IstoÉ Online - SP 07/11/2023
A Gerdau registrou lucro líquido de R$ 1,592 bilhão no terceiro trimestre de 2023, queda de 47,32% em relação ao mesmo período de 2022, segundo o formulário de informações trimestrais da companhia (ITR), divulgado nesta segunda-feira, 6.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Gerdau atingiu R$ 3,3 bilhões e caiu 37% ante o terceiro trimestre de 2022.
Já a receita líquida da Gerdau no período de julho a setembro totalizou R$ 17,063 bilhões, queda de 19,32% na comparação anual.
De acordo com o diretor-presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, os resultados da empresa se mantiveram sólidos em meio a um cenário desafiador.
“O mercado brasileiro, particularmente, foi bastante afetado no período por um aumento expressivo nas importações de produtos de aço, o que reforça a necessidade da aplicação de tarifas temporárias para assegurar a competitividade do aço brasileiro no curto prazo”, afirmou o executivo.
Lucro e receita ficam em linha com expectativas; Ebitda vem 6% acima
O lucro líquido da Gerdau de R$ 1,59 bilhão ficou em linha com a expectativa das três casas consultadas pelo Prévias Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que previu R$ 1,53 bilhão para o indicador.
O Ebitda da companhia foi de R$ 3,3 bilhões, valor 6% acima do esperado pela média das casas (Itaú, Santander e BTG) em R$ 3,1 bilhões.
Já a receita líquida divulgada pela Gerdau em R$ 17 bilhões, por sua vez, também ficou em linha com os R$ 16,2 bilhões esperados pela média das projeções.
O Prévias Broadcast considera que os resultados vêm em linha com a estimativa quando ficam até 5% acima ou abaixo do esperado.
Valor Investe - SP 07/11/2023
Siderúrgica pagará R$ 822 milhões a acionistas, enquanto a metalúrgica vai distribuir R$ 960 milhões
O conselho de administração da Gerdau aprovou a distribuição de dividendos no valor de R$ 0,47 por ação, que corresponde ao montante total de R$ 822,3 milhões. O pagamento será efetuado a partir de 13 de dezembro deste ano, com data de corte em 17 de novembro.
Os conselheiros também aprovaram o pagamento de R$ 0,93 em dividendos para os acionistas da Metalúrgica Gerdau, equivalente ao valor total de R$ 960,4 milhões, a partir de 14 de dezembro de 2023. A data de corte será o próximo dia 17 de novembro.
A partir de 21 de novembro as ações das companhias passam a ser consideradas “ex-direitos”.
Conteúdo publicado no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.
Globo Online - RJ 07/11/2023
Em meio aos debates sobre a meta fiscal, a projeção para o resultado primário (receitas menos despesas antes do pagamento de juros) do próximo ano voltou a cair, segundo o boletim Focus, relatório semanal divulgado pelo Banco Central (BC).
A estimativa para o término de 2024 passou de 0,78% para 0,80%. Para 2025, ela piorou de 0,55% para 0,60%. Ao fim de 2023, a projeção segue em 1,10%.
O mercado sempre trabalhou com previsão de déficit em 2024, apesar dos compromissos assumidos pelo governo e com a aprovação do arcabouço fiscal.
No entanto, após as sinalizações de membros do governo, inclusive do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de que a meta para 2024 "dificilmente" seria cumprida, parte dos agentes pioraram suas projeções, passando a observar um cenário mais difícil para a aprovação de medidas que visem aumentar a arrecadação no Congresso.
Para eles, uma possível mudança também é vista como fator que diminui a credibilidade das novas regras fiscais logo no seu primeiro ano de execução.
Inflação para 2024 sobe
A projeção mediana para a inflação ao fim de 2024 subiu de 3,90% para 3,91%. Em relação a 2023, a estimativa seguiu em 4,63% e, para 2025, em 3,50%.
As estimativas seguem abaixo do teto da meta do BC. A meta de inflação perseguida pela autoridade monetária é de 3,25% em 2023 e de 3% em 2024 e 2025, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima.
Na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic inalterada em 12,25% e se comprometeu com novos cortes de 0,50 ponto percentual para as "próximas reuniões", apesar dos recentes receios fiscais.
A expectativa mediana para a taxa básica no fim de 2024 continuou em 9,25%. Para 2024 e 2025, ela permaneceu em 9,25% e 8,75%.
Sobre o Produto Interno Bruto (PIB), as projeções para o final de 2023, 2024 e 2025 mantiveram-se em 2,89%, 1,50% e 1,90%, respectivamente.
A estimativa para o dólar ao término deste ano seguiu em R$ 5. Para 2024 e 2025, ela continuou em R$ 5,05 e R$ 5,10, respectivamente.
Agência Brasil - DF 07/11/2023
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que vê espaço para novos cortes na taxa básica de juros nos próximos meses.
“Nós estamos em um momento em que temos condições de fazer a economia crescer e temos muita gordura monetária ainda para queimar. Nós estamos com uma taxa [básica de juros] de ainda 12,25% [ao ano]”, afirmou Haddad, ao participar de evento promovido nesta segunda-feira (6) pelo banco BTG Pactual.
Segundo o ministro, as ações do governo têm reduzido a inflação, o que permite a queda da taxa de juros, abrindo mais espaço para o crescimento econômico. “Não está sendo baixada a inflação na marra, artificialmente. Está sendo feito um trabalho para que isso aconteça, já em um ciclo de cortes [da taxa de juros], que, na minha opinião, vai continuar, porque nós vamos continuar trabalhando em parceria para continuar esse ciclo de cortes”, acrescentou.
De acordo com Haddad, o único elemento que, neste momento, ainda dificulta quedas maiores dos juros no Brasil são as taxas de juros dos países mais ricos. “Quero crer que o mundo, que está nos atrapalhando um pouco desse ponto de vista, em função das taxas nos Estados Unidos e na Europa, isso, também ao longo do próximo ano, pode vir a ser corrigido.”
Na semana passada, o Banco Central norte-americano decidiu manter os juros básicos da maior economia do planeta entre 5% e 5,25% ao ano. Havia expectativa nos mercados de que o percentual, já alto para os padrões dos Estados Unidos, pudesse ser elevado, devido, entre outros fatores, ao conflito entre Israel e o movimento Hamas.
IstoÉ Online - SP 07/11/2023
A dinâmica das contas externas brasileiras segue favorável, contribuindo para uma taxa de câmbio estrutural inferior aos níveis vistos recentemente, avalia a XP Investimentos em relatório. A corretora estima que o “valor justo” do câmbio está em R$ 4,70.
“Neste sentido, acreditamos que a resiliência do Real nas últimas semanas – especialmente em comparação à renda fixa e ações – tem muito a ver com a robustez das contas externas”, escreveu a XP.
Pela manhã, o Banco Central divulgou que as transações correntes líquidas de setembro registraram déficit de US$ 1,375 bilhão em setembro, resultado menos negativo do que a mediana do Projeções Broadcast, que era de déficit de US$ 1,60 bilhão, com intervalo entre -US$ 2,80 bilhões e US$ 1,10 bilhão.
O resultado, de acordo com a XP, foi puxado pelo desempenho da balança comercial de bens, que registrou superávit de US$ 7,2 bilhões no período, moderando o saldo negativo das demais aberturas.
“Além disso, o déficit na conta de Serviços aumentou apenas US$ 0,2 bilhão na comparação interanual, para US$ 3,3 bilhões, já que os menores dispêndios com fretes praticamente anularam as maiores despesas com viagens internacionais e aluguel de equipamento”, salientam.
A estimativa da corretora é de déficit de aproximadamente US$ 35 bilhões para as transações correntes líquidas no ano.
Em relação ao Investimento Direto no País (IDP), que somou US$ 3,752 bilhões em setembro – abaixo do piso das estimativas de US$ 3,90 bilhões – a XP aponta o efeito da desaceleração econômica e menor lucratividade das empresas, tanto no Brasil quanto no exterior, o que tem contribuído para o declínio dos recursos recebidos. A projeção da XP é de IDP de US$ 62,0 bilhões em 2023.
