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06 de Dezembro de 2022

SIDERURGIA

Valor - SP   06/12/2022

A ideia, gerada dentro do governo do presidente Joe Biden, ainda está em fase inicial e não foi proposta formalmente

Os EUA e a União Europeia (UE) estão avaliando novas tarifas sobre o aço e o alumínio chineses como parte de uma tentativa de combater as emissões de carbono e o excesso de capacidade global, disseram nesta segunda-feira fontes a par do tema.

A iniciativa seria uma nova abordagem, já que EUA e UE usariam tarifas, geralmente empregado em disputas comerciais, para promover sua agenda climática.

A ideia do governo do presidente Joe Biden ainda está em fase inicial e não foi formalmente proposta, segundo as fontes, que pediram para não ser identificadas porque as discussões são sigilosas. Um acordo com a UE, incluindo detalhes sobre como identificar os limites para a aplicação de tarifas, não deve ocorrer antes do fim do ano que vem, segundo disse uma fonte, acrescentando que mesmo esse cronograma é otimista.

O novo modelo, que se baseia num acordo relacionado firmado entre EUA e UE no ano passado, visa principalmente a China, maior emissor de carbono e maior produtor de aço e alumínio, além de outros grandes países poluidores.

O plano tarifário provavelmente aprofundaria as divergências entre Pequim e Washington, num momento em que os dois países se comprometeram a trabalhar juntos para combater as mudanças climáticas.

Já as discussões entre EUA e UE para enfrentar conjuntamente a crise climática são um sinal positivo para uma relação que mais uma vez enfrenta problemas comerciais, como a adoção por Biden de uma lei climática que, segundo os países europeus, é discriminatória contra suas indústrias.

Não está claro qual autoridade legal o governo Biden usaria para adotar as novas tarifas. Uma fonte disse que essa questão está sendo trabalhada internamente e em discussões com a UE, assim como com representas setoriais e o Congresso dos EUA.

A representante comercial dos EUA, Katherine Tai, e sua equipe apresentaram a ideia ao comissário europeu Valdis Dombrokskis e outros em Praga, no fim de outubro. Autoridades da UE fizeram vários questionamentos na ocasião, incluindo a legalidade e compatibilidade com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), bem como com o mecanismo interno de precificação do carbono do bloco.

A conselheira-geral da representante comercial americana, Greta Peisch, fez a apresentação dos EUA em Praga e está liderando a iniciativa de Washington, segundo disse uma fonte. Um porta-voz da representante comercial não quis comentar o assunto.

O esforço comercial dos EUA e da UE voltado para o clima foi levantado pela primeira vez em outubro de 2021, quando os dois lados resolveram uma importante disputa sobre tarifas a aço e alumínio impostas pelo ex-presidente Donald Trump, por motivos de segurança nacional.

Uma abordagem para as possíveis novas tarifas pode ser converter uma investigação existente sob a Cláusula 232 da Lei da Expansão do Comércio — que serviu de justificativa para as taxações de Trump ao aço e ao alumínio europeus em 2018 — numa nova investigação voltada para as emissões de carbono e o excesso de capacidade produtiva. Isso daria à Casa Branca uma cobertura legal para seguir em frente sem ter de esperar a conclusão de uma nova investigação, segundo disse outra fonte.

As autoridades americanas estão ainda debatendo a tarifa, ou faixa de tarifas que seriam aplicadas a outros países, e os EUA disseram a autoridades da UE que gostariam que o acordo fosse juridicamente vinculante, segundo fontes.

Outros países demonstraram interesse em se unir às discussões, mas o novo modelo provavelmente não os incluiria inicialmente. Isso pode significar que as importações de aço e alumínio do Japão e de outros países correm o risco de serem alvos as novas tarifas. O objetivo, porém, é abrir o acordo para outros países o mais rapidamente possível, contanto que eles atendam às ambições do acordo.

Para o governo Biden, o acordo inédito seria um elemento do que a Casa Branca descreve como sua política comercial centrada no trabalhador, pois se concentra na defesa de setores-chave e seus trabalhadores, nos EUA e na Europa.

Valor - SP   06/12/2022

Os estoques caíram 23% no último trimestre do ano até o momento, depois de caírem 33% no 3º trimestre

Os estoques de aço chineses podem ter atingido um mínimo, após a redução mais rápida no terceiro trimestre em mais de uma década, e continuam caindo no quarto trimestre, disseram analistas do Citi em nota.

Os estoques caíram 23% no último trimestre do ano até o momento — depois de cairem 33% no 3º trimestre, em comparação com o declínio médio de 12 anos de 2% —, mas ficaram estáveis na semana passada, dizem os analistas do banco.

"Com o Ano Novo Chinês caindo em 22 de janeiro do ano que vem (mais cedo do que nos anos anteriores), os estoques devem subir pelas habituais 7 a 8 semanas no início de fevereiro", disseram eles na nota.

"Provavelmente, atingirá um pico inferior a 20 [milhões de toneladas métricas] em 2023, em nossa opinião, dadas as taxas de produção relativamente baixas devido às margens baixas."

Os estoques de aço chineses atingiram o pico no início de 2022 em 19,3 milhões de toneladas, abaixo de 2021 e 2020, mas em linha com 2018 e 2019, acrescentaram.

Petro Notícias - SP   06/12/2022

A thyssenkrupp Uhde assinou contrato com a ArcelorMittal Brasil para fornecer uma planta de dessulfuração de gás de coqueria para a usina siderúrgica em Serra (ES). O projeto, que será executado em regime EPC (Engineering, Purchase, Construction) turnkey, prevê a instalação de um sistema avançado de limpeza de gases a partir de tecnologias proprietárias da thyssenkrupp, que permitirá à ArcelorMittal reduzir as emissões da usina. Além disso, o acordo prevê a modernização da planta de tratamento de efluentes líquidos da área de coqueria. O empreendimento deve ser concluído em cerca de 30 meses e, no pico das obras, deve empregar cerca de 400 profissionais, entre colaborares da thyssenkrupp e de empresas subcontratadas.

“Subproduto da transformação do carvão em coque, o gás de coqueria é um dos principais insumos energéticos de uma siderurgia e é utilizado em vários processos que demandam energia. Com essa planta de dessulfuração que vamos instalar, a ArcelorMittal Tubarão poderá intensificar o uso desse gás e, ao mesmo tempo, reduzir suas emissões, tornando sua operação mais sustentável”, explicou o Head de Vendas da thyssenkrupp Uhde para a América do Sul, Luiz Antonio Mello.

