Globo Online - RJ 09/11/2023
A dívida bruta do país ficou estável em 74,4% do Produto Interno Bruto (PIB) e fechou em mês de setembro em R$7,8 trilhões. Os dados são do Banco Central e foram divulgados nesta quarta-feira. No ano, a elevação foi 1,5 ponto percentual.
A dívida bruta é calculada com base nas contas do governo federal, INSS, governos estaduais e municipais. O número veio em linha com a expectativa de mercado, também em 74,4%.
Também foram divulgadas as contas do setor público consolidado, formado por governo federal, estados, municípios e empresas estatais. Houve déficit primário de R$18,1 bilhões em setembro, ante superávit de R$10,7 bilhões em setembro de 2022.
O superávit primário considera que as receitas superaram as despesas, sem considerar o pagamento de juros da dívida pública. O déficit é justamente o contrário.
IstoÉ Dinheiro - SP 09/11/2023
Passado o choque inicial provocado pela pandemia de covid-19, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2021 cresceu, mas um pouco menos do que o inicialmente estimado: a alta passou para 4,8%, ante um avanço anteriormente calculado em 5%, segundo dados revisados com base no Sistema de Contas Nacionais, divulgados nesta quarta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A estimativa anterior tinha como base as Contas Nacionais Trimestrais. Com a revisão definitiva, com base nas Contas Nacionais Anuais, o PIB somou R$ 9 trilhões em 2021. O PIB per capita foi de R$ 42.247,52.
Sob a ótica da oferta, a variação do PIB da indústria de 2021 em relação a 2020 passou para uma alta de 5%, ante um avanço anterior estimado em 4,8%. O PIB da agropecuária registrou estabilidade (0,0%) em 2021, ante uma alta anteriormente estimada de 0,3%. A variação do PIB de serviços de 2021 passou a aumento de 4,8%, ante um avanço estimado antes de 5,2%.
Segundo o IBGE, a revisão no PIB de 2021 decorreu principalmente da incorporação de novos dados sobre as atividades de Serviços, disponibilizados pela Pesquisa Anual de Serviços (PAS). O destaque foi a revisão na atividade Transporte, armazenagem e correio, que saiu de uma alta estimada de 12,9% para um avanço de 6,5%.
O crescimento do PIB de 2021 foi decorrente de um aumento de 4,5% do valor adicionado bruto, sendo 3,4 pontos porcentuais advindos dos Serviços e 1,1 ponto porcentual da Indústria.
Pela ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 2,9% em 2021, e o consumo do governo avançou 4,2%.
“Comparando-se a participação de bens e serviços no consumo final das famílias, observa-se que, em 2021, os serviços cresceram 4,0%, enquanto os bens cresceram 1,9%. O crescimento maior dos serviços não chega a recuperar toda a queda observada em 2020 em decorrência da pandemia, quando os serviços, mais afetados, caíram 10,2% e os bens caíram 0,7%”, apontou o IBGE, em nota.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) cresceu 12,9% em 2021, após ter recuado 1,7% em 2020. A taxa de investimento foi de 17,9% em 2021.
Entre os componentes da FBCF, as máquinas e equipamentos avançaram 11,1%, construção cresceu 11,9%, produtos de propriedade intelectual subiram 23,9%, e os outros ativos fixos avançara, 7,7%.
“Em 2021, o grupo Máquinas e equipamentos superou a Construção como o maior peso na Formação Bruta de Capital Fixo, e sua participação subiu de 41,5% para 43,8%. A Construção respondeu por 41,9% da FBCF, os Produtos de propriedade intelectual por 12,1% e os Outros ativos fixos, por 2,2%”, apontou o IBGE.
O instituto frisou ainda que a participação da remuneração do capital no PIB atingiu em 2021 o maior patamar da série histórica.
“O PIB pela ótica da renda é medido pela soma das remunerações dos fatores de produção, ou seja, a renda gerada no período mais os impostos líquidos de subsídios sobre a produção e a importação. Em 2021, verificou-se aumento da participação no PIB do excedente operacional bruto (de 35,3% em 2020 para 37,5% em 2021) e dos impostos líquidos de subsídios sobre a produção e a importação (de 14,5% para 15,5% do PIB). Em contrapartida, houve redução nas parcelas referentes às remunerações (39,2% do PIB) e ao rendimento misto bruto (7,8%)”, explicou a nota do IBGE.
Necessidade de financiamento
A necessidade de financiamento da economia brasileira foi de R$ 213,5 bilhões em 2021, aumento de 165% em relação a 2020, quando ficou em R$ 80,5 bilhões.
O setor de empresas não financeiras registrou uma necessidade de financiamento recorde de R$ 321,8 bilhões a preços correntes em 2021, a maior da série iniciada em 2000.
O resultado foi puxado por um aumento de 35,0% na Formação Bruta de Capital fixo das empresas não financeiras em 2021, que alcançou R$ 940,9 bilhões, maior valor a preços correntes da série.
Já o setor empresas financeiras teve aumento nominal na capacidade de financiamento de 2,8%, ao passar de 216,9 bilhões em 2020 para R$ 222,9 bilhões em 2021.
PIB definitivo
Como em diversos países do mundo, o IBGE divulga os primeiros resultados oficiais da atividade econômica trimestralmente, com base em dados preliminares, nas Contas Nacionais Trimestrais. Mais tarde, com base em informações mais completas, colhidas em pesquisas estruturais feitas anualmente, o instituto informa o resultado definitivo para a medição do PIB, nas Contas Nacionais Anuais. Esse resultado definitivo é divulgado com dois anos de defasagem.
Com o cálculo do PIB definitivo de 2021, o IBGE ajustará também as variações da atividade econômica, trimestre a trimestre, do início de 2022 em diante. Esses dados serão divulgados no início de dezembro, quando o órgão informará o cálculo preliminar do PIB do terceiro trimestre deste ano.
Diário do Comércio - MG 09/11/2023
A indústria de Minas Gerais apresentou variação positiva de 4% na produção no acumulado de 2023. Esse resultado segue na contramão do restante do País, que apresentou retração de 0,2% este ano. O Estado foi a segunda maior influência positiva sobre o indicador geral acumulado.
De acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os setores e atividades que mais se destacaram foram: Refino e biocombustíveis (9,5%) e Indústria Extrativa (6,7%). Por outro lado, a indústria ligada à fabricação de produtos químicos registrou a maior queda no período, com recuo de 13,9%.
Apesar da alta no ano, o setor industrial de Minas ficou estável e registrou 0,0% na produção em setembro na comparação com o mês anterior. É o primeiro registro sem apresentar queda após três resultados negativos consecutivos no Estado.
Alessandra Coelho, analista da seção de pesquisas por empresas do IBGE, ressalta que o destaque a dois setores no acumulado do ano – Indústria Extrativa e Refino e Biocombustíveis – se dá principalmente pela composição da estrutura produtiva do Estado. “É onde eles acabam tendo um peso significativo. Esse resultado de destaque desses dois setores acontece desde janeiro. Durante todo esse ano, o indicador de produção acumulada do ano foi conduzido por eles”, disse.
A pesquisadora do instituto aponta uma instabilidade do setor industrial. “A indústria tem oscilado, teve meses de variações positivas, depois uma sequência de meses negativos. Minas Gerais, por exemplo, esse mês deu o resultado de 0%, de estabilidade, mas vinha de três resultados negativos. Uma oscilação tanto a nível regional quanto nacional”, comentou Alessandra, que emenda: “Não tem como falar em tendência positiva ou negativa, porque com essa oscilação é muito difícil traçar um cenário”.
Na comparação com o mesmo mês de 2022, a indústria mineira apresentou crescimento de sua produção de 0,6%, igual a média do País. Oito das 14 atividades analisadas pelo levantamento apresentaram avanços na produção em Minas. As maiores variações ocorreram em Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (22%), Metalurgia (13%), Produtos do fumo (10,8%). Enquanto as maiores reduções, foram observadas nas atividades de Celulose, papel e produtos de papel (-35,6%) e Produtos químicos (-8,1%).
No acumulado dos últimos 12 meses, a produção na indústria mineira subiu 4,2%. Nesse índice, Minas Geras é a segunda maior influência positiva.
Faturamento
Em setembro, a indústria mineira apresentou queda de 2,6% no faturamento em relação ao mês anterior, segundo Pesquisa Indicadores Industriais de Minas Gerais (Index), da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). Em comparação ao mês de setembro de 2022, a receita cresceu 0,2%.
Já no acumulado do ano, o faturamento obteve um crescimento de 3,8% e, no acumulado dos últimos 12 meses, de 4,7%.
Indústrias extrativa e de transformação
Ainda segundo a Fiemg, em setembro, as receitas da indústria extrativa mineral do Estado cresceram 2,2% em relação a agosto. Mesmo assim, o faturamento reduziu 3,4% no ano. Nos últimos 12 meses, o decréscimo foi ainda maior: 7,5%, mesmo resultado negativo na comparação com setembro de 2022 (-7,5%).
