Portos e Navios - SP 08/05/2023
A ArcelorMittal, a Federação das Indústrias do Estado de Minas (Fiemg), por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e as empresas Belgo Arames, Delp Engenharia e MRS Logística assinaram convênio para um novo ciclo de investimentos da ordem de R$ 12 milhões no Centro de Inovação e Tecnologia SENAI (CIT Senai), em Belo Horizonte.
O novo aporte está direcionado para o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia de Manufatura Aditiva por Deposição a Arco (CDT MADA), voltado para a impressão 3D de peças metálicas de grande porte.
Este novo investimento visa o desenvolvimento de inteligência artificial para monitoramento e controle do processo de impressão 3D com arames, nominado como projeto Dedicar. Tal iniciativa irá possibilitar a abertura de uma linha de pesquisa e desenvolvimento em tecnologias absolutamente inovadoras e disruptivas para o processo de manufatura aditiva por deposição a arco (Mada) a nível mundial. A inteligência artificial apresenta o potencial de alavancar a aplicação da Mada em escala industrial, ao proporcionar a eficácia necessária para a produção de peças com geometrias complexas de forma assertiva e qualificada.
Dos R$ 12 milhões que serão investidos no projeto Dedicar, R$ 10,7 milhões são recursos do mecanismo “Basic Funding” da Embrapii, que busca incentivar empresas a investir em projetos de inovação disruptivos para o desenvolvimento de tecnologias em estágios iniciais de maturidade. O valor complementar do investimento de R$ 1,3 milhão será aportado pelos atores envolvidos no projeto em conjunto com os Institutos Senai de Inovação de Belo Horizonte (MG) e Joinville (SC), as startups 3D Lopes e Strokmatic.
Hoje em dia – MG 08/05/2023
Zema assinou neste sábado, em Woburn, um protocolo que confirma R$ 573 milhões em investimentos (André Cruz / Imprensa MG)
A empresa americana Boston Metal investirá R$ 573 milhões na construção de uma unidade produtora de aço verde na região de Coronel Xavier Chaves, no Campo das Vertentes. A expectativa é que mil empregos, diretos e indiretos, sejam criados até 2026. A informação é do Governo de Minas.
Na planta industrial será utilizada uma tecnologia inovadora para aproveitar os rejeitos de minério para extrair metais e ligas em geral. Para isso, a empresa desenvolverá um processo chamado eletrólise de óxido fundido (MOE), que utiliza eletricidade, dispensando o emprego de carvão ou combustíveis fósseis.
Nos EUA, o governador Romeu Zema assinou neste sábado (6/5), em Woburn, cidade a cerca de 20 quilômetros de Boston, um protocolo que confirma os investimentos para implantação de unidade no Estado.
Segundo o presidente da Boston Metal do Brasil, Itamar Resende, essa é uma tecnologia "revolucionária". O processo pode ser usado para tratar qualquer tipo de rejeito e obter metais de alta pureza.
"Além de reduzir a necessidade de extrair minérios de minas convencionais, o modelo tem baixo impacto ambiental, pois utiliza a eletricidade como fonte de energia, e não carvão ou combustíveis fósseis. Essa tecnologia dá a possibilidade de as siderurgias fabricarem ‘aços verdes’, com baixa pegada de carbono”, disse.
Obras iniciadas
O projeto já está em implementação no município de Coronel Xavier Chaves, próximo a São João del-Rei, com previsão de inauguração no segundo semestre deste ano. A produção já deve ser iniciada em 2024, em pequena escala, aumentando o volume produzido com o passar dos anos. A expectativa é que a planta comece a operar em escala comercial até 2026
A Boston Metal é uma startup criada e desenvolvida dentro do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), considerado uma das melhores universidades do mundo e a principal referência em ensino e pesquisa em inovações tecnológicas. A empresa conta com apoiadores e investidores, sendo os mais conhecidos no Brasil o fundador da Microsoft, Bill Gates, e os grupos BMW e Arcelor.
* Com informações da Agência Minas
Globo Online - RJ 08/05/2023
algo como 1,5% do PIB, ou R$ 150 bilhões por ano.
O ministro diz que não criará novos impostos nem aumentará as alíquotas dos já existentes. Apenas, prossegue, cortará incentivos e benefícios fiscais e fechará brechas que permitem às empresas reduzir o imposto a pagar.
Dá na mesma. Se o governo recolherá R$ 150 bilhões, alguém morrerá com esse dinheiro. Recursos que poderiam ficar com empresas e cidadãos serão transferidos aos cofres públicos. Para empresas, haverá aumento de custos e menor capacidade de investimento. Para cidadãos, menos consumo.
O ministro diz que está fazendo justiça: cobrando de quem deveria pagar e não paga. As empresas pagam menos do que ele gostaria de duas maneiras. Muitas se beneficiam de incentivos fiscais estabelecidos em lei. A ideia é proteger ou incentivar o desenvolvimento de algum setor. Não é fácil derrubar isso. A outra maneira é o planejamento tributário. O sistema brasileiro de impostos é tão complexo e tão confuso que as empresas gastam muito dinheiro contratando advogados para descobrir como podem reduzir sua carga. Tudo acaba em intermináveis batalhas judiciais entre empresas e cidadãos, de um lado, e governo, de outro.
Como o Judiciário é lento e, digamos, não propriamente coerente, as decisões mudam. O STJ deu uma vitória recente ao governo — o ministro Haddad acredita que ganhou R$ 90 bilhões, cálculo considerado exagerado por muita gente, mesmo na Receita. E o STF ainda pode mudar a decisão. Assim, as Cortes vão decidindo, ora a favor do governo, ora a favor do contribuinte. Não será fácil para Haddad arrancar os R$ 150 bilhões. Uma boa reforma tributária resolveria. Mas também não é fácil passar no Congresso e implementar.
Eis por que o Banco Central (BC) coloca um pé atrás. Admite que a proposta de arcabouço fiscal enviada ao Congresso é um avanço. Mas assinala: ainda não foi votada pelos parlamentares, é certo que será alterada, depois será preciso ver como executá-la. Foi por isso, entre outros motivos, que o Comitê de Política Monetária do BC manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. A razão principal, entretanto, é que as projeções de inflação estão acima das metas neste ano e no próximo.
Haddad acha que as metas estão erradas. Ou melhor, está errado o modo de fixá-las. Em vez de meta calendário — a ser obtida no ano —, sugeriu, na mesma entrevista à CBN, adotar meta contínua, a ser obtida ao longo de um tempo maior. Na prática, o BC vem fazendo algo parecido. No ano passado, a inflação fechou em 5,79%, acima do teto da meta. A taxa básica de juros já estava em 13,75% — e o BC sinalizou que buscaria a meta bem mais à frente.
Para este ano, a meta oficial é 3,25%, tolerando-se até 4,75%. Pela projeção do BC e do mercado, a inflação ficará em torno de 6% — isso supondo uma redução moderada da taxa de juros a partir de setembro próximo. Para 2024, o cenário básico do BC projeta inflação de 3,6%, pouco acima da meta (3%), mas dentro da margem de tolerância. Isso com a taxa de juros a 10% no fim do ano.
Portanto o BC pretende atingir a meta no fim do próximo ano. Se fosse para alcançar a meta calendário já neste ano, segundo cálculos do BC, a taxa de juros teria de subir a 26,5%. Isso destruiria a economia, conforme notou o presidente do BC, Roberto Campos Neto. O BC, portanto, está flexibilizando o regime de meta calendário, para preservar o andamento da economia.
Vai daí que o ministro Haddad deve estar pensando mesmo em aumentar a meta de inflação, dentro de uma formalização das metas contínuas. Se conseguir tudo o que quer, o resultado será: mais carga tributária e mais inflação. Não consta que isso ajude o crescimento.
O Estado de S.Paulo - SP 08/05/2023
Com mais um aumento de 0,25 ponto porcentual na taxa básica de juros, o Federal Reserve optou por sinalizar uma pausa, ressalvando que espera novos dados para indicar quais serão os próximos passos da política monetária. Embora em alguns setores sensíveis ao ciclo econômico, como na construção civil, já haja sinais de desaceleração, o mercado de trabalho continua muito apertado, com cerca de 1,7 vaga aberta por trabalhador desempregado, e com os salários em elevação. A forte pressão no mercado de trabalho e a resiliência dos núcleos da inflação indicariam o prosseguimento do ciclo de alta, e não a pausa. Até que ponto a tal decisão foi influenciada pelo problema bancário que vem ocorrendo nos Estados Unidos?
Não me parece que o problema com o Silicon Valley Bank exigiria esse cuidado. Aquele foi um caso clássico de corrida bancária, na qual os depositantes correm para sacar o que têm no banco antes que ele quebre. Em um artigo que deu um enorme impulso ao estudo das crises bancárias, Diamond e Dybvig demonstraram que esse “mau equilíbrio” pode transformar-se em um “bom equilíbrio” desde que seja dada a plena garantia a todos os depositantes. Se esse fosse o único caso, o Federal Reserve poderia, confortavelmente, aplicar o “princípio da separação”, segundo o qual usa a taxa de juros para controlar a inflação, e as medidas macroprudenciais – incluindo a garantia total dos depósitos – para estancar a corrida bancária e, provavelmente, a decisão tomada na última reunião do FOMC teria sido outra.
Porém, não demorou muito para que o FDIC fosse compelido a induzir o banco JPMorgan a comprar o First Republic Bank, e enquanto escrevia este artigo saíam as notícias de que as ações do PacWest Bank (entre outros) haviam caído 40%, e que o próximo alvo de um take over seria o Western Alliance. Diamond e Dybvig dividiram com Ben Bernanke o Prêmio Nobel em Economia de 2022 devido às suas análises sobre crises bancárias, e na sua Nobel Lecture, Bernanke analisou como uma regulação bancária mais frouxa leva a crises, que podem não ter a dimensão da Grande Depressão, ocorrida em 1929, e da Grande Recessão, de 2008, mas causam danos econômicos e interferem com a execução da política monetária.
