Valor - SP 09/02/2023
O terminal quer ampliar a atuação nos próximos anos na geração de energia de baixa emissão, sobretudo na eólica em alto mar (offshore) e na produção de hidrogênio
O Porto do Açu, localizado no norte do Estado do Rio, espera anunciar ainda este ano uma parceria para um projeto de produção de aço com baixa emissão de carbono (hot briquetted iron), disse hoje o presidente, José Firmo.
“Esperamos anunciar neste ano esse projeto que vai usar minério de ferro no Porto do Açu, um produto importante para fazer o aço brasileiro ser mais competitivo na próxima década”, disse.
O porto inaugurou nesta quarta-feira (8) a expansão do terminal multicargas com armazéns que vão atender a clientes do setor de mineração e do agronegócio.
Firmo lembrou que o porto quer ampliar a atuação nos próximos anos na geração de energia de baixa emissão, sobretudo na eólica em alto mar (offshore) e na produção de hidrogênio.
“No curto prazo, a movimentação para eólica offshore parece natural. Meu desejo é que ocorra um leilão esse ano”, disse a jornalistas.
A Aeris, fabricante de pás para usinas de geração eólica, inclusive, manifestou interesse em se instalar no Porto do Açu, segundo Rogério Zampronha, presidente da holding Prumo, que controla o porto.
“Na agenda do atual governo são importantes todos os temas relacionados à descarbonização. É de se crer que esse governo deve dar uma ênfase importante para esse desenvolvimento”, disse Zampronha.
Quanto à construção da ferrovia que vai ligar o porto à malha ferroviária nacional, Firmo disse que a companhia aguarda a definição das secretarias-executivas dos ministérios do governo federal para retomar as conversas depois da mudança de governo. Ele lembrou que o projeto é importante para o balanço logístico.
“A gente espera as sinalizações de todas as posições dos ministérios, é importante saber quem serão os secretários e os técnicos”, disse.
Infomoney - SP 09/02/2023
A tragédia ocasionada pelos terremotos nesta semana, que vitimou mais de 11 mil pessoas na Síria e Turquia, também é observada pelos investidores, com impactos gerais para a economia e para segmentos específicos do mercado. Os terremotos são frequentes nessa região, mas esse foi o mais forte desde 1939. Enquanto o impacto na economia turca ainda está sendo avaliado por autoridades, os danos afetaram rodovias e portos, bem como a infraestrutura de energia (ou seja,
gasodutos e oleodutos).
A bolsa de valores da Turquia suspendeu negócios com ações e derivativos nesta quarta-feira (8), após uma forte onda de liquidação de ativos de três dias deflagrada pelos terremotos.
O principal índice da Bolsa de Istambul despencou nesta semana, à medida que temores sobre as implicações econômicas dos terremotos tumultuaram os mercados financeiros. Antes da suspensão dos negócios, o índice acionário turco mostrava queda de 7,1%. Com as perdas anteriores, já sofreu um tombo de 16% nesta semana.
O Bradesco BBI e o Itaú BBA também apontaram impactos mais específicos para as companhias brasileiras com a tragédia.
O BBI aponta o efeito para BRF (BRFS3), dona das marcas Sadia e Perdigão, que teve queda de 13,6% de suas ações em apenas duas sessões, com baixa de 7,24% na segunda e 6,83% na terça.
Além do resultado da americana Tyson, do setor de proteínas, abaixo do esperado, o efeito da tragédia com os terremotos também foi sentido pela companhia.
“As ações da BRF podem ter sofrido nos últimos dias em parte por causa do terremoto na Turquia. De acordo com suas demonstrações financeiras, a Turquia responde sozinha por 6% de sua receita total, mas pode ser maior considerando as exportações”, apontam os analistas.
Na véspera, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou estado de emergência por três meses em 10 províncias do país. Ele informou que 70 países ofereceram ajuda nas operações de busca e resgate, e que a Turquia planeja abrir hotéis no polo turístico de Antália, a oeste, para abrigar temporariamente as pessoas afetadas pelos terremotos.
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O Itaú BBA, por sua vez, buscou avaliar o impacto dos terremotos na dinâmica da siderurgia global. De acordo com os analistas, embora não esteja claro se os terremotos e tremores secundários danificaram ou não as instalações siderúrgicas, a logística rodoviária e portuária foi interrompida e parte da infraestrutura de energia (incluindo gasodutos e oleodutos) foi destruída.
Como o maior exportador global de vergalhão, a interrupção da produção de aço e/ou atrasos nos embarques na Turquia podem sustentar os preços globais mais altos do vergalhão e reduzir as exportações de sucata dos EUA para a Turquia, potencialmente levando a preços mais baixos da sucata nos EUA. A Turquia, cabe ressaltar, é o maior importador de sucata e exportador de vergalhão do mundo.
Embora difícil de quantificar neste momento, destaca o banco, ambos os impactos podem beneficiar ligeiramente
a dinâmica operacional da Gerdau (GGBR4).
O BBA ressalta que o epicentro do terremoto foi próximo ao Mediterrâneo, o maior reservatório de aço da região produtora da Turquia (cerca de 30% da atual capacidade instalada). Enquanto algumas siderúrgicas relataram que suas instalações não foram danificadas pelo terremoto, danos à infraestrutura (rodovias, portos, dutos relacionados à energia, entre outros) podem prejudicar a produção e/ou atrasar embarques.
De acordo com a Platts, as usinas em Iskenderun podem ficar fechadas por pelo menos uma semana, tendo em vista que o gasoduto da região não estava operacional e seu porto foi danificado, sugerindo que alguns cargueiros de águas profundas podem ser desviados para outras usinas.
O banco ressalta que as produtoras de aço na Turquia vêm sofrendo com os altos preços da sucata há algum tempo, devido as baixas taxas de coleta de sucata nas principais regiões exportadoras, como nos EUA. Como referência, os preços de sucata aumentaram 36% desde o final de 2022.
“Dito isso, acreditamos que um declínio na demanda de sucata das produtoras de aço turcas possa reduzir os preços da sucata nos EUA, potencialmente beneficiando produtores de aços longos do país (como Gerdau, Nucor e CMC)”, avalia.
Enquanto isso, a Turquia é uma grande produtora de aços longos. De acordo com a Turkish Steel Exporters Association, ela é atualmente a maior exportadora de vergalhão do mundo e a sétima maior produtora de aço. É também o sexto maior exportador de aço do mundo e o maior produtor da Europa.
Cabe ressaltar ainda que a sessão desta quarta-feira é a terceira de alta do petróleo, com o barril do brent superando US$ 84 durante a manhã. Entre outros motivos, como a repercussão positiva para o mercado da fala presidente do banco central dos EUA sobre aumentos das taxas de juros, as preocupações com a oferta também estão no radar.
Isso porque o terremoto que atingiu a Turquia e a Síria interrompeu o fluxo de petróleo do Iraque e do Azerbaijão para o terminal de exportação do porto turco de Ceyhan. A BP Azerbaijão declarou força maior nas remessas de petróleo bruto do Azerbaijão do porto. O oleoduto do Iraque para Ceyhan retomou os fluxos na terça-feira.
IstoÉ Online - SP 09/02/2023
A Fitch Ratings revisou nesta quarta-feira (8) sua previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2023 para 5%, ante 4,1% anteriormente. A mudança reflete o fato de que o consumo e a atividade econômica na China estão se recuperando em ritmo mais veloz do que o esperado, após Pequim decidir abandonar a política de “covid zero” no fim do ano passado, diz a agência de classificação de risco, em comunicado.
Analistas da Fitch esperam que a recuperação chinesa seja liderada principalmente pelo consumo, mas alertam que “os depósitos incomumente altos de 2022 não serão destinados exclusivamente ao consumo, uma vez que também refletem uma retirada de ativos de imóveis e outros investimentos que pode se reverter em 2023”.
Apesar da revisão para cima, a Fitch espera que a recuperação econômica em 2023 seja menos vigorosa do que a de 2021, quando o PIB chinês se expandiu 8,4%.
