IstoÉ Dinheiro - SP 09/05/2023
O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região de Minas Gerais determinou a retirada de trabalhadores de dentro da Zona de Autossalvamento (ZAS) da Mina de Serra do Sul, controlada pela ArcelorMittal. A decisão liminar atende a um pedido do Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais (MPT-MG), que apontou irregularidades na unidade e risco à segurança dos profissionais.
Segundo a decisão, a ArcelorMittal tem 24 horas para retirar os profissionais que atuam no local, onde está sendo construída a Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ). Conforme determinação do juiz do Trabalho Valmir Inacio Vieira, da Vara do Trabalho de Itaúna (MG), que assina a liminar.
Em caso de descumprimento, segundo o magistrado, será estabelecido uma multa diária de R$ 50 mil por obreiro prejudicado para cada obrigação descumprida. “O risco de dano, em tais situações, é grave e iminente. Desse modo, a concessão da tutela antecipada requerida é medida que se impõe”, disse o juiz na decisão.
A ação impetrada pelo MPT-MG aponta que a barragem encontra-se no mais alto nível de emergência de risco, com a categorização minerária nível 3, de ruptura iminente. O órgão acusa a ArcelorMittal de ter mantido as atividades no local mesmo após três consultorias externas especializadas terem manifestado a confirmação de riscos para a permanência dos trabalhadores na região.
As procuradoras Adriana Augusta de Moura, Isabella Filgueiras e Sônia Toledo, autoras da ação pelo MPT-MG, pediram o pagamento de indenização, a título de dano moral coletivo, de R$ 100 milhões, que será julgado posteriormente.
“É completamente inadmissível que uma empresa do porte da Arcelormittal siga, no campo da mineração, calculando custos e admitindo perdas de vidas humanas como efeitos colaterais assumidos em suas atividades cotidianas. A empresa tem consciência e recebe aconselhamento técnico, por meses consecutivos, acerca do risco de morte e, ainda assim, segue arriscando a vida de seus trabalhadores”, afirmaram as procuradoras na ação.
Outro lado
Em nota, a ArcelorMittal afirmou que realizou esforços de desmobilização, retirada de equipamentos e ações emergenciais imediatamente após ter recebido a decisão judicial. A companhia disse que a retirada de todos os trabalhadores da ZAS será cumprida dentro do prazo estipulado.
“Os indicadores de segurança da barragem permanecem inalterados desde o acionamento do Plano de Ação de Emergência de Barragem de Mineração (PAEBM), em fevereiro de 2019. Estes indicadores, de leitura automatizada, são acompanhados por técnicos no Centro de Monitoramento 24 horas por dia, sete dias por semana, com atualizações diárias à Agência Nacional de Mineração (ANM). A barragem de Serra Azul está sem receber rejeitos desde 2012, quando foi implementada metodologia de empilhamento a seco, eliminando o uso de barragens para destinação de rejeitos”, disse a companhia em comunicado.
A companhia também afirmou que segue rigorosos protocolos de segurança para atuação dentro da ZAS. “Todos os trabalhadores na ECJ são treinados constantemente, portam equipamentos de comunicação, controle de acesso e monitoramento online, e atuam em locais acessíveis às rotas de fuga em tempo hábil para evacuação”, afirmou.
A conclusão das obras ECJ, estrutura capaz de conter todo o rejeito na
hipótese de rompimento, segundo a ArcelorMittal, permitirá que seja iniciada a descaracterização da barragem, que é o desmonte da estrutura.
“A empresa já está tomando todas as providências para cumprir com as exigências adicionais requeridas para retomar o quanto antes os trabalhos na ECJ (dentro da ZAS). As atividades que não necessitam acesso à ZAS continuam normalmente”, diz o comunicado.
IstoÉ Online - SP 09/05/2023
Os contratos futuros de minério de ferro mostraram forte recuperação nesta segunda-feira, com o índice de referência de Cingapura subindo acima de 100 dólares a tonelada após um início de semana pessimista, impulsionado pelas esperanças de melhora na demanda por aço na China.
As expectativas de novas medidas de estímulo cresceram após uma surpreendente contração no PMI industrial da China e uma desaceleração do ritmo de crescimento da atividade de serviços em abril, o que forneceu mais evidências de uma recuperação desigual para a segunda maior economia e maior produtora de aço do mundo.
“O decepcionante PMI de construção, manufatura e agora até mesmo de serviços terá causado sérias preocupações ao governo”, disse Atilla Widnell, diretor-gerente da Navigate Commodities.
O contrato de minério de ferro mais negociado para junho na Bolsa de Cingapura subiu até 7%, para 105,70 dólares a tonelada, após cair 1,7% no início da sessão, para 97,05 dólares.
Na Dalian Commodity Exchange da China, o contrato de referência do ingrediente siderúrgico para setembro encerrou as negociações diurnas com alta de 5%, a 721,50 iuanes (104,33 dólares) a tonelada, recuperando algum terreno após atingir uma mínima de cinco meses na sexta-feira.
Enquanto isso, as siderúrgicas do distrito de Fengnan, na cidade de Tangshan, principal centro produtor de aço da China, foram oficialmente obrigadas a lançar um plano de produção anual razoável e a fazer maiores esforços para limitar a produção deste ano a não mais do que o nível de 2022, de acordo com um documento oficial visto pela Reuters.
Isso levantou preocupações sobre um eventual aperto na oferta de aço, empurrando os futuros para cima, o que também impulsionou os preços do minério de ferro, disseram analistas.
Agência Brasil - DF 09/05/2023
Após o Banco Central optar por manter os juros básicos da economia em 13,75%, a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, caiu de 6,05% para 6,02% este ano. A estimativa consta do Boletim Focus desta segunda-feira (8), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a projeção da inflação ficou em 4,16%. Para 2025 e 2026, as previsões são de inflação de 4% para os dois anos.
A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior, 4,75%. Segundo o BC, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%.
A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em março, a inflação desacelerou para todas as faixas de renda. Ainda assim, puxado pelo aumento dos preços dos combustíveis, o IPCA ficou em 0,71%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é inferior à taxa de fevereiro: 0,84%. Em 12 meses, o indicador acumula 4,65%, abaixo de 5% pela primeira vez em dois anos.
Para abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) - que mede a prévia da inflação oficial - ficou em 0,57% deste ano. A taxa é inferior na comparação com as de março de 2023 (0,69%) e de abril de 2022 (1,73%). O IPCA de abril será divulgado pelo IBGE na próxima sexta-feira (12).
Juros básicos
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Na semana passada, mesmo com as pressões do governo federal pela redução da Selic, o Copom manteve a taxa em 13,75% pela sexta vez seguida. Os efeitos do aperto monetário são sentidos no encarecimento do crédito e na desaceleração da economia.
A decisão de manutenção da Selic era esperada pelo mercado financeiro, com a previsão que ela se mantenha nesse patamar até, pelo menos, a reunião do Copom de agosto. De acordo com a pesquisa do Boletim Focus de hoje, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 12,5% ao ano.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
Para o fim de 2024, a estimativa do mercado é que a taxa básica caia para 10% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano, para os dois anos.
PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano se mantém em 1%, mesma da semana passada.
Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,4%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,8%, para ambos os anos.
A estimativa para a cotação do dólar está em R$ 5,20 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,25.
Globo Online - RJ 09/05/2023
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira que Gabriel Galípolo será indicado para a diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC). Galípolo é atualmente secretário-executivo de Haddad, braço direito do ministro nas discussões na Fazenda.
O Diretor de Política Monetária é um cargo fundamental dentro do BC na definição dos juros, na interlocução com o mercado financeiro e também para a política cambial. O governo Lula tem criticado recorrentemente o atual patamar da Taxa Selic, em 13,75%.
Galípolo, no cargo de diretor, irá administrar a execução dos instrumentos das políticas monetária e cambial, visando o regular funcionamento dos mercados. É sob esta diretoria que ficam as mesas de câmbio e de juros, ou seja, a operações dos leilões de títulos e swaps cambiais que regulam a oferta de dinheiro e de dólares em circulação.
Comitê de Política Monetária (Copom) é formado pelo presidente do BC e mais oito diretores
Será ele que irá estabelece a orientação técnica em relação à administração das reservas internacionais do país e outros sistemas do dia a dia do setor bancário e das infraestruturas do mercado financeiro.
Galípolo acumula experiências no setor público e privado, sendo reconhecido por ser uma das figuras chaves para intermediar a relação entre a campanha do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva com atores do mercado financeiro, nas eleições deste ano.
O novo diretor atuou de 2017 a 2021 como presidente do Banco Fator e, desde de 2009, é sócio na própria empresa, Galípolo Consultoria, responsável por estudos de viabilidade econômico-financeira de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs).
O nome de Galípolo ainda será analisado pelo Senado.
