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06 de Setembro de 2023

SIDERURGIA

Petro Notícias - SP   06/09/2023

Desacelerou a produção de aço na América Latina. Os dados da Alacero, Associação Latino-Americana do Aço, confirmam esta informação e indicam que, em junho de 2023, a produção de aço bruto foi 14,8% inferior à de junho anterior, totalizando 4,6 Mt, e 7,4% inferior à de maio de 2023. No acumulado dos primeiros seis meses de 2023, a produção ficou 8,9% abaixo mesmo período do ano anterior. E quando analisado por trimestres, o segundo de 2023 ficou 10,4% abaixo do mesmo período do ano anterior e 0,3% abaixo do trimestre anterior. Foi o trimestre mais baixo desde o terceiro trimestre de 2020, apontam dados da Alacero. Quanto à produção de laminados, em junho de 2023 foi de 4,2 Mt, dado 9,8% inferior a junho de 2022 e 6,8% inferior ao mês anterior. As cifras são explicadas pelos aços planos, que caíram 9,7% no mês, aços longos com 4,5% a menos e os tubos sem costura 2,6% abaixo do mês anterior. Já no primeiro semestre de 2023, o desempenho ficou 4,0% abaixo do mesmo período do ano anterior. E, quando analisado de forma trimestral, o segundo trimestre de 2023 ficou 5,4% abaixo do mesmo período do ano anterior e 1,5% abaixo do trimestre anterior. Foi o trimestre mais baixo desde o quarto trimestre de 2022.

Quanto aos setores consumidores de aço, o comportamento dos principais deles, em maio de 2023, alguns mostram sinais modestos de melhoria e outros permanecendo em terreno negativo. No entanto, em comparação com os registros de abril, há uma melhoria geral em todos os segmentos. O setor da construção se recuperou em maio e saiu do vermelho. A atividade avançou 2,2% a/a durante o quinto mês do ano, o primeiro registro positivo desde agosto de 2022. A melhoria na região foi impulsionada pelo bom desempenho do México (+9,2% a/a) e da Colômbia (+2,1% ao ano). No entanto, os demais países retrocederam na comparação anual: Peru e Chile lideraram as quedas, com 11,0% e 8,5%, respectivamente (em ambos os casos com contrações mais profundas do que em abril de 2023), seguidos por Argentina (-2,9%) e Brasil (-2,5%). Apesar da leve melhoria apresentada durante maio de 2023, a produção industrial permanece em um contexto de estagnação desde setembro de 2022. A atividade manufatureira cresceu 1,0% a/a no quinto mês do ano e não consegue sair da sequência de altos e baixos pela qual passa desde o início do ano. O desempenho regional foi impulsionado pelo México e Brasil (ambos com avanços de 1,9% a/a) e, em menor medida, pela Argentina (+1,1%). A expansão desses países foi contraposta pelos recuos do Peru (-15,6% ao ano), Chile (-1,2%) e Colômbia (-1,0%).

Dentro da indústria, o setor automotivo continua sendo o mais dinâmico, embora tenha se desacelerado recentemente. A produção avançou 3,7% a/a em junho de 2023, moderando seu desempenho em relação à taxa de crescimento de dois dígitos de maio de 2023 (+16,7% a/a); no sexto mês do ano, México e Argentina cresceram (+16,0% a/a e +10,6%), mas a expansão foi reduzida pela queda do Brasil (-7,1% a/a, acumulando 8 meses de altos e baixos na comparação anual).

A produção de maquinário, por sua vez, permaneceu no vermelho, embora tenha reduzido o ritmo de queda anual (-0,3% em maio de 2023, em comparação com -5,5% em abril de 2023) devido ao bom desempenho do Chile (+13,6%), México (+3,5%), Peru (+2,9%) e Colômbia (+2,2%). Por fim, a fabricação de aparelhos de uso doméstico também reduziu sua contração (-1,5% a/a em maio contra -4,3% a/a no mês anterior), embora não tenha conseguido sair do terreno negativo no qual está praticamente imersa de forma contínua desde agosto de 2021; a expansão de 7,7% a/a no Brasil não foi suficiente para compensar a queda nos demais países.

Com relação ao comércio de produtos laminados, em maio de 2023 as importações totalizaram 2,4 Mt, 12,2% acima de maio do ano anterior e 5,2% superior ao mês anterior. Nos cinco primeiros meses de 2023 ficou 0,3% abaixo do mesmo período do ano anterior, com 10,9 Mt total. As exportações, por sua vez, somaram 3,5 Mt no acumulado dos primeiros cinco meses de 2023, número que ficou 26,2% abaixo do mesmo período do ano anterior. Na comparação mensal, com 596,4 mil toneladas exportadas em maio de 2023, ficou 37,1% abaixo do mesmo mês de 2022 e 9,5% inferior ao mês anterior.

Com relação ao consumo de laminados, em maio de 2023 foram consumidas 6,2 Mt, valor que é 3,2% superior ao mês de maio anterior e 4,8% superior ao mês anterior. Destaque para os tubos sem costura, que aumentaram 26,4% no mês, enquanto os produtos longos aumentaram 6,6% e, por sua vez, os aços planos com 2,9% a mais. Com 29,6 Mt totais, os primeiros cinco primeiros meses de 2023 trouxeram um número de 1,1% acima do mesmo período do ano anterior.

Alejandro Wagner, diretor executivo da Alacero, aponta as razões, em sua opinião, sobre esta desaceleração média global: “Incertezas globais e problemas estruturais marcam o cenário da economia na América Latina. A produção caiu, mas o consumo continua perto de 0 a 1% e há duas explicações para isso: um ajuste de estoque com plantas produzindo menos e exportações fracas. Esses indicadores nos mostram que o resto do ano será igual, a recuperação definitiva está prevista para 2024. As indústrias continuam a se desenvolver, mas, cada vez mais se faz essencial o nearshoring para seguir a recuperação dos setores consumidores de aço.”

Money Times - SP   06/09/2023

A edição de setembro da pesquisa do BTG Pactual com investidores, com foco em materiais básicos, revela que a CSN (CSNA3) é a posição “short” (vendida) preferida entre mineradoras e siderúrgicas.

O BTG atribui isso à alta alavancagem da holding, além das preocupações “persistentes” com alocação de capital.

Procurada pelo Money Times, a CSN não se manifestou até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para seu posicionamento.

Enquanto isso, Vale (VALE3) aparece como a posição “long” (comprada) favorita entre os investidores ouvidos pelo banco. Segundo o BTG, alguns deles estão “entusiasmados” com a tese da mineradora nos preços atuais.

No caso da Gerdau (GGBR4), a pesquisa sugere que a ação perdeu um pouco do apelo de curto prazo junto aos investidores.

Baixa alocação em materiais básicos

O levantamento do BTG indica que os investidores estão com baixa alocação no setor de materiais básicos.

“O clima parece bastante pessimista (apenas alguns procuram construir posições)”, afirma.

Segundo a pesquisa, 64% dos entrevistados têm baixa alocação em materiais básicos em comparação aos seus respectivos valores de referência (benchmarks), enquanto 19% estão neutros e apenas 17% têm posicionamento “overweight”.

Em relação às alocações históricas, a maioria dos entrevistados (53%) detém alocações mais baixas. O BTG destaca que a maioria detém, em média, exposição entre 0-5% no setor. Para os investidores, a preocupação maior é a perspectiva para o mercado imobiliário da China.

Questionados se vão aumentar as posições, os investidores demonstraram sentimentos contraditórios.

“A maioria provavelmente manterá exposição em níveis semelhantes, de acordo com as respostas”, afirma o banco.

A pesquisa contou com a participação de 102 investidores buy-side, sendo a grande maioria dos entrevistados domiciliada no Brasil (85%).

ECONOMIA

Agência Brasil - DF   06/09/2023

A produção industrial brasileira teve queda de 0,6% em julho deste ano, na comparação com o mês anterior. O dado é da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgado nesta terça-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com julho do ano passado, a queda chega a 1,1%. O setor também apresenta queda acumulada de 0,4% neste ano. No acumulado de 12 meses, a indústria apresenta estabilidade.

“Com esses resultados, o setor industrial se encontra 2,3% abaixo do patamar pré-pandemia, ou seja, fevereiro de 2020, e 18,7% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011”, destaca o pesquisador do IBGE André Macedo.

