O Estado de S.Paulo - SP 12/03/2025
Poucas horas depois de a Casa Branca confirmar que a tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio de outros países começa a vigorar nesta quarta, 12, empresas siderúrgicas brasileiras ainda acreditam haver espaço para adiar a medida.
Integrantes do governo Lula e representantes das siderúrgicas esperavam por um anúncio de adiamento pelos EUA, o que não ocorreu.
O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, aponta limitações de mercado para os EUA colocarem em prática a decisão de Trump imediatamente. Na interpretação dele, o governo americano pode mudar de ideia ainda nesta quarta-feira, 12.
“Os Estados Unidos importam 6 milhões de toneladas de placas de aço por ano e não vão mudar isso da noite para o dia. Eles vão continuar precisando importar e, como a medida sobretaxa todo o aço importado, não apenas o fabricado no Brasil, o resultado será que a conta será paga pelo consumidor americano”, afirma.
No Itamaraty, o quadro será reavaliado nesta quarta-feira, 12, e as conversas com o governo americano seguem em andamento.
Na semana passada, em reunião por meio de videoconferência com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e com o representante comercial (USTR), Jamieson Greer, o vice-presidente e ministro da Indústria do Brasil, Geraldo Alckmin, pediu o adiamento por 30 dias do início da medida.
O argumento brasileiro é que a balança comercial é favorável aos EUA — ou seja, o Brasil importa mais do que exporta. Além disso, a produção de aço brasileira é complementar à americana, uma vez que o País importa carvão de coque (siderúrgico) dos EUA para fabricar placas de aço que serão usadas na produção de aço refinado por siderúrgicas americanas.
Interlocutores do ministro relatam um ambiente amigável na conversa, marcada pela abertura de canais de negociação entre os dois países que estavam fechados desde a eleição de Trump. Não se chegou a discutir temas além do aço e do alumínio — produtos a serem afetados imediatamente pelo aumento das tarifas de importação dos EUA.
Em uma segunda conversa, dessa vez com o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, Jamieson Greer combinou de colocar as equipes técnicas de Brasil e EUA para discutir a relação bilateral no setor siderúrgico e de alumínio a partir dessa semana, o que ainda não começou. Por isso, havia a expectativa de adiamento e de abertura de uma exceção para o Brasil.
O intuito do governo brasileiro é manter o atual acordo com os EUA, que estipula limites de quantidade na exportação de aço desde 2018, quando Trump levantou barreiras à siderurgia internacional pela primeira vez. A cota para o Brasil é de 3,5 milhões de toneladas de aço semiacabado (placas) por ano e 687 mil toneladas de aço elaborado (laminado).
Esses valores, no entanto, ainda não entraram na negociação, no atual estágio concentrada em adiar o início da medida.
Marco Polo ressalta, contudo, que a medida não é direcionada ao Brasil e atinge a todos os países exportadores na mesma medida, o que não tende a prejudicar especialmente o produto brasileiro frente aos concorrentes.
O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, atrás somente do Canadá, cuja tarifa de importação prometida por Trump — e adiada nesta terça-feira, 11 — é de 50%.
Valor - SP 12/03/2025
O diretor-presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, disse que o setor tem discutido o tema com o governo e que há várias opções sendo avaliadas
O diretor-presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, disse a jornalistas, nesta terça-feira (11), que está confiante de que o governo federal criará novas medidas de defesa comercial para conter a entrada crescente de aço chinês no Brasil.
“A gente está próximo de vencer aquela primeira etapa de defesa comercial, agora, no mês de maio. Então estou muito confiante que, depois do que a gente fez aqui, hoje, o governo vai implantar novas medidas, medidas um pouco mais duras, para impedir esse volume enorme de aço que entra no Brasil de forma desleal, numa competição totalmente sem isonomia”, afirmou Werneck.
O executivo participou de evento da companhia para anunciar a expansão da produção de bobinas a quente na fábrica de Ouro Branco (MG), de 250 mil toneladas por ano para 1,1 milhão de toneladas.
Ele observou que, historicamente, o Brasil tem tido 11% de penetração de aço importado. Mas esse índice chegou a 25% no ano passado. Em 2024, as importações de aço do Brasil avançaram 18% em relação ao ano anterior, e as exportações recuaram 18%, segundo dados do Instituto Aço Brasil, diante da forte concorrência da China. Hoje, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse que o governo tomará novas medidas para preservar a competitividade do aço brasileiro diante de importações da China.
Werneck afirmou que o setor tem discutido o tema com o governo e que há várias opções sendo avaliadas.
“Tem várias coisas na mesa, e o debate é amplo, desde aumentar o valor da tarifa, ou tirar essa cota que entra com o imposto mais baixo e taxar cada tonelada de aço que entra no Brasil”, disse o executivo.
Atualmente, o governo estabelece uma taxa de 11% sobre importação de aço dentro de uma cota, e de 25% para o volume acima da cota.
Werneck disse esperar que o governo defina, em breve, um novo mecanismo para tentar barrar as importações de aço da China. De acordo com o executivo, o aço produzido pelo país asiático tem chegado ao Brasil com preços inferiores ao do minério de ferro (que é a matéria-prima do aço) vendido para a Ásia.
“É uma clara prática que não segue os mecanismos da Organização Mundial do Comércio. É impossível, com esse nível de competitividade que a gente tem, a gente competir com aço que chega de forma totalmente desleal e não isonômica”, disse Werneck.
Durante o evento, o presidente do conselho de administração da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, disse que a cadeia do aço no Brasil tem perdido competitividade, principalmente em função das importações “a preços desleais”.
“Isso causa transferência de empregos para o exterior e nós queremos manter os empregos locais”, afirmou.
A jornalista viajou a convite da Gerdau
O diretor-presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, espera que o governo federal defina, em breve, um novo mecanismo para tentar barrar as importações de aço da China — Foto: Julio Bittencourt/Valor
Revista Mineração - SP 12/03/2025
A Gerdau inaugurou, nesta terça-feira (11), a ampliação da capacidade de produção de bobinas a quente da unidade de Ouro Branco (MG), que contou com um investimento de R$ 1,5 bilhão.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin visitaram os investimentos da companhia na operação, incluindo as obras de expansão da capacidade de bobinas a quente, ao lado do CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, do presidente do Conselho de Administração da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e de autoridades ministeriais.
O aporte no laminador de bobinas faz parte do plano de investimento de R$ 6 bilhões até 2026 da Gerdau, destinado a ampliar as operações da empresa em Minas Gerais e, durante as obras de instalação, foram gerados 2,5 mil empregos na região.
Com a ampliação, a capacidade anual de produção de bobinas a quente da empresa vai aumentar em 250 mil toneladas, para 1,1 milhão de toneladas ao ano, ao final do primeiro trimestre de 2025.
O objetivo da ampliação das operações é atender ao mercado brasileiro e o fornecimento de aço, especialmente para setores de máquinas e equipamentos, além do automotivo.
“Como empresa genuinamente brasileira, a Gerdau segue fortalecendo sua presença em Minas Gerais, criando oportunidades de negócios, gerando empregos e renda nos municípios em que está presente. Reafirmamos nosso papel como protagonistas na construção do futuro do Brasil e no setor industrial nacional, compartilhando valor com toda a cadeia de valor do aço, oferecendo produtos e soluções inovadores para nossos clientes”, afirma Gustavo Werneck.
Com capacidade anual de 4,5 milhões de toneladas, a planta de Ouro Branco é a maior unidade produtora de aço da Gerdau no mundo e responde por 12% da produção total de aço do Brasil.
A operação ocupa uma área de 10 milhões de metros quadrados, incluindo 5 mil hectares de área verde preservada, com dois altos-fornos para a produção de aços longos e planos, como vergalhões, fio-máquina, perfis estruturais, chapas grossas e bobinas a quente, atendendo aos mercados da construção civil, automotivo, agropecuária, energia, naval e ferroviário.
Em 2024, a produção de aço da Gerdau registrou 11,7 milhões de toneladas, sendo 5,4 milhões de toneladas no Brasil e 4,2 milhões de toneladas na América do Norte. A companhia conta com 18 mil colaboradores no Brasil e 6 mil na América do Norte.
Além de Ouro Branco, a Gerdau opera unidades industriais no Brasil nas cidades de Charqueadas e Sapucaia do Sul (RS), Araçariguama e Pindamonhangaba (SP), Divinópolis (MG), Rio de Janeiro (RS), Caucaia (CE) e Recife (PE).
Globo Online - RJ 12/03/2025
Entraram em vigor nesta quarta-feira as tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio anunciadas pelo presidente Donald Trump no mês passado. A medida vale para produtos de diferentes países, incluindo os do Brasil, um dos mais afetados pela política do republicano. Especialistas temem que as taxas levem à desaceleração das exportações para os EUA.
Na semana passada, em reunião com representantes da equipe de Donald Trump, representantes do governo Lula fizeram um apelo para que a taxação do aço e do alumínio brasileiros fosse adiada. A ideia era conseguir mais tempo para negociar um acordo, evitando que as exportações brasileiras fossem prejudicadas nos EUA.
A postergação solicitada seria de pelo menos um mês, segundo interlocutores do governo e do setor privado. Até o momento, há informação se Washington aceitou o pedido do governo brasileiro. A previsão era de que fossem realizadas realizadas reuniões bilaterais técnicas nesta semana.
Qual o impacto no Brasil?
