Valor - SP 07/08/2024
Segundo o Instituto Aço Brasil, a adoção de um sistema de cotas com tarifa de 25% sobre o volume excedente parece ter começado a frear a entrada, no Brasil, de produtos siderúrgicos a preços predatórios
A indústria siderúrgica instalada no país reiterou os planos de investir R$ 100,2 bilhões até 2028, à medida que a adoção de um sistema de cotas de importação com tarifa de 25% sobre o volume excedente, ao longo de 12 meses a partir de junho, parece ter começado a frear a entrada de produtos siderúrgicos a preços predatórios no mercado brasileiro.
Embora as estatísticas do primeiro semestre ainda mostrem avanço das compras externas e a adoção da medida seja muito recente, as importações recuaram 23% entre maio e junho, disse o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.
“Estamos com uma lupa gigantesca sobre as importações. Mas a ‘farra do boi’ que existiu em 2023, com aço entrando de qualquer maneira e a preços predatórios, acabou”, disse o executivo, em entrevista coletiva durante a 34ª edição do Congresso Aço Brasil. “É um sistema novo, mas temos uma crença enorme de que vamos moralizar as importações”, acrescentou.
De acordo com o presidente do conselho diretor do Aço Brasil, Sérgio Leite, os investimentos de R$ 100 bilhões programados entre 2023 e 2028 estão vinculados ao sucesso do sistema de cota-tarifa. Segundo o executivo, nos últimos 15 anos, o setor investiu uma média de R$ 12 bilhões ao ano e, em 2023, chegou a R$ 15 bilhões. “Esses R$ 100,2 bilhões vieram do planejamento estratégico das empresas. O risco que existe é o sistema de cota-tarifa não apresentar resultado”, afirmou.
Apesar da elevação dos investimentos, 2023 foi marcado pelo forte aumento das importações de produtos siderúrgicos, de cerca de 50%, para cinco milhões de toneladas. Esse volume corresponde à produção de uma grande usina integrada de aço e a 16% da produção local.
Depois de dez meses de negociações com o governo, a indústria siderúrgica, via Aço Brasil, conseguiu, em maio, a aprovação de cotas de importação para nove tipos de aço (NCMs), de uma lista de 18 inicialmente levada às autoridades. Essas nove NCMs, conforme Marco Polo, representaram 40% das importações.
“Montamos uma sala de guerra dentro do Aço Brasil para monitorar as importações”, contou, acrescentando que a indústria segue acompanhando as potenciais “NCMs de fugas”, que podem estar sendo usadas para burlar as regras em vigor.
Diário do Aço - MG 07/08/2024
Na manhã desta terça-feira (6/8), o presidente do Grupo Techint, Paolo Rocca, abriu o Congresso do Aço Brasil, em São Paulo, abordando o tema Geopolítica do Aço, durante palestra magna mediada pelo presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil e vice-presidente de Assuntos Estratégicos da Usiminas, Sergio Leite de Andrade.
Em seu discurso, Paolo Rocca abordou os desafios enfrentados pelo setor siderúrgico no Brasil, entre eles o aumento da participação chinesa na produção industrial global, que passou de 5% em 1995 para 35% em 2020. "É desleal a competição chinesa com a América Latina na produção e exportação de bens manufaturados, graças à sua intervenção estatal, à sua mão de obra barata e à sua violação de propriedade intelectual", ressaltou.
Rocca destacou ainda que é importante que se mantenha o foco na qualidade da indústria brasileira e na relação com a comunidade. "A força da nossa indústria está na qualidade dos nossos processos, dos nossos recursos humanos e na nossa relação com as nossas comunidades. Não podemos perder o foco no potencial que a nossa cadeia tem. Mas, claro, continuando com os nossos relacionamentos", concluiu.
O Congresso do Aço Brasil, promovido pelo Instituto Aço Brasil, é o evento mais relevante do setor no país, reunindo líderes e especialistas para debater o futuro da indústria do aço brasileira.
Agência Brasil - DF 07/08/2024
A balança comercial brasileira encerrou julho com superávit de US$ 7,6 bilhões, informou nesta quinta-feira (6), em Brasília, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O resultado representa queda de 6,6% no saldo das operações em relação a julho de 2023, quando o superávit foi de US$ 8,2 bilhões.
Os dados mostram que as exportações brasileiras atingiram um recorde no mês porque somaram US$ 30,9 bilhões, impulsionadas por itens da agricultura – soja e café -, indústria extrativa - minério de ferro - e indústria de transformação - especialmente açúcares, carne bovina e aço. As importações também subiram em relação a julho de 2023, com destaque para os bens de capital, resultando em uma corrente comercial de cerca de US$ 54,2 bilhões.
De acordo com o MDIC, o Brasil alcançou US$ 198,2 bilhões em exportações no acumulado do ano, crescimento de 2,4% em relação aos sete primeiros meses de 2023; e US$ 148,6 bilhões nas importações, o que significa aumento de 5,6%.
Expansão
Quanto ao destino das exportações, os destaques do mês foram a União Europeia, China e Estados Unidos, com expansão de 20%, 16,3% e 15,3%, respectivamente. Com a crise econômica na Argentina, as vendas para o país vizinho seguiram em queda no mês passado.
Para diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC , Herlon Brandão, o ano de 2024 vem apresentando uma exportação bastante estável, diferentemente de 2023, quando as vendas oscilaram mais no primeiro semestre.
"Isso é uma característica do volume, pois este ano a exportação tem crescido impulsionada pelo volume. E os preços em geral estão em queda. A previsão para o ano é crescer. A gente espera fechar 2024 com um crescimento de 1,7% nas exportações brasileiras", disse.
Exame - SP 07/08/2024
Passado o primeiro semestre, algumas das maiores empresas do mundo estão preocupadas com o comportamento dos consumidores em EUA e China, as duas principais economias do planeta.
Segundo o Wall Street Journal, do McDonald's à Mercedes-Benz, os executivos estão dizendo que muitos consumidores na China e nos EUA estão reduzindo os gastos. Os motivos são diferentes. Na China, a demanda está sendo afetada por um mercado imobiliário quebrado, pressões salariais e preocupações sobre uma verdadeira "tempestade econômica".
Nos EUA, algumas famílias, especialmente aquelas com rendas mais baixas, estão se sentindo pressionadas pela inflação. O Departamento do Trabalho relatou que as contratações desaceleraram em julho e a taxa de desemprego nos EUA subiu para 4,3%. Ou seja mais uma notícia ruim.
Alarme sobre o consumidor
A PepsiCo soou um alarme sobre os gastos do consumidor nos EUA e na China. Nos últimos anos, conforme os preços disparavam, muitos consumidores continuaram comprando Doritos e Lay's cortavam gastos maiores, como refeições em restaurantes ou viagens. Agora, eles também estão desistindo de batatas fritas, disse a PepsiCo. A empresa relatou uma queda de 4% no volume de vendas desse ramo do negócio no último trimestre.
Enquanto isso, na China, as pessoas estão se tornando cada vez mais cautelosas sobre gastar, disse Ramon Laguarta, presidente-executivo da PepsiCo. "O consumidor está claramente economizando — economizando mais do que gastando", disse em uma call com analistas em 11 de julho.
As ações da Heineken caíram 10% em 29 de julho, depois que a cervejaria holandesa relatou lucros mais fracos do que o esperado e reduziu o valor de investimento na China. As ações da Procter & Gamble caíram no dia seguinte, depois que a fabricante de itens de higiene e limpeza relatou um declínio inesperado de 7% nos lucros.
Inflação 'sentida' nos EUA
De acordo com a reportagem do Wall Street Journal, embora a inflação esteja se acalmando nos EUA, os consumidores estão sentindo impacto acumulado da alta dos preços em itens essenciais, como alimentos. O alto custo dos empréstimos também está colocando mais pressão nos orçamentos familiares.
O McDonald's relatou uma desaceleração nos gastos dos consumidores de baixa renda, uma tendência que a empresa disse ter começado no ano passado e se aprofundou nos EUA. A gigante do fast food relatou uma queda de quase 1% nas vendas do segundo trimestre, o primeiro declínio desse tipo desde 2020.
E a China?
A inflação não é um problema na China, onde as empresas têm lutado para aumentar os preços por vários anos devido à fraca demanda. Em vez disso, especialistas disseram ao WSJ que os gastos por lá estão diminuindo porque as pessoas estão economizando para se proteger em caso de dificuldades futuras, pois enfrentam uma profunda crise imobiliária e preocupações sobre para onde a economia está indo.
O crescimento das vendas no varejo da China, um indicador de consumo, desacelerou para 2% ano a ano em junho - estava em 3,7% em maio. Os líderes chineses disseram que tomariam medidas mais agressivas para impulsionar os gastos do consumidor.
A General Motors disse que a força no mercado dos EUA foi compensada por uma erosão maior na China, onde perdeu dinheiro pelo segundo trimestre consecutivo em meio à forte concorrência de marcas nacionais. Mercedes-Benz e Porsche sinalizaram um ambiente mais difícil e uma competição mais acirrada na China.
A Apple também está enfrentando problemas na China. A fabricante do iPhone disse que a receita na região, seu terceiro maior mercado, caiu mais de 6% no trimestre de junho em relação ao ano anterior.
A Richemont, dona da Cartier, relatou uma queda de 27% nas vendas na China, Hong Kong e Macau. A fabricante de bolsas Birkin, Hermès, disse que o ímpeto de crescimento das vendas continuou em todas as regiões, exceto na Ásia.
Nos EUA — um mercado que já foi um impulsionador de seu boom pós-pandemia — as vendas aumentaram apenas 2%. A LVMH, maior conglomerado de luxo do mundo, disse que a inflação e as taxas de juros mais altas consumiram o poder de compra de seus clientes nos EUA.