Quinze das 25 atividades industriais pesquisadas apresentaram queda na produção na passagem de junho para julho deste ano. Os principais recuos foram observados nos ramos de veículos automotores, reboques e carrocerias (-6,5%), indústrias extrativas (-1,4%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-12,1%) e máquinas e equipamentos (-5%).

Por outro lado, nove atividades tiveram alta na produção, com destaques para produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,2%), produtos alimentícios (0,9%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,7%).

Na análise das quatro grandes categorias econômicas da indústria, três tiveram queda de junho para julho: os bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos usados no setor produtivo (-7,4%),os  bens de consumo duráveis (-4,1%) e os bens intermediários, isto é, os insumos industrializados usados no setor produtivo (-0,6%). Apenas os bens de consumo semi e não duráveis tiveram aumento no período (1,5%).
Ritmo de produção

Neste ano, a produção industrial apresentou alta em apenas dois meses: março (1,1%) e maio (0,3%). Em junho, o setor apresentou estabilidade. Nos outros quatro meses, foram registradas quedas: -0,2% em janeiro, -0,3% em fevereiro e -0,7% em abril, além do -0,6% em julho. “O movimento do setor industrial nos últimos meses fica bem caracterizado por essa menor intensidade [do ritmo de produção]”, afirma Macedo.

Segundo ele, um dos principais motivos para esse desempenho de menor intensidade é a alta taxa de juros básicos no país. “O reflexo negativo de uma política monetária mais restritiva, com taxas de juros mais elevada, tem impacto importante sobre a evolução dessa produção industrial”, diz o pesquisador. “Ao longo do tempo, a gente vinha citando a inflação em patamares elevados e o mercado de trabalho com um número elevado de trabalhadores fora dele, mas esses fatores foram apresentando algum grau de melhora, mas a gente permanece com a taxa de juros em patamares mais elevados”.

Ele explica que um dos setores mais afetados por isso é a indústria de bens de consumo duráveis. “A dificuldade na concessão do crédito para a compra de bens de valores mais elevados, é claro, traz reflexos negativos sobre a produção. Não por acaso, um exemplo muito claro desse reflexo negativo é a parte de bens de consumo duráveis, segmento que está 22,6% abaixo do patamar pré-pandemia e 42,1% abaixo do seu ponto mais elevado na série histórica, que foi alcançado em março de 2011. Quando comparado com o patamar de dezembro último, o segmento está 7,4% abaixo”.

Globo Online - RJ   06/09/2023

A China não está pronta para eclipsar os EUA como a maior economia do mundo em breve. E mais: o gigante asiático pode nunca ocupar, de fato, a primeira posição entre as maiores economias do mundo de forma consistente — embora possa, na década de 2040, até superar a economia americana por “pequena margem” antes de ser ultrapassada novamente pelos EUA, de acordo com a Bloomberg Economics.

A organização prevê que levará até meados da década de 2040 para que o Produto Interno Bruto da China seja superior ao dos EUA — e mesmo assim, acontecerá por “apenas uma pequena margem” antes de “recuar” para a segunda posição. Antes da pandemia, a estimativa era que a China tomasse e mantivesse a hegemonia econômica global já no início da próxima década.

“A China está mudando, para um caminho de crescimento mais lento mais cedo do que esperávamos”, escreveu a Bloomberg Economists em uma nota nesta terça-feira. “A recuperação pós-Covid perdeu força, refletindo uma crise imobiliária cada vez mais profunda e uma confiança cada vez menor na gestão da economia por Pequim. Os riscos da baixa confiança estão se tornando enraizados, o que se torna um obstáculo duradouro ao crescimento potencial”.

Os economistas veem agora o crescimento da economia da China – a segunda maior do mundo — desacelerando para 3,5% ao ano em 2030 e para perto de 1% ao ano até 2050. Isso é inferior às projeções anteriores de 4,3% ao ano e 1,6% ao ano, respectivamente.

A economia da China cresceu 3% no ano passado, uma das mais lentas taxas de crescimento em décadas à medida que o país lidava com o controle da pandemia da Covid-19 e com uma crise no setor imobiliário. Sua eventual reabertura após abandonar políticas rígidas contra o coronavírus proporcionou uma recuperação, mas ela perdeu força à medida que as exportações caíram e a crise imobiliária se aprofundou.

Um indicador privado do setor de serviços mostrou que esta atividade retraiu no mês passado, à medida que as pessoas reduzem seus gastos diante de um maior pessimismo.. Os economistas consultados pela Bloomberg também têm vindo a reduzir as suas previsões de crescimento para 2024 para menos de 5%.

A perspectiva revisada surge em um momento em que o mundo reconsidera como trabalhar com uma China que pode estar se aproximando de um pico de poder, mesmo se não estiver em declínio.

Os EUA e as nações do G7 (grupo de grandes economias desenvolvidas e industrializadas, que inclui, além dos americanos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão) procuram alternativas diante das evidências de problemas estruturais profundos na China, vendo oportunidades que, em última análise, fortalecerão a mão do Ocidente contra um concorrente geopolítico enfraquecido, ao mesmo tempo que considerando os efeitos em cascata da desaceleração.

Os obstáculos deste ano já estão mexendo com commodities e ações. A China também enfrenta desafios mais profundos e de longo prazo. O país registrou sua primeira queda populacional no ano passado desde a década de 1960, levantando preocupações sobre o enfraquecimento da produtividade.

As medidas repressivas regulamentares também afetaram a confiança, tal como as tensões geopolíticas com os EUA e outros governos ocidentais. Em contraste, os EUA parecem estar em melhor situação do que muitos economistas previram há apenas alguns meses. Um mercado de trabalho forte, gastos de consumo robustos e uma inflação moderada alimentaram a confiança na capacidade da economia de evitar uma recessão por enquanto. O Goldman Sachs Group vê agora uma probabilidade de 15% dos EUA entrarem em recessão, abaixo dos 20% anteriores.

A Bloomberg Economics estima o crescimento potencial dos EUA em 1,7% em 2022-2023, com previsões de longo prazo mostrando uma queda gradual para 1,5% até 2050.

IstoÉ Online - SP   06/09/2023

A diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Fernanda Guardado, reforçou nesta terça-feira, 5, que as decisões do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) têm um impacto grande para todas as economias, principalmente via preços de ativos. “É engraçado, porque dessa vez os bancos centrais emergentes saíram na frente, então há um pouco mais de conforto de se fazer algum ajuste no nível de contração, à despeito dos EUA estarem ainda subindo ou não seus juros”, afirmou, em live promovida pela Bradesco Asset.

Para a diretora, porém, ainda há o risco de haver alguma instabilidade financeira via uma reprecificação muito forte de ativos. “Isso é sempre uma preocupação para mercados emergentes como o Brasil, é algo levado em consideração o tempo inteiro por nós”, acrescentou.

Fernanda Guardado repetiu que o cenário inspira cautela. “Esse cenário com emergentes tendo queda de juros enquanto países avançados estão subindo juros inspira mais prudência. Isso não quer dizer que você não possa seguir com seu ajuste, mas com cautela e prudência”, completou.

Condições já colocadas na ata do Copom

A diretora do BC listou as condições já ditas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para acelerar ou reduzir o ritmo do ciclo de redução de juros. “Estou olhando para lista de condições que foi colocada na ata. Olhamos para o hiato do produto, mais de perto para a inflação de serviços, e também para a desancoragem das expectativas. São as únicas três coisas? Não, é um conjunto. Essas três variáveis têm uma conexão entre elas”, afirmou. “Fomos bem claros que precisaríamos ver mudanças ou surpresas relevantes em relação a um cenário que já projetamos de desinflação”, completou.

Para ela, essa mudança de cenário precisa ser substancial para alterar o “plano de voo” sinalizado pelo Copom. A diretora lembrou que a trajetória de inflação calculada pelo BC já é mais otimista que a do mercado no Boletim Focus. “Provavelmente o Focus e o mercado serão mais surpreendidos que o BC”, afirmou, repetindo a importância da instituição seguir agindo com cautela.