O executivo explica que o gás de coqueria que pode ser produzido na ArcelorMittal Tubarão equivale a cerca de 480 MW de energia elétrica, o que corresponde ao consumo médio de mais de 2 milhões de residências. “Ou seja, essa energia não pode ser desperdiçada, mas tem que ser utilizada de forma limpa”, acrescentou Mello.

Já o CEO da thyssenkrupp para a América do Sul, Paulo Alvarenga (foto), destacou que a transição para uma economia com neutralidade nas emissões de gases de efeito estufa é uma jornada que precisa avançar gradualmente, mas é necessário acelerar imediatamente. “Com nossas tecnologias exclusivas e a sólida expertise de nossos times de engenharia no Brasil e na Alemanha, estamos apoiando fortemente o setor siderúrgico nessa transição. A nossa sólida relação com a ArcelorMittal Brasil é um excelente exemplo de como utilizar a melhor tecnologia disponível e o comprometimento com o meio ambiente e a redução de emissões”, declarou.

ECONOMIA

Agência Brasil - DF   06/12/2022

A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve fechar este ano em 5,92%, segundo previsão feita por instituições financeiras e publicada hoje (5) no boletim Focus, do Banco Central (BC). O documento é divulgado semanalmente. Na última edição, a projeção era de 5,91%.

A estimativa para 2023 também subiu, de 5,02% para 5,08%. Já as projeções para 2024 e 2025, foram mantidas em 3,5% e 3%, respectivamente.

A previsão para 2022 está acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional do BC, que é de 2% a 5%. Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2023 também está acima do teto previsto.
PIB

O boletim Focus também mostra que as instituições financeiras elevaram a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - para este ano, de 2,81% para 3,05%.

Para 2023, a expectativa é que a economia brasileira cresça 0,75%, previsão acima da que foi feita na semana anterior (0,70%). Para 2024 e 2025, o mercado financeiro projeta expansões do PIB em 1,71% e 2%, respectivamente.
Taxa de juros

A taxa básica de juros (Selic) deve fechar o ano nos atuais 13,75% ao ano, a mesma previsão da semana anterior. As últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que define a taxa Selic, serão amanhã (6) e quarta-feira (7).

A previsão do boletim Focus para 2023 é que a Selic fique em 11,75%, acima dos 11,5% projetados na semana passada. A estimativa para 2024 também subiu, de 8,25% na última semana para 8,50% nesta semana. Para 2025, foi mantida a previsão da Selic em 8% ao ano.
Câmbio

Em relação à taxa de câmbio, as instituições financeiras preveem que o dólar encerre o ano com cotação de R$ 5,25, abaixo dos R$ 5,27 da semana passada. Em 2023, a projeção de R$ 5,25 foi mantida. Nos dois anos seguintes, houve elevação das projeções: de R$ 5,20 para R$ 5,23 em 2024 e de R$ 5,20 para R$ 5,21 em 2025.

O Estado de S.Paulo - SP   06/12/2022

Em meio aos planos do governo eleito de aumento de gastos públicos em 2023, o mercado financeiro já projeta manutenção da taxa Selic por mais tempo, prevendo a próxima queda de juros no Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em agosto, de acordo com o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 5.

Conforme o Sistema de Expectativas de Mercado, de onde são compiladas as projeções do Focus, até o dia 24 de novembro, a mediana apontava para a primeira queda em junho. Agora, a expectativa é de que a Selic seja mantida em 13,75% até o sexto mês de 2023 e caia a 13,25% em agosto, terminando o ano que vem em 11,75%. Até a semana passada, o porcentual esperado para os juros básicos no fim de 2023 era de 11,50%.

Para o fim de 2024, a taxa projetada também vem aumentando em meio à percepção de que a taxa neutra pode avançar com a expansão fiscal planejada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua terceira passagem pelo Palácio do Planalto. Na Focus desta segunda, foi de 8,25% para 8,50% ao ano.

Conforme a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pelo governo eleito para possibilitar o cumprimento de promessas de campanha, o Bolsa Família ficaria fora do teto de gastos por quatro anos, com um custo estimado de R$ 175 bilhões, e ainda haveria a possibilidade de aumentar em R$ 23 bilhões despesas de investimento em obras.

Na avaliação do mercado financeiro, o aumento de gastos proposto pode afetar a inflação e, consequentemente a política monetária, por dois canais principais: o aumento da demanda e o impacto em preços de ativos, como o dólar. Hoje, o Copom mira os anos de 2023 e 2024 para o cumprimento da meta de inflação, mas tem dado ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente, hoje o segundo trimestre de 2024.

Inflação

No Boletim Focus desta segunda, a mediana para o IPCA - índice de inflação oficial - de 2022 avançou de 5,91% para 5,92%, enquanto a de 2023 subiu de 5,02% para 5,08%, acima do teto da meta de 4,75%. Para 2024, porém, a projeção foi mantida em 3,50%, superior ao alvo central (3,00%), mas dentro da banda que vai até 4,50%.

Na curva de juros, há uma precificação de alta da Selic. Em eventos recentes, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que, se houver percepção de que o fiscal vai atrapalhar a convergência da inflação, a autoridade monetária vai reagir. No questionário pré-Copom de dezembro, o BC perguntou aos analistas se consideram gastos além do teto em 2023 e 2024, assim como pediu as estimativas para o juro neutro.

PIB e câmbio

Após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre (0,4%) e das revisões na série divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Boletim Focus publicado nesta segunda mostrou forte alta no cenário de crescimento econômico em 2022.

A mediana para o aumento do PIB este ano saltou de 2,81% para 3,05%. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 avançou de 0,70% para 0,75%. O relatório ainda mostrou leve alta na projeção para o crescimento do PIB em 2024, de 1,70% para 1,71%. Para 2025, a mediana foi mantida em 2%.

A estimativa para o câmbio este ano passou de R$ 5,27 para R$ 5,25, enquanto, para 2023, permaneceu em R$ 5,25.

Infomoney - SP   06/12/2022

As novas encomendas à indústria nos Estados Unidos cresceram 1% em outubro, para US$ 556,6 bilhões, segundo dados do US Census Bureau divulgados nesta segunda-feira (5). A previsão era de uma alta menor, de 0,6%, segundo o consenso Refinitiv. O dado também mostrou uma aceleração em relação ao mês anterior: em setembro, o aumento foi de 0,3%.

