FORGOT YOUR DETAILS?

Seja bem-vindo ao INDA!

Olá, seja bem-vindo
ao INDA!

06 de Outubro de 2023

SIDERURGIA

Portal Fator Brasil - RJ   06/10/2023

O primeiro painel do Congresso Aço Brasil 2023 teve como tema “Geopolítica do Aço – Cenário Atual e Perspectivas”, com moderação de Jorge Oliveira, Conselheiro do Instituto Aço Brasil, CEO Aços Planos América Latina e vice-presidente da ArcelorMittal Brasil. O painel também contou com Thiago de Aragão, CEO da Arko International, Pesquisador Sênior do Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos (CSIS) e Especialista Visitante do Institute of the Americas em Relações China-América Latina; e Germano de Paula, professor Titular do Instituto de Economia da Universidade Federal de Uberlândia.

De acordo com Oliveira, a pandemia de covid-19 e o conflito da Rússia com a Ucrania, assim como as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, maiores economias do mundo, têm criado e potencializado diversas particularidades que ditam o rumo das exportações e importações do aço: —A indústria brasileira do aço, embora sólida e competitiva, com bilhões investidos todos os anos, encontra hoje um mundo com barreiras comerciais complexas—.

Para Aragão, decisões comerciais referentes ao mercado do aço tomadas pela China não possuem relação direta com o insumo, e muitas vezes são medidas que se destinam à preservação de outras questões. —Nem tudo que afeta um setor, necessariamente tem a ver com aquele setor —disse. Thiago exemplifica a complexidade do tema comentando que, em um possível cenário onde o Brasil iniba a entrada do aço chinês, a China poderia dar uma resposta que afeta a sua importação de produtos do agro brasileiro.

Dessa forma, o especialista ressalta que o Brasil precisa se defender, com o setor do aço tendo a responsabilidade não só de proteger os seus próprios interesses, mas também de educar o âmbito governamental sobre termos que vão além da tecnicalidade, já que as ações geopolíticas do governo, muitas vezes não correlatas ao aço, impactam o desempenho do setor. —Lembrando ainda que processos de desburocratização por parte do Governo também funcionam como estímulo e barreira de proteção contra medidas internacionais— concluiu.

Já Germano de Paula ressaltou que, além da descarbonização, a guerra entre Rússia e Ucrânia e o conflito entre Estados Unidos e China são os principais temas geopolíticos da atualidade. Segundo de Paula, a produção e o consumo de aço da Rússia não sentiram um grande impacto, mas a Ucrânia apresentou queda de enormes proporções em sua produção do insumo, o que também leva em consideração a perda da capacidade de produção devido à destruição de duas importantes usinas. Sanções europeias e americanas, porém, afetaram diretamente a exportação líquida de aço na Rússia.

No que diz respeito às relações entre Estados Unidos e China, Germano explica não se tratar de um conflito direto entre os países, pois, embora o comércio de aço dos Estados Unidos cresça de forma direta, o da China se expande principalmente de forma indireta. Os chineses têm investido na produção de aço mexicano, enquanto os americanos investem no setor do aço da Ásia, ou seja, são questões que se expandem para outros países, influenciadas por sua dependência das maiores econômicas do mundo. Essa organização das relações afeta e altera diariamente o jogo geopolítico.

Conferência Magna — Geopolítica do Aço: Jefferson De Paula, Presidente do Conselho Diretor do Aço Brasil, Presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração Latam, também moderou uma conferência sobre o cenário geopolítico do aço com Aditya Mittal, CEO da ArcelorMittal. Questionado sobre o futuro da indústria global, Aditya argumenta que embora seja impossível prever alterações bruscas do cenário geopolítico, como a covid, por exemplo, algumas demandas significativas ocorrem de forma cíclica, o que permite um bom prospecto das solicitações futuras.

O CEO da ArcelorMittal destaca a descarbonização e a sustentabilidade como aspectos que vêm tendo alta demanda por parte da indústria. Assim, energia solar, eólica, carros elétricos e fábricas que minimizem a emissão de CO2 continuarão a ser a prioridade.

Mittal ressaltou, ainda, que os principais desafios para o setor do aço do Brasil nos próximos anos são a adoção de unidades e espaços mais seguros de trabalho, atuando para que haja a construção de uma “cultura de segurança”; a busca por novas formas de atrair talentos e capacitar mão de obra qualificada; e a descarbonização.

No último ano, o grupo ArcelorMittal destinou investimento de US$ 5 bilhões ao Brasil, de acordo com Mittal. —O objetivo agora é dobrar a capacidade de produção, investir em energia renovável e atrair e reter novos talentos—.

Mittal explica ser necessário mudar a percepção que as pessoas possuem da construção civil e do setor do aço, além de ser um dever imprescindível, por parte das empresas, a promoção da diversidade em seus quadros e a construção de políticas administrativas e de home office bem estruturadas: —Devemos mostrar que estamos aptos a superar desafios e a nos adaptar as novas tecnologias e necessidades do setor, seja no cenário interno ou geopolítico—.

Exame - SP   06/10/2023

Os resultados do terceiro trimestre para a Vale (VALE3) e para a CSN (CSNA3) serão positivos. Ao menos é isso que os analistas do Itaú BBA projetam. Em contrapartida, a Gerdau (GGBR4) deve reportar números mais fracos, enquanto a Usiminas (USMI5) pode ficar no negativo.

Segundo Daniel Sasson e a equipe de analistas que assinam o relatório divulgado nesta quinta, 5, tanto a Vale quanto a CSN devem se beneficiar dos preços mais elevados do minério de ferro junto de uma melhor sazonalidade. “Provavelmente serão as únicas empresas em nossa cobertura a reportar resultados sequencialmente mais fortes”, apontam.

VALE3: maiores volumes e preços compensam custos elevados

Ainda no documento, o banco destaca que a Vale deve reportar uma melhora sequencial nos resultados do 3T23, ajudada pelo desempenho mais forte na divisão de ferrosos, compensando os resultados mais fracos no segmento de metais básicos. É projetado um Ebitda consolidado de US$ 4,6 bilhões — alta de 10% em relação ao trimestre anterior e de 14% no comparativo anual.

“Estimamos um crescimento sequencial no EBITDA da divisão de ferrosos, com a alta do volume e dos preços realizados que compensaram os custos elevados. Nossa projeção aponta para um incremento de 81 milhões de toneladas, ajudada pela melhor sazonalidade”, explicam. Segundo eles, o preço por tonelada deve estar US$ 6 mais elevado em relação ao 2T23, para US$ 105, devido aos preços a curto prazo mais elevados e ao impacto positivo dos mecanismos de precificação.

CSNA3: resultados impulsionados pela divisão de minério

Os preços mais elevados do minério de ferro vão impulsionar os resultados do terceiro semestre da CSN, junto aos maiores volumes. Segundo os analistas, é justamente essa divisão da companhia que irá garantir resultados sólidos, com uma alta de 14% no Ebitda em relação ao trimestre anterior — totalizando R$ 2,6 bilhões.

A siderurgia, por outro lado, deve apresentar um declínio de 52% no indicador, devido aos preços mais baixos de aço que foram praticados no período. “Espera-se que os resultados dos demais negócios da CSN apresentem uma melhoria sequencial, ajudados por resultados mais sólidos na divisão de cimento”, salienta o banco.

GGBR4 e USIM5: resultados fracos (e negativos)

Segundo os analistas do BBA, a Usiminas será o destaque desta temporada de resultados, mas não de uma forma positiva. A companhia deve reportar um Ebitda negativo, prejudicado pelo fraco desempenho da divisão de aço durante o período de transição da manutenção da Alto-Forno 3 (BF3).

“Projetamos um Ebitda negativo de R$ 92 milhões, uma queda de 458 milhões no trimestre, principalmente pelos preços mais baixos e custos ainda elevados”, dizem os analistas. Eles apontam ainda que a divisão de mineração também deve cair em relação ao trimestre anterior, afetada por baixos volumes.

Outra companhia que terá resultados fracos é a Gerdau, que apresenta tendências de enfraquecimento em todas as suas divisões. A estimativa é de que o Ebitda recue 17% no comparativo trimestral, devido a resultados fracos em todos os setores. “A operação da América do Norte provavelmente será afetada pelos preços mais baixos de aço, enquanto os resultados no Brasil devem mostrar uma contração por conta da redução dos preços e volumes do aço doméstico.”

Infomoney - SP   06/10/2023

Barata demais em comparação com a média histórica, negociada a múltiplos baixos e abaixo do seu valor intrínseco. Essa é a avaliação que o Morgan Stanley faz sobre os papéis de Usiminas (USIM5) em relatório publicado nesta quinta (5).

Mesmo com essa análise, o banco mantém a recomendação de equal weight (exposição em linha com a média do mercado, equivalente à neutra) e cortou o preço-alvo das ações da siderúrgica para R$ 7,00 por ação ao fim de 2024 (o target anterior era de R$ 8 por ação).
Um dos motivos do corte no preço-alvo é a queda nas projeções para o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) de R$ 225 milhões para aproximadamente R$ 89 milhões no terceiro trimestre de 2023. A previsão de Ebitda para 2023 inteiro caiu 42%, para R$ 1,169 bilhão, enquanto para 2024 ficou em R$ 2,873 bilhões (queda de 9%). Já para 2025, a expectativa do banco foi mantida em R$ 3,385 bilhões em 2025 e para 2026 subiu em 1%, a R$ 3,791 bilhões.