Desafio fiscal vindo dos EUA

A diretora disse também que o cenário fiscal nos Estados Unidos é outro desafio para o cenário externo que voltou a ter relevância nas últimas semanas. “Apesar da emergência da covid ter acabado, diversas medidas foram colocadas nos EUA para sustentar a atividade. A dívida americana subiu substancialmente nos últimos anos e é uma dívida muito de curto prazo, com reprecificação de custo muito grande na medida em que o Fed sobe os juros”, afirmou.

Fernanda Guardado destacou que os déficits projetados para os EUA têm sido revisados para cima em um ambiente de endividamento já bastante alto. “Não há projeção de reversão desses gastos excessivos que estão sendo feitos EUA. E o Fed deixou de ser um comprador de dívida para se desfazer de títulos. Isso significa uma emissão líquida e o mercado tem que absorver títulos da dívida adicionais dos EUA. O mercado acaba cobrando mais juros para digerir essa emissão”, acrescentou.

Enfatizou ainda que, pela primeira vez em muito tempo, há sinais de que o mercado acredita que taxa de juros longa nos EUA seja maior do que o Fed prevê. A diretora citou que a taxa de 10 anos dos juros dos EUA tem subido substancialmente.

Para ela, é possível que parte de alta de juros dos EUA seja conjuntural, mas que tenha também um componente estrutural por questionamentos sobre o resultado fiscal. “Há também aumento de taxa de juros de mercado em outros lugares, como Europa, mais ligados à questão de segurança nacional”, completou.

Realocação de cadeias globais

A diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Fernanda Guardado, disse também que realocação de cadeias globais após a pandemia de covid-19 até agora não parece que foi tão “dramática”.

“Ela aconteceu e beneficiou três ou quatro países. Mas não parece ser tão dramática quanto se esperava inicialmente. Já a transição energética é um assunto de longo prazo, que talvez os bancos centrais tenham incorporado melhor, com melhor percepção dos riscos financeiros e para a inflação”, afirmou Fernanda, na live promovida pela Bradesco Asset.

IstoÉ Dinheiro - SP   06/09/2023

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou que a percepção de desaceleração da economia chinesa não tem afetado os preços de commodities, que se mantêm elevados. Ele participou de evento organizado pelo Julius Baer Group na manhã desta terça-feira, 5, em São Paulo.

“Curiosamente, estamos tendo um decoupling descasamento da percepção de crescimento menor da China, sem afetar muito os preços de commodities”, disse Campos Neto, destacando que os preços do minério de ferro, por exemplo, já voltaram a um nível próximo de US$ 115 a tonelada.

O banqueiro central argumentou, no entanto, que faz sentido o pouco impacto da expectativa de menor crescimento chinês sobre os preços de commodities agropecuárias, já que a maior parte da população do país asiático já ascendeu à classe média.

Sobre o crescimento chinês, Campos Neto afirmou que a questão é a magnitude da desaceleração. “O que as pessoas dizem é que, abaixo de 4%, seria um número em que, com o desemprego de jovens associados, as pessoas teriam aquele feel bad factor“, comentou, chamando atenção para as preocupações com o mercado imobiliário chinês.

Segundo ele, as ações do governo chinês parecem dedicadas a evitar o colapso desse mercado.

Mais cedo, o presidente do BC afirmou que a atividade tem desacelerado na Europa e em alguns pontos da Ásia.

IstoÉ Dinheiro - SP   06/09/2023

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços da China recuou de 54,1 em julho para 51,8 em agosto, segundo pesquisa da S&P Global com a Caixin. O PMI composto chinês, que engloba serviços e indústria, caiu de 51,9 para 51,7 no mesmo período. Apesar dos recuos, as leituras acima do nível de 50 indicam que a atividade econômica da China segue em território de expansão.

IstoÉ Dinheiro - SP   06/09/2023

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 5, que o mundo está passando por uma “segunda fase” do seu processo de desinflação após a pandemia. Essa etapa, explicou, é caracterizada pela necessidade de um esforço adicional para reduzir os núcleos de inflação, com uma taxa de sacrifício da economia também potencialmente maior. “A gente tem esse last mile última milha, que está acontecendo em vários lugares do mundo e, no Brasil, também tem o last mile. Eu acho que é importante perseverar, porque, se não perseverar nesse momento, pode fazer com que o processo inflacionário volte”, afirmou, em evento organizado pelo Julius Baer Group no período da manhã, em São Paulo.

Com a inflação mais baixa e a necessidade de um sacrifício adicional na economia para promover a convergência final à meta, Campos Neto considera que a sociedade começa a discutir se é ideal fazer esses sacrifícios para levar a inflação ao alvo.

“É natural que, quando você chega a esse ponto, sociedade e classe política comecem a questionar qual é o nível de sacrifício que você quer fazer para atingir a meta”, afirmou Campos Neto.

Antes, o presidente do BC voltou a repetir que a pandemia ocasionou um forte aumento na demanda por bens, que ainda não retornou à tendência pré-pandemia.

Para Campos Neto, isso explica em parte a inflação persistente no mundo, já que a produção de bens consome mais energia. Ele também repetiu que a resposta de política fiscal e monetária à pandemia foi “muito intensa” no mundo todo.

Política fiscal dificulta processo

O presidente do Banco Central disse ainda que as autoridades monetárias do mundo estão fazendo os ajustes necessários para perseguir a última etapa do processo de desinflação, mas a política fiscal continua dificultando o processo. “A parte monetária fez o ajuste ou está fazendo, mas a parte fiscal, nem tanto”, afirmou.

Para Campos Neto, o crescimento dos Estados Unidos, por exemplo, tem se mantido forte devido à política fiscal expansionista. Com a queda esperada para os gastos em 2024 e a o aumento de juros promovido pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o presidente do BC afirma que pode haver uma desaceleração “contratada” no ano que vem.

Sobre os ajustes de juros no mundo, ele destacou que, ao contrário do Brasil, o mundo desenvolvido não havia testado seu sistema de metas antes da pandemia. Após a crise, mesmo os bancos centrais desenvolvidos passaram a preferir conduzir a política monetária como emergentes, elevando os juros mais para evitar perda de credibilidade, afirmou.

“O que a crise mostrou é que o mundo desenvolvido começou a se sentir como emergente, pensando que talvez seja melhor elevar um pouco mais os juros, porque, se tiver de parar e depois voltar, vai perder credibilidade”, afirmou Campos Neto.

MINERAÇÃO

BOL - SP   06/09/2023

O minério de ferro na bolsa de Dalian caiu nesta terça-feira, enquanto o índice de referência de Cingapura reduziu ganhos, uma vez que os traders pesaram as medidas da China para reanimar seu setor imobiliário em dificuldades contra o impacto dos prováveis controles na produção de aço na demanda pelo ingrediente siderúrgico.

O minério de ferro de referência para janeiro na Bolsa de Commodities de Dalian da China encerrou as negociações do dia com queda de 0,6%, a 846,50 iuanes (116,03 dólares) por tonelada, após quatro sessões consecutivas de ganhos.

Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro mais negociado em outubro subiu 0,7%, para 115,50 dólares por tonelada, após atingir mais cedo 117,25 dólares, o nível mais alto do contrato desde o início de abril.

Uma série de medidas que Pequim anunciou recentemente para reviver o hesitante crescimento econômico da China, incluindo a flexibilização de algumas regras de empréstimo para ajudar os compradores de imóveis, elevou ainda mais os preços do minério de ferro este mês, após os fortes ganhos registrados em agosto.

No entanto, os investidores foram instados a se conter e a estarem atentos às esperadas restrições à produção de aço este ano na China, o maior consumidor mundial de minério de ferro.

"O foco continua nos cortes na produção de aço, que começarão ainda este ano, sendo que a única questão é quando", disseram analistas da Westpac em nota.

A China continuará a limitar a produção de aço este ano, segundo o gerente geral da estatal Baosteel, confirmando a continuidade de uma política de crescimento zero de dois anos que objetiva limitar as emissões de carbono da indústria.

A produção de aço bruto da China entre janeiro e julho aumentou 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os benchmarks do aço em Xangai também caíram. O vergalhão recuou 1%, bobinas laminadas a quente perderam 0,7%, fio-máquina caiu 0,6% e aço inoxidável registrou baixa de 0,7%.

