Petro Notícias - SP 08/02/2023
A expectativa da recuperação regional no setor de aço na América Latina, prevista para meados de 2022, só deve ocorrer a partir deste ano. A projeção é da Associação Latino-Americana do Aço (Alacero). Segundo a entidade, a desvalorização das moedas latino-americanas passou a ser pauta a partir de maio de 2022. Atrelado à valorização do dólar e aos impactos do conflito entre Rússia e Ucrânia, há redução no preço das matérias-primas em geral. Entretanto, paralelamente, a indústria latino-americana apresentou um cenário de queda moderada da demanda. O consumo aparente da região, que em 2021 foi de 74,9 mil toneladas, após os primeiros 8 meses do ano anterior, apontava uma queda esperada de 9,5%, devendo fechar em 67,8 mil toneladas em 2022. Assim, a América Latina deve fechar 2022 com 105 kg/per capita, igual à média do período entre 2018 e 2019.
Apesar da maior queda na América Latina, percebe-se que a região foi mais resiliente, consumindo os mesmos 46% da média mundial obtida naquele período por pessoa. Por sua vez, o mundo deverá encolher apenas 3,7% em 2022 (226 kg/per capita), abaixo da média dos últimos dois anos anteriores à pandemia (228 kg/per capita). A expectativa de efetiva recuperação regional da América Latina prevista para meados de 2022 só deve ocorrer a partir deste ano, quando o consumo deve crescer +1,7%.
“As incertezas políticas também são obstáculos potenciais, que podem interferir na implementação das reformas estruturais de que a região precisa. Em 2023, o nível de atenção está aumentando em torno das expectativas de menor crescimento global e condições financeiras menos favoráveis. Assim, uma lenta normalização dos atritos nas cadeias produtivas pós-pandemia impulsionaria o crescimento da produção nos setores consumidores de aço. Por isso, reforçamos que os maiores desafios em 2023 para os mercados latino-americanos são o aumento das pressões inflacionárias, restrições cambiais adicionais e incertezas políticas”, avaliou o diretor executivo da Alacero, Alejandro Wagner.
Outro fator que contribuiu para o desempenho do setor foi o custo da gasolina, que aumentou continuamente ao longo de 2022, impactando o transporte público, os orçamentos públicos e a agricultura. Os preços do petróleo subiram ainda mais no final de fevereiro em resposta à invasão russa e subsequentes sanções ocidentais. “Os preços mais altos da energia pressionam os orçamentos do governo, pois os políticos tentam manter os custos baixos limitando os aumentos de preços, cortando impostos ou aumentando os subsídios. Essas políticas têm desvantagens, incluindo o desvio de orçamentos de outros gastos sociais. Ou seja, o aumento dos preços da energia tem impactos diferenciados nos países da região, dependendo da posição de sua balança comercial energética e de sua capacidade de refino e preços internos favoráveis”, conclui Wagner.
Dados da Alacero indicam ainda que, em novembro de 2022, a produção de aço bruto atingiu mais de 4.900 mil toneladas, 8,8% a menos que em novembro anterior e 6,5% a menos que no mês anterior. Nos primeiros 11 meses de 2022 ficou 4,1% abaixo do mesmo período do ano anterior. A produção de laminados atingiu 4.440 mil toneladas, sendo apenas 0,9% superior à do mesmo mês do ano anterior e 3,7% inferior à do mês anterior. Nos primeiros 11 meses de 2022, a produção ficou 2,9% abaixo do mesmo período do ano anterior.
Quanto aos dados comerciais, as importações de aço laminado, em outubro de 2022, alcançaram 1.938 mil toneladas, sendo 17,7% inferior à de outubro de 2021 e 7,1% inferior ao mês anterior. Nos primeiros 10 meses de 2022 (21.337 mil toneladas) ficou 11,4% abaixo do mesmo período do ano anterior. Em relação às exportações, em outubro de 2022 foram registradas 663,2 mil toneladas, 25,1% a menos que no mesmo mês do ano anterior e 18,0% a menos que no mês anterior (setembro de 2022). Nos primeiros 10 meses de 2022 (9.104 mil toneladas) foi 31,1% superior ao mesmo período do ano anterior.
Os laminados atingiram um consumo de 5.765 mil toneladas, valor 3,6% inferior ao de outubro anterior e 1,2% inferior ao do mês anterior. No acumulado dos 10 primeiros meses de 2022 (58.508 mil t), ficou 8,1% abaixo do mesmo período do ano anterior. Destaque para os acumulados de: Chile (-29,2%); Colômbia (-14,0%); Brasil (-12,1%); México (-3,7%); Argentina (+1,8%); e Peru (+9,2%).
O Petróleo - SP 08/02/2023
Líder na produção de aço no Brasil, a ArcelorMittal está divulgando novas vagas para estágio. A empresa busca estudantes de nível superior para preencher as oportunidades.
Conforme anunciado, a oportunidade é para estudantes de engenharia ambiental e estar cursando a partir do 5º período, com atividades em Belo Horizonte, em Minas Gerais.
A ArcelorMittal pede que os estudantes tenham conhecimento intermediário da legislação ambiental de Minas Gerais, conhecimento básico da ABNT ISO 14001, ter boa escrita, Excel intermediário, além de possuir conhecimento básico do negócio da empresa.
Atribuições do estagiário
Acompanhar e realizar auditorias de segunda parte dentro da temática de sustentabilidade em fornecedores de matérias-primas. Prestar suporte no planejamento anual de auditorias, acompanhamento de cronograma e na compilação de dados para indicadores.
Elaboração de diagnósticos ambientais em fornecedores de materiais críticos, ajudar na implementação de certificações ESG, na elaboração de relatórios corporativos e nos procedimentos internos e questionários.
Execução diária de qualificações ambientais em potenciais fornecedores, apoiar as unidades industriais na utilização e implementação de plataformas digitais. Atendimento às demandas ambientais dos stakeholders internos e externos da empresa (unidades industriais, bancos, ONGs, entre outros).
Para este processo seletivo, o estudante interessado deverá acessar a página de vagas da empresa e realizar o cadastro do currículo. Lembre-se de informar os seus dados atualizados e contatos válidos. Boa sorte
Além de bolsa-estágio, no valor de R$ 1.426, o estudante terá acesso a programa de treinamentos, vale transporte, vale alimentação e seguro de vida.
Revista Mineração - SP 08/02/2023
Espaço irá centralizar projetos sociais realizados pela empresa para oferecer desenvolvimento social para comunidade de Açailândia e região.
Principal mantenedora do Instituto AVB, a Aço Verde do Brasil, lançou na última sexta-feira a pedra fundamental para dar início à construção do IAVB em Açailândia (MA). A previsão é que as obras sejam concluídas em 2025.
A partir de sua sede própria, o Instituto AVB visa aumentar os atendimentos e apoio aos moradores da região sul do Maranhão e outros estados como Piauí e Minas Gerais, onde a AVB possui operações florestais.
Segundo a siderúrgica, o Instituto AVB tem como objetivos principais cinco pilares estratégicos de atuação, educação, saúde, cultura, esporte e assistência social.
O projeto conta com estrutura completa de atendimento à população: salas de aulas, salas de informática, consultórios médicos e odontológicos, anfiteatro, quadra poliesportiva e uma creche para atender prioritariamente filhos e filhas de funcionárias que trabalham na AVB.
“Sabemos que muitas vezes as mulheres não conquistam vagas no mercado de trabalho porque não contam com uma rede de apoio no cuidado com os filhos. Muitas acabam deixando a carreira, as atividades para cuidar das crianças. O IAVB será essa rede de apoio para que nossa usina conte com o trabalho das mulheres, tornando esse ambiente majoritariamente masculino mais diverso e igualitário”, afirma Silvia Nascimento, CEO da AVB.
Conselheiro da AVB, Ricardo Carvalho Nascimento, reforçou que a criação do IAVB irá perpetuar as ações sociais que o Grupo Ferroeste já realiza há mais de 40 anos na região. “O Instituto é uma ferramenta para contribuir pelo desenvolvimento social a partir da educação, cultura, saúde e esporte”.
Também estiveram presentes no evento o governador do Maranhão, Carlos Brandão, o secretário de Estado da Indústria e Comércio, Cassiano Pereira Junior entre outros políticos do estado.
AVB
A Aço Verde do Brasil é a primeira usina siderúrgica do mundo carbono neutro. Entre os principais produtos fabricados na planta, localizada na cidade de Açailândia, no Maranhão, estão o fio-máquina e o vergalhão (CA-50 e CA-60). Com mais de 2.700 funcionários, a AVB atende a todos os estados do Brasil.
Agência Brasil - DF 08/02/2023
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) indicou preocupação com a deterioração das expectativas de inflação de prazos mais longos e não descartou a possibilidade de novas elevações da taxa Selic, juros básicos da economia, caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.
As informações foram divulgadas hoje (7) na ata da última reunião do Copom, que aconteceu semana passada. Na ocasião, o colegiado manteve a Selic em 13,75%. A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
“Não obstante a desaceleração na margem [nos últimos meses], a inflação ao consumidor continua elevada. Os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, que apresentam maior inércia inflacionária, mantêm-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação, ainda que tenham apresentado alguma moderação na margem”, diz o documento.
As projeções de inflação do Copom são de 5,6% para 2023 e 3,4% para 2024. As projeções para a inflação de preços administrados são de 10,6% para 2023 e 5% para 2024. No horizonte de seis trimestres à frente, referente ao terceiro trimestre de 2024, a projeção de inflação acumulada em 12 meses situa-se em 3,6%. “O comitê julga que a incerteza em torno das suas premissas e projeções atualmente é maior do que o usual”.