Infomoney - SP 09/05/2023
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou queda de 1,01% em abril, após uma redução de 0,34% em março, divulgou nesta segunda-feira (8) a Fundação Getulio Vargas (FGV). O declínio superou a mediana negativa de 0,99% das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast, cujo intervalo ia de deflação de 1,30% a recuo de 0,62%.
Com o resultado, o IGP-DI acumulou uma redução de 1,26% no ano. Em 12 meses, houve recuo de 2,57%.
A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-DI. O IPA-DI, que representa o atacado, teve redução de 1,56% em abril, ante uma queda de 0,71% em março. O IPC-DI, que apura a evolução de preços no varejo, subiu 0,50% em abril, após alta de 0,74% em março. Já o INCC-DI, que mensura o impacto de preços na construção, teve elevação de 0,14% em abril, depois da alta de 0,30% em março.
As quedas nos preços da passagem aérea (-3,67%) e da gasolina (-0,38%) deram as principais contribuições para a desaceleração da inflação no varejo medida pelo IGP-DI de abril.
Dentro do IPC-DI, duas das oito classes de despesa registraram decréscimo nas taxas de variação: Transportes (de 2,82% em março para 0,19% em abril) e Habitação (de 0,94% para 0,48%). As principais contribuições partiram dos itens: gasolina (de 8,66% para -0,38%) e tarifa de eletricidade residencial (de 3,30% para 0,30%).
Na direção oposta, as taxas foram mais elevadas nos grupos Educação, Leitura e Recreação (de -1,90% para -0,62%), Alimentação (de 0,15% para 0,67%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,96% para 1,51%), Vestuário (de 0,11% para 0,52%), Comunicação (de 0,30% para 0,60%) e Despesas Diversas (de 0,16% para 0,20%).
As maiores influências partiram dos itens: passagem aérea (de -9,75% para -3,67%), hortaliças e legumes (de -1,83% para 3,41%), medicamentos em geral (de 0,33% para 3,23%), calçados (de -0,12% para 1,13%), tarifa de telefone móvel (de 0,81% para 1,60%) e tarifa postal (de 0,18% para 3,34%).
O núcleo do IPC-DI passou de alta de 0,27% em março para elevação de 0,35% em abril. Dos 85 itens componentes do IPC, 27 foram excluídos do cálculo do núcleo. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com aumentos de preços, passou de 61,94% em março para 69,68% em abril.
Construção
A estabilidade nos custos da mão de obra desacelerou a inflação do setor no IGP-DI. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) passou de um avanço de 0,30% em março para uma elevação de 0,14% em abril.
O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços saiu de um aumento de 0,12% em março para uma alta de 0,28% em abril. O custo dos Materiais e Equipamentos passou de uma redução de 0,07% para elevação de 0,28% no mês passado, enquanto os Serviços saíram de alta de 1,04% para aumento de 0,30%.
Já o índice que representa o custo da Mão de Obra passou de aumento de 0,49% em março para estabilidade em abril (0,00%).
O Estado de S.Paulo - SP 09/05/2023
Com a nomeação, a ser confirmada pelo Senado, de Gabriel Galípolo para a diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC), o governo Lula finalmente dá um passo concreto, para além das reclamações estéreis, na direção de interferir na política monetária praticada hoje no Brasil.
As indicações que existem até agora - e que só serão confirmadas na prática quando Galípolo, já como membro do Copom, começar a tomar posições e decisões com seus votos e sua visão sobre a política monetária - é de que o diretor nomeado será um contraponto "dovish" ao que Lula percebe como um BC preocupado demais com a inflação e de menos com a atividade econômica e o emprego.
"Dovish", derivação da palavra "dove" (pombo) em inglês, é usado no jargão internacional de política monetária para caracterizar dirigentes de BC que dão muito peso à perda de atividade e emprego vis-à-vis a missão de controlar a inflação. A palavra que expressa a posição oposta é "hawkish", de "hawk" (falcão).
Entre as muitas narrativas correntes no campo petista e da esquerda em geral sobre a atuação atual da autoridade monetária, as mais extremadas veem Roberto Campos Neto, presidente do BC nomeado por Bolsonaro e com mandato até o final de 2024, como alguém vinculado ao ex-presidente da República e, portanto, decidido a prejudicar Lula (o que ele só poderia fazer prejudicando a economia brasileira junto).
Essa visão injuriosa, que o próprio Lula chegou a tangenciar nos seus muitos ataques a Campos Neto, evidentemente não tem guarida no discurso oficial do Ministério da Fazenda, regido por certo refinamento intrínseco à persona política de Fernando Haddad.
Assim, é provável que a oposição dovish que Galípolo possivelmente fará à orientação de política monetária conduzida por Campos Neto seja civilizada.
Mas uma peculiaridade do mundo atual dos bancos centrais, com destaque para a grande maioria que hoje utiliza o sistema de metas de inflação, ou que pelo menos tem uma meta de inflação, é que a formação de quase todos os quadros envolvidos no trabalho de formular e aplicar a política monetária se insere no campo "mainstream", ou ortodoxo, como se diz no Brasil.
Dessa forma, a divisão entre membros hawkish e dovish do FOMC, o comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed), BC norte-americano, não pode ser traduzida para o Brasil como uma divisão entre ortodoxos e heterodoxos. Os participantes dos comitês de política monetária dos principais BCs do mundo se filiam em sua grande maioria ao mainstream econômico, mesmos os doves.
E é nesse ponto que a chegada de Galípolo ao Copom pode provocar alguma apreensão. Em termos da institucionalidade do sistema de metas com um BC legalmente autônomo, a nomeação do atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda não deveria provocar nenhuma comoção. Uma das ideias de autonomia do BC com mandatos da diretoria intercalados é justamente essa: que, sem rupturas abruptas, cada novo governo vá dando gradativamente à autoridade monetária um perfil que lhe seja preferível.
A dúvida com a nomeação de Galípolo, a primeira do governo Lula, é se o Banco Central na segunda metade do atual mandato (quando os entrantes formarão maioria, incluindo a presidência) vai na direção de uma "política monetária heterodoxa", o que pode significar algumas contradições profundas e inconciliáveis com as bases teóricas e as práticas dos sistemas de meta de inflação.
Galípolo é um economista heterodoxo, mas, por sua atuação no sistema financeiro e foco em PPPs e privatização, difere um pouco dos representantes mais puro sangue daquela corrente econômica. Ainda assim, com a sua entrada no Copom sendo vista como "contraponto" a Campos Neto, é bem possível que ele seja percebido também como representante da heterodoxia no Copom.
É verdade que, no contexto brasileiro, existem diferentes correntes e gradações de heterodoxia, e nem todas são tão infensas ao pensamento mainstream da política monetária convencional e do sistema de metas. Mas algumas são, e isso é suficiente para despertar temores entre investidores e no mercado.
Se a nomeação de Galípolo for interpretada ao longo das próximas semanas e dos próximosmeses - e sua própria atuação, se confirmado pelo Senado, terá influência decisiva nessa percepção - como o início de um desmonte da orientação mainstream que o BC brasileiro, com altos e baixos, manteve desde a implementação do sistema de metas de inflação em 1999, o problema inflacionário brasileiro pode se agravar.
Um ponto fundamental, claro, é se Galípolo vai levar para o Copom, caso seja confirmado pelo Senado como diretor do BC com mandato, apenas as suas convicções ou se será em alguma medida teleguiado por Haddad e Lula. Essa última possibilidade é a pior de todas.
Infomoney - SP 09/05/2023
A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 2,333 bilhões na primeira semana de maio. De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 8, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o valor foi alcançado com exportações de US$ 6,730 bilhões e importações de US$ 4,396 bilhões.
No ano, o superávit acumulado é de US$ 26,240 bilhões.
As exportações registraram aumento de 24,9% na média diária da primeira semana maio ante o mesmo período do ano passado, com alta de 19,3% na Agropecuária, elevação de 24,2% na Indústria Extrativa e alta 28,3% nas vendas de produtos da Indústria de Transformação.
Já a média diária de importações caiu 2% no período, com queda de 25,2% na Agropecuária, recuo de 17,2% na Indústria Extrativa e retração de 0,2% em produtos da Indústria de Transformação.
CNN Brasil - SP 09/05/2023
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulga nesta terça-feira (9) a ata de sua reunião na semana passada em que decidiu, por mais uma vez, manter a taxa Selic em 13,75%.
A ata é o relatório que o Copom divulga sempre na semana seguinte à decisão da Selic e em que detalha o cenário econômico e as razões consideradas.
Ela complementa o comunicado que o colegiado já publica logo após anunciar os novos juros, no mesmo dia.
Aguardada, a ata desta semana vem depois de um comunicado que, apesar de algumas suavizações pontuais, manteve a essência dura e cautelosa que o BC tem carregado há meses em suas decisões e declarações em relação à inflação e aos juros.