Outros ingredientes siderúrgicos na bolsa de Dalian ficaram mais firmes, mas fora das máximas da sessão, com o carvão metalúrgico subindo 2,8% em sua quinta sessão consecutiva de ganhos em meio à forte demanda e preocupações de oferta restrita após recentes verificações de segurança em minas na China.

Investing - SP   06/09/2023

A Vale (BVMF:VALE3) prevê iniciar em 2024 a construção de complexos industriais ("mega hubs") com parceiros para a fabricação de produtos de minério de ferro de baixo carbono para a indústria siderúrgica, enquanto prevê iniciar as atividades no primeiro centro industrial no Oriente Médio em 2027, informou a companhia em apresentação nesta terça-feira.

A companhia vem assinando acordos com clientes, buscando soluções que reduzam as emissões da siderurgia. Os valores dos investimentos não constam da apresentação.

Três desses acordos anunciados recentemente visam a instalação desses complexos em países do Oriente Médio (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Omã) para produzir "hot-briquetted iron" (HBI), visando suprir os mercados locais e transoceânico, com redução significativa das emissões de CO2.

Espera-se que a Vale construa e opere as plantas de concentração e briquetagem de minério de ferro nos hubs, enquanto os parceiros locais deverão promover a construção da infraestrutura logística necessária.

Já investidores e clientes devem construir e operar plantas de redução direta, além de comprar HBI para os mercados de exportação e doméstico.

A Vale reiterou ainda em apresentação que prevê atingir a produção de cerca de 15 milhões de toneladas de briquetes para uso na rota de redução direta a partir de 2027, e acima 30 milhões de toneladas a partir de 2032.

Já a produção de HBI deverá atingir cerca de 10 milhões de toneladas a partir de 2027 e aproximadamente 20 milhões de toneladas de 2032 em diante.

A companhia ainda reafirmou, na apresentação, previsão de produzir entre 310 milhões e 320 milhões de toneladas de minério de ferro em 2023.

Money Times - SP   06/09/2023

Se tem uma pergunta que os investidores de Vale (VALE3) estão se fazendo é: “o que fazer com a ação?”. No ano, os papéis da mineradora já caíram 22,68%.

As expectativas eram de que, com a retomada econômica da China, a companhia pudesse decolar. Entretanto, contrariando as expectativas, o índice de atividade na China tem apresentado queda.

O PIB do país — que superava facilmente os 5% — está em um patamar mais baixo, cerca de 3%. Esse dado tem impacto direto na Vale, afinal, a potência asiática é um dos seus principais clientes.

Nem mesmo a compra de 10% da Vale Base Metals, pelo Fundo Soberano da Arábia Saudita foi capaz de mudar o “humor” das ações da mineradora.

Nesse cenário, a saída mais óbvia parece ser vender as ações da Vale (VALE3), certo?

Errado!
Entenda por que não é hora de se desfazer das ações da Vale (VALE3)

Eu sei, não parece fazer muito sentido continuar apostando em uma ação que entregou um retorno negativo nos últimos oito meses.

Contudo, o analista da Empiricus Research Ruy Hungria aponta que essa não é a melhor saída. Ele explica que, embora as circunstâncias sejam ruins e as ações da mineradora estejam caindo, este cenário já está refletido no preço.

Em outras palavras, as ações da Vale (VALE3) já estão sendo negociadas a múltiplos bem abaixo do que seria considerado justo, muito próximo a sua mínima histórica.

Isso quer dizer que, se você está carregando as ações da mineradora desde o início do ano, por exemplo, sair agora significa realizar o prejuízo e abrir mão do potencial de remuneração.

Na avaliação de Hungria, embora o papel esteja caindo, o potencial de remuneração aos acionistas, pode passar dos 10% no ano, considerando dividendos e recompras.

Isso porque, apesar dos impactos do cenário macroeconômico no desempenho da ação, a companhia tem qualidades imprescindíveis para sobreviver a esta fase ruim do setor, pontua o analista.

Ele ainda aponta que a Vale produz o minério de maior qualidade do mundo e tem um dos menores custos do setor. Além disso, o custo da commodity permanece acima dos US$ 100 a tonelada, o que é bom para a companhia e indica um nível estável na demanda.

Por esse motivo, as ações da Vale (VALE3) continuam nas carteiras recomendadas da Empiricus Research.

A mineradora é uma das apostas da casa para buscar dividendos em setembro. Só este mês a companhia irá distribuir cerca de R$ 1,92 por ação.

VALE3 e outras 4 ações para buscar dividendos este mês

Embora a Vale (VALE3) possa pagar dividendos de dois dígitos em 2023, não dá para apostar todas as suas fichas em um só ativo. Por isso, o melhor a se fazer é diversificar os seus investimentos.

Nesse sentido, os analistas da Empiricus Research recomendam outras 4 ações de empresas sólidas, com margens “gordas”, crescimento no longo prazo e que são boas pagadoras de dividendos.

A Vale (VALE3) se encaixa nessas características, mas ela não é a única. Além da mineradora, os analistas da Empiricus Research, selecionaram outras 4 ações para quem deseja buscar lucros com dividendos agora.

Valor - SP   06/09/2023

Em evento com analistas e investidores, mineradora apresentou uma unidade de concentração de minério em Omã, localizada ao lado da planta de pelotas da companhia no país do Oriente Médio, e investimento para gerar “feed” para altos-fornos a partir dos finos de minério de Carajás

A Vale pretende elevar o teor de ferro em seu portfólio de produtos de minério de ferro para 63,5% em 2026 e algo em torno de 64% em 2030. A informação consta de apresentação no XXIII Analyst & Investor Tour, encontro com analistas e investidores realizado nesta terça-feira (05) pela companhia.

A mineradora apresentou suas soluções para fornecer um minério de alta qualidade. Entre as novas soluções estão uma nova unidade de concentração de minério em Omã, localizada ao lado da planta de pelotas da companhia no país do Oriente Médio. A nova unidade vai produzir “feed” para plantas de pelotização já existentes e para futuras fábricas de briquetes — inovação destinada ajudar a descarbonização no processo siderúrgico.

Outra novidade anunciada foi o investimento para gerar “feed” para altos-fornos a partir dos finos de minério de Carajás (IOCJ) para atender à crescente demanda a partir de 2027.

Entre as soluções já existentes para elevar a qualidade do minério, a Vale citou a filtragem de rejeitos, a concentração a seco e as plantas de concentração de terceiros.

A companhia também destacou as parcerias para fomentar a criação de “mega hubs” para beneficiamento e distribuição de minério. No ano passado foi assinado acordo com autoridades locais do Oriente Médio, enquanto este ano houve memorandos de entendimento e acordos de arrendamento de terrenos assinados no Oriente Médio, além de estudos de desenvolvimento no Brasil e nos Estados Unidos.

Para o ano que vem estão previstos os inícios de construção das primeiras unidades, após assinatura de acordos. O início as operações do primeiro “mega hub” no Oriente Médio está previsto para 2027.

A mineradora afirmou ainda que alcançará, depois de 2030, uma produção de cerca de 100 milhões de toneladas de aglomerados. Este ano estão previstas entre 36 milhões e 40 milhões de toneladas de aglomerados para altos-fornos e para redução direta, volume que saltará para 50 milhões a 55 milhões em 2026, até chegar a 100 milhões além de 2030.

Pelo cronograma apresentado pela empresa, esse ano ocorre a aprovação de uma planta de briquete, em 2024 serão aprovadas mais duas e entre 2025 e 2027 serão aprovadas mais quatro unidades. A planta de tubarão iniciou o comissionamento em agosto deste ano, com capacidade de 6 milhões de toneladas de briquete por ano e com as primeiras cargas destinadas a testes industriais.

Em termos de produção total de minério de ferro, a expectativa da Vale é fechar o ano entre 310 milhões e 320 milhões de toneladas este ano, passando a 340 milhões a 360 milhões de toneladas em 2026 e mais de 360 milhões de toneladas em 2030.

Com os aumentos de produção e de qualidade do minério, a companhia também espera um prêmio maior, passando de algo em torno de US$ 4 por tonelada este ano para US$ 8 a US$ 12 por tonelada em 2026 e US$ 18 a US$ 25 por tonelada em 2030.

Com isso, a contribuição potencial para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) será, em comparação com 2022, de US$ 4 bilhões a US$ 10 bilhões até 2026 e 2030, com uma adição de valor entre US$ 20 bilhões e US$ 50 bilhões.

