Diário do Aço - MG 07/07/2023
A transição para uma economia zero carbono está levando a profundas mudanças na estrutura econômica dos países. Os setores produtores de energia fóssil - sobretudo petróleo e carvão - e aqueles que a utilizam, certamente terão que se reinventar. Surgirão também oportunidades mesmo para setores tradicionais, como a mineração e a siderurgia, desde que estes saibam aproveita-las.
Estudo da Fundação Getúlio Vargas (Rumo a Uma Transição Justa: Oportunidade para Minas Gerais), delineia as possibilidades que se abrem para a economia de Minas Gerais com a nova etapa que está sendo vivida pela economia mundial.
De um lado, Minas coloca-se como um grande fornecedor de minerais estratégicos para que a transição energética seja feita. É o caso do lítio, que tem trazido grandes possibilidades de desenvolvimento para o norte de Minas. Outros minerais – granatio, grafite, prata, vanádio, cobalto, - também se tornarão necessários para a utilização de novas fontes de energia. Tais minerais serão demandados sobretudo pelos países mais desenvolvidos, o que abre espaço para uma negociação entre países consumidores e fornecedores sobre transferência de tecnologias que impulsionem o desenvolvimento regional e termos de intercâmbio equilibrados e favoráveis, que gerem recursos que possam ser investidos em infraestrutura.
Numa outra vertente, toda a cadeia de valor impulsionada pela siderurgia também será beneficiada, uma vez que será necessário a produção de novos materiais capazes de utilizar as fontes de energia renovável. É o caso da indústria automobilística na transição para o uso de carros elétricos.
Para que esta oportunidade seja aproveitada, será necessário também vencer desafios.
“Alternativas como o briquete de minério de
ferro que gera menor emissão de CO2 na siderurgia
passam, portanto, a ter enorme importância”
O primeiro deles é que, em termos regionais, os efeitos econômicos desta oportunidade beneficiem também as regiões produtoras, para que não se repitam eventos históricos onde as economias minerais não se diversificam nem se fortalecem com este ciclo econômico. É o caso presente de diversos municípios brasileiros grandes produtores de minério de ferro e outros minerais, cuja economia ainda não se diversificou e que correm o risco de verem comprometido o futuro das gerações que ainda virão.
O segundo desafio é que o processo produtivo destes minerais e bens metalúrgicos seja descarbonizado e ambientalmente sustentável. O Banco Mundial introduziu o conceito de Climate Smart Mine (Mineração Inteligente para o Clima), que garantiria a extração e processamento sustentáveis de minerais e metais, minimizando a pegada climática em toda a cadeia de valor destes materiais. Alternativas como o briquete de minério de ferro que gera menor emissão de CO2 na siderurgia passam, portanto, a ter enorme importância.
O Plano Estadual de Ação Climática cita também a importância do uso de Hidrogênio Verde nos altos fornos das siderúrgicas para diminuição ou encerramento de uso de carvão mineral. O Estado do Ceará candidata-se hoje a ser o maior produtor brasileiro deste produto revolucionário.
Enfim, o mundo está mudando. Há uma revolução tecnológica em curso, similar a tantas outras, que sacudiram o sistema capitalista em nível mundial, gerando crises, riquezas, conflitos e oportunidades.
Estados produtores de petróleo e carvão - Rio de Janeiro; Bahia; Santa Catarina - deverão sofrer os efeitos da redução do consumo de combustíveis fósseis.
Minas Gerais e o Pará podem se beneficiar, reforçar sua indústria e mineração, absorver tecnologias de ponta e tornar-se competitivo em nível internacional. O recém lançado Plano Estadual de Ação Climática, apontando caminhos para a descarbonização da economia mineira até 2050 veio em ótima hora. Torna-lo uma realidade será um grande desafio para nosso Estado.
Agência Brasil - DF 07/07/2023
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta quinta-feira (6), mostra que a proposta da reforma tributária em votação na Câmara dos Deputados pode proporcionar 2,39% de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país), até 2032, em relação ao cenário sem nenhuma reforma. Segundo a análise, durante o período de transição, quando gradativamente se substitui o sistema antigo pelo novo, as simulações em todos os cenários evidenciam o crescimento do PIB.
A nota intitulada Propostas de reforma tributária e seus impactos: uma avaliação comparativa, do pesquisador do Ipea João Maria de Oliveira, traz um levantamento com 68 setores de atividade econômica, para as 27 unidades da Federação e compara com dez países com os quais o Brasil tem relação comercial.
As simulações revelam que as mudanças na estrutura tributária geram crescimento econômico. “As propostas de reforma promovem mudança estrutural em favor de setores com cadeia produtiva mais longa, com maior efeito multiplicador e, consequentemente, com maior produtividade. Assim, além de promover crescimento econômico, a reforma alinha a economia brasileira para crescer ainda mais”, disse o pesquisador, em nota.
Outro ponto abordado diz respeito ao resultado positivo para o saldo do emprego. “Ainda que os ganhos sejam pequenos, há aumento de emprego mais qualificado e de maior rendimento. Mas, com a mudança nos tributos, há ganhos reais na produtividade do trabalho, o que se configura como mais uma evidência de que a reforma tributária trará ganhos de alocação produtiva, pois estimula o aumento da oferta de emprego”, avalia o Ipea.
O pesquisador vê de maneira otimista o atual cenário. “Temos uma oportunidade agora com esse consenso criado entre estrutura produtiva, diversos setores, os três entes federativos e, principalmente, estados e municípios que são afetados de formas diferentes, dependendo da região. Acho que o consenso é possível, parece estar próximo e vai oportunizar que o Brasil esteja num estágio avançado de crescimento econômico”, concluiu.
O Estado de S.Paulo - SP 07/07/2023
A dificuldade que as empresas têm em se financiar é motivada não apenas pelo custo mais alto do crédito, mas também pela piora das condições colocadas pelos bancos, que ficaram mais cautelosos em emprestar para pessoa jurídica. O drama narrado por empresários teve, talvez, o seu momento mais pitoresco três semanas atrás, quando Luiza Helena Trajano, dona do Magazine Luiza, fez um apelo diretamente ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. “Se você não der um sinal, nós não vamos aguentar”, avisou a empresária durante reunião de lideranças do setor de varejo com Campos Neto.
De lá para cá, não pelo recado de Trajano, mas pela melhora nas expectativas de inflação, a comunicação do BC ganhou gradualmente um tom mais leve, e hoje a expectativa da maior parte do mercado é de que os juros comecem a cair no próximo mês.
De qualquer forma, a fala da varejista fez “viralizar” nas plataformas da internet o lamento frequente nos círculos empresariais. Uma pesquisa feita pela Abit, a associação que representa a indústria de confecção e produtos têxteis, mostra que as empresas do setor que contrataram crédito neste ano depararam-se, além dos juros mais altos, com prazos mais apertados para o pagamento.
Feito com fábricas da indústria têxtil que normalmente buscam financiamento com bancos comerciais tradicionais, o levantamento revela que, para mais da metade delas (52%), os prazos estão piores ou muito piores do que um ano atrás. Metade dos empresários do setor (50%) também aponta piora nas carências — isto é, o prazo dado pelos bancos para o início do pagamento do financiamento —, ao passo que 44% notaram maior exigência nos pedidos de garantia.
A Abinee, associação das fábricas de aparelhos eletroeletrônicos, questionou em sua sondagem mensal como o crédito está fluindo no setor. A resposta: 44% estão encontrando dificuldade para conseguir financiar o capital de giro, ou seja, compromissos financeiros de curtíssimo prazo. Junto com março, quando a mesma dificuldade foi apontada por 46% das empresas, foi o pior resultado para essa questão dos últimos três anos.
Os empresários aguardam ansiosamente o afrouxamento da política monetária para terminarem uma travessia feita sob juros, para usar a imagem de um deles, “asfixiantes”. Diretor-superintendente da Abit, Fernando Valente Pimentel diz que o crédito não acabou, mas ficou escasso e atingiu um custo que faz as empresas lutarem ao máximo para não ir ao sistema financeiro. “Não há negócio que pague os juros atuais. As empresas menores sofrem mais”, assinala.
Existem acertos na cadeia para aliviar a pressão do capital de giro. A Lojas Renner, por exemplo, antecipa recorrentemente, com caixa próprio, os pagamentos de metade de seus fornecedores. Essa corrente de crédito setorial representa, porém, um paliativo de curto prazo e tem limite porque o dinheiro ficou mais caro para todo mundo. “Lidamos com o problema de encurtamento de crédito, juros mais altos e queda no faturamento. São três problemas de grande magnitude”, observa Pimentel.