Mas nem todas as empresas ocidentais estão relatando uma desaceleração na China. A Domino's Pizza diz que ainda vê o país como uma oportunidade; sua operação por lá planeja abrir sua milésima ainda neste ano.
Infomoney - SP 07/08/2024
A balança comercial dos Estados Unidos mostrou déficit de US$ 73,109 bilhões em junho, menor que o saldo negativo de US$ 75 bilhões observado em maio, segundo dados divulgados nesta terça-feira (6) pelo Departamento do Comércio. O consenso LSEG de analistas previa um saldo negativo de US$ 72,5 bilhões.
Com o Brasil, os EUA mostraram um superávit de US$ 878 milhões, ampliando o saldo positivo de US$ 411 milhões contabilizado no mês anterior.
Em junho, os EUA exportaram para o Brasil US$ 4,246 bilhões em bens e serviços e importaram US$ 3,368 bilhões.
No mês, os maiores déficits comerciais dos EUA foram registrados com a China (US$ 22,3 bilhões), União Europeia (US$ 18,0 bilhões) e México (US$ 13,7 bilhões).
Globo Online - RJ 07/08/2024
A inflação está na casa de 4% e sua trajetória indica que a convergência para a meta de 3% não ocorrerá tão cedo. Para se ter uma ideia, a projeção do Banco Central (BC) para seis trimestres adiante — o intervalo de tempo necessário para a política monetária afetar a inflação de forma relevante — é de 3,2%, isso mesmo com taxa Selic mantida estável em 10,5% ao ano.
A preocupação do BC é clara.
Um fator crítico é a corrosão da credibilidade da autoridade monetária, como refletido nas expectativas inflacionárias desancoradas, ou seja, acima da meta. Atualmente, a projeção dos analistas para 2025 está em 4%, enquanto no mercado financeiro a taxa de inflação implícita ou embutida na negociação de títulos públicos indexados ao IPCA está na casa de 4,8%.
A desancoragem de expectativas é problema sério. Ela pode estimular maiores remarcações de preços, como, por exemplo, o repasse de reajustes salariais aos preços finais. Ao se acreditar que o BC aceitará uma inflação mais elevada, não haveria, pois, grande risco de o repasse ser um movimento isolado, que comprometeria o market-share da empresa.
Em sua comunicação, o BC tem dado destaque ao aquecimento do mercado de trabalho. Pudera, a taxa de desemprego está nas mínimas históricas, os ajustes salariais têm sido mais vantajosos aos trabalhadores e alguns setores encontram dificuldades para contratar mão de obra. É o caso da construção civil, cujo custo da mão de obra cresce a um ritmo de 7% — claro que com a inflação alta, o ganho salarial será corroído.
Quando se soma a esse quadro a baixa ociosidade de capacidade instalada, tanto na indústria como nos serviços, parece claro que a economia opera no chamado pleno emprego. Nessas condições, é maior o risco inflacionário, o que significa que não haverá espaço para corte de juros tão cedo.
Haveria, assim, justificativa clara para o BC retomar a política de elevação da Selic rapidamente. O cálculo, porém, é mais complexo, pois há muitas incertezas que reduzem a confiabilidade nas projeções de inflação. Vou elencar dois pontos principais.
Começando pelo quadro externo, ainda que a moeda norte-americana se mantenha forte nos mercados globais, inclusive por conta das muitas incertezas que estimulam o conservadorismo de investidores, há espaço para algum enfraquecimento do dólar, conforme se materialize o provável cenário de corte de juros pelo Fed (Federal Reserve, banco central americano) nos próximos meses.
Afinal, a economia nos EUA perde força de forma mais disseminada, com alta do desemprego, enquanto a inflação caminha para a meta de 2%.
Outro ponto é a transição do time do Copom (Comitê de Política Monetária), com a troca do presidente. Os ataques de Lula à política monetária alimentam as expectativas inflacionárias e fazem com que o próximo presidente já comece seu mandato enfraquecido.
O antídoto para isso seria Lula indicar rapidamente alguém com reputação sólida junto a investidores e de perfil independente. Isso reforçaria a credibilidade da meta de inflação. Promover alguém da atual diretoria a presidente não seria, por esse aspecto, uma boa opção.
Esses dois fatores de incerteza recomendam o BC aguardar para avaliar se será necessário ou não subir os juros. Melhor perseverar com discurso cauteloso e decisões unânimes, até que o quadro fique menos nebuloso e as projeções de inflação mais confiáveis.
Na escolha de política monetária, os custos e benefícios de cada opção precisam ser ponderados, inclusive o custo de a volatilidade dos juros machucar o setor privado, ainda sob estresse financeiro, prejudicando o investimento.
Na manutenção dos juros, o risco é de uma maior desancoragem de expectativas, aumentando o desafio do futuro BC. Já o aperto monetário agora estaria longe de propiciar sua reancoragem. Poderia significar jogar munição fora, no sentido de a ação não produzir o ganho de reputação esperado ao BC, pois, corretamente ou não, os agentes econômicos poderão temer que o próximo presidente irá cortar a Selic na primeira oportunidade. Se tiver de subir os juros, que o próximo BC o faça, reforçando sua reputação.
O risco fiscal é uma outra estória. Além do impulso à demanda em uma economia em pleno emprego, o impacto da política fiscal na taxa de câmbio traz risco adicional à inflação.
Veja - SP 07/08/2024
O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira, 5, que não faz sentido o Brasil ainda ter uma das maiores taxas de juro real do mundo, mesmo dispondo de fundamentos sólidos na economia.
“Não tem justificativa. Temos a segunda maior taxa de juro real do mundo e só perde para a Rússia, que está em guerra”, disse, na abertura do Congresso Aço Brasil.
Entre os fundamentos sólidos, Alckmin citou reservas cambiais de 370 bilhões de dólares, segurança jurídica, enorme mercado consumidor e recorde de exportações.
Alckmin destacou a importância do ajuste fiscal e disse que o governo vai cumprir o arcabouço fiscal. A expectativa é que, ainda neste semestre, ocorra uma redução das taxas de juros norte-americana e a brasileira, o que irá favorecer o crescimento da economia nacional.
“O mercado internacional enfrenta um grande estresse que deve ser passageiro. O Brasil tem a 6ª maior população do mundo, um mercado interno forte, amanhã sai o balanço das exportações de janeiro a julho com recorde. Temos reservas cambiais, e vejo com otimismo que a política fiscal será cumprida. Por isso, não tem razão o Brasil ter a segunda maior taxa de juro real do mundo. Isso atrapalha muito”, afirmou.
No mês passado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic, os juros básicos da economia, em 10,5% ao ano.
Indústria do aço
Em discurso, ele destacou que a indústria de aço é “a indústria das indústrias”, que sempre esteve na vanguarda da inovação. Com a política instituída pelo governo Lula, a Nova Indústria Brasil significa um avanço para o desenvolvimento econômico e social.
“Não há desenvolvimento econômico e social sem as indústrias”, afirmou o presidente em exercício, enfatizando que nos próximos dias estará disponível no mercado as Letras de Crédito do Desenvolvimento (LCD), que vão baratear o custo do crédito para as indústrias.
Essas letras são como as já existentes, do setor imobiliário e do setor agrícola (LCI e LCA, respectivamente), onde as pessoas físicas estão isentas de pagar imposto de renda quando aplicam nesse título.
Alckmin destacou que, até 2028, o Brasil receberá investimentos de R$ 100 bilhões no âmbito do Programa Mover, de descarbonização da indústria, e destacou que o país emite 55% de gás carbônico, um percentual bem abaixo do que em outros países, graças ao potencial energético.
De acordo com Instituto Aço Brasil, a produção brasileira de aço bruto atingiu 16,4 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2024, um crescimento de 2,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a dezembro de 2023, a produção foi de 31,9 milhões de toneladas, quando houve uma queda de 6,5% em relação a 2022.
O Estado de S.Paulo - SP 07/08/2024
A economia dos Estados Unidos passou três anos desafiando as expectativas. Ela emergiu do choque da pandemia mais rapidamente e com mais força do que muitos especialistas previram. Ela se mostrou resiliente diante da inflação e das taxas de juros mais altas que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) usou para combatê-la. A perspectiva que muitos analistas consideravam iminente, uma recessão, parecia cada vez mais um alarme falso.
Até agora.
Um relatório de empregos inesperadamente fraco na sexta-feira, mostrando uma contratação mais lenta em julho e um salto surpreendente no desemprego, desencadeou uma venda no mercado de ações, pois os investidores temiam que uma desaceleração econômica pudesse estar em andamento. Na segunda-feira, 5, esse declínio havia se transformado em uma derrota, com os mercados financeiros caindo em todo o mundo.
Alguns economistas disseram que os investidores estavam reagindo exageradamente a um relatório fraco, mas dificilmente desastroso, já que muitos indicadores mostram que a economia está fundamentalmente firme.
Mas eles disseram que também há motivos para preocupação. Historicamente, aumentos no desemprego como o de julho — a taxa de desemprego subiu para 4,3%, a maior desde 2021 — têm sido um indicador confiável de uma recessão. E mesmo sem esse precedente, há evidências de que o mercado de trabalho está enfraquecendo.
“Mesmo antes do relatório de emprego, já se viam alguns sinais reais de abrandamento no mercado de trabalho”, disse Jay Bryson, economista-chefe da Wells Fargo.
Bryson ainda espera uma “aterrissagem suave”, na qual a inflação arrefece sem uma ampla desaceleração econômica. Mas as chances de um resultado mais doloroso aumentaram. Outros analistas disseram o mesmo: no fim de semana, os economistas do Goldman Sachs disseram ver uma chance de 25% de uma recessão no próximo ano, em comparação com 15% antes da última rodada de dados econômicos.