Valor - SP   06/09/2023

Mineradora assina acordo com startup sueca H2 Green Steel para estudar projetos

Eduardo Bartolomeo: “Vale é indutora da neoindustrialização do Brasil, baseada na baixa emissão” — Foto: Leo Pinheiro/Valor

A Vale está fazendo um movimento para impulsionar, no Brasil, a produção de hidrogênio verde. É uma fonte de energia obtida a partir de matriz renovável - solar e eólica - que pode substituir combustíveis fósseis. O hidrogênio é considerado, hoje, estratégico para reduzir as emissões de gases poluentes na transição para uma economia de baixo carbono. A mineradora brasileira assinou, na semana passada, um acordo com a empresa sueca H2 Green Steel para estudar a construção, no país, de uma planta de HBI, produto intermediário da siderurgia usado na fabricação de aço, com zero emissão de carbono. A unidade seria movida a hidrogênio verde. “Somos alavanca da produção de hidrogênio no Brasil”, disse ao Valor o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo.

O memorando de entendimentos firmado entre a Vale e a H2 Green Steel prevê um cronograma de trabalhos. Local e investimentos das fábricas de HBI e de hidrogênio verde ainda serão definidos, mas estimativas preliminares indicam que as duas unidades poderiam demandar, no mínimo, US$ 1,7 bilhão (R$ 8,5 bilhões). A ideia é que as duas plantas façam parte de um complexo industrial que a mineradora chama de “megahub”. É uma área dotada de infraestrutura logística (porto, ferrovia, rodovias) e disponibilidade de insumos (minério de ferro) e energia elétrica.

Para atender a essas condições, é usual que esses complexos industriais sejam instalados na costa e, nesse contexto, Vitória (ES) desponta como um destino possível do empreendimento. No porto de Tubarão, na capital capixaba, há toda uma logística de minério de ferro implantada há décadas. Bartolomeo disse que é plausível se pensar em um primeiro módulo de HBI para produção de 1 milhão de toneladas por ano, o que demandaria cerca de US$ 700 milhões (R$ 3,5 bilhões) de investimentos. Acoplada a essa planta, seria montada outra, esta para produção de hidrogênio verde, que poderia demandar desembolsos de US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões).

Se a fábrica de HBI for maior - os módulos costumam ser de 2,5 milhões de toneladas por ano -, a necessidade de hidrogênio verde também seria superior para atender a planta. Neste caso, o investimento total, nas duas unidades, poderia superar os US$ 3 bilhões (R$ 15 bilhões). O aporte financeiro para fazer a planta de HBI seria da H2. Na planta de hidrogênio, a Vale pode conversar com empresas do setor elétrico e players que tenham conhecimento do processo de produção dessa nova fonte de energia e ajudar a estruturar os investimentos, oferecendo garantias e demanda firme. A própria mineradora tem planos de substituir o consumo de óleo diesel por fonte renovável na operação das ferrovias da empresa e o hidrogênio pode ser uma opção. A Vale consome 1 bilhão de litros de diesel por ano, sendo 500 milhões nas ferrovias e o restante nas operações de caminhões fora de estrada, nas minas.

No caso do HBI, o papel da Vale é fornecer matéria-prima de qualidade. Os finos de minério de ferro produzidos pela empresa são insumos para a produção de briquetes. Trata-se de um aglomerado de minério de ferro desenvolvido pela mineradora no centro de tecnologia da empresa em Minas Gerais. O briquete pode ser usado como matéria-prima pelas siderúrgicas para produzir o HBI, que depois vai se transformar em aço.

Ontem, em encontro com analistas de bancos promovido pela Vale em Carajás (PA), a mineradora informou que vai produzir cerca de 100 milhões de toneladas de aglomerados de minério de ferro a partir de 2030, incluindo pelotas e briquetes. Em 2023, esse volume deve ficar entre 36 milhões e 40 milhões de toneladas. Duas das oito pelotizadoras que a Vale mantém em Tubarão (ES) foram transformadas para operar produzindo briquetes.

Na apresentação aos analistas, ontem (ver matéria abaixo), a empresa reforçou que está fazendo parcerias com diversos agentes no Oriente Médio e que pretende produzir 30 milhões de toneladas de briquetes por ano na região, a partir de 2032, via redução direta. É uma rota tecnológica considerada mais limpa uma vez que utiliza o gás natural como insumo e não o coque, obtido a partir do carvão mineral, mais poluente. Esse volume de briquetes permitirá aos parceiros siderúrgicos da Vale na região produzir 20 milhões de toneladas de HBI por ano, segundo as projeções da mineradora.

No Brasil, a Vale também analisa oportunidades para suprir uma possível planta de HBI no porto do Açu (RJ). Neste caso, o HBI seria fabricado tendo como insumo o gás natural, mas o negócio dependerá, para evoluir, da redução no preço da molécula, o que tem sido um desafio no país nos últimos anos.

”Vemos grande potencial no Brasil como um polo de produtos siderúrgicos de baixa emissão de carbono”, disse o vice-presidente de soluções de minério de ferro da Vale, Marcello Spinelli. ”O país oferece condições como minério de ferro de alta qualidade e grande disponibilidade de energia renovável, inclusive eólica e solar, para alavancar a indústria de hidrogênio”, afirmou.

A parceria com a sueca H2 Green Steel se encaixa nesse objetivo mais amplo da mineradora de fazer acordos com clientes para ajudá-los a reduzir as emissões de gases poluentes. A siderurgia responde por cerca de 8% das emissões globais de CO2. A Vale fixou a meta de reduzir as emissões líquidas de carbono de escopo 1 e 2 (diretas e indiretas) em 33% até 2030, com o objetivo de zerá-las até 2050. Em 2021, a empresa anunciou investimentos de US$ 4 bilhões a US$ 6 bilhões para atingir essa meta.

“Com essa parceria [com a H2], a Vale dá seus primeiros passos no mercado de hidrogênio verde. Essa iniciativa reforça o papel da Vale como indutora da ‘neoindustrialização’ do Brasil, que será baseada na indústria de baixa emissão de carbono, cumprindo sua vocação de âncora do desenvolvimento regional, como sempre fez ao longo de sua história", disse Bartolomeo. Ele citou o caso da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), no Sudeste, que ajudou a desenvolver um parque siderúrgico ao longo da malha.

A H2 Green Steel é uma startup industrial sueca fundada em 2020. A empresa começou a construção da primeira usina siderúrgica em Boden, na Suécia, usando hidrogênio verde: "Anunciamos no início de nossa jornada que queremos explorar outras regiões geográficas onde possamos acelerar a descarbonização da cadeia de valor do aço. Tanto o Brasil quanto partes da América do Norte têm grande potencial devido ao acesso a fontes de energia renovável, minério de ferro de alta qualidade e disposição política para apoiar projetos de descarbonização, e é uma grande oportunidade para explorarmos nossa parceria com a Vale além do fornecimento de pelotas para nossa principal usina em Boden", disse, em nota, Kajsa Ryttberg-Wallgren, vice-presidente-executiva de crescimento e negócios de hidrogênio da H2 Green Steel.

Em julho deste ano, Vale e H2 tinham assinado um outro acordo, este para fornecimento de pelotas de redução direta, pela empresa brasileira, à planta de Boden, na Suécia.

Em resposta por escrito ao Valor, Wallgren afirmou: “Com base em uma ideia que surgiu de uma reunião com uma das maiores montadoras de automóveis do mundo, decidimos ver se conseguiríamos produzir aço com quase zero [emissão de carbono] mais rápido do que as siderúrgicas existentes estavam planejando. Estamos construindo uma fábrica em Boden, no norte da Suécia, onde produziremos hidrogênio verde, ferro-esponja verde e aço verde, a partir do final de 2025. O nosso maior objetivo é acelerar a descarbonização de indústrias difíceis de reduzir em nível mundial. Tanto o Brasil quanto a América do Norte têm grande potencial para desenvolver essas cadeias de valor.”

A executiva acrescentou que junto com a Vale analisa a possível instalação de unidades de produção de HBI no Brasil e na América do Norte: “Se avançarmos com algum ou vários dos projetos, estaremos falando de investimentos significativos da H2 Green Steel e de plantas com capacidade superior a 2 milhões de toneladas de HBI por ano.”

