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11 de Novembro de 2025

SIDERURGIA

Diário do Comércio – MG 11/11/2025

Balanço das principais empresas do segmento confirmam o cenário, apesar da queda de 17,9% nos desembarques no País, entre julho e setembro deste ano, conforme dados do Instituto Aço Brasil

As principais siderúrgicas que atuam no Brasil divulgaram recentemente o balanço do terceiro trimestre e, conforme especialistas do mercado financeiro, a importação de aço prejudicou os negócios de parte das empresas no mercado interno. Os números foram afetados, apesar do recuo de 17,9% nos desembarques do País, entre julho e setembro, ante igual período do ano passado, de acordo com dados do Instituto Aço Brasil (IABr).

Como exemplo do efeito negativo das importações, a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) registrou uma queda de 7% nas vendas internas na comparação anual, enquanto a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) apresentou uma retração de quase 10%. Em relação ao segundo trimestre, as duas empresas reportaram avanços, de 2% e de 4,4%, respectivamente, mas o desempenho do grupo fluminense, por exemplo, decorreu de uma postura mais combativa em termos de precificação para ganho de competitividade.

Por consequência, sobretudo da baixa nas negociações no Brasil, a Usiminas teve, no terceiro trimestre, uma receita líquida de vendas na siderurgia 1,3% inferior à que alcançou no mesmo intervalo de 2024. No caso da CSN, a performance foi 12,4% pior.

Em contrapartida, a Gerdau, que é relativamente menos sensível à importação de aço se comparada a Usiminas e a CSN, por produzir mais aços longos do que planos – principal alvo das compras externas brasileiras –, conseguiu expandir as vendas no mercado interno, não somente no confronto com o trimestre imediatamente anterior, mas também frente ao mesmo período do exercício passado. Os respectivos avanços foram de 7,7% e 3,6%.

O especialista da Valor Investimentos, Virgílio Lage, diz que as importações agravaram os resultados. Ele afirma que o fluxo de material importado “comprimiu preços e margens” das operações das siderúrgicas no Brasil, como as próprias empresas citaram nos relatórios.

Impactos do tarifaço dos Estados Unidos

Conforme o analista de investimentos da AGF, Pedro Galdi, a taxação de 50% dos Estados Unidos (EUA) sobre o aço brasileiro que entra em solo norte-americano também foi fator negativo para os resultados do terceiro trimestre de parte das siderúrgicas que atuam no Brasil. Ele ressalta, porém, que a Usiminas e a CSN buscaram novos mercados para a parcela que exportavam para os norte-americanos, que por sinal não são significativas.

De fato, o grupo mineiro expandiu as vendas externas em 101% em relação a igual intervalo do ano passado e em 6% ante o segundo trimestre. Já a CSN reportou aumento de 4% na comparação trimestral, mas amargou um recuo de 7,7% no confronto anual.

A Gerdau, que não exporta para os EUA, visto que possui operações norte-americanas, ampliou bastante as exportações entre julho e setembro. A empresa registrou alta de 29,5% frente aos mesmos três meses de 2024 e avanço de 70,5% ante o período de abril a junho.

O que esperar dos próximos resultados

Na opinião de Galdi, é esperado que a Usiminas e a CSN continuem reportando “resultados fracos para a siderurgia”, ao passo que a Gerdau “deve continuar sendo beneficiada pelo momento”.

Para o economista e sócio da iHUB Investimentos, Lucas Sharau, o setor siderúrgico “mantém-se como uma perspectiva defensiva dos portfólios de investimento” e o investidor “deve dar preferência para empresas com diversificação geográfica, como aquelas com operação nos Estados Unidos ou em outros países, que possam se beneficiar diante do tarifaço, como a Gerdau, ou que tenham uma cadeia integrada de produção que facilite a sua preeminência nesses momentos de mercado mais tensos, como a CSN”.

ECONOMIA

IstoÉ Dinheiro - SP   11/11/2025

O mercado financeiro manteve quase todas as previsões para os próximos meses para IPCA, PIB e Selic de 2025. De acordo com o relatório Focus, que reúne as previsões das instituições financeiras, a mediana para o IPCA deste ano permaneceu em 4,55%. A taxa está 0,05 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Há um mês, era de 4,72%. A projeção para o IPCA de 2026 seguiu em 4,20%. Há um mês, era de 4,28%.

A previsão do Banco Central, no entanto, é que o IPCA some 4,6% em 2025 e 3,6% em 2026, conforme a trajetória divulgada no último ciclo de comunicações do Comitê de Política Monetária (Copom). No horizonte relevante, o segundo trimestre de 2027, o colegiado espera que a inflação em 12 meses seja de 3,3%.

Na última decisão, o Copom manteve a Selic em 15%, pela terceira vez consecutiva. O colegiado afirmou, no comunicado, que sua avaliação atual é de que “a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”.

A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.

Se a inflação ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo. Isso aconteceu após a divulgação do IPCA de junho, no dia 10 de julho. A autoridade monetária publicou uma carta aberta informando que espera queda da taxa abaixo de 4,50% no fim do primeiro trimestre de 2026.

PIB

A mediana do relatório Focus para o crescimento do PIB brasileiro em 2025 permaneceu em 2,16%, igual à mediana de um mês atrás. Nas estimativas do Banco Central, houve redução do crescimento da economia brasileira este ano, de 2,1% para 2%, no Relatório de Política Monetária (RPM) do terceiro trimestre.

Segundo a autarquia, a redução ocorreu devido aos efeitos, ainda incertos, do aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos da América, e a sinais de moderação da atividade econômica no terceiro trimestre. Esses fatores, porém, foram parcialmente compensados por prognósticos mais favoráveis para a agropecuária e para a indústria extrativa, disse.

A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 também seguiu estável, em 1,78%. Um mês antes, era de 1,80%.

A mediana para o crescimento do PIB de 2027 caiu de 1,90% para 1,88%. Quatro semanas antes, era de 1,83%. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável, em 2,00%, pela 87ª semana seguida.

Dólar

A mediana do relatório Focus para a cotação do dólar no fim de 2025 permaneceu em R$ 5,41. Um mês antes, era de R$ 5,45. A estimativa intermediária para o fim de 2026 seguiu em R$ 5,50, pela 4ª semana consecutiva.

As projeções para a moeda americana no fim de 2027 e 2028 também permaneceram em R$ 5,50. Um mês antes, eram de R$ 5,51 e R$ 5,56, respectivamente. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.

Infomoney - SP   11/11/2025

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (10) que a taxa básica de juros, hoje em 15% ao ano, tem espaço para corte, e que a discussão sobre o tema “deve ser feita de forma honesta e sem personalização”.

Em entrevista à CNN Brasil, Haddad disse que a manutenção da Selic em patamar elevado é alvo de questionamentos legítimos em diferentes setores da economia, incluindo o sistema financeiro.

“Essa opinião é compartilhada por setores da sociedade, inclusive por bancos com os quais me reuni hoje. Há espaço para corte. Isso não é uma questão pessoal, é uma questão institucional”, afirmou.

Tesouro IPCA+ longo paga menor juro desde agosto com avanço nos EUA sobre shutdown

Papel atrelado à inflação com vencimento em 2050 atingiu o menor rendimento desde agosto, acompanhando otimismo global

O ministro destacou que a decisão cabe ao colegiado do Banco Central, formado por nove diretores e o presidente da instituição, mas ponderou que parte do mercado já entende que chegou a hora de iniciar um ciclo de redução dos juros.

“Ninguém deveria se afligir com um debate honesto sobre essas questões. Todos querem o que é melhor para o país”, disse.

Haddad também ressaltou que os fundamentos econômicos estão mais sólidos, com inflação controlada, crescimento acima do esperado e melhora nas contas públicas, fatores que, segundo ele, reforçam as condições para a queda da Selic.

O Estado de S.Paulo - SP   11/11/2025

Três meses seguidos de queda nas exportações para os Estados Unidos são o saldo imediato do tarifaço do presidente americano, Donald Trump, contra o Brasil, com destaque para a redução de quase 38% em outubro, ante o mesmo mês de 2024. Se para a balança comercial como um todo isso não representou um desastre – o superávit de US$ 7 bilhões no mês foi bem superior às previsões, entre US$ 4,3 bilhões e US$ 6,3 bilhões, segundo as Projeções Broadcast –, isso se deve ao incremento das vendas brasileiras para a China, que no mesmo mês subiram 33,4%.

Nesse meio tempo, Trump e o presidente da China, Xi Jinping, selaram um acordo que suspendeu por um ano as sobretaxas recíprocas, o que tende a fazer a China levantar, integral ou parcialmente, o boicote imposto a produtos norte-americanos, movimento que levou os chineses a aumentar sobremaneira as importações brasileiras, como foi o caso da soja. Já o Brasil corre o risco de perder o bonde da negociação, que vai ditar os parâmetros de exportações e importações de 2026 em diante.