Mais importante do que as previsões em si — que, afinal, têm se mostrado repetidamente não confiáveis — são os fatores subjacentes a elas. A economia americana não tem mais as reservas de força que a ajudaram a atravessar a recente turbulência. As famílias não têm mais a reserva de dinheiro acumulada durante a pandemia ou a demanda reprimida para gastá-la. As empresas não têm mais um acúmulo de empregos para preencher ou prateleiras para reabastecer.
Nada disso significa que uma recessão (uma contração real da economia) seja inevitável. Mas torna este momento econômico mais precário do que qualquer outro nos últimos anos.
Por que as previsões sombrias estão erradas (até agora)
Há uma diferença crucial entre as previsões de recessão anteriores e imprecisas e os últimos alertas: as previsões anteriores foram baseadas, na maioria, em padrões históricos e modelos teóricos. As novas são baseadas em evidências reais de uma desaceleração.
Quando os economistas começaram a prever uma recessão em 2022, a inflação estava alta e o Fed estava aumentando as taxas de juros agressivamente para tentar mantê-la sob controle. No passado, essas condições geralmente levavam a uma recessão: os formuladores de políticas tentam conter a demanda apenas o suficiente para reduzir a inflação, mas acabam ultrapassando o limite e causando demissões generalizadas.
Isso não aconteceu desta vez. Os consumidores e as empresas saíram da pandemia com muitas economias e relativamente poucas dívidas, o que os tornou menos sensíveis aos custos mais altos dos empréstimos. Ao mesmo tempo, o alívio das interrupções relacionadas à pandemia permitiu que as pressões inflacionárias se dissipassem sem exigir uma grande queda na demanda por bens e serviços.
“Todas essas regras normais que tendem a se aplicar tanto na experiência histórica quanto nos modelos teóricos foram muito diferentes desta vez”, disse Tara Sinclair, professora da Universidade George Washington que recentemente deixou um cargo no Departamento do Tesouro.
Como resultado, mesmo com muitos economistas alertando que uma recessão estava chegando, nunca houve muita evidência com base nos dados. As contratações, o crescimento dos salários e os gastos dos consumidores diminuíram, mas nenhum deles entrou em colapso. O desemprego permaneceu próximo de níveis mínimos nunca vistos em décadas. O Produto Interno Bruto (PIB), a medida mais ampla da produção econômica, continuou a crescer em um ritmo saudável e, às vezes, robusto.
Por que os temores da recessão voltaram a surgir
Agora, porém, as rachaduras estão começando a aparecer. Mais pessoas estão atrasando o pagamento de suas contas de cartão de crédito e de seus carros. Os pedidos de auxílio-desemprego começaram a aumentar. Os gastos gerais do consumidor permaneceram fortes, mas há sinais de que os consumidores de baixa renda estão recuando.
Os dados de emprego de julho foram o sinal de alerta mais claro até o momento. O crescimento do emprego desacelerou muito mais do que o esperado e se concentrou em alguns setores. O aumento na taxa de desemprego, o terceiro em quatro meses, foi suficiente para sugerir que uma recessão já poderia ter começado, de acordo com um indicador conhecido como Regra de Sahm.
Claudia Sahm, ex-economista do Fed que desenvolveu a regra, disse que as interrupções ocorridas durante e após a pandemia podem ter confundido seu indicador homônimo, assim como fizeram com tantos outros sinais de alerta de recessão outrora confiáveis. Mas ela disse que a lógica subjacente, de que mesmo pequenos aumentos no desemprego são motivo de preocupação, ainda se mantém.
“Considerando tudo o que sabemos, ou que achamos que sabemos, os Estados Unidos não estão em uma recessão”, disse Sahm. “Mas o risco de entrar em uma recessão, digamos, nos próximos três a seis meses? Esses riscos realmente aumentaram.”
Razões para otimismo
Ainda assim, segundo a maioria das medidas, a economia dos EUA está desacelerando, e não estagnando.
Os gastos do consumidor, a renda pessoal e o crescimento do emprego — todas as medidas usadas pelo National Bureau of Economic Research para determinar quando as recessões começam e terminam — permaneceram solidamente positivos. O PIB, ajustado pela inflação, cresceu mais rapidamente no segundo trimestre do que no primeiro, e espera-se que apresente outro ganho no terceiro trimestre. Outros dados recentes mostraram um crescimento de produtividade inesperadamente forte e um setor de serviços em recuperação.
Melhor ainda, a inflação arrefeceu significativamente, o que dá ao Fed mais margem de manobra para reduzir as taxas de juros se a economia se enfraquecer ainda mais, sem se preocupar tanto com o fato de que isso permitirá que os preços voltem a subir rapidamente.
Jerome Powell, presidente do Fed, indicou em uma entrevista coletiva na semana passada, antes do relatório de empregos ou da queda do mercado, que o Banco Central poderia reduzir as taxas já na próxima reunião, em setembro, algo que os investidores agora veem como quase certo. Alguns investidores esperam que o Fed intervenha ainda mais cedo, embora observadores cuidadosos do Fed considerem improvável uma ação emergencial desse tipo.
O desafio para os formuladores de políticas é que, depois de dois anos tentando desacelerar a economia, eles estão tentando fazer algo ainda mais delicado: fazer com que ela se estabilize. E eles estão tentando fazer isso com dados imperfeitos e, às vezes, contraditórios, usando ferramentas inadequadas para esses ajustes finamente calibrados.
“É muito difícil distinguir a diferença entre chegar à pista de decolagem e passar por ela”, disse Sinclair.
O Estado de S.Paulo - SP 07/08/2024
Boas notícias sobre produção industrial e emprego são más notícias sobre inflação, segundo a sabedoria do mercado financeiro. Por esse critério, os brasileiros têm motivos para se preocupar com seu poder de compra. Em junho, a indústria produziu 4,1% mais que no mês anterior e mais que compensou o recuo, de 1,8%, acumulado em abril e maio.
O último resultado mensal divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi 3,2% superior ao de um ano antes. Em 12 meses a indústria produziu 1,5% mais que no período anterior. Nos Estados Unidos, sinais de vigor na indústria são frequentemente seguidos de quedas nas Bolsas de Valores.
Melhoras no emprego também são vistas como prenúncios de preços em alta. “Bom momento do mercado de trabalho é alerta para a inflação”, avisa material da Conjuntura Econômica postado no site da Fundação Getúlio Vargas.
No Brasil, o desemprego no trimestre encerrado em junho ficou em 6,9%. Desde 2014, essa foi a menor taxa estimada para esse período. Não se trata apenas de uma percepção registrada, tipicamente, no mercado financeiro. Dirigentes de Bancos Centrais, como ocorre também no Brasil, costumam relacionar desemprego baixo, ou em queda, com maiores pressões inflacionárias.
Esse risco é destacado na ata da última reunião do Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC): “Concluiu-se que o processo desinflacionário arrefeceu e que os níveis de inflação corrente acima da meta, em contexto de dinamismo da atividade econômica, tornam a convergência da inflação à meta mais desafiadora”.
Projeções de inflação têm crescido, no mercado brasileiro, juntamente com as expectativas de crescimento econômico. Em quatro semanas, a inflação projetada para este ano subiu de 4,02% para 4,12%, segundo o boletim Focus. No mesmo intervalo, a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) estimada para 2024 aumentou de 2,10% para 2,20%.
Se essas estimativas estiverem corretas, a alta dos preços ao consumidor ficará no limite de tolerância, 4,50%, mas bem distante do centro da meta, fixado em 3%. No mesmo intervalo, a inflação esperada para 2025 aumentou de 3,96% para 3,98%, mas o aumento calculado para o PIB recuou de 1,97% para 1,92%.
A evolução dos preços calculada para os dois anos parece divergir das expectativas de avanços do PIB e do câmbio. Segundo o boletim, o dólar projetado para os meses finais deste ano e do próximo deve ficar em R$ 5,30. A taxa básica de juros deve continuar em 10,5% em dezembro de 2024 e situar-se em 9,75% um ano depois. Se os fatos confirmarem as projeções dos juros, o Banco Central (BC) terá sido menos severo do que têm sugerido alguns analistas do setor financeiro.
Projeções sobre câmbio, preços e juros são especialmente difíceis, neste momento, por causa das incertezas quanto à evolução das contas públicas. O resultado primário das contas fiscais mencionado no boletim Focus (déficit de 0,70% do PIB nos dois anos) já é pior que o apontado pela equipe econômica do governo. Mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, notoriamente inclinado à gastança, pode arruinar qualquer estimativa, seja de sua equipe ou do pessoal do mercado.
A insegurança em relação às finanças federais é uma das causas mais evidentes da instabilidade cambial observada no Brasil. As oscilações do dólar são em parte explicáveis pela instabilidade internacional, mas a relevância das incertezas domésticas é inegável. Essa insegurança é alimentada em grande parte - talvez pincipalmente - por ações impulsivas e declarações desastradas do presidente a República.
Sem mencionar o presidente, a ata do Copom cita a percepção, no mercado, do “crescimento dos gastos públicos” e as dúvidas sobre “a sustentabilidade do arcabouço fiscal vigente”. São evidentes a preocupação com a gastança federal e a cobrança de maior cautela na gestão orçamentária. Por enquanto, mantem-se a taxa básica de juros de 10,5%. Mas a advertência é clara mo final do texto: o compromisso de levar a inflação à meta poderá envolver “ajustes futuros” no custo do dinheiro. Em outras palavras, caberá ao presidente Lula, por meio de uma política prudene, evitar uma nova alta dos juros.