Máquinas e Equipamentos

InfraRoi - SP   06/09/2023

A John Deere, empresa global de tecnologia que fornece software e equipamentos para os setores de construção e pavimentação, está lançando uma nova classificação para seus equipamentos de construção. A fabricante agora vai classificar suas máquinas pelas letras G, P e X.

A versão G é voltada para os trabalhos de construção gerais. A versão P conta com recursos mais avançados e maior leque de opcionais que oferecem desempenho, eficiência, conforto e vida útil maiores para aplicações mais exigentes e de alta produção.

Já a versão X, ainda sem previsão de lançamento no Brasil, conta com tecnologias disruptivas e recursos inovadores. Os modelos na versão X podem ser híbridos (designados E-Drive) ou 100% elétricos (E-Power). Máquinas híbridas são equipadas com um motor a combustão como fonte de potência.

A fabricante diz que o objetivo é atender a todos os clientes com soluções que tratam das variadas necessidades em relação a recursos de desempenho, conforto e preço e a nova nomenclatura já começou a ser implementada no Brasil e América Latina. Um exemplo da nova classificação é a pá-carregadeira 444 G, que já vem sendo comercializada com a nomenclatura na versão G, indicando tratar-se de um modelo de entrada, projetado para baixo custo operacional, economia de combustível e simplicidade.

Independentemente da versão, todos os equipamentos de construção da John Deere contam com soluções tecnológicas de gestão de frotas. A companhia possui um portfólio completo e integrado com cinco linhas de equipamentos de construção: escavadeiras, pás-carregadeiras, retroescavadeiras, tratores de esteiras e as motoniveladoras. As máquinas são produzidas em duas unidades fabris, localizadas em Indaiatuba (SP), e estão disponíveis em seis grupos de distribuidores exclusivos que atendem todo o Brasil.

AUTOMOTIVO

O Estado de S.Paulo - SP   06/09/2023

A produção de veículos recuou 4,6% em agosto frente ao mesmo mês do ano passado, somando 227 mil unidades entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Na comparação com julho, um mês de ajuste dos estoques feitos pela indústria para atender a corrida às concessionárias pelos descontos nos carros patrocinados pelo governo, houve alta de 24% na produção do setor.

Divulgado pela Anfavea, a entidade que representa os fabricantes de veículos, o balanço mostra que a produção recua 0,4% no acumulado desde o início do ano, somando 1,54 milhão de unidades entre janeiro e agosto. No mês passado, fábricas de montadoras como Renault, General Motors (GM) e Volkswagen seguiram com produção reduzida para evitar grande acúmulo de estoque.

Mesmo com dois dias úteis a mais, as vendas de veículos recuaram 7,9% em agosto na comparação com julho, que, no embalo dos descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil permitidos nas vendas de carros por crédito tributário, registrou o maior volume de um mês em dois anos e meio. Com o fim do estímulo, o mercado voltou ao ritmo próximo a 9 mil unidades por dia de antes do programa do governo federal.

As vendas do mês passado, de 207,7 mil veículos na soma de todas as categorias, ficaram praticamente no mesmo nível de agosto de 2022 — houve leve queda de 0,4% nessa comparação. O mercado mostra crescimento de 9,4% no acumulado do ano, somando 1,43 milhão de veículos de janeiro a agosto.

O balanço da Anfavea mostra ainda queda de 26,2% das exportações no comparativo de agosto com igual mês de 2022. Já na comparação com julho, os embarques, de 34,5 mil veículos no mês passado, subiram 13,8%. O levantamento aponta queda de 12,8% das exportações no acumulado do ano, com 292,1 mil unidades embarcadas desde o primeiro dia de 2023.

Segundo o balanço da Anfavea, 547 vagas de trabalho foram abertas em agosto nas montadoras, que agora empregam 100,1 mil pessoas.

Valor - SP   06/09/2023

Participação dos chineses no mercado da AL saiu de 4,6%, em 2013, para 21,2%, em 2022; segundo dirigente, com o incentivo ao carro 100% elétrico, país deixou de arrecadar R$ 2,2 bi

Marcio de Lima Leite, presidente da Anfavea — Foto: Silvia Zamboni/Valor

Ao divulgar os resultados da indústria automobilística nessa terça-feira (5), Márcio de Lima Leite, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), queixou-se da concorrência chinesa, com duras críticas à isenção do Imposto de Importação para carros 100% elétricos, em vigor no país desde 2015 e que representa o forte dos últimos lançamentos das chinesas no Brasil. “Defendemos 35% (alíquota cheia) de Imposto de Importação, com cotas, para veículos elétricos”, disse.

Leite considerou “uma invasão” a atuação dos fabricantes de carros chineses não só no mercado brasileiro, como também em todo o latino-americano. “Temos uma 'invasão' de produtos asiáticos, principalmente chineses, na América Latina”, disse, ao destacar a perda de competitividade da indústria brasileira naqueles que já foram importantes destinos das exportações, como Chile e Colômbia. A exportação de veículos produzidos no Brasil caiu 12,8% de janeiro a agosto, segundo dados da Anfavea.

Segundo a entidade, a participação dos chineses no mercado da América Latina saiu de 4,6%, em 2013, para 21,2%, em 2022. Ao mesmo tempo, a do Brasil passou de 22,5% para 19,4%. “Estamos perdendo competitividade no nosso quintal”, disse.

Entrada de BYD e Great Wall no Brasil

Uma análise que inclui esses números tem sido levada pela Anfavea ao governo federal. As declarações do presidente da entidade que representa os fabricantes de veículos ocorrem num momento em que duas fabricantes chinesas — BYD e Great Wall — anunciaram planos de produzir no Brasil, a partir de 2024, na Bahia e em São Paulo, respectivamente.

A BYD negocia com o governo baiano a instalação na antiga fábrica da Ford, em Camaçari, e a Great Wall prepara fábrica que comprou da Mercedes-Benz, em Iracemápolis (SP). Além delas, o grupo CAOA Chery já produz carros da marca chinesa em Anápolis (GO) desde 2018.

O dirigente apontou, ainda, a chegada das marcas chinesas como “uma ameaça”, principalmente porque a indústria automobilística da China trabalha, disse, com custos menores.

A posição da direção da Anfavea tende a acirrar uma briga que já está em curso e que envolve a tributação de veículos. Há oito anos, o governo federal reduziu a alíquota do Imposto de Importação dos carros de 35% para 4% a 7%, em média, nos híbridos e promoveu a isenção total nos totalmente elétricos como forma de permitir a entrada da nova tecnologia no país. A Anfavea defende a elevação imediata para 35%, com sistema de cotas para permitir a transição para empresas que pretendem ter fábricas no Brasil.

Segundo o dirigente, com o incentivo para o elétrico, o país deixou de arrecadar total de R$ 2,2 bilhões. Além das chinesas, também vendem carros elétricos importados marcas como Volvo, BMW, Audi, Range Rover e Porsche.

Leite também falou sobre a briga em torno dos incentivos fiscais federais para o setor no Nordeste e Centro-Oeste. Segundo ele, a Anfavea não toma partido nesse caso. “O que nos interessa é que os veículos sejam produzidos no país”, destacou.

Valor - SP   06/09/2023

Entidade defende volta imediata do Imposto de Importação de 35% para os veículos elétricos e definição de cotas livres do tributo

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, fez, nesta terça-feira (05), uma contundente queixa sobre a concorrência das marcas chinesas, com duras críticas à isenção do Imposto de Importação para carros 100% elétricos, em vigor no país desde 2015. Modelos elétricos têm marcado os lançamentos das marcas chinesas nos últimos meses.

“Defendemos 35% (alíquota cheia) de Imposto de Importação, com cotas livres do tributo para veículos elétricos”, disse, durante a divulgação dos resultados do setor em agosto. O dirigente considera “uma invasão” a entrada de marcas chinesas não só no mercado brasileiro, como em toda a região: “Temos uma 'invasão' de produtos asiáticos, principalmente chineses, na América Latina”.

Segundo a Anfavea, a participação dos chineses no mercado de veículos da América Latina saiu de 4,6% em 2013 para 21,2% em 2022. Ao mesmo tempo, a venda do Brasil na região caiu de 22,5% para 19,4%. “Estamos perdendo competitividade no nosso quintal”, destaca Leite. Ele considera, ainda, a chegada das novatas “uma ameaça” porque a indústria automobilística da China trabalha, diz, opera com custos menores.

