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07 de Dezembro de 2022

SIDERURGIA

Valor - SP   07/12/2022

A Riwald processou mais de 330 mil toneladas de sucata ferrosa em 2021 e utiliza equipamentos de alta especificação técnica na separação de materiais

A ArcelorMittal anunciou a aquisição da empresa holandesa de reciclagem de sucata ferrosa Riwald Recycling. A conclusão da transação está sujeita a aprovações regulatórias, previstas para o final de janeiro de 2023. Os detalhes financeiros do acordo não foram divulgados.

A Riwald opera dois pátios de sucata certificados em Almelo e Beverwijk, na Holanda, ambos com acesso direto ao porto, diz a ArcelorMittal, em comunicado. A Riwald processou mais de 330 mil toneladas de sucata ferrosa em 2021 e utiliza equipamentos de alta especificação técnica na separação de materiais, garantindo pureza alta dos materiais no final do processo e maximizando a recuperação de sucatas e resíduos coletados, diz a nota.

Esta é a terceira aquisição de reciclagem de metal realizada este ano pela ArcelorMittal, após a compra de várias instalações de reciclagem de metais da ALBA International Recycling e a aquisição da John Lawrie Metals. Segundo o comunicado, juntamente com a Riwald, essas três empresas processaram mais de 1 milhão de toneladas de sucata de aço em 2021.

A aquisição reforça “o importante papel que a sucata de aço pode desempenhar em nossos esforços para descarbonizar e atingir nossa meta de reduzir a intensidade de carbono do aço que produzimos na Europa em 35% até 2030”, diz o diretor-presidente da ArcelorMittal na Europa, Geert Van Poelvoorde, em comunicado.

O diretor-presidente da Riwald, Gert Huzink, diz estar ansioso para continuar no cargo com toda a equipe de gerenciamento para apoiar a estratégia de reciclagem de metais da ArcelorMittal.

Portos e Mercados - SP   07/12/2022

Os exportadores brasileiros receberem notificações, avisando sobre investigação, e serem convidados a responder questionários

Das 87 medidas em vigor atualmente, 58 foram aplicadas de 2020 até o último dia 30. Ao todo, 22 países ou blocos mantêm a medida em vigor para os embarques brasileiros.As exportações estão cada dia mais na mira de medidas de defesa comercial nos países de destino. Das 87 medidas em vigor, apenas 58 foram aplicadas de 2020 até o final de novembro. O volume é baixo, mais que o dobro das 27 aplicadas entre 2017 e 2019. Os números incluem revisões, prorrogações, compensações por subsídios. No geral, são 22 países ou blocos que mantêm a medida em vigor para os embarques nacionais.
Os países com mais medidas de defesa em vigor, são: Estados Unidos com 17 medidas, Argentina com 12 e Indonésia com 11 casos. Ferro, ferro fundido e aço e obras desses materiais somam 34 medidas em vigor.

Apesar de a indústria siderúrgica ser o grande alvo e representar boa parte das medidas, outros produtos estão na mira dos países, como, por exemplo, máquinas de papel, borrachas, alimentos como frango, açúcar e mel. Os dados fazem parte do Painel de Defesa Comercial, plataforma montada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp). No caso do aço, os EUA deixam de cobrar taxas adicionais de até 45,58% — sendo 34,28% de direito antidumping e 11,30% de medida compensatória — na importação de produtos laminados a quente originários do Brasil.

Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada no comércio exterior, a situação representa o primeiro desafio do presidente eleito. “Com tantos embargos e medidas protecionistas, será necessária muita diplomacia e adaptação. Com isso, 2023 será um ano ainda mais desafiador para o Brasil no comércio exterior”, afirma.

Tem se tornado cada vez mais comum os exportadores brasileiros receberem notificações, avisando sobre investigação, e serem convidados a responder questionários. A intensificação das medidas de defesa é uma tendência global, movida por diversos fatores como dificuldade econômica, mudança de circunstâncias internacionais e políticas para evitar que a indústria doméstica seja prejudicada por práticas ilegais ou desleais de comércio.

Até o final de novembro, foram aplicadas mais de 20 medidas de defesa comercial em vigor para as exportações brasileiras. Destas, sete foram medidas de salvaguarda aplicadas pela Turquia. As demais partiram de Marrocos, Filipinas, Reino Unido, União Europeia (UE) e EUA.

Valor - SP   07/12/2022

Tese de reabertura da China deu apoio a empresas de commodities, enquanto expectativa de juros maiores nos EUA limitou ganhos; perspectiva de PEC da Transição enxuta deu fôlego na reta final da sessão

Seguindo a receita dos últimos pregões, o Ibovespa sofreu pressões divergentes no pregão desta terça-feira, até terminar o dia com tendência positiva. Enquanto a tese de reabertura da China permaneceu dando fôlego às empresas ligadas às commodities metálicas, a expectativa por juros maiores nos EUA seguiu limitando os ganhos do índice. Nos últimos negócios, o avanço da PEC da Transição com R$ 145 bilhões e por dois anos na CCJ do Senado deu fôlego extra à ponta compradora.

Após ajustes, o referencial local registrou alta de 0,72%, aos 110.189 pontos, enquanto o índice futuro subia 1,09%. Na mínima intradiária, o índice à vista tocou os 109.217 pontos, e, na máxima, os 110.663 pontos. O volume financeiro negociado na sessão foi de R$ 19,67 bilhões no Ibovespa e R$ 24,11 bilhões na B3. Em Nova York, o S&P 500 recuou 1,44%, aos 3.941 pontos, o Dow Jones apresentou recuo de 1,03%, aos 33.596 pontos, e o Nasdaq oscilou negativamente em 2%, aos 11.014 pontos.

Entre as commodities metálicas, o minério de ferro fechou a sessão praticamente estável (alta de 0,1% no norte da China segundo índice Platts, para US$ 109,70) mas alcançou seu nível mais elevado em quase quatro meses. Além da expectativa de reabertura da China, conforme as autoridades locais seguem afrouxando restrições, os preços podem ser impulsionados por desafios sazonais de oferta nos próximos meses, já que começa a temporada de chuvas no Brasil e na Austrália.

Assim, Usiminas PNA ganhou 3,43%, Vale ON subiu 1,45%, Gerdau PN teve alta de 1,31% e CSN ON +1,17%. No entanto, para Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter, a leitura sobre o setor ainda não é fácil.

"A reabertura ajuda no curto prazo, mas ainda não existe uma recuperação da demanda. Precisamos entender se a desaceleração econômica da China veio mesmo dos lockdowns ou da própria desaceleração global e se os setores imobiliário e de infraestrutura, essenciais para o setor, conseguirão recuperar o fôlego", diz.

Localmente, investidores seguiram monitorando a tramitação da PEC da Transição. Mais cedo, o senador Alexandre Silveira (PSD-MG) apresentou o texto final da proposta sem excepcionalizar o Bolsa Família (atual Auxílio Brasil) do teto de gastos, como queria a equipe de transição. Em vez disso, Silveira adicionou R$ 175 bilhões ao limite do teto de gastos. Pelo texto sugerido por ele, esse novo limite valeria por dois anos, ou seja, para 2023 e 2024.

No fim do dia, entretanto, o texto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado com um valor de R$ 145 bilhões, o que foi bem recebido pelos agentes. "Não é o ideal, mas é menos do que o que vinha sendo ventilado", disse um gestor ao Valor PRO.

"O principal peso para os investidores é exatamente a incerteza que temos, desde que ultrapassamos o período eleitoral, em relação ao furo do teto e ao corpo ministerial. Quando tivermos estes dois pontos definidos, o mercado vai poder trabalhar com mais clareza, podendo ou não realizar adaptações aos portfólios mediante o novo cenário apresentado", diz Joubert, do Inter.

Na sessão, os bancos também buscaram recuperação: Itaú PN +2,31%, Bradesco PN +2,36%, Santander units +2,02% e Banco do Brasil ON +1,02%.

Grandes Construções - SP   07/12/2022

A produção de aço continua sendo um desafio para a engenharia, principalmente nas áreas que envolvem temperaturas extremas, mas algumas inovações estão deixando os equipamentos mais resistentes e aumentando a produtividade das siderúrgicas.

Em um exemplo recente, a implantação de um novo tipo de mancal nas linhas transportadoras de lâminas quentes reduziu a necessidade de paradas da produção para a troca de componentes.