O novos pedidos de bens duráveis aumentaram 1,1% no mês, para US$ 277,4 bilhões, também num ritmo mais forte que os 0,2% de alta registrados em setembro.

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Veja - SP   06/12/2022

Não há consenso no mercado para o resultado da última reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) do ano e, por consequência, antes da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Os economistas do Santander apostam na manutenção da taxa Selic no atual patamar de 13,75% ao ano, mas ressalta que a comunicação do Banco Central pode ser mais dura em função da elevação do risco fiscal no país. “A evolução fiscal gerou muita volatilidade nos ativos brasileiros ultimamente, e há pouca clareza sobre as perspectivas. Embora acreditemos que as próximas comunicações do BC possam mostrar um tom mais elevado em relação aos riscos fiscais, acreditamos que uma mudança no curso da política monetária é prematura neste momento”, avalia a instituição em relatório enviado a clientes.

Por outro lado, a Genial Investimentos já trabalha em uma mudança na curva de juros já nesta reunião de dezembro, que acontece entre os dias 6 e 7 de dezembro. “Mais gastos do novo governo geram aumento da demanda e queda da taxa de desemprego, que deverá fechar 2022 próximo a 8% da força de trabalho, já muito perto do nível que começa a gerar pressão inflacionária. Neste cenário, o próximo movimento do Banco Central deverá ser para cima, ao contrário do que estava sendo esperado até este momento”, avaliam os economistas da corretora. Apesar da dúbia expectativa, o último Boletim Focus, que leva em conta a média das projeções do mercado, aponta para uma manutenção na taxa de juros do país em 13,75% ao ano.

O Estado de S.Paulo - SP   06/12/2022

Além de enfrentar os próprios desafios, o Brasil e dezenas de outros países continuarão expostos por longo tempo às consequências do aperto monetário adotado contra a inflação nos Estados Unidos e na União Europeia. Juros altos são o remédio mais empregado, no mundo capitalista, para conter a demanda, esfriar os negócios e frear a alta de preços. Aplicada em grandes economias, essa terapia acaba afetando os fluxos de capitais e o comércio internacional. O aperto ainda poderá aumentar, estender-se por 2023 e talvez chegar a 2024, segundo autoridades monetárias do mundo rico. Juros elevados no exterior dificultarão o afrouxamento no Brasil, onde o Banco Central (BC) já confronta pressões inflacionárias persistentes, em um ambiente de incertezas sobre a evolução das contas federais e da dívida pública.

O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) talvez deva adotar uma política mais agressiva no próximo ano para derrubar mais prontamente a inflação, disse na segunda-feira o presidente do Fed de Saint Louis, James Bullard, membro do comitê responsável, em nível nacional, pela política monetária.

“Ainda há trabalho a fazer”, comentou no mesmo dia o presidente do Fed de Nova York, John Williams, também membro do comitê federal. Mesmo com a desaceleração dos preços, argumentou, a inflação ainda poderá ficar em 2023 na faixa de 3% a 3,5%, bem acima, portanto, da meta de 2%.

Diante desse risco, um aperto maior poderá ser necessário, indicou Williams. Essa observação reforça a hipótese de um aumento de 0,5 ponto porcentual na taxa básica, na próxima reunião do comitê de política monetária, prevista para dezembro. No início de novembro, uma alta de 0,75 ponto porcentual levou os juros básicos ao intervalo de 3,75% e 4%. Foi o quarto aumento consecutivo. A alta de preços tem sido menos vigorosa, nos últimos dois meses, mas a convergência para a meta ainda é incerta.

Espalhada por dezenas de países, a inflação tem sido impulsionada por choques de oferta associados, em grande parte, a desarranjos ocasionados pela pandemia, à política de covid zero aplicada na China e às consequências comerciais da invasão da Ucrânia por tropas da Rússia. Normalmente usadas para conter pressões inflacionárias alimentadas pela demanda, as políticas de aperto monetário têm-se revelado menos eficientes nos últimos tempos. As dificuldades têm sido atribuídas em parte a falhas das cadeias de oferta e às limitações da oferta de produtos básicos em momentos de tensão.

De toda forma, políticas de restrição monetária são as principais ferramentas para a contenção da alta de preços e continuarão sendo usadas. Também na Europa o aperto poderá aumentar. A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, reafirmou nesta semana o compromisso de levar a inflação à meta (2%) e indicou novas altas de juros. Os efeitos colaterais obviamente serão sentidos em outros países, como no caso dos juros americanos. No Brasil, preparar-se para essa pressão deve ser uma das tarefas da equipe do futuro governo.

Veja - SP   06/12/2022

O Comitê de Política Monetária (Copom) realizará a oitava e última reunião do ano na terça-feira, 6, e o mercado não espera surpresas na decisão. Após cinco elevações e duas manutenções na taxa básica de juros, a Selic, é consenso no mercado que o Banco Central encerre o ano com a taxa continuando em 13,75%, mas o foco de atenção do mercado será a divulgação da ata pós-Copom, considerada a “cereja do bolo” por indicar o raciocínio dos integrantes do comitê do BC para o próximo ano.

A inflação registrou três meses de deflação – bastante impactada pela medida artificial e de impacto temporário da redução do ICMS – mas voltou a subir. Há seis semanas consecutivas, o mercado projeta alta no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com o indicador subindo de 5,63% para 5,92% no Boletim Focus, documento semanal contendo as perspectivas de mercado para a economia brasileira, e os especialistas não esperam nova deflação, dado que o efeito dos cortes de impostos já foi completamente absorvido.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já sinalizou diversas vezes que o BC continuará vigilante e vai perseguir o objetivo de trazer a inflação para a meta, fixada em 3,25% para 2023. Em palestra realizada no último mês, na sede da Bloomberg, em São Paulo, Campos Neto disse que a inflação ainda não foi combatida e ainda não havia motivos para comemorar.  “O registro de alta em outubro, a transição do governo e a possível elevação do teto de gastos trouxeram pressão para a inflação, elevando mais uma vez as projeções para 2023”, diz André Malucelli, diretor de investimentos do Paraná Banco. Segundo Malucelli, em um cenário de controle fiscal, o caminho natural da Selic é se manter em 13,75% até meados de 2023 e encerrar o ano que vem próximo de 11%. Porém, se um cenário de descontrole fiscal se materializar, podemos ter a manutenção da Selic ao longo de 2023 ou até mesmo um novo ciclo de alta.