Já o faturamento da indústria de transformação caiu 3,3% em setembro em relação ao mês anterior, mas subiu 4,5% no acumulado de 2023, 5,8% nos últimos 12 meses e 0,9% se comparado com o mesmo período do ano passado.
Infomoney - SP 09/11/2023
A China tem enfrentado dificuldades para atrair capital estrangeiro, com os dados oficiais mostrando que há mais investimentos diretos saindo do país do que entrando, o que sugere que as empresas podem estar diversificando suas cadeias de fornecimento para reduzir riscos. Segundo o último dado disponível do balanço de pagamentos da segunda maior economia do mundo, o investimento direto estrangeiro caiu US$ 11,8 bilhões no período de julho a setembro, marcando a primeira contração desde que os registros começaram, em 1998.
Um alerta é que o indicador atingiu um valor superior a US$ 101 bilhões no primeiro trimestre de 2022 e enfraqueceu em quase todos os trimestres desde então.
Robert Carnell, chefe regional de investigação para a Ásia-Pacífico no ING, disse à Bloomberg que é preocupante ver saídas líquidas de investimento num momento que a China está tentando abrir seu setor industrial para novas captações. “Talvez seja o início de um sinal de que as pessoas estão cada vez mais à procura de alternativas à China para investimentos”, comentou.
Mas há outras visões menos alarmistas. Robin Brooks, economista chefe do IIF, alega que pode estar acontecendo uma reorganização do comércio global, sem nenhuma mudança real em relação a que produz versus quem consome bens e serviços, escreveu na rede social X.
Ele também pondera que a queda aponta para uma repatriação de lucros reinvestidos e que o investimento direto está, na verdade, evoluindo de maneira bastante suave, sem grandes alterações na última década.
Essa também é a opinião de Duncan Wrigley, economista chefe para a China na Pantheon Macroeconomics. “Provavelmente isto reflete empresas estrangeiras repatriando lucros na China, quando anteriormente os reinvestiam. “As empresas internacionais, especialmente as dos EUA, têm reconfigurado as cadeias de abastecimento para utilizar alternativas à China”, completou.
Segundo a Reuters, o Goldman Sachs concorda que parte da fraqueza na entrada de investimento direto na China pode estar ligado à repatriação de lucros das empresas multinacionais. “Com as taxas de juro na China ‘mais baixas durante mais tempo’ enquanto as taxas de juro fora da China estão ‘mais altas durante mais tempo’, as pressões sobre a saída de capitais deverão persistir”, diz o banco em relatório
Para Julian Evans-Pritchard, chefe de economia da China na Capital Economics, a diferença invulgarmente grande nas taxas de juro “levou as empresas a remeter os seus lucros retidos para fora do país”, informou a Reuters.
Mas Evans-Pritchard disse reconhecer que “pelo menos a médio prazo”, o aumento das tensões geopolíticas prejudicará a capacidade da China de atrair IDE e favorecerá os mercados emergentes que são mais amigáveis ao Ocidente.
O governo chinês tem empreendido grandes esforços nos últimos meses para atrair o investimento estrangeiro de volta ao país. Na semana passada, por exemplo, o Ministério do Comércio pediu aos governos locais que eliminassem as políticas discriminatórias enfrentadas pelas empresas estrangeiras, numa tentativa de estabilizar a confiança dos investimentos.
Um exemplo dessas medidas foi a recomendação para que os subsídios para veículos movidos a novas energias não se limitem às marcas nacionais. Em algumas indústrias, as empresas estrangeiras esperam mais tempo e estão sujeitas a processos de revisão mais rigorosos quando solicitam essas licenças.
Além disso, em agosto, o regulador da Internet reuniu-se com executivos de dezenas de empresas internacionais para aliviar as preocupações sobre a imposição das novas regras sobre dados. O governo também se comprometeu a oferecer às empresas estrangeiras um melhor tratamento fiscal e facilitar a obtenção de vistos.
Mas a Bloomberg cita que as promessas de Pequim soaram vazias para algumas empresas, com grupos empresariais estrangeiros a denunciando uma “fadiga de promessas” em meio ao ceticismo sobre se está mesmo próximo um apoio político significativo.
Enquanto isso, elas têm recebido incentivos para repatriar ganhos no exterior devido à grande disparidade nas taxas de juro entre a China e os EUA, o que pode estar levando a uma procura de retornos mais elevados em outros locais.
As saídas de investimento diretor também estão aumentando a pressão sobre o yuan, que atingiu o nível mais fraco desde 2007 no início deste ano. O rendimento de referência dos título governamentais de 10 anos da China está sendo negociado 191 pontos base abaixo do dos títulos do Tesouro dos EUA comparáveis, ante um prêmio médio de cerca de 100 pontos base ao longo da última década.
A redução do risco chinês é uma razão importante para o declínio dos dados do IDE, de acordo com Louis Kuijs, economista chefe para a Ásia-Pacífico da S&P Global Ratings. As preocupações com a geopolítica e as relações EUA-China foram citadas como principais razões para o pessimismo das empresas estrangeiras numa pesquisa publicada em setembro pela Câmara de Comércio Americana em Xangai.
As empresas citaram vários países da região como destinos para as mudanças nas suas cadeias de abastecimento. O Japão, a Índia e o Vietnam foram considerados “principais destinos que estão ganhando mais atração”, segundo relatório recente do UBS Group.
Consequências
A falta de investimento entre as empresas globais na China pode ter efeitos de longo alcance na segunda maior economia do mundo, especialmente quando ela tenta superar as restrições impostas pelos EUA ao acesso a tecnologias avançadas.
Além dos riscos geopolíticos, as empresas também recuaram no investimento na China no ano passado, à medida que o país implementava restrições à pandemia. Embora essas restrições tenham sido eliminadas, as empresas ainda enfrentam outros desafios, como o aumento dos custos de produção e os obstáculos de regulação. Isso enquanto Pequim examina minuciosamente a atividade de empresas estrangeiras devido a preocupações com a segurança nacional.
“Algumas das coisas mais prejudiciais foram as mudanças regulatórias abruptas que ocorreram”, disse Carnell, apontando para a campanha antiespionagem deste ano, que resultou na invasão de alguns escritórios pelas autoridades locais. “Uma vez prejudicada a percepção do ambiente de negócios, é muito difícil restaurar a confiança. Acho que vai levar algum tempo”, comentou.
As empresas estrangeiras representam menos de 3% do número total de empresas na China, mas contribuem para 40% do seu comércio, mais de 16% das receitas fiscais e quase 10% do emprego urbano, informou a mídia estatal.
Também têm sido fundamentais para o desenvolvimento tecnológico da China, com o investimento estrangeiro na indústria de alta tecnologia do país crescendo a taxas médias de dois dígitos desde 2012, segundo a agência de notícias Xinhua.
Exame - SP 09/11/2023
O minério de ferro atingiu a cotação mais alta em sete meses depois que um suposto plano de resgate da Country Garden foi noticiado.
O governo em Pequim teria pedido à Ping An, uma das maiores seguradoras da China, que assumisse o controle acionário da incorporadora que virou o mais novo símbolo da crise imobiliária do país, segundo reportagem da Reuters. A seguradora negou.
Demanda por aço e minério de ferro
A prolongada crise imobiliária da China pesa sobre a demanda por aço para construção. A Country Garden já foi a maior incorporadora imobiliária do país antes de enfrentar problemas crescentes de endividamento que assolam todo o setor.
O minério chegou a ser cotado a US$ 125 a tonelada em Singapura nesta quarta-feira, 8, o preço mais alto desde o início de abril. A matéria-prima já acumula alta de 12% desde meados de outubro, e de 30% em relação à mínima de maio.
A China Mineral Resources, estatal criada para ajudar o setor siderúrgico chinês a negociar preço com gigantes do minério, como a Vale (VALE3), e investir em minas no exterior, disse que o preço atingiu níveis “irracionais” que estão prejudicando as usinas chinesas.
Infomoney - SP 09/11/2023
No IPC, o setor de serviços predominou, com destaques para os aumentos nas passagens aéreas e no condomínio residencial
Por Roberto de Lira 8 nov 2023 08h07
O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 0,51% em outubro, acelerando após ter subido 0,45% em setembro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (8) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O índice acumula queda de -4,40% no ano e de -4,27% em 12 meses. Em outubro de 2022, o indicador tinha mostrado queda de 0,62% em outubro, mas acumulava alta de 5,59% em 12 meses.
Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV/Ibre, dois dos três índices componentes do IGP-DI apresentaram aceleração. A taxa do índice ao produtor passou de 0,51% para 0,57%, enquanto o índice ao consumidor mostrou a maior aceleração, elevando a taxa de 0,27% para 0,45%.
No IPC, o setor de serviços predominou, com destaques para os aumentos nas passagens aéreas (de 8,46% para 24,87%) e no condomínio residencial (de 0,22% para 0,79%).
IPA
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 0,57% em outubro, ante 0,51% em setembro. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de -0,21% em setembro para 0,30% em outubro.
A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos in natura, cuja variação passou de queda de 5,83% para alta 0,07%. O índice de Bens Finais, que exclui alimentos in natura e combustíveis para o consumo, subiu 0,46% em outubro, contra queda de 0,04% em setembro.