No processo de laminação, as chapas de aço quente são transportadas em esteiras de rolos que precisam resistir a altas temperaturas. Ainda assim, em uma usina siderúrgica era preciso parar a produção quatro vezes por ano para substituir esses rolamentos.

Recentemente, a equipe de engenharia da norte-americana Timken desenvolveu novos mancais bipartidos de aço, com lubrificante especial para alta temperatura, que prolongaram a vida útil de cada rolamento para um ano.

Em uma das indústrias em que os novos mancais foram implantados, a redução de paradas de manutenção, de quatro vezes anuais para apenas uma, resultou em uma economia de US$ 160 mil a cada ano.

Segundo a Abecom, empresa especializada em manutenção industrial e que distribui as soluções da Timken no Brasil, inovações de engenharia como essa geram um retorno muito superior ao investimento, pois elevam a produtividade e os ganhos das indústrias.

Valor - SP   07/12/2022

Decisão, por maioria de votos, foi proferida pela 1ª Turma da Câmara Superior

Presidente do Carf, Carlos Henrique de Oliveira: “Por que o Brasil se digna a assinar um tratado se ele não tem vigência?” — Foto: Nilani Goettems/Valor

A 1ª Turma da Câmara Superior, a mais alta instância do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), cancelou uma autuação de R$ 1,25 bilhão que havia sido aplicada pela Receita Federal contra a ArcelorMittal Brasil. As cobranças envolviam amortização de ágio - decorrente da fusão entre as siderúrgicas - e tributação do lucro de controladas no exterior.

Tratam-se de dois temas importantes para os contribuintes e que vêm sendo acompanhados de perto pelo mercado. Especialmente quando julgados na Câmara Superior, cujas decisões podem servir como precedente para os demais casos em discussão.

Antes desse processo envolvendo a ArcelorMittal, a 1ª Turma já havia anulado outras duas autuações referentes à tributação de lucro de controladas no exterior. Uma delas contra a Ambev, no valor de R$ 1,5 bilhão.

Em relação à amortização de ágio em operação envolvendo o uso de empresa veículo - como no processo da ArcelorMittal - a análise, segundo especialistas, depende muito das peculiaridades de cada caso. A 1ª Turma da Câmara Superior decidiu a favor de contribuintes em pelo menos três casos julgados nos meses de agosto e setembro.

O processo envolvendo a ArcelorMittal teve placar de seis a quatro. Os cinco conselheiros que representam os contribuintes na turma votaram pelo cancelamento da autuação. O sexto voto nesse mesmo sentido - único entre os conselheiros fazendários - foi proferido por Carlos Henrique de Oliveira, o presidente do Carf.

Ágio é um valor pago pela rentabilidade futura da companhia adquirida ou incorporada. Pode ser registrado como despesa nos balanços e reduzir o valor a recolher de Imposto de Renda e CSLL.

A operação é permitida por lei, mas a Receita Federal costuma autuar contribuintes quando interpreta que o único objetivo foi reduzir carga tributária. Nesses casos, a operação é desconsiderada e os tributos cobrados, com juros e multa.

Aconteceu dessa forma com a ArcelorMittal. Segundo a fiscalização, a empresa teria realizado exclusões indevidas da base de cálculo dos tributos entre 2008 e 2010.

Toda essa história tem origem na fusão das duas empresas no exterior. A Mittal Steel, da Holanda, fez uma oferta pública para adquirir as ações da Arcelor, em Luxemburgo, no ano de 2006. Depois de idas e vindas, a oferta foi aceita pelos acionistas da Arcelor. Ficou definido, em contrato, que haveria uma reorganização societária: a Mittal Steel Company N.V. deixaria de existir e a Arcelor passaria a se chamar ArcelorMittal.

Paralelamente, no Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ao saber da mudança de controle, determinou que a Mittal oferecesse aos acionistas da Arcelor Brasil a mesma oferta pública para aquisição de ações que havia feito aos acionistas em Luxemburgo.

Para cumprir a determinação da CVM, o grupo Mittal criou a Mittal Steel Brasil Participações. Foi essa empresa - considerada veículo - que fez a aquisição da Arcelor Brasil. A Mittal Brasil foi incorporada após a operação.

“Temos aqui [na operação] uma compra que não foi planejada. O grupo Mittal não planejava comprar as ações [da Arcelor]. Foi determinado pela CVM de forma unilateral”, afirmou o advogado da empresa, Celso Costa, sócio do escritório Machado Meyer, em sustentação oral quando o julgamento teve início, no mês de agosto.

Nessa mesma ocasião, o procurador da Fazenda Nacional Rodrigo Moreira disse aos conselheiros que a Mittal Steel Company N.V. fez todo o negócio com o grupo Arcelor para adquirir a Arcelor no Brasil sem constituir empresa veículo. No país, a Arcelor controlava as siderúrgicas CST, Belgo-Mineira e Vega do Sul.

“A empresa veículo só aparece formalmente nos atos de adquirir as ações que geraram o ágio”, sustentou, acrescentando que, nesse formato, pode ter havido ágio no exterior, o que possibilitaria amortização aqui e lá.

Prevaleceu na Câmara Superior, porém, o entendimento da conselheira Lívia de Carli Germano, representante dos contribuintes. Ela abriu divergência ao voto do relator, o conselheiro André Mendes de Moura, representante da Fazenda, que havia dado razão ao Fisco.

A conselheira considera que precisa existir uma justificativa para o uso de empresa veículo e, nesse caso, a estrutura tinha respaldo na determinação da CVM. Por isso, para ela, o ágio gerado na operação poderia ser amortizado do pagamento de tributos, conforme permite a lei.

Esse trecho do processo - sobre aproveitamento de ágio - foi concluído pelos conselheiros na segunda vez em que o caso esteve em pauta, no mês passado. Ontem eles debateram só a tributação do lucro de controladas no exterior. A autuação envolvia empresas na Argentina e na Holanda, países com tratados internacionais contra a bitributação.

Para a fiscalização, contudo, não se estaria tributando o lucro da empresa controlada no exterior, mas o lucro auferido e computado na empresa brasileira. Assim, não se poderia usar os tratados contra a bitributação.

Neste outro trecho do processo, a divergência, mais uma vez, foi instaurada pela conselheira Lívia de Carli Germano. Ela entendeu que os tratados contra a bitributação têm validade e devem ser aplicados ao caso. O voto de Lívia foi acompanhado por outros cinco julgadores da turma, como ocorreu na discussão sobre a amortização de ágio.

O presidente do Carf, Carlos Henrique de Oliveira, também nessa discussão, se alinhou à divergência - o único entre os conselheiros fazendários. “Por que o Brasil se digna e a Receita Federal gasta meses para assinar um tratado se ele não tem vigência? Em que pese o raciocínio brilhante dos senhores, eu não consigo entender”, disse ele, fechando o placar (processo nº 10600.720035/2013-86).

A produção de aço continua sendo um desafio para a engenharia, principalmente nas áreas que envolvem temperaturas extremas, mas algumas inovações estão deixando os equipamentos mais resistentes e aumentando a produtividade das siderúrgicas.

Em um exemplo recente, a implantação de um novo tipo de mancal nas linhas transportadoras de lâminas quentes reduziu a necessidade de paradas da produção para a troca de componentes.

No processo de laminação, as chapas de aço quente são transportadas em esteiras de rolos que precisam resistir a altas temperaturas. Ainda assim, em uma usina siderúrgica era preciso parar a produção quatro vezes por ano para substituir esses rolamentos.

Recentemente, a equipe de engenharia da norte-americana Timken desenvolveu novos mancais bipartidos de aço, com lubrificante especial para alta temperatura, que prolongaram a vida útil de cada rolamento para um ano.

Em uma das indústrias em que os novos mancais foram implantados, a redução de paradas de manutenção, de quatro vezes anuais para apenas uma, resultou em uma economia de US$ 160 mil a cada ano.

Segundo a Abecom, empresa especializada em manutenção industrial e que distribui as soluções da Timken no Brasil, inovações de engenharia como essa geram um retorno muito superior ao investimento, pois elevam a produtividade e os ganhos das indústrias.

ECONOMIA

Exame - SP   07/12/2022

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil realiza entre hoje, 6, e quarta-feira, 7, sua última reunião de política monetária do ano. A decisão será divulgada amanhã após o fechamento do mercado, e deve indicar os próximos passos para a trajetória da taxa básica de juros da economia, a Selic.

