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10 de Novembro de 2023

SIDERURGIA

Valor - SP   10/11/2023

As margens e as vendas da maior siderúrgica do mundo fora da China foram reduzidas à medida que a indústria de transformação e da construção definhavam

O lucro da ArcelorMittal SA caiu no terceiro trimestre, à medida que os preços do aço recuaram nos principais mercados devido à demanda mais fraca.

A maior siderúrgica do mundo fora da China relatou queda de 6% no lucro líquido, totalizando US$ 929 milhões, resultado que foi pressionado pelo recuo de 9% nas vendas e de 12% nos preços do aço no mercado internacional. Já a receita caiu 12% no trimestre, para US$ 16,62 bilhões, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) recuou 28%, para US$ 1,87 bilhão.

As margens e as vendas foram reduzidas à medida que a indústria de transformação e da construção definhavam.

A indústria siderúrgica está sofrendo uma queda na procura, à medida que a política monetária mais restritiva e a fraca recuperação pós-pandemia da China afetam o consumo de matérias-primas. Os fornos em toda a Europa, onde a ArcelorMittal tem a maior parte da sua produção, estão parados, enquanto as siderúrgicas rivais anunciaram cortes de empregos nas últimas semanas.

Ainda assim, a ArcelorMittal deixou inalterada a sua previsão para o consumo de aço fora da China em 2023, após cortar a sua projeção em julho. Ela vê o consumo de aço europeu no limite inferior da sua previsão anterior.

“A empresa continua otimista quanto às perspectivas de demanda por aço no médio/longo prazo”, disse a ArcelorMittal em comunicado divulgado na quinta-feira.

Auditoria de segurança

A ArcelorMittal tem enfrentado dificuldades específicas. A empresa deve perder suas usinas siderúrgicas e minas no Cazaquistão após um acidente que matou 46 pessoas. Ao mesmo tempo, a sua gigante fábrica ucraniana tem enfrentado perturbações frequentes desde que a Rússia invadiu o país.

A empresa está prestando apoio financeiro às famílias e colegas das pessoas que morreram no acidente na mina de carvão Kostenko, no Cazaquistão. Também está encomendando uma auditoria terceirizada de suas práticas de segurança.

A gigante siderúrgica ainda procura novos ativos em outros lugares. Está na disputa para comprar a United States Steel Corp., o que seria o maior negócio da empresa desde a fusão que criou a ArcelorMittal há quase duas décadas.

(Com agências internacionais)

Portal Fator Brasil - RJ   10/11/2023

Maior produtora brasileira de aço foi destaque na premiação que elege os principais fornecedores da construção civil do País.

A Gerdau, maior produtora brasileira de aço, foi vencedora em três categorias do Prêmio Anamaco 2023, que reconhece os melhores fornecedores do setor da construção civil no mercado nacional. A companhia recebeu a premiação Máster nas categorias Pregos, Malhas ou Telas de Aço para Concreto e em Vergalhões de aço.

Na 32ª edição da premiação, promovida pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) desde 1991, foram ouvidos mais de 1.600 lojistas varejistas de materiais de construção na escolha dos vencedores. Neste ano, os troféus foram entregues durante cerimônia realizada no dia 07 de novembro (terça-feira), em São Paulo (SP).

— Fomos destaque, por mais um ano, em três categorias do Prêmio Anamaco. Esta premiação é o reconhecimento dos nossos esforços e investimentos contínuos para atender aos desafios da indústria da construção brasileira de forma ainda mais inovadora, digital e sustentável, contribuindo para o desenvolvimento do País. Seguimos trabalhando para gerar valor compartilhado para os nossos clientes e parceiros, por meio da oferta de soluções e produtos que atendam às suas necessidades atuais e futuras — afirma Débora Baum, líder de marketing da Gerdau.

Com 122 anos de história, a Gerdau é a maior empresa brasileira produtora de aço e uma das principais fornecedoras de aços longos nas Américas e de aços especiais no mundo. A Gerdau é a maior recicladora de sucata da América Latina, transformando anualmente 11 milhões de sucatas em aço. Mais de 71% da produção da empresa é fruto do processo de reciclagem, contribuindo para que a companhia produza aço emitindo menos da metade da média mundial de emissões de gases de efeito estufa (COâ‚‚e) da indústria do aço (0,86 t de COâ‚‚e por tonelada de aço, em comparação à média global de 1,91 t de COe por tonelada de aço). A reciclagem de sucata metálica evita a emissão de 1,5 tonelada de carbono por tonelada de aço produzido, em um processo que envolve mais de um milhão de pessoas, incluindo catadores e cooperativas.

Diário do Comércio - MG   10/11/2023

As importações de aço chinês, que apenas no corrente ano já cresceram 58%, definitivamente não será mais um daqueles assuntos que simplesmente são varridos para debaixo de algum tapete em Brasília e, assim, esquecidos. Voltando no tempo, aos anos 30, pouco mais, pouco menos, do século passado, verificaremos que a expansão e modernização do parque industrial brasileiro, processo que rendeu bons resultados 40 anos mais tarde, começou exatamente com a siderurgia. Foi a base, o ponto de partida, para a diversificação que veio mais tarde, inclusive com a indústria automotiva um dia chamada de “locomotiva” do crescimento brasileiro.

Um passado que, verifica-se agora, parece ter nos ensinado muito pouco. É o que se pode concluir não só do processo de desindustrialização em andamento, mas, particularmente, do que ocorre no setor siderúrgico, que pode não resistir à ofensiva em curso. E não terá como, sem consciência do que se passa e das proporções das ameaças, bastando ter em conta que apenas a parcela da produção chinesa – 100 milhões de toneladas – destinada à exportação representa exatamente o dobro do total da produção brasileira. É o que nos está sendo contado e bem demonstrado pela Gerdau em relatório encaminhado há pouco aos acionistas da empresa.

Diz o documento, em parte já reproduzido neste jornal: “O Brasil tem que fazer uma escolha, se quer exportar minério para a China para que ele volte como aço subsidiado para o Brasil, gerando emprego e renda na China, ou se o aço será produzido no Brasil, gerando emprego e renda aqui”. É uma escolha que cabe a todos nós”.

Nada disso corresponde a divagações ou especulações acerca de um futuro remoto. Remetem sim a decisões imediatas, relativas a investimentos no parque siderúrgico brasileiro já a partir do próximo ano. Da mesma forma que pode ser mais um capítulo do processo de industrialização brasileira, acentuado e acelerado justamente a partir do momento em que a indústria local se revelou incapaz de concorrer com a ampla oferta chinesa. E tudo isso, como bem acentua a Gerdau e foi demonstrado antes pelo Instituto Aço Brasil, em contrariedade explícita às normas e recomendações da Organização Mundial de Comércio (OMC).

E o caminho impositivo e imediato para uma reação proporcional ao tamanho da ameaça está na adoção de medidas protetivas, exatamente como já fizeram outros países, como o México, que já aplicou sobretaxa de 25% para o aço de procedência chinesa que entra no país. Ou fazemos o mesmo, e rapidamente, ou retroagimos aos anos 30, do século passado.

Valor - SP   10/11/2023

Se previsão se confirmar, será o segundo ano consecutivo de queda na produção

A produção de aço bruto na América Latina deve fechar 2023 com queda de 7,5%, somando 58 milhões de toneladas. A estimativa foi apresentada na tarde desta quinta-feira (9) pela Associação Latino-Americana de Aço (Alacero) durante evento em São Paulo.

Se confirmada a estimativa da Alacero, será o segundo ano consecutivo de queda na produção de aço. Em 2022 o setor na região fechou com produção de 63 milhões de toneladas, redução de 2,9% sobre as 65 milhões de toneladas produzidas em 2021.

Nas estimativas da associação, o consumo aparente na América Latina deve fechar o ano em 71 milhões de toneladas, crescimento de 2,4% sobre 2022. Mas vale destacar que o ano passado fechou em queda de 7,9% sobre 2021, com 69 milhões de toneladas. Então, mesmo com o crescimento esperado para 2023, ainda assim ficaria abaixo das 75 milhões de toneladas registradas em 2021.

A discrepância entre queda de produção e aumento de consumo aparente se dá pela importação do aço de outras regiões, com destaque para o produto chinês. A participação das importações extra-regionais, que em 2022 representou 31% do total (24,4 milhões de toneladas) passará para 34% (26,5 milhões de toneladas) em 2023.

Segundo a Alacero, a China continua a ser a principal origem do aço extra-regional importado, representando 29% do total no ano até setembro. Seguida dos Estados Unidos (19%) e do Japão (12%).

“As importações chegaram a 34% do total neste ano, com quase 27 milhões de toneladas. Só em 2021, no momento da recuperação da pandemia, atingiu um volume maior [29 milhões de toneladas]”, afirmou Alejandro Wagner, diretor-executivo da Alacero. “É o principal obstáculo do nosso setor [o crescimento das importações]. É um cenário difícil para nós que temos de olhar o médio e longo prazos para tomar decisões de investimentos.”

Outro indicador que preocupa o setor na região é a utilização da capacidade instalada. O ano deve fechar com utilização de 55% da capacidade instalada, o que representa excedente de 48 milhões de toneladas de aço. Em 2022 a utilização da capacidade instalada ficou em 59% (excedente de 43 milhões de toneladas) e em 2021 foi de 61% (41 milhões de toneladas a mais).

As exportações de aço da região devem fechar o ano em 7,9 milhões de toneladas, contra 10,5 milhões de toneladas em 2022.

Mercado brasileiro

Para o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, é urgente uma resposta do país ao crescimento das importações chinesas. Ele destacou, durante o evento, que a média de importação de aço, nos últimos dez anos, é de 250 mil toneladas mensais, sendo 45% da China. Em setembro esse volume atingiu 550 mil toneladas, com a China respondendo por 65% do total.

“Importação e exportação faz parte de qualquer economia em qualquer país. Mas o que acontece é que a China não cresce o que precisa e coloca o material excedente para fora. Não só o Brasil, mas a América Latina está sobre ameaça”, afirmou.

O dirigente defendeu uma alíquota de 25% para o aço importado da China. “Estamos pedindo o mesmo que os Estados Unidos, o Reino Unido, os países da União Europeia e o México implantaram para se defender.”

Do total de 63 ações antidumping do setor no primeiro semestre na região, 40 delas foram contra a China.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   10/11/2023

Depois de emprestar US$ 1,3 trilhão a países em desenvolvimento, principalmente para projetos de infraestrutura de grande porte, a China mudou seu foco para resgatar muitos desses mesmos países de pilhas de dívidas.

Os empréstimos iniciais faziam parte, principalmente, da iniciativa da Nova Rota da Seda, que Xi Jinping, líder máximo da China, iniciou em 2013 para construir infraestrutura de transportes e de comunicações e fortalecer vínculos políticos em mais de 150 países.
Fábrica de endividados

Mas, agora, os dois principais bancos estatais chineses que forneceram a maior parte dos empréstimos para infraestrutura reduziram seus novos financiamentos. Os empréstimos de resgate subiram de 5% em 2013 para 58% dos empréstimos da China para países de baixa e média renda em 2021, de acordo com um novo relatório da AidData, um instituto de pesquisa da William and Mary, uma universidade em Williamsburg, Virgínia, que compila informações abrangentes sobre o financiamento do desenvolvimento chinês.

“Pequim está desempenhando um papel desconhecido e desconfortável - o de maior cobrador oficial de dívidas do mundo”, escreveu o instituto.

Embora a Iniciativa da Nova Rota da Seda tenha adquirido influência geopolítica para Pequim e tenha ajudado a financiar projetos economicamente úteis, os empréstimos chineses também foram usados para construir projetos caros que não estimularam o crescimento econômico e sobrecarregaram os países com dívidas que agora não conseguem pagar.

Grande parte dos empréstimos recentes de Pequim consiste em financiamentos do Banco Central da China (PBOC) para os bancos centrais dos países que tomaram crédito dentro da nova Rota da Seda. Outra grande e crescente parcela vem de bancos comerciais chineses controlados pelo Estado, trabalhando em conjunto com grupos de bancos ocidentais.