O Brasil está entre os três maiores fornecedores de aço para os EUA. Os argumentos do governo federal foram na linha de que as exportações de produtos siderúrgicos não prejudicam as indústrias americanas. Ao contrário: o aço brasileiro é matéria-prima e a tarifa de 25% vai aumentar os custos das empresas dos EUA, argumentam as autoridades.
Em fevereiro, quando a medida foi anunciada pelo presidente dos EUA, especialistas consultados pelo GLOBO demonstraram preocupação com os riscos da medida.
José Augusto de Castro, presidente-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), disse que as tarifas surpreendem por serem “altíssimas e sem embasamento técnico”. Apesar de o governo americano não ter ainda anunciado o início da medida, Castro acredita que as taxas devem fazer desacelerar a exportações para os EUA.
Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil e sócio da consultoria Barral M Jorge também afirmou que, com essa tarifa de 25%, vai ficar "mais complicado" para a indústria siderúrgica brasileira exportar para os EUA.
Na semana passada, em reunião com representantes da equipe de Donald Trump, o vice-presidente Geraldo Alckmin, em nome do governo Lula, fez um apelo para que a taxação do aço e do alumínio brasileiros fosse adiada, mas não foi atendido. Na prática, a medida de Trump revoga o entendimento firmado em 2018, no primeiro mandato do republicano, que estabeleceu cotas para a exportação de aço brasileiro para os EUA.
Segundo o Instituto Aço Brasil, as cotas permitiam ao Brasil exportar até 3,5 milhões de toneladas de placas e semiacabados e 687 mil toneladas de laminados para o mercado americano sem a tarifa adicional. Em 2024, os EUA importaram 5,6 milhões de toneladas, sendo que 3,4 milhões vieram do Brasil. Isso significou para o Brasil US$ 5,7 bilhões em divisas, como informou o blog da colunista do GLOBO Míriam Leitão.
No alumínio, a exportação brasileira para os EUA é menor, mas também significativa. Em 2024, o país exportou US$ 267 milhões em alumínio para os EUA, o equivalente a quase 17% de toda a produção que foi para o exterior.
Fale manso comigo, diz Lula a Trump
Na terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou Trump. Em meio à guerra comercial promovida pelo americano, o chefe do Executivo disse que não adianta o republicano "ficar gritando de lá" porque ele não tem "medo de cara feia."
— Todo mundo vai ganhar, nós não queremos o Brasil para nós, queremos o Brasil para vocês. Não adianta o Trump ficar gritando de lá, porque eu aprendi a não ter medo de cara feia. Fale manso comigo, fale com respeito comigo que eu aprendi a respeitar as pessoas e quero ser respeitado.
Novas taxas
Além do aço e do alumínio, Trump avisou que vai aumentar as alíquotas de produtos cujo imposto é maior do que o cobrado pelos americanos, como o etanol. Um dos argumentos usados pelo Brasil é que as exportações brasileiras não são uma ameaça às indústrias americanas, porque as economias dos dois países são complementares.
Além disso, quem pagará mais caro pelo tarifaço serão as empresas dos EUA, que dependem de produtos siderúrgicos para a produção.
Valor - SP 12/03/2025
Vice afirmou que o crescimento deverá ocorrer devido à reforma tributária, que vai estimular as exportações, pelo programa de depreciação acelerada e também pelas ações climáticas, no âmbito da agenda verde do governo
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que a indústria do aço vem crescendo o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) e "vai crescer ainda mais".
Sem citar os recentes anúncios do presidente dos EUA, Donald Trump, de taxar o aço, o alumínio e o etanol brasileiro, Alckmin falou durante evento da Gerdau, em Minas Gerais, que "quando indústria do aço cresce, faz o PIB avançar ainda mais".
Para o setor, afirmou que o crescimento deverá ocorrer devido à reforma tributária, que vai estimular as exportações, pelo programa de depreciação acelerada e também pelas ações climáticas, no âmbito da agenda verde do governo federal.
"Vamos aprimorar ainda mais a recomposição tarifária para a indústria crescer ainda mais", adicionou Alckmin em seu discurso.
O vice-presidente Geraldo Alckmin — Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
Globo Online - RJ 12/03/2025
A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao governo de Donald Trump que adie o prazo para a entrada em vigor da tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio do Brasil, previsto para esta quarta-feira. A ideia é que haja mais tempo para a negociação de um acordo para evitar que as exportações brasileiras sejam prejudicadas nos Estados Unidos.
A postergação solicitada, segundo interlocutores do governo e do setor privado, seria de pelo menos um mês. O pedido foi feito pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em reunião com o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, e o representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer.
Donald Trump anunciou a tarifa de 25% para as importações de todos os países. Entre os argumentos do Brasil é que as exportações de produtos siderúrgicos para os Estados Unidos não prejudicam as indústrias americanas. Ao contrário: o aço brasileiro é matéria-prima e a tarifa de 25% vai aumentar os custos das empresas dos EUA, argumenta o governo Lula.
As negociações entre Brasil e EUA começaram na semana passada, com a primeira conversa de alto nível entre Alckmin e autoridades americanas. A partir desta semana, são realizadas reuniões bilaterais técnicas. Até o momento não há informação se Washington aceitou o pedido do governo brasileiro.
Açúcar e etanol
Além de aço e alumínio, outros produtos que estão sobre a mesa de negociação são o açúcar e o etanol. A Casa Branca avisou que os bens que tiverem Imposto de Importação maiores do que os praticados nos EUA terão tratamento recíproco, ou seja, haverá aumento de alíquotas aduaneiras no mesmo patamar.
O etanol chegou a ser citado como exemplo pelo governo americano, pois ao entrar no Brasil tem uma alíquota de 18%, enquanto nos EUA o imposto é de 2,5%. O setor alega que as vendas de álcool de cana-de-açúcar para os EUA são inexpressivas e não afetam a produção local, que tem o milho como matéria-prima.
Já o açúcar, hoje tributado em 14%, terá a tarifa reduzida a zero, para forçar uma queda nos preços dos supermercados. Por si só, isso já evitaria uma elevação do imposto sobre o produto pelos EUA.
Valor - SP 12/03/2025
Corrida para fazer estoques antes do início das tarifas fez o preços nos EUA se descolarem do que as concorrentes pagam na China, Alemanha e Japão
As fábricas americanas estão pagando preços muito mais altos por seus suprimentos de alumínio, aço e cobre do que as concorrentes no exterior, uma tendência que vem enfraquecendo a confiança das empresas do país e alimentando a inflação mesmo antes da entrada em vigor das tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump.
Os preços nos EUA dessas três matérias-primas cruciais para a indústria vêm subindo há semanas, impulsionados pelos esforços dos fabricantes para fazer estoques antes do início da cobrança das tarifas. Com isso, o preço pago pelas fábricas nos EUA se descolou do que as concorrentes pagam em outras grandes economias industriais, como China, Alemanha e Japão.
Até ontem, as fábricas consumidoras de alumínio já tinham de pagar cerca de 23% a mais em comparação aos rivais na Europa. Já os preços do aço estão cerca de 40% maiores - mais até do que a taxa de 25% planejada por Trump para ambos os metais a partir de hoje. No mercado de cobre, cujas tarifas ainda podem demorar meses para chegar, as fábricas americanas já pagam cerca de 10% a mais do que os compradores europeus, estima a Bloomberg.
Esses aumentos inesperados sacudiram os mercados internacionais de metais, com os traders a correr para garantir lucros com o envio de cargas para os EUA antes da imposição das tarifas. Mas para as fábricas esse aumento antecipado dos preços impulsionado pela agenda comercial de Trump criou uma grande desvantagem diante das concorrentes no exterior.
“Os clientes estão preocupados e todos estão se perguntando como os custos vão afetar seus produtos finais”, disse Dan Markham, presidente da Markham Metals, fabricante e distribuidora de alumínio e aço com sede em Wilmington, Massachusetts. O executivo disse já estar vendo preços mais altos, e que os está repassando. “Nossos clientes pagam mais.”
Os prêmios, o valor pago acima dos preços de mercado, do alumínio atingiram um patamar recorde nos EUA. O preço de um lingote padrão de alumínio para compradores americanos subiu 20% desde o início do ano e chegou ao nível mais alto em quase três anos, enquanto na Europa os preços permaneram estáveis.
Para o aço americano, o preço de referência ultrapassou a marca de US$ 900 por tonelada no fim de fevereiro, acumulando uma alta superior a 30% em 2025, em antecipação às tarifas. Trump vê as tarifas como um incentivo à produção americana no longo prazo, embora haja evidências crescentes de que os consumidores arcarão com os custos no curto prazo.
“Você terá esse aumento nos preços no curto prazo, e isso incentivará a produção de aço nos EUA e preços mais altos”, disse Hamad Hussain, da consultoria Capital Economics.
Porém, evidências históricas sugerem que é improvável que as tarifas de Trump sobre as importações de aço e alumínio possam reverter décadas de queda na participação de mercado e de estagnação da produção. Esses materiais estiveram entre os primeiros produtos que foram alvos de tarifas no primeiro mandato de Trump, com taxas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio em 2018. Desde então, houve pouca mudança na produção de aço americana, enquanto a produção de alumínio diminuiu ainda mais após o fechamento de usinas locais.