Se esse for o caso, que me parece provável, a pausa no ciclo de queda da taxa de juros deve ser apenas uma etapa intermediária. A inflação alta e persistente impede a queda da taxa de juros, e o prognóstico do staff do Federal Reserve é de que, dado o atual grau de aperto monetário, a queda da inflação ocorrerá ao lado de uma recessão curta e suave, mas, ainda assim, uma recessão.
IstoÉ Online - SP 08/05/2023
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, em entrevista à rádio CBN, que o Banco Central já poderia ter iniciado a recalibragem dos juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano, o que desagradou o governo.
“Acho que já poderíamos iniciar a recalibragem da taxa de juros”, disse o ministro nesta sexta-feira, 5, ressaltando que respeita a institucionalidade do Banco Central. Ele pontuou que a expectativa de inflação para 2024 já está muito moderada após os esforços da autoridade monetária. Ainda assim, ele ponderou que, se o BC erra a calibragem nos juros para a contenção da inflação, quem paga é a sociedade. O ministro alertou para não se cair no erro de politizar todas as reflexões que são feitas sobre o trabalho do Banco Central.
Teto de gastos
O ministro também afirmou que o teto de gastos era uma regra fiscal que não sobreviveria no longo prazo e que o objetivo do governo é encontrar uma regra exequível. “Vamos para uma regra adequada, moderna que possamos cumprir, disse, na entrevista.
Haddad defendeu que a proposta de arcabouço fiscal representa um ciclo virtuoso, com a despesa correndo abaixo de receita. Sobre o prazo de ajuste, ele ressaltou que isso dependerá da receita e do resultado primário.
Mais uma vez, ele destacou o esforço feito entre Executivo e os demais Poderes. “O Executivo é parte da solução e depende de uma harmonização dos Poderes”, disse, ressaltando que o governo já vê indicativos de que Judiciário e Legislativo compraram a agenda de ajuste fiscal.
Haddad relembrou que essa semana se encontrou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o relator do arcabouço, Claudio Cajado (PP-BA). Ele elogiou Cajado, e disse ver sensibilidade no deputado para encontrar um equilíbrio entre o fiscal e social.
O Estado de S.Paulo - SP 08/05/2023
Originalmente contra qualquer exceção na reforma tributária, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) flexibilizou sua posição, mas agora está na briga ao lado do Ministério da Fazenda para limitar a quantidade de regimes especiais pedidos aos parlamentares pelos mais variados segmentos. Setor mais beneficiado pela reforma da tributação do consumo, a indústria minimiza as reclamações dos empresários de serviços e acredita na aprovação do texto ainda em 2023.
“Desde o início das discussões da reforma, a CNI defendia uma alíquota uniforme sem exceções, nem mesmo para os nossos setores. No mundo todo, a melhor técnica é essa. Apenas IVAs antigos, como o europeu, têm alíquotas diferenciadas. Mas, desde maio de 2021, a CNI flexibilizou a sua posição e passamos a aceitar que alguns segmentos com peculiaridades tenham alíquotas reduzidas”, afirma o gerente-executivo de Economia da entidade, Mario Sergio Telles.
A abertura da indústria a regimes diferenciados seguiu a apresentação do relatório da comissão mista da reforma há dois anos, quando o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) - que segue como relator da matéria - apresentou um parecer propondo tributação favorecida temporariamente para alguns segmentos. Na lista estão educação, serviços de saúde, transporte coletivo de passageiros e rodoviário de cargas, entidades beneficentes de assistência social e atividades agropecuárias, agroindustriais, pesqueiras e florestais.
Serviços financeiros e operações com bens imóveis também demandam modelos especiais de tributação, como ocorre em outros países. Além disso, a Zona Franca de Manaus deve contar com um regime diferenciado para manter a competitividade das indústrias instaladas no polo amazonense.
“O relatório da comissão especial já apontou os setores que, por motivos diversos, justificam um tratamento favorecido, fora da alíquota padrão. Não temos outros setores a serem excetuados. Tem que ser com limites, não pode ser generalizado”, enfatiza Telles.
A preocupação da indústria é acabar tendo que pagar um IVA maior para acomodar benefícios tributários a mais setores que originalmente não estariam contemplados na reforma. O próprio secretário extraordinário do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, já alertou que quanto mais regimes diferenciados entrarem no texto final, maior será a alíquota geral para manter a carga tributária estabilizada. “Concordamos com Appy, que tem que haver limites. Senão, quem ficar fora terá uma alíquota muito, muito elevada. Aceitamos tratamentos favorecidos, mas nesse limite”, repete o executivo da CNI.
Reequilíbrio da carga
Telles rechaça a ideia de que a reforma do consumo seria benéfica para a indústria em troca do aumento da carga do setor de serviços, que pede mais regimes especiais. Ele argumenta que a grande maioria das empresas de serviços está inscrita no Simples Nacional, que ficará de fora da reforma.
“O aumento de tributação em serviços é uma parcela bem pequena do PIB do setor. O consumo de bens industriais é em média muito mais tributado no Brasil, portanto é justo que seja feito algum reequilíbrio de carga, não é uma coisa gigantesca”, rebate.
O executivo alega ainda que a indústria é um setor intensivo em capital, que tem um custo muito alto no Brasil, diferentemente dos serviços. Além disso, ele reclama das dificuldades das fábricas em recuperarem todos os créditos tributários acumulados ao longo da cadeia no sistema atual.
“Montar um escritório de advocacia tem um custo totalmente diferente de se montar uma siderúrgica. Meu crédito tributário não cai do céu, é um tributo que já foi repassado pelos fornecedores”, acrescenta. “Hoje uma academia de ginástica paga 16% de tributo e uma geladeira paga 34%. Isso é certo?”, questiona.
Segundo os cálculos da CNI, o resíduo tributário - de créditos não compensados - chega a 7,4% do preço líquido dos produtos vendidos pelas fábricas. Telles aponta ainda que a indústria é o setor da economia mais exposto à concorrência internacional. “O setor que está no furacão da competição internacional é a indústria, e o sistema tributário nos tira capacidade de concorrer. Exportamos com 7,4% de peso de tributos e nossos competidores com zero. Esse mesmo resíduo impacta o preço dos bens no mercado doméstico contra os importados”, afirma.
Embora alguns estudos projetem que a reforma propiciará um ganho de até 20% no PIB potencial brasileiro nos próximos 15 anos, a CNI trabalha com um cenário intermediário de ganho de 12% de crescimento da atividade nesse período.
“Estamos com uma perspectiva muito positiva. A reforma tem todas as possibilidades de ser aprovada neste ano, finalmente”, avalia Telles. “Existe uma corrida mundial pela indústria, com realocação das cadeias globais de valor. O mundo está em uma disputa muito ferrenha por atrair essas fábricas, mas o Brasil tem um sistema tributário que afugenta a indústria, na contramão do que o mundo está fazendo. Já estamos atrasados e não podemos perder mais uma oportunidade que está passando na nossa frente”, conclui.
IstoÉ Online - SP 08/05/2023
Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Cingapura e Dalian estenderam quedas nesta sexta-feira, puxados por temores renovados de uma crise bancária nos Estados Unidos e preocupações persistentes com a diminuição da demanda em meio à produção reduzida de algumas siderúrgicas chinesas.
Os preços recuperaram algum terreno perdido, mas terminaram com perdas nas negociações da tarde, depois de terem atualizado as mínimas de cinco meses pela manhã.
As ações dos bancos regionais dos EUA voltaram a cair esta semana após o colapso do First Republic Bank, o terceiro credor de médio porte a falir em dois meses.
“A turbulência contínua nos bancos regionais dos EUA continuou a dominar as manchetes e os mercados da noite para o dia”, disseram analistas do banco ANZ em nota.
Enquanto isso, a demanda por minério de ferro continuou diminuindo, com a produção diária de gusa entre as 247 siderúrgicas pesquisadas pela consultoria Mysteel caindo 1,3% na comparação semanal, para 2,41 milhões de toneladas na semana encerrada em 5 de maio.
O minério de ferro de referência de junho na Bolsa de Cingapura caiu 1,45%, para 98 dólares a tonelada, depois de ter recuado para uma nova mínima de cinco meses, a 94,2 dólares a tonelada, na sessão da manhã.
O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou as negociações diurnas com queda de 0,99%, a 697,5 iuanes (100,93 dólares) a tonelada, depois de atingir uma nova mínima de cinco meses, a 675,5 iuanes a tonelada, pela manhã.
“Algumas usinas planejam aumentar a manutenção de equipamentos em meio à redução das margens, o que limitará ainda mais a demanda por minério de ferro no curto prazo”, disseram analistas da Sinosteel Futures em nota.
“Esperamos que os estoques portuários (de minério de ferro) entrem gradualmente em um ciclo de recuperação mais tarde.”
Valor - SP 08/05/2023
Decepção com crescimento chinês e desafios da empresa levam papéis da mineradora a acumular queda de 20,66% neste ano, o que arrasta a bolsa brasileira
Joubert, do Inter: Vale pode não cumprir ‘guidance’ de vendas, o que tenderia a trazer ainda alguma correção — Foto: Divulgação
A ação da Vale respondeu, sozinha, por 85% do desempenho negativo do Ibovespa neste ano. O índice acumula queda de 4,18% em 2023, e a ação da mineradora é responsável por 3,53 pontos percentuais desse número, conforme levantamento do Valor Data.