Com isso, jogou um balde de água fria sobre as expectativas que chegaram a se formar de que os primeiros cortes na Selic poderiam ser adiantados ainda para o primeiro semestre, à vista de sinais como uma inflação mais fraca, uma desaceleração na economia e, também, restrições já visíveis no mercado de crédito.
Chamando a atenção com um pedido de “paciência e serenidade”, o comunicado da semana passada reconheceu avanços com a apresentação pelo governo, no fim de março, de sua proposta para a nova regra fiscal – embora tenha enfatizado “que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a aprovação do arcabouço fiscal”.
O Copom também classificou, desta vez, como “menos provável”, a possibilidade de voltar a subir os juros caso as projeções para a inflação, e também as várias pressões de preços que ainda existem na economia, não deem uma trégua mais visível.
Foi a primeira reunião do Copom, que é formado pelos diretores do BC, depois que o marco fiscal foi trazido a público. O Copom se reúne a cada 45 dias para decidir se corta, aumento ou mantém a taxa Selic, a taxa de juros de referência do país.
Pelo Boletim Focus, levantamento semanal do BC com as projeções dos bancos e consultorias do país para os indicadores econômicos, as expectativas para a inflação ao fim de 2023 ainda estão perto dos 6% e, para 2024, em 4,16%.
Nos dois casos é ainda um resultado longe da meta de inflação que deveria ser entregue pelo Banco Central, que é de 3,25% neste ano e 3% no próximo.
Diário do Comércio - MG 09/05/2023
A produção industrial em Minas Gerais avançou depois de seis meses de retração. As informações são da Sondagem Industrial do mês de março divulgada pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). O índice de evolução da produção no mês de março registrou alta de 8,5 pontos em relação a fevereiro (47,8) e alcançou 56,3 pontos, ultrapassando os 50 pontos – limite entre queda e elevação.
A economista da Fiemg Daniela Muniz aponta que a sazonalidade é um dos principais fatores desse registro. “É natural que no fim no ano, no último trimestre, ocorra uma desaceleração e o primeiro trimestre do ano seguinte registre essa alta, por isso, não é um registro tão expressivo. Além disso, o mês de março possui mais dias úteis que o mês de fevereiro. Ao mesmo tempo, pode ser o início de uma retomada pós-pandemia, mas ainda não podemos afirmar”, pontua.
Daniela Muniz lembra que desde 2020 a desarticulação da cadeia produtiva desestabilizou o processo industrial e a volta à normalidade pode estar acontecendo agora. “Nós só vamos ter certeza se essa alta é pontual ou uma tendência, quando tivermos os dados dos próximos meses”, explica.
Além da produção industrial, a pesquisa mostrou que o emprego aumentou pela segunda vez seguida. O indicador de evolução dos números de empregados cresceu 1,2 ponto comparado com o mês anterior e registrou 52,2 pontos ante a 51 em fevereiro.
Insatisfação
Apesar dos índices positivos, os indicadores financeiros do primeiro trimestre do ano pioraram em relação ao trimestre anterior e os empresários demonstraram insatisfação com as atuais margens de lucro de seus negócios. Pelo segundo semestre consecutivo, a Sondagem registrou queda e marcou 47,7 pontos, recuando 1,3 ponto frente ao último trimestre de 2022 (49 pontos).
As dificuldades de acesso ao crédito é outro descontentamento por parte do setor. O índice de março de 39,5 pontos registrou queda de 5,2 pontos frente ao último trimestre de 2022 (44,7 pontos).
Somado às insatisfações por parte dos empresários está também o acúmulo indesejado de estoques. É o quinto mês que os acúmulos de produtos finais estão acima do planejado pelas indústrias. No mês de março, o índice chegou a marcar 50,5 pontos ante os 50,2 pontos desejados pelo setor.
“O descontentamento dos empresários é reflexo de todo o cenário atual: alta da inflação, altas taxas de juros nos créditos encarecidos pelas altas taxas de inadimplência que juntos contribuem para a redução da demanda interna”, explica Daniela Muniz.
Outro problema enfrentado pelas indústrias apontado na pesquisa é a elevada carga tributária. O item voltou a ocupar o topo da tabela dos problemas enfrentados pelo setor na Sondagem depois de dar lugar para o item ‘falta ou alto custo da matéria-prima’ desde o último trimestre de 2020. Para essa mudança, Daniela Muniz atribui a já citada desestabilização da cadeia produtiva durante o período pandêmico e alguns resquícios da guerra da Ucrânia.
Expectativas
O índice de expectativa de demanda marcou 55,9 pontos em abril, registrando uma queda de 0,6 ponto ante março (56,5 pontos). Porém, o resultado sinalizou perspectiva de crescimento da demanda nos próximos seis meses pela 34ª vez seguida, ao ficar acima dos 50 pontos – limite entre recuo e expansão. Em relação a abril de 2022 (59,1 pontos), o indicador caiu 3,2 pontos, sendo o menor para o mês desde 2020.
Já o indicador de intenção de investimento registrou 60,2 pontos em abril, um aumento de 3,6 pontos em relação ao mês anterior (56,6 pontos). Porém, ante abril de 2022 (60,4 pontos), o indicador registrou pequena queda, de 0,2 ponto.
CNN Brasil - SP 09/05/2023
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, se mostrou otimista em relação à aprovação do marco fiscal e afirmou que a nova regra impactará na redução da taxa de juros no Brasil. A declaração foi feita nesta segunda-feira (8), após uma reunião com vice-governadores.
“Vamos apresentar um arcabouço fiscal crível, flexível, seguro e, principalmente, que o governo federal tem condições de cumprir. A partir dessa aprovação do arcabouço, garantindo essa segurança jurídica, essa previsibilidade das contas públicas, não teremos mais como não impactar para menor a taxa de juros no Brasil”.
A declaração da ministra acontece após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter mantido, em reunião na última quarta-feira (3), a taxa Selic em 13,75% ao ano. Este patamar está em vigor desde agosto de 2022.
De acordo com o comunicado do Copom, a decisão foi unânime, e o Comitê “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”.
Tebet também disse que as alterações realizadas pelo relator do projeto do novo marco fiscal, deputado Claudio Cajado (PP-BA), são bem vistas pelo governo e que o parlamentar encontrou uma alternativa equilibrada para o contingenciamento.
“As contribuições do deputado, elas são vistas com bons olhos, elas chegam num meio-termo de nem ter um ‘enforcement’, nem deixa tão solto”, afirmou Tebet.
Durante a reunião com os vice-governadores, a ministra também pediu apoio junto às bancadas estaduais no Congresso para a aprovação da reforma tributária e afirmou que haverá um fundo para compensar qualquer perda de receita dos Estados e municípios.
“Viemos tranquilizar sobre a reforma tributária e fizemos um pedido para que nos ajude a aprovar, junto com suas bancadas, a reforma tributária”, disse.
Na quinta-feira passada (4), Tebet havia dito que a aprovação da reforma tributária pelo Congresso Nacional continua sendo “prioridade absoluta” do governo. A expectativa da equipe econômica é que a reforma seja votada até julho deste ano.
Valor - SP 09/05/2023
Com isso, a commodity passou a exibir ganho de 3,2% em maio e perda acumulada de 6,3% em 2023
Os preços do minério de ferro voltaram a subir no mercado à vista, acompanhando a tendência de valorização do aço com a formação de estoques em antecipação à nova rodada de cortes na produção das usinas siderúrgicas na China.
Apesar do fôlego desta segunda-feira, as perspectivas não são otimistas e há quem veja a commodity retornando ao nível de US$ 95 por tonelada no curto prazo.
Segundo a Mysteel, os preços dos produtos siderúrgicos para construção em toda a China podem se estabilizar ou até avançar em maio, em preparação a novos cortes de produção nas usinas locais, “que podem durar várias semanas seguidas”.
Para o banco australiano ANZ, informou a agência Reuters, o minério pode encontrar um piso de US$ 95 por tonelada em breve.
No norte da China, segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro encerrou o dia com ganho de 6,1%, para US$ 109,95 a tonelada.
Com isso, a commodity passou a exibir ganho de 3,2% em maio e perda acumulada de 6,3% em 2023.
Na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), os contratos mais negociados, com entrega em setembro, chegaram a subir 2,2%, para 702 yuan por tonelada.
Jornal de Brasília - DF 09/05/2023
O aditivo questionado pela prefeitura ampliava a área de exploração da empresa em 1,348 hectare. A área já concedida à empresa é de aproximadamente 30 hectares.
Em sua decisão, a ministra Weber disse que a ampliação da área a ser minerada afetaria o processo de proteção ambiental da região.
“A autorização para a expansão da área da atividade minerária fulmina, como dito, o propósito preventivo das providências tomadas, na esfera estadual, para a preservação do bem cultural como existente em seu estado natural, ou o mais próximo disso no momento fiscalizatório”, disse a ministra, na decisão.
Em nota, a Semad (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) afirma que não há TACs vigentes com a empresa Gute Sicht. “A mesma segue sem autorização administrativa da pasta para realizar qualquer operação”, diz o comunicado.