As dívidas não pagas à China fazem parte dos bilhões devidos pelos países em desenvolvimento a outras nações, ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e a credores privados. A dívida insustentável tem sido um problema de longa data para as nações mais pobres. No entanto, os recentes choques econômicos causados pela pandemia da covid e o aumento global dos preços da energia e dos alimentos, por conta da invasão russa à Ucrânia, tornaram o ciclo atual especialmente agudo.

A China está mudando o foco de seus empréstimos à medida que os Estados Unidos buscam igualar o sucesso inicial da China no estabelecimento de fortes laços com os países em desenvolvimento.

A Corporação Financeira Internacional para o Desenvolvimento dos Estados Unidos, criada pelo governo de Donald Trump e pelo Congresso em resposta à Nova Rota da Seda, prepara um empréstimo de US$ 125 milhões para a modernização de estaleiros na Grécia e até US$ 553 milhões em empréstimos para a expansão de portos no Sri Lanka, disseram autoridades americanas com conhecimento detalhado dos planos, que não estavam autorizadas a falar publicamente sobre os empréstimos antes de serem anunciados.

A rápida e precoce expansão da Nova Rota da Seda por parte da China alarmou as autoridades dos EUA, que consideraram que o programa estava corroendo a influência americana. O governo Trump e o Congresso fundiram e ampliaram duas agências em 2018 para criar a Corporação Financeira de Desenvolvimento. A agência forneceu US$ 9,3 bilhões em financiamento de projetos nos 12 meses terminados em 30 de setembro, acima dos US$ 7,4 bilhões do ano anterior.

Entre 2014 e 2017, segundo a AidData, a China estava fornecendo quase três vezes mais financiamento para o desenvolvimento do que os Estados Unidos. Mas, em 2021, a China estava gastando apenas 30% mais do que os Estados Unidos.

O Sri Lanka foi o local de um dos projetos de infraestrutura chineses com maior carga política: a construção de um porto de US$ 1,1 bilhão em Hambantota, uma cidade a cerca de 130 milhas a sudeste de Colombo, que era a base política de Mahinda Rajapaksa, então presidente do Sri Lanka. O porto atraiu pouco tráfego. Quando o projeto não conseguiu pagar suas dívidas, entidades chinesas obtiveram um arrendamento de 99 anos para o porto e 15 mil acres de terra (pouco mais de 60 quilômetros quadrados) ao redor dele. (O empréstimo americano de até US$ 553 milhões seria para a expansão do movimentado porto de Colombo, a capital e principal cidade do Sri Lanka).

Grande parte do trabalho da Nova Rota da Seda foi realizado por empresas chinesas de construção e engenharia, que enviaram milhares de engenheiros, operadores de equipamentos pesados e outros especialistas para a Ásia, África, América Latina, Europa Oriental e Pacífico.

A AidData calculou que a China emprestou US$ 1,3 trilhão desde 2000, quase tudo para os países da Nova Rota da Seda.

A China forneceu o dinheiro quase que inteiramente na forma de empréstimos, e não de doações, e os empréstimos tendiam a ser feitos com taxas de juros ajustáveis. Como as taxas de juros globais subiram muito nos últimos dois anos, os países pobres se viram obrigados a fazer pagamentos muito mais altos do que esperavam a Pequim.

Os credores e empreiteiros chineses puderam construir projetos rapidamente porque o governo chinês raramente exigia estudos ambientais extensos, análises de viabilidade financeira ou verificações sobre o deslocamento de populações locais forçadas a abrir mão de terras. Os governos nacionais dos países em desenvolvimento foram obrigados a garantir o pagamento dos empréstimos feitos a seus governos locais e provinciais.

Mudança de perfil

Nos primeiros anos, 65% dos empréstimos foram feitos pelos bancos de políticas estatais da China, principalmente o China Development Bank e o Export-Import Bank of China, segundo a AidData. Mas, diante de muitos empréstimos problemáticos, eles reduziram e, em 2021, esses empréstimos representaram menos de um quarto dos financiamentos.

Os bancos comerciais chineses com ações listadas na Bolsa de Valores, mas com participações de controle ainda detidas pelo governo, agora representam outro quarto dos empréstimos. Mas eles concedem empréstimos principalmente a países em desenvolvimento por meio de bancos ocidentais que têm padrões de empréstimo mais rígidos.

As autoridades chinesas defendem suas atuais políticas de empréstimo aos países em desenvolvimento como prudentes, mas evitam discutir diretamente os empréstimos anteriores.

“O desenvolvimento deve ser salvaguardado com proteção contra riscos”, disse Guo Lei, vice-presidente de finanças globais do China Development Bank, no Fórum Internacional de Finanças, no final de outubro, em Guangzhou, China.

Os empréstimos emergenciais de resgate da China, geralmente do banco central do país, são destinados principalmente a países que estão lutando para pagar empréstimos anteriores de instituições financeiras de Pequim, disse Bradley Parks, diretor executivo da AidData.

O novo relatório do instituto constatou que o pacote médio de empréstimos de resgate da China nos últimos anos para países que já tinham uma grande dívida com a China foi de US$ 965 milhões. Em comparação, os países que não deviam muito aos credores chineses receberam empréstimos de resgate no valor médio de US$ 26 milhões, segundo a AidData.

O Fundo Monetário Internacional concede mais dinheiro em empréstimos de resgate a cada ano do que a China, embora essa diferença esteja diminuindo. Pequim está cada vez mais em desacordo com o FMI e outros credores sobre quem aceita as perdas ao aliviar a pressão da dívida dos países em desenvolvimento.

Reza Baqir, ex-funcionário do FMI que se tornou governador do banco central do Paquistão até 2022, disse no fórum em Guangzhou que os resgates financeiros da China não devem ser vistos como concorrência para o FMI. “Eu vejo isso como um complemento, e não como uma troca em relação ao FMI”, disse ele.

IstoÉ Dinheiro - SP   10/11/2023

O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, disse nesta quinta-feira, 9, em evento do Itaú BBA, que a instituição considera que o ciclo de flexibilização monetária vai até o ponto necessário para assegurar a inflação na meta central, de 3% nos próximos anos. “Temos tratado a extensão do ciclo como a gente colocou na ata: vai ser aquela necessária para levar a inflação para a meta, sem dizer quanto vai ser cada componente. Estamos mirando a inflação na meta no horizonte relevante”, comentou Guillen, ao responder que o BC não observa apenas a inflação de serviços, embora esta seja um bom sinalizador da dinâmica dos preços.

E declarou: “Não acho que tenhamos mudado a ponderação. Desde setembro enfatizamos que a função de reação passa por projeções, expectativas, balanço de risco, hiato do produto e inflação de serviços.”

Guillen pontuou que a inflação de serviços teve queda esperada nos últimos meses, como contribuição da própria desinflação no índice geral. Apesar disso, frisou, o BC não mira apenas um nível para os preços dos serviços.

Ele atribuiu as elevações das projeções de inflação para 2024 e 2025 na comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom) aos preços administrados, categoria onde entram os combustíveis, além do hiato do produto. “Em 2024, teve um efeito de preços administrados. Tem alguns temas, e chamaria mais atenção para petróleo. Nossa hipótese de petróleo é que ele segue a curva futura de petróleo durante seis meses, depois 2%”, afirmou.

Guillen acrescentou que, no primeiro semestre, houve surpresas positivas sobre a atividade, o que apertou o hiato do produto. Esse hiato, pontuou, ajuda a explicar a inflação. “Um hiato mais apertado é uma inflação mais elevada. Acho que teve esse efeito também de puxar a inflação”, afirmou negando que tenha havido alguma mudança de parâmetros. “Se houver, vamos ser transparentes, mostrar modelo, tratamento usual”, completou.

IstoÉ Online - SP   10/11/2023

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou nesta quinta-feira, 9, que o Banco Central (BC) começou a cortar os juros “um pouco tarde” e o ciclo de flexibilização monetária, iniciado em agosto, ainda não surtiu efeito.

Durante evento do Itaú BBA, Haddad disse que os cortes de juros poderiam ter começado duas reuniões do Copom antes a um ritmo de 0,25 ponto porcentual. Ele, ao lembrar do argumento defendido na época, observou que a inflação estava caindo mais do que parecia, já que o governo havia reonerado os combustíveis, ao mesmo tempo em que a atividade começava a dar sinais de desaceleração.

“Começou um pouco tarde, poderia começar com 0,25 ponto porcentual duas reuniões antes. Ainda não surtiu efeito”, disse Haddad.

Segundo o ministro, uma hora os cortes de juros vão reverter a perda de tração da economia. Com inteligência e estímulos gerados pela reforma tributária, além de medidas como o marco de garantias, mais o superávit comercial e a geração de empregos, as “coisas começam a acontecer”, frisou.

Monitor Digital - RJ   10/11/2023

Não tem mais como olharmos para o nosso o próprio umbigo. A globalização está longe de ser um tema inédito nas rodas de conversa, nas escolas, ou nas empresas. No entanto, isso não significa que ele é necessariamente bem compreendido por todos, em especial quando se trata de negócios, algo ao que muitos já viram a cara muito antes de escutarem um “Taxa Selic”, taxando todo o assunto como muito complexo e, portanto, difícil demais para entender.

Economia de fato não é algo simples de se discutir corretamente, ainda mais quando posto no contexto internacional. Porém, “difícil” não é um sinônimo para “impossível”. Por meio desse artigo, espero poder ajudá-los a compreender um pouco mais do impacto que o mercado do nosso país sente com a influência do cenário global, em especial da China, que vem ganhando cada vez mais destaque nos noticiários.

A China, já há muitos anos, é uma das, se não a principal parceira do Brasil na economia. Para se ter uma ideia disso, no ano passado, o maior valor de todas as exportações brasileiras de soja foi para a nação chinesa, um total de US$ 31,8 bilhões.

Minério de ferro e petróleo não-refinado brasileiros também tiveram ótimos valores em 2022 com o país asiático, chegando a US$ 18,2 bilhões e US$ 16,5 bilhões, respectivamente. Não é à toa que a China é o parceiro comercial com o qual o Brasil tem maior superavit desde 2016, ultrapassando até mesmo os EUA.

Não é necessário trabalhar no agronegócio ou nas refinarias de petróleo para entender que isso é muito dinheiro mesmo que entra no país.

É tão importante a presença dos chineses no mercado para o Brasil que isso acaba resultando em desdobramentos geopolíticos. Basta ver a recente aproximação que o atual governo tem tido em relação a várias decisões da China, seja pelo fato deles terem convencido o presidente Lula a abrir mão de sua resistência em relação a expansão dos Brics, ou ao recente alinhamento de visões sobre a guerra na Ucrânia.

Colocando qualquer tipo de ideologia política de lado, isso é totalmente mercadológico. Se o Brasil se indispor com a China de alguma maneira, isso pode acarretar consequências graves para o comércio, no momento em que eles decidirem comprar menos de nós.

Ainda mais com o país crescendo economicamente cada vez mais a cada dia, fazendo frente a predominância americana, o cenário definitivamente não é muito propício para se cortar laços comerciais com os chineses.

O Estado de S.Paulo - SP   10/11/2023

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prometia um déficit zero no Orçamento. O presidente indicou duas vezes que isso era impossível. Abriu-se uma grande discussão.

O que é melhor para o País, perguntam os economistas? Equilíbrio fiscal, baixa taxa inflacionária, crescimento estável ou garantia de uma rede de proteção social e infraestrutura? É um debate clássico, que tem raízes até no nosso inconsciente infantil, marcado pelas histórias da cigarra e da formiga e da frágil casa dos três porquinhos.

Para além da discussão puramente econômica, há outros fatores que também são discutidos ou fatores que nem aparecem no debate.

Os também clássicos temas discutidos referem-se ao comportamento de um governo em ano eleitoral. Sempre que houver um dilema entre austeridade e aumento de gastos, a tendência no período de eleições é optar pelo segundo.

Mas não é uma discussão tranquila. Há uma frase inspirada num analista americano que costuma explicar o resultado eleitoral assim: É a economia, estúpido!

Porém, se ela fosse totalmente verdadeira, como explicar a vitória do peronismo na Argentina, no meio de uma profunda crise econômica? Como explicar as vitórias eleitorais do chavismo na Venezuela já com o país em decadência?