Por isso, o Copom adotou uma hipótese de bandeira tarifária “amarela” em dezembro de 2023 e 2024, além de taxa de câmbio partindo de R$ 5,15 e preço do petróleo seguindo a curva de alta pelos próximos seis meses e aumentando 2% ao ano posteriormente.
A previsão para 2023 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior de 4,75%.
Já a projeção do BC para a inflação de 2024 está acima do centro da meta prevista – 3%, mas ainda dentro dos intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual.
“O Copom optou pela manutenção da taxa de juros, reforçando a necessidade de avaliação, ao longo do tempo, dos impactos acumulados a serem observados do intenso e tempestivo ciclo de política monetária já empreendido. Assim, o comitê avaliou que, diante dos dados divulgados, projeções e expectativas de inflação, balanço de riscos e defasagens dos efeitos da política monetária já em território significativamente contracionista, era apropriado manter a taxa de juros no patamar de 13,75% ao ano”, diz a ata.
Em 2022, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, fechou com uma taxa de 5,79% acumulada no ano. A meta estava em 3,5%, com a mesma margem de tolerância, e podia variar entre 2% e 5%.
Política fiscal
Na ata, o Copom mostrou, novamente, preocupação com o aumento de gastos públicos e seus efeitos para a inflação. Por outro lado, acrescentou que o pacote anunciado pelo Ministério da Fazenda para melhorar as contas, com aumento de arrecadação, pode atenuar os riscos.
“A conjuntura, particularmente incerta no âmbito fiscal e com expectativas de inflação se distanciando da meta em horizontes mais longos, demanda maior atenção na condução da política monetária. O comitê avalia que tal conjuntura eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional”, diz a ata.
“Alguns membros notaram que a execução do pacote apresentado pelo Ministério da Fazenda deveria atenuar o risco fiscal e que será importante acompanhar os desafios na sua implementação”, completou o BC.
Para o órgão, o cenário básico para a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções. Entre os riscos de alta, além da elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais, está uma maior persistência das pressões inflacionárias globais e um hiato do produto (diferença entre o atual e o potencial) mais estreito que o utilizado atualmente pelo comitê em seu cenário de referência, em particular no mercado de trabalho.
Entre os riscos de baixa, o Copom destaca uma queda adicional dos preços das commodities (produtos primários) internacionais em moeda local, uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada e a manutenção dos cortes de impostos projetados para serem revertidos em 2023.
Para o Banco Central, no âmbito doméstico, o conjunto de indicadores econômicos continua corroborando o cenário de desaceleração do crescimento esperado pelo comitê, com queda nos indicadores de confiança e arrefecimento nos indicadores de produção industrial, de comércio e de serviços.
“O mercado de trabalho, que surpreendeu positivamente ao longo de 2022, continua mostrando sinais de desaceleração, com queda nas admissões líquidas do Novo Caged e relativa estabilidade na taxa de desemprego, proveniente de recuos na população ocupada e na força de trabalho”, diz a ata.
O Copom acrescentou ainda que a estratégia de convergência da inflação para a meta, “sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços”, também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.
Piora das expectativas
O BC destacou três razões que podem ter contribuído para a piora das expectativas de inflação. A primeira delas é uma possível percepção de leniência do próprio Banco Central com as metas estipuladas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Nesse sentido, o BC avaliou que “é necessário se manter ainda mais atento na condução da política monetária para reancorar as expectativas e assim reduzir o custo futuro da desinflação”.
Além disso, uma política fiscal expansionista pode pressionar a demanda agregada ao longo do horizonte de projeções. “O comitê pondera que estímulos de demanda devem ser avaliados considerando o estágio do ciclo econômico e o grau de ociosidade na economia, sendo a política monetária a variável de ajuste macroeconômico utilizada para mitigar os efeitos porventura inflacionários da política fiscal”, avaliou.
Por fim, o BC avaliou a possibilidade de alteração das metas de inflação já definidas, que estaria sendo considerada pela equipe econômica. Entretanto, avaliou que conduz sua política com base no que está estipulado.
“Mais importante do que a análise das motivações para a elevação das expectativas, o comitê enfatiza que irá atuar para garantir que a inflação convirja para as metas”, completou.
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
Globo Online - RJ 08/02/2023
Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobe o tom das críticas em relação ao Banco Central (BC), a autoridade monetária aproveitou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária para enviar cinco recados ao presidente. Apesar do alerta em relação aos riscos de uma inflação elevada no longo prazo, o BC elogiou o pacote fiscal proposto pelo Ministério da Fazenda. Veja os principais recados a Lula e ao PT.
Pacote fiscal de Haddad
Ao comentar os impactos do cenário fiscal sobre a inflação, o documento ponderou que não há uma perspectiva de mudança tão relevante, mas que integrantes do comitê notaram uma diminuição das medianas de projeção de déficit primário para o ano, que estão “sensivelmente menores do que o previsto no orçamento federal, possivelmente incorporando o pacote fiscal anunciado pelo Ministério da Fazenda”. O pacote anunciado por Fernando Haddad em janeiro prevê uma série de medidas econômicas para melhorar as contas públicas, que tem impacto de R$ 242,7 bilhões, entre receitas e cortes de gastos.
“O Comitê manteve sua governança usual de incorporar as políticas já aprovadas em lei, mas reconhece que a execução de tal pacote atenuaria os estímulos fiscais sobre a demanda, reduzindo o risco de alta sobre a inflação”, diz a ata. Haddad havia se queixado que o BC não havia sido “generoso” com o governo por ignorar o pacote.
Metas de inflação
O BC descumpriu, por dois anos consecutivos, a meta de inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão colegiado composto atualmente pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento). Lula vem dizendo que as metas de inflação prejudicam o crescimento, o que colocou pressão na equipe econômica para revisar os dados. Na ata, o BC reiterou o compromisso com o cumprimento das metas.
“A conjuntura, particularmente incerta no âmbito fiscal e com expectativas de inflação se distanciando da meta em horizontes mais longos, demanda maior atenção na condução da política monetária. O Comitê avalia que tal conjuntura eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. Nesse cenário, o Copom reafirma que conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas”, diz o texto.
Para 2023, a meta de inflação é de 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilarcom intervalo de tolerância entre 1,75% e 4,75%. Já para 2024, a meta já fixada pelo CMN é de 3%, considerando a possibilidade de resultado num intervalo entre 1,5% e 4,5%.
Inflação em alta
A ata do Copom expressou a preocupação do BC com a piora das expectativas de inflação de longo prazo. “Tal deterioração pode ter ocorrido por diversas razões, destacando-se, dentre esses fatores, uma possível percepção de leniência do Banco Central com as metas estipuladas pelo Conselho Monetário Nacional, uma política fiscal expansionista, que pressione a demanda agregada ao longo do horizonte de projeções, ou a possibilidade de alteração das metas de inflação ora definidas”, diz o documento.
O BC reiterou o compromisso com a condução de uma política monetária firme para reancorar as expectativas e também ponderou que os estímulos de demanda para a política fiscal precisam ser avaliadas “considerando o estágio do ciclo econômico e o grau de ociosidade na economia”.
Novo arcabouço fiscal
A manutenção da inflação elevada, na avaliação do Copom, está associada à persistência da alta inflacionária global, às incertezas fiscais e à expectativa de baixo crescimento econômico associado a uma letargia no mercado de trabalho. O BC manifestou que o novo arcabouço fiscal, prometido para ser divulgado até abril, junto da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2024, é um dos pontos que pesam para essa avaliação.
“Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se ainda ( ) a elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais que implicam sustentação da demanda agregada, parcialmente incorporados nas expectativas de inflação e nos preços de ativos”, diz o documento.
Por outro lado, o Copom também alerta para a queda do preço de commodities, desaceleração da atividade global e manutenção dos cortes de impostos, que seriam revertidos em 2023, como pontos que podem baixar o cenário inflacionário. Neste caso, há uma referência aos impostos federais sobre combustíveis e gás de cozinha, que foram zerados pelo governo Bolsonaro em 2022. O governo Lula ampliou o prazo de alíquota zerada para o gás e diesel até o final do ano. Já gasolina e etanol terão a isenção mantida até o final de fevereiro.
Juros altos por mais tempo
A taxa Selic, que está fixada em 13,75% ao ano no maior patamar dos últimos seis anos, é alvo de fortes críticas do presidente Lula. Mas o BC alerta que isso pode continuar. “O Comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período mais prolongado do que no cenário de referência será capaz de assegurar a convergência da inflação”, diz a ata. Segundo o BC, o objetivo da autoridade monetária é “perserverar” nessa estratégia “até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que têm mostrado deterioração em prazos mais longos desde a última reunião”, diz o texto.
O Copom diz que poderá ajustar os passos da política monetária, mas “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”.
Money Times - SP 08/02/2023
O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP–DI) iniciou 2023 com alta de 0,06% em janeiro, depois de subir 0,31% em dezembro, e a taxa acumulada em 12 meses caiu ao menor nível em quase três anos e meio.
O dado mensal divulgado nesta terça-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV) ficou bem abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de aumento de 0,30%.
Com isso, o índice passou a acumular em 12 meses avanço de 3,01%, menor taxa interanual desde setembro de 2019, quando estava em 3%.
“A principal contribuição para a desaceleração do IGP-DI partiu da inflação ao produtor que, nesta edição, acumula alta 1,89% em 12 meses, a menor desde março de 2018, quando caíra 0,48%”, destacou André Braz, coordenador dos índices de preços.
No mês, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, caiu 0,19%, de alta de 0,32% no mês anterior.
Segundo Braz, commodities importantes registraram queda expressiva ao produtor, com destaque para carne bovina (de -0,44% para -1,82%) e aves (de -2,26% para -3,36%).
