Investing - SP 07/10/2024
Investing.com – Apesar da concorrência intensa com o aço importado, principalmente da China, a Gerdau (BVMF:GGBR4) busca alternativas para enfrentar os desafios que pode controlar. Cortes de custos e estratégias para elevar a eficiência e aumentar as margens foram os destaques do Dia do Investidor da empresa realizado nesta semana, em que demonstrou perspectivas favoráveis para suas divisões. A percepção do encontro foi positiva para analistas do Bank of America (BofA), da XP e do BTG, que entendem que a melhoria nas margens diante da redução de gastos pode impulsionar o Ebitda.
A situação da empresa estaria melhorando no Brasil graças ao corte de custos, segundo o BTG Pactual, que elogiou o andamento do programa na unidade brasileira, que prevê em torno de R$1 bilhão por ano. Assim, as margens Ebitda poderiam chegar a 15% neste trimestre, com a melhoria da dinâmica no Brasil, uma demanda resiliente e as iniciativas de redução de custos.
“A Gerdau reforçou perspectiva positiva para a maioria dos segmentos em que atua, como construção residencial, infraestrutura, indústria e outros, o que também permite anúncios de aumento de preços - que estimamos em torno de 10% para algumas linhas de produtos nos últimos meses”, apontaram os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi.
A Gerdau segue como top pick do BTG no segmento de Metais e Mineração, com expectativa de analistas de que os rendimentos de dividendos possam atingir entre 9% e 10% até o final do ano. Com recomendação de compra, o preço-alvo é de R$24.
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O Bank of America (NYSE:BAC) também seguiu com indicação de compra para a ação após o Dia do Investidor, com alvo de R$26. A percepção foi de uma mensagem positiva e de que o direcionamento das ações da empresa mira na otimização das operações e ganhos de eficiência, o que tende a elevar as margens.
“A Gerdau está focada em entregar ganhos de eficiência em suas operações até o 2S24 e 2025, além de desbloquear capacidade de crescimento no Brasil e nos EUA, onde veem oportunidades para capitalizar o que consideram uma perspectiva de demanda promissora”, concluem os analistas Caio Ribeiro e Guilherme Rosito.
Analistas da XP também saíram do encontro com visão positiva. Os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano concordam que a empresa “continua focada em equilibrar crescimento e retornos para os acionistas”. A expectativa é de margens sólidas no mercado americano, ainda que com algumas dificuldades de curto prazo. Com capex revisado para R$9,2 bilhões entre os anos 2021 e 2027, os analistas demonstram preocupação com investimentos, mas ainda enxergam lucros sólidos até 2025.
Às 15h43 (de Brasília), as ações preferenciais da Gerdau subiam 1,54%, a R$19,14.
GGBR3: Será que esse gigante do mercado está enfrentando desafios?
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Infomoney - SP 07/10/2024
O Morgan Stanley destacou em relatório as ações globais preferidas do banco americano para o setor de mineração e siderurgia para o quarto trimestre de 2024 (4T24).
Entre os nomes preferidos entre as brasileiras, está uma ação de mineração – o ADR (American Depositary Receipts, ou recibo de ações negociados nos EUA) da Vale (VALE3) – e uma de siderurgia – a Gerdau (GGBR4).
Confira a lista das “mais e menos preferidas” globais do Morgan para os setores:
Ações de mineradoras preferidas do Morgan:
Norsk Hydro ASA Alcoa Corp Aluminum Corp. of China Ltd. BHP Group Ltd Rio Tinto Plc Mineral Resources Limited Whitehaven Coal Ltd BHP Group Ltd CMOC Group Ltd Endeavour Mining China Hongqiao Group Zijin Mining Group Teck Resources Limited Vale Rio Tinto Limited Freeport-McMoRan Inc Mitsui & Co. KGHM Polska Miedz SA Ivanhoe Mines Ltd
Ações de mineradoras “menos preferidas” pelo banco:
Southern Copper Corp. Harmony Gold Mining Company Ltd Antofagasta Nexa Resources SA Industrias Penoles S.A.B. de C.V. Yankuang Energy Group Co Ltd Sumitomo Metal Mining Northern Star Resources Yankuang Energy Group Co Ltd Boliden Sibanye-Stillwater
Ações de empresas de siderúrgicas preferidas pelo Morgan:
US Steel ArcelorMittal SA Ternium S.A. Nucor Corp Gerdau S.A. Baoshan Iron Steel Tokyo Steel voestalpine AG Nippon Steel
Ações de empresas de siderúrgicas “menos preferidas”:
Erdemir Salzgitter AG Steel Authority of India Limited China Steel Corp. BlueScope Steel Ltd Visões para Vale e Gerdau
O Morgan tem recomendação overweight (exposição acima da média, equivalente à compra) para os ADRs da Vale, com preço-alvo de US$ 15,50 (potencial de alta de 35% frente o fechamento de quinta-feira).
O banco vê uma potencial resolução para as negociações de compensação de Mariana e para as discussões sobre a concessão ferroviária nos próximos meses como catalisadores positivos. “Projetamos que a Vale registre um rendimento de dividendos decente nos próximos anos, apesar dos pagamentos referentes a Brumadinho/Mariana e na concessão ferroviária”, avalia o banco.
A recomendação para Gerdau também é overweight, com preço-alvo de R$ 26 para as ações GGBR4 negociadas na B3, ou potencial de alta de 43% em relação ao fechamento da véspera.
O Morgan vê uma relação risco-recompensa atraente e um lado positivo atraente para o preço-alvo. “As ações parecem baratas tanto em comparação com seu múltiplo histórico quanto com seus pares. Vemos espaço para a geração de FCF (fluxo de caixa livre) da Gerdau surpreender positivamente se a empresa expandir o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) e reduzir o capital de giro de forma mais agressiva do que em nosso caso base”, aponta o banco.
IstoÉ Dinheiro - SP 07/10/2024
A balança comercial brasileira registrou superávit de 5,363 bilhões de dólares em setembro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que também reduziu sua projeção para o saldo total no fechamento deste ano.
Ao fazer sua revisão trimestral de projeções para o ano, o MDIC estimou que a balança comercial fechará 2024 com um saldo positivo de 70,4 bilhões de dólares, ante previsão anterior de superávit de 79,2 bilhões de dólares.
Com a piora, o resultado previsto para o ano, se confirmado, ficará 28,9% abaixo do observado em 2023, quando houve superávit de 98,9 bilhões de dólares.
A projeção considera que o país fechará 2024 com 335,7 bilhões de dólares em exportações, contra 345,4 bilhões de dólares estimados em julho. A estimativa para as importações ficou em 265,3 bilhões de dólares, ante 266,2 bilhões de dólares.
“Temos preços de exportação que foram decrescendo ao longo do ano, e o último dado do volume da demanda mundial mostrava pequena queda, isso influencia o resultado, que mostra agora uma pequena redução na exportação”, afirmou o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão, ponderando que a variação é considerada pequena.
No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o superávit da balança comercial somou 59,119 bilhões de dólares, 17,4% abaixo do observado no mesmo período de 2023, sendo fruto de 255,456 bilhões de dólares em exportações e 196,338 bilhões de dólares em importações.
SETEMBRO
O superávit de 5,4 bilhões de dólares registrado em setembro foi 41,6% menor do que o registrado no mesmo mês de 2023, mas veio acima do esperado pelo mercado. Pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa de saldo positivo de 4,7 bilhões de dólares para o período.
O dado do mês passado é fruto de 28,789 bilhões de dólares em exportações, em linha com o observado em setembro de 2023, com quedas em embarques de petróleo, minério de ferro soja e milho sendo compensados por ganhos em café, açúcares, carne e celulose.
As importações fecharam o mês em 23,426 bilhões de dólares, crescimento de 20%, com elevações em adubos e fertilizantes, acessórios de veículos e medicamentos.
O Estado de S.Paulo - SP 07/10/2024
A adoção da bandeira tarifária vermelha nas contas de energia elétrica e os efeitos da estiagem e do clima seco sobre o preço de alguns alimentos devem fazer com que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estoure o teto da meta, de 4,5%, em 2024. A previsão é de economistas consultados pelo Estadão/Broadcast.
Se o cenário de estouro da meta for confirmado, seria a oitava vez desde a adoção do regime, em 1999, em que a inflação fica fora do intervalo de tolerância, e a terceira só nos últimos quatro anos (2021, 2022 e 2024), período em que o Banco Central foi comandado por Roberto Campos Neto. Quando a inflação fica acima do teto ou abaixo do piso estabelecido, o presidente do BC deve escrever uma carta ao Conselho Monetário Nacional (CMN) com a descrição detalhada do que levou ao rompimento do limite.
O ano de 2024 é o último no qual o regime de metas considera a inflação cheia ao final do ano-calendário. A partir de 2025 o alvo para o IPCA está fixado continuamente em 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos, e a meta será descumprida caso a inflação estoure o limite por seis meses consecutivos.
Na manhã desta sexta-feira, 4, a XP Investimentos e o Santander Brasil elevaram suas estimativas para o IPCA de 2024, de 4,4% para 4,6% e de 4,1% para 4,4%, respectivamente. Em relatório, ambas as instituições atribuíram o cenário às condições climáticas, com efeito altista tanto no preço da energia quanto nos alimentos. “O período seco está se aproximando do fim, com chuvas abaixo da média e temperaturas mais altas, que podem durar por mais algumas semanas ainda”, escreveu o Santander.
A bandeira tarifária da energia passou de verde em agosto para vermelha 1 em setembro e para vermelha 2 (o nível mais crítico possível) em outubro. À frente, tanto Santander quanto a XP preveem que a bandeira ao final do ano ficará ao menos em vermelha 1, perspectiva que também é corroborada por técnicos da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), conforme apuração do Estadão/Broadcast.
O cenário dos técnicos da CCEE é que o retorno de chuvas mais significativas aconteça apenas em meados de outubro no Sul e no Sudeste, mas com grande parte do País ainda enfrentando períodos de seca. O retorno da bandeira amarela ou verde nas contas de energia, preveem, deve acontecer apenas no início de 2025.
O economista da Quantitas João Fernandes também aponta a bandeira vermelha como um dos vetores que corroboram o cenário de estouro do teto da meta em 2024. Ele projeta IPCA de 4,7% no final do ano e considera um cenário em que há 70% de chance de bandeira tarifária vermelha 2 em dezembro e 30% de chance de bandeira vermelha 1.
Fernandes destaca, porém, que o maior risco para a alta da inflação no curto prazo são os preços de alimentos. “A principal vilã do momento é a carne bovina”, diz o economista, citando que a cotação da arroba do boi gordo têm subido consistentemente nas últimas semanas. “Os efeitos da seca sobre as pastagens vieram em um momento que o mercado está reduzindo o abate de fêmeas, algo que já era esperado, mas cujo efeito foi potencializado por conta da seca”, detalha.
Ele não descarta a possibilidade de um IPCA abaixo dos 4,5% ao final do ano caso haja um volume de chuvas mais forte do que o esperado para este mês, trazendo alívio tanto para os reservatórios quanto para a produção agropecuária. “Mas seria um cenário onde as coisas surpreendem no sentido benigno. O base-case é estouro do teto”, reforça.
A projeção da economista do BNP Paribas para Brasil, Laiz Carvalho, é de IPCA em 4,4% em 2024. A estimativa considera a adoção da bandeira tarifária vermelha 1 para o final do ano e inflação de alimentos de 6% no acumulado do ano, mas Carvalho reconhece que o viés é de alta.
“Já estamos considerando uma retomada dos preços de alimentos para os próximos meses, pelo efeito das secas recentes e pelo comportamento sazonal mais alto de alimentos no final do ano”, diz a economista. Caso a vigência para dezembro seja de bandeira tarifária vermelha 2, Carvalho calcula IPCA de 4,67%, acima do teto.
O Itaú Unibanco também ainda prevê inflação abaixo do teto da meta (4,4%), mas reconhece que os riscos hoje são de alta. “O balanço de riscos é majoritariamente altista com chance de a seca pressionar ainda mais os preços de energia (via acionamento de bandeira vermelha 1 em dezembro) e de alimentos”, alerta o banco, em relatório assinado pelo economista-chefe Mario Mesquita, e divulgado nesta sexta-feira.
Esses riscos relacionados com questões climáticas, porém, podem ser compensados, ainda que parcialmente, por uma redução no preço da gasolina, na esteira da defasagem entre o preço doméstico e a cotação internacional do combustível, ressalta o Itaú. Dados divulgados pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) na última semana de setembro, por exemplo, apontavam para um preço do litro da gasolina no País cerca de 4% mais caro por aqui do que no exterior.
O Estado de S.Paulo - SP 07/10/2024
O aumento da nota de crédito soberano do Brasil pela Moody’s foi pouco discutido na primeira reunião entre economistas e diretores do Banco Central nesta sexta-feira, 4, mas acabou sendo alvo de um comentário irônico de um participante. Segundo relatos de participantes, um dos analistas presentes se referiu à ação de rating como um “upgrade fajuto.”
Um economista que esteve no encontro e falou com o Estadão/Broadcast sob a condição de não ter o seu nome divulgado afirmou que esse analista fez “um favor para todo mundo” ao expor ao BC um consenso entre os economistas e analistas do mercado, mas que nem todos tinham a disposição para falar.
Na terça-feira, 1º, a Moody’s aumentou a nota do Brasil de Ba2 para Ba1, deixando o País a apenas um degrau do grau de investimento, o “selo de bom pagador”. A agência de classificação de risco manteve a perspectiva “positiva” para o rating e atribuiu a mudança ao crescimento mais forte do Produto Interno Bruto (PIB) e ao avanço das reformas econômicas e fiscais no País.