O Estado de S.Paulo - SP 09/02/2023
Em meio à ofensiva de Lula ao Banco Central, com críticas ao patamar dos juros no País, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro divulgou nesta quarta-feira, 8, uma nota em que defende que o BC tenha uma postura “mais flexível” em relação à meta de inflação, a fim de permitir a redução da taxa básica de juros, a Selic.
“Não se trata de discutir a independência do Banco Central, mas a meta de inflação e, por consequência, a taxa de juros devem ser revistas em razão das inúmeras evidências técnicas, no país e no mundo, de que metas de inflação descoladas da conjuntura atual têm sido mais prejudiciais para a atividade econômica do que um caminho para combater a inflação”, diz a nota.
Segundo o documento, assinado pelo presidente da Fecomércio RJ, Antonio Florencio de Queiroz Junior, na teoria, uma meta de inflação baixa poderia representar avanços institucionais – o que não ocorre na prática, segundo a federação. “O que vemos na prática é que, em uma análise técnica, a meta de inflação no padrão atual está em descompasso com o desempenho da economia brasileira e do mundo”, diz o texto.
“O resultado disso é que o Banco Central tem aplicado taxas altas, impraticáveis e, infelizmente, ineficientes ao seu propósito. Assim, deve-se discutir a flexibilização das metas, de modo que o Banco Central possa na sequência reduzir as taxas sem se descolar de metas, sempre dentro da realidade e do momento de nossa economia”, defende a Fecomércio RJ.
Como mostrou o Estadão, o cabo de guerra do governo Lula com o presidente do BC reforça a expectativa de que o petista pretende mudar as metas de inflação na tentativa de brecar o risco de uma recessão. Lula vem fazendo críticas à meta de inflação dizendo que ela é muito baixa e que persegui-la trava o crescimento econômico do País.
Infomoney - SP 09/02/2023
Diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Christopher Waller afirmou nesta quarta-feira 98) que a luta contra a inflação ainda não acabou e pode ser “longa”, com taxas de juros altas por mais tempo do que “alguns” esperam atualmente.
“Precisaremos manter postura rígida por algum tempo para desacelerar atividade. Não estou vendo sinais de rápido declínio da inflação nos dados econômicos e estou preparado para uma luta mais longa para reduzir a inflação à meta. Não hesitarei em fazer o que for necessário para realizar meu trabalho”, destacou o banqueiro central, em evento no Arkansas.
Waller ressaltou que, apesar de a inflação ter saído de seu pico, ela ainda está muito alta. “Preciso ter certeza de que a inflação está diminuindo de maneira sustentada em direção à meta de 2%. Portanto, precisarei ver uma moderação contínua na inflação antes que minhas perspectivas mudem”, destaca.
Porém, o diretor ponderou que a inflação começou a moderar, sendo que a queda dos preços de energia é o grande motivo. “A política monetária funciona com um atraso e, depois que o BC americano começou a aumentar as taxas de juros em março passado, a inflação atingiu o pico em meados de 2022 e vem caindo gradualmente desde então”.
Ele comentou ainda que a contínua pressão ascendente sobre a inflação vem, em parte, de um mercado de trabalho muito apertado. “Queremos ver salários crescendo, mas deve ser de acordo com nosso objetivo de estabilidade dos preços”, disse.
Com relação à economia americana, Waller espera que ela continue a crescer moderadamente. “Parece que a atividade econômica pode moderar ainda mais no primeiro trimestre de 2023, mas espero que a economia dos EUA continue crescendo em um ritmo modesto este ano, apoiada por um mercado de trabalho forte e incentivando o progresso na redução da inflação”, conclui.
Diário do Comércio - MG 09/02/2023
O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC), Charles Tang, pretende atrair mais investimentos chineses para Minas Gerais. Para isso, ele afirma ao DIÁRIO DO COMÉRCIO que, ainda neste semestre, vai solicitar uma reunião com o governador Romeu Zema (Novo) cujo objetivo é viabilizar um roadshow no país asiático em busca de novas oportunidades de negócios.
Representantes de outras unidades federativas já realizaram o mesmo tipo de evento, entre eles, o ex-governador de Santa Catarina Luiz Henrique da Silveira, além do ex-governador André Puccinelli e a ex-secretária de Desenvolvimento Agrário da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo Tereza Cristina, ambos do Mato Grosso do Sul
Conversas também eram mantidas com os governadores reeleitos Helder Barbalho (Pará), Marcos Rocha (Rondônia) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) para levar representantes dos respectivos estados à China. As tratativas não avançaram devido à chegada da pandemia. Na época, a CCIBC ainda tinha um protocolo assinado com os ex-ministros Fernando Coelho (Minas e Energia) e Maurício Quintella (Transportes, Portos e Aviação Civil) para conduzi-los ao país.
“Eu falei para cada um deles [ex-ministros] que se eles voltassem com menos de US$ 10 bilhões de cartas de intenção ‘debaixo do braço’, eu me sentiria fracassado. Isso porque, por exemplo, eu sou autorizado a falar pela empresa chinesa de plantas de energia nuclear e ela está construindo uma na Argentina de US$ 8 bilhões. Além disso, quando eu estive reunido com o chairman da China Railway International, braço internacional da China National Railway [antigo ministério de ferrovias do país], ele mencionou cinco vezes o trem bala do Rio-São Paulo. Só esse projeto é de pelo menos US$ 5 bilhões. Então, para cada um desses ministros voltarem com mais de US$ 10 bilhões de investimentos não era tão difícil. E eu acredito que o governador Zema indo para a China, conforme as necessidades de Minas Gerais, pode voltar com vários bilhões de dólares de protocolos de intenção ‘debaixo do braço’”, ressalta.
Parceria comercial
O possível roadshow idealizado por Tang pode estimular ainda mais uma relação que há vários anos já está consolidada: o maior parceiro comercial de Minas Gerais se trata, justamente, da China. No ano passado, inclusive, o comércio bilateral entre o Estado e o gigante asiático bateu recorde ao somar US$ 19,485 bilhões – o maior resultado da série histórica iniciada em 1997. O levantamento foi feito pela reportagem, com base nos dados do Comex Stat, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).
A quantia importada pelos mineiros também superou todas as outras apuradas ao alcançar US$ 5,109 bilhões. Já as exportações, embora tenham retraído na comparação com 2021, sobretudo pelo fechamento das fronteiras da China devido às restrições à Covid-19, teve o segundo maior valor da série ao totalizar US$ 14,375 bilhões.
O principal item chinês importado pelo Estado foram as células fotovoltaicas montadas em módulos ou em painéis, fruto da liderança do país asiático na produção de equipamentos e componentes para fabricação de energia solar. Na sequência, vieram coques com granulometria inferior a 80 mm; e outras partes de máquinas e aparelhos de terraplanagem.
Já as principais mercadorias mineiras exportadas para a China foram as commodities. Por consequência da liderança de Minas Gerais na produção brasileira, o minério de ferro e seus concentrados, exceto as piritas de ferro ustuladas (cinzas de piritas) não aglomerados, ficaram em primeiro lugar. Em seguida, aparecem soja, mesmo triturada, exceto para semeadura; e carnes desossadas de bovino congeladas.
Para o presidente da CCIBC, os valores negociados bilateralmente ainda podem aumentar. Ele aponta como um dos caminhos a abertura de um escritório de representação do Estado dentro da Câmara Brasil-China. Segundo Tang, se for disponibilizado ao menos um funcionário para trabalhar exclusivamente com a divulgação de Minas Gerais“vai fomentar e muito não só a corrente comercial como também os investimentos”.
Boa relação com novo governo deve fomentar negócios
Enquanto Jair Bolsonaro (PL) era presidente da República, houve momentos de tensões políticas entre Brasil e China. O ex-chefe do Executivo federal e pessoas ligadas a ele fizeram declarações negativas relacionadas ao gigante asiático, o que gerou preocupação em um possível afastamento de empresários chineses. Apesar disso, o comércio bilateral entre os países não se abalou como suposto e, em 2022, obteve resultados bem expressivos.