IstoÉ Dinheiro - SP 07/11/2023
O Brasil tem hoje a possibilidade de encerrar o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a menor taxa de inflação média desde 1994, ou seja, o mais baixo nível de ajustes de preços desde o Plano Real. A observação foi feita nesta segunda-feira, 6, pelo ex-secretário do Tesouro Nacional e atual economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, ao entrevistar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na abertura do “Macro Day”, evento anual do banco, que está sendo realizado hoje na capital paulista.
Durante um bate-papo com o ministro que durou mais de uma hora, Mansueto lembrou que o ano começou com as expectativas do mercado em relação à inflação apontando para o IPCA encerando 2023 em torno de 6%. Isso muito em função de no ano passado a inflação de serviços ter encerrado entre 8% e 9%. E, segundo Mansueto, os economistas entendiam que para esta inflação de serviços cair teria que se assumir um aumento muito forte do desemprego.
“Qual foi a surpresa deste ano? A inflação de serviços caiu muito forte, está girando em torno de 4,5%, 5% e o desemprego caiu para a menor taxa desde 2014. A inflação caiu muito; esperamos no BTG 4,5%, ano que vem o mercado espera uma inflação em torno de 4% e em 2025 e 2026 em torno de 3,5%. Se agente pegar estes índices que o mercado espera, terminaremos este governo a menor inflação média de quatro anos desde 1994”, disse Mansueto.
Ainda, segundo Mansueto, desde 1994 com o Plano Real, o governo que teve a menor inflação média em quatro anos foi o segundo Lula, que teve inflação média de 4,51% ao ano. “Então a gente tem um risco positivo de terminar este governo com a menor inflação média desde 1994”, disse Mansueto.
Além disso, emendou o economista do BTG, “a gente está indo para um ano espetacular do ponto de vista de trocas com o resto do mundo”. De acordo com Mansueto, em 2021 o Brasil teve um saldo na balança comercial de US$ 60 bilhões, ano passado recorde histórico de US$ 62 bilhões. “Em 2023 esperava-se um recorde histórico, sendo muito otimista, de US$ 75 bilhões e a gente está indo para algo perto de US$ 95 bilhões, o que tem ajudado bastante o fluxo de câmbio comercial e uma taxa de câmbio que tem se mostrado estável, com o real se valorizando apesar da turbulência dos juros americanos”, disse.
Para Mansueto, são coisas positivas, mas, se houver um pouco mais de confiança, todo mundo vai trabalhar para tentar melhorar o fiscal, o que poderá levar a uma melhora expressiva do cenário de curto prazo.
Neste ponto, o ministro Haddad pediu a palavra a Mansueto para complementar que inflação do ano passado, na casa de 9%, estava artificialmente baixa porque ela decorreu de seis meses de total desoneração dos combustíveis. Isso se deu tanto do ponto de vista do governo federal quanto da imposição das leis complementares para os governos estaduais.
“Então, de fato, a inflação do ano passado não estava rodando neste patamar. Como o próprio Banco Central afirmou em uma das suas atas, a inflação do ano passado estava rodando a mais de 10% se fosse levado em consideração a necessidade de reoneração que aconteceu só este ano. E esse ano a inflação vai bater 5% apesar da reoneração”, disse Haddad acrescentando que estamos em um momento trocado.
“Estamos fazendo o certo do ponto de vista fiscal e trazendo a inflação para menos da metade do que foi no ano passado com o artifício de baixa a inflação com as Leis Complementares 192 e 194. Isso é muito relevante porque não está sendo baixada a inflação na marra, artificialmente. Está sendo feito um trabalho para que isso aconteça já num ciclo de corte da Selic, que na minha opinião vai continuar porque vamos continuar trabalhando em parceria para continuar esse ciclo de cortes”, disse o ministro.
Ele disse ainda querer crer que condições do mundo – que estão atrapalhando a economia brasileira em função das taxas de juros nos EUA e Europa – também possam vir a ser corrigidas ao longo do próximo ano. Haddad lembrou que os indicadores americanos divulgados na sexta-feira (3) já deram sinais de que o aperto monetário americano já pode parar por aí e, quem sabe, no médio prazo começar uma trajetória virtuosa e a favorecer economias como a brasileira.
CNN Brasil - SP 07/11/2023
A China vem enfrentando desafios na economia e tem tido dificuldades para atrair empresas e capital estrangeiro, de acordo com o indicador do investimento direto estrangeiro (IDE) do país.
O índice caiu para o vermelho pela primeira vez desde 1998, reforçando como o país enfrenta dificuldades para conter as saídas de capital.
Os passivos de investimento direto, uma medida do IDE, situaram-se em US$ 11,8 bilhões (R$ 57,75 bilhões) negativos no terceiro trimestre, de acordo com dados publicados pela Administração Estatal de Câmbio (SAFE) na sexta-feira (3).
No terceiro trimestre de 2022, o passivo de investimento direto da China era de US$ 14,1 bilhões (R$ 69,01 bilhões).
Esta é a primeira vez que o indicador fica negativo em 25 anos, quando começaram os registros, segundo dados compilados pela Refinitiv Eikon, indicando que as empresas estrangeiras estão retirando os investimentos do país, em vez de reinvestir nas suas operações.
Os dados SAFE são organizados de acordo com o fato de um investimento ser um ativo ou um passivo para a China.
Os passivos de investimento direto incluem lucros pertencentes a empresas estrangeiras que ainda não foram repatriados ou distribuídos aos acionistas, bem como investimentos estrangeiros em instituições financeiras, segundo o governo.
A principal medida do IDE da China, divulgada pelo Ministério do Comércio, apresentou um declínio de 8,4% nos primeiros nove meses deste ano, acelerando de uma queda de 5,1% nos primeiros oito meses.
Embora as crescentes tensões geopolíticas sejam parcialmente responsáveis pelo êxodo, as empresas e os investidores estrangeiros também se tornaram cautelosos com os riscos crescentes na China, incluindo a possibilidade de ataques e detenções.
A Vanguard se tornou a última empresa a sair do país. A segunda maior empresa de gestão de ativos do mundo, depois da BlackRock, disse à CNN na segunda-feira (6) que pretende fechar o seu escritório em Xangai depois de dezembro de 2023.
A saída foi relatada pela primeira vez pela Bloomberg, citando fontes não identificadas, na quinta-feira (2).
A empresa disse que vendeu sua participação na joint venture ao parceiro local Ant Group em outubro, como parte da saída. A Vanguard confirmou à CNN que assinou acordos de rescisão com cerca de 10 pessoas, todo o seu pessoal restante em Xangai.
“No futuro, a Vanguard priorizará seus negócios globais em regiões nas quais oferecemos nossos próprios produtos e serviços de investimento”, afirmou a empresa em comunicado.
Enfrentamento da crise
Pequim tem procurado reverter as saídas de capitais face aos crescentes desafios econômicos. Mas esses esforços parecem não ter conseguido tranquilizar os investidores.
A China International Import Expo (CIIE), um evento anual lançado pelo presidente Xi Jinping em 2018 para retratar a China como um mercado aberto e melhorar os seus laços comerciais, começou no domingo (5).
Mas a Câmara de Comércio da União Europeia na China criticou o evento na semana passada como uma “vitrine”.
“As empresas europeias estão desiludidas à medida que gestos simbólicos substituem os resultados tangíveis necessários para restaurar a confiança empresarial”, afirmou a câmara num comunicado de sexta-feira.
“A CIIE foi originalmente concebida como uma vitrine da agenda de abertura e reforma da China, mas até agora provou ser em grande parte fumaça e espelhos”, disse Carlo D’Andrea, vice-presidente da Câmara, no comunicado.
Os outros esforços de Pequim para acelerar o crescimento econômico ainda não deram resultados.
No final de outubro, a legislatura da China aprovou um trilhão de yuans (cerca de R$ 670 bilhões) em títulos soberanos para apoiar a economia, que serão usados principalmente para financiar projetos de infraestrutura.
O fundo soberano também comprou ações no mês passado para impulsionar o fraco mercado de ações do país, que está entre os de pior desempenho do mundo este ano.
Em setembro, o governo chinês flexibilizou as restrições de capitais em duas das maiores cidades do país – Pequim e Xangai – para permitir que os estrangeiros movimentassem livremente o seu dinheiro para dentro e para fora do país.