A expectativa dos agentes financeiros é que o Copom mantenha a Selic em 13,75% ao ano. Em sua última decisão, o comitê sinalizou que deve manter uma estratégia de juros estáveis por tempo prolongado. A expectativa era de que as taxas começassem a cair a partir do segundo semestre do ano que vem.

No entanto, o quadro fiscal se agravou nas últimas semanas com as propostas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após sua eleição, o que jogou dúvidas sobre a trajetória da taxa de juros no Brasil.

A equipe de Lula propôs um gasto extra de R$ 198 bilhões, abrindo espaço no orçamento para deixar o programa social Bolsa Família fora do teto de gastos e cumprir promessas de campanha. A proposta pode começar a ser votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta terça.

Enquanto aguardam por uma definição no quadro, os agentes do mercado estimam que os riscos não são fortes o suficiente para que o Copom reveja o curso de manutenção da taxa de juros em 13,75%. O BC, no entanto, deve endereçar a alta dos riscos fiscais em seu comunicado.

“Segundo as autoridades, uma vez que a dinâmica inflacionária está diretamente ligada ao quadro fiscal, o Copom pode elevar os juros novamente, caso a política fiscal acarrete uma piora das expectativas e condições financeiras do mercado”, afirmaram os analistas do Itaú BBA em relatório.

A advertência já vinha nas comunicações do Copom mesmo antes da eleição. Agora, analistas enxergam um risco de que a taxa se mantenha alta por um tempo ainda maior do que o inicialmente previsto, mas sem novas altas por hora.

A justificativa para a manutenção da taxa em 13,75% ao ano está na melhora das perspectivas para a inflação, em especial na conjuntura externa.

“O cenário internacional para os mercados emergentes ainda exige cautela. Houve, no entanto, houve uma incipiente normalização nas cadeias de suprimentos e uma acomodação nos preços das principais commodities, o que deve levar a uma moderação das pressões inflacionárias relacionadas aos bens globais”, informa relatório do Credit Suisse.

Ainda assim, o quadro interno não está suficientemente controlado para que os juros comecem a cair. “O cenário doméstico de desinflação ainda apresenta desafios. Esperamos que o Copom diga que não houve grandes mudanças em termos de perspectivas para a inflação”, completa o documento.

Os analistas do Goldman Sachs também esperam uma manutenção da taxa básica de juros em patamares ainda elevados. “A preservação da postura restritiva se justifica com a pressão no núcleo e no campo de serviços da inflação, além da atividade no mercado de trabalho, alta incerteza em torno da postura fiscal e regra/âncora fiscal em 2023 e anos subsequentes – além da alta de juros global e sinais do banco central americano de um ciclo de elevação de juros prolongado”, destacam em relatório.

Infomoney - SP   07/12/2022

A balança comercial dos Estados Unidos fechou o mês de outubro com déficit de US$ 78,2 bilhões, US$ 4 bilhões acima do dado revisada de setembro (US$ 74,1 bilhões), informou nesta terça-feira (6) o US Census Bureau. O consenso Refinitv esperava um saldo negativo maior, de US$ 80 bilhões no mês.

O déficit no mês foi resultado de exportações US$ 256,6 bilhões e importações de US$ 334,8 bilhões.

No acumulado do ano, o déficit do comércio de bens e serviços aumentou 19,9% em relação ao mesmo período do ano passado, para US$ 136,9 bilhões. As exportações aumentaram 19,8%, para US$ 415,3 bilhões, e as importações subiram na mesma proporção, para US$ 552,2 bilhões.

Na média móvel trimestral, o déficit aumentou US$ 2,5 bilhões no período encerrado em outubro, para US$ 72,7 bilhões.

Segundo o US Census Bureau, em outubro foram registrados superávits com a América do Sul e Central (US$ 5 bilhões), Holanda (US$ 4,1 bilhões), Hong Kong (US$ 1,5 bilhão), Reino Unido (US$ 1,1 bilhão), Cingapura (US$ 700 milhões), Austrália (US$ 600 milhões) e Brasil (US$ 500 milhões).

Foram registrados déficits com China (US$ 26,1 bilhões), União Europeia (US$ 23,1 bilhões), México (US$ 11,6 bilhões), Vietnã (US$ 9,4 bilhões), Alemanha (US$ 8,1 bilhões), Irlanda (US$ 6,7 bilhões), Japão (US$ 6,4 bilhões), Canadá (US$ 4,8 bilhões) , Itália (US$ 4,0 bilhões), Taiwan (US$ 4,0 bilhões), Malásia (US$ 3,1 bilhões), Coreia do Sul (US$ 3,0 bilhões), Índia (US$ 2,8 bilhões), França (US$ 1,6 bilhão), Arábia Saudita (US$ 1,0 bilhão), Israel (US$ 700 milhões), Suíça (US$ 500 milhões) e Bélgica (US$ 300 milhões).

Valor - SP   07/12/2022

É a maior relação dívida/PIB desde 1995

A dívida da China enquanto porcentagem de sua economia atingiu um novo recorde no fim de junho, com as autoridades locais contraindo empréstimos pesados para sustentar uma economia sobrecarregada pela política de tolerância zero com a covid-19, adotada pelo governo central.

O crédito ao setor não financeiro chegou a US$ 51,87 trilhões, ou 295% do Produto Interno Bruto (PIB), marcando a maior relação dívida/PIB desde 1995, segundo dados divulgados na segunda-feira (05) pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS).

Em termos de comparação, a relação dívida/PIB do Brasil é de 178,7%, enquanto que a da Índia, é de 170,3%. A China também tem, de longe, a maior dívida total entre os países de renda média acompanhados pelo BIS.

A relação dívida/PIB da China superou o pico anterior alcançado no fim de 2020, mesmo com a economia fraca desencorajando a tomada de empréstimos por empresas privadas e famílias.

A relação de alavancagem provavelmente ficou ainda maior desde então, segundo o centro de estudos National Institution for Finance and Development, apoiado pelo governo chinês.

Embora a pandemia e seus efeitos sejam, em última análise, um problema de curto prazo, as perspectivas de longo prazo para a China não são muito melhores. A queda na natalidade e o envelhecimento da população deverão aumentar a carga fiscal dos programas de previdência social, deixando o governo com menos recursos para estimular o crescimento.

As razões para esse aumento na relação dívida/PIB estão em ambos os lados da equação. No lado do PIB, os lockdowns em Xangai e outras cidades, com o objetivo de conter a disseminação da variante ômicron da covid-19, altamente contagiosa, afetaram duramente a economia. O crescimento real do PIB foi de apenas 0,4% no trimestre segundo trimestre sobre igual período do ano passado.

O aumento da dívida pública é o outro fator principal. O esforço do governo central para tocar projetos de infraestrutura para estimular a economia, estimulou as autoridades locais a emitirem mais bônus com essa finalidade. Espera-se que a nova dívida atinja o recorde histórico de mais de 4 trilhões de yuans (US$ 570 bilhões) neste ano.

Os dados do BIS apontam que o principal fator para o aumento de quase 6 pontos na relação dívida/PIB em junho, em relação ao fim de 2020, foi a tomada de empréstimos pelo governo, enquanto as dívidas das empresas e famílias caíram no mesmo período.

Um índice do Banco do Povo da China (PBoC), o banco central, que mede a demanda por empréstimos bancários, caiu ao menor nível em quase seis anos no segundo trimestre, recuperando-se apenas ligeiramente no terceiro trimestre.

As empresas de capital fechado vêm relutando bastante em gastar. Os investimentos privados totais em ativos fixos entre janeiro e outubro cresceram apenas cerca de 2% sobre igual período do ano passado, segundo dados do governo. Isso contrasta com um aumento de 11% nos gastos das empresas estatais, provavelmente devido ao fato de o governo mobilizar bancos estatais para emprestar para essas empresas, em seus esforços para impulsionar a economia.

As famílias também estão menos dispostas a contrair mais empréstimos, inclusive financiamentos imobiliários, com a repressão ao setor imobiliário e o esfriamento da economia resultando num prolongado declínio no mercado habitacional. Uma pesquisa feita pelo PBoC no terceiro trimestre com clientes bancários, mostrou que as expectativas para os preços das moradias caíram para o nível mais baixo desde 2009.

As perspectivas econômicas incertas que estão deixando esses dois grupos cautelosos poderão ser agravadas pelas incertezas de longo prazo sobre o potencial de crescimento do país.

