Portal Fator Brasil - RJ 12/04/2023
Com forte presença da indústria brasileira de defesa e segurança, feira tem início no dia 11 de abril (terça-feira) no Rio de Janeiro e siderúrgica sueca apresenta os melhores aços para blindagem e proteção contra a penetração de objetos ou explosão
A SSAB, multinacional sueca líder mundial na fabricação de aços de alta resistência, participa como expositora da LAAD Defence & Security 2023, que acontece entre 11 e 14 de abril (terça a sexta-eira), no Riocentro (RJ). A siderúrgica sueca apresenta em seu estande os aços Armox® e Ramor® , amplamente utilizados para a proteção de pessoas, propriedades e objetos valiosos em todos os tipos de ambientes em todo o mundo.
— Esses aços de alta resistências podem suportar forças extremas de objetos perfurantes que atingem o aço em alta velocidade, bem como ter a tenacidade necessária para resistir às forças de choque — diz Lucas de Noronha, Key account manager - South America SSAB.
A SSAB tem uma abordagem inovadora à produção de aço para uso civil e militar. As chapas Armox® ï¸ vêm protegendo a vida de milhares de pessoas ao redor do mundo, sendo destinadas às mais diversas aplicações, como veículos de segurança, blindados militares, estruturas fortificadas, equipamentos militares e prédios governamentais. O aço Ramor® ï¸ foi desenvolvido para aplicações em que a resistência balística e contra explosões é necessária, como em blindagens de veículos particulares, residências, portas, guaritas, lotéricas e instituições financeiras.
As chapas de proteção Armox® ï¸ e Ramor® ï¸ têm propriedades garantidas de balística. Cada grau e espessura são testados de acordo com os mais abrangentes e rigorosos padrões e normas internacionais. Além disso, a SSAB colabora com os melhores laboratórios e realiza os testes de balística nas mais diversas normas e níveis de proteção, para oferecer chapas que sejam certificadas de acordo com os padrões exigidos pelas ordenações legais de cada país. No Brasil não é diferente: os aços aqui fornecidos são todos testados e homologados também na norma NBR15000.
A LAAD é a maior e mais importante feira de defesa e segurança da América Latina. É realizada a cada dois anos e nesta edição, terá seu foco na autonomia tecnológica e produtiva do país e no desenvolvimento de tecnologias que também beneficiam a sociedade civil. Sua programação inclui exposições sobre segurança, congressos e seminários com informações e novidades do setor.
Globo Online - RJ 12/04/2023
Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia mundial voltou a viver um momento de grande incerteza por efeitos de choques acumulados nos últimos três anos em decorrência, principalmente, da pandemia e da guerra na Ucrânia. Assim, em seu relatório de projeções econômicas, o FMI reduziu suas estimativas para o crescimento do mundo e também do Brasil.
Pela projeção do relatório, a economia global vai crescer 2,8% neste ano, em vez dos 2,9% previstos em janeiro. Em 2024, a previsão caiu de 3,1% para 3%. No caso do Brasil, a estimativa para o PIB (Produto Interno Bruto, conjunto de bens e serviços produzidos no país) deste ano foi reduzida de 1,2% para 0,9%.
O corte em 0,3 ponto percentual na projeção para o Brasil foi um dos maiores, entre as 16 economias que o FMI destaca em seu relatório. Só o Japão teve redução maior na previsão para o seu PIB, de 0,5 ponto percentual - antes o FMI estimava crescimento japonês em 1,8%, agora projeta 1,3%.
Para 2024, o Fundo manteve sua previsão de crescimento de 1,5% para a economia brasileira. Em 2022, quando vários países se recuperavam do baque da pandemia, o Brasil cresceu 2,9% e o mundo, 3,4%.
Os números foram apresentados nesta terça-feira, durante a reunião conjunta de FMI e Banco Mundial, em Washington, durante a qual a diretora-gerente do Fundo, Kristalina Georgieva, recebe representantes dos países que integram a organização.
Inflação inibe crescimento
O relatório aponta como uma das causas para o menor crescimento global a inflação ainda elevada, devido à demanda reprimida, às interrupções persistentes nas cadeias de suprimentos e aos picos nos preços de commodities, como o petróleo.
Esses fatores, segundo o FMI, acabaram levando diversos bancos centrais a aumentarem as taxas de juros agressivamente, na tentativa de conter as altas de preços. Outro problema é que as dívidas pública e privada atingiram níveis que não vistos em décadas na maior parte das economias e permanecem elevadas, segundo os economistas do Fundo.
No Brasil, a inflação desacelerou em março, mas mantém-se alta: 4,65% em 12 meses. Os preços elevados inibem o consumo das famílias, que responde por boa parte do motor da economia, e dão pouca margem para o Banco Central (BC) baixar os juros, que estão em 13,75% ao ano. O BC também se preocupa com o aumento dos gastos públicos.
As taxas altas comprometem o orçamento dos brasileiros - quase 80% das famílias estão endividadas - e desestimulam investimentos, o que tem levado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a criticar publicamente o BC.
O FMI elevou a projeção de inflação mundial em 0,4 ponto percentual, para 7%. Apesar da revisão para cima, os preços estão cedendo, segundo o Fundo. No ano passado, o índice global ficou em 8,7%. A desaceleração é reflexo do aperto monetário dos BCs e preços de commodities mais comportados. Ainda assim, o FMI afirma que o indicador ficará acima da meta para a maior parte das economias até 2025.
A previsão do FMI para inflação do Brasil é de 5% neste ano e 4,8% em 2024, em ambos os casos acima da meta.
Risco de crise bancária no radar
As preocupações com a estabilidade financeira crescem também à medida que bancos com modelos de negócios que dependiam fortemente de juros muito baixos mostraram-se despreparados ou incapazes de se ajustar ao aumento acelerado das taxas. Com isso, surgiu no radar o risco de crises bancárias em várias economias, incluindo a maior delas, os Estados Unidos.
"(A turbulência financeira) está sob controle agora. Mas se as condições financeiras piorarem significativamente, estamos preocupados se isso pode resultar em uma desaceleração mais profunda", disse o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourincha, no relatório.
No início deste ano, o Fundo acreditava que, embora a atividade econômica mundial fosse desacelerar em relação a 2022, o risco de recessão estava afastado e haveria um “ponto de inflexão”. Em janeiro, a perspectiva de crescimento da economia global foi revisada para cima pela primeira vez em um ano. Além disso, na ocasião, o FMI chegou a apontar que o enfraquecimento do dólar daria algum alívio aos mercados emergentes.
Agora em abril, no entanto, a visão está mais pessimista. Contribuiu para isso o colapso inesperado de dois bancos americanos e a crise que levou o suíço Credit Suisse — um banco de peso internacional significativo — ter que ser adquirido pelo rival UBS.
Esses casos agitaram os mercados financeiros. Diante da alta incerteza, predomina a aversão ao risco. O FMI avalia, então, que os formuladores de políticas econômicas podem enfrentar dificuldades para reduzir a inflação e, ao mesmo tempo, manter o crescimento e preservar a estabilidade financeira.
Crescimento da China é mantido
Com relação à segunda maior economia do mundo, o Fundo manteve a projeção de crescimento de 5,2% para 2023.
O Panorama avalia que, após medidas rígidas de contenção da Covid-19, que levaram a quedas na atividade econômica no quarto trimestre de 2022, as autoridades chinesas responderam com uma série de medidas, que incluem isenção de impostos para empresas, novas metas de vacinação para idosos e incentivos à conclusão e entrega de empreendimentos imobiliários inacabados.
Recomendações do Fundo
O FMI recomenda políticas a serem adotadas para atingir um crescimento sustentável. A principal delas é garantir a queda da inflação, o que demanda uma comunicação clara da parte dos bancos centrais.
Outra é assegurar a estabilidade financeira, o que vai exigir o monitoramento contínuo dos riscos ao sistema bancário. Também será preciso lidar com oscilações cambiais, especialmente no caso dos mercados emergentes, mais sensíveis à variação do dólar.
O FMI recomenda ainda dar apoio à população mais vulnerável e aumentar a segurança alimentar - um problema agravado pela guerra na Ucrânia, grande exportadora de alimentos.
Globo Online - RJ 12/04/2023
As negociações entre empresas brasileiras e chinesas estão a todo vapor. Às vésperas da chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, já existem pelo menos 20 acordos fechados entre os representantes do setor privado dos dois países.
O GLOBO teve acesso a uma lista de acordos assinados entre as empresas, elaborada pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). Já houve acertos em diversas áreas, como energia limpa, créditos de carbono, construção de navios e financeiro.
Segundo o CEBC, a Suzano assina três acordos com parceiras chinesas. O primeiro com a Cosco, para a construção de cinco navios de transporte de celulose e produtos de base biológica, incluindo contrato de transporte de longo-prazo.
O segundo ato, um memorando de entendimento com o grupo China Forestry Group, para colaboração em materiais de base biológica e carbono e investimentos e P&D. E o terceiro, o anúncio do lançamento do Innovability Hub, na Cidade da Ciência de Zhangjiang, em Xangai.
A Vale vai celebrar sete acordos com parceiros chineses. Um com a Universidade Tsinghua para intercâmbio de conhecimento técnico. O segundo com a Central South University (CSU) para pesquisas científicas em siderurgia de baixo carbono.
O terceiro acordo é com a XCMG, para desenvolvimento da primeira motoniveladora zero emissão do mundo, com porte exclusivo para atividade de mineração com a empresa XCMG. Se bem-sucedido, o projeto permitirá a migração de toda frota de motoniveladoras da Vale nos próximos anos.
O quarto é um acordo de cooperação a ser assinado com a Baoshan Iron & Steel (empresa do grupo Baowu). O negócio é para a produção de biocarvão e suas aplicações, visando soluções de descarbonização na indústria siderúrgica.