“A Gute Sicht teve um TAC assinado em 2021 com a Semad, com validade de 12 meses, além de um aditivo firmado em 2022, sendo cancelado pela pasta por descumprimento de condicionantes”, segue o texto. A ação da Prefeitura de Belo Horizonte envolvendo o TAC é de dezembro de 2022.
No último dia 2, o governo do estado informou que, depois de uma fiscalização realizada em 19 de abril de 2023, determinou a suspensão das atividades da Gute Sicht na Serra do Curral.
A justificativa foi que a empresa operava sem licenciamento ambiental e fora de sua área de direito minerário. A Polícia Federal investiga os procedimentos adotados pelo estado para que a Gute Sicht iniciasse suas operações na Serra do Curral.
No plano federal, o procedimento de autorização da ANM (Agência Nacional de Mineração) para a mineração da Gute Sicht na Serra do Curral ocultou a presença de área de proteção ambiental na região.
Exame - SP 09/05/2023
A produção de veículos caiu 3,9% no mês passado, quando comparada a igual período de 2022, em resultado que reflete os ajustes feitos pelas montadoras diante das vendas abaixo das expectativas neste ano.
Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, 178,9 mil veículos foram vendidos no mês passado, conforme balanço divulgado nesta segunda-feira, 8, pela Anfavea, a associação das montadoras.
Frente a março de 2023, mês que teve cinco dias úteis a mais, abril mostrou queda de 19,4% na fabricação de veículos.
Diante dos juros altos, crédito restrito e alto endividamento das famílias, fatores que reduziram o acesso a automóveis que também ficaram mais caros nos últimos anos, o consumo de carros vem frustrando o setor. Nos últimos sete anos, quando se considera apenas resultados de abril, a produção do mês passado só supera a de abril de 2020, quando a indústria parou com a chegada da pandemia.
Na comparação com igual período de 2022, a produção teve aumento de 4,8% nos quatro primeiros meses deste ano, quando somou 714,9 mil veículos na soma de todas as categorias. A indústria, porém, esperava números melhores com o fornecimento mais regular de componentes eletrônicos, cuja escassez foi responsável por parar linhas nos últimos dois anos.
Na comparação com os níveis de antes da pandemia, a produção dos quatro primeiros meses do ano ficou em torno de 250 mil veículos abaixo. Desde fevereiro, metade das fábricas de carros e caminhões já parou ou ainda vai parar temporariamente parte da produção em razão das vendas fracas.
Vendas de veículos em abril
As vendas de abril, de 160,7 mil veículos, superaram as do mesmo mês do ano passado em 9,2%. Apesar do crescimento, o número segue muito distante dos registrados antes da pandemia - em abril de 2019, 232 mil veículos foram emplacados no Brasil, ou seja, uma diferença expressiva de 71 mil unidades.
Frente a março, o calendário mais curto de abril explica a queda de 19,2% das vendas. Na média, o mercado se manteve em ritmo diário abaixo de 9 mil veículos no mês passado.
Exportações
O balanço da Anfavea mostra ainda queda de 24,1% das exportações no comparativo de abril com igual mês do ano passado. Os embarques, de 34 mil veículos no mês passado, caíram 23,9% contra março.
No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, as exportações mostraram recuo de 4,3%, somando 146,3 mil unidades.
Emprego
Segundo o levantamento da entidade, 13 vagas de trabalho foram fechadas em abril nas montadoras, que agora empregam 101,6 mil pessoas.
O Estado de S.Paulo - SP 09/05/2023
A indústria automobilística passa pelo dilema de ter de escolher qual tecnologia vai mover os carros brasileiros nos próximos anos. Se a híbrida flex, com foco no uso do etanol, combustível renovável usado há mais de 40 anos apenas no Brasil, ou a elétrica, que traz junto as discussões de reciclagem de baterias e necessidade de aumento de extração de matérias-primas, como lítio e alumínio.
Os maiores produtores mundiais de veículos, como China, EUA e Europa já se definiram pelos veículos elétricos, por falta de outras opções para atenderem normas de descarbonização. No Brasil, oitavo maior na lista de fabricantes, boa parte das montadoras tende para o híbrido flex, que usa um motor elétrico e outro a combustão, que pode ser abastecido com etanol ou gasolina.
O Ministério do Desenvolvimento Indústria Comércio e Serviços (Mdic), com quem as montadoras negociam benefícios para desenvolver as novas tecnologias para a segunda fase do programa automotivo Rota 2030, informa defender a exploração de todas as rotas tecnológicas disponíveis para o processo de descarbonização.
“A decisão é de cada montadora, mas ela precisa avaliar se a escolha é o melhor caminho para ter competitividade no mercado e contribuir para a descarbonização, defendendo a ideia da sustentabilidade, geração de emprego, alta qualificação e renda”, afirma ao Estadão o secretário do Mdic, Uallace Moreira Lima.
Outra questão a ser avaliada, diz ele, é a inserção internacional das empresas. “O parque automotivo brasileiro tem capacidade para produzir 4,5 milhões de veículos ao ano e hoje opera com 2 milhões; as empresas não deveriam avaliar a possibilidade de maior inserção internacional para não dependerem só do mercado interno?”, questiona.
Melhor alternativa
Empresas que defendem o carro híbrido flex como melhor alternativa, como a Toyota, que já produz esse tipo de veículo no País desde 2019, afirmam que levam em conta a estrutura de abastecimento (que já está pronta), a matriz energética – que no caso do Brasil é limpa, enquanto outros países ainda são dependentes de fontes fósseis – e a acessibilidade do consumidor (a tecnologia elétrica ainda é cara).
Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil, afirma que o grupo tem diversas tecnologias disponíveis, como híbrida, elétrica e a hidrogênio, “mas quer colocar no mercado as soluções que sejam mais práticas e sustentáveis para cada região e, no caso do Brasil, o etanol absorve CO2 na atmosfera no momento do cultivo da cana, é limpo e faz parte da economia brasileira”.
Ele informa que os híbridos da marca, Corolla e Corolla Cross, custam de 5% a 10% a mais que as versões a combustão, e representam atualmente 40% das vendas dos dois modelos. Ressalta, porém, que “cada tecnologia contribui para o processo de descarbonização, algumas mais que outras, e cada uma terá uma diferenciação de imposto de acordo com o que entrega.”
A empresa exportou recentemente um modelo híbrido flex para a Índia parta testes. O país já produz cana de açúcar e tem capacidade de ampliar o plantio. No mês passado, a Toyota também anunciou investimento de R$ 1,7 bilhão na produção de mais um híbrido flex, dessa vez de um carro compacto, de menor preço. “Vamos melhorar o acesso a essa tecnologia para mais consumidores e trazer escala para nossa produção”, diz. “Com isso, haverá maior possibilidade de produção local de componentes.”
O grupo Caoa/Chery também produz modelos híbridos flex, mas os chamados de “hibridização leve”, que ajudam a reduzir o consumo de combustível e as emissões. Eles funcionam com uma pequena bateria e um gerador elétrico que, ao contrários dos demais híbridos, não consegue tracionar as rodas do carro sozinho.
Pelo menos mais três montadoras já declararam estar desenvolvendo produtos com essa solução – a Stellantis (dona da Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën), a Volkswagen e a Renault. A chinesa GWM – que comprou a fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) – vai iniciar a produção local daqui a um ano com um híbrido flex. Já a também chinesa BYD, que negocia a compra da planta da Ford em Camaçari (BA), deve começar operações com um híbrido plug-in.
Híbrido flex pode ser outra jabuticaba
Por outro lado, defensores dos carros elétricos avaliam que o País pode se isolar dos demais fabricantes e ficar para trás tecnologicamente com mais uma “jabuticaba”, termo utilizado para os carros a álcool, para os modelos populares com motor 1.0 e agora para os híbridos flex.
Oficialmente, só uma grande fabricante, a General Motors, afirma que, na transição, pretende ir direto para a eletrificação, seguindo diretrizes que sua matriz norte-americana está adotando em todo o mundo. É possível que a Honda também siga esse caminho. “Queremos ser pioneiros na produção de elétricos no País”, afirma o presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro.
O executivo ressalta que o prazo vai depender do volume de vendas dos elétricos que inicialmente serão importados, pois a manufatura local depende de escala. A subsidiária brasileira já contribui com a matriz no desenvolvimento da nova geração de veículos elétricos com a realização de testes e homologações de modelos em seu Centro Tecnológico em São Caetano do Sul e sua pista de testes em Indaiatuba, ambos em São Paulo.
A aposta pode implicar no isolamento da marca no País, pois nenhuma outra montadora cita prazos para a produção de carros 100% elétricos, que são mais caros que os híbridos em razão do ainda elevado custo da bateria e da alta tecnologia embarcada.