As estimativas populacionais mais recentes das Nações Unidas mostram uma queda da população em termos anuais até 1 de julho. Esse declínio deverá se intensificar nos próximos 25 anos pelo impacto da política anterior que limitava o número de filhos por família, com uma queda de quase 90 milhões até 2047. Enquanto isso, a idade média da população deverá subir de 38,5 anos em 2022, para mais de 50 em 2047.

Sob o presidente Xi Jinping, a repressão do governo a empresas e mercados, especialmente o setor privado, também deixou alguns observadores preocupados com as possíveis consequências para o potencial de crescimento da China.

Os EUA, principal rival geopolítico da China, viu sua relação de dívida/PIB superar temporariamente a da China no fim de 2020 e começo de 2021.

Mas de lá para cá essa relação caiu, ficando mais de 30 pontos abaixo da taxa da China no fim de junho, em meio a uma recuperação econômica, bem como os aumentos das taxas de juros que frearam os empréstimos. As perspectivas de crescimento dos EUA também parecem melhores, graças em parte à imigração, que aumenta a sua população.


China; covid — Foto: Mark Schiefelbein/AP

CNN Brasil - SP   07/12/2022

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) espera um crescimento do PIB brasileiro de 1,6% em 2023. As previsões da entidade para o ano que vem foram divulgadas nesta terça-feira (6).

Para o PIB industrial, a perspectiva é de crescimento de 0,8%, sendo a expectativa de alta de 0,3% no PIB da indústria da transformação e de 2,0% no da indústria da construção em 2023.

Para o gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, o crescimento esperado para 2023 será puxado pelo setor de serviços, continuidade da expansão do número de pessoas com trabalho e da massa salarial real.

“Também contribui para o crescimento de 2023 a expectativa de forte aumento dos gastos do governo. A CNI estima que as despesas primárias do governo federal tenham crescimento real de 10% em 2023”, afirma.

A CNI prevê inflação de 5,4% em 2023. Para a taxa de juros, a projeção é de Selic média de 13,5%, com taxa ao final do ano em 11,75%. Para o câmbio, a previsão é que a média do ano fique em R$ 5,33.

A entidade ainda antevê uma taxa de desemprego média de 8,9% no ano que vem.

A confederação também fez estimativas para as contas públicas e estima déficit primário de 2% do PIB em 2023, com resultado nominal negativo em 8,3% e a dívida pública bruta em 78,8% do PIB. Para o saldo comercial, a estimativa é de US$ 55,9 bi no ano que vem.

Valor - SP   07/12/2022

Pasta foi integrada ao Ministério da Economia no governo de Jair Bolsonaro

O gerente-executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mário Sérgio Telles, afirmou há pouco que a entidade apoia a recriação do antigo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), proposta pelo governo eleito.

"A gente acha que é uma decisão acertada", disse. "Precisamos de ministério forte, não basta apenas recriar, mas precisamos ter estrutura para uma política industrial nova e moderna, que não necessariamente vai passar por grandes exigências do ponto de vista fiscal", complementou.

A pasta foi integrada ao Ministério da Economia no governo de Jair Bolsonaro (PL). Para Telles, sua recriação pode melhorar a interlocução do governo com a indústria. "A CNI ressalta que ter a interlocução é importante. [A interlocução] pode até existir [sem o ministério], existiu e ocorreu bastante neste governo, mas era uma secretaria dentro do Ministério da Economia", ressaltou.

Sobre nomes cotados para o novo ministério, Telles afirmou ser "uma escolha política" e afirmou que a CNI não comenta. 

O gerente-executivo defendeu ainda que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) volte a "ganhar força" na implementação do plano de retomada da indústria, proposto pela CNI.

"Grande parte do plano é focado em inovação, o BNDES precisa estar mais forte e ter mais recursos, focando na política de financiamento à inovação", destacou.

Mário Sérgio Telles, gerente-executivo da Confederação Nacional da Indústria — Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O Estado de S.Paulo - SP   07/12/2022

O Brasil passa por um processo de desindustrialização e o Custo Brasil tem sido o grande vilão das empresas nacionais.

Na década de 1980, o setor industrial chegou a ser responsável por quase metade do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. No entanto, desde a década de 1990, o Brasil passa por um processo de desindustrialização, que se agravou severamente nos últimos dez anos.

A indústria de transformação, que em 1985 representava 36% do PIB, terminou o ano passado com apenas 11% de participação na produção nacional.

Além disso, houve queda da participação da indústria brasileira na produção mundial. Em 1995, a indústria manufatureira nacional representava 2,77% da produção mundial. Hoje esse porcentual é de apenas 1,28%, como mostra recente estudo elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Expressão usada para se referir a um conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas, trabalhistas e econômicas que atrapalham o crescimento do País e influenciam negativamente o ambiente de negócios, o chamado Custo Brasil eleva os preços dos produtos nacionais e custos de logística, compromete investimentos e contribui para uma excessiva carga tributária.

“Esse é um custo que não está ligado à empresa, mas que retira nossa capacidade de competir”, considera Mário Sérgio Carraro, gerente executivo de Economia da CNI.

De acordo com estudo realizado pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), encomendado pelo Ministério da Economia, os diversos fatores que compõem o Custo Brasil retiram, anualmente, cerca de R$ 1,5 trilhão das empresas instaladas no País, o equivalente a 20% do PIB nacional.

“O Custo Brasil mostra quanto o setor produtivo gasta mais por fazer seus negócios nas condições colocadas para o Brasil do que a média dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)”, afirma Rogério Caiuby, presidente do Conselho Superior e conselheiro executivo do MBC.

Ele estima que 60% do Custo Brasil poderia ser eliminado ao longo dos próximos 5 ou 10 anos com projetos, ideias ou ações que já estão tramitando, mas é preciso ter foco para executar o que já está em curso.

Artigo

Entraves para a retomada da indústria

O Brasil teve uma industrialização tardia, que só nasceu um século e meio depois que foram implantadas as 1ª e 2ª Revoluções Industriais na Europa. Graças a um acerto em políticas adotadas a partir do início do século 20, o País conseguiu construir uma indústria vigorosa e diversificada que, até bem pouco tempo, era a mais importante plataforma manufatureira da América Latina. Agora, temos uma situação curiosa: industrialização tardia e desindustrialização precoce. Diversos fatores determinaram esse quadro e terminaram por tirar o Brasil do ranking dos dez países com maior produção industrial.

Para recuperar o protagonismo nesse campo, é preciso focar em uma agenda que corrija as distorções do chamado Custo Brasil que, de acordo com estudo do Movimento Brasil Competitivo, retira cerca de R$ 1,5 trilhão por ano das empresas brasileiras, o equivalente a 22% do PIB. O maior problema é o fato de o nosso sistema tributário ser muito complexo e oneroso e privilegiar a importação, em detrimento da produção nacional.

Neste contexto, a realização de uma Reforma Tributária é fundamental. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 110, que tramita no Congresso Nacional e tem como diretriz principal a instituição de um modelo dual do Imposto de Valor Agregado (IVA), é um importante avanço nessa área. A nosso ver, ela responde de maneira adequada a um modelo tributário harmonizado com os sistemas que hoje predominam no mundo. O fato é que, se não atacarmos a questão do Custo Brasil, vamos comprometer todos os esforços de modernização da economia feitos ao longo do tempo.

Temos como desafio, também, uma estratégia industrial que dialogue com os tempos atuais: a Indústria 4.0, a economia digital. É importante, também, aproveitar as diversas oportunidades abertas pela transição energética com a descarbonização da indústria. Contudo, tudo isso dependerá da capacidade que tivermos para adotar políticas industriais nascidas de uma aliança estratégica entre o setor privado e o setor público, para promoção da competitividade, em suas várias dimensões.

O Estado de S.Paulo - SP   07/12/2022

Importante aliado no desenvolvimento econômico, o setor industrial é o que tem maior capacidade para dinamizar a economia e multiplicar riquezas.

Para se ter uma ideia, a cada R$ 1 produzido na indústria de transformação, são gerados R$ 2,43 na economia como um todo. Na agricultura, por exemplo, é gerado R$ 1,75 e nos setores de comércio e serviços, R$ 1,49.

Renato da Fonseca, superintendente de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), explica que o setor é o que mais tem poder de arrastar toda a economia. “Quando cresce, a indústria gera empregos nos demais setores, por ter uma cadeia produtiva longa. Além isso, é um importante indutor de inovação”, afirma Fonseca. A estimativa é que cerca de dois terços dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) vêm do setor industrial.