Outro participante do encontro, conforme os relatos, chamou atenção justamente para o recado que a agência buscou passar com o upgrade. A percepção desse economista é a de que há uma dúvida sobre se o aumento da nota vai servir como incentivo para novos ajustes fiscais ou convencerá o governo de que o risco diminuiu e, por isso, não seria preciso avançar em novas medidas.
Para um participante, se o upgrade sinalizar ao governo que, se fizer a lição de casa e escolher o caminho das reformas e o ajuste vai ser recompensado, seria um bom efeito. O risco, para ele, seria o governo perceber o upgrade como um sinal de que o que foi feito até aqui é suficiente.
A reunião ocorreu das 9h30 às 11h, na sede do BC na Avenida Paulista, em São Paulo. Três diretores participaram do encontro: Diogo Guillen, de Política Econômica; Paulo Picchetti, de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos; e Renato Gomes, de Organização do Sistema Financeiro e Resolução.
Alta na Selic
Os economistas que se reuniram nesta sexta com diretores do Banco Central disseram que a combinação entre economia forte e política fiscal expansionista sinaliza que o ciclo de aumento de juros embutido no relatório Focus, de 1,5 ponto porcentual, não será suficiente para fazer a inflação cair à meta. Um aumento mais robusto, de 2,5 a 3 pontos, para uma Selic em torno de 13%, seria necessário para garantir a convergência.
Segundo três participantes do encontro ouvidos pelo Estadão/Broadcast, essa avaliação foi praticamente unânime entre os economistas. O último relatório Focus embute um ciclo de alta da Selic até 12%, em janeiro de 2025, seguido por cortes até 10,75% no fim do próximo ano. Com isso, o mercado vê uma inflação de 3,85% nos 12 meses fechados em março de 2026, o horizonte relevante da política monetária.
Um analista disse que os economistas estão cada vez mais preocupados com a atividade econômica superaquecida e com o impacto do mercado de trabalho na inflação de serviços. Eles avaliam que o ciclo de aperto vai ter de ser muito longo e expressivo para controlar a inflação.
A leitura dos analistas é a de que, ao que tudo indica, o PIB brasileiro deve crescer mais do que se esperava no terceiro trimestre, a uma taxa entre 0,5% e 1% — que seria suficiente para manter o hiato do produto estável em terreno positivo. Isso, por si só, demandaria um choque de juros maior para conter a inflação, especialmente em um ambiente de crédito forte e otimismo para novas concessões, que tende a reforçar a demanda agregada.
Um dos economistas presentes no encontro ainda acrescentou que o aumento nas projeções de inflação para o próximo ano feito por instituições como a XP Investimentos e o Itaú Unibanco na manhã desta sexta-feira foi citado como evidência da necessidade de um aperto monetário adicional.
Segundo dois analistas, os participantes também ressaltaram o desconforto com o impulso das políticas fiscal e parafiscal à economia. A avaliação é que, mesmo que o impulso fiscal diminua nos próximos meses, ele vai no máximo dificultar menos a convergência da inflação para a meta, mas não vai tornar esse processo mais fácil.
Credibilidade
Outro ponto em favor de um ciclo maior é o tema da própria credibilidade do BC, segundo os participantes da reunião. Enquanto a transição no comando da autoridade monetária se aproxima — com a troca de Roberto Campos Neto por Gabriel Galípolo prevista para 1º de janeiro —, os analistas dizem que ainda resta dúvidas sobre a postura futura da política monetária.
Para um analista, mesmo que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumente os juros agora, ainda existe uma dúvida sobre se isso será uma estratégia persistente ao longo do tempo. Outro participante relatou que parte da discussão girou em torno da própria comunicação do Copom no último ciclo, que foi mais hawkish do que o aumento efetivamente definido para a taxa Selic, de 0,25 ponto porcentual.
Houve críticas a essa dissonância e algumas pessoas externaram a preocupação de que um aumento de 0,25 ponto na próxima reunião poderia passar a mensagem que atingir a meta de inflação demoraria muito mais tempo, o que seria uma preocupação para o mercado, disse um dos presentes.
Valor - SP 07/10/2024
Atualmente 15 barragens da companhia deixaram o nível de emergência desde 2022, mas ainda restam 16 com algum nível de emergência
A Vale informou em comunicado à imprensa que as barragens 5-Mutuca, localizada em Nova Lima (MG), e Dique de Pedra, localizada em Ouro Preto (MG), tiveram seus níveis de emergência retirados pela Agência Nacional de Mineração (ANM).
Com a mudança de condição, as estruturas receberam declaração de condição de estabilidade (DCE) positiva do órgão.
Agora, são 15 barragens da Vale que deixaram o nível de emergência desde 2022. Ainda restam 16 com algum nível de emergência, mas que, segundo a companhia, não operam recebendo mais rejeitos.
“Além disso, todas as barragens construídas pelo método a montante estão em processo de descaracterização. As estruturas são monitoradas permanentemente e recebem ações contínuas para aprimorar a segurança”, diz o comunicado.
Com relação às barragens que tiveram seu nível de emergência retirados pela ANM, 5-Mutuca foi construída pelo método de alteamento a jusante e está ativa, recebendo sedimentos de estruturas próximas, mas não recebe mais rejeitos, segundo a Vale.
Dique de Pedra foi construída pelo método de etapa única, está inativa e não recebe rejeitos.
Ainda no comunicado, a Vale afirma que desde 2019, com o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), que deixou 270 mortos, a empresa investiu mais de R$ 9 bilhões no programa de descaracterização de estruturas a montante.
“Das 30 estruturas contempladas no Programa, 15 já foram eliminadas e a meta é não ter nenhuma barragem em nível máximo de emergência até 2025”, completa a mineradora.
Veja - SP 07/10/2024
O recente pacote de estímulos anunciado pela China, acompanhado pela reunião do comitê comunista do país que reforçou o suporte fiscal à economia, representou um importante impulso para a maioria dos metais negociados no mundo, mas mudou o cenário para alguns deles, tornando alguns mais atrativos do que outros, informa relatório do Bank of America (BofA) divulgado hoje.
Segundo os analistas Caio Ribeiro e Guilherme Rosito, que assinam a análise, a perspectiva permanece positiva para o cobre e o alumínio, mas a leitura para o minério de ferro é mais cautelosa. Atualmente, o BofA mantém a indicação de compra para a mineradora canadense Ero Copper, para a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) e para a siderúrgica ítalo-argentina Ternium, que controla a Usiminas.
Com a leitura negativa para o minério de ferro, a consequência recai diretamente para a recomendação da Vale. Segundo o banco, que tem indicação neutra para o papel da mineradora, a companhia vem melhorando seu faturamento, mas atua no segmento que requer maior cautela nesse momento e que fica atrás de outros metais. Entre as recomendações de metais, a Vale só não fica atrás da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), da CSN Mineração (CMIN) e da Usiminas, que têm recomendação de venda.
De acordo com o relatório, a cadeia de suprimentos de cobre está “extremamente apertada” após uma série de interrupções, enquanto a demanda segue amparada pela tendência de descarbonização — o cobre é um material essencial nessa agenda, por servir para distribuição de energia e recarga de automóveis elétricos. Com isso, o time de commodities da casa prevê que os preços do cobre subam para US$ 12.000 a tonelada em 2026, o que indica uma valorização de 20% em relação aos contratos à vista da matéria-prima.
“Assim também ocorre com o alumínio, que se beneficia de uma tendência de demanda similar ao cobre, amparada pelas restrições chinesas à expansão da capacidade doméstica”, diz o material do BofA. “No caso do minério de ferro, não vemos nenhuma mudança nos fundamentos diante da política chinesa atual para o mercado imobiliário [que mais utiliza a matéria-prima].”
Ainda em relação à leitura negativa para o minério de ferro, o BofA destaca que os estoques da commodity nos portos chineses “permanecem elevados”, com perspectiva de uma oferta ainda crescente, como no caso da exploração nos campos de Onslow, Vargem Grande, Capanema e Simandou. “Portanto, vemos que os preços ultrapassaram os US$ 110 a tonelada e estimamos que eles sejam corrigidos até US$ 90 a tonelada em média em 2025”, afirmam os analistas.
Ipesi - SP 07/10/2024
A indústria de máquinas e equipamentos apresentou crescimento de 12,4% de julho para agosto, quando faturou R$ 26.894,02 milhões. Na comparação com o mês de agosto de 2023, o valor é 7,5% menor. No acumulado dos oito primeiros meses de 2024, a receita líquida total de R$ 174.198,63 milhões é 13,4% inferior ao do mesmo período de 2023, de acordo com dados divulgados pela Abimaq, no dia 1º de outubro.
A receita setorial cresce pelo terceiro mês consecutivo. Em agosto o destaque positivo foi o mercado doméstico que apresentou forte expansão. A receita líquida interna de R$ 21.645,82 milhões é 30,9% superior ao do mês anterior, sem ajuste sazonal e 10,7% maior, com ajuste sazonal. Em relação ao mês de agosto do ano passado, houve estabilidade. No acumulado até agosto, a receita interna de R$ 130.465,33 milhões é 14,5% menor que no mesmo período de 2023.
Os crescimentos nas receitas nos últimos três meses indicam que o setor se recupera gradativamente, em linha com as expectativas da Abimaq que prevê encerrar 2024 com queda de 7% na receita total em comparação ao ano anterior. “Se a gente olha o dado do primeiro trimestre, a gente acumulava uma queda de 22%; quando a gente fechou o semestre, fechamos com uma queda de 17% e agora com uma queda de 14%, então está indo na direção que a gente esperava”, diz a diretora-executiva de Economia, Estatística e Competitividade da Abimaq, Cristina Zanella.
José Velloso, presidente-executivo da Abimaq, porém mostra-se preocupado com a retomada da alta da taxa de juros básicos (Selic). Em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu elevar a taxa básica de juros da economia nacional de 10,5% ao ano para 10,75% ao ano. O Boletim Focus projeta que a taxa Selic termine 2024 em 11,75% ao ano. “A taxa de juros está muito alta”, afirmou Velloso. “Essa recuperação, que começou há dois meses, a gente pode perder isso em função da retomada do crescimento da taxa de juros.”
“Se a gente olhar o filme, a gente vem recuperando, mas a fotografia está ruim ainda. Com essa reversão da curva de juros, a gente entra em um período de incerteza, se a gente vai continuar recuperando ou se a gente volta a estagnar”, afirma Velloso, acrescentando que o combate à inflação é uma necessidade, mas que o aumento da taxa de juros pode ser excessivo, sendo um entrave para aumentar os investimentos em produção. De acordo com o executivo, a taxa de investimento em relação ao PIB está em 16,8%, enquanto o Brasil necessitaria de 25% para apresentar expansão do PIB em cerca de 5%.
EXPORTAÇÕES – No mês de agosto, as vendas externas foram de US$ 945,63 milhões, com queda de 29% em comparação a julho e recuo de 35,4% em relação ao mesmo mês de 2023. No acumulado de janeiro a agosto, as exportações totalizaram US$ 8.322,80, queda de 10,4% em comparação ao mesmo período de 2023.
A queda das exportações em agosto em relação ao mês imediatamente anterior predominou por quase todas as atividades do setor fabricante de máquinas e equipamentos. A exceção se deu nas vendas direcionadas para a indústria de transformação de bens não duráveis e semiduráveis, que expandiu 21%. As maiores quedas do mês se deram nas vendas de componentes e máquinas para infraestrutura, setores que tinham registrado forte crescimento em julho.
No ano, dois grupos setoriais dentre os 7 monitorados registram desempenho positivo em 2024, o de máquinas para infraestrutura (+2,9%) e o de componentes (+0,4%).Entre os setores com queda no ano destacam-se os de máquinas agrícolas e máquinas para construção que recuaram respectivamente (-22% e -20%).
Dentre os destinos de exportação a maior queda se deu em Cingapura para onde foram direcionadas parte importante dos componentes e das máquinas para saneamento básico exportadas em julho.
Houve redução no volume de exportações para a maior parte dos mercados geográficos no acumulado de janeiro a agosto em comparação ao mesmo período de 2023: América do Norte (-8,7%); América do Sul (-23%); Europa (-27,6%). Somente para o que a Abimaq classifica como Demais Continentes houve crescimento de 22%.
Das máquinas e equipamentos exportados de janeiro a agosto, 36% foram para a América do Norte, 29% para a América do Sul e 10,5% para a Europa.
IMPORTAÇÕES – Em agosto, as importações somaram US$ 2.578,28 milhões, queda de 3,6% em relação a julho e estável em relação a agosto de 2023. No acumulado do ano, as importações totalizaram US$19.422,66 milhões, refletindo crescimento de 6,9% em comparação a janeiro a agosto de 2023.
Apesar da queda de julho para agosto, as importações continuam em patamar historicamente elevado, tirando espaço do produtor local no consumo aparente nacional.
Entre os segmentos consumidores de máquinas e equipamentos, o maior crescimento das importações realizadas no mês de agosto se deu no setor de infraestrutura (+13,9%) e no setor de bens de consumo (+7,2%). Houve encolhimento nas importações realizadas pelo setor produtor de petróleo, pelo setor agrícola e nos componentes. De janeiro a agosto, o maior volume de importações se deu nos setores fabricantes de bens de consumo e no setor de infraestrutura.
OUTROS INDICADORES – O mês de agosto registrou incremento no consumo aparente de máquinas e equipamentos em relação ao mês de julho de 2024 (+1,2% ) e em relação ao mesmo mês do ano passado (+4,4%). No ano, o consumo nacional de máquinas registrou resultado negativo (-6%), mas manteve a tendência de recuperação observada desde início do segundo trimestre de 2024.
