processo acelerado há dois anos, em nome da empresa que contratou, a startup The Metals Company, com sede em Vancouver. A empresa prometeu a investidores que apresentará o primeiro pedido do mundo de licença para exploração comercial em águas internacionais até o fim deste ano, com vistas a iniciar a produção em 2025.

Na preparação para as reuniões da ISA, França, Chile e as repúblicas de Vanuatu e Palau, do Pacífico, tentaram montar uma base de apoio para uma moratória preventiva na mineração em águas profundas até que os países-membros da ISA cheguem a um acordo sobre regras para a proteção ambiental, juntamente com um regime de conformidade e de inspeção. Nas últimas semanas, Suíça e Suécia anunciaram apoio à moratória.

A Alemanha e a Holanda fizeram recomendações semelhantes em março. Berlim também sugeriu que consultores externos revisem o funcionamento da agência reguladora, uma obrigação prevista em lei que a ISA ainda não cumpriu. Alguns diplomatas acusaram a entidade de ter uma atitude excessivamente favorável à mineração.

Franziska Brantner, secretária de Estado do Ministério da Economia da Alemanha, disse que seria a favor de recorrer a um tribunal internacional se a comissão jurídica e técnica da ISA iniciasse um processo acelerado de análise de um pedido de licença de mineração. A ISA rejeita as acusações de que tem uma tendência pró-mineração e garante que é a favor da “prevenção”.

O Reino Unido tem concentrado esforços em pressionar pela aprovação de um código pelos membros antes que qualquer atividade de mineração ocorra, e não em impedir que a ISA dê luz verde a pedidos de licença. Isso levou ativistas a acusarem o Reino Unido de hipocrisia, dado seu papel na negociação de acordos como o Tratado do Alto-Mar, do início de 2023, pelo qual os países se comprometeram a proteger 30% da terra e das águas internacionais até 2030.

“A pergunta certa a se fazer na Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos não é ‘devemos encontrar uma maneira de fazer isso?’, mas sim ‘vocês ficaram completamente loucos?’”, escreveu na semana passada lord William Hague, ex-secretário de Relações Exteriores do Reino Unido.

Ele alertou que espécies como corais delicados e polvos brancos, “que evoluíram ao longo de milhões de anos, levarão apenas alguns minutos para serem destruídas por máquinas”. Hague levantou o espectro da poluição sonora que perturbará a vida das baleias, assim como o potencial de propagação de partículas radioativas no leito do mar.

As negociações sobre os acordos de participação nos lucros para o futuro setor podem ser ainda mais acaloradas do que as que dizem respeito ao meio ambiente.

Segundo diplomatas, os países em desenvolvimento temem que o princípio de compensação consagrado na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar - pelo qual os lucros resultantes da mineração dos solos marinhos serão redistribuídos para países com grandes setores de mineração terrestre - possa acabar diluído em meio à pressa de seguir adiante.

Ainda antes das reuniões da ISA, um grupo de países africanos, entre eles a África do Sul, propôs uma taxa efetiva de 45% sobre os lucros da mineração. Isso em comparação com a proposta da Beijing Hi-Tech Corporation, da China, de que a taxa de royalties sobre as receitas deve ser de apenas 2%.

A empresa chinesa argumentou em uma apresentação em maio que a ISA deveria se concentrar em atrair capital de risco para “acelerar a exploração de recursos minerais em águas profundas” em vez de cobrar “impostos e taxas despropositados para aumentar o ônus financeiro das empresas”.

A Beijing Hi-Tech também pressionou para que impostos só incidam sobre o produto menos valioso da cadeia como, por exemplo, nódulos ricos em cobalto que, segundo a empresa, valeriam até US$ 150 por tonelada seca, e não sobre o metal processado, que pode chegar a US$ 1.075.

A China é o maior país-membro da ISA a apostar explicitamente em que os solos marinhos podem ajudá-la a prolongar sua influência sobre cadeias cruciais de fornecimento de minerais, à medida que a produtividade das minas terrestres continua a diminuir.

Hoje a China detém 5 das 31 licenças de exploração - mais do que qualquer outro país -, uma delas em uma zona do Oceano Pacífico rica em metais. Os chineses enviaram quatro representantes e sete consultores à Jamaica.

“É sabido que a China vê isso como uma forma de conservar seu domínio geoestratégico na área de minerais”, disse um embaixador na ISA. “De forma geral, sua atitude é garantir que o trabalho avance o mais rapidamente possível.”

Isso tem chamado a atenção em Washington. Um relatório da Comissão das Forças Armadas da Câmara dos Deputados americana publicado no mês passado reclamou dos “passos agressivos e descarados” da China para dominar a mineração em águas profundas.

Os EUA possuem licenças de exploração no Pacífico, mas não são membros da ISA. O grupo americano da área de defesa Lockheed Martin vendeu há pouco tempo dois contratos de exploração que detinha em nome do Reino Unido.

Enquanto grandes potências disputam o controle do leito marinho, a posição adotada por países de renda média é mais complexa. O Brasil ampliou recentemente os limites oficiais de sua plataforma continental, de forma que sua área de exploração de metais em solos marinhos não estará mais sob a jurisdição da ISA.

Mas o Brasil também estuda se deve apoiar uma moratória na mineração em águas profundas, tanto por razões financeiras como ambientais. Elza Moreira Marcelino de Castro, representante do Brasil na reunião da ISA, disse que os ministérios que lidam com essa questão ainda estão debatendo os “muitos interesses em jogo”.

“Como os recursos minerais nessa área são um patrimônio comum da humanidade, só podemos pensar na exploração da mineração se tivermos um mecanismo claro de distribuição de benefícios financeiros e não financeiros”, acrescentou ela.

Máquinas e Equipamentos

Construção Latino-americana - SP   12/07/2023

Após seis meses de testes com o trator Komatsu D375Ai-8 no Minas-Rio, empreendimento de minério de ferro da Anglo American, em Conceição do Mato Dentro (MG), as empresas concluíram com sucesso o teste de verificação da segurança e performance da operação remota.

“De acordo com os resultados, decidimos introduzir seis unidades D475A-8R (modelo maior) na operação, que podem ser equipadas com um kit de operação teleremota”, afirma Bruno Cipriani, gerente executivo de Operações Mina do Minas-Rio da Anglo American.

A Komatsu Ltd., por meio de sua subsidiária Komatsu Brasil International Ltd., fez a parceria com a Anglo American, em março de 2022, para realizar um teste de operação em um trator teleremoto para mineração.