Dois acordos serão firmados pela Vale com instituições bancárias chinesas: um com o Industrial and Commercial Bank of China (o ICBC) e o Bank of China, para cooperação financeira envolvendo linhas de crédito para mineração no Brasil e grandes projetos ao redor do mundo. Também são previstas outras parcerias financeiras, especialmente cooperação financeira verde, fortalecendo projetos de energia verde.
Já o sétimo acordo tem como signatária a Vale Indonésia e prevê projeto de investimento com a Tisco (grupo Baowu) e a Xinhai ,para a construção de uma planta de processamento de níquel RKEF e outras instalações de apoio. O projeto, com potencial de baixo carbono, utilizará energia alimentada a gás.
A lista também prevê uma parceria entre a Odebrecht, a Power China e a Sete Partners para trazer soluções conjuntas a projetos de infraestrutura no Brasil. Além disso, a Sete Partners e a Tianjing Food Group se associam para a criação de uma empresa binacional, visando ampliar investimentos na cadeia agrícola brasileira em diversas áreas, inclusive logística.
Ainda segundo a lista, a empresa brasileira BMV global firma dois acordos com empresas chinesas para a comercialização de créditos de biodiversidade. Um com a HRH (Chongqing), para promover o comércio e serviço sustentável, e lançamento da plataforma de comércio de crédito de biodiversidade entre a China e o Brasil. E o segundo acordo com a HRH Pharmaceutical, adquirindo o crédito de biodiversidade como mecanismo de compensação do seu impacto ambiental, e a obtenção do selo de boas práticas ESG - selo BMV de sustentabilidade.
Veja outros acordos:
Motrice Soluções em Energia e China Gansu International Corporation for Economic and Technical Cooperation Co., ltd. (CGICO) firmam memorando na área de energias renováveis, com foco na importação e execução de serviços e investimentos.
Sinomec e a Sete Partners firmam parceria nas áreas de energia renovável, agricultura e outros setores.
APEXBRASIL e Venture Cup China formalizam parceria para apoiar startups brasileiras a desenvolverem negócios na China. Também vão organizar, conjuntamente, a semana da inovação, que terá foco em soluções ligadas à economia verde e de baixo carbono, à sustentabilidade aplicada ao agronegócio e à digitalização.
Banco Bocom BBM anuncia sua adesão ao CIPS (China Interbank Payment System), que é a alternativa chinesa ao Swift. A expectativa é a redução dos custos de transações comerciais com o câmbio direto nas moedas dos dois países. O banco será o primeiro participante direto desse sistema na América do Sul.
A sucursal brasileira do Industrial and Commercial Bank of China (Brazil) passa a atuar como banco de compensação do RMB no Brasil. As reduções das restrições ao uso do RMB (moeda chinesa) objetiva promover o comércio bilateral e facilitar investimentos.
A APEXBRASIL e a Beijing Hycore Innovation assinam instrumento de cooperação com o objetivo de apoiar startups brasileiras a estabelecer negócios com a China, no contexto da competição de empreendedorismo e evento global HICOOL 2023.
Globo Online - RJ 12/04/2023
Em manifestação ao Fundo Monetário Internacional (FMI), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que uma política monetária mais restritiva no Brasil está baixando a inflação e que a trajetória de “consolidação fiscal do governo” abrirá espaço para “acomodação” dos juros.
Haddad disse ainda que o governo brasileiro está comprometido com a sustentabilidade fiscal e da dívida do país, tendo a reforma tributária como outra prioridade imediata. O governo Lula e o próprio presidente têm criticado recorrentemente a taxa de juros do país, hoje em 13,75%.
O ministro afirma que o Brasil foi a primeira grande economia a começar a apertar a política monetária no início de 2021, quando ficou claro que as pressões inflacionárias eram amplas e persistentes. Depois de atingir um pico acima de 12% no início de 2022, diz ele, a taxa de inflação caiu pela metade e é comparativamente menor do que na maioria das economias avançadas.
Por outro lado, ressalta, espera-se um crescimento moderado da economia no próximo ano, com a melhora do cenário macroeconômico geral.
“Com o aumento da confiança no quadro fiscal e uma trajetória de consolidação fiscal afetando consistentemente as expectativas de inflação e ancorando-as mais perto da meta no horizonte relevante, haverá espaço para acomodação da taxa básica de juros”, escreveu o ministro.
O comunicado foi divulgado nesta terça-feira como parte das reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial, que reúnem autoridades econômicas de todo o mundo em Washington. Haddad não foi ao evento, porque integra a comitiva presidencial que foi à China. No lugar dele, está o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também participa dos encontros.
Sustentabilidade fiscal
O ministro afirma que o governo está comprometido com a sustentabilidade fiscal e da dívida dentro de uma estrutura baseada em regras confiáveis.
“Nesses primeiros três meses, passamos a priorizar as necessidades imediatas de gastos, e revertemos algumas isenções fiscais, inclusive sobre combustíveis, que haviam sido concedidas no ano passado. O objetivo geral é trazer os pobres para o orçamento e os ricos para o sistema tributário”, afirma.
Haddad diz que os resultados do saldo fiscal primário surpreenderam positivamente no primeiro bimestre deste ano e, com o novo quadro fiscal, o país caminha para déficit primário significativamente menor do que o projetado no Orçamento no início do ano.
Além disso, cita que apresentou uma nova estrutura fiscal que, nas suas palavras, “pode estabilizar com credibilidade a dívida pública ao longo do tempo e, posteriormente, colocá-la em uma trajetória claramente descendente”. O ministro afiram que que o governo poderá registrar superávit fiscal primário de 1% do PIB em 2026, último ano da administração.
Ao FMI, Haddad disse que o novo governo está determinado a demonstrar que a gestão macroeconômica “responsável” é compatível com a justiça social e a sustentabilidade ambiental.
“O governo provou seu firme compromisso de garantir a estabilidade macroeconômica em um ambiente desafiador, ao mesmo tempo em que cria espaço para cumprir uma agenda ampla. Inicialmente, a principal prioridade é manter a sustentabilidade fiscal e da dívida, ao mesmo tempo em que fortalece os programas sociais e o apoio aos mais pobres. O governo está lidando com importantes demandas sociais reprimidas que precisam ser tratadas com responsabilidade fiscal”, afirma o ministro.
Mudanças climáticas
Haddad afirma que os desafios prementes colocados pelas mudanças climáticas exigem ações ousadas e resolutas. Portanto, uma boa gestão econômica deve, em qualquer momento, ser consistente com os requisitos sociais e ambientais, ao mesmo tempo em que é politicamente viável, completa.
O ministro defende ainda a simplificação do sistema tributário, "excessivamente complexo, regressivo, distorcido e difícil de lidar, que sobrecarrega desnecessariamente as empresas e acentua as desigualdades regionais e sociais".
Reforma tributária
“A reforma tributária prevista inclui uma revisão abrangente dos gastos tributários para abordar as características perversas e regressivas de nosso regime tributário e combater a captura do Estado. Embora não seja uma panaceia, a reforma tributária será um grande passo para estabelecer um sistema mais simples e justo que aumentará a eficiência da economia”, diz ele.
Haddad cita também a necessidade de combater mudanças climáticas e afirma que é preciso resolver o problema da fragmentação econômica, que reduz a atividade global.
Nesta terça, o FMI divulgou sua projeção de crescimento global, que aponta que o Brasil crescerá 0,9% neste ano.
O ministro abre a sua carta lamentando “profundamente” a continuação da guerra na Ucrânia. “É causa de sofrimento humanitário e fonte de perturbações na economia global, afetando desproporcionalmente as populações pobres e vulneráveis. Renovamos nosso apelo por um cessar-fogo imediato para permitir uma solução pacífica do conflito”, afirma.
Exame - SP 12/04/2023
Loyola citou a queda do IPCA e o impacto do ambiente menos inflacionário no exterior. “O real não deve desvalorizar este ano, pode até valorizar, o que é favorável para a inflação aqui”.
O arcabouco fiscal não é perfeito, mas pelo o que foi apresentado é suficiente para manter o controle da dívida pública, segundo Loyola.
“Esses fatores somados trazem elementos que ajudam a começar a queda dos juros a partir de julho ou agosto”, diz ele apostando numa Selic a 10,5% ao fim de 2023 e quedas adicionais em 2024. Hoje o Boletim Focus
Taxa de juro neutra
Em termos reais, a estimativa da taxa de juro neutra deveria ser em torno de 4% ao ano, por estimativas do BC, que já vê alguns aumento por questões fiscais.
Veja - SP 12/04/2023
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,71% e ficou 0,13 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de fevereiro (0,84%). Nos últimos doze meses, a alta foi de 4,65%, abaixo dos 5,60% observados nos doze meses imediatamente anteriores e, pela primeira vez desde janeiro de 2021, abaixo do teto da meta imposta pelo Banco Central, que é de 4,75%. Trata-se de boa notícia para o governo Lula, que pressiona o BC por corte de juros.
A Selic, hoje em 13,75%, é criticada com frequência pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus aliados próximos. O sinal de desaceleração inflacionária vindo no IPCA deve intensificar essa cobrança.
Segundo Rachel de Sá, chefe de Economia da corretora Rico, apesar do “pior da inflação já ter passado”, a expectativa segue a mesma por corte de juros apenas em agosto. “A primeira fase da desinflação já foi, com produtos relacionados a choques de ofertas e desequilíbrios na cadeia de produção, como bens industriais”, disse. “A segunda fase são com serviços, que desaceleraram nesta última leitura”, completou.
O maior impacto (0,43 p.p.) e a maior variação (2,11%) no índice do mês vieram de Transportes. Na sequência, vieram Saúde e cuidados pessoais (0,82%) e Habitação (0,57%), que desaceleraram ante o mês anterior, contribuindo com 0,11 p.p. e 0,09 p.p, respectivamente. Os demais grupos ficaram entre o 0,05% de Alimentação e bebidas e o 0,50% de Comunicação.