A transição de governo e as indicações de Lula de aumento de gastos para bancar as promessas de campanha adicionam mais risco fiscal para o país, campo que já vinha pressionado durante os últimos tempos da gestão de Jair Bolsonaro.  A tramitação da PEC da Transição, que prevê um gasto  anual extrateto de quase 200 bilhões para os próximos quatro anos para financiar o Bolsa Família e demais investimentos sociais, fez as curvas de juros subirem. “A expectativa é que um possível corte ocorra somente no segundo semestre de 2023, porém, dependendo do andamento da PEC da Transição, podemos ter um cenário completamente oposto, com um aumento na taxa de juros para níveis acima de 14% no próximo ano. O cenário de incerteza fiscal será determinante para validar a precificação da curva de juros, indo na contramão da expectativa de um possível corte no próximo ano”, avalia Lucas Seixas, CEO da InvestAI.

Segundo Victor Inoue, chefe de produtos da WIT Invest, o risco fiscal não está sob controle, e a PEC apresentada pelo governo eleito, se aprovada como está, levaria a um déficit de até 2,6% do PIB em 2023 e permaneceria em terreno deficitário pelo menos até 2026. “Caso a PEC não seja desidratada, podemos entrar em um cenário de dívida insustentável levando a uma situação de dominância fiscal. No cenário pré-eleição, esperávamos o início de cortes no segundo semestre de 2023, mas devido aos ruídos recentes sobre política fiscal o cenário se tornou muito incerto”, diz.

O cenário externo também continua bastante desafiador com as principais economias caminhando para uma desaceleração forçada, movimento puxado pela elevação dos juros para controlar a inflação. Além disso, as tensões acerca da guerra entre Rússia e Ucrânia e a política “Covid Zero” na China continuam gerando efeitos preocupantes na economia, e seguem sendo motivos de alerta para o Banco Central na condução da política monetária.

Infomoney - SP   06/12/2022

Levantamento da Associação Nacional de Economia Empresarial (Nabe, na sigla em inglês), feito com 51 especialistas, concluiu que há mais de 50% de chance de acontecer uma recessão nos Estados Unidos em 2023, sendo que a maioria dos entrevistados (78%) prevê que essa recessão comece no primeiro semestre do próximo ano.

De acordo com o relatório, os participantes reduziram suas expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), ajustado pela inflação, no quarto trimestre de 2023 ante o mesmo período do ano anterior, para 0,3%, abaixo de 1,1% na pesquisa realizada em outubro e 2,1% na de maio.

Além disso, dois terços dos participantes (67%) indicaram que o maior risco negativo para as perspectivas econômicas dos EUA até 2023 é “muito aperto monetário”.
Inflação e juros

Os entrevistados continuam a aumentar suas expectativas de inflação para 2022 e 2023: o índice geral de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) deve aumentar 8,1%, ano a ano, em 2022, e permanecer elevado em 2023, a uma taxa de 4,2% ao ano. Ambos os valores são maiores que os previstos no levantamento de outubro, quando era de 8,0% e 3,8%, respectivamente.

Ademais, as projeções para as taxas de juros também aumentaram: a previsão mediana para a taxa dos Fed Funds para o final de 2023 aumentou para 4,625% em comparação com 3,875% na pesquisa anterior. “A perspectiva mais moderada coincide com expectativas significativamente mais altas para as taxas de juros no final deste ano e no próximo. Os membros do painel esperam que o crescimento do trabalho diminuirá nos primeiros três trimestres de 2023, mas permanecerá positivo”, destacou Dana Peterson, presidente da Nabe.

MINERAÇÃO

IstoÉ Dinheiro - SP   06/12/2022

Os contratos futuros de minério de ferro avançaram nesta segunda-feira, à medida que aumentaram as esperanças de uma maior demanda depois que mais cidades do principal polo siderúrgico da China diminuíram as restrições rígidas contra a Covid-19 no fim de semana.

O minério de ferro mais negociado na bolsa de Dalian encerrou a negociação diurna com alta de 2,4%, a 795,5 iuanes (114,41 dólares) a tonelada, depois de subir 4,1% no início do pregão, atingindo seu nível mais alto desde 16 de junho.

Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência em dezembro tinha alta de cerca de 2% nesta manhã para 108,75 dólares a tonelada.

Os residentes de Pequim comemoraram no sábado a remoção das cabines de teste do Covid-19, enquanto Shenzhen disse que não exigiria mais que os passageiros apresentassem os resultados dos testes para viajar, à medida que aumentava o ritmo de contenção do coronavírus na China.

Mais cidades chinesas, incluindo Urumqi, no extremo oeste, anunciaram uma flexibilização das restrições no domingo, enquanto a China tenta tornar sua política de Covid-zero mais direcionada e menos onerosa após protestos sem precedentes contra as restrições no fim de semana passado.

A China continental registrou 30.014 novos casos em 4 de dezembro, em comparação com 31.824 novos casos no dia anterior.

Brasil Mineral - SP   06/12/2022

Guerra entre Rússia e Ucrânia fez com que houvesse uma realocação do portfólio de investimentos, com a procura de mercados mais seguros.

Durante a cerimônia do 46º aniversário do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, afirmou que mineração é uma das rotas para o Brasil atrair capital estrangeiro em grande volume nos próximos anos e dobrar a participação do setor no PIB, de 2,4% para 5%. Segundo o ministro, a guerra entre Rússia e Ucrânia fez com que houvesse uma realocação do portfólio de investimentos, com saídas do Leste Europeu e da Ásia à procura de mercados mais seguros. ”Como há um interesse mundial pela transição energética e “é impossível” alcançá-la sem aumentar a oferta de minérios, esta é a grande oportunidade para a mineração prosperar e gerar ainda mais riqueza, empregos e oportunidades para os brasileiros”.

Para o ministro, para que o Brasil ser este novo porto seguro na mineração, é preciso renovar os marcos legais do setor, criar instrumentos para financiamento de projetos, criar um ambiente de negócios mais seguro e com previsibilidade, entre outras providências. “É preciso resolver tais situações para não condenar o país a “não crescer””. Diversas autoridades federais e estaduais, além de empresários de vários setores, embaixadores e demais representantes de delegações diplomáticas, participaram da solenidade.