As declarações do presidente da entidade que representa os fabricantes de veículos no Brasil ocorrem num momento em que duas novas fabricantes chinesas - BYD e Great Wall - anunciaram planos de tornarem-se também fabricantes no país, a partir de 2024. A BYD negocia com o governo baiano para instalar-se onde ficava a Ford, em Camaçari e a Great Wall (GWM) comprou a fábrica que era da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP).

Além dessas duas novatas, o grupo brasileiro CAOA Chery já produz carros da marca chinesa em Anápolis (GO) desde 2018.

A posição da direção da Anfavea tende a acirrar uma briga que já está em curso e que envolve a tributação de veículos. Há oito anos, o governo federal reduziu a alíquota do Imposto de Importação de 35% para 4% a 7%, em média, nos modelos híbridos e promoveu a isenção total nos totalmente elétricos. Foi uma forma de permitir a entrada da nova tecnologia no país.

A Anfavea defende a elevação imediata do tributo para 35% e a adoção de cotas isentas do imposto para empresas comprometidas a produzir no país. “Se não for assim vai ser preferível importar carro elétrico do que produzir no Brasil”, afirma. Segundo ele, as cotas podem ajudar na transição das empresas com planos de investimento.

“O incentivo da ausência ou redução do Imposto de Importação tem sentido para atrair novas tecnologias”, destaca o presidente da Associação Brasileira do Carro Elétrico (ABVE), Ricardo Bastos. A ABVE representa as duas novas chinesas - BYD e GWM -, além de outras marcas que vendem modelos elétricos.

Ausência de imposto serve para trazer novas tecnologias”

— Ricardo Bastos

“Acreditamos que o benefício deve permanecer por mais tempo porque não é algo que agride o mercado, já que a participação [nas vendas] ainda é pequena”, completa Bastos.

De janeiro a agosto, foram vendidos no mercado nacional 49 mil veículos híbridos e elétricos no Brasil, segundo a ABVE. É um volume igual ao total de vendas desses tipos de veículos durante todo o ano passado.

Nos oito meses, o mercado total de carros e comerciais leves totalizou 1,347 milhão de unidades. Os chamados eletrificados, representam, assim, no acumulado do ano, fatia de 3,63%.

Segundo Bastos, é preciso descontar a produção local dos híbridos, feita por Toyota e CAOA Chery. Subtraído esse volume, destaca o dirigente, a participação dos híbridos e elétricos importados não chega a 2%.

Segundo o presidente da Anfavea, a indústria brasileira tem perdido competitividade em mercados que já foram importantes destinos das exportações brasileiras, como Chile e Colômbia, por exemplo. A exportação de veículos produzidos no Brasil caiu 12,8% de janeiro a agosto.

A perda de espaço do Brasil nos mercados vizinhos aparece nas sucessivas quedas de volumes de exportação. Com 34,5 mil veículos embarcados, a venda ao exterior caiu 26,2% em agosto em relação ao mesmo mês de 2022. No acumulado de janeiro a agosto, a retração foi de 12,8%, com 292,2 mil unidades.

Isso se reflete no ritmo da produção. Com 227 mil veículos, a produção em agosto caiu 4,6% em agosto ante o mesmo mês do ano passado. Na comparação com julho, no entanto, o volume de produção de veículos avançou 24%.

No acumulado até agosto, a produção somou 1,54 milhão de unidades. Isso representou a retração de 0,4% na comparação com os oito meses de 2022.

Segundo a Anfavea, a indústria de veículos já não tem problemas de escassez de semicondutores. Nenhuma fábrica teve que parar em agosto, ao contrário do que se viu na primeira metade do ano.

Já a venda de caminhões continua retraída, apesar dos incentivos fiscais do governo federal. Segundo Leite, dos R$ 700 milhões destinados a esses veículos, mais de R$ 600 milhões ainda estão disponíveis. O valor destinado aos carros, que somou R$ 1,8 bilhão, foi esgotado em pouco mais de um mês.

A Anfavea apresentou ao governo suas preocupações em relação à chegada das marcas chinesas. Preparou uma análise com dados que indicam, inclusive, quanto a União perdeu em arrecadação.

Segundo Leite, com o incentivo fiscal para o elétrico, o país “deixou de arrecadar” R$ 2,2 bilhões. Desse total, diz, R$ 1,1 foram para carros chineses. Modelos elétricos também são importados por marcas como Volvo, BMW, Audi, Range Rover e Porsche.

Segundo Leite, na próxima semana, a entidade voltará a se reunir com o governo para discutir a nova fase do Rota 2030, programa de incentivos fiscais para pesquisa e desenvolvimento do setor automotivo. Ele espera que a nova fase do programa seja publicada ainda em setembro.

Para Bastos, da ABVE, o Rota 2030 foi pensado justamente para definir “regras claras” da produção de veículos no país. “Só depois disso, deveríamos discutir o que fazer com os incentivos”, destaca.

PETROLÍFERO

Valor - SP   06/09/2023

Extensão das reduções amplia temores em relação ao aumento da inflação global e deve elevar tensão com a Casa Branca

Os preços do petróleo subiram ontem acima dos US$ 90 dólares por barril pela primeira vez em 2023, depois que a Arábia Saudita e a Rússia anunciaram a prorrogação dos cortes voluntários na oferta da commodity até o fim do ano.

A Arábia Saudita, que lidera o cartel expandido da Opep+, a união dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) com aliados, como a Rússia, promoveu um corte adicional de 1 milhão de barris por dia no mercado internacional a partir de julho, uma medida anunciada inicialmente como temporária.

Esse corte foi prorrogado até o fim de setembro e agora os meios de comunicação estatais sauditas noticiaram que, segundo o Ministério da Energia, o país manterá a redução de 1 milhão de barris por dia até o fim de dezembro.

A Rússia também fez cortes voluntários nas exportações nos últimos meses e o vice-premiê, Alexander Novak, afirmou ontem que a redução de 300 mil barris por dia nas exportações continuará em vigor até o fim do ano.

A medida, que reacende temores com a inflação em nível mundial, é a iniciativa mais recente de dois dos maiores produtores de petróleo do mundo para elevar os preços, embora grande parte do mundo já enfrente problemas com custos mais altos da energia.

É provável que a decisão aumente as tensões com a Casa Branca, que já critica a Arábia Saudita por colaborar estreitamente com a Rússia, apesar de sua invasão da Ucrânia e do fato de que tem usado seu fornecimento de gás natural como arma contra a Europa.

O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, está empenhado em manter sob controle os preços nos postos de gasolina, de olho nas eleições presidenciais de 2024, pois a campanha do Partido Republicano deve focar nas críticas à inflação e o preço dos combustíveis.

Logo depois do anúncio de ontem da Arábia Saudita, o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, declarou que Biden estava concentrado em fazer “tudo o que estiver a seu alcance para conseguir preços mais baixos nos postos de gasolina dos EUA”.

Mas ele afirmou que não há planos para uma reunião específica de Biden com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, na cúpula do G-20, marcada para este fim de semana em Nova Déli.

Bob McNally, presidente da Rapidan Energy e ex-consultor da Casa Branca na área de energia, disse que os cortes parecem ter a intenção de demonstrar a “unidade” da Arábia Saudita e da Rússia no que se refere à política para o setor petrolífero e de limitar o risco de que uma desaceleração no crescimento econômico mundial afete negativamente o preço do petróleo.

“A não ser que ocorra uma forte recessão econômica, estes cortes na oferta provocarão déficits profundos nas contas mundiais do petróleo e podem empurrar os preços para bem mais de US$ 90 por barril”, acrescentou McNally.

O petróleo tipo Brent, a referência internacional, fechou ontem em alta de 1,2%, a US$ 90,04 por barril, superando a marca dos US$ 90 pela primeira vez desde novembro. O petróleo tipo West Texas Intermediate (WTI), referência dos EUA, fechou em US$ 86,69, com uma alta de 1,3%.

Pessoas de destaque no setor temem que o presidente russo, Vladimir Putin, possa tentar usar a oferta de petróleo para influenciar as eleições americanas, já que alguns possíveis candidatos, como o ex-presidente Donald Trump, sugeriram que tentarão fazer a Ucrânia negociar com Moscou.