O fluxo de cobre ao redor do mundo já vem sendo alterado pelas ameaças de tarifas de Trump, apesar de o metal ainda não estar na lista de tarifas. No fim de fevereiro, Trump ordenou ao Departamento de Comércio que realizasse uma investigação sobre possíveis tarifas com base em assuntos de segurança nacional. Investigações do tipo costumam levar meses.
Analistas do Goldman Sachs calculam que todas as formas de cobre enviadas aos EUA serão alvo de uma tarifa de 25%, o que resultaria em preços na bolsa Comex de Nova York bem maiores do que os de outros referenciais. A tarifa de importação deve “ser totalmente repassada aos preços locais dos EUA, com a Comex negociando com prêmios de forma sustentada” em relação à Bolsa de Metais de Londres, segundo o banco.
Globo Online - RJ 12/03/2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) insinuou, nesta terça-feira, que os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) prejudicaram as indústrias naval e do aço no país. Sem citá-los nominalmente, durante evento em Ouro Branco, na região central de Minas Gerais, Lula afirmou que, quando deixou a presidência em 2010, o país emplacava o dobro de carros de quando retornou, em 2023.
Ao elencar o raciocínio, Lula citou sua sucessora, Dilma Rousseff (PT), como continuadora das iniciativas que teriam mantido as indústrias na ativa, mesmo após sua saída da cadeira presidencial.
— Quando nós deixamos a presidência da República em 2010, esse país emplacava 3,6 milhões de carros. Quando eu voltei, em 2023, só emplacava 1,6 milhão. Ou seja, quinze anos depois, só emplacava metade dos carros. Daí porque não houve possibilidade das indústrias de aço cresceram mais, porque esse país, inclusive, acabou com a indústria naval.
Além das indústrias, o presidente também acusou as gestões de Temer e Bolsonaro de não darem vasão à questão da habitação no país.
— Quando eu cheguei em 2002, a indústria naval tinha 3 mil trabalhadores, ela foi para 82. E você sabe que navio usa aço. Esse país acabou com a indústria naval, diminuiu a venda de carro pela metade, diminuiu habitação porque não foi feita habitação depois que nós deixamos a presidência. Encontrei 87 mil casas (do Minha Casa Minha Vida) começadas a ser construídas pela Dilma Rousseff, mais de duas mil casas.
Alckmin diz que indústria de aço cresceu o dobro do PIB
Antes de Lula, o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que a indústria do aço cresceu o dobro do PIB no país e prometeu que irá avançar "ainda mais".
— E vocês se preparem, porque a indústria do aço vai crescer ainda mais. Presidente Lula, é o homem da indústria, trabalhador da indústria.
A agenda de Lula em Ouro Branco foi para celebrar a expansão da capacidade de produção de bobinas a quente da Gerdau, produtora de aço. O investimento é de R$ 1,5 bilhão.
O Estado de S.Paulo - SP 12/03/2025
O primeiro trimestre da economia americana sob o comando de Donald Trump caminha para ser uma desagradável dor de cabeça política: não somente vários analistas estão revisando para baixo o desempenho do PIB entre janeiro e março, como também muitos já estão atribuindo maior probabilidade de recessão nos próximos 12 meses.
Um dos motivos é a incerteza sobre o que vai acontecer com a política econômica. De um lado, o vaivém das tarifas de importação – ora adotadas sobre os produtos de países aliados, como México e Canadá, ora adiadas temporariamente – está afetando as decisões de investimentos de empresários, inseguros sobre o cenário adiante. De outro, a confiança dos consumidores vem recuando com as demissões em massa de funcionários públicos; com a onda de deportação de imigrantes ilegais; e com o temor de alta na inflação em razão das tarifas de importação.
A situação ganhou relevância com as atualizações do monitor do PIB americano elaboradas pelo Federal Reserve de Atlanta, o GDPNow. Na sua última leitura, esse monitor projeta queda de 2,4% do PIB no primeiro trimestre deste ano. Mas até o dia 27 de fevereiro, na véspera da divulgação de um surpreendente recuo de 0,2% nos gastos com consumo no mês de janeiro, o GDPNow estimava um crescimento de 2,3% do PIB entre janeiro e março. Aliás, essa foi a taxa de expansão da economia dos EUA no quarto trimestre de 2024.
Esse monitor do PIB é bastante volátil no início de cada trimestre, e apenas se torna mais confiável, como projeção do desempenho da economia, ao longo do trimestre. Além disso, analistas acusam o GDPNow de não estar compensando o efeito estatístico da disparada nas importações sobre o cálculo do PIB com o equivalente aumento na acumulação dos estoques ou nas vendas finais.
Em janeiro, o déficit comercial americano saltou 34%, puxado por uma alta de 10% das importações, uma vez que, temendo a adoção das tarifas por Trump, muitos empresários anteciparam suas compras de produtos importados. Há quem diga que a acumulação de estoques e as vendas finais não compensaram todo o aumento nas importações. É o caso do JPMorgan, cujos analistas cortaram a projeção do PIB do primeiro trimestre de 1,5% para 1%.
Há ainda os alarmistas. A consultoria BCA Research atribui chance de 75% de uma recessão nos próximos três meses. Já o Barclays diz que, se mantidas as tarifas integralmente, o impacto será de até 0,5 ponto porcentual a menos no PIB deste ano. Recessão ou apenas desaceleração forte, Trump começa com pé esquerdo na economia.
Veja - SP 12/03/2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reunirá nesta terça-feira 11 com cerca de 100 CEOs das maiores empresas do país durante um encontro da Business Roundtable — associação sem fins lucrativos que reúne líderes de gigantes como J.P. Morgan Chase, Apple e Walmart. A reunião ocorre em meio a crescentes preocupações dos setores produtivo e financeiro com os rumos da política econômica do republicano.
Entre os participantes são esperados o CEO do Walmart, Doug McMillon, e os chefes de quatro dos principais bancos do país: Jamie Dimon (JPMorgan), Jane Fraser (Citigroup), David Solomon (Goldman Sachs) e Charlie Scharf (Wells Fargo), segundo a agência de notícias Reuters. Na segunda-feira, Trump já havia se reunido com executivos do setor de tecnologia na Casa Branca.
De volta à Casa Branca desde 20 de janeiro, Trump tem reforçado seu plano de impor tarifas sobre produtos importados — uma de suas principais promessas de campanha. Nesta terça-feira, o republicano ameaçou elevar as tarifas sobre metais do Canadá para 50%, em resposta à decisão da província de Ontário de impor um imposto de 25% sobre suas exportações de eletricidade para os EUA.
Ele já havia adotado uma tarifa extra de 20% sobre produtos chineses e taxas de 25% sobre importações do Canadá e do México, além de impor o mesmo percentual sobre todo o aço e alumínio comprados pelo país. Uma nova leva de tarifas deve entrar em vigor em 2 de abril, quando o presidente prometeu apresentar um regime global de tarifas recíprocas para todos os parceiros comerciais.
Trump justifica as tarifas como necessárias para fortalecer a indústria nacional e gerar empregos. No entanto, economistas e agentes do mercado alertam que a guerra comercial pode elevar a inflação e desacelerar a economia, levando a uma eventual recessão.
Na reunião desta terça com o Business Roundtable, espera-se que líderes empresariais pressionem Trump a recuar nas tarifas. Em carta aberta divulgada na semana passada, a entidade defendeu “mais esforços para remover rapidamente as tarifas recém-implementadas”, alertando que a manutenção dessas medidas por muito tempo pode ter um impacto econômico significativo. Também ressaltou a importância de preservar os benefícios do Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta) com o México e o Canadá, assinado no primeiro mandato de Trump.
Por outro lado, a carta defendeu a manutenção dos cortes de impostos promovidos pelo governo e a continuidade da desregulamentação nos setores de energia, infraestrutura e manufatura — duas áreas de convergência com a Casa Branca.
O Estado de S.Paulo - SP 12/03/2025
O investidor bilionário americano Mark Cuban alertou que os efeitos colaterais dos cortes maciços de gastos do governo federal poderiam levar a economia dos Estados Unidos a uma recessão. Cuban tem uma fortuna estimada em US$ 5,7 bilhões e é um dos sócios do time de basquete Dallas Mavericks.
Em uma postagem na rede Bluesky no domingo, 2, ele fez um comentário em um tópico sobre prestadores de serviços que estão dispensando funcionários e cortando salários. “Esse é um problema maior do que as pessoas imaginam. Não apenas a perda de empregos. Mas suas famílias estão perdendo benefícios. Proprietários de imóveis perdendo inquilinos. Cidades e municípios perdendo receita. É assim que as recessões começam”, escreveu Cuban. “‘Preparar, apontar, fogo’ não é uma forma de governar.”
Desde esse aviso, os dados sobre o mercado de trabalho americano levantaram alguns sinais de alerta. Na quarta-feira, 5, pesquisa da empresa ADP sobre as folhas de pagamento do setor privado revelou que apenas 77 mil empregos foram criados no mês passado, bem abaixo das expectativas de 148 mil e do ganho de 186 mil registrado em janeiro.
Os serviços de educação e saúde - setores expostos aos gastos do governo - registraram um declínio de 28 mil. Enquanto isso, as empresas que seriam afetadas pelas tarifas do presidente Donald Trump, ou seja, as das categorias de comércio, transporte e serviços públicos, registraram uma perda de 33 mil empregos.
