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11 de Maio de 2023

SIDERURGIA

Valor - SP   11/05/2023

Produção de aço da companhia japonesa ficou em 44,46 milhões de toneladas no ano fiscal de 2022, queda de 9,3% na comparação anual

A Nippon Steel registrou lucro líquido de 694 bilhões de ienes (US$ 5,13 bilhões) no ano fiscal de 2022, encerrado em 31 de março de 2023, alta de 8,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A receita somou 7,9 trilhões de ienes (US$ 59,01 bilhões), alta de 17,1% em base anual.

Segundo a Nippon Steel, embora o ambiente de negócios permanecesse extremamente difícil, a empresa se esforçou para maximizar o lucro continuando a implementar medidas para melhorar a estrutura fundamental de lucro, em especial nos segmentos de siderurgia e fabricação de aço.

A empresa diz que, no segundo semestre fiscal, embora a economia chinesa estivesse em recuperação devido ao fim de sua política zero-covid, a demanda global por produtos siderúrgicos foi lenta com a recessão nos Estados Unidos causada e a contínua deterioração econômica na Europa e países emergentes, levando a uma queda na produção global de aço bruto.

A produção de aço da companhia japonesa ficou em 44,46 milhões de toneladas no ano fiscal de 2022, queda de 9,3% na comparação anual, enquanto os embarques de produtos de aço totalizaram 31,4 milhões de toneladas, baixa de 11,5% na mesma base de comparação.

Para o ano fiscal de 2023, iniciado em 1° de abril, a Nippon Steel prevê receita de 9 trilhões de ienes e lucro líquido de 650 bilhões de ienes. A produção esperada é de 41 milhões de toneladas de aço, com embarque de aproximadamente 32 milhoes de toneladas.

Portal Fator Brasil - RJ   11/05/2023

Confira as vantagens e as principais aplicações do material no segmento.

A Krominox, líder nacional na produção de tubos em aço inoxidável, indica a aplicação do material em maquinários, estruturas do campo e nos espaços de armazenamento e refrigeração.

Considerado um dos setores de maior expressividade à economia brasileira, o agronegócio deve apresentar um avanço de 8% em seu PIB, neste ano de 2023, segundo o Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV – Ibre). Fomentando o bom desempenho desse segmento, o uso do aço é cada vez mais frequente, principalmente por apresentar inúmeros benefícios, como força, resistência, versatilidade e durabilidade, aos maquinários e instalações. Por conta disso, Marcos Barbosa, CEO da Krominox, empresa líder nacional na produção de tubos em aço inoxidável, mostra as diversas as aplicações da liga metálica no agro.

Aço nos maquinários — Ao oferecer a força e a durabilidade demandadas pelos maquinários agrícolas, o aço está presente na plantação, em arados, ceifadeiras e colheitadeiras. Sua baixa taxa de manutenção otimiza a atividade e agrega economia, levando-se em conta que ferramentas e estruturas desenvolvidas em aço são 30% mais leves na comparação com outros materiais, e apresentam alta resistência, ainda que expostas a ambientes de alta agressividade como os do campo.

— Monitorando de perto o desempenho do agro, principalmente em virtude de o setor sucroalcooleiro ser uma das suas mais relevantes frentes de atuação, a Krominox tem novos investimentos previstos em R$ 15 milhões para 2023. O valor será direcionado para a otimização de seus maquinários, ferramentas e fornos térmicos dedicados à produção de tubos de aço com costura, a fim de atender com efetividade a perspectiva otimista do segmento —revela Barbosa.

Aço nas estruturas do campo — Cercas, telas metálicas e estufas para cultivo são algumas das estruturas do campo que contam com o aço em sua composição. Expostas às ações do tempo, essas superfícies necessitam de materiais resistentes como a liga metálica para que sua longevidade esteja garantida. Além de apresentar uma durabilidade assegurada por décadas, o aço é um material 100% reciclável e pode ser reaproveitado em soluções futuras, desenvolvidas a partir do metal.

Aço nos espaços de armazenamento e refrigeração — Após a colheita, os alimentos precisam ser armazenados e, algumas vezes, refrigerados até chegar ao seu destino. Nesse sentido, galpões, silos e câmaras de resfriamento, construídos em aço, tornam-se mais duráveis e de fácil higienização, uma vez que a liga metálica apresenta superfície lisa e simples manuseio. Quando estruturados em aço, os espaços de armazenamento podem ter seu tempo de construção reduzido em 40%, em comparação a outros meios, como a alvenaria.

Krominox — Presente no mercado do aço há 25 anos, a Krominox é uma das principais empresas brasileiras especializadas na fabricação de tubos e soluções em aço inoxidável. Com forte atuação no setor sucroalcooleiro e líder no segmento de papel e celulose, a Krominox demonstra toda sua expertise e qualidade para a fabricação de tubos personalizáveis, dentro de todos os diferentes padrões de bitolas e comprimento sob medida, de acordo com a necessidade específica de cada projeto. A empresa fabrica e fornece soluções também aos setores automotivo, alimentício, saneamento e tratamento, farmacêutico, químico e petroquímico, entre outros.

ECONOMIA

Veja - SP   11/05/2023

Em fevereiro, diversos líderes da base aliada do governo no Congresso Nacional pediram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicasse um economista sem viés heterodoxo para o Banco Central — a ideia era evitar um nome ‘antimercado’ para não atrapalhar o andamento de pautas importantes na Câmara e no Senado. Três meses depois veio, na última segunda-feira 8, a indicação de Gabriel Galípolo, número 2 do Ministério da Fazenda, Afinadíssimo como o chefe, o ministro Fernando Haddad, a indicação sinaliza algo que era temido por parte do mercado: um Banco Central mais à esquerda. A escolha estressou o câmbio e os juros futuros, trazendo mais gasolina para o combate ao alto patamar da Selic, a 13,75% ao ano, e colocando em risco a agenda de modernização e pró-competição empenhada pela autarquia desde o mandato de Ilan Goldfajn.

Embora tenha efetuado discursos ponderados durante sua jornada na Fazenda, a chegada de Galípolo é vista por alguns especialistas como uma retomada ao Banco Central dos tempos de Alexandre Tombini, que presidiu a autarquia durante os mandatos de Dilma Rousseff. “Eu tenho a impressão de que o Galípolo vai se colocar contrário às decisões que têm sido feitas pelo Copom logo de cara, dando início a um voto divergente em relação à queda dos juros”, afirma o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. “O histórico do Galípolo sempre foi heterodoxo. O risco de trazer alguém assim, que pode eventualmente virar o presidente do Banco Central, é encaminhar essa posição mais heterodoxa, pagando o preço disso com mais inflação, juros e menos crescimento. É o que o governo está querendo sinalizar com essa escolha, infelizmente.”

Vale explica que a indicação efetuada por Haddad pode também prejudicar a trajetória da bolsa de valores brasileira, hoje a 107,4 mil pontos. “Uma guinada do Banco Central para uma posição mais heterodoxa vai significar mais inflação e juros no futuro e, no final, menos crescimento. Menos crescimento é igual a menos investimento na bolsa. O sinal que o governo está sinalizando é de um cenário em que a bolsa pode ficar enfraquecida”, complementa. “A bolsa se fortaleceu entre 2016 e 2020, período em que a Selic caiu com força, tiveram reformas estruturais e, por isso, uma explosão de pessoas físicas entrando na bolsa. Agora, esse fluxo tende a ser revertido ou a desacelerar por conta desse ciclo mais errático que está vindo pela frente.”

O economista-chefe da gestora AZ Quest, Alexandre Manoel, acredita que Galípolo poderá, ao menos num primeiro momento, tentar adotar um posicionamento neutro e de diálogo com o atual corpo diretivo na instituição, tendo em vista, sobretudo, colocar-se como possível sucessor de Roberto Campos Neto na presidência da entidade. “Creio que ele tem todos os incentivos para ser neutro, para se aproximar do mercado e fazer uma transição serena para a presidência do BC. Depois de todo o esforço que o Fernando Haddad tem feito para coordenar as políticas monetária e fiscal, não faria sentido o Galípolo ser um contraponto ao Campos Neto”, afirma ele. “Desde que ele sentou-se na cadeira de número 2 da Fazenda, as falas públicas foram pragmáticas, pró-mercado e a favor do ajuste fiscal.”