O objetivo foi entregar uma solução tecnológica para reforçar a segurança no Minas-Rio e potencializar a alta performance da operação. “Trabalhamos juntos para montar uma sala de operação remota, desenvolvendo toda a infraestrutura necessária, bem como treinando a equipe de operadores”, explica Marcos Costa, diretor executivo da Komatsu.

Segundo Costa, a Komatsu continuará a trabalhar no estabelecimento de tecnologias de controle teleremoto para tratores de grande porte, visando reduzir cada vez mais o número de pessoas expostas ao risco, além de aumentar a performance do equipamento.
Vantagens da operação

Nos testes de demonstração, a combinação da tecnologia de controle automático de lâmina, de propriedade da Komatsu, e o sistema de orientação da máquina “ProVision”, da Modular Mining Systems Co., Ltd., uma subsidiária da Komatsu, facilitou muito as operações do trator e da lâmina durante a atuação remota. “Além dessa simplificação trazida para a atividade de mineração, a operação feita de forma tele operada permitirá que os operadores trabalhem com mais conforto em uma sala de operação”, informa Cipriani.
D375Ai-8 teleremoto

O trator D375Ai-8 teleremoto possui componentes eletrônicos e de controle que permitem operar a máquina remotamente.

É possível operar a longas distâncias. A operação é realizada de forma remota e elimina a necessidade de um operador dentro da cabine do equipamento, este podendo, inclusive, estar fora da área da mina, na cidade, por exemplo, desde que estruturada a sala de operações.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   12/07/2023

O empreendimento terá 17 fábricas e 19.000 funcionários, e capacidade para fornecer anualmente mais de 5 milhões de motores de combustão interna, híbridos e híbridos plug-in

A francesa Renault SA assinou formalmente um acordo de joint venture com a chinesa Zhejiang Geely Holding Group Co., enquanto a Saudi Aramco ainda está avaliando um investimento.

A mudança segue uma carta de intenções assinada entre as três partes em março, quando a joint venture busca reunir recursos para trabalhar em tecnologia híbrida e combustíveis sintéticos para abastecer 80% do mercado global de motores de combustão interna e híbridos, disseram as empresas em comunicado nesta terça-feira.

A Renault está reformulando sua estrutura corporativa para enfrentar a mudança para carros elétricos e aumentar os lucros. Como parte desse plano, a empresa no ano passado fundiu seus ativos de combustão com a chinesa Geely's para ganhar escala e cortar custos. A nova entidade, batizada de Horse pela Renault, começou a operar neste mês.

Subsidiária da Geely, a Aurobay Technology Group, que fornece desenvolvimento de motores para Geely e Volvo, será transferida para o novo empreendimento, de acordo com um documento enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong.

A parceria vale cerca de 8 bilhões de euros (US$ 8,8 bilhões) por meio da combinação das contribuições da Renault e da Geely. A Geely estima que registrará um ganho não auditado de cerca de 9,78 bilhões de yuans após a alienação da subsidiária, mostrou o documento.

A fabricante dos carros Clio e a Geely terão, cada uma, 50% de participação acionária no novo projeto, que estabelecerá sua sede no Reino Unido. Centros regionais em Madri e Hangzhou, na China, funcionarão nesse meio tempo. O empreendimento – que ainda não tem nome oficial – terá 17 fábricas e 19.000 funcionários, e capacidade para fornecer anualmente mais de 5 milhões de motores de combustão interna, híbridos e híbridos plug-in.

A transação deverá ser concluída no segundo semestre deste ano e sujeita à aprovação das autoridades antitruste e de investimento estrangeiro direto.

Juntar-se ao empreendimento ajudaria a estatal Saudi Aramco a crescer em um setor que está passando por uma mudança sísmica em direção a um futuro movido a bateria. Enquanto as vendas de veículos totalmente elétricos estão decolando, os automóveis com motor de combustão e híbridos plug-in ainda terão demanda nos próximos anos, especialmente nos países em desenvolvimento. A maior empresa de petróleo do mundo também ajudará a apoiar a pesquisa e o desenvolvimento de combustíveis sintéticos e tecnologias de hidrogênio de última geração.

No início deste ano, as regras da União Europeia para proibir efetivamente as vendas de novos carros com motor de combustão a partir de 2035 foram adiadas por semanas após uma pressão de última hora da Alemanha para garantir permissões para os chamados e-combustíveis. Entre as preocupações em relação ao impulso total de veículos elétricos do bloco estão as perdas significativas de empregos no setor e a falta de infraestrutura para apoiar a adoção em massa de veículos elétricos.

A Saudi Aramco já está trabalhando para desenvolver tecnologia que possa reduzir as emissões de motores e melhorar a eficiência de combustível.

O Estado de S.Paulo - SP   12/07/2023

Utilizar as vantagens comparativas da matriz energética brasileira – como o etanol, combustível renovável cujo ciclo produtivo absorve carbono da atmosfera – e unir essa solução à modernidade das baterias, resultando em uma iniciativa de mobilidade inteligente, eficaz, moderna e limpa. Os esforços na busca das reduções local e global nos níveis de carbono, definidas em acordos e metas internacionais, têm a contribuição decisiva da indústria automotiva. E a Stellantis, a maior fabricante de automóveis e comerciais leves do País, detentora de 14 marcas icônicas, incluindo no Brasil a Fiat, Jeep, Ram, Peugeot, Citroën e Abarth, está dando passos importantes na direção desse futuro mais sustentável.

A empresa está estruturando uma plataforma de novos produtos e soluções, denominada BIO-ELECTRO, que articula esforços e tecnologia para desenvolver, fabricar e colocar nas ruas veículos híbridos, em busca de uma mobilidade mais limpa e sustentável.

Como os veículos 100% elétricos ainda têm custo muito elevado, devido ao preço das baterias, e não contam com a necessária infraestrutura de recarga, a eletrificação da frota nacional é um processo que demanda tempo para se difundir.

Dessa forma, a hibridização, baseada em veículos flexfuel com propulsão combinada com eletrificação, é uma rota tecnológica de descarbonização melhor, mais rápida e mais segura para o Brasil, destacou João Irineu Medeiros, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para a América do Sul, durante o podcast O Caminho para Zerar as Emissões na Indústria Automotiva, produzido pelo Estadão Blue Studio. Assista à gravação da entrevista aqui:

“O Brasil tem grandes oportunidades em relação a outras regiões do planeta. Enquanto muitas regiões do mundo apostam nos 100% elétricos, surge esse desafio do custo da bateria, que ainda é muito cara – e não temos previsão de quando ela vai atingir um valor acessível para todas as faixas e segmentos de veículos”, explicou Medeiros. “Assim, o que buscamos neste momento, como um país em desenvolvimento, são alternativas de descarbonização na área automotiva que nos permitam ter tecnologias e produtos que sejam acessíveis, para atender todas as faixas de consumidores.”