Vale destacar que a alta produtividade e a produção em larga escala da agropecuária nacional, por exemplo, devem-se, em grande medida, aos insumos fornecidos pelo setor industrial, que gera cerca de 10 milhões de postos de trabalho, o equivalente a 20% dos empregos formais do País. “De modo geral, o emprego na indústria é mais qualificado e, por isso, garante uma remuneração melhor”, diz Fonseca.

Nos últimos anos, porém, a indústria perdeu espaço na economia nacional. A maior parte da demanda nova acabou sendo atendida por importações. “Temos uma grande oportunidade, com o mercado não atendido ou atendido com importações, mas a indústria precisa melhorar sua competitividade e faz isso com inovação, simplificando a vida do setor industrial, reforma tributária, digitalização e criando incentivos para a descarbonização”, exemplifica Pedro Wongtschowski, presidente do Conselho de Administração do Grupo Ultra/Ultrapar e líder da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI).

Para Renato da Fonseca, não ter indústria forte é condenar o País à pobreza, especialmente em uma nação com mais de 200 milhões de habitantes. “Os Estados Unidos, por exemplo, têm feito investimento pesado para reforçar sua indústria de semicondutores. O Brasil quer gerar desenvolvimento e crescimento sustentável, mas para isso precisa que cresça , pelo menos, 3% ao ano.”

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Educação e sustentabilidade como vetores para o progresso econômico

A recuperação do tamanho da indústria de transformação é fundamental para o desenvolvimento econômico do Brasil, uma vez que, dada a sua capacidade de inovar, ela é a portadora do futuro. Além disso, apresenta uma produtividade potencialmente maior quando comparada com outros setores, devido, principalmente, à intensidade de capital e à presença de economias de escala, que viabilizam a absorção de tecnologia, por meio de máquinas e equipamentos e via transbordamentos tecnológicos para demais segmentos.

Para reverter o processo de desindustrialização, é fundamental melhorar o nível da educação básica e reforçar a importância da educação profissional e tecnológica, modalidade de ensino que possui a grande vantagem de associar dois direitos fundamentais: o direito à educação e o direito ao trabalho. Em países como Alemanha, Suíça, Áustria e Holanda, cerca de 50% dos alunos do ensino médio também recebem formação profissional tecnológica. No Brasil, esse índice é de apenas 10%.

Outra providência importante é o fortalecimento do acesso ao crédito, uma vez que máquinas e equipamentos modernos são fatores essenciais para o aumento da produtividade. A partir de uma educação de qualidade e capital da fronteira tecnológica, será possível retomar a expansão do setor industrial e da economia como um todo. É essencial, ainda, implementar mudanças no modelo atual de tributação, com vistas a instituir um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que favorece a isonomia, a transparência e a simplicidade, com efeitos diretos sobre a competitividade das empresas e a segurança jurídica.

A reindustrialização passa também pela descarbonização da economia. O País deve abraçar essa alternativa, pois se trata de uma oportunidade de sermos líderes mundiais em economia verde, onde já nos destacamos com o etanol e outros biocombustíveis. Podemos exportar diversos produtos de valor agregado para crescer e promover a reindustrialização. Esse processo deve ser conduzido com o desenho de políticas industriais modernas, priorizando o progresso tecnológico e a transição para uma economia de baixo carbono.

O Estado de S.Paulo - SP   07/12/2022

Um ponto crucial para o desenvolvimento do País na próxima década será a atenção dada à indústria: a alocação de recursos públicos para o setor precisa ser proporcional ao seu peso na formação do PIB brasileiro, o que não vem ocorrendo. O Plano de Retomada da Indústria, elaborado pela CNI, propõe uma série de ações para criar um círculo virtuoso de desenvolvimento – processo em grande parte autofinanciável, pois irá acelerar o crescimento econômico e a arrecadação tributária.

Um dos benefícios será a redução do Custo Brasil, o que aumentará a competitividade dos produtos feitos no País, tanto no mercado internacional quanto no doméstico. Ao mesmo tempo, medidas tributárias e de financiamento assegurarão condições mais favoráveis aos investimentos, o que levará à ampliação da capacidade produtiva da indústria nacional e permitirá a modernização do parque industrial brasileiro.

“O estímulo à inovação e à capacitação profissional são princípios fundamentais do plano”, enfatiza Rafael Lucchesi, diretor de Educação e Tecnologia da CNI, diretor-geral do Senai e diretor-superintendente do Sesi. Várias ações previstas no plano estão diretamente relacionadas a investimentos na formação e na capacitação da força de trabalho e no aumento do esforço em Pesquisa & Desenvolvimento.

Outro ponto essencial é a promoção da sustentabilidade, em atenção aos critérios estabelecidos pela agenda ESG, conceito composto pelos pilares Ambiental, Social e Governança. “Nossa indústria desenvolve tecnologias para a redução de emissões, busca fontes de energias renováveis e o uso de bioinsumos”, descreve Marcelo Thomé da Silva de Almeida, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero) e CEO do Instituto Amazônia +21.

“Quando o mundo olha para o Brasil, é natural destacar o fator ambiental, mas não podemos descuidar dos outros fatores. A indústria brasileira busca ser ESG nas três dimensões”, diz Thomé. Ele lembra que, cada vez mais, as empresas brasileiras valorizam a transparência e adotam regras de compliance. “Já a responsabilidade social começa pelo bem-estar de funcionários, mas vai até a consciência de que a empresa é um ator social e precisa contribuir com o coletivo”, conclui.

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Domínio tecnológico & reindustrialização

Desenvolvimento econômico requer domínio tecnológico. Os países são ricos porque estão na fronteira tecnológica. Não existe outro caminho para se desenvolver, aumentar a renda per capita, enriquecer o país e reduzir as desigualdades sociais. E não existe país que tenha chegado à fronteira tecnológica do mundo sem possuir um setor industrial forte. A ideia de que existe desenvolvimento sem indústria não para em pé.

Uma premissa-chave para a reindustrialização do Brasil é entender que serviços complexos e sofisticados caminham junto com o setor industrial, em um ambiente de mercados extremamente concentrados. É um mito a ideia de que vamos simplesmente promover uma abertura comercial e conquistar mercados. Nosso desafio é encontrar vantagens comparativas que nos permitam bater as companhias que já dominam os grandes mercados mundiais.

Precisamos, também, de políticas públicas que turbinem nossas empresas, para que elas consigam galgar espaços tecnológicos, e que as apoiem, mediante exigência de contrapartidas, como a conquista de mercado mundial, metas de exportação e avanços em sofisticação tecnológica.

O Brasil tem à sua frente a janela de oportunidades da transição verde, da sustentabilidade. Já somos um dos maiores players mundiais em etanol e em biomassa, e temos grande potencial para o hidrogênio verde. Além disso, 10% da energia nacional é gerada por parques eólicos localizados no Nordeste. Isso é mais do que é gerado em Itaipu. Mas, para aproveitar essas oportunidades, precisamos desenhar políticas públicas que fomentem o desenvolvimento do País nessa área, usando o BNDES e outras fontes de promoção do desenvolvimento.

Esse é o caminho para retomarmos a industrialização em setores que ainda não estão desenvolvidos nem dominados pelas gigantes multinacionais. Estamos entre as maiores economias do mundo, mas só chegamos à metade do caminho e da escada tecnológica. Agora, a subida até o topo é muito mais difícil do que até a metade, porque vamos ter que enfrentar diretamente os grandes atores do mercado mundial. Só não podemos repetir os erros do passado.

MINERAÇÃO

IstoÉ Online - SP   21/07/2022

A redução da projeção da Vale para produção de minério de ferro em 2022 sinaliza maiore

Valor - SP   07/12/2022

Segundo o índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, valor da tonelada atinge o nível mais elevado em quase quatro meses

Os preços do minério de ferro encerraram a terça-feira (6) com leve alta no mercado à vista, numa possível indicação de acomodação após o rali registrado pela commodity nas duas últimas semanas.

Segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights, o minério com teor de 62% de ferro avançou 0,1% no norte da China, para US$ 109,70 por tonelada, nível mais elevado em quase quatro meses.

Com isso, a principal matéria-prima do aço passou a exibir valorização acumulada de 8,5% em dezembro. No ano, as perdas no mercado à vista foram reduzidas a 7,8%.

Os contratos futuros experimentaram leve queda. Na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), os contratos mais negociados, com entrega em maio, recuaram 0,6%, a 780 yuan por tonelada.

s dificuldades para que a mineradora atinja sua meta de alcançar uma capacidade produtiva de 400 milhões de toneladas por ano, segundo avaliação de analistas.