A importância do encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Trump em Kuala Lumpur, na Malásia, em 26 de outubro, será aferida de fato conforme surgirem medidas concretas para reduzir o tarifaço de 50% imposto ao Brasil. “Química”, fotos e declarações conciliadoras criam um ambiente favorável, mas não bastam, e os resultados estão aí para comprovar: de janeiro a outubro, as exportações para os Estados Unidos, nosso segundo maior parceiro comercial, caíram 4,5%, o que equivale a quase US$ 1,5 bilhão a menos. E isso porque o impacto da sobretaxa está restrito a três dos dez meses do período.

Em entrevista a correspondentes estrangeiros em Belém, onde participava da COP-30, Lula disse ter sugerido a Trump iniciar a discussão com taxas zeradas para negociar no limite estabelecido pela Organização Mundial do Comércio (OMC), que é de 35%. Disse também que, se não for marcada a reunião de negociação até o término da conferência de Belém, no dia 21, vai ligar para Trump. “O interesse é meu de negociar”, declarou o presidente brasileiro.

E tem razão: nesta delicada barganha, o interesse maior é do Brasil, que precisará de muita diplomacia para manter a negociação – quando finalmente ocorrer – no terreno econômico, desarmando armadilhas de Trump, que tenta usar o comércio como instrumento de pressão política. A diversificação das exportações, uma espécie de antídoto à dependência comercial, não é fácil, tampouco rápida.

O Brasil teve importantes avanços depois que o tarifaço estreitou as portas do comércio para o maior mercado consumidor do mundo. Em agosto, primeiro mês do impacto no Brasil, o México se tornou o segundo maior comprador de carne brasileira, superando os EUA, que caíram de segundo para sétimo, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. A situação já mudou: em outubro, a China manteve a liderança isolada, seguida por União Europeia e Estados Unidos.

O peso do mercado chinês – e não apenas na carne, ressalte-se – tem sustentado o bom desempenho da balança comercial brasileira. Ao buscar uma trégua, ainda que temporária, com Xi Jinping, o imprevisível Trump deu mostras de reconhecer o cacife da China em nível equiparável ao norte-americano. O Brasil está entre os dois gigantes como um parceiro estratégico, mas cuja importância no jogo depende tremendamente dos lances dos outros dois.

Em recente entrevista ao Estadão/Broadcast, o ex-secretário de Comércio Exterior Welber Barral considerou adequada a estratégia do Brasil de tentar a retirada linear da taxa, mas observou que a negociação deve ser longa por causa da complexidade dos temas mais importantes postos à mesa pelo lado norte-americano, como a questão das big techs e a exploração de terras raras – minerais que são matéria-prima para tecnologias de ponta como turbinas eólicas, carros elétricos, microchips e telas de smartphones.

Na relação com os Estados Unidos, o governo brasileiro tem adotado atitude de cautela e firmeza desde a desarrazoada carta em que Trump, entre mentiras e ameaças, anunciou a sobretaxa ao Brasil. Agora, que dá sinais de querer negociar, é hora de cobrar agilidade.

IstoÉ Dinheiro - SP   11/11/2025

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,810 bilhão na primeira semana de novembro. O saldo foi resultado de exportações de US$ 7,803 bilhões menos importações de US$ 5,992 bilhões no período. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 10, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Com esse desempenho semanal, no ano, a balança comercial acumula superávit de US$ 54,205 bilhões no ano até a primeira semana de novembro. As exportações totalizam no período US$ 297,533 bilhões e as importações, US$ 243,328 bilhões.

Pela média diária, as exportações na primeira semana de novembro apresentam crescimento de 6,4% em relação à média verificada no mesmo mês de 2024. Enquanto isso, as importações cresceram 7,9% pela média diária, em igual período de comparação.

O aumento das exportações foi puxado principalmente pelo crescimento, na agropecuária, das vendas de café não torrado (45,1%), soja (73,7%) e algodão em bruto (74,6%). Na indústria extrativa, destaque para as exportações de minério de ferro e seus concentrados (10,5%), minérios de cobre e seus concentrados (10,6%) e outros minérios e concentrados dos metais de base (185,9%). Destaque também para as vendas externas de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (89,4%), Produtos semi-acabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço (231,2%) e Instalações e equipamentos de engenharia civil e construtores, e suas partes (140,6%) na Indústria de Transformação.

Nas importações, o desempenho teve reflexos de uma queda de 5,2% nas compras de produtos de agropecuária; alta de 11,5% em indústria extrativa; e crescimento de 8,0% em indústria de transformação.

Investing - SP   11/11/2025

Com o fim da paralisação governamental recorde previsto para esta semana, Wall Street volta sua atenção para a divulgação de dados econômicos importantes que foram adiados, incluindo o relatório de emprego de setembro, que, segundo economistas do Morgan Stanley, terá peso extra na decisão de dezembro do Federal Reserve, à medida que as autoridades retornam ao modo dependente de dados.

"Acreditamos que os dados disponíveis até a reunião do Fed em dezembro serão suficientes para que eles [o Fed] cortem as taxas", disseram economistas do Morgan Stanley em nota recente, destacando a contínua folga no mercado de trabalho como o tema dominante.

Os economistas esperam que o relatório de folha de pagamento de setembro seja divulgado cerca de três dias após o fim da paralisação. Eles preveem que o relatório, que foi adiado mas amplamente coletado antes da paralisação, oferecerá confirmação de contratações lentas. Eles projetam apenas 50.000 novos empregos em setembro, com a taxa de desemprego inalterada em 4,3%. Para outubro e potencialmente novembro, o Morgan Stanley espera que a taxa de desemprego suba para 4,5% ou mais, impulsionada em parte por licenças temporárias da paralisação, bem como por rescisões federais anteriores.

Além dos dados de emprego, os economistas alertam que a maioria das outras métricas, incluindo inflação, gastos e PIB, sofrerão atrasos devido ao tempo perdido com a paralisação. Isso significa que as folhas de pagamento e os pedidos de auxílio-desemprego terão maior peso para o "renovado foco do Fed em dados em vez de gerenciamento de riscos" neste inverno, acrescentaram.

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Mas sua previsão para um corte de juros em dezembro estaria em risco, sugere o Morgan Stanley, caso os dados sejam mais fortes que o esperado.

"Com o renovado foco nos dados em vez do gerenciamento de riscos, dados mais fortes poderiam significar que o Fed fará uma pausa em dezembro", acrescentou.

A barra para um corte de juros em dezembro foi elevada no mês passado, quando o presidente Powell disse que um corte em dezembro "não é algo garantido" e está "longe disso", destacando a forte divisão dentro do comitê sobre as perspectivas para as taxas e sua mensagem de que as decisões políticas se tornaram "mais dependentes de dados" do que antes.

Os pronunciamentos do Fed vistos desde a reunião de outubro forneceram mais evidências da crescente divisão sobre o caminho das taxas à frente.

O governador do Fed, Stephen Miran, na segunda-feira, pediu um corte de 50 pontos-base na reunião do Fed em dezembro para proteger a economia de uma possível desaceleração.

Enquanto outros, incluindo o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, sinalizaram incerteza sobre cortar as taxas em dezembro, citando preocupações sobre a falta de dados econômicos em meio à paralisação do governo.

IstoÉ Dinheiro - SP   11/11/2025

A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de São Francisco, Mary Daly, afirmou que a política monetária dos Estados Unidos “está em um bom lugar” após os recentes cortes de juros, mas ressaltou que o nível atual “deve seguir restritivo para pressionarmos a inflação para baixo”. As declarações foram feitas em entrevista à Bloomberg TV.

Segundo a dirigente, a inflação tem sido “bastante contida” nos preços dos bens e, ao decompor os dados, “não se vê aumento de inflação em serviços, moradia ou nas expectativas de inflação”.

Daly destacou que os cortes nas taxas até agora apoiaram o mercado de trabalho e mantêm a pressão descendente sobre a inflação, com produtividade e PIB ainda crescendo “à medida que o mercado de trabalho desacelera”.

A chefe da distrital de São Francisco ponderou, porém, que “não podemos desviar nossa atenção da inflação para garantir que ela não volte a subir” e advertiu: “não quero cometer o erro de manter taxas de juros altas por muito tempo”. Daly acrescentou que é preciso “decompor a inflação e perguntar quanto dela se deve às tarifas”.

Daly ainda avaliou que a desaceleração dos salários indica um choque negativo de demanda no mercado de trabalho, com o país vivendo um período de baixa demissão e baixa contratação. Ela também disse não ver sinais de que a política monetária não se transmita à economia.

A formuladora de política monetária também afirmou brevemente, sobre tecnologia, que “as avaliações dos ativos refletem expectativas mais altas de produtividade, independentemente de a inteligência artificial (IA) acabar sendo transformadora ou não”.

MINERAÇÃO

O Estado de S.Paulo - SP   11/11/2025

No comando da Vale há pouco mais de um ano, Gustavo Pimenta acredita que não existe momento melhor para atuar na indústria de mineração do que agora. “Meu legado será uma companhia que retoma o seu protagonismo dentro da indústria.”