A ministra do Planejamento e do Orçamento, Simone Tebet, disse, na última segunda-feira, que a indicação de Galípolo tende a “pacificar esta pauta” do patamar da taxa de juros. “Ele é uma pessoa preparada, que vai ser a voz do governo federal e também do Brasil dentro do Banco Central. Tem capacidade, tem experiência, diálogo e bom relacionamento com o presidente do Banco Central. Tem tudo para dar certo”, afirmou ela. A VEJA, a ministra também revelou que não foi informada sobre a decisão pelo ministro Fernando Haddad: “Não conversamos antes, mas a harmonia entre as pastas é com todos os secretários e equipe.”

Globo Online - RJ   11/05/2023

A produção industrial brasileira cresceu 1,1% em março, puxado por um avanço na produção do setor de derivados do petróleo. O resultado positivo veio após dois meses de queda, período em que acumulou retração de 0,5%. É o maior crescimento desde outubro do ano passado, quando avançou 1,3%. Ainda assim, o setor não elimina as perdas do passado recente.

A indústria nacional está 1,3% abaixo do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e 17,9% abaixo do nível recorde da série, alcançado em maio de 2011.Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada nesta terça-feira pelo IBGE.

O setor industrial registra uma melhora em seu desempenho, principalmente considerando o crescimento de magnitude mais elevada. Mas ainda está longe de ter um dinamismo capaz de eliminar as perdas recentes, explica o gerente da pesquisa, André Macedo.

— Ainda permanecem no nosso escopo de análise as questões conjunturais, como a taxa de juros em patamares mais elevados, que dificultam o acesso ao crédito, a taxa alta de inadimplência e o maior nível de endividamento por parte das famílias, assim como o grande número de pessoas fora mercado de trabalho e a alta informalidade.

Derivados de petróleo puxam alta

Segundo a pesquisa, 16 das 25 atividades investigadas registraram alta em março. O destaque foram os produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,7%), com aumento na produção de gasolina e óleo diesel. Este setor, contudo, vem de uma base de comparação mais baixa já que registrou queda em janeiro e dezembro.

A produção de máquinas e equipamentos (5,1%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (6,7%) foram outros dois destaques da indústria em março. No caso do setor de máquinas e equipamentos, o resultado positivo reverteu a perda de 0,7% registrada em fevereiro.

Segundo Macedo, houve um aumento tanto na produção de máquinas e equipamentos que ficam dentro da indústria, relacionados à ampliação ou modernização do parque industrial, quanto àqueles voltados para o setor agrícola e o setor de construção.

CNN Brasil - SP   11/05/2023

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) , apelidado de “inflação do aluguel” por ser comumente usado como balizador de reajuste nos contratos entre locador e locatário, recuou 1,13% na primeira prévia de maio, após cair 0,90% na mesma leitura de abril. A informação foi divulgada na manhã desta quarta-feira (10) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo a instituição, a contração foi puxada pela deflação do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que recuou 1,74%, ante queda de 1,40% no mesmo período de abril. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) desacelerou de 0,30% para 0,10% entre as leituras. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M), por outro lado, acelerou de 0,51% para 0,64%, de acordo com a FGV.

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), apelidado de “inflação do aluguel”, recuou 0,95% em abril, após alta de 0,05% em março, informou nesta quinta-feira (27) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em abril do ano passado, o IGP-M havia subido 1,41%.

Com o resultado, o indicador acumula deflação de 0,75% em 2023 e de 2,17% em 12 meses. É a primeira vez que o índice apresenta deflação em 12 meses desde fevereiro de 2018.

Globo Online - RJ   11/05/2023

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, em sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo, em abril de 2022, diz que o país venceu a primeira etapa do combate à inflação, mas ainda precisa superar a batalha mais difícil: a pressão sobre os preços no setor de serviços. Responsável pela elaboração das Atas do Copom, ele diz que é preciso “paciência e serenidade” antes do início do corte dos juros.

Guillen explica que a apresentação do arcabouço fiscal pelo Ministério da Fazenda reduziu os riscos na economia, mas que ainda é preciso esperar os seus efeitos sobre as expectativas de inflação, o dólar e a curva de juros. E não há prazo para isso.

Sobre a indicação do secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, para o cargo de diretor de Política Monetária — hoje também ocupado por Guillen interinamente — afirmou que espera um “debate profundo e técnico” e que tudo seguiu conforme o rito.

A inflação está em queda, mas os juros continuam altos. Como o BC explica esse cenário?

A forma como temos descrito o processo desinflacionário é em dois estágios. O primeiro estágio, que aconteceu, digamos, no fim do ano passado e início deste ano, era o mais fácil. Ele é mais concentrado em itens administrados e fora do núcleo de inflação. O segundo é esse em que você vai atingir a inflação de serviços e os núcleos de inflação.

Comitê de Política Monetária (Copom) é formado pelo presidente do BC e mais oito diretores

Estamos neste segundo estágio. O processo de desinflação é mais lento, por isso exige paciência e serenidade. A política monetária deve ficar restritiva.

O Copom chegou a sinalizar, em novembro, um possível início do ciclo de cortes nos juros, a partir de junho. O que mudou?

A principal mudança foi na parte das expectativas. As expectativas de inflação estão desancoradas, a partir de 2024 para os anos subsequentes, quase um ponto acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (em 2024 e 2025 o centro da meta é de 3%).

Ocorre que a expectativa de inflação é muito importante porque ajuda a guiar a definição de preços e salários. As pessoas usam como farol. Então, uma expectativa desancorada exige uma restrição de política monetária maior. Esse foi o maior aspecto.

Há uma crítica de que o Banco Central dá muita ênfase às previsões do Boletim Focus.

Quando você olha, historicamente, o Focus é um bom previsor de inflação. Tanto que, se olha os papers (estudos), eles sempre fazem como comparação ao Focus, porque é um bom previsor da inflação. Olhando o Focus, no período corrente, ele também não parece descolado do comportamento usual. Não vejo nenhuma anormalidade.

Quais os principais riscos do cenário?

Tem um risco para cima, que é uma inflação mais resiliente, a inflação de serviços e núcleos, o segundo estágio da inflação. O segundo é o risco fiscal, que diminuiu, porque os riscos de cauda (riscos inesperados) diminuíram depois da apresentação do arcabouço.

Além de estarem à frente de dois ministérios e bancos públicos, elas também integram o time do ministro da Fazenda, Fernando Haddad

Mas eu acho que o mais importante a responder é como o arcabouço afeta a dinâmica inflacionária, porque não há relação mecânica entre o arcabouço e a política monetária. Quando você pensa como o fiscal mais afeta a política monetária, o principal é o canal expectacional, como isso muda prêmios de risco, ativos e expectativas. É esse o canal que faz ter uma ligação maior entre o fiscal e o monetário.

O efeito do arcabouço é sobre o dólar e condições financeiras?

O que acontece com o dólar, com as expectativas, as condições financeiras que são afetadas (pelo arcabouço). O terceiro ponto, pensando no balanço de riscos, é a parte da desancoragem. Estamos vendo as expectativas desancoradas, mas se ela fica desancorada por muito tempo ou se ela desancora mais, ela pode levar a uma mudança na dinâmica de reajuste de preços. Há também resiliência da inflação de serviços.

Para ser aprovada: Appy admite que reforma tributária terá tratamento diferenciado para setores

A inflação de serviços está muito ligada ao mercado de trabalho, e o desemprego já está muito elevado. O que o Banco Central espera nesse cenário?

No período recente observamos um mercado de trabalho resiliente, aumento das vagas líquidas, um desemprego relativamente estável. O cenário do Comitê é de desaceleração do crescimento econômico, em linha com a política monetária mais restritiva. A relação da inflação de serviços com o mercado de trabalho é importante.

A inflação de serviços acaba mostrando como está se dando o processo do mercado de trabalho e o repasse de preços. Ela ajuda a enxergar não só as perspectivas futuras, seja por projeções, mas também o que está acontecendo.

Fogo amigo? Governo tenta conter deputados do PT que querem mudanças no arcabouço fiscal

Do ponto de vista fiscal, o que precisa acontecer para se ter efeito na política monetária?

Fica essa busca pela relação mecânica (entre o arcabouço fiscal e a queda dos juros), mas não há. Temos que pensar quais são os canais de transmissão da política fiscal sobre a política monetária. O principal é o canal expectacional. Como é que a política fiscal vai afetar os ativos de risco, as expectativas de inflação e as condições financeiras.

Isso que vai dar as condições para uma mudança na dinâmica inflacionária, porque no fim, o que estamos querendo ver é o que acontece com a dinâmica de inflação.

Historicamente, existe algum prazo para isso? Quando que se tem essa transferência para o canal de expectativas?

Não é claro. Por um lado, é uma informação pública, então as pessoas reagem mais rapidamente porque todo mundo recebe, lê o jornal, então isso levaria a ser mais rápido esse processo de expectativa.