Para Medeiros, o primeiro passo em busca de soluções mais realistas em relação à realidade brasileira é “unir forças”.

“O BIO-ELECTRO traz a oportunidade de trabalharmos com universidades, centros de pesquisa e desenvolvimento, startups e outros parceiros estratégicos, em busca de uma rota tecnológica para implementar soluções que gerem valor na nossa região, de maneira equilibrada do ponto de vista ambiental, social e econômico.”

O desafio é grande, destacou o executivo, mas o envolvimento dos parceiros é que vai permitir adequar as soluções para os diferentes segmentos, com distintos níveis de eletrificação, para uma transição gradual da combustão para os 100% elétricos. Os híbridos flex são o caminho natural para o Brasil.

Um teste comparativo realizado pela Stellantis confirmou as efetivas vantagens do uso do etanol na frota nacional, como uma excelente alternativa para a redução das emissões.

“Observamos e medimos um carro circulando com 100% de etanol, e depois também o mesmo veículo utilizando gasolina e ainda 100% a bateria nas realidades europeia e brasileira”, apontou Medeiros.

Com o uso de etanol, o total de emissões, comparando-se o ciclo de vida completo do carro – desde a retirada de materiais da natureza como aço, alumínio e plástico, a fabricação, o uso e o descarte do veículo –, fica bem próximo do gerado pelo 100% elétrico.

“O fato de o etanol ser renovável faz com que o CO2 que sai do escapamento seja, de forma natural, capturado pela próxima safra de cana-de-açúcar. Isso faz com que, no aspecto renovável, essa eficiência fique em 70% a 80%, tirando-se dessa conta apenas o uso de máquinas de cultivo que ainda rodam a diesel, assim como os caminhões que transportam o combustível até os postos, também a diesel”, disse Medeiros.

“Assim, o nível de pegada de carbono de um mesmo carro a etanol e 100% elétrico, levando-se em conta todo o ciclo, acaba resultando num empate técnico, já que no caso da bateria existe emissão na produção de energia e fabricação da própria bateria, dependente da extração de matérias-primas.” Conclusão: o uso do etanol propicia uma mobilidade de baixo carbono, que pode ser otimizada com a hibridização.

João Irineu Medeiros destacou outro dado que evidencia a riqueza brasileira na área dos combustíveis renováveis: dos cerca de 44,5 milhões de veículos hoje circulando no País, aproximadamente 42 milhões são leves e comerciais leves. Destes, de 10 milhões a 12 milhões já usam o etanol – e o restante, gasolina com 27% de etanol na fórmula. “Considerando que as emissões dos veículos movidos a etanol são muito próximas às dos 100% elétricos em todo o ciclo de vida, é como se esta frota já fosse eletrificada. Nenhum país do mundo tem isso.”

Valor - SP   12/07/2023

O programa de incentivos fiscais do governo federal que permitiu a venda de carros de até R$ 120 mil com descontos foi encerrado. Mas parte do estoque desses veículos ainda está disponível nas concessionárias este mês, o que manterá o ritmo de vendas ainda acelerado em julho. Depois disso, os preços voltarão a subir, o que poderá voltar a elevar a ociosidade nas fábricas.

Os recursos públicos para essa finalidade, que somaram R$ 800 milhões só para automóveis e comerciais leves, esgotaram-se em menos de um mês. Houve uma corrida às lojas e uma concentração de vendas nos últimos dias do mês passado.

Em 30 de junho foram licenciados 27 mil veículos num único dia, um volume recorde, que equivale a quase três vezes a média diária dos últimos meses. Nesse mesmo dia, foram vendidas 79 mil unidades. Esses veículos foram emplacados no primeiro dia útil de julho, o que ajudará o setor a registrar bons resultados ainda este mês.

No início de junho foram liberados R$ 500 milhões. Quando o dinheiro acabou, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, que liberou os recursos por meio de créditos tributários para as montadoras, recebeu solicitações adicionais de R$ 270 milhões que não puderam ser autorizadas por exceder o limite inicial.

O governo liberou, então, mais R$ 300 milhões diante da pressão do setor, que, na primeira fase, havia deixado de atender às locadoras, que respondem por 50% do mercado.

Numa entrevista no início da semana passada, o presidente da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom, disse que, em julho, as vendas continuarão em ritmo acelerado porque o estoque da rede de concessionários ainda terá carros faturados com os descontos, que variaram entre 1,6% e 11,6%, o equivalente a abatimentos entre R$ 8 mil a R$ 10 mil. As montadoras também fizeram promoções por conta própria, para veículos fora do programa.

Tanto Possobom como o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, disseram esperar que o fim do programa de incentivos coincida com o início de um período de queda nas taxas de juros, o que ajudaria a compensar a elevação nos preços. É o mesmo raciocínio que o governo fez quando lançou o programa.

Se isso não acontecer é possível que a indústria volte a ter que paralisar as fábricas por meio de férias coletivas. Ao mesmo tempo, o segundo semestre costuma ser bom para esse setor, com aumento de demanda por consumidores que buscam lançamentos e mudança de linha dos carros.

Na véspera da liberação da segunda parte de recursos, a Volks anunciou paralisações em suas fábricas. Segundo Possobom, em alguns casos, paradas técnicas, previstas para agosto, foram antecipadas pela necessidade de reduzir o ritmo. Segundo a Anfavea, no mês passado, cinco fábricas chegaram a parar.

Com essas paralisações, provocadas pela alta dos estoques de carros, a produção de veículos caiu 7,1% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado e 17% em relação a maio, num total de 189,2 mil unidades.

A queda de produção também foi provocada pela retração no mercado externo. Importantes mercados, como Chile e Colômbia, têm registrado queda de demanda por questões econômicas internas. Soma-se a isso a crise na Argentina, principal destino dos carros exportados.

A exportação caiu 22% em junho em relação ao mesmo mês do ano passado, num total de 36,6 mil veículos. No semestre, a queda foi de 7,7%, com 227,2 mil unidades.

Além do programa de incentivos, a Anfavea também comemorou a aprovação do texto da reforma tributária pela Câmara dos Deputados. A entidade estima que as montadoras, cuja receita anual é de R$ 350 bilhões, gastam hoje 1,2% do faturamento (R$ 4,2 bilhões) somente com a administração da burocracia tributária. Segundo Leite, a reforma atrairá investimentos e permitirá que os recursos gastos com burocracia sejam revertidos em treinamento de pessoal e em pesquisa e desenvolvimento.