A pressão para o consumidor em setembro, por outro lado, aumentou, uma vez que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) –que responde por 30% do IGP-DI– acelerou a alta a 0,80% no período, de 0,35% em dezembro.
No IPC, os destaques ficaram para Educação, Leitura e Recreação (-0,07% para 3,28%), Transportes (-0,07% para 0,92%) e Despesas Diversas (0,03% para 0,97%).
O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), por sua vez, registrou aceleração da alta a 0,46% em janeiro, de 0,09% antes.
O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.
Globo Online - RJ 08/02/2023
Na avaliação de analistas e casas do mercado financeiro, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) corroborou o tom mais duro contido no anúncio da decisão sobre juros, quando a Selic foi mantida no patamar de 13,75%.
A mensagem clara é de que os cortes na taxa serão postergados e que a trajetória anterior projetada pelo Banco Central (BC), de reduções a partir do terceiro trimestre deste ano, não é suficiente para fazer com que a inflação caminhe em direção à meta no horizonte desejado pelo banco.
A menção ao pacote fiscal apresentado pelo Ministério da Economia, no mês passado, pode até ser vista como um gesto de conciliação de parte dos dirigentes ao governo após as críticas recentes do presidente Lula (PT) e do próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao anúncio do Copom.
Mas o Comitê primeiro vai querer ver o pacote sendo oficializado e posto em prática para avaliar se as medidas irão conseguir gerar alívio no déficit primário, contribuindo assim, para o combate à inflação e ancoragem das expectativas.
Após confirmação de Gabriel Galípolo para secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Lula confirma Mercadante como presidente do BNDES
— Foi na mesma linha do anúncio, no sentido de que a preocupação é grande com o fato das expectativas de inflação estarem nesse processo de elevação, não somente no horizonte que o Banco Central olha para definir sua política monetária, que é o segundo semestre de 2024, mas também para prazos mais longos — disse o superintendente de pesquisa macroeconômica do Santander, Mauricio Oreng.
Na visão de Oreng, os cortes não devem começar antes do quarto trimestre. Ele não descarta um eventual aumento de juros, já que o BC em sua comunicação nunca deu o ciclo por encerrado, mas não enxerga esse cenário como o mais provável.
— Parece ser mais uma questão de esticar esse horizonte com o juro atual, que já é uma postura bem contracionista de política monetária.
Tom duro permaneceu
Ao longo do texto, os membros do Copom deram sinalizações hawkish (favorável à retirada de estímulos) sobre a condução da política monetária, como na parte em que os dirigentes avaliam cenários alternativos para a taxa de juro neutro, aquela que nem estimula nem contrai a economia.
Hoje, a autoridade monetária usa nos seus modelos uma taxa de juros neutra de juros de 4%.
— É um elemento hawkish, assim como é a comunicação desse plano de voo. É uma mensagem complementar ao comunicado, no qual ele reafirma que a trajetória anterior, quando o juro começava a cair em setembro, não leva até onde ele quer chegar, que é atingir a meta entre o segundo e terceiro trimestre de 2024 — destaca o especialista do Santander.
Ver para crer
Por outro lado, o Comitê reconheceu que a execução do pacote apresentado pelo Ministério da Fazenda no mês passado pode, caso executado, atenuar o risco fiscal.
Na ata, alguns membros do Copom afirmam que o mercado financeiro está projetando um déficit primário inferior do que aquele previsto no Orçamento de 2023. Mas o documento ressalta que ao calcular o impacto da política fiscal na inflação, foram considerados os números oficiais aprovados em lei, mantendo a sua metodologia padrão de análise.
Queda: Petrobras reduz preço do diesel para distribuidoras em 8,9% a partir desta quarta-feira
O mercado financeiro projeta um déficit primário de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, segundo o último boletim Focus. Até que o pacote de Haddad seja efetivamente posto em prática, o Copom deve manter o déficit maior nas suas contas.
Oreng, do Santander, ressalta que a ata é o veículo de comunicação que dá chance para a autoridade monetária detalhar mais suas decisões.
— O Banco Central vai assumir o que está aprovado e em legislação. Você ainda tem um desenho, pela composição do Orçamento, com aumento de gastos. Se você mantém o mesmo resultado fiscal, mas você aumenta o gasto e a receita na mesma magnitude, isso é expansionista para a demanda.
O presidente do Conselho de Administração da Jive Investments e ex-diretor do BC, Luiz Fernando Figueiredo, observa que o banco reconheceu que foi feito um esforço fiscal por parte do governo.
— A ata é, por definição, um instrumento mais extenso, no qual você fala com mais calma e detalhes. Foi um aceno. Como tem uma série de desafios para a implementação do pacote, não sabemos qual vai ser o tamanho do ajuste. Na nossa avaliação, o tamanho efetivo do ajuste vai ser entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões. É um tamanho bem razoável
O economista do ASA Investments, Leonardo Costa, destaca que a questão fiscal continua sendo um grande ponto de incerteza da política monetária e que os efeitos das medidas incluídas no pacote da Economia demoram um tempo para fazer efeitos. O Asa não contempla em seu cenário corte de juros para este ano.
— É uma tentativa de ter mais contato com o governo atual e tentar entender melhor como as coisas vão funcionar no médio prazo. Tivemos a aprovação da PEC no ano passado e a conclusão do mercado é de um déficit próximo a 1%. Ainda é um déficit considerado grande a quando olhamos para os anos seguintes, a dinâmica de dívida segue preocupante.
Vale destacar também que as medidas propostas no pacote de Haddad vão mais na linha de aumentar a arrecadação do que reduzir gastos.
O economista-chefe da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, avalia que a citação ao pacote de Haddad pode ser lida como uma sinalização mais apaziguadora por parte do BC. Ainda assim, isso não vai se traduzir em medidas práticas por parte do banco, pois o que se espera é um maior detalhamento tanto dos efeitos do pacote quanto do novo arcabouço fiscal.
— Não muda a percepção que a questão fiscal é um risco altista para a inflação e que há uma incerteza muito grande envolvendo esse aspecto.
Sobre o pacote, Neto destaca que, se executado com o êxito pretendido pelo governo, ele pode ajudar no combate à inflação. Mas, no longo prazo, serão necessárias mais medidas que visem o corte de gastos.
— Quando pensamos na dinâmica do gasto público, importa se o ajuste é feito via contenção de gastos e receita.
Em relatório sobre o comunicado, os economistas do Itaú destacaram que, apesar da citação ao pacote fiscal, o BC manteve a postura “firme” do comunicado sobre as expectativas de inflação e a respeito do papel institucional do BC de cumprir as metas estabelecidas. O banco segue vendo riscos alistas para sua projeção de Selic a 12,50% ao final do ano.
“Apesar do gesto de conciliação, acreditamos que as projeções e sinalizações apresentadas em ambos os documentos podem ser consistentes com cortes de juros ainda mais tardios”, escreveram.
Obstáculos
Para os analistas, a inflação de serviços continua sendo um dos principais obstáculos no caminho do BC para fazer com que a inflação se dirija à meta.
A ata destacou que “a inflação de serviços tem apresentado moderação, mas segue em nível incompatível com a meta”.
— É uma inflação de natureza mais persistente e que responde às condições de demanda da economia. Há também a parte de administrados nesse ano, com o fim do efeito do corte de impostos — ressalta Neto.
Na mesma linha, Figueiredo destaca que o setor de serviços é responsável por mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB).
— A inflação de serviços é bastante relevante. É bom ela estar caindo, mas o trabalho não terminou. Tem mais a cair para ser compatível.
IstoÉ Online - SP 08/02/2023
Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura caíram para mínimas de três semanas nesta terça-feira, com o aumento dos estoques portuários na China pesando sobre os preços já pressionados pelas fracas perspectivas de demanda.
O minério de ferro mais negociado, para entrega em maio, na Dalian Commodity Exchange da China encerrou o comércio diurno com queda de 0,7%, a 840,50 iuanes (123,86 dólares) a tonelada. Mais cedo, caiu para 828,50 iuanes, a menor cotação desde 17 de janeiro.
Na Bolsa de Cingapura, o contrato de março de referência do minério de ferro chegou a cair até 2,4%, para 120,30 dólares a tonelada, o menor nível desde 18 de janeiro.
O volume de minério de ferro importado armazenado nos portos chineses foi estimado em 136,5 milhões de toneladas em 3 de fevereiro, o maior desde o início de dezembro, mostraram dados da consultoria SteelHome.
“O aumento dos estoques de minério de ferro e produtos siderúrgicos estão refletindo a demanda chinesa mais fraca após o feriado (Ano Novo Lunar), com a reabertura agora esperada devendo impactar o consumidor mais do que a atividade de construção/habitação”, disseram analistas da Westpac em nota.
Os formuladores de políticas da China, maior produtora mundial de aço, planejam aumentar ainda mais o apoio à demanda doméstica este ano, mas provavelmente não gastarão muito com subsídios diretos ao consumidor, informou a Reuters, citando fontes próximas às discussões políticas.
Enquanto isso, analistas disseram que os últimos indicadores do mercado imobiliário chinês mostraram uma lenta recuperação do setor, que responde por uma parcela considerável da demanda doméstica de aço, apesar do apoio do governo aos desenvolvedores.
Outros insumos siderúrgicos subiram na bolsa de Dalian, com carvão metalúrgico avançando 1,1% e o coque ganhando 0,6%.
Money Times - SP 08/02/2023
As ações da Vale (VALE3) apresentaram alta nesta terça-feira (7), apesar do recuo nos preços do minério de ferro na China.