Por outro lado, tem o processo de aprendizado, sobre o que está acontecendo, como é que é, qual é o comprometimento, se vai ter uma mudança de entrega, arrecadação, implementação. É difícil dar uma resposta.

Nesta semana, o secretário executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, mencionou que seria natural a indicação de alguém alinhado com o governo ideologicamente. Considerando que a diretoria monetária e econômica são as que dão maior embasamento técnico ao Copom, o senhor visualiza potencial divergência na atuação de ambas?

O debate da diretoria é muito técnico. Um debate muito embasado no trabalho dos servidores daqui. Tem essa personificação do Copom, mas a opinião dos diretores é muito embasada pela análise dos departamentos, seja a discussão de crédito, da dinâmica inflacionária. Eu espero um debate profundo e técnico (com Galípolo) como a gente tem atualmente (entre as diretorias).

A relação que tenho, tanto com o secretário-executivo quanto com o Ailton (Ailton Aquino dos Santos, para a diretoria de Fiscalização), é boa. É um processo descrito na Lei de Autonomia, prerrogativa do presidente, indicação de dois nomes. Está conforme o rito.

Há uma corrente de economistas que defende que juro não combate inflação. Como o senhor vê essa tese?

O nosso arcabouço é que a elevação de juros reduz a inflação. É um ponto pacífico. O segundo ponto é quanto afeta a desinflação, aí você vai depender um pouco se você observa que é uma inflação de demanda ou uma inflação de oferta, ou seja, quanto a política monetária bate na inflação. Quando você olha a composição da inflação atual, você vê que é uma inflação puxada por serviços, por núcleos associada a essa inflação de demanda.

Em resumo, o BC venceu o primeiro estágio de combate à inflação, mas falta o segundo, mais difícil?

Sim. O lado bom é que estamos no segundo estágio, mas é mais lento, mais custoso e exige perseverança.

MINERAÇÃO

CNN Brasil - SP   11/05/2023

Os contratos futuros de minério de ferro de referência subiram nesta quarta-feira (10) apoiados pelo otimismo renovado em torno das perspectivas de demanda na China, maior produtora mundial de aço, embora outros ingredientes siderúrgicos, incluindo carvão metalúrgico, tenham caído após um avanço de dois dias.

O contrato de minério de ferro mais ativo para junho na Bolsa de Cingapura subiu 1,9%, a 103,90 dólares a tonelada, tendo atingido 105,15 dólares no início da sessão.

Na Dalian Commodity Exchange da China, o contrato de minério de ferro mais negociado para setembro encerrou as negociações diurnas com alta de 0,3%, a 724 iuanes (104,74 dólares) a tonelada. Mais cedo, o contrato tocou 733 iuanes, o valor mais alto desde 24 de abril.

Intensificando as esperanças de aumento da demanda por minério de ferro, a consultoria da indústria siderúrgica e provedora de dados Mysteel informou que seis siderúrgicas na província de Shanxi, no norte da China, retomarão gradualmente a produção nas próximas duas semanas em meio a margens melhores, graças aos custos de produção mais baixos.

Isso provavelmente aumentará a taxa diária de utilização da capacidade do alto-forno para 89%, de 74,8% em 9 de maio, disseram analistas da Mysteel.

As expectativas de maior estímulo para a economia da China em meio a uma recuperação desigual também mantiveram os preços do minério de ferro sustentados.

“Certamente há um sentimento de que as autoridades chinesas provavelmente anunciarão mais medidas de apoio nas próximas semanas”, disse Al Munro, da corretora Marex.

O carvão em Dalian, no entanto, caiu 2,1%, enquanto o coque recuou 2%.

“Considerando que a demanda ainda está enfrentando pressão de baixa, os traders estão menos motivados a transportar carvão metalúrgico”, disseram analistas da Sinosteel Futures em nota.

As importações de carvão da China caíram em abril frente a uma alta de 15 meses no mês anterior, mas as compras no acumulado de janeiro a abril aumentaram 89% em relação ao ano anterior, mostraram dados na terça-feira.

Globo Online - RJ   11/05/2023

A tecnologia de reutilização de resíduos da atividade mineradora como matéria-prima para a produção de insumos agrícolas mostra a estreita relação entre mineração e fertilizantes. Nossa produção tem potencial de mais crescimento, com preservação ambiental, aliando pesquisa e infraestrutura para ampliar a oferta de fertilizantes nacionais a partir da transformação de resíduos minerais em insumos agrícolas.

O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores mundiais de alimentos, porém importa mais de 80% dos fertilizantes, sujeitos a flutuações de preços dos mercados internacionais e, pior, a choques de oferta. Com a guerra na Ucrânia, houve alta de 133% no preço do produto, exportado majoritariamente pela Rússia. Impacto que chegou à mesa dos brasileiros e afetou a competitividade de nosso agronegócio no mercado internacional.

Segundo a Universidade Federal de Minas Gerais, o Brasil tem reservas de potássio em quatro estados (AM, SE, SP e MG), com montantes suficientes para abastecer nossas necessidades até 2100. Trata-se de uma alternativa poderosa para reduzir custos do agronegócio. No entanto hoje dependemos da importação de potássio em quase 100%.

Encontrar soluções para reduzir a necessidade de importação e baratear o preço dos fertilizantes está entre os objetivos da Frente Parlamentar da Mineração Sustentável (FPMin), instalada no Congresso em março. No mês seguinte, a FPMin organizou, com as frentes parlamentares do Brasil Competitivo, da Agropecuária e da Química, o seminário “Fertilizantes — Uma questão estratégica para o Brasil”. No evento, representantes do Executivo, integrantes das cadeias de produção e distribuição de fertilizantes e pesquisadores discutiram alternativas para o país.

O Plano Nacional de Fertilizantes, do governo federal, também prevê o aproveitamento de rejeitos da mineração para impulsionar a competitividade da produção brasileira. Um exemplo é o uso de remineralizadores de solo (REM) e dos fertilizantes naturais (FN). Em vez de ser descartados, resíduos ricos em nutrientes podem contribuir para um agronegócio mais sustentável.

Além disso, a possibilidade de tratar e transformar resíduos em fertilizante em solo nacional, perto dos polos agrícolas, simplifica a logística, reduz frete e diminui o custo Brasil. O aspecto sustentável está no reaproveitamento de material que seria descartado e poderia gerar passivos ambientais e financeiros de longo prazo.

Alternativas existem. Tecnologia e pesquisas estão à nossa disposição. É crucial que o arcabouço legal para exploração mineral sustentável e a expansão da produção brasileira de fertilizantes seja estruturado agora. É preciso garantir a soberania do país, valorizar seu potencial produtivo e incentivar uma nova industrialização.

É tempo de deixarmos de ser meros exportadores de commodities

Valor - SP   11/05/2023

Preço da matéria-prima do aço no porto de Qingdao, na China, caiu para US$ 102,7 na semana passada, redução de 23% em relação à alta recente de março, e subiu para US$ 107,9 no fechamento de segunda-feira (8)

Os preços do minério de ferro na China caíram aos níveis mais baixos em cinco meses, com a demanda fraca contribuindo para as evidências de que a recuperação econômica do país depois dos “lockdowns” da covid-19 pode estar titubeando.

Após a forte produção de aço no primeiro trimestre, o otimismo e a atividade que se seguiram ao fim dos lockdowns diminuíram, levando a um “colapso” do mercado de aço e gerando dúvidas quanto à durabilidade da recuperação econômica chinesa.

O preço do minério de ferro entregue no porto de Qingdao, no norte da China, caiu para US$ 102,7 na semana passada, redução de 23% em relação à alta recente de março, recuperando-se ligeiramente para US$ 107,9 no fechamento dos negócios na segunda-feira (8).

A referência é considerada um fator importante na formação dos preços para o mercado mundial porque a China é a maior consumidora de minério de ferro, o ingrediente crucial na produção do aço. O minério de ferro é também um importante gerador de lucros para companhias mineradoras ocidentais como BHP, Rio Tinto e Vale.

Normalmente, março e abril são os meses de pico de produção para o mercado siderúrgico chinês, mas este ano as usinas do país cortaram a produção em abril, depois que a redução da demanda por aço tornou mais difícil para elas obter lucros.

No primeiro trimestre, a produção de aço das usinas chinesas foi 6,1% maior do que no mesmo período do ano passado, alcançando 262 milhões de toneladas, mas os pedidos dos clientes não acompanharam esse ritmo, segundo a Associação do Ferro e do Aço da China.