Em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast, o executivo contou que participará de painéis na COP-30 sobre descarbonização e que adotou como missão pessoal melhorar a relação da mineradora com o governo.

Como diferencial competitivo, Pimenta ressalta que a Vale possui depósitos inestimáveis e capacidade de executar projetos com baixos investimentos, vantagem importante no mercado atual.

Além disso, ele avalia que a transição energética, o crescimento da população mundial e a urbanização devem sustentar a demanda por minerais críticos e minério de ferro nos próximos anos, abrindo oportunidades para a companhia. “Temos potencial de avançar muito e criar uma companhia líder da indústria, retomando algumas das posições que já tivemos”, afirmou.

A seguir, os principais trechos da entrevista:
Qual o balanço do seu primeiro ano à frente da Vale?

Foram 12 meses muito produtivos, com foco claro para resolver temas que estavam pendentes, como o Acordo de Mariana, e seguir avançando na descaracterização de barragens. Há um mês, tiramos a última barragem de nível 3. Foi um marco importante no processo de descaracterização e para o reposicionamento da companhia perante a sociedade. (...) Tivemos o melhor trimestre de produção de minério desde 2018 e o melhor trimestre de cobre desde 2019.

Qual legado que pretende deixar na companhia?

Uma companhia que retoma o seu protagonismo dentro da indústria. Estamos nesta jornada. Eu olho para o futuro com muito otimismo, porque está nas nossas mãos entregar esse futuro.
Como o sr. vê a Vale se posicionando globalmente nos próximos cinco anos?

Não existe melhor momento para estar na indústria da mineração do que agora. Temos uma oportunidade única de reposicionamento, crescimento e geração de valor. As grandes temáticas — descarbonização, resiliência de cadeias de suprimentos, inteligência artificial — vão demandar muito minério. E a Vale tem um potencial minerário que ninguém tem. Eu brinco que a gente tem a tabela periódica aqui no Brasil.

Importante no cenário atual....

E há mais um elemento global: a perda de qualidade e a dificuldade de encontrar novos depósitos minerários. O cobre é um exemplo: este ano o preço subiu porque ocorreram eventos de quebra de oferta pelo mundo. E começamos a ver certa dificuldade para desenvolvimento de novos projetos, o que cria uma oportunidade para que sejamos os ofertantes. Estamos olhando com o otimismo de ser uma das companhias que vão crescer a partir de todas essas tendências.
Onde será a aposta da Vale para crescer mais?

Estamos crescendo no minério com projetos de alto teor (de ferro) e baixa intensidade de capital, que é algo muito único da Vale. Estamos dobrando a capacidade de cobre em dez anos. Isso nos coloca numa posição muito única para avançar num portfólio líder da indústria, em duas commodities nas quais acreditamos muito no médio e longo prazo. (...). Temos potencial de avançar muito e criar uma companhia diferente, líder da indústria, retomando algumas das posições que já tivemos.
A Vale continua cotada no mercado acionário abaixo do que o senhor considera justo em relação aos concorrentes?

Neste ano estamos tendo bom desempenho comparado com pares da indústria, melhor do que todos eles. Mas continuamos entendendo que temos um grande potencial de destravamento de valor na companhia. Primeiro pela capacidade de desenvolver projetos que ninguém tem dado ao potencial minerário. Segundo, o fato de podermos desenvolver projetos com intensidade de capital muito baixa. A indústria hoje está tendo que dedicar muito capital para manter níveis de produção estáveis, nem em crescimento. E nós conseguimos trazer projetos para operação, dada toda a infraestrutura — porto, logística, ferrovia — que temos, com um grau de eficiência muito grande.
O senhor já falou que espera voltar ao posto de líder no segmento de minério de ferro. Esse pode ser o ponto de virada?

Há um conjunto de elementos. (...) Nos últimos 12 meses, sem nenhuma barragem em nível (de emergência) 3, tem mais gente investindo na Vale. Isso ajuda a destravar valor. A gente vem crescendo o nosso portfólio de minério de ferro e cobre. São elementos que se somam e acredito que vamos recuperar e destravar o valor.

A Vale aposta no minério de alto teor , mas lançou um produto de teor médio (63%) e reduziu os guidances para pelotas. São tendências opostas?

Existe uma situação de curto prazo e uma situação de médio e longo prazo. No médio e longo prazo, a tendência é de que o mercado siga em processo de descarbonização. Seja porque tem um imposto sobre o carbono, algo que em algum momento vai entrar em vigor na Europa, seja porque políticas públicas serão implementadas gerando alguma forma de tributação ou restrição. A sociedade vai entender que isso é um tema que precisa ser trabalhado. Todos os clientes — na Europa, no Japão, Sudeste Asiático, China — seguem comprometidos com essa agenda no médio-longo prazo. O alto teor seguirá sendo uma vantagem de posicionamento estratégico para a Vale.
E no cenário de curto prazo?

Tem um cenário no qual as siderúrgicas estão com margens bastante apertadas e usualmente vão favorecer produtos de mais baixo teor e buscar menos produtividade. Não acho que exista um conflito. (...) A grande vantagem que a gente tem — e neste ano a gente tem conseguido demonstrar nos nossos números — é de que independente do momento do ciclo, conseguimos ofertar aquilo que funciona
A relação da Vale com o governo melhorou na sua gestão. Mas ainda há riscos, como na renovação das concessões ferroviárias e o decreto de exploração das cavidades...

Nós temos construído uma boa relação desde que eu assumi. Foi uma pauta a que me dediquei pessoalmente. Tivemos uma série de oportunidades de compartilhar a direção estratégica da companhia e todos nós entendemos que uma Vale forte é boa para o Brasil. Temos muito compromisso de investir no país, de crescer, somos um dos maiores investidores e empregadores. E isso nos aproximou porque essas pautas são boas para qualquer governo que esteja à frente do país.

Mas ainda há riscos?

Uma companhia do tamanho da Vale, com a quantidade de ativos e operações que temos, sempre vai haver um tema ou outro. Isso não significa falta de harmonia. O que eu percebo hoje é uma grande harmonia não só em relação ao governo federal, mas também aos governos estaduais e municipais.
Existe uma pressão política em torno do investimento na Bahia Mineração (Bamin)?

Não, não sinto. É uma discussão natural de potenciais projetos de crescimento. Uma companhia como a Vale vai estar sempre olhando todos os projetos de mineração no Brasil. Às vezes, não tem ninguém que não rode um processo que não nos ligue para ver se a gente tem interesse. Isso é natural. Então, não vejo isso como um elemento que eventualmente impacte essa harmonia que a gente conseguiu desenvolver ao longo desses últimos 12 meses de agendas convergentes.
Como o tarifaço de Donald Trump impacta na companhia?

A Vale vende muito pouco para os EUA. Não tivemos nenhum impacto direto. E o outro lado dessa equação é que se criou uma necessidade de cadeias alternativas. Daí, Brasil e Vale têm um posicionamento muito único, porque podemos ser esse parceiro que oferta para os EUA, a Índia e vários dos mercados em desenvolvimento. A necessidade de criar a maior resiliência da cadeia de suprimentos é favorável à Vale, que tem relações comerciais com todos esses países. E é um pouco do que a gente vem tentando trabalhar ao longo desses últimos meses.

A demanda por minério da China vai continuar forte?

A China sempre foi um mercado importante nas últimas duas décadas. Hoje é o principal produtor de aço do mundo e, na nossa visão, vai seguir sendo. O momento é de estabilização da produção na China, ao redor de um bilhão de toneladas, com pouca possibilidade de crescimento e talvez até com um decrescimento. Mas esse decréscimo não vai ser tão acelerado porque algumas demandas na China e o uso do aço evoluíram nos últimos anos. A China sempre foi muito dependente do mercado imobiliário, e 40% do minério que importava ia para esse setor, que reduziu. Mas outros (setores) cresceram. A manufatura passou a ser um mercado muito importante e absorveu muito do decréscimo no mercado imobiliário. Infraestrutura continua forte.
A demanda estabilizou?

Sim, e fez com que o ajuste de produção do aço fosse minimizado na China. Há vários outros movimentos importantes a serem observados, como crescimento populacional global estimado em 2 bilhões e grandes oportunidades de urbanização em vários mercados. (...) Nossa visão é de que a produção de aço no médio e longo prazo vai seguir construtiva. Talvez não em alto crescimento, mas temos perspectiva de algum crescimento na produção, ainda que a China tenha alguma redução.
A entrada em operação da mina de Simandou da Rio Tinto na Guiné preocupa de alguma maneira?

Simandou é um projeto relevante, mas há dois fenômenos em curso, e o mercado já absorveu essas informações. Um é a exaustão de minas, a depleção. Anualmente, entre 50 a 60 milhões de toneladas são exauridas, na medida em que as minas vão ficando mais antigas. Este fator é muito importante e substancialmente maior do que era dez anos atrás, porque estamos falando de uma cadeia maior, com maior volume de oferta. Tem um outro elemento, que se aplica para o minério e para o cobre, que é a redução de teor. As minas estão ficando mais velhas, com menor qualidade, com menor teor. Então, a nossa visão é que Simandou vem para repor capacidade.
Não traz um aumento de oferta?