De acordo com Guilherme Dietze, assessor econômico da FecomercioSP, entidade que representa, em São Paulo, os setores de comércio, serviços e turismo, as empresas chegaram ao limite. Ficou difícil até mesmo formar estoques. Assim, continua Dietze, tem sido complicado negociar prazos de pagamento mais dilatados com fornecedores. “Todos estão apertados. O fornecedor também está pressionado por compromissos com seus próprios fornecedores. Da mesma forma, não é fácil para o varejo, em geral, antecipar pagamentos a fornecedores que precisam de liquidez, pois também vende a prazo”, resume o economista.
O Estado de S.Paulo - SP 07/07/2023
Há alguns anos, o economista Roberto Macedo forçou um tanto a comparação quando escreveu que a capacidade da política de juros de combater a inflação no Brasil é algo tão precário como pretender frear um carro contando apenas com o atrito com o ar produzido por uma antena externa de rádio.
Onde é adotado o regime de metas de inflação, os bancos centrais se valem apenas da administração da política monetária. Tratam de manter o volume de dinheiro na economia em nível tal que obtenha os juros (seu preço) desejados. Por meio de algumas correias de transmissão, como volume e preço do crédito, condução das expectativas do mercado e câmbio, procuram controlar a demanda de modo a conduzir a inflação à meta determinada pelo governo que, para esse fim, no Brasil, é o Conselho Monetário Nacional (CMN).
No entanto, por aqui a política monetária pode menos do que em outros países, não só porque a política fiscal gastadeira joga contra – pois emite moeda e aciona uma demanda excessiva –, mas porque controla apenas uma parcela das causas da inflação.
Não controla, por exemplo, os preços administrados, que compõem cerca de 25% da cesta de consumo medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), porque a variação de preços desses serviços e produtos não é determinada pela oferta e demanda no mercado. Seus reajustes são definidos por contratos ou pela regulação do setor público. Entre eles estão a conta de luz e de gás, preços dos combustíveis (até certo ponto), do transporte público, planos de saúde e correções automáticas de aluguéis.
Também escapam do controle dos juros os preços das commodities cotadas em dólares e convertidas em reais pelo câmbio do dia. Isso vale para grãos e proteína animal (café, trigo, soja, milho, frango), para os combustíveis e também para as commodities minerais.
Quando o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) oferece créditos a juros favorecidos, a transmissão da política de juros via crédito fica prejudicada e parte da demanda deixa de ser controlada.
E tem a inflação de custos. É a provocada por catástrofes naturais, guerras ou restrições geopolíticas. A pandemia de covid-19 desorganizou a produção e a distribuição no mundo inteiro. Peças, componentes e mercadorias acabadas ficaram retidos nos portos e os custos dispararam.
No Brasil, o Banco Central não controla o câmbio. Limita-se a intervir para evitar grandes flutuações. Cotações mais altas da moeda estrangeira, seja por eventos externos, seja por turbulências internas, produzem inflação na medida em que encarecem os importados. Um dólar mais barato tende a reduzir o impacto da inflação.
O governo conta com instrumentos mais poderosos de controle de inflação do que a tal anteninha do Banco Central. Quando o governo não ajuda, nem mesmo juros altos conseguem segurar os preços.
O Estado de S.Paulo - SP 07/07/2023
Aprovada na Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária foi bem recebida por empresários e economistas. Na visão deles, a mudança representa uma vitória para o País, que passará a ter um sistema tributário moderno e mais próximo das economias desenvolvidas.
“As empresas gastavam um tempo precioso apenas para seguir corretamente os regulamentos para pagar os tributos existentes hoje. Além de oneroso, gerava insegurança jurídica”, destaca o presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. De forma geral, os executivos e economistas avaliam que a reforma, reivindicada há décadas por eles, deve contribuir para melhorar a produtividade e o crescimento de longo prazo da economia brasileira.
“Do lado da produção, será um divisor de águas, viabilizando o desenvolvimento de projetos de agregação de valor em nosso País. E, se bem implementada, reduzirá substancialmente o diferencial de custo do Brasil”, afirma o presidente do conselho de administração da Iochpe-Maxion S/A, Dan Ioschpe, presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).
Para ser implementado, o texto da reforma ainda precisa ser aprovado pelo Senado em dois turnos. Veja abaixo a avaliação de empresários e economistas.
“O sistema tributário brasileiro, considerado um dos mais complexos do mundo, ganha frescor e modernidade”
Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do conselho de administração do Bradesco
“A aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados é uma boa notícia para todos os brasileiros. Ela representa a perspectiva de que podemos superar o grande desafio do crescimento de longo prazo, sustentável e robusto.
O sistema tributário brasileiro, considerado um dos mais complexos do mundo, ganha frescor e modernidade. O modelo aprovado foi amplamente debatido nos últimos quatro anos. Ele simplifica e desburocratiza para quem contribui, ao mesmo tempo que mantém a carga tributária. O sistema perde complexidade e ganha em eficiência e transparência.
Esta é a realidade: as empresas gastavam um tempo precioso apenas para seguir corretamente os regulamentos para pagar os tributos existentes hoje. Além de oneroso, gerava insegurança jurídica.
O próximo passo é consolidar uma melhora sistemática do ambiente de negócios no Brasil. Paradoxalmente, esse é um tema muito discutido, mas ao mesmo tempo bastante negligenciado na prática. O Brasil precisa que o tema, alinhado a um programa objetivo de aumento da competividade e produtividade, seja o centro das atenções do Executivo e do Legislativo. Senso de urgência seria a palavra de ordem.”
Reforma ataca ponto central para o País, que é a simplificação tributária
Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco
“As medidas indicam uma reforma técnica e que ataca um ponto central para o País, que é a simplificação tributária. Pelo que vimos até aqui, os benefícios da reforma estão concentrados em médio e longo prazos, considerando o tempo de implementação e os impactos das medidas.
Este olhar de futuro é fundamental, pois fortalece um compromisso de simplificação e eficiência longevo e contínuo. Uma agenda de curto prazo, voltada exclusivamente para arrecadação e geração de receita, com aumento de impostos, teria o efeito contrário, resultando em perda de competitividade e redução de investimentos em um País cuja carga tributária já é bastante relevante.”
Momento nunca esteve tão propício como agora para avançarmos em reformas estruturantes
Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual
“O momento nunca esteve tão propício como agora para avançarmos em reformas estruturantes, tão importantes para reduzir o custo de crédito no País e nos posicionarmos de forma mais competitiva no cenário internacional. Hoje temos uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo, com um sistema bastante complexo.
É preciso avançar nessa simplificação e ampliar a eficiência dos gastos públicos, pontos fundamentais para o aumento da produtividade da economia e para tornar o ambiente de negócios ainda mais favorável.”
Reforma será determinante para avanço do PIB e melhoria da renda
Dan Ioschpe, presidente do conselho de administração da Iochpe-Maxion S/A e presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI)
“A reforma tributária proposta pelo Congresso e apoiada pelo Governo, que altera os tributos incidentes sobre o consumo de bens e serviços, é o principal fator para a aceleração do desenvolvimento socioeconômico do nosso País.
Será determinante para o avanço do PIB e para a melhoria da renda, em especial das pessoas de menor poder aquisitivo.
Do lado da produção, será um divisor de águas, viabilizando o desenvolvimento de projetos de agregação de valor em nosso País. E, se bem implementada, reduzirá substancialmente o diferencial de custo do Brasil.”
Com a reforma, podemos ter um ambiente de negócios mais positivo, com menor custo de transações e com maior segurança jurídica
Ana Paula Vescovi, economista-chefe do banco Santander
“A reforma tributária é fundamental para elevar a produtividade da economia brasileira no longo prazo, dado seu potencial de redução do custo burocrático e de contencioso que hoje recai sobre as empresas e sobre o próprio governo.
Com ela, podemos ter um ambiente de negócios mais positivo, com menor custo de transações, e com maior segurança jurídica. Estamos otimistas com a aprovação da reforma e em relação à necessária convergência política para sua implementação ao longo dos anos. São medidas de que o Brasil precisa para se modernizar, e que podem melhorar a percepção sobre o País no exterior.
A discussão mais importante é melhorar o desenho e a eficiência do sistema tributário brasileiro: torná-lo mais simples, mais justo, sustentável e transparente. Outro benefício de uma reforma bem-sucedida seria tornar a economia brasileira mais atrativa para investimentos de longo prazo que melhorem nossa infraestrutura e nos ajudem a superar a chamada armadilha de renda média.”
“Importante passo para simplificar o cipoal que é o sistema atual
Fabio Barbosa, CEO da Natura&Co
“Importante passo para simplificar o cipoal que é o sistema atual. Ajustes serão necessários, claro, mas a regulamentação bem como os mecanismos de compensação estarão aí para isso.”