Foi em 2009, durante o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que a China ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o maior parceiro comercial do País. O presidente da CCIBC ressalta que o Brasil depende dos negócios com a China e acredita que com a volta do petista à Presidência, a relação política e comercial entre os países deve melhorar ainda mais.
“O Lula não briga com ninguém. O Lula faz amizade com todo mundo. No governo passado, várias pessoas esqueceram a regra básica do comércio. Primeiro, você tem que tratar bem o seu cliente, tem teses que dizem até que o cliente sempre tem razão. E, principalmente, você tem que tratar bem o seu maior cliente. Se você ficar atacando o seu parceiro comercial, ele não fica muito confortável em querer investir no seu país. E o Lula, como sempre, teve uma boa parceria com a China, provavelmente vai atrair investimentos”, explica Tang.
Ele reiterou que em uma videoconferência entre o governo e empresários da China realizada há poucas semanas, eles se sentiram “muito mais confortáveis agora” com Lula como presidente. “Muitas autoridades do governo passado atacavam a China, ou seja, atacavam o seu maior cliente do qual o Brasil depende. Logicamente que a China não pode cortar toda a importação de grãos do Brasil, embora tenha cortado a dos Estados Unidos na época da guerra comercial. O Brasil começou a vender toda a sua safra de soja para a China, já que ela não comprava mais dos Estados Unidos. Mas se a China cortar 30% das compras do Brasil, a nossa economia entra em ‘parafuso’”, complementa.
O Estado de S.Paulo - SP 09/02/2023
A indicação dos novos diretores do Banco Central é uma prerrogativa do presidente da República, mas é o presidente da autarquia que define qual a diretoria que o indicado aprovado pelo Senado vai ocupar. Pelo regimento do Banco Central, as indicações para posterior sabatina no Senado não fazem referência se o nome é para uma diretoria A ou B do banco.
O presidente do BC tem a competência para fazer a atribuição das diretorias aos diretores que forem nomeados pelo presidente da República. Em tese, o presidente do BC pode fazer um remanejamento das diretorias para uma indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O banco já fez no passado remanejamentos de diretores.
Essa prerrogativa tem força de lei, já que o regimento do BC é um complemento da Lei 4.595, de criação do banco.
A indicação do presidente Lula para a diretoria de Política Monetária em substituição a Bruno Serra é considerada um teste real na fricção política que se agigantou com a crise escalada por Lula contra Roberto Campos Neto, antes visto pelo presidente como “economista competente” e, agora, chamado de “esse cidadão”. Um “cavalo de Troia” do bolsonarismo. Lula na campanha eleitoral, em reuniões com o empresariado, prometeu manter a autonomia – que, aliás, não depende dele, mas do Congresso.
Os mandatos de Serra e do atual diretor de Fiscalização, Paulo Souza, terminam no dia 28 de fevereiro. Esse prazo está próximo, e é o que alimenta o tiroteio. Como mostrou o Estadão em janeiro, o presidente quer um nome novo que possa começar a mudar a “cara” do Copom. E os partidos aliados do governo já anunciaram que querem “enquadrar” o BC por conta dos juros altos, e se lançaram numa insana cruzada contra Campos Neto.
Já são quatro semanas desde o primeiro ataque contra o BC, num gasto de energia e de capital político que deveria estar voltado para o Congresso na discussão e aprovação das medidas econômicas e, dessa forma, contribuindo para reduzir os juros.O isolamento do presidente do BC não ajuda em nada. Se quisesse fazer algo, o governo já poderia ter convocado uma reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) para aumentar a meta de inflação e permitir um afrouxamento da taxa Selic mais rápido.
Não o fez. A intenção é mesmo apontar o dedo para o BC como o culpado para o desempenho ruim da economia que se projeta para 2023.
CNN Brasil - SP 09/02/2023
Em meio às recentes críticas do presidente Lula direcionadas à política monetária do Banco Central, está misturada a discussão sobre a meta de inflação, com indicações do governo de que a regra pode ser revisada.
Na ponta dos especialistas que defendem uma revisão, Bráulio Borges, economista sênior da LCA e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), defende que a meta atual não corresponde com a realidade da economia brasileira.
“Essa meta de 3% que decidimos alguns anos atrás a partir de 2024/2025, parece ser irrealista e pouco factível para a realidade institucional e estrutural da economia brasileira”, disse em entrevista à CNN nesta quarta-feira (8).
O economista explica que, de 1999 para cá, o Brasil viveu uma inflação média que fica ao redor de 6% ao ano. No melhor quadriênio, a nossa inflação chegou a 4% ao ano, entre 2017 e 2020.
Mas nesse período, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro praticamente não cresceu, com muita ociosidade e desemprego de quase 13% na média do período, muito acima do estimado como ponto de equilíbrio para a realidade do país.
“Diante disso tudo, a gente acha que foi um erro ter reduzido a meta de inflação lá atrás, dos 4,5% para os 3%, de modo que hoje seria pertinente, sim, voltarmos para perto de 4%”, defende.
Decisão técnica e transparente
O especialista defende, porém, que o regime de metas de inflação, sob responsabilidade do Conselho Monetário Nacional (CMN) no Brasil, deveria ser uma escolha técnica.
No topo do Sistema Financeiro Nacional, o CMN é composto pelo ministro da Economia, pelo presidente do BC e pelo secretário especial da Fazenda.
“O BC brasileiro não é totalmente independente, já que ele não escolhe a meta de inflação que tem de perseguir, isso é definido pelo CMN […] isso poderia ser aprimorado. Hoje, infelizmente, essa discussão está misturada (com críticas sobre autonomia do BC) nas falas do presidente Lula, o que gera muito ruído. A discussão da meta é uma escolha que deveria ser técnica”, diz.
Economistas que defendem a manutenção da meta costumam dizer que mexer no número já estabelecido vai colocar na cabeça dos agentes econômicos uma inflação mais alta para o país. Como se isso fosse sedimentar a percepção de que o Brasil não vai conviver com uma inflação mais baixa.
Nesse sentido, vale lembrar que a expectativa em relação à inflação é determinante para a condução de política monetária do Banco Central.
Para Borges, no entanto, as expectativas poderiam ser controladas por uma comunicação transparente do CMN, além de rápida, já que a discussão “precipitou a necessidade de a gente fazer essa mudança o quanto antes”.
“É importante que se o CMN tome a decisão de revisar a meta para cima e que isso seja comunicado de maneira bastante clara, sem esperar até junho, porque, no contexto atual, a demora pode gerar mais prejuízo para toda economia e mais incerteza que insegurança”, diz.
Borges lembra ainda que não seria a primeira vez que o país anunciaria uma revisão para cima na meta de inflação.
“No começo do regime de metas, lá para 2001, 2002, as metas eram ousadas demais, e a gente voltou atrás, parcialmente, revisando os números para cima em 2003 e 2004. Então isso não é inédito no país”.
O Estado de S.Paulo - SP 09/02/2023
Sem citar nomes, o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Bruno Serra, respondeu nesta quarta-feira, 8, às críticas que a autarquia e sua política monetária vem recebendo, especialmente nesta semana, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O dirigente eximiu a autoridade monetária da responsabilidade pela piora das expectativas de inflação nos próximos anos e disse que o afastamento das previsões de longo prazo do centro da meta não aconteceu por “leniência“ do órgão.
“A gente entende que não deve ser leniência do BC, não pode ser. Um Banco Central que não tenha credibilidade para entregar a meta, seja lá qual for, é ruim para a sociedade, é ruim para o governo. É importante que a meta da inflação seja crível”, assinalou, ao participar de um evento no município de Macaé, no interior do Rio de Janeiro.
Segundo ele, há alguns meses, os agentes “entendiam que a meta era crível, entendiam que, em 2025 ou 2026, o Banco Central seria capaz de entregar [a meta de inflação]”.
De acordo com o diretor, a taxa básica de juros no Brasil é maior que nos países desenvolvidos porque a inflação aqui também é maior que nas economias centrais.