ECONOMIA

O Estado de S.Paulo - SP   06/10/2023

A recente alta das cotações do petróleo deixou o cenário externo ainda mais incerto. Para as economias emergentes, como a brasileira, a nova conjuntura internacional pode significar uma dificuldade adicional para que os bancos centrais promovam uma esperada queda dos juros.

Com o corte de produção de petróleo liderada pela Rússia e Arábia Saudita, o valor do barril chegou a se aproximar de US$ 100 (embora esta semana tenha recuado para uma faixa de US$ 85). A movimentação do preço representa uma nova pressão numa conjuntura em que a batalha dos bancos centrais contra a inflação ainda não está vencida, o que pode levar o mundo a permanecer com juros mais altos por um período prolongado.

No Brasil, boa parte dos analistas espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) leve a Selic - atualmente, em 12,75% ao ano - para 9% ao fim do de 2024, como revela a pesquisa Focus, conduzida pelo Banco Central. Mas no mercado financeiro os sinais de preocupação já estavam mais evidentes. Nesta semana, os juros eram precificados em 10,5% ao fim do próximo ano.

“Na hora em que o (preço do) petróleo piora um pouco a cara da inflação, pelo menos no curto prazo, pode alimentar expectativas adicionais de postergação do momento da queda de juros. Pode contribuir para fortalecer as expectativas de manutenção dos juros elevados por mais tempo”, afirma José Júlio Senna, ex-diretor do Banco Central e chefe do Centro de Estudos Monetários do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Nos Estados Unidos, a alta do preço do petróleo costuma ter um impacto quase imediato para o consumidor e, portanto, nos índices de inflação, ao contrário do Brasil, em que o repasse depende de uma decisão da Petrobras.

A subida de preço do produto é apenas mais um ingrediente numa economia que tem mostrado fragilidade nas contas públicas - diante do crescente déficit público e dos impasses em relação ao orçamento - e observado uma subida dos juros longos, numa clara indicação entre os investidores de que o caminho para o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) também tende a ser mais difícil.

Na reunião de setembro, o Fed manteve as taxas de juros na faixa de 5,25% a 5,5% ao ano, mas deixou a porta aberta para uma nova alta.

“Os americanos têm acumulado problemas na área fiscal, seja no tamanho da dívida em si, mas também na polarização que se apresenta nas discussões no Congresso”, afirma Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados. “Quanto mais tempos de juros curtos e longos elevados nos EUA, maior o risco de recessão.”

Em junho, a agência Fitch rebaixou a classificação de crédito do governo norte-americano, destacando o aumento da dívida federal, estadual e dos municípios. A classificação foi reduzida um nível de AAA (a mais alta possível) para AA+.

Trava para emergentes

A permanência de juros mais elevados nos EUA impõe uma espécie de trava para a queda dos juros ao redor do mundo. As taxas mais altas lá fora tendem, por exemplo, a enfraquecer a moeda de países emergentes, o que obriga os bancos centrais a segurarem os juros em patamares elevados. Por aqui, nesta semana, o dólar superou a barreira de R$ 5,10.

No Brasil, o ciclo de queda dos juros, chamada no mercado de “afrouxamento monetário”, é uma das grandes apostas da equipe econômica para acelerar o crescimento econômico. Neste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer cerca de 3%. Em 2024, deve ocorrer uma importante desaceleração na economia. A expectativa dos analistas é de um crescimento de 1,5%.

“O que mais atrapalha o Banco Central são os juros lá fora. É claro não só para o Brasil, mas para todos os países da América Latina, como Chile, Colômbia, México”, afirma Luciano Sobral, economista-chefe da Neo Investimentos. “Os bancos centrais não vão conseguir cortar os juros quanto gostariam se os EUA ficarem muito tempo parado com o juro no patamar atual.”

Na última ata, o Copom sinalizou um cenário externo mais difícil e já deixou um caminho traçado, de redução da Selic em 0,5 ponto porcentual nas reuniões de novembro e dezembro, as últimas do ano. Antes do documento, uma parte do mercado chegou a projetar um corte de 0,75 ponto em um dos encontros. Na ata, o comitê chamou a atenção para a subida da taxa de juros de longo prazo nos EUA.

“Esse desconforto que está surgindo no mercado externo, com um ambiente mais incerto, deixa mais explícita a limitação que o BC brasileiro tem para levar os juros para baixo”, afirma Senna. Na segunda-feira, 2, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu que o impacto do aumento de preços da energia na inflação global deixou a barra para corte de juros mais alta no mundo.

A economia brasileira ainda lida com incertezas no campo das contas públicas. A equipe econômica promete zerar o déficit primário no próximo ano, mas os economistas estão descrentes dessa promessa. Se quiser cumprir esse plano, o governo precisará arrecadar R$ 168,5 bilhões extras, em medidas que dependem do aval do Congresso.

“Talvez 2023 tenha sido um ano calmo, dado o que pode vir ainda no ano que vem”, afirma Sergio Vale. “Para o Brasil, é sinal de mais volatilidade no câmbio que se junta ao nosso fiscal mal encaminhado. Está dado o cenário de um câmbio pressionado. A ideia de câmbio a R$ 4,50 com o cenário internacional arisco fica fora do radar e devemos manter a previsão de taxa em torno de R$ 5 por um tempo.”

Globo Online - RJ   06/10/2023

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, avaliou nesta quinta-feira que a inflação brasileira continua persistente, apesar das melhoras recentes. Por outro lado, o integrante da cúpula do BC acrescentou que, diferente de pares internacionais, o Brasil estaria um cenário mais favorável tanto na perspectiva sobre o nível de preços, quanto na projeção de crescimento econômico.

O IPCA, no acumulado de 12 meses, está em 4,61%. A previsão do mercado e da equipe econcômica é que o ano termine em um patamar próximo de 5%.

— É uma inflação, ainda, mais persistente do que se imaginava inicialmente. Mais resiliente. Especialmente quando olhamos para alguns indicadores, como serviços subjacentes (desconsiderando choques temporários nos preços) e outras questões que costumamos olhar com mais atenção. O mercado de trabalho também se mostra mais resiliente — disse, ao participar de evento em São Paulo.

Para a decisão sobre a taxa básica de juros, o Banco Central está com a lupa, por exemplo, para a trajetória da inflação de serviços e núcleos de inflação (quando itens voláteis não são retirados, sobretudo energia e alimentos).

O mercado de trabalho também está sendo observado de forma cautelosa pelo Comitê de Política Monetária (Copom), mas há o entendimento de que o aumento de vagas e a redução da taxa de desemprego recentes ainda não provocaram pressões inflacionárias.

Segundo o diretor do BC, o Copom tem empregado palavras como "parcimônia" e "serenidade" porque seria preciso “ter humildade para reagir de acordo com os dados” apresentados, ou seja, os indicadores observados para basear a decisão sobre juros.

Galípolo declarou no evento que muitos países estão passando por situação similar à brasileira, com inflação sendo reduzida lentamente. Apesar da busca por "explicações domésticas”, os fatores globais justificariam a escalada de preços, como os efeitos prolongados da pandemia e guerra na Ucrânia.

— O alento é que desta vez não é uma idiossincrasia (particularidade) brasileira, é um processo em outras econômicas. É um processo bastante singular e o Brasil se apresenta bem posicionado, seja porque a inflação vem se comportando. A atividade econômica vem se comportando bem — declara.

Nesta última quarta-feira, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) divulgou um relatório projetando uma taxa de crescimento do PIB brasileiro em 3,3% neste ano. No mundo, a projeção média é de 2,4%.

O Estado de S.Paulo - SP   06/10/2023

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, alertou para o risco do ressurgimento repentino da inflação apertar ainda mais as condições financeiras, impactando duramente os mercados e as economias. Apesar da melhora do custo de vida em alguns países, muitos vão conseguir convergi-lo de volta à meta dos bancos centrais somente em 2025, segundo ela.

“Combater a inflação é a prioridade número um. Graças às ações decisivas dos bancos centrais e às políticas fiscais responsáveis, a inflação está diminuindo na maioria dos países, mas é provável que permaneça acima da meta para alguns países até 2025", enfatizou Georgieva, em discurso de abertura das reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial, em evento, na Costa do Marfim.

Ela reforçou o discurso dos bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa de que, para que se vença a luta contra a inflação, as taxas de juros terão de permanecer mais elevadas durante um prazo mais longo. “Isso é fundamental para evitar uma flexibilização prematura da política, dado o risco de ressurgimento da inflação”, disse a diretora-gerente do FMI.

Estudo do fundo publicado esta semana mostra a crescente importância das expectativas de inflação como motor dos aumentos de preços. Nele, inclusive, o organismo elogia a decisão do Brasil de adotar uma meta de inflação contínua no lugar da chamada ano-calendário, em vigor desde 1999.

Nesse contexto, Georgieva disse que os bancos centrais precisam comunicar claramente os seus objetivos para ajudar a moldar a opinião das pessoas sobre a inflação. Mencionou ainda sua responsabilidade quanto à manutenção da estabilidade financeira.