Talvez o presidente espere da nova direção do BC, a partir do fim do ano, maior tolerância à irresponsabilidade fiscal. Se essa expectativa se confirmar, a conta da inflação maior será paga pelas famílias, com maior sacrifício para as mais pobres. Isso ocorrerá, no entanto, se o novo Copom estiver disposto a repetir os erros de política monetária cometidos durante o período da presidente Dilma Rousseff. Isso parece improvável. Muito mais fácil é esperar do presidente Lula escorrregões desse tipo. Mas isso dependerá, em boa parte, da concordância do ministro da Fazenda. Até agora, ele se tem mostrado avesso a participar dessa eventura.
O Estado de S.Paulo - SP 07/08/2024
Cidades inteligentes, eletrificação da mobilidade e indústrias eficientes e limpas são alguns dos imperativos do nosso tempo. O mesmo vale na corrida para evitar que a crise climática atinja um ponto de não retorno, comprometendo definitivamente a qualidade de vida no planeta. Contudo, pensar em qualquer uma dessas dimensões sem considerar o desenvolvimento de recursos minerais é um sonho vazio. Por essas razões e pelo seu papel determinante no desenvolvimento social e econômico, a indústria mineral é vital para qualquer projeto de futuro. O Brasil, felizmente, é um país privilegiado por suas riquezas minerais. Assim, sua competitividade internacional precisa estar entre as prioridades dos nossos governantes e legisladores.
Essa é uma indústria com grande concorrência global. E os olhos do mundo estão agora voltados para a África. Em 2025, começa a operar o complexo de Simandou, na Guiné, um projeto que fortalece, a rigor, o setor mineral australiano. De Simandou sairão em breve 60 milhões de toneladas por ano de minério com alto teor de ferro, forte competidor para o minério de Carajás (PA), o qual, embora reconhecido globalmente, enfrenta, além da concorrência, o fogo amigo de exacerbações de aspectos regulatórios e tributários.
Historicamente, o desempenho minerário da Austrália tem forte conexão com o que acontece com o setor regulatório, no Brasil. Períodos de restrições nas emissões de licenças coincidem com o avanço das mineradoras australianas em volume de produção e fatias de mercado. Traduzindo em números, em 2007, o Brasil, por meio da Vale, produzia 295 milhões de toneladas de minério de ferro, enquanto a Austrália registrava produção de 290 milhões de toneladas. Em 2023, 16 anos depois, a produção brasileira de minério totalizou 321 milhões de toneladas, comparada a 863 milhões de toneladas dos concorrentes australianos. O contrário também é verdadeiro: o início da produção em Carajás freou o avanço dos concorrentes – evidência da razão direta entre novos projetos minerários e desenvolvimento econômico.
A mineração brasileira – a mais tributada do mundo, segundo estudo recente da Ernst & Young Global (EY) – pode se tornar a única no planeta a recolher Imposto Seletivo (IS), conforme previsão da reforma tributária ora em tramitação no Senado. O imposto do pecado, como é jocosamente chamado, serve para desestimular o consumo de itens como bebidas alcoólicas e cigarro, mas pode, por aqui, prejudicar a competitividade global da atividade mineral.
Desestimular a indústria mineral não dificulta apenas o avanço do setor, mas também impacta negativamente a economia como um todo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), no primeiro semestre de 2024, a arrecadação do setor foi de R$ 44,7 bilhões, com geração de mais de 5.400 novos empregos, de janeiro a maio. No total, são 218 mil empregos diretos, com outros 2,5 milhões de postos indiretos. Para além da indústria com números e dimensões relevantes, em 2023, o setor respondeu por 32% do saldo da balança comercial brasileira, ou US$ 31,95 bilhões do total de US$ 98,84 bilhões.
O cenário global hoje depende de políticas públicas e estratégias setoriais que se coordenem para aplacar grandes desafios como a crise climática. Entre os atores com capacidade para liderar essas mudanças, estão as mineradoras e toda a cadeia a elas atrelada. É impossível, por exemplo, considerar a descarbonização da economia sem envolver a mineração.
No caso da Vale, as metas já alcançadas e as futuras impulsionam transformações globais. A empresa atingiu, em 2023, a meta de 100% de consumo de energia elétrica renovável no Brasil – cabe ressaltar, dois anos antes da meta inicial. A nova fronteira é a de alcançar o mesmo nível para a Vale no mundo todo, até 2030. Recentemente, o mercado conheceu o briquete, inovação brasileira da mineradora, que reduz em até 10% as emissões no alto-forno – estágio imprescindível para chegarmos, em breve, ao aço verde.
Paralelamente às inovações em minério, a Vale trabalha em soluções de descarbonização com mais de 50 clientes e atua nos projetos de mega-hubs para produção de itens de siderurgia de baixo carbono. A Vale Base Metals, focada em minerais críticos para a transição energética, contribui para posicionar o Brasil como protagonista no combate à crise climática.
Para tanto, duas frentes principais precisam ser tratadas como urgências estratégicas para o País. Se modernizarmos a regulamentação, poderemos destravar a produção de minério de ferro de alto teor. Por outro lado, se ampliarmos o conhecimento do nosso subsolo, mais chances temos de produzir os minérios com maior potencial para acelerar a transição energética.
Em uma era com alta demanda por minérios de qualidade, e em acelerada transformação tecnológica, remover entraves e desenvolver o potencial da indústria mineral podem fortalecer a posição do Brasil na liderança da descarbonização, gerando empregos, divisas e elevando a arrecadação. As oportunidades estão nas nossas mãos e a mineração é uma perspectiva de futuro que o Brasil não pode desperdiçar.
Infomoney - SP 07/08/2024
Os preços futuros do minério de ferro caíram nesta terça-feira, com perdas mais amplas motivadas por cortes de produção entre as siderúrgicas da China, principal mercado consumidor do minério, e com a continuidade de estoques elevados nos portos, que pesaram sobre o sentimento.
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China contrariou a recente tendência de alta, caindo 1,42%, para 763 iuanes (106,78 dólares) a tonelada, depois de subir quase 2% na segunda-feira.
O minério de ferro de referência para setembro na Bolsa de Cingapura caía 0,83%, a 102,95 dólares a tonelada.
Os preços do principal ingrediente da fabricação de aço foram atingidos pela diminuição do apetite de compra no curto prazo, depois que mais siderúrgicas chinesas registraram perdas, disseram os analistas.
“Esperamos que a produção de metais quentes sofra quedas mais significativas nesta semana, já que mais usinas tiveram perdas e o mercado de minério de ferro ainda não entrou no ciclo de desestocagem”, disseram analistas da Galaxy Futures em uma nota.
A produção média diária de metal quente entre as siderúrgicas pesquisadas caiu 1,2% na semana até 2 de agosto, para cerca de 2,36 milhões de toneladas, o menor nível desde o início de junho, enquanto a lucratividade recuou para 6,5%, de 15% na semana anterior, mostraram dados da consultoria Mysteel.
“Trata-se de uma correção normal para baixo após uma rápida alta de preços quando os fundamentos não são favoráveis”, disse Cheng Peng, analista da Sinosteel Futures, com sede em Pequim.
Os investidores e traders estão aguardando a direção de uma série de dados comerciais importantes que serão divulgados na quarta-feira.
Globo Online - RJ 07/08/2024
A Vale está vendendo parte do seu negócio em Omã, em uma transação que injetará US$ 600 milhões (R$ 3,4 bilhões) no caixa da mineradora brasileira.
A compradora é a gestora americana Apollo Global Management, que passará a deter 50% do Vale Oman Distribution Center (VODC). O ativo consiste em um terminal marítimo na cidade de Sohar e um centro de "blending" e distribuição de minério de ferro com capacidade de 40 Mtpa (milhões de toneladas por ano).
O terminal é estratégico pela centralidade geográfica — grosso modo, está equidistante entre Europa, Ásia e África — e por ter um cais de águas profundas capaz de receber os mega-navios da Vale.
Além do centro de distribuição, a mineradora também possui em Omã uma fábrica de pelotas capaz de produzir 9 milhões de toneladas ao ano. Esse ativo continuará sendo 100% detido pela companhia brasileira.
Desde 2009
A Vale foi a primeira empresa brasileira a se instalar no país do Oriente Médio, em 2009, quando ainda era comandada pelo CEO Roger Agnelli. Um ano depois, a estatal local Oman Oil Company se tornou sócia da operação ao comprar 30% do negócio. Em fevereiro do ano passado, a Vale adquiriu essa fatia e voltou a ser a única dona do projeto — até agora.
“A VODC opera no coração de uma das rotas comerciais mais movimentadas do mundo, e a transação é outro exemplo da capacidade da Apollo de financiar infraestrutura crítica da cadeia de suprimentos”, disse, em comunicado, Jamshid Ehsani, sócio da Apollo.
A conclusão da transação deve ocorrer ainda este ano, preveem as empresas.
O Oriente Médio é um dos focos da estratégia de crescimento da Vale hoje. Em junho, o CEO Eduardo Bartolomeu disse, em evento no Rio, que a mineradora tem potencial para dobrar suas vendas de minério na região por meio de "megahubs".
IstoÉ Dinheiro - SP 07/08/2024
O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega mantém sua atuação informal como consultor econômico do governo Luiz Inácio Lula da Silva, mas apontou em entrevista à Reuters que a intenção do presidente de indicá-lo a uma vaga no conselho da Braskem não avançou.
“Não sei o que está acontecendo, não recebi mais nenhuma informação a respeito”, afirmou Mantega na segunda-feira. Em junho, o ex-ministro disse que tinha sido sondado pela Casa Civil e que havia se colocado à disposição.