O Banco Popular da China também se reuniu em novembro com algumas das principais empresas ocidentais, incluindo JP Morgan, Tesla e HSBC, comprometendo-se a abrir ainda mais a indústria financeira e a “otimizar” o ambiente operacional para empresas estrangeiras.
Mas os investidores globais continuam cautelosos devido o crescente escrutínio da China sobre as empresas ocidentais e a um abrandamento estrutural, indicam analistas.
Uma pesquisa realizada em setembro pela Câmara de Comércio Americana em Xangai mostrou que apenas 52% dos entrevistados estavam otimistas quanto às perspectivas de negócios para os próximos cinco anos, o nível mais baixo desde o início da pesquisa em 1999. Isso se compara a 55% em 2022 e 78% em 2021.
Exame - SP 07/11/2023
A maioria dos leitores deste artigo geralmente relacionou comércio e turismo internacional, ou investimento no exterior, com o dólar americano. Mas por que o dólar se tornou a moeda corrente do mundo? E por que devo considerá-lo em meu portfólio de investimentos? Esse artigo é um passeio na história do dólar e um reforço da importância de investir parte da riqueza acumulada no mercado global.
O dólar teve sua origem durante a guerra de independência americana, mas foi em 1792 que ele foi estabelecido como a unidade monetária oficial dos Estados Unidos. O dólar seguiu a mesma lógica de outras moedas do mundo, que tinham como padrão a ancoragem em metais (ouro e/ou prata), proporcionando estabilidade à moeda. Existem alguns fatos históricos que fizeram o dólar passar a ser a moeda hegemônica no mundo e esses fatos se passam no século XX. Vamos a eles:
Em 1913, foi fundado o FED (Federal Reserve) por 12 bancos regionais, com o objetivo de supervisionar o sistema bancário americano, implementar a política monetária e promover a estabilidade financeira dos EUA. Logo em seguida, em 1918, se estabeleceu o Fedwire, um sistema que permite a comunicação e a transferência de fundos entre instituições financeiras dos EUA. A organização do sistema financeiro americano, juntamente com a sua ascensão como potência militar no cenário geopolítico e a pujança da economia americana em meados do século XX, colocaram o dólar como a moeda de referência.
E isso ficou bem claro na conferência monetária de Bretton Woods (EUA), em 1944, com a Segunda Grande Guerra encaminhando-se para o seu final. Essa conferência contou com representantes de 44 países e o acordo firmado, além de criar o Banco Mundial (BIRD) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), definiu o dólar americano - atrelado ao ouro – como sendo a principal moeda de reserva global e que as demais moedas estariam ancoradas ao dólar.
Esse acordo, que elevou o status do dólar como a moeda de reserva global, trouxe um privilégio frente às outras moedas, cunhado de privilégio exorbitante pelo ministro francês Valéry Giscard em 1965. O privilégio dava-se pelo fato de os EUA emitirem dólares para financiar seus déficits sem a mesma restrição que outros países teriam ao imprimir suas próprias moedas. Esses países deveriam ter o respaldo sólido em reservas de valor (dólar) em seus bancos centrais, sob o risco de desvalorização e perda de confiança de suas moedas. Em suma, o custo dos EUA imprimir uma nota de US$ 100 era de alguns centavos, ao passo que para um outro país ter acesso à mesma nota em sua reserva cambial precisaria entregar bens ou serviços equivalentes a esse valor. Essa paridade dólar-ouro perdurou até 1971, quando houve a suspensão do acordo de Bretton Woods, e o dólar passou a flutuar como as demais moedas do mundo.
Na década de 70, foram criados mais dois importantes sistemas: o CHIPS, uma associação de bancos dos EUA, que possui um sistema de pagamento em dólar americano e que funciona de forma global, independentemente de onde a instituição participante esteja localizada; e o SWIFT, uma associação global com forte influência dos EUA, composta por mais de 200 países e territórios, e que provém uma rede segura para toda a comunicação entre as instituições financeiras incluindo transferências de recursos. Esse portanto é o maior ambiente financeiro de comércio internacional que existe, sendo que não fazer parte dele pode comprometer o crescimento de uma nação. Dentro do SWIFT, os EUA têm a capacidade de impor sanções financeiras e bloquear transações que envolvam países sancionados. Isso dá aos EUA mais uma arma que serve como ameaça aos países que estão em conflito com os seus interesses. Alguns exemplos são as sanções contra Coréia do Norte, Cuba, Irã e recentemente a Rússia que foi retirada do sistema após a invasão à Ucrânia em fevereiro de 2022.
Em resumo, a hegemonia do dólar americano passa por pelo menos três fatores que no fundo estão intimamente ligados: a confiança, a liquidez e a rede transacional. A confiança que se tem na moeda, proporcionada pela estabilidade política dos EUA, seu poderio militar, e a posição de líder no cenário geopolítico.
A liquidez relacionada ao tamanho de seu mercado consumidor e a própria aceitação global gerada pela sua confiança e a rede transacional que é a forma como o seu sistema financeiro se conectou com o mundo, trazendo vantagens para os que estão dentro.
É também importante salientar que outras moedas fortes tentam rivalizar com essa hegemonia. O Euro tenta transformar a Europa em uma unidade, mas tem dificuldades com relação ao interesse de cada nação, hoje conta com 16 dos 27 países da União Europeia. O Yuan chinês ganhou importância com o crescimento da China, mas possui alguns entraves quanto à confiança, visto a atuação absoluta e unipartidária do governo na condução do país e regras não muito claras. Moedas digitais seriam uma alternativa, mas ainda se mostram aquém na questão de confiabilidade e presença no mercado.
E quanto à importância de diversificar o portfólio de investimentos em ativos precificados em dólar? Fica claro que isso gera uma proteção contra flutuações cambiais, principalmente para investidores residentes em mercados emergentes como é o caso do Brasil. Além de que, esses ativos de países como os EUA, estão menos sujeitos aos riscos relacionados à mudança de políticas do governo e à instabilidade econômica que os países emergentes possuem.
Money Times - SP 07/11/2023
Depois de falar, de modo geral, sobre os desafios econômicos que a China enfrenta e de tratar, especificamente, da questão da demanda interna e dos problemas no setor imobiliário chinês; agora é a vez da indústria. Mais precisamente da modernização do sistema industrial chinês.
Analistas internacionais afirmam que a China já atingiu o auge do seu poder econômico, especialmente em comparação com os Estados Unidos, o que originou o termo “Pico da China”. Um “Pico da China” agora, ou em breve, significa que a economia chinesa nunca irá ultrapassar a norte-americana (as taxas de câmbio de mercado).
A revista The Economist não mais prevê que a China irá superar os EUA e se manter na liderança, mas projeta uma aproximação na paridade econômica. Já o Financial Times diz que o “Pico da China” sequer foi alcançado ainda, diante dos problemas estruturais profundos na economia do país.
China com uma indústria forte e moderna
Porém, a China se concentra na qualidade do seu desenvolvimento econômico, visando criar um sistema industrial moderno. Assim, tanto o “Pico da China” quanto a modernização da indústria chinesa estão relacionados.
Os ventos contrários enfrentados pela China atualmente incluem:
Mas a China também possui pontos significativamente fortes. Isso pode ser observado pelo número de engenheiros formados por ano (de 1,4 milhão); o mercado de patentes mais movimentado do mundo; a população altamente empreendedora e empresas líderes mundiais em novas economias, como a de veículos elétricos e de energia fotovoltaica.
Ou seja, a China tem uma visão ampla em relação ao desenvolvimento de alta qualidade, buscando criar um sistema industrial moderno, que otimiza o mercado, desempenhando um papel decisivo em um ambiente dinâmico.
Para o governo chinês, isto é muito mais relevante e sustentável do que o antigo modelo de indústria pesada, que gera crescimento econômico elevado, porém com uso intensivo de energia.
Novas forças produtivas chinesas
Para realçar esta transformação, o presidente chinês Xi Jinping apresentou um termo que explica o “estado da arte” da indústria moderna: novas forças produtivas. Isso significa novas formas de crescimento da economia derivado de contínuos avanços científicos e tecnológicos em um ambiente mais inteligente e informacional.