Existem maneiras de driblar essa frase. O populismo sabe fazê-lo muito bem, buscando no auge de uma crise econômica garantir vantagens para alguns setores. Bolsonaro concedeu bolsas para taxistas e caminhoneiros com esta esperança de garantir a fidelidade de um grupo eleitoral. E talvez a tenha garantido, só que não conseguiu convencer os setores mais pobres acostumados a associar o Bolsa Família aos governos de esquerda.

Mas existem, também, temas sobre o orçamento que não são discutidos aqui. Na China, segundo os jornais ocidentais, houve um debate porque o orçamento prioriza carros elétricos e semicondutores, apesar das grandes necessidades no campo da habitação. Em Portugal, na véspera da queda do primeiro-ministro, o Partido Comunista lançou um manifesto criticando o orçamento por achar que o Partido Socialista privilegia a direita e vai privatizar a TAP.

No Brasil não há discussão sobre prioridades, assim como há pouca discussão sobre o papel da iniciativa privada e dos investimentos estrangeiros. Às vezes, a impressão que se tem é de que tudo terá de ser feito com recursos do governo.

Já mencionei algumas vezes aqui o livro Mission Economy, da italiana Mariana Mazzucato. Ela mostra como a parceria entre governo e iniciativa privada é fértil, inclusive na conquista da Lua.

No caso do capital estrangeiro, seria decisivo na infraestrutura digital. A China tem um ambicioso projeto da Rota da Seda Digital. Qual o papel chinês no Brasil? Elon Musk oferece conexão com a internet para regiões distantes. Pela minha experiência, no coração da Amazônia, no Xingu, vi que funciona. Um simples bar de estrada, a caminho de São José do Xingu, tinha uma conexão tão boa quanto a minha no Rio de Janeiro. A dona do bar me disse que comprou a conexão de Musk, pela internet. Cobra R$ 5 para compartilhá-la com o cliente e com isso já vai pagar o investimento.

Outro aspecto sério da infraestrutura: as mudanças climáticas. O País precisa se preparar melhor para elas, porque está perdendo vidas e dinheiro. Um projeto de mitigação dos desgastes destinado também a aumentar a resiliência de nossas cidades é fundamental. De posse dele, seria possível ainda buscar financiamento.

Um campo que parece mais tranquilo é o da transição energética, por causa das condições favoráveis do Brasil. Mas tanto a adaptação do País às mudanças climáticas como a infraestrutura digital são elementos-chave de um orçamento.

Será, porém, esse o ângulo do debate no Congresso? Ou vão prevalecer emendas destinadas a atender a interesses regionais, sem conexão com o salto de qualidade que o País precisa dar nos próximos anos?

Naturalmente que a questão do déficit é importante e vai sofrer a influência do ano eleitoral. Mas a questão das prioridades também sofrerá. E, o que é pior, há uma abundante discussão sobre o déficit zero e uma escassa abordagem das prioridades.

Não basta saber se haverá desordem fiscal ou contas no azul. A condição de estabilidade ou dívidas não explica tudo. Endividados ou não, é essencial sabermos onde estaremos num mundo transformado pelas mudanças climáticas e pelo avanço da revolução digital, para falar apenas de duas variáveis decisivas.

Estou apresentando esses temas como realidades estanques. Mas não são. O mundo digital e a Inteligência Artificial poderiam representar uma enorme economia nos custos do governo. Alguém vai parar para pensar nessa hipótese?

Da mesma maneira, um novo olhar sobre nossos recursos naturais desvendaria um potencial econômico muito maior.

O mundo mudou rapidamente. Temo que os orçamentos continuem a ser a monótona relação de gastos como no passado. Por outro lado, da maneira como são conduzidos e votados, acabam sendo algo não só impossível de influenciar, como pouquíssimo atraente para o debate social.

Infomoney - SP   10/11/2023

O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da China, que mede os custos dos produtos na porta da fábrica, recuou 2,6% em termos anuais em outubro, permanecendo assim pelo 13º mês seguido no campo negativo, informou nesta quinta-feira (9) o NBS, o departamento nacional de estatísticas. No mês, houve estabilidade em relação a setembro.

A inflação ao consumidor (CPI), por sua vez, caiu 0,1% na comparação mensal e 0,2% na anual.

Os dados da inflação chinesa vieram muito próximos das projeções de analistas. O consenso Refinitiv esperava queda de 2,7% nos preços industriais em outubro, enquanto a mediana das estimativas para o CPI era de estabilidade na comparação mensal e de queda de 0,1% na anual.

O PPI médio nos primeiros 10 meses de 2023 mostra queda de 3,1% na comparação anual.

Dong Lijuan, estatístico do NBS, disse à agência Xinhua que a estabilidade do PPI na leitura mensal em outubro foi causada pelas flutuações dos preços internacionais do petróleo bruto e dos metais não ferrosos, bem como por uma base elevada no mesmo período do ano passado.

O PPI da indústria de extração de petróleo e gás, por exemplo, avançou 2,8% em termos mensais em outubro, enquanto os preços para a indústria de fundição e laminação de metais não ferrosos caiu 0,2%. Na mineração e beneficiamento de carvão, a inflação subiu 3,4%.

Ainda segundo o NBS, o PPI para os veículos movidos a novas energia, como os elétricos, subiu 0,1% em outubro, enquanto os preços da indústria agrícola e de processamento de alimentos caíram 0,4%.

Inflação do consumidor
A queda da inflação ao consumidor em outubro, por sua vez, foi atribuída ao comportamento dos preços de produtos agrícolas e à redução da demanda após o Festival do Meio Outono e o feriado do Dia Nacional no início do mês.

O CPI dos alimentos caiu 4% em termos anuais em outubro, acelerando na comparação com a retração de 3,2% em setembro. O preço da carne suína, um alimento básico na China, recuou 30,1% em relação ao ano anterior, com o ritmo de queda acelerando em relação aos 22% de setembro.

Na base mensal, os preços dos alimentos recuaram 0,8% ante setembro

Já os preços dos produtos não alimentares subiram 0,7% em termos anuais.

O núcleo do CPI, que deduz os preços dos alimentos e da energia, subiu 0,6% em termos anuais no mês passado, com o ritmo de aumento moderando ligeiramente em comparação com setembro.

O CPI médio de janeiro a outubro subiu 0,4% em termos anuais, de acordo com o NBS.

Wen Bin, economista-chefe do China Minsheng Bank, disse à Xinhua que o abrandamento do CPI de outubro ocorreu porque a oferta do mercado do país excedeu a demanda, o que resultou de uma ligeira recuperação da procura interna, enquanto a demanda externa permaneceu fraca.

MINERAÇÃO

Correio Braziliense - DF   10/11/2023

A implementação do Imposto Seletivo (IS), contida na PEC 45 da reforma tributária, pode desencadear consequências adversas para a economia brasileira, conforme evidenciado por um estudo técnico do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e da consultoria LCA. O IS tem o potencial de afetar não apenas os setores produtivos, incluindo a indústria de mineração e o setor de óleo e gás, mas também de alimentar a inflação e prejudicar as exportações.

O estudo enfatiza os efeitos do IS sobre os minerais metálicos, alertando que o aumento de custos nesse setor terá implicações tanto no mercado interno quanto nas exportações. Setores como siderurgia, automotivo, construção civil, utilidades domésticas, alimentos enlatados e embalagens, entre outros, dependem dos minérios como matéria-prima para a fabricação de seus produtos. Assim, a mineração, as cadeias industriais, o atacado, o varejo e, finalmente, o consumidor terão que suportar o ônus do Imposto Seletivo.

Com a aprovação do IS pelo Senado Federal — apesar das argumentações contrárias e alertas apresentados pelos setores diretamente atingidos —, os senadores julgaram que mais essa conta pode ser atribuída às empresas desses setores. No caso da indústria da mineração, o Brasil poderá se tornar o único do planeta a taxar o setor com o IS, como forma de compensar seus impactos. No entanto, a mineração já recolhe uma compensação em relação a isso (chamada CFEM) e ainda detém o título de aplicar a maior carga tributária sobre 12 dos principais minérios para a economia brasileira, na comparação com países concorrentes — apontam estudos da consultoria EY (Ernst & Young).

O texto da PEC fere o princípio que norteou as discussões prévias da reforma tributária, ou seja, simplificar e reduzir a carga para, no caso do setor produtivo, estimular suas atividades e obter retorno em termos de promoção socioeconômica e crescimento do PIB. Nesse retorno da proposta à Câmara, a expectativa é de que os setores de mineração e óleo e gás, dois grandes geradores de contribuições ao desenvolvimento do país e potencializadores de investimentos, poderão ter sua sobretaxação revista.

É preciso muita atenção de todos a essa situação. Em relação à mineração, qualquer medida que afete a competitividade dessa indústria produzirá impactos significativos nos indicadores econômicos do país, como exportações totais, PIB, emprego e arrecadação tributária. Isso porque o Brasil é um dos principais fornecedores de minério de ferro, responsável por 17% da oferta global desse produto em 2022.

O IS também pode frustrar os planos do governo federal em relação à expansão de minérios considerados críticos para o desenvolvimento de tecnologias relacionadas à transição energética. Minerais como alumínio, cobre, níquel, nióbio, vanádio e manganês são essenciais na produção de baterias, painéis solares, chips e condutores, itens fundamentais para a transição para uma economia de baixo carbono.

Outra preocupação é o impacto nas exportações minerais. A incidência do IS poderá levar à perda de mercado internacional, resultando em retração nas divisas, favorecendo a importação e, ao mesmo tempo, inibindo a produção nacional — é o caso do potássio, usado na fabricação de fertilizantes, o que significará ainda mais peso sobre os custos do agronegócio.

Diante desses fatos, é necessário repensar a aplicação do Imposto Seletivo levando em consideração as implicações econômicas e os impactos negativos que essa medida pode gerar. Deve prevalecer, sobre os acordos políticos em prol da PEC 45, a busca por alternativas que não prejudiquem a economia brasileira. A mineração desempenha um papel fundamental no fornecimento de matérias-primas essenciais para a sociedade e requer cenários que promovam sua evolução, sem que possam ser comprometidos sua competitividade internacional e o bem-estar socioeconômico do país.

Máquinas e Equipamentos

Revista Manutenção e Tecnologia - SP   10/11/2023

No dia 23 de novembro, a Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) apresenta informações inéditas do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção.

Com transmissão on-line, o 18º Tendências no Mercado da Construção é aberto ao público e já abriu as inscrições no site oficial.

De acordo com Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema, o ano de 2023 tem sido marcado por uma acomodação do mercado, com mais disponibilidade e agilidade da indústria para atender às empresas que buscaram investir na aquisição de equipamentos.

“Um desafio adicional foram os juros, que não favoreceram a compra de máquinas”, comenta.

“Por outro lado, o equilíbrio entre a produção e a demanda levou a preço mais competitivo desses ativos, favorecendo o investimento”, avalia Daniel.

Principal radiografia do setor no país, o Estudo de Mercado traz um panorama do mercado no ano vigente e traça perspectivas para os próximos anos, relatando aspectos macroeconômicos e particularidades dos segmentos compradores de máquinas.

Nesse sentido, Daniel comenta que o setor de locação está com uma frota maior, rodando mais equipamentos, a fim de atender as demandas da construção, mineração e agronegócio, entre outros setores produtivos.

“É um segmento atrativo, que desponta com boas perspectivas para novas aquisições de ativos no futuro”, destaca.

O Estudo de Mercado traz ainda as projeções econométricas sobre a comercialização dos equipamentos da Linha Amarela, além de guindastes, compressores portáteis, plataformas elevatórias, manipuladores telescópicos, equipamentos para concretagem, tratores de pneus e caminhões rodoviários utilizados pelo setor.

Daniel observa que, após registrar o melhor ano da história em 2022, o setor deve apontar queda no volume de máquinas vendidas no ano.

“Mesmo assim, os números devem ser altos, ficando entre a 5ª ou 6ª posição entre as maiores vendas feitas pelo mercado desde 2007, quando o levantamento começou a ser feito”, afirma Daniel, que participa de debate no evento ao lado de Christiano Kunzler, CEO da InfraBrasil.

“Para os próximos anos, a perspectiva é de estabilidade ou de um viés de alta, com novos investimentos privados advindos das concessões”, diz ele.

As informações do Estudo de Mercado serão apresentadas pelo coordenador Mario Miranda durante o evento, que também traz palestra do economista Luís Artur Nogueira sobre o cenário atual.