“Ao transferir a produção direta para os BEVs (sigla para carros elétricos), a GM pode perder mercado e correria risco de se tornar apenas importadora, como fez a Ford”, diz Fernando Trujillo, consultor da S&P Global Brasil.
Trujillo avalia que, para os próximos 15 a 20 anos, a tecnologia híbrida flex pode ser uma boa alternativa para o Brasil, pois as metas de emissão de CO2 serão cumpridas com o etanol. O governo ainda não definiu as regras para a segunda fase do Rota 2030. Será preciso também definir novas normas de eficiência energética dos automóveis, tarefa que cabe ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conoma).
A partir de 2040, prevê Trujillo, será preciso incluir mais carros elétricos na frota nacional para cumprir as metas do Acordo de Paris e, nesse período, a produção de elétricos deverá se intensificar.
Forma de medir emissões pode favorecer o Brasil
Na maioria dos países, a conta das emissões é feita pelo processo chamado de “tanque à roda”, mas empresas brasileiras defendem o uso da metodologia que mede do “poço à roda”, quando inclui os impactos ambientais de todo o processo produtivo do combustível a ser usado no carro elétrico, conta que deixa o etanol à frente de outras tecnologias (ver quadro).
O presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Marcus Vinícius Aguiar, afirma que, independente da tecnologia a ser definida para o curto e médio prazos, é preciso desenvolver uma engenharia brasileira para a motorização elétrica. “Temos expertise e condições para isso, mas a questão hoje é volume.”
A eletrificação dos automóveis, no momento, está só nos países ricos”
Marcus Vinícius Aguiar, presidente da AEA
Em sua opinião, os carros a combustão no Brasil terão vida mais longa do que na China e em países da Europa, porque lá grande parte da energia vem de fontes mais sujas, enquanto as fontes energéticas são renováveis e o uso do etanol ajuda o País a cumprir as regras de emissões, que estão mais atrasadas em relação a esses países. Ele ressalta, contudo, que “ninguém vai colocar etanol no carro se o combustível for mais caro.”
Aguiar também avalia que o Brasil não vai se isolar do resto do mundo se inicialmente adotar a tecnologia híbrida flex. Segundo ele, há outras regiões que não terão condições de partir logo para os elétricos, como a Índia e vários países da África, América Latina e Ásia. “A eletrificação, no momento, está só nos países ricos.”
Volta do importo de importação
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que vê uma divisão entre as associadas num momento em que discute com o governo novos incentivos à pesquisa e desenvolvimento, agora trava com o governo debate sobre a volta do Imposto de Importação, de 35%, para carros elétricos. Esses modelos estavam isentos do tributo desde 2015, para introduzir a tecnologia no País, mas agora a entidade acredita que a isenção por longo período pode atrapalhar planos de investimentos nos híbridos.
A proposta da entidade é retomar a alíquota de 35% - cobrada também de todos os importados de fora do Mercosul e do México -, de uma vez ou parcialmente, e criar cotas isentas para as fabricantes e as importadoras. Lima, do Mdic, diz que o tema está em avaliação.
Valor - SP 09/05/2023
Em abril, a produção caiu 3,9% na comparação com um ano atrás
Leite, presidente da Anfavea: “Com esses juros o mercado não cresce” — Foto: Silvia Zamboni/Valor
Está cada vez mais distante a perspectiva de as fábricas de veículos voltarem a funcionar sem a necessidade de paralisações esporádicas nas linhas de automóveis e diminuição na quantidade de turnos nas de caminhões. Os dirigentes do setor continuam a apontar os juros como o principal vilão dessa história.
“Vamos continuar dando notícia de paralisação nas fábricas ou as notícias serão piores?”, disse ontem, em tom de desabafo, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, ao comentar algumas das “más notícias” do setor.
Em abril, a produção caiu 3,9% na comparação com um ano atrás, quando o setor enfrentava um dos piores períodos da falta de semicondutores. No mesmo mês, a exportação diminuiu 24,1%.
O mercado interno vai bem. Cresceu 9,2% em abril na comparação com o mesmo mês de 2022. Graças às locadoras, que voltaram às compras com o restabelecimento do suprimento de componentes eletrônicos.
Mas aquele consumidor que costuma circular pelas concessionárias e ser atraído por múltiplas simulações de financiamento, está em falta. “O atual nível de juros “é incompatível com a expectativa de crescimento da indústria”, disse Leite.
Segundo o dirigente, a indústria automobilística apoia a independência do Banco Central e entende que a taxa de juros depende de uma série de fatores, como inflação, receita e mercado externo. “Mas, com esses juros o mercado não cresce”, destacou.
Como consequência, o estoque não diminui. No mês passado, a quantidade de veículos nas fábricas e nas concessionárias manteve-se exatamente igual ao de março, com quantidade de carros suficiente para 38 dias de vendas.
O estoque estaria mais elevado, disse Leite, não fossem as paralisações programadas pelas montadoras, por meio de férias coletivas ou suspensão temporária dos contratos de trabalho.
No caso dos caminhões, a queda de 16,6% nas vendas internas em abril tem como pano de fundo o aumento de preços provocado pelos novos equipamentos de controle de emissões, que atendem à legislação que entrou em vigor em janeiro.
A taxa de juros brasileira não pode, porém, ser culpada pela queda nas exportações. Por isso, ontem mesmo Leite foi pedir uma atenção para essa questão ao presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. A entidade busca linhas de financiamento especiais para venda ao exterior.
No lado externo, a crise na Argentina tirou o país vizinho do topo dos destinos das exportações. O México passou à frente e passou a ser o destino de 37% dos veículos embarcados pelo Brasil. Para a Argentina seguem 30%.
A Anfavea prefere não entrar no mérito dos preços dos carros mais em conta do país, um assunto criticado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Algumas montadoras e a Fenabrave, que representa os concessionários, têm debatido a questão com o governo. Leite disse que várias possibilidades estão na discussão. Envolvem carga tributária e criação de programas com eventual permissão de uso de recursos do FGTS ou que privilegiem carros que funcionam com etanol.
A direção da Anfavea apoia o uso do etanol e aponta o derivado da cana como melhor solução brasileira para descarbonizar o transporte. Mas vê com ressalvas a ideia de elevar a quantidade de etanol na mistura com a gasolina, de 27% para 30%, como sinalizou o governo. Para a entidade, isso demanda uma discussão técnica de apoio.
Há poucos dias, o Ministério de Minas e Energia anunciou a criação de uma comissão para discutir essa possibilidade.
Embora a ideia do governo seja a redução de emissões, o diretor técnico da Anfavea, Henry Joseph Jr., afirma que a medida pode levar a um maior consumo e também provocar mais emissões.
“Temos uma frota antiga. Isso precisa de um tratamento técnico muito detalhado”, completa Leite. Para o dirigente, melhor seria buscar formas de estimular o consumo do etanol nos chamados carros flex, que podem ser abastecidos com gasolina ou o derivado da cana.
“Uma política para aumentar o uso de etanol seria bem-vinda. Muitos consumidores ainda não sabem dessa pegada verde do etanol, de seus benefícios ao meio ambiente”, afirma Leite.
O Estado de S.Paulo - SP 09/05/2023
Quem não frequenta o Brooklin há alguns anos se surpreende ao visitar o bairro da zona sul de São Paulo. Onde antes estavam lojas variadas, revendas de carros, posto de gasolina e casas, várias casas, hoje despontam edifícios de apartamentos juntinhos à estação de metrô de mesmo nome, inaugurada em 2017.
O entorno da Estação Brooklin é o que mais teve o uso e a paisagem alterados pelas regras e incentivos do Plano Diretor paulistano, que está em fase de revisão. Novo estudo do laboratório Arq.Futuro, do Insper, aponta que é a área é o eixo de transporte com a maior proporção de apartamentos lançados por quilômetro quadrado (5,4 mil/km²), seguido de perto pelas proximidades das estações Butantã (4,8 mil) e Sumaré (4,6 mil), na zona oeste. O levantamento utilizou dados de alvará de execução.
Basta falar com algum frequentador dessas redondezas para ouvir relatos sobre a sensação de estar em meio a um canteiro de obras, o que também motiva queixas de uma parcela dos vizinhos, por barulho, poeira e movimento de caminhões. Alguns citam até a impressão de que alguns prédios surgiram “quase do nada”.
O designer Ramon Gonçalves, de 25 anos, percebe que a velocidade de transformação do Butantã se acelerou especialmente desde 2020 e se surpreende por testemunhar tamanha mudança “em tempo real”. Ele relata ter se espantado ao voltar para casa após passar parte da pandemia no interior. “Percebi essa verticalização de um jeito muito diferente.”
Parte dos movimentos organizados e associações de bairro se manifesta contrariamente à profusão de edifícios. Já outra parte da população vê a mudança como desejável diante do tamanho e expansão horizontal da cidade. A transformação rápida divide especialistas.