A matéria-prima siderúrgica recuou nos mercados asiáticos, seguindo um movimento de correção nos últimos dias, após um rali movido pelas perspectivas de reabertura da economia chinesa diante da flexibilização da política de Covid Zero que paralisou as atividades do país.
Os futuros do minério de ferro mais negociados na Bolsa de Dalian encerrou o comércio diurno em queda de 0,7%, a 840,50 iuanes, ou US$ 123,86, a tonelada.
Na Bolsa de Cingapura, o contrato de março de referência da commodity chegou a cair até 2,4%, para US$ 120,30 a tonelada.
Traders estão mais contidos no otimismo, avaliando desta vez o aumento dos estoques portuários na China, somando-se a perspectivas mais fracas para a demanda.
Apesar disso, as ações da Vale subiram 0,66%, a R$ 88,07. Nesta terça, o setor de mineração e siderurgia apresentou performance mista.
De acordo com Lucas Bohn, especialista de renda variável e sócio da Acqua Vero, o movimento da ação da Vale no dia reflete apenas uma correção técnica.
Com a alta neste pregão, a Vale quebrou a tendência de sete sessões consecutivas no vermelho. Desde a trajetória de queda firmada no fim do último mês, a mineradora caiu cerca de 10% na Bolsa.
Acabou o rali?
O mercado começa a avaliar a correção do minério de ferro e das ações expostas ao ingrediente siderúrgico. O especialista da Acqua Vero entende que o cenário projetado para a China, de uma economia “extremamente aquecida”, não deve se consolidar.
“Vale deve continuar se sustentando em patamares elevados, segundo o BTG Pactual. Porém, a gente tem que ter um pouco de cautela nesse momento por conta do receio com a recessão e, ainda, agora, com os novos temores de que a China não vai se reaquecer como o esperado”, diz Bohn.
A Verde Asset, uma das maiores gestoras de ativos do Brasil, iniciou recentemente posição short nas empresas ligadas a commodities metálicas.
“Após expressiva valorização dos ativos globais e locais de commodities metálicas neste movimento de reabertura chinesa, e considerando a assimetria agora proposta por preços e cenários, iniciamos uma posição short em empresas do setor”, comentou, em carta mensal de janeiro.
Alguns analistas do mercado também estão mais céticos em relação ao ritmo de recuperação da segunda maior economia do mundo.
Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter Research, reforça que a produção siderúrgica chinesa ainda está fraca. Segundo a especialista, é necessário ver dados “mais contundentes” para confirmar se o processo de reabertura dará a guinada que o mercado está esperando.
Joubert cita ainda a crise no setor imobiliário, que tem limitado a demanda por produtos de aço (e, consequentemente, a demanda pelo minério de ferro).
O UBS BB continua pessimista em relação a mineradoras e siderúrgicas. Na avaliação do banco, o recente rali do minério de ferro aconteceu mais por especulação sobre a retomada da economia na China. Analistas ressaltam que os fundamentos da demanda ainda estão fracos.
Já a Genial Investimentos defende que, embora a reabertura chinesa seja um grande driver para as mineradoras no curto prazo, a demanda será menor do que o consenso projeta.
Como o UBS BB, a Genial acredita que existe certo nível de especulação no mercado, tanto no preço do minério de ferro quanto na alta volatilidade das ações do setor.
“Esses movimentos costumam ser muito eufóricos pelo mercado, que na maioria das vezes, erra a mão na intensidade”, comenta. A corretora tem recomendação de “manter” e preço-alvo de R$ 105 para o papel da Vale.
A Guide Investimentos está mais otimista. Mateus Haag, analista da Guide Investimentos, destaca que as sinalizações que o governo chinês vem dando a favor do fim da política de Covid Zero se sobressaem às restrições ainda presentes.
“Sabemos que, assim que essa crise for sanada, devemos ver um retorno à normalidade das atividades na China”, diz. Para Haag, a ação da Vale ainda tem como subir mais e deve “se manter firme” no longo prazo.
Valor - SP 08/02/2023
O montante é 24,8% superior à previsão de investimentos para o intervalo de 2022 a 2026, que era de US$ 40,4 bilhões
O setor mineral vai investir US$ 50,4 bilhões no período de 2023 a 2027, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). O montante é 24,8% superior à previsão de investimentos para o intervalo de 2022 a 2026, que era de US$ 40,4 bilhões.
Desse total, US$ 6,5 bilhões serão aportados em projetos socioambientais. No intervalo de 2022 a 2026, a previsão de investimentos nessa área era de US$ 4,2 bilhões.
Os investimentos previstos no segmento de minério de ferro aumentaram 24% na mesma base de comparação, para US$ 16,92 bilhões. Também houve expansão de 255% em projetos de investimentos em cobre, para US$ 4,47 bilhões. Os investimentos em níquel, por sua vez, aumentaram 60%, para US$ 2,34 bilhões.
O maior volume de investimentos será no Pará: US$ 13,97 bilhões, ou 32,1% do total previsto para o período.
Os investimentos em Minas Gerais previstos somam US$ 11,44 bilhões (26,3%). Em seguida estão investimentos na Bahia, de US$ 10,24 bilhões (23,6%). Os investimentos no Amazonas estão estimados em US$ 2,50 bilhões (5,8%).
Balanço de 2022
O setor mineral brasileiro encerrou o ano passado com queda de 26% no faturamento, para R$ 250 bilhões. Já a produção apresentou queda de 12%, para 1,05 bilhão de toneladas. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
A queda foi consequência da menor demanda por minério de ferro pela China e da queda nos preços médios das commodities. No caso do minério de ferro, principal mineral produzido no país, houve recuo de 24,8% nos preços no ano passado. Também houve diminuição nos preços do chumbo (2%), cobre (5,9%) e estanho (5,1%).
Já a produção do minério de ferro no país no ano recuou 39%, para 153,5 milhões de toneladas.
As exportações do setor mineral caíram 27,9% no ano passado, para US$ 41,67 bilhões. Em volume, as exportações minerais recuaram 3,8%, para 358,2 milhões de toneladas.
Mais especificamente, as exportações de minério de ferro tiveram queda de 35,2% em valor, para US$ 28,9 bilhões; e queda de 3,8% em volume, para 344,1 milhões de toneladas.
As importações aumentaram 25,4% em valor, para US$ 11,2 bilhões. Em volume, houve queda de 52,4%, para 21,2 bilhões de toneladas.
Assim, o saldo da balança comercial mineral brasileira foi um superávit de US$ 30,51 bilhões. O montante é 37,6% inferior ao registrado em 2021.
Ainda de acordo com o Ibram, foram criadas 5,7 mil vagas de trabalho de janeiro a novembro de 2022, totalizando quase 205 mil postos de trabalho diretos.
Valor - SP 08/02/2023
Setor produziu 1,05 bilhão de toneladas, 12% a menos que no ano anterior; em valor, as vendas recuaram 26%, para R$ 250 bilhões
O setor mineral espera repetir em 2023 o desempenho de produção e vendas registrado no ano passado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Em 2022, o setor produziu 1,05 bilhão de toneladas, 12% a menos que no ano anterior. As vendas somaram R$ 250 bilhões, com queda de 26% ante 2021. As vendas de minério de ferro caíram 39%, para R$ 153,5 bilhões.
O desempenho negativo do ano passado deveu-se em grande parte à menor demanda da China por minério de ferro e à queda de 25% no preço médio da commodity. As exportações do setor mineral caíram 27,9% no ano passado, para US$ 41,67 bilhões. Em volume, a queda foi de 3,8%, para 358,2 milhões de toneladas. As exportações de minério de ferro tiveram queda de 35,2% em valor, para US$ 28,9 bilhões; e de 3,8% em volume, para 344,1 milhões de toneladas.
Julio Nery, diretor de sustentabilidade e assuntos regulatórios do Ibram, disse que a demanda da China, destino de 68,9% dos embarques brasileiros de minério de ferro, deve ficar estável neste ano em relação a 2022.
Raul Jungmann, diretor-presidente do Ibram, acrescentou que há uma perspectiva de economia mais fraca em todo o mundo, além de uma inflação persistente. “Não sabemos ainda se vai ser uma recessão branda ou se vai ser agravada”, disse Jungmann.
O Ibram estima para o ano preço médio do minério de ferro entre US$ 90 e US$ 110 por tonelada. Para as próximas semanas, no entanto, a expectativa é que a commodity seja comercializada em torno de US$ 120 a tonelada.
Os investimentos do setor devem totalizar US$ 50,4 bilhões entre 2023 e 2027, ante US$ 40,4 bilhões no intervalo de 2022 a 2026 - alta de 24,8%. Do valor total, US$ 6,5 bilhões serão usados em projetos socioambientais, sendo US$ 4 bilhões em projetos de descaracterização de barragens. Em logística, os investimentos estão estimados em US$ 4,4 bilhões.
A jornalistas, o presidente do Ibram defendeu a adoção de medidas pelo governo federal para por fim ao garimpo ilegal. “O garimpo ilegal destrói a natureza, destrói vidas, gera perdas como do povo Yanomami. Mas não basta reprimir os garimpeiros. É preciso estrangular esse mercado criminoso que compra o ouro ilegal”, afirmou Jungmann.
Segundo dados do MapBiomas, o Brasil registrou 196 mil hectares de áreas ocupadas com garimpo (artesanal legalizado ou ilegal), ante 170 mil hectares ocupados pela mineração industrial. Até 2019, as áreas eram similares, mas o garimpo cresceu fortemente desde então.