Xi promove a integração científica e tecnológica através de recursos voltados à inovação para liderar o desenvolvimento estratégico de indústrias emergentes e futuras, o que acelera a formação de novas forças produtivas.
Trata-se de algo especialmente importante nas áreas de Tecnologia da Informação (TI), Inteligência Artificial (IA), robótica, semicondutores, matérias-primas novas e “verdes”, e-commerce, tecnologia espacial, entre outras relacionadas à manufatura avançada. Portanto, a China procura promover essas novas forças produtivas.
As diretrizes políticas exigem que a competitividade das companhias estatais seja fortalecida e que o desenvolvimento do setor privado, seja saudável e orientado, de modo a melhorar a taxa de comercialização e construir uma série de clusters industriais para que o setor produtivo possa se localizar onde acontecem avanços científicos e tecnológicos.
Além disso, um mercado consumidor nacional unificado é essencial, ao mesmo tempo, em que o desenvolvimento regional deve se alinhar com a indústria nacional e as cadeias globais de abastecimento.
Resumindo, novas forças produtivas de alta qualidade são o futuro na China. Na verdade, é uma grande visão para o mundo.
O Estado de S.Paulo - SP 07/11/2023
Setenta economistas e empresários assinaram um manifesto em apoio à aprovação da reforma tributária, que chega a uma semana decisiva no Senado Federal. O texto endossa a atual proposta apresentada pelo relator Eduardo Braga (MDB-AM), que deve ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta terça-feira, 7.
Entre os signatários do artigo estão ex-presidentes do Banco Central, como Affonso Celso Pastore, Arminio Fraga e Gustavo Loyola; ex-ministros da Fazenda, como Maílson da Nóbrega, Henrique Meirelles e Guido Mantega; economistas idealizadores do Plano Real, como Edmar Bacha e Persio Arida; secretários e ex-secretários de Fazenda, como Cristiane Alkmin Junqueira e Helcio Tokeshi; e empresários, como Jorge Gerdau e Pedro Passos.
“A reforma tributária em discussão no Senado é a mudança de que precisamos para construir um sistema tributário que impulsione o desenvolvimento econômico e social no Brasil”, diz manifesto, uma iniciativa do “Pra ser Justo” - movimento suprapartidário, criado por organizações da sociedade civil empenhadas na aprovação da reforma tributária.
“O relatório apresentado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM) à Comissão de Constituição e Justiça mantém os principais pilares da reforma”, diz o texto.
O texto pontua, no entanto, que no relatório de Braga “promove a ampliação da já elevada quantidade de regimes específicos e favorecidos aprovada pela Câmara, distanciando a reforma tributária dos melhores modelos praticados no mundo”.
“Reconhecemos que concessões são necessárias para viabilizar politicamente a aprovação da reforma, mas advertimos que, sob a perspectiva técnica, o limite razoável já foi atingido ou mesmo superado”, diz o manifesto.
Mesmo assim, os signatários recomendam a aprovação da proposta para aumentar o crescimento do País. “Os senadores e senadoras têm a responsabilidade de zelar por um modelo capaz de aumentar a produtividade e o crescimento do país, além de reduzir nossas desigualdades sociais e regionais.”
Veja a íntegra do documento:
Manifesto pela Reforma Tributária
A reforma tributária em discussão no Senado é a mudança de que precisamos para construir um sistema tributário que impulsione o desenvolvimento econômico e social no Brasil. Por isso manifestamos nosso apoio à PEC 45/2019, que cria um novo modelo de tributação do consumo, substituindo PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS por dois tributos sobre bens e serviços (IBS e CBS) harmonizados, com base ampla e alinhados às melhores práticas internacionais.
O relatório apresentado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM) à Comissão de Constituição e Justiça mantém os principais pilares da reforma. No entanto, promove a ampliação da já elevada quantidade de regimes específicos e favorecidos aprovada pela Câmara, distanciando a reforma tributária dos melhores modelos praticados no mundo. Reconhecemos que concessões são necessárias para viabilizar politicamente a aprovação da reforma, mas advertimos que, sob a perspectiva técnica, o limite razoável já foi atingido ou mesmo superado.
A tramitação da reforma tributária chegou a um momento decisivo e não podemos perder a oportunidade de aprová-la em definitivo em 2023. Os senadores e senadoras têm a responsabilidade de zelar por um modelo capaz de aumentar a produtividade e o crescimento do país, além de reduzir nossas desigualdades sociais e regionais.
A aprovação da PEC 45 pela Câmara dos Deputados em julho foi um momento histórico para o Brasil. Chegou o momento de o Senado Federal deixar sua marca. Que seja a de um sistema tributário mais eficiente, transparente e justo para todo o povo brasileiro.
Subscrevem esta carta (até 05/11/2023):
Affonso Celso Pastore - Economista e ex-presidente do Banco Central.
Alexandre Schwartsman - Economista e ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central do Brasil.
Ana Luiza Neves de Holanda Barbosa - Economista no Ipea.
Andrea Calabi - Ex-secretário do Ministério de Planejamento e Orçamento. Também foi Secretário do Tesouro Nacional, Presidente do Ipea, Presidente do Banco do Brasil e do BNDES, Secretário do Planejamento e Secretário da Fazenda do Estado de São Paulo.
Ângelo de Angelis - auditor Fiscal e mestre em economia pela Unicamp com a dissertação “O IVA e o ICMS no Estado de São Paulo - 1988 a 2013 - 25 anos”.
Aod Cunha - Economista, ex-secretário da Fazenda, professor do curso de pós graduação em finanças da PUC/RS.
Armínio Fraga - Economista, ex-presidente do Banco Central do Brasil.
Bento Antunes de Andrade Maia - Economista e pesquisador do CCIF. Possui doutorado na UNICAMP, mestrado na UFRJ.
Breno Ferreira Martins Vasconcelos - Advogado. Pesquisador do Núcleo de Estudos Fiscais da FGV-SP e do Núcleo de Pesquisas em Tributação do Insper.
Bruno Carazza - Professor e analista político e econômico.
Carlos Eduardo Navarro - Advogado e mestre em Direito. Professor de Direito Tributário da FGV Direito SP e IBDT. Pesquisador do NEF/FGV. Ex-juiz do TIT/SP.
Celso Lafer - Ex-ministro das Relações Exteriores e Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Celso Rocha de Barros - Doutor em sociologia pela Universidade de Oxford e colunista da Folha.
Ciro Biderman - Diretor do FGV Cidades.
Cristiane Alkmin Junqueira Schmidt - Ex-Secretária da Economia de Goiás (Fazenda, planejamento e orçamento) e Vice-Presidente do Comsefaz (Conselho dos Secretários de Fazenda) em 2023.
Dante Alario Junior - Empresário Cofundador da Biolab Sanus Farmacêutica.
Edmar Bacha - Economista. Parte da equipe econômica que projetou e implementou o Plano Real, foi presidente do BNDES e é sócio-fundador e diretor do Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Graças (IEPE/CdG).
Edson Domingues - Professor Titular do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG. Coordenador do Núcleo de Estudos em Economia Ambiental e Aplicada (NEMEA).
Eduardo Fleury - advogado e economista, consultor do Banco Mundial (World Bank Group).
Eduardo Souza-Rodrigues - professor associado de Economia da Universidade de Toronto.
Ernesto Lozardo - Professor de economia da EAESP-FGV e ex-presidente do IPEA.
Eurico de Santi - Professor e coordenador do NEF da FGV Direito SP e Diretor do CCiF.
Fabio Barbosa - Administrador e Executivo.
Fabio Giambiagi - Economista, com graduação e mestrado pela UFRJ. Funcionário do BNDES desde 1984. Ex-membro do staff do BID e ex-assessor do Ministério de Planejamento. Foi Superintendente de Planejamento do BNDES.
Fersen Lambranho - Engenheiro, Chairman da GP Investments.
Germano Rigotto - Ex-Governador do Rio Grande do Sul e Presidente do Instituto Reformar de Estudos Políticos e Tributários.
Guido Mantega - Ex-Ministro do Planejamento, ex-Presidente do BNDES, e ex-ministro da Fazenda e pesquisador da FGV-SP.
Guilherme Passos - CIO da Anima Investimentos.
Gustavo Loyola - ex-presidente do Banco Central do Brasil.