A indústria automobilística terá, por outro lado, que enfrentar os efeitos da reforma tributária nos preços dos carros. No caso do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), por exemplo, a alíquota hoje é de 23% para carros de luxo enquanto nos de entrada, mais baratos, é de 5%. O equilíbrio de alíquotas poderá fazer subir o preço de um ou outro tipo de veículo.

Passada a fase dos incentivos fiscais para a compra de carros, um novo programa federal vem por aí. Trata-se da segunda fase do chamado Rota 2030. O programa trará, como uma das principais novidades, a decisão do governo a respeito do Imposto de Importação (II) para carros 100% elétricos.

Grandes fabricantes locais defendem a suspensão imediata da isenção do II para modelos 100% elétricos, em vigor desde 2015. Já as montadoras chinesas que começam a se instalar no país pedem mais tempo com o benefício.

Outra novidade da segunda fase do Rota 2030 será uma nova medição de emissões. Até aqui, o nível de emissões de um veículo levava em conta apenas o que sai do escapamento. Agora entrará um novo conceito, conhecido como “do poço à roda”, que mede emissões desde a origem da energia usada, seja petróleo, biocombustíveis, como o etanol, ou energia elétrica. Essas mudanças serão anunciadas entre o fim deste mês e o início do próximo.

Valor - SP   12/07/2023

Já as vendas gerais chegaram a 515,7 mil carros no período, alta de 6% na comparação anual

A Mercedes-Benz divulgou nesta terça-feira que venda de veículos com baterias elétricas aumentaram no segundo trimestre com um aumento na demanda geral por carros e vans.

A montadora alemã vendeu 56,3 mil carros elétricos entre abril e junho, comparado a 25,2 mil há um ano. As vendas gerais da Mercedes-Benz chegaram a 515,7 mil carros no período, alta de 6% na comparação anual.

Já a vendas de vans somaram 119,5 mil unidades no segundo trimestre, crescimento de 19% ante igual período de 2022.

Os volumes da Mercedes-Benz foram impulsionados por maior procura na Alemanha e nos Estados Unidos.

Daimler Truck revisa para cima projeção de receita para 2023

A Daimler Truck Holding aumentou sua projeção de receita para o ano e disse que iniciaria uma recompra de ações de até 2 bilhões de euros em agosto. A fabricante de caminhões alemã disse que a receita do grupo para 2023 é esperada entre 56 bilhões de euros e 58 bilhões de euros, acima dos 55 bilhões de euros e 57 bilhões de euros previstas anteriormente.

Já a receita de negócios industriais do grupo agora está prevista entre 54 bilhões de euros e 56 bilhões de euros, acima dos 53 bilhões de euros e 55 bilhões de euros projetados anteriormente. A empresa aumentou seu retorno ajustado sobre a projeção de vendas para o segmento para uma faixa de 8,5% a 10% de 7,5% a 9%.

Os aumentos ocorrem depois que a empresa disse que teve vendas fortes no segundo trimestre em meio à estabilização das cadeias de suprimentos e mercados principais mais fortes.

A empresa alemã de caminhões e ônibus vendeu 131.888 unidades no período, um aumento de 9% em relação ao segundo trimestre do ano passado e de 5,4% em relação aos primeiros três meses de 2023. A empresa deve publicar os resultados completos do segundo trimestre no dia 1° de agosto. A Daimler também aumentou sua projeção de vendas de unidades em 2023 para entre 530 mil e 550 mil, de uma faixa anterior de 510 mil a 530 mil.

A empresa acrescentou que espera um aumento significativo no fluxo de caixa livre do negócio industrial e que a recompra de ações como resultado duraria até dois anos com a intenção de cancelar as ações adquiridas.

Segundo o analista do Deutsche Bank, Nicolai Kempf, a recompra de ações é um voto de confiança no negócio subjacente. “No geral, esperamos que isso seja visto positivamente pelo mercado, pois destaca as operações de referência da empresa na América do Norte, o progresso da reestruturação na Mercedes e o compromisso da empresa em devolver capital aos seus acionistas”, diz o Deutsche Bank.

Valor - SP   12/07/2023

Além do automóvel novo, houve queda também no preço de veículo usado, de 0,93%; se os dois itens fossem excluídos, junho teria apresentado inflação de 0,03%

Com reflexo do pacote de incentivo do governo, o preço do automóvel novo caiu 2,76% em junho, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (11). Foi o principal impacto individual no índice, com uma influência de -0,09 ponto percentual. Além do automóvel novo, houve queda também no preço de automóvel usado, de 0,93% (com impacto de –0,02 ponto percentual).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), se os dois itens tivessem sido excluídos do cálculo do IPCA, o índice teria registrado alta de 0,03% em junho. Pela conta que considera manutenção dos preços dos dois subtitens, o IPCA teria subido 0,01%.

De acordo com o analista do IBGE André Guedes, responsável pelo IPCA, a queda dos preços de automóveis, tanto dos novos quanto dos usados, reflete o pacote de incentivo do governo para compra de veículos.

“A medida provisória, em vigor em 6 de junho, que lançou programa de descontos para compra de automóveis, influenciou no IPCA de junho. O subitem automóvel novo foi o maior impacto individual no índice do mês. E também teve queda de quase 1% nos automóveis usados, que pode estar relacionada com o recuo dos preços dos automóveis novos”, afirmou Guedes.

CONSTRUÇÃO CIVIL

IstoÉ Online - SP   12/07/2023

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) desacelerou a 0,01% na primeira prévia de julho, após 0,72% na mesma leitura de junho, informou na manhã desta terça-feira, 11, a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Nas aberturas, houve arrefecimento apenas de Mão de Obra (1,56% para 0,17%), contra aceleração de Materiais e Equipamentos (-0,16% para -0,14%) e Serviços (0,12% para 0,26%).

Influências

As maiores pressões para baixo sobre o INCC-M na primeira prévia de julho partiram de vergalhões e arames de aço ao carbono (1,23% para -0,67%), condutores elétricos (-5,40% para -1,63%) e tubos e conexões de PVC (-0,01% para -0,88%), junto com argamassa (-0,02% para -0,82%) e portas e janelas de madeira (0,00% para -0,37%).

Em contrapartida, as principais pressões para cima foram de eletricista (2,54% para 0,55%), engenheiro (1,95% para 0,50%) e cimento portland comum (-3,59% para 0,55%), além de projetos (0,03% para 0,31%) e pedreiro (2,40% para 0,10%).