A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 1,48% em setembro para 0,58% em outubro. O principal responsável por este recuo foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 8,75% para 1,47%.
O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 0,41% em outubro, ante 0,18%, no mês anterior.
Já o estágio das Matérias-Primas Brutas subiu 0,85% em outubro, após variar 0,14% em setembro. Contribuíram para este movimento os itens: bovinos (-6,22% para 8,33%), cana-de-açúcar (-0,14% para 2,30%) e aves (-3,82% para 1,17%).
Em sentido oposto, foram destaques os itens: minério de ferro (7,72% para 2,81%), soja em grão (0,78% para -2,34%) e arroz em casca (7,71% para 2,60%).
IPC
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,45% em outubro, acelerando ante os 0,27% em setembro. Segundo a FGV, cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (de 1,34% para 4,07%), Alimentação (-0,64% para 0,05%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,10% para 0,33%), Vestuário (-0,09% para 0,19%) e Despesas Diversas (-0,02% para 0,08%).
As principais contribuições para este movimento partiram dos itens: passagem aérea (8,46% para 24,87%), carnes bovinas (-2,92% para 0,62%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-1,31% para 0,50%), acessórios do vestuário (-0,08% para 0,27%) e serviço religioso e funerário (-0,27% para 0,25%).
Em contrapartida, os grupos Transportes (1,06% para -0,03%), Habitação (0,39% para 0,00%) e Comunicação (0,15% para -0,03%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação.
Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: gasolina (2,62% para -0,61%), aluguel residencial (1,53% para -0,83%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,42% para -0,06%).
Núcleo do IPC e Índice de Difusão
O núcleo do IPC registrou taxa de 0,30% em outubro, ante 0,26% no mês anterior. Dos 85 itens componentes do IPC, 34 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 22 apresentaram taxas abaixo de 0,02% e 12 registraram variações acima de 0,62%, consideradas linhas de corte.
O índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 52,58%, 7,42 pontos percentuais acima do registrado em setembro, quando o índice foi de 45,16%.
INCC
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,20% em outubro, ante 0,34% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de setembro para outubro: Materiais e Equipamentos (0,18% para 0,03%), Serviços (0,52% para 0,61%) e Mão de Obra (0,53% para 0,36%).
IstoÉ Online - SP 09/11/2023
A Vale informou nesta quarta-feira, 8, que assinou um contrato com a armadora Asyad, de Omã, para a implantação de velas rotativas em um Valemax, o maior navio de transporte de minérios do mundo, com 362 metros de comprimento, 65 metros de largura e capacidade para 400 mil toneladas de carga.
Em nota, a empresa diz que a tecnologia, desenvolvida pelo fabricante inglês Anemoi, utiliza propulsão a vento para proporcionar ganhos de eficiência energética e redução de emissões.
A expectativa é de que a adaptação no navio Sohar Max seja concluída no segundo trimestre de 2024 para o início do período de testes.
Segundo a Vale, os cinco rotores cilíndricos no Valemax terão cerca de 35 metros de altura e 5 metros de diâmetro, o que representa o dobro da área de vela dos rotores utilizados no Guaibamax (capacidade de 325 mil toneladas). Com isso, permitirão ganhos de eficiência de até 6% e uma consequente redução de até 3 mil toneladas de CO2 equivalente por navio por ano.
“A instalação de velas rotativas no Sohar Max é o sexto e último acordo previsto com a Asyad para a implantação de pilotos de tecnologias inovadoras em quatro navios fretados pela Vale”, informa.
Os projetos anteriores incluíram o uso de tinta de silicone para redução de resistência, a instalação de inversores de frequência para redução de consumo elétrico e uso de dispositivos hidrodinâmicos para melhoria na propulsão. Foram instalados sistemas de coleta de dados em tempo real em todos os navios para monitoramento das tecnologias.
A empresa lembra que estas ações para incorporar tecnologias de ponta na navegação fazem parte do programa Ecoshipping, iniciativa de P&D criada pela área de navegação da Vale para atender ao desafio da empresa de reduzir suas emissões de carbono, em linha com as metas definidas pela Organização Marítima Internacional (IMO).
“A energia eólica terá um papel central na estratégia de descarbonização do transporte marítimo de minério de ferro”, afirma o gerente de Engenharia Naval da Vale, Rodrigo Bermelho, na nota.
Monitor Digital - RJ 09/11/2023
A Expo Internacional de Importação da China (CIIE) tornou-se a primeira escolha para fazer negócios e expandir a cooperação da Vale na China, disse Gustavo Biscassi, chefe de relações externas da mineradora brasileira, em entrevista à agência de notícias Xinhua.
“A CIIE não apenas nos proporciona um espaço para mostrar nossos produtos, mas também nos dá uma oportunidade de apresentar de forma abrangente a imagem de nossa marca, cultura empresarial e conceitos de desenvolvimento”, relatou Biscassi.
Esta é a sexta vez que a Vale participa da CIIE, que acontece no Centro Nacional de Exposições e Convenções, em Xangai, até sexta-feira (10).
“Esperamos continuar a fornecer minério de ferro de alta qualidade à China e aprofundar a nossa parceria estratégica com a China nas áreas de mineração sustentável e soluções de baixo carbono, dando uma maior contribuição para ajudar a China a alcançar os seus objetivos de duplo carbono e alta desenvolvimento de qualidade”, disse Biscassi.
Observando que a Vale é o primeiro expositor da CIIE do setor de mineração, Biscassi disse que não há evento melhor na China, onde a companhia envolve uma variedade tão grande de stakeholders importantes em um só lugar e dentro de uma semana.
“É por isso que sempre escolhemos a CIIE como a primeira plataforma na China para apresentar nossos novos produtos, novas soluções e novas iniciativas. Como ‘veterano’ da CIIE, testemunhamos a expansão da influência e do círculo de amigos da exposição ano após ano”, disse Biscassi.
Vale na China: destino de mais da metade das vendas de ferro
A 6ª CIIE é a primeira edição totalmente offline após a pandemia. Este ano marca o 50º aniversário do primeiro embarque de minério de ferro da Vale do Brasil para a China.
Segundo Biscassi, a China é o maior mercado da Vale desde 2006 e o destino de mais de 50% dos seus produtos de minério de ferro desde 2014.
Até agora, a Vale forneceu à China mais de 3 bilhões de toneladas de produtos de minério de ferro de alta qualidade, enquanto a China é um fornecedor crítico de equipamentos e serviços de mineração, infraestrutura e logística para a empresa, disse Biscassi.
“A China sempre esteve comprometida em promover a cooperação e o desenvolvimento económico global através do comércio livre e da abertura do mercado, da facilitação do investimento, da proteção da propriedade intelectual, da inovação tecnológica etc.”, disse ele.
“A CIIE demonstrou plenamente a determinação da China em aderir a uma abertura de alto padrão, em partilhar oportunidades de mercado com o resto do mundo e em promover de forma constante a globalização económica”, disse Biscassi.
“As propostas e ações da China criaram mais oportunidades e benefícios para países de todo o mundo, promoveram a cooperação internacional e o desenvolvimento de ganhos recíprocos, contribuindo para a recuperação e estabilidade da economia mundial”, acrescentou.
Valor - SP 09/11/2023
Projeto da Fortescue prevê investimento de US$ 2 bilhões de hidrogênio verde no Ceará
Andrew Forrest quer discutir regulação e ter confiança jurídica para investir — Foto: Divulgação
O bilionário australiano Andrew Forrest, fundador e presidente do conselho da mineradora Fortescue, desembarca nesta quinta-feira (9) em Brasília para discutir com deputados e ministros a regulação do setor de hidrogênio verde (H2V). Quarta maior mineradora do mundo, a companhia tem projeto de uma planta de hidrogênio verde no Ceará, estimado em US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões). “Queremos ter confiança na segurança de longo prazo para realizar investimento desse porte no país”, disse Forrest ao Valor.
O empresário, conhecido como Twiggy no mundo dos negócios, afirmou que o objetivo da visita é “averiguar o entusiasmo do governo brasileiro” em relação ao desenvolvimento da produção local de hidrogênio limpo. O H2V deve ser demandando nas próximas décadas para cumprimento de metas de redução de emissão de carbono nos países, em segmentos que vão da siderurgia a produção de fertilizantes.
Segundo Forrest, por ter uma matriz energética renovável, o Brasil é um dos países mais promissores para ser produtor e exportador de H2V. No entanto, para que a equação dos projetos feche, é preciso que o custo da energia - que é 70% do custo final do H2V - seja “o mais barato possível”, considerando tanto a produção como a transmissão.
Esta semana, o governo brasileiro apresentou uma proposta de marco legal para o setor de hidrogênio de baixo carbono, sugerindo uso de debêntures incentivadas para financiar os projetos e a inclusão no Regime Especial de Incentivos para Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi). Na minuta do projeto, contudo, não foram colocados incentivos regulatórios e fiscais mais robustos, com era esperado pelo setor. “O governo precisa ser um motor econômico. Falar em subsídio (para H2V) é um erro, na verdade é um multiplicador de empregos”, disse Forrest.