A média dos núcleos da inflação também arrefeceram na passagem de fevereiro para março. Além disso, o índice de difusão, que mostra o porcentual de itens com que aumentaram de preços no mês, caiu de 65,2% para 59,9%.
“O grande desafio do Banco Central é a questão fiscal, o longo prazo”, alerta a chefe de economia da Rico.
No último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira, 10, a mediana das projeções para a Selic mantiveram-se em 12,75% para o fim de 2023, assim como nas semanas anteriores. O mesmo acontece com a previsão para 2024, que ficou em 10% e, 2025, fixada em 9%.
O Estado de S.Paulo - SP 12/04/2023
A disposição de Lula de reativar o BNDES, sob o comando de Mercadante, como um instrumento relevante de política industrial ocorre num momento em que esse tipo de intervenção do Estado no setor privado volta à moda nos países ocidentais.
Há vários fatores por detrás desse retorno. Um deles, pouco mencionado nos círculos do establishment, mas evidente, é o sucesso econômico da China nas últimas décadas com seu modelo "meio capitalista meio socialista", em que a mão pesada do Estado não se furta a se intrometer em todos os aspectos da economia.
Mas há também o aumento das tensões geopolíticas, como a rivalidade crescente entre Estados Unidos e a China e a invasão russa da Ucrânia. Daí decorre a tendência precaucional de trazer de volta para os próprios países, ou países amigos, partes das cadeias globais de produção que se disseminaram pelo mundo na fase anterior da globalização econômica, em que potências e grandes potências se confrontavam menos. Os governos, que têm interesse nesse movimento, não se furtam a estimulá-lo quando se trata de atrair etapas de produção para o seu próprio território.
E, finalmente, a transição energética, na esteira do combate ao aquecimento global, é um poderoso vetor de intervenção dos Estados nas economias.
Como observou há poucos dias conta de Twitter voltada a informações científicas, há sinais de início de um boom industrial no Estados Unidos que pode estar ligado a três programas de política industrial do governo Biden: a Lei dos Chips, a Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês) e a Lei de Infraestrutura.
Assim, os gastos do governo americano relacionados à mudança climática estão saltando de uma média anual de pouco mais de US$ 20 bilhões entre 2009 e 2017 para mais de US$ 60 bilhões projetados para 2020-29. A expectativa é de que IRA estimule US$ 1,6 trilhão de investimentos em energia limpa até 2030.
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Na área de chips, o desafio é libertar os Estados Unidos da enorme dependência de Taiwan em semicondutores, e a Lei de Chips já levou a anúncios de US$ 200 bilhões em investimentos em 16 estados americanos, incluindo uma unidade da TMSC, principal produtor de Taiwan, no Arizona.
Já artigo divulgado hoje do economista David Mckenzie, do Banco Mundial, faz uma defesa cautelosa, e com pré-condições, do apoio direto do governos a empresas.
O economista de início menciona o grande ceticismo que ainda existe em relação à política industrial, relacionado a fracassos na África e na América Latina e aos riscos de captura dos benefícios por setores com fortes grupos de pressão, além de prejuízos à competição.
Como escreve Mckenzie sobre os opositores de políticas industriais em geral - mas no que parece uma descrição dos argumentos nesse sentido entre liberais no Brasil -, esse analistas consideram que "tudo de que a gente precisa é arrumar as políticas macroeconômica e regulatória, e seguir políticas que beneficiem todas as empresas indiretamente (como reforma do sistema financeiro) em vez de algumas empresas diretamente".
Segundo Mckenzie, falhas de mercado (em crédito, mercado de trabalho, produtos e conhecimento) e externalidades ou objetivos como proteger o meio-ambiente, criar empregos, incentivar a inovação e estimular o crescimento da produtividade podem ser usados para uma justificativa teórica das políticas industriais.
Na prática, porém, todos os países praticam política industrial de um jeito ou de outro (e o Banco Mundial participa de diversas formas nessas iniciativas), quer os economistas gostem ou não. Dessa forma, é útil saber o que funciona ou não, e o que atrapalha ou não.
Mckenzie aborda alguns dos problemas tradicionalmente apontados em políticas industriais. O primeiro é a crítica a que governos "escolham vencedores", relativa tanto ao ceticismo de que o burocrata saiba qual é o negócio mais promissor para ser apoiado como ao privilégio que essa escolha discricionária acarreta.
Segundo o economista, os governos não precisam "escolher vencedores", bastando serem capazes de identificar claros perdedores e apoiarem empresas em etapas, à medida que o desempenho vá se revelando. Adicionalmente, algum percentual de erro nas escolhas do governo é natural, já que o apoio deve ir para empreendimentos com alto grau de risco, tanto que não conseguem decolar com financiamento a mercado.
Em relação à crítica de que o apoio a determinadas empresas não cria "adicionalidade" - isto é, o aumento das suas operações se dá à custa da redução da fatia de mercado dos concorrentes -, o pesquisador do Banco Mundial cita exemplos de adicionalidade encontrados em diversos programas de política industrial em países como China, Colômbia, Polônia e Iêmen.
Quanto ao problema da captura da política industrial, Mckenzie reconhece que é algo que realmente ocorre com frequência, e deve ser combatido pela simplificação da burocracia (regras complicadas muitas vezes têm o objetivo de favorecer determinados grupos) e pela supervisão de uma "terceira parte", como o próprio Banco Mundial ou a Comissão Europeia, no caso dos países da União Europeia (UE).
Finalmente, sobre redução da competição, o autor cita alguns exemplos sobre que fazer - incentivar inovação, trabalhar com um universo mais amplo de empresas apoiadas - para evitar esse efeito colateral indesejado das política industriais.
Na conclusão, Mckenzie faz uma recomendação que até hoje foi muito pouco utilizada no longo histórico de políticas industriais no Brasil: estudos prévios dos objetivos a serem atingidos e sobre como serão atingidos (por exemplo, por que escolher esse instrumento e não aquele) e avaliação posterior de resultados.
CNN Brasil - SP 12/04/2023
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu a sua projeção para o crescimento da economia brasileira em 2023, em meio a dados recentes que apontam para uma desaceleração da atividade mais forte do que o esperado, e estima também que o setor industrial deve ficar estagnado no ano, com crescimento zero.
Os números fazem parte do Informe Conjuntural, relatório trimestral da entidade divulgado nesta quarta-feira (12).
“As taxas de juros elevadas vão continuar inibindo a atividade econômica e, por consequência, a atividade industrial”, disse o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Pelas estimativas atualizadas da CNI, o PIB brasileiro deve crescer 1,2% em 2023. Na projeção anterior, do fim do ano passado, a confederação projetava alta de 1,6%.
“Já era previsto um crescimento da economia brasileira mais moderado na comparação com 2022, quando o PIB cresceu 2,9%, mas mudanças importantes no cenário trazem a necessidade de revisão da projeção feita em dezembro de 2022”, explica a CNI em seu relatório.
“Os últimos dados de 2022 mostraram um final de ano com desaceleração mais forte que a prevista da atividade econômica de uma forma geral (…), com os efeitos restritivos da política monetária mais apertada e a redução do ritmo de crescimento do mercado de trabalho, em especial, no setor de serviços”, continua.
Para a indústria, a projeção é de um aumento simbólico de 0,1%, perto da estabilidade, segurado principalmente pelo setor da construção, “ainda que em fim de ciclo de expansão”, de acordo com o relatório, e pela indústria extrativa.
O PIB da indústria de transformação, por sua vez, deve encerrar o ano com uma queda de 1,3%, como efeito direto dos juros mais altos e de uma queda na demanda que já começa a ser sentida pelo setor.
“Ao longo de 2022, o problema de insumos e matérias-primas foi gradativamente superado, embora ainda afete custos e crie dificuldades pontuais”, afirma a CNI.
“Por outro lado, a indústria vem percebendo uma demanda cada vez mais fraca. Primeiro em setores ligados a bens duráveis, cuja demanda é limitada diretamente pelas taxas de juros mais altas, e, no fim de 2022, até mesmo nos setores de bens de consumo não-duráveis, que sofrem os impactos da perda de dinamismo da atividade econômica.”
Apesar da desaceleração em curso e visível na economia, a CNI ainda vê uma inflação elevada no país – de 6% ao fim deste ano, para uma meta que é de 3,25% – e, com isso, também a taxa de juros.
A expectativa é que a Selic, atualmente em 13,75%, possa começar a ser cortada pelo Banco Central em agosto, para chegar ao fim de 2023 nos 11,75% – “patamar bastante elevado, exercendo forte pressão contracionista sobre a economia”, de acordo com a CNI.
Para as contas públicas, a CNI acredita que o país deve voltar a ficar no vermelho, com déficit primário equivalente a 1% do PIB, depois de dois anos de resultados positivos em 2021 e 2022, quando commodities e inflação em alta ajudaram a turbinar a arrecadação.
O rombo é superior à meta prometida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para o ano, que é de um déficit de 0,5%, com uma banda de tolerância entre 0,25% e 0,75%.
As metas de resultado primário fazem parte do conjunto de regras proposto pelo governo em seu novo marco fiscal e, caso o projeto seja aprovado como está, elas terão que ser cumpridas pelo governo.
“Estimamos que a despesa primária do governo federal continue a crescer e, no lado das receitas, 2023, diferentemente de 2022, não será marcado por arrecadações atípicas relacionadas a exploração de recursos naturais e privatizações”, escreveu a CNI.
IstoÉ Dinheiro - SP 12/04/2023
A inflação na China desacelerou em março, a 0,7% em ritmo anual, de acordo com os dados oficiais publicados nesta terça-feira (11), que revelam uma demanda frágil.
O índice preços ao consumidor caiu e 1% em fevereiro a 0,7% em março, anunciou o Escritório Nacional de Estatísticas, distante da inflação elevada registrada em outros países devido à guerra na Ucrânia.