Os sauditas também tinham uma relação próxima com Trump, que visitou a Arábia Saudita na sua primeira viagem ao exterior como presidente, em 2017, pouco antes de se retirar do acordo nuclear com o Irã. O príncipe Mohammed bin Salman, governante de facto do país, quer garantir um preço mais alto para financiar seu programa de reforma econômica.

Dan Pickering, diretor de investimentos da Pickering Energy Partners, disse que a Arábia Saudita estava claramente “comprometida” com um preço mais alto e garantir que a cotação do petróleo se mantenha em níveis elevados.

“Para mim, a extensão deste corte é uma prova de que a Arábia Saudita fala sério”, disse Pickering. “O piso do preço do petróleo está subindo.”

Os meios de comunicação estatais da Arábia Saudita informaram que a decisão seria revista mensalmente, e deixaram claro que essa revisão poderia ser para cima ou para baixo, em uma indicação de que o país não descarta a possibilidade de novos cortes na produção.

Em abril, sua produção foi reduzida de cerca de 10,5 milhões de barris por dia para cerca de 9 milhões de barris por dia, por meio de uma combinação das metas de produção impostas pela Opep+ e dos seus cortes voluntários.

Este último anúncio significa que a produção de petróleo da Arábia Saudita deve permanecer nos 9 milhões de barris por dia até o fim de dezembro, ou seja, 25% abaixo de sua capacidade máxima de 12 milhões de barris por dia.

Valor - SP   06/09/2023

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis prorrogou o prazo para envio de contribuições para a consulta pública para 14 de setembro

A diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) prorrogou o prazo para envio de contribuições para a consulta pública sobre um acordo com a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) relativa ao gasoduto Subida da Serra.

Inicialmente, a consulta pública da ANP seria encerrada na segunda-feira (4), mas a agência prorrogou o prazo para envio de contribuições em dez dias, ou seja, até 14 de setembro.

Segundo a ANP, a proposta de acordo visa estabelecer as condições necessárias para que o gasoduto possa operar de acordo com a legislação do Estado de São Paulo e a federal.

Em setembro de 2021, a ANP decidiu que o gasoduto Subida da Serra se enquadrava como sendo de transporte, mas a Arsesp e a Comgás pediram reconsideração por entenderem que o duto deveria ser classificado como sendo de distribuição.

Arsesp e Comgás alegam que o Subida da Serra não vai se conectar a Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGN), que processam o gás natural extraído dos campos, e se destinará exclusivamente a atender os consumidores finais da distribuidora de gás canalizado, de acordo com a ANP. Também não haverá entrega e venda de gás a outras concessionárias de gás canalizado.

O gasoduto Subida da Serra pertence à Comgás e liga o terminal de gás natural liquefeito (GNL) localizado no Porto de Santos (SP) à malha de dutos de distribuição da companhia, do grupo Cosan, cuja área de concessão envolve a região metropolitana de São Paulo, o entorno de Campinas e de São José dos Campos.

Um gasoduto de transporte é aquele que conecta sistemas de processamento de gás natural às redes de distribuição, com capacidade de deslocamento de grandes volumes e por longas distâncias. Como analogia, são semelhantes às linhas de transmissão. Já os gasodutos de distribuição possuem capacidades mais reduzidas de transporte, levando o gás natural até o consumidor final. É comparável, neste caso, às linhas das distribuidoras de eletricidade, com capilaridade.

Valor - SP   06/09/2023

Alta ocorreu após anúncio de extensão dos cortes de oferta adotados por Rússia e Arábia Saudita

O petróleo fechou em forte alta nesta terça-feira, estendendo o rali recente que levou a commodity à casa de US$ 90 pela primeira vez desde novembro de 2022. O movimento de hoje foi impulsionado pelo anúncio de extensão dos cortes de oferta adotados por Arábia Saudita e Rússia até o fim do ano.

O petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para outubro fechou em alta de 0,88%, a US$ 86,69 por barril. Já o barril do Brent - referência global - para novembro subiu 1,17%, a US$ 90,04.

Arábia Saudita e Rússia estenderam o período dos seus cortes de oferta de 1 milhão de barris por dia (bpd) e 300 mil bpd, respectivamente, para até o fim do ano, medida que tende a apertar mais o mercado de petróleo e apoiar os preços. Os sauditas atuam como as principais lideranças da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), enquanto a Rússia é a principal nação aliada do cartel (e parte da sigla Opep+).

“Prevemos agora que a demanda global por combustíveis líquidos ultrapassará a oferta em cerca de 2,7 milhões de bpd no próximo trimestre deste ano”, projeta Jorge Leon, vice-presidente sênior da Rystad Energy. Segundo ele, é o último trimestre de 2023 que gera dúvida, já que ele pode marcar um enfraquecimento da demanda global, em especial da China. Nesse caso, a Opep+ pode estar apenas tomando uma medida preventiva com a decisão divulgada hoje.

“O sentimento macroeconómico chinês é um potencial risco descendente, mas os nossos mais recentes indicadores de mobilidade não mostram uma desaceleração iminente que possa justificar tal medida por parte da Arábia Saudita”, diz Leon em comentário enviado a clientes.

Já em relação às nações desenvolvidas do ocidente, o analista afirma que o impacto dos preços mais altos de petróleo é incerto, mas tende a dificultar o trabalho de bancos centrais em reduzir a inflação.

“Os líderes ocidentais, receosos de um aumento do preço do petróleo, poderiam explorar ajustes nas importações ou iniciar discussões diplomáticas para ajudar a mitigar o impacto e controlar a inflação”, estima Leon.

AGRÍCOLA

IstoÉ Dinheiro - SP   06/09/2023

A Anfavea, associação que, além das montadoras de automóveis, representa fabricantes de tratores, apresentou nesta terça-feira, 5, números que mostram queda das vendas tanto de máquinas agrícolas quanto de construção.

As vendas de máquinas agrícolas, que somaram 4,1 mil unidades em julho, caíram 27,5% frente a junho e 8,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado desde o início do ano, o recuo é de 7,2%, com 33,6 mil unidades, entre tratores de rodas e colheitadeiras de grãos, entregues nos sete primeiros meses do ano.

Já as vendas de máquinas de construção – como retroescavadeiras, pás-carregadeiras de rodas, motoniveladoras e rolos compactadores – tiveram queda de 38,6% na passagem de junho para julho. No total, 2 mil máquinas de construção foram vendidas em julho, o que representa um recuo de 45,7% no comparativo interanual. De janeiro a julho, as vendas somaram 18,1 mil unidades, um recuo de 19,6%.

Os números são de levantamentos realizados por outras duas entidades: a Fenabrave, que representa as concessionárias e divulga mensalmente as vendas de máquinas agrícolas; e a Abimaq, entidade da indústria de bens de capital, que acompanha também todo mês os resultados das máquinas de construção. Os dados têm defasagem de um mês em relação às estatísticas de veículos divulgadas nesta terça pela Anfavea, já referentes a agosto.

Conforme observou a associação, apesar do recorde da produção agrícola, o anúncio do Plano Safra, em 27 de junho, não representou financiamento imediato às compras de máquinas. Isso porque existe um tempo de espera até a liberação dos recursos, dado o processo de publicação de normativas e implementação dos sistemas dos bancos.

Já o desempenho negativo das máquinas de construção é atribuído ao ritmo lento das obras de infraestrutura, à espera dos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

As exportações de máquinas de construção ainda mostram crescimento no acumulado do ano, com 9,1 mil unidades embarcadas desde janeiro, um aumento de 7,5% frente aos sete primeiros meses de 2022. Só em julho, foram exportadas 1,3 mil máquinas, alta de 4,7% no comparativo interanual. Na margem, ou seja, frente a junho, o setor teve queda de 7,6% nos embarques.

Os fabricantes de máquinas agrícolas, por sua vez, tiveram queda de 8,5% nas exportações em julho, na comparação com o mesmo mês de 2022. Os embarques somaram 792 unidades, 14,9% a mais do que o número de junho. No acumulado do ano até julho, 5,4 mil máquinas agrícolas foram exportadas, 5,8% abaixo do total de igual período do ano passado.

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