“A inflação brasileira é historicamente acima da dos países desenvolvidos. Os juros também são maiores porque a inflação é mais alta que a de países desenvolvidos”, disse Serra.
Nos últimos dias, o presidente Lula (PT) tem feito reiteradas críticas à independência do BC, à meta de inflação e à taxa básica de juros, em 13,75% ao ano, que considera alta demais. Esse valor, para Lula, dificultaria o crescimento econômico.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, é visto como o principal alvo dos ataques. O Banco Central avalia que o aperto monetário é necessário para debelar a alta de preços.
Serra lembrou que não é o BC, mas o Conselho Monetário Nacional (CMN), de estabelece a meta de inflação. Afirmou ainda que a autoridade monetária atua para atingir a meta estabelecida. “Este foi o mesmo BC, com o mesmo grupo de diretores, que colocou a Selic em 2%”, lembrou o diretor.
Ele também enfatizou que o banco passou três anos entregando a inflação praticamente no centro da meta. “O BC é uma instituição de Estado, não de governo”, disse.
Autonomia é padrão mundial, diz Serra
Em resposta às criticas à autonomia do BC, Serra disse que se trata de um padrão mundial e que beneficia a sociedade. Segundo ele, poucos países não têm seus bancos centrais autônomos. Citou Argentina e Venezuela como exemplos desse último caso.
“É importante segregar o ciclo político do ciclo da economia”, declarou. “A economia não obedece ao ciclo político. O Banco Central tem de tomar decisões com base nos ciclos econômicos.”
O câmbio oscilou em 2002 e 2018, quando ainda não havia autonomia do BC, lembrou.
“O ano de 2022 foi mais tranquilo, em boa medida, porque o BC passou a ser autônomo, com mandatos fixos, um problema a menos para o governante se preocupar”, afirmou.
Serra afirmou que o Brasil vive um ciclo de aperto monetário. “Vai ter um ciclo de flexibilização à frente”, prometeu. “Está tudo dentro do esperado, do ‘by the book’”.
Segundo Serra, no momento atual, investidores estrangeiros veem oportunidades no Brasil.
“Está vindo muito dinheiro para países emergentes”, disse. Ele opinou que há um movimento de desvalorização do dólar, o que é favorável ao País. ”Sou otimista com o câmbio. O real está performando (se comportando) melhor na margem.”
Para Serra, o ponto mais “desafiador” no momento é ancorar a expectativa de inflação com a perseguição de uma meta crível.
Ele disse também que vai cumprir seu mandato, que se encerra no fim de fevereiro. E declarou que pode ficar no cargo até a indicação de um substituto.
“Fico até o fim do meu mandato, no fim do mês. Se já tiver nome indicado, saio, naturalmente. Se não tiver, posso ficar um pouquinho mais, mas depende do presidente do Banco Central”, disse.
Serra falou com jornalistas antes da palestra “Futuro e Cenários Econômicos”, da iniciativa Repensar Macaé, em hotel da cidade do Norte do Estado do Rio de Janeiro.
Valor - SP 09/02/2023
Em fevereiro, a baixa acumulada pela principal matéria-prima do aço chega 4,7%. No ano, o desempenho ainda é positivo, com valorização de 4,7%
Recuperando-se da queda na véspera, o minério de ferro encerrou a quarta-feira com ganho moderado nos mercados à vista e futuro, em meio às incertezas em relação à economia chinesa neste ano.
Segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro encerrou o dia com ganho de 1% no norte da China, para US$ 122,90 por tonelada.
Em fevereiro, a baixa acumulada pela principal matéria-prima do aço chega 4,7%. No ano, o desempenho ainda é positivo, com valorização de 4,7%.
Na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), os contratos mais negociados, para maio, subiram 0,7%, a 848 yuan por tonelada.
Agência Brasil - DF 09/02/2023
A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (8) uma operação, batizada de Boi Dourado, para combater a extração ilegal de ouro e crimes ambientais conexos em uma fazenda entre os municípios paraenses de Marabá e Curionópolis. No local, passa a Linha de Transmissão Xingu-Rio, responsável por levar energia ao Sudeste do país.
Os danos ambientais estão estimados em R$ 20 bilhões, valor mensurado a partir da vastidão da área de extração ilegal, desmatamento, escavações, gravíssima contaminação do solo, assoreamento e contaminação do Rio Sereno, um afluente do Rio Tocantins responsável pelo abastecimento de várias cidades e que passa próximo à propriedade, com mercúrio e outras substâncias.
Os policiais cumpriram um mandado de prisão preventiva, do proprietário da fazenda, que não teve o nome divulgado, e nove mandados de busca e apreensão em Curionópolis, Marabá e em Goiânia. Também está em cumprimento a decisão judicial de sequestro de bens e valores em R$ 161 milhões e a inalienabilidade da fazenda, avaliada em R$ 200 milhões.
“O proprietário da fazenda, alvo de mandado de prisão nesta data, é um grande empresário pecuarista, que não tem permissão de lavra garimpeira ou concessão de lavra, emitida pela Agência Nacional de Mineração (AMN) e que também não dispõe das licenças ambientais”, informou a PF.
De acordo com a apuração, movimentações financeiras do suspeito apontam a existência de intermediários na venda do ouro extraído ilegalmente. A investigação indica ainda que o empresário buscou apagar evidências de crimes ambientais. Para a PF, a liberdade do empresário coloca em risco a obtenção de provas e a persecução penal.
A apuração começou a partir de denúncia de moradores das proximidades da fazenda e informação da empresa Xingu-Rio. Durante a fiscalização das 4.448 torres de energia, a empresa percebeu que a extração de ouro se aproximava da linha de transmissão.
A polícia disse ainda que perícia realizada durante a operação deve dar estimativa mais precisa sobre o dano ambiental. O valor leva em consideração o gasto necessário para se recompor o meio ambiente.
Em setembro de 2022, a PF já havia cumprido mandado de busca e apreensão na fazenda e inutilizado três pás carregadeiras.
Os envolvidos devem responder, na medida de suas responsabilidades, por crimes ambientais, de usurpação de bens da união, e associação criminosa.
Valor - SP 09/02/2023
A montadora espera que os problemas de logística diminuam neste ano
A Volkswagen ficou aquém da meta de fluxo de caixa para o ano depois que interrupções na cadeia de suprimentos e logística nos últimos meses deixaram a montadora com estoques de veículos não vendidos.
A montadora alemã reportou um fluxo de caixa preliminar de cerca de 5 bilhões de euros (US$ 5,36 bilhões) para 2022, ficando bem abaixo de sua meta de cerca de 8,6 bilhões de euros, de acordo com uma declaração preliminar de resultados.
O relatório da VW ecoa o de outras montadoras que viram produtos acabados e matérias-primas não vendidos se acumulando. A Stellantis disse em novembro que os problemas de frete na indústria automotiva, como a escassez de vagões, caminhões e motoristas e a disponibilidade de navios, estavam dificultando o envio de carros aos revendedores.
A VW espera que os problemas de logística diminuam neste ano.
“A VW não está sozinha ao enfrentar os desafios logísticos relacionados ao envio de estoques acabados para as concessionárias no final do ano”, escreveu Tom Narayan, analista do RBC, em nota. “Nossas verificações sugerem que esse era um problema comum” entre as montadoras europeias.
Ainda assim, a meta de caixa perdida é um golpe para o CEO, Oliver Blume, que substituiu Herbert Diess em setembro, com metas que incluem melhorias no planejamento depois que a VW foi mais atingida do que muitos pares pela grave escassez de semicondutores.
Também há sinais de uma desaceleração na demanda do consumidor, cada vez mais pressionado pela inflação recorde e desaceleração da economia. A Tesla e a Ford Motor reduziram significativamente os preços, enquanto a Robert Bosch, maior fornecedora de automóveis do mundo, disse que a produção de automóveis não atingirá os níveis pré-pandêmicos este ano.