Talvez tenha algum crescimento na margem, mas não um crescimento integral. Simandou pode chegar a 100 milhões a 120 milhões de toneladas. Mas isso não vai significar 100 a 120 milhões de toneladas de adição. Vai repor muita depleção. O futuro vai dizer quanto é reposição, quanto é crescimento. Mas, na nossa visão, o volume vai ser absorvido pelo mercado, que vai seguir em equilíbrio.

Qual a tendência para os preços nesse cenário?

Nos últimos dez anos, em todos os anos subsequentes o preço superou a expectativa do mercado do ano anterior. Isso porque existe um desafio enorme de desenvolvimento de minas, exaustão de minas, perda de teor. Existem vários fatores que o mercado não tem sido capaz de capturar. É sempre difícil dizer qual será o preço do próximo ano. O que eu posso dizer é que quando a gente olha a demanda na ponta, que é talvez o nosso principal indicador, ela segue bastante firme. Nós não estamos tendo dificuldade de alocar nossos produtos, pelo contrário. E essa demanda na ponta nos dá a indicação de que o mercado vai seguir em equilíbrio.
Como o senhor avalia a importância da COP-30 em Belém?

Estamos presentes na Amazônia há 40 anos e estarei na COP-30. Vamos levar uma delegação importante da Vale — do Conselho de Administração, Comitê Executivo e vários membros do nosso time —, e estarei em vários painéis, debatendo a descarbonização. A Vale se beneficia do processo: é um tema importante na missão da companhia e é bom para o nosso negócio.

Diário do Comércio - MG   11/11/2025

A mineradora Samarco registrou prejuízo líquido de US$ 1,05 bilhão no terceiro trimestre, com impactos de variação cambial e despesas relacionadas à reparação pelo rompimento de barragem em Mariana (região Central de Minas Gerais), contra prejuízo líquido de US$ 6,44 bilhões no mesmo período de 2024, reportou a empresa nesta segunda-feira (10).

O prejuízo foi alcançado apesar de ganhos operacionais positivos e uma retomada da produção em linha com o programado pela companhia, uma joint venture da Vale com a BHP.

“O resultado foi impactado principalmente por um resultado financeiro negativo de US$ 730,8 milhões, principalmente devido à variação cambial sobre passivos (US$ 465,7 milhões) e ao reconhecimento de despesas financeiras relacionadas às obrigações de reparação (US$ 319,7 milhões)”, disse a Samarco, em relatório financeiro.

A empresa ainda lida com os impactos negativos decorrentes do colapso de uma de suas barragens em Mariana, em 2015, mas ampliou as vendas na medida em que a produção cresceu 64%, para 4,1 milhões de toneladas de finos e minério de ferro, o maior volume desde a retomada de suas atividades em dezembro de 2020.

As vendas de pelotas e finos de minério de ferro também somaram 4,1 milhões de toneladas, com um aumento equivalente a 108% em relação ao mesmo período de 2024.

A companhia registrou receita líquida de US$ 440,2 milhões no terceiro trimestre, alta de 52% versus o mesmo período do ano passado.

O preço médio das pelotas vendidas pela Samarco atingiu US$ 120,9 por tonelada no terceiro trimestre, contra US$ 147,5 no mesmo período do ano passado.

O recuo do preço, segundo a empresa, reflete principalmente uma ampla diminuição nos prêmios das pelotas de minério de ferro, impulsionada pela demanda global mais fraca da indústria do aço por materiais de alta qualidade e por uma perspectiva macroeconômica mais cautelosa.

“A dinâmica do mercado continua refletindo tensões geopolíticas e incertezas persistentes em torno das políticas de comércio internacional, especialmente medidas protecionistas e discussões políticas envolvendo os Estados Unidos, a China e seus parceiros comerciais”, disse o relatório.

Em conferência com investidores, o diretor de estratégia, financeiro e suprimentos, Gustavo Selayzim, disse que no curto prazo, a empresa tem alguns desafios, mas no longo prazo mantém uma previsão sólida de que o mercado terá uma boa demanda por pelotas.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou US$ 230 milhões, alta de 47% na comparação com o mesmo período do ano passado.

O Estado de S.Paulo - SP   11/11/2025

A aventura do banqueiro Daniel Vorcaro no setor de mineração durou pouco mais de um ano. O empresário, dono do banco Master, acaba de sair do capital da produtora de ferro Itaminas, cuja compra liderou em julho do ano passado com outros empresários mineiros. O dinheiro da venda irá para o caixa do banco, que enfrenta problemas de liquidez. A aquisição foi na época uma decisão de diversificação de seus negócios para além do setor financeiro.

No negócio, um ano e quatro meses atrás, Vorcaro ficou com 66,6% do capital da mineradora, posição algum tempo depois reduzida a 50%, enquanto as famílias de Argeu de Lima Géo e Valadares Gontijo ficaram, cada uma, com 25%. A mineradora tem operações no município de Sarzedo, na região do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais.

A venda da participação societária foi confirmada ao Estadão por Rodrigo Andrade Valadares Gontijo, que, além de sócio e conselheiro da Itaminas, é diretor de relações institucionais. Os Gontijo já atuam no setor por meio da AVG Participações em Mineração, que opera quatro minas de ferro na mesma região e uma produtora de ferro-gusa em Sete Lagoas (MG).

Vorcaro não revelou quanto receberá da venda de sua fatia de 50% na Itaminas, que será paga em três parcelas semestrais pelos sócios, conforme apurou o Estadão com pessoas próximas à mineradora. Especialistas do setor avaliam entre R$ 700 milhões e R$ 750 milhões o valor da transação.

Como um dos compradores, Gontijo informou que os detalhes da transação estão sob acordo de confidencialidade. “Só posso dizer que exercemos nosso direito de preferência sobre as ações do Vorcaro na empresa, que tem um grande plano para crescer e se internacionalizar nos próximos anos”, disse o empresário. Em maio e junho, segundo notícias, o BTG Pactual manifestou seu interesse na participação do Master ao comprar outros ativos do banco.

A aquisição, em 2024, segundo informações, foi da ordem de R$ 1,65 bilhão (US$ 300 milhões) mais dívidas fiscais e tributárias da Itaminas. Os três sócios e o vendedor não revelaram os números da transação. A mineradora havia renegociado com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), por R$ 1,2 bilhão, a dívida de R$ 1,6 bilhão, em abril de 2021. Além dela, por R$ 111 milhões, passivo de R$ 471 milhões com o governo mineiro.

Foi acertado com a União, via PGFN, prazo de pagamento em 120 parcelas, até 2031. Gontijo informou que os novos acionistas da Itaminas já quitaram a dívida tributária da companhia.

A Itaminas pertencia ao empresário Bernardo Paz, criador do museu de arte contemporânea e instituto Inhotim (em Brumadinho-MG), e a seu irmão Cristiano Paz. A mineradora acumulava o passivo desde os anos de 1990. Em 2009, Paz chegou a negociar o controle da empresa com um grupo chinês, mas o negócio não prosperou.

A compra de metade da Itaminas, que faz parte do grupo de mineradoras de ferro de pequeno a médio porte sob controle familiar de Minas Gerais, representou para a AVG uma oportunidade de crescer nesse negócio, no qual a sua família atua desde os anos de 1990, disse Gontijo. “Para nós, da AVG, foi um retorno à empresa, pois meu pai foi sócio do Bernardo Paz na Itaminas até 1996”, afirmou ao Estadão.

A Itaminas tem um plano de expansão, anunciado no final de 1994, de R$ 1,5 bilhão, que prevê, além de elevar a capacidade de produção a 15 milhões de toneladas ao ano em 2033, foco em minério alto valor agregado (pellet-feed, com 65% a 67% de teor de ferro) e exportação de boa parte desse produto para siderúrgicas do Oriente Médio e China. “Neste ano, já vai beliscar as 10 milhões de toneladas, que vamos atingir em 2026.”

Atualmente, a AVG opera quatro minas no “Vale do Ferro” (Quadrilátero Ferrífero) mineiro. Duas delas estão localizadas em Brumadinho, uma em Barão de Cocais e outra em Caeté. Segundo o empresário, há três meses foi concluído um plano de expansão de R$ 650 milhões, que tornou a empresa apta a produzir 7,5 milhões de toneladas por ano.

A grande ambição da AVG, como de outras mineradoras de médio porte do Quadrilátero Ferrífero, é ter o selo de exportadora direta. Por isso, garantir logística ferroviária e portuária é crucial no negócio. “Firmamos acordo com o Porto Sudeste (litoral do Rio de Janeiro) para ter um slot de exportação”, informou Gontijo. Outras empresas no mesmo caminho são a própria Itaminas e a J. Mendes.