No período de janeiro a agosto, apenas um setor registrou resultado negativo nos investimentos em máquinas e equipamentos, o agrícola, que registrou queda de 24,3%.
A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de agosto utilizando 76,0% da sua capacidade instalada, valor 0,2 pp abaixo do observado no mês anterior, mas 0,6 p.p acima do resultado do mesmo mês do ano anterior.
Na carteira de pedidos, medida em semanas para o seu atendimento, houve crescimento mensal (5,3%), mas queda interanual (-7,7%). Em média o setor está com uma carteira de pedidos 11% inferior à observada de janeiro a agosto de 2023.
Em agosto de 2024 houve alta no número de pessoas empregadas na indústria de máquinas e equipamentos (+1,2%). O setor encerrou o mês com 394.025 colaboradores.
Infomoney - SP 07/10/2024
A BMW anunciou nesta sexta-feira (4) que irá investir R$ 1,1 bilhão no Brasil nos próximos quatro anos, engrossando a lista de montadoras que divulgaram aportes no país nos últimos meses.
Os investimentos da BMW terão foco em pesquisa e desenvolvimento, e também serão direcionados à modernização da fábrica da montadora no município de Araquari (SC).
“Usaremos esse investimento para aprimorar as tecnologias da nossa fábrica em Araquari e preparar suas linhas de produção para novos modelos nos próximos anos”, disse Milan Nedeljković, membro do conselho de administração da companhia, durante evento da BMW em São Paulo, ao lado da presidente-executiva do BMW Group para América Latina, Maru Escobedo.
“Além disso, vamos fortalecer nosso escritório de engenharia local, que apoia nossa equipe global de P&D na produção de novas tecnologias para nossas atividades globais”, acrescentou.
Os esforços da montadora em tecnologia seguem a ampliação, anunciada no final do ano passado, em 10% da produção na planta catarinense, que passou a produzir 11 mil veículos por ano.
O executivo, que também é responsável pela produção, acrescentou que a montadora passará a produzir o SUV X5 híbrido plug-in em sua fábrica catarinense “nas próximas semanas”. Atualmente, a planta produz o BMW Série 3 e os SUVs X1, X3 e X4.
“Temos novos equipamentos, viremos com novas tecnologias para fabricar os híbridos plug-in. Estamos investindo em tecnologia da informação, equipamentos de software”, disse.
Segundo ele, a decisão de trazer a produção do X5 para o Brasil se deu pela forte posição do carro no mercado nacional. “E a produção acompanha o mercado”, afirmou.
A BMW também possui uma fábrica de motocicletas em Manaus.
O anúncio de investimentos da BMW se segue a outros aportes de montadoras este ano no Brasil, os quais, em conjunto, superam os R$ 100 bilhões. As empresas incluem fabricantes como BYD, Stellantis, General Motors, Hyundai e Scania.
O Estado de S.Paulo - SP 07/10/2024
A União Europeia aprovou nesta sexta-feira, 4, a imposição de tarifas mais altas sobre veículos elétricos importados da China. A decisão aumenta a tensão com um importante parceiro comercial do bloco, em um movimento para proteger um setor crucial para a economia da Europa.
A decisão afeta bilhões de dólares de comércio entre duas das maiores potências econômicas do mundo. A medida também revela como a União Europeia está lutando para conciliar os interesses conflitantes de seus membros, alguns dos quais veem a China como um parceiro essencial, enquanto outros a veem como um concorrente perigoso.
As tarifas são muito mais baixas do que as tarifas de 100% impostas pelos Estados Unidos e pelo Canadá, mas os analistas disseram que elas refletem a disposição da Europa de construir pontes com Washington, adotando uma postura mais rígida em relação à China, mas sem excluir totalmente Pequim.
A votação envia “um sinal de que há um consenso emergente na Europa de que é necessário uma barreira mais forte contra a China na frente econômica”, disse Noah Barkin, membro sênior do German Marshall Fund, especializado no relacionamento da Europa com a China.
As tarifas, que entram em vigor em 31 de outubro e duram cinco anos, chegam a 45%. No entanto, as autoridades europeias e chinesas afirmaram que continuam em negociações para chegar a um acordo que atenda às preocupações de Bruxelas sobre as vantagens injustas desfrutadas pelas montadoras na China.
“A UE e a China continuam a trabalhar arduamente para explorar uma solução alternativa”, disse a comissão em um comunicado na sexta-feira, acrescentando que qualquer acordo teria de estar dentro das regras estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio.
A China, que havia feito lobby com países individualmente para rejeitar as tarifas, criticou a votação e pediu que a Comissão Europeia - o braço executivo da UE - adiasse a implementação das tarifas enquanto as negociações entre os dois lados continuam. A China é o segundo parceiro comercial mais importante da União Europeia, depois dos Estados Unidos.
A Câmara de Comércio da China para a União Europeia disse em um comunicado que estava “profundamente desapontada com os resultados da votação e fortemente insatisfeita com a pressão da UE por medidas de protecionismo comercial”. O órgão argumentou que as vantagens competitivas dos veículos elétricos chineses não decorrem de subsídios, mas de uma cadeia de suprimentos que se desenvolveu por meio de uma feroz concorrência de mercado dentro do país.
As autoridades europeias afirmaram que as tarifas poderiam ser canceladas, ou até mesmo revertidas após a implementação, caso chegassem a um acordo com os chineses que abordasse suas preocupações sobre vantagens injustas.
O governo de Joe Biden expressou a preocupação de que os carros e caminhões chineses conectados à internet representem um risco à segurança nacional, pois seus sistemas operacionais poderiam enviar informações confidenciais a Pequim, mas os europeus estão mais preocupados em proteger seu setor automotivo. No ano passado, esse setor gerou 13,8 milhões de empregos e foi responsável por 7% da produção econômica da região.
Na Alemanha, que foi um dos cinco países que votaram contra a imposição das tarifas, as montadoras e o governo estão preocupados com a possibilidade de a medida desencadear uma guerra comercial com a China. As três maiores montadoras da Alemanha - BMW, Mercedes-Benz e Volkswagen - têm grandes investimentos na China.
Outros argumentam que isso incentivará as empresas chinesas a transferir sua produção para a Europa, criando empregos para os cidadãos da UE e trazendo seus conhecimentos especializados para o continente.
Empresas chinesas como a Chery e a Leapmotor já estabeleceram joint ventures com montadoras na Europa com o objetivo de produzir carros na região. A BYD, principal fabricante de automóveis da China, está correndo para construir sua primeira fábrica na Europa e trabalhando com distribuidores em mais de uma dúzia de países europeus para oferecer modelos elétricos e híbridos.
Globo Online - RJ 07/10/2024
O recorde de vendas de imóveis novos no Brasil no segundo trimestre do ano, quando 93.743 unidades foram comercializadas, maior volume desde 2016, revelou uma mudança no perfil das moradias: a oferta para a classe média, que sempre foi o carro-chefe do mercado nacional, vem encolhendo.
Essa retração ocorre especialmente em São Paulo, maior mercado imobiliário do país. Mas uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) com a Brain Inteligência Estratégica mostra que o fenômeno se repete em outros estados do país.
— Na cidade de São Paulo, nos últimos 12 meses, foram vendidas 88.900 unidades até julho. Metade desses imóveis são do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), e os outros 50% são imóveis de alto padrão, estúdios e os para a classe média — diz Celso Petrucci, economista-chefe do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação ou Administração de Imóveis de São Paulo (Secovi).
No Brasil, segundo o levantamento da Brain/Abrainc, feito em setembro, a proporção de lançamentos voltados para a classe média caiu de 65% para 45% do total de unidades lançadas, entre o segundo trimestre de 2023 e o mesmo período deste ano.
No mesmo intervalo, a participação de unidades do MCMV passou de 29% para 49% do total. Os dados envolvem cerca de 10.500 empresas do mercado imobiliário nacional. O aumento do custo de financiamento é um dos responsáveis pela queda dessa participação, diz a pesquisa.
— A classe média quer comprar imóveis, mas encontra dificuldade em obter crédito com os juros elevados. Isso não só compromete o orçamento das famílias, como inibe o lançamento pelas incorporadoras — afirma Luiz França, presidente da Abrainc.
A perda de poder aquisitivo desses clientes e juros que engataram novo ciclo de alta (a taxa básica Selic subiu de 10,5% ao ano para 10,75% em meados do mês passado) estão fazendo com que as construtoras mirem lançamentos para o MCMV, com preços de até R$ 350 mil, e área de 37 a 42 metros quadrados, com um ou dois dormitórios. O programa teve as regras ajustadas no ano passado, beneficiando famílias de menor renda, e agora começa a dar resultados.
Luxo e estúdios
Na outra ponta das vendas, diz Petrucci, do Secovi, estão os imóveis de luxo, acima de R$ 2 milhões, mercado que costuma oscilar pouco, além dos estúdios de até 30 metros quadrados, ao custo de R$ 400 mil a R$ 420 mil. Os estúdios estão sendo procurados por investidores ou jovens que saem da casa dos pais para ficarem mais próximos do trabalho ou da universidade.
Michael Magno aluga e vende casas para astros nacionais e internacionais
— Focamos nossos lançamentos para o Minha Casa, Minha Vida. A classe média brasileira perdeu o poder de compra — diz Guilherme Yogolare, CEO da construtora Vinx, de São Paulo, que tem lançamentos em bairros como Bresser, Bela Vista, Campo Belo, Jabaquara e Jardim São Luís para as faixas 1 (renda familiar de até R$ 2.850 mensais) e 2 (de R$ 2.850,01 a R$ 4.700) do MCMV.
Yogolare afirma que, com o preço dos terrenos em alta em regiões mais centrais da cidade, um apartamento de dois quartos, com uma vaga na garagem, destinado ao comprador de classe média, sairia entre R$ 950 mil a R$ 1,2 milhão. Ele afirma que esse valor inviabiliza o imóvel.
Classe média perde poder aquisitivo
Estudo do banco Santander mostra que uma das principais preocupações de 25 construtoras de São Paulo é a perda de poder aquisitivo da classe média. Apesar disso, Fany Oreng, uma das autoras do estudo, observa que, por enquanto, os bancos não estão aumentando as taxas de financiamento.
— Existem lançamentos para classe média, mas ela ficou mais desatendida e os estoques estão baixos. A decisão de compra desses clientes tem mais relação com a oferta de crédito e a inflação, que vai reajustar a dívida do financiamento, do que com o juro — avalia Oreng.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), da Fundação Getulio Vargas (FGV), que reajusta o valor do imóvel ou das parcelas do financiamento, acumula alta de 5,23% nos últimos 12 meses, até setembro.
Victor Saad, diretor comercial e de marketing da construtora Trisul, de São Paulo, diz que a empresa também tirou um pouco o foco desse público, passando a oferecer mais imóveis da linha econômica e alto padrão, além dos estúdios.
A Trisul opera com a faixa 3 do MCMV, com renda que varia entre R$ 4.400,01 e R$ 8 mil mensais. Para este público, os apartamentos variam entre 25 e 38 metros quadrados e custam entre R$ 265 mil e R$ 330 mil, com dois quartos:
— As vendas continuam em ritmo bom, não sentimos impactos da alta da Selic.
Pedro Marolla, diretor financeiro da construtora SKR, que atua com imóveis de alto e altíssimo padrão, conta que os dois empreendimentos lançados no segundo trimestre venderam rapidamente.
— Tínhamos uma expectativa de vender de 30% a 40% nos primeiros seis meses. Fechando setembro, já atingimos 60% de vendas em cada um deles. Mas o melhor cenário seria uma taxa de juros mais baixa — diz o executivo
Ana Lúcia Zanovello, de 60 anos, comprou em julho um imóvel de alto padrão da SKR, na Vila Romana, zona Oeste de São Paulo, com 167 metros quadrados, além de depósito e três vagas na garagem. Pagou o apartamento à vista.
— Levei em consideração questões como iluminação natural, ventilação cruzada, reúso de água, aquecimento e sistema acústico.
Imóvel como investimento
Ariel Frankel, CEO da Vitacon, construtora de apartamentos compactos, afirma que mais de 70% de seus clientes buscam imóvel para investimento, iniciando uma carteira ou diversificando o portfólio. Ele diz que o mercado imobiliário segue aquecido, principalmente em grandes metrópoles como São Paulo.
— Estamos preparados para manter o ritmo acelerado nos lançamentos de novos projetos nos próximos dois anos — afirma ele, lembrando que o total de terrenos adquiridos já chega a R$ 6,5 bilhões.
Joaquim Rocha Azevedo, CEO da Sequóia Properties, empresa que faz incorporação e gestão de fundos no mercado imobiliário, observa que a economia está melhor, mas diz que o custo do financiamento tem aumentado, e a disponibilidade de recursos tem caído:
— O mercado residencial é mais influenciado por fatores como ser mais perto do trabalho e em bairros mais bem localizados.
Sonho da casa própria sobrevive
Pesquisa da Brain/Abrainc que abordou as percepções e expectativas da classe média, ouvindo mil pessoas em agosto, em 20 cidades brasileiras (incluindo capitais e cidades do interior), indicou que 40% dos entrevistados querem comprar um imóvel nos próximos 12 meses, mesmo com a expectativa de alta nos preços (58% esperam aumento).
— Planejo comprar meu primeiro imóvel em 2025 e, até lá, espero que os juros já tenham começado a cair porque será financiado — afirma o estudante de psicologia Geovani Melo, que vem juntando recursos para dar uma entrada de até 20% do valor do imóvel.