“As expectativas de uma ‘aterragem suave’ ajudaram a impulsionar vários preços de ativos”, afirmou ela. “Mas uma rápida reavaliação destas perspectivas — com o ressurgimento repentino da inflação — poderá levar a um forte aperto das condições financeiras, afetando duramente os mercados e as economias”, alertou.

A diretora-gerente do FMI chamou atenção ainda para “riscos significativos” do lado fiscal. “Um quinto das economias emergentes e mais de metade dos países de baixo rendimento continuam em elevado risco de crise de dívida”, afirmou ela.

De acordo com Georgieva, outro estudo do FMI mostra a importância da melhoria na governança e na capacidade do Estado para contribuir com um crescimento econômico inclusivo. Tal análise aponta que um pacote de reformas centrado na redução da burocracia, na melhoria da governança e na redução das restrições comerciais poderia aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) de países emergentes e em desenvolvimento em 8% em quatro anos, conforme ela.

“Mesmo assim, é necessário fazer mais para apoiar os países emergentes e em desenvolvimento vulneráveis. É por isso que necessitamos urgentemente de reforçar a rede de segurança financeira global”, enfatizou.

Por fim, Georgieva cobrou os países membros a reforçarem os recursos junto ao FMI. O organismo tem recebido críticas sobre a necessidade de passar por uma reforma, que vêm do próprio Brasil e ainda da Argentina, que tem dívidas bilionárias com o fundo.

“Um FMI forte e com recursos adequados também significa um FMI que responde melhor às necessidades das economias emergentes e em desenvolvimento”, rebateu ela.

IstoÉ Dinheiro - SP   06/10/2023

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Chicago, Austan Goolsbee, não adiantou qual pode ser seu próximo voto nas decisões de política monetária, e ressaltou que a instituição irá de fato reagir aos indicadores. Em participação em podcast da Bloomberg, o dirigente ressaltou, no entanto, que o Fed não recuará em sua intenção de atingir a meta de 2% na inflação.

Com direito a voto nas decisões de juros deste ano, Goolsbee disse que monitora os preços do petróleo, como uma “área de preocupação”.

Outra mencionada foi o estoque de trabalho, que também poderia influir na inflação. “Mas isso também está perdendo fôlego”, acrescentou.

Goolsbee comentou sobre a possibilidade de controlar a inflação sem provocar uma grande recessão. Ele vê isso como possível no quadro atual, embora não garantido.

O dirigente notou ainda que o mercado espera que o Fed possa elevar os juros mais uma vez, mantendo-o em nível elevado por um tempo para conter a inflação. Segundo ele, a expectativa do mercado é que a inflação retorne à meta “relativamente no futuro próximo” sem uma recessão.

Goolsbee disse que o Fed monitora igualmente o mercado de títulos, após avanço recente nos juros dos Treasuries. Caso ocorra uma crise de crédito, poderia haver piora substancial no quadro, e o BC norte-americano se ajustaria a isso, disse ele.

Globo Online - RJ   06/10/2023

Com a taxa de câmbio em torno de R$ 5,00 por dólar, o que é "bom" para exportar, e os juros com "curva em queda", a alta carga tributária persiste como principal obstáculo para a competitividade das exportações de manufaturados do Brasil, afirmou o vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. A aposta é que a Reforma Tributária enfrentará o problema.

-- A carga tributária é elevada, mas a reforma vai ajudar. O IVA (Imposto sobre Valor Agregado, que será criado na reforma, para substituir cinco tributos) vai desonerar investimentos e exportações -- afirmou Alckmin, em discurso no encerramento do primeiro dia do Enaex 2023, evento sobre o comércio exterior promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), no Rio.

Nesta quinta-feira, o dólar fechou em R$ 5,16, maior patamar desde 27 de março. Durante o pregão, a moeda americana chegou a ser negociada a R$ 5,18, com incertezas sobre inflação americana.

No discurso, o vice-presidente também defendeu a celebração de acordos comerciais entre o Mercosul e outros blocos ou países, medidas de desburocratização no comércio externo e o financiamento às exportações. Em outro trecho, reconheceu que a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Reforma Tributária não está "perfeita".

Após reforma ministerial PP e Republicanos entraram no governo

-- A Reforma Tributária não é perfeita, mas vai desonerar investimentos e exportações -- disse Alckmin, lembrando que hoje grandes empresas exportadoras têm direito a receber de volta créditos tributários dos bens que vendem lá fora, mas, muitas vezes, esses valores se acumulam e as firmas ficam a ver navios.

Tratando da balança comercial como um todo, Alckmin lembrou que o Brasil deverá registrar recordes de exportações e de saldo comercial este ano. O destaque serão os produtos primários, como soja, milho e petróleo. O vice-presidente reconheceu que é importante desconcentrar a pauta de exportações do país.

O Estado de S.Paulo - SP   06/10/2023

Estes últimos dias foram marcados por conturbações no mercado financeiro internacional, com impacto sobre os preços e sobre o resto da economia. Não é boa notícia para a pauta de política econômica do governo Lula.

Tudo começou dia 20, quando o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) deixou claro que, para combater a inflação, manteria os juros altos, na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, por mais tempo e, talvez, os elevasse em mais alguma coisa neste último trimestre do ano.

Foi o suficiente para que os juros dos títulos de longo prazo saltassem para o nível dos 4,8% ao ano, mesmo sabendo que seria altamente improvável que permanecessem nas alturas por até 10 anos, que é o prazo da principal classe dos treasures, títulos do Tesouro dos Estados Unidos.

Quando o Fed adota uma postura “hawkish” na sua política de juros, as consequências não se limitam apenas à economia dos Estados Unidos, mas a todo o resto do mundo. Algumas delas: as cotações do dólar subiram em relação às outras moedas; os preços das commodities tiveram de se ajustar a esse novo patamar; as cotações do petróleo, que embicavam em direção aos US$ 100 por barril, caíram repentinamente para a casa dos US$ 85; os aplicadores de capital fugiram das opções de risco e buscaram mais segurança; por isso, as bolsas caíram.

Por toda a parte prevaleceu a percepção de desaceleração da atividade econômica global, tanto pela atuação dos grandes bancos centrais como pelas políticas fiscais mais contundentes. Essas coisas já estavam no radar, mas se somaram às notícias de novas pisadas nos freios das economias europeias e de problemas novos na economia da China ou, mais do que isso, da falta de informações confiáveis do que se passa por lá.

Esse quadro tende a prejudicar o fluxo de investimentos para países em desenvolvimento, entre os quais o Brasil. Embora as projeções de avanço do PIB do Brasil para este ano tenham sido reforçadas, uma atividade econômica global mais retrancada pode provocar certo encolhimento do consumo e dos negócios também por aqui.

Para o governo Lula, que enfrenta grande rombo fiscal, fica mais complicado reforçar a arrecadação e, assim, as pressões sobre a dívida pública tendem a aumentar.

O ponto alto da economia brasileira continua sendo as contas externas. Os resultados da balança comercial deste ano devem ficar ainda melhores. Mas, como vêm advertindo os dirigentes do Banco Central do Brasil, neste último trimestre, as incertezas, principalmente lá fora, tendem a se acumular.

Infomoney - SP   06/10/2023

Apesar do maior temor de recessão nos países desenvolvidos nas últimas semanas, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse que vê maiores chances de a economia global fazer uma aterrissagem suave à frente. Segundo ela, a economia mundial demonstrou uma “resiliência notável” e o primeiro semestre de 2023 trouxe “boas notícias”, principalmente, por conta de uma demanda por serviços mais forte do que o esperado e “progressos tangíveis” na luta contra a inflação.

“Isto aumenta as chances de uma aterrissagem suave para a economia global. Mas não podemos baixar a guarda”, alertou Georgieva, em discurso de abertura das reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial, em evento, na Costa do Marfim.

Citando as novas projeções econômicas que o FMI deve divulgar na próxima semana, durante os encontros, ela admitiu que o ritmo de expansão global segue bastante fraco, aquém da média de 3,8% antes da pandemia. E as perspectivas de crescimento global no médio prazo enfraqueceram ainda mais, conforme ela.

Embora a recuperação dos choques dos últimos anos continue, é lenta e desigual, avaliou. “Um impulso mais forte vem dos Estados Unidos. A Índia e várias outras economias emergentes, incluindo a Costa do Marfim, são pontos positivos”, disse Georgieva.

Por outro lado, ela lembrou que a maioria das economias avançadas está atravessando um momento de desaceleração econômica. “E na China a atividade econômica está abaixo das expectativas e muitos países enfrentam um crescimento anêmico”, destacou a diretora-gerente do FMI.

Ela voltou a alertar, contudo, para os riscos em torno de uma fragmentação global, com os países agindo cada vez mais por si só na esteira dos recentes choques globais, a pandemia e a guerra na Ucrânia. Além de uma ameaça às já fracas perspectivas de crescimento global, o movimento é um desafio especialmente para países emergentes e em desenvolvimento, destacou.

“Estimamos que a perda acumulada da produção global resultante de choques sucessivos desde 2020 ascenda a US$ 3,7 trilhões em 2023”, projetou Georgieva.