Como o papel é o que tem mais peso no Ibovespa - de 15,01% na atual carteira - e contabiliza uma baixa de 20,66% em 2023, arrasta o índice todo para baixo.
As perdas se devem tanto a uma recuperação econômica chinesa diferente do esperado quanto aos problemas da própria companhia, afirma Gabriela Joubert, estrategista-chefe do Inter. “No fim do ano passado, gerou-se expectativa gigantesca de que a China viria com tudo, com recuperação forte de indústria, comércio e serviços. Não foi o que aconteceu, e agora começamos a enxergar isso”, diz.
Joubert lembra que, na semana passada, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês, baseado em pesquisas com profissionais de compras) do setor industrial chinês voltou ao campo contracionista. Enquanto isso, o setor imobiliário pena para ganhar tração. “O investimento privado recuou em janeiro, fevereiro e março, e o PIB expressivo chinês no primeiro trimestre veio principalmente de serviços e gastos governamentais.”
As dificuldades do país asiático, maior consumidor de minério de ferro no mundo, se refletem no mercado da commodity. A tonelada do minério de ferro terminou a sexta-feira a 697,5 yuans na bolsa de Dalian, cerca de US$ 101, patamar bem inferior aos 863 yuans por tonelada no fim do ano passado.
Gilberto Cardoso, CEO da Tarraco Commodities Solution, destaca a demanda baixa por aço e o estoque reduzido nas siderúrgicas. “Além disso, os altos-fornos chineses têm focado em custos, o que faz com que o minério de alta qualidade seja preterido e com que a Vale seja penalizada pelo mercado.”
A perspectiva para o minério nos próximos meses também não é otimista, afirma Thiago Ojea, sócio e analista de empresas da Apex Capital. “A sazonalidade afeta o primeiro trimestre do ano, com questões como o período de chuvas no Brasil impactando a oferta de minério. Para o segundo trimestre, com a oferta acelerando por aqui, na Austrália e na Índia, que já não tem imposto de exportação, os preços podem ficar ainda mais pressionados, a não ser haja novos estímulos.”
Cardoso enxerga suporte para os preços do minério a US$ 100, mas sem grandes chances de romperem a barreira dos US$ 130, ainda mais com a China coibindo o avanço dos preços da commodity. “O que pode ajudar, no segundo semestre, é a retomada do setor de construção, a começar pela finalização de obras inacabadas”, diz.
Joubert, do Inter, também credita o desempenho negativo da Vale às dificuldades de produção e venda da empresa. “Vimos um primeiro trimestre muito fraco, com vendas ruins, recuperação menor do que se esperava na velocidade de produção. Não acho que a empresa vai conseguir cumprir o ‘guidance’ de vendas, então devemos ver alguma correção.”
Para a estrategista, a ação pode se manter em dificuldades no segundo semestre. “Já houve correção, e acho que até o final do ano não dá para esperar que elas se recuperem muito, porque não deve haver crescimento significativo da China para impulsionar os papéis. Não quer dizer que elas [as ações] vão despencar mais, porque a queda já foi muito forte”, diz. “A ação da Vale estava em quase R$ 100 e chegou a R$ 67.”
Segundo Ojea, da Apex, as perspectivas de crescimento chinês não devem ser revisadas para baixo, mas os setores importantes para as mineradoras têm dinâmica própria. “Para o mercado das metálicas, interessa se ‘real estate’ [imobiliário] e infraestrutura, principalmente o primeiro, voltarão a receber estímulos mais fortes do governo. O foco parece ser terminar obras inacabadas, e não iniciar novos empreendimentos.”
Num horizonte mais longo, ele vê espaço para alta das commodities com a transição energética mundial. Um terço dos carros vendidos na China, destaca, é elétrico.
Para o Ibovespa, índice no qual as commodities têm forte peso, o segundo semestre pode ser positivo para ações ligadas à economia local, dada a possibilidade de ciclo de corte de juros, avalia Joubert. “Já temos um cenário mais benéfico com relação à inflação em comparação com o fim do ano passado. Isso traz um cenário favorável para a economia brasileira”, diz.
Por isso, afirma, setores como construtoras e indústrias podem ser beneficiados com o juro em rota de queda. Entretanto, a estrategista lembra que a temporada de balanços do primeiro trimestre vem mostrando resultados piores que a expectativa do mercado, o que pode causar uma revisão para baixo nos preços das ações.
Infomoney - SP 08/05/2023
Osamu Furukawa já dirigiu muitos carros japoneses em sua empresa de conversão de modelos clássicos movidos a gasolina para propulsão elétrica. Seu favorito, porém, é importado: um SUV movido a bateria da chinesa BYD Auto.
A BYD Auto faz parte de uma onda de exportadores chineses de carros elétricos que estão começando a competir com as marcas ocidentais e japonesas em seus mercados domésticos. Eles trazem tecnologia em rápido desenvolvimento e preços baixos que, segundo o diretor financeiro da Tesla Inc., “são assustadores”.
Furukawa conta que encomendou um ATTO 3 quando foi colocado à venda, em 31 de janeiro, por seus recursos fáceis de usar e seu preço atraente de 4.4 milhões de ienes (R$163 mil), cerca de 25% menos que um Tesla.
“É perfeito”, diz Furukawa em seu escritório, em Yokohama, no sudoeste de Tóquio.
Outros ambiciosos exportadores de veículos elétricos chineses são NIO, Zeekr, do Grupo Geely, e Ora, uma unidade da fabricante de SUVs Great Wall Motors.
Alguns competem em preço. Outros enfatizam o desempenho e os recursos, pressionando as marcas de luxo japonesas e ocidentais.
A NIO Inc., que convenceu os compradores chineses a pagarem preços no nível da Tesla, de até 555.000 yuans (R$405 mil), diz que seu novo SUV estará à venda este ano na Europa. O ES6 traz controles ativados por voz e uma autonomia de 610 quilômetros por recarga.
“Temos muita confiança de que o ES6 competirá no mercado de luxo de SUVs”, diz o fundador e presidente da NIO, William Li, em uma entrevista no Salão do Automóvel de Xangai.
As vendas de veículos movidos a bateria e híbridos de gasolina e eletricidade na China quase dobraram no ano passado, chegando a 6,9 milhões de veículos, metade do total mundial.
Esse aumento foi impulsionado por subsídios de bilhões de dólares oferecidos pelo governo do Partido Comunista, que está tentando tornar a China um criador de energias limpas e outras tecnologias. Isso abala os líderes americanos e europeus, que consideram a China um concorrente estratégico e industrial.
As marcas chinesas são “concorrência séria”, segundo David Leah, analista da empresa de dados GlobalData.
Elas têm “tecnologia de bateria mais competitiva” e conseguem “atingir maior economia de escala”, disse Leah, por e-mail.
A BYD Auto, de propriedade da fabricante de baterias BYD Co., superou a Tesla nas vendas totais em 2022, com 1,9 milhão de veículos. Metade desse total eram híbridos gasolina-eletricidade, ao passo que a frota da Tesla é totalmente elétrica.
“Temos muito respeito pelas montadoras chinesas”, disse o CEO da Tesla, Elon Musk, em uma teleconferência com analistas financeiros em 25 de janeiro. “Eles trabalham mais e trabalham de forma mais inteligente.”
As marcas chinesas estão desenvolvendo veículos elétricos para competir sem subsídios, uma vez que Pequim está transferindo o ônus para a indústria, ao exigir que obtenham créditos ao vender os elétricos. Os preços começam em 100 mil yuans (R$73 mil) por um SUV compacto com autonomia de 400 quilômetros por recarga.
“Os chineses são assustadores”, disse o diretor financeiro da Tesla, Zachary Kirkhorn, na teleconferência com os analistas.
As marcas chinesas de veículos elétricos combinam centros de pesquisa e design nos Estados Unidos e na Europa com fábricas na China.
A Zeekr planeja lançar um sedã e um SUV totalmente elétricos este ano na Holanda e na Suécia. Sua ONU em miniatura, reunindo designers chineses e europeus, fica em Gothenberg, na Suécia, ao lado da Volvo Cars, outra marca do grupo Geely, enquanto suas fábricas estão na China.
“Nossa meta é nos tornarmos atores-chave da mobilidade eletrificada na Europa ainda nesta década”, diz Spiros Fotinos, CEO da Zeekr e veterano da Toyota e da Lexus. Com uma “ambição global clara”, diz, “estamos procurando oportunidades e o momento certo para outros mercados”.
Carlos Tavares, CEO da Stellantis, controladora das marcas Chrysler, Peugeot e FIAT, alertou em janeiro que a Europa precisa de uma estratégia para competir com os preços mais baixos dos chineses. Os veículos elétricos fabricados na Europa custam 40% mais caro que os modelos chineses, segundo Tavares.
“É um cenário desolador”, disse Tavares à revista alemã Automobilwoche. “Mas não precisa ser assim.”
As exportações da BYD Auto quadruplicaram no ano passado, chegando a 55.916 sedãs, SUVs e compactos. A maioria deles foi destinada à Índia, à Tailândia, ao Brasil e a outros mercados em desenvolvimento. A BYD anunciou no ano passado uma venda de 1.000 veículos para a VEMO, do México, para compor a maior frota de táxis elétricos fora da China.
A estatal BAIC, com sede em Pequim, informou que um revendedor da Jordânia encomendou em janeiro 1.000 unidades de seu sedã compacto EU5. A empresa diz que pretende lançar mais dois ou três veículos elétricos na América Latina, no Sudeste Asiático e na Europa.
E os Estados Unidos, o maior e mais rico mercado?
As marcas chinesas de veículos elétricos veem com ressalvas um país de grandes dimensões, que exige investimentos altos em concessionárias e redes de recarga, especialmente enquanto Washington e Pequim estão em conflito sobre segurança, tecnologia e direitos humanos.