Em outra frente, Lula atuou no início do ano para emplacar Mantega em um cargo na cúpula da mineradora Vale, mas o plano não prosperou.
“Nenhuma possibilidade, mesmo porque eu não tenho nenhuma vontade de ir para lá”, disse.
Com o mercado reagindo negativamente às notícias publicadas ao longo do ano sobre a possibilidade dessas indicações, Mantega disse que não vê essa relação direta.
“Se você vai lá olhar as ações, vai ver que elas estão mais baixas do que quando eu poderia ir para a Vale. Quando se cogitava que eu pudesse ir, as ações estavam em 75 reais, hoje elas estão em 62 reais. Vai dizer que é por minha causa? Não é por minha causa. E da Braskem, bobagem, não tem nada a ver”, afirmou.
O ex-ministro, que já comandou a Fazenda, o Planejamento e o BNDES, disse estar se dedicando a escrever um livro sobre suas experiências no governo, argumentando que buscará combater “visões totalmente deturpadas”.
Mantega esteve à frente da Fazenda nos governos Lula e Dilma Rousseff, de 2006 ao início de 2015, e atos de sua gestão foram usados pelo Congresso como base para aprovar o impeachment de Dilma.
Sob Mantega, foi implementada a chamada nova matriz econômica, que buscava acelerar o crescimento por meio de desonerações, redução de juros e fortalecimento da infraestrutura. O modelo foi alvo de críticas de analistas, que atribuem à política os efeitos inflacionários e de deterioração das contas públicas que provocaram uma crise.
“Não teve nenhum ministro da Fazenda que ajudou tanto o setor empresarial quanto eu. Eu fiz desonerações, crédito barato, estímulo às empresas, estímulo à exportação, nós fizemos coisas muito boas”, afirmou o ex-ministro.
“Na luta política, aí tudo fica complicado. Os opositores têm que dizer que é um desastre, quebrou a economia, essas coisas. Mostre os dados, olhe os dados para você ver qual é o desempenho”, disse.
Investing - SP 07/08/2024
As exportações de minério de ferro do Brasil em julho se aproximaram de um recorde histórico mensal, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Os embarques de minério de ferro somaram 39,31 milhões de toneladas, quase igualando uma marca de dezembro de 2023 (39,33 milhões de toneladas, mas ficando levemente abaixo das 39,5 milhões de toneladas de dezembro de 2015.
O volume de julho representa uma alta de 24% na comparação com o mesmo período do ano anterior, com um alta na receita de 21,1%, para 2,9 bilhões de dólares, em meio a uma pequena redução nos preços.
No caso do açúcar, exportação cresceu 28,5% na comparação anual, para 3,78 milhões de toneladas, mas abaixo da máxima histórica de outubro de 2020, de 3,95 milhões de toneladas, segundo dados da série histórica da Secex, iniciada em 1997.
Outros produtos também tiveram bons desempenhos, como a carne bovina in natura somando 237,3 mil toneladas, alta de 47,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.
A carne bovina in natura já havia marcado um recorde antes mesmo de o mês acabar, apagando a máxima histórica registrada em junho, de 192,6 mil toneladas. Os embarques mensais renderam mais de 1 bilhão de dólares.
A soja registrou o maior volume para um mês de julho, com alta de 16% na comparação anual, para mais de 11 milhões de toneladas.
A receita com as exportações de soja, o principal produto de exportação do país, somaram quase 5 bilhões de dólares em julho, alta de 5,3% na comparação anual, apesar de uma redução nos preços.
Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios.
(Por Roberto Samora)
Quer saber qual ação comprar agora?
Com a disparada do mercado em 2024, muitas pessoas têm medo de colocar mais dinheiro em ações. Se você está em dúvida sobre onde investir, nossas estratégias comprovadas mostram as oportunidades mais promissoras.
Em 2024, a IA do ProPicks identificou 2 ações que já subiram mais de 150%, outras 4 que saltaram mais de 30% e mais 3 que se valorizam mais de 25%. É um histórico impressionante.
Com portfólios personalizados com ações do Dow, S&P, setor de tecnologia e empresas em crescimento, você pode explorar diversas estratégias para construir seu patrimônio.
Valor - SP 07/08/2024
Secretário-executivo do Ministério da Fazenda diz que governo gostaria de ter “maiores e mais amplos estímulos à indústria”, mas é preciso pragmatismo em relação às contas públicas
O presidente da República em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, afirmou que o governo fará “nos próximos dias” a regulamentação do mecanismo de depreciação acelerada, via edição de uma portaria no “Diário Oficial da União” (DOU).
“Depreciava uma máquina em 15 anos, nós vamos depreciar em dois. Claro que o valor não é tão alto como gostaríamos, mas o rigor fiscal é necessário”, declarou Alckmin durante evento da CNI na manhã desta terça-feira (6).
O programa Depreciação acelerada para modernização do parque industrial brasileiro vai destinar inicialmente R$ 3,4 bilhões em créditos financeiros para a compra de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos novos. A lei foi sancionada em maio. Falta regulamentação.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, disse que o governo gostaria de ter “maiores e mais amplos estímulos à indústria”, mas é preciso pragmatismo em relação às contas públicas.
Ele ponderou que o governo vai “trabalhar para que a gente aumente as políticas de incentivo à indústria”, sem dar mais detalhes. “Não há dogma, seja político, jurídico ou econômico”, disse, ao se referir às políticas industriais.
Automotive Business - SP 07/08/2024
O mercado de veículos eletrificados anda frustrando analistas e a indústria no mundo. Os números de vendas no primeiro semestre ficaram bem abaixo do esperado. Foram comercializados 5,1 milhões de unidades, alta de cerca de 20% no comparativo com 2023. No entanto, a expectativa era de uma alta de em torno de 30%.
“As vendas de veículos eletrificados têm sofrido com a baixa demanda, muito em função ainda do alto custo e infraestrutura de recarga ineficiente, que pesam na decisão de compra do consumidor”, disse Fernando Trujillo, da S&P Global.
Segundo ele, tanto montadoras como a cadeia de suprimentos global estão postergando parte dos investimentos anunciados. Além dos aportes, a indústria também reavalia as expectativas de vendas globais.
Nesta quarta-feira, o órgão da indústria automobilística britânica cortou sua previsão de vendas de veículos para este ano. A entidade atribuiu a nova estimativa à fraca demanda do varejo por veículos elétricos.
As vendas de carros novos no Reino Unido neste ano devem ficar em 1,97 milhão de unidades, abaixo da previsão anterior de 1,98 milhão de unidades, informou a Sociedade de Fabricantes e Comerciantes de Automóveis (SMMT).
A organização acrescentou que as perspectivas para o ano sugerem que uma transição tão rápida parece cada vez mais improvável, dadas as atuais condições de mercado. A estimativa é de que a participação de veículos elétricos no mercado geral caia de 19,8% para 18,5%.
No longo prazo, mercado deve acelerar
"O enfraquecimento da demanda, especialmente por veículos elétricos, apesar dos generosos descontos das fabricantes, é a principal preocupação", disse o chefe da SMMT, Mike Hawes, em comunicado.
Para Trujillo, esse movimento de adequação do mercado à demanda tem um impacto maior no curto prazo, mas a oferta deve manter a tendência forte de crescimento daqui para frente.
“Nossas projeções indicam que a produção global de elétricos em 2025 deve ser de apenas 20% do total, mas no longo prazo, em 2030 a estimativa é de que essa participação alcance 42% do total de veículos fabricados no mundo”, disse Trujillo.
Para este ano, a expectativa da S&P Global é de que sejam montados 12,8 milhões de carros elétricos, o que representará 15% do total de veículos produzidos no mundo.
IstoÉ Dinheiro - SP 07/08/2024
O diretor de Planejamento e Inteligência Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Herlon Brandão, afirmou nesta terça-feira, 6, que o setor de automóveis teve queda de importação no mês de julho, apesar do crescimento contínuo registrado ao longo do ano.
“A gente vem observando ao longo do ano um aumento muito grande na importação de automóveis, principalmente elétricos, mas em julho tivemos redução de 3,6% no valor motivado por queda de preço e um pequeno aumento de volume de 1%”, disse Brandão. Os dados foram divulgados há pouco pela Secretaria de Comércio Exterior do MDIC.
“Nos primeiros sete meses do ano tivemos praticamente um aumento de 100% na importação de veículos, mas arrefeceu neste mês de julho, tivemos mudança de tarifa que acaba desestimulando importação de veículos”, explicou o diretor.
Brandão destacou ainda que os bens de capital registraram o maior crescimento (28,5%) em julho entre categorias de importação. Já o combustível, segundo ele, foi a única categoria em queda de valor importado, disse.
Grandes Construções - SP 07/08/2024
A perspectiva mais positiva em relação à economia brasileira tem atingido um setor fundamental para o Produto Interno Bruto (PIB).
De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), a estimativa de avanço do segmento é de 3% em comparação a 2023 – no início do ano, a avaliação indicava um crescimento de apenas 1,3%.
De acordo com levantamento do Sebrae com dados da Receita Federal do Brasil, somente em junho deste ano mais de 24 mil novas empresas do setor foram abertas de Norte a Sul do país.
“O setor da construção civil é um indutor de desenvolvimento para os demais setores da economia. Os setores da indústria, de alimentos e turismo, entre outros, começam a se beneficiar das políticas públicas advindas do Nova Indústria Brasil e das ações do poder público”, avaliou o Gestor Nacional de Casa e Construção do Sebrae, Carlinho Santos.
“Para o Sebrae, essa perspectiva é vista como uma oportunidade de reforçar a participação de pequenos negócios na cadeia de valor da construção civil, com a premissa de fortalecer a indústria brasileira, tornando-a mais produtiva, competitiva e sustentável”, completou.