“A demanda por aço despencou desde o começo de abril”, disse um trader de Hong Kong. “O mercado esperava um aumento de 10% na demanda por aço para infraestrutura [este ano], mas nossa estimativa mais otimista é de 2%.”

A atividade manufatureira da China perdeu força em abril, com o índice dos gerentes de compras que mede a atividade industrial caindo de 51,0 pontos em março para 49,2 em abril. Uma leitura abaixo de 50 pontos indica contração.

No setor da construção, que responde por cerca de metade da demanda chinesa por aço, o crescimento tem sido mais lento que o esperado. Os inícios de novas construções em março foram 29,1% menores do que mesmo período do ano passado.

A demanda por aço do setor automobilístico, que responde por 10% a 15% do consumo de aço chinês, também está fraca.

A desaceleração nos setores industrial e da construção acontece apesar de a China ter anunciado no mês passado um crescimento trimestral anualizado do PIB de 4,5%, bem acima das expectativas dos analistas, que previam crescimento de 4%. No entanto, muitos investidores estão preocupados com a capacidade de sustentação desse ritmo de crescimento.

Mudanças estruturais na economia chinesa à medida que ela desenvolve seu setor de serviços também reduzirão a demanda por aço com o tempo, segundo Tom Price, analista da Liberum. “A maioria dos setores que usam o aço – construção e infraestrutura – já estão erguidos”, disse ele.

A produção de aço da China no ano passado caiu 2% para 1,01 bilhão de toneladas, segundo a Associação Mundial do Aço, em parte devido aos cortes de produção ordenados pelo governo.

Erik Hedborg, um analista de minério de ferro da consultoria Cru, disse que a demanda fraca na Coreia do Sul e no Japão – onde a escassez de semicondutores desacelerou a produção automobilística – também contribuiu para a queda dos preços do minério de ferro em toda a Ásia.

“Estamos em um período de normalização” depois de vários anos de preços relativamente altos, disse Hedborg. “Acreditamos que os preços do minério de ferro ficarão abaixo de US$ 100 neste ano, mas há também um limite para essa queda.”

Dentro da China, uma campanha da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma para derrubar os preços do minério de ferro também teve um impacto, embora não seja a principal razão da queda, segundo participantes do mercado.

Uma fonte próxima da Comissão disse estar pessimista com as perspectivas para o minério de ferro e acredita que a demanda da China por aço atingirá o pico em breve. “A demanda enfrenta um colapso”, disse a fonte.

No começo de março, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma publicou declarações de advertência culpando a “especulação de mercado” pela alta dos preços, e em abril ela alertou os operadores no mercado futuro para “exageros” nos preços do minério de ferro, afirmando que iria intensificar sua supervisão do mercado.

“O maior escrutínio da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma sobre os preços do minério de ferro também impactou o mercado”, disse Siew Hua Seah, diretor da Argus Ferrous Markets, observando que as “tradings” foram alertadas pela Comissão para não “acumular” commodities e aumentar os preços.

Para companhias mineradoras como Rio Tinto, BHP e Vale, que vendem minério de ferro para a China, a produção continua sendo bastante lucrativa aos atuais preços. O presidente-executivo da Rio Tinto, Jakob Stausholm, disse não estar “muito preocupado” com a queda nos preços.

“O que vocês viram nas últimas semanas foi que várias siderúrgicas aproveitaram a oportunidade para fazer uma pequena paralisação”, disse ele em resposta a perguntas na assembleia anual de acionistas da Rio Tinto em 4 de maio. “Poderá haver um uso um pouco menor de minério de ferro por ora, mas isso pode voltar em um mês ou dois.”

Agência Brasil - DF   11/05/2023

Representantes de organizações da sociedade civil apontaram o desmanche de órgãos regulatórios, o apoio ao lobby do mercado de minérios e a tentativa de fragilizar ainda mais as legislações relacionadas à temática da mineração como os principais motivos para o incremento do garimpo ilegal no país. Durante audiência pública na Comissão de Meio Ambiente do Senado, nesta quarta-feira (10), foi apresentado os resultados de um relatório apontando que, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o garimpo ganhou protagonismo político inédito.

Elaborado pelo Observatório da Mineração e Sinal de Fumaça, organizações da sociedade civil que tratam o tema, o relatório Dinamite pura: como a política mineral do governo Bolsonaro armou uma bomba climática e anti-indígena, mostra que membros da cúpula federal bolsonarista favoreceram o lobby do garimpo ilegal. “O que resultou na explosão da atividade em terras indígenas e unidades de conservação”.

Segundo o fundador e diretor do Observatório da Mineração, Maurício Ângelo, o governo anterior ignorou os apelos das lideranças Yanomami que denunciaram a crise humanitária na terra indígena, enquanto estava articulando para aprovar formalmente a mineração em terras indígenas.

“O governo sabia muitíssimo bem o que estava acontecendo na terra indígena Yanomami e em outras terras. Você tinha lideranças falando olho no olho para o governo sobre o que tinha acontecido, você teve relatórios muito detalhados, inclusive com mortes de crianças, já se sabia disso antes e não causou nenhuma comoção no governo”, denunciou Ângelo durante a audiência, citando que a situação também é crítica nas terras Caiapó Munduruku.

Uma das principais iniciativas foi o Projeto de Lei 191/2020, assinado por Jair Bolsonaro, pelo ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque e pelo então ministro da Justiça Sérgio Moro, para liberar mineração em terras indígenas.

Ângelo citou ainda o histórico recente do setor da mineração com destaque para os desastres e acidentes como o rompimento da barragem de Mariana, considerado o maior desastre ambiental da história do Brasil; o rompimento da barragem de Brumadinho que matou 270 pessoas; e o da extração de sal-gema pela Braskem, em Maceió, que causou o afundamento de bairros, afetando 200 mil pessoas.

“Considerado o histórico que a mineração tem no Brasil, é razoável que você abra terra indígenas para mineração industrial, agronegócio, garimpo, hidrelétricas? O Brasil precisa disso? É isso que a gente quer?”, indagou.

Segundo o especialista, o setor de mineração e o de siderurgia, juntos, representam apenas 3% do Produto Interno Bruto (PIB), consome 11% de toda a energia produzida no país e emite mais de 107 milhões de toneladas de CO² na atmosfera. Ângelo defendeu que o Brasil precisa rever o modelo de desenvolvimento do setor e criar alternativas, uma vez que a atividade de mineração é finita.

“A mineração vale quanto pesa? O que a mineração está contribuindo para o país? Qual o legado nas principais cidades mineradoras de Minas Gerais, do Pará, da Bahia, de Goiás, Mato Grosso, falando aqui da mineração industrial. A questão do garimpo chamou atenção este ano, mas você precisa oferecer alternativas econômicas, mas mesmo as cidades que vivem do garimpo há muitas décadas, elas não têm um maior desenvolvimento econômico”, alertou.

A fundadora do Sinal de Fumaça, Rebeca Lerer, disse existir, no governo anterior, uma estratégia de lobby bastante sofisticada para avançar projetos de lei, medidas provisórias, que facilitassem o acesso à terra de uma forma muito predatória tanto para o agronegócio quanto para a mineração.

“O que a gente observa nessa linha do tempo é o total descontrole no uso da terra para mineração no Brasil, dos casos mais extremos, como os casos de crises humanitárias que a gente vê em terras indígenas, não só nas terras Yanomami, mas nos Caiapó, nos Munduruku, na região do Rio Madeira e outros projetos minerais”, disse. “Foi uma política mineral das grandes empresas transnacionais, dos minerais estratégicos, da exploração privada de minerais como o urânio, por exemplo, e isso estava sendo pouco discutido pela sociedade”, acrescentou.

Rebeca citou que por ano a atividade de mineração impacta cerca de 700 mil pessoas, com a poluição da água e do solo, problemas graves de saúde com contaminação por mercúrio, materiais radioativos, pessoas atingidas por barragens, entre outros problemas.

“Qual a estratégia do Brasil de médio e longo prazo que contemple a emergência climática que está colocada sobre nós, para a gente fazer uma transição econômica, social, energética e na maneira como a gente usa a terra no nosso país para uma economia de baixo carbono e com justiça climática?”, perguntou.

O ouvidor da Agência Nacional de Mineração (ANM), André Elias Marques, disse que a agência está abandonada, apesar de ter a terceira maior arrecadação entre as agências reguladoras. Ele defendeu uma maior estruturação para a ANM, que tem, entre outras atribuições, regular, fiscalizar e vistoriar barragens e pilhas de rejeitos, controlar o devido fechamento de minas e a lavra de acordo com aspectos ambientais.