Os analistas projetavam uma aceleração, a 2%, em um cenário de retomada econômica, após o fim da política restritiva ‘covid zero’ no fim de 2022.
Embora os preços dos alimentos tenham registrado forte alta, com destaque para frutas (+11,5%) ou carne de porco (+9,6%), o preço dos combustíveis teve forte queda no período (-6,4%).
A inflação industrial caiu em março para -2,5%, o menor ritmo desde junho de 2020.
Este é o sexto mês consecutivo com um valor negativo neste índice, que mede o preço dos produtos que saem das fábricas.
“A recuperação está em um bom caminho, mas não é suficientemente robusta para provocar o aumento dos preços”, declarou o economista Zhiwei Zhang, da consultoria Pinpoint Asset Management.
Para o analista, o nível de inflação reduzido “reforça a probabilidade de redução das taxas de juros”, na China para estimular a economia.
O país estabeleceu a meta de crescimento de 5% para 2023, uma das menores em várias décadas. O primeiro-ministro Li Qiang advertiu no mês passado que será difícil alcançar a meta.
IstoÉ Online - SP 12/04/2023
Os contratos futuros de minério de ferro oscilaram nesta terça-feira, inicialmente ampliando perdas devido às preocupações com a fraca demanda de aço na China, mas depois revertendo a direção quando uma tempestade tropical começou a se dirigir para Port Hedland, na Austrália, importante fornecedora de minério.
O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com alta de 1,5%, a 798,50 iuanes (115,97 dólares) a tonelada. Mais cedo, chegou a cair até 1,7%, para 773,50 iuanes, a cotação mais fraca desde 27 de março.
Na Bolsa de Cingapura, o contrato de maio de referência do ingrediente siderúrgico subiu 1,7%, a 119,50 dólares a tonelada, também revertendo as perdas anteriores. O contrato caiu para uma mínima de três meses de 115,20 dólares na segunda-feira.
Port Hedland, o maior ponto de exportação de minério de ferro do mundo, usado por BHP, Fortescue e a Hancock Prospecting, da bilionária Gina Rinehart, foi esvaziado nesta quarta-feira com a aproximação de um ciclone tropical, informou a Autoridade Portuária de Pilbara.
A recuperação dos futuros de minério de ferro seguiu-se às vendas (“selloffs”) provocadas pela decepção com a lenta recuperação sazonal da demanda por aço na China.
“A alta temporada de demanda por aço não está forte”, disseram analistas da Huatai Futures em nota.
Com a fraca demanda por aço para projetos de infraestrutura na China e a atividade lenta no setor imobiliário doméstico, eles disseram que “o pessimismo do mercado aumentou”.
Os temores de uma intervenção regulatória na China para reduzir os preços do minério de ferro também derrubaram os contratos futuros abaixo de 120 dólares a tonelada na semana passada.
Petro Notícias - SP 12/04/2023
A Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (AMIG) teme que a Agência Nacional de Mineração (ANM), em função de uma situação que eles consideram caótica, possa vir a ser fechada por falta de condições de executar suas atividades. A insegurança é tanta que prefeitos e representantes de mais de 40 municípios afiliados da AMIG foram à Brasília participar de uma reunião com a diretoria geral da entidade. No encontro, a associação apresentou aos dirigentes da ANM, além do seu compromisso de continuar trabalhando junto ao Congresso Nacional e ao Governo Federal pelo fortalecimento da Agência, uma pauta de reivindicações urgentes para solucionar os problemas que os municípios têm enfrentado, causados justamente pelo que a AMIG classifica como “penúria pela qual passa a entidade”: a ausência de uma fiscalização e regulação das empresas mineradoras e até mesmo atrasos no repasse da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), que vem ocorrendo rotineiramente nesses últimos meses, mesmo com as empresas mineradoras recolhendo a taxa na data correta.
A falta de recursos na ANM impacta até mesmo no repasse aos municípios, que demoraram ainda mais para receber os recursos porque a Agência está tendo que lançar manualmente os respectivos valores a que tinham direito, por falta de sistema informatizado que funcione a contento. O consultor de Relações Institucionais e Econômicas da AMIG, Waldir Salvador, expôs aos dirigentes da ANM os principais problemas que os municípios mineradores filiados à associação têm vivido, principalmente com o descaso e o desrespeito das empresas mineradoras que atuam em vários territórios. Segundo Waldir, a AMIG está preocupada com os crimes e os erros que estariam sendo praticados todos os dias pela mineração legal, pelas empresas mineradoras dos mais diversos portes e tipos de exploração: “A mineração legal nos sustenta, mas também nos amedronta todos os dias, porque continuam fazendo autorregulação e funcionando como acham que devem. Cometem crimes de sonegação de royalties e tributos, além de crimes ambientais”.
Para ele, enquanto a ANM não for fortalecida para promover a gestão dos recursos minerais do país, bem como fazer a regulação, fiscalização e inclusive o fomento da atividade, os municípios continuarão reféns das empresas. Diante dessa situação, as prefeituras estão dispostas a liderar um movimento nacional de paralisação de alerta da ANM para chamar a atenção do governo federal, Ministério de Minas e Energia e do país, sobre a situação que a ANM e as cidades mineradoras estão passando. “A ideia é parar por alguns dias, tanto a agência quanto algumas atividades mineradoras. Não é possível continuar como está“, enfatiza Waldir Salvador.
Presidente da AMIG
A associação levou uma pauta de reivindicações de itens importantes para a atividade mineradora nas cidades. A paralisação, na qual os municípios estão dispostos a realizar, é contra a “má gestão pública federal” que ocorre nos territórios minerados, como: a falta atualização do Manual de Procedimentos de Cobrança da Cfem; a inoperância do Plano Nacional de Fiscalização; o retorno sobre a localização e o andamento de processos de fiscalizações ocorridas em 2005, em especial, acusam, das empresas CSN e Samarco, além do posicionamento sobre os processos de cobranças de Cfem relacionados ao Grupo Vale. Também reivindicam uma maior transparência e informação sobre os valores que são repassados aos municípios afetados/impactados; apresentação semestral aos municípios filiados à AMIG, sobre a longevidade e a produtividade geológica em seus territórios; uma ação mais efetiva da procuradoria da ANM e da AGU na cobrança de recolhimento de Cfem, a menor realizada pela maioria das mineradoras do país dentre outras demandas apresentadas pela AMIG e pelos seus associados.
Na oportunidade, os prefeitos presentes também puderam expor suas dificuldades e expectativas quanto ao trabalho da ANM. Ângelo Oswaldo, prefeito de Ouro Preto (MG), lembrou que o novo governo federal tem pregado que esse é o momento da reconstrução. “Essa é a hora também da reconstrução da ANM e de o governo realmente olhar para os municípios mineradores. Não é mais possível que uma empresa como a Vale, por exemplo, tenha uma dívida, somente com Ouro Preto, de R$ 400 milhões a duas décadas. E a Samarco, que também é do mesmo grupo, deva ao município R$ 300 milhões. Isso é inadmissível.” O prefeito de Crixás (GO), Carlos Seixo, disse que a situação dos municípios quanto à fiscalização está crítica: “Nosso sentimento é de que estamos sendo escravizados. A Anglo Gold Ashanti, está explorando tudo e nos deixando muito pouco, além de vários impactos ambientais preocupantes.“
Após ouvir os relatos da diretoria e de seus superintendentes, sobre a situação da Agência, a comitiva se deparou com um cenário muito mais desolador do que se pensava. Roger Romão Cabral (foto à direita), um dos diretores da ANM falou sobre as enormes dificuldades que a Agência está passando e da impossibilidade em cumprir as atividades primordiais, como a fiscalização das mineradoras. “Estamos passando por problemas seríssimos de gestão. A falta de recursos, de pessoal e condições operacionais como sistemas, que não deixam a agência funcionar dentro de sua normalidade, têm nos impossibilitado de atender até as nossas principais demandas e obrigações”. Apesar de a mineração representar 4% do PIB brasileiro, e a ANM ser uma das agências com maior arrecadação, R$ 12 bi (valor referente a 2021), à frente da ANEEL (que no mesmo ano arrecadou R$ 4 bi), no orçamento da União o órgão fiscalizador da mineração fica abaixo de quase todas as agências. Para 2023, seu orçamento ficou em R$ 94,2 milhões. O repasse para as despesas com tecnologia da informação é da ordem de R$ 12 milhões, à frente apenas da ANCINE, com R$ 11,9 milhões e ANTAQ, com R$ 11 milhões.
Roger Cabral informou que o diretor-geral, Mauro Resende, tem buscado alternativas para amenizar a situação, uma delas será a Agência fazer parcerias com instituições privadas para solucionar alguns desses problemas. “A agência tem conversado com algumas instituições com potencial para serem parceiras da ANM para efetivar essas demandas, que segundo ele, irão resolver uma parte das demandas em aberto por falta de pessoal.” afirmou. Para o presidente da AMIG e prefeito de Conceição do Mato Dentro, José Fernando Aparecido de Oliveira, a reunião com a agência foi muito positiva, já que abriu um diálogo e uma busca de soluções conjuntas: “Vamos fortalecer nossos acordos de cooperação técnica e cerrando fileiras para que a ANM possa se estruturar, ter uma equiparação salarial com as demais agências e dotá-la de condições para, não somente fiscalizar, mas também promover a mineração sustentável e segura.“
Money Times - SP 12/04/2023
O bom humor contaminou o mercado de ações brasileiro nesta terça-feira (11). O setor de mineração e siderurgia segue os passos do Ibovespa e engata forte alta no pregão, com destaque para as ações da Vale (VALE3).
A mineradora disparava 4,88% perto das 13h45, negociada a R$ 82,05 na Bolsa. Outros papéis da cesta, como CSN (CSNA3), CSN Mineração (CMIN3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4), também subiam bem, em linha com o salto de mais de 3% do Ibovespa.