Para apoiar o setor da construção civil, o Sebrae sugere que as empresas busquem participar do Programa Brasil Mais Produtivo.
A iniciativa apoia as micro, pequenas e médias empresas para aumentar a produtividade, otimizar processos e promover a transformação digital dos seus negócios.
Somente no 1º semestre, a instituição acompanhou, por meio do Programa, quase 26 mil empresas que receberam consultorias da entidade.
Aproximadamente 22 mil foram orientadas por Agentes Locais de Inovação (ALI) em relação à produtividade, enquanto 4 mil receberam capacitações sobre transformação digital.
“O empreendedor, em especial da construção civil, passa por inúmeros desafios que requer a adoção de tecnologias, inovações e novos jeitos de fazer”, afirmou Santos.
“Frente a isso, o Sebrae e parceiros do Brasil Mais Produtivo possibilitam uma jornada estruturada e inovadora que visa aumentar a competitividade das pequenas indústrias brasileiras ao incrementarem medidas de produtividade, digitalização e sustentabilidade”, acentuou.
O gestor orienta ainda, para a digitalização dos negócios do setor, a adoção do BIM (Building Information Modeling, ou Modelagem da Informação da Construção).
Trata-se de uma metodologia suportada por ferramentas que permitem uma maior colaboração e integração entre todos os atores da cadeia da construção, desde a preparação até o pós-obra.
O Sebrae possui soluções capazes de apoiar neste caminho, além de programas como o Sebraetec e as jornadas de acesso a novos mercados para os empreendedores do setor de construção civil.
Além disso, o programa Construa Brasil visa facilitar a vida do empreendedor do segmento.
Globo Online - RJ 07/08/2024
A decisão do governo de limitar o financiamento de imóveis usados no âmbito da faixa 3 (famílias com renda de R$ 4,4 mil a R$ 8 mil) do Minha Casa, Minha Vida pode liberar recursos para financiar novos empreendimentos para pessoas das faixas de entrada do programa de moradia popular, avaliam especialistas. Manter o fomento ao mercado de usados, porém, apontam eles, é fundamental para as atividades de compra e venda no setor imobiliário, impulsionando inclusive o acesso a unidades novas.
Em paralelo, cresce o debate sobre como o Minha Casa, Minha Vida pode contribuir para resolver o esvaziamento residencial em áreas centrais das principais cidades do país.
A mudança no MCMV foi feita sob o argumento de que a fatia de recursos para financiar imóveis usados na faixa 3 saltou. Em 2022, essa parcela era de 7,34% do volume total. Este ano, bateu em 24,46%%, segundo dados compilados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).
Espera-se que as medidas do governo reduzam essa parcela para 19%. Assim, seria uma forma de resguardar recursos para construção de imóveis para as faixas 1 e 2 do programa, puxando a geração de emprego e renda no país.
Para o arquiteto e urbanista Washington Fajardo, ex-secretário municipal de Urbanismo do Rio de Janeiro, para avaliar o impacto econômico do MCMV é preciso olhar para o longo prazo, e considerar a criação de uma espécie de “cardápio” de soluções em moradia para além da construção de novas unidades, principalmente após a Covid, que deixou áreas centrais de grandes cidades do país esvaziadas.
— A pior coisa para o poder público é cuidar de uma área construída com infraestrutura ociosa e edifícios degradados, porque o município vai ter de investir (na manutenção) sem saber se terá geração de receita —argumenta ele. — O MCMV poderia ser a solução nessas áreas se incluísse o retrofit (reforma de edificações já existentes) como estratégia da política de habitação. É preciso mexer na regulação.
Efeito em áreas centrais
Nesse sentido, ele cita o projeto do Porto Maravilha — de revitalização da região portuária carioca a partir da construção de infraestrutura urbana e incentivo a projetos comerciais e residenciais — e o Reviver Centro, ancorado na reforma de imóveis para moradia na área central do Rio de Janeiro.
— Construção nova com subsídio em áreas centrais revitaliza toda uma geografia econômica ao redor desses imóveis, com impacto positivo de avanço em varejo, bares e restaurantes, educação. É algo que não ocorre com essa força nas periferias — conta Fajardo.
Ele destaca que imóveis populares, sobretudo para a faixa de entrada do MCMV, para famílias com renda de até R$ 2.640, instalados em pontos demasiadamente afastados dos grandes centros resultam numa experiência de moradia de menor qualidade e menos benefício à economia.
Isso se traduz, diz ele, em residências em áreas de pouca oferta de transporte, de maior insegurança e menos infraestrutura urbana, incluindo saúde e educação. Como estão em regiões onde a informalidade do trabalho é mais alta, o impacto econômico é reduzido, explica o urbanista.
Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos de Construção do FGV Ibre, entende que a nova oferta de habitação popular ajuda na geração de emprego e renda. Mas defende o financiamento de imóveis usados como instrumento para estimular o giro do mercado, permitindo que mais famílias possam vender seus imóveis e adquirir outros, incluindo novos.
— Há duas questões em jogo que deixam o cobertor curto. Uma é que o FGTS (que financia o MCMV) tem limite. A outra é que o juro está alto. E o MCMV é a única ferramenta de acesso à moradia para muitas famílias — conta ela. — Em 2023, o programa abraçou uma parcela maior da classe média, e o recurso disponível ficou mais disputado, crescendo as contratações para imóveis usados. Faz sentido restringir na faixa mais alta para focar em quem mais precisa.
Ana Maria destaca que, sobretudo na faixa 1, a necessidade de recursos vem limitando a oferta, que encolhe diante da restrição fiscal.
“O MCMV poderia ser a grande solução nessas áreas se incluísse ainda o retrofit (reforma de edificações já existentes) como estratégia da política de habitação”, Washington Fajardo, ex-secretário municipal de Urbanismo
— E tem outras coisas trazidas ao debate, como atuar em melhoria (reforma) e locação habitacional, que ainda não vemos acontecer. Há outras formas de alcançar as famílias de menor renda.
Renato Correia, presidente da Cbic, salienta que a construção civil alcançou 2,92 milhões de trabalhadores formais em junho, subindo de 2,59 milhões em igual mês de 2023 e retornando a patamar próximo ao de novembro de 2014, de 2,97 milhões.
— Reduzir recursos para imóveis usados vem para não limitar a construção de novos e diminuir a geração de emprego. E, nos novos, os desembolsos acontecem ao longo da produção. No (crédito para) usado, é de imediato — diz ele.
Correia reconhece a importância de financiar os usados, mas pondera que isso deveria ser feito por meio de outras fontes de recursos, já que o FGTS é a “única ferramenta para financiar moradia de interesse social”. De outro lado, ele reconhece que é preciso atuar para resolver o esvaziamento dos centros urbanos:
— As cidades cresceram para longe dos centros, onde há infraestrutura pronta, de água, transporte e outras. É preciso um plano de reocupação, e o MCMV já percebeu isso. Cidades como Rio, São Paulo e Recife já atuam com este foco. E a Cbic está fazendo um levantamento que sai no fim do mês sobre gargalos nessas áreas, de regulação a financiamento, para buscar soluções.
O Estado de S.Paulo - SP 07/08/2024
O preço médio anunciado dos imóveis residenciais no País subiu 0,76% em julho, representando uma aceleração em comparação com junho, quando aumentou 0,61%. O resultado de julho foi a maior alta para o setor em mais de uma década. O pico foi registrado em janeiro de 2014, quando chegou a 0,77%.
Os dados divulgados nesta terça-feira, 6, são do Índice Fipezap, pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com base nos anúncios de classificados de imóveis residenciais prontos. A pesquisa contabiliza os valores pedidos, não os valores dos negócios fechados.
A partir desta publicação, o Índice Fipezap ampliou de 50 para 56 o total de cidades onde os preços dos imóveis são pesquisados. Foram incluídas seis capitais ao escopo.
Em julho, 52 das 56 cidades tiveram elevação no preço médio de venda anunciado, sendo 20 das 22 capitais monitoradas. São elas:
Salvador (2,44%)São Luís (1,76%)Curitiba (1,43%)João Pessoa (1,32%)Aracaju (1,18%)Goiânia (1,17%)Fortaleza (1,15%)Natal (1,06%) Belo Horizonte (1,03%) Teresina (1,03%)Brasília (0,80%) Porto Alegre (0,79%) Florianópolis (0,75%)Cuiabá (0,74%) Belém (0,67%) São Paulo (0,60%) Recife (0,36%) Rio de Janeiro (0,30%) Manaus (0,27%)Vitória (0,05%)
Em contraste, houve queda nos preços em Campo Grande (-0,63%) e em Maceió (-0,05%).
Nos primeiros sete meses de 2024, os preços subiram 4,34%, o que mostra uma valorização de fato, tomando por base a inflação (medida pelo IPCA) acumulada de 2,79% para o mesmo período.
No acumulado dos últimos 12 meses até julho, houve expansão de 6,53%. O resultado também ficou acima da inflação (IPCA), de 4,42% no período.
O levantamento mostrou ainda que o preço médio anunciado chegou a R$ 9.082 por metro quadrado no País. Em São Paulo foi a R$ 11.077/m², no Rio, R$ 10.131/m², e em Brasília, 9.254/m². A cidade com o valor mais alto do metro quadrado no País é Balneário Camboriú (SC), com R$ 13.379/m², seguido de Itapema (SC), na mesma região, com R$ 13.166/m².
Valor - SP 07/08/2024
Entre as concessões que podem ganhar aditivos estão Ecovias, Ecopistas, Cart, Tamoios e SPMar
O governo de São Paulo analisa a possibilidade de incluir ao menos R$ 15 bilhões de novas obras em concessões rodoviárias existentes, segundo Rafael Benini, secretário de Parcerias em Investimentos do governo paulista.