Valor - SP   12/07/2023

Para especialistas, resultados vão depender da disponibilização de terrenos públicos e da não repetição de erros do passado

O governo acaba de lançar uma nova versão do Minha Casa, Minha Vida com o desafio de evitar erros do passado, como a construção de moradias em áreas distantes dos centros das cidades, sem infraestrutura, apontam especialistas. O novo formato traz melhorias, dizem, como a maior priorização para as faixas de menor renda da população, e iniciativas para além das novas unidades, como a melhoria de habitações já existentes. O resultado, no entanto, depende da capacidade de liberação de terrenos públicos em áreas centrais, já que o valor desses espaços para construção ainda é uma questão.

“[O resultado] vai depender muito da própria aplicação do programa, que resolve alguns problemas anteriores. Mas é preciso esforço para ter terrenos públicos em áreas centrais para que não se repita o erro de construir em áreas afastadas”, diz o vice-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Rafael Passos.

Procurado pelo Valor, o secretário nacional de Habitação, Hailton Madureira De Almeida, destacou a meta de contratação de 2 milhões de unidades habitacionais até 2026 e as exigências mais rígidas para os empreendimentos.

“Além de outras especificações urbanísticas, a portaria estabelece a obrigatoriedade de se existir disponibilidade de infraestrutura urbana básica, como rede de energia elétrica e iluminação pública, rede de abastecimento de água potável, solução de esgotamento sanitário e coleta de lixo, vias de acesso e circulação, por exemplo, em até 300 metros dos limites da área do empreendimento construído”, disse, por e-mail.

Valor - SP   12/07/2023

Censo Demográfico aponta aumento de domicílios vagos para 11,4 milhões, quase o dobro da falta de moradias do país

Cardoso, do Observatório das Metrópoles: IPTU progressivo é alternativa — Foto: Leo Pinheiro/Valor

O Brasil tinha, em 2022, quase 12 milhões de domicílios vazios, o dobro da quantidade observada em 2010 e também o dobro do déficit habitacional mais recente calculado para o Brasil, segundo dados do Censo Demográfico e da Fundação João Pinheiro. A magnitude do número e a distância entre o total de imóveis desocupados e a necessidade de moradia da população brasileira renovam o debate sobre a política habitacional no Brasil.

Especialistas apontam a crise econômica que se agravou com a pandemia - com queda da renda, devolução de imóveis comprados e dificuldade de acesso a residências - como uma das razões por trás desse aumento do estoque de imóveis vazios, além de melhor contagem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do número de domicílios.

Ainda que não haja uma solução simples para o problema da moradia - nem seria possível simplesmente resolver o déficit ao ocupar esses espaços vazios -, demógrafos e urbanistas defendem que há alternativas na legislação para estimular a ocupação de propriedades vagas, como o IPTU progressivo (aumento da alíquota para imóveis sem uso), que poderiam ser adotadas junto a políticas para reduzir o tamanho do déficit.

Os números mostram que a questão deve ir muito além da construção de novas moradias, apontam estudiosos. Ainda há necessidade de programas como o novo Minha Casa, Minha Vida, que acaba de ser apresentado pelo governo federal, dizem, mas este processo deve ser cada mais seletivo, lançando mão de outras estratégias, como o aluguel social, melhoria de unidades existentes ou transformação do uso de imóveis comerciais, por exemplo.

“Alguma taxa de vacância de imóveis é natural, é parte do mercado. Há imóveis para vender, imóveis para alugar, imóveis em inventário.... Mas é razoável pensar que pelo menos metade desses domicílios vagos poderiam ser aproveitados como moradias”, afirma o urbanista Adauto Lucio Cardoso, coordenador do Grupo Habitação e Cidade do Observatório das Metrópoles, ligado ao Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur), da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Ele destaca que, desde a Constituição de 1988, existem instrumentos para forçar o uso de imóveis vazios e aumentar a oferta no mercado, como IPTU progressivo ao longo do tempo, mas que não são usados, “principalmente por questões políticas”.

“Não é natural que seja mais lucrativo para um proprietário deixar um imóvel fechado que colocar no mercado”, diz a militante da União Nacional por Moradia Popular, Evaniza Rodrigues, que faz parte do grupo de trabalho do Ministério das Cidades que trata do novo Minha Casa, Minha Vida.

Pelos dados do Censo Demográfico 2022, que acabam de ser divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de domicílios vagos no país é de 11,4 milhões, o que representa um aumento de 87% frente a 2010, quando eram 6,097 milhões de residências nesta situação. Pela metodologia do IBGE, não estão incluídos nesta conta os chamados domicílios de uso ocasional, como são classificados os imóveis usados para aluguel por temporada, como pelo Airbnb, por exemplo. A categoria de imóveis vagos ajudou a puxar o crescimento de 34% do número de domicílios em igual período, um dos destaques da primeira divulgação da pesquisa.

A soma de imóveis particulares vagos também é o dobro da marca do déficit de 5,964 milhões de domicílios calculado pela Fundação João Pinheiro, órgão de estatísticas do governo de Minas Gerais que é reconhecido pelos estudos na área.

“Os domicílios vagos aumentam e ainda temos déficit habitacional, é algo complexo de entender. Isso mostra como as cidades foram historicamente concebidas: há um conjunto grande de domicílios desocupados, que não são usados para a população de baixa renda”, afirma o demógrafo Roberto Luiz do Carmo, que é professor da Unicamp e pesquisador do Núcleo de Estudos de População Elza Berquó (Nepo/Unicamp).

Nesse aumento dos domicílios vagos entre 2010 e 2022, o também demógrafo e professor aposentado da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) José Eustáquio Diniz Alves vê efeito da crise econômica do país, que gerou empobrecimento da população e maior dificuldade para comprar ou alugar imóveis. “Não é só especulação imobiliária, a população ficou mais pobre, a renda per capita está menor que em 2013”, diz ele, que lembra também a melhor contagem dos domicílios no Censo mais recente.

Alves destaca ainda que o crescimento dos imóveis particulares vazios foi um fenômeno generalizado, segundo o Censo 2022: houve aumento nas regiões mais ricas e nas mais pobres, nas regiões com menor ou maior crescimento populacional e nas regiões de emigração e de imigração.

O dado do déficit é o mais recente, referente a 2019, mas deve mudar, segundo o coordenador geral do estudo, o pesquisador Frederico Poley, com a atualização das informações a partir do Censo Demográfico 2022. Isso só deve ocorrer, no entanto, após a liberação dos microdados pelo IBGE, o que se espera que ocorra apenas no início de 2024.