Jungmann disse que já apresentou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) denúncia contra cinco distribuidoras de títulos e valores mobiliários (DTVM), que teriam indícios de lavagem de ouro ilegal. “Há indícios de que 90% do ouro ilegal é ‘esquentado’ pelas DTVMs”, afirmou Jungmann. O garimpeiro pode registrar o ouro em uma DTVM como sendo legal, baseado no princípio da boa fé, previsto na lei do garimpo, de 2013.
Recentemente, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, pediu à Advocacia Geral da União (AGU) para ingressar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar esse dispositivo da lei do garimpo.
O Ibram também defende a nota fiscal eletrônica como mecanismo para garantir a rastreabilidade do ouro. O instituto defende ainda que a Caixa Econômica Federal inclua nas regras que estruturam a área de penhores documentos que comprovem origem e procedência dos itens de ouro penhorados.
Construção Latino-americana - SP 08/02/2023
A Caterpillar exibirá mais de 30 máquinas na ConExpo em Las Vegas, EUA, no que ela afirma ser sua maior exposição até o momento.
O OEM tomou uma área de demonstração de 70.000 pés quadrados para o show, que vai de 14 a 18 de março, no Estádio do Operador no Lote do Festival.
Espera-se que a Caterpillar divulgue novos modelos, bem como protótipos alimentados por bateria com estações de carregamento. Ela também oferecerá duas demonstrações de equipamentos principais a cada dia, com uma focada na última tecnologia Cat e a outra destacando a linha completa de equipamentos da empresa.
Haverá também hubs oferecendo um olhar sobre novas tecnologias, serviços e sustentabilidade. A Cat também apresentará diariamente demonstrações em destaque que mergulham profundamente em tópicos da indústria como a melhoria da eficiência do combustível e a eficiência do local de trabalho.
Entre as novas máquinas da ConExpo estarão:
A nova carregadeira de rodas média Cat 950 Uma prévia da próxima geração de pequenas carregadeiras de rodas Cat 926, 930 e 938, previstas para produção no final de 2023 A plaina a frio Cat PM822, com tecnologia integrada Cat Grade e as mais recentes opções de rotor System K A pavimentadora de asfalto Cat AP455 Mobil-trac Uma nova placa tridimensional com sistema de fixação modular projetada para melhorar a densidade e a lisura da esteira
Descubra os detalhes completos sobre os planos de exposição da Caterpillar no site da ConExpo.
Valor - SP 08/02/2023
Dirigente também mostrou-se contente com outros movimentos, como o discurso de posse do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e a aproximação do Brasil da Argentina
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea - Foto:Silvia Zamboni/Valor
As críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em torno do nível elevado dos juros agradou a indústria automobilística. “A fala do presidente Lula é oportuna”, disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite.
O dirigente mostrou-se contente com outras declarações e acontecimentos envolvendo o governo nos últimos dias. Entre os episódios citados, estão o discurso de posse do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, e a aproximação do Brasil da Argentina.
“Janeiro foi marcado por falas do governo que coincidem com o que o setor automotivo tem sustentado”, destacou Lima Leite, que, nos últimos meses, tem reiterado a dificuldade de vender veículos num cenário de juros altos.
"Demanda em 2023 dá sinais de desaceleração”
Nessa terça-feira (7), ele disse que o crescimento de 12,9% nas vendas em janeiro, em relação a um ano, não pode ser visto como recuperação. Trata-se de uma comparação com um período em que a falta de semicondutores estava mais aguda. “A demanda em 2023 dá sinais de desaceleração”, destacou.
Para Leite, ter o BNDES como fonte de alavancagem da indústria “soa como música para nossos ouvidos”. O dirigente também se mostrou satisfeito com as discussões em torno da reforma tributária e disse que os dirigentes da indústria automobilística querem participar do debate com sugestões.
Declarações da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, também agradaram os fabricantes de veículos. Ela prometeu medidas para a retomada da produção na Ceitec, uma produtora de semicondutores estatal de Porto Alegre que entrou em processo de liquidação durante o governo Bolsonaro.
Mas Santos anunciou, em janeiro, que o governo vai reverter a liquidação da Ceitec, que produz chips eletrônicos para diversos usos. Segundo ela, trata-se de uma decisão estratégica para a reindustrialização do país com tecnologia. As montadoras dependem da importação desses chips eletrônicos.
Retomada do diálogo no Mercosul
Leite também elogiou a reaproximação do Brasil da Argentina e a retomada do diálogo entre os parceiros do Mercosul. “Nossas empresas fazem investimentos para um Mercosul forte”, destacou. Grande parte dos fabricantes de veículos tem as linhas de produção divididas entre Brasil e Argentina.
Segundo o presidente da Anfavea, a articulação entre os governos é fundamental. “Não cabe ao setor privado resolver certas questões”, disse. “Cumprimentamos o governo brasileiro por essa atitude”.
IstoÉ Dinheiro - SP 08/02/2023
A associação de montadoras no Brasil, Anfavea, defendeu nesta terça-feira o fim do Imposto de Importação zero para veículos elétricos, como forma de fomentar a internalização da produção no país e previsibilidade de investimentos do setor.
As vendas de veículos elétricos e híbridos no país, apesar de ainda serem baixas em relação ao total, têm crescido de forma acelerada nos últimos anos, avançando quase 17% em 2022, ante uma expansão geral do mercado de leves de 7,7%. Considerando apenas o mês passado, as vendas deste segmento dispararam 71% sobre um ano antes, apesar dos preços unitários elevados, que ultrapassam a casa dos 150 mil reais.
“O que defendemos é que não podemos abrir este mercado para inundar o mercado brasileiro com produtos de países de custo muito mais baixo”, disse o presidente da Anfavea, Márcio Leite, oriundo do grupo Stellantis, em apresentação a jornalistas sobre os números da indústria em janeiro. “O Brasil ainda está caminhando em termos de competitividade e não podemos matar nossa indústria de autopeças.”
“É fundamental termos uma regra e que ela dê previsibilidade para o setor”, acrescentou o presidente da Anfavea, referindo-se à falta de prazo para o imposto zerado acabar. Hoje, veículos com motores a combustão pagam 35% de Imposto de Importação.
Carros híbridos atualmente são produzidos no país com componentes importados por Toyota e Caoa Chery, com os totalmente elétricos sendo importados por diversas marcas.
A defesa do fim do Imposto de Importação zero vem no momento em que o setor se prepara para definições de investimentos no país nos próximos anos, disse Leite. Ele afirmou ser favorável ao tributo zerado nos casos em que os modelos não tenham altos volumes de vendas, como os de luxo, e que sejam usados como “indutores dessa tecnologia, sem competir com empregos locais”.
Posição similar foi assumida pela entidade nos planos automotivos em gestões petistas anteriores, como o Inovar-Auto, que acabou sendo reprovado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) ao ter aumentado o Imposto sobre Produtos Industrializados de 30%, paralelo ao Imposto de Importação de 35%, sobre modelos importados por marcas sem investimento em produção local.
Montadoras como Renault, Caoa Chery e JAC têm importado compactos elétricos, como Kwid, iCar e E-JS1, respectivamente.
O presidente da Anfavea não mencionou quando o imposto zero deveria ser revisto. Um projeto de lei do senador Irajá (PSD-TO) foi apresentado em 2022 na Comissão de Assuntos Econômicos, prevendo isenção do Imposto de Importação para elétricos e híbridos até o fim de 2025.
“Não estamos dizendo que tenha que ocorrer hoje, mas precisamos de previsibilidade”, afirmou.
MERCADO
Em janeiro, montadoras instaladas no Brasil produziram 152,7 mil carros, picapes, utilitários esportivos, vans comerciais, ônibus e caminhões, queda de 20,3% na comparação com dezembro, mês tradicionalmente mais aquecido, mas que no ano passado foi atingido por férias coletivas e jogos da Copa do Mundo.
Comparada com janeiro de 2022, a produção do setor subiu 5%.
Os licenciamentos de janeiro caíram 34,1%, para 142,9 mil veículos novos, frente a dezembro. Mas na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando a crise na oferta de componentes estava mais pronunciada, houve um crescimento de 12,9%.
Segundo o presidente da Anfavea, para além da falta de componentes, situação que apresentou melhora nos últimos meses, há agora indicações de que a demanda dos consumidores possa estar enfrentando fraqueza diante dos juros elevados, que encarecem os financiamentos.
Durante a pandemia, o mercado lidou com a situação de não conseguir produzir carros em volume suficiente para atender à demanda dos consumidores.
“Começamos a ter sinal de desaceleração da demanda no mês de janeiro”, disse Leite.
A indústria apurou exportações de 27,7 mil veículos montados em janeiro, avanço de 19,3% na base anual, segundo a Anfavea.
Valor - SP 08/02/2023
A venda de veículos subiu 12,9% e a produção teve alta de 5% em janeiro, por causa da base de comparação mais fraca
Com 142,9 mil veículos emplacados, janeiro registrou um aumento de vendas de 12,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado. O crescimento não é reflexo, porém, aumento de demanda, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite. Segundo o executivo, deve-se a uma base de comparação baixa, já que em janeiro de 2022 as fábricas de veículos estavam mais afetadas pela falta de componentes do que hoje.
“A demanda dá sinais de desaceleração em 2023”, destacou Leite durante a apresentação dos resultados do setor esta manhã. O nível de estoques manteve-se praticamente inalterado no primeiro mês do ano em relação ao fim de 2022, com volume suficiente para 38 dias de vendas.
Já a produção alcançou 152,7 mil veículos em janeiro, uma alta de 5% na comparação com o mesmo mês de 2022. Leite considerou o resultado um “discreto aumento que precisa, de toda forma, ser comemorado”.