O mercado reage aos dados de inflação divulgados hoje, que mostraram uma desaceleração acima do esperado, abrindo caminho para perspectivas de corte da Selic.
Segundo Rodrigo Moliterno, head de renda varievel da Veedha Investimentos, isso é o que tem realmente reanimado o mercado doméstico.
“Com a economia acalmando, a possibilidade de o Banco Central iniciar uma redução dos juros é muito maior”, pontua.
Em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,71%, desacelerando em relação à alta de 0,84% em fevereiro.
Assim, a alta acumulada em 12 meses atingiu 4,65%, também abaixo da mediana projetada pelo mercado, de 4,71%. Com esse resultado, a inflação ficou abaixo do teto da meta do Banco Central para 2023, de 4,75%.
Fator China
A inflação não é o único ponto positivo que move o mercado acionário hoje. O novo arcabouço fiscal continua no centro das atenções do mercado, que espera uma definição da pauta nos próximos dias.
Outro fator que impulsiona as ações – em especial, commodities – é o exterior. Na sessão volátil desta terça, os contratos de minério de ferro mais negociados para setembro em Dalian subiram 1,5%, a 798,50 iuanes (US$ 115,97) a tonelada. Na Bolsa de Cingapura, a commodity também avançou – 1,7%, a US$ 119,50.
O movimento sinaliza uma recuperação em relação à correção das últimas semanas e teve como gatilho a aproximação de um ciclone tropical em Port Hedland, na Austrália, um ponto importante de exportação de minério de ferro.
Ainda, o head de renda varievel da Veedha destaca a insistência da China em reaquecer a sua economia, o que tem sido visto com bons olhos por parte do mercado.
Já Luis Novaes, analista da Terra Investimentos, cita os dados de inflação também abaixo do esperado na China. Temores de desaceleração econômica à parte, os números sinalizam que o governo do país teria algum espaço para novos incentivos econômicos, a fim de garantir um crescimento maior no ano, diz.
“Isso teria impacto positivo na demanda do minério de ferro, beneficiando as mineradoras brasileiras”, completa Novaes.
O analista ressalta, no entanto, que as expectativas para o setor de mineradoras ainda dependem de mais dados positivos sobre a atividade econômica na China.
Para onde vai o minério de ferro?
Em relatório publicado nesta semana, a Genial Investimentos avalia que o mercado continua com boas expectativas para o minério de ferro diante de dados econômicos mais encorajadores vindos do gigante asiático.
Embora faltem dados do mês de março completo, a Genial destaca que a produção chinesa de aço subiu 5,6% no comparativo anual durante os dois primeiros meses de 2023. Enquanto isso, a produção de metal laminado quente na China aumentou em 35 toneladas por dia no fim do mês passado, chegando a 2,43 milhões de toneladas diárias no total.
“Para parte do mercado, esses indicadores demonstram um cenário positivo para a mineração, considerando que o minério de ferro é o principal insumo para a produção de aço, e a demanda por aço na China de fato está crescendo ano/ano, pelo menos até o momento”, avaliam os analistas Igor Guedes, Ygor Araujo e Renan Rossi, em relatório publicado nesta segunda (10).
Porém, a corretora acredita que a direção mais certa para a commodity daqui para frente é para baixo. Isso porque a consolidação de alguns fatores na China deve frear a trajetória altista dos preços e inverter o sentido das curvas a partir da segunda metade de 2023.
As últimas semanas já sinalizam que a correção nos preços do minério de ferro está em andamento, tendo a commodity recuado dos US$ 130 por tonelada para o patamar atual de US$ 119-120/tonelada. O movimento de queda deve continuar, chegando a uma média de US$ 105/tonelada no segundo trimestre de 2023 e, a partir do segundo semestre do ano, abaixo da barreira dos US$ 100/tonelada, de acordo com projeções da Genial.
Para Vale e CSN Mineração, a Genial tem recomendação de “manter” às ações, com preços-alvo de R$ 89 e R$ 5,50, respectivamente.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 12/04/2023
Anunciada na ConExpo 2023, a escavadeira WX175 E SR é uma das várias máquinas com rodas que a Case CE está acrescentando à sua linha da Série E.
Embora a fabricante tenha já oferecido escavadeiras de rodas no exterior, o anúncio marca a reentrada dessa linha de produtos no mercado norte-americano.
Construída para trabalhar em projetos rodoviários e áreas metropolitanas, a escavadeira WX175 SR promete desempenho hidráulico avançado, controles responsivos, maior flexibilidade e experiência aprimorada do operador.
“Os canteiros de obras estão se tornando mais apertados, de modo que transportar equipamentos de esteiras a distâncias relativamente curtas pode ser um desafio, representando grande parte dos custos de propriedade e operação durante a vida útil de qualquer equipamento pesado”, diz Diego Butzke, gerente de produto da Case CE.
“A nova linha oferece uma experiência de escavadeira com todos os recursos disponíveis, tanto em âmbito de produção quanto de um uso mais especializado de implementos”, completa.
Com raio curto, o modelo WX175E SR pesa cerca de 20 ton e opera a uma potência nominal de 173 cv a 2.200 rpm.
A máquina conta com direção por joystick, sensor de carga, sistema hidráulico auxiliar, tração hidrostática, sistema de câmera Case Max View e ventilador reversível eletrônico
Na parte de controles, o equipamento traz os recursos Fine Swing (opcional), que promete reduzir o derramamento de material, e Power Boost, para aumento instantâneo de potência, além de incluir Ride Control e Auto-Brake.
Além disso, até 20 acessórios podem ser programados e armazenados no display da cabine da máquina.
“As escavadeiras de rodas da Case dão aos construtores um recurso poderoso, que simplifica o transporte e economiza espaço no canteiro de obras”, garante Butzke.
Portal Fator Brasil - RJ 12/04/2023
No ecossistema, que reúne empresas de diversos segmentos, montadora vai desenvolver projetos conjuntos para reaproveitar materiais da indústria automotiva.
A Hyundai Motor Brasil anunciou a entrada no Hub de Economia Circular Brasil (Hub-EC), o primeiro hub criado na América Latina para integrar empresas de diversos segmentos e portes em negócios circulares. A companhia é a primeira do setor automobilístico a integrar o ecossistema, com o intuito de explorar oportunidades e, em parceria com os demais membros, viabilizar projetos conjuntos de economia circular, como o reaproveitamento de materiais utilizados na produção automotiva. Além disso, a montadora, que tem como meta global alcançar o net zero até 2045, deseja difundir internamente os principais conceitos associados ao tema e fortalecer práticas de governança, preparando-se para possíveis novas regulamentações da indústria.
Criado em 2020 pela Exchange 4 Change Brasil (E4CB), organização que orienta a transição para a economia circular no país, o Hub-EC tem empresas como Gerdau, Electrolux, Tomra, Covestro, Plastiweber e Wise Plásticos entre seus membros. O ecossistema facilita o engajamento e, por meio de uma modelagem única de articulação, promove relações de confiança e transparência para garantir a troca de informações confidenciais sobre os processos internos de cada empresa. Assim, criam-se diretrizes para potencializar o ciclo reverso dos materiais, o que dificilmente seria estruturado de forma isolada pelas companhias. Há projetos em andamento para a cadeia reversa do plástico filme e de linha branca.
A diretora da E4CB e fundadora do Hub de Economia Circular Brasil, Beatriz Luz, destaca que a Hyundai Motor Brasil traz uma diversificação setorial fundamental ao Hub-EC: — É com muita empolgação que recebemos a Hyundai no nosso ecossistema de impacto, trazendo novas oportunidades para conexões e soluções circulares. Existe uma percepção de que a transição para a economia circular envolve, exclusivamente, incentivos, políticas públicas e tecnologia, e que pode ocorrer a nível isolado e setorial. Mas, o que nós aprendemos com o Hub-EC é que, se não engajarmos todos os atores, de vários segmentos, e criarmos uma agenda comum, não saímos do lugar. A presença do setor automotivo nos permite expandir o debate da circularidade para um contexto que envolve mobilidade, bioeconomia e a aplicação de novos materiais, em linha com a realidade do nosso país.
A circularidade tende a estar cada vez mais nas estratégias de baixo carbono das empresas, com o uso de novas fontes de matéria prima, a transformação de processos e a integração da cadeia produtiva, de modo a influenciar também a mudança de atitude dos consumidores na escolha de produtos e serviços. De acordo com a organização Circle Economy, o mindset circular aplicado aos negócios pode auxiliar em uma redução de 39% das emissões de gases de efeito estufa até 2032, ao reduzir, reutilizar, recuperar, reciclar insumos e transformar produtos em serviços.
O foco do Hub-EC em 2023 é mostrar como as soluções circulares contribuem para as metas net zero e auxiliam as empresas em suas agendas ESG. O Hub-EC já foi listado como uma iniciativa necessária à implementação efetiva da economia circular no Brasil no Roadmap de Economia Circular, elaborado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) com o Centro e Rede de Tecnologia Climática (CTCN) da ONU.
Valor - SP 12/04/2023
A Honda começou a explorar uma parceria com a siderúrgica sul-coreana Posco Holdings na reciclagem de baterias de veículos elétricos e outras iniciativas, anunciou a montadora japonesa na terça-feira.
A Honda tem um relacionamento estabelecido com a Posco na aquisição de chapas de aço para carrocerias. As empresas agora explorarão o fornecimento de materiais para cátodos e ânodos, os principais componentes das baterias, bem como a tecnologia de reciclagem delas.
Com a expectativa de aumento das vendas de veículos elétricos e da demanda por baterias, a importância de garantir metais críticos, como lítio e níquel, bem como a reciclagem de baterias, está aumentando.