Há pelo menos 30 memorandos de entendimento assinados entre grandes empresas brasileiras e multinacionais com Estados do Nordeste para instalação de plantas de hidrogênio verde. O Ceará reúne a maior parte dos acordos, pois o Porto do Pecém, localizado na região metropolitana de Fortaleza, já funciona com uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) e tem parceria com o Porto de Roterdã, que seria a porta de entrada do combustível na Europa. Ao que tudo indica, o H2V será transportado por navios sob a forma de amônia verde.
O projeto de H2V da Fortescue no Pecém é um dos mais avançados no Brasil e já dispõe de licença ambiental concedida pela governo do Ceará. O H2V é produzido a partir de um processo chamado eletrólise da água, com uso de fontes de energia renováveis. No caso da planta da mineradora australiana, seria usada água dessalinizada do oceano, explicou Forrest. O empresário deve seguir para Fortaleza após as reuniões em Brasília de hoje.
A Fortescue tem outras plantas de H2V sendo estudadas nos Estados Unidos, Noruega, Austrália e Quênia. Forrest disse que está confiante que a unidade brasileira será uma das primeiras a se viabilizar. A ideia é que a unidade comece a ser efetivamente construída em 2025 e entre em operação em 2027/2028 (1,2 GW) e em 2029 (1,1 GW).
Na fase de construção, a planta poderá empregar 5 mil pessoas. Além da matriz de energia limpa eólica, solar e hidráulica desenvolvida, o Brasil conta com uma infraestrutura de comercialização de energia amadurecida, aponta Sebastian Delgui, gerente regional de relações governamentais e comunidades da Fortescue na América Latina. Segundo o executivo, há uma boa “musculatura” na cadeia de fornecedores e mão-de-obra especializada em energia renovável, no Nordeste.
Diário do Comércio - MG 09/11/2023
A descarbonização da economia global vai demandar milhares de toneladas de cobre, níquel, zinco, cobalto, ouro, prata e outros metais necessários a baterias, células fotovoltaicas, circuitos eletrônicos, que virão necessariamente de extrações de minérios.
Até 2030, acredita-se que o setor terá de investir ao menos US$ 200 bilhões para viabilizar o aumento de produção dos chamados metais da transição energética, via abertura de novas minas, e também pelo aumento da eficiência das existentes.
Tudo isso ainda precisa acontecer sem que a atividade mineradora piore o já perceptível aquecimento global, dado que, sozinha, ela responde por 7% das emissões de gases de efeito e, dessa forma, tem de necessariamente se descarbonizar.
Cumprir esses dois objetivos não será tarefa fácil, até porque vai demandar a revisão de conceitos centrais da mineração que fizeram parte de seu paradigma nos últimos 100 anos. O mais desafiador deles é a substituição do diesel como combustível de caminhões e maquinário de extração, responsável sozinho por metade de tudo o que a mineração emite.
Atualmente, várias rotas tecnológicas são estudadas para possibilitar a substituição do diesel, como hidrogênio verde, amônia e até o etanol, entre as alternativas. A eletricidade de origem descarbonizada, no entanto, é a opção da maioria das empresas do setor, especialmente as que integram o Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM), que já verbalizam a meta de neutralizar emissões até 2050 sob os escopos um e dois.
Nessa frente, o progresso é significativo. Os fabricantes de caminhões, por exemplo, já contam com modelos abaixo de 200 toneladas de carga movidos à bateria de até 400 MWh, passíveis de carregamento em até 40 minutos, que permitem estabelecer operações funcionais, sobretudo de mineração subterrânea, nas quais o uso de motores a combustão não só contraindicado, como também fator de risco à saúde de mineiros.
Os fabricantes já possuem caminhões híbridos movidos a diesel e eletricidade na faixa de 200 toneladas, que movem o grosso do minério extraído no mundo. Esses modelos são movidos por motores elétricos com eletricidade fornecida por geradores embarcados, estes, sim, movidos a diesel, mas que podem funcionar totalmente à eletricidade, desde que convertidos para compatibilizar com linhas elétricas aéreas, os chamados trolleys, que há mais de um século movem bondes, ônibus e trens nas grandes cidades do mundo. Nessa configuração, o diesel só é usado quando a eletricidade falta ou falha.
Em pelo menos dois locais do mundo essa tecnologia de redução de emissões é usada com muito sucesso. Trata-se de duas minerações de cobre, no Canadá e na Suécia, em que trolleys e caminhões híbridos movem minério do ponto de extração ao de beneficiamento por até um quilômetro. As emissões dessas linhas, no par diesel-eletricidade, recuaram 90% comparadas a um processo que utilizaria de caminhões a combustão. Além disso, a produtividade também se mostrou superior, já que os caminhões híbridos sob os trolleys foram capazes de atingir velocidades médias de 14 km/h, o dobro dos modelos a diesel.
Nessas minerações, no entanto, há dois fatores cruciais que determinam o sucesso da tecnologia. Há energia elétrica limpa gerada ou gerada pelas próprias mineradoras ou facilmente acessível da rede. A geologia do solo também permitiu a instalação dos trolleys e dos demais sistemas de gerenciamento elétrico necessários a seu funcionamento, condição rara no mundo e razão pela qual a mineradora Vale, por exemplo, decidiu apostar em outras rotas tecnológicas que não a eletricidade.
Mesmo assim, a pesquisa nessa rota avança rápido, buscando, além dos trolleys, a viabilização de baterias como fonte de energia de veículos, por exemplo, caminhões na faixa de, pelo menos, 200 toneladas de carga. A americana Caterpillar e a alemã Liebbher, dois dos principais fornecedores de equipamento pesado para mineração, já anunciaram estar testando protótipos de baterias para caminhões seus de 260 e 245 toneladas.
As pesquisas também buscam acelerar o processo de carga de baterias, tornando-o similar ao abastecimento de um tanque de diesel. Nesse ponto, uma força tarefa encabeçada pela CharIN, entidade que reúne empresas do ecossistema de mobilidade elétrica, pelas mineradoras do ICMM já está trabalhando em sistemas que permitam carregar baterias de 400 MWh em menos de 40 minutos.
Há notícias de que algumas empresas da CharIN também estejam estudando a aplicação de inteligências artificiais para determinar o melhor momento de recarregar e de parar o carregamento de baterias, considerando contingências em tempo real de toda a operação, para otimizar o processo de movimentação de minério, inclusive o investimento em maquinário e gasto energético.
Na mesma organização, pelo menos uma empresa estuda o uso dos trolleys como estratégia de carregamento contínuo de veículos, ou seja, como se fossem celulares plugados na tomada, para diminuir ao máximo o tempo de inatividade do equipamento para recarga de energia e ampliando no mais possível sua disponibilidade.
Em resumo, esse é o caminho que a descarbonização da mineração percorreu em sua jornada no que diz respeito à eletrificação. Para que a descarbonização se concretize, uma combinação de tecnologias ainda terá de ser desenvolvida, e hoje é impossível prever qual delas se tornará a mais prevalente.
Uma coisa é dada como certa. A descarbonização vai acontecer. Não só porque a sustentabilidade se impõe como demanda social, mas porque a maior parte das minerações já fez a opção em ter autonomia sobre seus insumos energéticos, condição que levará todo o setor a buscar formas de se descarbonizar.
Globo Online - RJ 09/11/2023
Três grandes montadoras do país — General Motors, Toyota e Volkswagen — estão pedindo publicamente a exclusão dos parágrafos 3, 4 e 5 do artigo 19 da Reforma Tributária, que prorrogam o prazo de incentivos fiscais para montadoras do Norte, Nordeste e Centro-Oeste até 2032, sete anos a mais do que o previsto. A votação da Reforma acontece nesta quarta-feira no plenário do Senado.
Em anúncios publicados em diversos jornais, as montadoras apontam que a proposta a ser votada no plenário do Senado seja justa e isonômica para todos, e complementam afirmando que essa renúncia fiscal é um retrocesso do ponto de vista tecnológico e ambiental, além de ser uma renúncia fiscal prejudicial ao desenvolvimento do país. As três companhias não são beneficiadas pela medida já que não têm fábricas nessas regiões. Juntas, elas somam onze unidades pelo país.
"Com regras claras e válidas igualmente para todos, traremos para o país mais investimentos, mais oportunidades, mais tecnologia e mais desenvolvimento", reclamam as montadoras.
Anfavea não discute incentivos
Em coletiva de apresentação dos números do setor nesta quarta-feira, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Marcio de Lima Leite, disse que é natural que quando há incentivos fiscais regionais que as montadoras que estão instaladas e beneficiadas sejam a favor dessa medida. As empresas que estão fora desse benefício, principalmente Sul e Sudeste, são contra.