O ministro Sachsida recebeu uma placa em homenagem pelo trabalho conduzido à frente do Ministério de Minas e Energia das mãos de Raul Jungmann, diretor-presidente do IBRAM. Jungmann disse que o IBRAM e as mineradoras associadas estão reforçando sua atuação em relação a temas como sustentabilidade, a transição para uma economia de baixo carbono, o combate às mudanças climáticas, a preservação da biodiversidade, entre outros. Como exemplos de ações nesses assuntos, estão o lançamento do Livro Verde da Mineração, com diversos casos de preservação ambiental a cargo das mineradoras; a Conferência Internacional Amazônia & Bioeconomia, que está em fase de estruturação e será realizada em agosto de 2023 em Belém (PA). A inédita Conferência será realizada durante o maior evento da mineração da América Latina, a EXPOSIBRAM 2023. Segundo Raul Jungmann, é preciso desenvolver a Amazônia social e ambientalmente, com respeito aos povos originários, de modo a criar perspectivas positivas de futuro para a população daquela região. “A mineração tem um importante papel a desempenhar em relação a esse desafio”, afirmou.

O presidente do Conselho Diretor, Wilfred Bruijn, disse na solenidade que o IBRAM terá a meta de fortalecer suas ações em 2023 e buscar maior reconhecimento para o relevante papel socioambiental e econômico da mineração. “Nesse sentido, vamos promover uma série de ações e eventos que vão ser decisivos para estabelecer os rumos da mineração do futuro, cada vez mais responsável, segura e sustentável”, disse.

Máquinas e Equipamentos

IstoÉ Online - SP   06/12/2022

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) deve encerrar 2022 com uma queda de 5% do faturamento contabilizado por suas mais de 1,7 mil associadas, conforme disse nesta segunda-feira, 5, o presidente executivo da entidade, José Velloso, minutos antes do início do almoço anual de confraternização da associação.

Velloso lembrou que inicialmente havia previsão de alta de 2% a 3% do faturamento da indústria de máquinas, mas a política monetária adotada pelo Banco Central, com elevação da Selic e reflexos para as taxas de juros de longo prazo, inibiu os negócios.

A produção da indústria de máquinas deve ficar 1% menor neste ano em comparação ao ano passado, de acordo com Velloso.

2023

Para 2023, a expectativa é de estabilidade do faturamento da indústria de máquinas e equipamentos e avanço de 0,5% da indústria de transformação.

Consultada pela equipe de transição

Velloso comentou que a entidade foi consultada pela equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem a Abimaq enfatizou a necessidade de fomentar uma “agenda de competitividade”.

Garantir segurança jurídica, liberdade econômica e redução do “custo Brasil” foram destacados pelo executivo, além da efetivação das reformas administrativa e tributária.

De acordo com Velloso, para aumentar a industrialização no País, a prioridade é a reforma tributária.

Brasil Mineral - SP   06/12/2022

É também 19,6% maior que o melhor resultado – em 2013, quando foram vendidos 33,4 mil equipamentos.

O estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) indica que o mercado deve comercializar 39,9 mil unidades de máquinas da linha amarela (movimentação de terra) em 2022, volume superior aos 33,1 mil máquinas vendidas no último ano. É também 19,6% maior que o melhor resultado – em 2013, quando foram vendidos 33,4 mil equipamentos.

O crescimento sustentável do setor começou em 2017 e o resultado deste ano se deve ao aumento e à substituição de frota tanto das construtoras como das locadoras para atender às demandas nas áreas de infraestrutura, construção pesada, agronegócio, mineração e florestal. As concessões, os investimentos em reubarnização, a entrada de novos players no segmento do rental, a continuidade das obras residenciais, comerciais e industriais e das exportações e produção do agro nacional são algumas razões que explicam o recorde desse mercado. O destaque de 2022 é a alta nas vendas da linha amarela: pás carregadeiras (26%, com 10,2 mil unidades), escavadeiras hidráulicas (24%, com 11,9 mil) e retroescavadeiras (18%, com 9,3 mil). O levantamento aponta ainda incremento de 19% para as motoniveladoras e de 20% para os tratores de esteira. O índice negativo fica com os caminhões fora de estrada, que registraram redução de 53% nas unidades vendidas.

A categoria “demais equipamentos”, que engloba guindastes, compressores portáteis, manipuladores telescópicos, plataformas elevatórias e equipamentos para concreto, também prevê um crescimento de 47% ante 2021, com 7,2 mil unidades comercializadas, com destaque para o aumento de 94% nas vendas de plataformas elevatórias.

O relatório da Sobratema mostra ainda que os equipamentos para concreto estão em ascendência, mesmo com a retração nos últimos meses das vendas de cimento. A comercialização de autobomba com mastro de distribuição deve registrar uma elevação de 186% neste ano ante 2021, enquanto as vendas de bombas estacionárias rebocáveis devem crescer 65% em 2022. Por outro lado, os caminhões betoneira devem sofrer uma baixa de 6% nas vendas.

Em relação à comercialização de caminhões rodoviários e tratores pesados de pneus demandados na construção, a previsão é de crescimento de 39% e 15% neste ano, respectivamente, perante o ano anterior. Com as categorias de equipamentos alcançando vendas expressivas, o Estudo de Mercado da Sobratema estima que as vendas totais de máquinas para construção devem aumentar 27% em 2022 sobre o último ano, alcançando 65,1 mil unidades comercializadas neste ano contra 51,1 mil unidades no ano anterior.

Para 2023, o levantamento estima um crescimento nas vendas da ordem de 4% tanto para o segmento de máquinas da linha amarela como todo o setor de equipamentos para construção. Editado desde 2007, o Estudo realizado pela Sobratema retrata a importância econômica do setor, auxilia na formulação das políticas que facilitam a aquisição de equipamentos modernos e eficientes, e é também um instrumento de planejamento muito útil para as empresas do setor. A compilação e análise dos dados contam com a consultoria de Mario Miranda.

Infomoney - SP   06/12/2022

O presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Gino Paulucci Junior, enfatizou nesta segunda-feira, 5, que a entidade atuará “incansavelmente” pela reindustrilização do Brasil. Paulucci Junior abriu a cerimônia do almoço anual de confraternização da Abimaq, realizado mais cedo em São Paulo (SP).

Comentando sobre as incertezas antes da eleição presidencial e a expectativa quanto à escolha da equipe do próximo governo, Paulucci Junior destacou que “políticas de governo não atendem (o setor) porque trazem insegurança jurídica”. “Para ter segurança jurídica, é preciso ter política de Estado”, afirmou.