"Acreditamos que esta expansão de nossa parceria com a Posco nos ajudará a acelerar ainda mais nossas estratégias de eletrificação", disse o presidente da Honda, Toshihiro Mibe.
"A cadeia de valor completa do Grupo Posco para materiais de bateria, que inclui lítio e níquel, materiais de cátodo, de ânodo e reciclagem, será de grande ajuda para a estratégia da Honda de expandir seus negócios de veículos elétricos", disse o presidente da Posco, Choi Jeong-Woo.
A Honda tem outros parceiros para seus planos de transição de todos os veículos novos para elétricos ou a célula de combustível até 2040. Ela assinou um contrato plurianual com a trading japonesa Hanwa Kogyo para aquisição prioritária de metais industriais a partir de 2025.
Também investiu em uma startup da Agência de Energia Atômica do Japão com o objetivo de comercializar tecnologia para recuperar metais industriais de materiais de baterias com eficiência.
O Estado de S.Paulo - SP 12/04/2023
Apesar das paradas de produção dos últimos dois meses, os estoques de veículos alcançaram o maior volume dos últimos três anos, exigindo novos ajustes das montadoras. Pelo menos 12 das 27 fábricas de carros e caminhões ativas no País já interromperam ou vão interromper ao menos parte da produção nos próximos dias na tentativa de impedir um excesso de oferta no mercado, algo que pressionaria para baixo os preços dos veículos.
Com a melhora no fornecimento de componentes eletrônicos, cuja escassez limitou a produção nos últimos dois anos, a indústria automotiva esperava retomar mais rapidamente os resultados de antes da pandemia. Porém, mesmo com a reação, puxada por entregas às locadoras, no mês passado, as vendas do primeiro trimestre, se comparadas a igual período dos últimos 17 anos, só ficaram acima mesmo de 2022, quando havia restrição de oferta em função da falta de peças.
Ataques em escolas: Colégios e faculdades orientam sobre como agir diante de supostas ameaças - Educação - Estadão
O desempenho abaixo do previsto fez com que o setor começasse o mês com quase 204 mil veículos em estoque, um número que não se via desde abril de 2020, quando a chegada da pandemia da covid-19 paralisou as vendas, levando a um encalhe de veículos superior a 237 mil unidades.
A falta de compradores, atribuída ao contexto de juros mais altos, desaceleração do emprego e endividamento das famílias – uma combinação que pega os preços dos carros menos acessíveis –, leva as montadoras a segurar o ritmo e a buscar sindicatos para discutir soluções que evitem demissões.
Layoff
Nas maiores fabricantes de caminhões, a produção está sendo reduzida a um único turno. Com a antecipação das compras, antes do aperto dos limites de emissões na virada do ano, o setor já aguardava uma diminuição da demanda, mas as encomendas dos caminhões menos poluentes, e também mais caros, estão aquém do esperado.
Na quinta-feira, a fábrica que produz os caminhões da marca Volkswagen em Resende, no sul do Rio de Janeiro, aprovou a suspensão de contratos de trabalho, o chamado layoff, a partir de 2 de maio por pelo menos três meses. O número de funcionários atingidos ainda está em discussão, mas, conforme adianta o sindicato local, deve ficar entre 700 e 900 trabalhadores, o que deve representar a suspensão de um turno de produção.
Segundo a Volkswagen Caminhões e Ônibus, a medida se tornou necessária diante das dificuldades do mercado tanto no Brasil quanto em alguns de seus principais destinos de exportação. A montadora segue os passos das concorrentes Mercedes-Benz, que já anunciou a redução da produção a um turno único a partir de maio, por dois ou três meses, assim como a Scania, que já está operando em apenas um turno. Já a Volvo vem adequando a produção de caminhões pesados e semipesados com redução do volume diário, mas segue funcionando em dois turnos.
Nas fábricas de carros, os ajustes, em geral, estão acontecendo com interrupções de linhas. Entre elas, a Nissan vai, nas próximas duas semanas, suspender a produção em sua fábrica, também instalada em Resende.
Em Taubaté, no interior paulista, a Volkswagen retoma hoje a produção do Polo Track, o sucessor do Gol, porém em apenas um turno, já que 900 trabalhadores tiveram as férias iniciadas em 27 de março prorrogadas por mais dez dias.
A Volks também voltou a parar ontem a fabricação do utilitário esportivo T-Cross, no Paraná. A fábrica, que assim como a unidade da Volks em São Bernardo do Campo (SP) já tinha parado entre 22 de fevereiro e 3 de março, terá as atividades suspensas por mais 20 dias.
Além dessas montadoras, ajustes de produção também foram realizados recentemente pela Stellantis nas fábricas de Goiana (PE) e Porto Real (RJ); General Motors, em São José dos Campos (SP); Hyundai; e Renault.
Investing - SP 12/04/2023
A indústria da construção civil revisou para baixo pela primeira vez em 10 trimestres sua perspectiva de crescimento do setor, cortando a estimativa de alta de 2,5% em 2023 para uma projeção de expansão de 2%, segundo dados divulgados nesta terça-feira pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic)
"Se estamos revisando para baixo...isso ocorre porque a causa não está sendo devidamente enfrentada e devemos ter mais problemas do que já estamos tendo", afirmou o presidente da entidade, José Carlos Martins, durante feira do setor de construção, Feicon.
Em 2022, o setor cresceu 6,9%, após uma expansão de 10% em 2021, segundo os dados da entidade.
O setor da construção enfrenta problemas que incluem uma onda de saques às cadernetas de poupança, cujos recursos financiam parte relevante das vendas de imóveis residenciais do país, além de um descasamento entre os valores dos imóveis compatíveis com financiamento pelo FGTS em meio ao avanço da Selic para 13,75% ao ano.
Somente no primeiro trimestre, a poupança perdeu 41,5 bilhões de reais, mais do que o total de 34,75 bilhões de 2021 e cerca da metade da captação líquida negativa recorde de 81 bilhões de reais de 2022, segundo os dados da Cbic.
"Onde poderia financiar não tem dinheiro (SBPE) e onde pode financiar não tem limite técnico (FGTS) para isso", disse Martins, citando que o conselho curador do FGTS ainda não conseguiu se reunir neste ano pois faltam indicações para membros do grupo pelo governo federal.
Questionado sobre a alta abaixo da esperada do IPCA, divulgada pelo IBGE nesta terça-feira, um sinalizador de possível redução de juros adiante, Martins afirmou que "se o juro (Selic) não baixar, sim, vamos revisar de novo (para baixo)".
"Teria que baixar a taxa de juro da economia para a gente manter (a projeção atual) ou quem saber elevar", afirmou.
Apesar do corte na perspectiva do setor, se a projeção de crescimento de 2% for confirmada este ano, 2023 marcará o terceiro ano consecutivo de expansão da indústria da construção acima do desempenho do PIB.
Martins voltou a cobrar uma revisão nos tetos de financiamento habitacional pelo FGTS, diante da alta de custos que fez o setor elevar preços dos imóveis, ajustes no programa Minha Casa Minha Vida e defendeu a liberação de compulsórios de bancos para ajudar no crédito aos consumidores.
Segundo os dados da CBIC, no primeiro trimestre o índice de expectativa de novos empreendimentos caiu para 51,2 pontos, perto da linha de 50 que divide crescimento de contração. Um ano antes, o indicador estava em 55,7 pontos.
Já o índice de confiança do empresário da construção recuou a 50,8 pontos, ante 55,9 no primeiro trimestre de 2022.
Segundo a Cbic, a construção de edifícios foi o segmento do setor de construção com a maior redução no ritmo do mercado de trabalho no primeiro bimestre, com uma queda de 29,4%, para 25.705 postos de trabalho.
Martins também criticou mudanças feitas via decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao marco do saneamento na semana passada, que deram mais tempo para empresas estatais se adequarem às regras do setor ante a concorrência de rivais privados mais capitalizados.
"Não podemos voltar no tempo no saneamento...Não é possível que o saneamento seja levado como fato político ao invés de questão de saúde pública", afirmou.
O presidente da Cbic ainda classificou como "iniciativa infeliz" uma eventual liberação de recursos do FGTS para aquisição de carros. Nesta semana, o presidente da associação de montadoras, Anfavea, Márcio de Lima Leite, citou que a medida, se implementada, "teria efeito muito grande para o mercado" automotivo.
Em janeiro, um projeto foi apresentado na Câmara dos Deputados para permitir que o trabalhador saque o saldo disponível do FGTS para a compra de veículo novo ou usado.
"Não tem cabimento o FGTS financiar carro. O fundo não foi feito para isso", disse Martins, recordando as origens da criação do fundo em 1966.
Monitor Digital - RJ 12/04/2023
O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) variou 0,20% em março, ficando 0,12 ponto percentual abaixo de fevereiro (0,08%). No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 9,06%, abaixo dos 9,92% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2022, o índice foi de 0,99%%. O dado foi divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento, o custo nacional da construção, por metro quadrado, que em fevereiro fechou em R$ 1.685,74, passou em março para R$ 1.689,13, sendo R$ 1.002,60 relativos aos materiais e R$ 686,53 à mão de obra.
A parcela dos materiais apresentou variação de 0,07%, caindo 0,03 ponto percentual em relação ao mês anterior (0,10%). De acordo com o IBGE, a taxa segue a tendência de estabilidade observada nos índices desde outubro do ano passado. Considerando o índice de março de 2022 (0,48%), houve queda de 0,41 ponto percentual.
Já a mão de obra, com taxa de 0,40%, registrou alta de 0,36 ponto percentual em relação ao mês de fevereiro (0,04%). Com relação a março de 2022, houve queda de 1,35 ponto percentual (1,75%).
