Valor - SP 11/09/2024
A companhia deve pagar os papéis com os recursos de uma nova emissão de debêntures, que ainda será precificada
A Usiminas iniciou uma oferta de recompra de até US$ 285 milhões em títulos de dívida no mercado internacional. Os papéis vencem em 2026.
A companhia deve pagar os papéis com os recursos de uma nova emissão de debêntures, que ainda será precificada.
A oferta de recompra expira no dia 8 de outubro.
Money Times - SP 11/09/2024
O setor de mineração e siderurgia não vive os seus melhores dias na bolsa. Ações como Vale (VALE3), CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) recuam mais de 20% no ano, em meio à fraqueza do minério de ferro. Apesar disso, um papel ganhou os corações de analistas. Trata-se da Gerdau (GGBR4). Nesta terça-feira (10), mais um banco elogiou a empresa e reafirmou o otimismo com ação.
De acordo com o BTG Pactual, o papel negocia com um desconto de 3,6 vezes o Ebitda, que mede o resultado operacional, e com um retorno de dividendos que pode atingir 10% nos próximos 12 meses. A empresa é a favorita do banco no setor de siderurgia na América Latina.
Ainda segundo os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi, a Gerdau atingiu os níveis mínimos de lucratividade no Brasil, com margens de Ebitda quase historicamente baixas de 8-10% (vs. níveis de meio de ciclo de 15-18%).
“A realidade é que a Gerdau já está trabalhando em uma série de medidas de corte de custos para restaurar os níveis de lucratividade”, escrevem.
Nos Estados Unidos, outro importante mercado da Gerdau, a dupla diz que os resultados permanecem apoiados em um nível alto, com spreads de metais saudáveis e uma perspectiva de demanda sólida.
Atualmente, a América do Norte corresponde a dois terços de sua geração de Ebitda. Enquanto isso, notam os analistas, a empresa continua sendo negociada como uma empresa puramente brasileira — os pares dos EUA são negociados de 6 a 8 vezes o Ebitda, enquanto a Gerdau é negociada perto de 4 vezes –, “uma lacuna de avaliação injustificada”.
“No geral, vemos uma queda muito limitada para as ações nos níveis atuais e esperamos um impulso de lucros saudáveis contínuo à frente”, destacam.
Gerdau: BTG não é o único
O BTG não é único a ter o papel como o favorito do setor. Bradesco BBI e Itaú BBA também possuem GGBR4 com ‘top pick’. Além disso, o Goldman Sachs está confiante com a ação.
Em relatório da última segunda-feira, o BBI diz que os fundamentos do mercado siderúrgico no Brasil permanecem sólidos (demanda 7% maior e preços 5% maiores no acumulado do ano), enquanto nos Estados Unidos a empresa deve conseguir manter suas margens acima dos níveis históricos.
“Além disso, como reconhecemos que mudanças nas narrativas são mais difíceis de prever do que os fundamentos, focamos nossa análise para a Gerdau em diferentes cenários”, coloca.
O que o BBI está dizendo é: o valuation atual das ações da empresa parece atraente, mesmo em um cenário negativo. Além disso, a Gerdau parece pronta para se beneficiar de iniciativas em divisões-chave, o que pode ajudar a sustentar seu resultados no segundo semestre de 2024.
Para o Goldman, as margens da Gerdau na América do Norte mostraram-se mais resilientes do que o esperado, enquanto as margens do Brasil têm apresentado tendência ascendente devido a uma combinação de melhores preços e menores custos.
Entre os pontos de otimismo com o papel, o Goldman cita:
A Gerdau também anunciou recentemente que R$ 1,8 bilhão (ou 5% do valor de mercado) de depósitos judiciais retornarão ao balanço da empresa devido a uma decisão judicial favorável. “Em nossa visão, isso aumenta a capacidade de recompra e dividendos”
Assumindo o desacoplamento dos fundamentos, “vemos os níveis atuais como uma oportunidade de compra atraente, com a empresa sendo negociada a um rendimento de 8/10% FCF (fluxo de caixa) em 2025/26 (ou 14/15% excluindo despesas de capital de expansão)”.
Em relatório do mês passado, o BBA explica por que a ação é a principal escolha no setor de siderurgia e mineração da América Latina. A equipe cita:
melhoria do dinamismo operacional no segundo semestre; avaliação atrativa, com uma vantagem de DCF (desconto de fluxo de caixa) de 38% e EV/Ebitda (valor de mercado sobre resultado operacional) de 3,4 vezes, o que está significativamente abaixo da média de
5,0 vezes dos últimos 10 anos, e também inferior aos pares no Brasil e nos EUA;
“Acreditamos que os resultados do segundo trimestre marcaram um ponto de virada para o Ebitda da companhia neste ciclo, com a melhoria da margem advinda principalmente da redução de custos”, diz.
Na visão da equipe, o fluxo de caixa será de 9% em 2025, abrindo caminho para dividendos sólidos e para a execução do programa de recompra recentemente anunciado.
Valor - SP 11/09/2024
Takahiro Mori, vice-presidente da Nippon Steel, se reunirá com altas autoridades dos Estados Unidos na quarta (11), em uma última tentativa de salvar a aquisição da US Steel por US$ 15 bilhões
O vice-presidente da Nippon Steel, Takahiro Mori, se reunirá com altas autoridades dos Estados Unidos na quarta-feira (11), em Washington, em uma última tentativa de salvar sua proposta de aquisição da US Steel por US$ 15 bilhões, que enfrenta a oposição do presidente Joe Biden e de sua vice, Kamala Harris, candidata democrata às eleições presidenciais deste ano.
Fontes familiarizadas com a situação disseram que Takahiro Mori se reunirá com vários vice-secretários de Gabinete envolvidos com o Comitê de Investimento Estrangeiro nos EUA (CFIUS, a sigla em inglês), o grupo comandado pelo Departamento do Tesouro que reúne representantes de várias agências do governo e está encarregado de examinar transações com entrada de investimento do exterior em termos de riscos para a segurança nacional.
O Tesouro e a Nippon Steel se recusaram a fazer comentários.
Segurança nacional
A transação se transformou em um ponto polêmico na campanha presidencial porque a US Steel tem sede em Pittsburgh, na Pensilvânia, um dos Estados indecisos mais importantes, em que tanto Kamala como o ex-presidente Donald Trump, candidato republicano, esperam ganhar em novembro.
No início deste mês, Kamala afirmou que a icônica siderúrgica deve continuar a “pertencer e ser operada por americanos”. Sua declaração segue a posição do presidente Biden, para quem a transação envolve questões de segurança nacional. Trump também já disse que bloqueará “imediatamente” a aquisição se voltar à Casa Branca.
Muitos especialistas, inclusive algumas autoridades americanas que de forma reservada se mostram frustradas com a abordagem de Biden, rejeitam a ideia de que a compra da US Steel por uma empresa japonesa represente um risco para a segurança nacional. O Japão é o aliado mais crucial dos EUA na região do Indo-Pacífico e os dois países cooperam em muitas áreas sensíveis nos seus esforços para se contrapor à China.
Kamala e Trump buscam atrair o voto sindical no Estado industrial, onde a US Steel avisou, na semana passada, que milhares de empregos estariam “em risco” se Washington impedisse a aquisição. O sindicato United Steelworkers se opõe à transação.
O “Financial Times” noticiou, na semana passada, que o CFIUS concluiu que o acordo representava riscos para a segurança nacional que não poderiam ser mitigados pela empresa japonesa. Várias fontes familiarizadas com as deliberações disseram que tanto o Departamento de Estado como o Pentágono discordaram dessa conclusão. Nenhum dos dois departamentos comentou o assunto.
Há várias semanas, a Nippon Steel tentou retirar seu relatório do CFIUS, com a intenção de reapresentá-lo depois de passadas as eleições, segundo fontes familiarizadas com a medida. Mas o comitê, que precisa aprovar uma retirada para que ela ocorra, não deu uma resposta à empresa.
“Uma retirada que foi calculada para adiar a proposta para depois da eleição foi vista como uma jogada transparente para colocar Biden em uma situação difícil”, afirmou um especialista do CFIUS, que explicou que em ocasiões passadas o comitê não respondeu a solicitações semelhantes quando “queria passar um recado”.
Vários observadores próximos à situação disseram que a acompanhavam com atenção para ver se o assunto seria abordado no debate entre Kamala e Trump na terça-feira à noite – em especial porque o encontro seria realizado na Filadélfia, na Pensilvânia.
O enfoque do governo tem frustrado Tóquio, principalmente porque se dá no momento em que os EUA pressionam o Japão a cooperar em outras áreas relacionadas com a segurança, como o endurecimento dos controles de exportação para dificultar o desenvolvimento de semicondutores avançados pela China.
“O governo Biden fala com frequência sobre a importância da solidariedade com os aliados, mas essa decisão vai no sentido contrário dessas promessas”, disse Zack Cooper, especialista em Ásia do American Enterprise Institute. “Este deveria ter sido um caso de ‘friendshoring’ em ação”, acrescentou, em referência à política de usar cadeias de fornecimento de países aliados. “Mas, em vez disso, demos um soco bem na cara de um dos nossos melhores parceiros em questões de segurança econômica.”