“A incerteza política e a desaceleração nos gastos do consumidor podem ter levado a demissões ou a uma desaceleração nas contratações no mês passado”, disse a economista-chefe da ADP, Nela Richardson, no relatório. “Nossos dados, combinados com outros indicadores recentes, sugerem uma hesitação de contratação entre os empregadores à medida que eles avaliam o clima econômico à frente.”
Na quinta-feira, 6, o relatório da Challenger, Gray & Christmas mostrou que os empregadores anunciaram 172 mil demissões no mês passado, um aumento de 245% em relação a janeiro e o maior número desde julho de 2020.
A empresa de recrutamento estimou que 62,2 mil, ou cerca de um terço desses cortes, poderiam ser atribuídos ao Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigle em inglês) de Elon Musk.
“Com o impacto das ações do Departamento de Eficiência Governamental, bem como contratos governamentais cancelados, medo de guerras comerciais e falências, os cortes de empregos dispararam em fevereiro”, disse Andrew Challenger, vice-presidente sênior e especialista em local de trabalho da Challenger, Gray & Christmas, no relatório.
E na sexta-feira, 7, o Departamento do Trabalho informou um ganho de 151 mil empregos em fevereiro, abaixo das previsões de 170 mil. Embora as contratações ainda tenham sido sólidas, o relatório mostrou que o emprego no governo federal diminuiu em 10 mil. E o período da pesquisa mensal ocorreu antes de uma onda de cortes recentes, o que significa que o próximo relatório deverá refletir um impacto mais completo.
Entre esses últimos cortes estava o escritório 18F da General Services Administration, que desenvolvia software e tecnologia para os órgãos federais a fim de aumentar a eficiência.
Em uma outra publicação no Bluesky, Mark Cuban incentivou os demitidos do 18F a formar uma empresa de consultoria e até se ofereceu para investir nela.
“É apenas uma questão de tempo até que o Doge precise de vocês para consertar a bagunça que eles inevitavelmente criam”, escreveu. “Eles terão de contratar sua empresa para consertá-la. Mas em seus termos.”
Enquanto isso, outros dados econômicos e mercados financeiros estão sinalizando uma desaceleração, ou até mesmo uma retração total. O rastreador GDPNow do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Atlanta mostra que o primeiro trimestre está atualmente no ritmo de uma contração de 2,4%, após sinalizar um declínio de 1,5% na semana passada e reverter o crescimento de 2,3% em 19 de fevereiro.
Embora o indicador amplamente seguido possa ser volátil e tenha sido prejudicado por um déficit comercial mais profundo, os analistas de Wall Street estão rebaixando suas projeções.
Em um artigo de opinião na última quarta-feira, os gurus do mercado Ed Yardeni e Eric Wallerstein disseram que ainda veem 55% de chance de um cenário parecido com os “Loucos Anos 20" (época de grandes avanços que sucederam a Primeira Guerra Mundial e a gripe espanhola), em que a economia dos EUA continua a crescer, impulsionada pela tecnologia. Mas aumentaram as chances de um mercado em baixa e de uma recessão induzida pela alta das tarifas de 20% para 35%.
“Ainda estamos apostando na resiliência dos consumidores e da economia”, alertaram. “No entanto, as turbulências do Trump 2.0 estão testando significativamente a resiliência de ambos.”
Infomoney - SP 12/03/2025
O dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do BC da Finlândia, Olli Rehn, disse que cálculos do BC finlandês mostram que as tarifas dos Estados Unidos contra a União Europeia (UE) e a China podem reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) global em pouco mais de 0,5% em 2025 e em 2026, em texto publicado no site da instituição nesta terça-feira, 11.
“O impacto na economia da zona do euro pode ser um pouco maior do que isso. Uma guerra comercial pode levar a pressões ascendentes e descendentes sobre os preços”, menciona a publicação.
De acordo com Rehn, diante do cenário, os investimentos em defesa na Europa precisam ser intensificados. “Precisamos de soluções europeias comuns que devem ser implementadas de forma a fortalecer de maneira eficaz a nossa segurança externa”, acrescenta.
O dirigente finlandês afirma que a inflação da zona do euro está se estabilizando no nível da meta de 2%, mas o crescimento da economia “está contido”.
Infomoney - SP 12/03/2025
Os contratos futuros do minério de ferro subiram na bolsa de Cingapura nesta terça-feira, impulsionados pelas expectativas de aumento da demanda, com as siderúrgicas da região norte da China prontas para retomar a produção após a conclusão da reunião anual do parlamento chinês.
No entanto, os ganhos foram limitados por preocupações com o aumento do atrito comercial global provocado pelas últimas tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump.
O minério de ferro de referência de abril na Bolsa de Cingapura subiu 0,86% para US$100,75 a tonelada, após atingir o menor nível desde 14 de janeiro, a US$98,85 a tonelada, no início da sessão.
O contrato de minério de ferro de maio mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou o pregão do dia com pouca variação, a 774,5 iuanes (US$106,95) a tonelada.
“A produção de metal quente ainda tem espaço para alta em março, já que algumas siderúrgicas no norte da China provavelmente aumentarão a produção após as ‘Duas Sessões'”, disseram analistas da Chaos Ternary Futures em nota.
A produção de metal quente é normalmente usada para avaliar a demanda de minério de ferro.
As Duas Sessões, reuniões legislativas anuais da China, começaram em 4 de março e terminarão no final do dia.
Os preços dos principais ingredientes para a produção de aço caíram na segunda-feira, impactados pelo fraco sentimento macroeconômico, à medida que as esperanças por estímulos adicionais da China diminuíram e as preocupações com o possível impacto de novas tarifas de Trump obscureceram as perspectivas de demanda.
IstoÉ Dinheiro - SP 12/03/2025
A Stellantis anunciou a contratação de 400 engenheiros para o centro dedicado ao desenvolvimento de carros híbridos, cuja inauguração acontece nesta quinta-feira, 11, em Betim (MG). Participam do evento o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
Em discurso na solenidade de inauguração do centro de desenvolvimento, o presidente do conselho (chairman) da montadora, John Elkann, ressaltou o compromisso do grupo com o Brasil, onde a Stellantis planeja investir R$ 30 bilhões até 2030.
“O Brasil ocupa um lugar cada vez mais importante no conjunto dos negócios globais da Stellantis. Nossa empresa deu início neste ano a um novo ciclo de investimentos de R$ 30 bilhões aqui no Brasil, que vai estender até 2030. Esse é o maior volume de investimento na história da Stellantis no País e vai impulsionar a inovação tecnológica, a transição energética de nossos veículos em uma nova era de mobilidade. O Brasil nos inspira muito a buscar novas soluções tecnológicas”, declarou Elkann em discurso feito em português. Na infância, o empresário viveu quatro anos no Brasil e disse que estudou e aprendeu a admirar a cultura brasileira no período.
Já o presidente da Stellantis para a América do Sul, Emanuele Cappellano, destacou em sua fala a aprovação da reforma tributária, que renovou incentivos tributários dados a montadoras com fábricas no Nordeste – caso da Stellantis, que produz automóveis em Pernambuco.
Além da contração de 400 engenheiros para reforçar o centro de desenvolvimento de tecnologia, Cappellano lembrou, conforme anunciado em janeiro, que a montadora está contratando 1,5 mil funcionários para reforçar sua capacidade de produção no Brasil. São 1,2 mil vagas no polo automotivo de Betim, onde são montados carros da Fiat, e 300 na fábrica da Citroën em Porto Real, no sul do Rio de Janeiro.
IstoÉ Dinheiro - SP 12/03/2025
Queda é atribuída ao menor volume de vendas na China, principal mercado da montadora, e a um aumento dos custos fixos, como os relacionados à energia e ao processo de reestruturação do grupo.A Volkswagen anunciou nesta terça-feira (11/03) que seu lucro líquido caiu 30,6% em 2024, em relação ao ano anterior, devido ao menor volume de vendas na China e a um aumento de seus custos fixos.
A montadora alemã registrou um lucro líquido de 12,39 bilhões de euros (quase R$ 80 bilhões), informou em comunicado. Por sua vez, a receita total aumentou em pouco menos de 1%, chegando a 324,7 bilhões de euros.
A líder do setor automotivo europeu enfrenta uma crise e um processo de reestruturação, tendo anunciado há alguns meses um plano de redução de custos para cortar 35 mil empregos na Alemanha.
Queda da demanda
Após três anos de lucros excepcionais, as montadoras alemãs vêm sofrendo desde 2024 com a queda da demanda, o aumento dos custos, especialmente os relacionados à energia, e a concorrência acirrada das marcas chinesas, que estão mais bem posicionadas no segmento de carros elétricos.
Em meio a esse cenário, o grupo de dez marcas (incluindo Porsche, Skoda e Audi) entregou 2,3% menos carros, em comparação com 2023.
E, embora as vendas na América do Norte tenham crescido 6,4%, isso não foi suficiente para compensar o declínio na China (-9,5%), mercado número um da Volkswagen, onde tem cerca de um terço de suas vendas, mas vem perdendo participação.
Custos fixos
Além disso, os custos fixos aumentaram, tendo totalizado cerca de 2,6 bilhões de euros, em parte devido ao programa de reestruturação, incluindo os altos custos relacionados ao fechamento da fábrica da Audi em Bruxelas, entre outros.
O grupo investiu maciçamente em carros elétricos nos últimos anos, mas as vendas recentemente não corresponderam às expectativas, o que está prejudicando a lucratividade. Em 2024, as vendas caíram 3,4%, após uma década de crescimento.