O avanço também se deve a uma base pequena de comparação. Segundo o executivo, a produção de veículos no primeiro mês do ano seguiu o ritmo de um período marcado por incertezas na esfera da política macroeconômica e pela demanda mais fraca, provocada por concentração de gastos no orçamento das famílias, como IPTU e matrículas nas escolas.
A indústria de caminhões também registrou desaceleração em razão da queda de demanda. No início de janeiro, entrou em vigor nova regra de emissões para veículos pesados. Como sabiam que a inclusão de equipamentos de controle de emissões provocaria aumento de preços nos novos veículos, os frotistas anteciparam as compras no fim do ano passado.
Exportações
A exportação de veículos seguiu em janeiro a tendência de crescimento registrada nos meses anteriores. O embarque de 33 mil unidades representou um avanço de 19,3% em relação a janeiro de 2022.
O mercado da Argentina, que registrava tendência de queda até o fim de 2022, reagiu no mês passado. Por outro lado, Leite disse estar preocupado com uma retração média de 20% em dois mercados importantes: Chile e Colômbia.
A receita obtida com a exportação de veículos somou US$ 709,1 milhões em janeiro, alta de 28%.
O Estado de S.Paulo - SP 08/02/2023
Dados da Anfavea mostra quem as vendas de veículos cresceram 12,9% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano anterior
Por Eduardo Laguna07/02/2023 | 11h22
Estadão/Economia
A indústria automotiva começou 2023 melhor do que iniciou 2022, com crescimento de 5% da produção em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados da Anfavea, entidade que representa o setor, divulgados nesta terça-feira, 7. No total, 152,7 mil unidades foram produzidas no mês passado, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus.
Já as vendas, de 142,9 mil veículos no mês passado, subiram 12,9% frente a janeiro de 2022. Os dados estão no primeiro balanço do ano da Anfavea, a entidade que representa as montadoras.
No comparativo com dezembro, como costuma acontecer, houve queda de 20,3% da produção e de 34,1% das vendas. As montadoras esperam acumular uma “gordura” no primeiro trimestre, quando os números são confrontados com uma base de comparação fraca, para chegar ao fim do ano com crescimento de 3% das vendas e de 2,2% da produção.
Há otimismo com a recuperação do fornecimento de componentes eletrônicos, cuja escassez foi responsável por parar linhas de montagem nos últimos dois anos, mas também preocupação com o efeito da alta de juros na demanda.
As exportações, segundo a Anfavea, subiram 19,3% frente a janeiro de 2022. Na comparação com dezembro, a alta foi de 5,9%, com 33 mil veículos embarcados no mês passado.
O balanço da Anfavea mostra ainda que 230 vagas de trabalho foram abertas em janeiro nas montadoras, que agora empregam 102,1 mil pessoas.
Valor - SP 08/02/2023
Mais de 5,6 mil edifícios foram destruídos, incluindo algumas escolas, hospitais, estradas e outras estruturas críticas, segundo o serviço de emergência da Turquia
Especialistas externos em engenharia acreditam que a queda de tantos edifícios em toda a Turquia foi causada por más práticas de construção que deveriam ter sido aprimoradas desde que um terremoto semelhante atingiu a região há 24 anos.
"A história está se repetindo", disse P. Benson Shing, professor de engenharia estrutural da Universidade da Califórnia em San Diego. "Olhando para os danos, o principal problema na Turquia é que eles têm muitos edifícios que não atendem aos requisitos do código moderno [de construção]".
Mais de 5 mil pessoas morreram na Turquia e na Síria devido ao terremoto de magnitude 7,8 que atingiu uma região do centro-sul da Turquia na manhã de segunda-feira, seguindo por um tremor secundário de magnitude 7,5 que aconteceu nove horas depois.
Mais de 5,6 mil edifícios foram destruídos, incluindo algumas escolas, hospitais, estradas e outras estruturas críticas, segundo o serviço de emergência da Turquia. A situação piorou os esforços de resgate e reduziu o número de locais onde as pessoas podem se abrigar, já que as equipes trabalham na escuridão correndo para salvar as pessoas presas sob os escombros.
Em 1999, um terremoto de magnitude 7,4 atingiu o noroeste da Turquia, matando cerca de 17 mil pessoas. Após o desastre, os líderes locais prometeram práticas de construção mais rígidas, disse Shing. Os edifícios podem suportar terremotos poderosos com medidas de projeto, como alvenaria e concreto reforçado com aço, bem como vigas de suporte reforçadas e colunas verticais. Mesmo que nem todos os edifícios tenham seguido essas medidas, estruturas importantes como escolas, hospitais, viadutos e instalações governamentais deveriam ter sido fortalecidas.
"Um edifício normalmente deve se comportar de maneira dúctil, o que significa que pode balançar e acomodar uma grande deformação sem desabar", disse Shing. "Isso se aplica a qualquer tipo de construção, seja concreto armado, aço, alvenaria armada ou estruturas de madeira".
Uma avaliação divulgada na segunda-feira pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) afirmou que os moradores da área atingida pelo terremoto vivem em prédios "extremamente vulneráveis" a tremores de terra. "Os tipos de edifícios vulneráveis predominantes são alvenaria de tijolo não reforçada e estrutura de concreto não dúctil de baixo crescimento com construção de preenchimento", de acordo com a avaliação do USGS.
Cientistas do USGS disseram que alguns prédios também podem ter desabado por causa de um fenômeno chamado liquefação, no qual um tremor intenso transforma o solo sob a fundação do prédio em um estado quase líquido.
Uma área de cerca de 98 metros quadrados ao redor do epicentro dos dois terremotos pode ser vulnerável à liquefação, disse Alex Hatem, geólogo do USGS. "Isso pode afetar um número significativo de pessoas e provavelmente será uma grande fonte de danos", disse ele.
A Turquia tem um código de construção desde a década de 1940 e atualizou sua legislação de construção em 2018 para adicionar mais medidas à prova de terremotos e um mapa de risco sísmico, de acordo com um artigo publicado na Conferência Internacional de 2018 sobre Novos Avanços na Engenharia Civil.
Valor - SP 08/02/2023
Projeto de crescimento contempla fábrica de fertilizantes e novo gasoduto
“Nos últimos anos o mercado evoluiu muito e o gás está muito mais competitivo no Brasil agora”, afirma José Firmo, presidente do Porto do Açu — Foto: Leo Pinheiro/Valor
O Porto do Açu, localizado no município de São João da Barra (RJ), inaugura nesta quarta-feira (8) a expansão de um terminal, em busca de expandir a atuação no agronegócio e de se tornar um polo logístico ainda mais relevante para o setor de energia. A necessidade de aumento da capacidade do terminal surgiu depois que o porto passou a importar fertilizantes, em 2020.
A expectativa agora é seguir com a implantação de uma unidade misturadora de fertilizantes para atender a clientes, principalmente, do Estado de Minas Gerais. O projeto prevê ainda a possibilidade futura de construção de uma fábrica de fertilizantes nitrogenados, investimento que depende de um gasoduto, já que o gás é o principal insumo para esses produtos.
A expansão do terminal também aproxima o Açu ainda mais da transição energética, pois a área vai exportar produtos ligados a esses negócios, como o lítio, usado em baterias, e o concentrado de cobre, aplicado na fabricação de carros elétricos.
A oportunidade para o porto atuar na produção de fertilizantes está relacionada à disponibilidade de gás
Quanto ao gasoduto que pode viabilizar a construção da fábrica de fertilizantes, a expectativa é tomar uma decisão sobre a transportadora que será parceira no projeto até o fim de 2023, segundo o CEO do Porto do Açu, José Firmo. A Gás Natural Açu (GNA), responsável pela operação do complexo termelétrico localizado no porto, assinou no fim do ano passado acordos com a Nova Transportadora Sudeste (NTS) e a Transportadora Associada de Gás (TAG) para estudos de viabilidade da construção do gasoduto que vai conectar o porto à malha nacional.
Com dois terminais, o Porto do Açu é hoje o segundo maior do país em termos de volume de carga movimentada, atrás do Porto de Santos (SP). As cargas que passam pelo porto no norte fluminense incluem o minério de ferro e a exportação do petróleo. Além disso, o Açu conta com um complexo industrial onde estão instaladas empresas que prestam serviços ao setor de petróleo e gás, dada a proximidade com as bacias de Campos e Santos, as duas maiores regiões produtoras do país.
A Porto do Açu, responsável pela operação dos terminais do porto, é uma empresa operada pela Prumo Logística, em parceria com o Porto de Antuérpia, que tem 1% de participação. Ao todo, a companhia investiu R$ 600 milhões até o momento no terminal multicargas. Segundo Firmo, há espaço para mais R$ 200 milhões em investimentos na área em cinco anos.
Em operação desde 2016, o terminal multicargas fica ao lado do terminal de petróleo e nasceu voltado para operações em granéis sólidos, sobretudo coque, carvão e bauxita. Nos últimos três anos, entretanto, surgiram demandas de importação e exportação para o agronegócio. Como a conexão ao porto se dá por meio de rodovias, a combinação das cargas que chegam e saem do país foi uma das medidas tomadas pelos clientes para reduzir o custo do frete, o que ajudou a manter a alta ocupação do terminal em 2021 e 2022.
O Açu começou a realizar as primeiras importações de fertilizantes em 2020, por meio de um armazém com 25 mil toneladas de capacidade estática. Agora, a expansão inclui dois novos armazéns cobertos que vão quadruplicar a capacidade do terminal para armazenar até 110 mil toneladas, além de dobrar área alfandegada para 360 mil metros quadrados.