“A Itaminas está performando bem, fizemos um acordo com a Vale de arrendamento da mina da Jangada (em Brumadinho, próximo de suas de suas operações) que vai garantir reservas do minério e aumento da produção. Os recursos para o plano de expansão virá de captação em operações financeiras que estamos estruturando”, diz o empresário. A Vale tem preferência na compra da maior parte do minério de Jangada.

Na AVG, a compra do minério é feita principalmente pela Vale, além de CSN Mineração e Trafigura (uma das donas do Porto Sudeste) e via exportação. “A Vale é nossa principal cliente; temos uma parceria forte com a empresa.” O investimento na Itaminas e nas nas operações da AVG, diz Gontijo, é feito com capital próprio.

No futuro, IPO da Itaminas

O foco na Itaminas, nos próximos anos, é consolidar seu plano de modernização, expansão e venda ao mercado externo, afirma Gontijo. O empresário admite, todavia, que após essa fase não está descartado levar a empresa à bolsa, fazendo uma oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês).

“Vai depender de cenários de mercado, do preço do minério de ferro e de um bom posicionamento de venda no exterior, com minério de alto valor agregado”, ressalva o acionista do grupo AVG e da Itaminas.

O grupo da tradicional família mineira Valadares Gontijo, que hoje inclui Rodrigo, o irmão Bernardo e a irmã, Mariana (cada um com 33,3% de participação), além de mineração de ferro e produção de ferro-gusa, atua no cultivo de eucalipto, no setor automotivo e em outras atividades.

Seu sócio na Itaminas, a família Géo, entrou na Itaminas por meio da 5A Holding Participações, de Argeu de Lima Géo (1%) e quatro filhos com partes iguais (24,75%). Dois deles têm cargo de gestão na mineradora: Argeu de Lima Géo Filho é vice-presidente de operações e Rodrigo Medrado Géo, vice-presidente financeiro.

A família tem negócios na agropecuária (criação de bovinos, cultivo de cereais e plantio de eucalipto), em incorporação de empreendimentos imobiliários e no setor seguros e financeiro. A família é sócia da Pottencial Seguradora com os Mattar (Localiza) e o fundo XP Private Equity.

Revista Mineração - SP   11/11/2025

A Vale busca uma estratégia para atender o possível salto na demanda por minério de ferro da Índia, que deve dobrar a capacidade de produção de aço, chegando a 300 milhões de toneladas nos próximos cinco a sete anos. A informação foi divulgada pelo CEO da mineradora, Gustavo Pimenta, em entrevista à Reuters.

O executivo explicou que a demanda adicional da Índia e de mais países da Ásia faria com que o volume vendido ficasse ainda mais discrepante do que a Vale entrega na China, que deve voltar a ser a maior produtora global de minério de ferro neste ano.

“A Índia é um país de 1,6 bilhão de pessoas, ultrapassou a China, e tem uma enorme necessidade de investimentos em infraestrutura, o que deveria chamar bastante aço. A Vale traz qualidade para este minério, e consegue ‘blendar’ com o produto indiano. Estamos vendo uma oportunidade muito grande. Vai dobrar a produção de aço, temos oportunidade de crescer bastante”, afirmou Pimenta.

O CEO da Vale comentou ainda que a Índia deve importar 10 milhões de toneladas de minério de ferro da empresa neste ano, ainda pouco em comparação com as importações da China, que responde por aproximadamente 60% das vendas da Vale.

De qualquer maneira, Pimenta considera que esses 10 milhões representam um volume importante, considerando que até pouco tempo a importação da Índia era “zero”.

A Vale avalia que a China vai seguir com uma produção de aço em torno de 1 bilhão de toneladas ao ano, que demanda volumes de minério de ferro proporcionais e que o crescimento do passado deve ser substituído por outros países.

“A China é o principal produtor de aço e vai seguir sendo, com produção de 1 bilhão de toneladas de produção, alcançou a estabilidade. Não vemos a China crescendo, a China provavelmente vai ficar estável, com algum decréscimo ao longo dos próximos anos”, destacou.

Pimenta ressaltou também que a Vale tem realizado vendas contínuas para a estatal chinesa China Mineral Resources Group (CMRG) e negocia a demanda esperada para 2026.

“A gente tem uma relação muito positiva, construtiva, sempre nesse espírito de ganha-ganha, da gente tentar ofertar o melhor produto com a melhor estrutura de custo possível e atender às demandas desses nossos clientes na China”, concluiu.

CNN Brasil - SP   11/11/2025

Os preços futuros do minério de ferro atingiram mínimas de vários meses nesta segunda-feira (10), em meio a preocupações com a demanda na China e com o aumento dos estoques portuários, embora a queda nos embarques tenha ajudado a reduzir algumas perdas nas negociações da tarde.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na DCE (Bolsa de Mercadorias de Dalian) da China encerrou as negociações do dia com pouca alteração, a 765 iuanes (US$ 107,40) a tonelada. No início da sessão, o contrato chegou a atingir o nível mais baixo desde 10 de julho, em 756 iuanes.

O minério de ferro de referência para dezembro na Bolsa de Cingapura subiu 0,72%, a US$ 102 por tonelada, após alcançar mais cedo o nível mais baixo desde 1º de setembro, a US$ 100,85.

Os preços foram sustentados por uma redução dos embarques globais, que caíram para o menor patamar em dois meses, segundo dados da consultoria Mysteel.

Outros sinais de diminuição das tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos também aumentaram o apetite pelo risco.

A China disse nesta segunda-feira que suspenderia as taxas portuárias cobradas de navios ligados aos EUA por um ano.

Enquanto isso, dados que mostram que a deflação dos preços ao produtor na China diminuiu em outubro e que os preços ao consumidor voltaram a ficar positivos também impulsionaram o sentimento.

No entanto, os ganhos de preços foram contidos pela pressão da demanda mais baixa em meio a cortes de produção siderúrgica mais amplos.

Isso ocorreu mesmo que algumas regiões do norte da China, incluindo o principal centro de produção de aço, Tangshan, tenham suspendido os controles de produção por proteção ambiental a partir de domingo.

Os preços resilientes das matérias-primas e a diminuição da demanda downstream comprimiram as margens do aço, levando algumas usinas a iniciar a manutenção de equipamentos, disseram os analistas.

AUTOMOTIVO

Auto Industria - SP   11/11/2025

As vendas internas de caminhões superaram 92 mil unidades até outubro, queda de 8% frente a igual período do ano passado. Ainda assim, o Brasil é um dos maiores mercados mundiais para veículos de carga acima de 3,5 toneladas de PBT e, por conta disso, segue merecendo a atenção de fabricantes ainda não presentes aqui.

Um, em particular, é questão de muitíssimo pouco tempo para abrir suas revendas em várias localidades do território nacional. A JAC Caminhões será oficialmente apresentada em 2 de dezembro e começará a importar sua linha de veículos já a partir de 2026.

A nova empresa será operação própria da JAC Motors, uma das maiores montadoras de caminhões da China e que aqui é conhecida por seus carros, picapes e caminhões elétricos importados pela JAC Brasil, empresa do Grupo SHC, que seguirá independente para atuar exclusivamente nesses segmentos.

A investida agora da própria fabricante é etapa importante e decisiva no processo de internacionalização da marca  em veículos comerciais, já presente em vários países, inclusive nda América Latina. A JAC vendeu mais de 1,5 milhão de caminhões em cerca de 130 países.

Jornal de Brasília - DF   11/11/2025

O alinhamento entre o governo brasileiro e autoridades chinesas para garantir o abastecimento de chips no mercado nacional começa a reduzir a pressão sobre as montadoras de veículos.

Na avaliação da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o risco de falta desses componentes ainda existe, mas as tratativas diplomáticas realizadas nos últimos conseguiram aplacar o estresse no setor, que já analisava a possibilidade iminente de paralização de linhas de produção.

“Na sexta-feira, as fabricantes de veículos começaram a ser avisadas pelos fornecedores de que a autorização para importação de chips está sendo retomada aos poucos. Com isso, o risco de paralisação em nossas fábricas diminuiu”, diz Igor Calvet, presidente da Anfavea.

Dois fatores contribuíram para isso, segundo o executivo. Primeiro, houve a liberação pela China da importação de chips por empresas que operam no Brasil e que têm fábrica em solo chinês. Outra ação é a “licença especial” concedida pelos chineses às empresas brasileiras, para terem uma linha direta de acesso aos componentes.

“A situação melhorou, mas é importante dizer que ainda não foi normalizada. Se não houver interrupção novamente nas importações, nossa indústria tende a não ser afetada”, comentou Calvet.

Há cerca de uma semana, o governo chinês concordou em analisar a concessão de uma autorização especial às empresas brasileiras que estiverem com dificuldades para importar os chips.

A medida abriu caminho para o fim do embargo às importações de semicondutores da empresa Nexperia, que podia levar ao desabastecimento dos fornecedores de autopeças no país.

A iniciativa do governo chinês ocorreu após conversas do vice-presidente e ministro do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Geraldo Alckmin, com a Embaixada da China no Brasil. Alckmin pediu prioridade no fornecimento dos chips às fábricas do Brasil.