Entre as concessões que podem ganhar aditivos estão a Ecovias (sistema Anchieta-Imigrantes) e a Ecopistas (corredor Ayrton Senna-Carvalho Pinto), ambas da Ecorodovias; a Cart (Concessionária Auto Raposo Tavares), do Pátria, a Tamoios, da Queiroz Galvão, a SPMar (Rodoanel Sul e Leste), do grupo Bertin, e a Via Colinas e Rodovias do Tietê, da Via Appia (do Starboard).
“Temos algumas negociações andando, mas é cedo para prometer, estamos estudando projetos executivos, fazendo pacote de obras, visando aumentar a malha rodoviária”, disse ele ao Valor.
Segundo o secretário, cada concessão tem uma peculiaridade, e a forma de reequilíbrio dos contratos para a inclusão dos investimentos será analisada individualmente. “Cada caso é um caso, mas todos os reequilíbrios estão na mesa. Pode ser um aumento pequeno de tarifa, extensão de prazo da concessão, aporte do Estado, a receita que as obras vão trazer, tudo entra na negociação”, afirmou.
Um dos aditivos em debate é a construção de uma terceira pista na rodovia dos Imigrantes, pela Ecovias. As conversas envolvem obras em torno de R$ 6 bilhões. Outra concessionária da Ecorodovias que faz parte das conversas é a Ecopistas, na qual se discute um prolongamento da rodovia Carvalho Pinto, em um investimento estimado em R$ 2 bilhões pelo secretário.
Na concessão da Tamoios, uma possibilidade é fazer a duplicação da SP-55 (rodovia Manuel Hipólito Rego) entre Caraguatatuba e Ubatuba, com investimento previsto de ao menos R$ 1,5 bilhão. Com a Cart, o Estado analisa um prolongamento da concessão até Echaporã ou Marília, com a inclusão obras entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões.
Na SPMar, concessão que está hoje em recuperação judicial, mas que poderá ser vendida futuramente, há discussões para a inclusão de R$ 2 bilhões de investimentos para novos acessos ao Rodoanel, como o Complexo Viário do Alto Tietê e o contorno de Itapecerica da Serra.
No caso das duas concessões recentemente compradas pela Via Appia, a Colinas e a Rodovias do Tietê, também há conversas para inclusão de investimentos, que correm juntamente com negociações para resolver reequilíbrios pendentes com as concessionárias. Ao todo, as novas obras podem somar entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões, em valores preliminares, segundo Brendon Ramos, presidente da empresa.
No caso da Tietê, é a concessionária que deve ao Estado, e as novas obras seriam uma forma de compensação. Está em debate incluir a duplicação de 89 km da rodovia Marechal Rondon, segundo o executivo.
Na Colinas também se discutem diversos novas intervenções: a duplicação de 8 km da Marechal Rondon, ampliação das marginais de Campinas, construção de terceira faixa na rodovia Santos Dumont em ambos sentidos, além da inclusão de investimentos para a manutenção do pavimento, que não estão previstos pelo contrato atual. Adicionalmente, se discute implantar o sistema de cobrança de pedágio “free flow” em alguns trechos. Ramos estima que haja uma extensão de dez a quinze anos na concessão.
“Devemos ter os primeiros projetos no fim de novembro, vamos protocolar na Artesp. O último projeto executivo deve ser entregue no início de janeiro. Com isso, o governo vai analisar”, afirma Ramos.
Procurada, a Ecorodovias afirmou que desenvolve os estudos desde o final de janeiro “para a concepção de uma nova ligação entre o Planalto e a Baixada Santista” e que o prazo para conclusão dos estudos é de 24 meses, prorrogáveis por mais 12 meses. “Com relação ao prolongamento da Rodovia Carvalho Pinto, a Ecopistas está à disposição do governo paulista para estudar, desenvolver projetos e, eventualmente, implantar a obra”.
A SP Mar afirmou que “há oportunidades para novos investimentos no Rodoanel Mário Covas” e que já iniciou estudos de viabilidade para projetos do Complexo Viário do Alto Tietê e do contorno de Itapecerica da Serra”.
A Tamoios afirmou que o governo solicitou projetos para as novas obras em março deste ano e que “o estudo será concluído no final de 2024”. O Pátria preferiu não comentar.
Monitor Digital - RJ 07/08/2024
Nos últimos cinco anos, o Novo Corredor Internacional de Comércio Terrestre-Marítimo expandiu seu alcance para 523 portos, divididos em 124 países e regiões.
Com seu centro operacional localizado no Município de Chongqing, no sudoeste da China, este corredor comercial conecta portos globais por meio de ferrovias, rotas marítimas e autoestradas através das regiões provinciais do sul da China, como Guangxi e Yunnan.
Mais de 30 mil trens de carga China-Europa já operaram através do corredor comercial, informou nesta segunda-feira o centro de coordenação de logística e operação do Novo Corredor Internacional de Comércio Terrestre-Marítimo.
De 2019 a 2023, o volume anual de frete através do corredor comercial de Chongqing aumentou 50%, 45%, 54%, 32% e 21% em termos anuais, respectivamente.
Nos últimos cinco anos, a variedade de mercadorias transportadas pelo corredor comercial saltou de mais de 80 para mais de 1.150 tipos, abrangendo uma ampla gama de categorias, incluindo produtos eletrônicos, veículos e componentes, máquinas, pequenos eletrodomésticos e alimentos. O corredor comercial já alcançou um equilíbrio próximo entre as remessas de entrada e saída.
Contando com o corredor rápido e eficiente, produtos especiais do oeste da China, como suco de bagas de goji e vinho tinto de Ningxia, laranjas de Chongqing e chá de Guizhou, têm se tornado novos impulsionadores de crescimento para o comércio exterior local. Além disso, a exportação de veículos de nova energia dessas regiões ocidentais acelerou, com empresas automobilísticas locais estabelecendo fábricas em países do Sudeste Asiático.
Além disso, produtos especiais do Sudeste Asiático, como duriões tailandeses e peixes basa vietnamitas, estão entrando no mercado chinês mais rapidamente pelo corredor.
O corredor não apenas promove a abertura e o desenvolvimento do oeste da China, mas também cria novas oportunidades para os países participantes da Iniciativa Cinturão e Rota, disse o centro de coordenação de logística e operação do Novo Corredor Internacional de Comércio Terrestre-Marítimo.
O Estado de S.Paulo - SP 07/08/2024
A Petrobras informou na segunda-feira, 5, a descoberta de gás natural na Bacia de Guajira, na Colômbia, após a perfuração de um poço localizado em águas profundas, a 31 quilômetros da costa e em uma profundidade de 804 metros. De acordo com a companhia, a operação no poço denominado Uchuva-2 teve inicio em 19 de junho. O poço agrega informações relevantes para o desenvolvimento de uma nova fronteira de exploração e produção no país, reforçando o potencial volumétrico para gás na região.
Segundo detalhado pela Petrobras, o Uchuva-2 dá continuidade às atividades de exploração realizada no poço Uchuva-1, descoberto em 2022 na Colômbia. O Uchuva-2 está sendo executado em cinco fases e o intervalo portador de gás foi constatado na fase 4 da perfuração, por meio de perfis elétricos, que serão posteriormente caracterizadas por meio de análises de laboratório.
De acordo com o comunicado, o consórcio formado pela Petrobras como operadora, com a participação de 44,44%, em parceria com a Ecopetrol, que detém 55,56%, é responsável pela exploração de gás na região e dará continuidade às operações para concluir o projeto de perfuração do poço até a profundidade prevista e para caracterizar as condições dos reservatórios encontrados, com a previsão de realização de um teste de formação até o final deste ano.
“A atuação da Petrobras no Bloco Tayrona está alinhada à estratégia de longo prazo da companhia, visando à recomposição das reservas de petróleo e gás por meio de exploração de novas fronteiras e atuação em parceria, assegurando o atendimento à demanda global de energia durante a transição energética”, diz a Petrobras em nota.
Valor - SP 07/08/2024
A estatal confirmou a descoberta de gás natural na Bacia de Guajira
A descoberta de gás natural na Colômbia confirmada pela Petrobras na segunda-feira (5) tem como principal beneficiado o país andino. Porém, pode ajudar a companhia a aumentar as reservas, num momento em que se discute o declínio do pré-sal a partir da próxima década, de acordo com analistas ouvidos pelo Valor.
A Petrobras confirmou a descoberta de gás natural na Bacia de Guajira, após a perfuração de mais um poço exploratório em um bloco chamado Tayrona, do qual é operadora. A companhia já havia descoberto gás em 2022, com a perfuração do poço Uchuva-1. Agora, com o Uchuva-2, a presença de gás foi confirmada e agrega informações para o desenvolvimento do bloco. A Petrobras disse em nota que segue com os estudos em relação às descobertas nos poços Uchuva-1 e Uchuva-2.
“A partir do término da perfuração do poço Uchuva-2 e da realização do seu teste de formação previsto, a Petrobras obterá mais informações para aprofundar os estudos e avançar no plano de desenvolvimento para a área, que será oportunamente apresentado à Agência Nacional de Hidrocarbonetos (ANH) Colombiana, dentro dos prazos estabelecidos no Contrato de Concessão de Exploração e Explotação na Colômbia.” A estatal informou ainda que não possui produção local na Colômbia.