O Estado de S.Paulo - SP 11/09/2024
A queda no custo da energia elétrica e uma nova rodada de reduções nos preços dos alimentos fizeram o Brasil registrar uma deflação de 0,02% em agosto, o primeiro resultado negativo do ano. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados nesta terça-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado do IPCA de agosto, o mais baixo desde junho de 2023, ficou aquém das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que apontava uma alta mediana de 0,02%. Como consequência, a taxa de inflação acumulada em 12 meses arrefeceu, após três meses de avanços consecutivos, descendo a 4,24% em agosto.
Entretanto, o recuo de agosto não altera o cenário de inflação esperada para os próximos meses, o que consolida uma aposta de alta de 0,25 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, avaliou o economista João Savignon, da gestora Kínitro Capital. A meta de inflação perseguida pelo BC em 2024 é de 3,00%, com teto de tolerância de 4,50%.
“Esse alívio que tivemos hoje não é suficiente para criar algum tipo de mudança de aposta em relação ao aperto monetário”, ressaltou Savignon. “Isso acaba consolidando, na verdade, o movimento de uma alta de 0,25 ponto.”
A leitura de agosto do IPCA foi bastante positiva, mas não deve ser suficiente para impedir o início de um ciclo de alta na taxa Selic, com elevação de 0,25 ponto porcentual no juro básico na reunião da próxima semana do Copom, corroborou o economista-sênior do Banco Inter, André Valério. O peso das expectativas de inflação de médio e longo prazo ainda desancoradas deve levar o BC a aumentar os juros, prevê.
“Existe uma diferença entre o que achamos que o BC deveria fazer e o que ele vai fazer. Na nossa visão, haveria espaço para aguardar, com a Selic em 10,5%, mas a desancoragem e a pressão do mercado vão pesar mais”, afirmou Valério. “Teria que vir uma queda (no IPCA) muito mais intensa para mudar isso”, reforçou.
Para o economista-chefe da gestora de recursos G5 Partners, Luis Otávio de Sousa Leal, o IPCA de agosto foi uma leitura boa “sob qualquer ponto de vista”, mas alguns pontos ainda demandam atenção, como a inflação de serviços.
“Além disso, a trégua de agosto deve durar pouco”, atenta Leal, que cita a pressão sobre o custo da energia elétrica pela nova mudança na bandeira tarifária, de verde para vermelha 1, acarretando cobrança extra sobre as contas de luz, além da possibilidade de a estiagem puxar para cima também a inflação de alimentos.
Em agosto, a queda de 2,77% na energia elétrica residencial exerceu o maior alívio individual sobre o IPCA, devido a uma substituição da bandeira tarifária amarela pela verde, o que eliminou, na ocasião, cobranças extras nas contas de luz. Para setembro, é esperado “forte aumento da tarifa de energia elétrica residencial decorrente da adoção de bandeira tarifária vermelha”, que adicionará cerca de 0,24 ponto porcentual ao IPCA do mês, calculou Matheus Ferreira, analista da Tendências Consultoria Integrada.
“Além disso, a expectativa de queda menos intensa das cotações de alimentos e de avanço das passagens aéreas impactarão positivamente os preços livres no próximo mês (setembro)”, estimou Ferreira.
Os gastos das famílias com Alimentação e bebidas recuaram 0,44% no mês de agosto, segunda queda consecutiva, motivada por uma maior oferta de itens alimentícios nas gôndolas de supermercados, apontou o IBGE. Ficaram mais baratos no mês a batata inglesa (-19,04%), o tomate (-16,89%) e a cebola (-16,85%). Na direção oposta, houve aumentos no mamão (17,58%), banana-prata (11,37%) e café moído (3,70%).
“A gente tem, historicamente, no início do ano temperaturas mais altas, chuvas mais intensas. E nesse meio do ano, a temperatura é mais amena, o volume de chuvas diminui, isso acaba favorecendo os preços de alimentos”, apontou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.
Quanto aos custos dos transportes, a gasolina ficou 0,67% mais cara, item de maior pressão individual sobre o IPCA do mês. Porém, a alta foi compensada por uma queda de 4,93% nos preços das passagens aéreas.
“Houve quedas de passagens aéreas e outros serviços de características turísticas, tradicionalmente mais demandados em meses de férias, em que as pessoas viajam mais e demandam mais esse tipo de serviço”, justificou Almeida, do IBGE, referindo-se a aluguel de veículo e pacote turístico.
Globo Online - RJ 11/09/2024
A equipe econômica ainda calcula o quanto a surpresa positiva com o crescimento de 1,4% PIB no segundo trimestre trará de alívio à arrecadação. Mas isso não deve mudar o arrocho orçamentário — atualmente, R$ 15 bilhões estão congelados. O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, avalia que um novo bloqueio de recursos pode ser necessário para dar conta do aumento das despesas obrigatórias, como a Previdência, o que será anunciando na semana que vem.
Esse novo ajuste, porém, não deve superar R$ 5 bilhões, numa avaliação preliminar. Bloqueio ocorre quando as despesas crescem acima do previsto. Já o contingenciamento é quando as receitas vêm abaixo do esperado. Ceron afirma que “tudo está no radar”, quando questionado sobre um corte estrutural nas despesas. E admite que uma mudança na Previdência pode ser necessária num eventual novo mandato de Lula.
A contenção de R$ 15 bilhões então é o piso para o ano?
O bloqueio não tem volta. O contingenciamento, em tese, tem alguma possibilidade (de ser revisto). Mas aquele espaço pode ser ocupado por alguma pressão adicional de bloqueio. Estamos no ajuste fino do encerramento (do ano).
O Orçamento de 2025 conta com quase R$ 170 bilhões em receitas adicionais. De onde virá o dinheiro?
Não há grandes medidas novas. O cenário é menos desafiador do que foi em 2024. Sabemos que o Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) não está performando tão bem, mas tem um efeito de dilação no tempo. O estoque está sendo julgado, vai ter que ser cobrado, e remunerada alguma parcela em algum momento, como sempre aconteceu na história.
Mas há R$ 18 bilhões no Orçamento com aumento de impostos de JCP (juros sobre o capital próprio) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e o presidente da Câmara, Arthur Lira, já indicou que não deve passar. Como resolver?
Vai ter que ser um trabalho conjunto do Executivo com o Legislativo. A responsabilidade pelo equilíbrio fiscal é de todos os Poderes.
O governo tem mirado o limite de tolerância da meta fiscal (-0,25% do PIB) e isso tem sido alvo de críticas, inclusive do TCU. Não é arriscado?
Tem riscos? É óbvio que tem, como qualquer estimativa. No final do ano sempre tem uma sobra aqui e outra acolá na execução de despesas. Então, faríamos um shutdown em todo o governo para depois falar que não era necessário? Se um real entrar a menos, quer dizer que a gente vai descumprir (a meta)?
No começo do ano, a discussão era quando nós iríamos alterar a meta porque era impossível o cumprimento. Mudamos para algo possível desde que se faça bloqueio e contingenciamento. Agora, discutimos se é melhor buscar o centro da meta. Estamos evoluindo positivamente.
Não está no radar da equipe econômica uma revisão estrutural de despesas?
Tudo está no radar. Estamos trabalhando para isso, já há medidas concretas. Entendo quando alguns analistas falam que não é suficiente. De tempos em tempos, precisa ser feita essa revisão. Principalmente, a grande despesa pública que é o regime previdenciário.
Uma nova reforma da previdência é um debate para esse governo?
Pode ser que, num eventual segundo governo (do presidente Lula), seja necessário. A preocupação é garantir que não seja necessário agora. O trabalho de revisão busca isso. A gente tem uma questão de judicialização muito grande que precisa ser enfrentada. São dezenas de bilhões todo ano.
Nosso discurso é consistente: vamos chegar em 2026 com o melhor resultado fiscal da última década. Estamos atentos à dinâmica das despesas obrigatórias e vamos atuar para garantir que elas não gerem um colapso (no funcionamento) dos órgãos públicos.
Analistas apontam que o modelo do novo auxílio-gás é um drible nas regras fiscais. Por que a equipe econômica incluiu no Orçamento essa brecha?
É natural que alguns analistas usem palavras de efeito para chamar a atenção. Acho que não é para tanto. O governo está ciente da necessidade de discutir e ajustar. Um ponto colocado é que pode ser um precedente ruim, gerando espaço para execução de outras despesas fora do Orçamento. É uma questão de macroarranjo que pode trazer incertezas. Isso está sendo discutido para chegarmos a uma solução que não traga essa percepção.
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Com o nível de despesas que temos hoje, em 19% do PIB, é possível conter a trajetória da dívida?
A despesa primária em torno de 19% do PIB está compatível com o período de 2017 e 2018, que antecedeu a pandemia e de uma gestão que tentava reduzir o tamanho do Estado (governo de Michel Temer). Isso elimina a discussão de que há excesso de despesa primária. É suficiente para estabilizar a relação dívida/PIB? Não, vamos ter que iniciar um processo de geração de superávit primário. Isso acontece naturalmente com a regra do arcabouço, mas leva tempo.
Quanto tempo?
Mais ou menos dez anos para um ajuste de 1,5% do PIB. Acelerar isso depende do fiscal, mas também do PIB e da taxa de juros. Precisa ter uma combinação saudável: continuar crescendo em bom patamar, recuperando o fiscal e reduzindo o custo de rolagem da dívida. Estamos sendo muito francos sempre: é um processo de recuperação gradativa, equilibrado.