AUTOMOTIVO

O Estado de S.Paulo - SP   10/11/2023

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) pode decidir nesta sexta-feira, 10, a volta do Imposto de Importação (II) para carros elétricos, que está zerado desde 2015. Na época, a taxa era de 35% - a mesma de veículos a combustão importados -, e foi suspensa para atrair a entrada no País de modelos com essa tecnologia. Agora, o motivo alegado para a volta da taxação é incentivar a produção local desses modelos.

Para carros híbridos, a alíquota é de até 4%. O pedido de retomada da cobrança integral foi feito à Camex pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), é favorável à medida, embora isso não seja consenso entre todos os associados.

A entidade defende a criação de uma cota de importação sem imposto dividida entre todos os fabricantes e importadores de acordo com os históricos de vendas. Entre as propostas em análise pela Camex, órgão responsável por esse tipo de decisão, é que o retorno da alíquota seja gradual, em até três anos, e que a cota total isenta seja de 10 mil a 15 mil veículos por ano. Se aprovada, a medida poderá entrar em vigor em dezembro.

Elétricos são 0,4% do mercado

Empresas recém chegadas ao País e que vão iniciar produção de veículos elétricos e híbridos em 2024 avaliam que seria importante manter a isenção para criar um mercado mais consistente, próximo de 5% das vendas totais. Hoje, modelos elétricos representam 0,4% das vendas, enquanto os híbridos são 2,1%.

“Qualquer porcentual que seja definido para o Imposto de Importação será repassado aos preços”, afirma Ricardo Bastos, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Ele avalia que preços mais altos vão impactar o mercado, o processo de eletrificação e pode retardar projetos de produção local de veículos e de infraestrutura.

Bastos acredita que, além dos carros eletrificados, os preços dos modelos a combustão devem subir. Nos últimos meses, a chegada de elétricos e híbridos a preços competitivos levou a uma disputa com várias marcas reduzindo os preços de seus modelos a combustão para poder competir no mercado. “Com o aumento dos elétricos também haverá uma correção geral de preços dos demais veículos.”

Carta a Lula

Em uma tentativa de barrar a volta do II, a ABVE - que tem entre suas associadas as empresas BYD, Ford, General Motors, GWM, Nissan e Volvo -, enviou, na terça-feira, 7, carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmando que a medida “poderá retardar, ou até excluir o Brasil de participar do mercado internacional como importante fabricante global de veículos”.

A carta lembra que as fábricas fechadas pela Ford em Camaçari (BA), e pela Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) foram reativadas e estão com cronograma de retomada de produção e empregos por meio de investimentos chineses (da BYD e da GWM) que somam mais de R$ 7 bilhões na produção de carros eletrificados. Cita também investimentos no ABC paulista (da Eletra e da Weid Müller), que produzem, respectivamente, ônibus elétricos e sistemas de carregadores, entre outros.

“O que estamos pedindo em reiteradas reuniões com os ministros é que nenhuma mudança nas atuais alíquotas do Imposto de Importação ocorra antes da definição das regras e políticas de produção local – Programa Rota 2030 Fase II ou Mobilidade Verde, ainda em preparação, e que o Brasil siga atraindo investimentos e gerando empregos altamente qualificados, preparando uma escala mínima para sermos competitivos globalmente”, assinala a carta.

A Anfavea, por sua vez, alega que, enquanto for vantajoso importar, as montadoras não terão interesse em produzir elétricos no País. Na quarta-feira, 8, durante a apresentação dos resultados de vendas e produção do setor em outubro, o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, atribuiu a queda de produção local de veículos ao aumento de carros importados, já que as vendas cresceram.

Segundo ele, neste ano foram importados, até o mês passado, 57,6 mil veículos, 27% a mais do que em igual período de 2022. Desse total, 20 mil vieram da China e 20 mil da Argentina. Só em outubro, a alta foi de 55,4% ante igual mês do ano passado e 14,3% ante setembro, com um total de 34,3 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

“As importações têm tido um foco especial na Anfavea, nas montadoras, porque inibem os investimentos”, disse Leite.

Portal Fator Brasil - RJ   10/11/2023

Para o governador Cláudio Castro, além de fomentar a economia fluminense, aporte reflete a credibilidade do Rio de Janeiro.

O governador Cláudio Castro participou, no dia 07 de novembro (terça-feira), de cerimônia de anúncio da Nissan, que investirá cerca de R$ 2,8 bilhões até 2025 em seu Complexo Industrial de Resende, no Sul Fluminense, para produzir dois novos veículos utilitários esportivos (SUVs) e montar um motor turbo. Durante o evento, realizado na fábrica de motores que integra o parque industrial da Nissan, Cláudio Castro destacou que a iniciativa reforça a credibilidade e a confiança de investidores no Rio de Janeiro. Ressaltou ainda que o aporte garantirá, principalmente, mais empregos e desenvolvimento econômico no estado.

Os investimentos foram anunciados pelo CEO da Nissan Motor Co., Makoto Uchida, e contou com a presença de executivos regionais e locais da empresa, em cerimônia acompanhada por 2.400 pessoas, incluindo todos os funcionários da unidade industrial.

— Quando um investidor escolhe o Estado do Rio para se instalar e, quase uma década depois, resolve aumentar seu investimento é porque foi bem acolhido aqui. Isso também é resultado do trabalho que fazemos todos os dias pela credibilidade do nosso Estado. Credibilidade não se compra em uma prateleira, se constrói todos os dias com ação, escuta, parceria, com abnegação e humildade. E esses são valores que não só o governo, mas o Rio de Janeiro tem aprendido a lidar e conjugar — declarou o governador.

Em seu discurso, Makoto Uchida enfatizou que a Nissan acaba de completar 23 anos no Brasil e, com este anúncio, se prepara para uma nova etapa no país e na América do Sul, alinhada com o seu plano global Ambition 2030.

— Com este anúncio, a Nissan dá mais um passo à frente. Queremos que Resende seja um grande polo exportador. Os novos carros vão começar a ser vendidos em 2025, e serão comercializados para mais de 20 países da América Latina, o que fortalece a fábrica e aumenta virtuosamente a sua produção na América do Sul — disse o presidente e CEO da Nissan Motor Co., durante a cerimônia

Novos fornecedores — Atualmente, a Nissan gera mais de 3 mil empregos diretos no estado. Além do investimento anunciado hoje, a empresa assinou protocolos de intenção com quatro fornecedores que também virão para o Rio de Janeiro: Usiminas, JREKT, Valeo e Ficosa.

— A chegada de novas empresas para fornecer para a Nissan orgulha o Rio de Janeiro e coroa o trabalho que estamos realizando para atrair investimentos. Esses novos fornecedores tornarão o polo automotivo do estado ainda mais competitivo em termos nacionais e internacionais — afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, Vinicius Farah.

Complexo Industrial foi inaugurado em 2014 — Inaugurado em abril de 2014, o complexo industrial brasileiro da Nissan, em Resende, passará por sua primeira grande evolução e consolidará sua vocação como um hub de exportação, ressalta a empresa. A unidade fabril é composta por uma fábrica de veículos e uma de motores. Mais de 590 mil veículos e 570 mil motores foram produzidos desde sua inauguração.

A unidade, que já atende, além do mercado brasileiro, alguns mercados da América do Sul, deve passar a exportar um de seus novos veículos para mais de 20 países.

Somando os investimentos já realizados pela Nissan e os anunciados nesta terça, já são R$ 6,2 bilhões aplicados pela empresa no Brasil em dez anos.

Valor - SP   10/11/2023

A inclusão de uma emenda na versão final da reforma tributária, que amplia, até 2032, incentivos fiscais para fábricas do setor automotivo instaladas no Nordeste e Centro-Oeste, teve aval direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi fruto de uma articulação de parlamentares do Nordeste e dos governadores de Pernambuco e Goiás.

O Valor apurou que, diante da resistência do relator da reforma, Eduardo Braga (MDB-AM), de estender esses incentivos na proposta, entraram no circuito os senadores de Pernambuco, como é o caso de Humberto Costa (PT-PE). Partiu dele a decisão de pedir uma reunião de última hora com Lula, às 11h de ontem, para solicitar que o Executivo forçasse a inclusão dessa emenda na proposta final da tributária.

No mesmo dia, Lula também se reuniu com a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), que teria sido levada ao gabinete presidencial com a ajuda de Humberto Costa. Os dois defenderam que o benefício era importantíssimo para a manutenção da uma fábrica da líder do setor automotivo, a Stellantis, em Pernambuco.

Por conta disso, interlocutores do presidente passaram a tentar convencer Eduardo Braga a incorporar a emenda no texto final da reforma. O texto inicialmente restringia o benefício a carros híbridos e elétricos. Mas esses adendos mantiveram impostos reduzidos também para veículos a combustão produzidos nessas regiões, repetindo, em grande parte, o formato do programa criado em 1997 e que envolve renúncia fiscal de R$ 5 bilhões por ano.

O texto, com essas mudanças, foi aprovado no Senado ontem, mas ainda precisa ser analisado pelos deputados. O assunto movimentou o setor automobilístico durante todo o dia. General Motors, Toyota e Volkswagen, que concentram a produção no Sul e Sudeste, por exemplo, se juntaram para publicar nas edições de três grandes jornais (Valor, “O Estado de S. Paulo” e “Folha de S.Paulo”) uma carta pedindo a retirada dos três parágrafos do texto.

Na prática, o episódio também mostra a tentativa de aproximação entre Lula e Raquel Lyra, única governadora da oposição no Nordeste. Apesar de ter feito uma aproximação com bolsonaristas no Estado, ela também está trocando afagos com o governo federal.

Ontem, além da reunião com Lula, Raquel Lyra também aceitou participar de evento, no Palácio do Planalto, no qual o presidente assinou a ordem de serviço da duplicação da BR-423, no trecho de 43,1 quilômetros entre as cidades pernambucanas de São Caetano e Lajedo. Na cerimônia, Lula tratou de devolver a gentileza e elogiar a governadora.

"Eu queria falar sobre o meu primeiro encontro com a Raquel Lyra. Quando eu a encontrei a primeira vez, eu não sabia com quem estava conversado. Ela tinha ganho eleições que muita gente não acreditava que ela ganharia. E eu tive oportunidade de dizer que ela podia ficar muito tranquila. Que nenhum governador, no meu governo, seria tratado de forma diferente. Eu disse pra ela que Pernambuco seria tratado como se o governador fosse do meu próprio partido", defendeu o presidente. Nas eleições de 2022, Raquel derrotou Marília Arraes (Solidariedade), que foi apadrinhada de Lula.

Diário do Comércio - MG   10/11/2023

A XCMG vai investir R$ 270 milhões na fábrica de Pouso Alegre, na região Sul de Minas Gerais. Parte dos recursos será aplicada na criação de uma nova linha de montagem no parque industrial, destinada para caminhões elétricos e máquinas elétricas. A empresa chinesa, que produz e comercializa equipamentos para construção civil, está presente na cidade desde 2014.

Com o aporte, a companhia ainda pretende construir outro galpão no local, para ampliar sua capacidade produtiva, desenvolver um eletroposto, que são estações de carregamento projetadas para veículos elétricos e híbridos plug-in, e expandir a área de seu escritório. A fabricante asiática também investirá na criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento no Estado.

As informações são do governo estadual. Conforme o Executivo, a XCMG, que já tem 80 anos de história e dez no Brasil, está focada no desenvolvimento futuro de pesquisa e tecnologia para aumentar gradativamente a nacionalização de seus produtos. Ainda segundo o Estado, a expansão da empresa deve gerar 150 postos de trabalho diretos e permanentes em Pouso Alegre e região.

Para o governador Romeu Zema (Novo), a ampliação da planta da companhia no município do Sul mineiro cumpre com o objetivo que Minas Gerais tem de atrair investimentos com cada vez mais valor agregado. “Com a nova linha de montagem, o Estado vai, pela primeira vez na história, ter uma linha de montagem de veículo de grande porte 100% elétrico”, destacou.

O chefe do Executivo estadual também salientou que a criação de um centro de P&D será fundamental, visto que novas soluções tecnológicas e produtos poderão ser desenvolvidos. Ele participou de uma reunião com o presidente da XCMG, Yan Dongsheng, nessa quinta-feira (9), para assinatura do protocolo de intenções de investimento. O encontro ocorreu na fábrica da empresa, em Xuzhou, na China, onde Zema conheceu o processo industrial da companhia.