O executivo reforçou que a associação seguirá atuando pela redução do custo Brasil, com vistas a melhorar a competitividade da indústria e eliminar entraves que reduzem investimentos. “Redução do custo Brasil é primordial para a competitividade da indústria”, afirmou.

Paulucci Junior também disse que a Abimaq apoiará reformas estruturantes como a tributária e a administrativa.

FERROVIÁRIO

Infomoney - SP   06/12/2022

A Verde Agritech solicitou autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para construir um ramal ferroviário no interior de Minas Gerais. O projeto da companhia prevê um traçado entre a instalações da companhia, em São Gotardo, e a cidade de Ibiá, no Triângulo Mineiro, para escoar a produção. A Verde Agritech, conforme comunicado, é considerada a empresa com maior capacidade de produção de potássio para a agricultura do Brasil e a primeira do mundo a aditivar fertilizante mineral com microrganismos.

Segundo a empresa, o ramal ficará interligado a uma rede ferroviária que conecta sete Estados e o Distrito Federal, que tem parte administrada pela Ferrovia Centro Atlântica (FCA). “As ferrovias FCA são a principal rota entre as regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil”, destaca a companhia no comunicado.

O projeto apresentado à ANTT contempla o transporte de até 50 milhões de toneladas de fertilizantes potássicos por ano, cerca de 55% da demanda nacional, segundo a empresa. A companhia tem hoje duas plantas em operação, em São Gotardo e Matutina, com capacidade de produzir anualmente até 3 milhões de toneladas de fertilizantes. Este ano, a construção da terceira planta, com investimentos de R$ 275 milhões, foi anunciada pela companhia para ser concluída em 2024, elevando a capacidade de produção para 16,4% da demanda nacional.

O Fundador e CEO da Verde Agritech, Cristiano Veloso, diz na nota que “ao conectar as minas de potássio da Verde, a maior reserva conhecida do Brasil, aos seus principais centros consumidores, a ferrovia dará aos agricultores acesso a um volume ainda mais substancial de produto”.

A construção do ramal ferroviário por empresas é prevista em uma medida provisória de agosto de 2021, por meio do Programa de Autorização Ferroviária (Pro Trilhos). A Verde Agritech diz esperar a autorização da ANTT para os próximos meses.

“Caso a autorização seja concedida, será posteriormente assinado um contrato entre a ANTT e a Verde, autorizando a exploração da ferrovia em regime privado. Depois disso, a Companhia iniciará os estudos ambientais e de engenharia para este projeto”, explica o comunicado ao mercado.

Rodoviário

Valor - SP   06/12/2022

Pátria vende 55% da Entrevias a grupo francês, mas mantém interesse no setor rodoviário do país, diz sócio

Roberto Cerdeira, sócio do Pátria: Venda de outros ativos não está na pauta — Foto: Silvia Zamboni/Valor

O grupo francês Vinci e a gestora de investimentos Pátria planejam seguir expandindo sua atuação no mercado brasileiro de infraestrutura, segundo Belen Marcos, presidente global da Vinci Highways, e Roberto Cerdeira, sócio da gestora de investimentos. A empresa francesa acaba de estrear no setor de rodovias no país, a partir da aquisição de 55% da Entrevias, concessão conquistada pelo Pátria em 2017, responsável pela operação de estradas no Centro-Oeste de São Paulo.

A venda, cujo valor não foi divulgado, ainda passará por aprovações de autoridades. A previsão é que seja concluída em um prazo de três a quatro meses.

Para a Vinci, trata-se de apenas um primeiro passo no setor, que vinha sendo ensaiado há tempos pelo grupo. Para o Pátria, o desinvestimento não significa uma saída do mercado rodoviário.

Belen Marcos, CEO da Vinci Highways: A Entrevias é um ativo adequado — Foto: Divulgação

O grupo francês já atua em infraestrutura no Brasil desde 2017, quando conquistou a concessão do aeroporto de Salvador. Desde então, também venceu o leilão de um bloco regional de aeroportos no Norte, em 2021.

“Temos olhado o mercado de rodovias brasileiro há algum tempo. Às vezes é uma questão de achar o ativo certo. Quando começamos a conversar com o Pátria, percebemos que a Entrevias poderia se ajustar aos nossos requerimentos. É um contrato que entra em um momento de maior maturidade, é bem operado e que tem o porte e o prazo remanescente adequados. E São Paulo é um Estado em crescimento, com um bom histórico de concessões”, afirma a executiva.

O objetivo da companhia é seguir sua expansão no país, tanto em aeroportos quanto em rodovias. “Certamente olharemos novos investimentos no Brasil. Há um grande ‘pipeline’ por vir. É um país que terá muito crescimento. Quando entramos em uma região, se estamos confortáveis em trabalhar e se o projeto for bem, em geral nosso objetivo é ter um longo relacionamento com o país. Somos investidores de longo prazo”, diz.

Ela diz, porém, que por ora não há alvos específicos, e que tudo dependerá dos ativos que vierem ao mercado. “No momento, nosso foco será finalizar a operação. Ainda é cedo para falar de alvos futuros, temos que concluir esta operação antes.”

Do lado do Pátria, a venda da Entrevias não sinaliza um desinteresse da gestora pelo mercado de rodovias no Brasil, diz Cerdeira. “Desinvestir é parte do nosso negócio. Sempre que o ativo estiver maduro o suficiente, vamos avaliar. Neste caso achamos um bom parceiro, então decidimos fazer uma venda parcial”, afirma.

Segundo ele, no curto prazo, não dá discussão sobre venda dos demais ativos rodoviários da gestora no Brasil - a Cart (Concessionária Auto Raposo Tavares) e a Eixo SP (que opera o corredor Piracicaba-Panorama). Em relação aos demais 45% da Entrevias, o sócio também diz que não há decisão sobre manter a participação ou sair totalmente.

Após vencer o leilão da Eixo SP, em janeiro de 2020, com uma outorga de R$ 1,1 bilhão - um lance bem acima do segundo colocado na disputa -, o Pátria ficou sem disputar novos projetos de infraestrutura no Brasil por quase dois anos. O jejum foi quebrado com uma oferta na licitação do lote rodoviário Noroeste Paulista, em setembro deste ano. Porém, a gestora não levou o ativo.