Como mostrou a Folha, a produção nacional de automóveis corria o risco de ser paralisada devido a uma crise global que envolve um dos maiores produtores de semicondutores do mundo.

A possível escassez nessa área é um reflexo das disputas internacionais em torno da fabricação de semicondutores envolvendo a China e os Estados Unidos, que travam uma guerra comercial.

O risco de escassez surgiu com a intervenção do governo holandês em uma empresa chinesa que opera na Holanda e detém 40% do mercado mundial de chips essenciais para carros flex.

Em reação, o governo chinês suspendeu a exportação de semicondutores produzidos na fábrica localizada na China.

A disputa global pelos semicondutores tem como pano de fundo a corrida pelos minerais críticos promovida por China, Estados Unidos, Japão e Europa. Quase toda a cadeia de fabricação de semicondutores, desde o wafer de silício até a embalagem final, exige diversos metais e minerais estratégicos, como as terras raras.

A produção desses minerais é altamente concentrada em poucos países, como a China, que controla grande parte da mineração, refino e processamento, influenciando diretamente as cadeias globais. Hoje a China responde por cerca de 70% da mineração mundial de terras raras, mais de 90% do refino e quase 100% da produção de ímãs permanentes, segundo informações da IEA (Agência Internacional de Energia).

Veja - SP   11/11/2025

Fabricantes de veículos começaram a receber sinal verde para retomar a importação de chips, reduzindo o risco de paralisação nas fábricas brasileiras. Segundo Igor Calvet, presidente da Anfavea, dois fatores contribuíram para a melhora: a liberação da importação pela China para empresas com fábricas no país e uma licença especial concedida às companhias brasileiras. “A situação melhorou, mas é importante dizer que ainda não foi normalizada. Se não houver interrupção novamente nas importações, nossa indústria tende a não ser afetada”, diz.

Valor - SP   11/11/2025

Destino correto de carro desafia seguradoras e indústria

Com o Brasil reciclando menos de 2% dos veículos fora de circulação, seguradoras e fabricantes de automóveis têm mantido conversas para desenvolver maneiras de lidar de forma sustentável com carros que estão no fim do ciclo de vida.

No universo dos seguros, quando um automóvel se envolve em um acidente grave, cabe às seguradoras não apenas arcar com o pagamento do sinistro, mas também lidar com o que sobra do veículo e que ainda possui algum valor comercial, o chamado “salvado”.

São materiais como portas e retrovisores que podem ser vendidos, por exemplo, em leilões, permitindo que as seguradoras recuperem parte do valor pago. Há iniciativas, no entanto, consideradas modelo de destinação desses itens, que devem servir como base para as discussões sobre novas formas de lidar com os restos de veículos pelas montadoras.

Do lado do setor automotivo, a preocupação ganhou força com o Programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), sancionado em meados de 2024 pelo governo federal, que estabelece diretrizes sustentáveis para a produção de veículos no Brasil e prevê incentivos para a indústria.

O Mover traz metas de segurança energética com algumas nuances, como a reciclabilidade - com o fabricante tendo de projetar o veículo de forma que, ao fim do seu ciclo de vida, entre 80% e 85% possa ser reciclado - e o próprio processo de reciclagem, explica Gilberto Martins, diretor de assuntos regulatórios da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A ideia é que as fabricantes recolham carros em fim de vida útil ou sinistrados e trabalhem na reinserção de materiais na cadeia produtiva.

O programa ainda está em fase de regulamentação pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), mas “há claramente uma previsão de que haverá algum incentivo, como descontos em impostos, caso o fabricante consiga retirar o veículo no fim de vida e realizar a reciclagem”, diz Martins.

O país tem hoje uma legislação sobre desmanche, mas sem o viés da sustentabilidade, com foco maior na segurança pública, de forma a evitar que peças de carros roubados sejam revendidas, afirma Martins. A discussão neste momento, diz, é como trazer a reciclagem para o arcabouço regulatório.

É nesse aspecto que as conversas com as seguradoras, que já têm experiência na gestão de salvados, ganharam tração. Recentemente, a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e a Anfavea decidiram criar grupos de trabalho para tratar de assuntos relativos à gestão dos salvados e outros assuntos correlatos.

Já recebemos várias montadoras interessadas em criar seus próprios centros de desmontagem”

— Daniel Morroni

Segundo Cláudia Prates, diretora de sustentabilidade da CNseg, a gestão e o tratamento dos salvados são temas centrais para a sustentabilidade do setor e demandam uma operação estruturada para garantir a coleta, o armazenamento e o destino correto dos bens. Isso inclui, por exemplo, verificar quem são os fornecedores e prestadores de serviços envolvidos no processo.

Entre as melhores práticas promovidas atualmente pelas seguradoras estão a destinação de partes não reaproveitáveis para indústrias de transformação, o reparo e a reintrodução de peças no mercado considerando os devidos padrões de qualidade, o uso de frotas descarbonizadas para resgates e a avaliação constante de oficinas credenciadas, explica Prates.

“Além do cumprimento de obrigações, por meio dessas práticas, as seguradoras são capazes de gerar valor para toda a sociedade ao promover o descarte correto de resíduos sob sua responsabilidade”, afirma.

As medidas também impulsionam a economia circular, já que o reaproveitamento de materiais e a reintrodução dos salvados no mercado podem aumentar a vida útil dos bens e evitar novos ciclos de emissões e geração de resíduos. “A crescente integração dessas práticas pelo setor de seguros demonstra uma importante frente de oportunidades de negócios alinhada ao desenvolvimento sustentável”, diz Prates.

No processo de gestão do “salvado”, até o tempo em que o veículo fica parado em um pátio, aguardando ser desmontado, é considerado, diz Mateus Santos, diretor de provedores da Mapfre. “Quanto mais rápido o processo é concluído, menor o risco de contaminação e de impacto ambiental”, explica. Em 2024, a seguradora conseguiu reduzir o prazo médio de permanência de 70 para 63 dias.

Na vistoria, é analisado se o veículo tem peças que podem ser reaproveitadas ou se ele deve ser encaminhado para destruição por empresas especializadas, contratadas exclusivamente para esse fim. “O aço e o alumínio, por exemplo, voltam para a indústria metalúrgica, os pneus são transformados em pavimento asfáltico e pisos, as baterias de veículos elétricos passam por um tratamento especializado para reaproveitamento seguro do lítio, e os plásticos e vidros vão para empresas certificadas que fazem a reciclagem”, diz Santos.

Entre janeiro de 2023 e julho de 2025, a frequência de perdas parciais dos veículos ficou em torno de 4% dos automóveis segurados por mês, segundo a CNseg. Já as perdas totais ficaram, em média, em 0,8% por mês, com um pico de 1,6% em maio de 2024 - mês que coincidiu com o aumento dos sinistros provocados pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

Um dos exemplos analisados pelas fabricantes de veículos é o da Porto, que tem entre suas empresas a recicladora automotiva Renova. A empresa foi criada em 2013, na mesma época em que foi regulamentada, no Estado de São Paulo, a Lei do Desmanche, que estabeleceu que apenas empresas credenciadas pelo Detran-SP poderiam desmontar veículos e comercializar peças automotivas. De lá pra cá, a companhia desmontou mais de 30 mil veículos e reaproveitou mais de 1,1 milhão de peças, diz Daniel Morroni, diretor da Porto Serviços, unidade de negócios na qual está inserida a Renova.

Além da redução da informalidade na venda de peças usadas, desestimulando roubos e furtos, outra frente abordada pela iniciativa foi a redução do impacto ambiental. Hoje, cerca de 85% dos componentes de cada automóvel são reaproveitados, 10% reciclados e apenas 5% descartados, afirma.

“Já recebemos várias montadoras interessadas em criar seus próprios centros de desmontagem, tema que deve se tornar ainda mais relevante daqui para frente com o programa Mover. Não acreditamos que elas serão concorrentes, porque há muito espaço no mercado. No fim, é positivo que esse assunto ganhe cada vez mais relevância”, afirma Morroni.

Quando o carro chega ao pátio da empresa, é feito um tipo de “certificado de óbito”, com o registro do automóvel sendo excluído dos sistemas dos órgãos públicos. Depois disso, inicia-se um processo de descontaminação, com a retirada de gases e fluidos, e, a partir daí, a desmontagem. Uma parte do carro é vendida por peso - como pneus, plásticos e vidros. As peças que podem ser revendidas recebem uma etiqueta que permite a rastreabilidade.

Itens ligados à segurança do veículo, como sistemas de freio, direção, suspensão e cintos de segurança, não são comercializados. Hoje, os itens mais vendidos pela Renova são motores, câmbios, peças de lataria e lanternas, segundo a empresa.

NAVAL

Portos e Navios - SP   11/11/2025

A Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres (Abratec) protocolou um pedido de impugnação contra o edital de licitação da Autoridade Portuária de Santos (APS) que prevê a cessão onerosa de uma das últimas áreas públicas de caráter operacional ainda disponíveis na margem direita do Porto de Santos (SP). Segundo a entidade, o redirecionamento do espaço de 260.000 metros quadrados (m²) para a implantação de um condomínio logístico, em vez de ampliar a capacidade de movimentação de contêineres, viola o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto, aprovado em 2020.