— É sempre uma diferença entre as empresas que estão e não estão instaladas na região. Mas qual o tamanho do incentivo? As montadoras que estão nessas regiões beneficiadas dizem que se trata de uma compensação de custos por estarem longe de mercados de fornecimento e clientes. Já as que não recebem pensam que é um incentivo grande. A Anfavea não tem legitimidade para discutir. Como vamos dizer se é incentivo grande ou não? É questão de custos de cada empresa — afirmou Leite, lembrando que a entidade nunca se posicionou sobre a questão.
Sobre a carta aberta das três empresas nos jornais reclamando da prorrogação dos incentivos, Leite disse que essas montadoras têm direito de se posicionar e que é bom que se posicionem com nome sobrenome, por se sentirem prejudicadas com a prorrogação dos incentivos fiscais.
— O debate é legítimo, mas é uma política de governo. E as empresas estão tendo oportunidade de colocar seu ponto de vista. E os parlamentares vão tomar a melhor decisão — disse Leite.
Sobre a reforma tributária, o presidente da Anfavea afirmou que ela tem uma força grande para indústria, que lamenta o acúmulo de créditos e de resíduos de tributos para exportar.
— Isso é perda de competividade. Na questão dos créditos acumulados, a reforma ajuda bastante. Entre a reforma desejada e a possível, esta é uma boa reforma, que depende da alíquota única e ainda não sabemos quanto vai ser. Precisava acontecer, já que o Brasil perde muita competitividade. O ideal seria uma reforma que incluísse a folha de pagamentos, encargos, onde ainda há muitos resíduos. Mas já é um passo importantíssimo — garantiu Leite.
Produção teve queda em outubro
A produção de veículos no Brasil registrou uma queda de 4,4% no mês de outubro, segundo dados divulgados pela Anfavea.As montadoras produziram 199,8 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em outubro, ante 208,9 mil em setembro.
Em relação a outubro do ano passado, a produção caiu 3,1%. No acumulado do ano, as montadoras do país produziram 1,95 milhão de veículos, queda de 0,6% na comparação com os dez primeiros meses de 2022.
Já os emplacamentos subiram 10,2% na comparação mensal, chegando a 217,8 mil unidades. Quando comparado com outubro do ano passado, os licenciamentos avançaram 20,4%. No ano até o mês passado, os emplacamentos cresceram 9,7%, batendo 1,85 milhão de unidades.
IstoÉ Dinheiro - SP 09/11/2023
Apesar do crescimento das vendas, a produção de veículos pela indústria automotiva registrou em outubro queda de 3,1% na produção frente ao mesmo mês do ano passado, com 199,8 mil unidades montadas na soma de carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Na comparação com setembro, o recuo foi de 4,4%, conforme balanço divulgado na manhã desta quarta-feira, 8, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a entidade que representa as montadoras.
O resultado foi influenciado pela greve, no fim de outubro, nas fábricas paulistas da General Motors (GM) contra demissões anunciadas pela montadora.
Diante da manifestação dos operários, seguida pela determinação da Justiça do Trabalho de reintegração dos trabalhadores, a GM cancelou os desligamentos, porém a paralisação continua.
Vendas
Na margem, ou seja, de um mês para o outro, as vendas de veículos subiram 10,2%, chegando a 217,8 mil unidades na soma de todas as categorias em outubro. Na comparação com outubro do ano passado, as vendas tiveram crescimento de 20,4%.
Agora, a produção de veículos acumula queda de 0,6% desde o início do ano, totalizando 1,95 milhão de unidades em dez meses, enquanto as vendas mostram alta de 9,7%, com 1,85 milhão de unidades no mesmo período.
Exportações
O balanço da Anfavea mostra ainda uma queda de 26,9% nas exportações de veículos no mês passado contra outubro de 2022. Frente a setembro, os embarques, de 31,3 mil veículos no mês passado, subiram 14%.
Desde o primeiro dia de 2023, as montadoras exportaram 354,2 mil veículos, amargando uma queda de 12,8% que é explicada, em grande parte, pela perda de mercado na Colômbia e no Chile, além da estagnação das vendas para a Argentina, tradicionalmente o principal destino no exterior da indústria automotiva.
Emprego
O emprego no setor, conforme a Anfavea, ficou estável em outubro, quando foram abertas 76 vagas de trabalho.
As montadoras terminaram o mês empregando 100,6 mil pessoas.
Valor - SP 09/11/2023
Emendas de última hora na votação da reforma tributária, no Senado, incluem a prorrogação de incentivos fiscais para montadoras instaladas nessas regiões
Nós defendemos a produção de veículos no Brasil. Mas é bom que GM, Toyota e Volks se posicionem”, diz Márcio de Lima Leite — Foto: Silvia Zamboni/Valor
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, evitou opinar, nesta quarta-feira (8), sobre as emendas apresentadas de última hora na votação da reforma tributária, no Senado. As modificações incluem a prorrogação de incentivos fiscais para montadoras instaladas no Nordeste e Centro-Oeste.
“É natural ter incentivo regional. A discussão é o tamanho do incentivo. Nós defendemos a produção de veículos no Brasil. Mas é bom que GM, Toyota e Volks se posicionem”, disse ele, durante a divulgação dos resultados do setor.
General Motors, Toyota e Volkswagen publicaram, nesta quarta-feira (8), nas edições de três grandes jornais (Valor, Estadão e Folha de São Paulo), uma carta aberta, que ocupa uma página inteira, pedindo a “exclusão imediata dos parágrafos 3,4 e 5 do artigo 19 da Reforma Tributária”.
Segundo o texto, esses parágrafos, que tratam dos incentivos, “representam um retrocesso do ponto de vista tecnológico, e ambiental, além de uma renúncia fiscal prejudicial ao desenvolvimento do país”.
Com fábricas concentradas no Sudeste, Volks, Toyota e GM se juntaram para contrapor interesses que atendem principalmente a Stellantis, com fábrica em Pernambuco, além da chinesa BYD, que produzirá veículos na antiga fábrica da Ford na Bahia.
Valor - SP 09/11/2023
Locadoras embalam o ritmo das linhas de montagem
Desde 2014, a venda direta de carros das montadoras para pessoas jurídicas, principalmente locadoras, tem se mantido estável, em torno da média de um milhão de unidades por ano. Mas enquanto há uma década a participação dessa modalidade representava 29% do mercado, hoje chega à metade das vendas.
“O que aconteceu é que o varejo perdeu força nesse período, em consequência, sobretudo dos juros mais elevados”, disse, na quarta-feira (8), o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, durante a apresentação dos resultados do setor. Segundo ele, 77% dos pedidos de crédito têm sido recusados pelos bancos. “O mercado consumidor tem que ter acesso ao crédito”, destaca o dirigente.
Desde então, os automóveis ficaram também mais sofisticados, e mais caros, o que explica, em parte, a menor participação do varejo nesse mercado.
A demanda das locadoras, que se intensificou depois da pandemia, ajudou a indústria a alcançar bons números no mercado interno neste ano. Outubro foi o segundo melhor mês em vendas de veículos até agora. Foram licenciados 217,8 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, o que representou aumento de 20,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo a Anfavea, a venda direta chegou a representar 51% dos licenciamentos no mês passado.
A média diária de emplacamentos alcançou 10,4 mil veículos, o que, segundo cálculos da indústria, se aproxima das médias registradas antes da pandemia.
O melhor mês do ano foi julho, quando as vendas foram elevadas ainda como reflexo do programa de incentivos fiscais, lançado em junho e que reduziu preços de carros de até R$ 120 mil. Naquele momento, a venda direta foi interrompida por determinação do governo.
O mercado total de veículos acumula, até outubro 1,84 milhão de veículos. Isso representou avanço de 9,7% na comparação com o resultado do mesmo período em 2022.
Um dos destaques do setor automotivo este ano tem sido o avanço das vendas de carros eletrificados. Em outubro, modelos híbridos e elétricos representaram 4,6% do mercado de veículos leves. Há um ano a participação desse tipo de carro estava em 2,7%.
A participação ainda é pequena. Mas a tendência de crescimento se confirma a cada mês. Em outubro, foram licenciados 9,6 mil eletrificados (7,2 mil híbridos e 2,4 mil 100% elétricos), crescimento de 114% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Nesta sexta-feira, haverá reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex) para definir sobre o aumento do Imposto de Importação para modelos híbridos e elétricos. As alíquotas variam de zero a 4%, dependendo do tipo de veículo. Os 100% elétricos são isentos desde 2016.
Para a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o aumento do tributo deveria acontecer depois de definidas as regras do Mobilidade Verde (MoVer), o novo nome do Rota 2030, programa federal que definirá novas regras de controle de emissões e de segurança dos veículos, além de incentivos para pesquisa e desenvolvimento.
Ao contrário do que acontece no mercado interno, os fabricantes de veículos não têm motivos para comemorar os resultados da produção. Com 199,8 mil unidades, os volumes caíram 3,1% no mês passado na comparação com outubro de 2022.
No acumulado de janeiro a outubro - 1,95 milhão de veículos - o total produzido também ficou abaixo do volume registrado em igual período de 2022. Isso representa queda de 0,6%.