A equipe econômica está preocupada com o possível aumento da taxa de juros?
Uma eventual alta de juros não está atrelada à deterioração fiscal. Os números provam isso. No início do ano, as projeções eram de descumprimento da meta fiscal e redução dos juros. Agora, as projeções caminham para cumprimento da meta e aumento de juros.
Exame - SP 11/09/2024
A deflação que persegue a China desde o ano passado agora está mostrando sinais de espiral, ameaçando piorar as perspectivas para a segunda maior economia do mundo e gerando preocupação entre investidores. Para alguns, Pequim deve ter ações políticas mais efetivas para resolver a questão.
Dados divulgados na segunda-feira confirmaram que, além dos custos dos alimentos, a subida dos preços ao consumidor mal foi registrada em grandes setores da economia, num momento em que as rendas estão caindo.
Um indicador da Bloomberg Economics aponta a que a queda nos preços deve se estender dos cinco trimestres atuais para até o ano que vem. Isso equivaleria à maior sequência de deflação da China desde que os dados começaram a ser compilados, em 1993.
O perigo para a China é que a deflação pode crescer como uma bola de neve, encorajando as famílias que estão se recuperando da queda dos salários a cortar gastos ou adiar compras porque esperam que os preços caiam ainda mais. Com isso, as receitas das empresas sofrerão, sufocando o investimento e levando a mais cortes salariais e demissões, levando famílias e empresas à falência, numa espiral péssima para o PIB como um todo.
Pesquisas mostram que isso já está começando a acontecer. Em setores da economia favorecidos pelo governo — como fabricação de veículos elétricos e energias renováveis —, os salários para quem está entrando no mercado de trabalho caíram quase 10% em agosto em relação ao pico em 2022.
Como no Japão?
Esse é um ciclo que o mundo já viu antes no Japão, começando na década de 1990, durante um período que veio a ser conhecido como suas "décadas perdidas" — quando uma estagnação esmagadora seguiu uma bolha nos mercados imobiliário e financeiro.
Embora as autoridades chinesas tenham tentado sufocar a discussão sobre deflação, alertando analistas para evitar o uso do termo, ele está começando a entrar na discussão pública. O ex-presidente do banco central Yi Gang disse na semana passada que erradicar a deflação tem que ser prioridade para os formuladores de políticas, uma rara admissão de uma figura proeminente na China de que a queda dos preços está ameaçando as perspectivas de crescimento.
Em um sinal de que as pressões de preços estão se tornando ainda mais moderadas, a inflação básica da China — que exclui itens voláteis como alimentos e energia — esfriou em agosto para o nível mais fraco em mais de três anos. As expectativas de deflação estão se espalhando pelos mercados, alimentando uma alta de títulos que levou os rendimentos a mínimas recordes e alimentou preocupações oficiais de que os bancos ficaram muito expostos aos riscos das taxas de juros.
As fracas pressões de preços são evidentes no ritmo de crescimento do PIB nominal da China, que se expandiu apenas 4% no segundo trimestre — bem abaixo da meta de crescimento econômico real do país de cerca de 5% este ano.
A inflação foi mais fraca do que o previsto em três dos últimos quatro meses, crescendo apenas 0,6% em agosto — um aumento devido em grande parte a uma recuperação de 2,8% nos preços dos alimentos. A inflação básica no mês passado subiu apenas 0,3%, para permanecer abaixo de 1% pelo 18º mês seguido.
Exame - SP 11/09/2024
A Administração Geral das Alfândegas informou que o valor total das importações e exportações nos primeiros oito meses do ano foi de 28,58 trilhões de yuans, apresentando um crescimento de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior. As exportações totalizaram 16,45 trilhões de yuans e as importações 12,13 trilhões de yuans, com aumentos de 6,9% e 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado, respectivamente, e um aumento de 13,6% no superávit comercial.
Apenas no mês de agosto, o valor total das importações e exportações foi de 3,75 trilhões de yuans, com um crescimento de 4,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. As exportações cresceram 8,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, um aumento de 1,9 pontos percentuais em relação a julho. As importações permaneceram estáveis.
Lv Daliang, diretor do Departamento de Estatísticas e Análise da Administração Geral das Alfândegas, afirmou que o crescimento das importações e exportações nos primeiros oito meses é impulsionado pela demanda interna e externa. “Desde o início do ano, a operação econômica da China continua a se recuperar e melhorar."
Recentemente, a Organização Mundial do Comércio (OMC) divulgou um relatório mostrando que o comércio global de mercadorias deve continuar a se recuperar no terceiro trimestre deste ano. De acordo com os dados mais recentes de várias economias, as participações da China nas exportações e importações globais aumentaram de forma estável no primeiro semestre.”
Especificamente, as exportações de produtos com vantagem competitiva cresceram rapidamente. Nos primeiros oito meses, a China exportou produtos eletroeletrônicos no valor de 9,72 trilhões de yuans, com um crescimento de 8,8% no mesmo período de 2023, representando quase 60% do valor total das exportações. As exportações de equipamentos de alta tecnologia, como navios, máquinas de engenharia e máquinas-ferramenta, cresceram 81%, 14% e 7,4%, respectivamente; enquanto as exportações de produtos verdes e de baixo carbono, como turbinas eólicas, veículos elétricos e motocicletas elétricas, aumentaram 88,2%, 23,8% e 26,6% respectivamente.
Os principais agentes do comércio exterior continuam ativos. Nos primeiros oito meses, o número de entidades de comércio exterior com desempenho de importação e exportação na China alcançou 630 mil, um aumento de 8,8% em relação ao ano anterior. Dentre elas, as empresas privadas, que são a força motriz do comércio exterior, tiveram um valor de importação e exportação de 15,74 trilhões de yuans, um crescimento de 10,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, representando 55,1% do comércio exterior da China. O número de empresas de investimento estrangeiro aumentou, e o valor mensal das importações e exportações já cresceu de forma contínua por cinco meses consecutivos em relação ao ano anterior.
As regiões do oeste do país lideraram o crescimento nacional. Nos primeiros oito meses, impulsionadas pelas exportações de produtos de alta tecnologia, as importações e exportações da região oeste da China cresceram 10,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as regiões leste e nordeste cresceram 6,7% e 2,2%, respectivamente.
As relações comerciais com a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) tornaram-se cada vez mais estreitas. Nos primeiros oito meses, a ASEAN continuou a ser o maior parceiro comercial da China, com um valor total de importações e exportações de 4,5 trilhões de yuans, um crescimento de 10% em relação ao ano anterior, representando mais de 15% do comércio exterior total da China. As importações e exportações com a União Europeia, os Estados Unidos e a Coreia do Sul cresceram 1,1%, 4,4% e 8%, respectivamente.
No mesmo período, as importações e exportações da China com os países que participam da iniciativa Nova Rota da Seda cresceram 7% em relação ao ano anterior, enquanto as importações e exportações com a África e a América Latina cresceram 5% e 10,9%, respectivamente.
Infomoney - SP 11/09/2024
O pior cenário para a economia americana hoje seria uma estagflação, uma combinação de inflação mais alta com recessão, algo que não está descartado, afirmou nesta terça-feira (10) em Nova York o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon. “Eu diria que o pior resultado é a estagflação – recessão, inflação mais alta”, disse Dimon em uma conferência do Conselho de Investidores Institucionais. “E, a propósito, eu não tiraria isso da mesa”, completou.
O presidente-executivo do maior banco dos Estados Unidos fez esses comentários em um momento em que os investidores estão voltando sua atenção para os sinais de desaceleração do crescimento.
Leituras recentes mostraram pressões de preços menos intensas e cada vez mais a caminho da meta de inflação de 2% do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), mas relatórios sobre emprego e manufatura revelaram alguns sinais de abrandamento.
Os investidores receberão alguns dados importantes adicionais esta semana, com o índice de preços ao consumidor (CPI) e o índice de preços ao produtor (PPI) na quarta e quinta-feira, respectivamente.
Mas Dimon diz temer uma série de forças inflacionárias no horizonte, como déficits mais altos e aumento dos gastos com infraestrutura, continue a pressionar uma economia ainda em recuperação do impacto das taxas de juros mais altas.
“Eles são todos inflacionários, basicamente no curto prazo, nos próximos dois anos”, disse Dimon. “Então, é difícil olhar para [isso] e dizer: ‘Bem, estamos fora de perigo’. Acho que não.”
O CEO do banco já havia alertado sobre uma desaceleração econômica. Em agosto, ele disse que as chances de um “pouso suave” eram de cerca de 35% a 40%, o que implica que uma recessão é o resultado mais provável.
“Estou bastante otimista de que, se tivermos uma recessão leve, ainda mais difícil, ficaremos bem”, disse Dimon à CNBC em agosto. “Claro, sou muito solidário com as pessoas que perdem seus empregos. Você não quer um pouso forçado.”
IstoÉ Dinheiro - SP 11/09/2024
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos deve avançar 2,5% em 2024, afirma a Fitch, mais do que a previsão anterior da agência de classificação de risco, de 2,1%, divulgada em junho. Porém, a expectativa agora é de que o crescimento desacelere mais intensamente, para 1,6% em 2025 e mantenha esse ritmo em 2026, com o “aumento acentuado” do déficit governamental dos EUA freando parte do ímpeto. Além disso, uma alta esperada nas importações tende a pesar sobre a contribuição do comércio líquido no PIB, além da queda no consumo e do enfraquecimento da aceleração da renda familiar.