Helcio Tokeshi - Ex-Secretário da Fazenda do Estado de São Paulo.
Heleno Torres - Professor Titular de Direito Econômico e Financeiro da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, doutor em direito pela PUC-SP, advogado.
Henrique Meirelles - Ex-Ministro da Fazenda, ex-Presidente do Banco Central e ex-Secretário de Fazenda do Estado de São Paulo.
Horácio Lafer Piva - Empresário.
Isaías Coelho - Pesquisador do Núcleo de Estudos Fiscais da FGV Direito SP.
Jerson Kelman - Professor aposentado na UFRJ.
João Amoêdo - Engenheiro e administrador.
Jorge Gerdau - Empresário.
José Roberto Mendonça de Barros - Economista, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, e ex-secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior da Presidência da República.
Larissa Luzia Longo - Pesquisadora do Núcleo de Pesquisas em Tributação do Insper.
Laura Carvalho - Economista, professora do Departamento de Economia da FEA-USP e diretora global de equidade da Open Society Foundations.
Laura Müller Machado - Professora do Insper e Ex-Secretária de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo.
Leonel Pessoa - Doutor em Direito pela USP e professor da FGV Direito SP.
Luiz Fernando Furlan - Empresário e Ex-Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil.
Maílson da Nóbrega - Economista, ex-ministro da Fazenda no período 1988-1990. É colunista da revista Veja e mantém um blog na Veja online.
Manuel Antonio Correa da Costa Thedim - Diretor Executivo do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS).
Marco Aurélio Cardoso - Ex secretário de Fazenda do Rio Grande do Sul.
Marco Bonomo - Professor do Insper. PhD em Economia pela Princeton University.
Marcos Mendes - Doutor em economia e pesquisador Associado do Insper.
Maria Carolina Gontijo - Advogada tributária, professora e dona do perfil Duquesa de Tax nas redes sociais.
Maria Cristina Pinotti - Economista, sócia da A.C. Pastore & Associados. Trabalhou nos departamentos econômicos do BIB-Unibanco, Divesp e MB Associados.
Marta Arretche - Cientista política, professora titular do Departamento de Ciência Política da USP.
Mauro Sayar Ferreira - Professor de Economia da UFMG.
Melina Rocha - Consultora Internacional e Diretora de Cursos da York University - Canadá. Doutorado pela Université de la Sorbonne Nouvelle – Paris 3.
Milton Seligman - Ex-ministro da Justiça.
Naercio Menezes Filho - professor titular de economia do Insper e professor associado da USP.
Nelson Machado - Diretor do Centro de Cidadania Fiscal. Ex-ministro da Previdência social.
Octavio de Barros - Economista, vice-presidente da CCBF-Câmara de Comércio França Brasil e membro do conselho de empresas e instituições.
Otaviano Canuto - Ex-Vice-presidente e diretor executivo no Banco Mundial, diretor executivo no FMI e vice-presidente no BID.
Paulo Hartung - ex-governador do Espírito Santo, senador e prefeito de Vitória.
Pedro Passos - Empresário.
Persio Arida - Economista foi um dos idealizadores do Plano Real. Presidiu o BNDES e o Banco Central do Brasil.
Renato Frageli Cardoso - Professor da FGV.
Ricardo Paes de Barros - Professor no Insper, onde é coordenador da cátedra Instituto Ayrton Senna. Foi um dos responsáveis pela concepção técnica do Programa Bolsa Família.
Ricardo Varsano - Consultor de política tributária, ex-Economista Sênior do FMI e ex-diretor de pesquisa do Ipea.
Salo Seibel - Empresário.
Samuel Pessoa - Pesquisador associado do FGV IBRE e chefe da pesquisa econômica do JBFO. Mestre em física pela USP e doutor em economia pela FEA USP. Colunista da Folha de SP.
Sergio Fausto - Diretor executivo da Fundação FHC, membro do conselho de sócios do Cebrap, assessor dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento (1996-2002).
Sérgio Wulff Gobetti - Pesquisador do IPEA, ex-Secretário Adjunto de Política Fiscal e Tributária da SPE/Ministério da Fazenda e Doutor em Economia pela Universidade de Brasília (UNB).
Sílvia Matos - Pesquisadora do FGV IBRE.
Tiago Lafer - Investidor. Vanessa Rahal Canado - Doutora em direito pela PUC-SP. Ex-diretora do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF) e ex-assessora especial do Ministro da Economia para assuntos relacionados à reforma tributária.
Vitor Pereira - professor do MPAM/Enap, doutor em economia pela PUC-Rio, especialista em economia da educação, consultor e ex-diretor de avaliação da SAGI-MDS.
Diário do Comércio - MG 07/11/2023
Com alta no superávit comercial, as contas externas do País tiveram saldo negativo menor em setembro, chegando a US$ 1,375 bilhão, informou ontem o Banco Central (BC). No mesmo mês de 2022, o déficit foi de US$ 6,940 bilhões nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.
A diferença na comparação interanual é resultado do superávit comercial, que aumentou R$ 5,2 bilhões.
Colaborando para o resultado, o déficit em renda primária (pagamento de juros e lucros e dividendos de empresas) recuou em US$ 820 milhões. Por outro lado, o déficit em serviços aumentou US$ 191 milhões.
Em 12 meses encerrados em setembro, o déficit em transações correntes foi de US$ 39,832 bilhões, 1,92% do Produto Interno Bruto (PIB) ante o saldo negativo de US$ 45,397 bilhões (2,21% do PIB) em agosto deste ano e déficit de US$ 56,944 bilhões (3,09% do PIB) no período equivalente terminado em setembro de 2022.
Já no acumulado do ano, o déficit é de US$ 20,895 bilhões, contra saldo negativo de US$ 34,682 bilhões nos primeiros nove meses de 2022.
Balança comercial
As exportações de bens totalizaram US$ 28,675 bilhões em setembro, redução de 5,2% em relação a igual mês de 2022. As importações somaram US$ 21,463 bilhões, queda de 23,8% na comparação com setembro do ano passado. Com esses resultados, a balança comercial fechou com o superávit de US$ 7,212 bilhões no mês passado, ante saldo positivo de US$ 2,059 bilhões em setembro de 2022.
É o maior superávit comercial para o mês de setembro da série histórica do BC, iniciada em 1995.
Serviços
O déficit na conta de serviços – viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos e seguros, entre outros – somou US$ 3,279 bilhões em setembro, aumento de 6,2% ante os US$ 3,088 bilhões em igual mês de 2022. Houve redução no déficit em transporte e aumento em viagens e aluguel de equipamentos.
O déficit na rubrica de transportes passou US$ 1,837 bilhão em setembro de 2022 para US$ 976 milhões no mês passado, recuo de 46,9%. Mês a mês, a melhora vem sendo influenciada por gastos menores em fretes, que tiveram redução devido à queda nos preços internacionais, além queda das quantidades importadas.
No caso das viagens internacionais, há trajetória de recuperação, mas o crescimento do déficit segue em patamares inferiores ao período antes da pandemia da Covid-19. Seguindo a tendência dos meses recentes, as receitas de estrangeiros em viagem ao Brasil cresceram 36,1% na comparação interanual e chegaram a US$ 566 milhões em setembro, contra US$ 416 milhões no mesmo mês de 2022.
As despesas de brasileiros no exterior passaram de US$ 907 milhões em setembro do ano passado para em US$ 1,241 bilhão no mesmo mês de 2023, aumento de 36,7%. Com isso, o déficit na conta de viagens fechou o mês com alta de 37,2% frente ao observado em setembro de 2022, chegando a US$ 674 milhões, ante déficit de US$ 491 milhões no mesmo mês do ano passado.
Já em aluguel de equipamentos, as despesas líquidas somaram US$ 750 milhões, aumento de 9,8% em comparação a setembro de 2022, que ficou em US$ 683 milhões.
Rendas
Em setembro, o déficit em renda primária – lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários – chegou a US$ 5,468 bilhões, redução de 13% ante os US$ 6,288 bilhões no mesmo mês de 2022. Normalmente, essa conta é deficitária, já que há mais investimentos de estrangeiros no Brasil – e eles remetem os lucros para fora do país – do que de brasileiros no exterior.