É preciso cuidado, pois quanto mais exceções, mais nos distanciamos dos modelos de IVAs modernos e mais complexo e injusto fica o sistema tributário
Pedro Passos, cofundador da Natura
“A aprovação da reforma na Câmara representa um grande marco depois de décadas de debates e construção do texto hoje em discussão. Em linhas gerais, o relatório apresentado é positivo e incorpora os aspectos fundamentais para uma boa reforma da tributação do consumo, como a simplificação, transparência e Justiça social.
É preciso ficar atento à quantidade de exceções e regimes especiais que estão listados na PEC. Quanto mais exceções, mais nos distanciamos dos modelos de IVAs modernos e mais complexo e injusto fica o sistema tributário - tanto para as empresas quanto para os brasileiros.
A aprovação do projeto é importante para o Brasil. Deverá abrir uma nova etapa para o avanço da produtividade da nossa economia e a retomada de um novo ciclo de crescimento.”
Estou nisto faz 25 anos. Uma saga espantosa, já que (a reforma) sempre foi impedida por grupos de interesse
Horácio Lafer Piva, ex-presidente da Fiesp e acionista da Klabin
“Estou nisto faz 25 anos. Uma saga espantosa, já que (a reforma) sempre foi impedida por grupos de interesse, quando sua transversalidade era tão clara e necessária. Fundamental, destravará gargalos importantes, eliminará distorções, e sinalizará avanços em simplificação e eficácia, gerando expectativas melhores e mais negócios, produtividade e arrecadação maior e mais racional.
Ainda teremos algumas incertezas no futuro próximo, mas a calibragem levará à neutralidade e equidade, numa transição gradual com resultados mais que positivos para o País.”
Mudança pode aumentar de forma brutal a sonegação de impostos
Sergio Zimerman, presidente da Petz
“O texto da forma como está não deixa claro como vai ampliar a base de contribuintes e o que é mais grave pode aumentar de forma brutal a sonegação de impostos se não houver de forma expressa a obrigatoriedade dos produtos que hoje são monofásicos na tributação continuarem da mesma forma.
É muito mais seguro controlar poucas indústrias do que milhares de varejos. A substituição tributária foi o instrumento mais eficaz no combate à sonegação de todos os tempos.”
O pagamento de tributos é um dos maiores entraves para se fazer negócios no Brasil
Rafael Furlanetti, sócio e diretor Institucional da XP
“Essa não é uma reforma do partido A ou B, do governo A ou B, é uma reforma para destravar o crescimento do País. O pagamento de tributos é um dos maiores entraves para se fazer negócios no Brasil e o Congresso corajosamente assumiu a missão de enfrentar esse debate. O Brasil precisa de uma reforma tributária que simplifique o pagamento de impostos e gere mais transparência na distribuição dos recursos públicos.”
Aplicação requer planejamento e implementação de forma gradual e transparente
Fernando Yunes, presidente do Mercado Livre no Brasil
“Defendemos a reforma tributária e entendemos sua importância para a simplificação e modernização do sistema tributário brasileiro, reduzindo a burocracia para empresas, incluindo os marketplaces, que são uma alavanca de crescimento para o varejo.
No entanto, avaliamos que sua aplicação requer planejamento e implementação de forma gradual e transparente. Acreditamos que um sistema simplificado, transparente e uniforme, em todo País, contribuirá com o desenvolvimento da economia e com um ambiente ainda mais seguro para a realização de investimentos e negócios diversos.
Neste sentido, defendemos a não cumulatividade plena, garantindo que o imposto incida sobre o valor efetivamente adicionado em cada etapa da cadeia, fator que, se não observado, acarretará em preços distorcidos para o consumidor final. No setor de comércio eletrônico, por exemplo, onde as plataformas já compartilham informações e cooperam com a fiscalização, entende que deve ser mantido isso.
De fato, atribuir responsabilidade solidária é trazer complexidade ao setor, que é responsável pela formalização de centenas de empreendedores e pelo acesso a mercado de milhares de micro e pequenas empresas. O texto da PEC deve, então, assegurar contornos suficientemente claros para que uma lei complementar mantenha os pilares que sustentam a reforma em discussão.”
Agora temos de pensar na desoneração da folha e na reforma administrativa; tudo isso vai melhorar o ambiente de negócios
Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG)
“A reforma tributária representa avanço. Contudo, para contribuir para o desenvolvimento do País garantindo a simplificação e a redução da carga tributária para a indústria, que hoje é bastante onerada. Ainda serão necessários ajustes de forma a assegurar um ambiente de negócios mais favorável. Dentre eles a desoneração da folha e dos investimentos produtivos por meio da redução do Imposto de Renda das pessoas jurídicas.
Para o setor produtivo, a desoneração da folha é um pleito antigo e de suma importância, assim como a reforma administrativa. Temos de reduzir o tamanho do Estado, torná-lo mais eficiente, produtivo, que atenda a população nos seus anseios e nas suas necessidades. Com a aprovação da administrativa, teremos uma reforma tributária mais efetiva.”
Diário do Comércio - MG 07/07/2023
O faturamento da indústria mineira apresentou avanço de 6,1% nos primeiros cinco meses de 2023. Já no comparativo mensal, o resultado foi de crescimento de 6,6% em maio frente a abril. É o que revelam os dados da pesquisa Indicadores Industriais de Minas Gerais (Index), realizada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
De acordo com a economista da Fiemg, Daniela Muniz, este desempenho no acumulado do ano foi influenciado, principalmente, pelo bom andamento da economia brasileira no mesmo intervalo, com o recuo da inflação.
Ela também destaca alguns fatores externos que contribuíram para a boa fase da economia no Brasil. O primeiro é a reabertura da China após o fim da política de Covid zero no país. Já o segundo é o fato de o Brasil ser um país de baixo risco geopolítico para os investimentos estrangeiros.
“Isso, aliado aos juros altos, tem atraído capital estrangeiro e impulsionado a queda do dólar e a apreciação do real. O que barateia produtos estrangeiros e ajuda a diminuir a inflação”, explica.
Daniela Muniz também cita o papel do agronegócio, com safra agrícola recorde, o crescimento da renda e os bons números ligados ao mercado de trabalho, que tem ficado resiliente mesmo com todas as adversidades.
Já no comparativo entre maio e abril, a economista conta que a alta no faturamento foi motivada tanto pela indústria extrativista quanto pela de transformação. No caso da extrativa, o crescimento foi de 18,7%, enquanto a indústria de transformação apresentou alta de 5,6%.
O Icei de maio registrou estabilidade no nível de emprego (0,9%), após três meses mostrando elevação. A massa salarial registrou queda de 2,9%, explicada pelos pagamentos de participações nos lucros e resultados no mês anterior, e contribuiu para o recuo de 2,2% do rendimento médio real.
Expectativa para os próximos meses
Quanto às expectativas para os próximos meses, Daniela Muniz revela que a atividade industrial deverá ser beneficiada pelas medidas do governo federal de incentivos ao setor produtivo.
Um exemplo citado por ela são os estímulos fiscais visando à redução do preço dos automóveis. Que, em sua visão, devem impulsionar especialmente o setor automotivo e a sua longa cadeia produtiva. “Então beneficia não só o setor automotivo, como toda cadeia que produz para o setor produtivo”, conclui.
Outra estimativa do setor industrial é o possível início de um movimento de queda na taxa de juros para o segundo semestre, por parte do Banco Central. A economista da Fiemg explica que se isso se concretizar poderá se transformar em um fator a menos para limitar o crescimento da economia.
Mesmo assim, Daniela Muniz ressalta que o setor industrial ainda terá que enfrentar algumas dificuldades em um cenário desafiador. “Porque, bem ou mal, a política monetária contracionista, mesmo se reduzir a taxa Selic a partir do segundo semestre, vai continuar em nível elevado e isso vai continuar restringindo a demanda por bens industriais, especialmente, aqueles mais dependentes de crédito”, explica.
Incentivos para a indústria automotiva
Entre os segmentos da indústria dependentes de crédito está o setor automotivo. A economista lembra que antes do anúncio do incentivo do governo, algumas empresas deste setor chegaram a anunciar paralisações ou reduções em seus turnos de trabalho, devido às elevadas taxas de juros no mercado.
Porém, assim que o governo federal passou a oferecer estímulos fiscais que favoreceram a venda de carros com valores mais baixos, isso provocou estímulo na produção automotiva.
“Algumas empresas, inclusive, já haviam anunciado paralisações, mas não fizeram. Então isso estimulou a produção e favoreceu o setor e toda cadeia produtiva do setor automotivo. O fato de poder reduzir o preço dos automóveis foi significativo e muito importante para o setor e melhorou suas perspectivas”, disse.