No entanto o grupo sediado em Wolfsburg registrou um volume de negócios maior do que o esperado, com alta de 0,7%, para 324,66 bilhões de euros. Até 2025 a Volkswagen espera aumentar suas vendas em 5%.
O Estado de S.Paulo - SP 12/03/2025
As ações da Tesla despencaram na segunda-feira, 10, atingindo seu ponto mais baixo desde antes do dia da eleição, conforme os investidores registravam o impacto da queda nas vendas e os protestos crescentes sobre o papel político de alto perfil que Elon Musk, o chefe executivo da empresa, assumiu.
No fechamento do pregão, as ações da fabricante de carros elétricos caíram mais de 15% no dia e mais de 50% a partir de um pico em meados de dezembro. A perda do dia foi a maior para as ações da Tesla desde 2020 e superou em muito a queda de 2,7% na segunda-feira, 10, no S&P 500 (índice da Standard & Poor’s 500, composto por 500 ativos cotados nas Bolsas NYSE ou Nasdaq).
A forte alta nas ações da Tesla que se seguiu à eleição de Donald Trump como presidente e a nomeação do Musk como czar de cortes de custos do governo de fato evaporou com mais de US$ 700 bilhões (R$ 4 trilhões) em valor de mercado de ações.
Os investidores esperavam que o apoio financeiro de Musk à campanha de Trump e seus laços com a Casa Branca beneficiassem a Tesla, ajudando a superar obstáculos regulatórios para a tecnologia de direção autônoma da empresa. Em vez disso, a presença onipresente de Musk em Washington se mostrou um passivo. Os investidores estão preocupados que Musk não tenha passado tempo suficiente gerenciando a Tesla quando as vendas dos carros da empresa estão despencando.
A Tesla se tornou alvo de protestos cada vez mais intensos de pessoas enfurecidas com o papel de liderança do Musk no corte de empregos de guardas florestais e outros servidores civis, enquanto reduz a ajuda externa e outros programas.
Na semana passada, alguém ateou fogo em estações de carregamento da Tesla perto de Boston; tiros foram disparados em uma concessionária Tesla no Oregon; e manifestantes foram presos em um protesto não violento em uma concessionária Tesla no Lower Manhattan.
Infomoney - SP 12/03/2025
A japonesa Nissan Motor nomeou, nesta terça-feira (11) o diretor de planejamento, Ivan Espinosa, como novo CEO a partir de 1º de abril, substituindo Makoto Uchida poucas semanas após a montadora descartar um plano de fusão com a rival Honda Motor.
Em fevereiro, a Nissan e a Honda cancelaram oficialmente a fusão planejada, menos de dois meses após anunciá-la.
As negociações fracassaram depois que a Honda – cujo valor de mercado é quase cinco vezes maior que o da Nissan – tentou fazer da Nissan uma subsidiária.
Na ocasião, Uchida disse que não podia aceitar que a empresa se tornasse uma unidade da concorrente porque não estava claro quanta autonomia seria preservada.
O fracasso colocou uma pressão adicional sobre a já problemática Nissan, que pode precisar buscar parcerias alternativas.
Valor - SP 12/03/2025
Chairman do grupo prefere se concentrar no Brasil que, diz, “é uma referência de país estável em cenário de incertezas”
Elkann quer tempo para achar um novo CEO: “Queremos escolher o melhor candidato, seja ele interno ou externo” — Foto: Moises Silva/Valor
A vocação empreendedora do bilionário John Elkann, herdeiro da família Agnelli, fundadora da Fiat, sempre causou admiração no meio empresarial da Europa e Estados Unidos. Nesta semana, Elkann, chairman e presidente interino do grupo Stellantis, surpreendeu os brasileiros ao discursar e dar entrevista em português. Muito discreto, evitou, porém, comentar a conversa que ele e outros dois dirigentes da indústria automobilística tiveram, na semana passada, com o presidente Donald Trump, para tratar das tarifas sobre importações dos Estados Unidos.
“Estamos nos preparando. Temos que esperar mais detalhes. É prematuro falar a respeito”, disse Elkann, na entrevista que concedeu a um pequeno grupo de jornalistas logo após participar de uma cerimônia na fábrica da Stellantis, dona da Fiat, em Betim (MG), ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de uma comitiva de ministros.
Elkann é curioso. No encontro com jornalistas ele foi o primeiro a fazer perguntas. Quis saber o que cada um achou da visita do presidente Lula, que, antes da cerimônia circulou pela fábrica e abraçou operários, ao lado do próprio Elkann. Perguntou também sobre a imagem da companhia no Brasil e pediu opinião sobre o avanço da concorrência de marcas chinesas no mercado de veículos.
A habilidade com o português vem do tempo em que os pais se mudaram para o Brasil. Elkann viveu no Rio de Janeiro dos sete aos 12 anos. “Daí meu sotaque carioca”, brinca. Mas, exceto por uma ou outra palavra que lhe escapa, a fluência que mantém, apesar do tempo que passou, surpreende.
Lula tirou proveito da habilidade do visitante com o idioma. Cochichou ao ouvido do bilionário enquanto o governador Romeu Zema (Novo) discursava, durante a inauguração do novo centro de desenvolvimento de produto da Stellantis. Depois, na sua vez de falar, Lula se posicionou na frente de Elkann, ainda que de costas para a plateia, para, olhando direto em seus olhos, perguntar se o executivo sabia que ele era o primeiro presidente sem diploma universitário.
Elkann formou-se em engenharia em Turim e obteve um bacharelado científico em Paris. Nasceu em Nova York, mas foi na Itália que ele buscou a inspiração para os negócios. Ficou perto do avô materno, Gianni Agnelli, que o escolheu como herdeiro no comando dos negócios da companhia quando ele tinha 21 anos.
Hoje, a um mês de completar 49 anos, ele comanda a Exor, holding da família Agnelli que tem o controle acionário de empresas como Ferrari, CNH, Iveco, o clube de futebol Juventus e o grupo de mídia “The Economist”. Da Stellantis, a Exor também é acionista majoritária, com participação de 14,7%.
Elkann elogia os marcos regulatórios do Brasil. E considera que, apesar das oscilações, a economia brasileira mantém trajetória de crescimento. Em seu discurso, ele disse que o Brasil “é uma referência de país estável num cenário em que despontam incertezas”.
Hoje, os mercados da América Latina representam 15% das vendas da Stellantis. Em 2024 o grupo anunciou investimento de R$ 32 bilhões na região nesta década.
O executivo aponta a necessidade de adaptação das empresas às crises, como a de 2008. “As organizações nunca sabem o que vai acontecer. Mas quando acontece alguma coisa elas têm que saber agir rapidamente”, diz.
Elkann está à procura de um CEO para a Stellantis para ocupar o lugar deixado pelo português Carlos Tavares, no fim do ano passado, depois que concessionários e investidores, dos Estados Unidos e Europa, expressaram descontentamento com os resultados da companhia.
Nas crises, as empresas têm que saber agir rapidamente”
— John Elkann
Foi criado um comitê interno para pesquisar potenciais candidatos. O nome será definido neste semestre. Segundo Elkann, o grupo quer ter tempo suficiente para escolher “o melhor candidato, seja ele interno ou externo”.
Entre os prováveis escolhidos está o italiano Antonio Filosa, que foi presidente da Fiat e da Stellantis no Brasil e na América do Sul e hoje comanda as operações na América do Norte. Filosa estava presente na entrevista de ontem. E quando um jornalista perguntou se o futuro CEO da Stellantis poderia estar na sala Elkann respondeu: “Tem muita gente boa nessa sala”.
O bilionário não é um simples herdeiro. Habitualmente discreto, ele deu duro para aprender em áreas de manufatura, vendas e inovação em diversas empresas onde trabalhou, desde a época de estagiário, incluindo grandes grupos como Philips. E na visita ao Brasil ele destacou essa experiência.
Enquanto toma uma xícara de chá, o executivo comenta como a inovação avança no setor automotivo. Diz que em dez, 25 anos, os veículos serão muito mais eletrificados e autônomos.
Ele elogia a vocação brasileira para o etanol. E, diz, a inteligência artificial é positiva “se usada para o bem”. Elkann aponta o ganho que o consumidor terá ao poder obter informações do manual do carro de forma mais rápida. Ou de como o carro tende a se tornar “um robô” a serviço do motorista.
Durante a inauguração do novo centro de pesquisa, voltado ao desenvolvimento de veículos híbridos, a Stellantis anunciou a contratação de 400 engenheiros em Betim. A empresa já conta com 4 mil engenheiros no país. Segundo Elkann, essa equipe pode trabalhar em projetos globais.
A Stellantis também anunciou um novo projeto de filantropia voltado para a educação na América do Sul, que beneficiará 165 mil estudantes, capacitará mil professores e atenderá mais de 200 escolas. A iniciativa se alinha ao perfil do chairman da companhia. Elkann apoia diversas atividades filantrópicas. É presidente da Fundação Agnelli, que apoia a educação por meio de pesquisas e iniciativas científicas.
No mercado automotivo, a concorrência chinesa o preocupa. Mas, ao invés de simplesmente assistir a esse avanço, a Stellantis se juntou a eles. Em breve, a montadora lançará no mercado brasileiro carros da Leapmotor, empresa da qual o grupo adquiriu participação de 20%. Com mais essa, a Stellantis terá 15 marcas. Para Elkann, o avanço dos chineses “é uma boa oportunidade para aprender”.