“A Agência Nacional de Mineração está abandonada, está sucateada. É uma agência muito defasada e muito aquém das outras agências reguladoras. A ANM está sucateada e não está pronta para fiscalizar o setor de forma adequada”, afirmou.

Edição: Fernando Fraga

Infomoney - SP   11/05/2023

Debatedores defenderam nesta quarta-feira (10), em audiência pública, a revisão da Lei Kandir para permitir a volta da cobrança do ICMS sobre as exportações de produtos primários não renováveis. O objetivo é possibilitar a taxação dos minérios, medida que também beneficiaria os municípios, que ficam com parte do ICMS arrecadado.

A questão foi levantada na Comissão de Minas e Energia, durante debate sobre a mineração e a reforma tributária. A audiência pública foi pedida pelo deputado Rodrigo de Castro (União-MG), presidente da comissão.

Em vigor desde 1996, a Lei Kandir isentou do ICMS as exportações de produtos primários e semielaborados. A medida gerou queda na arrecadação de estados mineradores, como Pará e Minas Gerais, que foi compensada em parte com recursos do orçamento federal.

Para o secretário de Fazenda do Pará, René Sousa, é preciso rever o “dogma” de não taxar as exportações. “Não é nenhuma ofensa tributar um pouco os bens não renováveis para compensar os estados e municípios dos efeitos que ficam da atividade”, disse. Segundo ele, as empresas do setor têm alta lucratividade e seriam pouco impactadas com a cobrança de ICMS.

A mesma avaliação é feita pelo prefeito de Conceição do Mato Dentro (MG), município minerador, José Fernando Aparecido. Para ele, a isenção de ICMS beneficia apenas os países compradores dos minérios brasileiros. “Estamos isentando a China, que compra o nosso minério, para desenvolver uma cadeira produtiva lá na China”, disse Aparecido, que também preside a Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig).
Contribuição mineral

Presente ao debate, o secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, afirmou que as duas propostas de reforma em discussão na Câmara dos Deputados (PECs 45/19 e 110/19) preveem o fim da tributação da exportação – o próprio ICMS deixará de existir. Segundo ele, a boa tributação indireta não onera as exportações e os investimentos.

Appy defendeu ainda que o caminho para tributar a mineração é a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), que não é tratada na reforma tributária. A CFEM é uma espécie de taxa que incide sobre a receita bruta de venda de minérios pelas empresas. No ano passado o Brasil arrecadou R$ 7 bilhões com ela. Os recursos tiveram diversos destinos, sobretudo estados e municípios onde ocorre a produção, conforme a Lei 13.540/17.

O superintendente de Arrecadação e Fiscalização de Receitas da Agência Nacional de Mineração (ANM), Daniel Pollack, disse que o aumento da arrecadação da CFEM é possível apenas com fiscalização, mas isso esbarra na falta de estrutura da agência, que inclui sistemas antiquados e carência de pessoal. “Só temos cinco fiscais para fiscalizar o país inteiro”, disse Pollack. As estimativas da ANM é de que a cada um real arrecadado de CFEM, outro um real é sonegado.
Estruturação

Para os deputados que participaram da audiência pública, é preciso buscar uma solução que beneficie os estados. O deputado Joaquim Passarinho (PL-PA) defendeu o aumento da taxação dos minérios exportados. “No estado do Pará, por exemplo, o impacto é muito grande”, disse.

O deputado Padre João (PT-MG) e a deputada Greyce Elias (Avante-MG) propuseram a derrubada de um veto presidencial à Lei 14.563/23, que viabilizava a criação de cargos na ANM e reajustava o salário dos servidores. O veto ainda será apreciado pelos deputados e senadores. A medida também foi defendida pelo presidente da comissão, deputado Rodrigo de Castro. “Há um compromisso de derrubarmos esse veto”, disse.

Máquinas e Equipamentos

Construção Latino-americana - SP   11/05/2023

A Construção Latino-Americana (CLA) entrevistou recentemente Roberto Marques, diretor comercial de construção e florestal da John Deere no Brasil, espaço em que o entrevistado abordou diversos assuntos relevantes para a empresa, incluindo a aquisição da Wirtgen Group, a conclusão da joint venture com a Hitachi, a cadeia de suprimentos e o desenvolvimento do mercado na América Latina.

Desde que a John Deere adquiriu a Wirtgen Grupo em 2017 com um valor estimado de US$ 5,2 bilhões, a empresa expandiu significativamente sua oferta de equipamentos, abrangendo também construção de estradas e britagem e peneiramento, com marcas como Wirtgen , Vögele , Hamm , Kleemann e Ciber. Uma das primeiras mudanças ocorridas está relacionada à adaptação dos equipamentos do grupo alemão para uso de motores John Deere, além de buscar uma sinergia de muitos fornecedores para utilizar componentes comuns no portfólio de produtos da empresa, explica Marques.

Da mesma forma, houve um processo de consolidação da rede de distribuição da empresa na América Latina. Segundo o executivo, a Wirtgen atendia muitos mercados diretamente, principalmente na Europa, enquanto na América Latina havia um mix. “Mesmo no Brasil havia territórios com atendimento direto e outros com distribuidores. Alguns deles, desde antes da aquisição, também eram concessionários John Deere. Com a compra do conglomerado alemão, iniciou-se um processo de consolidação naqueles casos que faziam sentido. Mas hoje a grande maioria são revendedores das duas marcas”, continua.

Entre as mudanças decorrentes desta aquisição, não se pode deixar de citar o crescimento da empresa em termos de receita. De acordo com o ranking Yellow Table 2017, a John Deere ocupou a 7ª posição entre as 50 maiores fabricantes de equipamentos de construção do mundo, enquanto na edição do ano passado a empresa subiu para a quinta posição, com faturamento de cerca de US$ 11.368, milhões.

A aquisição do Grupo Wirtgen “foi um movimento muito forte na presença do mercado e no portfólio de equipamentos”, define Marques.

Uma nova etapa

Além dessa compra, outra importante decisão tomada pela John Deere foi a separação de águas com a Hitachi. Ambas as empresas tiveram uma joint venture de mais de 30 anos de fabricação conjunta para as Américas e, apesar do sucesso comprovado dessa parceria, ambas as empresas seguiram caminhos separados para avançar em seus próprios desenvolvimentos mais rapidamente. “ Isso foi feito para acelerar o desenvolvimento tecnológico para tornar as operações de nossos clientes cada vez mais sustentáveis, inteligentes e seguras. A John Deere continua investindo e trazendo inovações para complementar e integrar globalmente todo o seu portfólio”, afirma Marques .

O fim dessa parceria significou que a John Deere adquiriu as fábricas de escavadeiras da joint venture em Indaiatuba , Brasil, Kernersville , Estados Unidos, e British Columbia, Canadá.

Tras la adquisición, John Deere continúa controlando el diseño de su excavadora hidráulica, en todos los productos (rango de potencia y serie) y las actualizaciones de funciones, lo que permite responder más rápidamente a los requisitos del cliente e integrar las excavadoras con otros productos da empresa

Cadeia de suprimentos

Quanto à cadeia de suprimentos, Marques reconhece que tem sido um tema importante para todas as indústrias durante a pandemia. No entanto, ele destaca que a John Deere conseguiu enfrentar bem essa onda graças à flexibilidade de suas fábricas. “Acho que conseguimos superar muito bem essa onda negativa, pois todo o nosso pessoal tem feito um trabalho muito bom para manter o fluxo de componentes funcionando corretamente. Claro que, como todo mundo, tivemos impactos na velocidade de obtenção dos componentes e as fábricas tiveram que reajustar seus planos de trabalho muitas vezes. Foi um processo que exigiu muito dinamismo e flexibilidade para que eles pudessem dar conta muito bem do fluxo de componentes, que não era como estávamos acostumados antes da pandemia, e conseguimos atender a demanda de acordo com a nossa capacidade. Agora está tudo muito mais tranquilo”, afirma.

Além do aspecto dos componentes, outro fator relevante que afetou o setor foi a forte valorização do aço. O valor desta commodity experimentou grande volatilidade devido a diversos fatores econômicos e geopolíticos. Segundo dados da World Steel Association , em 2019 o preço médio do aço laminado a quente ficou em torno de US$ 550 a tonelada, enquanto em 2021 o preço médio ficou em torno de US$ 1.000 a tonelada, com picos chegando a US$ 1.300 . Embora o aço já esteja se normalizando e segundo a Fitch Solutions a média em 2022 estaria em torno de US$ 750 por tonelada e para 2023-2025 espera valores próximos a US$ 535 por tonelada.