“Não é uma tarefa simples”, diz Li, da NIO. “Nossos produtos e serviços precisam estar preparados.”
A BYD Auto está há uma década no mercado americano, vendendo ônibus movidos a bateria, montados em uma fábrica a nordeste de Los Angeles. A empresa “ainda está no processo” de decidir se irá ou não vender SUVs e sedãs para os americanos, segundo informou por escrito em resposta às perguntas feitas.
As tensões políticas “dificultam os lançamentos por uma empresa chinesa, de veículos elétricos ou não” nos Estados Unidos, segundo Leah.
Na Europa, a Ora, do grupo Great Wall, vende seu modelo 03 a partir de 140.000 yuans (R$102 mil). A Ora tenta se destacar entre dezenas de marcas iniciantes comercializando seus carros como projetados para mulheres, suas características físicas e necessidades cotidianas.
“Este é um segundo ou terceiro carro para uma família. Ele pode ser usado por uma esposa ou filha para ir ao trabalho, sair com amigos ou fazer compras”, diz o vice-diretor-geral da Ora, Tan Jian.
Na Europa, a BYD Auto tem parceria com redes de concessionárias no Reino Unido, na Suécia, na Alemanha e na Holanda. A empresa conta que também já entregou carros na Bélgica, na Dinamarca e na Áustria. Ela tem um acordo com a empresa europeia de locação SIXT, que, segundo a BYD, levará à venda de até 100.000 veículos nos próximos seis anos.
No Japão, a BYD Auto planeja ter 100 showrooms até o final de 2025. Seu compacto Dolphin e seu sedã Seal devem chegar ao mercado japonês este ano. A empresa conta que também exportou 4.000 ATTO 3 para a Austrália.
A empresa de Furukawa, OZ Co., converte Fuscas da Volkswagen e outros modelos clássicos, substituindo os motores a gasolina por baterias e motores elétricos. Furukawa conta que dirige seu ATTO 3 todos os dias, e já foi até Osaka, a 400 quilômetros de distância.
O showroom da BYD Auto em Yokohama, que abriu em 2 de fevereiro, está cercado de concessionárias de marcas conhecidas, como Toyota, Nissan, BMW, Volkswagen e Chevrolet.
Um homem casado e pai de um filho conta que chegou a olhar os modelos japoneses, mas comprou um ATTO 3 por seu espaço interno e preço.
“Gosto do carro, é fácil de dirigir”, disse o comprador, que pediu para ser identificado apenas por seu sobrenome, Ohta. “Ele tem tantos recursos bons.”
O pai de Ohta teve uma “reação negativa” sobre a BYD ser uma marca da China, que tem um histórico de relações conflituosas com o Japão. Mas Ohta diz que seu trabalho na indústria de jogos eletrônicos o ensinou a respeitar a inovação chinesa.
“Eles estão lançando produtos excelentes”, diz Ohta. “Tenho respeito pelo país.”
Valor - SP 08/05/2023
Ideia de usar fundo abastecido por petroleiras para investimento em inovação não agrada estatal
A cúpula da Petrobras entrou em rota de colisão com a equipe econômica do governo ao saber que estava em análise o uso de um fundo, abastecido por petroleiras, para custear o programa de renovação de frota de veículos no país, substituindo os mais velhos e poluentes para gerar mais sustentabilidade.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu essa ideia há um mês, mas, de lá para cá, a direção da empresa estatal entrou no circuito para defender que os recursos não sejam utilizados com este fim.
O embate deve atrasar ainda mais a retirada do programa do papel. Agora, os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) trabalham para encontrar uma fonte de financiamento alternativa.
O entorno do ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, é favorável, por exemplo, ao uso de outros fundos que estariam sendo subutilizados pela União, mas não há consenso sobre qual deles poderia bancar o novo programa.
O governo estuda também qual deve ser o principal foco dessa política pública, se apenas carros ou se incluiria também caminhões.
O que se sabe, até o momento, é que seria uma forma de incentivar uma “transição ecológica” das frotas em circulação no país. Nas palavras de Haddad, o objetivo seria promover a troca de carros muito velhos, “que precisam ser tirados de circulação”, mediante indenização “para que a frota seja renovada em proveito do meio ambiente”.
Não está definido, entretanto, qual é o tamanho da frota que poderia ser substituída por meio desse incentivo, muito menos qual o aporte que o governo precisaria fazer para tornar favoráveis as condições.
Quando comentou sobre o assunto há um mês, Haddad explicou apenas que os técnicos do Ministério da Fazenda estudarão a proposta e ressaltou que o dinheiro estaria “segregado”, portanto não envolveria novos gastos. Os recursos a que se referia na ocasião, porém, eram justamente os que pertencem ao fundo abastecido pelas petroleiras, ideia que, segundo o Valor apurou, não agradou a dirigentes da Petrobras.
O fundo em questão existe porque, atualmente, os contratos de concessão a petroleiras preveem a destinação de recursos da produção para pesquisa e inovação, para estimular novas tecnologias no setor. O valor destinado a esse fundo varia de 0,5% a 1% da receita bruta da produção dos campos que pagam.
Em dezembro, o governo do então presidente Jair Bolsonaro regulamentou o programa Renovar, por meio de decreto. A proposta original previa a substituição exclusiva de caminhões, implementos rodoviários, ônibus, micro-ônibus, vans e furgões com mais de 30 anos de fabricação, por meio de um fundo formado por recursos de empresas de combustíveis.
Apesar do estágio inicial das discussões, Alckmin vem mantendo contato próximo com o setor automobilístico. Somente nas últimas semanas, ele se reuniu, por exemplo, com representantes de Hyundai, Renault e GWM, a maior montadora privada da China.
Isso porque também é intenção da equipe de Alckmin prorrogar, com aperfeiçoamentos, o programa Rota 2030, que se encerra no fim de junho. Criado em 2018, concede à indústria automobilística descontos em impostos, desde que haja investimentos em inovação tecnológica. A renúncia fiscal envolvida no programa é de R$ 4,4 bilhões. Questionada sobre o tema, a Petrobras respondeu que “não é seu papel definir políticas setoriais, ou se posicionar sobre políticas de governo”.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad — Foto: José Cruz/Agência Brasil
Diário do Aço - MG 08/05/2023
A conclusão da pavimentação da MG-760, que inclui o trecho que liga o distrito de Cava Grande, em Marliéria, ao município de São José do Goiabal e à BR-262, está cada vez mais próxima. Conforme o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), até o fim de maio o serviço de pavimentação será concluído. A empresa responsável pelas obras é a Tamasa Engenharia.
Em nota enviada ao Diário do Aço, o DER-MG informou que no fim deste mês a pavimentação da MG-760 estará concluída e continuarão em andamento os serviços de drenagem, revegetação e sinalização. “Os serviços de restauração da MG-320 serão concluídos até o fim do contrato, com a previsão para o segundo semestre”, afirmou o departamento.
Conforme apurado pelo Diário do Aço, dos 57 quilômetros que serão pavimentados na MG-760, restam apenas 2,5 quilômetros. Além disso, seis quilômetros da MG-320 receberão asfalto novo e a pista será alargada.
Vale ressaltar que um trecho da MG-320 é que faz a ligação entre a MG-760 e BR-262.
Promessa antiga
O custo total da obra foi estimado em mais de R$ 110 milhões. Os recursos para a obra são provenientes de um acordo com a Fundação Renova, como compensação pelos danos causados com o rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana, em 2015. O acordo permitiu que o serviço, que teve uma parada em novembro de 2018 por falta de recursos, fosse retomado em abril de 2021. Desde então, o asfaltamento que tinha parado no povoado de Santo Antônio da Mata avançou.
Ordens de serviço
A primeira ordem de serviço para a pavimentação da MG-760 foi assinada nos anos 1980, pelo então govenador Newton Cardoso, porém, a obra acabou parando. Em 2013, Antonio Anastasia (PSDB) assinou novamente a ordem de serviço, que foi suspenso por causa de adequações ambientais. Já em julho de 2017, o então governador Fernando Pimentel (PT) assinou a terceira ordem de serviço para a retomada das obras de pavimentação da rodovia que liga as regiões do Vale do Aço e Zona da Mata, entre o distrito de Cava Grande, em Marliéria, e São José do Goiabal. Desde então, a obra já foi paralisada e retomada algumas vezes, sendo esperada com muita expectativa pela sociedade.
Variante Timóteo fica para depois
Concluída a pavimentação do trecho entre Cava Grande e a BR-262, agora a preocupação é com a construção da variante Timóteo, estrada que precisará ser construída, entre Cava Grande e o bairro Limoeiro, para a retirada do tráfego pesado de dentro da sede de Timóteo. A variante deverá ter ligação com o torno rodoviário da BR-381. Será necessária porque as ruas estreitas e a encosta da avenida Acesita, entre os bairros Ana Rita e Bela Vista não têm condições de suportar o tráfego rodoviário.
O Estado de S.Paulo - SP 08/05/2023
O ministro dos portos e aeroportos, Marcio França, disse nesta sexta-feira, 5, que a privatização do Porto de Santos e de outras autoridades portuárias pelo País estão fora de cogitação. Segundo França, as tentativas do governo anterior nesse sentido foram um “devaneio”.
O ministro disse, ainda, que pretende lançar a concorrência para a construção do túnel Santos-Guarujá entre o fim desse ano e início de 2024, obra que será financiada com recursos só próprio porto. França deu as declarações em visita ao Porto do Rio, no fim da manhã desta sexta.