Devido a problemas de longa data na cadeia de suprimentos de semicondutores e outras peças automotivas, a VW ainda tem carteiras de pedidos cheias na Europa que apoiarão as vendas até o primeiro semestre do ano, disse o diretor financeiro, Arno Antlitz, em entrevista em dezembro. Mas também está ficando mais difícil para as montadoras repassarem os custos mais altos dos insumos.
A empresa disse que a receita e o lucro de 2022 estão alinhados com sua orientação mais recente. As vendas chegaram a 279 bilhões de euros, enquanto o lucro operacional antes de itens especiais totalizou 22,5 bilhões de euros.
‘A margem Ebit preliminar de 2022 da Volkswagen ficou modestamente abaixo das expectativas em 8,1% e a preocupação com o fraco caixa livre não ajustado de € 5 bilhões - abaixo da orientação de € 8,6 bilhões - é mitigada por altos níveis de estoque que provavelmente serão um tema do setor para o 4T, mas devem reverter em 1H. O caixa industrial líquido encerrou 2022 com fortes € 43 bilhões - antes do dividendo especial de € 9,5 bilhões de janeiro, mas após o IPO da Porsche. O lançamento da orientação de margem Ebit para 2023 em 14 de março é fundamental’, diz Michael Dean, analista automotivo da Bloomberg Intelligence.
A Volkswagen divulgará os resultados anuais e publicará seu relatório anual em 14 de março.
Valor - SP 09/02/2023
Mineradora brasileira extrai e processa níquel e outros metais cruciais para a construção de baterias; empresa disse em dezembro que considera vender até 10% de fatia no negócio
A General Motors está considerando comprar uma pequena participação na unidade de metais básicos da Vale, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. A mineradora brasileira extrai e processa níquel e outros metais cruciais para a construção de baterias de veículos elétricos.
A Vale disse em dezembro que considera vender até 10% de participação no negócio, sem divulgar um possível preço de venda. Uma fatia desse tamanho pode ser avaliada em até US$ 2 bilhões, segundo algumas fontes.
O interesse da GM surge no momento em que as montadoras buscam cada vez mais acordos de fornecimento e parcerias mais estreitas com empresas de mineração, enquanto disputam o suprimento mundial limitado de metais de que precisam para construir as baterias necessárias para os veículos elétricos que esperam vender nos próximos anos.
O processo de venda da Vale está nos estágios iniciais e atraiu alguns dos maiores fundos soberanos e de pensão do mundo, inclusive do Oriente Médio e da América do Norte, segundo pessoas a par do assunto. A “Bloomberg” informou o interesse da GM nos negócios da Vale nesta quarta-feira (8).
As montadoras globais estão correndo para garantir recursos de bateria suficientes para apoiar suas metas de vendas de veículos elétricos nos próximos anos. A Volkswagen disse querer que metade de suas vendas globais sejam de veículos elétricos até 2030.
A Ford Motor estabeleceu uma meta semelhante. A GM disse que planeja eliminar gradualmente as vendas de quase todos os veículos com motores a gasolina e diesel até 2035.
Atingir esses objetivos exigiria grandes aumentos na produção de veículos elétricos e nas baterias necessárias para equipá-los. Os veículos elétricos representaram quase 10% das vendas globais no ano passado e cerca de 5% das vendas totais nos EUA, de acordo com a empresa de pesquisa EV-Volumes.
A GM tem sido uma das montadoras mais ativas na busca de acordos de fornecimento e investimentos em empresas para garantir no futuro baterias de veículos elétricos e ingredientes-chave, como lítio, níquel e grafite.
Na semana passada, a GM afirmou que planeja gastar US$ 650 milhões em uma participação acionária na Lithium Americas, como parte de seu plano para criar em conjunto uma grande mina de lítio em Nevada, nos EUA.
Em novembro, a GM fechou com uma subsidiária canadense da Vale um contrato de fornecimento de longo prazo para sulfato de níquel produzido em Québec. A GM disse que o material seria usado em cátodos de bateria de veículos elétricos da montadora e que essa subsidiária da Vale forneceria níquel suficiente para produzir cerca de 350 mil carros elétricos anualmente.
IstoÉ Dinheiro - SP 09/02/2023
O setor portuário brasileiro movimentou 1,209 bilhão de toneladas no ano passado, o que representou uma redução de 0,4% em relação a 2021, quando houve registro recorde. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 8, pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O que puxou o número para baixo foi a movimentação do primeiro semestre de 2022, com uma queda de 3,4%, cenário aliviado pelo crescimento do segundo semestre. Nos últimos seis meses do ano, a alta na movimentação foi de 2,6%.
O diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, comemorou o número de 2022. Ele destacou que a movimentação foi muito próxima de 2021, sendo que o ano passado foi marcado por eventos mundiais importantes, como o início da guerra na Ucrânia e a desaceleração da economia chinesa.
“Um desempenho que merece ser comemorado. É um resultado praticamente idêntico ao do ano passado, que foi histórico. Num ano que tivemos efeitos da guerra da Ucrânia, desaceleração na China, é um resultado muito bom”, disse Nery. “O que a gente precisa é que nossos portos não sejam gargalos. Que atendam toda a demanda que se apresenta. E isso tem acontecido”, completou o diretor-geral.
Uma das cargas que puxaram a queda foi o minério de ferro. Passaram pelos portos brasileiros 360,6 milhões de toneladas do produto, uma redução de 2,7% na comparação com 2021.
De acordo com a Antaq, a navegação de interior – com 73,1 milhões de toneladas movimentadas – registrou o maior crescimento de 2022, com alta de 11,2% ante 2021. O destaque nesse setor foi o granel sólido, que cresceu 15,36%, seguido de granéis líquidos e gasosos, com variação positiva de 14,1%. Já a carga conteinerizada teve alta de 3,64% na movimentação interior, enquanto que a carga geral apresentou queda de 3,14% em comparação a 2021.
Ainda neste modal, o milho registrou o maior crescimento (+83,79%); seguido pelo minério de ferro (+62,05%); semirreboque baú (+38,72%) e fertilizantes (+23,46%).
Já a navegação de longo curso movimentou 849,6 milhões de toneladas em 2022, com queda de 0,75%. Na cabotagem, a movimentação foi de 283,3 milhões de toneladas, também uma redução, de 1,89%.
No total, em 2022, houve alta de 0,8% em movimentação de cargas de granéis sólidos, com 712 milhões de toneladas que passaram pelos portos. Já a carga geral cresceu 6,33%, com 63,2 milhões de toneladas movimentadas. Por sua vez, os granéis líquidos e gasosos (-3%) e a carga conteinerizada (-3,5%) registraram queda.
Minerais
Para o setor mineral, os portos em 2022 movimentaram 450,34 milhões de toneladas, queda de 2,8% ante 2021.
“A queda foi puxada pela diminuição da movimentação de minério de ferro, que movimentou 360,6 milhões de toneladas (-2,7% quando comparados a 2021)”, destaca a Antaq.
O Ferro e o Aço registraram queda de 3,2%, enquanto as obras de ferro fundido, ferro e aço tiveram alta de 1,5%.
Jornal de Brasília - DF 09/02/2023
Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e Márcio França (PSB), ministro de Portos e Aeroportos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fizeram nesta quarta-feira (8) a primeira reunião presencial para tratar de projetos de privatização do porto de Santos.
Tarcísio transformou a privatização do porto em uma bandeira própria nos últimos anos, e argumenta que ela aumentaria o número de empregos na Baixada Santista. O processo de desestatização do porto de Santos vinha sendo encaminhado pelo governo Jair Bolsonaro (PL) e estava em análise no TCU (Tribunal de Contas da União).
França, no entanto, se opõe ao projeto e diz que a autoridade portuária continuará estatal. O governo Lula destaca a importância estratégica do porto.
No encontro, os dois expuseram seus argumentos sobre ao tema durante cerca de duas horas, em clima que foi descrito como amistoso.
A reunião foi considerada a primeira de várias entre Tarcísio e o governo federal para tratar do tema.