Nesta quarta, o Porto do Açu inaugura um desses novos galpões, com capacidade estática de 45 mil toneladas. Esse terminal, que vai atuar na exportação de cobre proveniente de Goiás, foi implantado em parceria com a Lundin Mining Brasil. Ainda no primeiro semestre de 2023, será inaugurado o terceiro armazém, que terá capacidade estática de cerca de 40 mil toneladas. Os galpões estão ao lado do cais, o que acelera a velocidade para carga e descarga.
O porto passou a ser uma solução logística principalmente para empresas do agronegócio localizadas nos Estados do Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás, região que responde por quase metade da demanda nacional de fertilizantes.
A oportunidade para o Porto do Açu atuar no futuro na produção de fertilizantes está relacionada à disponibilidade de gás. O complexo de geração de energia termelétrica localizado no Açu é abastecido pelo gás proveniente de um navio regaseificador com capacidade de 28 milhões de metros cúbicos por dia (m3 /dia). As duas usinas termelétricas do complexo vão consumir 11 milhões de m3 /dia, por isso, parte do gás pode ser direcionado para outros projetos, como a fábrica de fertilizantes.
Hoje, o Brasil importa mais de 90% dos fertilizantes que consome, por causa sobretudo do histórico de alto custo do gás natural para produção nacional. Com isso, a produção de fertilizantes no porto vai depender, sobretudo, do preço do gás. “Nos últimos anos o mercado evoluiu muito e o gás está muito mais competitivo no Brasil agora”, diz Firmo.
De acordo com o diretor de terminais e logística do Porto do Açu, João Braz, a companhia tem parcerias com os fornecedores de tecnologia para uma planta de nitrogenados e os estudos estão concluídos. Antes de prosseguir com esse projeto, contudo, o Porto do Açu analisa a implantação de uma planta misturadora para os fertilizantes importados. Segundo Braz, o estudo de viabilidade já foi feito e a expectativa é fechar o contrato para a construção ainda em 2023.
Hoje, as unidades misturadoras são instaladas próximas aos clientes. A possibilidade de ter plantas maiores, para atender a mais consumidores, pode ser viabilizada por um convênio que vai entrar em vigor em 2025 e que prevê isonomia tributária do ICMS para o fertilizante importado e produzido no Brasil. “Com a isonomia tributária, dependendo do local, faz sentido ter isso em escala maior, dentro dos portos”, diz Braz.
O diretor lembra que, mesmo que ocorra um aumento da produção nacional de fertilizantes, as compras do exterior ainda vão ser importantes para suprir o agronegócio brasileiro. “Há alguns produtos que têm características que não têm produção no Brasil, como a rocha fosfática e o potássio”, diz.
Segundo Braz, na atual década existe espaço para o Açu atender metade da demanda de ureia estimada para a região de influência do porto, projetada em 1,6 milhão de toneladas. A atuação do Porto Fluminense na importação de fertilizantes complementa as atividades de exportação de grãos. De acordo com o diretor, um estudo da fundação Dom Cabral mostrou que o Açu pode movimentar até 20 milhões de toneladas de grãos em 2035, caso seja concluída a conexão do porto à malha ferroviária.
Em janeiro do ano passado, o Ministério da Infraestrutura assinou acordo com o Açu para construção de uma ferrovia, que vai ligar o porto a Anchieta (ES). “O potencial é gigantesco, tanto na exportação de grãos, principalmente do Noroeste mineiro, assim como na importação de fertilizantes. Começamos com a rodovia e, num futuro, com a chegada da ferrovia, isso é potencializado”, diz Braz.
O projeto da ferrovia está incluído no programa de parcerias de investimentos (PPI). Segundo o CEO do Porto do Açu, ainda não houve novas sinalizações sobre o projeto desde que o governo Lula assumiu, no mês passado. “O projeto continua, está nos planos do governo federal, mas ainda não tem um anúncio definitivo de início de construção. Temos dois Estados extremamente interessados, Rio e Minas Gerais. Para escoar a produção agrícola na próxima década, Minas depende dessa ferrovia conectada ao Açu”, diz Firmo.
Valor - SP 08/02/2023
Segundo a Coalizão pela Competitividade Gás Natural, o objetivo é tornar o país menos dependente de importações, estimulando o surgimento de um novo ciclo de desenvolvimento econômico
Em audiência com o ministro da Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o grupo Coalizão pela Competitividade Gás Natural (CCGNMP) apresentou a situação atual do setor e propostas para o aumento de disponibilidade e competitividade do gás natural como matéria-prima, com ênfase no desenvolvimento do setor químico e de fertilizantes no Brasil.
Segundo a entidade, o objetivo é tornar o país menos dependente de importações, estimulando o surgimento de um novo ciclo de desenvolvimento econômico. No atual contexto, o Brasil dispõe de grande quantidade de gás natural associado no pré-sal, porém longe dos consumidores industriais, já que quase a metade é reinjetada.
A previsão é que a oferta de gás natural no Brasil aumente muito até 2030, mas para que isso aconteça é preciso de investimentos em infraestrutura de gasoduto de escoamento e unidade de processamento, por exemplo, a fim de garantir a utilização pelo mercado nacional.
“Quando a coalizão apresentou os estudos preliminares ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento e Comércio, Geraldo Alckmin, o nosso foco foi a realidade atual, na qual o gás natural matéria-prima produzido no pré-sal da bacia de Santos, conta no momento com 45% de reinjeção, contra a média mundial de 20% e no futuro próximo o pós-sal de Sergipe será matéria prima essencial aos consumidores industriais”, disse em nota o presidente do grupo, Joaquim Maia.
De acordo com o executivo, a disponibilização do energético a preços competitivos para produção de químicos e fertilizantes pode gerar um ciclo virtuoso e sustentável de desenvolvimento ao país, além de contribuir para a eliminação da vulnerável posição que de importadores de insumos químicos e de fertilizantes, que o Brasil se encontra.
A coalizão diz que está iniciando um estudo detalhado do gás natural como matéria-prima, incluindo oferta, demanda, escoamento, gargalos existentes bem como tributação com recomendações de ações e políticas públicas junto à Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
O motivo do encontro não é necessariamente novo. A entidade já havia apresentado a pauta ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em janeiro, e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em julho de 2022.
A CCGNMP é um grupo formado por associações ligadas aos setores de engenharia industrial (Abemi), infraestrutura e indústrias de base (Abdib), indústria química (Abiquim), distribuidoras de gás canalizado (Abegas), transportes (CNT), Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia de Sergipe (Sedetec/SE) e transportadoras de gás (TGBC).
Money Times - SP 08/02/2023
A Petrobras (PETR4) obteve do governo do Pará uma de duas licenças ambientais necessárias para seguir adiante com um grande simulado de vazamento na Bacia da Foz do Rio Amazonas, visto pela estatal como último passo necessário para que o Ibama libere o tão aguardado poço em águas profundas do Amapá.
O simulado, que estava inicialmente previsto para ser iniciado na segunda quinzena de dezembro, está travado pois a petroleira depende antes das licenças do Pará para um pequeno hospital para aves oleadas em Belém, chamado de Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna (CRD).
Em nota à Reuters, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) paraense confirmou ter concedido a licença de instalação do CRD na semana passada. Ainda falta, entretanto, uma licença de operação, que a Petrobras espera que seja concedida até o fim desta semana, segundo uma fonte a par da situação.
Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente a pedidos de comentários.
A petroleira estatal, que vem arcando com um custo diário milionário de mobilização de pessoal e equipamentos para o simulado na região amazônica desde o ano passado, está trabalhando já há algum tempo em busca de abrir a bacia como uma nova fronteira exploratória de petróleo, em região próxima à Guiana, onde a Exxon Mobil fez descobertas importantes.
A missão foi abraçada pela Petrobras depois que gigantes como BP e TotalEnergies desistiram de ativos vencidos em leilão em 2013 por dificuldades para obter licenciamentos.
A Foz do Amazonas está inserida em ampla região do litoral brasileiro conhecida como Margem Equatorial, que vai desde o Rio Grande do Norte até o Amapá, onde o atual plano de negócios da Petrobras prevê investimentos de 2,94 bilhões de dólares até 2027, enquanto busca meios de repor reservas e evitar o declínio de produção futura.
O plano de negócios da Petrobras deverá ser revisto pela gestão do novo presidente, Jean Paul Prates, que tomou posse no mês passado. Mas o executivo já afirmou em vídeo publicado a funcionários ver a Margem Equatorial como promissora, com “forte potencial” tanto para petróleo e gás como para energias renováveis.
Ainda não se sabe, porém, como se manifestará o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama no novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Valor - SP 08/02/2023
Empresa protocolou nesta terça-feira no órgão antitruste uma manifestação jurídica e um parecer econômico com uma lista de motivos contra a operação
A Copagaz protocolou na terça-feira (7) no Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) uma manifestação jurídica e um parecer econômico com uma lista de motivos contra a operação anunciada por Ultragaz (grupo Ultra) e Supergasbras, apurou o Pipeline, coluna de negócios do Valor. A companhia já tinha entrado como terceira interessada no processo de análise do consórcio entre as concorrentes, que há seis meses anunciaram o consórcio operacional que a rival leu como fusão disfarçada.
O mercado de GLP já é concentrado no país, o que levou à reprovação pelo Cade, há cinco anos, da aquisição da Liquigás pela Ultragaz. A distribuidora da Petrobras acabou sendo vendida para Copagaz e Itaúsa. Nesse contexto, o Ultra formatou agora um arranjo que não envolve transação societária.
Com a intenção de ganhar eficiência e otimizar investimentos, as duas companhias querem compartilhar parte de suas estruturas operacionais de produção de GLP envasado e a granel. Mas a Copagaz anexou um parecer econômico feito pela consultoria Ferres, avaliando que a troca de informação sensível entre as duas companhias na gestão dessas bases aumentaria o incentivo das distribuidoras para uma estratégia coordenada em relação a volumes e abordagens de mercado.