Sobre a perspectiva de juros, a Fitch espera que o Fed realize cortes de 25 pontos-base em setembro e dezembro e mais 1,25 ponto porcentual em 2025 e 0,75 ponto porcentual em 2026. O que, segundo eles, representa um ciclo de flexibilização muito menos agressivo do que os anteriores, já que a inflação de serviços segue incomodando.
Em seu relatório trimestral de Perspectivas Econômicas Globais, a Fitch afirma que o desemprego vem aumentando gradualmente nos EUA. Isso, segundo a agência, reflete principalmente uma retomada na oferta de mão de obra, em vez de uma queda na demanda por mão de obra e, portanto, não sinalizaria o início de uma recessão. “Mas as condições do mercado de trabalho estão definitivamente esfriando. Isso está aliviando as pressões sobre a inflação salarial, na margem, dando aos bancos centrais mais confiança para cortar as taxas de juros”, afirma o relatório.
A projeção é que a inflação ao consumidor americano suba 2,7% em 2024, e desacelere a 2,4% ao fim de 2025, mantendo-se no mesmo patamar durante 2026. Já a taxa de desemprego dos EUA deve se manter em 4,2% neste ano, mas acelerar a 4,8% ao fim do ano que vem e 4,9% no encerramento de 2026.
Infomoney - SP 11/09/2024
Os preços futuros do minério de ferro caíram nesta terça-feira, perdendo os ganhos registrados mais cedo, à medida que perspectiva de demanda mais fraca por aço na China superou a oferta reduzida e as expectativas de novos estímulos econômicos por parte do principal mercado consumidor do minério.
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com recuo de 0,07%, a 675 iuanes (94,79 dólares) a tonelada.
O minério de ferro de referência de outubro na Bolsa de Cingapura caía 1,17%, a 90,7 dólares a tonelada.
As importações de minério de ferro da China em agosto caíram 1,38% em relação a julho e 4,73% em relação ao ano anterior, mostraram dados alfandegários nesta terça-feira, uma vez que a queda dos preços do aço e o cenário nebuloso para a demanda reduziram o apetite dos compradores.
Setembro marca uma temporada típica de pico do consumo de aço na China, mas a demanda permaneceu baixa na semana passada em meio a preocupações com as economias chinesa e norte-americana, disse a consultoria Mysteel.
A inflação ao consumidor da China acelerou em agosto, atingindo o ritmo mais rápido em meio ano, enquanto a deflação dos preços ao produtor piorou.
Os dados fracos no início do segundo semestre está aumentando a pressão para que a segunda maior economia do mundo implemente mais políticas econômicas em meio a uma prolongada desaceleração do setor imobiliário, desemprego persistente, problemas com a dívida e aumento das tensões comerciais.
Enquanto isso, o volume total de embarques de minério de ferro despachado para destinos globais de 19 portos e 16 empresas de mineração na Austrália e no Brasil encerrou um aumento de três semanas, caindo 10,8% em relação à semana anterior, para 25,8 milhões de toneladas entre 2 e 8 de setembro, segundo dados da Mysteel.
Os estoques totais de minério de ferro nos portos da China caíram 0,2% em relação à semana anterior, para 150,5 milhões de toneladas em 6 de setembro, apontaram dados da Steelhome.
Brasil Mineral - SP 11/09/2024
A descarbonização vai provocar grandes mudanças no mercado de minério de ferro, em termos de demanda e preços. Foi o que previu Arthur Bontempo Filho, analista de aço da Wood Mackenzie, no painel que discutiu as perspectivas de curto e longo prazo para o mercado de minério de ferro, durante a Exposibram 2024. Além dele participaram do painel a CEO da Anglo American no Brasil e presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Ana Sanches, o diretor-presidente da BAMIN, Eduardo Jorge Ledsham e o executivo da Porto Sudeste do Brasil e da Mineração Morro do Ipê, Jayme Nicolato Corrêa.
Para Artur Bontempo Filho, o mercado deverá não deverá crescer muito nos próximos anos, embora deva haver uma procura maior por minérios de alto teor. Por isso, a necessidade de um posicionamento estratégico diante dessa projeção. “É preciso se preparar”, destacou, recomendando que os produtores terão que atuar fortemente sobre os custos para continuar competitivos.
Jayme Nicolato Corrêa, por sua vez, abordou o crescimento da procura e da produção de minérios de alto teor com baixo nível de contaminantes e o desafio enfrentado por regiões como o Quadrilátero Ferrífero, que lida com teores médios ou baixos. “Esse cenário trará um grande impacto, especialmente para as pequenas empresas, mas o futuro deverá ser promissor. Temos projetos maravilhosos sendo desenvolvidos para a construção de ferrovias e outras infraestruturas. Precisamos pensar estrategicamente para chegar nas ferrovias, implementar filtragem, aumentar a frota de caminhões e melhorar nossa competitividade”, afirmou.
Ana Sanches citou a inovação e a excelência operacional para enfrentar esse desafio. “Em um cenário como esse, é de onde vem ainda mais forte a necessidade de inovação, desenvolvimento tecnológico e a excelência nos processos, porque são as pequenas diferenças somadas que vão abrir as portas para a nossa competitividade e para mantermos nosso papel tão relevante no mercado”, enfatizou.
Eduardo Jorge Ledsham, da BAMIN, por sua vez, falou sobre a estratégia da mineradora para incrementar a competitividade, destacando a qualidade e a logística integrada como fatores cruciais para que o Brasil se posicione como um fornecedor de alta qualidade. “A estratégia que adotamos é focada na qualidade, sempre buscando o menor custo. Estamos extremamente confiantes de que a demanda por qualidade só vai crescer”, argumentou. “A qualidade, combinada com custo e uma logística integrada, vai posicionar o Brasil como um fornecedor de alto padrão”, complementou Ledsham.
Nicolato tratou do tema sustentabilidade e possíveis estratégias para a redução da “pegada” de carbono, por meio da exploração de fontes de energia renováveis, para que ocorra uma redução considerável das emissões.
Em seguida, Ana Sanches apresentou as iniciativas da Anglo American, que já conta com cinco navios em sua frota utilizando GNL (Gás Natural Liquefeito) como combustível. “Estudos apontam uma redução de até 35% nas emissões de gases de efeito estufa em comparação com navios convencionais”, concluiu.
Valor - SP 11/09/2024
Após duas altas do tributo, marcas chinesas ainda não reajustaram seus preços
Desde que o governo anunciou a volta gradativa do Imposto de Importação em carros elétricos e híbridos, o tributo já foi elevado duas vezes, em janeiro e julho. Mas, até agora, as marcas chinesas, principais importadoras desses veículos, não elevaram os preços. Para evitar o repasse imediato, essas empresas se prepararam. Anteciparam a importação de altos volumes de veículos e hoje contam com estoque suficiente para manter preços por mais algum tempo.
A Anfavea, associação que representa os fabricantes já instalados no Brasil, se queixa da situação. Na semana passada, o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, disse que o nível de estoques dos elétricos e híbridos chineses chegou a mais de 86 mil em junho, véspera da segunda etapa do aumento do imposto. Segundo o dirigente, a quantidade estocada era suficiente para nove meses de vendas. Esse estoque estaria, no fim de agosto, em mais de 81 mil, segundo Leite.
Desde 2016, carros 100% elétricos estavam isentos do Imposto de Importação e nos híbridos incidia alíquota reduzida. No fim de 2023, o governo anunciou que retomaria a tributação de forma gradual. As duas primeiras fases do ajuste foram em janeiro e julho. As alíquotas agora estão em 18% para 100% elétricos, 25% para híbridos e 20% para híbridos “plug-in”. O cronograma de elevação do tributo seguirá gradativamente até alcançar, em julho de 2026, a alíquota máxima, de 35%, permitida pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
Ao perceber que a concorrência chinesa ainda está forte, a Anfavea se espelhou em decisões tomadas por outros países, como os Estados Unidos, que elevou de 25% para 100%, a alíquota do Imposto de Importação para produtos chineses. E decidiu, então, encaminhar ao Ministério da Fazenda pedido para que a alíquota do Imposto de Importação nos chamados eletrificados aumente para 35% imediatamente.
Até agora, o governo não se pronunciou a respeito. Na semana passada, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, desconversou ao ser questionado sobre isso enquanto participava de uma entrevista promovida pela própria Anfavea.
A entrevista prosseguiu depois que o ministro já havia deixado a sede da Anfavea, em Brasília. A mesma repórter que o havia indagado a respeito do imposto, dirigiu, então, pergunta semelhante ao presidente da entidade. Leite disse que o pedido para que o tributo seja elevado para a alíquota máxima será, agora, encaminhado à Câmara de Comércio Exterior (Camex).
O episódio da semana passada acirrou ainda mais a disputa, pelo mercado brasileiro, entre as marcas com fábricas no país e as chinesas, que também têm planos de produzir no país, mas, por enquanto, ainda importam. Enquanto a Anfavea representa um lado, as chinesas são associadas à ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico).