Inflação e efeitos

A diretora-gerente do FMI alertou para o risco do ressurgimento repentino da inflação apertar ainda mais as condições financeiras, impactando duramente os mercados e as economias. Apesar da melhora do custo de vida em alguns países, muitos vão conseguir convergi-lo de volta à meta dos bancos centrais somente em 2025, segundo ela.

“Combater a inflação é a prioridade número um. Graças às ações decisivas dos bancos centrais e às políticas fiscais responsáveis, a inflação está diminuindo na maioria dos países, mas é provável que permaneça acima da meta para alguns países até 2025”, enfatizou Georgieva.

Ela reforçou a discurso dos bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa de que para que se vença a luta contra a inflação, as taxas de juros terão de permanecer mais elevadas durante um prazo mais longo. “Isso é fundamental para evitar uma flexibilização prematura da política, dado o risco de ressurgimento da inflação”, disse a diretora-gerente do FMI.

Estudo do Fundo publicado esta semana mostra a crescente importância das expectativas de inflação como motor dos aumentos de preços. Nele, inclusive, o organismo elogia a decisão do Brasil de adotar uma meta de inflação contínua no lugar da chamada ano-calendário, em vigor desde 1999.

Comunicação dos Bancos Centrais

Nesse contexto, Georgieva disse que os bancos centrais precisam comunicar claramente os seus objetivos para ajudar a moldar a opinião das pessoas sobre a inflação. Mencionou ainda sua responsabilidade quanto à manutenção da estabilidade financeira.

“As expectativas de uma ‘aterragem suave’ ajudaram a impulsionar vários preços de ativos”, afirmou ela. “Mas uma rápida reavaliação destas perspectivas – com o ressurgimento repentino da inflação – poderá levar a um forte aperto das condições financeiras, afetando duramente os mercados e as economias”, alertou.

Cenário fiscal

A diretora-gerente do FMI chamou atenção ainda para “riscos significativos” do lado fiscal. “Um quinto das economias emergentes e mais de metade dos países de baixo rendimento continuam em elevado risco de crise de dívida”, afirmou ela.

De acordo com Georgieva, outro estudo do FMI mostra a importância da melhoria na governança e na capacidade do Estado para contribuir com um crescimento econômico inclusivo. Tal análise aponta que um pacote de reformas centrado na redução da burocracia, na melhoria da governança e na redução das restrições comerciais poderia aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) de países emergentes e em desenvolvimento em 8% em quatro anos, conforme ela. “Mesmo assim, é necessário fazer mais para apoiar os países emergentes e em desenvolvimento vulneráveis. É por isso que necessitamos urgentemente de reforçar a rede de segurança financeira global”, enfatizou.

Por fim, Georgieva cobrou os países membros a reforçarem os recursos junto ao FMI. O organismo tem recebido críticas sobre a necessidade de passar por uma reforma, que vêm do próprio Brasil e ainda da Argentina, que tem dívidas bilionárias com o Fundo. “Um FMI forte e com recursos adequados também significa um FMI que responde melhor às necessidades das economias emergentes e em desenvolvimento”, rebateu ela.

Desafios globais

A diretora-gerente do FMI ainda destacou os desafios globais como baixo crescimento, risco de ressurgimento da inflação e crise fiscal como pano de fundo para as reuniões anuais do organismo e do Banco Mundial que ocorrem, na próxima semana, em Marrakesh, no Marrocos. Além disso, os encontros que reúnem a comunidade internacional para debater perspectivas mundiais acontecem na sequência de terremoto que devastou a região.

“Poucas semanas após um terrível terremoto, Marrocos reunirá a comunidade internacional num espírito de solidariedade e compromisso para superar os desafios que enfrentamos”, disse Georgieva, na Costa do Marfim.

Ela lembrou ainda que as reuniões anuais ocorrem pela primeira vez na África em 50 anos, continente no qual os desafios globais podem ser vistos “sob uma lupa”. A última edição ocorreu em Nairobi, no ano de 1973. Desde então, o mundo transformou-se de muitas maneiras, conforme Georgieva. “As desigualdades dentro e entre países aumentaram e enfrentamos uma crise climática existencial”, enfatizou a diretora-gerente do FMI. “E o crescimento tem estado numa trajetória decrescente ao longo da última década”, emendou.

Segundo Georgieva, os países precisam construir pontes para que o mundo consiga engrenar em uma trajetória de crescimento forte, sustentável e inclusivo. Um ponto chave, na sua visão, é utilizar os “recursos em abundância” existentes nas economias avançadas para turbinar as anêmicas perspectivas de crescimento global à frente.

FMI e Banco Mundial chegaram a cogitar mudar o local das reuniões anuais após o terremoto que devastou a região, conforme revelou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

No entanto, após debater o tema, as duas instituições confirmaram que os encontros seriam mantidos no continente africano.

As reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial acontecem na próxima semana, entre os dias 9 e 15 de outubro, em Marrakesh.

MINERAÇÃO

Construção Latino-americana - SP   06/10/2023

O Seminário Internacional Metso – SIM 2023 – vai reunir um grupo de profissionais-chave da mineração falando para seus pares de mercado no próximo dia 7 de novembro em Belo Horizonte. Com cinco painéis temáticos e duas palestras sobre economia e infraestrutura, o SIM 2023 é um evento fechado, limitado a 100 vagas, e será realizado no Museu da Gerdau, em Belo Horizonte, com coffee break, almoço e happy hour.

As inscrições são gratuitas, mas sujeitas à aprovação. Para se credenciar ao SIM 2023, os participantes devem ser profissionais que atuam exclusiva e diretamente em mineração.

“Queremos discutir a construção do futuro da mineração, com a experiência de quem de fato trabalha no setor em áreas-chave”, explica porta voz Metso. “É um evento de mineradoras para mineradoras”, completa.

O SIM 2023 será aberto pela jornalista e comentarista econômica da CNN, Thaís Herédia, que falará sobre economia e o papel da mineração. Para aprofundar ainda mais o tema da mineração, a Metso convidou o diretor geral da área de projetos de capital e infraestrutura da consultoria A&M Infra, Marcos Ganut.

Na sequência, o evento terá cinco painéis temáticos, com intervalos para coffee break, almoço e happy hour final. Veja os cinco painéis temáticos do SIM 2022:

Desmistificando a Inovação – Com a Covid-19, o setor mineral precisou acelerar a aplicação prática de novas tecnologias, que vão desde veículos autônomos ao monitoramento remoto de plantas. Conceitos como Internet das Coisas e gêmeos digitais passaram a ser mais citados e merecem uma atenção especial. Nesse painel, os especialistas vão endereçar os assuntos e mostrar soluções na prática.

Eficiência Energética na operação: As operações minerais precisam ser cada vez mais energeticamente eficientes, com menos consumo de energia e com a introdução cada vez maior de fontes renováveis na cadeia de produção. Além de reduzir custos operacionais, as soluções energeticamente eficientes trazem resultados em capex e opex. O painel discutirá investimentos, tecnologia e métricas de produção eficiente.

ESG e o crescimento da mineração: A agenda ESG, sigla para ações de responsabilidades ambiental e social e de governança corporativa estão na ordem do dia. Sem licenças ambiental e social, a mineração não avança mais. A ideia do painel é falar objetivamente como as práticas ESG são, inclusive, um fator de decisão de investimento no setor mineral.

Rejeitos – tecnologias que aumentam a segurança operacional: A geração de rejeitos é uma realidade na mineração e foi impulsionada pelo beneficiamento de minérios com teores mais baixos. O painel discute o manejo, inclusive tratamento e descarte. Com especialistas que tratam diariamente do tema em suas plantas, o painel quer atualizar o setor a respeito de tecnologias e promover um processamento mineral cada vez mais sustentável.

Brasil como potência em minerais estratégicos: As concessionárias de energia e os fabricantes de automóveis elétricos estão entre os setores industriais que já perceberam que a mineração, particularmente o fornecimento de minerais estratégicos, é fundamental para fazer a transição energética. Nesse painel queremos discutir que papéis o Brasil quer assumir nessa arena, como importante produtor de lítio, níquel, minério de ferro e alumínio, entre outras matérias-primas para a construção de parques eólicos e baterias elétricas.

SIM 2023 – Estamos construindo o futuro da mineração

Exclusivo para profissionais de operação mineral

Data: 7 de novembro – 8 – 18h – gratuito, com coffee break e almoço.

Inscrições sujeitas à aprovação: SIM2023 BRASIL - Metso

Local: Museu da Gerdau – Belo Horizonte

Máquinas e Equipamentos

Valor - SP   06/10/2023

Incerteza, indústria em dificuldade, juro elevado e queda do investimento afetam produção de máquinas e equipamentos

Rafael Cagnin: “O investimento vem em desaceleração desde o ano passado” — Foto: Silvia Zamboni/Valor

A conjunção de cenário econômico incerto - com implicações para a confiança, juros e câmbio e seus efeitos nocivos sobre o investimento -, política monetária restritiva e baixa produção na indústria de transformação tem levado o setor de máquinas e equipamentos a um período estagnação. Pelo lado da demanda, o investimento é o único componente do PIB com contração no segundo trimestre, refletindo sucessivas quedas da formação bruta de capital fixo. Economistas alertam sobre a gravidade da queda do indicador, que serve como termômetro do potencial da economia.