As despesas líquidas com juros passaram de US$ 1,240 bilhão em setembro de 2022 para US$ 2,128 bilhões no mês passado. No caso dos lucros e dividendos associados aos investimentos direto e em carteira, houve déficit de US$ 3,369 bilhões no mês de setembro deste ano, frente ao observado em setembro de 2022, de US$ 5,064 bilhões.
A conta de renda secundária – gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens – teve resultado positivo de US$ 160 milhões no mês passado, contra superávit US$ 377 milhões em setembro de 2022.
Investimento estrangeiro no País ficou menor
Os ingressos líquidos em investimentos diretos no País (IDP) foram menores na comparação interanual, em razão da queda nas operações intercompanhias. O IDP somou US$ 3,752 bilhões em setembro último, ante US$ 9,628 bilhões em setembro de 2022.
De acordo com o chefe do Departamento de Estatística do BC, a base de comparação de setembro de 2022 está elevada pois, no ano passado, muitas companhias realizaram os investimentos que estavam represados desde a pandemia. Em 2019, na pré-pandemia, o IDP foi de US$ 69,174 bilhões. Em 2020, ele ficou em US$ 37,786 bilhões. Já em 2021, houve crescimento, mais ainda abaixo dos valores do pré-pandemia, para US$ 46,439 bilhões.
“Em 2022, com abertura praticamente integral do País, tivemos o primeiro ano de funcionamento normal da economia e fechamos o ano com IDP de US$ 87,245 bilhões. Não só continuou a retomada da atividade, como foi superior ao patamar pré-pandemia, com aquele montante que estava atrasado ocorrendo em 2022”, explicou em coletiva virtual de imprensa para apresentar os resultados.
Para este ano, a precisão do BC é que os investimentos diretos no país cheguem a US$ 65 bilhões.
O IDP acumulado em 12 meses totalizou US$ 60,042 bilhões (2,89% do PIB) em setembro de 2023, ante US$ 65,918 bilhões (3,21% do PIB) no mês anterior e US$ 72,060 bilhões (3,91% do PIB) no período encerrado em setembro de 2022.
Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque os recursos são aplicados no setor produtivo e costumam ser investimentos de longo prazo.
No caso dos investimentos em carteira no mercado doméstico, houve entradas líquidas de US$ 1,835 bilhão em setembro de 2023, compostas por saídas líquidas de US$ 477 milhões em ações e fundos de investimento e por ingressos líquidos de US$ 2,311 bilhão em títulos de dívida. Nos 12 meses encerrados em agosto, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram ingressos líquidos de US$ 15,8 bilhões.
O estoque de reservas internacionais atingiu US$ 340,324 bilhões em setembro, redução de US$ 3,853 bilhões em comparação ao mês anterior.
BOL - SP 07/11/2023
O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou nesta terça-feira a previsão de crescimento econômico para a China em 2023 a 5,4%, consequência do aumento do consumo e das medidas recentes anunciadas por Pequim.
Depois de um ano difícil para a segunda maior economia do mundo, o crescimento no terceiro trimestre foi maior do que o esperado.
O FMI prevê agora um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,4% este ano, contra uma estimativa anterior de 5%.
Para 2024, a organização também elevou a previsão para 4,6% (4,2% na estimativa anterior).
O aumento da previsão reflete "uma forte recuperação posterior à reabertura da demanda interna, em particular o consumo", disse Gita Gopinath, primeira vice-diretora gerente do FMI.
Entre julho e setembro, a economia chinesa cresceu 4,9%, um ritmo mais lento que no trimestre anterior, mas acima do esperado e um pouco abaixo da meta do governo de "ao redor de 5%" para 2023, uma das menores metas em muitos anos.
Em 2022, a economia da China cresceu 3,0%, muito abaixo da meta oficial de 5,5%, asfixiada pelas medidas draconianas contra a covid-19.
Diário do Comércio - MG 07/11/2023
A criação do Imposto Seletivo (IS), previsto no texto da reforma tributária (PEC 45/2019), irá taxar exportações e poderá estimular o aumento da inflação, com um eventual aumento de preços em diversos setores produtivos. É o que revela o estudo realizado pela consultoria LCA a pedido do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
O relatório da Proposta de Emenda à Constituição nº 45 será votado nesta terça-feira (7) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal. Os senadores também irão decidir se o Imposto Seletivo seguirá ou será removido do texto. Depois disso, a PEC 45 seguirá para votação em plenário.
A pesquisa da LCA identifica os impactos da eventual incidência do IS sobre os minerais metálicos no Brasil, que poderá ser o único no mundo a adotar essa prática, considerada pelo Ibram como onerosa para o setor mineral.
O diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, afirma que o aumento de custos no setor mineral tem implicações no mercado externo e também no bolso do consumidor. “Isso porque setores como siderúrgico, automotivo, construção civil, utilidades domésticas, alimentos enlatados e embalagens, entre muitos outros, usam os minérios para fabricar seus produtos. Ou seja, a mineração, essas cadeias industriais, o atacado, o varejo e o consumidor deverão pagar a conta do Imposto Seletivo”, explica.
A empresa contratada para realizar o estudo alerta para os reflexos negativos desse imposto. A consultoria lembra da relevância da atividade extrativa em indicadores econômicos como exportações totais, Produto Interno Bruto (PIB), emprego e arrecadação tributária. “O Brasil é um dos principais ofertantes globais de minério de ferro, sendo responsável por 17% da oferta global desse produto em 2022”, completa.
Imposto Seletivo poderá impactar mineração de insumos tecnológicos
De acordo com a pesquisa, o Imposto Seletivo também prejudicará os planos do governo federal relacionados à expansão de minérios considerados críticos para desenvolver tecnologias voltadas a promover a transição energética. O estudo aponta que diversos minerais, além do minério de ferro “têm revelado sua importância enquanto insumo para a produção de itens ligados à transição energética. São os chamados minerais críticos (alumínio, cobre, níquel, nióbio, vanádio e manganês), base para a fabricação de baterias, painéis solares, chips e condutores”.
Para o Ibram, não há como ter desenvolvimento sustentável sem abundância desses minerais críticos para a transição a uma economia de baixo carbono. Eles ressaltam que não existem fontes de energia limpa e renovável que não demandem minerais em seu desenvolvimento e operação.
Taxação em exportações
O peso do Imposto Seletivo também foi apontado no estudo, considerando que os minérios estão entre os produtos mais exportados pelo Brasil. Segundo a entidade, caso o relatório da PEC 45 seja aprovado como está pelos senadores, o Brasil vai taxar suas exportações, em desrespeito à Lei Kandir, a lei complementar nº 87/1996.
Além disso, o Artigo 136 da PEC 45 também onera os produtos primários, semielaborados e as exportações, ao criar fundos estaduais de infraestrutura. Isso poderá fazer com que o País corra sério risco de perder mercado internacional para seus produtos e, com isso, observará retração em suas divisas.
“Estima-se redução de R$ 1,16 bilhão nas exportações dos minerais metálicos em virtude da eventual incidência do IS sobre as exportações desses produtos, com efeitos negativos sobre a economia brasileira”, diz trecho do estudo.
Com a incidência do IS e a contribuição aos fundos estaduais de infraestrutura, a importação de minérios, principalmente aqueles utilizados na fabricação de fertilizantes, seguirá fortalecida. O Ibram ainda alerta que ambas as propostas na PEC 45 representam um pesado obstáculo à competitividade internacional da mineração brasileira. Assim, ela poderá deixar de receber investimentos, favorecendo os países concorrentes.
Jungmann destaca que o estudo serve para demonstrar o contrassenso de alguns itens presentes no atual projeto com o espírito da própria reforma tributária, de promover a simplificação e a racionalização dos tributos. “Os senadores precisam atentar para as argumentações presentes neste estudo antes da votação porque as repercussões serão negativas para todo o país”, afirma.
O Ibram argumenta ainda que a produção de minérios não se enquadra como item sujeito ao Imposto Seletivo, porque não é prejudicial à saúde e ao meio ambiente. A instituição lembra que a mineração é considerada uma atividade de utilidade pública, uma vez que os minérios são matérias-primas para quase todos os bens consumidos e utilizados pela sociedade.