Ao comentar sobre os dados de estoques dos concorrentes apresentados pela Anfavea, o presidente da ABVE, Ricardo Bastos, disse que a entidade não têm o número porque seus representantes “têm mais o que fazer, além de contar carros”.
Ao mesmo tempo, Bastos não refutou a informação. Calculou que o número não deve estar errado e considerou “natural” as empresas fazerem estoque num momento em que foi anunciado que o imposto ia subir.
O mercado dos chamados eletrificados - híbridos e elétricos - segue em expansão. Com 14,6 mil unidades, incluindo os fabricados no Brasil, como a linha Toyota, o volume vendido em agosto representou um crescimento de 57% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
A fatia dos híbridos e elétricos ainda é pequena quando comparada ao mercado total. No mês passado foi equivalente a 6,6%. Mas o ritmo de expansão segue acelerado.
Os altos estoques ajudam as marcas a se tornarem mais conhecidas do brasileiro enquanto preparam a produção no país. A BYD planeja começar a montar veículos ainda este ano, com peças importadas, em fábrica que está sendo construída em Camaçari (BA), onde funcionou a Ford. A GWA (Great Wall Motor) prepara a fábrica que adquiriu da Mercedes-Benz em Iracemápolis, no interior de São Paulo, para operar na primeira metade de 2025.
A disputa pelo mercado brasileiro de veículos tende a continuar acirrada, principalmente num momento em que a maior oferta de crédito provoca aumento da demanda.
Em agosto, a média diária de emplacamentos somou 10,8 mil unidades, a melhor do ano e 19,5% maior do que a de agosto de agosto de 2023, segundo a Anfavea. As vendas internas alcançaram 237,4 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. Isso representou um avanço de 14,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado
No acumulado de janeiro a agosto, o crescimento do mercado total foi de 13,3%, num total de 1,62 milhão de unidades. Já no caso dos híbridos e elétricos, no mesmo período, foram vendidos 109,2 mil veículos, um aumento de 123% em comparação com o acumulado de janeiro a agosto de 2023.
Exame - SP 11/09/2024
A presença cada vez maior das montadoras chinesas no mercado automotivo do Brasil tem intensificado a concorrência. Marcas nacionais e tradicionais enfrentam agora o desafio de manter sua relevância diante de novos padrões de inovação e preços mais competitivos dos carros chineses.
Segundo dados da Webmotors, uma das principais plataformas online para compra e venda de veículos no Brasil, houve um aumento de 220% na busca por veículos chineses entre os anos de 2021 e 2023. Esse crescimento é estimulado por fatores como inovações tecnológicas e foco em sustentabilidade.
A primeira montadora chinesa a se estabelecer no Brasil foi a Chery, que iniciou suas operações em 2009, com sede em Salto, São Paulo. Em 2017, a empresa passou a se chamar CAOA Chery, após uma parceria com a CAOA. Assim, a CAOA Chery se tornou uma das montadoras chinesas mais bem estabelecidas no Brasil. Sua linha diversificada de SUVs e sedãs, como o Tiggo 7 e os mais recentes, Tiggo 8 e o Arrizo 6, já conquistou uma parcela do mercado. Dessa forma, a CAOA Chery conseguiu unir a expertise da montadora chinesa com a experiência da CAOA no mercado brasileiro.
A GWM, que iniciou a produção local no Brasil com sua fábrica em Iracemápolis, São Paulo, está lançando modelos que combinam design moderno e tecnologias híbridas. O SUV híbrido Haval H4 é um dos lançamentos mais esperados, posicionado para competir diretamente com modelos populares como o Toyota Corolla Cross.
Por outro lado, a BYD entrou no mercado brasileiro em 2015, mas foi nos últimos ano que a montadora chinesa realmente chamou a atenção dos brasileiros. Com foco em veículos elétricos super tecnológicos, a empresa rapidamente conquistou o mercado e hoje ocupa o primeiro lugar com 9.611 unidades vendidas do modelo BYD Dolphin, que prometeu ser o carro elétrico mais acessível do Brasil.
Brasil como principal destino dos carros chineses
De acordo com dados da Associação Chinesa de Carros de Passageiros (CPCA), as exportações de carros elétricos e híbridos plug-in para o Brasil cresceram 13 vezes em comparação com o ano anterior, atingindo 40.163 unidades em abril. Consequentemente, o Brasil, que em janeiro ocupava a décima posição entre os maiores destinos de veículos eletrificados chineses, superou a Bélgica e agora é o principal destino desses carros.
No segmento de luxo, as marcas Zeekr e Neta, do grupo Geely e da Hozon Auto, estão apostando em modelos sofisticados e elétricos, como o Zeekr 001 e o Neta GT. Além disso, outras marcas, como Omoda e Jaecoo, entram no mercado com propostas que variam entre carros modernos e robustos, focando no público jovem e off-road.
A expansão dessas marcas não se limita apenas à inovação tecnológica. Para empresários e investidores, surgem novas oportunidades de negócio em parcerias e desenvolvimento de tecnologias voltadas à eletrificação e à sustentabilidade. Dessa forma, as montadoras chinesas oferecem não só novos produtos, mas também novas abordagens de mercado.
Infomoney - SP 11/09/2024
A BMW alertou que um recall afetando cerca de 1,5 milhão de veículos devido a falhas em seus sistemas de freios da Continental irá reduzir seu lucro este ano, aumentando a crise industrial na maior economia da Europa, a Alemanha.
A montadora agora prevê lucros significativamente inferiores aos €17,1 bilhões (R$ 106,1 bilhões) reportados no ano passado e projeta que sua margem operacional na fabricação de automóveis poderá ser tão baixa quanto 6%. O revés segue o anúncio da Volkswagen na semana passada, que delineou planos sem precedentes para cortar custos, incluindo possíveis fechamentos de fábricas na Alemanha.
O problema dos freios pode reduzir a potência e a eficácia dos sistemas de assistência, de acordo com um porta-voz da BMW. A Continental, que está trabalhando em uma cisão e possível listagem de sua unidade automotiva, afirmou que um componente eletrônico defeituoso é o responsável. As empresas disseram que os veículos ainda são seguros para dirigir.
As ações da BMW caíram até 9,6%, a maior queda intradia desde março de 2020. As ações da Continental estavam em baixa de cerca de 10% às 15h25 em Frankfurt. A Continental afirmou que fornece o sistema para outros fabricantes de automóveis, embora apenas a BMW seja afetada pelo problema devido a uma configuração específica que utiliza.
O alerta de lucro revela a extensão dos danos causados pelos freios defeituosos, que já apareceram em recalls anteriores este ano. Um total de cerca de 1,2 milhão de veículos foi entregue aos clientes e está sujeito ao recall, enquanto cerca de 320.000 ainda estão com o fabricante, disse um porta-voz da BMW.
Os problemas estão dificultando a BMW enquanto seus modelos elétricos têm superado os de seus rivais alemães. A BMW está se juntando à VW em meio à crise, em um momento em que o mercado também está desacelerando. Vendas fracas na China também contribuíram para a revisão das previsões, afirmou a montadora.
A BMW, que vendeu 2,25 milhões de veículos no ano passado sob suas marcas BMW e Mini, está avaliando se os reparos podem ser feitos por meio de uma atualização de software ou se precisam de consertos físicos, segundo um porta-voz. O recall deve ser concluído ainda este ano, com a possibilidade de alguns atrasos até 2025.
Para a Continental, o recall representa mais um golpe para uma empresa já cercada por uma série de problemas. Além de uma reestruturação profunda que levará à perda de 7.000 empregos em sua unidade automotiva, as autoridades da União Europeia inspecionaram a empresa em janeiro por suspeita de conluio de preços com outros fabricantes de pneus. Mais recentemente, os lucros começaram a cair. A empresa enfrentou escrutínio por seu papel no escândalo das emissões de diesel e, em abril, foi multada em €100 milhões (R$ 620,4 milhões) por não impedir que funcionários participassem do esquema.
A empresa também enfrentou uma série de problemas de conformidade e segurança, incluindo o roubo de dados da empresa e de clientes em um ciberataque em 2022, além de questões de controle de qualidade com mangueiras industriais e automotivas. Em agosto, o fornecedor alemão disse que está considerando a separação de seu negócio de peças automotivas em dificuldades da operação de pneus mais bem-sucedida, após medidas anteriores para reverter os resultados não terem surtido efeito.
De acordo com a analista automotiva da Bloomberg Intelligence, Gillian Davis, os problemas no sistema de freios podem custar à Continental até €75 milhões (R$ 465 milhões) para serem corrigidos.
A BMW, que anteriormente previa uma leve queda nos lucros antes dos impostos, disse que o recall resultará em custos adicionais de garantia na faixa de centenas de milhões de euros no terceiro trimestre. A montadora afirmou que está atualmente avaliando reivindicações de compensação contra a Continental.
Infomoney - SP 11/09/2024
A Volkswagen está encerrando as proteções de emprego para trabalhadores da indústria automotiva na Alemanha como parte de sua estratégia de redução de custos, preparando-se para um confronto com os sindicatos, enquanto a indústria mais importante do país luta por seu futuro.
A montadora anunciou nesta terça-feira (10) que cancelou vários acordos vinculados a um pacto de três décadas que deveria garantir os empregos até 2029. As garantias devem expirar até o meio do próximo ano.