Em solo chinês, para missão internacional, com intenção de, justamente, atrair mais investimentos estrangeiros para o Estado, o governador já havia firmado acordo para a implantação de uma fábrica de diagnóstico rápido da Celer Biotecnologia, em parceria com a chinesa Guangzhou Wondfo Biotech, em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais. Para este projeto, está previsto aporte de R$ 17 milhões, entre 2023 a 2026, e criação de cem empregos.
Além de montar caminhões elétricos e máquinas, XCMG planeja fabricar peças no Estado

Dongsheng, por sua vez, ao assinar o acordo, reiterou que a empresa se preocupa com o desenvolvimento da região onde ficam instaladas suas fábricas. “Hoje, 96% dos funcionários da XCMG são brasileiros”, enfatizou. De acordo com ele, desde que chegou em Pouso Alegre, a empresa chinesa vem trabalhando na nacionalização da produção, levando em conta não só trabalhadores, mas também produtos, pesquisa, fornecimento e até mesmo financiamento.

Afirmando estar otimista com a economia brasileira e mineira, o presidente da fabricante asiática ainda disse que o plano da XCMG é continuar expandindo para ir além da linha de montagem – que, com o mais novo investimento, terá caminhões elétricos e máquinas elétricas. Conforme Dongsheng, a ideia também é implementar a fabricação de peças em Minas Gerais.
Construção da fábrica de Pouso Alegre teve investimento superior a R$ 1 bilhão

Uma das líderes mundiais no setor de máquinas pesadas, a XCMG investiu mais de R$ 1 bilhão na construção de seu parque industrial em Pouso Alegre. Atualmente, a capacidade anual da planta é de sete mil unidades e, no local, são produzidos, principalmente, cinco famílias de produtos: caminhão guindaste, carregadeira, escavadeira, motoniveladora e rolo compactador.

A fábrica ocupa área de 1 milhão de metros quadrados, dos quais 150 mil são dedicados a galpões. São quatro galpões principais de produção e mais de dez instalações auxiliares, gerando todas as condições necessárias para a preparação de peças, solda, usinagem, montagem de máquina inteira e pintura. Com cerca de mil funcionários, a unidade exporta para Argentina, Chile, Peru e Estados Unidos, e pretende atingir um faturamento de R$ 10 bilhões até 2027.

Além disso, a empresa possui o Banco XCMG, de capital 100% estrangeiro, também em Pouso Alegre, com um capital inicial de R$ 100 milhões, de forma a atuar como uma plataforma financeira de apoio à atração de outras indústrias chinesas para a região.

O Estado de S.Paulo - SP   10/11/2023

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, disse nesta quinta-feira, 9, que a prorrogação de incentivos a montadoras no Nordeste, que beneficia a fábrica da Stellantis em Goiana (PE), assegura investimentos de US$ 1,5 bilhão da montadora no Estado pelos próximos dez anos.

A emenda que prorroga por mais sete anos os incentivos regionais à produção de veículos, cujo prazo terminaria em 2025, foi aprovada na votação da reforma tributária no Senado, após ser rejeitada na Câmara.

Montadoras instaladas no Sul e Sudeste fazem uma campanha contra a emenda, apontando que gera uma competição desigual. Ao defender a renovação dos incentivos, Raquel Lyra disse, ao deixar um fórum do Itaú BBA em São Paulo, que o programa combate desigualdades regionais por privilegiar e incentivar indústrias que normalmente não estariam no Nordeste, dado o déficit de infraestrutura na região, que compromete a competitividade da indústria.

“Estamos buscando é o combate à desigualdade regional, justamente privilegiando e incentivando indústrias que normalmente não estariam lá por adversidades de logística, por falta de estradas, falta de ferrovias e falta de investimento ao longo do tempo em portos e aeroportos”, disse a governadora.

Segundo ela, apenas um terço de todos os benefícios fiscais vai para o Nordeste e Norte do País. “Grande parte dos benefícios são concedidos aqui no Sudeste.”

“Conseguimos avanços da reforma no Senado para Pernambuco especificamente no que diz respeito à renovação de benefícios da indústria automobilística de uma maneira geral, renovando investimentos da Stellantis em nosso Estado numa garantia de US$ 1,5 bilhão para os próximos dez anos”, acrescentou.

Raquel Lyra, por outro lado, fez críticas ao critério populacional que será usado, conforme a versão da reforma aprovada no Senado, na partilha de 30% dos recursos do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR). Ela defende que a partilha siga apenas os critérios do Fundo de Participação dos Estados (FPE), cujo conceito é de PIB invertido, o que, na avaliação da governadora, combate as desigualdades regionais.

“No nosso entendimento, esses recursos 30% do FDR vão para onde já existe infraestrutura adequada e não trazem ganho de competitividade, que precisa acontecer no Norte/Nordeste e parte do Centro-Oeste”, comentou.

Valor - SP   10/11/2023

Com qualidade e tecnologia, novas marcas superaram a desconfiança dos consumidores

Os primeiros carros que chegaram da China para o Brasil foram recebidos com um misto de curiosidade e desconfiança. A maior parte deles decepcionou os consumidores, com exceção dos da JAC. Apesar da modesta qualidade de construção, a marca trazida por Sérgio Habib disparou em vendas em 2011, até ser freada por abrupta alta no Imposto de Importação. Passados 15 anos, a alta de impostos volta a ser sombra para marcas chinesas. Mas o cenário mudou.

Geely, Effa, Lifan, Dongfeng, Chana Motors (que virou Changan) tentaram ter êxito no país, mas foram embora. Então, o que difere essas companhias da investida atual? BYD e GWM estão fadadas ao fracasso? De poéticos, Build Your Dreams e Great Wall Motors só têm os nomes. Os dois grandes grupos chineses compraram as fábricas da Mercedes-Benz (GWM, 2021), em Iracemápolis (SP), e da Ford (BYD, 2023), em Camaçari (BA). Elas se juntam às duas unidades da Caoa-Chery, em Anápolis (GO) e Jacareí (SP), a segunda atualmente parada.

Se essa investida já não bastasse para preocupar a indústria local (que o digam os setores têxtil e de calçados), o sinal passou de amarelo a vermelho quando, a partir de meados do ano, o híbrido Haval H6, da GWM, começou a bater o Toyota Corolla Cross em vendas. O elétrico BYD Dolphin chegou às lojas com um conjunto interessante e preço agressivo de R$ 149.800 e, em menos de três meses, decolou em vendas e forçou a queda em cascata dos preços dos concorrentes.

A BYD anunciou investimento de cerca de R$ 3 bilhões para levar a ex-fábrica da Ford à capacidade de produzir até 300 mil híbridos e elétricos ao ano a partir de 2025. Já a GWM inicia a produção em Iracemápolis em maio de 2024, e pode chegar a 100 mil veículos/ano.

Números divulgados em setembro pela Anfavea, a associação das montadoras, revelam aumento da participação das marcas chinesas na América Latina de 4,6% em 2013 para 21,2% em 2022. No mesmo período, o índice do Brasil caiu de 22,5% para 19,4%. Esse avanço desperta dupla preocupação na indústria nacional, motivada pela crescente confiança no carro chinês convertida em vendas. “É o fim do preconceito; os chineses estão fazendo carros bem-acabados, equipados, com qualidade e preço competitivo”, destaca Milad Kalume Neto, diretor de desenvolvimento de negócios da Jato Dynamics.

O que ocorre hoje no mercado de automóveis do Brasil - e não só aqui -, é reflexo direto de decisões do governo da China. Acelerar a eletrificação da frota foi uma delas. Em 2009, montadoras e consumidores passaram a receber benefícios para produção e compra de veículos eletrificados. O programa deveria terminar em 2015, mas com o sucesso foi prorrogado. No começo deste ano, foram anunciados mais US$ 72,3 bilhões em estímulos para os próximos quatro anos.

Oswaldo Ramos: Com infraestrutura instalada, curva de venda dos elétricos deve disparar no Brasil a partir do fim de 2025 — Foto: Silvia Zamboni/Valor

“É comum associarmos a China à cópia de tecnologia de outros países, mas não é o caso da eletrificação. Foram feitos investimentos governamentais em toda a cadeia produtiva, e hoje a China tem uma indústria automotiva moderna, capacitada e com padrões de produção tão ou mais eficientes do que qualquer outro país do mundo”, afirma o consultor Marcelo Cavalcante, diretor-geral da Cavalcante & Cavalcante Consultores, especializada no varejo automotivo.

A JAC. primeira marca chinesa com relativo sucesso no Brasil, chegou em 2011. Virou a chave e hoje atua só com veículos elétricos. A indústria automobilística chinesa também aprendeu muito com o mercado local nesses 15 anos. Comprada pelo Grupo Caoa em 2017, a Chery passou por remodelação profunda, ainda patinou no primeiro momento, mas agora tem produtos de alto valor agregado e conquistou confiabilidade. Hoje, detém 1,23% do segmento de carros no país (mesmo patamar da Ford). Vale ainda lembrar que a Geely controla a Volvo e que 15% da Mercedes-Benz pertencem a grupos chineses.

A BYD lançou carros no Brasil só em 2002, mas produz ônibus elétricos em Campinas (SP) desde 2014. Empresa jovem (criada em 2003), sua divisão de carros é relativamente nova, mas está entre as dez maiores fabricantes de automóveis da China é a maior produtora de veículos elétricos do mundo. “Não estamos falando de empresas pequenas ou amadoras. Todas, sem exceção, aprenderam com o passado de adversidades, as exigências de nossos consumidores, nossas leis e, principalmente, nossa política. Sempre falamos que o Brasil não é para amadores, e no ambiente automotivo essa afirmação não é diferente”, diz Milad Kalume Neto.

No início de setembro, Marcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, defendeu a volta do Imposto de Importação para carros elétricos trazidos da China. A retomada seria gradativa, ao longo de três anos, até a alíquota de 35%. Esse prazo permitiria à indústria local se organizar. A preocupação não é exclusividade nacional.

Na semana seguinte à fala de Leite, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, afirmou que os países do bloco estão perdendo competitividade porque os preços dos carros chineses estão muito abaixo do mercado, e é preciso se defender contra o que chamou de “práticas injustas”. A União Europeia abriu investigação sobre os subsídios do governo para carros elétricos por “distorcer o mercado”. O processo pode resultar a adoção de tarifas extras para proteger a indústria automobilística da Europa.

Cui Dongshu, secretário-geral da Associação Chinesa de Automóveis de Passageiros, reagiu afirmando que as exportações de “veículos de nova energia” cresceram muito não por conta de subsídios estatais, “mas por causa da cadeia de fornecimento industrial muito competitiva da China, devido à concorrência de mercado interno”.

Das dez maiores fabricantes de baterias de carros elétricos do mundo, seis são chinesas. Elas respondem por 75% da produção global do componente. E dados da consultoria internacional SNE Research dão conta de que mesmo empresas fora da China dependem, de alguma forma, de sua cadeia produtiva. Fica fácil entender o domínio das marcas chinesas na produção de baterias ao colocar lupa sobre país. Em 2022, 5,4 milhões de elétricos foram emplacados no mundo, dos quais dois terços vendidos na China.

“Vários fabricantes e grupos europeus estão endividados. O preço baixo dos carros chineses gera pressão na comunidade europeia porque as montadoras não conseguem fazer o mesmo. Elas não têm margem para fazer isso. O mercado força essa queda de preço até certo ponto para fazer frente à concorrência, como acontece no Brasil, só que as empresas perdem ainda mais fôlego financeiro. E isso está incomodando demais a Europa”, afirma Antônio Jorge Martins, coordenador de cursos automotivos na Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O “incômodo” deve ocorrer no Brasil também, confirmadas as previsões de Oswaldo Ramos diretor de operações da GWM, para quem a tendência é de franco crescimento. Veículos plug-in, híbridos ou elétricos têm hoje participação de mercado de 1,7% no Brasil. “Estudos mostram que quando volume chega perto de 4% a 5% das vendas totais, com a infraestrutura necessária já instalada, a curva vira exponencial e elétricos invadem o mercado. Isso vai ocorrer no Brasil também. No fim de 2025, essa curva vai disparar por aqui”, afirma o executivo.