A mudança resulta do cenário atrativo para o mercado imobiliário. São vários fatores, como a valorização de áreas com a chegada do metrô, o estoque de terrenos nas incorporadoras após se capitalizarem com a entrada na bolsa há mais de uma década e o aquecimento do setor (especialmente com a queda recorde de juros de 2018 a 2020). Também ajudaram incentivos públicos e regras municipais atrativas, por meio do Plano Diretor, de 2014, e da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (mais conhecida como Lei de Zoneamento), de 2016.
Leis tornam mais vantajoso construir perto de metrô
As novas leis têm o objetivo de atrair o investimento imobiliário para o chamado Eixo de Estruturação da Transformação Urbana, a fim de aumentar a oferta de moradia perto do transporte coletivo e reduzir longos deslocamentos na cidade. Esses eixos compreendem um raio de cerca de 400 metros da maioria das estações de metrô e trem e uma área linear de 150 metros de cada lado ao longo de corredores de ônibus.
Entre os incentivos, estão descontos no cálculo da área construída “computável” quando o empreendimento tem características estimuladas pelo poder público, como a “fachada ativa”, quando há comércio e serviços no térreo abertos ao público em geral, por exemplo.
Outra característica estimulada é o uso misto – que inclui a presença de apartamentos e usos não residenciais no mesmo empreendimento, a fim de aproximar emprego e trabalho. Contudo, como o Estadão mostrou, um decreto de 2016 incluiu “serviços de moradia” como não habitacional, o que estimulou o boom de mais de 250 mil imóveis compactos na cidade, enquanto a mistura de apartamento e escritório ainda não vingou.
O Plano Diretor limita o tamanho máximo médio da unidade em cerca de 80 m² nos eixos, segundo projeções de especialistas. Contudo, como o Estadão mostrou, as unidades de até 45 m² se tornaram predominantes nos últimos anos na cidade e são 75% de todos os lançamentos, segundo balanço de 2022 do sindicato do setor, o Secovi, enquanto apartamentos maiores se tornaram opção quase “de luxo”.
O estudo do Insper identificou que os empreendimentos de mercado se concentram no “setor sudoeste”, que abrange as áreas mais desenvolvidas da cidade, de maior oferta de emprego, moradia, serviços e comércio, enquanto os voltados à habitação de interesse social e mercado popular estão mais espalhados. O levantamento foi desenvolvido pelos pesquisadores Adriano Borges Costa, Joyce Reis Ferreira da Silva e Evandro Luis Alves.
Na pesquisa, identificou-se que a Prefeitura de fato conseguiu atrair o mercado imobiliário para o entorno dos eixos, que passaram a concentrar 54,1% dos lançamentos de 2019 a 2021, ante os 16,7% do período de 2013 a 2015.
Além do Brooklin, Butantã, Sumaré, a maioria dos demais primeiros colocados ficam em trechos mais valorizados do Metrô, especialmente das Linhas 5-Lilás, 4-Amarela, 2-Verde e 1-Azul, como as Estações Oscar Freire, Ana Rosa, Vila Madalena e Liberdade. Diagnóstico da Prefeitura já havia apontado a dificuldade de ter os mesmos resultados em bairros mais distantes do centro.
O estudo do Insper não inclui estações da Linha 6-Laranja. No ano passado, o Estadão mostrou que o entorno das futuras estações, como a Sesc-Pompeia, vive também um “boom” impulsionado pelos incentivos de construir perto de metrô. Nos eixos de transporte já em funcionamento, os prédios estão mais altos. A média do número de andares subiu de 11,1, em 2013, para 16,4, em 2021, segundo o estudo do Insper.
A situação divide especialistas. Há aqueles que identificam bons resultados, como na aproximação com os eixos de transporte e menor verticalização dos miolos de bairro. Outros criticam o impacto na vizinhança e falam que a oferta e o valor das unidades está superestimado.
Um dos autores do estudo e professor do Insper, Adriano Borges Costa destaca que os dados mostram que o Plano Diretor conseguiu tirar a verticalização do interior dos bairros. O número de lançamentos no entorno dos eixos de transporte saltou de 7,9% em 2013, para 54,1%, em 2021.
Professor de Arquitetura e Urbanismo da Mackenzie, Antonio Claudio Fonseca é pessimista. Ele avalia que os imóveis dos eixos entram, aos poucos, em uma crise pela alta oferta e valores - tendência que deve se agravar daqui a cerca de quatro anos. “Quem comprou financiado vai ficar com o mico: não vai conseguir alugar”, prevê.
E, segundo ele, a verticalização não é comportada pela infraestrutura e características das vias de parte dos eixos. “É desproporcional à capacidade do território de receber essas populações. Na Vila Madalena (o 8ª eixo mais transformado), aquelas ruas não foram feitas para ter essa verticalidade.”
Apesar da proximidade com o metrô, nem todos os moradores recorrem ao transporte público. O publicitário Rennan Aurieni, de 33 anos, comprou um apartamento de dois quartos perto da futura Estação PUC-Cardoso de Almeida, mas, por trabalhar em local longe do metrô, os trilhos não serão a primeira opção.
“Seria mais pontual”, afirma ele, ao citar como exemplo idas aos jogos do São Paulo. Ele diz que considerou a proximidade com o metrô como um fator de influência para a compra: daqui a uns anos, planeja se mudar para um lugar maior e manter o atual imóvel como um investimento.
Já a advogada do movimento Defenda São Paulo, Renata Esteves diz que a verticalização nos eixos traz impactos negativos, pois aumenta o custo do entorno (expulsando parte dos moradores e pequenos comércios) e piora a qualidade ambiental do entorno.
Por que a transformação foi maior nas estações Brooklin, Butantã e Sumaré?
As mudanças no entorno da linha Lilás já eram esperadas na época da inauguração, em 2017, por envolver bairros valorizados e com oferta de serviços, comércio e emprego. A proximidade de parte das Estações às Avenidas Engenheiro Luiz Carlos Berrini e Chucri Zaidan se tornaram um atrativo, assim como a Avenida Brigadeiro Faria Lima para o entorno da Estação Butantã.
Autor do estudo, Adriano Borges Costa destaca que essa transformação ainda está em curso. Parte dos dados compreende empreendimentos que receberem aval nos últimos quatro anos e, portanto, foram recém-entregues ou estão em obras.
“O Butantã é uma nova centralidade que está se fortalecendo, uma área que tem crescido também em comércios e vitalidade urbana. O Brooklin vive um processo de transformação brutal. Em Pinheiros, esse processo era mais pulverizado e houve a aproximação dos eixos, quando se intensifica muito.”
O professor do Insper explica que a mudança também é expressiva porque se tratam de áreas que ainda eram predominantemente de imóveis de um ou dois andares. “São áreas também com uma fragmentação fundiária não tão grande, em que se consegue juntar alguns terrenos relativamente grandes e fazer um empreendimento.”
A proximidade do metrô é destacada nos anúncios das incorporadoras. No Brooklin, alguns prédios novos são tão próximos que são divulgados como “a 30 passos” e “40 passos” da Estação. Já um empreendimento do Butantã colocou um totem na frente do estande de vendas que alude aos utilizados pelo Metrô, na cor amarela e com o símbolo do vagão.
VP de novos negócios da incorporadora Mitre, Gabriela Canfora conta que a empresa se voltou em grande parte aos eixos do entorno do Brooklin, Butantã e Pinheiros, com oito empreendimentos, porque são áreas em que as “pessoas querem morar”, o “combo perfeito”, com tudo perto, de escritórios, comércio, serviço, educação.
“Especialmente o Brooklin e o Butantã, eram regiões pouco verticalizadas, carentes de moradia (majoritariamente de casas). A oferta era baixa e a demanda muito alta”, diz. Por isso, avalia que esse represamento possibilitou uma variedade no perfil de compradores, de diferentes profissões, arranjos familiares e idades. Além disso, no caso do Butantã, os investidores se interessam ainda mais como ativo para locação a estudantes da USP.
Já o diretor de Incorporação da Setin, Eduardo Pompeo diz que as estações de metrô se tornam mais atrativas para as incorporadoras do que as de trem e os corredores de ônibus por envolver um modo de transporte mais eficiente e valorizado. “É um privilégio hoje você entrar no metrô e, em 15 minutos, estar no trabalho.”
Segundo estimativas da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), uma estação de metrô valoriza uma região de 20% a 30%. A consultoria mapeou que, só nos últimos dois anos, foram lançados 13 empreendimentos no eixo Brooklin, 8 no Sumaré e 13 no Butantã.
Brooklin: unidade de até um dormitório - R$ 319,7 mil / dois dormitórios - R$ 977,3 mil, segundo a EmbraespSumaré: unidade de até um dormitório - R$ 399,3 mil / dois dormitórios - R$ 1,3 milhãoButantã: unidade de até um dormitório - R$ 347,9 mil / dois dormitórios - R$ 622,5 mil
A valorização no entorno das três estações ocorreu de forma distinta. No Butantã, o banco de dados da Embraesp identificou que os lançamentos começaram só após 2018. A valorização dos apartamentos no entorno da estação, entre 2018 e 2023, foi de 17,7%.