O fim desses compromissos de segurança no emprego em uma empresa conhecida pela sua excelência em engenharia mostra o quão desafiadora se tornou a competitividade da maior economia da Europa. A BMW, por sua vez, reduziu suas expectativas de lucro para o ano após problemas com freios de seu fornecedor, a Continental, que resultaram em um recall de 1,5 milhão de veículos. Na semana passada, a VW anunciou planos para fechar fábricas na Alemanha pela primeira vez, após tentativas anteriores de cortar despesas não terem dado certo.
As novas medidas visam “reduzir os custos na Alemanha para um nível competitivo”, disse Gunnar Kilian, chefe de recursos humanos da VW, em um comunicado.
O foco da VW agora é sua marca de automóveis de passageiros, que está enfrentando dificuldades, com margens de lucro sendo pressionadas em meio a uma transição lenta para veículos elétricos e uma desaceleração do consumo. As montadoras na Europa também estão lutando para competir com a Tesla e novos concorrentes da China, como a BYD.
Os cortes na VW são mais difíceis de implementar do que em outras empresas. Metade dos assentos no conselho de supervisão da empresa é ocupada por representantes trabalhistas, e o estado da Baixa Saxônia — que possui uma participação de 20% — frequentemente se alinha com os sindicatos. A montadora, que emprega quase 300 mil pessoas na Alemanha, defendeu seus planos de fechamento de fábricas, afirmando que as vendas de carros em queda deixaram a empresa com cerca de duas fábricas a mais.
Os planos da VW podem resultar em custos adicionais não intencionais de cerca de € 1 bilhão (R$ 6,2 bilhões), de acordo com Thorsten Gröger, principal negociador do sindicato IG Metall. O fim das garantias pode levar a salários mais altos sob acordos de negociação coletiva anteriores, afirmou ele em uma declaração separada.
Embora a VW tenha afirmado estar pronta para iniciar conversas com representantes trabalhistas antes do previsto, como parte da próxima rodada de negociações, os sindicatos prometeram lutar contra o fim das proteções de emprego.
“Vamos oferecer uma resistência feroz a este ataque aos nossos empregos,” disse Daniela Cavallo, principal representante dos empregados da VW e membro do conselho de supervisão. “Com a gente, não haverá demissões.”
Valor - SP 11/09/2024
Custo nacional da construção por metro quadrado passou para R$ 1.767,09, ante R$ 1.756,01 em julho
A inflação da construção medida pelo Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi) foi de 0,63% em agosto, ante 0,40% em julho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado, o indicador marcou 3,12% no resultado acumulado em 12 meses, ante 2,66% até julho. O índice de agosto de 2023 foi de 0,18%.
O custo nacional da construção por metro quadrado em agosto foi de R$ 1.767,09, sendo R$ 1.014,31 relativos aos materiais e R$ 752,78 à mão de obra. Em julho, esse custo totalizava R$ 1.756,01.
A região Sul, influenciada pela alta nas categorias profissionais em seus três Estados, ficou com a maior variação regional em agosto, de 1,82%. As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 0,41% no Norte, 0,38% no Nordeste, 0,58% no Sudeste e 0,14% no Centro-Oeste.
Monitor Digital - RJ 11/09/2024
Atualmente, 97,52% das obras no Brasil estão abaixo de 50% concluídas enquanto que, somente 2,48% estão acima deste percentual. Foi o que apontou o Índice Swiss Capital de andamento das Obras (Iscao), medido pela da Startup Swiss Capital para ver como está o andamento das construções de imóveis comerciais e residenciais de todo o país. No total, são monitorados 831 empreendimentos, de 314 empresas distintas, com mais de R$ 38 bilhões em VGV.
Esse aumento em relação ao mês anterior é modesto, quando o Iscao mostrava que 95,21% das obras estavam abaixo de 50% concluídas.
“Quanto mais inicial o estágio da construção, maior o risco para o investidor e, consequentemente, maior a rentabilidade. Mesmo assim, em certos casos, faz sentido para o investidor pessoa física alocar recursos nesse tipo de projeto, em razão da maior rentabilidade. Claro que, acima dos 50% é mais fácil conquistar o interesse do investidor institucional e, abaixo dos 50%, do investidor PF”, explica Alex Andrade, CEO da Swiss Capital. Esse aumento do número de construtoras com obras abaixo de 50% reflete a crescente confiança e atividade no setor, impulsionada por condições favoráveis de crédito e incentivos governamentais.
As obras inacabadas da construção civil afastam os investidores de fundos de investimento, porque elas representam um alto risco financeiro e incerteza sobre o retorno do investimento. A afirmação é de Alex Andrade, para quem os FIIs buscam segurança e previsibilidade. “Existe um problema ainda maior, que são as obras paralisadas. Estas indicam problemas como má gestão, falta de financiamento, ou imprevistos que podem atrasar ou impedir a conclusão do projeto. Esses fatores aumentam a probabilidade de perdas financeiras”, explica. Além disso, obras inacabadas afetam a confiança no setor.
“Para um investidor de fundo, é essencial que o projeto tenha um planejamento robusto, recursos adequados e uma execução eficiente para garantir a entrega dentro do prazo e do orçamento, assegurando assim o retorno esperado sobre o investimento”, diz.
“O que move a economia do país não é apenas o agronegócio, mas o mercado imobiliário, grande gerador de empregos. Quando apresentamos esses números para o mercado, ele sabe que a construção está em alta. Ou seja, há sempre gente construindo. O que impulsiona a economia não é a venda final do imóvel, mas sim, o incorporador com dinheiro para concluir a obra. Esse número é extremamente importante”, afirma Alex.
Por outro lado, pesquisa divulgada hoje pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) intitulada Termômetro da Indústria de Materiais de Construção, indica que agosto foi um mês positivo. Segundo o levantamento, 52% das empresas classificaram o período como bom, enquanto para 4% o mês foi muito bom. Para 35% foi regular e somente 9% consideraram ruim.
Para setembro, a expectativa dos associados segue positiva, com 65% estimando o período como bom e 4% considerando o próximo mês como um momento muito bom para as vendas. Para 30%, setembro deve ter regularidade. Não houve indicações negativas para o próximo mês.
Sobre investimentos, 65% dos associados indicaram que pretendem investir nos próximos 12 meses. Em agosto de 2023 essa pretensão era de 62% dos associados.
O nível de utilização da capacidade instalada ficou mantida em 77% na média das empresas, mesmo valor indicado em julho deste ano e 8 p.p. a mais em relação a agosto de 2023.
“O mês de agosto continuou trazendo resultados positivos para a indústria de materiais de construção, com mais da metade das empresas associadas classificando o período como bom. Esses números refletem um cenário de crescimento gradual do setor, consolidando cada vez mais a projeção de crescimento de 3% perante 2023 elaborada pela FGV”, explica Rodrigo Navarro, presidente da Abramat.
Ferrovias aparecem como prioritárias no radar de infraestrutura no Brasil
InfraRoi - SP 11/09/2024
A área de ferrovias é o segmento de infraestrutura com maior necessidade de investimentos no Brasil, segundo pesquisa da KPMG. Essa avaliação foi feita por um grupo seleto de 60 executivos convidados para o evento Infraestrutura: perspectivas e oportunidades de investimentos, realizado em junho desse ano. Do grupo convidado, 82% ocupam cargos de C-level em suas corporações.
As rodovias e a infraestrutura social, ou seja, a construção de hospitais, escolas e presídios, entre outros, ocupam o segundo lugar na prioridade na área de empresários de infraestrutura. Energia e portos e aeroportos, nessa sequência, fecham a avaliação, indicando que esses setores estariam melhor cobertos do que as outras áreas.
Em termos de oportunidades de investimentos, as concessões aparecem disparado na dianteira: em primeiro lugar estão os projetos novos (greenfield) e, em segundo, as concessões de ativos recentes. Nesse último caso, os aportes podem acontecer no caso de relicitações ou de devolução das concessões. Os investimentos em cidades inteligentes também estão no ranking, à frente dos processos de fusão e aquisição (M&A).
Riscos para investimentos em infraestrutura
A pesquisa também indicou os maiores desafios para o setor de infraestrutura no país a ordem de importância envolve o desempenho dos projetos em estudo versus o a performance real do empreendimento. Quase empatado com esse fator está a segurança regulatória.
O desbalanceamento da matriz de risco aparece como terceiro fator mais importante de risco, seguido pela inexistência de project finance puro e das dificuldades inerentes de reequilíbrio/repactuação. A dificuldade de obtenção de financiamento, em último lugar, aponta que o acesso a capital não seria o problema maior.
Em um nível mais detalhado, o levantamento indicou que 54% dos executivos apontam as questões regulatórias como os maiores riscos na área de infraestrutura. Os riscos jurídicos estão em segundo lugar, apontados por 37% dos respondentes. Ou seja, os litígios e as inseguranças legais têm um grande potencial de afetar os investimentos.
No rol de riscos listados aparecem ainda os de financiabilidade (indicados por 16%), riscos trabalhistas e de falta de mão de obra (19%).
ESG e transição energética
Outra revelação do levantamento da KPMG envolve as estratégias prioritárias de crescimento para os próximos três anos. O apelo das mudanças climáticas, nesse caso, é forte, pois 31% dos respondentes indicam que a infraestrutura verde e as soluções de adaptações climáticas estão à frente do planejamento.