O ministro argumentou que portos são ativos estratégicos para a economia nacional, que não podem ser concedidos a empresas estrangeiras, muitas delas estatais, que poderiam interferir na dinâmica de exportações do Brasil, concorrentes às de seus países.
“Isso (privatizar o Porto de Santos) está fora de cogitação. Foi um certo devaneio”, disse França.
O ministro citou o exemplo da concessão portuária que aconteceu no Espírito Santo, onde as tarifas teriam sido aumentadas em 1.580%, gerando uma enxurrada de reclamação dos usuários, lista que inclui a mineradora Vale.
Túnel Santos-Guarujá
Sobre Santos, especificamente, França falou em adaptar o plano de condicionar uma eventual concessão à construção do túnel Santos-Guarujá. O atual governo pretende abrir a concorrência para a construção do túnel entre o fim desse ano e o começo de 2024 e, após ter a estrutura construída, conceder sua operação.
“Vamos colocar publicada a concorrência do túnel esse ano ou no começo do ano que vem, sem precisar vender o Porto e com recursos do Porto. Era inocente a ideia de vender os portos”, afirmou. “A obra será pública (do Túnel) e depois de pronto será concedido para alguém administrar”, afirmou.
Integrar portos e cidades
Segundo França, uma das motivações para a sua visita às instalações do Porto do Rio é verificar as possibilidades para aumentar a integração desse porto com a cidade e seus habitantes, o que ele considera mais fácil em função da proximidade com o centro da cidade.
“Vamos buscar essa integração da cidade com o Porto. Vamos levar o modelo para todo o Brasil, Santos, Salvador, Natal, Belém. Queremos que as pessoas, as donas da cidade, possam olhar os navios, as docas, tenham uma experiência gastronômica”, afirmou.
Segundo França, 850 mil pessoas devem passar pelos portos do País esse ano, um número que é metade do que já foi alcançado anos atrás. “Essa volta é lenta, não é rápida”, disse.
França destacou o fato de o Rio ter uma das primeiras reformas de Porto relevantes do País. “Aqui há galpões bem arrumados, e queremos que tenham outras ocupações, como as artística e gastronômicas”, disse.
O ministro também citou a possibilidade de se fomentar um mercado de navios com passeios internos a cidade e mais constantes, em que as pessoas possam fazer passeios de até seis horas a um tíquete médio acessível, bem abaixo dos cruzeiros tradicionais.
Os estudos para a privatização do Porto de Santos foram feitos na gestão do então ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, hoje governador do Estado de São Paulo. Procurado para falar sobre o assunto, ele não se pronunciou sobre as declarações de França. Mas, em recentes entrevistas, o governador continua apoiando a privatização.
Segundo ele, o que está em jogo é a competitividade do porto, responsável por mais de 30% do fluxo de comércio exterior do Brasil. A privatização, diz Tarcísio, traz a oportunidade de mobilizar capital em pouco tempo para o aprofundamento do canal, mobilização das áreas adjacentes até Cubatão e expansão de um para quatros berços voltados para o turismo.
O Petróleo - SP 08/05/2023
A gigante brasileira de petróleo, Petrobras, lançou uma concorrência para afretar quatro sondas de perfuração em águas profundas, atraindo nada menos que 46 propostas. Com um prêmio estimado em US$ 2 bilhões, a competição está acirrada e reforça a retomada do setor petrolífero no Brasil.
Expansão da exploração em águas profundas
A Petrobras tem intensificado seus esforços para expandir a exploração de petróleo em águas profundas, especialmente no pré-sal. Essas áreas são conhecidas por serem altamente produtivas e apresentarem grandes reservas de petróleo e gás natural. O afretamento das quatro sondas faz parte dessa estratégia, visando aumentar a capacidade de perfuração da empresa e acelerar a produção.
Luxuosa embarcação com propulsão elétrica e alcance transatlântico é revelada
Detalhes do contrato
O contrato prevê o afretamento de quatro sondas de perfuração em águas profundas por períodos de três anos cada. A expectativa é de que as sondas comecem a operar entre 2024 e 2025, contribuindo significativamente para os objetivos de produção da Petrobras nos próximos anos. As empresas que apresentarem as propostas mais competitivas em termos de tecnologia, segurança e custo serão as vencedoras da disputa.
Empresas participantes e impacto no setor
A corrida pelo contrato de US$ 2 bilhões atraiu empresas nacionais e internacionais, mostrando o interesse crescente no setor de petróleo e gás brasileiro. A disputa também destaca a retomada do mercado petrolífero, que passou por momentos de instabilidade nos últimos anos.
Investimentos e benefícios para o Brasil
O investimento em novas sondas de perfuração e a intensificação da exploração em águas profundas têm o potencial de impulsionar a economia brasileira. Além dos recursos diretos gerados pela produção de petróleo e gás, há também expectativa de aumento na criação de empregos e no desenvolvimento tecnológico do país.
Valor - SP 08/05/2023
Na semana, o WTI acumulou perda de 7,09% e o Brent, de 6,26%, na segunda pior semana para a commodity em 2023
O petróleo fechou em alta expressiva nesta sexta-feira (5), ao redor de 4%, puxado por um movimento de recuperação, após uma semana amplamente negativa, e impulsionado por um relatório de empregos dos Estados Unidos (o chamado "payroll") forte, em abril. A desvalorização do dólar no exterior também apoiou a commodity hoje.
O barril do petróleo WTI, a referência americana, com entrega prevista para junho avançou 4,05%, a US$ 71,34, e o do Brent, a referência global, para julho escalou 3,86%, a US$ 75,30.
Na semana, contudo, o WTI acumulou perda de 7,09% e o Brent, de 6,26%. Essa é a segunda pior semana para o petróleo em 2023, atrás apenas de um período em meados de março, quando a commodity recuou cerca de 13% e teve sua pior semana em quase três anos.
O analista-sênior de mercados Edward Moya, da Oanda, considera que o petróleo atingiu um piso nas últimas sessões, e, por isso, o apetite dos investidores aumentou nesta sexta. “Os fundamentos do petróleo para a oferta ainda são um pouco pessimistas, mas as expectativas são de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) cuidarão disso na reunião do mês que vem sobre a produção”, comenta Moya, que também credita a força do petróleo ao forte “payroll” de abril.
Segundo o indicador, a economia americana criou 253 mil empregos no mês passado, acima do esperado, enquanto a taxa de desemprego contrariou a expectativa e recuou a 3,4%. Parte da forte abertura de vagas foi compensada por revisões dos relatórios de fevereiro e março, que retiraram 149 mil empregos em relação às estimativas anteriores.
A sessão de hoje, portanto, encerra em nota positiva uma semana amplamente negativa para o petróleo. Temores de que a crise bancária americana enfraqueça mais a atividade da maior economia do mundo e o aumento de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) foram os principais pontos a pesarem sobre a perspectiva da commodity energética nos últimos dias.
Ainda é incerto se o aumento dos preços, hoje, foi “apenas uma cobertura a descoberto ou uma compra real na esperança de que os preços tenham chegado ao fundo do poço”, comenta Fawad Razaqzada, analista de mercado da StoneX. “Se tivermos alguma confirmação, isso certamente melhoraria as perspectivas para o petróleo, especialmente à luz dos grandes cortes de oferta da Opep e da queda nos estoques de petróleo dos EUA”, completa.
O Petróleo - SP 08/05/2023
A América Latina é uma das regiões mais ricas em recursos naturais do mundo, e isso inclui uma quantidade significativa de reservas de petróleo. Neste artigo, exploraremos os cinco países latino-americanos com as maiores reservas de petróleo e discutiremos a importância dessas reservas para a economia global e a segurança energética. Os países analisados são: Venezuela, Brasil, México, Argentina e Colômbia.
1. Venezuela: Líder incontestável em reservas de petróleo
A Venezuela é o país com as maiores reservas de petróleo do mundo, estimadas em 303,2 bilhões de barris, de acordo com dados da BP Statistical Review of World Energy 2021. As reservas da Venezuela estão concentradas principalmente na Faixa do Orinoco, uma vasta área rica em petróleo pesado e extrapesado.
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Apesar de suas vastas reservas, a indústria petrolífera venezuelana enfrenta uma série de desafios, como a deterioração das infraestruturas, a falta de investimento e as sanções internacionais. Esses fatores têm contribuído para a queda na produção de petróleo do país, que registrou uma média de 434.000 barris por dia em 2020, muito abaixo dos 3,5 milhões de barris por dia na década de 1990.
2. Brasil: Gigante emergente no setor de petróleo
O Brasil ocupa o segundo lugar na lista dos países latino-americanos com as maiores reservas de petróleo, com 12,9 bilhões de barris. As reservas brasileiras estão concentradas principalmente na região do pré-sal, uma camada de rochas porosas abaixo do leito marinho que se estende desde a Bacia de Santos até a Bacia de Campos.
A Petrobras, empresa estatal brasileira, tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento dos campos do pré-sal e na expansão da produção de petróleo do país. Em 2020, o Brasil produziu uma média de 2,94 milhões de barris por dia, tornando-se o 10º maior produtor de petróleo do mundo.
3. México: História de sucesso na abertura do setor energético
O México é o terceiro maior detentor de reservas de petróleo na América Latina, com cerca de 8,5 bilhões de barris. A maior parte das reservas mexicanas está localizada no Golfo do México e no campo petrolífero de Cantarell, que já foi um dos maiores do mundo.
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A reforma energética de 2013 no México abriu o setor de petróleo e gás do país ao investimento estrangeiro, o que tem impulsionado a exploração e a produção. Em 2020, a produção mexicana de petróleo foi de aproximadamente 1,7 milhão de barris por dia.