Infomoney - SP 07/07/2023
Sete anos paralisado, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) retoma suas atividades nesta quinta-feira (6), sob forte pressão da indústria brasileira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pôs o vice-presidente Geraldo Alckmin no comando do ministério que atende ao setor, assumiu o governo com a promessa de recuperar as bases industriais do País, num cenário de reclamação de falta de investimentos, de carência de estímulos à inovação e de concorrência desleal em relação a produtos que chegam de fora.
Além de apresentar oficialmente as sete missões definidas pelo comitê executivo do CNDI em maio, o governo também quer levar no encontro de hoje as fontes e os volumes de recursos disponíveis para financiar o fortalecimento industrial nos próximos quatro anos.
O Estadão/Broadcast conversou com empresários que representarão a iniciativa privada no “Conselhão da Indústria”, que tem sua primeira reunião nesta quinta, com participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. A iniciativa é bem recebida no mercado. Em comum, executivos enxergam no colegiado uma oportunidade de institucionalizar o debate sobre a chamada “neoindustrialização”, como Alckmin tem classificado a política industrial que será elaborada até o fim do ano.
Eles têm, contudo, pressa em saber da posição detalhada do governo em temas relativos à proteção da indústria nacional e o grau de disposição do Executivo em trabalhar em pacotes de incentivo ao segmento – além de estarem na expectativa pela aprovação da reforma tributária, que tem na indústria um forte apoiador.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos Cordeiro, com assento no CNDI, classifica como “tempestade perfeita” o contexto vivido pelo segmento no último ano, em especial após a guerra na Ucrânia, que desestabilizou o mercado de fertilizantes e combustíveis. Segundo ele, a indústria brasileira já estava em desvantagem em razão da carga tributária e, no caso da química, pela transição energética feita em seus processos de produção – o que até o momento aumentou os custos, mas não representou aumento de competitividade.
“Nossa carga tributária é maior do que dos que produzem fora daqui, mas também porque fizemos a transição e produzimos a partir de matriz mais custosa, por ser mais limpa. Temos que ver qual o tratamento que vamos dar para os produtos que entram no Brasil, de fora, mais emissores de gases”, disse Cordeiro ao Estadão/Broadcast. Segundo ele, a Abiquim tem expectativa de fazer no CNDI a discussão sobre como diferenciar nas importações brasileiras produtos mais emissores que os produzidos internamente.
“A reforma tributária fará o dever de casa para o nosso mercado, o mercado de carbono fará também o dever de casa, mas estamos no mercado internacional e por isso é necessário ter uma política de comércio exterior, industrial, sintonizada com isso”, cobrou.
Setor com importância econômica crescente do mundo, com peso ainda geopolítico, a indústria de semicondutores também terá espaço no CNDI. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (Abisemi), Rogério Nunes, disse esperar que o governo brasileiro declare no Conselhão da Indústria que o segmento é parte de uma política nacional.
“Essa declaração é importante ao mundo”, disse Nunes, que listou uma série de demandas do mercado, como a atualização do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis) e a equalização de condição das empresas nacionais em relação à indústria externa.
“Os incentivos e a política que se desenvolveu em torno do Padis buscam o mercado local. O que nós queremos, além da manutenção disso, é penetrar no mercado mundial, ganhar a exportação”, disse Nunes, segundo quem o Brasil já tem tecnologia de ponta no segmento de encapsulamento, o que pode ser potencializado para o País avançar no mercado mundial.
Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso segue linha similar ao defender que a nova política industrial seja ligada a tecnologias de ponta, que agreguem produtividade ao setor. “Não adianta fazer política industrial para algo que não venha agregar tecnologia, que não venha melhorar a produtividade do trabalho do Brasil. E tem que ser mensurável, com metas e reexame de políticas”, disse o CEO da Abimaq, que também tem representação no CNDI e endossa o apoio à reforma tributária.
Para Velloso, as missões definidas pelo CNDI em maio apontam para um desenho de política industrial na direção correta – o que também foi destacado pelos outros executivos à reportagem. São elas: Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para erradicar a fome; Complexo da saúde resiliente para a prevenção e o tratamento de doenças; Infraestrutura sustentável para a integração produtiva; Transformação digital da indústria; Descarbonização da Indústria, viabilização da transição energética e bioeconomia; Tecnologias críticas para a soberania e a defesa nacionais; e Moradia e mobilidade sustentáveis para o bem-estar nas grandes cidades.
No total, 16 entidades industriais têm assento no CDNI, além de três centrais sindicais (CUT, Força e UGT), Embraer e do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI). Presidido pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o colegiado é vinculado à Presidência da República. A formação ainda conta com vinte ministros do governo e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Money Times - SP 07/07/2023
Os contratos futuros de minério de ferro ficaram firmes na quinta-feira (06), já que as preocupações com as restrições de produção de aço na China foram compensadas pelo otimismo sobre as expectativas de estímulos adicionais para apoiar a recuperação econômica pós-Covid do país.
O contrato de minério de ferro de agosto mais negociado na Bolsa de Cingapura tinha alta de 0,4%, a 110,10 por tonelada métrica, por volta das 8h (horário de Brasília), depois de oscilar entre ganhos e perdas.
Na bolsa de Dalian, o contrato de minério de ferro mais ativo encerrou uma sessão diurna com alta de 1%, a 829,50 iuanes (US$ 114,52 ) por tonelada métrica.
Os controles da produção de aço “levam a um declínio significativo na demanda por minério de ferro”, disseram analistas da Sinosteel Futures em nota, acrescentando que “o lado da oferta tem suporte fraco para os preços” em meio ao aumento da oferta da Austrália e do Brasil.
Diário do Aço - MG 07/07/2023
A Polícia Federal em Minas Gerais deflagrou na manhã desta quinta-feira 6/7/2023, a operação Gusa com o objetivo de combater a extração ilegal de minério na zona rural de Riacho dos Machados. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão expedidos pelo Juízo da Vara Federal Cível e Criminal de Janaúba, inclusive na cidade de Marabá/PA.
“A investigação foi iniciada a partir de fiscalização realizada por órgãos ambientais. Em outubro de 2022 foi apreendida grande quantidade de minério extraído ilegalmente na região. No início do ano de 2023 os investigados empreenderam grande esforço para furtar o minério já apreendido”, informa a PF em nota divulgada no fim da manhã.
Conforme a polícia, a região do norte de Minas Gerais tem sido alvo de diversos grupos criminosos operando na extração, transporte e comércio ilegal de minério. As investigações constataram que os indivíduos e as empresas envolvidos nas operações ilegais “dispõem de complexa e robusta estrutura, tais como carretas, tratores e máquinas de grande porte”.
As pessoas físicas e jurídicas envolvidas responderão pelos crimes de usurpação de bens da União e por furto qualificado, podendo, se condenados, cumprir até 13 anos de prisão. As buscas visam elucidar outros crimes porventura cometidos.
O nome da operação, “Gusa”, faz referência ao produto imediato da redução do minério de ferro pelo coque ou carvão e calcário num alto forno. (Com informações da Delegacia Regional da Polícia Federal em Montes Claros)
Diário do Comércio - MG 07/07/2023
A Samarco investirá R$ 1,3 bilhão para dobrar sua capacidade atual de produção de pelotas de minério de ferro até o primeiro trimestre de 2025, para 18 milhões de toneladas por ano, permitindo que a empresa volte a figurar entre as três principais produtoras do mercado transoceânico, afirmou à Reuters ontem o presidente, Rodrigo Vilela.
Dentre os projetos, a empresa planeja a construção de uma nova planta de filtragem de rejeito arenoso e aperfeiçoamentos no concentrador. Do montante total, aproximadamente R$ 248 milhões serão investidos já neste ano e o restante será aportado principalmente ao longo de 2024.
“Com esse investimento, colocamos a Samarco de volta a um patamar de grande produtor global”, afirmou Vilela, pontuando que esse passo confirma a continuidade da estratégia da empresa, que planejou uma retomada de produção gradual e focada na segurança nos últimos anos.
A empresa projeta atingir 60% da capacidade produtiva a partir de 2025, atingindo 18 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Atualmente, opera com 30% do total, o que deve subir para 100% em 2028.
No mês passado, a mineradora já havia anunciado investimentos totais de R$ 1,6 bilhões em 2023 versus R$ 1,3 bilhão no ano passado, em iniciativas que vão além do aumento da produção.
O avanço vem após a mineradora – uma joint venture da Vale com o grupo BHP – voltar a operar em dezembro de 2020, depois de cinco anos de paralisação após o colapso de uma de suas barragens de rejeitos, em novembro de 2015.
Após retomar a produção, a empresa abocanhou de volta participação do mercado transoceânico de cerca de 9%, o que tem a expectativa de dobrar até 2025, com o aumento de produção, segundo Vilela. O executivo destacou que a Samarco tem diferenciais competitivos, incluindo pelotas com baixa emissão de CO2 na comparação com concorrentes.