Já o entorno da Estação Brooklin teve valorização mais significativa de 38,9% desde 2014, enquanto a média na cidade foi de 19,6%. Já o preço nas proximidades da Sumaré variou apenas 2,6%. ”Possivelmente por se tratar de região onde os preços praticados já eram bastante elevados e cujos impactos da presença da estação (inaugurada em 1998) já tinham sido absorvidos”, diz Reinaldo Fincatti, diretor da Embraesp.
Já um balanço da plataforma de aluguel e venda de imóveis Quinto Andar do ano passado aponta que dois dos bairros mais transformados estão entre os 10 aluguéis mais caros da cidade. Em Pinheiros, o m² está em uma média de R$ 62, o que significa R$ 1.830 de aluguel para studio de 30 m², por exemplo. No Brooklin, a média de R$ 50,1/m².
Porto Gente - SP 09/05/2023
Presidente da FerroFrente se reuniu com secretário Nacional de Transporte Ferroviário para discutir melhorias na malha ferroviária brasileira
Na última quarta-feira, 3 de maio, o presidente da FerroFrente, José Manoel Gonçalves, se reuniu com o secretário Nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, para discutir os próximos passos que o governo tomará para aprimorar a malha ferroviária brasileira. Durante a reunião, o secretário expressou sua disposição em ouvir as demandas do setor e buscar soluções com ampla participação. Entre as medidas apresentadas, está a iniciativa inédita de categorização das ferrovias que, segundo o secretário, contribuirá para a eficiência da movimentação de passageiros e cargas no país.
Sobre a categorização das ferrovias, ou a "taxonomia" do setor, Ribeiro disse que a medida poderá garantir que os projetos desenvolvidos levem em consideração as peculiaridades e características únicas de cada região da malha ferroviária. "A iniciativa deve levar a soluções mais eficientes e eficazes que beneficiarão tanto os passageiros quanto o transporte de cargas. Um passo positivo em direção à melhoria da infraestrutura de transporte do país", destacou o secretário.
O transporte ferroviário de passageiros foi apontado pelo secretário como um dos focos prioritários da atual administração. "Temos expectativas de, em breve, apresentarmos propostas para o país, com um olhar voltado para a mobilidade de passageiros por meio das ferrovias", afirmou.
Leonardo Ribeiro anunciou também a criação de uma comissão composta por membros do setor ferroviário e convidou o presidente da FerroFrente para integrar o grupo. De acordo com Ribeiro, a comissão debaterá iniciativas para o setor que se alinhem para atender as necessidades do mercado e da sociedade.
"O Ministério estuda formas para simplificar e agilizar os processos de concessão de trechos ferroviários, que poderão facilitar a entrada de novos investidores no setor, com a possibilidade de inclusão de projetos de parcerias público-privadas para investimentos em infraestrutura ferroviária", destacou.
Em resposta a essas iniciativas, José Manoel Gonçalves informou ao secretário que a Ferrofrente estabeleceu um conselho consultivo que está pronto para colaborar com o governo no desenvolvimento de medidas e iniciativas que tragam melhorias para a população e promovam o desenvolvimento do país.
"Estamos alinhados com as iniciativas trazidas pelo governo. A criação de uma comissão para discutir as demandas do setor e a taxonomia das ferrovias são medidas fundamentais para o país e demonstram um comprometimento com a melhoria da infraestrutura de transporte. Nós, da Ferrofrente, estamos prontos para colaborar com o governo e contribuir com nossos conhecimentos e experiência para que essas iniciativas tragam benefícios reais para a população e para o desenvolvimento do país. Acreditamos que o transporte ferroviário de passageiros é uma prioridade que deve ser levada a sério. É importante que o setor e o governo compartilhem dessa visão", destacou o presidente José Manoel Gonçalves.
Petro Notícias - SP 09/05/2023
O noticiário do setor de óleo e gás começa a semana com uma importante novidade para a Bacia de Campos. A norueguesa Equinor chegou à decisão final de investimento para o desenvolvimento do bloco BM-C-33, localizado a aproximadamente 200 km da costa e em profundidade de até 2.900 metros. A área compreende a descobertas diferentes no pré-sal (Pão de Açúcar, Gávea e Seat). Ao todo, serão investidos US$ 9 bilhões no bloco – que é operado pela Equinor, em parceria com Repsol Sinopec e Petrobrás. O início da produção no BM-C-33 é previsto para 2028.
“A decisão final de investimento do BM-C-33 é um importante marco para os parceiros e para a Equinor. Junto com os parceiros e fornecedores, nós desenvolvemos um projeto relevante, que vai fornecer energia para a crescente demanda energética do Brasil, além de gerar valor para os investidores e a sociedade, contribuindo para o desenvolvimento industrial local. O Brasil é uma das áreas prioritárias para a Equinor e o investimento no BM-C-33 enfatiza a importância estratégica do nosso portfólio no país”, disse o vice-presidente Executivo de Projetos, Perfuração & Procurement da Equinor, Geir Tungesvik.
O bloco BM-C-33 contém reservas recuperáveis de gás natural e óleo/condensado de mais de um bilhão de barris de óleo equivalente, segundo a petroleira norueguesa. O desenho do conceito para o desenvolvimento da área é baseado em um navio-plataforma (FPSO), capaz de processar gás e óleo/condensado e especificá-los para comercialização sem a necessidade de processamento onshore. A capacidade de produção da embarcação é de 16 milhões de metros cúbicos de gás por dia, com uma vazão média de escoamento esperada de 14 milhões de metros cúbicos por dia.
“O BM-C-33 é um dos principais projetos do país a fornecer novos volumes de gás, contribuindo de forma relevante para o desenvolvimento do mercado doméstico de gás. O gás escoado poderá representar 15% do total da demanda brasileira de gás no início da produção. Este desenvolvimento vai contribuir para a segurança energética e desenvolvimento econômico do país, criando novas oportunidades de trabalho locais”, declarou a presidente da Equinor no Brasil, Veronica Coelho.
A Equinor destaca ainda que o projeto do BM-C-33 será o primeiro no Brasil a processar gás offshore e entregá-lo diretamente à rede nacional, sem a necessidade de processamento em terra. O gás especificado para comercialização será escoado por meio de um gasoduto offshore de 200 km, saindo do FPSO em direção a Cabiúnas, na cidade de Macaé, no estado do Rio de Janeiro. Os líquidos serão escoados por meio de navios aliviadores.
Monitor Digital - RJ 09/05/2023
As declarações do diretor-executivo de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos Travassos, feitas à agência de notícias Reuters e publicadas nesta segunda-feira, repercutiram mal no setor produtivo. O diretor da estatal, em resumo, disse que o Brasil não deveria construir cascos de plataformas de petróleo, se limitando a fazer módulos, e que não haveria como aumentar a participação de conteúdo local, pois o que a Petrobras tem hoje colocado de encomendas não consegue ser atendido pelo mercado.
Segundo o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, apesar do desmonte da indústria naval brasileira promovido nos últimos seis anos, a estrutura básica para a retomada de elevado conteúdo nacional não foi destruída e, mais importante, está mantida a competência técnica da engenharia, da universidade, das empresas brasileiras e dos trabalhadores.
“Como o diretor da Petrobras imagina que a capacitação tecnológica dos estaleiros estrangeiros foi conseguida, se não com políticas públicas de Estado para sustentar seus projetos desenvolvimentistas nacionais?”, indaga.
De fato, o que a indústria naval defende, antes de tudo, é previsibilidade nas contratações, o que permitirá um desenvolvimento contínuo do setor. E o principal contratante é a Petrobras.
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Segundo Bacelar, não é verdade que a indústria nacional não conseguiria atender índices de conteúdo local em plataformas nos campos de Albacora, SEAP e Sépia e Atapu. “O que exclui as empresas brasileiras é o modelo de contratação da Petrobras, com contratos únicos, com fluxo de caixa negativo. A indústria nacional está tentando trabalhar na construção de módulos no Brasil. Mas só os estaleiros ligados à Keppel, na Ásia, têm recebido encomendas da matriz, e esta empresa não se dispõe a contratar concorrentes”, assegura Bacelar.
A alegação, feita na entrevista à Reuters, de que “levaria anos na curva de aprendizagem” para a indústria brasileira ter uma linha de produção estável de cascos de plataformas, é desmentida pela experiência recente. Sérgio Leal, secretário-geral do Sinaval (sindicato nacional que representa a indústria naval), em recente debate na Câmara dos Deputados, deu números: “Em Pernambuco, saímos do primeiro navio com 176 hH (horas-homem) por tonelada para processar a embarcação; no último navio nós estávamos com 62 hH, número equiparado aos internacionais. Lembrando que essas curvas de aprendizado em alguns países da Ásia levaram até 30 anos.”