Para Poley, as novas informações sobre domicílios vagos indicam a necessidade de revisão das políticas habitacionais, para que o foco não seja apenas em novas construções. O déficit habitacional, explica, mede o acesso das pessoas a domicílios adequados e reflete a desigualdade do país.

“Uma parte do déficit habitacional tem a ver com adequação com domicílio e poderia ser tratada com melhorias de infraestrutura, como a questão do saneamento. No caso dos domicílios vagos, há uma questão de mercado. Muitas vezes o proprietário não quer alugar ou vender por preço baixo, então é preciso pensar em incentivos, mudanças na legislação.... Não existe solução fácil para problema complicado”, afirma Poley.

Dos 5.570 municípios brasileiros, 78% (4.353) têm mais de 10% de seus domicílios vagos segundo o Censo 2022, destaca Roberto Luiz do Carmo. O aumento do número de domicílios vagos deve ser avaliado, segundo ele, junto com a tendência de desaceleração do crescimento da população também observado no Censo, além do esvaziamento das áreas centrais das cidades.

“Esses dados do Censo permitem que se olhe a cidade de outra maneira. É preciso pensar em políticas públicas para moradias que sejam de interesse social. Isso já foi feito em cidades europeias e americanas, mas o Brasil tem avançado pouco”, diz o demógrafo.

Vice-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Rafael Passos afirma que a entidade vem defendendo “há tempos” que a política habitacional do país não pode se restringir à construção de novas moradias. Ele aponta que, embora no Brasil a cultura do direito à habitação esteja ligada principalmente ao imóvel próprio, o aluguel social é um caminho adotado por muitos países.

“O novo dado do Censo aponta uma discrepância e uma oportunidade de trabalhar esses imóveis vagos para garantir o direito à habitação. E há instrumentos na legislação para evitar esses vazios urbanos, como o IPTU progressivo. [...] As políticas precisam vir associadas. E muito mais do que produzir novas unidades, e mais barato inclusive, é investir na qualificação das unidades existentes”, nota.

Evaniza Rodrigues pondera que iniciativas para o uso de imóveis vagos são projetos de menor escala, que exigem mais dedicação e projetos customizados e menos industrializados que os grandes lançamentos de incorporadoras para moradia popular. “Ainda é preciso produzir moradia, mas com certeza não é a única alternativa de garantir moradia digna para a baixa renda”, afirma.

Rodoviário

Diário do Comércio - MG   12/07/2023

A BR-040, que liga o Rio de Janeiro a Brasília, terá sua concessão dividida em três trechos num novo formato definido pelo governo federal. Atualmente, os mais de 1,1 mil quilômetros da Rio-Brasília, como é conhecida, são divididos em duas concessões com contratos em processo de encerramento. A divisão pretende tornar os novos editais de concessão mais atraentes.

A Via 040, empresa da Invepar Rodovias, responsável por 936,8 km de extensão de trecho concedido, entre Juiz de Fora (Zona da Mata) e Brasília (DF), formalizou, desde 2017, um pedido de “rescisão amigável”, sendo reapresentado em 2019 para aderir à relicitação. A empresa alega que “vem enfrentando um quadro setorial desafiador, diferente do momento anterior ao leilão realizado em 2013”.

A Via 040 explicou ainda que “as condições de financiamento bancário para investimentos foram modificadas, houve atrasos e fragmentação na emissão das licenças ambientais para execução de obras e, além disso, a redução significativa da atividade econômica brasileira afetou diretamente o tráfego de veículos e passageiros”.

De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a legislação prevê que a Agência pode estender o prazo de operação da concessionária para prestação de serviços essenciais, o que aconteceu com o trecho da Via 040. Hoje, está em vigor o Termo Aditivo ao Contrato de Concessão da Via 040, com vencimento em agosto, podendo ser estendido por mais seis meses. No entanto, a ANTT informa que a solução para o assunto segue em discussão entre a diretoria da Agência, o Ministério dos Transportes e o Tribunal de Contas da União (TCU).

Novo certame

O outro trecho, o menor, com 180 km, entre o Rio de Janeiro (RJ) e Juiz de Fora, concessionado para a Concer, a ANTT esclarece que a definição do poder público sobre a administração da BR-040 ainda está em tratativa.

Já os trâmites da nova licitação da BR-040 estão em andamento. Estudos de viabilidade técnico-econômica e ambiental feitos pela Agência identificaram a necessidade de subdividir o projeto de concessão da BR-040/RJ/MG/GO/DF em três novos que serão concedidos separadamente, sendo assim distribuídos:

Rota Rio-BH – abrange as BR-040/495, com extensão de 451 km, com investimento previsto de R$ 9,2 bilhões e edital previsto para o segundo semestre deste ano.

Rota dos Cristais – abrangendo BR-040 entre Minas e Goiás, com extensão de 594 km, com investimento previsto de R$ 6,3 bilhões. Edital previsto para o primeiro trimestre de 2024.

Rota do Pequi – extensão de 350 km, entre Cristalina (GO) e Brasília (DF), com investimento ainda em estudo e edital previsto para o segundo semestre de 2024.

PETROLÍFERO

TN Petróleo - RJ   12/07/2023

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) lançou nesta terça-feira (11/7) o Anuário de Petróleo no Rio 2023. A publicação destaca o cenário de projeção da produção até 2030, com o Rio de Janeiro em perspectivas de aumentar sua parcela de produção nacional para mais de 90% nos próximos anos e chegando ao volume potencial de 4,8 milhões de barris/dia no final desta década. O documento apresenta no capítulo de Exploração e Produção a visão dos novos campos produtores e o potencial agregado a ser alcançado pelo estado fluminense.

Nesta 8a edição, há a atualização do mercado no Rio, no Brasil e no mundo com análises de diferentes visões, dados dinâmicos em Painel Interativo, Mapa do Petróleo no Rio, como ferramenta de geolocalização e, a novidade, o Guia das Participações Especiais com as principais informações de arrecadação de royalties e participações especiais no estado e municípios do fluminense.

Essas informações podem ser acessadas em https://www.firjan.com.br/firjan/empresas/competitividade-empresarial/petroleoegas/publicacoes.htm

“Diante do contexto interno, com a mudança de governo, e mundial, com a guerra Rússia e Ucrânia, as empresas necessitam de informações rápidas e acessíveis para montar suas estratégias de atuação num mercado bastante competitivo. O levantamento do Anuário traz boas perspectivas e um melhor posicionamento do Rio de Janeiro e do país, com o aumento da produção, gerando desenvolvimento socioeconômico para todos”, destaca o vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.