4. Argentina: Potencial petrolífero na formação Vaca Muerta
A Argentina ocupa o quarto lugar na lista dos países latino-americanos com as maiores reservas de petróleo, com cerca de 2,9 bilhões de barris. A maior parte das reservas de petróleo argentinas está localizada na formação Vaca Muerta, uma das maiores formações de xisto do mundo, que abrange as províncias de Neuquén, Mendoza, La Pampa e Río Negro.
A formação Vaca Muerta tem atraído investimentos de grandes empresas petrolíferas, como a Chevron e a ExxonMobil, que buscam aproveitar o potencial do xisto argentino. A produção de petróleo na Argentina tem se mantido estável nos últimos anos, com uma média de 480.000 barris por dia em 2020.
5. Colômbia: Reservas de petróleo em declínio, mas com potencial para recuperação
A Colômbia é o quinto maior detentor de reservas de petróleo na América Latina, com cerca de 2 bilhões de barris. As reservas colombianas estão principalmente na Bacia do Magdalena e na Bacia do Cesar-Ranchería.
Nos últimos anos, a produção de petróleo na Colômbia tem diminuído devido ao declínio nas reservas, problemas de segurança e questões ambientais. No entanto, o governo colombiano tem implementado políticas para atrair investimentos e impulsionar a exploração de novas áreas, como a Bacia do Pacífico e a Bacia do Llanos Orientales. Em 2020, a produção de petróleo na Colômbia foi de aproximadamente 780.000 barris por dia.
O Petróleo - SP 08/05/2023
A Petrobras, petrolífera estatal brasileira, informou esta semana que sua produção de petróleo bruto durante o primeiro trimestre de 2023 caiu 4% em comparação com o mesmo período do ano anterior. A empresa citou a venda de alguns ativos e a deterioração natural de campos antigos como os principais motivos para a queda na produção.
Produção de petróleo bruto e gás natural
De acordo com a Petrobras, a empresa bombeou 2,141 milhões de barris por dia (bpd) entre janeiro e março, em comparação com 2,231 milhões de bpd no mesmo período do ano anterior. A empresa informou que incluindo a produção de gás natural, a produção diária média de petróleo equivalente da gigante brasileira do petróleo foi de 2,676 milhões de barris no primeiro trimestre.
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No entanto, em comparação com o quarto trimestre, a produção de petróleo aumentou 1,4%, impulsionada pela produção do pré-sal. A Petrobras afirmou que cerca de 77% de sua produção total de petróleo no período veio dos campos de pré-sal do Brasil na costa atlântica sudeste do país.
Produção em águas profundas e ultra profundas
Por outro lado, a produção em águas profundas e ultra profundas do pós-sal caiu 18% em relação aos primeiros três meses do ano passado. Isso ocorreu principalmente devido ao fechamento de duas plataformas e à venda dos campos de petróleo Albacora Leste e Papa-Terra. A Petrobras também citou a queda natural da produção como um dos motivos.
Novos poços na Bacia de Campos
A Petrobras informou que esses efeitos foram parcialmente compensados pelo início da produção de quatro novos poços na Bacia de Campos. A empresa sediada no Rio de Janeiro disse que as vendas de petróleo, gás e derivados ficaram em linha com o ano anterior, em 3,06 milhões de barris de óleo equivalente por dia.
Taxa de utilização total do parque de refino
A taxa de utilização total do parque de refino da Petrobras atingiu 85%, um ponto percentual abaixo do trimestre anterior. A empresa apontou paradas programadas em três refinarias como o principal motivo para essa queda.
Petrobras surpreende ao anunciar redução de 8,1% no preço do gás natural
Em resumo, a Petrobras relatou uma queda na produção de petróleo bruto no primeiro trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior. A venda de alguns ativos e a deterioração natural de campos antigos foram citados como os principais motivos para a queda na produção. No entanto, a produção de petróleo bruto aumentou em comparação com o quarto trimestre, impulsionada pela produção do pré-sal e compensada parcialmente pelo início da produção de quatro novos poços na Bacia de Campos. A empresa também afirmou que as vendas de petróleo, gás e derivados ficaram em linha com o ano anterior.
Valor - SP 08/05/2023
Petroleira foi a primeira a implementar o contrato “spot” no Brasil, modalidade feita sob medida para cada cliente e que dá mais flexibilidade à negociação
Carolina Bunting, gerente de vendas da Shell Energy Brasil, afirma que o mercado de gás natural no país, no futuro, ainda precisa se abrir muito mais que hoje — Foto: Carol Carquejeiro/Valor
A abertura do mercado de gás no Brasil, por meio da Lei do Gás, em 2021, trouxe maior competitividade para o setor e a promessa de que os novos entrantes terão oportunidades que antes pareciam exclusivas da Petrobras, que dominava a indústria. Com os caminhos mais livres e a redução das incertezas na área, a Shell viu a oportunidade de trazer ao Brasil modelos de negócios que antes costumava operar somente nos Estados Unidos e na Europa.
A companhia anglo-holandesa foi a primeira a implementar o contrato “spot” de gás no Brasil, modalidade feita sob medida para cada cliente e que dá mais flexibilidade à negociação. Pode incluir, por exemplo, um tempo mais curto de fornecimento. “Com o novo tipo de contrato, que chamamos de master sales agreement, ou MSA [um acordo de vendas guarda-chuva, em livre tradução], ficam pré-acordados princípios comerciais e jurídicos para que não se passe muito tempo discutindo elementos que não são necessariamente core do acordo”, explica Carolina Bunting, gerente de vendas e originação da Shell Energy Brasil, divisão da Shell para gás natural, energia renovável e energia elétrica.
Estamos com participação ativa no mercado spot. Os MSA já são 10%”
— Carolina Bunting
Agora a expectativa da companhia é aumentar a implementação desse tipo de contrato no país, diz Bunting: "Estamos participando ativamente do mercado spot. Os MSA hoje compõem cerca de 10% do portfólio. Prevemos que com o desenvolvimento do mercado, este número deve aumentar à medida que crescer."
A Shell foi a primeira companhia a operar esse tipo de contrato no Brasil, em 2021, e Bunting é quem está à frente desse tipo de negociação. O MSA, afirma a executiva, pode ser um contrato de uma só página que pode prever o começo do suprimento no dia seguinte ao acordo.
Entre os acordos feitos, a Shell cita parceria com a Gerdau. Nesse caso, a petroleira buscou fornecedores parceiros para fazer o transporte. O fornecimento durou apenas quatro dias e foi o primeiro em que apenas empresas privadas operaram em uma mostra do potencial e da flexibilidade do mercado aberto de gás, diz Bunting. A Gerdau confirmou a parceria com a Shell Energy nesse contrato.
Antes de 2021 os contratos no setor de gás costumavam ser feitos no modelo acordo de venda de gás (GSA, na sigla em inglês), que estipulava volume, preço e as demais condições comerciais, com uma duração de um ano ou mais. Segundo Bunting, as negociações duravam, em geral, seis a oito meses e era preciso fazer um novo contrato caso qualquer mudança fosse necessária. “Essa estrutura antiga fazia sentido para acordos que fossem diferentes, mais complexos ou com prazo maior. Já o MSA traz agilidade, inovação”, afirma.
Para começar a operar o MSA no Brasil, a Shell uniu a experiência que tinha nos mercados americano e europeu e a adaptou à realidade brasileira. “É um contrato robusto e muito focado na realidade do mercado local”.
Na visão de Bunting, o que tem dificultado o aumento da implementação tem sido as leis estaduais em relação ao mercado livre, o que, segundo ela, precisa ser simplificado. Com a perspectiva de que o mercado continue se abrindo, a executiva constata que a demanda é cada vez maior por esse tipo de acordo na companhia, o que também tem estimulado a entrada de players menores.
“A Shell tem 110 anos no Brasil e investimos bastante aqui. Acreditamos que esse tipo de acordo é algo que ajuda no desenvolvimento do país, trazendo mais segurança energética e flexibilidade. O mercado de gás ainda deve abrir muito mais, precisamos simplificar a migração para esses projetos”, diz Bunting.
Valor - SP 08/05/2023
Produção de petróleo no país em março foi de 3,115 milhões de barris por dia
A produção nacional de petróleo e gás no Brasil em março foi de 3,987 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/dia), informou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta sexta-feira (5).
A produção de petróleo no país em março foi de 3,115 milhões de barris por dia (barris/dia), recuando 4,5% na comparação com fevereiro e avançando 4,5% frente a março de 2022.
A extração de gás natural teve queda de 5,5% ante fevereiro deste ano, para 138,531 milhões de metros cúbicos por dia (m³/dia), mas aumentou 3,0% em relação a igual mês no ano passado.
"Os principais motivos para a queda da produção foram as paradas programadas nas unidades de produção Petrobras 77 (jazida de Búzios) e FPSO Guanabara (jazida de Mero), no pré-sal da Bacia de Santos", disse a ANP, em comunicado.
Pré-sal
A produção no pré-sal em março foi de 3,007 milhões de boe/dia, o que correspondeu a uma redução de 8% ante fevereiro e a um crescimento de 4,6% na comparação anual.
Foram produzidos 2,363 milhões de barris diários (barris/dia) de petróleo e 102,43 milhões de m³/dia de gás natural por meio de 142 poços. A produção do pré-sal correspondeu a 75,4% do total extraído no Brasil.
O campo de Tupi, localizado da Bacia de Santos, foi o maior produtor de petróleo e gás no pré-sal, registrando 850,44 mil barris/dia de petróleo e 40,55 milhões de m³/dia de gás natural, ainda de acordo com a ANP.