Valor - SP 09/02/2023
As remessas de frete marítimo da Ásia para os Estados Unidos caíram acentuadamente no fim do ano passado, uma vez que a inflação persistentemente alta minou os gastos das famílias americanas em móveis e brinquedos.
Com os varejistas reduzindo estoques em relação ao período mais agudo da pandemia de covid-19, as taxas de remessa estão caindo para mínimas de três anos, junto com os preços dos próprios contêineres novos.
Os navios porta-contêineres trouxeram um volume de mercadorias totalizando 1,31 milhão de unidades equivalentes a vinte pés (TEU) da Ásia para os Estados Unidos em dezembro, uma queda de 23% em relação ao ano anterior, relata o pesquisador americano de logística Descartes Datamyne. Isso marcou o terceiro mês consecutivo em que o número caiu cerca de 20%.
O frete da Ásia para os Estados Unidos caiu em agosto de 2022 pela primeira vez em mais de dois anos, e o declínio acelerou desde então. Durante todo o ano de 2022, o volume de contêineres caiu 4%, para 19,64 milhões de TEUs, a primeira queda anual em três anos.
A inflação corroeu o poder de compra do consumidor, diminuindo a demanda por bens domésticos e desacelerando o transporte marítimo, disse um funcionário de uma empresa de navios porta-contêineres, ecoando o sentimento entre seus pares.
Os embarques de móveis começaram a cair no verão e registraram queda de 28% no ano em dezembro. Apesar da temporada de compras natalinas, os brinquedos recuaram cerca de 50% em cada um dos últimos três meses de 2022, com o total trimestral caindo abaixo do nível de 2019.
Como a escassez de trabalhadores portuários causou congestionamentos de navios durante o primeiro semestre de 2022, os varejistas correram para aumentar os estoques e manter muitos produtos disponíveis. Esses esforços diminuíram depois que as cadeias de suprimentos mostraram sinais de uma volta à normalidade no fim do ano.
Os fretes da China, grande exportador de bens de consumo, caíram cerca de 30% no ano em cada mês de outubro a dezembro. A demanda por produtos fabricados na China antes do feriado do Ano Novo Lunar também foi mais fraca do que o normal.
Algumas fábricas chinesas estão interrompendo as operações para o feriado por mais tempo do que o normal em resposta aos pedidos menores dos Estados Unidos e da Europa. Dessa forma, a normalização provavelmente levará muito tempo, disse um funcionário da Ocean Network Express, uma empresa de propriedade das transportadoras japonesas K Line, Mitsui O.S.K. Lines e Nippon Yusen Kaisha (linha NYK). Uma recuperação no frete é improvável para fevereiro, disseram especialistas do setor.
“Os gastos do consumidor nos Estados Unidos não estão mostrando crescimento negativo, mas enquanto os varejistas estão presos ao excesso de estoque, é improvável que a demanda por remessas alcance uma recuperação total”, de acordo com o departamento de pesquisa da NYK Line.
O declínio do transporte marítimo empurrou valores para baixo. As taxas spot para os portos de Xangai para a Costa Oeste americana caíram para US$ 1.378 por unidade equivalente de quarenta pés durante a semana encerrada em 13 de janeiro, a mais baixa desde o início de março de 2020, informa a Shanghai Shipping Exchange. As taxas spot para a rota da Costa Leste caíram para US$ 2.825, um nível não visto desde o início de junho de 2020.
Os transportadores estão reduzindo o serviço para melhorar o equilíbrio entre oferta e demanda. A capacidade de uma empresa de navios porta-contêineres foi reduzida em mais de 30%, disse um funcionário da empresa.
Os transportadores marítimos menores que iniciaram o serviço da Ásia para os Estados Unidos e Europa após o aumento das tarifas em 2020 retiraram-se das rotas devido à queda dos preços, disse uma fonte do setor.
A desaceleração da demanda também está afetando os preços dos contêineres. Um novo contêiner de vinte pés custou às transportadoras cerca de US$ 2 mil em dezembro, o valor mais baixo desde janeiro de 2020 e cerca de metade do pico em junho de 2021.
"Empresas de transporte e leasing não estão mais encomendando novos contêineres. Com os custos do material de aço também caindo, os preços dos contêineres podem cair ainda mais para cerca de US$ 1.500", prevê Harumi Nakao, diretor-gerente da EF International, uma empresa japonesa que compra, vende e aluga contêineres.
O Estado de S.Paulo - SP 09/02/2023
O Porto do Açu, no litoral norte do Rio, movimentou 57,4 milhões de toneladas em 2022, alta de 3,0% sobre o ano anterior, puxado por seus terminais de minério de ferro e de petróleo. Com o objetivo de crescer em outras frentes, a Prumo Logística, dona do megacomplexo porto-indústria, inaugurou nesta quarta-feira, 8, um segundo armazém no seu Terminal Multicargas (T-MULT). Voltado para cargas gerais, de diferentes tipos, como minérios, fertilizantes e até veículos, o T-MULT movimentou em 2022 as mesmas 1,6 milhão de toneladas de 2021.
Com as expansões previstas, a meta é chegar a 4 milhões de toneladas por ano daqui a dois anos, disse Rogério Zampronha, presidente da Prumo Logística, empresa controlada, desde 2013, pelo EIG, que hoje tem como sócio o Mubadala, o fundo soberano de Abu Dhabi. Segundo João Braz, diretor de terminais e logística do Porto do Açu, a subsidiária da Prumo Logística que opera o empreendimento, o movimento poderá chegar a 5 milhões de toneladas por ano até 2036.
Desde a inauguração, em 2016, a movimentação do T-MULT vinha crescendo a um ritmo médio de 55% ao ano, mas o avanço foi freado no ano passado, em parte, pela limitação de capacidade de armazenagem. O caminho do crescimento até os 5 milhões de toneladas por ano citados pelos executivos da Prumo Logística passa pelo aumento da capacidade de armazenagem e pela melhoria da infraestrutura rodoviária.
“Estamos expandindo a capacidade do terminal, trazendo mais carga para cá. Esse é o primeiro passo. O segundo passo é atrair as indústrias que produzem e beneficiam essas cargas”, afirmou o presidente do Porto do Açu, José Firmo, após a cerimônia de inauguração do armazém, numa referência ao modelo porto-indústria, destaque desde o desenho original do empreendimento, pelo empresário Eike Batista.
A unidade inaugurada nesta quarta-feira, 8, tem 6,8 mil metros quadrados e foi construída em parceria com a mineradora canadense Lundin Mining, que exporta, para a Europa e para a China, o cobre produzido em sua mina em Alto Horizonte (GO). Com capacidade de estocar 45 mil toneladas, o armazém ajudará a otimizar custos logísticos – a operação de transporte de Goiás ao litoral norte do Rio, uma distância de 1,6 mil quilômetros é feita via rodoviária, por caminhões, numa viagem que leva quatro dias, contou o diretor financeiro da Lundin no Brasil, Jean Cintra.
Um terceiro armazém, com 7,6 mil metros quadrados, será inaugurado em maio, com capacidade de 40 mil toneladas. Nesse caso, a unidade será do próprio T-MULT, destinada à movimentação de cargas diversas, como minérios, grãos, fertilizantes e produtos siderúrgicos. O terminal já tinha um armazém de 25 mil toneladas de capacidade, voltado para cargas especiais, e um pátio, de 35 mil metros quadros, para armazenar combustíveis sólidos usados na fabricação de aço e cimento.
No total, a capacidade de armazenagem do T-MULT quadruplicará, para 110 mil toneladas. O T-MULT já recebeu em torno de R$ 600 milhões, de um plano de investimentos que já aplicou R$ 20 bilhões desde o início das obras do porto, em 2007, e prevê aplicar mais R$ 22 bilhões nos próximos cinco anos.
O próximo passo, segundo Braz, será ampliar o cais. Hoje, o berço de atracação de navios tem 340 metros, com 13,1 metros de calado, o que permite atracar uma embarcação por vez. A ampliação poderá dobrar essa capacidade.