Esse imposto serviria para compensar impactos dos setores abrangidos pela tributação extra, porém, a mineração já recolhe a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) para esta finalidade. O estudo aponta que caso o texto seja aprovado, o Brasil será o único a adotar o IS sobre minérios.
“Tratando da razoabilidade econômica da não-incidência de IS sobre os minerais metálicos, nota-se que, como nenhum outro país utiliza o imposto sobre o minério, a sua aplicação no Brasil levaria a uma perda na competitividade internacional de bens que utilizam o produto como insumo no seu processo produtivo, direta ou indiretamente”, afirma a consultoria.
O Ibram lembra que de acordo com estudos da consultoria EY, o País já possui a maior carga tributária total referente às 12 principais substâncias minerais para a economia do Brasil: bauxita (alumínio); cobre; chumbo; ferro; fosfato; manganês; magnesita; nióbio; níquel; ouro; potássio; zinco. O levantamento comparou a situação do País com outros concorrentes como: África do Sul; Austrália; Chile; China e Peru.
Revista Manutenção e Tecnologia - SP 07/11/2023
A John Deere traz ao mercado a nova retroescavadeira 310P, equipada com motor eletrônico que promete maior potência, economia, conforto e tecnologia.
Em relação ao modelo anterior (310L), a máquina tem performance aprimorada, assegura a fabricante, com tempo de ciclo de carregamento cerca de 3% mais rápido.
Além disso, o motor eletrônico de 4,5 l assegura resposta ainda melhor, apresentando RPM aproximadamente 10% menor que o modelo anterior, o que leva a uma redução de combustível de 11%.
O propulsor é compatível com a série de tratores 6J, o que permite uma diminuição de 12% no custo de manutenção, devido à maior disponibilidade dos componentes.
“Historicamente, não vemos muita tecnologia sendo utilizada nesse ramo, mas a John Deere quer mudar essa realidade”, comenta Thomas Spana, gerente de vendas da divisão de construção da companhia.
“Por meio do John Deere Operations Center, o cliente pode acompanhar o consumo de combustível ou diagnosticar um problema com muito mais agilidade”, explica.
Além de monitorar o gasto de combustível, o sistema entrega relatórios sobre utilização do motor e temperatura do óleo e emite alertas de falhas, em razão da nova bomba e do motor eletrônico, que contam com sensores de rastreamento.
“O operador já sabe o que eventualmente pode causar o problema, reduzindo o tempo em que a máquina permanece parada e evitando possíveis prejuízos”, ressalta Spana.
A configuração da nova 310P oferece ainda sistema de patinagem limitada, um mecanismo que promete maior força de tração e menor índice de patinagem, reduzindo o desgaste dos pneus.
Outro diferencial é o controle da transmissão PowerShift, que por meio de uma única alavanca permite efetuar trocas de marchas e mudanças de frente e ré de forma rápida e suave, minimizando a fadiga e, consequentemente, aumentando a produtividade.
O novo modelo conta também com o Modo ECO, para ajuste automático na rotação do motor na primeira e segunda marcha.
“O modo ECO gera uma melhoria de 30% em eficiência e proporciona grandes benefícios, pois ajusta a velocidade do motor para economizar combustível sem comprometer a produtividade", complementa o executivo.
Outra novidade é o sistema de segurança por meio de senhas, no qual podem ser registrados dez códigos e uma chave-mestra para ativação do motor e transporte da máquina.
Além disso, a 310P vem equipada com injeção eletrônica, protetor de cárter de série e opção de controle por joystick, informa a fabricante.
Porto Gente - SP 07/11/2023
O líder sindicalista portuário, jornalista e vereador em Santos, Benedito Furtado (PSB) pergunta: “afinal, o que pretende o Governo Lula no que se refere aos portos brasileiros, em especial o Porto de Santos?” Ele indaga sobre os absurdos administrativos que veem sendo praticados pelo presidente da autoridade portuária, o advogado Anderson Pomini.
Entretanto, essas práticas refletem o modo de exercer o poder, por quem negociou com o presidente Lula o apoio partidário no Congresso Nacional e nomeou o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa (PRB). Ou seja, são abonadas pelo presidente do PRB e vice presidente da Câmara de deputados, Marcos Pereira, que precisa garantir a excelência do conhecimento no propósito de inovar o Porto de Santos.
Erros grosseiros cometidos no arranjo da equipe diretora, prejudicam a formação de competência para na implementação de projetos de infraestrutura portuária anunciados há décadas e urgentes, essenciais à competitividade comercial do porto. Com prioridade, o aprofundamento do canal de acesso marítimo e a ligação a seco das suas margens por túnel submerso.
Além do que, essas trapalhadas denotam falta de liderança com qualidade e são incompatíveis com o trabalho diligente do presidente Lula, percorrendo o mundo, a fim de intensificar o comércio internacional brasileiro, bem como o r esultado tão robusto do Produto Interno Bruto Brasil. Um cenário em que o complexo papel do porto ágil é fundamental, mas não tem a devida percepção por parte do atual ministro de Portos. . O que pode vir a ser um tiro no pé.
O sucesso da gestão do Porto de Santos nos próximos três anos vai depender muito do ajustamento das relações humanas, a fim de integrar uma equipe competente Mais um insucesso na tentativa de inovar o Porto de Santos, como há anos acontece, será um resultado muito desvantajoso ao governo Lula.
Petro Notícias - SP 07/11/2023
A empresa norueguesa Light Structures assinou dois contratos com o estaleiro chinês Yantai CIMC Raffles Offshore para a entrega de extensos sistemas de monitoramento de estresse de cascos para dois FPSOs da Petrobrás (P-80 e P-83). Com capacidade de produção de 225 mil barris de petróleo por dia, as duas embarcações estão sendo construídas para o campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. As unidades devem produzir o primeiro óleo em 2026 e 2027, respectivamente.
“O tamanho dos FPSOs combinado com os riscos e a complexidade de suas operações offshore exige que os dados de monitoramento estrutural estejam disponíveis para fins operacionais e de segurança 24 horas por dia, 7 dias por semana. Nossa tecnologia SENSFIB já foi comprovada em FPSOs em todo o mundo e estamos confiantes de que ela fornecerá os níveis de disponibilidade e precisão de dados que a Petrobrás precisa para garantir que seus gêmeos digitais possam olhar para o futuro e otimizar tanto a segurança quanto a eficiência operacional”, disse o Diretor de Vendas da Light Structures, Goetz Vogelmann.
O primeiro sistema de monitoramento está programado para ser entregue ao estaleiro até o final de novembro de 2023, enquanto o segundo está agendado para em abril de 2024. Os dois FPSOs são idênticos em design e execução e contarão com inovações, incluindo tecnologias de gêmeos digitais – que irão fornecer à Petrobrás a possibilidade de simulação e testes remotos que garantirão segurança, confiabilidade e eficiência operacionais. Além disso, os gêmeos digitais serão conectados a dados ao vivo de diversos sensores nos FPSOs, incluindo o sistema de monitoramento de casco SENSFIB, garantindo que quaisquer verificações pré-operação forneçam dados precisos para as equipes de engenharia da Petrobrás.
Valor - SP 07/11/2023
Governo decretou Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos do Rio para combater tráfico de drogas e armas
A PortosRio, responsável pela gestão dos portos públicos do Rio, Itaguaí, Niterói e Angra dos Reis, enxerga a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) como um investimento em competitividade. Segundo Francisco Leite, diretor-presidente da PortosRio, a operação iniciada hoje no Rio e em São Paulo, não afetou as atividades nas instalações.
"A atuação dos militares ocorre da forma mais discreta possível. As medidas de segurança têm a preocupação de ser quase imperceptível para quem trabalha no porto", explica.
Segundo Leite, o custo não aumentou de forma significativa, ainda que o porto tenha cancelado folgas de funcionários e esteja trabalhando com 100% de seu efetivo. "O aumento da segurança é um direcionamento do Ministério de Portos e Aeroportos desde antes da declaração da GLO. A segurança é um fator de competitividade. Um porto mais seguro é um porto se torna mais atrativo do ponto de vista de rotas e cargas."