O Estado de S.Paulo - SP 08/05/2023
As principais montadoras brasileiras ainda não superaram a escassez de peças e componentes que se iniciou na pandemia. Nos bastidores da Agrishow, alguns executivos relatam retorno de 80% do fornecimento, mas problemas pontuais que ainda impedem que as máquinas possam ser entregues. Ao Estadão/Broadcast, a diretora de Assuntos Governamentais da AGCO e vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Ana Helena Andrade, afirmou que a expectativa do setor é de que esses gargalos na cadeia sejam solucionados ainda em 2023.
As representantes das indústrias de máquinas agrícolas John Deere, Case IH e Fendt relataram, no evento, ainda enfrentar resquícios da pandemia, em diferentes níveis. A Fendt afirmou que atende “perto da normalidade”. “Praticamente todos os fornecedores de peças nos atendem e a fábrica já tem conseguido trabalhar sem muita dificuldade”, afirmou o diretor da Fendt América do Sul, José Henrique Galli.
A John Deere considera que os problemas “ainda não foram 100% superados”. “Chegamos a trazer quatro a cinco voos charter com peças e componentes na pandemia. Não estamos nesses patamares mais, mas ainda não é possível dizer que está 100%”, afirmou o diretor de vendas da John Deere, Marcelo Lopes.
Já a Case IH ressalta que o número de fornecedores críticos diminuiu, mas a operação está 80% normalizada. “O que ainda não normalizou ainda foi logística. Estamos no caminho”, disse o vice-presidente da empresa na América Latina, Christian Gonzalez.
Ao Estadão/Broadcast, a vice-presidente da Anfavea ressaltou que o segmento de semicondutores é um dos que estão sendo mais afetados no momento. Segundo ela, os gargalos ainda geram conturbações na produtividade, mas já estão longe do nível de um ano atrás. “Antes você tinha falta absoluta e agora temos gargalos pontuais”, explicou.
Segundo a executiva, essas interrupções não impedem a produção, mas, ao mesmo tempo, não permitem a entrega imediata. “Por várias vezes vimos máquinas aguardando um componente final nos estoques. Para a indústria é muito difícil administrar isso, por conta de espaço para estocar máquinas e condições para voltar o equipamento para a linha de produção e para as inspeções de qualidade, quando o componente chega”, completou.
Valor - SP 08/05/2023
Resultado líquido da fabricante de máquinas agrícolas foi de US$ 486 milhões no período
A fabricante de máquinas agrícolas CNH Industrial, dona das marcas Case e New Holland, entre outras, fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de US$ 486 milhões. O resultado foi 150% maior do que o do mesmo período do ano passado.
A receita da empresa, por sua vez, aumentou 15%, para US$ 5,3 bilhões. No segmento agrícola, o principal dos negócios da companhia, as vendas subiram 16% no primeiro trimestre e chegaram a US$ 3,9 bilhões.
Segundo a CNH, a melhora dos resultados deveu-se à combinação de preço alto, crescimentos dos volumes de vendas e ao mix favorável de comercialização.
Sucesso no Campo - GO 08/05/2023
Em apenas três dias da atual edição da Agrishow – que ainda está em curso – a JCB, empresa global de máquinas da linha amarela e uma das líderes deste setor no Brasil, superou em vendas os resultados da edição 2022 da feira. A gigante britânica acredita que, até o final da presente edição, deverá atingir recorde histórico de comercializações.
No segundo dia feira, a companhia, que ano a ano tem se consolidado no segmento agro, já havia vendido 60% de tudo o que comercializou no ano passado. Mas ao final da quarta-feira (03), a JCB já apontara que foram comercializadas 5% a mais que em 2022.
Adriano Merigli, presidente da JCB para a América Latina (foto) fala dos resultados e mostra otimismo. “Inicialmente, tínhamos a expectativa de que superaríamos em 47% a performance de 2022. Mas o balanço parcial aponta que iremos além em 2023. Acreditamos que a sexta-feira, último dia da feira, será – ao contrário das edições anteriores – também um dia de conversão de negócios”, comemora.
Atualmente, 20% de todas as vendas da JCB no Brasil são para o segmento agro; ou seja, de cada cinco máquinas comercializadas, uma é para ser utilizada nas mais diversas atividades do setor. No mundo, a cada duas retroescavadeiras vendidas, uma é JCB. A empresa, que investe continuamente em tecnologia, resultando em alta produtividade das máquinas que produz, trouxe para a Agrishow 2023 seus mais recentes lançamentos.
Destaque para os manipuladores Loadall modelos 530-70, 530-110 e 541-70 e para a miniescavadeira 19C-IE, a primeira 100% elétrica. Também apresenta modelos tradicionais de retroescavadeiras (as quais é líder de mercado), pás carregadeiras, escavadeiras e minicarregadeira, além de acessórios originais que podem ser instalados em máquinas de outras marcas.
Merigli finaliza: “A JCB ‘nasceu’ agro, pois quando Joseph Cyril Bamford (fundador da fabricante e cujas iniciais dão nome a ela), inventou a retroescavadeira, o fez buscando uma solução para o setor”.
IstoÉ Dinheiro - SP 08/05/2023
O presidente da Câmara de Máquinas Agrícolas da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Pedro Estevão, considerou “altamente positiva” a destinação pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) de R$ 200 milhões para complementar o Plano Safra 2022/2023. Segundo ele, a entidade ainda deve analisar os detalhes da operação, mas comemora a novidade. “Temos que reconhecer a sensibilidade do governo com esta demanda do agronegócio”, disse ele.
Na última semana, em reunião na Frente Parlamentar da Agropecuária, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, havia dito que o governo estava “em vias de” anunciar a suplementação de recursos. No entanto, a proposta estudada entre os Ministérios da Agricultura e da Fazenda era de R$ 1,030 bilhão para a equalização do atual Plano Safra, que se encerra em 30 de junho. A cifra vinha sendo negociada entre Fávaro e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desde o início de março.
O montante anunciado hoje, de R$ 200 milhões, deve permitir a equalização de aproximadamente R$ 8,4 bilhões para aplicação imediata nos programas de financiamento do Moderfrota, em irrigação, em pré-custeio e custeio, e demais investimentos, segundo o ministério. A adição ao plano era uma frequente requisição do setor e diversos executivos do segmentos mencionaram o “vai-não-vai” da suplementação durante a principal feira de tecnologia agrícola do País, a Agrishow, que ocorreu na última semana em Ribeirão Preto (SP).
Ontem, em coletiva de imprensa para apresentação dos resultados da Agrishow, o presidente do Conselho de Administração da Abimaq, Gino Paulucci, afirmou que o adicional deveria ser anunciado “em horas ou logo no começo da (próxima) semana”. Paulucci disse que o fato de o anúncio não ter ocorrido durante a feira não atrapalhou os negócios. Segundo ele, os agricultores não deixaram de fazer pedidos aos bancos e, com um adicional do Plano Safra, esperava-se que esses negócios prospectados se tornassem viáveis.
Forbes Brasil - SP 08/05/2023
“O cliente pode ser pequeno ou grande, mas ele precisa ter uma mentalidade na tecnologia. Ele busca na tecnologia o retorno que ela dá”, diz Christian Gonzalez, vice-presidente da Case IH para as Américas do Sul, Central e Caribe, uma das maiores fabricantes de máquinas agrícolas que pertence ao grupo multinacional CNH Industrial. “Isso gera todos os nossos investimentos.” À frente de um time gigante de técnicos, Gonzalez comandou os trabalhos de um dos principais momentos da marca, todos os anos: a participação na Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, que começou no dia 1 de maio e terminou nesta sexta-feira (5).
Entre 2019 e 2021, o grupo investiu globalmente em novas estruturas e tecnologias US$ 2,2 bilhões, destinando para o período de 2022 a 2024 mais US$ 4 bilhões (cerca de R$ 22 bilhões na cotação atual). No final da tarde de hoje, os organizadores da Agrishow informaram um volume recorde de R$ 13,290 bilhões em negócios gerados e intenções de compra em máquinas agrícolas, de irrigação e de armazenagem, em relação à feira de 2022, com R$ 11,243 bilhões. O crescimento foi de 18,2%.
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No caso da Case IH, Gonzalez parece ter um mantra sobre as apostas da marca em digitalização e produtividade, tomando por base a conectividade, a IA (inteligência artificial), a automação e a eletrificação dos processos nas lavouras. Insumos com todas essas ferramentas foram mostradas na Agrishow. “Softwares e hardwares estão internalizando tecnologias”, diz o executivo. “Neste ano, 100% de nossas máquinas já estão saindo de fábrica conectadas. Não é uma opção.”
Até 2024, a frota de máquinas conectadas e da marca, como tratores, colheitadeiras, entre outras, deve chegar a 50 mil operando no Brasil. Um ranking global da Case IH coloca o Mato Grosso como o estado que mais adota tecnologias entre os top 5, o dobro do segundo lugar, o estado do Illinois, seguido do Arkansas, ambos nos EUA. “A gente dizia que o Brasil ia ser um dos pioneiros e isso estamos vendo agora, na prática”, afirma Gonzalez.
Do mesmo grupo, a CNH Industrial, o italiano Carlo Lambro, presidente da New Holland Agriculture e CEO da CNH Industrial naquele país, é figura constante na Agrishow e neste ano não foi diferente. Nos próximos dois anos, a New Holland deve colocar no mercado novos 50 produtos, entre 10 e 15 por ano. No último período, a marca investiu US$ 900 milhões em soluções tecnológicas visando conectividade, automação e energias limpas, como tratores a biometano.
No ano passado, a marca vendeu globalmente 150 mil tratores, 8 mil colheitadeiras e 15 mil enfardadeiras de feno. “O Brasil está se tornando o primeiro mercado de colheitadeiras no mundo para a marca”, diz Lambro.