O documento apresenta ainda artigos da Firjan SENAI SESI e de parceiros como a EPE, Petrobras, PRIO, IBP, ANP e Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar do Rio de Janeiro (Seenemar). Intitulado “Petróleo: uma fonte de riquezas para o país a partir do litoral fluminense”, uma das análises feitas pela Firjan SENAI SESI explicita os reflexos socioeconômicos proporcionados pelo mercado de petróleo do Rio de Janeiro para a geração de receitas em todo o país, por meio de recursos das participações governamentais distribuídas. Também ressalta o impacto nas cadeias produtivas e na arrecadação via tributos, além da capacidade de gerar mais de 17 mil postos de trabalho até 2028, relacionados a operação das novas plataformas que iniciarão a produção no período 2023-2028.

Produção em crescimento

A Firjan SENAI SESI também destaca a energia do futuro a partir do mercado de petróleo, trazendo uma análise do posicionamento atual das companhias de petróleo no contexto da transição energética e suas variadas estratégias de descarbonização. “Para suportar o crescimento de produção em 50% até 2030 e a transição energética, é fundamental investimentos em pesquisa e inovação e a liberação do trabalho em novas áreas, novas frentes”, afirma Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da federação.

Já a Petrobras, em seu artigo, aborda o sucesso da parceria da companhia com o estado do Rio, destacando seus ativos no estado, investimentos e projetos que constam em seu Plano Estratégico 23-27, inclusos projetos em novas energias. A EPE apresenta o contexto do planejamento energético nacional sob um olhar voltado para descarbonização e transição energética.

A PRIO traz suas perspectivas para o mercado nacional de campos maduros, destacando o papel das empresas independentes de médio e pequeno porte no mercado. Considerando o segmento de Abastecimento, o IBP traz suas perspectivas para o downstream no Brasil. O Instituto indica a necessidade de investimentos na ordem de R$120 bilhões na expansão das infraestruturas existentes e projetos greenfield, resultando em uma redução anual de R$ 2 bilhões no custo total de abastecimento e redução das emissões de CO2.

Ainda no capítulo de Abastecimento, a Firjan SENAI SESI aponta o Rio de Janeiro como vetor de segurança do abastecimento do Brasil. O estado é o verdadeiro garantidor do abastecimento interno do país, sendo responsável por fornecer 70% do óleo que é refinado no Brasil. “A avaliação traz a importância de investimentos na modernização e no retrofit das refinarias nacionais de modo a aumentar o aproveitamento do óleo nacional no refino”, diz Karine Fragoso.

A ANP, por sua vez, aborda as perspectivas e tendências para PD&I no mercado de petróleo, discorrendo sobre as obrigações das petrolíferas e o impacto da evolução dos investimentos para gerar novas tecnologias, que correspondam as novas demandas da pauta de sustentabilidade e descarbonização. Já a Seenemar fala sobre a importância do petróleo para o Rio de Janeiro e as ações para a garantia da sustentabilidade social e fiscal no longo prazo, trazendo o impacto das receitas obtidas pelo mercado para a economia fluminense.

Para baixar a publicação Anuário do Petróleo no Rio 2023 acesse o link

https://www.firjan.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=2C908A8A891BB4CA018944E5034147CA

Para acessar os dados dinâmicos do Anuário e o Guia das Participações Governamentais clique em https://www.firjan.com.br/firjan/empresas/competitividade-empresarial/petroleoegas/dados-petroleo.htm

Valor - SP   12/07/2023

Sinalização de que Pequim irá apoiar a economia deu impulso à commodity

O petróleo subiu mais de 2% nesta terça-feira e bateu seu maior valor de fechamento das últimas 10 semanas, apoiado pela percepção de que a China vai aumentar o apoio fiscal no país para melhorar o nível da atividade local após indicadores decepcionantes da economia. A contínua fraqueza do dólar no mercado cambial também ajudou a commodity hoje.

O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para setembro fechou em alta de 2,41%, a US$ 74,71. Já o Brent - referência global - para o mesmo mês avançou 2,20%,a US$ 79,40 por barril.

O impulso a diversas commodities industriais hoje veio principalmente por conta da decisão de autoridades na China de estenderem algumas medidas de apoio ao setor imobiliário, que enfrenta grave crise desde 2021.

Entre as medidas, está uma nova prorrogação de um ano do prazo para o pagamento de dívidas. Além disso, as instituições financeiras da China serão incentivadas a negociar novos prazos para que as incorporadoras quitem seus débitos.

“Isso ocorre em um momento em que também estamos vendo um pouco mais de força na estrutura do Brent, então, potencialmente, podemos começar a ver o sentimento no mercado de petróleo se tornando mais construtivo”, projetam Warren Patterson e Ewa Manthey, analistas do ING.

Eles ponderam, contudo, “que muito vai depender do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA de junho”, cuja divulgação está prevista para amanhã, às 9h30 (de Brasília). O dado sobre a inflação americana será importante pois deve ajudar a formar as expectativas do mercado sobre as próximas decisões de juros do Federal Reserve (Fed).

Na véspera do CPI, o dólar teve um novo dia de baixas em relação a moedas rivais, e seu índice DXY caía 0,24%, a 101,730 pontos, por volta de 16h10. O movimento tende a favorecer commodities cotadas na moeda americana, uma vez que as torna mais baratas a detentores de outras divisas.

O Estado de S.Paulo - SP   12/07/2023

A Petrobras descarta ir à Justiça e aposta na articulação política para conseguir a licença ambiental que lhe permita explorar a Margem Equatorial. A posição já tinha sido assumida pelo presidente da companhia, Jean Paul Prates, mas a costura ainda não estava clara.

O Estadão/Broadcast apurou que isso depende de um parecer da Advocacia Geral da União (AGU) sobre a questão, que pode considerar decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre autorizações à atividade de exploração e produção de petróleo. O parecer, dizem fontes, levaria a um consenso jurídico no governo federal capaz de levar o Ibama a rever sua posição.

Mais objetivamente, a Petrobras aguarda que a Casa Civil solicite à AGU um parecer sobre a necessidade ou não de uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) para a exploração da Margem. A AAAS é um estudo prévio que autoriza ou não o leilão de áreas para E&P, e que deve ser feito pelos Ministérios de Minas e Energia (MME) e Meio Ambiente (MMA), segundo portaria de 2012.