A eficiência operacional (29%) e o rebalanceamento do porftófio de projetos (27%) aparecem na sequência, seguidos dos investimentos em inovação tecnológica (23%), do aumento de concessões nos próximos 10 anos (21%) e do fortalecimento da governança corporativa e da transparência (21%).
Aliás, a importância da agenda ESG aparece com a priorização da redução dos impactos ambientais e sociais dos projetos de infraestrutura. O melhor gerenciamento de riscos, com redução de potenciais impactos financeiros e reputacionais fica em segundo lugar. Para avançar nessa agenda, os executivos mostraram que o maior desafio é integrar as iniciativas ESG com as estratégias de negócio da empresa.
Outra frente de oportunidades é a transição energética. As oportunidades, nesse caso, envolvem negócios em áreas como armazenamento de energia, redes inteligentes e mobilidade elétrica. A transição também deve impactar no aumento da demanda por fontes de energias renováveis.
Os executivos também indicam que mudanças regulatórias e incentivos governamentais para estimular a transição devem ser considerados com impacto na área de infraestrutura.
Diário do Aço - MG 11/09/2024
O Ministério dos Transportes agendou para dezembro a licitação para a duplicação do lote 8B da BR-381. O certame prevê a contratação dos projetos básico e executivo da obra, que contemplará 13,4 quilômetros de pistas, do entroncamento com a MG-435, no município de Caeté, até o entroncamento com a MG-020, na avenida Cristiano Machado, em Belo Horizonte.
O edital de licitação para contratação dos projetos básico e executivo das obras foi publicado no Diário Oficial sexta-feira (6). O percurso é conhecido pelos longos congestionamentos, que costumam deixar o trânsito completamente parado por horas, tanto para quem sai quanto para quem chega à capital mineira.
A duplicação é parte das ações do Ministério dos Transportes voltadas à modernização da BR-381. No mês de agosto, o ministro Renan Filho deu o aval no leilão de concessão de 296,3 quilômetros da rodovia, de Caeté a Governador Valadares.
Para assegurar o sucesso do certame, foram promovidas adequações ao projeto. Uma das principais mudanças consistiu na entrega das obras da saída de Belo Horizonte ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), dividindo os percursos em dois lotes: 8A e 8B.
Apesar da curta extensão em comparação à parte concedida, os segmentos sob responsabilidade do Dnit englobam pontos considerados altamente críticos. Atualmente, a estrada é simples – mão e contramão – e sem acostamento na maior parte do percurso.
Propostas
As empresas interessadas em participar do certame das obras do lote 8B poderão encaminhar suas propostas para o site de compras do Governo Federal. A abertura dos envelopes está prevista para as 15h do dia 4 de dezembro deste ano.
Lote 8A
O lote 8A corresponde ao trecho do km 427 ao km 445, com extensão de 18 km, entre o entroncamento com a MG-435, em Caeté, até o entroncamento com a MG-020. A licitação já foi realizada, e a empresa vencedora é o Consórcio Construtora Luiz Costa/Conserva de Estradas Ltda., que apresentou uma proposta de R$ 393 milhões. O processo encontra-se na Diretoria Executiva para Adjudicação e Homologação da Concorrência Eletrônica. A previsão é que a ordem de serviço seja assinada na segunda quinzena deste mês.
Vitória
Para o líder do Movimento Pró-Vidas da BR-381, Clésio Gonçalves, essa etapa é mais uma vitória no processo de modernização da rodovia. "O movimento tem percebido que há dedicação e empenho dos órgãos competentes, tanto do Ministério dos Transportes, do Dnit e da ANTT, para que esses processos tivessem um andamento célere nos respectivos órgãos. Estamos otimistas que a ordem de serviço do lote 8A seja assinada em breve", opinou.
Valor - SP 11/09/2024
Obras da BR-319, em especial a pavimentação de 52 km entre os quilômetros 198 e 250 no Estado do Amazonas, são pivô de polêmicas entre ambientalistas, cientistas, comunidades e autoridades públicas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu nesta terça-feira (10) retomar as obras da BR-319, em especial a pavimentação de 52 km entre os quilômetros 198 e 250 da estrada no Estado do Amazonas.
A pavimentação da rodovia que liga Manaus a Porto Velho, cuja construção foi iniciada na década de 1970, durante a ditadura militar, é pivô de polêmicas entre ambientalistas, cientistas, comunidades locais e autoridades públicas por conta dos riscos ao meio ambiente e dos impactos econômicos que ela representa. O ex-presidente Jair Bolsonaro, conhecido por sua postura antiambiental, era um grande defensor da conclusão da obra.
Ao discursar em uma comunidade no município de Tefé (AM), Lula ressaltou que a estrada ganhou importância com a seca que tem tornado o rio Madeira inavegável durante vastos períodos do ano. E, diante do governador Wilson Lima (União Brasil), manifestou o desejo por um pacto entre Estado e União para não permitir que haja desmatamento e grilagem às margens da rodovia.
"Enquanto esses 52 km vão ser construídos, nós vamos preparar o Estado para que a gente possa entregar definitivamente a ligação entre Manaus e Porto Velho sem causar prejuízos", disse Lula. "Porque nós temos consciência de que, enquanto o rio estava navegável, cheio, a rodovia não tinha a importância que tem, enquanto o rio Madeira estava vivo. E nós não podemos deixar duas capitais isoladas. Mas nós vamos fazer com a maior responsabilidade e queremos construir uma parceria de verdade."
O presidente viajou ao Estado acompanhado dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Marina Silva (Meio Ambiente), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Nísia Trindade (Saúde) e Waldez Góes (Integração Nacional). E disse ter conversado com Rui e Marina ontem à noite sobre a conclusão da BR-319.
"O Rui Costa participou de uma conversa comigo ontem à noite, e a ministra Marina. E a gente vai chamar o governador, os senadores, o ministro dos Transportes, da Casa Civil, do Meio Ambiente, vamos chamar quem mais for necessário para a gente dizer: essa estrada agora vai começar a ser feita", prometeu.
Estrada polêmica
A BR-319 é a única ligação terrestre entre Manaus e Porto Velho, capital de Rondônia que está conectada ao Centro-Sul do país por rodovias. Ela começou a ser aberta em 1972, durante o regime militar, atravessando terras indígenas e áreas de conservação. Com 885 quilômetros, ela foi inaugurada em 1976. Atualmente, cerca de 450 quilômetros não estão asfaltados, o que torna o caminho intransitável na época das chuvas na região.
Em julho, uma liminar da Justiça Federal derrubou a licença prévia concedida pelo Ibama no último ano do governo Bolsonaro para o asfaltamento do trecho central da estrada.
Estudos apontam que a pavimentação da BR-319 pode afetar uma área de 300 mil quilômetros quadrados da Amazônia, um território maior do que o do Estado de São Paulo.
Segundo ambientalistas, o fato de a rodovia ser intrafegável em boa parte do ano dificulta a chegada do arco do desmatamento à região. As obras, afirmam, ameaçam a existência de comunidades indígenas e podem facilitar atividades ilegais, como o desmatamento e a mineração.
Entretanto, para Lula, o mundo está de olho nessa estrada porque "o Brasil ficou muito importante".
"O mundo que compra o nosso alimento está exigindo que a gente cuide da Amazônia. E por quê? Porque eles estão querendo que a gente cuide do ar que eles respiram. Eles não cuidaram das terras deles no passado, há 200 anos, quando houve a revolução industrial", disse. "E nós queremos utilizar a Amazônia não como santuário da humanidade, mas como patrimônio soberano deste país e estudar a riqueza desta biodiversidade para saber se a gente consegue fazer com que que os povos indígenas, nossos seringueiros, os nossos ribeirinhos vivam e ganhem dinheiro por conta da preservação da Amazônia."
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva — Foto: Cristiano Mariz/O Globo
A Tribuna - SP 11/09/2024
A Autoridade Portuária de Santos (APS) finalizou a obra de dragagem de aprofundamento dos berços de atracação entre os armazéns 12A e 20/21 do cais santista. A conclusão do projeto envolveu a remoção de cerca de 100 mil metros cúbicos de sedimento e 500 metros cúbicos de resíduo de jet-grouting (material de maior dureza remanescente da obra de reforço estrutural dos berços de atracação), garantindo a profundidade de 14,60 metros e permitindo a atracação de embarcações de maior porte.
Em 2018, a APS já havia finalizado a recuperação e reforço estrutural do cais entre os armazéns 12A e 23, no Trecho 3 do canal de navegação do Porto de Santos, o chamado cais de Outeirinhos, em uma extensão de 1,7 mil metros, preparando o local para a dragagem.
Em dezembro de 2023, foi firmado contrato com a empresa Náutica Marítima Serviços, vencedora do processo licitatório, que iniciou a dragagem em março de 2024. O custo foi de pouco mais de R$ 13 milhões.
Com a obra concluída, a APS fará um novo levantamento hidrográfico e uma inspeção subaquática. Os resultados serão apresentados à Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) para a homologação do novo calado operacional.
Portal Fator Brasil - RJ 11/09/2024
Os investimentos podem somar US$ 1 bilhão em contratos. Aviso para o certame com o número e o tipo de navios foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).