O crescimento tende a consolidar o Porto do Açu entre os maiores do País. Em 2021, com os 55,7 milhões de toneladas movimentados, o Porto do Açu ficou na sétima posição entre os mais movimentados, conforme dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), agregados por complexo portuário. Segundo a Prumo Logística, com os 57,4 milhões de toneladas de 2022, o complexo no litoral norte do Rio ficou em segundo lugar, quando se considera apenas os portos organizados, atrás do Porto de Santos, com 126,2 milhões de toneladas.
A expansão do T-MULT até as 5 milhões de toneladas por ano será baseado na logística rodoviária. Uma nova rodovia ligando o Porto do Açu à BR-101, cujas obras foram anunciadas em janeiro de 2022 e exigirão R$ 400 milhões em investimentos públicos do governo do Estado do Rio, é aguarda pela empresa – a própria Prumo Logística, em parceria com o governo fluminense, desenvolveu o projeto de engenharia da rodovia. Segundo José Firmo, presidente do Porto do Açu, trechos da estrada já foram licitados, mas o executivo prefere não fazer estimativas sobre o prazo de conclusão da obra.
Atualmente, a conexão rodoviária da BR-101 até o Porto do Açu passa, necessariamente, por dentro de Campos, maior cidade do norte fluminense, o que – ao lado de uma estrada de pista simples em mão dupla no trecho final do trajeto – acaba reduzindo a eficiência logística. Mesmo assim, chegam ao complexo portuário 500 caminhões por dia, em média. Segundo Firmo, o número poderá duplicar ou triplicar com a expansão do T-MULT.
A melhoria da infraestrutura rodoviária é a solução de curto prazo, enquanto a conexão à malha ferroviária não vem. Executivos da Prumo Logística seguem defendendo a conexão ferroviária como essencial para consolidar o Porto do Açu como polo logístico, mas ela depende de investimentos públicos federais.
O caminho natural seria fazer a conexão direta com a malha ferroviária, entre São João da Barra e Anchieta (ES). No fim do ano passado, a Prumo Logística estimava o investimento no projeto entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões. Um trecho de 40 quilômetros de trilhos, dentro do Porto do Açu, terá investimento de R$ 600 milhões por parte da Prumo, mas só sairá do papel após uma decisão sobre o modelo para a conexão com a malha nacional.
Segundo Firmo, ainda não houve contatos da empresa com técnicos do Ministério dos Transportes, recriado em janeiro com o novo governo, mas o presidente do Porto do Açu demonstrou otimismo de que o investimento na conexão ferroviária sairá do papel. “Conversamos sobre a ferrovia há muito tempo”, afirmou o executivo, lembrando que as negociações envolvem também os governos estaduais do Rio, de Minas Gerais e do Espírito Santo.
O Petróleo - SP 09/02/2023
A China está destacando seu progresso na construção da nova geração de navios porta-contêineres ultragrandes. Enquanto os analistas do setor estão se concentrando no atual excesso de capacidade no transporte de contêineres, o início da onda de novos contêineres encomendados principalmente em 2021 está começando a tomar forma.
Recentemente, dois novos navios ultragrandes de 24.000 TEU progrediram nos estaleiros chineses, que lideram o desenvolvimento dos novos gigantes da MSC, OOCL e Evergreen. A China State Shipbuilding Corporation está destacando a diversificação do trabalho desenvolvendo a expertise em divisões adicionais da empresa. Dois dos estaleiros da joint venture da COSCO também lançaram simultaneamente a primeira de uma nova classe de navios de 16.000 TEU para a MSC, que estão sendo chamados de porta-contêineres ambientalmente avançados já construídos.
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Nos primeiros dias deste mês, a Dalian Shipbuilding e a Guangzhou Shipbuilding International lançaram cada uma uma nova embarcação na nova classe da MSC de 16.000 TEU. De acordo com os relatórios da China, o pedido feito em março de 2021 foi avaliado em aproximadamente US$ 1,5 bilhão, tornando-o o maior pedido único de contêineres. O contrato prevê um total de 13 navios com entrega entre 2023 e 2025.
O projeto da nova classe foi desenvolvido pelo China Shipbuilding Group. Com 1.200 pés de comprimento e 167 pés de boca, as embarcações são cerca de 40 pés mais curtas do que as maiores embarcações de 24.000 TEU. O CSSC se orgulha de que as embarcações incorporam novos conceitos em proteção ambiental, redução de carbono e um design de redução de arrasto. Eles são alimentados com motores WinGD e depuradores híbridos, mas também são projetados prontos para GNL. Eles são equipados com lubrificação a ar e um gerador de eixo. O DSIC, que está construindo parte da chamada, relata que seu valor de índice de design de eficiência energética (EEDI) é 57% menor do que a linha de base.
Outra embarcação da classe foi lançada na Guangzhou Shipbuilding, expandindo sua experiência com navios ultragrandes (CSSC)
A DSIC, localizada no extremo norte da China, lançou o MSC Chiyo como a primeira embarcação para sua parte do pedido. A Guangzhou Shipbuilding, eles observaram, localizada no lado sul oposto do país, está desenvolvendo sua experiência com navios ultragrandes flutuando no MSC Noa Ariel .
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A COSCO Dalian Kawasaki (DACKS) também está marcando sua entrada no segmento ultragrande, flutuando em 9 de janeiro com seu primeiro porta-contêineres de 24.000 TEU. A embarcação mede 1.312 pés de comprimento como as outras embarcações ultragrandes e faz parte de um pedido que também está sendo construído pela Nantong COSCO KHI Ship Engineering Co. (NACKS) para a OOCL. DACKS relata que projetou esta embarcação que está sendo classificada pela ABS.
Por meio de um processo de otimização linear de baixa resistência, a embarcação apresenta o melhor perfil ambiental. Seu índice de eficiência energética (EEDI) também excede o valor de referência em mais de 50%, atendendo aos requisitos da Fase 3 do EEDI. o sistema gerador de eixo magnético permanente de alta eficiência e maior capacidade do mundo, que economiza energia e fornece um impulso às operações. A aplicação de novas tecnologias inclui um sistema inteligente de gerenciamento de segurança que monitora e prevê as condições do casco durante todo o ciclo de vida da embarcação. O projeto também emprega o primeiro esquema de amarração dupla de contêineres de 45 pés, que melhorará a economia das operações do navio.
A CSSC está se destacando, além de expandir a experiência na construção de embarcações ultragrandes, eles melhoraram a preparação do material, a implementação do processo e o processo de produção. A Hudong-Zhonghua Shipbuilding aprendeu com a construção dos dois primeiros navios de 24.000 TEU da Evergreen, o Ever Alot e o Ever Aria , e usou isso para acelerar o tempo de produção e entrega do Ever Acme em quatro meses. O navio que estava programado para entrega no segundo trimestre de 2023, foi entregue em 29 de dezembro e partiu imediatamente para Xangai e sua viagem inaugural.
Valor - SP 09/02/2023
Gestão da estatal deixará engatilhados estudos para aprofundamento do canal e leilão de terminais
A Santos Port Authority (SPA), estatal que administra o Porto de Santos, começou este ano com caixa líquido de R$ 1,2 bilhão, após 2022 de forte crescimento. No ano passado, a receita operacional da companhia teve alta anual de 24%, chegando a R$ 1,38 bilhão, e o lucro líquido avançou 66,3%, para R$ 547 milhões.
A expansão se deu principalmente pela maior movimentação de carga no porto, que teve incremento de 10,5%, chegando a 162 milhões de toneladas transportadas. O aumento reflete em parte a base de comparação mais fraca de 2021, ano marcado pela quebra da safra de milho, mas também a alta no fluxo de outras cargas, como soja e celulose.
“Em 2022, conseguimos colher o resultado de medidas tomadas ao longo dos últimos quatro anos. O porto passou a ser superavitário, capaz de bancar seus investimentos sem necessidade de aportes do governo”, afirmou o presidente da SPA, Fernando Biral. O novo governo ainda não fez suas indicações para a estatal, então por ora a diretoria da gestão anterior segue no cargo.