A retração se deve, sobretudo, ao desempenho do setor no mercado externo. A Anfavea calcula que se não fosse a queda de 26,9% nas vendas ao exterior até outubro, a produção acumulada nos dez meses do ano estaria acima de 2 milhões de unidades. “Teríamos um crescimento razoável em relação ao ano passado”, destaca Leite.
Globo Online - RJ 09/11/2023
Depois de 17 dias de greve, os metalúrgicos da General Motors suspenderam a paralisação e retornaram ao trabalho nesta quarta-feira após acordo com a montadora. Ficou acertado o pagamento dos dias parados para todos na fábrica e licença remunerada para quem havia sido demitido. As negociações aconteceram entre a montadora e os sindicatos dos metalúrgicos de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes.
Também foi aprovado aviso permanente de greve e caso a empresa não cumpra o acordo aprovado, a paralisação será retomada, informou o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. As negociações continuarão nos próximos dias para discutir alternativas que evitem futuras demissões.
A GM já havia se comprometido a cancelar as 1.244 demissões nas três fábricas, obedecendo à determinação judicial. Mas, segundo o sindicato, descontou os dias parados durante a greve. Também estava descumprindo o acordo de layoff, que garante a estabilidade no emprego para todos da fábrica de São José dos Campos até maio de 2024, informou a entidade.
O cancelamento das demissões foi determinado, por meio de liminar, pelos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT da 2ª e 15ª) e pelo Tribunal Superior do Trabalho. Uma audiência de conciliação estava prevista para hoje no TRT, mas foi cancelada, em razão do acordo aprovado na assembleia.
A GM tem 12 mil trabalhadores no estado de São Paulo.
Valor - SP 09/11/2023
Texto inicial restringia benefícios a carros híbridos e elétricos; fábricas instaladas no Nordeste e Centro-Oeste terão imposto reduzido
Entre as emendas apresentadas de última hora no texto da reforma tributária, o acréscimo de três parágrafos no artigo 19 estende e amplia, até 2032, incentivos fiscais para fábricas do setor automotivo instaladas no Nordeste e Centro-Oeste. O texto inicialmente discutido no Senado restringia o benefício a carros híbridos e elétricos. Mas os adendos mantiveram impostos reduzidos também para veículos a combustão produzidos nessas regiões, repetindo, em grande parte, o formato do programa criado em 1997 e que envolve renúncia fiscal de R$ 5 bilhões por ano.
O texto foi aprovado no Senado. Mas ainda vai voltar a ser apreciado pelos deputados. O assunto movimentou o setor durante o dia. General Motors, Toyota e Volkswagen, que concentram a produção no Sul e Sudeste, se juntaram para publicar nas edições de três grandes jornais (Valor, “O Estado de S.Paulo” e “Folha de S.Paulo”) uma carta pedindo a retirada dos três parágrafos do texto. O alvo principal das três gigantes é uma fábrica da líder do setor, a Stellantis, localizada em Pernambuco.
Ao longo dos anos, a discussão em torno do programa de incentivos, sempre dividiu o setor entre o grupo de montadoras com fábricas no Sul e Sudeste e as que investiram em linhas mais distantes do principal centro de consumo do país.
Enquanto todos os carros eram a combustão, movidos a gasolina ou etanol, o tema era tratado como briga entre as montadoras instaladas no Sul e Sudeste e as do Nordeste e Centro-Oeste.
Mas a discussão passou também a envolver o rumo que o país vai tomar em relação à eletrificação, uma tecnologia que está revolucionando o mundo do automóvel para atender à causa ambiental. O governo federal não se posiciona claramente em relação à criação de uma política nacional de incentivos à eletrificação. Por isso, nos últimos meses, o lobby das montadoras se concentrou no Congresso.
O tema ganhou visibilidade quando a chinesa BYD decidiu se instalar na Bahia. Era consenso — no governo e, de certa forma, até entre montadoras — que a chegada de uma nova empresa no Nordeste, disposta a produzir carros híbridos e elétricos, deveria envolver benefícios fiscais.
Surgiu a ideia de direcionar o benefício do Nordeste e Centro-Oeste para a eletrificação. O texto que estava em discussão no Senado até terça-feira mantinha os benefícios nessas regiões desde que os novos veículos ali produzidos fossem equipados com a nova tecnologia. Ou seja, híbridos ou 100% elétricos.
As montadoras que reclamam do que chamam de excesso de incentivos para as empresas do setor instaladas no Nordeste acataram a ideia. Mas o grupo se revoltou quando, pouco antes da leitura do texto que foi inicialmente aprovado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, foram incluídas as emendas que “esticam” o incentivo fiscal para carros flex (movidos a etanol ou gasolina) a combustão.
Na carta que publicaram em conjunto, GM, Volks e Toyota destacaram que os adendos “representam um retrocesso do ponto de vista tecnológico, e ambiental, além de uma renúncia fiscal prejudicial ao desenvolvimento do país”.
“A mudança sugere um retrocesso que mantém a discrepância fiscal no setor automotivo brasileiro — o que não é o espírito da reforma tributária, que visa trazer mais transparência e a melhorar o ambiente de negócios no país”, destacou, mais tarde, Fabio Rua, vice-presidente de relações governamentais da GM América Latina.
Para o diretor de assuntos governamentais da Toyota, Roberto Braun, a reforma em si é positiva porque aumenta a competitividade. “Mas a reforma tem a oportunidade de evitar as exceções e a continuidade de incentivos que distorcem”, disse.
Para Braun, apesar de “não trazer plena isonomia”, o texto original “era razoável” por restringir os incentivos a novas tecnologias. “O novo texto trouxe novos parágrafos, que voltam a incluir os carros com motores só a combustão. Trata-se de uma tecnologia que já existia e que não agrega nada para a sociedade”, destacou o executivo.
A Volkswagen ainda não se pronunciou. Por meio de porta-voz, a Stellantis disse que por enquanto não comentaria o assunto.
Embora a Stellantis seja o foco dos concorrentes contrários à extensão do programa, em escala menor, também são beneficiadas pelos incentivos CAOA Chery, com unidade em Anápolis (GO), e o grupo HPE (Mitsubishi e Suzuki), em Catalão (GO).
O programa de incentivos chegou a ser questionado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Relatório do tribunal questionou o programa tanto sob o ponto de vista do impacto no desenvolvimento econômico regional como pela “ ausência de governança pública”. Segundo o relatório, cada emprego criado em Pernambuco custa R$ 34 mil por mês aos cofres públicos.
Para Moisés Selerges, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, não havia lógica em incluir incentivos fiscais para empresas instaladas em determinada região no projeto de lei sobre a reforma tributária. O dirigente questiona o benefício.
“Não estamos no final dos anos 1990, quando fazia todo o sentido estimular a descentralização da indústria para além da região Sudeste. O momento é outro. Trata-se agora de dar suporte à transição para um novo patamar de desenvolvimento industrial, ligado à descarbonização, à inovação e renovação de frotas veiculares no país, à nacionalização de componentes estratégicos, a novas fontes de energia”, destaca.
Revista Ferroviaria - RJ 09/11/2023
Se a Bahia fosse um país, teria dimensão e população superior à da França e Equador. Com mais de mil quilômetros de costa e fronteira com oito unidades federativas – quatro delas sem portos, o estado faz a ligação terrestre entre o Sudeste e o Centro-Oeste do país com os demais estados nordestinos. Para o economista Carlos Danilo Peres, especialista em Desenvolvimento Industrial da Fieb, estas condições fazem da logística um aspecto fundamental para o crescimento do estado.
“A Bahia é um estado com dimensões de um país, seria o 8º maior da América do Sul. Quando a gente fala deste tema, da infraestrutura, estamos falando do desafio de ligar a nossa costa ao Oeste, há quase 900 quilômetros. O mesmo desafio se dá quando pensamos em ligar Salvador ao Extremo Sul ou ao Norte”, analisou Danilo Peres, durante transmissão ao vivo com o jornalista Donaldson Gomes, no Instagram do CORREIO.
Na primeira metade do Século XX, quando a indústria do petróleo surgiu na Bahia, concentrada no Recôncavo e no que é hoje a Região Metropolitana de Salvador, com a Refinaria de Mataripe, em São Francisco do Conde, o Centro Industrial de Aratu (CIA) e o Polo Industrial de Camaçari, a infraestrutura disponível atendia às necessidades da época, conta o economista. “Naquele início, nós tínhamos uma boa infraestrutura que atendia a indústria que existia naquele momento. Tínhamos o Porto de Aratu, infraestrutura ferroviária e rodovias que atendiam. Só que de lá para cá, essa infraestrutura envelheceu e não sofreu as ampliações necessárias”, explica.
Um exemplo claro disso, enfatiza, é o da infraestrutura ferroviária. A Bahia possuía lá atrás trilhos que ligavam a Baía de Todos os Santos ao Sudeste e ao restante do Nordeste, pelo Norte do estado. Danilo Peres considera que houve avanços na área portuária e em alguns trechos rodoviários. “Na questão portuária, hoje temos um novo ciclo de revigoramento da estrutura, nas rodovias estamos no meio do caminho, mas a situação das ferrovias é terrível”, diz.