Por fim, outro índice que oscilou fortemente durante a pandemia, e que atualmente melhorou, mas não totalmente, é o custo do frete. “Esse é um aspecto particularmente importante, porque afeta tanto a importação de componentes quanto a exportação de equipamentos”, comenta Marques.

Desenvolvimento de mercado

Sobre o desenvolvimento do mercado, o executivo destaca que a América Latina é uma região muito interessante e que vem ganhando cada vez mais relevância. Segundo alguns dados fornecidos pela Marques, durante o ano de 2022 a venda de equipamentos de construção da linha amarela deverá ter atingido cerca de 55.000 unidades (cerca de 35.000 no Brasil). “A indústria de máquinas para construção na região é bastante grande e semelhante à dos Estados Unidos. Temos um papel considerável nas Américas, como um todo”.

“Como vemos o mercado daqui para frente?”, questiona o executivo. “Para 2023 la expectativa de América Latina es algo menor, demandando alrededor de 47.000 unidades, esto debido a las tasas de interés más altas ya los cambios de gobierno experimentados en algunos países, lo que toma un tiempo para acomodarse frenando un poco la adquisición de equipes. Mas é uma perda muito pequena, nada preocupante”, diz Marques. Embora ele alerte que essa queda ainda não foi observada nos resultados ano a ano. “Se olharmos para os últimos 12 meses, ano para ano , continua subindo”, indica.

Além disso, a região ainda está com projetos de desenvolvimento interessantes que permitiriam um mercado saudável. “No México existe o processo de nearshoring , com empresas que trazem suas fábricas para o país. Estive recentemente na Colômbia e há muitos trabalhos que estão avançando. E o Brasil, embora esteja passando por um período de adaptação com o novo governo, também tem muitas obras em andamento”, afirma Marques.

Para o executivo, a grande preocupação é a Argentina, que tem uma restrição muito importante para importações, não só de equipamentos, mas em geral, para a qual o país apresenta expectativa de queda, após ter atingido um mercado de mais de 4.000 equipes em 2022.

Por fim, Marques alerta que o setor de locação é o que mais mostra força no momento, principalmente por conta dos juros. “Historicamente, quando há um período de alta de juros, o segmento de locação cresce naturalmente. Quanto pode crescer? É difícil prever. O setor normalmente representa entre 10-15%, dependendo de cada país, mas pode chegar a 20-25%. Embora tudo seja uma expectativa”, aponta.

Investimentos

A importância do mercado latino-americano para a John Deere pode ser demonstrada pelos investimentos que a empresa tem feito na região. Segundo Marques, a empresa investiu mais de US$ 800 milhões só na última década, ampliando o depósito de peças de reposição de Indaiatuba, abrindo um novo depósito em Miami e reforçando os armazéns de distribuição na Argentina e no México, por exemplo.

Vale lembrar que em novembro passado a empresa anunciou um investimento de R$ 190 milhões (cerca de US$ 35 milhões) em suas duas fábricas localizadas no Brasil, indicando que sua intenção é atender à crescente demanda por máquinas da linha amarela e aumentar o treinamento de mais pessoas para trabalhar na indústria nos próximos anos. Além desses objetivos, o investimento contempla melhorias no programa Smart Connected Factory, responsável por desenvolver ferramentas e processos inteligentes relacionados à Indústria 4.0, que engloba um amplo sistema de tecnologias avançadas como inteligência artificial, robótica e internet das coisas. .

“Nossa região tem um grande potencial de crescimento e investir mais é questão de tempo, embora nada tenha sido anunciado ainda. Temos os ingredientes para continuar sendo uma região muito atrativa para a empresa”, afirma Marques.

Energias. Não existe uma solução única

A John Deere mantém o seu compromisso final de reduzir as emissões e reduzir a utilização de elementos poluentes e que as suas fábricas utilizem cada vez mais materiais reciclados. De fato, a empresa estabeleceu uma meta de 2026 para lançar uma alternativa de acionamento elétrico em pelo menos 20 equipamentos.

De facto, durante a Conexpo a empresa expôs o protótipo de uma nova escavadora eléctrica, que é alimentada por uma bateria Kreisel (empresa austríaca da qual a John Deere é accionista maioritária) , e que, segundo a empresa, irá melhorar a fiabilidade, desempenho e segurança da construção. Já em 2021 havia sido anunciado o protótipo de uma retroescavadeira elétrica.

“O objetivo é desenvolver ainda mais as tecnologias de equipamentos elétricos. Mas não podemos esquecer que o que a bateria fornece é energia, que, se não vier de fonte limpa, não faz sentido. Por isso também estamos desenvolvendo formas de obtenção de energia limpa, seja ela eólica, solar ou outra, para que o ecossistema funcione de forma limpa. Mas a eletrificação não pode ser a única solução, é uma das soluções”, diz Marques.

É assim que a John Deere também está investindo em tecnologias híbridas, onde já possui três tratores , entre os quais se destaca o seu 850 X- Tier , que também foi exposto na recente Conexpo .

A empresa, claro, também está investigando outras formas de alimentar seus equipamentos, como o hidrogênio. “Há um grande número de fontes de trabalho que estão sendo analisadas como fontes alternativas”, diz o executivo, que antecipa que “nos próximos três ou quatro anos veremos muitas novidades”.

Inovação e tecnologias

Mas os avanços não andam só de mãos dadas com os novos combustíveis. Segundo Marques “existe uma demanda muito forte dos clientes em relação à segurança. Assim, as máquinas devem ter cada vez mais sistemas de detecção para que possam alertar o operador e até parar a máquina. Esse é um desenvolvimento muito forte.”

Por exemplo, a John Deere tem sua tecnologia SmartDetect que combina câmeras e aprendizado de máquina. Alerta os operadores quando um objeto entra no caminho projetado da máquina e fornece alertas de detecção exclusivos para pessoas dentro do campo de visão total da câmera. Com SmartDetect com Assist , a máquina irá parar automaticamente antes de entrar em contato com uma pessoa.

O Advanced Vision System, que a empresa diz ser o primeiro da indústria, integra duas câmeras digitais nas molduras dos espelhos laterais para maior visibilidade das laterais da máquina. Uma visão integrada de todas as câmeras na tela da cabine ajuda a aumentar a consciência espacial do operador com visões mais amplas e maior clareza.

Outro dos avanços tecnológicos referidos por Marques vai a par de permitir uma operação mais eficiente, mesmo com operadores menos experientes, com sistemas como o Auto Level e o Smart Weight . O Auto Level oferece um paralelismo quase perfeito (+/- 2°) ao longo de todo o ciclo de elevação e abaixamento da caçamba ou garfo, enquanto o SmartWeigh oferece um sistema de pesagem dinâmico para melhorar os tempos de ciclo ao carregar caminhões ou fábricas.

“Além de tornar uma operação mais eficiente e segura, permite que ela seja feita com operadores menos qualificados, pois o equipamento funciona de forma mais automática. O operador menos experiente pode fazer uma operação tão boa quanto um mais experiente, pois o equipamento permite maior eficiência. Essa é uma tendência que vem forte”, acrescenta Marques.

O executivo também destaca a conectividade das máquinas da marca e seu monitoramento constante, que entre outras coisas pode até detectar falhas prematuramente. “Você pode monitorar como está indo a operação em geral. Temos até a capacidade de fazer ajustes no software remotamente e isso é algo exclusivo para nós. Também podemos escanear as principais funções da máquina e avaliar como ela está funcionando”, finaliza.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   11/05/2023

Itens como caminhões e veículos tiveram crescimento mais significativo que em meses anteriores, a despeito das paradas e férias coletivas em algumas fábricas, explicou o gerente da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, André Macedo

Mesmo com continuidade de paralisações em algumas unidades, a indústria automobilística ajudou a puxar a produção industrial em março, afirmou o gerente da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), André Macedo.

Ao comentar os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de alta de 1,1% da indústria em março, ele ressaltou a importância do segmento para o desempenho industrial do mês.

A atividade de veículos automotores, reboques e carrocerias teve expansão de 0,2% em março, ante fevereiro. Mas Macedo explicou que itens como caminhões e veículos tiveram crescimento mais significativo que em meses anteriores, a despeito das paradas e férias coletivas em algumas fábricas.

“O conjunto da atividade de veículos só avança 0,2%. Mas dentro da leitura de atividade, tem diferentes efeitos. Tem comportamentos positivos de caminhões e automóveis. No limite, automóveis e caminhões têm crescimento e justificam a alta de 6,3% de bens de capital, no caso de caminhões, e de 2,5% de bens duráveis”, afirmou ele.