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A Região Nordeste teve a maior alta com três dos sete estados apresentando variações positivas na parcela dos materiais e registrando uma taxa 0,51%. No Centro-Oeste, somente Brasília teve alta, todos os outros estados tiveram variações negativas, o que fez com que a região tivesse uma variação negativa de 0,02%, seguido pelo Sudeste com -0,01%. Norte e Sul registraram variações positivas de 0,04% e 0,43, respectivamente.
O período prolongado de chuvas intensas em diversas regiões do país e a manutenção das altas taxas de juros, da inflação e do endividamento das famílias agravados pela desaceleração do mercado de trabalho continua refletindo no setor brasileiro do cimento. Diante desse cenário, as vendas do produto registraram queda de 1,2% nos primeiros três meses do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (Snic).
Em termos nominais foram vendidas 14,7 milhões de toneladas no trimestre, sendo que 5,4 milhões ocorreram somente em março, uma redução de 2,1% comparado com o mesmo mês do ano passado.
Na comparação por dia útil (melhor indicador que considera o número de dias trabalhados e que tem forte influência no consumo de cimento), as vendas do produto registraram em março 215,9 mil toneladas, uma queda de 2,3% em comparação a fevereiro e de -5,9% em relação a igual período de 2022. Assim, o resultado trimestral apresentou uma redução de 2,3% ante os três primeiros meses de 2022.
Os principais indutores do consumo de cimento continuam desacelerando em virtude do aperto monetário, incerteza fiscal e política, da menor renda da população e endividamento das famílias, que ainda segue próximo a 50% no limite da série histórica.
Nesse sentido, as vendas de materiais de construção seguem em queda, assim como o número de lançamentos de unidades residenciais. O nível da Selic, que estimula a demanda por produtos financeiros, e a menor demanda de imóveis fizeram com que as incorporadoras reduzissem os lançamentos para o segmento de médio e alto padrão. Por outro lado, o mercado sinaliza que a reformulação dos programas habitacionais pode impulsionar os empreendimentos de baixa renda para os próximos anos.
“A reformulação do Minha Casa, Minha Vida aponta para um horizonte mais otimista em relação ao consumo de cimento no país. Se considerarmos uma unidade de 45 m², por exemplo, ela utiliza aproximadamente 4 toneladas do produto, utilizando blocos de concreto, o consumo é de 6 toneladas. Projetando a expectativa do governo e a utilização do insumo nas unidades prometidas até 2026, a indústria cimenteira no Brasil projeta um aumento de 8 milhões de toneladas de cimento — se todas as construções forem de blocos de alvenaria – e de 12 milhões de toneladas, no caso da utilização de paredes de concreto”, diz Paulo Camillo Penna, presidente do Snic.
O Estado de S.Paulo - SP 12/04/2023
Embarcações russas e dinamarquesas que desaparecem no Mar Báltico dias antes da explosão de um duto subaquático. Vestígios de explosivos encontrados em um iate alemão alugado, cuja tripulação usava passaportes falsos. Fotografias pouco nítidas de um objeto misterioso encontrado perto do último fio sobrevivente do duto.
Essas são as pistas mais recentes na caçada para revelar quem, em 26 de setembro, explodiu a maior parte dos dutos Nord Stream, defendidos pelo Kremlin, a uma profundidade de 80 metros abaixo da superfície do Mar Báltico, que já foram o maior fornecedor de gás natural da Europa.
Semanas atrás, uma reportagem do New York Times envolvendo novas informações, e as revelações da polícia alemã anunciadas pela imprensa da Alemanha, indicaram uma possível solução para o mistério do Nord Stream: agentes pró-Ucrânia que teriam alugado uma escuna alemã para realizar uma operação secreta fantástica.
Desde então, uma série de novas revelações e narrativas concorrentes semeou a desconfiança entre os aliados ocidentais e ofereceu uma abertura para a pressão diplomática russa, aumentando as apostas geopolíticas na região europeia do Báltico.
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O ponto onde a tensão se faz sentir com mais intensidade é entre os 98 habitantes da ilha de Christianso, na Dinamarca, tão pequena que pode ser atravessada a pé em apenas 19 minutos. Morando a 12 milhas náuticas do local da explosão, todos enxergam problemas no horizonte, do ajudante de pesca até o dono da taverna.
“Antes da explosão, ninguém falava no Nord Stream. Eu nem sabia como estávamos perto até tudo acontecer”, disse Soren Thiim Andersen, governador de Christianso. “Em seguida, passamos a nos sentir expostos. Todos se perguntam: o que de fato aconteceu aqui?”
A escuna no centro da investigação alemã, chamada Andrômeda, atracou no porto de pedra de Christianso depois de ser alugada no porto de Rostock, norte da Alemanha, em 5 de setembro, e passar a noite em Wiek, porto mais obscuro na mesma região onde não há câmeras de segurança e pouca supervisão das autoridades.
Passaporte falso
Um funcionário do porto local, que pediu para não ser identificado por causa das investigações em andamento, disse ao Times que se lembra bem daquela visita: fez várias tentativas de falar com aquela tripulação, primeiro em alemão e, depois, em inglês. Em vez de tentar alguma resposta no idioma que fosse, um homem simplesmente entregou a ele a tarifa de uso do porto e lhe deu as costas.
Agora o Andrômeda jaz num dique seco voltado para o Mar Báltico, desmontado pelos investigadores. Três oficiais alemães disseram ao Times que os investigadores encontraram vestígios de explosivos no barco, e descobriram que dois tripulantes usaram passaportes búlgaros falsos.
Essa caçada os levou de volta a Christianso, onde Andersen disse que, em dezembro, a polícia dinamarquesa pediu a ele que publicasse no Facebook um apelo para que os moradores enviassem fotos do porto ou de navios feitas entre 16 e 18 de setembro, mais ou menos na época em que acredita-de que o Andrômeda teria passado por ali. Os investigadores chegaram um mês mais tarde para entrevistar os moradores e analisar as fotos.
Os habitantes de Christianso ridicularizaram a ideia de que uma escuna de 15 metros de comprimento seria capaz de um ataque tão espetacular, conclusão semelhante a de especialistas navais da Alemanha, Suécia e Dinamarca.
Eles argumentam que, mesmo com timoneiros habilidosos, instalar os explosivos necessários no fundo do mar a uma profundidade de 80 metros seria extremamente desafiador para uma tripulação de seis, resultando em uma explosão violenta a ponto de marcar 2.5 na escala Richter.
“Saber como a explosão funcionaria, com a pressão de tais profundidades, é algo que exige um conhecimento muito especializado. Como funciona a física nesse caso?” disse Johannes Riber, oficial da marinha e analista do Instituto para a Estratégia e Estudo da Guerra, da Dinamarca, que chamou a hipótese de “teoria do James Bond”.
Ele disse que ainda não se pode responder se o Andrômeda foi um disfarce ou parte de uma missão maior. Mas, de acordo com ele, o ataque mais plausível envolveria um drone ou mini submarino para instalar os explosivos, e embarcações submarinas profissionais ou da marinha equipadas para perfuração.
Riber e outros apontaram também para as fotografias do resultado da explosão — tubulação retorcida, rachaduras e crateras no leito marinho — como indícios de uma bomba de grandes proporções, algo da ordem de 1.000 a 1.500 quilogramas.
“Não foi obra de alguns pedaços de explosivos plásticos”, disse Riber. “Houve aqui uma explosão poderosa.”
Mas um especialista nesse tipo de tubulação e um mergulhador que participou da equipe que instalou os dutos do Nord Stream 2 no ano passado discordaram. O especialista e o mergulhador, que trabalha com regularidade no Mar Báltico, insistiram que um explosivo plástico de pequeno porte poderia causar o estrago, desde que fosse instalado perto de uma emenda do duto. Eles pediram para não serem identificados pois estavam falando sem a autorização da Nord Stream.
“É como acender um fósforo ao lado de uma bomba de gasolina vazando — o gás é tudo que precisamos”, disse um mergulhador.
No fim de março, diplomatas russos apresentaram outra reviravolta: revelaram que, em fevereiro, a Nord Stream 2 tinha contratado uma embarcação para inspecionar seus dutos, que descobriu um objeto não identificado perto de uma emenda do único duto intacto, a cerca de 30 quilômetros do local das explosões. A empresa alertou a Rússia e a Dinamarca, que controla as águas onde o objeto foi avistado.
Mesmo sob a pressão do principal assessor de política externa do presidente russo, Vladimir Putin, que convocou o encarregado de negócios da Dinamarca a Moscou, a Dinamarca resistiu inicialmente à ideia de oferecer muita informação à Rússia ou à empresa, além de divulgar ao público uma foto pouco nítida de um cilindro de 30 centímetros coberto de algas.
Na semana passada, autoridades dinamarquesas permitiram à Nord Stream 2 observar seu mergulho para recuperar o objeto, divulgando imagens do cilindro escuro, agora limpo. O Ministério da Defesa da Dinamarca disse que o objeto pode ser parte de uma boia de fumaça.
Mas o embaixador da Rússia na Dinamarca, Vladimir Barbin, disse ao Times que especialistas em Moscou acreditam que o cilindro seria parte de um explosivo.
“A credibilidade da investigação realizada por Dinamarca, Alemanha e Suécia é prejudicada pelo seu sigilo contínuo, bem como a recusa em cooperar com a Rússia”, escreveu Barbin em declaração ao Times.
Pressão
E o próprio Putin segue usando o incidente para pressionar a Dinamarca a defender as demandas de Moscou por uma investigação internacional conjunta. No dia 5 de abril, ele alertou que a situação no Mar Báltico estava se tornando “literalmente turbulenta”.
Mesmo com Moscou pressionando por uma investigação conjunta, outras revelações apontam o dedo para a própria Rússia.
O site alemão de notícias T-Online trabalhou no fim de março com um investigador independente, Oliver Alexander, para apresentar as trajetórias de seis embarcações russas cujos nomes eles disseram ter recebido de “uma fonte do serviço de espionagem de um país da Otan”.