Segundo Eric Eyberg, chefe da área de gás e energia da S&P Global, ainda vai demorar para saber se será possível exportar o produto para outros países, como o Brasil, em forma de gás natural liquefeito (GNL). Eyberg afirmou que neste primeiro momento a Colômbia precisa aumentar a oferta doméstica de gás, e a descoberta da Petrobras irá favorecer o cenário para o país: “A Colômbia tem uma falta estrutural de oferta de gás no mercado, depende de importação de GNL, que tem preço alto. O ‘offshore’ tem a possibilidade de reverter a situação a médio e longo prazos.”
Eyberg pondera que o GNL tem dificuldades logísticas e é caro, por isso ainda não é possível afirmar a viabilidade da compra do gás colombiano pelo Brasil. Segundo levantamento da S&P Global Commodity Insights, a produção colombiana de gás, que estava em cerca de 27 milhões de metros cúbicos por dia em 2015, tende a chegar aos quase 22 milhões de metros cúbicos por dia em 2025.
Para Victor Arduin, analista de inteligência de mercado da consultoria Hedgepoint, a descoberta reforça a capacidade técnica da Petrobras em explorar recursos energéticos em águas profundas. “Outro ponto positivo é a companhia estar alcançando novas fronteiras de exploração, algo importante visto que, nos próximos anos, a produção do pré-sal entrará em declínio”, disse.
A Petrobras tem participação de 44,4% no bloco de Tayrona, em parceria com a Ecopetrol, que tem fatia de 55,5%. A perfuração de poços continuará até o fim deste ano para realização de um teste de formação.
As reservas da Colômbia não têm relação com a Margem Equatorial, mas a descoberta ocorre quando a Petrobras recorre contra negativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) à licença para perfurar um poço de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas (AP). A Margem é considerada uma das últimas novas fronteiras exploratórias do país.
O gerente-executivo de gás da Petrobras, Álvaro Tupiassú, disse ontem em evento que a estatal tem conversado com companhias argentinas para viabilizar a entrega de gás do país vizinho ao Brasil: “Acreditamos que é um potencial a ser considerado. A Argentina tem reservas importantes de gás.”
Valor - SP 07/08/2024
“A América Latina é o principal destino para companhias de produção em crescimento”, nota diretora da consultoria
Dos 61 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) descobertos em campos marítimos e terrestres no mundo desde 2020 até este ano, 40% foram na América Latina, conforme levantamento da S&P.
Claudia Passagno, diretora da consultoria, avalia que a América Latina é uma das regiões mais atraentes do mundo para produção do chamado “petróleo comum”, que não seja o gás de xisto (“shale gas”, em inglês).
“A América Latina é o principal destino para companhias de produção em crescimento”, disse no fórum de energia da S&P no Rio nesta terça-feira.
“A América Latina tem sido cada vez mais o destino de fusões e aquisições que buscam potencial de exploração em larga escala em offshore e com ativos de risco relativamente baixo.” Ela reforçou ainda que as petroleiras independentes têm tido papel importante.
Dentro da região, o Brasil respondeu por 32% das descobertas desde 2020, quase empatado com a Guiana, que teve 31%.
O Estado de S.Paulo - SP 07/08/2024
A Petrobras está conversando com empresas argentinas para encontrar uma forma de trazer gás natural argentino para o Brasil, disse nesta terça-feira, 6, o gerente executivo de Gás e Energia da Petrobras, Álvaro Tupiassú. No início de julho, a presidente da estatal, Magda Chambriard, anunciou a intenção de apostar na sinergia entre Brasil, Bolívia e Argentina, países interligados por gasodutos.
“O gás da Argentina é um potencial a ser considerado. A Argentina tem recursos que podem virar reservas, e há chance de que parte desse gás, de forma flexível, possa fluir em outros países”, disse o executivo durante painel no Fórum de Energia Rio, promovido pela S&P Global.
Para ele, a diversificação dos agentes trazida pelas mudanças nas regras do setor de gás está sendo fundamental para aumentar a oferta do insumo no País. Ele citou a Rota 3, que vai trazer gás dos campos do pré-sal a partir deste ano, e afirmou que o País vai precisar cada vez mais gás para térmicas, à medida que as energias renováveis, intermitentes, não param de crescer no Brasil e precisam de geração firme para suportá-las.
“Hoje, quando acordei, a Petrobras estava gerando 500 megawatts (MW). Às duas da tarde já estava em 2,5 gigawatts (GW) e vai ficar gerando isso à noite, mas acordo de novo com 500 MW”, explicou, ressaltando a intermitência das energias renováveis. “Temos informação de retorno de construção de novas usinas térmicas na Arábia Saudita, Estados Unidos, mercado asiático. Isso tende a se intensificar, porque vai entrar mais energia renovável e é o conjunto que funciona”, concluiu.
Também para a vice-presidente de Estratégia e Desenvolvimento de Negócios da Equinor, Claudia Brun, presente no mesmo painel, a diversificação de agentes do setor tem sido bem vinda, assim como a de novas fontes de gás, mas ainda não é suficiente. “A gente precisa de mais gente para pagar o transporte, que é caro e vai ficar mais caro”, observou Brun.
Para ela, é preciso aumentar a liquidez do mercado de gás, ou não terá mercado para justificar investimentos. Outra avaliação da executiva é de que chegou a hora de rever os sistemas de leilões no Brasil. “É preciso repensar contratos de Concessão e Partilha no País”, disse Brun, sobre os dois sistemas de ofertas de blocos de petróleo e gás natural.
TN Petróleo - RJ 07/08/2024
Realizada entre os dias 22 e 26 de julho, a Semana do Petróleo, Gás e Energia segue a repercutir e atrair os olhares do Brasil para Sergipe. Por ocasião da programação, conduzida pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) anunciou a projeção de investimentos de R$ 32 bilhões em Sergipe até 2028.
A expectativa inclui atividades como perfuração, completação e arrasamento de poços, levantamento sísmico, teste de formação e de longa duração e descomissionamento de instalações. A maior parte dos recursos está estimada para 2028, chegando a R$ 13,68 bilhões. Ainda para 2024, o valor deve chegar a R$ 1,4 bilhão. Para 2025, são R$ 3 bilhões previstos; seguidos de R$ 6,1 bilhões em 2026 e R$ 7,8 bilhões em 2027.
Também de acordo com a ANP, o pagamento de royalties ao estado deve crescer de R$ 56,9 milhões em 2021 para R$ 135,4 milhões em 2028. Já os municípios deverão receber R$ 359 milhões, em contraste aos R$ 223 milhões destinados em 2021. Grande parte dos investimentos mencionados pela ANP, que foram listados pelo seu diretor-geral, Rodolfo Saboia (foto), se enquadram no âmbito do programa Sergipe Águas Profundas (Seap), da Petrobras.
A companhia se encontra em momento de revisão do modelo de contratação das duas plataformas a serem instaladas na bacia Sergipe-Alagoas, segundo expressou a diretora de Exploração e Produção (E&P), Sylvia dos Anjos, durante passagem por Sergipe no último dia 26. Na oportunidade, a diretora também frisou que a companhia mantém a projeção do Seap para 2028, embora, em função da nova licitação, haja possibilidade de que o prazo se estenda para o ano seguinte. O projeto Sergipe Águas Profundas inclui sete campos de produção e previsão de exportar 18 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural, além de 240 mil barris de petróleo por dia.
A ANP também estuda a inclusão de 72 blocos terrestres da bacia Sergipe-Alagoas na Oferta Permanente da agência. Segundo Rodolfo Saboia, a bacia é uma das apostas para dobrar a produção de gás natural no Brasil até 2030. No início de agosto, também foi anunciada a aprovação da revisão dos planos de desenvolvimento de sete campos de exploração, incluindo os de Aruari e Castanhal, que se localizam na bacia de Sergipe. Nos dois campos, as fases de produção foram prorrogadas para o dia 5 de agosto de 2052. Ambos são operados pela Carmo Energy, com 100% de participação.
Para o secretário do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia, Valmor Barbosa, as declarações da ANP e da Petrobras refletem o protagonismo do estado no setor. “Sergipe é uma potência, e os principais atores do segmento de óleo, gás e energia reconhecem os esforços do Governo do Estado para desenvolver esse potencial. Durante o Sergipe Oil & Gas, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, parabenizou a administração estadual pela iniciativa de debater a modernização do contrato de gás canalizado e pelo trabalho de vanguarda rumo à harmonização regulatória. Com esse foco, seguimos na busca por gerar emprego, renda e desenvolvimento para os sergipanos”, sublinhou.
Contexto
Em paralelo à repercussão da Semana do Petróleo, Gás e Energia de Sergipe, o estado vive um período de aumento da produção de óleo e gás. Recente análise da Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (FIES), com base em dados da ANP, dá conta de que a produção de petróleo no mês de junho alcançou uma média de 8,8 mil barris por dia. Já a produção de gás em junho foi 3,9% maior frente ao mês anterior, somando cerca de 2 milhões de metros cúbicos.
Em comparação com junho de 2023, a produção de petróleo teve acréscimo de 47,3%. No acumulado de 2024, o quantitativo produzido chegou a 53,4 mil barris de óleo, representando crescimento de 55,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Semana do Petróleo, Gás e Energia
A programação da Semana do Petróleo, Gás e Energia reuniu diversos eventos vinculados ao setor, promovendo as potencialidades do estado no mercado nacional e internacional. Na grade de atividades estiveram a audiência pública sobre o contrato local de gás canalizado realizada pela Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Sergipe (Agrese); a terceira edição do Sergipe Oil & Gas; o Seminário de Transição Energética da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale); e a cerimônia de celebração do projeto de conexão do terminal de gás natural da Eneva à malha de transporte da TAG; entre outros eventos.
Associe-se!
Junte-se a nós e faça parte dos executivos que ajudam a traçar os rumos da distribuição de aço no Brasil.
© 2019 INDA | Todos os direitos reservados. desenvolvido por agência the bag.