O grande problema hoje é fazer as cargas chegarem até os portos, reconhece o economista. “Os nossos acessos realmente estão precários e porto depende disto, principalmente de ferrovias. Salvador já não tem mais acesso ferroviário e em Aratu a estrutura é extremamente precária”, diz Danilo Peres. O contraponto positivo, pondera, é a Via Expressa, que permite chegar facilmente ao Porto de Salvador pela rodovia.
A situação de degradação da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), administrada pela VLI, é apontada por Danilo Peres como o grande gargalo que a Bahia enfrenta em sua infraestrutura de transporte atualmente. “Essa estrutura foi se degradando ao longo dos anos. Chegou a ir para Juazeiro e Sergipe também, mas hoje isso não acontece mais”, lamenta. Onde os trilhos ainda são utilizados, a velocidade média dos veículos é de 12 km/h: “impraticável”, diz.
“Existe um processo muito complicado, que envolve a negociação para a renovação desta concessão e isso impacta negativamente a economia baiana”, afirma. Segundo ele, o alento para a Bahia é a construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que deverá ligar o Centro-Oeste do Brasil ao litoral. Para Danilo Peres, é importante pensar num braço da Fiol vindo para a Baía de Todos os Santos.
“Nós temos uma vocação inacreditável para a atividade portuária. Só na Baía de Todos os Santos temos mais de 13 instalações portuárias. São equipamentos que estão lá porque nós temos águas abrigadas, diferenças pequenas de maré, um tempo que permite operar durante praticamente 24h por dia”, ressalta. Como exemplo de como o clima pode afetar as operações portuárias, ele cita o exemplo de uma situação no Porto de Itaqui, no Maranhão, em que um navio ficou 13 dias à espera de condições para atracar.
Ele cita como exemplos de melhorias nos portos da Bahia o arrendamento de áreas no Porto de Aratu e os investimentos no Terminal de Contêineres do Porto de Salvador (Tecon Salvador) e a ampliação do Terminal de Cotegipe, na Baía de Aratu, para a movimentação de grãos.
Danilo Peres destaca os investimentos feitos pela Wilson Sons no Porto de Salvador que, ultrapassa R$ 1 bilhão, desde o início da concessão, e possui capacidade de movimentar até 500 mil unidades de contêineres tamanho padrão (TEUs). Em Cotegipe, o investimento é de R$ 250 milhões, para uma operação de 6 milhões de toneladas de soja, destaca o economista.
“Na área portuária, a nossa situação é satisfatória”, acredita o economista.
Portos e Navios - SP 09/11/2023
A Infra S.A. irá desenvolver estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental para o governo da Bahia sobre o Terminal Portuário Privativo Miguel Oliveira, localizado Porto de Aratu, em Candeias. A infraestrutura estava concedida à montadora de veículos Ford e não movimenta cargas desde que a empresa deixou o país, em 2021.
O contrato firmado com a BahiaInveste para a execução dos estudos foi aprovado na última semana pela diretoria executiva da Infra S.A. A estimativa é de que dentro de oito meses a empresa entregue ao governo baiano uma análise de custo e benefício sobre as possibilidades de exploração do terminal, bem como alternativas de modelos regulatórios para a exploração da infraestrutura.
O trabalho irá apresentar as necessidades de investimentos no terminal portuário, uma avaliação do potencial de mercado do modelo proposto e as formas de participação da BahiaInveste no processo de exploração econômica do ativo.
O diretor-presidente da Infra S.A. Jorge Bastos, destaca que o contrato com a BahiaInveste reforça a expertise da empresa no setor portuário.
“A Infra S.A. desenvolve estudos que já resultaram em dezenas de arrendamentos de terminais em portos por todo o litoral brasileiro. Esse estudo para o governo da Bahia demonstra a capacidade da empresa em desenvolver soluções em todos os modos de transportes”, disse.
Valor - SP 09/11/2023
A média das projeções de quatro instituições financeiras compiladas apontam para receita líquida de R$ 130,65 bilhões entre julho e setembro
A Petrobras deve apresentar boa performance operacional no terceiro trimestre, segundo analistas ouvidos pelo Valor. Mas o recuo do petróleo tipo Brent no terceiro trimestre em relação a igual período de 2022 deverá reduzir os resultados financeiros da companhia na comparação anual. A estatal divulga o resultado do terceiro trimestre na quinta-feira (9) depois do fechamento dos mercados.
A média das projeções de quatro instituições financeiras compiladas apontam para receita líquida de R$ 130,65 bilhões entre julho e setembro de 2023. Se o número se confirmar, vai representar recuo de 23,2% em relação aos R$ 170 bilhões de receita obtidos pela petroleira no terceiro trimestre de 2022.
Já as projeções para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficaram, em média, em R$ 68,1 bilhões no terceiro trimestre deste ano, queda de 25,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
A média do lucro líquido de julho a setembro, de acordo com os bancos ouvidos, ficou em R$ 26,6 bilhões, queda de 42,1% sobre igual período de 2022.
O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) ressalta que, na comparação anual, é esperado um recuo nos resultados da Petrobras, já que houve uma queda nos preços do Brent.
“Na comparação com mesmo trimestre de 2022, o menor patamar dos preços do petróleo no mercado internacional e dos derivados no mercado interno limitou a expansão das receitas da companhia”, diz o diretor técnico do Ineep, Mahatma dos Santos.
Na comparação com o segundo trimestre de 2023, os números financeiros da Petrobras melhoram, segundo os analistas consultados. A média das projeções apontam para aumento de quase 14,8% na receita líquida na comparação com o trimestre anterior, quando a Petrobras registrou R$ 113,8 bilhões.
Frente ao segundo trimestre, os analistas também estimam uma queda de 7,63% no lucro líquido e acréscimo de cerca de 20% no Ebitda.
Para o BTG Pactual, a alta de 10% no Brent do segundo para o terceiro trimestre, o aumento da produção da Petrobras e a elevação nas vendas de derivados pela estatal – combinada a preços também mais elevados aos consumidores — vão garantir bons resultados para a companhia. O banco estima que a estatal apresente receita líquida de R$ 125,7 bilhões; lucro líquido de R$ 24,1 bilhões; e Ebitda ajustado de R$ 67,9 bilhões.
O UBS BB destaca a alta taxa de utilização das refinarias registrada pela Petrobras no terceiro trimestre. “As taxas de utilização de refinarias mais elevadas resultaram em menores importações de produtos, enquanto a maior produção de petróleo levou a um aumento nas exportações”, diz o relatório assinado pelos analistas Luiz Carvalho, Matheus Enfeldt e Tasso Vasconcellos.
O banco espera que a Petrobras registre receita líquida de R$ 132 bilhões; lucro líquido de R$ 25,9 bilhões; e Ebitda de R$ 71,6 bilhões.
A produção de petróleo, gás natural e líquido de gás natural da Petrobras subiu 8,8% no terceiro trimestre em relação a igual período de 2022, a 2,88 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/dia), segundo o relatório de produção da companhia divulgado no dia 26 de outubro.
Na ocasião, a companhia informou que o resultado se deu em função do melhor desempenho operacional das plataformas do pré-sal e do menor volume de perdas por paradas e manutenções. As exportações de petróleo pela Petrobras no terceiro trimestre foram de 599 mil barris por dia (barris/dia), alta de 65% frente a igual período de 2022. As importações reduziram em 33,3% ante igual período no ano passado.
O fator de utilização total das refinarias no terceiro trimestre de 2023 foi de 96%, alta de oito pontos percentuais frente a igual período do ano passado. Segundo a companhia, é o maior resultado trimestral no refino desde 2014.
O Safra calcula que a Petrobras irá registrar receita líquida de R$ 129,8 bilhões; lucro líquido de R$ 28,8 bilhões; e Ebitda de R$ 66,4 bilhões.
A Ativa Investimentos estima receita líquida de R$ 135,1 bilhões; lucro líquido de R$ 27,5 bilhões; e Ebitda de R$ 66,5 bilhões.
Ainda sobre o resultado do terceiro trimestre, o pagamento de dividendos divide a opinião dos especialistas sobre se haverá remuneração extraordinária ou se a estatal se manterá dentro da regra prevista em seu estatuto, de 45% do fluxo de caixa livre.
O debate se dá pela possibilidade de criação de uma reserva de remuneração na companhia, que prevê a destinação de 70% do lucro líquido ajustado para a formação do saldo. A questão será votada na assembleia geral extraordinária (AGE) da Petrobras, agendada para 30 de novembro.
Outro fator que está no radar dos analistas é a divulgação do plano estratégico da Petrobras, válido para o período 2024-2028 e que deve ser apresentado ao mercado no fim de novembro.
Segundo o Goldman Sachs, é estimado um investimento de US$ 90 bilhões, acima dos US$ 78 bilhões do plano atual.
TN Petróleo - RJ 09/11/2023
A Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) apoia o Projeto de Lei PL 5174/23, em análise na Câmara dos Deputados, que cria o Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten).