“Nunca deixamos de estudar, analisamos 90% dos projetos que vieram ao mercado nesse período. Nós avaliamos a regulação, o histórico dos ativos, nossa capacidade de sermos competitivos no leilão”, diz ele. Além disso, a gestora conquistou dois contratos rodoviários importantes na Colômbia, em 2021 - um por meio de aquisição e outro via licitação. “Temos feito bastante coisa.”

Cerdeira afirma que o plano é seguir disputando leilões de infraestrutura no Brasil. “Estamos analisando a maior parte dos projetos na região, mas a decisão sobre entrar ou não é feita na última hora”, afirma.

Questionado sobre as expectativas com o novo governo, o sócio diz apenas que a visão de longo prazo do grupo não muda. “A regulação tem sido estável nos últimos anos e em diferentes governos. Já investimos R$ 6,4 bilhões em rodovias no país e queremos fazer mais”, afirma o sócio.

Marcos, da Vinci, também minimiza os riscos políticos. “Já vimos mudanças de governo em muitos países e sempre nos adaptamos. É parte de fazer negócio em infraestrutura.”

Questionada sobre os desafios do mercado brasileiro para atrair investidores internacionais, a executiva cita, além da importância da estabilidade política e regulatória, o tamanho dos ativos ofertados. “Às vezes os projetos são muito grandes. Entrar em qualquer mercado novo de infraestrutura é complicado, se o ativo é muito grande ou se há muita construção a ser feita fica mais difícil para estrangeiras.”

No caso da Entrevias, trata-se de uma concessão que administra 570 km de estradas no interior paulista. A concessão, firmada em 2017, previa à época R$ R$ 3,9 bilhões de investimentos, ao longo dos 30 anos de contrato. Hoje, mais de 50% das obras já foram executadas, segundo o Pátria.

No acumulado deste ano até setembro, a concessionária teve receita bruta de R$ 633,6 milhões, pequena alta de 0,77% na comparação com o mesmo período de 2021. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado subiu 32%, chegando a R$ 296 milhões no ano. No período, houve prejuízo de R$ 44 milhões.

NAVAL

Porto Gente - SP   06/12/2022

O sucesso de um porto é ser ágil ao operar navios maiores das grandes rotas do comércio internacional.

Há muito o Porto de Santos se ressente de representação política à sua altura, no Congresso. Para o próximo mandato, foram eleitos três deputados federais que irão representá-lo e, mesmo de legendas distintas, estarão alinhados nas questões fundamentais, de interesse da comunidade portuária. Por isso é importante, também para o Brasil, que todos eles façam parte da comissão de portos, como voz política do principal complexo portuário do hemisfério sul.

Na próxima semana, será anunciado o ministro da gestão Lula responsável pelo setor portuário. O governo que vai tomar posse é uma composição política que favorece a negociação. Os três deputados federais eleitos, da região do Porto de Santos, Alberto Mourão ((MDB), Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) e Rosana do Valle (PL) têm compromisso com a política portuária regional. Mais do que uma posição programática do governo PT de abortar a privatização do Porto de Santos, este programa, como Portogente anunciou, foi um insucesso em todos os portos que se tentou implantá-lo.

Esse crescimento político da região, na esfera federal, precisa ser sincronizado com a comunidade portuária. Sem o que, não será possível tirar o Porto de Santos da desordem que tem vivido, nos últimos seis anos. Toda uma diretoria da autoridade portuária sair algemada pela Polícia Federal. Mais recentemente, foi contratado o serviço de dragagem, em curso, com dragas da Van Oord, por R$ 100 milhões mais caro que a renovação possível do antigo contrato, com a DTA. Em desrespeito ao princípio constitucional da economicidade.

Tomando como referência outros momentos da gestão petista dos portos, decerto o novo governo terá melhor resultado do que foram os últimos quatro anos. Entretanto, isto não é suficiente como horizonte de sucesso: o jogo precisa ser jogado, para atrair investimentos e conquistar competitividade. Todavia, por se tratar de uma frente de forças políticas, na qual a região do porto fica mais fortalecida em sua representação parlamentar, favorece na aprovação de projetos fundamentais para a reindustrialização do porto atual, para o futuro.

Um cenário em que a comunidade do porto deve ter um papel protagonista, norteado por um debate estruturado, como resposta aos principais problemas e tendo como meta a realidade portuária mundial projetada para 2050. Do jeito que está o complexo portuário de Santos não pode continuar, limitado a um presente virando passado. Sem construir o futuro de melhores oportunidades.

PETROLÍFERO

Valor - SP   06/12/2022

Limite de preço e proibição da UE sobre remessas de petróleo russo entram em vigor nesta segunda-feira (5)

Os compradores de petróleo da Ásia, liderados pela Índia e pela China, mantêm as perspectivas para o setor de petróleo da Rússia em suas mãos, à medida que um conjunto de restrições globais às exportações russas de petróleo entra em vigor.

Um embargo da União Europeia (UE) às importações de petróleo russo a partir desta segunda-feira (5) é a tentativa do bloco de punir Moscou por invadir a Ucrânia e ocorre meses depois que os Estados membros liderados pela Alemanha tentaram reduzir sua dependência da energia russa.

A UE também fez parte dos esforços dos principais países industrializados do G-7 para criar um teto de preço para o petróleo russo, que também está sendo lançado nesta segunda-feira.

Definido inicialmente em US$ 60 por barril, o limite de preço pretende funcionar proibindo o seguro para qualquer remessa de petróleo russo, a menos que o limite seja respeitado.

O petróleo russo já está sendo negociado com grandes descontos em relação aos preços de referência internacionais do petróleo bruto, um sinal de que Moscou tem um grupo limitado de compradores, já que os clientes da UE recuaram.

"Nas últimas semanas, os Urais russos foram vendidos com um desconto de até US$ 30 por barril em relação ao Brent", disse Ehsan ul Haq, analista-chefe de pesquisa de petróleo da Refinitiv em Londres, referindo-se a dois principais preços de referência do petróleo.

O diferencial de preço significa que, por enquanto, é improvável que o limite tenha um grande efeito. Mas a questão é para onde os preços podem ir a partir daqui, com a demanda da Ásia - em particular da China e da Índia - provavelmente desempenhando um papel importante.

Os preços globais de referência do petróleo subiram mais de 2% nesta segunda-feira, com o início das restrições às exportações russas. O mercado também parecia estar respondendo às indicações na China de que o país estava relaxando algumas de suas rígidas restrições, o que estimularia a atividade econômica e, portanto, a demanda por petróleo.