A avaliação da equipe é que as medidas necessárias para “arrumar a casa” já foram concluídas, segundo o diretor de Administração e Finanças, Marcus Mingoni. “A parte contábil, que tinha problemas não refletidos no balanço, foi equacionada, assim como passivos”, diz o executivo.
Hoje, porém, o futuro do porto ainda é incerto. O projeto de desestatização deixado pela última gestão será analisado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em 8 de março. No entanto, o novo governo ainda não definiu se dará continuidade ao modelo ou se adotará outros formatos, como a concessão de parte dos serviços.
Uma das principais demandas dos operadores portuários, a obra de aprofundamento do canal de acesso, deverá ter seus estudos concluídos até o fim de 2023, segundo Biral. A partir daí, a ideia é obter a licença de operação junto aos órgãos ambientais, para então dar início à contratação. A intervenção é vista como prioritária, já que permitirá o tráfego dos navios de maior porte. Mingoni afirma que a companhia já criou grupos de trabalho para garantir a continuidade dos projetos em curso, como esta obra.
O aprofundamento do canal é um dos investimentos previstos no projeto de privatização. Porém, a avaliação do setor é que a obra terá que sair do papel independentemente do processo. O plano é fazer a intervenção em etapas, primeiro para ampliar a profundidade dos atuais 15 metros para 16 metros - o que demandaria cerca de R$ 375 milhões - e, em uma segunda fase, para 17 metros - com o orçamento de outros R$ 520 milhões.
A equipe também deixará engatilhados outros três projetos para a próxima gestão: os leilões do terminal de contêineres STS10 e do terminal de fertilizantes STS53, além da mudança de localização do Concais, terminal de passageiros do porto. “São projetos que já vêm sendo discutidos e estão alinhados ao PDZ [Plano de Desenvolvimento e Zoneamento]”, diz Biral.
Entre eles, o projeto de maior peso é o megaterminal de contêineres, que tem gerado controvérsia, já que operadores portuários defendem restringir a participação dos armadores Maersk e MSC.
TN Petróleo - RJ 09/02/2023
Uma parceria entre a GasBrasiliano e a Usina Cocal iniciou a operação do primeiro gasoduto exclusivo para o transporte de biometano do Brasil, que começa abastecendo atividades industriais na região de Presidente Prudente (SP).
Com investimento total de R$ 180 milhões, o empreendimento conta com aproximadamente 65 km de rede de distribuição, que liga a Usina Cocal, em Narandiba, ao mercado consumidor industrial, em Presidente Prudente.
A capacidade do projeto é de até 25 mil metros cúbicos por dia de biometano, produzido a partir do processamento de resíduos nobres da cana-de-açúcar, como vinhaça, palha e torta de filtro.
Do total investido, R$ 30 milhões foram empenhados para construção da rede de distribuição e R$ 150 milhões na construção da planta de biogás para a produção do biometano, pontuaram as empresas.
“O biometano é um gás verde que representa mais uma contribuição, além do etanol, em prol do meio ambiente”, disse em nota o CEO da Cocal, Paulo Zanetti.
“Conseguimos todas as autorizações para comercialização dessa fonte de energia limpa e agora começamos, junto com a GasBrasiliano , o abastecimento da região de Presidente Prudente via rede isolada de gasoduto”.
Com o início das operações, a Liane Alimentos, primeira cliente do gasoduto, pôde reforçar suas metas para a redução de emissões, disse em nota seu diretor industrial, Maurício Calvo.
Até agosto de 2022, a matriz energética da Liane estava dividida em 70% energia elétrica convencional, 10% GLP (gás liquefeito de petróleo) e 20% óleo BPF (óleo derivado do petróleo). “Com a chegada do biometano canalizado, a meta é atingir 30% da matriz em bioenergia já em 2023″, disse Calvo, pontuando que a empresa tem como meta ainda zerar a emissão de poluentes até 2025.
IstoÉ Dinheiro - SP 09/02/2023
As vendas totais da Petrobras de petróleo, gás e derivados ficaram quase estáveis em 2022 ante o ano anterior, após a empresa registrar uma queda de 3,2% na produção de petróleo e gás no mesmo período, apontou a companhia em seu relatório de produção e vendas nesta quarta-feira.
A petroleira registrou vendas de 3,03 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo, gás e derivados no ano passado, queda de 0,3% ante os 3,04 milhões de bpd registrados em 2021.
Já a produção de petróleo e gás natural somou 2,684 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2022, ante 2,774 milhões de boed no ano anterior, mas acima do centro da meta traçada de 2,6 milhões de boed, que poderia variar ainda em 4% para cima ou para baixo.
A companhia já havia publicado em janeiro seus dados de produção de petróleo e gás em 2022.
As vendas totais no quarto trimestre, por sua vez, alcançaram 3,072 milhões de bpd, alta de 0,6% ante um ano antes e avanço de 6,5% na comparação com o trimestre anterior.
EXPORTAÇÕES
As exportações de petróleo, derivados e outros da Petrobras somaram 714 mil bpd em 2022, recuo de 12% em relação ao ano anterior, enquanto as exportações apenas de petróleo somaram 513 mil bpd, queda de 10,8% na mesma comparação.
“A exportação líquida de 2022 teve redução de 28% em relação a 2021, principalmente devido à menor exportação de petróleo em função da redução da produção, além da menor exportação de óleo combustível devido ao desinvestimento da RLAM em 2021”, disse a Petrobras no relatório.
As exportações de óleo combustível recuaram 8,1% em 2022 ante o ano anterior, para 181 mil bpd.
As exportações de petróleo, derivados e outros no quarto trimestre, por sua vez, foram de 793 mil bpd, alta de 13% ante o mesmo trimestre de 2021 e avanço de 50,2% na comparação com o terceiro trimestre.
A Petrobras também seguiu com o desenvolvimento de mercado de correntes de óleo do pré-sal, de forma a maximizar o valor das exportações, acrescentou. No quarto trimestre, a empresa realizou a primeira exportação do campo de Mero, abrindo um novo mercado com a Tailândia, destacou.
Búzios continua sendo a principal corrente de exportação, respondendo por quase 50% do volume exportado em 2022.
“A cobertura global de mercado permitiu o melhor aproveitamento das arbitragens ao longo do ano, que foi marcado por alta volatilidade e mudança dos fluxos em função da guerra da Ucrânia”, disse a empresa.
DIESEL E GASOLINA
A produção de diesel da Petrobras em 2022 caiu 4,9%, para 691 mil bpd, enquanto as vendas do combustível para o mercado interno recuaram 5,8%, para 755 mil bpd, devido à venda da refinaria RLAM, na Bahia, concluída em novembro de 2021.
As vendas de diesel S-10, de baixo teor de enxofre, porém, têm crescido de forma consistente, representando 59% das vendas totais de óleo diesel em 2022, disse a Petrobras. A produção anual deste derivado também bateu recorde no parque de refino da companhia como um todo, de 386 mil bpd.
A produção de gasolina, por sua vez, caiu 5,1% em 2022, ante 2021, para 388 mil bpd, enquanto as vendas no mercado interno recuaram 0,4% na mesma comparação, para 407 mil bpd.
O fator de utilização total (FUT) do parque de refino da companhia foi de 88% em 2022, 5 pontos percentuais acima de 2021.
“Esse FUT representa uma elevada utilização do nosso parque de refino, ainda que tenham sido realizadas paradas programadas relevantes em seis refinarias: REPLAN, REVAP, REDUC, REGAP, REPAR e RPBC”, ressaltou a companhia, pontuando que houve manutenções em mais de 2 mil grandes equipamentos, respeitando os requisitos de segurança, meio ambiente e saúde.
No ano passado, os óleos do pré-sal representaram 62% da carga processada no refino, estabelecendo novo recorde em relação ao processamento de 59% em 2021.
“Esses óleos apresentam grande rendimento de derivados de alto valor agregado e possuem baixo teor de enxofre, contribuindo para a redução de emissões”, disse a empresa.
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