Eduardo Kerbauy, vice-presidente da New Holland para a América Latina, lembra de um tempo hoje remoto para o agro. “Quando se falava em piloto automático parecia algo quase inacessível e hoje ele é standard”, afirma ele. Questionado qual a próxima tecnologia que se tornará padrão, ele é rápido na resposta: “telemetria vai ser padrão, basta ver a quantidade de centros de inteligência para o agro”. Outras tendências nesse rumo são o metaverso e a tokenização para os grãos.
Para a norte-americana John Deere, do grupo Deere & Company, o aumento da conectividade do campo, sob a sua batuta no Brasil, está ligado ao esforço para que os produtores se engajem no projeto Campo Conectado, uma colaboração com a Claro e a startup SOL que visa a adoção da chamada agricultura 5.0. De acordo com a empresa, já foram entregues 4 milhões de hectares de cobertura 3G e 4G no país e há outros 3 milhões em negociação.
Campo está mudando as suas demandas
Na Massey Fergusson, o executivo Luis Felli , vice-presidente e head global da AGCO Corporation, que também é dona de marcas fortes no agro, como Valtra e Fendt, disse na Agrishow que há uma mudança nítida no mercado de máquinas. Não por acaso, o Brasil foi alvo de investimentos da ordem de R$ 340 milhões em infraestrutura, o que fez a marca sair do patamar de 14 mil máquinas fabricadas localmente em 2019, para 29 mil máquinas no ano passado. “Aumento do número de máquinas é importante, mas o tamanho hoje importa”, afirma.
Felli diz que os motivos da procura dos produtores por máquinas mais robustas, como colheitadeiras, tratores e pulverizadores, são dois: se o produtor pode fazer o serviço com uma, ele economiza; e as segundas safras, que no Centro-Oeste é uma realidade, agora avançam para áreas do Matopiba (região que compreende o encontro dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), que compreende 337 municípios, 31 microrregiões e cerca de 73,1 milhões de hectares. “Hoje, a segunda safra no Piauí e Tocantins vem crescendo e não vai parar”, aposta Felli, que também é diretor de vendas da Fendt no Brasil, marca que desembarcou no Brasil em 2019.
A Fendt, que está indo também para o Paraguai, chegou ao Brasil trazendo uma das maiores colheitadeiras do mercado e, segundo seus executivos, é a maior em operação no país, ao custo de cerca de R$ 4,5 milhões. Fábio Dotto, diretor de produto da Fendt e Valtra, afirma que, embora neste momento haja uma redução dos preços da commodities, principalmente na soja, a safra de grãos deve bater recorde em 2022/23, com 330 milhões de toneladas, e já está posto novo recorde para 2023/24.
“Janelas curtas pedem equipamentos eficientes”, afirma o executivo. “Entre produtividade e custo, tudo que fica no meio é margem. Toneladas por hectare, hora/dia de máquina parada pesam.” A Fendt, por exemplo,está investindo neste ano e no próximo R$ 1 bilhão para sair de 22 lojas e chegar a 40 lojas, além da aposta nas operações on line. No caso da Valtra, no país desde os anos 1960, Dotto diz que a estimativa é sair dos atuais 168 pontos de vendas, para 200, nos próximos três anos. “As tecnologias estão chegando mais rapidamente e nos últimos anos estamos muito atentos à experiência do cliente na sua adoção”, afirma.
Valor - SP 08/05/2023
Setor mostra desempenho expressivo, contribuindo para um crescimento um pouco mais forte da economia brasileira neste ano
Sergio Vale: safra recorde de grãos ajuda a manter a renda agropecuária elevada, num ano sem o impulso dos preços e do câmbio — Foto: Claudio Belli/Valor
A renda agropecuária no Brasil deve atingir R$ 1 trilhão em 2023, com destaque para os R$ 647 bilhões do setor agrícola, num cenário marcado pela safra recorde de grãos e por exportações em alta. A renda do segmento pecuário, por sua vez, tende a ficar um pouco acima de R$ 350 bilhões. As estimativas, da MB Agro, evidenciam a importância do agronegócio para a economia brasileira, com um impacto que se irradia para a indústria e os serviços.
Os produtos agrícolas e pecuários ainda vão garantir mais um saldo expressivo para a balança comercial neste ano. De janeiro a abril, a agropecuária respondeu por um quarto das exportações do país, fatia recorde para o período, alcançando US$ 25,8 bilhões. Nas contas da MB Agro, as vendas para o exterior de produtos do agronegócio, que também incluem bens com transformação industrial, vão render US$ 172,5 bilhões ao Brasil em 2023, 8% a mais que os US$ 159 bilhões registrados no ano passado.
O total da renda agropecuária neste ano deve ficar muito próximo ao de 2022 - um pouco de 1% menor que o R$ 1,010 trilhão do ano passado, em valores já atualizados a preços de 2023. Enquanto a renda agrícola deve crescer 1,6% na comparação com 2022, a da pecuária vai recuar 5%, sempre a preços deste ano, nas estimativas da MB Agro. Em 2019, a renda somada dos dois setores ficou em R$ 698 bilhões, também a valores deste ano. Desde então, houve um salto de mais de 40%. O indicador é calculado levando em conta os preços e as quantidades produzidas.
O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, diz que a alta dos últimos anos se deu por causa do forte choque de preços e do câmbio, que se desvalorizou. “Neste ano não temos esse efeito, mas temos uma safra muito boa, que ajudará a manter a renda elevada.” Em resumo, a alta da renda em 2023 não se deve ao aumento das cotações das commodities ou da desvalorização do real, mas ao aumento dos volumes produzidos. No caso da pecuária, Vale atribui a queda da renda a preços mais moderados num ano de evolução normal da produção. “É diferente dos grãos, que vão ter uma safra forte.”
Vale destaca em especial o aumento esperado para a safra de soja e milho, “cujo volume é mais significativo do que os outros”. Pelas projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de soja deve alcançar 153,6 milhões de toneladas no ciclo 2022/23, uma alta de 15,2%. A expectativa para o milho é um aumento de 10,2%, para 124,9 milhões de toneladas. Com o salto expressivo da safra, a renda agrícola se mantém elevada, diz Vale. A agropecuária, nesse cenário, vai ser responsável por um crescimento expressivo do PIB no primeiro trimestre.
“Sucessivas revisões para cima da safra e maior exportação de carnes sugerem um PIB agropecuário mais forte”, diz o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato. “A Conab e o IBGE vêm revisando suas estimativas de safra para cima”, acrescenta ele. “Na mesma direção, os dados de abates também vêm surpreendendo, refletindo o aumento das exportações de proteína animal.”
Como resultado, o PIB agropecuário deve contribuir quase 1 ponto percentual para a taxa de crescimento do PIB no primeiro trimestre, nas contas de Honorato. “Somado aos avanços do varejo e dos serviços, isso deve levar a um crescimento de 1,3% do PIB no período”, afirma ele, referindo-se ao avanço em relação ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. Para 2023, Honorato projeta crescimento da economia de 1,8%, com a agropecuária avançando 9%. Vale, por sua vez, estima uma expansão do PIB de 1% neste ano, com o setor agropecuário em alta de 7,2%.
Em fevereiro, o PIB cresceu 2,5% na comparação com janeiro, segundo o Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV). Coordenadora da pesquisa, Juliana Trece diz que o forte crescimento se deveu principalmente à atividade agropecuária. “Embora a indústria e os serviços também tenham crescido na comparação com janeiro, o expressivo desempenho agrícola, justificado principalmente pela safra recorde de soja e sua elevada participação no valor adicionado da agricultura, é o grande destaque da economia no mês”, afirma ela, em nota. “Com a maior parte da colheita de soja sendo realizada nos meses de fevereiro, março e abril, esse resultado sugere persistência do bom desempenho econômico no início do ano”, aponta Juliana.
Vale ressalta que o bom desempenho do agro tem um “impacto dinâmico” nas regiões onde ele está mais presente. “Os Estados do agro foram os que mais cresceram em termos de PIB nas últimas décadas e nos últimos dois anos o crescimento de renda e emprego que se viu aconteceu com intensidade nessas regiões”, afirma ele, destacando o efeito no interior do país, que afeta positivamente serviços e indústria.
Em 2022, o agronegócio teve peso de 24,8% no PIB do país, segundo estimativas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Essa conta inclui a agropecuária, o setor de insumos, a agroindústria e os agrosserviços.
O crescimento mais forte onde predomina o agronegócio fica claro no desempenho do Centro-Oeste. As estimativas do Bradesco apontam para uma expansão de 4% do PIB da região em 2023. É mais do que o dobro do ritmo esperado pelo banco para o PIB do país neste ano, de 1,8%, e o mais alto entre as cinco regiões (em segundo lugar, aparece a região Norte, com 2,8%, seguido pelos 2,3% do Sul, 1,9% do Nordeste e 1,1% do Sudeste). Pelos números do Bradesco, o PIB do Centro-Oeste cresceu 4,7% em 2022, também bastante acima dos 2,9% do PIB da economia brasileira.
Vale enfatiza ainda o comportamento positivo das exportações do setor, que vão levar a mais um superávit expressivo da balança comercial neste ano. Pelas estimativas da MB Agro, as vendas externas do agronegócio vão atingir US$ 172,5 bilhões neste ano, com crescimento de 8% das exportações do complexo soja, 5% de carnes, 9% de produtos florestais (papel e celulose e madeiras), 21% de açúcar e álcool e 45% do café. Na média, as vendas externas desses produtos devem aumentar 8% em relação a 2022. Vale observa que nessa conta estão produtos com algum grau de transformação industrial, como farelo e óleo de soja, parte das carnes, papel e celulose e açúcar e álcool. Para ele, o saldo comercial ficará em US$ 65,8 bilhões em 2023, acima dos US$ 62,9 bilhões do ano passado, com grande peso das vendas do agronegócio.
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