A Tribuna - SP 07/10/2024
A cidade de Balneário Camboriú, no litoral catarinense, é conhecida por ser a recordista na quantidade de prédios mais altos do Brasil. O município conta hoje com sete dos dez maiores arranha-céus do País, sendo os mais altos com 80 andares cada um. Na Baixada Santista, no entanto, edifícios com mais de 25 andares também aparecem com frequência em lançamentos ou em condomínios já entregues na região.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Obras e Edificações, sete empreendimentos desse porte aguardam autorização da Prefeitura de Santos para construir, sendo dois no Embaré, um no Macuco, três no Boqueirão e um na Ponta da Praia. Ainda de acordo com a pasta, em todo o ano de 2023, foram aprovados nove empreendimentos, sendo dois no Boqueirão, um na Aparecida, dois na Ponta da Praia e um no José Menino, todos com mais de 25 pavimentos (incluindo projetos modificativos aprovados no período).
“Balneário Camboriú tem os prédios mais altos (com 80, 90 andares), eles estão na frente em termos de altura, mas, em termos de quantidade de empreendimentos verticalizados, Santos está na frente”, afirma o diretor regional do Secovi-SP, Carlos Meschini. “Santos é a cidade mais verticalizada do Brasil (com 67,1% dos domicílios em apartamentos, de acordo com o Censo de 2022). Em seguida, vem Balneário Camboriú (63,3%). Depois, São Caetano (52,5%). Então, quando levamos em conta população e território, Santos é a cidade mais verticalizada do Brasil. Em Balneário Camboriú, os prédios são altos, mas limitados à orla”, diz ele.
“Em Santos, bairros como Ponta da Praia, José Menino e Marapé têm mais chances de receber prédios com mais de 25 andares. Em Praia Grande, Guarujá e São Vicente não há limitação, então podem subir prédios grandes também”, afirma Meschini, referindo-se às regras impostas pelo Comando da Aeronáutica (Comaer) às regiões próximas à Base Aérea de Santos, em Guarujá.
“Em Santos, o que determina o quanto pode ser utilizado e quantos andares o prédio terá é a taxa de ocupação do terreno, que começa em quatro e pode chegar a seis vezes o seu tamanho, levando em consideração ainda questões de recuo e proximidade com o aeródromo de Guarujá, entre outros pontos”, destaca o presidente da Associação dos Empresários da Construção Civil da Baixada Santista (Assecob), Mateus Teixeira.
Com obras já iniciadas, dois empreendimentos deste porte estão em andamento em Santos. Segundo dados divulgados pelas construtoras, o Residencial Navegantes (Construtora Miramar), localizado na Ponta da Praia, terá 155 metros de altura com 45 pavimentos; e o Castell di João Paulo (Construtora Macuco) contará com 153,5 metros de altura e 47 andares. Ambos devem se tornar os prédios mais altos da cidade. Já em Praia Grande, está previsto o lançamento de um edifício com 42 andares na Guilhermina.
Ponta da Praia
“A procura por imóveis em andares altos é bastante significativa, impulsionada por fatores como melhor vista, maior privacidade e, consequentemente, maior valorização”, conta o gerente comercial da Construtora Miramar, Maurício Meriqui. De acordo com ele, o Navegantes contará com duas torres. “A torre Atlântico está em fase estrutural, com previsão de conclusão para julho de 2026. Por sua vez, a torre Pacífico, lançada mais recentemente, tem entrega prevista para dezembro de 2027 e estamos finalizando a fundação”, destaca ele.
Mercado
“Apesar de mais caros, os imóveis (em andares mais altos) são mais valorizados e mais fáceis de vender, têm procura maior”, afirma o diretor regional do Secovi-SP, Carlos Meschini. “Esse é um perfil atual que deve se manter por muitos anos, então a tendência é que os prédios fiquem cada vez mais altos, com mais tecnologias e famílias se sentindo mais livres, com mais privacidade e mais sol”, acredita.
“Quanto mais alto, mais caro, pois as fundações precisam ser mais profundas, a estrutura do prédio precisa ser mais forte, então investe-se muito para construir em andares altos. Materiais como alumínios e vidros, por exemplo, também precisam ser diferenciados”, analisa Meschini.
O gerente da Miramar concorda. “A construção de um projeto como este exige uma série de cuidados que começam com uma análise detalhada do terreno. É fundamental realizar um estudo que avalie as características do solo, a capacidade de suporte e a presença de água subterrânea. Essas informações são cruciais para garantir a sustentação e a estrutura adequada dos edifícios”, completa Meriqui.
Limite em Santos
Em Santos, a altura do edifício é tratada na Lei de Uso e Ocupação do Solo (Lei Complementar 1.187, de 30 de dezembro de 2022). Não tem definição de uma altura máxima.
Ela é determinada pelo potencial construtivo atingido pelo coeficiente de aproveitamento. “O responsável técnico pelo projeto, engenheiro ou arquiteto, tem liberdade para projetar a edificação de acordo com o empreendimento”, afirma a Secretaria Municipal de Obras e Edificações. O único fator que limita a altura da edificação é a aproximação com a Base Aérea. “Para esses casos, o Comando da Aeronáutica (Comaer) tem um cálculo específico de alturas permitidas”.
Portal Fator Brasil - RJ 07/10/2024
Parceria com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos visa colaborar com projetos de mobilidade urbana no Estado.
A Timbro, plataforma de negócios e comércio internacional, concluiu a entrega de 4.538 toneladas de trilhos de trens para a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) decorrentes de licitação pública promovida pela CPTM e vencida pela Timbro. No total, o volume de trilhos soma cerca de 78,5 km de barras compostas principalmente por aço carbono, cada uma com extensão de 12 metros.
A operação contemplou 4 mil toneladas de trilhos ferroviário tipo TR-57, 400 toneladas de trilhos tipo TR-68 e 138 toneladas de trilhos tipo UIC-60, provenientes da China.
—O fornecimento dos trilhos para a CPTM corrobora nossa capilaridade e atuação estratégica no setor siderúrgico, dado que as principais usinas fabricantes de trilhos na Ásia são clientes da Timbro ao comprarem minérios de ferro e manganês brasileiros. Além disso, é motivo de orgulho para nós participar de importantes projetos de mobilidade urbana e infraestrutura, colaborando com a descarbonização do transporte coletivo, como é o caso dos trens, para impulsionar o crescimento do Brasil de forma sustentável— afirma Bruno Russo, sócio-fundador e vice-presidente da Timbro.
A entrega dos trilhos também marca o ingresso da Timbro em um setor que recorre frequentemente às importações. —O Brasil não tem fabricantes de trilhos, por isso que se costuma importar esse tipo de produto. A Timbro oferece dinamismo e confiabilidade nestas operações através das suas filiais na Ásia e Europa— complementa Daniel Saldanha, Diretor de Infraestrutura na Timbro.
Timbro — Há 14 anos no mercado, a Timbro é uma plataforma de negócios internacionais que simplifica o complexo, trazendo soluções ideais para seus clientes e parceiros – seja na comercialização de commodities dentro e fora do Brasil, na importação de itens diversos para terceiros por encomenda ou conta e ordem, na distribuição de produtos e em serviços financeiros em comércio exterior. Com escritórios distribuídos pelo Brasil e países do exterior, a empresa conta com mais de 400 colaboradores.
A Tribuna - SP 07/10/2024
As novas exigências para autorizações ferroviárias por parte do Governo Federal, que serão aplicadas em novos contratos com a iniciativa privada, preveem ampla comprovação de viabilidade do empreendimento. Diferentemente das regras anteriores, agora será obrigatório o fornecimento de mais informações técnicas sobre a infraestrutura ferroviária, além de apresentação do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) pelos interessados.
O Ministério dos Transportes acredita que, assim, terá maiores subsídios para avaliar a política pública. As mudanças foram aprovadas na quinta-feira pela diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). São quatro alterações na Resolução 5.987/2022, que disciplina os procedimentos de análise para solicitação dos novos pedidos de exploração de ferrovias mediante autorização do Governo Federal.
Os ajustes aprovados visam aumentar a segurança jurídica dos contratos, bem como garantir a viabilidade das propostas dos interessados em investir no modal ferroviário. Vale lembrar que o modelo previsto no Marco Legal das Ferrovias, instituído em setembro de 2021, permite à iniciativa privada projetar, construir e operar com recursos próprios empreendimentos ferroviários no País.
Mais detalhes
No que se refere aos estudos ambientais, o relator do processo, Felipe Queiroz, destacou que o EVTEA deve ser visto como um elemento comprobatório de que o objeto da outorga contou com os estudos técnicos mínimos necessários para a implantação. “Uma vez que os riscos, no caso de ferrovias exploradas em regime privado, são assumidos integralmente pelo proponente”.
Foi incluída na resolução a obrigatoriedade de os interessados informarem na proposta a capacidade de transporte da futura ferrovia e as condições técnicas e operacionais da infraestrutura ferroviária.
Os diretores da agência também foram unânimes ao vedar a recusa injustificada para o transporte de cargas nas ferrovias que operam sob outorga. Conforme destacado pelo relator, essa medida atende integralmente o comando legal introduzido pelo Marco Legal Ferroviário, o qual institui o modelo de autorizações, quanto ao compartilhamento da infraestrutura ferroviária. Por fim, a decisão da diretoria da ANTT assegura o direito de preferência de uma concessão sobre pedido de autorização na área de influência de ferrovia já concedida.
Ministério dos Transportes lança guia de debêntures
Entre os principais avanços da portaria do Ministério dos Transportes que estabeleceu as novas regras para debêntures incentivadas e de infraestrutura nos setores rodoviário e ferroviário (689/2024), está uma maior rapidez nos trâmites administrativos para emissão.
Isso depende, entretanto, do cumprimento de um conjunto de critérios compilados em um guia de debêntures, lançado ontem pelo Ministério dos Transportes e que responde às principais dúvidas de empresas e instituições financeiras, assegurando maior segurança jurídica para a formulação dos projetos de investimento. O guia pode ser acessado neste link.
Entre março de 2012 e julho de 2024 foram emitidos no Brasil R$ 66 bilhões em debêntures incentivadas nos setores rodoviário e ferroviário. Somente neste ano foram R$ 19,4 bilhões, a maior parte desses títulos. Os dados são do Governo Federal.
Com a entrada em vigor da Portaria 689/2024, no segundo semestre de 2024, o aumento na procura para emissão desses títulos veio acompanhado de uma série de dúvidas quanto às novas regras, conforme explica a subsecretária de Fomento e Planejamento do Ministério dos Transportes, Gabriela Avelino.
“Temos pouco mais de dois meses de vigência das novas regras e nesse período a gente recebeu muitos pedidos de enquadramento de projeto para emissão de debêntures. O mercado mostrou que está empolgado”, explica a subsecretária.
No documento consta o passo a passo para o enquadramento de um projeto de investimento federal ou subnacional (de estados e municípios) e seu financiamento. Também são apresentadas as etapas para envio de documentos e de informações tanto durante a execução dos projetos quanto após a conclusão deles.
Revista Ferroviaria - RJ 07/10/2024
A renovação da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que é controlada pela VLI e tem Vale e o fundo da Brookfield como maiores acionistas, começa a ser discutida na próxima semana, em audiências públicas. O contrato está previsto para terminar em 2026, e a proposta prevê a extensão da vigência por mais 30 anos, com investimentos de quase R$ 24 bilhões.
A via é considerada a maior malha ferroviária em extensão e alcance do Brasil, com 7.856,8 km de extensão. Atravessa Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e o Distrito Federal. A renovação abrange 5.725 km de trilhos, incluindo os corredores Centro-Leste, Centro-Sudeste, Minas-Bahia e Minas-Rio.
POD NOS TRILHOS
Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário TIC Trens: o sonho começa a virar realidade SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
A diferença da extensão da ferrovia concedida com a renovação passa por uma série de trechos que estão na lista de devolução, inclusive o Itaboraí (RJ) – Vitória (ES), que passa pelo Sul do Espírito Santo até chegar à Capital, totalizando 565,35 km.
Segundo a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), embora a proposta de prorrogação da renovação de contrato da FCA preveja a devolução da ferrovia que passa pelo Espírito Santo, o trecho está em análise pela Infra S.A. para ter aproveitamento parcial no projeto da EF-118, que vai ligar Vitória ao Rio de Janeiro e já tem planejamento de parte da extensão apresentado.
Em Vitória, a audiência pública para discutir o tema será realizada no dia 15 de outubro, às 14 horas, na Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). Uma das propostas que foram colocadas à mesa sobre a renovação da concessão e melhoria na logística do Espírito Santo era a construção de um segmento na Serra do Tigre, em Minas Gerais, para poder direcionar cargas do Triângulo Mineiro para o Espírito Santo.
Mas, segundo a ANTT, de acordo com os estudos da Audiência Pública (AP), não existem investimentos a serem realizados no segmento da Serra do Tigre. Em contrapartida, está prevista a indenização da VLI ao poder concedente, a União, por devolução de ativos, estimada em R$ 3,6 bilhões.
Estudos para renovação da concessão apontaram que as cargas do Triângulo Mineiro precisariam trafegar por uma distância maior para chegar a Vitória do que a Santos, o que reduziria a competividade tarifária, diminuindo a participação do mercado da rota Espírito Santo. Portanto, Santos acaba sendo mais competitivo nesse contexto.
Investimentos vão ampliar movimentação de carga no ES
Mesmo sem atuar no trecho Itaboraí – Vitória, a VLI movimenta cargas no Espírito Santo, via permissão de passagem pela Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), em acordo com a Vale. Isso permite o transporte de cargas de regiões de Minas Gerais pela FCA, que se conecta com a EFVM até chegar aos portos da Grande Vitória para escoamento dos volumes.