Enquanto isso, Elkann vai continuar a procurar um CEO para a Stellantis. Ele mesmo não quer ficar no cargo. Diz ter já muitas atividades para cuidar. Há poucos dias, foi eleito para integrar o conselho consultivo da Meta.
A novidade o empolga. “É uma grande oportunidade de aprender coisas novas, com a inteligência artificial”, diz. Mas a Meta também está de olho na experiência de Elkann. Em comunicado, a empresa de tecnologia destacou o papel do executivo como CEO da Exor, “uma das maiores empresas de investimento europeias, controlada pela família Agnelli”.
Money Times - SP 12/03/2025
A alta expressiva dos aluguéis residenciais nos últimos anos tem levado cada vez mais brasileiros a considerar a compra de um imóvel como uma alternativa financeiramente mais viável. De 2020 para 2024, o aluguel saltou 63,6%, contra 33,5% da inflação, de acordo com os dados apresentados pela Abrainc.
Na análise de Luiz França, presidente da instituição, a população tem optado pela parcela do financiamento ao aluguel, já que este se tornou muito caro nos últimos anos, o que acaba tomando grande parte dos salários.
“A alternativa é buscar um imóvel para compra e sair do aluguel. Isso gera um certo nervosismo, porque, quando o aluguel representa um percentual fixo da renda, há um controle. Mas, com aumentos expressivos, surge o medo de continuar vivendo de aluguel em condições cada vez piores”, disse o executivo durante coletiva para jornalistas nesta terça-feira (11).
Além disso, França acrescenta que ter um imóvel hoje é sinônimo de valorização de patrimônio. Os números mostram que, em São Paulo, em uma média de 5 anos (de 2020 a 2024), a valorização do imóvel foi de 14,4%, acima da variação de 8,6% da Selic no mesmo período.
Apesar dos números indicarem apenas os imóveis em São Paulo, França constata que essa valorização também aconteceu em diversas regiões do país.
Vale destacar que em 2024 também houve queda recorde no desemprego, com apenas 6,6% da população desempregada, além de uma alta na renda das famílias em 4,3% no ano, o que incentiva a demanda por imóveis.
Outro ponto destacado pela Abrainc foi a expansão dos programas habitacionais do governo, como o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que facilita o acesso ao crédito para famílias de baixa e média renda. A possibilidade de subsídios e menores exigências de entrada têm impulsionado a decisão de compra.
A intenção de compra de um imóvel, segundo a pesquisa realizada pela Abrainc em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, está em 46%, sendo a saída do aluguel o principal motivo indicado pelos entrevistados. Em segundo lugar, está a troca da residência por uma maior.
Construtoras seguem a todo vapor
O mercado imobiliário registrou forte crescimento em 2024, impulsionado pelo avanço das vendas tanto no MCMV quanto no segmento de Médio e Alto Padrão (MAP). Segundo a Abrainc, as vendas do MCMV cresceram 13% em unidades e 10% em valor, enquanto o MAP teve alta de 24% no valor negociado.
Os lançamentos também acompanharam a demanda, com expansão de 25% no MCMV e 21% no MAP. No total, o volume financeiro dos lançamentos cresceu 24%. O cenário reflete a busca por imóveis diante da alta dos aluguéis e condições favoráveis de financiamento, mesmo com juros elevados.
Segundo França, esse desempenho positivo demonstra que, mesmo em um cenário de juros ainda elevados, a demanda por imóveis segue forte, sustentada pela valorização patrimonial, pelo alto custo do aluguel e pelas condições de crédito disponíveis.
InfraRoi - SP 12/03/2025
Apesar das expectativas positivas para o setor da construção civil em 2025, o Centro de Tecnologia de Edificações (CTE) alerta para uma série de desafios, como inflação dos insumos, escassez de mão de obra, custos elevados de financiamento, entre outras questões. Para driblá-los, a sugestão da CTE é apostar na inovação tecnológica, industrialização e gestão eficiente.
A adoção de tecnologias emergentes será fundamental para aumentar a produtividade e reduzir custos. A integração da Inteligência Artificial (IA) nos processos de planejamento, projeto e execução de obras promete tornar o setor mais eficiente, enquanto o uso do BIM (Building Information Modeling) deve se consolidar, garantindo mais previsibilidade e qualidade nas construções.
A adoção de ferramentas lean no planejamento e execução das obras, por exemplo, é uma forma eficaz de aprimorar a gestão de custos e prazos. Elas podem ser usadas para a redução de desperdícios e o aumento da produtividade, porém o investimento na capacitação de profissionais torna-se indispensável não só para suprir a crescente demanda por mão de obra qualificada, mas também para utilizar essas ferramentas.
A escassez de talentos, aliás, continuará sendo um desafio para o setor, tornando fundamental a formação de novos profissionais e a ampliação de parcerias com startups e instituições de ensino. A industrialização da construção, com métodos off-site e sistemas modulares, ganhará espaço como solução para reduzir prazos e otimizar processos.
ESG é oportunidade para construção civil lidar com desafios em 2025
Com o aumento da pressão regulatória e das exigências de mercado, as empresas precisarão adotar boas práticas ambientais, sociais e de governança, o ESG. Entre as principais tendências estão a implementação de metas de descarbonização, certificações ambientais e investimentos em eficiência energética. A recente Lei nº 15.042/2024, que institui o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), impõe novas obrigações ao setor, exigindo uma gestão estratégica dos riscos climáticos e a transição para operações mais sustentáveis.
E apesar do desaquecimento do mercado imobiliário, a construção de infraestrutura e habitação popular continuará impulsionando o setor. O programa Minha Casa Minha Vida seguirá fomentando projetos voltados à baixa renda e já iniciou o período de inscrições para mais de 100 mil novas unidades habitacionais, enquanto investimentos em infraestrutura serão cruciais, com mais de 110 leilões previstos para obras de transportes e saneamento.
Embora o cenário seja desafiador em 2025, há espaço para inovação tecnológica, industrialização, gestão eficiente e compromisso com práticas ESG que podem alavancar o crescimento sustentável no setor imobiliário e construção civil no país.
Monitor Digital - RJ 12/03/2025
Em 2024, o mercado imobiliário brasileiro registrou um crescimento total de 11,8% nas vendas de novos imóveis em comparação com o mesmo período do ano anterior, o que reforça a solidez do setor no Brasil e o aumento da confiança por parte dos consumidores. Esse é o maior patamar de vendas já registrado pela série desde 2014.
O bom desempenho das comercializações, foi impulsionado tanto pelo segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) quanto pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, alcançando um novo patamar na série histórica. Os dados são do indicador Abrainc-Fipe, um levantamento realizado com 20 empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
O Minha Casa, Minha Vida apresentou crescimento recorde de lançamentos e vendas, que cresceram 25,2% e 13,1% respectivamente. O bom resultado do programa reflete a boa formatação do programa, que está ampliando o acesso das famílias de menor renda à moradia. Isso reforça a importância de preservar os recursos do FGTS, evitando ampliar as atuais modalidades de saque, para garantir que o fundo tenha condições de realizar investimentos em habitação popular, saneamento e infraestrutura. Essas atividades necessitam de financiamento a taxas mais baixas e são essenciais a qualidade de vida da população mais carente.
O segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) continua a apresentar bom desempenho, especialmente no valor de venda, que cresceu em 23,8%. Os lançamentos expandiram 42% no período.
Outro marco importante foi a queda nos estoques. No fechamento de 2024, a duração dos estoques do MAP caiu para 13 meses, nível saudável e próximo a média histórica. Já no Minha Casa, Minha Vida, houve uma redução dos estoques para 9,8 meses.
A relação distrato sobre venda no MAP segue em um baixo patamar (10,5%), provando a eficácia do marco legal estabelecido em 2018. Em comparação, quando a Lei dos Distratos foi sancionada, essa relação era de cerca de 40%.
“O ano de 2024 encerra mais um período positivo para o setor. O segmento Minha Casa, Minha Vida continua muito bem estabelecido e é um dos alicerces do acesso à moradia popular no país. Além disso, também temos acompanhado a resiliência do segmento MAP, que vem trazendo resultados sólidos, mesmo em condições desafiadoras. Porém, é extremamente necessário que haja medidas para proteção dos recursos do FGTS, evitando a escassez de um benefício disponível ao trabalhador e responsável pelo sonho da casa própria. Na outra ponta, para média e alta renda, é de suma importância novas opções de funding mais sólidas somadas a uma atenção especial à taxa de juros dos financiamentos, para que não haja impacto no setor da construção civil”, afirma Luiz França, presidente da Abrainc.
Já de acordo com os últimos resultados do Índice Fipe Zap, os preços de venda de imóveis residenciais em 56 cidades brasileiras registraram aumento de 0,68% em fevereiro de 2025, representando aceleração em relação ao primeiro mês do ano (0,59%). Comparativamente, o incremento foi relativamente maior entre imóveis que contavam com apenas um dormitório (0,78%), contrastando com o menor avanço dos preços identificado entre unidades que contavam com quatro ou mais dormitórios (0,43%).