Na ausência dessa avaliação, cuja preparação leva anos, os leilões do petróleo têm sido autorizados por manifestações conjuntas das pastas, que partem de análises mais simples.

Em maio, o Ibama negou a licença ambiental para a Petrobras perfurar um poço exploratório no litoral do Amapá, na Bacia da Foz do Amazonas, uma das cinco que formam a Margem Equatorial. No indeferimento, foi evocada justamente a falta de uma AAAS para a margem Equatorial, além de limitações no plano de proteção à fauna em caso de acidentes e o impacto do fluxo aéreo do aeroporto do Oiapoque, que serviria às operações, nas comunidades locais.

Segundo pessoas na Petrobras familiarizadas com o assunto, o terceiro e último apontamento do Ibama, a falta de um AAAS, é o mais crítico, por ser considerado “não gerenciável”, ou seja, estar fora da alçada da estatal. Os outros dois pontos, dizem as fontes, são mais objetivos e, inclusive, já teriam assistido a uma convergência entre a companhia e o Ibama.

Decisões do Supremo

Dentro da Petrobras, porém, decisões recentes do STF que têm dispensado as AAAS para atividades de E&P podem favorecer a Petrobras na questão da Margem Equatorial se forem utilizadas para balizar o parecer da AGU.

De fato, em 1º de julho, no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 887, o STF decidiu por unanimidade que “AAAS não é condição indispensável para que sejam leiloados blocos exploratórios e nem para o exercício das atividades de E&P em áreas que não tenham sido objeto de AAAS”. Essa é a segunda decisão nesse sentido.

A ADPF 887 foi ajuizada pela Rede Sustentabilidade em outubro de 2021 para, à época, pedir a suspensão da 17ª Rodada de Licitações de Blocos de E&P, que envolvia blocos nas Bacias Marítimas de Pará-Maranhão, Potiguar, Campos, Santos e Pelotas — as duas primeiras dentro da Margem.

A legenda questionava justamente que as normas da licitação permitiam a dispensa das conclusões de estudos multidisciplinares de avaliações ambientais e a definição de áreas para E&P sem a realização de AAAS, mediante apenas manifestação conjunta de MME e MMA. Julgado esse mês, o questionamento não foi julgado procedente.

“De certa maneira o assunto já está judicializado. Essa (887) já é a segunda ADPF com entendimento favorável (à exploração), sendo essa segunda com entendimento por unanimidade no STF. A Casa Civil deve fazer uma consulta à AGU para pacificar a questão”, diz uma pessoa com acesso à discussão.

“A Justiça é a última opção (da Petrobras), uma bala de prata que sempre fica por último, porque nunca se sabe o resultado de um processo judicial. Então vai ser tentado o caminho do diálogo (com o Ibama)”, continua a fonte.

Não há um prazo para a AGU se manifestar sobre o assunto, mas a Petrobras tem prazo até agosto de 2024 para executar a campanha exploratória na Bacia da Foz do Amazonas, conforme acordado com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O prazo já foi prorrogado devido à pandemia e, até o momento, a Petrobras não solicitou novo adiamento, o que pode acontecer se a negativa com o Ibama se arrastar.

A companhia, já disseram diretores e técnicos ao Estadão/Broadcast, não pretende desistir da Margem Equatorial, considerada estratégica para a renovação de suas reservas, ante o declínio da produção do pré-sal na próxima década. Segundo o Plano Estratégico para o quinquênio 2023-2027, a Petrobras reservou US$ 6 bilhões para investir em exploração, dos quais 49% — ou US$ 2,94 bilhões — para a Margem Equatorial. Esse montante, disse uma segunda fonte da Petrobras, está mantido.

O bloco que a Petrobras pretende perfurar para procurar petróleo foi ofertado ao mercado ainda em 2013, quando foi arrematada pela petroleira francesa TotalEnergies. Em 2021, a área foi vendida e passou às mãos da Petrobras que tenta, desde, então, destravar a exploração.

Valor Investe - SP   12/07/2023

Movimento refletiu possibilidade de novos estímulos da China na economia local após indicadores decepcionantes

Os preços do petróleo subiram mais de 2%, nesta terça-feira, e bateram maior valor de fechamento das últimas 10 semanas, apoiado pela percepção de que a China vai aumentar o apoio fiscal no país para melhorar o nível da atividade local, após indicadores decepcionantes da economia. O recuo do dólar no mercado internacional também impulsionou a commodity hoje.

O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para setembro fechou em alta de 2,41%, a US$ 74,71. O tipo Brent - a referência global - para o mesmo mês avançou 2,20%,a US$ 79,40 por barril.

No Brasil, o movimento pode ser sentido nas ações da Prio (PRIO3), que ficou entre as maiores altas do Ibovespa, subindo 3%, cotada a R$ 40,70.

Já a Petrobras (PETR4) não acompanhou o ritmo e recuou 1,35%, a R$ 29,15. Investidores estão ressabiados com a política de preços adotada pela companhia, pressionada por uma possível interferência estatal.

Em meados do mês passado, a redução de 4,66% no preço da gasolina derrubou os preços das ações da companhia. Apesar de os analistas avaliarem que a alteração estava prevista, em função da queda dos preços do petróleo no mercado internacional, ainda há um grau de desconfiança sobre a ingerência política.

Ainda no cenário internacional, às vésperas da divulgação da inflação de junho nos Estados Unidos, o dólar teve um novo dia de baixas em relação a outras moedas e índice DXY caía 0,24%, a 101,730 pontos, por volta de 16h10. O movimento tende a favorecer commodities cotadas na moeda americana, uma vez que as torna mais baratas a detentores de outras divisas.

Com informações do Valor PRO, serviço de notícia em tempo real do Valor Econômico.

Valor - SP   12/07/2023

Novo acordo, que prevê mecanismos para mitigar as flutuações da demanda, terá vigência de 10 anos contados de janeiro de 2024

Petrobras e Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) firmaram novo contrato de suprimento de gás natural, com vigência a partir de janeiro de 2024 até dezembro de 2034. O valor estimado da contratação é de R$ 56 bilhões.

Com isso, as empresas concluíram outra fase da chamada pública para o suprimento de gás à base de clientes da Comgás.

Segundo as duas empresas, o contrato prevê mecanismos para mitigar as flutuações da demanda decorrentes do esperado dinamismo do mercado livre e diminuição gradual de volumes ao longo do tempo pela Comgás.

Veja tudo sobre balanços de Petrobras e Comgás, outros indicadores financeiros, além de todas as notícias sobre as companhias no Valor Empresas 360.

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