Segundo a VLI, a operação ferroviária de transporte de carga no Espírito Santo independe da malha da Ferrovia Centro-Atlântica a ser devolvida no processo de renovação antecipada da concessão. A companhia informou que movimenta anualmente cerca de 16,7 milhões de toneladas nas ferrovias e 16,2 milhões de toneladas nos portos do Estado, por meio do Corredor Leste da FCA, que compreende o trecho que parte do Triângulo Mineiro até a região metropolitana de Belo Horizonte, a partir de onde as composições com carga de clientes da companhia passam a trafegar por direito de passagem na Estrada de Ferro Vitória a Minas em direção ao sistema portuário do Espírito Santo.
“A proposta de renovação antecipada que será levada a audiências públicas prevê investimentos de cerca de R$ 10 bilhões no trecho da FCA do Corredor Leste, o que resultará em uma malha ainda mais moderna e eficiente para o transporte de cargas tendo o Espírito Santo como origem e destino. Os investimentos também preveem a aquisição de vagões e locomotivas para aumento de capacidade de transporte de carga, além de obras de resolução de conflitos urbanos, que resultarão na melhoria da mobilidade urbana e da própria circulação de trens em várias cidades do entorno da FCA”, afirma a empresa.
A VLI prevê nos próximos anos aumento de cargas em mais de 60% no Espírito Santo na utilização desse modal. Segundo a empresa, o crescimento da carga leva em conta a previsão de incremento de produção de segmentos essenciais para a economia do Brasil e que transportam cargas pelo Corredor Leste da FCA, como o agronegócio e a siderurgia. “O crescimento do volume de cargas será comportado pela atual malha, com investimentos de modernização e aquisição de vagões e locomotivas, sem previsão de criação de outro ramal ferroviário”, diz a VLI.
Agência Senado - DF 07/10/2024
A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) realiza nesta quinta-feira (10), às 9h, audiência pública para discutir a qualidade do transporte ferroviário — e a possível ampliação desse modal — no que se refere ao escoamento da produção do agronegócio e da indústria.
O debate foi solicitado pela senadora Rosana Martinelli (PL-MT) e pelo senador Alan Rick (União-AC) por meio de um requerimento: o REQ 62/2024.
Rosana Martinelli afirma que é necessário debater as concessões ferroviárias e a ampliação da participação do modal ferroviário na matriz de transportes brasileira, "bem como seus atuais gargalos".
Ela também diz que o agronegócio, "um dos pilares da economia brasileira, depende de um sistema de transporte eficaz para escoar a produção de grãos, carnes e outros produtos agrícolas para os mercados internos e externos. De forma similar, a indústria precisa de transporte rápido e confiável para garantir que seus produtos sejam competitivos".
Convidados
O debate deve contar com a participação do secretário nacional de Transportes Ferroviário do Ministério dos Transportes, Leonardo Cézar Ribeiro; da assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Elisângela Pereira Lopes; e do consultor da BF Planejamento e Projetos de Logística, Bernardo Figueiredo; entre outros (veja a lista de convidados).
A reunião será realizada na sala 13 da ala Alexandre Costa.
Como participar
O evento será interativo: os cidadãos podem enviar perguntas e comentários pelo telefone da Ouvidoria do Senado (0800 061 2211) ou pelo Portal e-Cidadania, que podem ser lidos e respondidos pelos senadores e debatedores ao vivo. O Senado oferece uma declaração de participação, que pode ser usada como hora de atividade complementar em curso universitário, por exemplo. O Portal e-Cidadania também recebe a opinião dos cidadãos sobre os projetos em tramitação no Senado, além de sugestões para novas leis.
Valor - SP 07/10/2024
A emissão foi feita dentro das novas regras para essas operações, reunidas em portaria publicada em julho pelo Ministério dos Transportes
A MRS Logística informou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a captação de R$ 2,5 bilhões em debêntures incentivadas. É a maior operação do tipo já feita por uma concessionária no setor ferroviário, segundo dados disponíveis no site da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). A emissão foi feita dentro das novas regras para essas operações, reunidas em portaria publicada em julho pelo Ministério dos Transportes.
Os coordenadores foram Santander (líder), Banco BV, BTG Pactual e Itaú BBA, com assessoria jurídica do Demarest. No ano passado, o escritório já tinha assessorado a empresa em uma emissão R$ 2 bilhões em debêntures incentivadas.
Na área de infraestrutura, o Demarest atuou nesta semana em outras três operações. A AXS Energia emitiu R$ 289 milhões em incentivadas e R$ 57 milhões em debêntures corporativas. A empresa foi a primeira empresa a captar recursos de debêntures incentivadas para projetos de geração distribuída, com investimento de R$ 120 milhões do Pátria. Os recursos serão usados para financiar a construção de nove usinas solares da AXS espalhadas pelos Estados do Paraná, Mato Grosso, Goiás e São Paulo.
Já a Cocal levantou R$ 300 milhões em debêntures incentivadas para financiar o desenvolvimento de planta de biogás.
Diário do Aço - MG 07/10/2024
Foi publicada no Diário Oficial da União, nesta sexta-feira (4), após reunião da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a homologação do resultado do leilão de concessão da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares. A empresa vencedora é a 4UM Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura de Responsabilidade Limitada, que apresentou um desconto de 0,94% sobre a tarifa básica de pedágio no leilão realizado no último dia 29 de agosto, na Bolsa de Valores, em São Paulo (SP).
Conforme a Deliberação 389/24, em seu Art. 2º, a homologação vincula a referida empresa ao cumprimento das condições prévias à assinatura do contrato, contidas no edital a que se refere o art. 1º. A informação foi repassada ao jornal Diário do Aço pelo Movimento Pró-Vidas da BR-381. A próxima etapa será a assinatura do contrato, prevista para o mês de novembro, e o início da concessão a partir de janeiro.
Concessão
A empresa vencedora irá assumir a administração da rodovia por 30 anos ao longo do trecho de 296,3 km de extensão, entre Belo Horizonte e Governador Valadares. Estão previstos R$ 9,34 bilhões de investimentos na rodovia. A previsão é que a assinatura do contrato ocorra no dia 28 de novembro e que, a partir de janeiro, sejam iniciadas as obras de recuperação e correção dos problemas da rodovia.
O projeto de readequação da BR contempla 83 quilômetros de faixas adicionais, 51 correções de traçado, áreas de escape, Pontos de Parada e Descanso (PPD) para caminhoneiros e 23 passarelas para a travessia de pedestres. Também serão instalados pontos de atendimento ao usuário com o Centro de Controle de Operações (CCO), áreas de escape e Bases do Serviço Operacional (BSO), para apoio das equipes de atendimento médico, de emergência, mecânico e demais incidentes na via.
Vale do Aço
Os municípios da Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) estão inseridos no traçado da rodovia e, por isso, serão beneficiados com a arrecadação de pedágio, pois receberão um percentual de Imposto sobre Serviços (ISS) proporcional ao trecho que passa pelo município.
O líder do movimento Pró-Vidas da BR-381, Clésio Gonçalves, disse ao Diário do Aço que, após a assinatura do contrato de exploração, serão organizadas reuniões regionais com representantes da 4UM Fundo de Investimento, para o processo de integração da concessionária com os municípios e também para preparar a mão de obra para a prestação de serviços nas obras de duplicação.
"Já nos reunimos com o diretor do grupo e ficou acertado que esses encontros acontecerão. Essa iniciativa será muito importante. Serão oito anos de obras, R$ 9 bilhões de investimento e 30 anos de operação, então tem que haver uma grande interlocução, a maior integração possível", defendeu.
CNN Brasil - SP 07/10/2024
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou nesta sexta-feira (4) uma “extensão” das condições de apoio para as concessões de rodovias federais neste ano.
O banco de fomento espera que o país encerre 2024 com sete novas concessões rodoviárias federais. Os projetos de concessões preveem recuperação, melhorias, conservação, manutenção e operação dos trechos concedidos.
“A expectativa é que a revitalização e melhorias previstas proporcionem maior fluidez e segurança nas vias, reduzindo o número de acidentes”, afirmou o banco de fomento, em nota distribuída à imprensa.
“Além de melhorias de tráfego e segurança viária, as novas concessões trazem aprimoramentos regulatórios e inovações tecnológicas, tais como cobrança free flow e desconto para tags.”
O BNDES lembra que três concessões foram leiloadas em 2024: o da rodovia BR-040/MG (Belo Horizonte-Juiz de Fora), realizado no dia 11 de abril; o da BR-381/MG, em 29 de agosto; e a Rota dos Cristais, em 26 de setembro.
As regras atualizadas de apoio se aplicam às rodovias BR-381/MG e Rota dos Cristais, mas também aos próximos leilões marcados para este ano: o da BR-262/MG (Uberaba-Betim), a chamada Rota do Zebu, para 31 de outubro; o lote CN1 (Centro Norte 1), que compreende a BR-060/GO (Rio Verde-Goiânia-Itumbiara), a chamada Rota Verde, cujo leilão ocorrerá em 12 de dezembro; e os lotes 3 e 6 das Rodovias Integradas do Paraná, para 12 e 19 de dezembro, respectivamente.
“Com a divulgação das condições financeiras definidas pelo BNDES, antes da data do leilão, os interessados têm conhecimento prévio da forma de atuação do Banco. Em caso de efetivação do apoio, o vencedor do leilão poderá, a seu critério, aderir ou não às condições propostas antecipadamente pelo Banco ou às vigentes na ocasião da aprovação da operação”, esclareceu Luciana Costa, diretora de Infraestrutura e Mudança Climática do BNDES, em nota.
As informações sobre as condições de apoio do BNDES às concessões estão disponíveis no site da instituição.
Valor - SP 07/10/2024
Próxima disputa será realizada pelo governo de São Paulo, do Lote Sorocabana, que prevê investimentos de R$ 8,8 bilhões
O último trimestre de 2024 deverá ter uma maratona de leilões de concessões rodoviárias. Até agora, já estão agendadas ao menos sete concorrências, entre projetos federais e estaduais.
A próxima disputa deverá ser realizada pelo governo de São Paulo em 30 de outubro, do Lote Sorocabana, que inclui 460 km de estradas no sudoeste paulista, com previsão de investimentos de R$ 8,8 bilhões. No dia seguinte, 31 de outubro, deverá ser licitada a chamada Rota do Zebu, que inclui trecho da BR-262 em Minas Gerais, entre Belo Horizonte e a região de Uberlândia. Os investimentos previstos na concessão, realizada pelo governo federal, somam R$ 4,4 bilhões.
Ao fim de novembro, no dia 28, o governo paulista também deve leiloar o lote Nova Raposo, com previsão de R$ 7,9 bilhões de obras. O bloco inclui estradas que atravessam dez cidades (Araçariguama, Barueri, Cotia, Itapevi, Jandira, Osasco, Santana de Parnaíba, São Paulo, Itapecerica da Serra e Embu das Artes).
Em dezembro, há uma sequência de licitações. No dia 5, o governo de Mato Grosso do Sul, em parceria com a União, planeja fazer a competição pela Rota da Celulose, que inclui 870 km de estradas estaduais e federais. O investimento soma R$ 8,8 bilhões.
No dia 12, dois projetos do governo federal deverão ser leiloados. O primeiro é o lote da Rota Verde (BR-060/452), com R$ 4 bilhões de investimentos, que inclui 426 km de as estradas que fazem a ligação de Rio Verde (GO) até Goiânia e até Itumbiara (GO). O segundo projeto licitado nesse dia será o lote 3 de Rodovias do Paraná, que deverá gerar R$ 11,1 bilhões em obras. O contrato, que é fruto de parceria entre a União e o Estado, inclui estradas de ligação entre Ponta Grossa (PR) e a região de Maringá (PR).
No dia 19, o lote 6 de estradas do Paraná deverá ser licitado, com previsão de R$ 13 bilhões de investimentos. O projeto inclui as rodovias entre Foz do Iguaçu (PR) e Guarapuava (PR).
Portos e Navios - SP 07/10/2024
A Fincantieri vê o Brasil como um parceiro estratégico para expandir suas operações no segmento naval. Em agenda em Pernambuco, o CEO do grupo italiano Fincantieri, Pierroberto Folgiero, debateu com representantes do governo de Pernambuco, o fortalecimento da indústria naval no Brasil. Folgiero trouxe perspectivas otimistas para a retomada da construção de navios no país, impulsionada por incentivos do governo federal, que publicou recentemente uma medida provisória focada no setor naval e de petróleo e gás, com potencial de injetar R$ 2,4 bilhões na economia brasileira.
Durante visita ao Porto de Suape, Folgiero e o CEO do Vard Group, Alberto Maestrini, reforçaram o compromisso do grupo com o Vard Promar (PE), que foi inaugurado em 2013. O estaleiro tem no portfólio a construção de embarcações offshore e o reparo de navios. A Fincantieri, que controla o estaleiro brasileiro, vê o cenário atual como uma oportunidade para a retomada das atividades no Brasil.
O secretário da Casa Civil de Pernambuco, Túlio Vilaça, destacou que a governadora Raquel Lyra está empenhada em reativar a produção naval no estado. Já o secretário de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, mencionou oportunidades como o descomissionamento de plataformas da Petrobras e o desenvolvimento da energia eólica offshore.
Globo Online - RJ 07/10/2024
A Petrobras avalia estar próxima de um acordo com o órgão regulador do setor que lhe permitirá avançar com os planos de revitalização de um enorme campo de águas profundas que poderia revigorar a produção de petróleo do país.
A estatal espera resolver uma longa disputa tributária com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) até o final de 2024, disse a diretora executiva de exploração e produção da empresa, Sylvia dos Anjos.