No segundo trimestre, o PIB cresceu 0,9%, na comparação com o trimestre anterior, e 3,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Pela ótica da despesa, exportações, consumo da família e do governo tiveram forte aumento. Mas investimentos produtivos, especialmente em máquinas e equipamentos, continuaram parados. A formação bruta de capital fixo (FBCF, que agrega investimentos em máquinas e equipamentos, na construção civil e outros ativos fixos) teve alta de 0,1% no trimestre e queda de 2,6% na comparação com o mesmo período de 2022, encerrando o primeiro semestre com queda de 3,3% ante o semestre anterior e de 0,9%, na comparação com o mesmo semestre de 2022.

Com o fraco desempenho da FBCF, a taxa de investimento atingiu 17,2% do PIB, o que representa queda de 1,1 ponto percentual em relação ao segundo trimestre de 2022. Nota técnica do Ipea diz que o quadro é desafiador quando se olha a indústria da transformação em queda e alerta para o peso dos juros elevados nisso.

Segundo dados de julho sobre o Indicador Ipea Mensal de FBCF, que agrega investimentos em máquinas e equipamentos na construção civil e em outros ativos fixos, houve queda de 1,5% na passagem de junho para julho na série com ajuste sazonal, após recuo de 0,7%, no mês anterior. Com isso, o indicador está em 168,04, com ajuste sazonal, 17,6% abaixo do ponto máximo da série, de 203,84, em abril de 2013.

“Os investimentos em máquinas e equipamentos - medidos segundo o conceito de consumo aparente, que corresponde à produção nacional destinada ao mercado interno acrescida das importações - apresentaram recuo de 4% em julho”, escreveu o técnico Leonardo Mello de Carvalho, na nota, ao lembrar que a produção nacional de componentes caiu 3,6%, e a importação recuou 4,7%.

No acumulado em 12 meses, o consumo aparente (ou demanda interna) de máquinas e equipamentos teve retração de 3,2%.

Um quadro menos grave foi apresentado pelos investimentos em construção civil, que registraram queda de 0,1% em julho, após redução de 3,2% em junho e expansão de 4,2% em 12 meses.

“O investimento vem de uma trajetória de desaceleração desde o ano passado. Houve um período positivo em 2021, dada a base de comparação baixa, mas voltou a desacelerar no ano passado e neste ano, ficando negativo no segundo trimestre”, afirma Rafael Cagnin, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Segundo ele, têm relação direta com esse cenário a produção de bens de capital no vermelho desde 2021 e a idade média avançada do parque industrial brasileiro.

“Outro ponto de atenção é o levantamento da CNI segundo o qual a idade média dos equipamentos da indústria é alta e mais de um terço está obsoleto.”

Acredito que a taxa de investimento comece a subir nos próximos meses”

— José Velloso

A pesquisa Idade e Ciclo de Vida das Máquinas e Equipamentos no Brasil, de junho de 2023, mostra que esses ativos possuem, em média, 14 anos, e 38% desses estão próximos ou já ultrapassaram a idade sinalizada pelo fabricante como ciclo de vida ideal.

A CNI lembra que 12% do parque industrial brasileiro é herança das décadas de 1980 e 1990, pré-internet no Brasil, e 20% do período entre 1998 e 2008. O pico de aquisições de máquinas e equipamentos ocorreu no período de 2008 e 2013, que concentra 28% das aquisições. Apenas 22% são de 2016 em diante, quando os conceitos de indústria 4.0 começaram a ser difundidos com mais força.

Cagnin diz que hoje há velocidade maior de difusão de tecnologias digitais, mas elas não estão no Brasil. “Temos, então, um trabalho duplo, então, de atualizar o que está ficando velho e de ultrapassar essa fronteira tecnológica”, diz. Para ele, parte do problema ocorre porque a indústria de transformação não cresce desde 2014.

“Vemos um ano ou outro de desempenho positivo. Houve saída da crise em 2017, com um desempenho um pouco melhor, depois desaceleração em 2018, PIB da indústria de transformação no vermelho em 2019, negativo novamente em 2020, e crescimento em 2021 pela base de comparação muito baixa. Em 2022, apesar de medidas anticíclicas, a indústria fecha o ano no vermelho e assim continua neste ano”, afirma.

Cagnin atribui o período sem dinamismo do setor a “distorções da economia brasileira”, como entraves tributários e logísticos que afetam a cadeia produtiva, e altas taxas de juros, que afetam o investimento no curto prazo. “Não tem como deslanchar investimento com juros básicos de dois dígitos.”

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) prevê que o Brasil termine 2023 com taxa de investimento em torno de 17% do PIB, abaixo da média de 21% e bem abaixo dos 24% necessários, na avaliação da associação.

Segundo a entidade, o setor tem queda acumulada de 13% da receita líquida de janeiro a agosto e contração de 7,9% do consumo aparente. Só nos itens produzidos localmente, a queda chega a 13%.

“Estamos com demanda reprimida. Deveríamos estar investimento entre 24% e 25% do PIB para indústria e infraestrutura, quando investimentos 17%. A principal razão por trás disso é a política monetária restritiva”, diz José Velloso, presidente-executivo da Abimaq.

A Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF), do IBGE, mostra que bens de capital é o item de grandes categorias que apresenta maior queda.

A contração foi de 7,4% em julho, ante junho, e de 16,9% na comparação com julho de 2022. A produção de bens de capital acumula queda de 10,8% de janeiro a julho. Em 12 meses até julho, só houve crescimento em quatro meses.

“Vemos muito setores que têm bom desempenho, como o agropecuário, que deve crescer 13% no ano, com dificuldade [para aquisição de máquinas e equipamentos]” por questões cambiais, diz Cristina Zanella, diretora de competitividade, economia e estatística da Abimaq. Segundo ela, de janeiro a agosto, o investimento em máquinas e equipamentos no campo caiu 19,2%, na variação anual. Na indústria de transformação foi de 10,3%, e no segmento máquinas rodoviárias, de 14,5%. Mesmo na construção civil, com cenário menos negativo, a queda foi de 11,4% e a perspectiva é cair 13% este ano.

Dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) do terceiro trimestre indicam continuidade desse cenário, com forte contração da absorção de máquinas e equipamentos (produção local mais importação, excluindo a exportação). Os cálculos com os dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) mostram queda de 13,3% no bimestre julho e agosto deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Os relativos ao Indicador de Comércio Exterior (Icomex) da FGV mostram queda da ordem de 11,1% no período.

Na edição de setembro de seu Boletim Macro, o FGV Ibre afirmou que, “mesmo com desempenho melhor da construção civil, tudo aponta uma contração do investimento no ano de 0,9%, após crescer apenas 0,9% em 2022”.

“Vemos a produção de bens de capital muito aquém do que foi no ano passado. O mesmo vale para importação desses bens”, diz Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do FGV Ibre. “A absorção de máquinas e equipamentos muito negativas no início do terceiro trimestre traça um cenário bastante ruim para o investimento.” Ela ressalta a heterogeneidade atual entre os indicadores econômicos, com o PIB positivo e o investimento na direção contrária. “Esse é um sinal de alerta, principalmente quando pensamos em potencial da economia.”

No médio e longo prazo, afirma Velloso, as perspectivas para o investimento são menos duras, com a queda da inflação, o arcabouço fiscal, a reforma tributária e a sinalização do ciclo de redução da taxa de juros Selic.

“Acredito que a taxa de investimento, enquanto formação bruta de capital fixo, comece a subir nos próximos meses e, ao fim do primeiro trimestre de 2024, cresça”, diz Velloso.

Zanella vê um cenário mais positivo que o de 2023, mas sem grande euforia. “Olhando cada segmento individualmente, o consumo pelo setor agropecuário deve deixar de cair, enquanto o de construção civil deve melhorar, por eleições municipais, o Minha Casa Minha, Vida e o PAC”, diz.

Ela acrescenta que, na indústria extrativa, a demanda deve seguir bem, mas na de transformação tende a ser puxada pela recomposição de renda e pelo consumo das famílias.

“Caindo os juros, a perspectiva melhora. Mas vai demorar até o repasse chegar às taxas de empréstimos, [crucial para a indústria]”, conclui Cagnin.

Valor - SP   06/10/2023

Falta de crédito e seguro para exportação de máquinas é desvantagem nas vendas externas brasileiras, afirma Abimaq

Em meio à demanda doméstica fraca, o que vem segurando o setor de máquinas e equipamentos neste ano são as exportações, afirma José Velloso, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Por outro lado, as importações crescentes acendem um alerta para fabricantes domésticos.

Segundo dados compilados pela Abimaq, o Brasil exportou R$ 12,2 bilhões em máquinas e equipamentos em 2022, próximo ao recorde de R$ 12,3 bilhões de 2012. Neste ano, o total deve chegar a R$ 13,5 bilhões.

De janeiro a agosto deste ano, os principais itens de bens de capital exportados pelo Brasil foram: reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos e elétricos, automóveis, tratores, aeronaves e aparelhos espaciais.

Velloso argumenta, contudo que esses números poderiam ser maiores e atribui a eles falta de crédito e seguro para exportação de máquinas, o que seria uma desvantagem do Brasil em relação a outros produtores.