Na avaliação da Abratec, essa intenção ameaça o futuro operacional do complexo portuário em um momento em que a demanda cresce de forma consistente e já se aproxima do limite da infraestrutura instalada. O argumento é que o edital da APS se distancia de critérios essenciais de planejamento e de gestão pública, deixando de observar exigências técnicas, regulatórias e legais.

A associação entende que a condução do certame impõe riscos graves à lógica de desenvolvimento portuário. A Abratec alega que o edital foi lançado sem apresentação de estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA) e a necessária participação social em audiência pública capazes de demonstrar que o empreendimento proposto atende ao interesse público ou que representa a melhor alternativa para o uso da área.

“Uma iniciativa dessa natureza não pode prescindir de critérios técnicos, planejamento e aderência ao marco regulatório. A destinação inadequada de uma área tão estratégica, que representa o equivalente a um terço da área total destinada ao Tecon Santos 10, coloca em risco o futuro do Porto de Santos e prejudica o interesse público. A revisão imediata é indispensável”, afirmou o diretor executivo da Abratec, Caio Morel.

A Abratec aponta ainda que a APS deixou de submeter a proposta à validação do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), conforme etapa obrigatória quando há alteração relevante na destinação de áreas portuárias. A associação questiona ainda o prazo definido pelo edital, de 22 dias, entre a publicação e a entrega das propostas, que considera exíguo, para um projeto com investimentos estimados em mais de R$ 1 bilhão.

Para a Abratec, esse intervalo impede que potenciais interessados realizem análises aprofundadas, modelagens financeiras ou estudos consistentes para formulação de propostas competitivas, o que compromete a isonomia e a integridade do processo licitatório. A entidade cobra ainda Estudos de Impacto de Tráfego ou de Vizinhança, levando em conta que o condomínio logístico projetado gerar grande aumento no fluxo de caminhões em uma região já saturada e com acessos terrestres operando no limite.

A APS lançou, no final de outubro, dois editais para cessão onerosa de duas áreas para construção de dois condomínios logísticos, com pátios de caminhões, em um total de 877 vagas. Os terrenos estão localizados na região entre a Alemoa e o Saboó, em Santos, e em Conceiçãozinha, no Guarujá, com área superior a 400.000 metros quadrados (m²), somados. Parte do espaço será utilizada para serviços de apoio à operação portuária.

No terreno de Santos, o projeto abrange a implantação e operação de um condomínio logístico para atender de forma integrada duas frentes de atuação. Uma delas um ‘truck center’ e serviços voltados ao motorista e veículo, destinados à organização do fluxo de entrada e saída de caminhões e ao atendimento das demandas operacionais. Terá de 121.000 m², prevendo, no mínimo, 460 vagas. Também contará com serviços voltados às cargas e contêineres, direcionados à manutenção, certificação, transformação, locação, compra e venda de contêineres, contribuindo para a eficiência e sustentabilidade da cadeia logística. Terá também 121.000 m².

O terreno fica na Avenida Augusto Barata, na altura do terminal da BTP, no lado oposto da via perimetral. A APS destacou que a localização proposta, inserida no cluster de contêineres da margem direita do Porto de Santos, reforça o papel estratégico do empreendimento, uma vez que a área se situa próxima aos eixos rodoviários estruturantes de acesso portuário e a terminais de contêineres (Marimex, BTP e o futuro Tecon Santos 10, além dos depots da Via Anchieta). Para a autoridade portuária, essa condição possibilita elevada sinergia operacional, ao concentrar atividades logísticas complementares em zona de influência direta do porto.

PETROLÍFERO

Valor - SP   11/11/2025

Na visão do ministro, se a atividade fosse suspensa por decreto presidencial, "não significaria que, no dia seguinte, o Brasil seria um país com menor emissão"

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou na segunda-feira (10) que não é possível decretar de um dia para o outro o fim da produção de petróleo no Brasil. Na sua opinião, essa medida tenderia a aumentar a emissão de gases causadores do efeito estufa. As declarações do ministro foram dadas a jornalistas durante o primeiro dia da COP30, que acontece em Belém, no Pará.

Para o político, o debate sobre o fim dos combustíveis fósseis tem duas faces. “Uma é a produção. A outra é o consumo. Desde que a humanidade é humanidade, toda vez que o ser humano demanda e consome um produto, vai ter alguém disposto a produzir”, afirma. “Então, se o Brasil fizesse, por decreto presidencial o fim da produção de petróleo, não significaria que no dia seguinte o Brasil seria um país com menor emissão”, completou.

Rui Costa foi questionado sobre a autorização dada pelo Ibama à Petrobras para iniciar a operação de pesquisa exploratória na Margem Equatorial, no Norte do país. A autorização saiu pouco antes do início da COP30 e foi criticada por especialistas e vista como um sinal contraditório dado pelo Brasil, que defende durante a conferência uma agenda de descarbonização.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), nega que haja contradições nos discursos feitos pelo Brasil. Segundo ele, a licença de exploração dada à Petrobras será para “bancar a transição energética”. “Todos os outros países do mundo que estão presentes na COP utilizam da exploração e da pesquisa de petróleo para bancar a transição energética. E a Margem Equatorial será mais um exemplo desse no nosso país”, comentou Alcolumbre a jornalistas, em Belém, onde também participou da abertura da COP.

Costa argumenta que o fim da produção do petróleo sem planejamento faria o Brasil ser um país com “muito mais emissão de gases poluentes”, porque “o petróleo brasileiro é um petróleo com menos emissões, porque usa biodiesel, usa etanol”. “Então, se a gente, por decreto, fecha todas as refinarias para a produção de petróleo do Brasil, nós melhoramos a condição ambiental do planeta? Não, vamos piorar”, frisou o chefe da Casa Civil do governo federal. (JS e SA)

Petro Notícias - SP   11/11/2025

O grande potencial a ser descoberto nas bacias da Margem Equatorial foi o que motivou a Petrobrás a encarar um longo e moroso processo de licenciamento ambiental junto ao Ibama. Superada essa etapa, a petroleira agora começa a enfrentar os desafios técnicos e econômicos. No momento, as principais fichas da estatal estão especificamente em duas áreas: no poço chamado Morpho, na costa do Amapá, dentro da Bacia da Foz do Amazonas; e nos poços Pitu Oeste e Anhangá, no Rio Grande do Norte, na Bacia Potiguar. Apesar de promissores, esses poços vão exigir novamente a já conhecida capacidade técnica da Petrobrás em explorar recursos em ambientes desafiadores.

No caso da Bacia da Foz do Amazonas, trata-se do quinto poço mais profundo da história da companhia. Além disso, ele está em uma área de fronteira exploratória, o que exige uma cautela adicional para a perfuração, segundo a diretora de Exploração e Produção da companhia, Sylvia Anjos. “É um poço pioneiro numa área nova, então a gente se reveste de mais cuidados. O primeiro poço do pré-sal durou mais de um ano. Por quê? Porque você vai com todo cuidado, com todas as incertezas. Poço pioneiro é isso”, explicou.

Apesar de já ter perfurado um poço em menos de 40 dias no pré-sal, a Petrobrás terá de agir com menos velocidade na Bacia da Foz do Amazonas. A estimativa inicial é que a atividade, que está sendo realizada com o navio-sonda ODN-II, dure cerca de cinco meses. “O recorde de perfuração de um poço em 35 dias do pré-sal é já para uma área bastante amadurecida. Com cinco meses, vamos estar num poço pioneiro, numa área que vai a mais de 7 mil metros de profundidade, com uma lâmina d’água também quase de 3 mil, 2.880, e com a maior coluna de rocha perfurada”, afirmou.

Sylvia destacou ainda que o trabalho exigirá paciência e precisão, mas não descartou a hipótese de concluir a perfuração em um prazo menor do que o previsto inicialmente. “A coluna de rocha desse poço é superior à coluna de rocha que nós temos no pré-sal. Então, tudo isso leva mais rocha, mais tempo, mais troca de fase. Achamos que pode ser um pouco antes [dos cinco meses], mas esse aí é um prazo que vemos com mais segurança”, detalhou.

PLATAFORMAS MAIS COMPACTAS

Descoberta da Petrobrás na Bacia de Potiguar

Já na Bacia Potiguar, a ideia é seguir avançando com a perfuração de um terceiro poço. As descobertas anteriores foram importantes, mas os volumes encontrados ainda não justificam o investimento em uma unidade de produção. A estratégia, portanto, é continuar dimensionando o tamanho das reservas. “Agora, com esse terceiro poço, vamos dimensionar melhor o potencial da área e ver que unidade de produção pode atender a esse volume.”