A planta de filtragem de rejeitos e as melhorias no concentrador representam aproximadamente R$ 560 milhões a serem aportados até 2025, além de R$ 753 milhões para a manutenção e integridade dos ativos.
Para atingir os 60% da sua capacidade produtiva, a empresa utilizará dois concentradores e duas plantas de filtragem de rejeitos no Complexo de Germano (MG), um mineroduto e duas plantas de pelotização no Complexo de Ubu (ES). Todas as estruturas já estão licenciadas desde 2019. (Reuters)
Valor - SP 07/07/2023
Anunciado pela primeira vez em março de 2022, o destino do projeto tornou-se incerto depois que a Stellantis exigiu mais ajuda estatal, após os EUA aprovarem a Lei de Redução da Inflação – rica em subsídios
O primeiro-ministro Justin Trudeau aumentou a aposta nos subsídios corporativos em sua tentativa de manter o Canadá competitivo, já que generosos incentivos verdes dos EUA ameaçam atrair investimentos empresariais para território americano.
O governo canadense chegou a um acordo com a Stellantis NV esta semana sobre subsídio de C$ 15 bilhões (US$ 11,3 bilhões) em apoio a uma fábrica de baterias para veículos elétricos, encerrando um impasse que começou em maio, quando a montadora interrompeu a construção do projeto.
A usina, construída em parceria com a sul-coreana LG Energy Solution Ltd., ficará localizada em Windsor, Ontário, na fronteira com Detroit. O governo provincial do primeiro-ministro Doug Ford concordou anteriormente em arcar com um terço do custo.
Anunciado pela primeira vez em março de 2022, o destino do projeto tornou-se incerto depois que a Stellantis exigiu mais ajuda estatal, após os EUA aprovarem a Lei de Redução da Inflação – rica em subsídios.
Em resposta, o Canadá prometeu publicamente criar condições equitativas. Como parte desse esforço, também ofereceu C$ 13 bilhões em ajuda estatal ao longo de uma década para a Volkswagen AG para uma instalação semelhante em St. Thomas, cerca de 185 quilômetros a leste de Windsor.
“Os governos do Canadá e Ontário estão se associando para atrair projetos únicos que irão ancorar nosso setor de fabricação de automóveis e manter bons empregos no Canadá”, disseram a ministra das Finanças do Canadá, Chrystia Freeland, e o ministro da Indústria, François-Philippe Champagne, em um comunicado conjunto.
Eles disseram que a promessa provincial de cobrir um terço do custo se estende ao pacto da Volkswagen, descrevendo o aumento do financiamento público como “uma resposta direta” aos generosos novos incentivos americanos.
“Esses incentivos de desempenho dependem e são proporcionais à produção e venda de baterias de cada projeto”, disseram os ministros, acrescentando que podem ser ajustados se os incentivos dos EUA forem reduzidos ou cancelados.
De acordo com a Lei de Redução da Inflação, a fábrica da Stellantis se qualificaria para até C$ 19 bilhões em subsídios, de acordo com o cálculo de um especialista. No entanto, vários fatores - como o fato de o projeto ter sido anunciado antes da existência do plano de subsídios dos EUA - provavelmente permitiram que o Canadá reduzisse esse custo.
No anúncio original, os governos federal e provincial destinaram cerca de C$ 1 bilhão à Stellantis para compensar os custos de capital.
Quando concluída, a fábrica de 45 gigawatts-hora deverá gerar 2.500 empregos e abastecer as montadoras da Stellantis na América do Norte. A produção está programada para começar no próximo ano e aumentar em 2025.
O Unifor, sindicato que representa os trabalhadores da Stellantis em Windsor, está procurando organizar a fábrica de baterias.
“As pessoas dizem que isso é bem-estar corporativo – eu digo que é um retorno sobre o investimento”, disse Dave Cassidy, presidente do Local 444 em Windsor. Isso se deve aos “empregos que serão criados a partir disso, aos empregos derivados, ao mercado imobiliário”, disse ele.
A segunda província mais populosa do Canadá, Quebec, também está trabalhando com o governo de Trudeau para atrair investimentos. A fabricante sueca Northvolt AB também está perto de um acordo para construir uma fábrica de baterias para veículos elétricos perto de Montreal, que deve valer cerca de C$ 7 bilhões, disseram pessoas familiarizadas com o assunto à Bloomberg na semana passada.
O Estado de S.Paulo - SP 07/07/2023
O que estão compartilhando: que a Volkswagen anunciou que vai fechar fábricas no Brasil e milhares de pessoas serão demitidas.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Vídeo publicado no Instagram distorce trecho de uma reportagem do Jornal da Globo de 27 de junho sobre a paralisação da produção de carros em fábricas da Volkswagen no Brasil. Em nota enviada ao Verifica, a empresa explicou que parou a produção temporariamente em suas fábricas de automóveis para equilibrar os estoques à atual demanda de mercado. Segundo a montadora, o fechamento foi por poucos dias e a produção já retornou.
Saiba mais: No final de junho, o Jornal da Globo noticiou que a Volkswagen havia decidido suspender a produção de carros em fábricas no Brasil. A empresa alegou “estagnação do mercado”. O autor do vídeo utiliza um trecho dessa reportagem para alegar que a montadora estaria anunciando o fechamento permanente de fábricas e que milhares de pessoas seriam demitidas. No entanto, a matéria não cita nenhuma informação do tipo.
De acordo com a Volkswagen, a produção já foi retomada. A paralisação ocorreu na fábrica de São José dos Pinhais (PR), na unidade de Taubaté (SP), na fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP) e na fábrica de motores de São Carlos (SP).
Em São José dos Pinhais (PR), onde é produzido o T-Cross, um turno está em layoff – suspensão temporária de contratos de trabalho – desde o dia 5 de junho, com duração prevista entre dois e cinco meses. O outro turno de produção ficou com as atividades paralisadas do dia 26 de junho ao dia 4 de julho.
Segundo a montadora, a unidade de Taubaté (SP), onde são fabricados o Polo Track e o Novo Polo, ficou com os dois turnos de produção interrompidos do dia 26 de junho ao dia 3 de julho. Na fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo, onde são produzidos o Novo Virtus, Novo Polo, Nivus e Saveiro, os dois turnos de produção foram paralisados nos dias 3 e 4 de julho. A fábrica também protocolou férias coletivas de dez dias previstas para os dois turnos de produção a partir do dia 10 de julho.
A fábrica de motores de São Carlos (SP) ficou com os dois turnos interrompidos nos dias 29 e 30 de junho. A Volkswagen informou que a unidade também protocolou férias coletivas de dez dias para um turno de produção a partir do dia 10 de julho.
Em relação à paralisação da produção, a empresa afirmou que: “as ferramentas de flexibilização estão previstas em acordo coletivo firmado entre os sindicatos e colaboradores da Volkswagen”.
Valor - SP 07/07/2023
A julgar pela lista de demandas indústria automobilística ainda vai dar muito trabalho para o governo
No início da década de 1980, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, os metalúrgicos do ABC faziam greves por melhores salários. Hoje, as paralisações das fábricas são conduzidas pelas próprias empresas, sob a alegação de queda nas vendas. O enredo se inverteu. Mas parar linhas de produção continua a ser uma forma eficaz de chamar a atenção da sociedade e, principalmente do governo, que tem demonstrado boa vontade na busca de soluções para amparar o setor.
Na semana passada, a Volkswagen anunciou paralisações em todas as suas fábricas do Brasil. Três dias depois o governo anunciou a liberação de mais R$ 300 milhões para o programa de incentivos fiscais para compra de carros com descontos. Outros R$ 500 milhões já haviam sido liberados no início de junho. Concedidos ao setor como créditos tributários, os recursos foram obtidos por meio da reoneração do diesel.
Imagens de pátios abarrotados de carros na imprensa inicialmente deixaram muita gente intrigada: os R$ 500 milhões não teriam dado conta? As empresas explicaram que como as locadoras, que são grandes clientes, haviam ficado de fora na primeira etapa do programa, os estoques continuaram elevados, o que levou à necessidade de suspender a produção por um período.
O governo entendeu a situação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deu várias explicações a respeito em entrevistas.
As empresas têm instrumentos para parar fábricas facilmente. Os dissídios coletivos já incluem cláusulas de flexibilidade que permitem desligar as máquinas e mandar os funcionários para casa a qualquer momento. Os métodos mais usados são suspensão temporária dos contratos de trabalho, bancos de horas e férias coletivas.
Desde o dia 3, parte dos empregados da General Motors em São José dos Campos (SP) também foi dispensada do trabalho. A empresa alegou a necessidade de “medidas para ajustar a produção à demanda e garantir a sustentabilidade do negócio”. O “layoff” vai durar cinco meses, podendo ser prorrogado por mais cinco, segundo a empresa.