“Menos de 1% do que exportamos tem financiamento. O governo anterior desestruturou o Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF) e o sistema de seguro de crédito à exportação (SCE)”, afirma. “Máquina é algo que alguém compra para aumentar a produtividade com confiabilidade. Se exportamos, é porque temos tecnologia, porque o Brasil está bem posicionado no mercado de máquinas, e porque o mercado nos enxerga como importante.”

Nesse sentido, ele afirma, desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para apoiar exportações de bens produzidos pelo Brasil seriam bem-vindos.

“Tivemos dois ou três casos de default, e isso foi usado politicamente para demonizar o apoio a exportações de serviços e máquinas. Qual banco de fomento do mundo não financia exportações? Não existe”, afirma. “Se é importante vender minério de ferro e celulose, por que não bens de valor agregado que geram divisas, empregos e [arrecadação de] impostos para o Brasil?”

Por outro lado, afirma Cristina Zanella, diretora-executiva de competitividade, economia e estatística da Abimaq, a importação de maquinário tem crescido. “A importação é importante porque afeta vários segmentos da economia. Enquanto a venda de máquinas para o mercado doméstico caiu 13% de janeiro a agosto, as importações cresceram 13,8% no período”, diz. “É um movimento que acende o alerta para o setor.”

De janeiro a agosto, dentre os principais itens de bens de capital que o Brasil importou estão: reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, máquinas, aparelhos e materiais elétricos, aparelhos de gravação ou de reprodução de som ou de imagens e automóveis.

AUTOMOTIVO

Valor - SP   06/10/2023

Objetivo é diminuir o consumo de combustível e operar os veículos durante as 24 horas do dia, em vez de cerca de 11 horas por dia, que é o limite no horário de serviço do motorista

A Moller-Maersk, gigante do transporte marítimo que atualmente tenta diversificar seus serviços com transporte terrestre, aposta que os caminhões sem condutor ajudarão a tornar as entregas mais eficientes.

A Maersk testa caminhões sem motorista em seu estaleiro em Carson, na Califórnia (EUA), e fez parceria com a Kodiak Robotics para testar caminhões autônomos de Houston a Oklahoma City, nos Estados Unidos, com um motorista de segurança a bordo. Esses veículos ajudarão a Maersk a melhorar o desempenho no prazo, disse Erez Agmoni, chefe global de inovação da Maersk para logística e serviços.

“A confiabilidade é um elemento superimportante que queremos agregar”, disse Agmoni em entrevista.

Grandes variações nos tempos de trânsito são causadas por fatores como o limite diário de condução por hora dos motoristas, disse Agmoni. Detalhes mais mundanos – como a luta para encontrar lugares de estacionamento cada vez mais escassos antes de atingir esse limite – também gera impacto. Os caminhões autônomos eliminarão essas restrições e reduzirão o tempo que a mercadoria dos clientes fica nas estradas, disse ele.

A Maersk se junta à FedEx, Uber Freight e outras que testam grandes plataformas autônomas no Texas e nos Estados americanos vizinhos. Kodiak, Aurora Innovation e outras empresas usam sensores e computadores de bordo para dirigir caminhões com a promessa de reduzir acidentes, diminuir o consumo de combustível e operar caminhões durante as 24 horas do dia, em vez de cerca de 11 horas por dia, que é o limite no horário de serviço do motorista.

Maersk e Kodiak operam caminhões 24 horas por dia, quatro dias por semana, entre Houston e Oklahoma City, com escala em Dallas para troca de motoristas de segurança, que devem cumprir o limite de horas de motorista. A viagem de ida e volta está sendo feita quatro vezes por semana.

Para os caminhões autônomos que a Maersk experimenta em seu estaleiro, a empresa planeja transferir os testes para um local maior, que será anunciado em breve, para concluir a avaliação do serviço inovador. Até lá, a Maersk pretende usar todos os caminhões autônomos primeiro durante o turno noturno, que Agmoni disse ser o turno mais difícil de encontrar trabalhadores.

São necessárias engenhosidades para que os caminhões autônomos realizem o trabalho rotineiro que os motoristas fazem. Como é o caso de abrir as portas do trailer antes de voltar para a doca e conectar as mangueiras do freio a ar e as linhas de eletricidade entre a cabine e o trailer. Porém, a Maersk usa robôs equipados para realizar essas tarefas, disse Agmoni.

O CEO da Kodiak, Don Burnette, destacou que sua empresa está no caminho certo para iniciar as operações sem nenhum humano a bordo do caminhão até o final de 2024. Mesmo que demore mais do que isso, a Maersk quer estar pronta para implantar a tecnologia, disse Agmoni.

“Não sei se estará pronto nos próximos dois anos, mas mesmo que seja nos próximos três anos, é melhor estarmos na linha de frente e ter certeza de que entendemos”, disse o executivo.

Diário do Comércio - MG   06/10/2023

O governo federal está desenvolvendo um programa dedicado à melhoria da infraestrutura para veículos elétricos no Brasil. Conforme adiantado à Folha de S.Paulo, o projeto deve se chamar “Corredores Sustentáveis”, e a expectativa é que fique pronto no começo de 2024.

Um dos focos será a expansão da rede de pontos de recarga pelo país. A escassez de estações de abastecimento nas estradas e cidades é uma das principais preocupações do consumidor que deseja comprar um carro elétrico, o que inibe a expansão da frota e freia o interesse de montadoras em trazer seus modelos para o mercado nacional.

Por esse motivo, o setor vinha demandando formas de amadurecer a parte de infraestrutura.

A Folha de S.Paulo apurou que empresários e representantes do setor foram informados pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) de que o programa Corredores Sustentáveis está em construção, mas não entrará na segunda fase do Rota 2030, que deve se chamar Mobilidade Verde e é destinado a aumentar a eficiência do setor automotivo.

O ministério vai levar à Casa Civil uma proposta para que o programa seja incluído no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), já que tem relação com infraestrura. No entanto, por ora trata-se apenas de uma proposta.

Com a entrada no PAC, o projeto ganharia prioridade e poderia contar com recursos da União.

No entanto, Ricardo Bastos, presidente da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), diz que a participação do governo deve ser menos em termos financeiros e mais no sentido de dar previsibilidade aos investimentos que já estão sendo feitos por empresas privadas nesse setor.

“Acho que as empresas vão ter mais segurança jurídica e mais compromissos também de que esses corredores que atravessam cidades e estados vão ter segurança jurídica sobre a cobrança de tarifas, tributação, instalação.”

Procurado, o Mdic confirmou, por meio de sua assessoria, que o programa está em construção, mas que ainda não há detalhes de como vai funcionar.

Apesar das barreiras de infraestrutura, a frota de veículos eletrificados vem crescendo no Brasil. Segundo Bastos, a ABVE começou o ano com a previsão de que 70 mil unidades seriam vendidas em 2023. Agora, a previsão é de 10 mil veículos a mais.

“E quase um terço dessas 80 mil unidades já [são] produzidas no Brasil. Isso é muito importante, a eletrificação está crescendo, mas também está crescendo a produção nacional”, afirma.

Presidente da Frente Parlamentar pela Eletromobilidade, o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) diz ter conversado com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também é ministro do Mdic, sobre o assunto e que ele teria demonstrado interesse em expandir a infraestrutura necessária para desenvolver a eletromobilidade no Brasil.

“Ainda é necessário que se crie condições para que se tenha uma infraestrutura maior, e aí sim se justifique as empresas se instalarem aqui no país”, afirma.

Segundo Cunha, o governo federal está trabalhando no programa para criar essa infraestrutura — que passa principalmente pelos pontos de recarga — com o objetivo de atrair novos consumidores de carros elétricos.

“A necessidade de se ter hoje no Brasil mais postos de recarga é um dos assuntos mais mencionados por quem está pensando em comprar um automóvel [elétrico].”

Rafael Rebello, diretor de power mobility da Raízen, diz que empresas do setor vêm mantendo diálogo com o governo federal sobre o projeto, a fim de dar contribuições.

A companhia é controlada pela Shell, multinacional de petróleo que também é uma das maiores do mundo em recarga rápida de veículos elétricos, com forte atuação na China, Europa e EUA.

No Brasil, a Raízen opera o programa Shell Recharge, que instala pontos de recarga em algumas regiões.

Hoje, são 25 estações prontas e outras 35 em obra. A expectativa é chegar, até março de 2024, a cem pontos de recarga rápida -que abastecem um veículo em cerca de 35 minutos.

Para ele, o Brasil tem um potencial enorme nesse mercado de elétricos, mas a rede de recarga será fundamental.

“A gente acredita que ele [programa] é um passo superimportante para colocar o Brasil nesse cenário de energia renovável e descarbonização, como também de fomento à indústria automobilística no país”, afirma.

O diretor cita algumas formas que o governo pode atuar nesse programa de expansão da infraestrutura.

Legislação dedicada à instalação de redes de recarga, incentivos a distribuidoras de energia para priorização de projetos do tipo e disponibilização de espaços públicos são alguns exemplos.

“A gente pensa sempre em incentivo financeiro, mas existem incentivos não-financeiros também”, diz.