Ao final do primeiro bimestre de 2025, o Índice Fipe Zap de Venda Residencial acumulou uma valorização de 1,27% no ano, resultado abaixo da variação média dos preços da economia, apurada pelo IGP-M/FGV (1,33%), assim como da inflação ao consumidor (1,39%), considerando os resultados do IPCA em janeiro de 2025 e a prévia de fevereiro de 2025.
O Índice Fipe Zap registrou valorização acumulada de 8,17% nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro de 2025. Resultado intermediário entre a variação do IGP-M/FGV (8,44%) e a prévia da inflação ao consumidor, dada pelo comportamento do IPCA/IBGE até janeiro de 2025 e do IPCA-15 em fevereiro de 2025 (4,97%).
E com base em informações da amostra de anúncios de imóveis residenciais para venda em fevereiro de 2025, o preço médio calculado no âmbito do Índice Fipe Zap foi de R$ 9.130/m². Imóveis residenciais com um dormitório se destacaram pelo preço médio de venda relativamente mais elevado (R$ 10.954/m²), contrastando com o menor valor identificado entre unidades com dois dormitórios (R$ 8.236/m²). Vitória apresentou o valor médio por metro quadrado mais elevado na amostra do último mês (R$ 12.781/m²).
InfraRoi - SP 12/03/2025
A ViaMobilidade entregou o 36º e último trem para a operação de suas concessões de trem metropolitano na cidade de São Paulo, nas linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda. As composições adquiridas pela ViaMobilidade vieram para modernizar a frota de trens e, assim, oferecer um atendimento mais eficiente aos mais de 840 mil clientes que as duas linhas transportam, em média, por dia útil.
Parte principal de um investimento que totaliza R$ 4,1 bilhões em melhorias nas duas linhas, as novas composições, fabricadas pela francesa Alstom, são equipadas com sistemas de regeneração de energia, acessibilidade aprimorada, ar-condicionado de última geração e câmeras de vigilância, entre outros recursos.
Os trens são equipados com portas amplas e salões contínuos, o que melhora o conforto de quem circula pelas linhas. A sustentabilidade também foi considerada, uma vez que os veículos adquiridos consomem menos energia elétrica do que os anteriores. Os veículos foram projetados para maximizar a eficiência energética, pois possuem um sistema de regeneração de energia que devolve a eletricidade à rede aérea durante as frenagens, reduzindo o desperdício e economizando recursos.
Tecnologia e conforto nos trens da ViaMobilidade
Os trens estão equipados com avançada tecnologia embarcada, como os sistemas de contagem de passageiros, mapas dinâmicos de linhas, monitores de vigilância por vídeo e câmeras retrovisoras. Também incluem sistemas de circuito fechado de TV (CFTV) e multimídia, a fim de proporcionar uma viagem mais segura e informativa.
Cada trem possui 167 metros de comprimento, pesa 322 toneladas e tem capacidade para transportar até 2.500 passageiros. Com 308 assentos, pega-mãos ajustados para diferentes estaturas e espaços reservados para pessoas com deficiência, as composições foram desenvolvidas com foco na acessibilidade. O conforto é assegurado por janelas e portas projetadas para melhorar a ventilação e a acessibilidade.
Os novos trens foram construídos com oito carros de aço inoxidável, tornando-os mais leves e duráveis, com uma vida útil estimada de mais de 40 anos. Todos os materiais utilizados são antichamas e as composições contam com detectores e extintores de incêndio, reforçando o compromisso da ViaMobilidade com a segurança dos passageiros.
O Estado de S.Paulo - SP 12/03/2025
O governo Tarcísio de Freitas aumentará em R$ 1 bilhão o investimento na concessão do Lote Paranapanema, que consolida a ‘rota do agro’ em São Paulo e transforma a Rodovia Raposo Tavares (SP-270) no novo corredor de escoamento da produção agroindustrial no País. O projeto incluiu sugestões enviadas pela sociedade e agora está estimado em R$ 5,7 bilhões. O edital para transferir os trechos para a iniciativa privada deve ser publicado em abril.
“A inclusão de novas obras e ajustes no projeto demonstram compromisso do governo do Estado em ouvir a sociedade e aprimorar a concessão para garantir infraestrutura eficiente e segura para os usuários”, afirmou à Coluna do Estadão a diretora econômico-financeira da Companhia Paulista de Parcerias (CPP), Raquel Carneiro.
O que muda: O governo de São Paulo analisou 250 contribuições, de consulta pública e audiências realizadas em em Ourinhos, Itapetininga e São Paulo. As sugestões aceitas estão basicamente em três frentes.
Novos investimentos em vias marginais, dispositivos em desnível e melhorias no acesso a municípiosAmpliação de trechos rodoviários, como a inclusão da SPA-326 e da SPA-312Revisão da localização dos pórticos de pedágio
Extensão do projeto: O Lote Paranapanema impactará diretamente 13 municípios. Além da Rodovia Raposo Tavares, inclui trechos das rodovias Engenheiro Lauri Simões de Barros (SP-189) e Mello Peixoto (SP-278), além de outros acessos rodoviários.
Mais detalhes da rota: A rota atravessa o Estado de leste a oeste. Com a concessão, o governo de São Paulo quer deixar a Rodovia Raposo Tavares como uma alternativa à Rodovia Castelo Branco, especialmente no transporte de insumos agrícolas para o Porto de Santos.
O projeto prevê quase 150 km de duplicações, mais de 10 km de pistas marginais e mais de 50 km de acostamentos novos ou recuperados, além de novas passarelas para pedestres e pontos de ônibus.
Valor - SP 12/03/2025
Segundo fontes, ao todo foram recebidas 14 ofertas pelos 6 lotes; concorrência será nesta sexta e poderá gerar R$ 7,7 bi em obras
O leilão de seis concessões rodoviárias do governo do Mato Grosso, marcado para sexta-feira (14), deverá atrair nove grupos. Segundo fontes, foram recebidas, no total, 14 ofertas. A entrega das propostas foi realizada ao longo da tarde de ontem.
Os concorrentes incluem diversas empresas do setor de construção e operadores de infraestrutura de porte médio. De acordo com fontes, são apontadas como proponentes a CS Infra, do grupo Simpar; a Monte Rodovias; a Terracom; a Stratura, prestadora de serviços de pavimentação; a Zopone, que opera linhas de transmissão; um consórcio da Conata Engenharia e da Houer; um consórcio que tem entre os membros a FM Rodrigues; a construtora VF Gomes; e um consórcio de empresas de engenharia, entre elas a Pavienge.
Apesar do volume de interessados, as fontes não confirmaram se todos os lotes receberam oferta.
Ficaram de fora outras empresas que, segundo fontes, chegaram a estudar os ativos. É o caso, por exemplo, da Conasa, que já tem concessões no Estado e opera o trecho da BR-163 entre Mato Grosso e Pará, além da Way, que também tem projetos na região.
Na disputa, que será realizada na sede da B3, vencerá quem oferecer o maior desconto sobre a tarifa máxima de pedágio. Os proponentes também terão que pagar um aporte, que cresce de acordo com o deságio oferecido - a cláusula, inspirada no modelo federal, busca coibir lances agressivos demais.
Caso todos os contratos sejam licitados, serão gerados, ao todo, R$ 7,7 bilhões de investimentos, além de R$ 8 bilhões estimados em custos operacionais ao longo dos 30 anos das concessões.
Todos os lotes se conectam com grandes corredores logísticos do país”
— Caio Albuquerque
Um dos grandes atrativos dos lotes é a movimentação de carga do Estado, afirma Caio Albuquerque, secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso. “Os lotes são bem espalhados geograficamente, e todos se conectam com grandes corredores logísticos, principalmente a BR-163 e o terminal da [operadora ferroviária] Rumo em Rondonópolis.”
Para Isadora Cohen, sócia da ICO Consultoria, que apoiou a estruturação, um dos fatores que atraiu interesse foi a criação de contas vinculadas que receberão as outorgas previstas no leilão, em caso de desconto nas propostas. “São recursos que não saem da concessão, poderão ser usados para novos trechos que sejam incorporados, reequilíbrios, riscos de evasão do [sistema de pedágio] ‘free flow’, riscos de demanda”, afirma. Albuquerque também destaca as cláusulas de compartilhamento de riscos incluídas nos contratos e a possibilidade de a empresa rever o plano de investimentos como inovações relevantes.
O lote apontado como mais desafiador do ponto de vista de engenharia é o Lote 3, entre Cuiabá e Rosário Oeste, que prevê uma duplicação no início do contrato, destaca o secretário. Porém, no geral, ele avalia que os demais blocos não têm grandes riscos na parte de construção. “Os lotes têm desafios semelhantes, o foco é a boa conservação do pavimento, não há necessidade de grandes obras com grandes riscos.”
Procurada, a CS Infra confirmou a participação e disse que “o projeto está alinhado aos objetivos da empresa”, de foco em “projetos com menor necessidade de investimentos e onde possa aportar sua experiência na prestação de serviços”. Monte, FM Rodrigues, Zopone, Terracom, Stratura e Houer não responderam até o momento. A reportagem não conseguiu contato com a Pavienge e a VF Gomes.
Portos e Navios - SP 12/03/2025
A movimentação portuária brasileira registrou 91,6 milhões de toneladas em janeiro de 2025, uma queda de 8,27% em relação ao mesmo período de 2024. Apesar do recuo geral, as cargas conteinerizadas e as cargas gerais apresentaram crescimento, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). As cargas gerais aumentaram 3,86%, totalizando 5,2 milhões de toneladas, enquanto as conteinerizadas atingiram 13,7 milhões de toneladas, um avanço de 18,58%. Deste total, 9,3 milhões de toneladas foram movimentadas em longo curso e 4,2 milhões por cabotagem, com a movimentação de TEUs chegando a 1,2 milhão.