Um acordo com a ANP permitirá que a Petrobras prossiga com um plano para perfurar novos poços e realizar novas pesquisas sísmicas no campo de Tupi, na bacia de Santos, disse ela, que definiu o campo como a “vaca leiteira” da Petrobras.
A empresa também considera adicionar outro navio-plataforma do tipo FPSO ao campo, de acordo com o gerente executivo para águas ultraprofundas da empresa, Cesar Cunha de Souza. Essas plataformas podem custar até US$ 4 bilhões e levam anos para serem construídas.
- Esperamos resolver esse passivo ainda este ano - disse Anjos.
O campo de Tupi teve enorme relevância para a Petrobras e para o Brasil. Ele tornou o país um dos dez maiores produtores de petróleo do mundo na década de 2010 e gerou centenas de bilhões de dólares em tributos. O campo motivou outras grandes petrolíferas a gastar bilhões explorando a chamada região do pré-sal em uma campanha que continua até hoje.
Em 2023, Tupi sozinho ultrapassou a produção de petróleo de países como Colômbia, Venezuela, Reino Unido e Argentina. A Petrobras busca deter o declínio natural em Tupi.
Países produtores de petróleo em todo o mundo enfrentam desafios semelhantes que podem causar traumas econômicos. A produção de petróleo do México entrou em queda livre depois que o gigantesco campo offshore de Cantarell atingiu seu pico nos anos 2000, removendo uma importante fonte de receita do governo.
- Vamos fazer um processo para tirar muito mais de Tupi - disse Anjos. - É um campo gigante.
Mais de uma década de produção
A data de início da operação da nova unidade de produção em Tupi deve ser ajustada no próximo plano estratégico, de acordo com Souza. A Petrobras planeja uma campanha de instalação de poços complementares para melhorar as taxas de extração de um campo que já passou por mais de uma década de produção, acrescentou.
A Petrobras precisa resolver a disputa com a ANP antes de poder estender o contrato de operação em Tupi por mais 27 anos, ou seja, até 2064, uma etapa necessária para justificar todos os investimentos no novo plano de desenvolvimento que a companhia está elaborando para o campo.
R$ 14 bilhões em depósitos judiciais
No Brasil, as compensações financeiras pela produção de petróleo e gás são mais altas para campos maiores, e a Petrobras alega que Tupi é, na verdade, dois depósitos separados - Tupi e Cernambi - enquanto a ANP argumenta que se trata de um único campo. A Petrobras iniciou um processo de arbitragem, e ambas as partes estão dispostas a negociar um acordo.
A Petrobras e seus parceiros em Tupi têm um total de R$ 14 bilhões em depósitos judiciais por supostas participações especiais não pagas, como resultado da disputa com o órgão regulador, de acordo com dados da ANP. O consórcio contestou o valor e vinha tentando reduzi-lo.
Anjos disse que a Petrobras concordou em suspender a arbitragem, mas está esperando que a Shell e a Galp Energia, que têm participações de 25% e 10%, respectivamente, aprovem a medida. Ambas as empresas não comentaram.
Tupi foi o primeiro campo de petróleo do Brasil a entrar em produção na chamada área offshore do pré-sal — nome dado em razão das espessas camadas de sal sobre o petróleo bruto. A Petrobras descobriu um grupo de campos gigantes em águas ultraprofundas que atualmente representam cerca de 80% da produção de petróleo do Brasil.
Somente Tupi produziu uma média de 764 mil barris de petróleo por dia nos primeiros oito meses de 2024, ainda superando Búzios, campo que é a grande aposta da Petrobras para expandir sua produção. A produção diária de petróleo bruto em Tupi voltou ao nível do ano passado em agosto, atingindo 830 mil barris por dia, após o fim de uma manutenção planejada em uma plataforma.
Globo Online - RJ 07/10/2024
O avanço na exploração do pré-sal, que alçou o Brasil ao grupo dos dez maiores produtores de petróleo e gás do mundo e tornou o país exportador líquido da matéria-prima e seus derivados, é, antes de tudo, uma jornada de desenvolvimento tecnológico.
E, embora a Petrobras seja a âncora do processo, boa parte da inovação ocorre na cadeia de fornecedores de bens e serviços. Incluindo o Hisep (separador de alta pressão, na sigla em inglês), tido como uma tecnologia disruptiva, que será produzido pela gigante franco-americana TechnipFMC.
A descoberta do pré-sal, em 2006, chamou a atenção pelo gigantismo das reservas, mas, desde o início, estava colocado o desafio de tirar o petróleo de milhares de metros abaixo do solo marinho, a milhares de metros abaixo da lâmina d’água.
Foi preciso desenvolver equipamentos, como tubos e dutos, para lidar com condições extremas de pressão. A produtividade apresentada atualmente demonstrou que é possível produzir a custos competitivos, deixando para trás as desconfianças iniciais.
— Alguns campos do pré-sal possuem elevado teor de CO2 no fundo de reservatório e elevada “razão gás-óleo”, que é o quanto de gás é produzido para cada barril de petróleo — conta Fabio Passarelli, consultor sênior de tecnologia da Petrobras.
Mais peso e custo maior
Para lidar com isso, as FPSOs (navios-plataforma) do pré-sal são mais complexas. Têm mais unidades de processamento de gás, para separar do petróleo, o que os torna mais caros e mais pesados — cerca de 65% do peso e da área da plataforma são dedicados a processar o gás. Por isso, melhorar esse procedimento sempre esteve na mira dos pesquisadores da Petrobras.
— Entre 2013 e 2014, os pesquisadores se deram conta de que esse gás, cheio de CO2, quando pressurizado se comporta como líquido. Esse fato destravou o potencial de usar bombas submarinas que já existem. Descobrimos que poderíamos desenvolver um sistema que, primeiro, separa o gás rico em CO2. Uma vez separado, passa pela bomba e devolve para o reservatório, tudo lá embaixo (no solo marinho) — completa Passarelli, ao resumir a ideia por trás do Hisep.
A expectativa é que a nova tecnologia diminua o custo de produção das FPSOs, reduza as emissões de carbono dos equipamentos e do próprio processo de produção e até aumente a quantidade de petróleo retirado dos reservatórios, por causa da reinjeção do gás.
No início deste ano, a TechnipFMC firmou contrato de mais de US$ 1 bilhão para fazer os testes finais, fabricação e operação comercial do Hisep. O plano é instalar o novo equipamento em poços do Campo de Mero, parte do Bloco de Libra, em 2028.
A Petrobras e seus sócios no Bloco de Libra — Shell, Total e as chinesas CNPC e CNOOC — já investiram US$ 1,7 bilhão no desenvolvimento da tecnologia, que tem parceria com a Universidade Federal de Itajubá (Unifei), em Minas.
Antes de chegar ao disruptivo Hisep, a evolução do pré-sal já havia tornado o Brasil um polo de produção e exportação de “árvores de Natal” molhadas, equipamentos submarinos fixados nas bocas dos poços em alto-mar, para controlar a vazão da extração.
A demanda da Petrobras e demais operadoras do pré-sal atraiu investimentos de fornecedores como a TechnipFMC, a norueguesa Aker Solutions e a SLB, novo nome da francesa Schlumberger. No fim do ano passado, Aker, SLB e Subsea7 combinaram suas operações offshore na joint venture OneSubsea. Apenas Brasil, EUA, Noruega, Reino Unido e Malásia produzem esses equipamentos no mundo, segundo a Abespetro, associação nacional dos fornecedores da indústria de petróleo e gás.
‘Evolução energética’
Segundo Telmo Ghiorzi, presidente-executivo da Abespetro, para além da jornada de tornar viável a exploração do pré-sal, a “evolução energética”, em substituição à ideia de transição energética para uma economia de baixo carbono, é o principal motor da inovação tecnológica na indústria. E várias empresas estão investindo em diversas apostas, ora com a estratégia de avançar em várias frentes, ora escolhendo algum caminho a seguir:
— As petroleiras estão induzindo essas tentativas, demandando da cadeia produtiva, que é quem de fato vai desenvolver essas inovações — afirma Ghiorzi, para quem o Brasil tem uma posição privilegiada. — Temos muito o sol, vento, minerais estratégicos, petróleo, e muita energia elétrica. Então, temos os ingredientes necessários para adotar quase todos os caminhos.
Além de ser quem de fato coloca as novas tecnologias no mercado, a cadeia de fornecedores tem uma vantagem em relação às petroleiras, que é a capacidade de se adaptar para fornecer para novas demandas.
Quem presta serviços de apoio à exploração em alto-mar, por exemplo, poderá atender também as usinas eólicas offshore, mesmo que elas sejam comandadas por novas companhias, e não pelas tradicionais petroleiras.
A holandesa SBM Offshore, tradicional operadora de plataformas flutuantes, por exemplo, já anunciou que incluirá a geração de eletricidade eólica offshore em sua estratégia.
Segundo Thomas Filiponi, diretor-geral da SLB no Brasil, a própria mudança do nome da companhia passa por uma nova estratégia global, focada na “descarbonização” da exploração de petróleo e gás, em ampliar a atuação na cadeia de “novas energias” e na “área digital”.
A multinacional francesa fechou recentemente seis contratos com a Petrobras, no valor total de US$ 1,1 bilhão, incluindo a prestação de serviços de coleta e armazenamento de dados industriais referentes às FPSOs (as plataformas flutuantes), refinarias e outras instalações.
Segundo a SLB, será um dos maiores sistemas da empresa no mundo, contribuindo para “maior eficiência na tomada de decisões, a partir da interpretação dos dados coletados”.
— Na nossa fábrica de Taubaté (SP), temos um centro de pesquisa para desenvolver tecnologia de eletrificação de completação. Todo poço perfurado tem que ser completado, hoje, com equipamentos hidráulicos, que necessitam de fontes não renováveis — diz Filiponi.
Para além das fabricantes de equipamentos submarinos, a Omni Táxi Aéreo apresentou na ROG.e a Camcopter S100, drone para o transporte de cargas para plataformas offshore. Em julho, o drone fez um voo teste, à noite, de 200 quilômetros, entre a Base de Imbetiba, em Macaé (RJ), e a plataforma marítima P-51, o que abre possibilidades de melhorar a eficiência e a segurança na entrega de cargas.
Ajustes nas políticas
Diante das oportunidades para o Brasil, Ghiorzi, da Abespetro, chama a atenção para a importância de se ajustar as políticas públicas. Para o sucesso do Hisep, por exemplo, redundar em exportações de equipamentos de alto valor agregado, será preciso promoção comercial no exterior, com foco geopolítico, como fazem as grandes economias desenvolvidas.
Além disso, Ghiorzi cobra ajustes na política de pesquisa e desenvolvimento da ANP, a agência reguladora do setor. O marco regulatório prevê que as petroleiras concessionárias de campos de petróleo e gás destinem parte de suas receitas para investimentos em pesquisa — atualmente, são cerca de R$ 4 bilhões por ano.
Contudo, as regras atuais incentivam que os recursos sejam todos direcionados para ciência básica nas universidades e dificultam o investimento em inovação nas empresas da cadeia de fornecedores, critica o executivo da Abespetro.
Valor - SP 07/10/2024
Produção da república islâmica aumentou em um terço nos últimos dois anos, chegando a 3,4 milhões de barris por dia, já que os suprimentos com preços reduzidos atraíram compradores chineses
A produção de petróleo do Irã desafiou anos de sanções dos Estados Unidos para retornar à capacidade quase total — uma maré de oferta que parece cada vez mais vulnerável à medida que as tensões com Israel aumentam.
A produção da república islâmica aumentou em um terço nos últimos dois anos, chegando a 3,4 milhões de barris por dia, já que os suprimentos com preços reduzidos atraíram compradores chineses, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. São apenas algumas centenas de milhares de barris por dia a menos do que os níveis bombeados antes que o então presidente Donald Trump retomasse as sanções em 2018.
Barris extras iranianos puderam entrar no mercado — ajudando a moderar os preços mundiais do petróleo — com a aprovação tácita do governo do presidente dos EUA, Joe Biden. Mesmo com as tensões entre Teerã e Tel Aviv atingindo níveis sem precedentes, em um ano eleitoral, a Casa Branca priorizou a contenção dos custos da gasolina em detrimento de uma aplicação mais rígida das sanções.
“O Irã está tendo sucesso na exportação graças à China como cliente disposto, ao aumento da sofisticação dos canais de transporte ilícitos e ao interesse relativamente baixo dos EUA em agir”, disseram Henning Gloystein e Greg Brew, analistas do Eurasia Group. “Há o risco de Israel atacar as instalações de petróleo iranianas.”
O Eurasia Group não acredita que a infraestrutura de petróleo do Irã seria o principal alvo de Tel Aviv, mas mesmo só a possibilidade assustou os mercados. O petróleo deu um salto de 5% na quinta-feira depois que Biden disse que os EUA estavam discutindo se apoiariam um ataque desse tipo por parte de Israel. Os futuros do West Texas Intermediate subiram mais 1,5%, para US$74,81 por barril, às 7h49 em Nova York.
Irã e Israel são inimigos ferrenhos há muito tempo, mas têm entrado cada vez mais em conflito direto nos últimos meses. No Líbano, as forças israelenses vêm atacando o Hezbollah, principal representante iraniano, e assassinaram o líder Hassan Nasrallah. Em resposta, Teerã lançou um grande ataque com mísseis contra Israel nesta semana.
O governo Biden ainda está em negociações com Israel sobre a resposta do país a esses ataques e acredita que nenhuma decisão foi tomada ainda, disse uma autoridade dos EUA na quinta-feira. Sabrina Singh, porta-voz adjunta do Pentágono, disse que as conversas entre os EUA e Israel são “mais para tentar entender qual seria a resposta deles”.