Iniciada hoje, a GLO foi decretada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelos ministros José Múcio Monteiro (Defesa) e Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) na semana passada. Militares da Marinha do Brasil atuarão nos Portos de Itaguaí (RJ), Rio de Janeiro (RJ) e Santos (SP) com o objetivo de combater o tráfico de drogas e de armas. A GLO ocorrerá até 3 de maio de 2024.
Segundo o governo federal, esta será a primeira vez que uma missão de GLO contempla áreas específicas de controle federal, e não interfere na atuação dos estados ou do Distrito Federal.
O comandante da Força de Fuzileiros da Esquadra, Renato Ferreira, diz que as operações buscam informações para direcionar os próximos passos da GLO. "Os portões dos portos já têm operações com vigia e vasculhamento, e prossegue com ações de inspeção e patrulhamento no mar", afirma em coletiva de imprensa. "O combate moderno não usa só a força."
O delegado regional executivo da Polícia Federal, João Paulo Garrido, fez coro e afirmou que a GLO será pautada na inteligência."Não será usada a ostensividade por parte da Polícia Federal."
Por parte da Receita Federal, que também participa da operação, o superintendente do órgão no Rio, Claudiney dos Santos, disse que o trabalho é para garantir a fluidez do comércio e da indústria "legalmente instituídos".
Agrolink - RS 07/11/2023
Mais de 40 portos nos Estados Unidos receberão US$ 653 milhões em financiamento para projetos de melhoria, incluindo instalações em Iowa, Wisconsin e Minnesota que ajudarão na movimentação de grãos, informou a Administração Marítima do Departamento de Transportes dos EUA (MARAD). ) anunciado. No âmbito do Programa de Desenvolvimento de Infraestruturas Portuárias, o financiamento ajudará a aumentar a capacidade e a eficiência nos portos marítimos costeiros, nos portos dos Grandes Lagos e nos portos fluviais interiores.
Os projetos de melhoria portuária reforçarão a fiabilidade da cadeia de abastecimento, criarão oportunidades de desenvolvimento da força de trabalho, acelerarão a circulação de mercadorias e melhorarão a segurança, fiabilidade e resiliência dos portos, disse a MARAD. Eles foram selecionados com base na sua capacidade de melhorar a segurança, a eficiência ou a fiabilidade do movimento de mercadorias, bem como na forma como melhorariam a resiliência portuária.
Outros fatores considerados durante o processo de avaliação do projeto incluíram o montante de financiamento não federal que um candidato se comprometeu com o projeto e até que ponto o projecto melhorou a vitalidade económica, apoiou o desenvolvimento da força de trabalho, abordou as alterações climáticas e a sustentabilidade, e promoveu a equidade e a Iniciativa Justiça40 do Presidente Biden.
A Instalação de Exportação Marítima Agrícola em Milwaukee, Wisconsin, EUA, receberá US$ 9,3 milhões para construir dois silos de armazenamento de grãos, fazer atualizações no serviço elétrico e financiar a compra de equipamentos adicionais de manuseio de grãos e carga para expandir a capacidade do porto para lidar com o movimento de commodities de grãos.
Petro Notícias - SP 07/11/2023
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou um novo artigo comentando sobre a importância do setor de petróleo e gás para a transição energética. De acordo com o documento, até o ano de 2032, a indústria de petróleo será responsável por uma geração de R$ 3,96 trilhões no PIB brasileiro. Além disso, o BNDES prevê ainda adicionais de salários de R$ 792 bilhões e uma arrecadação adicional de impostos (diretos sobre a produção e indiretos sobre o consumo) de pelo menos R$ 487 bilhões, sem considerar as participações governamentais que incidem na atividade de exploração e produção de óleo e gás. O artigo completo está disponível neste link.
Segundo o BNDES, a experiência da indústria de petróleo e gás na produção, armazenamento, distribuição e fornecimento de energia, no desenvolvimento tecnológico e industrial, sua expressiva geração de caixa e capacidade de execução de grandes projetos de energia, entre outros fatores, são imprescindíveis para a transição energética e, por conseguinte, para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
“No caso brasileiro, a renda do petróleo, além de ser usada para financiar a transição, pode ser utilizada para viabilizar uma nova fase de industrialização. O Brasil tem grande potencial de se consolidar como um grande produtor mundial de várias formas de energia competitivas e ambientalmente sustentáveis. O enfrentamento mundial do aquecimento global e a transição energética para uma economia de baixo carbono podem abrir novas possibilidades para o país, desde que se opte por uma política de transição que equilibre os diversos desafios e oportunidades existentes, sem comprometer a segurança de abastecimento de energia”, diz o banco.
Valor - SP 07/11/2023
Moscou tem encontrado formas de driblar as sanções e manter o financiamento da guerra na Ucrânia
As sanções do Ocidente contra o petróleo da Rússia, destinadas a reduzir as fontes de financiamento para a máquina de guerra de Moscou, mostram cada vez mais que não estão atingindo os objetivos esperados.
A evidência mais recente é que as receitas fiscais da venda de petróleo e gás da Rússia outubro foram mais de duas vezes maiores do que em setembro e aumentaram em mais de um quarto em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados na sexta-feira. Isto representa uma reviravolta drástica em relação ao início do ano, quando as vendas de energia na Rússia caíram.
O limite de preço para a venda de petróleo, imposto em dezembro passado por países ocidentais, tinha dois objetivos: assegurar o fluxo do petróleo bruto da Rússia nos mercados mundiais, mantendo assim os preços baixos de gasolina, ao mesmo tempo que reduzia as receitas russas.
Mas após as sanções terem funcionado inicialmente como esperado, Moscou encontrou formas de as contornar as sanções, transportando petróleo em uma frota de petroleiros antigos, nos quais as restrições são limitadas. O desconto com que a Rússia vende o seu petróleo em relação aos preços globais diminuiu, aumentando as fontes de financiamento para a guerra.
Diante do cenário atual, as autoridades dos Estados Unidos buscam aumentar a intervenção nos mercados de petróleo global. O Departamento do Tesouro aplicou penalidades contra dois petroleiros por violarem as regras das sanções pela primeira vez no mês passado, e os EUA estão preparando formas adicionais para garantir que os comerciantes cumpram as regras.
Com grande parte do comércio de petróleo russo acontecendo fora das jurisdições dos EUA, Washington e aliados também discutem formas de afetar o comércio do produto da Rússia, visando tornar mais caro a compra de petróleo russo.
O tamanho da frota marítima à disposição da Rússia garantiu que a maior parte das exportações não estivesse sujeita as sanções, dizem alguns analistas.
“O limite de preço funcionou como planejado, mas agora está obsoleto”, disse Natasha Kaneva, chefe de estratégia de commodities do JPMorgan Chase.
O recente influxo de receitas de petróleo ajuda a reduzir o déficit orçamental da Rússia. Os economistas pensam agora que é possível que o governo atinja a sua meta de déficit de 2% do produto interno bruto.
A nova bonança com a venda de petróleo por parte da Rússia faz com que o país tenha mais recursos para manter a guerra na Ucrânia e reforçar sua economia, fortemente atingida pelas sanções, segundo o Banco Mundial.
No próximo ano, o governo russo planeja aumentar os gastos militares em quase 70%, para um recorde da era pós-soviética de mais de US$ 100 bilhões.
“Parece que os lucros inesperados da energia permitirão ao governo intensificar o seu esforço de guerra sem dificuldades financeiras adicionais”, disse Liam Peach, economista sênior para mercados emergentes da Capital Economics.
O limite de preço funciona ao permitir que as empresas ocidentais transportem, comercializem ou assegurem o petróleo russo apenas se este for vendido a US$ 60 ou menos por barril, sob pena de sofrerem sanções por parte dos EUA e dos seus aliados.
As empresas petrolíferas russas e os seus parceiros comerciais responderam a isso montando a sua própria rede de transporte marítimo. De acordo com uma investigação da Escola de Economia de Kiev, a Rússia tinha uma frota paralela que transportava petróleo e produtos petrolíferos dos portos russos, composta por 180 petroleiros. Os maiores clientes, China, Índia e Turquia, não respeitam o limite de preços ocidental.
Atualmente, mais de metade das exportações de petróleo bruto da Rússia são enviadas com seguros de países de fora do G7, número 35% maior do que o registrado em janeiro, segundo dados da S&P Global.
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