Além dos preços agressivos e a melhor qualidade percebida, um aspecto que chama a atenção na atual onda de carros chineses é a evolução do design: “As fabricantes chinesas realmente copiavam muito e algumas ainda estão nessa levada, principalmente as que atendem o mercado interno da China. Mas as montadoras que querem obter projeção global - a BYD, por exemplo - já estão deixando de lado essa questão. O problema agora é só a nossa percepção, como consumidores, de que um carro chinês não tem identidade”, diz José Carlos Carreira, professor do curso de Design do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).

Carros são mais visíveis nas ruas, mas as chinesas entraram forte no mercado de veículos comerciais eletrificados. Grupos como DHL, Riachuelo, Coca-Cola, PepsiCo e Ambev já têm grandes frotas de elétricos, principalmente JAC e Foton. A frota da DHL, empresa de logística e entregas, soma mais de 80 veículos chineses a bateria. Inclui caminhões e furgões, desde 2016. “O elétrico é muito mais barato ao comparar o custo do quilômetro rodado. Nossos primeiros veículos desse tipo estão provando ao longo do tempo que o custo médio na jornada é bem atrativo, mesmo sendo mais alto o valor da compra”, diz Diego Curtolo, diretor de transportes da DHL.

A Pepsi conta com 160 veículos elétricos na frota. Anderson Pinheiro, diretor de Transportes da empresa, afirma que a fatura da compra é alta, mas parte da estratégia sustentável: “É fundamental tornar o preço mais competitivo, permitindo que mais empresas façam essa transição”, diz.

As marcas chinesas ainda terão de passar pelo desafio do pós-venda, em que mesmo montadoras instaladas no país há tempos ainda não têm total aprovação do consumidor. “Ampla rede de concessionários, ações de marketing para reforço de imagem e confiança do consumidor na marca, fornecimento célere de peças de manutenção e garantia de baixos custos de propriedade, bem como relação harmoniosa com todo o ecossistema automotivo (de seguradoras a oficinas)”, enumera Milad Kalume Neto. “Caso uma peça do quebra-cabeça falhe, a chance de o negócio não dar certo é alta”, completa.

“Se houver um problema, não dá para esperar a peça chegar da China”, alerta Cássio Pagliarini, da Bright Consulting. “Estou vendo todo mundo olhar o nível excelente de equipamentos, qualidade, durabilidade e não tenho ouvido críticas de nenhuma espécie aos veículos chineses. Mas é preciso ter atenção no pós-venda, pois são veículos complexos, que exigem atendimento bem estruturado, com muita tecnologia e estoque de peças suficiente. Se tiver essa atenção, é correr para o abraço”.

Valor - SP   10/11/2023

Segundo a entidade, um acordo fechado nesta quinta-feira entre a empresa e o sindicato prevê um novo ciclo de investimentos, de cinco anos, e a extensão do atual acordo trabalhista até 2028

Poucas horas depois de o presidente da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom, dizer hoje, em entrevista, que o plano de investimentos da empresa fica comprometido com eventual prorrogação de incentivos no Nordeste para carros a combustão, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou que a montadora vai produzir dois modelos híbridos na fábrica de São Bernardo do Campo a partir de 2027. A Volks informou que vai se pronunciar em breve.

Segundo a entidade, um acordo fechado nesta quinta-feira entre a empresa e o sindicato prevê um novo ciclo de investimentos, de cinco anos, e a extensão do atual acordo trabalhista até 2028. Os valores do novo investimento não foram informados. O acordo foi aprovado em assembleia realizada na troca de turnos dos operários nesta tarde.

Segundo o sindicato, com o investimento, será desenvolvida uma nova plataforma de veículos que servirá aos híbridos. Além disso, segundo a entidade, serão abertas 111 vagas na engenharia para o desenvolvimento da motorização híbrida e haverá a efetivação de 150 trabalhadores com contratos temporários.

“Este é um acordo que dá longevidade para a fábrica, reposiciona nossa região rumo à reindustrialização e gera as oportunidades de crescimento do setor de autopeças do ABC”, destacou, por meio de nota, Wellington Messias Damasceno, diretor do sindicato e representante dos trabalhadores na Volks. A fábrica tem 8,2 mil trabalhadores, sendo cerca de 5 mil na área produtiva.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Valor - SP   10/11/2023

O indicador subiu 1,80%, após cair 1,74% em setembro, além de acumular aumento de 7,43% em 12 meses até outubro

A variação da locação de imóveis operou em alta em outubro, na leitura do Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar) da Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador subiu 1,80%, após cair 1,74% em setembro, além de acumular aumento de 7,43% em 12 meses até outubro, ante taxa acumulada de 5,64% até setembro, puxado por demanda em alta, afirmou André Braz, economista da FGV. Ele disse ser possível que a inflação em 12 meses do aluguel, mensurada pelo Ivar, continue a operar acima da inflação média.

Em 12 meses até outubro, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), calculado pela fundação, acumulou queda de 4,57%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do país, tem alta de 5,19% em 12 meses até setembro, informação mais recente do indicador.

Ao explicar a aceleração no Ivar na evolução mensal, o técnico lembrou que a variação mês a mês do indicador é muito volátil. A volatilidade foi observada, nas variações de setembro para outubro, nas taxas de variação de aluguel em quatro capitais usadas para cálculo do indicador. É o caso de Belo Horizonte (de -0,02% para 1,17%), Porto Alegre (de -6,83% para 8,67%); São Paulo (de -0,34% para -0,75%) e Rio de Janeiro (de 1,08% para -1,65%). “O melhor para mensurar a trajetória de preços é visualizar o andamento da taxa em 12 meses”, acrescentou.

No entanto, a taxa em 12 meses também acelerou, notou o técnico. O especialista explicou que, há algum tempo, o setor de aluguéis é uma parte da economia de serviços com forte persistência inflacionária. O especialista detalhou que, mesmo com corte na taxa básica de juros (Selic), que norteia juros de mercado, os juros, em geral, ainda operam em alta – incluindo os de crédito imobiliário, lembrou o técnico.

“A taxa de juros ainda está muito alta para financiamento de imóveis próprios. Isso desestimula famílias a procurem [residência própria] e a buscar [morar de] aluguel”, comentou o técnico. “Esse aquecimento [na procura por imóveis de aluguel] evita que se tenha acordos com inquilinos [para reduzir preço de locação]”, afirmou ele. “E se o inquilino não consegue negociar reajuste de aluguel, e existe uma carência de imóveis de alugar, isso se reflete [na variação do aluguel]” observou o economista. Na prática, comentou Braz, o contexto do setor, atualmente, é de alta na variação da locação, devido ao cenário de maior demanda do que oferta.

Porém, como o indicador é muito volátil, e o mercado de aluguéis é muito dinâmico, ele não descarta que o Ivar possa voltar a desacelerar nos próximos meses. Mas faz uma ressalva. É muito difícil que a variação do aluguel opere abaixo da inflação média apurada por indicadores tradicionais de inflação, como IGP-M e IPCA. Isso porque, mesmo que o indicador em 12 meses possa diminuir de ritmo, a demanda por apartamentos em aluguel deve continuar consistente. Os juros de financiamento imobiliário ainda devem operar em alta por algum tempo, visto que há certa defasagem no impacto de Selic menor em juros de mercado – e, por consequência, nos de crédito para imóvel.

“O Ivar vai continuar acima da inflação média. O aluguel vai continuar a pesar no orçamento das famílias. Creio que a variação do aluguel vai ficar acima da inflação média pelo menos até primeiro trimestre do ano que vem”, afirmou.

Valor - SP   10/11/2023

Incorporadoras de São Paulo e Rio lançam empreendimentos de alto padrão para os quais e compradores não faltam

Com duas torres, uma delas com 35 andares e a outra com 16, um empreendimento imobiliário em construção no Itaim, em São Paulo, está roubando a cena apesar dos dois anos e meio de obra pela frente. O motivo é o preço do metro quadrado dos apartamentos de 250 ou 500 metros quadrados: ultrapassa os R$ 57 mil, o que faz com que as unidades mais caras custem perto de R$ 29 milhões. “Restam poucos apartamentos à venda”, informa Otavio Zarvos, sócio-fundador da Idea!Zarvos, a incorporadora responsável pelo empreendimento.

Batizado de Damata, o complexo também vai dispor de studios de até 58 metros quadrados, que foram arrematados em conjunto por um fundo de investimento, e de escritórios com metragens variadas. Estes, agrupados na torre mais baixa, nem foram colocados à venda - serviram de moeda de troca na negociação com os donos dos dois edifícios comerciais que vieram abaixo para dar lugar ao Damata.

O arquiteto é ninguém menos que Isay Weinfeld, que já assinou dez outros empreendimentos da Idea!Zarvos - é o campeão de projetos da incorporadora, conhecida por contratar grifes arquitetônicas. A torre mais alta ele projetou com janelões que vão do chão ao teto e com uma estrutura metálica que delimita uma varanda de todos os lados. “As plantas deste prédio são extremamente flexíveis”, informa Zarvos. “Os quartos e os banheiros podem ficar praticamente em qualquer parte das plantas; a decisão é dos compradores.” Isso é possível porque o projeto prevê tubulações de água e esgoto em todas as extremidades e fachadas com janelas quase de ponta a ponta.

A entrada dos studios, concentrados nos pisos mais baixos da torre principal, não é a mesma dos apartamentos multimilionários, enfileirados do 16º andar em diante. Na cobertura, a piscina vai se estender pelos quatro lados do edifício - e rodear o deque destinado às espreguiçadeiras. No meio de tudo, o cubo que dá acesso aos elevadores será revestido com uma estrutura vazada que servirá de base para um jardim vertical.

Apesar do sucesso com o público AAA, o mercado ainda está andando de lado por causa dos juros altos”

— Otavio Zarvos

O Damata é, de longe, o empreendimento mais caro da Idea!Zarvos, em atividade desde 2005. Até abril deste ano, quando o complexo do Itaim foi lançado, os edifícios mais caros da incorporadora paulistana eram o Ourânia 231, projetado pelo arquiteto Marcio Kogan, e o Pascoal Vita, de autoria do escritório de Thiago Bernardes. Os dois prédios estão localizados no Alto de Pinheiros e foram vendidos com o metro quadrado a cerca de R$ 35 mil.

Os preços do lançamento no Itaim espelham a espantosa valorização do bairro. Que se explica, segundo Zarvos, pelos laços inquebrantáveis do topo da pirâmide social paulistana com algumas regiões da cidade. “A turma que paga mais de R$ 45 mil pelo metro quadrado se restringe ao Itaim, à Vila Nova Conceição e aos Jardins”, acredita. “Esse público não se dispõe a mudar nem para o Alto de Pinheiros.”

A proximidade do Damata com a avenida Faria Lima dá uma pista de quem são os principais compradores dos apartamentos com no mínimo 250 metros quadrados - o mais barato, atualmente, custa quase R$ 11 milhões. “A maioria é do mercado financeiro e 80% fecharam negócio para morar e não para investir”, diz o incorporador. O fato de muitas empresas instaladas ao redor da Faria Lima, incluindo bancos e fintechs, terem decretado o fim do trabalho remoto pode ter servido de incentivo para muitas das aquisições. O público-alvo: casais sem filhos ou com no máximo um. “Espaço para eles montarem um home-office não falta”, brinca Zarvos.

Weinfeld é duplamente responsável pela chegada da Idea!Zarvos ao Itaim. Foi quem vendeu a casa - na qual funcionava o escritório dele - que deu lugar ao primeiro prédio da incorporadora no bairro, o Nube, projetado pelo arquiteto Paulo Jacobsen. Quando a empresa se deu conta de quanto o empreendimento foi se valorizando ao longo das obras, resolveu fazer novas apostas na região.

Até então, a incorporadora se restringia à Vila Madalena, onde fica a sede dela, e a bairros do entorno, como Pinheiros e Perdizes. O primeiro empreendimento que deu notoriedade à companhia, o 360º, fica na Vila Ipojuca. Projetado por Weinfeld, lembra uma porção de contêineres empilhados - o lobby é rodeado por espelhos d’água e ligado à rua por uma passarela elevada. Na edição de 2009 do prestigioso prêmio “Future Projects Awards”, ligado à revista inglesa “Architectural Review”, o espigão chamativo sagrou-se “vencedor geral” e “melhor prédio residencial”.