Atingir o setor petrolífero causaria grandes danos econômicos ao Irã, sejam ataques às refinarias que processam os suprimentos domésticos de combustível ou às instalações de exportação que proporcionam uma receita vital. Há razões pelas quais Israel pode relutar em escolher a última opção. Tal medida perturbaria os parceiros de Tel Aviv, incluindo os EUA, a União Europeia e os países do Golfo, disseram os analistas do ANZ Group Holdings, Daniel Hynes e Soni Kumari, em um relatório.
Mesmo que não ocorra um ataque direto de Israel, o retorno do petróleo de Teerã ainda pode estar em risco.
A disposição do governo Biden de fechar os olhos para as sanções pode mudar, e o presidente já alertou sobre novas medidas conforme as tensões aumentam. Como alternativa, se Trump for reeleito, ele poderá renovar a campanha de “pressão máxima” que exerceu pressão sobre os embarques iranianos em seu mandato anterior.
“Não acreditamos na visão predominante de que as sanções dos EUA agora não têm mais força”, disse Fernando Ferreira, diretor do serviço de risco geopolítico da consultoria Rapidan Energy Group, sediada em Washington. “O afrouxamento é uma escolha política que pode mudar”, dependendo dos resultados da eleição presidencial.
Ainda assim, qualquer nova repressão enfrentaria obstáculos.
A China tem ignorado amplamente as sanções ocidentais, importando do Irã em níveis recordes, já que as refinarias menores da província de Shandong — geralmente conhecidas como “bules” — se enchem de barris a preços baixos. Esses clientes são, em grande parte, desligados do sistema financeiro global, e suas compras são possibilitadas por intermediários bem conectados.
A rede logística que se desenvolveu para transportar cargas iranianas — e, desde a invasão da Ucrânia por Moscou em 2022, remessas da Rússia — provou ser robusta. As remessas são normalmente transportadas usando a chamada “frota sombra” de navios-tanque antigos, passadas de um navio para outro em um processo conhecido como transferências “navio a navio”, ou então rebatizadas como importações de países sem sanções — embora altamente improváveis — como a Malásia.
Os navios geralmente desligam os transponders de identificação, dificultando o rastreamento dos fluxos iranianos. Como resultado, várias instituições — como a Agência Internacional de Energia e a consultoria FGE — têm estimativas mais altas do que os dados compilados pela Bloomberg, enquanto outras, como a Kpler Ltd., têm estimativas mais baixas.
Se Israel atacar as instalações de produção de petróleo do Irã, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados têm capacidade de reserva que poderia cobrir qualquer déficit, de acordo com a ANZ.
Liderado pela Arábia Saudita — outro rival regional do Irã —, o grupo vem tentando restaurar parte da produção que foi interrompida desde o final de 2022. Porém, com o crescimento da demanda mundial de petróleo em baixa e o aumento da produção em outros lugares, a OPEP+ foi forçada a adiar seus aumentos planejados em dois meses.
O Irã é membro da OPEP, mas está isento dos limites de produção do cartel devido às sanções dos EUA. Dessa forma, a recuperação da produção de Teerã tem prejudicado os esforços do grupo para sustentar os preços do petróleo por meio da restrição da produção.
“Juntamente com a superprodução de outros países da OPEP+, os aumentos constantes do Irã são significativos em termos agregados”, disse Jamal Qureshi, diretor-gerente de estratégia e análise da empresa de rastreamento de petroleiros Petro-Logistics SA. “Isso certamente teve um grande impacto no resultado desejado pela OPEP e em seu objetivo final.”
Globo Online - RJ 07/10/2024
A indústria de óleo e gás no Brasil vai receber investimentos de US$ 182 bilhões até o fim desta década, de acordo com estudo da Firjan, entidade que reúne as indústrias do Rio de Janeiro. Segundo o levantamento, o Brasil chegará a 2030 como o quinto maior produtor mundial de petróleo, atingindo 5,4 milhões de barris por dia, ficando atrás apenas de Estados Unidos, Arábia Saudita, Rússia e Canadá.
Hoje, o país está na décima posição, com cerca de quatro milhões de barris por dia. Os dados foram apresentados na ROG.e (antiga Rio Oil & Gas), principal feira de energia do país, realizada semana passada no Boulevard Olímpico, Zona Portuária do Rio.
— A maior parte desse óleo estará em águas fluminenses, nas bacias de Campos e Santos, que receberão 13 novos FPSOs até 2028. Ou seja, há um volume enorme de crescimento para fornecimento de produtos e serviços. A cadeia produtiva fluminense e brasileira não pode ficar de fora — ressalta Karine Fragoso, gerente-geral de Petróleo, Gás, Energias e Indústria Marítima da Firjan.
Maior demanda global
O salto em produção no país é puxado pela expansão esperada globalmente. No evento, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que reúne os maiores produtores do mundo, anunciou prever que a demanda por energia crescerá 24% até 2050. A estimativa é que o consumo suba a 374 milhões de barris de óleo equivalente diários (mboe/d), ante a 301 mboe/d em 2023.
O crescimento, apontam as estimativas da Opep, será impulsionado por países em desenvolvimento que não pertencem à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne as economias mais avançadas do mundo, com aumento de 73,5mboe/d. Desse total, 30% virão só da Índia.
— A demanda por petróleo está concentrada no mundo em desenvolvimento, impulsionada pela expansão da classe média e pela urbanização. Até 2030, mais de meio bilhão de pessoas se mudarão para as cidades em todo o mundo. O mundo vai continuar dependendo de todas as energias e de abraçar todas as tecnologias. Isso significa um investimento em toda a matriz energética — disse Haithmam Al-Ghais, secretário-geral da Opep.
Com o aumento da produção brasileira de petróleo, a Firjan estima um potencial de geração de 115 mil empregos diretos e indiretos apenas no estado do Rio até 2030, fruto da entrada em operação de novas unidades de produção e da retomada da indústria naval fluminense.
O mapeamento constatou que há mais de dez mil itens, entre bens e serviços de áreas como construção naval, metalmecânica e química, e três mil potenciais fornecedores, a maior parte concentrada no estado do Rio.
O relatório da Firjan aponta que há oportunidades onde não foram encontrados fornecedores locais, como em recolhimento de óleo produzido, consumíveis de solda e reparo de secadoras — atividades ligadas à exploração e produção de petróleo.
Entre os principais desafios a serem enfrentados pelo setor nessa expansão, Karine Fragoso, da Firjan, ressalta a falta de certificações por parte da indústria:
— Não necessariamente todos os fornecedores precisam de todas as certificações, dada a natureza dos bens e serviços demandados. Mas é importante qualificar e capacitar cada vez mais as empresas fornecedoras, garantindo o acesso delas ao mercado.
Rodada de negócios
Em rodadas de negócios realizadas durante o evento pela Firjan e pelo Sebrae RJ reunindo pequenos e médios fornecedores do setor, foram mapeadas 450 novas oportunidades. Há ainda a possibilidade de geração de empregos, ressalta a executiva, com o desenvolvimento de projetos de novas energias e tecnologias, como hidrogênio, produção eólica offshore e captura e armazenamento de carbono.
Empresas internacionais dessa cadeia estão atentas ao potencial do mercado brasileiro e trazendo novas soluções. Desde que chegou ao Brasil, em 2008, a australiana Karoon Energy, de exploração e produção de petróleo, por exemplo, já investiu mais de US$ 1 bilhão na indústria nacional.
Isso inclui US$ 665 milhões pela aquisição do campo de petróleo de Baúna, na Bacia de Santos, e aproximadamente US$ 300 milhões gastos em intervenções neste campo e no de Patola, na mesma região, atingindo uma produção de cerca de 25 mil barris por dia.
Além disso, perfurou dois poços próximos ao campo de Neon, com um projeto de desenvolvimento em potencial avançando no processo de investimento da Karoon.
— Estamos empenhados em aumentar nossos investimentos no Brasil, visando expandir nossa capacidade de produção, já que o mercado atualmente oferece condições bastante favoráveis para receber aportes. Para continuar explorando novas oportunidades de negócios é fundamental que haja estabilidade regulatória — afirma Julian Fowles, CEO da Karoon Energy.
Ele frisa que, no passado, a companhia teve boas oportunidades diante da oferta de blocos exploratórios da Petrobras, e que espera participar de futuras rodadas de partilha:
— Nosso foco está em seguir investindo para garantir um crescimento orgânico sustentável. Além disso, se a Petrobras decidir disponibilizar novos ativos no mercado, a Karoon estará pronta para aproveitar essas oportunidades.
Novos leilões
A Wärtsilä, referência global em soluções tecnológicas para os setores de energia e marítimo, anunciou projetos de desenvolvimento de embarcações movidas por combustíveis mais sustentáveis, como etanol, também apontando a direção em crescimento e novos negócios adiante.
— Seguimos fortes no mercado offshore com muitas atividades de serviços em nossa base instalada, oferecendo suporte a clientes que operam embarcações para as principais empresas de óleo e gás — disse Mário Barbosa, General Manager da Wärtsilä para a América Latina.
A demanda deve aumentar nos próximos anos. Rodolfo Saboia, diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), disse no ROG.e que a perspectiva é lançar novos editais de oferta permanente de blocos de petróleo entre o fim deste ano e o início de 2025:
— Vamos retirar blocos que estavam em oferta há muito tempo. Estamos fazendo uma limpeza, um filtro nesses blocos e trabalhando para adicionar novos blocos com novos critérios. A ANP vai trazer ofertas mais atraentes, e esse processo se dará na virada do ano, com novos editais disponíveis para as áreas em oferta permanente.
Patrick Pouyanné, CEO global da Total Energies, disse que a companhia francesa está aberta a novas parcerias com a Petrobras em oportunidades de exploração e produção de petróleo e gás no Atlântico.
— Estamos interessados em explorar no Atlântico. Temos um projeto no Suriname, com mais de dois mil barris por dia. E a Petrobras pode bater na porta da Total. Em Angola, temos parceria com a Petrobras. Estamos também na Namíbia, que é uma nova fronteira — disse o executivo.
Infomoney - SP 07/10/2024
Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+) discutiram nesta semana o cumprimento das cotas de produção, em meio à disparada dos preços da commodity, com sua maior valorização desde março de 2023. O resultado da reunião, por sua vez, atendeu às expectativas do mercado, com a extensão dos cortes de produção até o final do ano.
“Havia uma expectativa do mercado de qual seria o movimento dos produtores de petróleo dadas essas oscilações de preço do petróleo, mas o resultado da reunião acabou ficando bem em linha com que se esperava, estendendo os cortes de produção até o final do ano”, disse Helena Kelm, analista de óleo e gás da XP, durante o programa Morning Call da XP, nesta sexta-feira (4).
Segundo ela, o mercado estava especialmente cauteloso se entre os países membros haveria cumprimento de redução de produção, especialmente da Rússia, Cazaquistão e Iraque. “Eles disseram que entrariam em conformidade, mas a OPEP+ disse que continuaria a monitorar de perto esses dados de produção”, afirmou.
A analista explicou que há o temor entre os produtores de que o não cumprimento das restrições leve a um excesso de oferta do petróleo no mercado. A XP, no entanto, descarta esse cenário no curto prazo.
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Petróleo: guerra e economia fraca
“Os preços do petróleo têm estado bastante voláteis, por conta da dinâmica de enfraquecimento da demanda, mas sendo puxado pelo crescimento das tensões no Oriente Médio”, comentou a analista.
Inicialmente, os preços caíram drasticamente devido às preocupações com a fraca economia global e com a diminuição da demanda.
No entanto, os preços subiram, nesta semana, novamente devido ao aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio, relatou a XP.
“Nosso posicionamento é que a gente está menos pessimista com essa questão da oferta e demanda. A gente acha que não vai ter um declínio muito forte da demanda no curto prazo”, afirmou.
Por fim, a XP considera que a escalada do conflito no Oriente Médio pode ser contida, evitando que se transforme em uma guerra regional. O temor de aumento da crise na região se deu depois que os confrontos entre Israel e o Irã surgiram.
Valor - SP 07/10/2024
Fora da exploração de petróleo, empresas chinesas têm suplantado concorrentes ocidentais em outros grandes projetos de infraestrutura
A mais de 160 km da costa da Guiana, a ExxonMobil bombeia centenas de milhares de barris de petróleo de um campo gigantesco descoberto no mar que está transformando o escassamente povoado país sul-americano.
Em terra firme, grande parte da transformação é feita pela China. Empresas chinesas constroem hotéis à beira-mar, pontes, estradas e shopping centers. Mineram bauxita e manganês em áreas da região amazônica do país. O principal aeroporto internacional foi reformado com um empréstimo de US$ 150 milhões do Banco de Exportação e Importação da China.
Fora da exploração de petróleo, empresas chinesas têm suplantado concorrentes ocidentais em outros grandes projetos, oferecendo condições atraentes e trazendo grandes grupos de trabalhadores chineses. Contêineres de transporte marítimo transformados em alojamentos improvisados para esses trabalhadores aparecem em novos canteiros de obras pelo país.
“Aos poucos, os chineses estão virando os donos do país de ponta a ponta”, disse o taxista Raphael Singh, repetindo um pensamento comum entre os guianenses.
Essa tendência deixa alguns diplomatas e parlamentares dos Estados Unidos preocupados com a possibilidade de que os investimentos da China — que começaram há mais de 50 anos — estejam se traduzindo em influência política nesse país rico em recursos, como já aconteceu em outras partes da América do Sul.