FERROVIÁRIO

IstoÉ Dinheiro - SP   06/10/2023

A operadora de ferrovias Rumo recebeu na oficina de Curitiba (PR) duas locomotivas híbridas. A expectativa é diminuir em até 42% a utilização de diesel, assim como reduzir emissões e barulhos, visando menores impactos ambientais.

Os testes para avaliar a performance do modelo GT38H, desenvolvido pela Progress Rail, serão realizados durante seis meses no trecho entre Guarapuava (PR) e a estação ferroviária Desvio Ribas, na região de Ponta Grossa (PR).

“Os resultados apresentados pela Progress foram positivos e nos indicam que podemos um ganho considerável para as nossas operações”, afirma Marcus Jorge, diretor de Manutenção da Rumo.

O executivo acrescenta que esse processo é importante para analisar a viabilidade de ampliar o uso de locomotivas utilizando esse sistema.

Uma vez que confirmado o desempenho esperado, pode ser possível desenvolver novos maquinários para trechos mais densos, como a Malha Norte, corredor ferroviário entre Rondonópolis (MT) e o Porto de Santos (SP).

A Rumo opera nove terminais de transbordo, está presente em quatro portos e administra cerca de 14 mil quilômetros de vias férreas nos estados de Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Tocantins.

A base de ativos é formada por 1.400 locomotivas e 35 mil vagões.

PETROLÍFERO

O Estado de S.Paulo - SP   06/10/2023

O aumento da cotação do petróleo para um patamar que chegou a se aproximar de US$ 100 o barril nas últimas semanas pode ser explicado pela decisão dos governos de Rússia e Arábia Saudita de reduzirem a sua produção.

Numa tentativa de forçar a subida dos preços, os dois países estenderam o corte voluntário de produção até o fim do ano. Juntos, os dois países respondem por uma redução de 1,3 milhão de barris por dia. Em maio e junho, o preço do barril caiu a US$ 75. Nesta quinta-feira, 5, a cotação está em torno de US$ 85.

O cenário global atual resulta, portanto, numa combinação bastante perversa: há uma queda na produção, mas um aumento da demanda, sobretudo, pela decisão da China de encerrar a sua política de covid zero.

“A ficha do mercado caiu”, afirma Walter de Vitto, economista e sócio da Tendências Consultoria. “O mercado ficou deficitário. Está se consumindo mais do que produzindo. Isso vai levar a um enxugamento de estoques neste segundo semestre, e os preços estão refletindo esse cenário.”

Desde o surgimento da pandemia de covid-19, a economia global vem tentando equilibrar a oferta e demanda de petróleo. Do fim de 2022 até meados deste ano, os preços do petróleo recuaram devido a um cenário oposto ao atual: uma desaceleração da demanda por causa da política chinesa de combate ao avanço da covid e um aumento da oferta por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

“Depois da pandemia, a Opep fez cortes para ajustar o mercado. Houve um descasamento muito grande entre demanda e oferta naquele momento, e acumulou-se muito estoque”, afirma o economista. “Quando os estoques recuaram e estavam num nível de maior equilíbrio, (os países) começaram a aumentar a produção.”

Por ora, a expectativa é que os preços do petróleo fiquem mais pressionados no curto prazo, mas há uma tendência de arrefecimento na cotação. Na projeção da Tendências, o preço do barril de petróleo vai permanecer acima de US$ 90 dólares até o fim do ano, mas deve recuar para a faixa dos US$ 80 no ano que vem.

Em dezembro, a consultoria estima um relaxamento do corte de produção e também trabalha com uma expectativa da queda da demanda diante da esperada desaceleração da economia mundial em 2024. “Os estoques devem refletir um cenário de maior equilíbrio do mercado”, afirma de Vitto.

E a Petrobras?

Para os analistas, não há a expectativa de que a atual administração da Petrobras adote uma política parecida com a do governo Dilma Rousseff, de segurar repasses de preços e que provoca um descasamento muito grande com o cenário internacional.

“Esse aumento de preços deve ensejar um novo reajuste neste ano, a não ser que ele volte mais rápido do que estamos projetando”, afirma De Vitto.

No governo Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras abandonou a política de reajuste de preços dos combustíveis — a paridade de preço internacional (PPI) —, criada no governo de Michel Temer e que considerava basicamente as cotações do petróleo no mercado internacional. O último reajuste da companhia foi anunciado em 15 de agosto.

“Na minha opinião, nas próximas semanas a Petrobras vai ter que aumentar o preço do diesel e da gasolina”, afirma Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Na terça-feira, 3, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que a companhia analisa se será necessário realizar um novo reajuste de preços dos combustíveis ainda neste ano. “Já fizemos um ajuste (de preços), e estamos agora analisando a possibilidade ou não de outro reajuste até o fim do ano. O que temos de concreto é que a nossa política de preços está funcionando.”

Petro Notícias - SP   06/10/2023

A empresa especializada em pesquisa de mercado e consultoria Westwood Energy apresentou novas estimativas sobre uma atividade substancial de perfuração no setor de óleo e gás mundial nos próximos anos. Com uma média de 53 mil poços por ano até o fim da década, a produção de petróleo bruto, condensado, gás natural e gás natural liquefeito para um máximo de 173 milhões de barris de óleo equivalente por dia até 2030. Isso representa um aumento de 9% em relação aos 159 milhões de barris de óleo equivalente por dia registrados em 2022.

Os dados fazem parte do relatório Wells & Production Outlook 2023-2030 da Westwood. O documento indica que se espera que sejam perfurados 428 mil poços durante o período previsto, com 95% deles em terra, predominantemente na China, Rússia e Estados Unidos. No ambiente offshore, a estimativa aponta para mais de 17 mil poços de águas rasas, com atividades impulsionadas pelo Qatar e pela Arábia Saudita, enquanto se esperam 2 mil poços submarinos entre 2023-2030, puxado pelas Américas.

A produção de líquidos (óleo cru, condensado e LGN) está prevista em 100 milhões de barris por dia até 2030, um aumento de 8% em relação a 2022, impulsionada pelo aumento da produção de petróleo bruto em áreas de águas profundas, como o Brasil e a Guiana, bem como pela oferta adicional do Oriente Médio.

Esse crescimento é explicado, principalmente, pelo avanço de diversos projetos ao redor do globo, especialmente na América do Sul. Entre o Brasil e a Guiana, 3 milhões de barris de petróleo por dia de capacidade de produção, armazenamento e descarga flutuantes (FPSO) passaram a decisão final de investimento (FID), mas ainda não iniciaram as operações comerciais, enquanto muitos dos principais projetos de expansão na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos também foram sancionados, com a construção em curso.

Espera-se que a produção de gás aumente 10% até 2030 a partir de novos projetos em áreas como Moçambique, Mediterrâneo, onshore dos EUA e desenvolvimentos brownfield, como a expansão do Campo Norte na costa do Qatar.

Previsão da Westwood para a produção de hidrocarbonetos até 2030 – clique para ampliar

“O nível de investimento visto nos últimos anos levará a um aumento material na capacidade de produção estrutural em relação ao previsto. Como resultado, a intervenção contínua da OPEP+ será provavelmente necessária para além de 2024 para garantir um mercado equilibrado e para que os preços do petróleo permaneçam dentro ou acima do intervalo de equilíbrio fiscal da Arábia Saudita”, disse o analista sênior da Westwood, Ben Wilby.

O especialista lembra ainda que cortes mais profundos na produção de petróleo no segundo e terceiro trimestres, incluindo um corte adicional de 1 milhão de barris por dia pela Arábia Saudita, uma medida prevista para julho, foram estendidos até o final de 2023. “Os cortes podem fazer com que a produção de óleo cru da Arábia Saudita caia para 9 milhões de barris por dia durante grande parte do segundo semestre de 2023, com incerteza sobre quando a produção será restabelecida. As adições de oferta, especialmente nos últimos anos da previsão, permanecem na fase de pré-sanção, o que representa um risco de queda na produção esperada, especialmente se os preços caírem abaixo de US$ 60 por barril”, finalizou.

Valor - SP   06/10/2023

A Exxon Mobil está perto de fechar um acordo para comprar a Pioneer Natural Resources, uma aquisição de que poderá valer cerca de US$ 60 bilhões e remodelar a indústria petrolífera dos Estados Unidos.

Um acordo tem boas chances de ocorrer nos próximos dias, embora haja pendências, disseram fontes.

Depois de registrar um lucro recorde em 2022, a Exxon está cheia de dinheiro e explorando opções que a levariam ainda mais fundo no óleo de xisto do oeste do Texas.

Uma aquisição da Pioneer, com uma capitalização de mercado de cerca de US$ 50 bilhões, seria provavelmente o maior negócio da Exxon desde a sua megafusão com a Mobil em 1999.

Daria à Exxon uma posição dominante na Bacia Permiana, rica em petróleo, no oeste do Texas e no Novo México, uma região que a gigante petrolífera afirmou ser parte integrante dos seus planos de crescimento.

O “The Wall Street Journal” havia informado em abril que as duas empresas estavam mantendo conversações preliminares.

A Exxon tem um valor de mercado de US$ 436 bilhões, o que tornaria o negócio, a maior aquisição do ano, facilmente exequível.

Se o acordo sair, superará os últimos grandes negócios da indústria petrolífera dos Estados Unidos: a aquisição da Anadarko Petroleum pela Occidental Petroleum em 2019 por cerca de US$ 38 bilhões, e a compra da XTO Energy pela Exxon em 2010 por mais de US$ 30 bilhões.