A Vale divulgou na noite de terça-feira seu relatório de produção e vendas do segundo trimestre, reportando uma produção de minério de ferro de 74,108 milhões de toneladas, uma queda de 1,2% no comparativo anual e aumento de 17,4% na base trimestral, ante dados fracos do início deste ano.

A companhia brasileira também atualizou sua previsão de produção do minério em 2022, para uma faixa de 310 milhões a 320 milhões de toneladas, contra expectativa anterior de 320 milhões a 335 milhões.

Após a divulgação, o JP Morgan reduziu sua estimativa de vendas de minério de ferro da mineradora para 2022, a 305 milhões de toneladas. O banco também atrasou em um ano o prazo esperado para que a empresa atinja a meta de 400 milhões de toneladas em capacidade produtiva, de 2025 para 2026.

O Citi afirmou que o corte na previsão anual foi enquadrado em parte na estratégia de “value over volume” –isto é, priorizar valor sobre o volume produzido –, mas disse que “desafios contínuos no Sistema Norte parecem mais relevantes”.

O banco atualizou sua estimativa de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da mineradora para o segundo trimestre, de 6,4 bilhões de reais para 5,8 bilhões.

“A revisão para baixo do guidance de produção de minério de ferro para 2022 sinaliza desafios operacionais para atingir a meta de longo prazo da Vale de 400 mtpa, mas poderia ajudar a sustentar os preços do minério de ferro”, escreveu o analista do Itaú BBA Daniel Sasson, em relatório a clientes.

Os contratos futuros do minério para entrega em agosto em Cingapura subiram nesta quarta-feira, em parte apoiados pelo corte nas previsões da Vale.

As ações ON da mineradora caíam 3,72%, a 66,32 reais, às 11h30, pesando sobre o Ibovespa.

Máquinas e Equipamentos

CIMM - SP   07/12/2022

A CNH Industrial, líder mundial em equipamentos agrícolas e de construção, inaugurou o primeiro Simulador Dinâmico do setor agrícola em Modena, na Itália. O Centro de P&D de San Matteo abriga a primeira aplicação mundial dessa tecnologia no setor agrícola, anteriormente usada apenas na indústria automotiva. Além disso, esse simulador flexível também pode testar virtualmente os equipamentos de construção da CNH Industrial.

A cerimônia da inauguração contou com a presença de Stefano Bonaccini, presidente da Região Emilia-Romagna, Vincenzo Colla, Conselheiro Regional para o desenvolvimento econômico, economia verde, emprego e formação, e Ludovica Carla Ferrari, Conselheira da Cidade de Modena para cidades inteligentes, políticas econômicas, turismo e serviços demográficos. Eles foram acompanhados por Carlo Alberto Sisto, presidente da CNH Industrial para a Europa, Oriente Médio e África (EMEA, em inglês) e Carlo Lambro, CEO da CNH Industrial na Itália e presidente global da marca New Holland Agriculture.

Projetado e construído pela equipe de engenheiros com sede em San Matteo, o Simulador Dinâmico é o resultado de um projeto de um ano e representa um investimento significativo em tecnologia e inovação. Isso se soma à criação de 150 novos postos de empregos desde o início do ano, 120 deles para engenheiros recrutados para trabalhar nas principais áreas de foco do Centro de P&D. Eles são acompanhados por recém-formados, para os quais a CNH Industrial oferece excelentes perspectivas de carreira – graças também às suas parcerias com as principais universidades técnicas da Itália e da Europa.

“O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de San Matteo é uma instalação de última geração, um centro de excelência para a engenharia e o desenvolvimento tecnológico de nossos tratores em todo o mundo. Os investimentos significativos da CNH Industrial reforçam ainda mais as pesquisas, tanto nas áreas mais tradicionais da engenharia mecânica e elétrica, quanto na eletrificação. E verá San Matteo se tornar o principal centro europeu de eletrificação da empresa”, disse Sisto. Na Itália, a empresa possui quatro fábricas e três centros de P&D, empregando cerca de 4.500 pessoas.

Em agosto, o Ministério do Desenvolvimento Econômico italiano assinou um acordo de inovação que premiou o local com € 39,4 milhões, dos quais € 7,9 milhões foram destinados ao desenvolvimento de tecnologia híbrida-elétrica para tratores. Isso confirma ainda mais a contribuição significativa do Centro de P&D para o futuro da eletrificação.

O simulador virtual está incluído na estrutura geral desse investimento, pois facilita a melhoria de desempenho com tecnologia sustentável – conforme previsto no plano estratégico Breaking New Ground da CNH Industrial.

Simulador

Em termos práticos, o Simulador Dinâmico verifica o comportamento dinâmico do equipamento – um trator nessa versão inicial – antes de entrar em produção. Ele pode prever problemas potenciais e resolvê-los antes que eles ocorram, mesmo antes que a máquina entre em serviço.

“O Simulador Dinâmico faz parte da atividade de teste virtual da CNH Industrial. Isso marca uma revolução em nossa indústria, onde a tecnologia pode realmente fazer a diferença no desenvolvimento de produtos cada vez mais sustentáveis, avançados e seguros”, afirmou Carlo Lambro, CEO da CNH Industrial na Itália e presidente global da marca New Holland Agriculture.

O simulador apresenta benefícios reais para a CNH Industrial, para clientes da empresa e para a comunidade local, incluindo custos de desenvolvimento mais baixos, menor tempo de lançamento no mercado e produtos que apresentam a tecnologia mais recente – cada vez mais focados na redução das emissões de carbono para melhorar a sustentabilidade de toda a indústria.

Além disso, a simulação permite o design “man-in-the-loop” – os designers podem interagir com os vários controles e descobrir como o equipamento responde desde o início do processo de design.

O Simulador Dinâmico completa o conjunto principal de habilidades e ferramentas desenvolvidas pela equipe de simulação virtual da CNH Industrial. Nos últimos 10 anos, eles produziram um ambiente de simulação virtual integrado que pode testar as principais funções de toda a linha de produtos da empresa – produzindo, na verdade, “gêmeos digitais”. Para apoiar essa estratégia, a CNH Industrial aumentou cinco vezes sua infraestrutura de HPC (High Performance Computing) neste ano.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   07/12/2022

A Europa se prepara para eliminar gradualmente as vendas de qualquer modelo a gasolina ou diesel até 2035

A Toyota lançará seis modelos de automóveis elétricos na Europa até 2026 e iniciará testes no Reino Unido para converter picapes para uso de hidrogênio, ao mesmo tempo em que faz planos para atender às regras mais rígidas sobre emissões de gases de efeito estufa que entrarão em vigor até o fim desta década.

O grupo tornou-se um líder na redução das emissões de dióxido de carbono graças ao uso precoce da tecnologia híbrida, mas lançará veículos movidos apenas a bateria, já que a Europa se prepara para eliminar gradualmente as vendas de qualquer modelo a gasolina ou diesel até 2035.

A Stellantis e a Ford se comprometeram a só vender veículos com emissões zero na região a partir de 2030

A Toyota lançará cinco novos veículos antes de 2026, na esteira de seu modelo de estreia, o bZ4X, mas não espera começar a fabricar veículos elétricos na Europa até o fim da década, pois inicialmente as vendas não justificarão o investimento.

A expectativa da montadora é de que até 2025 10% de suas vendas na região sejam de carros elétricos a bateria, e esse porcentual suba para cerca de 80% até 2030.

“Carros ecologicamente corretos só podem contribuir para o meio ambiente se forem popularizados”, disse o presidente da Toyota na Europa, Matthew Harrison. “E desse ponto de vista nossas linhas de carros híbridos e híbridos plug-in têm papel importante.”

Os planos da empresa incluem a montagem de baterias para o novo híbrido plug-in C-HR na Europa e a execução de testes no Reino Unido para adaptar suas picapes Hilux para que funcionem com hidrogênio. O projeto será executado em sua fábrica de Burnaston, em Derby, que monta o Toyota Corolla.

A Stellantis e a Ford se comprometeram a só vender veículos com emissões zero na região a partir de 2030, mas a Toyota quer manter a venda de veículos híbridos e movidos a hidrogênio como opção.

A montadora japonesa argumenta que nem todos os países serão capazes de se ajustar aos veículos elétricos, seja por causa de suas redes de eletricidade ou por questões de viabilidade econômica.

“Em todo o mundo, mais de 1 bilhão de pessoas não têm acesso a fornecimento adequado de eletricidade por causa da ausência de infraestrutura”, disse o executivo-chefe da Toyota, Akio Toyoda.