As descobertas deles revelaram que tais embarcações desapareceram dos sinais de satélite no dia 21 de setembro, mais ou menos quando os habitantes de Christianso observaram embarcações que sumiram de seus aplicativos — depois de se afastarem do curso durante um exercício marítimo russo anunciado publicamente.
Essa informação pode corresponder a uma pista inicial que, de acordo com uma autoridade alemã, teria sido explorada no fim do ano passado por serviços alemães de espionagem que também acompanhavam embarcações russas em exercícios navais, mas não conseguiram transpor a distância de aproximadamente 20 milhas náuticas entre o ponto em que algumas delas se afastaram do curso e o local das explosões.
A investigação independente também descobriu que uma embarcação da Marinha dinamarquesa, o Nymphen, navegou para a mesma região que os navios russos nas horas após o seu desaparecimento. O Nymfen também desligou seu sinal ao chegar ao local.
Um dia depois, um caça sueco percorreu uma trajetória incomum sobre a região, seguido por uma embarcação sueca que permaneceu perto da área onde posteriormente as tubulações da Nord Stream 1 explodiram.
Para esses pesquisadores, é possível que essas forças tenham ido ao local verificar, indicando que talvez alguns países saibam mais sobre o episódio do que admitiram até o momento. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL
Valor - SP 12/04/2023
Anderson Pomini foi advogado das campanhas eleitorais do atual ministro de Portos e Aeroportos; nome ainda precisa ser aprovado pela Casa Civil e pelo conselho de administração do porto
Ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França indicou Anderson Pomini, seu homem de confiança e advogado de suas campanhas eleitorais, para presidir o Porto de Santos. O nome ainda precisa ser aprovado pela Casa Civil e pelo conselho de administração do porto antes de ser oficializado.
Pomini foi secretário municipal de Justiça durante a gestão de João Doria (à época no PSDB) na Prefeitura de São Paulo, entre 2017 e 2018, e é próximo de políticos do PSB, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e também França. Ele rompeu com Doria em 2018.
No começo do ano, os dois membros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentaram emplacar seu nome como advogado-geral da União, mas o posto ficou com Jorge Messias.
Caso assuma de fato o Porto de Santos, Pomini tratará de duas questões prioritárias para França: a construção do túnel entre Santos e Guarujá e as conversas a respeito da privatização do local e de suas atividades com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
No segundo caso, o entendimento do ministro é o de que é possível conceder terminais portuários, mas não a autoridade portuária.
Petro Notícias - SP 12/04/2023
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) deu um prazo extra de 90 dias para que a Petrobrás elabore e apresente um novo cronograma de venda da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) – operadora do gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol).
Com o novo prazo, a petroleira deverá apresentar o novo calendário do desinvestimento até 28 de junho. Para lembrar, a venda da TBG faz parte do Termo de Compromisso de Cessação de Prática (TCC) firmado entre a Petrobrás e o Cade em junho de 2019. Pelo acordo, a Petrobrás se comprometeu a vender alguns ativos dentro do setor de gás natural, como forma de estimular a entrada de concorrentes no segmento.
A Petrobrás começou a tentativa de venda da TBG em 2020, mas ainda não conseguiu avançar para o encerramento do processo de alienação. Atualmente, a venda está na etapa de fase vinculante. O TCC firmado com o CADE previa que o encerramento da operação fosse formalizado até 31 de dezembro do ano passado.
A TBG é um dos ativos cujo desinvestimento está na mira do governo federal. Para lembrar, o Ministério de Minas e Energia pediu em março a suspensão da venda de todos os ativos da Petrobrás. O Conselho de Administração da estatal, por sua vez, respondeu que a paralisação dos processos depende da revisão do plano estratégico para 2023, a ser submetida pelasuspensão nova diretoria executiva.
A TBG transporta até 30 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural brasileiro e boliviano pelos 2.593 km do Gasbol, que atravessa os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Valor - SP 12/04/2023
Após relatório da Administração de Informação de Energia dos EUA, o apetite dos investidores pelos contratos futuros aumentou
O petróleo subiu até 2% nesta terça-feira (11), apoiado pela divulgação do relatório de perspectiva de curto prazo da Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês), uma agência do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. A entidade elevou suas projeções para o preço da commodity este ano, aumentando o apetite de investidores pelos contratos futuros.
O barril do petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para maio fechou em alta de 2,24%, a US$ 81,53, enquanto o do Brent, a referência global, para junho avançou 1,70%, a US$ 85,61.
Segundo o relatório divulgado hoje, a EIA espera que o barril do WTI seja precificado, em média, a US$ 79,24 em 2023, US$ 2,14 acima da última previsão em março. Já a projeção para o barril do Brent também subiu cerca de US$ 2, a US$ 85,01.
Já as projeções para 2024 são de preços menores que 2023, porém maiores que as estimativas de março. As novas projeções estimam uma alta de 5% (em relação a projeção de março) para o WTI para US$ 75,21 por barril, enquanto a do Brent ficou em US$ 81,21, 4,7% superior à estimativa de março.
Para o analista-sênior de mercados Edward Moya, da Oanda, o relatório da EIA dá a entender que haverá uma melhora estável da demanda por petróleo ao longo dos próximos dois anos. “O mercado de petróleo permanecerá apertado e, embora a reabertura da China tenha decepcionado, os chineses se sairão muito melhor daqui para frente e isso deve dar suporte aos preços da commodity”, avalia.
Na noite de ontem, saíram dados que mostraram uma forte desaceleração da inflação ao consumidor chinês. O principal índice de preços do país registrou queda de 0,3% entre fevereiro e março e alta de 0,7% na base anual, abaixo do ganho previsto de 0,9%. O petróleo não mostrou reação contundente aos dados e operava próximo à estabilidade antes do relatório da EIA.
Infomoney - SP 12/04/2023
A produção de petróleo e gás natural no Brasil foi de 4,183 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d) em fevereiro, sendo 3,262 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo e 146,5 milhões de metros cúbicos por dia (m3/d) de gás natural. Comparado ao mês anterior, a produção de petróleo caiu 0,4% e a de gás natural subiu 2,3%, informou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A produção do pré-sal foi recorde e correspondeu a 78,1% do total, ou 2,566 milhões de barris de petróleo e 111,5 milhões de m3/dia, totalizando 3,268 milhões de boe/d. Em relação a janeiro, a produção do pré-sal cresceu 3,2%.
A Petrobras (PETR3;PETR4) foi responsável por 2,761 milhões de boe/d, 2,8% a mais do que em janeiro, sendo 2,137 milhões de b/d e 99,2 milhões de m3 de gás natural, altas de 2,2% e de 4,7%, respectivamente contra o mês anterior.
Segundo a ANP, os campos com participação exclusiva da Petrobras corresponderam a 24,3% da produção total de petróleo e gás no País, enquanto os operados pela estatal, em consórcio ou não, produziram 92,25%.
No total, a produção de petróleo e gás no Brasil em fevereiro foi decorrente de 236 áreas de concessão; seis sob o regime de cessão onerosa; e nove de partilha de produção. Ao todo, 47 empresas foram responsáveis pelo volume produzido.
Tupi continua com o maior campo produtor, com média de 824,50 mil barris de petróleo por dia. O Rio de Janeiro mantém a liderança da produção com 3,474 milhões de boe/d, seguido de São Paulo, cuja produção foi de 330,2 mil boe/d em fevereiro.
O Estado de S.Paulo - SP 12/04/2023
O preço do petróleo Brent subiu 6,5% na semana passada, chegando a US$ 85,12 por barril, em reação ao corte inesperado de 1,16 milhão de barris por dia (b/d) na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). Mas a redução repentina na oferta é apenas um dos elementos de uma tempestade perfeita que poderá fazer a cotação superar US$ 100 por barril nos próximos meses.
Liderado pela Arábia Saudita, que irá reduzir sua produção em 500 mil b/d, o corte da oferta pelos países da Opep+ irá vigorar a partir de maio, justamente quando a demanda por gasolina, diesel e por outros derivados de petróleo aumenta com força em razão do verão no Hemisfério Norte. Nos EUA, o preço da gasolina é um tema politicamente explosivo para os americanos que saem de férias.
Outro impacto que ameaça o mercado de petróleo: a reabertura total da economia chinesa, com o abandono da política de covid zero, o que deverá impulsionar a demanda por combustíveis. Com a vida voltando a todo vapor na China, inclusive com a retomada em níveis normais de viagens domésticas e internacionais, analistas estimam que o aumento da demanda chinesa por petróleo poderá ficar entre 1,2 milhão e 1,4 milhão de b/d, equivalente a quase 40% da recuperação da demanda global por petróleo esperada em 2023.
Diante da combinação da demanda de verão no Hemisfério Norte, da retomada completa da economia chinesa e do corte repentino na oferta da Opep+, muitos analistas revisaram para cima as projeções para o preço do petróleo no fim deste ano. O banco Goldman Sachs subiu de US$ 90 para US$ 95 a sua projeção para o preço do barril do tipo Brent no fim de 2023. Há quem aposte que a cotação possa superar US$ 100 em algum momento.
A questão é até onde os líderes da Opep+ vão deixar o preço subir antes de haver um impacto de longo prazo mais significativo na demanda. Isso porque, antes mesmo do corte na oferta do cartel, os analistas acreditavam que a recente crise bancária e o aperto monetário pelos principais bancos centrais do mundo levariam a economia global a uma recessão e, por tabela, a uma queda da demanda por essa commodity.
Acontece que a geopolítica do petróleo voltou a dominar as decisões, adicionando um maior grau de incerteza sobre o cenário macroeconômico. Geralmente, as decisões da Opep+ levam semanas ou meses para se chegar a um consenso. Mas o corte veio sem discussão prévia e num fim de semana. Numa tacada só, os árabes puniram o presidente americano Joe Biden e, de quebra, ajudaram o russo Vladimir Putin.
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