“Nós precisamos aparecer”, disse Geoff Pyatt, secretário de Estado assistente dos EUA para recursos energéticos. Pyatt visitou a Guiana duas vezes desde que assumiu o cargo e afirma que os EUA têm acompanhado com atenção a atividade da China no país. “[Os governantes da Guiana] querem que os EUA sejam seu parceiro preferencial, e nós queremos ser seu parceiro preferencial.”
Enquanto a China duplicou seus investimentos na Guiana, os EUA têm sido mais seletivos nos projetos que apoiam. Em 2022, o governo do presidente Joe Biden rejeitou a ideia de o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) consolidar uma dívida de US$ 180 milhões de um porto guianense que atende o setor de petróleo e gás, embora hoje o Export-Import Bank dos EUA financie um projeto para usar gás natural da Guiana nas usinas de energia.
A atenção que a Guiana tem atraído é um reflexo de seus vastos recursos petrolíferos. O país está no rumo de ultrapassar a vizinha Venezuela em termos de produção de petróleo e já foi sondada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para se juntar ao cartel internacional. Um consórcio que é liderado pela ExxonMobil e inclui a Hess e a empresa petrolífera chinesa CNOOC tem a expectativa de bombear mais de 1 milhão de barris por dia ao longo dos anos 2030.
A ExxonMobil já gastou cerca de US$ 1 bilhão na economia local e em ações comunitárias por toda a Guiana, mas a China suplanta seus concorrentes ocidentais em grande medida quando se trata de projetos comerciais, em particular os da área da construção. O comércio da Guiana com a China cresceu quase 600% desde que o petróleo começou a fluir, há cinco anos.
Perto das obras de uma ponte da China Railway sobre o Rio Demerara, uma construtora chinesa está transformando um terreno em área de lazer para famílias, com pavilhões e veredas de estilo asiático, que será batizada de “Parque da Amizade China-Guiana”. No ano passado, um grande shopping center foi construído a poucos metros da embaixada chinesa. Ele inclui um escritório da empresa de telecomunicações Huawei, um restaurante de hot pot e karaokê, um cassino e uma academia para executivos estrangeiros.
Economistas dizem que a China parece estar fazendo uma aposta de longo prazo na pequena economia da Guiana, que ainda não viu o crescimento exponencial do petróleo e do gás se espalhar para outras áreas. O setor do petróleo cresceu 67% ao ano nos primeiros seis meses de 2024, de acordo com o Ministério das Finanças, enquanto setores tradicionais, como açúcar, bauxita e ouro, se contraíram 60%, 20% e 10%, respectivamente.
Durante várias décadas, a China investiu pesadamente em países com grandes recursos naturais, muitas vezes levando trabalhadores chineses para construir estradas e portos que possibilitassem o envio dessas commodities para a China. Na Argentina, os investimentos recentes da China no lítio e na agricultura tornam mais difícil para Javier Milei, o presidente anticomunista do país, distanciar seu governo de Pequim.
Agora, a Guiana corre o risco de se tornar economicamente dependente de Pequim, dizem ex-diplomatas dos EUA e analistas de relações exteriores, embora autoridades guianenses rejeitem essa afirmação.
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, disse que seu país não é economicamente dependente de ninguém, destacando os bilhões em investimentos oferecidos pelos EUA e outros países. Ele afirmou que grandes empresas americanas de serviços de petróleo, marcas de hotéis e companhias aéreas se expandiram na Guiana nos últimos anos. Ali se reuniu com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, na semana passada, e exaltou a crescente parceria bilateral entre os dois países.
“Hoje, a relação da Guiana com nossos parceiros ocidentais está mais forte do que nunca em qualquer momento da história do nosso país, e pretendemos avançar ainda mais nisso”, disse Ali.
O presidente também afirmou em uma entrevista no ano passado que a China desempenharia um papel “em todas as áreas de desenvolvimento” na Guiana.
Na Guiana, a China tem vantagens de longa data sobre os EUA. Sua relação diplomática com o país remonta a 1972, com o primeiro projeto de ajuda externa da China no Ocidente, uma fábrica de tijolos perto de Georgetown.
O país sul-americano, com cerca de 800 mil habitantes, tem uma considerável população de origem chinesa desde o século 19, incluindo-a na história da imigração em seu hino nacional, como um de seus “seis povos” formadores.
Arthur Chung, um agrimensor sino-guianense, serviu como presidente da Guiana durante a década de 1970. Restaurantes chineses, lojas de varejo e outros negócios têm proliferado por décadas. Empresas chinesas já estavam envolvidas no setor agrícola e na mineração de bauxita da Guiana antes da descoberta de petróleo.
No ano passado, Ali foi recebido durante uma visita de Estado a Chengdu, onde o presidente chinês Xi Jinping se comprometeu a aprofundar os laços entre as duas nações com mais apoio econômico por meio das iniciativas do Cinturão e da Rota da China (BRI, na sigla em inglês), um marco das aspirações globais de Pequim.
A China também tem influenciado a política externa da Guiana. Em 2021, o governo guianense cancelou um acordo para abrir um escritório de comércio com Taiwan apenas horas depois de um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China criticar o plano e pedir a Georgetown que “corrigisse seus erros”. Durante sua visita, Ali reiterou seu apoio à posição de Pequim de que Taiwan faz parte da China, conhecida como a política de “Uma China”.
Os interesses chineses estão se diversificando em outras áreas, incluindo os sistemas elétricos do país e um esforço interrompido para construir uma usina hidrelétrica. No ano passado, a Guiana contratou a gigante chinesa de telecomunicações Huawei — sob sanções dos EUA por preocupações de segurança — para expandir sua tecnologia de vigilância “Safe City” para várias regiões, em um esforço para reduzir o crime.
Alguns analistas dizem que a China oferece à Guiana os investimentos necessários em projetos, enquanto os EUA ficam para trás.
“Ignoramos isso por nossa conta e risco”, disse Dennis Hays, ex-diplomata dos EUA que atuou como embaixador interino na Guiana. “Se permitirmos que os chineses continuem basicamente dominando todos os ciclos de licitações que surgem, isso nos prejudica a longo e curto prazo.”
Valor - SP 07/10/2024
Cotações certamente explodiriam caso o Irã revidasse com o fechamento do Estreito de Ormuz
A ampliação da ofensiva de Israel no sul do Líbano contra o Hezbollah e a retaliação do Irã pela morte de comandantes do grupo xiita aliado de Teerã interromperam a calmaria nos preços do petróleo, que haviam caído em setembro para abaixo dos US$ 70. A invasão a Gaza não foi suficiente para causar sobressaltos no preço. O revide iraniano, com uma chuva de duas centenas de mísseis sobre território israelense, levou o barril do Brent a subir entre 8% e 10% na semana, ainda assim uma reação bem mais moderada do que a esperada em um momento em que uma conflagração geral no Oriente Médio pareceu muito próxima. Os mercados, e não só o do petróleo - dólar e ouro não acusam nervosismo nem fortes oscilações -, continuam a se mover seguindo os fundamentos. O que pode mudar este jogo é o próximo capítulo das hostilidades - a reação de Israel ao Irã, caso a decisão seja um ataque à infraestrutura de energia iraniana.
A desaceleração da economia e a consequente redução da demanda estão forçando um rearranjo no mercado de petróleo. O principal fator para isso é a queda do consumo chinês. Da redução de 800 mil barris/dia estimada em agosto pela Agência Internacional de Energia, pelo menos 280 mil barris se devem à retração chinesa, que ocorre pelo quarto mês consecutivo. O recuo da economia chinesa é concomitante à menor atividade nos Estados Unidos e uma recuperação ainda tímida dos países da zona do euro. No ano, o consumo está dois milhões de barris/dia menor do que o do nível anterior à pandemia. Foi esse cenário que levou as cotações do tipo Brent para baixo, em uma queda de US$ 20 em relação às de abril.
Os maiores atores do mercado começaram a mudar de atitude com o deslocamento dos preços. Desde novembro de 2022, os países da Opep+, o cartel do petróleo, com a Arábia Saudita à frente, resolveram reduzir sua produção em 5,3 milhões de barris/dia, pouco mais de 5% da oferta global, para sustentar as cotações. Para financiar seus multibilionários projetos de reforma econômica, os sauditas tinham como alvo a cotação de US$ 100 o barril, que se frustrou. Com a contenção de produção do cartel, os países de fora dele, como os Estados Unidos, o maior produtor do mundo, o Canadá, o Brasil e a Guiana, ampliaram a oferta em 1,5 milhão de barris/dia.
Enquanto a Arábia Saudita diminuiu em 2 milhões de barris sua produção diária, para 9 milhões de barris, a menor desde 2011 (salvo durante a pandemia da Covid e depois de um ataque a suas refinarias em 2019), aliados do cartel, como Rússia e Cazaquistão, e mesmo membros, como Iraque, não cumpriram suas cotas e despejaram mais petróleo nos mercados. Diante das pressões internas e externas ao cartel, a Arábia Saudita decidiu há poucos dias que a partir de 1 de dezembro voltará a aumentar a oferta, começando com 83 mil barris/dia até culminar com elevação de 1 milhão de barris em dezembro de 2025.
A ação dos sauditas impedirá que outros países ganhem fatias de mercado a suas custas, mas terá um efeito baixista sobre as cotações. Boa parte do represamento do fornecimento do cartel foi anulado pela queda da demanda e pelo aumento da produção, o que trouxe uma disponibilidade adicional equivalente a 3,5 milhões de barris/dia. Depois da decisão, porém, a guerra de Israel contra o Hamas e o Hezbollah recrudesceu ao ponto em que a destruição da capacidade de produzir e escoar petróleo no Irã passou a ser cogitada pelos estrategistas israelenses.
Os mercados especulam sobre quais seriam os efeitos desses ataques e as possíveis reações do Irã a eles. Se a produção iraniana, de 3,4 milhões de barris/dia, fosse totalmente retirada do mercado, os outros países do cartel teriam como substituí-la, pois contam com capacidade ociosa. A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos têm disponibilidade para elevar sua produção em até 5 milhões de barris/diários. Mas as cotações certamente explodiriam caso o Irã revidasse com o fechamento do Estreito de Ormuz, impedindo não só o fluxo de sua produção para o exterior, como a de boa parte da Arábia Saudita. Seria uma segunda rota vital para o comércio de petróleo obstruída em menos de dois anos.
Os houthis, aliados do Irã, em conflito com a Arábia Saudita, fazem ataques no Estreito de Bab El Mandeb, na ponta do Mar Vermelho, o que retirou da rota dos cargueiros o Canal de Suez. Por ela passavam 15% do comércio global (não só óleo) e 30% da carga em contêineres. Os navios se desviaram desse caminho e aumentaram em média em 9% o percurso. Os fretes da Ásia para a Costa Oeste do EUA até fevereiro haviam subido 130% desde novembro. A rota Xangai-Roterdã, com desvio pelo Cabo da Boa Esperança, elevou os custos do transporte em 35% (Valor, 4 de outubro).
A disseminação do conflito pelo Oriente Médio não impediu a queda da demanda, também impulsionada pelo avanço das energias verdes, mas pode repentinamente estrangular grande parte da oferta de petróleo. Na crise financeira de 2008, o preço do barril do tipo Brent chegou ao recorde de US$ 148,50. As cotações iriam buscar esse teto se o óleo deixasse de fluir do Oriente Médio.
Canal Rural - SP 07/10/2024
O anúncio foi feito durante o 24º Seminário de Planejamento Estratégico Empresarial, promovido pela Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) nesta sexta-feira (4).
Conforme o presidente da CSMIA, Pedro Estevão Bastos, não será um ano maravilhoso, mas não será uma catástrofe. “Começamos a retomar um nível normal. Se olharmos o faturamento mensal da Câmara, o último buraco foi em abril [deste ano]”.
Segundo ele, o setor vem de fortes quedas desde 2022, quando faturou R$ 94 bilhões. Em 2023, foram 74 bilhões. Em 2024, a retração é projetada em 25%, para R$ 56 bilhões.
Bastos lembra que as empresas estão em época de planejamento. Na mesma pesquisa, realizada no ano passado, a perspectiva dos representantes era de queda de 7%. “Caiu mais por causa da seca. Vemos que o faro do pessoal não é ruim, não”, observou.
Agrimídia - SP 07/10/2024
O setor de máquinas e equipamentos agrícolas no Brasil deverá enfrentar uma retração de 25% no faturamento em 2024, com expectativa de atingir R$ 56 bilhões, segundo estimativas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Esse valor representa uma queda significativa em comparação com os R$ 74 bilhões registrados em 2023 e os R$ 95 bilhões em 2022.
De acordo com Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Abimaq, os números de 2024, baseados nas vendas até setembro, já eram esperados devido a fatores conhecidos no setor. Entre eles, destacam-se a queda nos preços das commodities, a estabilidade na área de plantio e a seca que afetou a maior parte das áreas produtoras.
Durante o 24º Seminário de Planejamento Estratégico Empresarial da Abimaq, realizado em São Paulo, Estevão ressaltou que o investimento dos produtores em maquinário agrícola tem uma relação direta com a valorização da soja. “Desde que acompanho o setor, os investimentos sempre crescem quando os preços da soja aumentam e diminuem quando o preço do grão cai”, comentou o executivo.
Outro fator apontado para a queda no faturamento é a estabilização da área plantada no Brasil após um período de expansão significativa entre 2019 e 2023, quando foram incorporados 15 milhões de hectares. Para a safra 2023/24, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que serão semeados 79,82 milhões de hectares, um aumento modesto de 1,6% em comparação com a safra anterior.
Por fim, Estevão destacou que, embora o setor já esperasse uma retração, a severa seca nas principais regiões agrícolas do país surpreendeu negativamente. “A seca elevou os custos de produção e diminuiu ainda mais o interesse dos produtores em renovar suas máquinas”, concluiu.
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