Os granéis sólidos, que representam 53,3% do total movimentado, registraram queda de 13,1%, totalizando 48,9 milhões de toneladas, impactados pela redução na movimentação de milho (-34,5%) e soja (-54,5%). Os granéis líquidos também apresentaram retração, com 23,9 milhões de toneladas (-11,9%). Entre os produtos que tiveram crescimento, destacam-se a pasta de celulose (+16,12%), o sal (+15,27%) e produtos químicos inorgânicos (+12,88%).
Na navegação, o longo curso movimentou 63,6 milhões de toneladas (-6,34%), a cabotagem 24,1 milhões (-4,6%) e a navegação interior 3,7 milhões (-41,8%). Nos portos públicos, a movimentação foi de 32,5 milhões de toneladas, uma queda de 5,58%, com destaque para o Porto do Rio de Janeiro, que registrou crescimento de 43,46%, atingindo 1,7 milhão de toneladas. Já os terminais privados movimentaram 59,1 milhões de toneladas, uma redução de 9,68%, com destaque para o Terminal Porto de Itapoá (SC), que cresceu 28,4%, atingindo 1,4 milhão de toneladas.
Infomoney - SP 12/03/2025
Os preços do petróleo subiram ligeiramente nesta terça-feira, com impulso da fraqueza do dólar, mas os ganhos foram limitados por preocupações crescentes com a desaceleração dos Estados Unidos e o impacto das tarifas sobre o crescimento econômico global.
Os contratos futuros do petróleo Brent subiram 0,4%, a US$69,56 por barril, depois de cair para US$68,63 no início da sessão.
Os contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate dos Estados Unidos subiram 0,3%, a US$66,25 por barril, após quedas anteriores também.
Ambos os índices de referência fecharam em queda de 1,5% na sessão anterior.
As ações, que são frequentemente acompanhadas pelos preços do petróleo, estavam flertando com uma correção após caírem na segunda-feira, quando o S&P 500 registrou sua maior queda em um dia desde 18 de dezembro e o Nasdaq caiu 4,0%, sua maior queda percentual em um único dia desde setembro de 2022.
O índice do dólar atingiu uma baixa de quatro meses, tornando o petróleo menos caro para os compradores estrangeiros. [USD/]
Os preços do petróleo, no entanto, reduziram alguns ganhos depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta terça-feira que havia instruído seu secretário de comércio a adicionar uma tarifa adicional de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio do Canadá, elevando a tarifa total sobre esses produtos para 50%.
“Esse tipo de drama está aumentando a volatilidade aqui”, disse Phil Flynn, analista sênior do Price Futures Group.
As políticas protecionistas de Trump abalaram os mercados globais, impondo e adiando tarifas sobre os principais fornecedores de petróleo, Canadá e México, além de aumentar as tarifas sobre a China, o que provocou medidas de retaliação.
No fim de semana, Trump disse que um “período de transição” era provável e se recusou a descartar uma recessão nos EUA.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 12/03/2025
A Massey Ferguson leva para a Expodireto Cotrijal 2025, realizada em Não-Me-Toque (RS), de 10 a 14 de março, soluções para todo o ciclo produtivo.
Os equipamentos atendem desde pequenos produtores até grandes propriedades rurais com o objetivo de aumentar a eficiência e a produtividade no campo.
“A Expodireto Cotrijal é uma oportunidade de estarmos ainda mais próximo dos agricultores, entendendo suas necessidades e apresentando soluções inovadoras para o campo. Nossa expectativa para esta edição é muito positiva, especialmente diante do interesse crescente por tecnologia, eficiência e sustentabilidade no agronegócio”, informa Breno Cavalcanti, diretor de Marketing Massey Ferguson.
Entre os destaques da marca está a solução de plantio formada pelo trator MF 8S e plantadeira Momentum, que oferece alta performance, com distribuição de peso pelo chassi para garantir um plantio uniforme em terrenos acidentados e sistema de fertilizantes que reduz em até 50% o desperdício.
Disponível em versões de 18 a 24 linhas, a plantadeira oferece versatilidade de transporte, sem a necessidade de desmontagem de qualquer componente, podendo passar por porteiras e pontes com facilidade e segurança.
O trator MF 8S, com potências de 245 cv até 305 cv, oferece dois tipos de transmissões, a Dyna7 automática com 28 marchas e a transmissão continuamente variável (CVT) para maior eficiência e conforto operacional.
Equipado com o motor AGCO Power de 7,4 litros e seis cilindros, atinge potência máxima mesmo em baixas rotações, garantindo economia de combustível e operação silenciosa. O design exclusivo Protect-U, que isola a cabine do motor, reduz o ruído, calor e vibração, proporcionando um ambiente de trabalho mais silencioso, com apenas 68 decibéis (dB).
Em pulverização, o destaque é o pulverizador MF 8225HD, com capacidade de 2.500 litros e barras de pulverização de 24m e 30m.
A tecnologia de controle de pulverização possibilita a divisão da barra em nove seções que desligam automaticamente à medida que a pulverização é realizada, evitando sobreposições e reduzindo o desperdício de produto, enquanto a telemetria Massey Ferguson Connect viabiliza monitoramento remoto, garantindo mais precisão e economia nas aplicações.
As colheitadeiras híbridas HD também são destaque, com exclusiva transmissão Heavy Duty, que permite a execução de manobras e deslocamento nas diferentes condições de topografia e culturas, sem a necessidade de trocas de marchas durante a operação.
Com modelos que variam de 218 cv a 262 cv e capacidade do tanque graneleiro de 5.500 litros e 7.000 litros, as máquinas otimizam o tempo de operação, reduzem perdas e aumentam a produtividade.
Em feno e forragem, a enfardadora MF 4160V oferece alta eficiência operacional e qualidade nos fardos, além de baixa manutenção e economia para o produtor. Além desse modelo, a Massey Ferguson dispõe de uma linha completa de equipamentos, atendendo desde pequenos até grandes produtores, com tratores adequados para cada implemento.
Soluções para agricultura familiar – A Massey Ferguson possui um amplo portfólio de tratores com potência de até 80 cavalos, como as séries MF 4300 e MF 4700, ideais para diferentes operações. Já para atividades que exigem tratores compactos, como fruticultura, horticultura e café, as linhas MF 3300 Xtra e MF 3400 são as mais indicadas.
O trator MF 4700 se destaca por sua versatilidade para diversas culturas, como silagem, grãos e horticultura. Com transmissão 12x12 e reversor mecânico ou Power Shuttle, oferece maior agilidade ao operador, além de possuir uma cabine com visibilidade 360º para maior segurança e conforto no trabalho.
Com três opções de potência, 59 cv, 69 cv e 78 cv, a série MF 3300 Xtra possui motores com injeção mecânica. Os modelos são oferecidos na versão plataformada, com transmissões 8x2 ou 12x4, além da opção com creeper, redutor de velocidade para operações que necessitam de velocidades extremamente baixas.
A série MF 3400 oferece quatro modelos que podem ser plataformados ou cabinados, com opções de 69 cv e 79 cv e motor de injeção mecânica, e de 89 cv e 99 cv, com motor de injeção eletrônica. Um diferencial dessa série é a sua versatilidade quanto às opções de transmissão - 8x4, 12x8 (creeper), 12x12 com reversão mecânica ou ainda a 16x8.
Auto Industria - SP 12/03/2025
Com a venda de 3,3 mil unidades em janeiro, balanço da Fenabrave indica alta de 66,7% no comparativo interanual
Após as vendas recuarem 19,8% no ano passado, para apenas 48,9 mil unidades, o mercado de máquinas agrícolas iniciou 2025 com números positivos, conforme balanço de janeiro divulgado pela Fenabrave este mês.
A entidade que representa os concessionários do segmento revelou venda de 3.303 tratores e colheitadeiras, o que indica expressiva alta de 66,7% sobre as 1.981 de janeiro de 2024. Houve queda com relação a dezembro, de 24,9%, mas esse ś um movimento normal em toda virada de ano no setor automotivo em geral.
A Fenabrave explica que o segmento de máquinas agrícolas, por não envolver emplacamentos, depende de levantamento feito junto às fabricantes e, por isso, tem sempre um mês de defasagem na divulgação do seu balanço.
“Depois de um 2024 difícil, o mercado de máquinas agrícolas começou o ano com números positivos, reflexo das boas perspectivas para o agronegócio, o que nos ajuda a projetar um 2025 ao menos similar a 2024″, comenta o presidente da Fenabrave, Arcelio Junior.
De acordo com o executivo, o setor conseguiu baixar estoques ao longo do ano passado, o que propiciou uma melhora na virada de ano.
Em relação a 2024, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, explicou ao divulgar o balanço anual no mês passado que o desempenho negativo ocorre em função da redução na safra de grão, das mudanças climáticas, dos preços menores das commodities e também das altas taxas de juros.
Assim como a Fenabrave, também a entidade das montadoras acredita que o mercado de tratores e colheitadeiras deve no máximo repetir este ano os resultados de 2024. Para que o segmento volte a crescer é preciso um programa de renovação de frota, entre outras medidas.
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