A despeito desse resultado mais positivo para a indústria automobilística em março, Macedo sinalizou que as paralisações e férias coletivas permanecem como uma característica desse setor em 2023.

“Existe uma necessidade de a indústria se adequar à demanda corrente. Os juros elevados dificultam o acesso à crédito e essas paralisações permanecem. Inclusive os dados da Anfavea [Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores] de abril mostram que isso continua”, disse.

O desempenho positivo da indústria automobilística não foi o único a impulsionar o ganho da produção em março. A maior influência para a alta de 1,1% da indústria na passagem entre fevereiro e março veio de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com alta de 1,7%. Em seguida, está o segmento de máquinas e equipamentos, que subiu 5,1% após queda de 0,7% em fevereiro.

Os destaques, segundo Macedo, foram as máquinas para o setor industrial – tanto as seriadas quanto as não-seriadas, que são as fabricadas por encomenda – e também as máquinas voltadas para o setor agrícola.

Também contribuiu para o resultado o aumento de 6,7% de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos. Em dois meses, o ganho acumulado é de 8,6%.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Valor - SP   11/05/2023

Índice da Mortgage Bankers Association's (MBA) registrou aumento de 6,3%

Os pedidos de hipotecas registraram alta na semana passada, terminada em 5 de maio, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pela Mortgage Bankers Association's (MBA). O aumento foi de 6,3%, saindo de 214,4 para 227,8.

O índice de refinanciamento subiu 10%, a 507,1 ante 461,2 na semana anterior. Porém, em relação ao ano anterior, houve queda de 44%. Já o índice de compra avançou 4,8%, de 165,8 anteriormente a 173,7, e está 32% abaixo do mesmo período do ano anterior.

“As aplicações hipotecárias responderam positivamente a uma queda dos juros na semana passada, já que o Federal Reserve (Fed) sinalizou uma possível pausa no nível atual para a taxa de juros em antecipação à desaceleração da inflação e ao aperto nas condições financeiras”, disse Joel Kan, vice-presidente e vice-economista-chefe da MBA. “

O Estado de S.Paulo - SP   11/05/2023

O Ministério das Cidades planeja publicar nesta semana uma regulamentação para as contratações da Faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) para prever subsídio maior do governo para unidades construídas em terrenos com melhor infraestrutura à disposição nas cidades, segundo fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast.

A Faixa 1 é destinada às famílias de baixa renda, que ganham até R$ 2,6 mil por mês, com a maior parte da moradia bancada com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). Com a novidade, a ideia é incentivar a construção de condomínios residenciais em áreas que proporcionem melhor acesso a serviços e infraestrutura.

O teto de subsídio no Faixa 1 já está estabelecido em R$ 170 mil para unidades construídas em locais urbanos. Tradicionalmente, o governo define o valor do subsídio pelas características do município. Dessa vez, contudo, a parcela também deverá sofrer uma variação a depender do terreno. Um exemplo dado por uma fonte é a proximidade do condomínio residencial de uma escola.

O histórico do Minha Casa, Minha Vida, resgatado na terceira gestão de Lula, é marcado por críticas em razão da localização dos residenciais. Distância dos centros urbanos, do comércio, escolas e falta de infraestrutura, além da dificuldade de acesso ao transporte público, estão entre as principais reclamações de quem foi beneficiado pelo Faixa 1 no passado.

A Casa Civil e o Ministério das Cidades afirmam desde o início do governo que iriam endereçar a questão na reformulação do programa, com diretrizes dadas na MP que relançou o MCMV em fevereiro. As portarias agora irão detalhar como essa política será implementada. Segundo apurou o Broadcast, deverão ser três textos publicados no Diário Oficial da União (DOU) sobre as contratações com o FAR. Um vai conter as diretrizes gerais; outro trará as definições sobre a escolha dos terrenos para os empreendimentos; e um terceiro deve prever as especificações sobre os apartamentos.

Para tentar evitar surpresas, o ministro das Cidades, Jader Filho, tem feito rodadas de apresentação das portarias a integrantes do Congresso, incluindo a cúpula. Enquanto isso, o governo aguarda a votação da MP do MCMV no Parlamento. O texto tem validade até 14 de junho, e ainda precisa ser aprovado pela comissão mista e pelos plenários da Câmara e Senado.

NAVAL

CNN Brasil - SP   11/05/2023

A movimentação de cargas nos portos brasileiros cresceu 1,64% no primeiro trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Foram movimentadas 279,5 milhões de toneladas em mercadorias pelos portos entre janeiro e março. Quase um terço disso refere-se ao transporte de minério.

Outras cargas de destaque no primeiro trimestre foram o milho, que movimentou 8,9 milhões de toneladas (crescimento de 155%); farelo de soja, com 4,5 milhões de toneladas movimentadas (aumento de 4%); e petróleo, com 48,9 milhões de toneladas (alta de 11%).

Para o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, a tendência é positiva. “A agência vem concentrando esforços na condução das licitações para arrendamentos e concessões portuárias”, disse Nery.

“Entendemos que os números apresentados pelo estatístico aquaviário de movimentação, tanto nos portos públicos quanto nos terminais de uso privado, são reflexos também desse trabalho”, acrescentou.

Portos e Mercados - SP   11/05/2023

O saldo positivo também é visto nas cargas em granel líquido, que apresentaram crescimento em 4,62%, contabilizando 108.309 toneladas movimentadas. Nesta categoria, o destaque vai para o óleo diesel, que movimentou 34,58% a mais.

A Administração do Porto de Maceió (APMC) divulgou, nesta quinta-feira (20), o aumento de 15,59% da movimentação de cargas do primeiro trimestre de 2023. O Porto de Maceió movimentou, nos três primeiros meses do ano, 778.750 toneladas, enquanto durante o mesmo período em 2022, foram registradas 673.712 toneladas.

As cargas da categoria granel sólido apresentaram aumento de 20,58%, com destaque para o minério de cobre. A mercadoria contou com o acréscimo de 128,79%, movimentando 23.794 toneladas entre janeiro e março. Entre as mercadorias com aumento considerável, estão também o coque de petróleo (+60,94%) e o açúcar a granel (+40,89%).

Ressaltando a infraestrutura eficiente e eficiência do fluxo portuário, priorizando a logística, o administrador do Porto de Maceió, Diogo Holanda, destaca que o crescimento visto já nos primeiros meses do ano reflete o trabalho realizado pela APMC. “Em 2022, conseguimos fechar um ano com um saldo positivo, registrando 10% de aumento em relação ao ano anterior. A continuidade desse crescimento demonstra que o Porto permanece em busca de melhorias e fazendo bons usos do recurso, visando cada vez mais o desenvolvimento do setor portuário de Alagoas”, disse.

PETROLÍFERO

Valor - SP   11/05/2023

Presidente da empresa, Gustavo Labanca explica que a Lei do Gás, de 2021, determina que empresas que comercializam gás ou exploram e produzem não podem fazer também o transporte

O presidente da TAG, Gustavo Labanca, disse nesta quarta-feira (10) que a declaração da Petrobras de que quer manter a participação na Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) dá uma sinalização ruim para o mercado. Em conversa com jornalistas após participar do Seminário de Gás Natural promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), o executivo afirmou que a estatal seguirá como dominante no mercado, mas que se manter no setor de transporte seria ruim.

“Petrobras era o único player do mercado e vai continuar dominante, mas veremos cada vez mais campos entrando em operação com outros players que não seja ela”, afirmou. “Mas o investimento em transporte não faz sentido porque vai criar uma jabuticaba.”

Labanca explica que a Lei do Gás, de 2021, determina que empresas que comercializam gás ou exploram e produzem não podem fazer também o transporte. Além disso, o executivo ressalta que a Petrobras tem um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para vender a participação na TBG, o que, na opinião dele, deve ser cumprido.

“Hoje, cerca de 70% da produção de gás é da Petrobras. Ela tinha 100% da comercialização antes e isso vem caindo. A tendência é que não pare”, disse. “A questão da TBG é fundamental. É um desinvestimento necessário, não faz sentido a Petrobras manter participação. Acho ruim para a sinalização do mercado.”

Gustavo Labanca, diretor presidente da TAG — Foto: Leo Pinheiro/Valor

Valor - SP   11/05/2023

O barril do petróleo WTI com entrega prevista para julho fechou em queda de 1,49% e o do Brent para o mesmo mês cedeu 1,33%

O petróleo fechou em queda firme nesta quarta-feira (10), devolvendo parte dos ganhos ao redor de 8% acumulados nas últimas três sessões. A commodity foi pressionada pelo inesperado aumento dos estoques dos EUA na semana passada. Já o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) americano de abril chegou a dar algum alívio aos contratos, mas apenas momentâneo.