A executiva disse que o mercado, de maneira geral, se acostumou muito “com os bilhões de barris do pré-sal”. Contudo, a Petrobrás agora ajusta sua estratégia para novos cenários de produção. “Temos que fazer um ajuste para ter plataformas mais slim, mais compactas, unidades de produção para volumes menores. Esse é um desafio que é lançado para as equipes aqui, para [buscar] outras soluções”, detalhou.

O poço Anhangá está situado próximo à fronteira entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte, a cerca de 190 km de Fortaleza e 250 km de Natal, em profundidade d’água de 2.196 metros, na Margem Equatorial brasileira. Ele foi a segunda descoberta da Petrobrás na Bacia Potiguar, realizada em 2024. Antes, a empresa já havia constatado a presença de hidrocarbonetos no poço Pitu Oeste, localizado na concessão BM-POT-17, a cerca de 24 km de Anhangá.

CNN Brasil - SP   11/11/2025

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira (10) apoiados pelo otimismo em torno do avanço das negociações para encerrar o shutdown do governo dos Estados Unidos e pela expectativa de novos relatórios sobre oferta e demanda global.

O petróleo WTI para dezembro, negociado na Nymex (New York Mercantile Exchange), fechou em alta de 0,64% (US$ 0,38), a US$ 60,13 o barril. Já o Brent para janeiro, negociado na ICE (Intercontinental Exchange de Londres), avançou 0,68% (US$ 0,43), a US$ 64,06 o barril.

Analistas avaliam que a possível reabertura do governo americano pode melhorar o sentimento nos mercados e sustentar a demanda no maior consumidor mundial de petróleo. "As notícias de progresso nas negociações estão trazendo uma leve retomada do apetite por risco em ações e energia", aponta a BOK Financial.

Ainda assim, parte do mercado vê limites para o rali.

A Ritterbusch and Associates nota que é difícil associar a reabertura do governo e possível melhora significativa da demanda, destacando que o aumento da produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) imprime "um tom cada vez mais baixista" ao balanço global de oferta.

Segundo o Swissquote, o WTI é sustentado por dados de inflação "encorajadores" da China, mas segue pressionado em uma tendência negativa de longo prazo desde o verão do Hemisfério Norte, influenciada pela estratégia da Opep de ampliar a oferta.

O cartel, que divulgará relatório mensal sobre o petróleo na quarta-feira (12), anunciou uma pausa nos aumentos de produção entre janeiro e março.

Investidores também aguardam relatório da AIE (Agência Internacional de Energia) e acompanham os fluxos de petróleo russo após novas sanções dos EUA, em meio a relatos de que o presidente Donald Trump concedeu à Hungria uma isenção de um ano para compras de energia russa.

Hoje, a Lukoil emitiu declaração de força maior no campo de West Qurna-2, no Iraque, após sanções ocidentais dificultarem suas operações.

IstoÉ Dinheiro - SP   11/11/2025

A Pré-sal Petróleo (PPSA) transferiu do dia 5 de novembro para o próximo dia 14 o prazo para que as empresas interessadas tenham acesso ao pacote de dados do Leilão de Áreas não Contratadas do pré-sal, previsto para o próximo dia 4 de dezembro, na B3. Segundo a estatal, a mudança foi a pedido das empresas que pretendem participar do certame.

Com esse adiamento, a documentação de qualificação também deverá ser entregue na mesma data (14/11) pelas proponentes, de forma eletrônica, informa.

A PPSA vai vender os direitos da União de produção de petróleo em áreas não contratadas da região do pré-sal. A oferta engloba 3,5% do campo de Mero, 0,551% do campo de Tupi – terceiro e segundo maiores produtores do País, respectivamente -, e 0,0950% do campo de Atapu.

A expectativa é de que a Petrobras, operadora dos três campos, participe do leilão, como confirmou a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, em coletiva para comentar os resultados da estatal no terceiro trimestre do ano, na semana passada.

Além da União, a Petrobras (38,6%) em Mero é sócia da Shell (19,3%), Total (19,3%), e as chinesas CNODC e CNOOC, cada uma com 9,6%. Já em Tupi, a Petrobras (67,2%) divide o campo com a Shell (23%), e a Galp (9,2%). Em Atapu, a parceria da Petrobras (65,7%) é com a Shell (16,6%), Total (14,9%) e Galp (1,7%).

Na avaliação do mercado, essas empresas são as principais candidatas a aumentar suas respectivas participações, mesmo com o petróleo em baixa, e o total deve girar em torno do valor mínimo estipulado para os lances, no total de R$ 10,2 bilhões, sendo o mais alto por Mero (R$ 7,6 bilhões), seguido de Tupi (R$ 1,7 bilhão) e Atapu (R$ 900 milhões).

AGRÍCOLA

Exame - SP   11/11/2025

Hannover (Alemanha)* Máquinas automatizadas, inteligência artificial e soluções personalizadas para o produtor rural são as principais estratégias da Valtra, marca de máquinas agrícolas do grupo AGCO, para atingir US$ 2 bilhões em receita até 2029, afirmou Eric Hansotia, CEO global do conglomerado.

O executivo se mostra otimista e acredita que o mercado de máquinas agrícolas, embora atualmente afetado pela volatilidade econômica global, deve retomar o crescimento no longo prazo.

“A Valtra é uma das empresas que mais têm se destacado neste ano dentro do grupo. A previsão é de que a marca fature US$ 900 milhões em 2025. Cada agricultor é diferente, cada cliente tem suas próprias necessidades”, disse Hansotia, em coletiva durante a Agritechnica, a maior feira de máquinas agrícolas do mundo.

O otimismo do CEO contrasta com o desempenho recente do grupo AGCO. Na semana passada, a companhia reportou queda de 4,7% nas vendas do terceiro trimestre de 2025, em relação ao mesmo período de 2024, totalizando US$ 2,5 bilhões.

“Projetamos uma margem operacional de 7,5% para o ano e estamos confiantes de que alcançaremos esse resultado. A partir daqui, esperamos uma recuperação gradual do mercado global”, disse Hansotia.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o setor de máquinas agrícolas deve crescer 3,4% em 2026 no Brasil — um dos principais mercados da Valtra no setor de cana-de-açúcar, ao lado da Europa e da América do Norte.

A história da Valtra AGCO remonta à criação da estatal finlandesa Valmet, em 1951. A empresa foi privatizada em 1990, quando a marca passou a se chamar Valtra-Valmet e, posteriormente, apenas Valtra, sendo adquirida pelo grupo AGCO em 2004.

Mikko Lehikoinen, CEO da Valtra, não revela quanto a marca representa no faturamento total do grupo, mas, segundo ele, o crescimento da Valtra ocorre porque “os clientes enxergam valor”.

“Somos a menor marca do grupo AGCO, mas ainda assim uma marca global — e estamos crescendo rapidamente. Quando combinamos facilidade de uso com customização, criamos uma marca muito atraente. Os clientes gostam da forma como trabalhamos”, afirma

Além da Valtra, o conglomerado reúne as marcas Massey Ferguson, Fendt e PTx, sendo esta última o braço de tecnologia do grupo. Em 2023, o AGCO adquiriu 85% da divisão agro da Trimble, empresa de tecnologia que atua nos setores de automação e telemetria. A partir dessa operação, nasceu a joint venture PTx.

Nos últimos cinco anos, o grupo AGCO investiu mais de 500 milhões de euros (equivalentes a R$ 1,2 bilhão, na cotação atual) na fábrica da Valtra, na Finlândia, em novas tecnologias e expansão de capacidade produtiva, afirmou o executivo.

A aposta na tecnologia

Uma das principais apostas da Valtra é a automatização de máquinas agrícolas. Segundo executivos da marca, diante da dificuldade em encontrar mão de obra qualificada no campo, investir em automação tem se tornado uma das soluções mais viáveis para o setor.

A proposta é utilizar toda a tecnologia desenvolvida pela PTx para automatizar tanto os equipamentos quanto os tratores da Valtra. Apenas na PTx, foram investidos US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões) neste ano para o desenvolvimento de projetos de automação e inteligência artificial.

“A visão da empresa é desenvolver soluções de agricultura inteligente, criando máquinas equipadas com sensores e inteligência embarcada, capazes de reagir às condições do solo e das plantas”, afirma Torsten Dehner, vice-presidente sênior e gerente-geral da Fendt/Valtra.

Outra frente de inovação é o uso de inteligência artificial aplicada ao campo. Durante a Agritechnica, neste ano, a Valtra apresentou o Talking Tractor (“trator falante”), o primeiro modelo da marca capaz de interpretar telemetria — tecnologia de coleta e transmissão remota de dados — e registros de trabalho, transformando-os em informações para o operador.

A personalização também é uma das estratégias de crescimento da empresa. De acordo com Mikko Lehikoinen, CEO da Valtra, a companhia oferece 'alto nível de customização', uma vez que, cada trator pode ser configurado conforme as preferências do cliente — da cor às especificações técnicas.

“A Valtra é líder mundial em personalização em larga escala, o que representa um grande diferencial competitivo. Quando combinamos facilidade de uso com customização, criamos uma marca altamente atraente”, diz Lehikoinen.

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