Em uma reunião Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), no fim de semana, ministros disseram que estavam prontos para tomar medidas adicionais imediatas para apoiar o equilíbrio do mercado de petróleo, se necessário. Eles não anunciaram nenhuma mudança na produção da OPEP.

Antes, a previsão de demanda por petróleo havia piorado com o aumento dos casos de covid-19 na China, disse o principal analista de petróleo bruto da Refinitiv, Ehsan ul Haq. "Se houver menos demanda por seus produtos refinados, os refinadores comprarão menos petróleo bruto", disse.

Giovanni Staunovo, analista de commodities do UBS em Zurique, disse que a Rússia se tornará mais dependente de clientes de petróleo na China, Índia e Turquia. "Se, por exemplo, a demanda chinesa permanecer fraca por mais tempo, isso significaria que os equilíbrios do mercado diminuiriam e provavelmente resultaria em descontos maiores no petróleo russo."

Em novembro, a China estava importando 1,05 milhão de barris por dia de petróleo bruto russo transoceânico, com mais 850 mil bpd vindo de oleodutos, disse Viktor Katona, chefe de pesquisa de petróleo bruto da Kpler.

"Quanto à compra de petróleo russo pela Índia, as importações de novembro chegaram a 1,049 milhão de barris por dia", disse Katona. "Isso é quase 100 mil a mais do que em outubro e esperamos que dezembro esteja muito alinhado com o mês passado, sendo até marginalmente mais alto."

Katona disse que os refinadores indianos poderiam levar outros 500 mil a 600 mil barris por dia da Rússia. "A compra de petróleo russo pela Índia em novembro é a segunda maior já registrada. Então, o interesse existe", disse Katona.

O aumento da dependência da Rússia em relação aos compradores asiáticos também significa que a dinâmica do transporte marítimo mudará.

Espera-se que as rotas marítimas mais longas criem alguma turbulência logística para Moscou, exacerbando o aperto na disponibilidade de navios-tanque e aumentando os custos de frete e petróleo.

As cargas de petróleo com destino à Índia e à China devem viajar milhares de quilômetros a mais em comparação com a viagem de rotina para a Europa.

"Com mais descargas asiáticas de petróleo e produtos russos, a duração média da viagem inevitavelmente aumentará", disse Katona. "Enquanto uma viagem Rússia Báltico-Roterdã levava de 6 a 7 dias, uma viagem do mesmo porto russo para a Índia levaria de 35 a 40 dias."

A Rússia disse que não reconhecerá o teto de preço do G-7. Muitos analistas esperam que o país tente enviar petróleo usando uma frota paralela de embarcações mais antigas que não usam o seguro. "Não está claro se existem embarcações suficientes para manter totalmente os fluxos da Rússia", escreveram analistas do Goldman Sachs em 23 de novembro.

Umud Shokri, estrategista de energia baseado em Washington e consultor de política externa da Gulf State Analytics, disse que Moscou não tem muitas opções. "Quando as sanções são impostas a um país produtor de petróleo, elas não apenas causam uma diminuição gradual na produção e na capacidade de exportação, mas também tornam a questão da comercialização um sério risco, pois torna-se um desafio entrar no campo do transporte de petróleo russo devido a sanções."

A Europa, enquanto isso, buscará alternativas ao petróleo russo em todo o mundo, de acordo com Katona, incluindo "América Latina, África Ocidental, Estados Unidos e mais petróleo bruto produzido internamente".

"Os produtores do Oriente Médio serão os que mais se beneficiarão com a proibição da UE ao petróleo transoceânico russo, pois isso lhes dará a oportunidade de aumentar sua participação no mercado", disse Katona. "Os produtores de petróleo asiáticos, como a Indonésia, não se beneficiariam tanto porque não produzem o mesmo tipo de petróleo bruto que a Rússia".

Infomoney - SP   06/12/2022

Os preços do petróleo tiveram uma reviravolta e registraram queda na sessão desta segunda-feira (5), com o noticiário da manhã sobre as decisões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e de reabertura da China sendo ofuscado pelo noticiário dos EUA.

O mercado de commodity seguiu o de ações dos EUA, que registram queda, depois que os dados do setor de serviços dos EUA levantaram preocupações de que o Federal Reserve possa continuar sua política agressiva de aperto monetário, suscitando novamente temores de recessão, com impactos na demanda.

O contrato futuro do brent para fevereiro de 2023 caiu 3,38%, a US$ 82,68 por barril, na ICE, enquanto o WTI para janeiro recuou 3,81%, a US$ 76,93 por barril, na Nymex. Mais cedo, a commodity registrava ganhos de cerca de 2%.

A atividade da indústria de serviços dos EUA se recuperou inesperadamente em novembro, seguindo os dados de recuperação do emprego oferecendo mais evidências do ímpeto da economia.

A notícia fez com que os mercados de petróleo e de ações reduzissem os ganhos.

Os dados desafiam a esperança de que o Fed possa desacelerar o ritmo e a intensidade de seus aumentos de juros em meio aos recentes sinais de retração da inflação.

“O nervosismo macroeconômico sobre o Fed e o que eles farão com as taxas de juros estão tomando conta do mercado”, disse à Reuters Phil Flynn, analista do grupo Price Futures.

Dando suporte ao mercado anteriormente, a Opep+ concordou no domingo em manter seu plano de outubro de reduzir a produção em 2 milhões de barris por dia (bpd) de novembro a 2023.

“A decisão … não é uma surpresa, dada a incerteza no mercado sobre o impacto da proibição de importação de petróleo bruto da Rússia pela União Europeia em 5 de dezembro e o limite de preços do G7”, disse Ann-Louise Hittle, vice-presidente de consultoria Wood Mackenzie. “Além disso, o grupo de produtores enfrenta riscos negativos devido ao potencial de enfraquecimento do crescimento econômico global e à política de Covid-zero da China”, complementa.

Os países do Grupo dos Sete (G7) e a Austrália concordaram na semana passada com um teto de preço de US$ 60 por barril para o petróleo russo transoceânico.

Ao mesmo tempo, em um sinal positivo para a demanda por combustível no maior importador de petróleo do mundo, mais cidades chinesas reduziram as restrições do COVID no fim de semana.

A atividade empresarial e manufatureira na China, a segunda maior economia do mundo, foi atingida este ano por medidas estritas para conter a propagação do coronavírus.

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