Ele acrescentou que, embora os carros elétricos sejam “uma resposta satisfatória na Europa e cada vez mais nos Estados Unidos... eles ainda não são uma resposta em todos os lugares, nem têm preços acessíveis para todo mundo”.

Mas mesmo dentro da Europa, a montadora será obrigada a vender carros elétricos muito mais rapidamente em alguns mercados ou correr o risco de receber multas.

O Reino Unido, onde a Toyota tem duas fábricas de produção, tenta pressionar ainda mais as montadoras com a introdução de mandatos de vendas no estilo chinês a partir de 2024.

Pelas regras propostas, 22% das vendas de uma marca devem corresponder a veículos com emissões zero em 2024, porcentual que aumentará gradativamente até chegar a 100% em 2030.

O Reino Unido não se manifestou sobre como tratará os carros híbridos em seus cálculos, especialmente os da Toyota, que usam motores e baterias.

Harrison disse que o mandato foi útil para incentivar o setor de postos de recarga elétrica a investir, ao garantir um certo nível de vendas. Isso, segundo ele, impulsionará os gastos necessários para o crescimento da rede.

A indústria automobilística vive um impasse com os fornecedores de recarga e alega que motoristas postergam a compra de veículos elétricos por causa da escassez de postos de recarga.

Mas Harrison acrescentou que obrigar as montadoras a venderem cotas determinadas de modelos elétricos puros antes de 2025 é “punir” as empresas que deram preferência aos veículos híbridos e não aos elétricos.

Em um evento para a exibição de novos modelos, o cientista-chefe da Toyota, Gill Pratt, alertou que a oferta mundial limitada de lítio elevaria o preço dos carros elétricos. Ele argumentou que usar os recursos limitados do lítio para compor baterias menores em um grande número de veículos híbridos reduz as emissões como um todo mais rapidamente do que vender um punhado de carros elétricos e deixar o resto com motores tradicionais.

CONSTRUÇÃO CIVIL

CNN Brasil - SP   07/12/2022

O Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil deve crescer 2,4% em 2023, de acordo com projeção do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-SP) e da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgada nesta terça-feira, 6.

O cenário, se confirmado, representará um desaquecimento expressivo das atividades perante 2022, quando o PIB fechará em alta de 7%, e de 2021, quando bateu em 10%.

A coordenadora de estudos da construção da FGV, Ana Maria Castelo, atribuiu esse esfriamento à perspectiva de poucas obras e reformas domésticas, uma vez que as famílias estão bastante endividadas e sem grandes evoluções reais de renda.

“Um peso grade na perspectiva da desaceleração vem do ‘efeito família’, responsáveis por autoconstrução e reforma. Esse componente é que está puxando para baixo o PIB”, destacou Castelo, durante entrevista coletiva à imprensa.

Outro problema, segundo ela, é a própria expectativa de redução do ritmo de atividade da economia brasileira como um todo, combinada com as dificuldades de controles das contas públicas.

“Vemos uma situação fiscal complicada para os Estados pela perda de ICMS. Alguns estão tentando reagir aumentando a tributação, o que é ruim para os setores produtivos. Temos aí um desafio.”

Apesar da desaceleração, Castelo avaliou que o setor tende a seguir saudável no ano que vem.

“O dado não é negativo. Obviamente se reduz o ritmo, mas ainda estamos falando em crescimento. E ainda é forte”, ponderou, lembrando que o PIB da construção vai aumentar mais que o PIB do Brasil como um todo. “As projeções para o PIB do país estão abaixo de 1% para o ano que vem.”

Pelo lado positivo, o PIB da construção tende a ser impulsionado pelo avanço do ciclo de obras residenciais e comerciais, após tantos lançamentos e vendas realizados nos últimos dois a três anos.

Há também esperança de um desempenho mais forte da infraestrutura, à medida em que os investimentos assumidos pelas empresas vencedores de concessões vão sendo convertidas em obras, de fato.

A dúvida no campo de infraestrutura, porém, está na capacidade do setor público.

“Há perspectiva de continuidade de investimentos aqui. Mas sabemos, claro, da importância da participação do setor público ajudando a sustentar esses investimentos, porque os investimentos privados não dão conta sozinhos”, frisou Castelo. “Estão em suspensos as sinalizações que nos deem mais segurança.”

Valor - SP   07/12/2022

Documento tem 14 pautas consideradas prioritárias por 12 entidades do setor

O grupo “Construção é +”, formado por 12 entidades do setor da construção, vai entregar à equipe de transição do governo federal, nesta quarta-feira (7), um documento com 14 pautas prioritárias para o segmento.

Para José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), uma das entidades do grupo, a “prioridade das prioridades” do setor construtivo é ter assegurado um fluxo regular de recursos nos programas do governo. “Falta de garantia de recurso traz enorme insegurança aos empresários, que inviabiliza o desenvolvimento de novos projetos, prejudicando a geração de empregos, o crescimento econômico e [causando] aumento nos custos”, diz o documento.

Martins afirma que já teve reuniões com os grupos de transição das área de habitação, infraestrutura, indústria e emprego, que garantiram que a PEC da Transição vai garantir recursos públicos ao setor, mas a insegurança continua. “Quantas vezes aconteceu isso e daqui a pouco para tudo? Temos que ter medidas perenes, que o que vier de investimento público seja um complemento”.

Um exemplo é o uso do FGTS para financiar a habitação. O documento das entidades ressalta a importância de preservar os recursos do fundo de garantia, evitando medidas que ampliem os saques, algo recorrente no último governo.

A segunda prioridade é melhorar a produtividade do setor, por meio de industrialização, desburocratização, digitalização e da aplicação do Marco do Saneamento. “A construção civil tem que ser mais acessível, rápida e de melhor qualidade”, afirma Martins.

Íria Lícia Oliva Doniak, presidente-executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic), outra entidade do grupo, diz que a reforma tributária é outro ponto importante dentro do guarda-chuva da produtividade. De acordo com ela, se busca isonomia tributária entre a construção tradicional, feita no canteiro de obras, e a industrializada, na qual só a montagem final é realizada no canteiro. “Sempre que trago para dentro da fábrica, tenho impostos que incidem”, afirma.

Há ainda a demanda por sustentabilidade e incentivos para atingi-la na construção, como a simplificação de procedimentos de aprovação de novas tecnologias para uso em programas habitacionais.

As pautas prioritárias do setor incluem também a criação de um fundo garantidor para perda temporária de renda, o incentivo ao mercado secundário de imóveis, o uso dos Fundos Constitucionais de Financiamento Regional (FNO e FNE) para moradia, a criação de um programa de concessões e parcerias público-privadas de municípios, o combate à informalidade na construção, a revitalização dos centros urbanos do país e a emissão de títulos de dívida de longo prazo (social bonds, com a destinação de seus recursos para habitação de famílias com renda de até R$ 2.400.

Constam ainda a proposta de uso de precatórios como garantia de investimentos e a antecipação de reajustes de contratos públicos em casos extraordinários — como na pandemia.

A maioria não é novidade, destaca Doniak. “Há quanto tempo estamos pautando essas necessidades? Quando parece que vai decolar, tem descontinuidade ou a nossa expectativa é postergada”, afirma.


Jose Carlos Rodrigues Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) — Foto: Ana Paula Paiva/Valor

NAVAL

Portos e Mercados - SP   07/12/2022

Ao comparar as regiões do país, o relatório mostra que os terminais privados das regiões Sudeste e Centro-oeste foram os que obtiveram maior desempenho ambiental

O Índice de Desempenho Ambiental (IDA) de terminais de uso privado (TUPs) foi de 61,28 pontos, em 2021, mantendo a média de 2020. Já os TUPs associados à Associação de Terminais Portuários Privados (ATP) obtiveram uma nota de 68,67, 12% maior que a média nacional.

Os dados constam do relatório Análise do IDA nos TUPs 2021, elaborado pela equipe técnica da ATP, utilizando os dados oficiais da Associação Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), divulgados no mês novembro. Ao longo do relatório, compara-se o ano de 2021 com 2020 e considera apenas os Terminais que responderam ao questionário nesses anos.

Dois perfis de terminais privados apresentaram as maiores notas médias do IDA. Os que movimentam contêineres alcançaram 73,62, e os responsáveis por granel sólido, 66,56, com a nota média foi de 80,08. Já os TUPs que movimentaram mais de um perfil de carga aumentaram sua nota do IDA em 8,9%, saindo de uma média de 52,75 para 57,44.