Mas a aproximação da indústria automobilística com o governo não se limita aos incentivos fiscais para compra de carros com desconto e os problemas de queda nas vendas. Uma vasta agenda tem levado os representantes das montadoras a tomar cafezinho com frequência nos gabinetes em Brasília.
Novos fabricantes chegam ao país com interesses divergentes das empresas que estão aqui há décadas. Isso envolve, por exemplo, a tributação de carros importados. As discussões envolvem, ainda, o tipo de energia que vai mover os carros que vão circular no Brasil.
Para a indústria automobilística, que passou toda a gestão de Jair Bolsonaro (PL) quase sem pisar no Palácio do Planalto ou na Esplanada dos Ministérios por encontrar dificuldades nas agendas dos integrantes do governo, é um deleite voltar a contar com um velho conhecido, não só dos tempos de sindicato, mas dos dois primeiros mandatos de Lula na Presidência. Sem contar sua influência durante o governo de Dilma Rousseff.
Há uma nítida afinidade do atual chefe do Executivo com um setor que o remete ao passado. Por mais que anos, décadas, tenham se passado, trata-se de um ambiente conhecido por ele e do qual surgiram muitas das lideranças do Partido dos Trabalhadores.
Graças a Lula, o setor voltou a ter interlocutores no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, extinto no governo anterior. Parecia incomodar os representantes de montadoras ter que disputar com banqueiros, por exemplo, espaço da agenda do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes.
Além de demandas acumuladas no governo anterior, a indústria precisa do governo para definições que dependem do poder público. É o caso da futura matriz energética veicular e da política de controle de emissões.
A transformação pela qual essa indústria passa empolga Lula e muitos dos integrantes dos governos federal e estaduais. A eletrificação dos carros é um tema fascinante e chama a atenção do presidente da República e de seu vice, Geraldo Alckmin, também pela perspectiva de acelerar pesquisa e inovação no país.
Há uma grande expectativa, por exemplo, de que a recém-anunciada fábrica de carros elétricos na Bahia, da chinesa BYD, afogue mágoas deixadas pela Ford, que há dois anos parou de produzir no país, fechando todas as fábricas, incluindo a de Camaçari (BA), e a de São Bernardo, no ABC, reduto de Lula.
Na semana passada, a vice-presidente global da BYD, Stella Li, retribuiu, em Brasília, a visita que Lula fez ao presidente da companhia, na China, em abril. Esta semana ela esteve em Salvador, ao lado do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que também em abril passou 15 dias percorrendo fábricas e voltou de lá nitidamente encantado.
A julgar pela lista de demandas, que não para de crescer, e pelo vaivém de lobistas do setor em Brasília, essa indústria ainda vai dar muito trabalho para o governo.
Mas o grande desafio, e questão de honra para Lula, é manter o parque industrial automotivo, que já não oferece a quantidade de empregos dos tempos em que bastava fazer uma greve para evitar demissões e elevar salários.
Valor - SP 07/07/2023
No geral, as vendas de veículos leves da Ford aumentaram 9,9%, devido à forte demanda por picapes F-Series e utilitários esportivos Escape
As vendas de veículos elétricos da Ford Motor Co. nos Estados Unidos caíram 2,8% no segundo trimestre, perdendo terreno para a Tesla Inc. e Mustang Mach-E movidos a bateria.
A Ford vendeu 14.843 veículos elétricos nos três meses até junho, ante 15.273 no ano anterior, informou a empresa nesta quinta-feira em um comunicado. No geral, as vendas de veículos leves da Ford aumentaram 9,9%, devido à forte demanda por picapes F-Series e utilitários esportivos Escape.
A produção na fábrica Mach-E em Cuautitlan, no México, foi interrompida em janeiro e fevereiro para dobrar sua capacidade. A Ford disse que o estoque se recuperou no final do segundo trimestre após a retomada do trabalho na fábrica, contribuindo para um aumento de 110% nas vendas de junho do Mach-E.
A Ford ficou atrás da GM em vendas de veículos elétricos no trimestre, depois de superar sua rival no ano passado e terminar em segundo lugar atrás da Tesla, que controla quase dois terços do mercado americano de veículos movidos a bateria. A GM vendeu 15.354 EVs no segundo trimestre, enquanto a Hyundai ficou logo atrás da Ford com 14.348 vendas de EV.
“Tomamos ações para aumentar capacidade no início do ano no Mustang Mach-E e estamos apenas começando a recuperar o estoque”, disse Erich Merkle, analista de vendas da Ford, por e-mail. “Tivemos melhor fluxo de estoque para terminar o segundo trimestre.”
Os veículos elétricos representaram 2,8% do volume de vendas da Ford no trimestre. A montadora disse que espera perder US$ 3 bilhões em seu negócio de veículos elétricos este ano, ao investir US$ 50 bilhões no desenvolvimento e fabricação de modelos movidos a bateria.
A montadora pretende construir 2 milhões de EVs por ano até o final de 2026 e obter um retorno de 8% antes de juros e impostos daqui a três anos.
Diário do Comércio - MG 07/07/2023
Com a aprovação do edital de concessão da BR-381, no trecho que liga Belo Horizonte a Governador Valadares (Vale do Aço), pela Diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o documento deve mesmo, enfim, ser publicado hoje (7) no Diário Oficial da União (DOU). Já o leilão segue previsto para o último trimestre de 2023.
O avanço promete pôr fim à novela de duplicação da estrada que, devido ao traçado sinuoso, estado de conservação a desejar e péssimas condições de tráfego, tornou-se uma das mais perigosas do País e ficou trágica e historicamente conhecida como Rodovia da Morte. Entra governo, sai governo o trecho é fruto de promessas e novos projetos por parte de políticos e gestores públicos.
Agora, são grandes as expectativas de quem transita pela BR-381, cuja concessão terá duração de 30 anos e os investimentos previstos ultrapassam a casa dos R$ 10 bilhões.
Já nos dois primeiros anos de concessão, cerca de R$ 1,1 bilhão devem ser investidos para a realização dos trabalhos iniciais de recuperação e requalificação do pavimento, além de melhoria da sinalização vertical e horizontal. “Atualmente, a rodovia está numa situação muito complicada e o objetivo é, logo no primeiro momento da concessão, dar uma nova cara à rodovia, melhorando a trafegabilidade e reduzindo riscos e desconforto aos usuários”, afirma o diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale.
BR-381 deve ter 134 km duplicados
Após os trabalhos iniciais, o projeto prevê diversas obras de ampliação de capacidade e melhorias para segurança viária, como a duplicação de 134 quilômetros (km) da BR-381; implantação de 138 km de faixas adicionais; 11 km de vias marginais; implantação de 36 travessias de pedestres; 190 paradas de ônibus, 34 passagens de fauna, além da construção de dispositivos de retornos e rotatórias e de 152 correções de traçado, ou seja, adequações da geometria da via para permitir ao usuário a manutenção da velocidade, garantindo segurança e fluidez no trajeto.
Além disso, o trecho contará com Ponto de Parada de Descanso (PPD), Serviços de Atendimento ao Usuário (SAU), para atendimento médico e mecânico.
De acordo com o superintendente de Concessão da Infraestrutura da ANTT, Marcelo Fonseca, correções de buracos e panelas, por exemplo, já serão realizadas logo no início da vigência do contrato. A partir daí, ocorrerão as intervenções de ampliação de capacidade, que incluem as duplicações.
“Serão 134 quilômetros de duplicação, além de dispositivos em desnível, passarelas e demais melhorias que trazem maior segurança para uma rodovia que hoje tem muitos acidentes. Foram tratados todos os pontos críticos para dar mais segurança a esse ativo”, afirma.
Segurança e rampa de escape
Em termos de segurança, ele diz que as melhorias envolvem intervenções nas travessias urbanas, de maneira a retirar o tráfego de longo curso do contato com o tráfego local, por meio de dispositivos em desnível como viadutos e passarelas. E ressalta que uma rampa de escape será construída no km 373,9 – ponto identificado como mais crítico em termos de acidentes do trecho, em função do declive da rodovia.
Outro ponto a se destacar são as obras na chegada de Belo Horizonte, que vai ser completamente revitalizada. “Hoje temos problemas de ocupação da rodovia e também problemas de fluidez, com muitos engarrafamentos. Então, vamos adicionar todo um tratamento com faixas adicionais. Serão 43 quilômetros na saída da Capital que vão receber uma faixa adicional à duplicação já existente”, adianta.