Quando começou a pandemia, a Idea!Zarvos, que sempre apostou no mercado de luxo, tinha entregue 36 empreendimentos e estava erguendo mais seis. De lá para cá, a empresa triplicou de tamanho e passou a mirar também nos Jardins e em Higienópolis, além do Itaim e da Vila Madalena e arredores. Agora ela soma 45 empreendimentos concluídos e está às voltas com 19 em obras ou em fase de projeto.

O valor geral de vendas (VGV) previsto para este ano, considerando só os lançamentos residenciais, é de R$ 1,1 bilhão, mas a companhia espera amealhar só metade dessa cifra até dezembro. Em 2022, a empresa atingiu a marca de R$ 206 milhões com vendas - o VGV total do ano foi de R$ 399 milhões. “Apesar do sucesso com o público AAA, o mercado ainda está andando de lado por causa dos juros altos”, reclama o incorporador. Para 2024 só há um lançamento residencial previsto.

Pelas contas do Secovi-SP, a capital paulista ganhou 75.692 novas unidades residenciais no ano passado, o que representa uma queda de 8% em relação a 2021. Já o valor geral de vendas relacionado a esses anos caiu ligeiramente, de R$ 40,6 bilhões em 2021 para R$ 40,3 bilhões em 2022. Até agosto deste ano, foram lançadas 70.909 unidades residenciais, que totalizaram um VGV de R$ 40,7 bilhões.

Isay Weinfeld é duplamente responsável pela chegada da Idea!Zarvos ao Itaim — Foto: Divulgação

Em São Paulo, empreendimentos que ombreiam com o Damata, em matéria de preço, não faltam. É o caso do Bueno Brandão 257, que a Tegra Incorporadora está erguendo na Vila Nova Conceição. Projetado pelo escritório de arquitetura Königsberger Vannucchi, só terá apartamentos de 500 metros quadrados, cada um deles com cinco suítes e o mesmo número de vagas de garagem. Quanto custa morar lá? A partir de R$ 25 milhões.

No Parque Global, os apartamentos duplex e as penthouses, com até 597 metros quadrados e piscina privativa, não estão mais disponíveis - foram vendidas por até R$ 19,3 milhões. Da Imperial, a última das cinco torres a sair do papel, só restam unidades de 218, 240 e 380 metros quadrados. As menores custam a partir de R$ 5,1 milhões e as maiores não saem por menos de R$ 9,8 milhões.

Tido como um dos maiores projetos imobiliários da América Latina, o Parque Global ladeia a Marginal Pinheiros, entre a Ponte do Morumbi e o Parque Burle Marx. Espalha-se por um terreno de 218 mil metros quadrados - quase um terço da área do Jockey Club de São Paulo - e totaliza um VGV de R$ 11,5 bilhões.

Um dos atrativos mais alardeados é a futura área verde, de 58 mil metros quadrados, pouco maior que o terreno do estádio do Pacaembu. A área de lazer terá piscinas, quadras de beach tennis, squash e tênis, pistas de boliche, academia, simulador de golfe, wine bar e circuito para corridas com 1,6 quilômetro de extensão, entre outras opções.

Tatiana Muskat diz que a you, inc desenvolve prédios que remetem ao chamado ‘quiet luxury’ — Foto: Divulgação

O terreno vizinho ao das torres, cada uma delas com 47 andares, ganhará um shopping center e um complexo pensado para abrigar faculdades, escritórios e um hospital - será uma unidade do Albert Einstein. E os apartamentos serão entregues com diferenciais como infraestrutura para automatização de persianas, contrapiso com revestimento acústico nos dormitórios e sistema de aquecimento de água conectado a placas fotovoltaicas.

“Os preços de um empreendimento como este em Miami são três ou quatro vezes maiores”, disse ao Valor, meses atrás, o bilionário argentino Jorge M. Pérez. Dono do Related Group, uma das incorporadoras do complexo - a outra é a paulistana Bueno Netto -, ele sustenta que São Paulo, em comparação a outras grandes cidades de fora do país, está barata.

Conhecida por apostar em apartamentos compactos, que correspondem à metade das unidades lançadas por ela nos últimos dois anos, a incorporadora you, inc também mira na clientela multimilionária. Os prédios elaborados para esse público remetem ao chamado “quiet luxury”, que prega um tipo de minimalismo sofisticado. “Nossos empreendimentos primam pela discrição, em oposição à ostentação, e pelo design minimalista”, diz Tatiana Muskat, CMO, ou diretora de marketing, da companhia.

Com lançamento previsto para meados de novembro, o Eleva Harmonia serve de exemplo. “É um projeto que terá bastante elementos em concreto aparente ou com revestimento de pedras”, detalha Tatiana. Um dos diferenciais é o pé-direito, de 5,6 metros, das áreas sociais dos apartamentos. Os menores terão 205 metros quadrados; os maiores, os duplex, terão até o dobro do tamanho. Como o metro quadrado custará a partir de R$ 23,5 mil, as unidades mais caras sairão por mais de R$ 9,6 milhões. O VGV da incorporadora previsto para este ano é de R$ 1,8 bilhão. No ano passado, foi R$ 1,2 bilhão - com vendas líquidas de R$ 747 milhões.

Frédéric Cockenpot diz que estrangeiros correspondem a 80% dos compradores da Where In Rio — Foto: Divulgação

Na ativa desde 2007, a WhereInRio indica que há outro fator para a alta do metro quadrado em grandes cidades do país: o interesse e o poder de compra dos estrangeiros. Fundada pelo belga Frédéric Cockenpot, a companhia intermedeia o aluguel e a venda de imóveis de alto padrão no Rio de Janeiro, entre outros destinos incensados, como Jericoacoara e Búzios. O foco são estrangeiros como ele. “Só o fato de eu falar inglês e francês já é um diferencial para este público”, diz Cockenpot.

Com a desvalorização do real em relação a outras moedas, os imóveis verde-amarelos passaram a ser vistos como um pechincha para muitos magnatas estrangeiros, que correspondem a 80% das compras. Os russos, por exemplo, representam 5% dos compradores da WhereInRio - desde a invasão da Ucrânia, o interesse deles pela capital carioca aumentou. “Geralmente, nossos clientes alugam um imóvel conosco três vezes e daí decidem comprar um”, afirma Cockenpot. Faz sentido. “Uma pequena cobertura no Rio de Janeiro custa hoje o mesmo que um apartamento qualquer de dois quartos em Paris”, acrescenta o empreendedor belga.

Rodoviário

Porto Gente - SP   10/11/2023

Ligação política a fim de acolher o futuro

Como Portogente já havia antecipado, bate à porta a construção do túnel submerso ligando as margens do canal de acesso do Porto de Santos. O presidente Lula, cuja infância tem periodo marcante vivido no Guarujá/SP e o govenador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como conquista da meta que não atingiu como ministro, unem-se num lance de nobreza política, para juntar forças e concretizar um sonho regional quase centenário.

Duas questões relativas às atividades logísticas, produção e trabalho, devem ser tratadas com políticas, projetos e obras. No âmbito do Porto de Santos é visto com otimismo o fato do ministro de Portos, Sílvio Costa (Republicanos) atribuir as decisões de arrendamento de áreas dentro da poligonal do porto à autoridade portuária. Porto indústria é um modelo de atividade portuária há muito anunciada e converge com o estímulo do presidente Lula de investir dinheiro em obras.

A partir de janeiro de 2011, o desempenho em queda da indústria brasileira, distancia-se em relação ao crescendo da indústria mundial. A questão crucial é o bem-estar coletivo; o caso de gerar postos e trabalho. Há década fala-se da implantação do porto indústria de Santos, com característica de Zona de Processamento de Exportação – ZPE. Oportunidade para implantar uma fábrica de pás eólicas na margem direita do porto. Tema que faz parte do debate sobre tributação e a competitividade nacional.

Este ano perdido na gestão do Porto de Santos, por conseguinte, expõe deficiências em um planejamento que deveria ser integrado. Outrossim, esse quadro de inércia dificulta uma projeção robusta para os próximos três anos, com foco em um propósito de alto desempenho. Entretanto, o que se espera e poderá ocorrer, a liderança política do ministro de Portos conseguir implantar projetos essenciais para a produtividade do porto. Fala-se em um investimento da ordem de R$ 13,5 bilhões, neste mandato.

A comunidade do Porto de Santos constitui um centro de competência sobre amplo e profundo campo do conhecimento portuário e regional. Certamente, a nova diretoria enfrentará divergências, mas também poderá conquistar cooperações. Há muito o que fazer. Será uma oportunidade de desenvolver, no principal porto do hemisfério sul, uma cultura estruturada em que o desafio de realizar seja uma meta permanente.

Diário do Comércio - MG   10/11/2023

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) planeja publicar, ainda em novembro, o processo licitatório para as obras de melhorias nas interseções do Anel Rodoviário com a BR-040 e a Via Expressa. O município já apresentou ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) a documentação necessária para a licitação e aguarda a aprovação da autarquia federal.

Por ser uma rodovia da União, o órgão vinculado ao Ministério dos Transportes precisa autorizar qualquer obra que seja feita no Anel Rodoviário. O prefeito Fuad Noman (PSD) espera que essa autorização ocorra nos próximos dias e que as intervenções possam ter início em março ou abril de 2024, após o término do período de chuvas. A execução está prevista para cerca de 18 meses.

Esse será o primeiro trecho a ser reformado de um total de oito viadutos do Anel Rodoviário que passarão por reformas de alargamento, implantação de alças e outros. Ao todo, serão investidos R$ 1,5 bilhão nas intervenções, sendo R$ 62 milhões destinados apenas para essa primeira obra. Os recursos para os projetos serão oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3).

“O Anel Rodoviário é um dos principais problemas de Belo Horizonte e fazer intervenções nessa via, para dar maior fluidez ao tráfego e, sobretudo, mais segurança aos usuários, é uma das minhas prioridades como prefeito. Temos compromisso do governo federal de que vai liberar recursos para fazermos obras nos oito viadutos do Anel e já temos o anúncio de que o dinheiro necessário para mexermos no primeiro deles, na BR-040, já está assegurado”, destacou Noman.

“As obras estão orçadas em R$ 62 milhões e tão logo tenhamos autorização do Dnit para fazermos a intervenção, o que esperamos que aconteça nos próximos dias, vamos publicar o edital (de licitação). Nossa expectativa é que os trabalhos comecem logo após o período chuvoso, lá para março ou abril do próximo ano”, ressaltou o chefe do Executivo municipal.
Intervenções nos trechos com a BR-040 e Via Expressa eram contrapartidas da Arena MRV

Conforme informações da assessoria da PBH, as intervenções nos viadutos do Anel Rodoviário com a BR-040 e Via Expressa – consideradas como apenas uma intervenção, devido à proximidade entre eles – eram parte das contrapartidas da Arena MRV para construir o estádio.

Como a Arena já havia desenvolvido o projeto executivo das intervenções, a Prefeitura de Belo Horizonte optou por incluí-las na lista de obras que receberão financiamento do PAC. Sendo assim, ficou acordado que os gestores do novo estádio terão que realizar outra contrapartida de igual valor (R$ 62 milhões). Essa compensação, entretanto, ainda não foi definida.

PBH negocia com governo federal para agilizar obras em outros dois viadutos no Anel Rodoviário

Ainda de acordo com a assessoria da Prefeitura, o prefeito de Belo Horizonte está negociando com o governo federal para agilizar as obras em outros dois viadutos no Anel Rodoviário. São eles: sobre a avenida Amazonas e sobre a avenida Presidente Antônio Carlos. A ideia é viabilizar os recursos do PAC para as intervenções, cujo total será da ordem de R$ 110 milhões.

Eles explicam que ambos os trechos foram escolhidos por se tratarem de obras relativamente mais simples de serem executadas do ponto de vista da engenharia. Isso porque no processo de alargamento dos viadutos podem ser utilizadas, por exemplo, estruturas metálicas. As intervenções estão previstas para começarem já no próximo ano, embora sem data específica.

Vale destacar que, além das intersecções da BR-040/Via Expressa, e das avenidas Amazonas e Antônio Carlos, o pontilhão ferroviário do Betânia e os viadutos da Praça São Vicente e das avenidas da Tereza Cristina, Pedro II e Cristiano Machado serão reformados nos próximos anos.