“A avaliação por perfil de carga é interessante, pois o perfil do terminal influencia em sua superestrutura e, consequentemente, nas ações ambientais”, ressalta o relatório, exemplificando diferentes tipos cargas perigosas, de licenciamento, entre outros.

Ao comparar as regiões do país, o relatório mostra que os terminais privados das regiões Sudeste e Centro-oeste foram os que obtiveram maior desempenho ambiental, pontuando 73,5 e 69,7, respectivamente.

Os terminais da região Sul, de acordo com o documento, obtiveram o maior crescimento (7,3%), seguidos pela região Centro-Oeste (+5,7%) e Sudeste (+1%). Já as regiões Norte e Nordeste apresentaram uma queda de 6,8% e 6,9%, nessa ordem.

O documento ainda ressalta que não se justifica a análise comparativa entre a nota média dos terminais privados com a dos portos públicos, uma vez que os questionários são diferentes e os TUPs iniciaram sua participação no IDA em 2017, já os Portos Públicos fazem a avaliação desde 2012.
Acesse o documento, na íntegra, em:
https://www.portosprivados.org.br/files/ida-tups.pdf

Petro Notícias - SP   07/12/2022

O tema da entrevista da série especial Perspectivas 2023 desta quarta-feira (7) será a indústria naval brasileira. Um setor que viveu momentos ao longo da primeira década do século, mas que hoje está passando por momento sdifíceis. Sem grandes obras, a maior parte dos estaleiros brasileiros está vivendo apenas de pequenos serviços e reparos. Não lembra, nem de longe, a pujança de tempos passados. Mas para o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), ainda existem meios para resgatar o setor. O vice-presidente executivo do Sinaval, Sergio Bacci, acredita que a retomada de programas como o Promef e o Prorefam serão vitais para garantir a volta de grandes projetos nos estaleiros nacionais. Além disso, essas iniciativas ajudarão a criar novos empregos no país. Vejamos então quais são as sugestões de Bacci:

Como a sua associação atuou em 2022? Os resultados foram positivos?

O ano de 2022 foi difícil para a indústria naval brasileira. Nosso segmento não teve nenhuma demanda concreta. As poucas obras realizadas foram serviços de reparos. Infelizmente, os últimos quatro anos foram muito difíceis para a indústria naval. Por consequência, o Sinaval também teve anos difíceis. Ainda assim, procuramos atuar no sentido de defender os marcos regulatórios do nosso setor – e tivemos algumas vitórias e algumas derrotas.

E por fim, construímos um conjunto de propostas que foram encaminhadas a todos os candidatos à Presidência da República. O documento mostrou que, em 2012, os valores contratados de projetos nos estaleiros brasileiros somaram cerca de R$ 9,5 bilhões. Quase uma década depois, em 2021, essa cifra foi drasticamente reduzida para R$ 570 milhões.

O que espera para 2023, com um novo governo? Quais são as perspectivas para o ano que vem?

Estaleiros brasileiros, como o Rio Grande, estão à espera de encomendas

Nós sabemos que este é um momento difícil, porque a situação do país é muito delicada. Ainda assim, o Sinaval espera que o novo governo retome alguns programas que foram exitosos na gestão anterior do presidente Lula – o Promef [Programa de Expansão e Modernização da Frota da Transpetro] e o Prorefam [Programa de Renovação da Frota de Apoio Marítimo da Petrobrás]. Foram programas exitosos. O setor naval conta com recursos para financiar as grandes obras. Por isso, esperamos a retomada desses programas para que possamos ter obras novamente nos estaleiros e, assim, gerar empregos.

Quais as sugestões que daria aos governantes para que os negócios prosperem ainda mais?

O Sinaval está buscando reunir-se com o grupo de transição do governo para levar as demandas do setor. Nós apresentaremos três propostas que podem ser implementadas já no primeiro ano de governo. A primeira delas é a retomada do Prorefam, que irá contratar navios de apoio marítimo construídos no Brasil, com contratos de oito anos (renováveis por mais oito). Isso viabilizará a linha de financiamento, porque são contratos de longo prazo.

A segunda proposta é a retomada do Promef, com o auxílio dos órgãos de controle do governo. E a terceira sugestão é a revisão do projeto de lei conhecido como “BR do Mar”, que abriu recursos do fundo para construção de porto, dragagem e autorização a importação de navio sem o pagamento de impostos. Acreditamos que essa é uma legislação que precisa ser revista e o início de governo seria um momento ideal para tal.

PETROLÍFERO

Valor - SP   07/12/2022

Os preços do Brent para fevereiro terminaram em queda de 4%, a US$ 79,40 o barril, enquanto os preços dos contratos do WTI para janeiro caíram 3,50%, a US$ 74,25 o barril

Os contratos de petróleo encerraram a sessão desta terça-feira (6) em queda firme, refletindo os temores de recessão após dados fortes da economia americana indicarem que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) poderá adotar uma postura mais agressiva em sua política monetária.

No fim das negociações, os preços dos contratos do Brent, a referência global, para fevereiro terminaram em queda de 4%, a US$ 79,40 o barril, na ICE, em Londres, enquanto os preços dos contratos do WTI, a referência americana, para janeiro caíram 3,50%, a US$ 74,25 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex), no menor preço desde o início do ano.

O mercado de petróleo está "agindo com medo de que o Federal Reserve leve a economia a uma recessão", disse Phil Flynn, analista sênior de mercado do The Price Futures Group.

A queda do preço também foi impulsionada pelo relatório da Administração de Informações de Energia (EIA, da sigla em inglês), que reduziu a previsão para os preços do petróleo para 2022 e 2023. A instituição reduziu o preço do Brent para 2022 em 0,6%, em relação à previsão de novembro, para a média de US$ 101,48. Já para 2023, o preço foi reduzido em mais de 3%, para US$ 92,36.

No fim da tarde desta terça, o Índice DXY, que mede a relação entre o dólar e uma cesta de moedas de países desenvolvidos, subia 0,25% à 105,560.

TN Petróleo - RJ   07/12/2022

A Firjan SENAI apresenta nesta quarta-feira, dia 7, a quinta edição do estudo "Perspectivas do Gás no Rio". O evento de apresentação será às 15h, na sede da Firjan (Av. Graça Aranha, 1, Centro, Rio de Janeiro – RJ).

Participarão do encontro Raul Sanson, vice-presidente da Firjan; Fernando Moura, diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); Heloisa Esteves, diretora de Estudos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis na Empresa de Pesquisa Energética (EPE); Cláudia Brun, vice-presidente de Marketing, Midstream e Processing na Equinor; Eduardo Kantz, diretor ESG, Sustentabilidade, Relações Institucionais, Relações Governamentais na Prumo.

Karine Fragoso (foto), gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan; e Fernando Montera, coordenador de Conteúdo Estratégico de Petróleo, Gás e Naval da federação, também participarão do encontro. A programação pode ser consultada em https://bit.ly/perspectivas-gas-22.

Infomoney - SP   07/12/2022

O Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em seu relatório mensal tem uma previsão que deixa os estoques globais de petróleo mais altos no final de 2023 do que havia antecipado em novembro, o que resulta em uma expectativa do preço do barril Brent com média de US$ 92 em 2023, US$ 3 a menos do que havia previsto no mês passado.

Os estoques globais de petróleo na previsão caem 200 mil barris por dia (b/d) no primeiro semestre de 2023, antes de aumentar quase 700 mil b/d na segunda metade do ano.

Já no mercado de produtos petrolíferos, a utilização das refinarias dos EUA permaneceria próxima de sua média de cinco anos até 2023.

“Esperamos que a combinação de uma leve contração na economia dos EUA e a maximização da produção de combustível destilado nas refinarias reduzam os preços dos destilados no primeiro semestre”, avalia o DoE. “Prevemos que as margens de refino de diesel dos EUA cairão 19% em 2023 em comparação com 2022. No entanto, a proibição da UE às importações marítimas de produtos petrolíferos da Rússia cria incerteza de oferta e preço para os mercados de destilados no início de 2023”, afirma o departamento.

O relatório inclui uma contração na atividade econômica dos EUA no quarto trimestre de 2022 e no primeiro trimestre de 2023, o que representa um período de contração econômica ligeiramente mais curto e ameno do que o previsto do mês passado. “A incerteza nas condições macroeconômicas pode afetar significativamente os mercados de energia no período de previsão”, avalia.

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