O entendimento da consultoria e da concorrente é que, ainda que sem troca de ações e com outra nomenclatura, o desenho traz efeitos semelhantes ao de uma fusão - redução da assimetria de custos e de informação entre as empresas, a movimentação coordenada de expansão e retração de oferta entre as empresas, e maior assimetria entre as duas e as concorrentes, subindo a barreira de entrada.
Como o Cade costuma avaliar a concentração por Estado, a Ferres destaca que em alguns deles a dupla parceira passaria de metade do mercado. Passariam de 40% do volume de mercado de GLP envasado em oito Estados e de GLP a granel em 14 Estados, excedendo 50% em 10 deles no granel. Bahia, por exemplo, chegaria a 71,9%. E a 66% no Distrito Federal, segundo a consultoria.
A Ferres diz ainda que não há incentivos ao repasse destas eficiências ao consumidor final nesse modelo de consórcio, mas sim uma reconfiguração do mercado como duopólio.
Ao Cade e ao mercado, Ultragaz e Supergasbras fazem referência aos chamados contratos de congêneres, já utilizados em gás de cozinha para complementar a atuação em estados que uma distribuidora não detém infraestrutura. Isso, no entanto, costuma ser feito em proporções bem menores do que a proposta das duas companhias.
Um dos argumentos da concorrência é justamente a sobreposição de bases, e não a complementariedade. O consórcio envolveria 35 bases de carregamento e envase de GLP em 15 estados, sendo que em nove estados as distribuidoras teriam sobreposição.
Na prática, as companhias teriam um hub de coordenação das operações, discutindo capex, trocando informações comerciais, tecnologia e compartilhando decisões. “É muito diferente do que existe hoje, de prestação de serviço complementar e pontual em determinados mercados em que uma distribuidora não tem envase”, diz um executivo ligado a uma quarta distribuidora.
Ultragaz e Supergasbras anunciaram a operação há pouco mais de seis meses, mas só recentemente entraram com a petição detalhada no órgão antitruste, acessada pelos concorrentes. Outros competidores têm respondido a questionamentos do Cade sobre o assunto e, nos bastidores, questionado ainda o modelo, mas não entraram como parte interessada até o momento, como fez a Copagaz.
Valor - SP 08/02/2023
Mudança estratégica reflete a nova realidade desde a invasão da Ucrânia pela Rússia
A BP disse que vai reduzir a produção de petróleo e gás mais lentamente nesta década, como resultado dos gargalos criados pela invasão da Ucrânia pela Rússia, o que também elevou os preços e gerou lucros recordes.
Embora a empresa britânica tenha dito que reforçou a aposta na transição para uma energia mais limpa com gastos extras de US$ 8 bilhões até 2030, a petroleira aumentará os investimentos em combustíveis fósseis na mesma proporção. No início da próxima década, a empresa terá emissões mais altas do que o prometido anteriormente: a produção de petróleo e gás terá caído 25% em relação a 2019, em comparação com meta anterior de queda de até 40%.
A mudança estratégica reflete a nova realidade desde o ataque militar à Ucrânia liderado pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, e sua decisão de usar os suprimentos de energia como arma contra a Europa. Depois de anos de críticas por seu papel na mudança climática, empresas de petróleo e gás agora ouvem apelos de governos do mundo todo para aumentar a produção.
“Vamos investir mais no sistema de energia atual”, disse o diretor-presidente da BP, Bernard Looney, em entrevista na terça-feira. “E isso, claro, é um sistema de hidrocarbonetos.”
A BP não está sozinha em ajustar sua estratégia de longo prazo. Na semana passada, a Shell, que também tem como meta zerar as emissões líquidas até 2050, informou que vai expandir seus negócios de gás natural, enquanto o investimento na unidade de renováveis ficará estável.
Mais petróleo e gás necessariamente significam mais emissões de carbono, apesar da crescente urgência em limitar os gases que aquecem o planeta e os piores impactos da mudança climática. No início deste ano, os próprios economistas da BP disseram que o orçamento mundial de carbono está se esgotando.
A empresa agora pretende reduzir o carbono do petróleo e do gás que produz – conhecido como emissões do Escopo 3 – de 20% a 30% em 2030, abaixo do objetivo anterior de um corte de até 40%. A BP ainda pretende reduzir suas próprias emissões diretas – conhecidas como Escopo 1 e Escopo 2 – em 50% até 2030.
Em uma atualização de estratégia publicada com o balanço do quarto trimestre, na qual a BP anunciou lucro recorde de US$ 27,65 bilhões em 2022, a companhia disse que aumentará os gastos com combustíveis fósseis e negócios de baixo carbono. E planeja investimentos adicionais de US$ 8 bilhões em cada segmento até o fim da década.
Para petróleo e gás, a BP quer direcionar gastos para elevar a produção o mais rápido possível. Isso significaria investimentos como maior capacidade de perfuração no Golfo do México, no Mar do Norte e na formação de xisto na Bacia do Permiano nos EUA.
“Trata-se de produção que pode ser iniciada a curto e médio prazo para ajudar as pessoas que enfrentam problemas de abastecimento”, disse Looney.
Superciclo do petróleo
A percepção de falta de oferta no mercado de petróleo também impulsiona a estimativa da BP sobre os preços. A empresa espera que o petróleo atinja uma média de US$ 70 o barril em 2030, acima dos US$ 60 previstos há menos de um ano.
“A perspectiva da empresa mudou de acordo com nossa visão do superciclo do petróleo”, escreveu em nota Christyan Malek, chefe global de estratégia de energia do JPMorgan Chase.
Embora a BP tenha mudado o ritmo de sua transição para a energia limpa, a empresa diz que ainda está canalizando uma parte crescente do caixa de seu negócio de combustíveis fósseis para investimentos de baixo carbono. Em 2019, a empresa gastou 3% do capital em outras áreas além de petróleo e gás. No ano passado, essa fatia subiu para 30% e será equivalente a mais da metade em 2030, disse Looney.
Cultivar - RS 08/02/2023
A AGCO reportou resultado recorde em 2022. Suas vendas líquidas atingiram US$ 12,7 bilhões. E a margem operacional ajustada chegou a 10,3%. O anúncio ocorreu hoje (7/2).
No quarto trimestre de 2022, as vendas líquidas de US$ 3,9 bilhões. Aumento de 23,6% em comparação com o quarto trimestre de 2021. Nesses resultados consta reversão de provisionamento relacionado a questões fiscais no Brasil (US$ 3,08 por ação).
"Para 2023, esperamos um crescimento contínuo das vendas e expansão da margem, uma vez que a procura da indústria continua forte e a nossa estratégia 'produtor em primeiro lugar' ['farmer-first'] continua a ganhar força. Assumimos que as condições do mercado global permanecerão saudáveis, uma vez que a economia agrícola favorável permite aos agricultores continuar a investir em novo equipamento mais produtivo e em actualizações tecnológicas", explica Eric Hansotia, CEO da AGCO.
Hansotia apontou como estratégias para 2023: crescimento no negócio de agricultura de precisão (margem elevada), globalização da linha completa de produtos Fendt e expansão da comercialização de peças e serviços.
Nas precisões para o mercado de tratores em 2023, a única região com crescimento esperado é a América do Sul.
Previsão AGCO para o mercado de tratores em 2023
AGCO - Vendas globais 2022
AGCO - Vendas 2022 por região
IstoÉ Online - SP 08/02/2023
A Anfavea, entidade que representa as montadoras, apresentou nesta terça-feira, 7, previsões de queda para as vendas de máquinas agrícolas e de construção neste ano. A expectativa para as máquinas agrícolas é de que sejam entregues 65 mil unidades, entre tratores e colheitadeiras de grãos, o que representa uma redução de 3,5% do volume registrado no ano passado.
Já para as máquinas de construção, como retroescavadeiras, pás-carregadeiras e motoniveladoras, a Anfavea prevê vendas de 36 mil unidades, 4,7% a menos do que o número de 2022.
Em relação às exportações de máquinas, as projeções da Anfavea são de redução de 13,1% dos embarques de tratores e colheitadeiras, para 9,52 mil unidades neste ano, e crescimento de 11,3% das vendas ao exterior de máquinas de construção, que, se confirmado o prognóstico, chegarão a 13,2 mil unidades.
Conforme os dados levados pela Anfavea à apresentação de resultados à imprensa, as vendas de máquinas agrícolas subiram 19,4% em 2022, totalizando 67,4 mil unidades. Já as entregas de máquinas de construção, um total de 37,8 mil unidades no ano passado, subiram 29,2% no ano passado.
Os números são de levantamentos realizados por outras duas entidades: a Fenabrave, que representa as concessionárias e divulga mensalmente as vendas de máquinas agrícolas; e a Abimaq, entidade da indústria de bens de capital, que acompanha os resultados das máquinas de construção. Eles têm defasagem de um mês em relação às estatísticas de veículos divulgadas nesta terça pela Anfavea, já referentes a janeiro.
Só em dezembro, 6 mil máquinas agrícolas foram vendidas no Brasil, 5,6% acima do volume registrado no mesmo mês de 2021. Na comparação com novembro, o crescimento foi de 17%.
As vendas de máquinas de construção, por sua vez, somaram 2,8 mil unidades no último mês de 2022, com leve aumento de 1,2% em relação a dezembro do ano anterior. Frente a novembro, as vendas de máquinas de construção tiveram alta de 5,4%.
Associe-se!
Junte-se a nós e faça parte dos executivos que ajudam a traçar os rumos da distribuição de aço no Brasil.
© 2019 INDA | Todos os direitos reservados. desenvolvido por agência the bag.