O modelo operacional apresentado pelo projeto ainda traz propostas de modernização e inovação em tecnologias para auxiliar o monitoramento e assistência nas rodovias, com cobertura de câmeras (CFTV) ao longo de toda a rodovia, tecnologia para detecção automática de incidentes, cobertura de internet wireless e aplicativo para chamadas de emergência, implantação de sistema de monitoração das condições meteorológicas na rodovia, iluminação em LED em toda a BR e sistema de pesagem de veículos em movimento de alta velocidade, com a instalação de sensores embutidos no pavimento (HS-WIM).
Praças de pedágio
Por fim, estão previstas cinco praças de pedágio na concessão da BR-381: Caeté, João Monlevade, Jaguaraçu, Belo Oriente e Governador Valadares. As tarifas serão diferenciadas para pista simples e dupla e haverá desconto de 5% para usuários que tiverem TAG. “Além disso, teremos outro desconto para usuários frequentes, que prevê redução progressiva na tarifa pela passagem na praça ao longo de um mês, tornando a cobrança mais justa”, conclui.
CNN Brasil - SP 07/07/2023
O porto de embarque mais movimentado do Japão disse nesta quinta-feira que retomaria as operações depois que um ataque de ransomware – espécie de software malicioso – impediu o porto de receber contêineres por dois dias.
A esperada restauração do porto de Nagoya, um centro de exportação de carros e um motor da economia japonesa, diminuirá as preocupações sobre qualquer consequência econômica mais ampla do ataque de ransomware.
O incidente de hack começou na terça-feira, quando o sistema de computador que lida com contêineres foi desligado, de acordo com um comunicado da Associação de Transporte do Porto de Nagoya.
O hack forçou o porto a parar de lidar com contêineres que chegavam ao terminal por reboque, disse a associação.
Ransomware é um tipo de software malicioso que normalmente bloqueia os computadores de uma organização vítima para que os hackers possam exigir pagamento.
Este é o primeiro ataque de ransomware relatado em um porto japonês, e o incidente “criou grandes preocupações sobre o impacto na economia local e na cadeia de suprimentos, incluindo a indústria automobilística”, disse à CNN Mihoko Matsubara, estrategista-chefe de segurança cibernética da NTT Corporation, uma empresa de telecomunicações japonesa.
A mídia japonesa informou que o LockBit, um tipo de ransomware vinculado a hackers de língua russa, foi usado no ataque.
O grupo cibercriminoso LockBit tem sido prolífico nas últimas semanas, reivindicando a gigante taiwanesa de semicondutores TSMC como vítima na semana passada (a TSMC disse que um de seus fornecedores de hardware foi hackeado, mas o incidente não teve impacto em suas operações comerciais).
Até o meio-dia de quinta-feira no Japão, não havia reivindicação de responsabilidade pelo ataque de ransomware do Porto de Nagoya do grupo LockBit em seu site da dark web.
Não ficou claro se o Porto de Nagoya recebeu um pedido de resgate. A CNN não conseguiu entrar em contato com um porta-voz da associação portuária.
Os operadores japoneses de infraestrutura crítica devem perfurar ataques cibernéticos em suas cadeias de suprimentos e ter um plano de resposta em vigor, dadas as ameaças de cibercriminosos e hackers apoiados pelo estado, disse Matsubara à CNN.
Embora isso possa ser a primeira vez no Japão, ransomware e hacks relacionados atingiram portos em outros países.
Em 2017, um software malicioso supostamente lançado pelos militares russos na Ucrânia se espalhou pelo mundo e interrompeu as operações da gigante marítima Maersk, custando à empresa cerca de US$ 300 milhões.
Petro Notícias - SP 07/07/2023
A transição energética é uma realidade que veio para ficar, fazendo com que os projetos de óleo e gás passem a disputar investimentos com empreendimentos de energias renováveis. No entanto, uma nova análise da Rystad Energy aponta que é precipitado apontar um subinvestimento crônico na indústria global petrolífera. Ao contrário da opinião popular, o mundo está investindo quantias apropriadas de dinheiro na produção de combustíveis fósseis para satisfazer a demanda. “A economia de custos significa que as operadoras podem produzir a mesma quantidade de petróleo a um custo menor, e não prevemos uma crise de abastecimento de petróleo devido ao subinvestimento no horizonte imediato”, avaliou o chefe de pesquisa upstream da Rystad, Espen Erlingsen.
Os investimentos upstream globais atingiram quase US$ 900 bilhões em 2014, antes de cair para cerca de US$ 500 bilhões dois anos depois, após o colapso do preço do petróleo em 2015. Houve outra queda em 2020, quando os investimentos caíram para US$ 400 bilhões devido à pandemia de covid-19. Os gastos se recuperaram no ano passado para cerca de US$ 500 bilhões, com a recuperação da atividade de petróleo e gás. Apesar dessa recuperação, os investimentos em 2022 atingiram apenas 60% dos níveis de 2014.
Diante desses dados, poderia supor-se que a atividade upstream caiu 40% desde 2014. No entanto, avalia a Rystad, essa conclusão é precipitada e desconsidera a queda dos preços unitários e os ganhos de eficiência. Observando como os preços unitários para diferentes segmentos de fornecimento evoluíram desde 2014, vemos como os custos caíram. Os preços unitários estão relacionados ao momento em que ocorre o gasto e não ao momento de sua contratação. Para a maioria dos segmentos, os preços caíram de 20% a 30%, resultando em mais atividade para cada dólar gasto. Portanto, seria enganoso olhar apenas para a tendência de queda do investimento.
O número de poços concluídos por ano também é uma métrica importante. A atividade atingiu o pico por volta de 2014, com cerca de 88.000 novos poços perfurados. Assim como os níveis de investimento, o número de poços caiu de 2014 a 2016, depois cresceu até 2019 antes de cair durante a pandemia. No ano passado, o número de novos poços foi de cerca de 55.000, uma queda de cerca de 35% em relação a 2014. Essa métrica também parece contar a mesma história: os níveis de atividade são consideravelmente menores do que em 2014.
A linha preta indica a produção de óleo por ano no mundo, enquanto as barras coloridas representam o volume de recursos descobertos por ano – clique para ampliar
Porém, para obter uma imagem mais precisa da atividade upstream, a Rystad Energy avalia os recursos esperados dos poços ao longo de sua vida útil, cerca de 30 anos. Essa métrica exclui o impacto da inflação ou deflação de custos e inclui ganhos de eficiência e mudanças de portfólio. Recentemente, por exemplo, a perfuração está movendo-se para áreas com poços mais produtivos. Os poços concluídos em 2014 têm um potencial total de produção de petróleo de cerca de 37 bilhões de barris. Este foi um ano de superinvestimento, e uma queda acentuada nos preços do petróleo se seguiu nos anos seguintes. De 2014 a 2016, os recursos desenvolvidos caíram, mas muito mais lentamente do que os investimentos e a contagem de poços, mostrando que os poços mais produtivos ainda foram perfurados nesse período.
O potencial de recursos petrolíferos para todos os poços concluídos em 2022 foi de quase 32 bilhões de barris, ou apenas 15% menor que em 2014. Para 2023, esse valor deverá crescer ainda mais e chegar a quase 35 bilhões de barris. De acordo com a Rystad, o crescimento recente dos recursos desenvolvidos é impulsionado principalmente pelos campos de petróleo e águas profundas dos EUA.
“O volume total de descobertas de recursos por ano pode então ser comparado à produção anual total para mostrar a trajetória e o sentimento do mercado. Em um mercado de petróleo em expansão com demanda crescente, os recursos recém-desenvolvidos devem superar a produção, pois os volumes de novos poços serão produzidos em um período de 30 anos. Os novos recursos descobertos excederão a produção total anualmente até pelo menos 2025, demonstrando a trajetória positiva da indústria global de petróleo e apoiando a conclusão de que uma escassez de oferta desencadeada por subinvestimento é improvável no curto prazo”, finalizou a Rystad.
Petro Notícias - SP 07/07/2023
Quem ainda não acredita que o Brasil vai emprestar dinheiro para a Argentina, mesmo sem garantia de recebimento de volta, pode tirar o cavalo da chuva. Esse absurdo econômico pode se repetir. O próprio ministro Sergio Massa, responsável pela economia argentina, disse em seu Twitter que conversou pessoalmente com o presidente Lula sobre o contrato de cerca de R$ 4 bilhões que seria financiado pelo BNDES para construir o gasoduto desde Vaca Muerta, no extremo sul do país vizinho, até Buenos Aires. Um outro trecho de Buenos Aires até o Brasil ainda não foi orçado.
Sergio Massa será candidato à presidência da Argentina, apoiado pelo atual presidente Alberto Fernandes e a ala governista. Mas uma vitória não está nada garantida. O atual governo passa por um desgaste quase gigantesco da população, que sofre com uma inflação de 104 %. Ele disse que foi convidado pelo presidente Lula para visitá-lo no Brasil exatamente para tratar do gasoduto e do apoio do presidente brasileiro à sua candidatura de esquerda. O primeiro trecho do gasoduto – que terá mais do que 570 km de extensão, conectará o campo de Vaca Muerta até Seliqueló. Massa acredita que o projeto vai mudar a história da matriz energética do país.