Suspender contratos no exterior
Na semana passada, o novo presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, anunciou a criação de um grupo de trabalho para apresentar um projeto de construção e reparo de navios em estaleiros brasileiros. “Iremos retomar a construção de navios para a frota da Transpetro, tanto para cabotagem como de aliviadores. Isso faz parte de um projeto de soberania nacional e irá gerar emprego e renda para os brasileiros”, afirmou Bacci, em vídeo direcionado aos trabalhadores da Transpetro.
De acordo com Bacelar, a nova gestão da Petrobras deveria suspender os editais de contratação de plataformas no exterior e destinar a construção para o Brasil. “A Petrobras pode, a qualquer momento que quiser, criar requisitos de conteúdo local”, afirma.
A retomada da política de conteúdo local faz parte das propostas da FUP, apresentadas por Bacelar, no grupo de trabalho (GT) de Minas e Energia, do governo de transição. Faz parte também das sugestões levadas ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), da presidência da República, do qual Bacelar é membro.
Perdas bilionárias com demissões
Após crescer 19,5% ao ano entre 2000 e 2013, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), a indústria naval, em 2014, havia recuperado posição de destaque com as encomendas feitas pela Petrobras. Os estaleiros locais participaram da construção de 19 plataformas de produção offshore, total ou parcialmente construídas no Brasil, e empregavam, diretamente, 82 mil trabalhadores. Os números foram apresentados pelo presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha.
Oito anos depois, em maio de 2022, após a Lava Jato, a derrubada do governo Dilma e a mudança na política da Petrobras, os estaleiros brasileiros empregavam apenas 21.447 trabalhadores. Foram perdidos 60 mil empregos diretos e 180 mil empregos indiretos. No total, 240 mil trabalhadores desempregados. Cálculos do Sinaval mostram que, com um salário médio de R$ 5 mil/mês, isso representa retirar da economia brasileira R$ 16 bilhões por ano, mais R$ 3 bilhões em seguro-saúde e R$ 2 bilhões em vale-alimentação, somando portanto R$ 21 bilhões anuais. As perdas nas contribuições governamentais totalizam R$ 12 bilhões/ano. Somando tudo, R$ 33 bilhões/ano, o que representa uma perda de R$ 264 bilhões nestes oito anos.
Matéria atualizada às 19h07 para inclusão de informações sobre conteúdo local e perda de empregos na indústria naval.
Infomoney - SP 09/05/2023
A PRIO (PRIO3) encontrou indícios de petróleo no prospecto Maracanã, no Campo de Frade, informou a petrolífera nesta segunda-feira, em comunicado.
A empresa disse que o objetivo primário (arenito de Eoceno) apresentou uma coluna de 36 metros de óleo, com rocha de 28% de porosidade e pressão inicial original.
Além disso, a PRIO afirmou que foi encontrado indício de óleo no objetivo secundário (arenito de Mioceno), com porosidade de 29%.
A PRIO disse que aprofundará os estudos técnicos nos próximos meses, segundo comunicado.
Zero Hora - RS 09/05/2023
O primeiro trimestre deste ano foi de estabilidade nas vendas de máquinas agrícolas, segundo levantamento divulgado pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). As 14.145 unidades comercializadas de janeiro a março representam quantidade 0,1% maior do que em igual intervalo de 2022. O resultado reflete, entre outros fatores, os dias úteis no período.
- Teve um volume significativo de paradas, com Carnaval, e retomada. O primeiro trimestre é o período em que as fábricas estão programando suas férias também - disse Ana Helena Andrade, vice-presidente da entidade, na avaliação dos dados.
E os resultados de março reforçam o otimismo para o trimestre que está por vir. Os negócios registraram uma aceleração de 32,4% em relação a igual mês do ano passado e 38,4% sobre fevereiro deste ano - com 6.207 equipamentos comercializados.
- Em fevereiro, começaram as feiras: em Cascavel (Show Rural Coopaveel, no Paraná), Não-Me-Toque em março, isso influencia nas vendas. E também o pessoal comprando colheitadeira para fazer a colheita lá para cima, onde não teve problema de estiagem - diz Claudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do RS (Simers).
O ritmo se manteve na Agrishow, realizada no início deste mês, em Ribeirão Preto (SP), que teve recorde nas propostas encaminhadas: R$ 13,3 bilhões. Os reflexos desse movimento nos dados da Anfavea aparecerão nos próximos levantamentos. Perguntada sobre o complemento de R$ 200 milhões anunciados - e que viabilizará, segundo o Ministério da Agricultura, a equalização de R$ 8,4 bilhões - para o Plano Safra vigente, Ana Helena lembrou que há um segmento no agro que precisa de crédito para poder viabilizar as compras.
- Olhamos o financiamento muito além de junho. Esperamos que o Plano Safra seja robusto e sustente esse constante crescimento da agricultura brasileira - complementou, em relação à expectativa para o pacote do ciclo 2023/2024.
Bier pondera que o setor, como um todo, "já não estava tão dependente do crédito oficial", com bancos privados e outros tipos de financiamentos entrando como opção.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 09/05/2023
As vendas realizadas pela Komatsu na Agrishow 2023 ultrapassaram a marca de R$ 100 milhões com uma campanha especialmente lançada para a feira.
“Historicamente, a Agrishow sempre trouxe bons resultados de negócios, mas a edição de 2023 foi ainda melhor e superou nossas expectativas”, revela Chrystian Garcia, diretor de vendas e marketing da Divisão de Equipamentos de Construção.
Segundo ele, durante o evento foram vendidas máquinas de todas as linhas do portfólio da marca, incluindo escavadeiras, carregadeiras, motoniveladoras e tratores de esteira.
“Recebemos mais de três mil clientes em nosso estande, alguns vindos de regiões mais distantes como Amapá, Pará, Ceará, Pernambuco e outras”, destaca o diretor.
Garcia também destaca o desempenho de equipamentos da Linha Amarela, que vêm sendo cada vez mais utilizados pelos produtores rurais no país.
É o caso das escavadeiras, por exemplo, que têm apoiado os agricultores na busca por mais produtividade na lavoura, sendo usadas na melhoria da infraestrutura da propriedade agrícola, desde a limpeza de áreas até a manutenção das estradas para escoamento da produção.
"Comparada às máquinas agrícolas, a escavadeira proporciona desempenho superior na realização da atividade, com movimentos mais rápidos e maior precisão, elevada força hidráulica e, sobretudo, maior segurança para o operador, principalmente em terrenos acidentados", assegura o especialista.
O avanço é tão forte que, neste ano, o agronegócio devem representar mais de 20% das vendas da Divisão de Equipamentos de Construção da companhia.
“A cada ano, estamos fortalecendo nossa cobertura e o relacionamento com o segmento agrícola, com uma rede de distribuidores que vem investindo e ampliando a proposta de valor e atendimento aos clientes do setor”, finaliza.
CIMM - SP 09/05/2023
Empresas do grupo AGCO, que reúne Fendt, Massey Ferguson, Valtra e outras gigantes do setor de máquinas agrícolas, anunciaram investimentos que acumulam cerca de R$ 1 bilhão até 2024 no Brasil. De acordo com publicação do Globo Rural, o anúncio, realizado durante o Agrishow, na última semana, destacou que R$ 340 milhões são destinados às fábricas da companhia, conforme já divulgado pela empresa no ano passado, porém, agora, até 2024. Os R$ 660 milhões restantes são para a construção de lojas próprias da Fendt.
Durante coletiva de imprensa da Massey Ferguson, durante o Agrishow, Luis Felli, vice-presidente sênior da AGCO e líder global da companhia, disse que os R$ 340 milhões destinados às fábricas de Mogi das Cruzes (SP), Ibirubá e Canoas (RS) foram anunciados em 2022 e devem ser utilizados até 2024, antecipando uma perspectiva anteriormente divulgada que previa a aplicação em três anos.
O executivo disse também que a empresa está concentrando o volume de máquinas agrícolas de baixa potência e média potência em Canoas (RS) e os tratores de alta potência em Mogi das Cruzes (SP)", afirmou o executivo. Além disso, Felli disse que haverá expansão para armazenagem de peças e para o segmento de grãos e proteínas.
A Massey Ferguson global espera ampliar as vendas em 2,6 vezes até 2026 ante o registrado no ano passado, mas não detalhou o quanto isso representa em valores.
Ainda segundo o executivo, a expectativa é que o mercado de máquinas agrícolas cresça de 2% a 4% em 2023. A alta potência deve totalizar 25% das vendas neste ano e a estimativa da companhia é que o segmento domine 67% em 2023.
“O investimento nas plantas se dá porque os alemães querem manter o alto nível no Brasil como na matriz. Sobre as concessionárias, atualmente são 22 e o plano de expansão até o próximo ano é de chegar a 40 lojas”, disse o diretor da Fendt na América do Sul, José Galli.
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