Seria também um movimento que moldaria o legado de Darren Woods, o executivo-chhefe (CEO) da Exxon, cujo mandato na empresa teve altos e baixos.

Woods, que já havia trabalhado na Exxon e voltara como CEO em 2017, inicialmente prometeu aumentar dramaticamente a produção de petróleo da companhia, mast teve os seus planos frustrados pela pandemia.

O colapso do mercado petrolífero em 2020 levou à primeira perda anual da Exxon em décadas – mais de US$ 22 bilhões. Também perdeu em 2021 uma disputa histórica para a empresa de investimentos Engine No. 1, que criticou as finanças da Exxon e argumentou que a petroleira não tinha uma estratégia de longo prazo.

Mas a Exxon recuperou-se, com um lucro recorde de US$ 55,7 bilhões no ano passado, impulsionada pela crescente procura global de petróleo e gás à medida que as economias reabriam. A Exxon utilizou os seus grandes fluxos de caixa para recompensar os investidores com recompras e dividendos e prometeu gastos disciplinados, embora muitos se questionassem se a empresa iria recorrer aos seus cofres para um mega-acordo na área do petróleo.

Se levar a Pionner, será a segunda aquisição significativa de Woods, ocorrendo apenas alguns meses depois que a Exxon adquiriu a operadora de gasodutos Denbury por US$ 4,9 bilhões. Isso acrescentaria vastas áreas no oeste do Texas, consideradas o núcleo do boom do xisto nos Estados Unidos.

A área explorada pela Pioneer na Bacia Midland - a porção oriental da Bacia Permiana, que abrange o oeste do Texas e o Novo México - é vista como uma das maiores coleções de terras petrolíferas férteis nos Estados Unidos, e a empresa detém um dos maiores números de locais de perfuração inexplorados de qualquer player do Permiano, disseram analistas.

Após a pandemia, a Pioneer adquiriu duas outras grandes operadoras do Permiano, Parsley Energy e DoublePoint Energy, por um valor combinado de US$ 11 bilhões, em 2021.

O CEO da Pioneer, Scott Sheffield, começou a trabalhar para a empresa antecessora, Parker & Parsley Petroleum, em 1979. Essa empresa se fundiu com outra em 1997 para formar a Pioneer. Ele se aposentou em 2016, mas voltou ao trabalho em 2019.

Em abril, Sheffield anunciou que se aposentaria no final deste ano e que seria sucedido por seu antigo colaborador Richard Dealy, diretor de operações da empresa.

“Tenho quase 71 anos, comemoramos o 25º aniversário da Pioneer no ano passado”, disse Sheffield ao “The Wall Street Journal” em entrevista em abril. "E então, o momento foi certo."

O balanço da Pioneer tem estado cada vez mais em boa forma desde o aumento dos preços do petróleo, com a sua dívida caindo mais de 20% desde o final de 2021, de acordo com a FactSet.

A união poderá pressagiar uma onda de consolidação entre as empresas de xisto. A indústria passou do rápido crescimento que perseguiu durante mais de uma década para um negócio maduro sustentado por restrições fiscais e elevados pagamentos aos investidores.

Mas os produtores estão enfrentando a diminuição dos locais de perfuração. Descobrir novas áreas com petróleo caiu em desuso entre os investidores, deixando muitas empresas com poucas opções além de adquirir rivais para ampliar os ganhos.

Os produtores têm grandes cofres à sua disposição para prosseguirem com acordos depois da invasão da Ucrânia pela Rússia no ano passado ter feito os preços globais dispararem para mais de US$ 127 por barril. Os preços recuaram e ficaram voláteis desde então.

A aquisição da Pioneer pela Exxon pode ser o primeiro de uma série de negócios no Permiano, que contém poços de xisto que produzem rapidamente e não vinculam as empresas a megaprojetos de décadas que caíram em desgraça com alguns investidores que temem um futuro declínio na demanda por combustível fóssil.

Ambientalistas, legisladores e outros esperavam que as empresas de petróleo e gás investissem os seus lucros recordes em energia verde. Woods prometeu que a Exxon investirá US$ 17 bilhões até 2027 na redução das emissões de carbono e em construir um negócio que ajudaria outras empresas a reduzir as suas também, investindo em áreas que incluem captura de carbono, biocombustíveis e mineração de lítio.

A decisão da Exxon de adquirir a Pioneer, mesmo depois da aquisição da Denbury, a operadora de gasodutos de dióxido de carbono, sinaliza que a empresa ainda está planejando apoiar-se sobretudo no seu negócio tradicional de petróleo e gás durante décadas.

Valor - SP   06/10/2023

Os preços do petróleo caíram na quinta-feira (5) pelo segundo dia consecutivo diante de temores de queda na demanda do combustível diante de um cenário econômico global mais desafiador. Em dois dias, o contrato futuro do WTI de novembro perdeu US$ 8,48 por barril e o Brent para dezembro perdeu US$ 8,13, ou cerca de 8%, na maior queda registrada desde maio.

Na quinta-feira, o WTI para novembro fechou em queda de 2,27% a US$ 82,31 por barril e o Brent para dezembro recuou 2,03% a US$ 84,07. São os menores preços registrados desde 30 de agosto. Em uma semana, o Brent registra perda de 10,17% e o WTI, de 9,60%.

Para Edward Moya, analista sênior da Oanda, a queda de quase US$ 10 desde o fim do mês de setembro acontece ao mesmo tempo que os rendimentos dos Treasuries registram um rali, atingindo os patamares mais elevados em 16 anos, o que impactou o cenário de crescimento global. O temor de que os juros fiquem mais elevados por mais tempo, como indicou o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, na reunião de política monetária de setembro, tem feito com que o mercado fique mais cauteloso.

O economista Jan Stuart, da Piper Sandler, afirmou, em relatório, que os catalizadores da queda nos preços incluem sinais crescentes de risco de recessão e uma especulação em torno da Arábia Saudita afrouxando seu corte de oferta como parte de um acordo histórico para normalizar suas relações com Israel. Outras especulações, como um acordo diplomático entre EUA e Arábia para reduzir os cortes, também rondaram o mercado.

Também trouxe receio os dados divulgados na quarta-feira pelo Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos, que indicariam uma retração da compra de gasolina pelos consumidores americanos que estão com os bolsos afetados pela forte alta nos juros nos últimos 18 meses. Segundo o DoE, a demanda por gasolina caiu para 8,3 milhões de barris na média móvel das últimas quatro semanas, a menor desde 1998. Além disso, os estoques de gasolina do país cresceram 7,481 milhões de barris em duas semanas, ficando 1% acima da média móvel de 5 anos pela primeira vez em 2023.

Porém, o economista do Goldman Sachs, Daan Struyven, é mais cauteloso em afirmar que a demanda americana está caindo. Segundo ele, os dados divulgados pelo DoE afetaram as margens da gasolina, o que acabou contaminando também os mercados de petróleo. Struyven acredita que parte da queda da demanda no período está relacionada com as fortes chuvas registradas na costa leste dos Estados Unidos e com a tempestade tropical Ophelia.

Opep fará o que for preciso para que os preços não voltem para U$ 70”

— Edward Moya

“Acreditamos que uma demanda subjacente resiliente, estoques baixos e oferta das refinarias vai dar suporte para as margens de gasolina”, afirmou Struyven.

Para ele, os investidores estão temendo uma recessão provocada pela alta dos juros em 2024. “Embora os juros altos deverão pesar no crescimento do PIB e no crescimento da demanda por petróleo, ainda há uma chance do mercado americano fazer um pouso suave”. Para ele, o poder de fazer preço da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) vai impulsionar os preços do Brent para US$ 100 no segundo trimestre do ano que vem.

Na quarta-feira, a Opep divulgou que os cortes voluntários de produção feitos pela Arábia Saudita de 1 milhão de barris diários e pela Rússia de 300 mil barris diários serão estendidos até dezembro. Desde junho, quando a Opep divulgou os cortes na produção, o preço do petróleo foi impulsionado pela redução da oferta e expectativa de déficit. Desde então, os preços saíram do patamar de US$ 70 para a máxima de US$ 94,36 registrados no dia 27 de setembro.

“A Opep trabalhou duro para trazer o petróleo de volta para a área dos US$ 90 e eles provavelmente continuarão a fazer o que for preciso para que os preços não voltem para as mínimas do ano, em torno de US$ 70”, afirmou Moya, analista da Oanda.

Associe-se!

Junte-se a nós e faça parte dos executivos que ajudam a traçar os rumos da distribuição de aço no Brasil.

INDA

O INDA, Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, é uma Instituição Não Governamental, legalmente constituída, sem fins lucrativos e fundada em julho de 1970. Seu principal objetivo é promover o uso consciente do Aço, tanto no mercado interno quanto externo, aumentando com isso a competitividade do setor de distribuição e do sistema Siderúrgico Brasileiro como um todo.

Rua Silvia Bueno, 1660, 1º Andar, Cj 107, Ipiranga - São Paulo/SP

+55 11 2272-2121

contato@inda.org.br

© 2019 INDA | Todos os direitos reservados. desenvolvido por agência the bag.

TOP