Proposto pelo deputado Arnaldo Jardim (SP), o Paten visa fomentar o financiamento de projetos de desenvolvimento sustentável, especialmente aqueles relacionados a infraestrutura, pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica. Propõe, ainda, aproximar as instituições financiadoras das empresas interessadas em desenvolver projetos de desenvolvimento sustentável; e, por fim, permitir a utilização de créditos detidos pelas pessoas jurídicas de direito privado, junto à União, como instrumento de financiamento.
A estimativa do autor do projeto, deputado Arnaldo Jardim (SP), em entrevista à Agência Câmara de Notícias, é de que o montante de créditos tributários da União e dos contribuintes que poderia ser empregado em projetos de transição energética possa chegar a R$ 3,5 trilhões, o que equivale a 35% do PIB brasileiro de 2022. "Viabilizar o uso de tais recursos é essencial para fomentar investimento produtivo em áreas estratégicas", reforça o deputado federal.
De acordo com o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon (foto), as propostas do PL 5174/23 representam uma chance para impulsionar a transição energética – e o setor de gás canalizado tem muito a contribuir.
"O setor de energia representa uma grande oportunidade para o Brasil cumprir seus compromissos ambientais assinados na COP 26, com limites de emissões fixados até 2030. E o gás natural é uma fonte energética muito mais limpa que outras fontes de origem fóssil, colaborando para a meta geral de redução das emissões, e com a segurança energética, com abastecimento contínuo, sem intermitências devido a fatores climáticos", explica Salomon.
Segundo ele, a aprovação do projeto de lei no Congresso Nacional pode ser decisiva para desenvolver a infraestrutura, a inovação e os investimentos no setor, aumentando a velocidade da substituição de combustíveis mais poluentes em diversos segmentos – da geração e cogeração de energia ao setor automotivo.
"O projeto do deputado Arnaldo Jardim pode ser mais uma conquista para uma matriz energética mais limpa, segura e eficiente, assim como esperamos com os desdobramentos do Programa Gás Para Empregar, do Ministério de Minas e Energia. O que mais o Brasil precisa é de uma estratégia de transição energética para que o País possa alcançar suas metas ambientais. Nas últimas décadas, o setor de gás canalizado, com seus investimentos em expansão da rede de distribuição, já vem contribuindo de maneira decisiva para a transição energética, permitindo que muitos polos industriais pudessem substituir combustíveis altamente poluentes por gás natural", diz Salomon.
"E essa contribuição pode aumentar ainda mais. Um dos maiores potenciais de descarbonização está na matriz de transportes, particularmente no mercado de veículos pesados de transporte de cargas e passageiros movidos a diesel, como caminhões e ônibus, que podem deslocar o diesel e usar gás natural e biometano", acrescenta o presidente executivo da Abegás.
De acordo com levantamento da Abegás, somente a parcela de diesel importado pelo País equivale a uma demanda diária de 30 milhões metros cúbicos de gás natural, volume que pode ser atendido pela previsão de aumento significativo de aumento de oferta até 2030 através do duto de escoamento Rota 3 e de fronteiras exploratórias como o BM-C-33, na Bacia de Campos, e a Bacia de Sergipe-Alagoas.
"Uma parte desse gás pode ajudar a reduzir a pegada de carbono em ônibus de passageiros e caminhões de cargas. Já temos tecnologia no Brasil. Além do mais, o fomento ao gás canalizado contribui para impulsionar a oferta de biometano, uma vez que esse gás renovável pode ser injetado nas redes das distribuidoras, assim como já acontece em duas concessionárias e logo em outras que abriram chamadas públicas para aquisição de biometano", diz o diretor Técnico-Comercial da Abegás, Marcelo Mendonça.
"O projeto de lei representa um grande estímulo para acelerar essa agenda, com vantagens ambientais e benefícios sociais e econômicos", conclui o diretor da Associação.
Entenda o Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten)
Para fomentar o financiamento de projetos de desenvolvimento sustentável, o PL 5174/23 propõe dois instrumentos principais:
o Fundo Verde, formado por patrimônio privado, como precatórios e créditos tributários que pessoas jurídicas possuem perante a União, e administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);
a possibilidade de transação tributária condicionada ao investimento em desenvolvimento sustentável. A transação poderá ser feita por meio de desconto nas multas, nos juros e nos encargos legais.
IstoÉ Dinheiro - SP 09/11/2023
A fabricante de máquinas CNH Industrial, dona de marcas como Case e New Holland, registrou lucro líquido de US$ 570 milhões, ou US$ 0,42 por ação, no terceiro trimestre deste ano, informou nesta terça-feira (7) a companhia. O volume representa alta de 2% em comparação com igual período do ano passado, quando obteve lucro líquido de US$ 559 milhões, ou US$ 0,41 por ação. O lucro por ação ajustado ficou em US$ 0,42. A receita também subiu 2% em relação ao terceiro trimestre de 2022, de US$ 5,881 bilhões para US$ 5,986 bilhões.
O Ebit (lucro antes de juros e impostos) da companhia no período chegou a US$ 657 milhões, ante US$ 670 milhões no mesmo intervalo de 2022. Em comunicado, a CNH disse que alcançou margens recordes no segmento de agricultura e construção, mesmo com alguns mercados “ficando amenos”. A empresa afirmou, ainda, que a demanda foi mais fraca em determinadas categorias de produtos e, na América do Sul, os segmentos melhoraram a lucratividade com a contenção de custos.
As vendas de equipamentos agrícolas da CNH recuaram 3% no trimestre, de US$ 4,501 bilhões para US$ 4,384 bilhões. O Ebit ajustado do segmento ficou em US$ 672 milhões, avanço de 0,9% ante os US$ 666 milhões obtidos em igual intervalo do ano anterior.
Para o acumulado do ano fiscal de 2023, a empresa considera que as vendas líquidas devem aumentar de 3% a 6%, incluindo efeitos da conversão cambial. O fluxo de caixa deve ser de US$ 1 bilhão a US$ 1,2 bilhão.
“Equilibrar investimentos contínuos em tecnologia com a contenção agressiva de custos nos posiciona para manter nossa meta de lucro ajustado para o ano de cerca de US$ 1,70 por ação e demonstrar margens mais elevadas ao longo do ciclo”, disse o CEO, Scott W. Wine, em comunicado. “Complementaremos nossas iniciativas de melhoria contínua com reestruturações direcionadas para aprimorar eficiências operacionais e otimizar nossa organização.”
IstoÉ Dinheiro - SP 09/11/2023
A Anfavea, associação que, além das montadoras de automóveis, representa fabricantes de tratores e de máquinas de construção, revisou para baixo as projeções de desempenho dos dois segmentos, na esteira de resultados abaixo das expectativas traçadas no início do ano.
A previsão de queda das vendas de máquinas agrícolas em 2023 passou de 3,5%, do prognóstico feito em fevereiro, para 10%, o que, se confirmado, significará 60,6 mil unidades comercializadas no ano. A revisão negativa foi atribuída aos preços mais baixos das commodities agrícolas, somados às condições climáticas adversas e à demora na chegada dos financiamentos ao campo.
Já a tendência para as vendas de máquinas de construção no resultado final do ano é de queda de 24%, para 29,8 mil unidades, e não mais de 4,7%, como previsto pela Anfavea em fevereiro.
Nesse caso, o número mais baixo se deve à espera pelas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), além do próprio contexto de preços mais baixos e de falta de financiamento abundante no campo, que leva a um número aquém do imaginado de construções de infraestrutura em áreas agrícolas.
De janeiro a setembro, último dado disponível, as vendas de máquinas agrícolas caíram 10%, somando 44,6 mil unidades, enquanto as entregas de máquinas de construção recuaram 23,2%, para 23,2 mil unidades.
Só em setembro, as vendas de máquinas agrícolas subiram 18,5%, para 6 mil unidades. Ao explicar essa variação positiva na margem, a vice-presidente da Anfavea, Ana Helena Andrade, disse que os agricultores, que estão se preparando para o plantio, ainda contavam até setembro com financiamentos do Plano Safra. Porém, pontuou a representante da Anfavea, várias linhas do plano já foram fechadas.
Na comparação com setembro do ano passado, as vendas de máquinas agrícolas caíram 10,9%. Já as máquinas de construção, de 2,6 mil unidades, tiveram queda de 37,8% frente a setembro de 2022 e alta de 3,6% na comparação com agosto.
Os números mensais são de levantamentos realizados por outras duas entidades: a Fenabrave, que representa as concessionárias e divulga mensalmente as vendas de máquinas agrícolas, entre tratores e colheitadeiras; e a Abimaq, entidade da indústria de bens de capital, que acompanha também todo mês os resultados das máquinas de construção, como retroescavadeiras, pás-carregadeiras de rodas, motoniveladoras e rolos compactadores.
Os dados têm defasagem de um mês em relação às estatísticas de veículos divulgadas hoje pela Anfavea, já referentes a outubro.
Associe-se!
Junte-se a nós e faça parte dos executivos que ajudam a traçar os rumos da distribuição de aço no Brasil.
© 2019 INDA | Todos os direitos reservados. desenvolvido por agência the bag.