A Petrobras lançou no dia 06 de setembro (sexta-feira) uma licitação para o afretamento de até dez navios de médio porte, tipo OSRV, que poderão somar contratos de até um US$ 1 bilhão, disseram três fontes com conhecimento do assunto à Reuters.
O aviso para o certame com o número e o tipo de navios foi publicado nesta sexta-feira, no Diário Oficial da União (DOU), sem informação sobre valores. A abertura das propostas está marcada para 27 de setembro.
Uma das novidades desse afretamento, segundo as fontes, é a exigência de um conteúdo local mínimo de 40%. Esse tipo de navio é usado, por exemplo, no combate a eventuais vazamentos de óleo em acidentes.
A nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, que completou 100 dias no cargo nesta semana, chegou à empresa com a missão de estimular a indústria naval brasileira, segmento de grande importância para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As fontes, que falaram na condição de anonimato, acreditam que empresas de afretamento que já atuam no País têm condições de atender e até superar o nível de conteúdo local previsto para esses contratos.
—Muitas dessas empresas que fazem esse tipo de afretamento têm estaleiro próprio. São capazes de atender com sobras esse conteúdo mínimo— afirmou uma das fontes, em sigilo. —Aqui no Brasil dá para fazer o conteúdo com pé nas costas. Diria até uns 60%—adicionou uma segunda fonte.
Os contratos de afretamento serão de 12 anos, e as empresas poderão recorrer ao Fundo de Marinha Mercante (FMM), que oferece taxas mais acessíveis.
Uma das fontes afirmou que os contratos desse afretamento devem ser assinados em 2025, mas que dependendo da celeridade do processo isso poderia ser adiantado ainda para o fim deste ano.
Ainda neste mês, devem ser apresentadas propostas à Petrobras de um outro certame para a contratação de 12 PSVs (supply vessels) e a expectativa é que os contratos sejam assinados ainda neste ano, disseram as fontes.
A empresa também estuda lançar até o fim do ano uma outra licitação para cerca de 16 navios do tipo RSV. Segundo uma das fontes, a Petrobras —tem que renovar sua frota para também diminuir suas emissões. Esses navios emitem muito menos— completou.
A Tribuna - SP 11/09/2024
O Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM) aprovou a liberação de R$ 11,97 bilhões para financiar 32 projetos privados voltados à modernização do setor naval. As iniciativas abrangem a construção, modernização, conversão, docagem e reparo de embarcações, além de melhorias em estaleiros e terminais portuários. O anúncio foi feito na semana passada.
Entre os projetos contemplados, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 3,7 bilhões para a LHG Logística Ltda. O recurso será utilizado na construção de 400 balsas e 15 empurradores destinados ao transporte hidroviário de minérios de ferro e manganês pelos rios Paraná e Paraguai. As embarcações serão produzidas em seis estaleiros brasileiros ao longo dos próximos quatro anos, gerando cerca de 5,5 mil empregos diretos e indiretos, com a maioria dos recursos destinados às regiões Norte e Nordeste.
Expansão
O projeto permitirá a ampliação do escoamento de minérios extraídos em Corumbá (MS) através da hidrovia até o terminal de Nova Palmira, no Uruguai. Com isso, espera-se uma redução significativa das emissões de gases do efeito estufa em comparação aos modais rodoviário e ferroviário, contribuindo para a descarbonização da logística brasileira.
Empregos
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirma que a aprovação do projeto irá fortalecer a indústria naval e gerar empregos nas regiões Norte e Nordeste, além de reforçar a integração regional com Paraguai, Argentina e Uruguai.
O trecho nacional da Hidrovia Paraguai foi priorizado no Plano Geral de Outorgas (PGO), podendo ser transformado em concessão nos próximos anos.
O Fundo da Marinha Mercante, administrado pelo Ministério de Portos e Aeroportos e pelos bancos públicos federais, visa promover o desenvolvimento da marinha mercante e das indústrias de construção e reparação navais no Brasil.
Valor - SP 11/09/2024
Previsão acontece após a Opep e seus aliados decidirem adiar seus planos de começar a reverter os cortes voluntários de 2,2 milhões de barris por dia por dois meses
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cortou ligeiramente nesta terça-feira (10) sua previsão de crescimento da demanda por petróleo este ano após adiar o aumento planejado na produção na semana passada, em uma tentativa de apoiar os preços em queda.
Em relatório, a Opep estima que a demanda deve aumentar em 2,03 milhões de barris por dia este ano e em 1,74 milhão de barris por dia em 2025, abaixo das previsões de 2,11 milhões e 1,78 milhão de barris feitas anteriormente.
Além disso, a demanda total é estimada em 104,2 milhões de barris por dia em 2024 e 106 milhões no ano seguinte.
A previsão ainda é vista em níveis saudáveis — bem acima da média histórica de 1,4 milhão de barris por dia registrada antes da pandemia — sustentada por um forte tráfego aéreo e mobilidade rodoviária, bem como atividades industriais, de construção e agrícolas saudáveis em países fora da OCDE, afirmou a OPEP.
O relatório veio após a Opep e seus aliados decidirem adiar seus planos de começar a reverter os cortes voluntários de 2,2 milhões de barris por dia por dois meses, mas a medida não foi suficiente para reverter as acentuadas perdas de preços.
Os preços do petróleo caíram para o nível de fechamento mais baixo desde 2021, em meio à preocupação com o crescimento econômico da China. Os futuros do Brent estão sendo negociados próximos de US$ 71 por barril.
Alguns especialistas dizem que os preços provavelmente continuarão pressionados se a Opep não tomar ações de longo prazo para lidar com as perspectivas de um excedente no próximo ano, mas, ao mesmo tempo, persistem dúvidas sobre quanto tempo o grupo pode manter suas restrições de produção à medida que sua participação no mercado global diminui.
Money Times - SP 11/09/2024
A ex-3R Petroleum, agora Brava Energia (BRAV3), enfrenta mais um dia de queda na Bolsa, marcando o segundo dia com o novo nome e ticker sob o peso da queda do petróleo.
A companhia passaram sufoco no pregão desta terça-feira (10) entre as maiores quedas do Ibovespa (IBOV). Os papéis recuaram 2,28%, a R$ 21,45 nesta terça-feira (10).
O movimento da Brava, no entanto, não é isolado. As petrolíferas caem em bloco nesta terça, impactadas pelo petróleo Brent, que acelerou as perdas e opera com queda de 4%, renovando o menor nível desde dezembro de 2021, com o aumento da aversão ao risco em Nova York.
Por volta 16h15, Petrobras (PETR3) recuava 2,10%, a R$ 40,77, Ultrapar (UGPA3) recuava 3,45%, a R$ 22,97 e PetroReconcavo (RECV3) caía 1,58%, a R$ 18,76.
João Abdouni, analista da Levante, destaca que a Brava, entre as empresas do setor, tem o maior custo de extração. Dessa forma, sofre mais com o tombo da commodity.
A forte queda acontece após o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos reduzir a projeção para o preço médio do Brent de US$ 84,44 para US$ 82,80 em 2024.
Para o WTI, as estimativas para o preço do barril foram cortadas de US$ 80,21 para US$ 78,80.
Mais cedo, o vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Michael Barr anunciou novas propostas de regulamentação e exigências sobre o setor bancário — o que levou a deterioração das bolsas em Wall Street puxada pelas ações de bancos.
Pela manhã, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cortou as projeções para o crescimento da demanda global pela commodity este ano e para 2025.
Em carta mensal, a Rio Bravo defende que a equação de oferta e demanda está sazonalmente apertada. No entanto, a tendência é que o Brent permaneça entre US$ 70 e US$ 80 por barril em 2025.
Brava Energia está preparada para queda do petróleo?
Em entrevista ao Money Times, o CFO da Brava, Rodrigo Pizarro, afirmou que, no caso da 3R, o processo de aquisição de ativos foi realizado quando a curva de preços estava bem pior do que a atual.
Segundo ele, o modelo de negócios já foi pensado com uma curva de petróleo mais deprimida, que estabilizava em US$ 50.
Atualmente, qualquer modelo ou previsão de empresas, bancos ou instituições indica que a previsão de preços está acima de US$ 60, normalmente acima de US$ 65, e em alguns casos acima de US$ 70 no longo prazo.
Nesse aspecto, há bastante conforto em relação ao portfólio, tanto da 3R quanto ao principal ativo que veio da Enauta, o Atlanta. Estes são ativos muito resilientes a preços de petróleo baixos.
Agência Camara - DF 11/09/2024
O Projeto de Lei 1853/24 isenta de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) as máquinas agrícolas e os veículos elétricos ou movidos a energia limpa. A proposta, em análise na Câmara dos Deputados, é de autoria do deputado José Medeiros (PL-MT).
"É preciso estimular o modo de transporte e de produção sem emissões de gases poluentes, prejudiciais ao meio ambiente", afirma o parlamentar.
O texto também estabelece que a perda de arrecadação decorrente da isenção será compensada pela redução dos gastos do governo federal com propaganda, sendo permitidos somente anúncios que contenham conteúdo indispensável para a saúde da população.
O objetivo da medida, segundo José Medeiros, é evitar que o novo benefício fiscal prejudique as contas públicas.
Próximos passos
O projeto será analisado em caráter conclusivo por quatro comissões: de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.
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