NAVAL

TN Petróleo - RJ   10/11/2023

Reunião especial do Conselho Empresarial de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) recebeu a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de P&G (ABPIP) e seus associados, na Casa Firjan, em 07/11. A maior aproximação da instituição com a Firjan foi ressaltada pela agenda comum de aproveitamento do gás natural e maior produção nos campos maduros de petróleo, grande parte desenvolvida por produtores independentes.

“Todos temos interesse nas mudanças energéticas para sobrevivência do planeta. Mas do dia para a noite não há como mudar de matriz, sem nos esquecermos de que temos ainda uma gigantesca produção de petróleo e gás. Vocês aceitaram bem o desafio de produzir em campos maduros. Uma agenda importante no Rio é o aproveitamento do gás natural. O Brasil importa 100% do metanol e 80% dos derivados petroquímicos que usa. Já fomos independentes no passado e precisamos voltar a ser. A dinâmica de hoje vai tornar mais forte nossa voz para sermos ouvidos”, declarou Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan, que esteve na reunião acompanhado de Luiz Césio Caetano, vice-presidente da federação.

Já Márcio Felix Carvalho Bezerra, presidente da ABPIP, elogiou a parceria com a Firjan e anunciou que a Associação abriu um escritório no Rio de Janeiro: “Nesse momento novo, de transição energética, o uso do petróleo da indústria petroquímica vem crescendo e o dos transportes se mantém. Tem havido maior participação de independentes, que atuam no onshore e também no offshore. Este ambiente convidativo de inovação da Casa Firjan ajuda a oxigenar as ideias de como os produtores independentes vão enfrentar essa transição”.

O Diagnóstico de Comércio Exterior do Estado do Rio de Janeiro, elaborado pela Firjan e apresentado esta semana, foi o ponto de partida da análise de Cynthia Santana Silveira, presidente do Conselho. “A balança comercial do estado soma US$ 70 bilhões este ano, enquanto a do Brasil é de R$ 600 bi. Dos US$ 45 bi que o Rio exporta, 78% são petróleo e gás natural. Já em relação aos produtos manufaturados, o percentual fluminense cai. Temos que trabalhar nesse nicho, junto com a ABPIP, para aumentar a força do nosso segmento na cadeia produtiva do petróleo”, relatou Cynthia, citando que as operadoras Independentes nos poços maduros ainda são uma novidade no Brasil.

Construção de futuros possíveis para as operadoras independentes

Palestra de Magda Chambriard, vice-presidente do Conselho, tratou justamente da construção de futuros possíveis para as operadoras independentes. Investimentos, regulação e mercado foram a tônica da apresentação. “É preciso ter continuidade das políticas públicas. A produção de petróleo é crescente e o Brasil está no Top 10 dos produtores. Por outro lado, a Bacia de Campos está em declínio acentuado, o que é possível reverter. Temos 9 bilhões de barris a recuperar. As empresas independentes são importantes nessa função e precisam ser acolhidas pela sociedade pelo benefício que trazem para todo seu entorno”.

Magda destacou que o regime regulatório brasileiro e o licenciamento ambiental precisam estar adequados a portes diferentes de empresas e que a comercialização no país deve ter mais vantagens que a exportação. Ela citou exemplos da Perenco, da Trident e da PRio e cobrou incentivos para que as empresas tenham oportunidades de permanecer construindo portfólios fortes em um futuro possível.

Executivos da Mandacaru, PRio e Perenco – Clarindo Caetano, Emiliano Fernandes e Leonardo Caldas, respectivamente – contaram sobre o desenvolvimento de suas empresas independentes e reforçaram os pleitos levantados por Magda Chambriard. A PRio, antiga PetroRio, já está utilizando uma prática internacional, o tieback, que prevê a sinergia de uma plataforma para dois campos de petróleo, otimizando os custos. As empresas citaram também a formação de mão de obra especializada e a preferência pela indústria nacional.

PETROLÍFERO

Valor - SP   10/11/2023

Alta veio após duas sessões de fortes perdas, que levaram a commodity energética a cair cerca de 6%, aos menores níveis de julho passado

O petróleo ganhou fôlego nesta quinta-feira (9) e voltou a fechar em alta, após duas sessões de fortes perdas que levaram a commodity energética a cair cerca de 6%, aos menores níveis de julho passado. O aumento do dólar durante a tarde, em meio ao discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, pressionou os contratos futuros, mas não o suficiente para impedir uma apreciação.

O barril do petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para dezembro avançou 0,54%, a US$ 75,74. Já o barril do Brent, a referência global, para janeiro subiu 0,59%, a US$ 80,01.

O movimento de hoje parece ter sido apenas de ajuste ante as fortes quedas das duas sessões anteriores, uma vez que a perspectiva de uma política monetária agressiva nos EUA e o enfraquecimento da economia global indicam uma demanda mais fraca pela commodity no curto prazo.

“O recente colapso do petróleo sugere que o mercado não apenas eliminou o risco de perda de oferta com o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, mas também com qualquer outro conflito no universo", diz Phil Flynn, analista sênior de mercado do The Price Futures Group. "Ele também está sinalizando uma possível recessão global que, apesar de algumas preocupações reais com a demanda, ainda não aconteceu."

A China, principal importador global de petróleo, deu mais sinais de enfraquecimento com a deflação dos preços ao consumidor em outubro, de 0,2% na base anual. Julian Evans-Pritchard, economista-chefe para China da Capital Economics, tem visão fora do consenso e afirma que a deflação no mês passado não parece ter sido causada por uma demanda interna fraca, mas, sim, por cortes de preços na manufatura chinesa, em tentativa de manter sua parcela do mercado, à medida que o impulso da demanda global por bens de consumo esfria após a pandemia de covid-19.

“O núcleo da inflação de bens caiu no mês passado, de 0,3% ao ano para 0,0%. Em contraste, a inflação de serviços, que reflete de forma mais restrita as condições domésticas, se manteve muito melhor, caindo ligeiramente de 1,3% ao ano, um recorde de alta de 19 meses, para 1,2%”, destaca o analista.

TN Petróleo - RJ   10/11/2023

Dados divulgados pela Cigás apontam que a comercialização de gás natural (GN) atingiu, em setembro, o melhor desempenho mensal já registrado no ano. A demanda alcançou média de 5,3 milhões de m³/d, variação de 17,3% em comparação com o mesmo período do ano passado, com média de 4,5 milhões de m³/d.

O destaque ficou por conta do fornecimento do combustível para uso na geração de energia elétrica. O segmento termelétrico consumiu média de 4,5 milhões de m³/d, aumento de 14,5% em relação a setembro de 2022 quando o volume registrado foi de 3,9 milhões de metros cúbicos diários.

“O gás natural fornecido pela Cigás é usado na geração de grande parte da energia elétrica utilizada para abastecimento de Manaus e também dos municípios de Anamã, Anori, Caapiranga, Coari e Codajás, por essa razão, é combustível estratégico para a matriz energética, além de ser fonte de energia muito mais limpa em relação aos demais combustíveis fósseis”, afirma o diretor técnico-comercial da concessionária, Clovis Correia Junior.

O segmento industrial alcançou a segunda melhor marca de comercialização mensal deste ano, em setembro. Foram 183,7 mil m³/d (média) do combustível destinados a mais de 60 empresas dos segmentos eletroeletrônico, duas rodas, papel e papelão, químico, bebidas, mecânico e metalúrgico. Na indústria, o gás natural chega a representar economia em torno de 55% em comparação com outros combustíveis, segundo levantamento de dados feito, de 15 a 21 de outubro, pela ANP.

O fornecimento do combustível para os postos de comercialização de gás natural veicular (GNV) atingiu média de 26,8 mil metros cúbicos por dia no referido mês. Atualmente, são seis os pontos de venda de GNV em Manaus. Em breve, dois novos postos começarão a funcionar. Um deles na avenida Cosme Ferreira, no bairro Coroado, zona leste de Manaus, sendo o primeiro localizado nesta região da cidade a comercializar o gás natural veicular. O outro está situado na avenida Noel Nutels, bairro Cidade Nova, ampliando para dois os pontos de abastecimento do combustível na zona norte de Manaus.

Segmentos residencial e comercial

Os segmentos comercial e residencial continuam a representar importantes atores no cenário de expansão do uso do GN no Amazonas. Em setembro, usuários do segmento comercial responderam juntos pelo consumo de 5,3 mil metros cúbicos por dia. Neste segmento, a Cigás fornece o combustível para shoppings, lavanderias, restaurantes, lanchonetes, supermercados, hotéis e ainda, para o Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz.

Já as unidades consumidoras residenciais, interligadas à rede de distribuição de gás natural (RDGN), demandaram em setembro média de 2,8 mil metros cúbicos diários do GN. No mesmo período do ano passado, a demanda foi de 1,6 mil m³/d – aumento de 75,5%.

Segundo o diretor-presidente da Companhia, Heraldo Câmara, os crescentes resultados alcançados pela Cigás, em termos de volume comercializado, refletem os investimentos robustos efetuados pela Companhia na ampliação do sistema de distribuição de gás natural no Amazonas. Até 2027, a Cigás planeja investir R$ 282 milhões em obras de expansão da rede de gás natural.

Benefícios de uso do gás natural

A utilização do gás natural proporciona uma série de benefícios aos usuários. A economia em comparação com outros combustíveis é um deles. Além disso, tem-se o fornecimento contínuo feito por meio de rede de gasoduto subterrânea, a maior segurança e o pagamento pós-consumo.

Outro benefício é o ambiental. A adesão ao GN, em Manaus, representou redução de 73% na poluição provocada pela queima de combustíveis líquidos e de 55% na emissão de gases de efeito estufa (metano e dióxido de carbono). Esses dados foram comprovados por meio de pesquisa produzida, há alguns anos, pela Green Ocean Amazon.

Deve-se destacar ainda que a cadeia do gás natural tem sido mola propulsora para o desenvolvimento socioeconômico do Amazonas por meio da arrecadação de tributos estaduais. Este recurso pode ser utilizado em áreas prioritárias, como Educação, Saúde e Segurança.

Visita técnica

A Cigás dispõe de equipe especializada para realização de visita técnica com o objetivo de esclarecer sobre as qualidades e benefícios do gás natural, bem como realizar levantamento de dados, avaliar infraestrutura e apresentar soluções adequadas às necessidades específicas de cada demandante. Basta entrar em contato pelo (92) 98434-5286 (aplicativo de mensagem).

Valor - SP   10/11/2023

Unidade foi uma das que impulsionou o resultado operacional da estatal no terceiro trimestre, conforme apontou a companhia no relatório de produção, divulgado no fim de outubro

A plataforma da Petrobras P-71, no pré-sal da Bacia de Santos, atingiu na quarta-feira (8) a produção máxima de 150 mil barris de óleo por dia, informou a companhia. A unidade foi uma das que impulsionou o resultado operacional da estatal no terceiro trimestre, conforme apontou a Petrobras no relatório de produção, divulgado no fim de outubro.

A unidade, do tipo FPSO (sistema flutuante de produção, armazenamento e transferência, na sigla em inglês), é a única plataforma de produção instalada em Itapu, a 200 quilômetros da costa do Rio. O campo é operado totalmente pela Petrobras sob dois regimes, cessão onerosa e partilha de produção. A Pré-Sal Petróleo (PPSA) é a gestora do contrato de partilha, com coparticipação no contrato de cessão.

O petróleo extraído de Itapu é importante na estratégia da Petrobras de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, uma vez que Itapu tem a vantagem de ser menos poluente pelo baixo teor de gás carbônico na composição do produto.

No terceiro trimestre, a produção de petróleo, gás natural e líquido de gás natural (LGN) da Petrobras somou 2,88 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/dia), o que corresponde a uma alta de 8,8% na comparação com igual período de 2022. Segundo a empresa, o resultado se deu em função do melhor desempenho operacional das plataformas do pré-sal e do menor volume de perdas por paradas e manutenções.

Também influiu na produção mais elevada o processo de aumento de extração (ramp-up) das plataformas P-71, no campo de Itapu, e do navio-plataforma FPSO Almirante Barroso, no campo de Búzios, além do FPSO Anna Nery, no campo de Marlim.

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