O barril do petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para julho fechou em queda de 1,49%, a US$ 72,52. Já o do Brent, a referência global, para o mesmo mês cedeu 1,33%, a US$ 76,41.

O petróleo operou em baixa durante praticamente toda a sessão, mas ganhou algum fôlego após o Departamento de Trabalho informar que o CPI dos EUA subiu 0,4% entre março e abril, como esperado, enquanto a variação anual desacelerou para 4,9%.

A melhora nos preços da commodity energética, contudo, durou pouco e foi completamente revertida diante do aumento de 3 milhões de barris nos estoques dos EUA, na semana encerrada na última sexta-feira (5), conforme informou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês).

Por outro lado, o DoE registrou quedas de 3,2 milhões de barris nos estoques de gasolina e de 4,2% nos estoques de destilados.

“O principal contribuinte para o aumento dos estoques comerciais de petróleo foi um declínio mais rápido nas exportações do que nas importações”, comenta Edward Gardner, analista de commodities da Capital Economics. Segundo ele, a demanda doméstica implícita teve leve alta na semana passada e se manteve dentro dos padrões sazonais, dado que contraria o forte aumento dos estoques.

Gardner, porém, não espera uma melhora dos preços no curto prazo devido a preocupações com a demanda. “Afinal, esperamos que os EUA entrem em uma recessão nos próximos meses”, justifica.

O Petróleo - SP   11/05/2023

O mercado de petróleo aguarda ansiosamente o próximo relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+), previsto para 11 de maio, para obter pistas se o cartel e seus aliados precisarão reduzir a produção novamente para manter os preços do petróleo elevados.

No mês passado, a OPEP+ decidiu cortar a produção em 1,16 milhão de barris por dia (bpd) até o final do ano. Essa redução segue um corte anterior de 2 milhões de bpd anunciado em outubro de 2022, elevando o total de cortes na produção para aproximadamente 3% da oferta global de petróleo.

Porque a energia nuclear é mais barata?

Essas medidas levaram os preços do petróleo a subir mais de 8% para US$ 83,95 o barril, a maior alta em mais de um ano, após o petróleo Brent ter caído para US$ 72 por barril em março de 2023 devido ao colapso de grandes bancos globais como o Silicon Valley Bank (SVB) e o Credit Suisse.

A redução da oferta, combinada com a recuperação da demanda na China, pode levar os preços do petróleo a subir novamente para os níveis de US$ 100 por barril, vistos pela última vez em julho de 2022.

O relatório da OPEP+ para abril de 2023 destaca que a previsão de crescimento econômico global para 2022 foi revisada ligeiramente para cima para 3,3%, enquanto a previsão para 2023 permanece inalterada em 2,6%. A demanda mundial por petróleo está estimada para crescer 2,5 milhões de barris por dia (mb/d) em 2022 e 2,3 mb/d em 2023.

O crescimento da oferta de líquidos fora da OPEP para 2022 permanece em 1,9 mb/d, com os EUA, Rússia, Canadá, Guiana, China e Brasil liderando o crescimento da oferta. No entanto, em 2023, a oferta de líquidos fora da OPEP deve crescer apenas 1,4 mb/d, com expectativa de declínio principalmente na Rússia.

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No primeiro trimestre de 2023, estima-se que a demanda mundial de petróleo tenha crescido 2,1 mb/d em relação ao ano anterior, devido a uma recuperação na demanda de petróleo da China e aumento da demanda em outras regiões fora da OCDE, particularmente no Oriente Médio e Ásia. Espera-se que a demanda mundial de petróleo cresça cerca de 2,4 mb/d ano a ano no 2T23, 2,5 mb/d ano a ano no 3T23 e 2,3 mb/d ano a ano no 4T23.

Quanto aos produtos petrolíferos, a demanda global por gasolina e diesel deverá aumentar 0,6 mb/d e 0,5 mb/d, respectivamente, ano a ano, no 2T23. No 3T23, a demanda por esses dois produtos deverá melhorar ainda mais, com previsão de crescimento da demanda global de gasolina em 0,7 mb/d e diesel em 0,6 mb/d, ano a ano.

A OPEP+ anunciou que sua reunião em junho será presencial em Viena, abandonando o formato virtual. Especialistas interpretam isso como um sinal de que o cartel está procurando ser mais ativo no apoio aos preços do petróleo, sugerindo que novos cortes de produção podem estar no horizonte.

Os detalhes do próximo relatório mensal da OPEP+ serão cruciais para determinar o futuro dos preços do petróleo. Com a crescente demanda e a constante redução da oferta, o mercado está preparado para ajustes significativos que poderiam levar a uma nova escalada nos preços do petróleo.

Valor - SP   11/05/2023

Estimativa da companhia é de uma nova oferta diária de 50 milhões de m³ até 2027

Maurício Tolmasquim: Petrobras analisa participação da empresa na TBG — Foto: Luis Ushirobira/Valor

O diretor de transição energética e energias renováveis da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, prevê nos próximos quatro anos a ocorrência de um “choque de oferta positivo” de gás natural no país. Segundo ele, o Brasil deve contar com aumento de oferta, pela Petrobras, de 50 milhões de metros cúbicos por dia (m3 /dia), volume que corresponde à metade da demanda termelétrica quando todas as usinas estão acionadas a pleno - o que acontece em situações de escassez de chuvas.

Ele afirmou que a empresa deve investir US$ 11 bilhões entre 2023 e 2027 para assegurar a exploração e produção de gás e complementar a infraestrutura para escoamento do produto. Outros US$ 6 bilhões serão aplicados na exploração de novas fronteiras de gás natural. Além disso, a empresa está executando projetos de gás que totalizam investimentos de US$ 5 bilhões.

“Quando a demanda [termelétrica] é normal, sem todas as usinas estarem acionadas, esse número [de 50 milhões de m3 /dia] corresponde a uma fatia muito maior da atual demanda de gás”, explicou Tolmasquim no Seminário de Gás Natural, realizado pelo Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), na quarta-feira (10).

Um dos exemplos de aumento na produção está no recém-anunciado desenvolvimento do campo BM-C-33, no pré-sal da Bacia de Campos, operado pela Equinor, com a companhia e a Repsol Sinopec como parceiras. “Estamos falando em 14 milhões de m3 /dia de gás natural processado, 15% do atual mercado”, disse.

Ainda de acordo com ele, a Petrobras está analisando o destino da participação da empresa na Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), responsável pelo escoamento do gás da Bolívia para o Brasil. Disse ainda que a estatal trabalha no plano estratégico 2024-2028, com lançamento previsto para novembro, descartando alterações no atual plano (2023-2027).

A maior abertura do mercado de gás, com entrada de novos agentes em toda a cadeia, foi tema central no seminário. O diretor de infraestrutura do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Alexandre Messa, disse que, apesar dos avanços já obtidos após a Lei do Gás em 2021, ainda há trabalhos a serem feitos para ampliar a abertura do setor.

Segundo ele, existem quatro medidas previstas na nova legislação que o ministério tem trabalhado para viabilizar: instalação de novos gasodutos em larga escala, criação de um mercado secundário de gás para gerar liquidez, acesso não discriminatório às atuais redes de dutos e novos programas de leilão de capacidade para a geração termelétrica. Esses leilões negociam a potência disponível das usinas no sistema elétrico, em vez de contratos de energia.

“Não podemos minimizar os avanços da Lei do Gás, mas ainda temos um mercado concentrado”, afirmou Messa. Seguindo a mesma linha, o presidente da Shell Energy no Brasil, Christian Iturri, disse que o mercado de gás no país ainda não está completamente aberto, e que existe muito trabalho a ser feito para que o setor alcance o dinamismo necessário que seja positivo para todos os agentes. “Não temos um mercado aberto no Brasil. É como se fosse um quarto escuro. Abrimos um pouco a porta para ver se entra um pouco de luz. Ainda não é nada comparado a um ambiente com a porta completamente aberta. Mas estamos crescendo nessa pequena abertura de porta”, disse Iturri.

O presidente da TAG, Gustavo Labanca, disse que a Petrobras vem diminuindo fatia na comercialização de gás e a tendência é que caia mais. Sobre a possível desistência da Petrobras na venda da fatia na TBG, Labanca disse que, se isso se confirmar, seria negativo para a abertura do mercado: “Cerca de 70% da produção de gás é da Petrobras. Ela tinha 100% da comercialização e o percentual vem caindo. A questão da TBG é fundamental, é um desinvestimento necessário. Acho ruim [a manutenção da participação] como sinalização para o mercado.”

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