Ainda sobre essa aproximação entre Brasil e Argentina, a Petrobrás divulgou nesta semana em um comunicado ao mercado no qual disse que o seu presidente, Jean Paul Prates, participou de reunião institucional com Lula e o presidente da Argentina, Alberto Fernández, para discutir “oportunidades de integração energética entre os países”.
O comunicado foi publicado após pedido de esclarecimento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), após a imprensa noticiar que nos últimos dias ocorreram negociações para que a Argentina tenha prazos mais flexíveis para pagar à Petrobras pela energia elétrica que importa da Petrobrás. “A Companhia esclarece que não possui contratos de exportação de energia para a Argentina, mas com um agente comercializador de energia no Brasil, que está autorizado a realizar este tipo de operação e possui um contrato de exportação com a Compañía Administradora Del Mercado Mayorista Eléctrico Sociedad Anónima (“CAMMESA”), empresa responsável por administrar a distribuição de energia naquele país”, detalhou a Petrobrás”.
A empresa acrescentou que entregará energia no mês de julho no âmbito do contrato existente entre a Petrobras e o agente comercializador, mediante condições de preço, prazos de pagamento e garantias negociadas entre as partes. “Considerando que os valores envolvidos no contrato em questão não são materiais e que negociações de condições comerciais (como preços, prazos de pagamento e garantias) fazem parte do dia a dia operacional dos contratos da indústria de óleo, gás e energia, a Companhia entende não haver qualquer ato ou fato relevante a ser divulgado com relação ao tema”, concluiu.
Infomoney - SP 07/07/2023
Os preços do petróleo ficaram quase estáveis nesta quinta-feira, enquanto o mercado avaliava uma oferta de petróleo dos EUA mais restrita mas também uma maior probabilidade de um aumento da taxa de juros norte-americana, o que poderia prejudicar a demanda por energia.
O petróleo Brent caiu US$ 0,13, a US$ 76,52 o barril, após um ganho de 0,5% no dia anterior.
O petróleo nos EUA (WTI) ganhou US$ 0,01, a US$ 71,80 o barril, depois de subir 2,9% no comércio pós-feriado na quarta-feira para acompanhar os ganhos do Brent no início da semana.
O mercado espera que as taxas de juros nos EUA e na Europa subam ainda mais para domar uma inflação teimosa.
Infomoney - SP 07/07/2023
Os estoques de petróleo nos Estados Unidos tiveram queda de 1,5 milhão de barris, para 452,1 milhões de barris, na semana encerrada em 30 de junho, informou nesta quinta-feira (6) o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país. Analistas consultados pelo consenso Refinitiv esperavam queda um pouco maior, de 1,7 milhão de barris.
Os estoques de gasolina caíram 2,5 milhões de barris, a 219,45 milhões de barris, enquanto a projeção era de queda de 900 mil barris. Já os de destilados caíram 1 milhão de barris, a 113,36 milhões de barris, ante previsão de alta de 300 mil barris.
A taxa de utilização da capacidade das refinarias saiu de 92,2% na semana anterior para 91,1% na mais recente, contra expectativa de estabilidade.
Os estoques de petróleo no centro de distribuição de Cushing tiveram baixa de 400 mil barris, a 42,84 milhões de barris. Já a produção média diária dos EUA aumentou de 12,2 milhões de barris para 12,4 milhões de barris no período.
Valor - SP 07/07/2023
A reversão da renda agrícola deve levar os juros a caírem mais do que o previsto
O desempenho da agropecuária não só fez o PIB do primeiro trimestre crescer mais que o esperado, 2,9%, como também é um dos maiores impulsionadores do mega saldo de R$ 45,5 bilhões da balança comercial brasileira no primeiro trimestre. Mas o presidente Lula não deverá ter ventos tão favoráveis como em seu primeiro mandato, com a explosão dos preços das commodities empurrada pelo fantástico crescimento da China na primeira década do século. A renda da agropecuária, que puxa a expansão econômica, vai diminuir um pouco em 2023 e mais em 2024, quando os analistas projetam um PIB menor.
Os números da balança comercial indicam que os preços deixaram de ser favoráveis para os produtos da agropecuária no mercado externo no primeiro trimestre - a mesma coisa ocorreu também para os bens oriundos da indústria extrativa e de transformação. Os preços obtidos pelas exportações agropecuárias recuaram 3,4% no período, mas foram compensados por um aumento expressivo no volume vendido, de 15,2%. Este fator desfavorável foi ainda mais acentuado na indústria extrativa, cujas commodities tiveram preços 19,5% menores, e volume exportado de 20,2%, insuficiente para que o valor obtido com as vendas deixasse de ser negativo, de 3,4%. A indústria de transformação não teve nem avanço no volume nem em preços, registrando praticamente estabilidade no valor (0,1%).
As exportações de manufaturados estacionaram - US$ 86,6 bilhões de janeiro a junho, ante US$ 86,4 bilhões no mesmo período de 2022 - com queda nas vendas a seus principais mercados, como Estados Unidos (-1,7%) e União Europeia (-7,7%). A exceção, no caso, foi a exportação para a Argentina, que cresceu 26,5% no período. Para o resultado como um todo, as commodities, especialmente agropecuárias, contribuíram com o grosso do saldo. As vendas para China, Hong Kong e Macau e resto da Ásia (excluindo Oriente Médio) somaram 44,3% do total exportado. A China, nosso maior mercado comprador de bens primários, garantiu US$ 30 bilhões do saldo comercial do semestre (US$ 45,5 bilhões).
A previsão oficial de superávit comercial no ano é de US$ 84,7 bilhões, 28% superior ao do ano passado. A performance da agropecuária causou um choque de renda positivo de 2,4% do PIB ao ano, ou de cerca de 8% do fim de 2021 ao primeiro trimestre do ano, segundo o Bráulio Borges, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) e consultor da LCA Consultores, em estudo divulgado pela Carta do Ibre de julho (Valor, 6 de julho).
Segundo Borges, a renda total criada pelos setores de commodities no Brasil variava de 3% a 3,5% do PIB em 2019-2020, mas no período de 2021 ao primeiro trimestre de 2023 cresceu para 7,5% a 8% do PIB. O choque de renda das commodities teve magnitude semelhante ao da explosão dos preços desses bens entre 1999-2011 - no pico do ciclo, a participação delas na renda foi de 5% do PIB -, com a diferença de que agora esse efeito positivo foi concentrado em um par de anos e não deve ter continuidade, segundo o economista.
Borges calculou que o valor adicionado a preços básicos da agropecuária (equivalente ao PIB descontados os impostos) foi de 7% a 8% valor total da economia na média de 2017 a 2019 para 13,5% na média desde o fim de 2020. Em 2021, o VAPB do agro somou R$ 727 bilhões e o da indústria extrativa, R$ 454 bilhões. Seus efeitos de disseminação econômicos, porém, são distintos. A renda do setor extrativo tem um multiplicador um, ou seja, esgota-se no investimento em si e é transferido para a sociedade via lucros. No caso da renda agrícola, a cadeia de efeitos é maior assim como seu multiplicador, que é de quase dois, ou seja um impulso de R$ 1 de renda criada acrescenta quase R$ 2 na economia por meio dos negócios propiciados pelo acréscimo na cadeia de fornecedores, distribuidores, transportadores, fabricantes de insumos, contratação de mão de obra etc.
A renda gerada pelas commodities agropecuárias contou a seu favor, em 2021 e 2022, com aumento de preços e depreciação cambial, mas esses dois fatores parecem ter ficado para trás. “Boa parte do salto da renda aconteceu por preço e não por quantidade”, afirma Borges. Agora, há queda de preços, apreciação cambial e aumento dos volumes. Com isso, a renda deve se reduzir a R$ 630 bilhões este ano e R$ 625 bilhões em 2024. Com a reversão, o PIB cresceria só 0,5% no ano que vem, considerando-se apenas o comportamento da renda com commodities agrícolas.
Em outros cálculos, para outros fins, o Banco Central identifica efeitos igualmente poderosos da renda agropecuária. No relatório de inflação de junho, o Banco Central aponta que o “Valor Adicionado Bruto (VAB), excluindo-se a agropecuária, cresceu 0,1%, no primeiro trimestre, com recuo de 0,1% da indústria e avanço de 0,6% no setor de serviços”. O BC também prevê desaceleração na economia. Borges vê outras consequências: a reversão da renda agrícola deve levar os juros a caírem mais do que o previsto.
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